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14 Revista Semestral de Cultura Universitรกria FAAL - Novembro/2015




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Interior O foco das oportunidades Redação e diagramação por Gustavo Nascimento Borges, João Marcus Andrade de Souza, Karina de Faria Camacho e Sara Cegantin.

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Design e Fotografia no interior Redação e diagramação por Maura Cristina Fraile, Marina Fernandes e Thyago Leandro Bezerra da Silva.

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Arte de rua A criatividade das ruas aliada ao design Redação e diagramação por João dos Santos Garcia, Victor Henrique Moreira e Julio Cesar.

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Entrevista - Ilustrata Conheça mais sobre o estúdio e seus integrantes Redação e diagramação por Lais Cristina Teixeira, Midori Gushiken e Rony Motta.


Projeto desenvolvido por alunos do 6º semestre de Design Gráfico da FAAL

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Identidade Visual Falando um pouco sobre a Black Majenta Redação e diagramação por Luis Henrique Vicentini, Lucas Dantas e Warlinston.

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Mídias Digitais Como o marketing está lidando com essa evolução Redação e diagramação por Luis Gustavo Alves Dias, Vinicius Cestare e William Henrique Maia.

Editor Chefe Fabiana Grassano

Revisão Fabiana Grassano

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Entrevista - Espinafre O recém-nascido branding na região de Campinas Redação e diagramação por Vinicius Tono de Oliveira, Walison Fernando da Silva

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Marketing e Design Redação e diagramação por Kaio Jose Feola Silva e Thomaz Weber Araujo.


C O N T E X T U A L I Z A N D O De certo modo, o interior está deixando de ser interior. É importante salientar, que quando lidamos com algo subjetivo, tudo que supostamente acreditamos é sempre algo a ser questionado, nada deve ser levado como verdade absoluta. Nada é exposto de modo generalizado, podendo assim sofrer influências de outras formas. Quando surge o tema “design no interior” a qualidade do serviço é questionada, às vezes inconscientemente. Esquecemos que a diferença entre “design no interior” e “design na capital” é unicamente a localização dos profissionais que farão o projeto. É claro que há variações nos estilos utilizados em cada projeto, mas a influência destes estilos não passa da bagagem pessoal de cada profissional. Por exemplo, se um profissional da área vive em Minas Gerais, influências de sua cultura - e consequentemente de sua região - aparecerão em seus trabalhos, mas se um designer que nasceu na Bahia e que atualmente mora em São Paulo, consumir apenas ícones típicos da cultura americana, por exemplo, transparecerá em seu projeto a cultura americana fundida à cultura baiana e a da capital paulista. Logo, temos um designer com influências de sua própria bagagem cultural, sendo assim uma controvérsia no estereótipo predefinido para uma cidade fora do eixo das grandes capitais. Gustavo Nascimento Borges, João Marcus Andrade de Souza, Karina de Faria Camacho e Sara Cegantin.


INTERIOR. OFOCODAS OPORTUNI DADES Ao pensar em construir uma carreira profissional é comum pensarmos logo na capital São Paulo. É inegável que a “cidade grande” é um polo de empresas que podem fazer sua carreira alavancar, afinal, é consumindo o bom que se faz o bom - ou o melhor. Mas como nem tudo são flores, da mesa forma que oferecem muito, as capitais, consomem desenfreadamente. Viver na capital exige gastos mais altos comparados ao que temos no interior. É certo que longe da correria do dia-a-dia, das longas distâncias e do trânsito quase sempre caótico das cidades grandes, temos melhores padrões de qualidade de vida. Pensando nisso, as grandes empresas iniciaram um processo de migração para o interior, onde obtêm serviços de qualidade com custo reduzido. Conhecida por “Vale do Silício Brasileiro”, a região de Campinas é considerada um dos principais polos high tech do Brasil, contendo sedes de grandes indústrias, como a IBM, Dell, Compaq e Hewlett-Packard (HP). Outro aspecto é o caso de importantes agências de design de São Paulo ou Rio de Janeiro procurarem agências do interior para a produção de determinados serviços, terceirizando projetos de ilustração, vídeos, animações, programação de aplicativos e

websites. Um bom exemplo é o caso do Estúdio Yellow Mello, de Campo Grande, especializado em animação 3D e produção e manipulação de imagens publicitárias, que possui parcerias com agências grandes como a Africa, AlmapBBDO, Moma, Studio11, Havas World Wide entre outras. Em entrevista com o Blog “Papo de Job”, Thiago Gon (sócio proprietário) diz “No Brasil existem muitos estúdios como o nosso. Nos grandes centros como São Paulo, por exemplo, utilizar uma produtora de imagens como fornecedora é muito comum. (...) Em Mato Grosso do Sul, essa forma de trabalho ainda não é muito desenvolvida, mas assim mesmo nós já estamos conseguindo mostrar nosso trabalho a alguns clientes locais.” De fato, o interior tem muito a oferecer. Mais quilômetros de distância ou sotaques diferentes não são sinônimos de menores oportunidades ou qualidade de serviço. Gustavo Nascimento Borges, João Marcus Andrade de Souza, Karina de Faria Camacho e Sara Cegantin.


