FUNCEB Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial
Foto: Eliezer Sanchez
A primeira grande obra restaurada pela FUNCEB
Edição comemorativa
www.funceb.org.br
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Editorial
Ao planejarmos a publicação desta revista, tínhamos em mente alguns objetivos. O primeiro deles era tornar públicos os detalhes das conquistas alcançadas pela Fundação Cultural Exército Brasileiro. Como a Fundação realizou muitas obras em setores como comunicação, reforma e restauro, educação e meio ambiente, tal publicação foi, desde o início, um desafio: resumir, em quarenta páginas, um pouco de sua grandiosa história. Não poderia ser diferente. Criada com o apoio do Exército Brasileiro, a Fundação sempre trabalhou em conformidade com essa Instituição, honrando seus valores e cultivando o patriotismo, valorizando nosso país, nossa cultura, nosso patrimônio. Por isso, o segundo objetivo da publicação é justamente mostrar a importância de cada uma dessas ações e provar o quanto todos os apoios foram fundamentais para as realizações do período. Que o Exército Brasileiro é uma Instituição fundamental não apenas na defesa de nosso país, mas em nossa história, todos já sabem. O que a FUNCEB busca hoje, com essa revista e com as suas ações, é encontrar apoios que garantam a continuidade de todos esses projetos e permitam a realização de muitas obras que beneficiem civis, militares e toda a cultura nacional. Boa leitura!
Expediente Diretoria Flávio Antônio Artur Oscar Alcides Corrêa - Presidente Synésio Scofano Fernandes - Vice-Presidente Juarez Genial - Diretor Executivo Ivan Cosme de Oliveira Pinheiro - Diretor de Planejamento Daniela Lobão de Carvalho - Diretora Jurídica Leandro Souza de Alcantara - Diretor Financeiro Paulo Sergio Miguel - Diretor Administrativo Superintendência José Roberto Pinto Bastos Gustavo Adolfo Torres Marques Douglas Percival Blacker de Andrade Mário Jorge Lopes de Carvalho Paulo Roberto Rodrigues Teixeira Ivanhoé de Oliveira Rocha Alvaro Luis Sarkis da Silva Hedel Fayad Conselho de Curadores Waldyr Siqueira – Presidente Roberto Duailibi Aluizio Rebello de Araujo Joubert de Oliveira Brízida Antonio Carlos Camargo da Silva Prado Álvaro Augusto Alves Pinto Antonio Hamilton Martins Mourão Carlos Alberto Neiva Barcellos Eduardo José Barbosa Eduardo Scalzilli Pantoja Klepler Santos de Oliveira Bastos Jefferson Lages dos Santos Conselho Técnico-Consultivo Jorge Alves de Carvalho – Presidente Hedel Fayad Cyro Ilídio Corrêa de Oliveira Lyra Antonio Fernandes Franceschi Esther Caldas Bertoletti Arno Wehling Beatriz Mendes Gonçalves P. Camargo Marcos Arbaitman Elcio Rogerio Secomandi Alencar Burti Antonio Carlos Morgado de Castro Sérgio Roberto Dentino Morgado Alexandre José Perissinotto Jorge Vasconcellos Branco Antônio Caio Chaves Franco Conselho Fiscal James Pereira Rosas – Presidente Humberto Bezerra José Ribamar Gonçalves Gomes Márcio Tadeu Bettega Bergo Projeto gráfico e diagramação dec8 - agência de comunicação Impressão Vox Editora
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Foto: Gustavo Carneiro de Oliveira
Sumário
12 do Presidente 6 Mensagem Flávio Corrêa Diferença que Algumas Palavras Fazem 7 ARoberto Duailibi 8 A História da Fundação
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10 aos Mortos da Segunda Guerra Mundial Monumento Nacional
