CRIAÇÃO DA GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DE RONDÔNIA Por diversos anos, Rondônia esteve vinculada à Grande Loja Maçônica do Estado do Amazonas (que teve diversas denominações, com o passar dos anos) i. Por este motivo, ao se falar do nascimento da Grande Loja Maçônica do estado de Rondônia, é interessante relatar sobre a maçonaria amazonense, de onde surgiu anos mais tarde a GLOMARON.
A maçonaria na região da Amazônia, até 1872, estava instalada de forma insipiente ainda, não havendo reuniões em lojas regulares. Na época, evidenciava-se o ciclo da borracha, grande propulsor econômico e social nestas paragens. Em 06/10/1872, surgiu a Loja Maçônica Esperança e Porvir, tornando-se um catalizador de maçons, fossem eles brasileiros e Brasão da GLOMAM
estrangeiros, direcionando seus esforços no sentido da realização
dos projetos caros ao ideal maçônico. Com o desenvolvimento da maçonaria nesta região, em 1904, segundo o Irmão Mário Verçosa, já havia quatorze lojas em terras amazonenses, das quais seis na capital Manaus. Neste mesmo ano, instituiu-se o Grande Oriente Estadual do amazonas, que mostrou-se ser um grande instrumento de desenvolvimento social, com a criação de diversas escolas e instituições beneficentes. Em 10/07/1924, na Vila Esperidião Marquesii (futura Guajará-Mirim), no ainda Estado do Mato-Grosso, houve a instalação do “Triângulo Fraternidade Guajaramirense”. Estavam presentes os Irmãos Domingos Saboya, Pedro Struthos, Abraão Alexandre, Nagib Tanous, Antonio Joaquim Cândeas e Nicolau Jorge. Decidiu-se que suas sessões seriam realizadas às sextas-feiras, às 20:30
General João do Rego Barros Falcão 1.º V:. M:. da Loja Esperança e Porvir No.1 no Período 1872-1873
horas. Provisoriamente, o Triângulo realizou seus trabalhos na Praça do Comércio. No dia 18/07/1924, foi dada a posse à Primeira Diretoria, tendo como Venerável Mestre o Irmão José Peixoto Dias, 1.º Vigilante o Irmão Domingos Saboya e 2.º Vigilante o Irmão Victor da
Silva Arantes. Compuseram a Diretoria, também, os seguintes Irmãos: Antonio Batista de Carvalho (Orador), Isaac Alves (Secretário), Pedro Struthos (Tesoureiro), Sandoval Arantes Meira (Chanceler), Nagig Tanous (1.º Experto), Nagib Gorayeb (2.º Experto), Laureano Vilar Lobo (3.º Experto), Nicolau Georges (Hospitaleiro), Pedro Julio de Oliveira Capucho (Mestre de Cerimônias), Nasser Assad Nasser (1.º Diácono), Fares Nasseratha (2.º Diácono), Salin Falar (Cobridor) José Martorelle (Tesoureiro Adjunto) e Pierre Armond (Mestre de Cerimônias Adjunto). Com algumas semanas, outros irmãos se juntaram aos fundadores do Triângulo, de tal forma que, em 31/08/1924, foi proposta a instalação de uma Loja Maçônica Provisória naquele Oriente, aceita unanimemente. A diretoria ficou autorizada pelos irmãos presentes para que efetuasse a regularização da Loja no Rito Escocês Antigo e Aceito, adotando o Título distintivo “Fé e Confiança”, continuando suas sessões no mesmos dia e horário. A Carta Constitutiva definitiva foi expedida pela GLEAM em 23/05/1927, denominando-a Augusta e Respeitável Loja Simbólica Fé e Confiança – N.º 26.
Templo da G:.B:.L:.S:. Fé e Confiança – N.º 1
Na região do Território de Rondônia houve um grande lapso temporal, até que surgisse a ideia da fundação de outra loja ligada à Grande Loja. Tal fato começou a ter sua materialização a partir de 1979, após a designação do Irmão Jorge Teixeira de Oliveira para ser governador, com o intuito de transformar o Território em Estado. Em sua equipe, trouxe alguns irmãos, dentre eles José Renato da Frota Uchoa e Cirillo Leopoldo da Silva Neves. Com a vinda do Irmão Jorge Teixeira, diversos outros maçons no serviço público afluíram ao antigo Território para a efetivação da criação do Estado, o que ensejou a realidade da efetiva criação de uma Loja Maçônica na capital Porto Velho. Tal tarefa foi designada aos Irmãos Antonio Adelino Gurgel do Amaral, Eudes Lustosa, João alfaia, Zenildo Pinto do Nascimento, José Renato da Frota Uchoa, Reginaldo Vasconcelos, Antonio Enéas da Frota Mendes e outros.
