Revista TIPSDESIGN

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REVISTA TIPSDESIGN | EDIÇÃO I | NOVEMBRO 2013

Afinal, o que são elementos básicos?

Técnicas Visuais

Entrevista



EDITORIAL Caro designer , nesta edição da revista TIPSDESIGN apresentaremos a matéria-prima de toda informação visual. Tudo que é projetado e construído, rabiscado e pintado sempre existe uma lista básica de elementos por trás, além dos elementos abordaremos os três níveis das mensagens visuais que expressamos e recebemos, todos esses níveis de resgate de informação são interligados e técnicas visuais que oferecem ao designer uma grande variedade de meios para a expressão visual do conteúdo e dentre todas as técnicas apresentadas, nenhuma é mais importante para o controle de uma mensagem do que o contraste, além de entrevista e dicas. Boa Leitura.


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SÚMARIO

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AFINAL, O QUE SÃO ELEMENTOS VISUAIS? Ponto, Linha, Forma, Direção, Tom, Cor, Escala, Dimensão, Textura e Movimento

MENSAGEM VISUAL Representacional, Simbolico e Abstrato

CONTRASTE

Forma, Tom, Escala e Cor

TÉCNICAS VISUAIS

Equilibrio/Instabilidade, Simetria/Assimetria, Regularidade/ Irregularidade, Simplicidade/Complexidade e Unidade/Fragmentação

ENTREVISTA

BATE-PAPO com Henrique Davies


Afinal, o que são elementos básicos? Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, e seu número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direção o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento. Por poucos que sejam, são a matéria-prima de toda informação visual em termos de opções e combinações seletivas.

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PONTO

Georges Seurat, Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte, 1884 – 1886.

O ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima. Quando qualquer material líquido é vertido sobre uma superfície, assume uma forma arredondada, mesmo que essa não simule um ponto perfeito. Qualquer ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objetivo.

Quando os pontos em grande número e justapostos, eles criam a ilusão de tom ou cor. Esse fenômeno perceptivo da fusão visual foi explorado por Seurat em seus quadros pontilhistas, de cor e tom extraordinariamente variados, ainda que ele só tenha utilizado quatro cores - amarelo, vermelho, azul e preto - e tenha aplicado a tinta com pincéis muito pequenos e pontiagudos.

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LINHA Quando os pontos estão tão próximos entre

si que se torna impossível de identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção, e a cadeia de pontos se transforma em outro elemento visual distintivo: a linha. Podemos definir a linha como um ponto em movimento. Nas artes visuais, a linha, tem uma enorme energia, é um elemento inquieto. Onde quer que seja utilizada , é um instrumento fundamental de pré-visualização, o meio de apresentar, em forma palpavel, aquilo que ainda não existe, a não ser da imaginação.

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FORMAS

A linha articula a complexidade da forma.

Existem 3 formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero, cada uma das formas básicas tem suas características e cada uma se atribui uma grande quantidade de significados.

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AÇÃO CONFLITO TENSÃO

INFINITUDE CALIDEZ PROTEÇÃO

ENFADO HONESTIDADE RETIDÃO ESMERO 10


VERTICAL

ELEMENTOS BÁSICOS

HORIZONTAL Referência primária do homem, em termos de bem estar e maneabilidade,seu significado tem a ver também com a estabilidade em todas as questões visuais

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DIREÇÃO DIAGONAL Referência direta com a ideia de estabilidade. Seu significado é ameaçador e quase literalmente perturbador.

CURVAS As foras direcionais tem significados assoaciados a abrangência, a repetidão e a calidez

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TOM

Tom é qualquer variação entre claro/escuro. Vemos graças a presença ou à ausência de luz. As variações de luz ou de tom são os meios pelos quais distinguimos oticamente a complexidade da informação visual. Em outras palavras, vemos o que é escuro porque está próximo ou se superpõe ao claro, e vice-versa.

Entre a luz e a obscuridade na natureza existem centenas de gradações tonais específicas, mas nas artes gráficas e na fotografia essa gradações são muito limitadas.

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TOM

Entre o preto e o branco, a escala tonal mais comumente usada tem cerca de treze gradações


A tonalidade também é um recurso importantíssimo para sugerir o volume e a profundidade. Ao acrescentarmos contrastes de claro / escuro numa imagem, são sugeridos efeitos de afastamento / proximidade do observador, com esse recurso cria a ilusão de profundidade, sem necessidade de recorrer à perspectiva ou outra técnica. Uma série de montanhas as mais próximas parecem mais escuras, ficando mais claras à medida que estão mais afastadas do observador.

“Quando observamos a tonalidade na natureza, estamos vendo a verdadeira luz.”

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ELEMENTOS BÁSICOS

COR É

uma fonte de valor inestimável para os comunicadores visuais.

No meio ambiente compartilhamos os significados associativos da cor das árvores, da relva, do céu, da terra e de um número infinito de coisas nas quais vemos as cores como estímulos comuns a todos.