12 Igreja do Bom Jesus da Coluna 16 Fortaleza de Santa Cruz Anos da FUNCEB 20 13General Synésio 22 Pantheon de Caxias 24 Outros Restauros
Foto: Luciano Andrade Alves
27 Projetos em Comunicação 28 Projeto Rondon FUNCEB 13 Anos 30 General Joubert Sucesso! 31 General Albuquerque 32 Projetos Educativos Feliz Aniversário, FUNCEB! 34 General Enzo Martins Peri 36 Programa Mecenas 38 Livros FUNCEB 40 Banda Sinfônica do Exército
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Mensagem do Presidente
Flávio Corrêa
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embro-me como se fosse hoje do meu emocionado discurso de posse como primeiro presidente, há 13 anos: “A FUNCEB nasce para fazer história através da história, porque a história do Brasil se confunde com a história do Exército Brasileiro”. Passados 13 anos, vejo com imensa alegria que a missão está sendo cumprida: restauração do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, criação do Museu Conde de Linhares (o segundo museu mais visitado do Rio de Janeiro), importantes trabalhos no Parque Histórico Nacional de Guararapes (berço do Exército), restaurações nas Fortalezas de Santa Cruz, no Forte São Diogo, no Forte do Brum, no Pantheon de Caxias, os projetos Rondon, Soldado Cidadão, Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável, a História Oral da Segunda Guerra Mundial, as publicações “Segurança Internacional: Perspectivas Brasileiras”, “Cadernetas de Rondon”, “Muralhas de Pedra, Canhões de Bronze, Homens de Ferro”, a Rádio Verde-Oliva, a Revista DaCultura, o Informativo FUNCEB, o site www.funceb.org.br e a criação da Banda
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Sinfônica do Exército Brasileiro, cujos detalhes estão descritos nesta publicação especial, são alguns dos principais exemplos da profícua atuação da nossa entidade em busca da consecução dos seus objetivos, entre os quais se incluía, desde o início, uma aproximação cada vez maior entre a sociedade civil e a militar. Agora adolescente, a FUNCEB se lança, com vigor redobrado, na realização de outros empreendimentos que fazem parte do seu planejamento estratégico, alguns já em curso e em fase final de acabamento, como a restauração da Casa Rosa (Palacete da Babilônia – Colégio Militar do Rio de Janeiro) e do Espaço Cultural Exército Brasileiro (Escola Preparatória de Cadetes – Campinas), a continuidade das publicações da obra “Fortificações Brasileiras”, o projeto Nossa Bandeira – Escola de Civismo (kit cívico a ser distribuído para duas mil escolas por ano), além, é claro, da manutenção, aprimoramento e continuidade dos projetos permanentes. E outros mais que se encontram numa fase preliminar de análise, como a restauração do Monumento a Duque de Caxias (maior estátua equestre do mundo – Praça Princesa Isabel – São Paulo), de cuja relevância e magnitude a sociedade brasileira certamente se beneficiará. Para que tudo isso se torne realidade, é necessário o apoio da iniciativa privada e de órgãos públicos, conscientes que estamos, hoje mais do que nunca, de que a construção da nação forte e socialmente justa que todos almejamos passa, também e necessariamente, pela preservação e desfrute do seu patrimônio histórico e cultural. Fica aqui este chamamento, este apelo, pois na História do Exército está a grandeza do Brasil.