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DESIGN E ARTE DE RUA Conheça a criatividade fora do eixo

Membros do coletivo SHN.

Fonte: revistazelo.com.br

Afinal, o que arte de rua pode ter com design? O design, apesar de ser chamado de “arte aplicada”, difere muito das artes em vários aspectos. Então, o quê, algo como arte de rua, tão diversificada, livre e errática como ela é, poderia ter em comum com o design, ou mais, se tornar design? Antes de tudo é necessário compreender o que é arte de rua. Não se sabe exatamente sobre sua origem, mas sabe-se que ela sempre existiu à margem da sociedade em diversas culturas, desde a Grécia antiga até os tempos atuais. A arte de rua é uma intervenção urbana, a transformação do ambiente ao redor do artista que cria para si estilo e técnica únicos que, compartilhados e somados a centenas de outros, faz do ambiente urbano uma entidade com sua própria identidade. Arte de rua sempre foi vista como recurso daqueles menos abastados na sociedade, encontrando nas paredes sua tela de pintura e na cidade sua platéia, saem da margem social e conquistam seu lugar ao centro. Hoje em dia não se imagina a cidade sem arte de rua, ou a arte de rua fora do ambiente urbano, tanta a integração da arte em seu meio.

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Bonés de aba reta produzidos pelo coletivo.

Fonte: Facebook

Mas onde entra o design nessa história? Como dito, o design é em si uma forma de arte aplicada, onde os métodos criativos são empenhados na produção e venda de produtos e serviços, além de várias outras aplicações. Logicamente, vários produtos que usam o estilo dos grafites em sua identidade visual existem, e é onde o design incorpora a arte. Mas há casos em que a arte incorpora o design, e um desses casos é o do Coletivo SHN.

COLETIVO SHN Formado no fim dos anos 90, na cidade de Americana, o coletivo SHN agrega artistas de rua com atuações multidisciplinares, abraçando: arquitetura, música, arte gráfica, tatuagem e vídeo-produção. Um dos estúdios do coletivo, que se localiza na cidade natal, serve como base para suas principais ações, que vão de desde a produção de pôsteres, adesivos, camisetas, produção de vídeo, eventos, festas, cenários até exposições. Sem pretensão alguma de chegar onde estão hoje, André Ortega, Daniel Cucatti, Eduardo Saretta, Haroldo

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“Design é sempre a consolidação de uma boa ideia, uma boa solução; e a arte de rua em todas suas vertentes é um grande repositório de soluções e boas ideias “

Pôster produzido por meio de serigrafia

Fonte: Facebook

Paranhos, Marcelo Fazola e Rogério “CDR” Fernandes, membros fundadores do SHN, eram apenas um grupo de amigos que fazia parte da cena rock underground da região e precisava divulgar os shows e eventos dos quais participava, produzindo assim seus primeiros cartazes. Com o passar do tempo decidiram fazer algo muito mais visual, que fosse de fácil identificação e tivesse apelo estético em cores e formas. Assim, as informações saíram dos cartazes e ganharam nova forma e espaço, surgiam os primeiros lambe-lambes característicos do SHN. Desde então a área de atuação do coletivo só aumentou, incorporando peças de roupa, como bonés, camisetas, shorts, tênis, além de quadros, cartazes, e muito mais. Além do ramo comercial tomado pelo trabalho do grupo, sua veia artística rendeu-lhes exposições no Museu de Arte Contemporanea de Americana, e no Memorial da América Latina. A principal fonte de inspiração e referência para realizar os trabalhos é a própria técnica de serigrafia, explorando as diversas características dessa forma de impressão. Entendendo que a replicação do material se torna uma tarefa industrial, adequando as principais técnicas artesanais a sua produção em série.

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A SHN também possui sua linha de camisetas.

Fonte: Facebook

Abstraindo as inúmeras possibilidades de aplicação, o coletivo realizou alguns collabs com inúmeras marcas: óculos Arnette, rendendo uma turnê de divulgação por diversos lugares do Brasil; camisetas Cavalera; camisetas e tênis Nike; tênis Mad Rats; camisetas e mochilas Sims; shape para skate 9clouds; camiseta Storvo; copo americano com Nadir Figueiredo, entre outras. As formações acadêmicas dos integrantes do coletivo se completam, incluindo arquitetura, design gráfico, radio e TV. O Coletivo caminha por uma ponte que nem sempre é fácil explicar, Arte de rua aplicada ao Design, não necessariamente nessa ordem. De acordo com um dos integrantes ( Eduardo Saretta ) essa relação pode ser explicada da seguinte maneira: “Design é sempre a consolidação de uma boa ideia, uma boa solução; e a arte de rua em todas suas vertentes é um grande repositório de soluções e boas ideias“. Victor H. Moreira João dos Santos Garcia Júlio Cesar Oliveira

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por Thomaz A. e Kaio F.


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PROPA FAAL


GANDA



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