Após o Decreto N.º 031/1977-1980, de 20 de agosto de 1979, da GLEAM, no GrãoMestrado do Poderoso Irmão Afonso Ruiz da Costa Lins, começaram as reuniões. Contudo, por aproximadamente oito meses, o embrião da Fundação ficou “adormecido”, ainda que nos corações dos Irmãos a chama continuasse acesa. Com o objetivo de reforçar o anterior decreto, o Grão-Mestre fez publicar um adendo em 31/03/1980, credenciando o Irmão Adelino para tomar a frente das articulações, com o sentido de tornar mais célere a fundação da Loja Maçônica em Porto Velho. No dia 21/04/1980 foi definida a composição da Primeira Diretoria Provisória, tendo o Irmão Adelino como Presidente. Nesta reunião o Irmão Enéas Frota sugeriu o nome de “Estrela Renascente” para a Loja, que foi o aceito pela assembleia,
Gov. Jorge Teixeira
com reuniões às quintas-feiras. Posteriormente, a Loja foi designada com o nome de Augusta e Respeitável Loja Simbólica Estrela Renascente – N.º 38.
Obras de construção do Templo da G:.B:.L:.S:. Estrela Renascente – N.º 2
A instalação se deu em 02/05/1980, no templo da Loja “União e Perseverança – n.º 947”, do Grande Oriente do Brasil, situada à rua D. Pedro, esquina com rua José Bonifácio. As sessões continuaram acontecendo nesse endereço, até a Sagração de Templo próprio, ocorrida em 10/04/1985.
Templo da G:.B:.L:.S:. Estrela Renascente – N.º 2 (1985)
Contemporaneamente, reuniram-se alguns Irmãos de diversos orientes e Lojas na cidade de Vilhena, no dia 29/06/1980, e resolveram concretizar a fundação de uma Loja Maçônica naquele Oriente. Estavam presentes os Irmãos: Carlos Duran Obregón, Benedito Pacheco, Nelson Pepino, João Pereira de Melo Neto, Walter Ribas, Icto Gomes, Alvino Vieira de Souza, Sérgio Santos Diniz. O Irmão Obregon sugeriu a denominação de “Águia do Planalto”, adotar o Rito Escocês Antigo e Aceito, e solicitar carta constitutiva provisória. A carta foi registrada pela GLEAM no dia 1º/05/1980, no entanto. Receberam um terreno da Prefeitura de Vilhena, situado à Av. 7 de Setembro, N. 2817, onde foi sagrado um templo construído em madeira no dia 26/03/1982. Havendo três Lojas Maçônicas no antigo Território de Rondônia, agora Estado de Rondônia, filiadas à Grande Loja do Estado de Amazonas, os obreiros dessas pioneiras oficinas juntaram esforços no sentido de criar uma nova Potência.
Templo da G:.B:.L:.S:. Águia do Planalto – N.º 3
Em 1985, foi feita uma solicitação ao Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Amazonas, Poderoso Irmão Manoel Ribeiro, para que procedesse, de acordo com os Landmarks e exigências legais da Constituição, a criação de uma Grande Loja que abrangesse sua jurisdição o novo Estado de Rondônia. Após os trabalhos preparativos encetados pelo Irmão Afonso Luiz Costa Lins, Past GrãoMestre da GLEAM, nomeado especialmente para coordenar a transição, verificando o processo eleitoral e homologando a eleição do primeiro Corpo Diretivo da nova Potência. E se entendeu que foi um excelente trabalho, tendo em vista que concorreu apenas uma chapa. Os eleitos foram o Irmão Sílvio Bezerra da Costa, para o cargo de Grão-Mestre, e o Irmão Antonio Luiz de Macedo Filho, como Grão-Mestre Adjunto. “Os RResp.˙. IIr.˙. Gr.˙. M.˙. Manoel Ribeiro, o Gr.˙. M.˙. Adj.˙. , GGr.˙. MM.˙. HHon.˙., membros dos Poderes Legislativo, Judiciário e GGr.˙. SSec.˙. do Poder Executivo da GLEAM deslocaram-se para este Or.˙. de Porto Velho em comitiva, aqui permanecendo nos dias 09, 10 e 11 de abril de 1985. Na oportunidade efetivaram, obedecendo o Dec. N° 057-83/86-GM, o desmembramento das LLoj.