Coluna - Roberto Duailibi
Roberto Duailibi
A diferença que algumas palavras fazem
A nova marca da FUNCEB
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ormalmente, as unidades do Exército se expressam através de brasões. A tradição acabou se transformando numa forma de disciplina visual, daí uma unidade. E foi bom. Marcas, logotipos, slogans, na vida comercial, são fruto de uma decisão firme e autoritária, mas, antes que sejam adotados, são objeto de muita discussão e, atualmente, de exaustivas e caras pesquisas. Qualquer que seja o nome ou o objetivo, as possibilidades gráficas são infinitas, e, numa decisão que se baseia muito na subjetividade, essas decisões são sempre discutíveis. Assim, a adoção de brasões veio resolver um problema, mas com o tempo, acabou ficando excessivamente associada às Armas. Mesmo tendo um brasão criado pela secção própria no Exército, a FUNCEB resolveu adotar uma marca que dissesse claramente que a Fundação é uma Sociedade Civil, e não uma “parte” do Exército. Isso começa com o nome Fundação Cultural Exército Brasileiro, e não DO Exército Brasileiro. Depois, deixar claro
que é uma SOCIEDADE CIVIL, que tem de prover seus próprios recursos. Graficamente, a guarita de um forte remete à defesa do território, espaço que o Exército não apenas ajudou a construir, mas, através dos séculos, forjou com vidas e sacrifícios. Mais tarde veio a introdução de um slogan, recurso necessário e amplamente usado em comunicação comercial, social, religiosa, política e eleitoral. A palavra “slogan” tem uma origem militar celta e significa “grito de guerra”. Como se falava muito em “memória”, a escolha foi “Na Memória do Exército, a Grandeza do Brasil”. Recentemente, por sugestão de um dos conselheiros, decidiu-se uma pequena modificação no slogan, que passou a ser “Na História do Exército, a Grandeza do Brasil”. A palavra “história” reforça tudo de concreto que o Exército Brasileiro vem fazendo para consolidar não apenas nosso território, mas nossa cultura e nosso papel como nação. A diferença que algumas palavras fazem pode mudar tudo. A Fundação está aqui para isso, exatamente. Ajudando a preservar o enorme acervo cultural do Exército, acumulado durante séculos. E sem pedir agradecimentos, lembra que não apenas a grandeza territorial é obra, em grande parte, do Exército, mas também a grandeza de liberdade de que o país desfruta teve, em todos os momentos, a participação do Exército e das criaturas humanas que o compõem. revista funceb
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Foto: Amir de Jesus Cury
Nossa hist贸ria
Pal谩cio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste e sede da FUNCEB no Rio de Janeiro
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a história da fundação
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m março de 2000, um grupo de empresários uniu-se em torno de um objetivo: somar forças para valorizar e divulgar o patrimônio e a cultura do Exército Brasileiro. A proposta logo obteve o apoio do Comando do Exército e assim teve início a FUNCEB – Fundação Cultural Exército Brasileiro. Como uma entidade civil sem fins lucrativos, a FUNCEB estaria apta para desenvolver projetos e buscar recursos na iniciativa pública e privada a fim de realizar obras importantes, que ajudassem a recuperar o rico patrimônico histórico e cultural do Exército, disseminado por todo o espaço territorial brasileiro. Todo esse patrimônio, representado por inúmeros fortes, fortalezas, sítios históricos, bibliotecas, documentos, museus, monumentos, armas, equipamentos e obras de arte, constitui referência de grande importância para a história da sociedade brasileira. Desde seu início, a Fundação estabeleceu metas ambiciosas. O objetivo de suas atividades nas mais diversas áreas é: • Atender às atividades de natureza cultural, educacional, de comunicação social, de preservação do meio ambiente e de assistência social desenvolvidas pelo Exército Brasileiro.
• Promover os valores centrais das Instituições Militares Brasileiras. • Promover o inter-relacionamento entre militares, suas famílias e os diferentes segmentos da sociedade em geral, por intermédio de projetos e atividades cívicas e culturais. Para alcançar esses objetivos, diversos projetos foram realizados, nas áreas de educação, meio ambiente, cidadania, restauro e comunicação. Foram executados projetos grandiosos, como a reforma e o restauro do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, a retomada do Projeto Rondon, a qualificação dos soldados no programa Soldado Cidadão. Já em seus cinco primeiros anos de existência, a FUNCEB beneficiou, com suas ações, mais de três milhões de pessoas. E suas metas não param. Com um time composto por diretores, conselheiros, superintendentes e assessores altamente qualificados e comprometidos, a cada ano surgem novos projetos, novos desafios, novos apoiadores. Ao longo das próximas páginas, conheça as nossas realizações e entenda como os nossos projetos beneficiam civis e militares. Saiba também como participar e apoiar projetos futuros. revista funceb
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Inaugurado em 1960, o Monumento ocupa uma área de 10 mil m2 e homenageia os 468 soldados brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial.
