Curso de Resgate e Emergências Médicas
HEMORRAGIAS INTERNAS De difícil diagnóstico, exigem que o socorrista tenha um bom nível de treinamento para pesquisar a história do acidente relacionado o mecanismo do trauma com a possibilidade de lesões ocultas e para realizar um exame secundário detalhado.
Suspeitar de hemorragia interna quando:
1. Ferimentos penetrantes no crânio; 2. Sangue ou fluídos sanguinolentos drenando pelo nariz ou orelha; 3. Vômito ou tosse com sangue; 4. Hematomas ou traumas penetrantes no pescoço; 5. Hematomas no tórax ou sinais de fraturas de costelas; 6. Ferimentos penetrantes no tórax ou abdome; 7. Abdome aumentado ou com áreas de hematoma; 8. Abdome rígido, sensível ou com espasmos; 9. Sangramento retal ou vaginal; 10. Fraturas de pelve, ossos longos da coxa e braço.
Nunca obstrua a saída de sangue através dos orifícios naturais: boca, nariz, orelha, ânus, vagina.
CHOQUE Conjunto de alterações orgânicas devido a uma inadequada perfusão e conseqüentes falta de oxigenação dos órgãos e tecidos, denominado choque hemodinâmico.
Revisão JAN/09
MP 12-10
Curso de Resgate e Emergências Médicas
PERFUSÃO Inicialmente devemos entender o termo “perfusão”, ou seja, a circulação de sangue dentro de um órgão. Dizemos que um órgão tem uma adequada perfusão quando o sangue oxigenado está chegando pelas artérias e saindo pelas veias. A perfusão mantém viva as células do corpo através do suprimento de nutriente e eliminação dos produtos da degradação gerados por eles. Se a perfusão é deficitária o órgão entra em sofrimento e morre.
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO DE CHOQUE O choque hemodinâmico classifica-se de acordo com o mecanismo predominante em: neurogênico, cardiogênico, anafilático, séptico e hipovolêmico.
1. CHOQUE NEUROGÊNICO
Esse tipo de choque é decorrente de uma lesão na medula espinhal. Esta lesão leva à paralisia da parede das artérias devido a interrupção da comunicação com o sistema nervoso central causando uma imensa vasodilatação na periferia do corpo da vítima. Há diminuição do retorno do sangue venoso ao coração e conseqüente queda do volume de sangue bombeado pelo coração. Os sinais marcantes são: diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos (hipotensão com bradicardia), pele rosada devido a vasodilatação dos vasos sanguíneos na superfície da pele.
Revisão JAN/09
MP 12-11
Curso de Resgate e Emergências Médicas
2. CHOQUE CARDIOGÊNICO
Trata-se de diminuição da circulação e oxigenação inadequadas dos órgãos e tecidos, graças à falência do coração como bomba cardíaca. No choque cardiogênico o volume de sangue no corpo está mantido. No entanto, a quantidade de sangue bombeada pelo coração está diminuída, devido à falha do coração enquanto "bomba cardíaca". Comum nos casos de insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio.
3. CHOQUE ANAFILÁTICO O
choque
anafilático
é
uma
reação
alérgica
aguda
a
medicamentos
(principalmente a penicilina), picadas de insetos, comidas, pós e outros agentes. Instala-se rapidamente, logo após o contato com a substância a qual a vítima é alérgica. Promove a liberação, nos tecidos, de uma substância chamada histamina que promove vasodilatação geral e edema de glote causando insuficiência respiratória.
4. CHOQUE SÉPTICO
É um choque causado por toxinas liberadas por bactérias no organismo humano. Decorrente principalmente de estados infecciosos bacterianos graves onde há liberação de toxinas que lesam as paredes dos vasos sangüíneos provocando vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, permitindo a saída de plasma do interior dos vasos sanguíneos para o interior dos tecidos, diminuindo o volume de sangue circulante. Além disso, deve-se considerar como
Revisão JAN/09
MP 12-12
Curso de Resgate e Emergências Médicas
mais um agravante a possibilidade da existência de infecção generalizada em órgãos vitais. Normalmente não encontrado no pré-hospitalar.
5. CHOQUE HIPOVOLÊMICO No choque hipovolêmico há redução do volume circulante com a perda de sangue e com isso, a volemia torna-se instável. Comuns nos casos de grandes hemorragias (externas ou internas), queimaduras extensas, desidratação.
SINAIS E SINTOMAS DO ESTADO DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO 1. Taquipnéia: respiração rápida e superficial; 2. Taquicardia: pulso rápido e filiforme (fraco); 3. Pele fria, pálida e úmida; 4. Face pálida e posteriormente cianótica; 5. Sede intensa; 6. Hipotensão: queda da pressão arterial; 7. Sudorese; 8. Ansiedade, confusão mental; 9. Fraqueza muscular, distúrbios visuais (visão escura).
CONDUTA
NO
ESTADO
DE
CHOQUE
HIPOVOLÊMICO
E
NEUROGÊNICO Procedimentos operacionais
1. Informar a Central de Operações e solicitar SAV ou autorização para transporte imediato. 2. Manter a permeabilidade das VAS e alinhamento da coluna cervical. 3. Checar respiração. Revisão JAN/09
MP 12-13
Curso de Resgate e Emergências Médicas
4. Ministrar oxigênio - 10 l/min; 5. Checar circulação e controlar hemorragias. 6. Checar estado neurológico. 7. Expor a vítima e previnir hipotermia. 8. Manter e transportar a vítima em decúbito dorsal horizontal (DDH); 9. Monitorar os sinais vitais constantemente.
CONDUTA NO ESTADO DE CHOQUE CARDIOGÊNICO, SÉPTICO E ANAFILÁTICO. Procedimentos operacionais 1. Informar a Central de Operações e solicitar SAV ou autorização para transporte imediato. 2. Manter a permeabilidade das VAS e alinhamento da coluna cervical. 3. Checar respiração. 4. Ministrar oxigênio - 10 l/min; 5. Checar circulação e controlar hemorragias. 6. Checar estado neurológico. 7. Expor a vítima e previnir hipotermia. 8. Manter a vítima em decúbito dorsal com a cabeceira ou prancha elevada (aproximadamente 20 centímetros); 9. Monitorar os sinais vitais constantemente.
OBSERVAÇÃO
Nunca ofereça medicamentos, alimentos ou líquidos para ingestão para uma pessoa com sinais ou sintomas de choque.
Pode-se aliviar a sede da vítima umedecendo seus lábios com uma gaze embebida em água.
Revisão JAN/09
MP 12-14