˙. SSimb.˙. Fé e Confiança, Águia do Planalto e Estrela Renascente da jurisdição da Grande Loja do Estado do Amazonas - GLEAM. Transferiu ainda o Gr.˙. M.˙. , pelo mesmo instrumento legal, o governo do Mestr.. da Grande Loja do Estado do Amazonas GLEAM para o Or.˙. de Porto Velho, sede da então Aug.˙. Resp.˙. Loj.˙. Simb.˙. Estrela Renascente n° 02 da Obediência, de onde o mesmo passaria a ser exercitado no período de 09 a 10 de abril daquele ano, até o momento da posse do primeiro Ser.˙. Gr.˙. M.˙. da GLOMARON.” (Texto dos Irmãos Raimundo Nonato Melo e Silva & Rony Eguez Vacadiez)
No dia 10 de abril de 1985, após todos os preparativos efetuados, dentro da regularidade maçônica, foi instalada em Sessão Solene a Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia – GLOMARON, no Templo da hoje G:.B:.L:.S:. Estrela Renascente – N.º 2, com a sessão se iniciando às 20:00. Os derradeiros procedimentos legais, finalizando o processo de transição para a criação da GLOMARON, foram os seguintes: Pelo Decreto n° 56-83/86-GM, também datado de 10.04.85, passaram à condição de extintas as Delegacias Especiais do Grão Mestrado da GLEAM nos OOr.˙. de Guajará-Mirim e Porto Velho, em face da instalação da GLOMARON. Foram ainda exonerados, sob elogios pela valiosa contribuição prestada, os RResp.˙. IIr.˙. Elias Salomão Helou e Waldílson Rodrigues da Cruz, respectivamente, dos cargos de Delegado Especial do Grão Mestrado nos OOr.˙. de Guajará-Mirim e Porto Velho. Com o Decreto n° 058-83/86-GM, de 10.04.85, o Ser.˙. Gr.˙. M.˙. amazonense desvinculou da jurisdição da GLEAM as AAug.˙. RResp.˙. LLoj.˙. SSimb.˙. FÉ E CONFIANÇA N° 01, de Guajará-Mirim, ESTRELA RENASCENTE n° 02, de Porto
Velho, e ÁGUIA DO PLANALTO N° 03, de Vilhena, por haverem passado à jurisdição da GLOMARON. (Texto dos Irmãos Raimundo Nonato Melo e Silva & Rony Eguez Vacadiez)
Atualmente a GLOMARON conta com 39 Lojas Simbólicas, e reconhece três Ritos: R:.E:.A:.A:., Rito York e Rito Schröder. (Este texto foi baseado totalmente no trabalho “GLOMARON de Ostensivos Labores”, dos Irmãos Raimundo Nonato Melo e Silva & Rony Eguez Vacadiez)
i
“Soa interessante o fato de que a GLOMAM, Grande Loja Maçônica do Estado do Amazonas, já teve várias
denominações. Além disso, como já é de haver sido notado, a Maçonaria amazonense iniciou-se como Grande Oriente, e em determinado momento (1961), passou a Grande Loja. (...) Desde sua fundação até 1927, chamou-se Grande Oriente Estadual do Amazonas; daí a 1945, atendia pelo nome de Grande Oriente do Amazonas e Acre; mudou, e passou a se chamar Grande Oriente do Amazonas, Acre e demais Territórios Limítrofes, até 1961, quando lhe deram o nome de Grande Loja do Amazonas, Acre, Rondônia e Rio Branco, que perdurou até 1968. Neste ano, a denominação passou a ser Grande Loja do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, quando em 1974 já era a Grande Loja do Amazonas e Territórios Limítrofes. Em 1980 surge a GLEAM, sigla da Grande Loja do Estado do Amazonas, que assim chamou-se até o ano de 1985. A partir daí o nome é Grande Loja Maçônica do Estado do Amazonas, ou simplesmente GLOMAM.” (Raimundo Nonato Melo e Silva & Rony Eguez Vacadiez, in GLOMARON de Ostensivos Labores) ii
Manoel Espiridião da Costa Marques, engenheiro (1859-1906), A Vila teve esse nome, a princípio, em decorrência
de uma homenagem que o Marechal Cândido Rondon quis prestar ao engenheiro e explorador. Em 1981, a homenagem foi retomada com a criação do município de Costa Marques.