Foto: Ricardo Silva Aleixo
Foto: Luciano Caetano
Restauro
Escultura de metal em homenagem à FAB, do arquiteto e escultor Julio Catelli Filho
Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial Parte do conjunto paisagístico do Parque do Flamengo, o Monumento, tombado pelo IPHAN, foi a primeira grande obra restaurada pela FUNCEB.
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Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, popularmente conhecido como Monumento aos Pracinhas, foi inaugurado em 1960 para abrigar os restos mortais dos soldados brasileiros mortos na Segunda Guerra que, à época do conflito, haviam sido depositados no Cemitério de Pistóia, na Itália, e onde, até então, se encontravam. Assim, a construção, erguida em memória aos 468 soldados que tombaram na Itália, é um verdadeiro mausoléu que possui guardados em seu subsolo os restos mortais desses soldados. O monumento, projetado pelos arquitetos Marcos Konder Netto e Hélio Ribas Marinho, localiza-se no Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro.
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O conjunto é integrado por três obras: • Uma escultura de metal de autoria de Júlio Catelli Filho, homenageando a Força Aérea Brasileira (FAB). • Três esculturas dos soldados em granito de autoria de Alfredo Ceschiatti, homenageando os pracinhas. • Um painel de azulejos de autoria de Anísio Medeiros, lembrando os fatos da guerra e homenageando os mortos (civis e militares) no mar, datado de 1959. O Monumento, que faz parte do conjunto paisagístico do Parque do Flamengo, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), é guardado por militares das Forças Singulares: Marinha, Exército e Aeronáutica. Este revezamento é feito, de forma festiva, no 1º domingo de
Foto: Marcio Alves Godinho
Escultura de metal em homenagem à FAB, do arquiteto e escultor Julio Catelli Filho
Com cinco metros de altura, a escultura de Alfredo Ceschiatti é uma homagenagem às três Forças Armadas, representadas por um marinheiro, um soldado e um aviador.
junho, agosto e outubro, meses de comemoração do “Dia do Marinheiro”, do “Dia do Soldado” e do “Dia do Aviador”. Além de cerimônias militares, ele também é palco de diversas celebrações populares, como as missas rezadas pelo Papa João Paulo II em suas duas vindas à cidade, em 1982 e 1998.
Reforma Construído em área de aterro e sobre lençol freático, o Monumento sofreu reflexos de acomodações do solo e corrosão provocada pela proximidade do mar. Com infiltrações em suas extensas áreas livres, problemas nas instalações elétricas e hidráulicas, no sistema de ar condicionado, suas obras de arte, seus revestimentos externos e internos e outras partes desgastadas exigiam uma reforma completa. Para recuperar esse patrimônio, a FUNCEB desenvolveu um projeto para a restauração integral do Monumento com base nos problemas de engenharia e arquitetura que foram levantados pela Comissão Regional de Obras da 1ª Região Militar e pela então Diretoria de Assuntos Culturais, atual Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército. A Fundação Ricardo Franco foi chamada para fazer o projeto básico de reparação e restauração.