A cor tem três dimensões que podem ser definidas e medidas.

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MATIZ: É a cor em si, e existe em número superior a cem. Existem 3 matizes primários: amarelo, vermelho e azul.

BRILHO: Brilho relativo, do claro ao escuro,das gradações tonais ou de valor. É preciso observar e enfatizar que a presença ou ausência de cor não afeta o tom, que é constante.

SATURAÇÃO: É a pureza relativa de uma cor, do matiz ao cinza. A cor saturada é simples, quase primitiva, e foi sempre preferida pelos artista populares e pelas crianças.

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ESCALA Elemento da linguagem visual baseado na variação de medida de uma figura, conforme o contexto em que está inserida. Sem a noção de escala, torna-se impossível inferir, por exemplo, o tamanho real de um objeto apresentado na imagem.

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TEXTURA Elemento visual que fornece qualidades associadas ao tato na imagem. São inúmeros os exemplos, conferindo à imagem de qualidades táteis como aspereza, suavidade, rugosidade, maciez.

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DIMENSÃO Consiste na ilusão de tridimensionalidade numa imagem, relacionada aos conceitos de volume e profundidade. Os recursos mais utilizados para criar ilusão de tridimensionalidade consistem na perspectiva e na variação de tamanho. A tonalidade também é recurso para sugerir profundidade.

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A imagem pode sugerir mobilidade, como se as figuras ( de fato estáticas) estivessem se movendo. As técnicas, podem enganar o olho; a ilusão de textura ou dimensão parecem reais graças ao uso de uma intensa manifestação de detalhes e ao uso da perspectiva, luz e sombra intensificadas.

MOVIMENTO 20


“DESIGN NÃO É APENAS O Q

DESIGN É COMO


QUE PARECE E O QUE SENTE.

O FUNCIONA” Steve Jobs


MENSAGEM VISUAL

MENSAGEM VISUAL

A mesma imagem pode reunir os três níveis de significado: O representacional, o abstrato e o simbólico, eles tem características que podem ser isoladas e definidas, mas que não são absolutamente antagônicas. Na verdade elas se sobrepõem, interagem e reforçam mutuamente suas respectivas qualidades.

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REPRESENTACIONAL Nível de significado em que a imagem representa, objetos e seres. Neste caso, a eficácia da imagem consiste em mostrar tais modelos em suas características com maior ou menor semelhança. Exemplos: a fotografia e a pintura figurativa.

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SIMBÓLICO

A

abstração voltada para

o simbolismo requer uma simplificação radical. Para ser eficaz, um símbolo não deve apenas se visto e reconhecido; deve também ser lembrado, e mesmo reproduzido.

Símbolo da Paz

O sistema de símbolos musicais, que muitas pessoas aprendem e através do qual conseguem comunicar-se. Todos os sistemas foram desenvolvidos para condensar a informação, de tal modo que ela possa ser registrada e comunicada ao grande público.

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Quanto mais abstrato for o símbolo, mais intensa deverá ser uma penetração na mente do público para educá-lo quanto ao seu significado.


ABSTRATO Não precisa ter relação com a criação de símbolos. É redução de tudo aquilo que vemos aos elementos visuais básicos é uma processo de abstração. A abstração pode existir não apenas na pureza de uma manifestação visual reduzida à mínima informação representacional, mas também como abstração pura e desvinculada de qualquer relação com dados visuais conhecidos, sejam eles ambientais ou vivenciais.

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FAÇA SIMPLES FAÇA MEMORAVEL FAÇA CONVIDATIVO AO OLHAR FAÇA DIVERTIDO PARA LER Leo Burnett



CONTRASTE Toda e qualquer variação de elementos visuais numa imagem implicará em algum tipo de contraste visual. Ver implica em perceber relações de semelhanças e diferenças de tamanho, distância, cor, etc. Sem contrastes, a percepção dê tais relações seria impossível. CONTRASTE DE FORMA É uma técnica que usa a força compositiva antagônica, de forma a chamar a atenção do observador, destacando a forma irregular, imprevisível, justaposta com a forma regular, simples e resolvida. A principal função do contraste de forma é aguçar, através do efeito dramático. Mas, também pode proporcionar requinte às sensações que envolvem uma manifestação visual.

“ todo e qualquer significado existe no contexto dessas polaridades, Seria possível entender o calor sem o frio, o alto sem o baixo, o doce sem o amargo? O contraste de substâncias e a receptividade dos sentidos a esse mesmo contraste dramatiza o significados através de formulações opostas”.

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CONTRASTE DE TOM Reduzir as imagen tons básicos, fortemente contrastados. Modificação da relação positivo/negativo: alteração das tonalidade das figuras apresentadas na imagem, mudando também a relação figura e fundo.