A Fundação Cultural Exército Brasileiro gerenciou a reforma geral, além de captar os recursos necessários para a execução das obras. A concepção para a restauração do conjunto arquitetônico contou, também, com a colaboração de diversos profissionais especializados, já que o Monumento está inserido no tombamento do Parque do Flamengo, o que exige tratamento e intervenções sob a supervisão do IPHAN. As obras contaram ainda com a importante ajuda do arquiteto que projetou o Monumento, Marcos Konder Netto, na orientação de alguns trabalhos, que envolveram desde a plataforma até o mausoléu. No museu foi feita uma nova exposição do acervo pertencente ao Monumento, a fim de mostrar a participação do Exército Brasileiro na Segunda Guerra Mundial. Os recursos financeiros para a restauração do Monumento foram obtidos com o apoio do Fundo da Cultura do Ministério da Cultura, da Petrobras S/A, BR Distribuidora, Banco Itaú, Phillips do Brasil, da FIRJAN e da Prefeitura do Rio de Janeiro. O Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial foi reinaugurado no dia 28 de novembro de 2001. revista funceb
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Restauro
Igreja do Bom Jesus da Coluna
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Ilha do Bom Jesus, uma das nove que, aterradas, formam a cidade universitária, já teve ilustres visitantes: desde os membros da Família Real até o Presidente da República Washington Luís. A Igreja do Bom Jesus da Coluna, construída no início do século XVIII, durante anos ditou a vida social da ilha. O prédio representa a arquitetura e a arte sacra do Brasil Colônia. O local recebia visitas frequentes da Família Real portuguesa, e Dom João era um dos seus maiores admiradores. Ele participava de eventos na ilha, especialmente da festa de São Francisco de Assis, realizada em outubro. A igreja foi construída com blocos de pedra que chegam a ter 80 centímetros de largura e há uma série de detalhes. O templo possui também um altar de oito metros de altura. Situada numa colina ao lado da baía de Guanabara, a igreja foi fundada por franciscanos, mas posteriormente a ilha foi comprada pelo Império. Ao lado da igreja, os franciscanos ergueram um convento. Do antigo prédio, restaram apenas as pedras da fundação.
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Fachada da igreja no dia de sua reinauguração em 2008
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Rica em detalhes, a igreja foi construída no século XVII
O restauro permitiu que a igreja fosse reaberta ao público
Toda a estrutura foi reformada, garantido segurança ao patrimônio histórico
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Em 1852, os dois imóveis foram cedidos, por decisão da Princesa Isabel, a irmãs da congregação do Sagrado Coração de Maria. No período em que estiveram lá, as religiosas fundaram um estabelecimento de ensino. Logo em seguida, após nove delas morrerem de febre amarela durante um dos surtos da doença no Rio, a igreja passou para os militares. Tombada pelo IPHAN em 1964, a igreja encontrava-se em péssimo estado de conservação, com cerca de 80% da sua estrutura danificada. Por isso, a FUNCEB criou um projeto para o seu restauro. Em parceria com a Escola de Belas Artes da UFRJ e sob a supervisão do IPHAN, a estrutura foi reforçada, foram trocadas a cobertura, as esquadrias, pisos, forros e elementos pétreos, além de ser feita a modernização das instalações elétricas e hidráulicas. Também os altares, móveis e ornatos receberam nova pintura a ouro. Durante a restauração da igreja, foram feitas algumas descobertas, como a inscrição 1703 no portal da igreja, uma das supostas datas de fundação do templo.
Os altares, móveis e ornatos receberam nova pintura a ouro
Um arco, que dava passagem para a nave da igreja, também apareceu com a obra. Debaixo do altar, há uma lápide onde foram colocados os restos mortais dos proprietários da Ilha do Bom Jesus. Dez imagens da igreja foram levadas para o Forte de Copacabana, por medida de segurança, para serem restauradas. Além da restauração, coordenada por Paula Rocha, ex-aluna da EBA, o forte abriga o curso de extensão de Auxiliar de Restauração em Madeira, coordenado pelo professor da EBA, Carlos Terra. “O Exército propôs que a escola participasse da restauração, oferecendo um curso de extensão, ou seja, aberto à comunidade, do qual também fariam parte alguns militares. O Exército tem vários museus e, assim, passaria a ter pessoas capazes de auxiliar na conservação das obras de arte”, contou Terra. A parceria também previu a participação de estudantes bolsistas da Escola de Belas Artes. Dessa forma, o curso foi composto por oito soldados, cinco bolsistas e cerca de dezessete pessoas da comunida-
de que aprenderam a teoria e a prática da restauração em madeira. Todo o processo de restauro foi complexo e extremamente cuidadoso. “Quando vi o estado de conservação das imagens, era notório que elas sofreram ataques violentíssimos de cupim que, ao longo do tempo, formaram galerias, espaços vazios nas peças. O que sobrou foi a policromia, a tinta das imagens, já que o cupim não come tinta. Quando tocávamos nas peças, abriam-se buracos”, contou Paula. Outra constatação feita pelos restauradores é de que as imagens sofreram muitas camadas de pintura. Hoje já é possível ver a policromia da época, mas foram encontradas cerca de cinco camadas de pintura. “Isso criava uma camada grossa que prejudicava a sutileza do entalhe. O restauro recuperou a riqueza do entalhe que não era perceptível no seu todo”. Em 2008, com a conclusão das obras de restauro que tiveram o patrocínio do BNDES, a igreja foi reinaugurada e reaberta ao público. revista funceb
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Restauro
Fotos: Amir de Jesus Cury
Vista aérea da Fortaleza de Santa Cruz
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Uma das mais complexas estruturas de defesa da Baía de Guanabara, construída no século XVI
Fortaleza de santa cruz
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ma das mais antigas e importantes da Baía de Guanabara e uma das mais belas do litoral brasileiro, a Fortaleza de Santa Cruz, localizada em Jurujuba, Niterói, teve início, segundo alguns historiadores, no ano de 1555, improvisada ali pelo francês Villegaignon para a defesa da França Antártica. Tomada em 1567 por Mem de Sá, passou a se chamar Nossa Senhora da Guia e se transformou no principal ponto de defesa da Baía da Guanabara, que em 1599 sofreu o primeiro ataque de piratas holandeses. Gilberto Ferrez, em seu livro sobre as fortificações do Rio de Janeiro, menciona ainda que o forte na barra teria repelido quatro navios franceses em 1580 e 1581. Só em 1632, após passar por ampla reforma, passou a se chamar Fortaleza de Santa Cruz da Barra. Teve importantes participações na defesa da entrada da barra do Rio de Janeiro, mas sofreu derrota na batalha contra a esquadra francesa de René Duguay-Trouin, que conseguiu invadir a baía. No século XIX, a fortaleza contava com três andares. Ao longo do século foram construídas diversas baterias baixas em outros pontos do forte. Nessa época, Santa Cruz chegou a contar com 111 canhões. Na época da Questão Christie, foi instituída uma Comissão de Melhoramentos que conferiu à Fortaleza de Santa Cruz especial atenção ao confirmar-lhe o papel de principal fortificação do Império. Nesse momento, Santa Cruz passou a abrigar o 1º Batalhão de Artilharia a Pé, contando com guarnição em permanente estado de prontidão composta de artilheiros especializados em defesa costeira. revista funceb
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As masmorras causam pavor aos visitantes até hoje
No período Republicano, um acontecimento marcante foi a “Revolta da Armada” em 1893, quando a fortaleza foi requisitada pelo Governo Constitucional para reprimir e conter navios revoltosos e outros fortes insurgentes. Em 1922, atirou contra o Forte de Copacabana e os encouraçados Minas Gerais e São Paulo na ocasião da “Revolta Tenentista”. Com uma área construída de 7.153 metros quadrados, na fortaleza podem ser identificados três períodos de arquitetura militar: o primeiro, do século XVII, com trechos das muralhas primitivas, a chamada Cova da Onça, as cumuas (sanitários) e a Capela de Santa Bárbara; o segundo, caracterizado pela reconstrução do século XVIII, em que se destacam trechos das muralhas, as guaritas, as celas dos calabouços e a cisterna inaugurada em 1738; o terceiro, da segunda metade do século XIX, representado pelo Salão de Pedras (Paiol de Munição), pelos pátios, galerias e baterias guarnecidas por canhões.