CONTRASTE DE ESCALA Inspirado no construtivismo russo, no início do século XX, é um recurso muito usado em propaganda impressa para gerar impacto. Muitos layout não provocam impacto por usarem as escalas de forma proporcional. Ao mudar a escala dos objetos ou mesmo criando uma sensação de profundidade, o layout provoca um efeito dinâmico e inquisidor, aumentando a significação das imagens expostas.

CONTRASTE DE COR

Cores quente e frias: cores quentes parecem mais próximas do observador, podendo se tons mais destacadas em relação às cores frias, que tendem a parecer mais afastadas.

Cores saturadas e dessaturadas: a mesma cor em nível saturado tende a se destacar, ao passo que a dessaturação também propicia a ilusão de afastamento.

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EQUILÍBRIO

TÉCNICAS TÉCNICAS VISUAIS

A distribuição dos elementos visuais são compensadas mutuamente nas áreas da imagem. Não é necessário que a imagem apresente exatamente os mesmos elementos

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A ausência de equilíbrio e uma formulação visual extrememamente inquietante e provocadora

INSTABILIDADE

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SIMETRIA

TÉCNICAS VISUAIS

É a formulação visual totalmente resolvida, em que cada unidade situada de um lado de uma linha central é rigorosamente repetida do outro lado 35


ASSIMETRIA Equilíbrio obtido com variação de elementos e posições. Trata-se de uma técnica mais complexa que a simetria, exigindo a distribuição de pesos e forças de maneira mais elaborada.

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TÉCNICAS VISUAIS

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REGULARIDADE Distribuição uniformidade de elementos, apresentando uma maneira constante e invariável.


Inclui elementos inesperados, variando e quebrando a repetição de padrões ao longo da imagem

IRREGULARIDADE

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TÉCNICAS VISUAIS

Uma técnica visual que envolve a imediatez e a uniformidade da forma elementar, livre de complicações ou elaborações secundárias

SIMPLICIDADE 39


COMPLEXIDADE

Presença de múltiplos elementos da linguagem visual, com relações mais elaboradas entre si.

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UNIDADE

TÉCNICAS VISUAIS

Os elementos componentes formam uma totalidade percebida de imediato pelo observador

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FRAGMENTAÇÃO A decomposição dos elementos e unidades em partes separadas, que se relacionam entre si mas conservam seu caráter individual.

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ENTREVISTA

BATE-PAPO

“Saiba manusear as ferramentas: isso é o básico e não te torna designer por si só”

HENRIQUE DAVIES Qual a sua formação acadêmica?

Quais empresas você já trabalhou?

Publicidade e Propaganda

6 meses em uma empresa de comunicação visual chamada Full-Sign 2 anos e 4 meses no marketing da Embraer 4 meses na agência de marketing esportivo Centro Avante

A quanto tempo atua na área de design? 3 anos

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O que te inspirou a seguir esta carreira? Quando era mais novo, por volta de 15 ou 16 anos, eu tinha vontade de aprender a mexer no photoshop para poder fazer montagens zoando meus amigos. Aproveitei o que sabia e iniciei a faculdade de PP. Como você vê o designer no mercado? É um profissional pouco valorizado dependendo do local onde for trabalhar. Por muitas vezes tem que sacrificar horas além do período comercial para poder manter seu emprego. Por outro lado, quando o individuo é/fica bom, ele cresce muito e acaba por poder escolher o que e quando fazer. É uma profissão dificil, mas vale a pena pra quem se esforça. Quais são as principais fontes de inspiração para seu trabalho? Trabalhos alheios que busco na internet. Mas principalmente minha bagagem pessoal dentro da minha mente. Coisas que vi no passado. Procuro me inspirar em outros profissionais e em suas maneiras de trabalhar também.

Qual caminho você indicaria para um designer iniciante? Saiba manusear as ferramentas: isso é o básico e não te torna designer por si só. Leia bastante, cultue outras artes e coisas criativas. Repare na criação de outros designers (não só os fodões, os comuns também). Antes de criar qualquer coisa pense no que você quer que essa coisa transmita, em seguida utilize sua mente para criar o projeto com este conceito pré-determinado. Tenha paciência: estudos dizem que para você ser realmente bom em algo, você precisa ter pelo menos 10mil horas trabalhadas neste “algo”. Não pense que você vai sair da faculdade e entrar na África logo de cara. Isso pode até acontecer, mas você tem que ser realmente bom no que faz. Procure começar ao lado de profissionais 10 vezes melhor que você (e reconheça que ele é melhor), e não descole desse cara, você pode e vai aprender muito - pergunte dicas sobre diagramação, cor, tipografia, atalhos e dicas dos softwares, etc. Não saber desenhar não é o fim do mundo, mas faz muita diferença: tente sempre fazer um rough *(rafe) antes de iniciar no pc. Eu não sei ilustrar/desenhar, e isso foi algo que me desmotivou no inicio, mas dá pra dar a volta por cima e buscar outras maneiras de suprir essa necessidade.

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