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Foto: Luiz Claudio Machado de Santana
Fotos: Geraldo Joaquim do Nascimento
Salão de Pedra, antigo Paiol
Bateria de Canhões, com vista precisa para a Baía de Guanabara
Personagens importantes da história do Brasil estiveram presos na Fortaleza de Santa Cruz, dentre eles Tiradentes; Bento Gonçalves; Giuseppe Garibaldi; Plínio Salgado; José Bonifácio; Euclides da Cunha; o Capitão Juarez Távora e o Brigadeiro Eduardo Gomes. Em 1942, foi construída a estrada Eurico Gaspar Dutra sobre a rocha, permitindo assim o acesso por terra. Do ponto de vista da história das fortificações, a Fortaleza de Santa Cruz da Barra é uma das mais complexas do Rio de Janeiro. Em 1955, foi efetuado o último disparo dos canhões da Fortaleza contra o cruzador da Marinha brasileira Almirante Tamandaré, que tentava sair do Rio de Janeiro com o Presidente Carlos Luz em direção à cidade de Santos para instaurar em São Paulo um governo de resistência, contrário à posse do então Presidente eleito Juscelino Kubitschek.
A Fortaleza hoje Atualmente, as instalações da Fortaleza de Santa Cruz da Barra abrigam o Comando da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Exército e sua Bateria Comando (Artilharia Divisionária Cordeiro de Farias), Grande Comando Operacional de Artilharia que, inclusive, participou dos combates na Segunda Guerra Mundial. Com uma vista privilegiada da Baía de Guanabara, a Fortaleza tornou-se um ponto turístico importante, recebendo aproximadamente 100 mil visitantes por ano, ou seja, é uma das atrações mais visitadas do Estado do Rio de Janeiro, servindo também como cenário para produções de TV e do cinema. Tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1939, a Fortaleza de Santa Cruz atrai turistas interessados em conhecer as curiosidades do local, suas belezas naturais e arquitetônicas. Muralhas, canhões, rochedos e o mar podem ser contemplados pelos visitantes, que inseridos nas construções centenárias, podem se transportar a momentos importantes da história brasileira. Para garantir a preservação desse patrimônio histórico e cultural e garantir que parte importante da nossa história
A Capela de Santa Bárbara atrai turistas por suas lendas
continue à disposição de todos os brasileiros, a Fundação Cultural Exército Brasileiro promoveu obras de restauro na Fortaleza de Santa Cruz. Com projeto aprovado pela Lei Rouanet e patrocínio do BNDES, as telhas foram substituídas, o emboço (primeira camada de argamassa, que serve de base ao reboco) foi recuperado, as lajes do Pavilhão de Comando e do Salão de Pedra foram impermeabilizadas e a fortaleza recebeu nova pintura externa. Entretanto, segundo a Fundação Cultural Exército Brasileiro, a principal obra realizada foi a implantação do esgotamento sanitário que, através de filtros, garante que as águas da baía fiquem livres da qualquer poluição. As obras foram entregues numa cerimônia realizada no dia 28 de dezembro de 2003.
Serviço: Estrada Eurico Gaspar Dutra, s/nº Jurujuba – Niterói - RJ Tels.: (21) 3611-1209 / 2710-2354 / 2711-0725 Funcionamento: terça a domingo (e feriados), das 9h às 17h.
Com sua história e localização privilegiada, a capela é palco de casamentos e missas mensais
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Artigo - General Synésio
13 Anos
da FUNCEB
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s conjecturas iniciais sobre a criação da Fundação Cultural Exército Brasileiro (FUNCEB) surgiram da necessidade de existir um suporte institucional para abrigar uma rádio de difusão de notícias, informações e acontecimentos sobre o Exército Brasileiro. Esse objetivo inicial logo se ampliou e modificou-se como consequência da reflexão sobre as motivações que impulsionavam os trabalhos preliminares em andamento. A oportunidade que se apresentava era, na verdade, singular: a conjuntura, o interesse das estruturas decisórias, a total liberdade para conceber algo realmente
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novo constituíam-se em fatores extremamente positivos. A Fundação Cultural Exército Brasileiro (e não do Exército Brasileiro) surgiu como uma entidade autônoma (de personalidade jurídica privada), mas nominal e estruturalmente ligada ao Exército. Acredito que tenha sido essa configuração que favoreceu e possibilitou reunir, em torno de um ideal, tantas personalidades consagradas no mundo cultural e empresarial e militares brasileiros. Todos na FUNCEB, civis e militares, creem contribuir para a preservação e a difusão do patrimônio cultural, material e imaterial, do Exército. Essa crença pressupõe o
General Synésio
entendimento claro do papel fundamental que o Exército desempenha na construção do Brasil, desde a posse e a manutenção do território brasileiro até a preservação dos nossos valores mais centrais. Portanto, a nossa Fundação surgiu dessa percepção de grandeza e importância permanente da Instituição que lhe dá o nome e o sentido de sua existência. Nesse destino, congrega civis e militares que lhe emprestam graciosamente os seus tempos e os seus saberes. Os feitos da FUNCEB já são incontáveis em diferentes áreas: preservação do patrimônio material, educação, produção bibliográfica, música, pesquisa histórica, preservação ambiental, radiodifusão, entre tantas outras.
Nessa oportunidade, apenas para não deixar que se apague no tempo, gostaria de realçar o papel decisivo da FUNCEB na retomada do Projeto Rondon e no lançamento do Projeto Soldado Cidadão. As iniciativas junto à Associação de Rondonistas e a autoridades governamentais, tendo em vista a preservação do nome de Rondon, bem como a manutenção dos elementos essenciais do Projeto nessa nova fase, foram todas iniciativas da FUNCEB, que, posteriormente, passou a contar com a cooperação do Departamento de Organização e Legislação (DEORG) do Ministério da Defesa. Após o término da primeira expedição do Projeto, nessa nova fase, convidou-se o então Presidente da UNE, Gustavo Petra, para participar, como observador, da segunda expedição, o que motivou a integração da UNE no Projeto. Já o Projeto Soldado Cidadão resultou de uma parceria da FUNCEB com o Instituto de Professores Públicos e Particulares (IPPP). Posteriormente, o Sistema “S” passou a participar da iniciativa e, em seguida, devido às dimensões alcançadas, o Ministério da Defesa, por intermédio do DEORG, começou a assumir a coordenação desse Projeto. O registro desses acontecimentos torna-se necessário no momento em que nossa Fundação completa treze anos de existência. É uma demonstração de respeito e reconhecimento aos inúmeros construtores da FUNCEB.
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Reforma
Pantheon de Caxias
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naugurado em 25 de agosto de 1949, o Pantheon de Caxias é uma espécie de mausoléu destinado a abrigar os restos mortais do patrono do Exército Brasileiro, o Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, e de sua esposa, transladados do cemitério do Catumbi. Localizado na Praça da República, em frente ao Palácio Duque de Caxias, o Monumento abriga alguns objetos do Marechal, como o sabre que recebera pela vitória na Guerra do Paraguai, lápides e insígnias, bem como uma coroa ducal feita nos anos 1950. O Pantheon também apresenta a biografia do Marechal. A estátua equestre do Duque de Caxias foi inaugurada em 15 de agosto de 1889 no Largo do Machado, tendo sido tranferida para a frente do Ministério do Exército na mesma época em que
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se concluia o novo edifício. Feita em bronze, é de autoria de Rodolfo Bernardelli e foi fundida nas oficinas Thiebot em Paris. Apresenta dois baixos-relevos no pedestal de granito de carandaú: a tomada da ponte de Itororó e a entrada do Exército em Assunção. Em cima do pedestal vemos o duque a cavalo, em grande uniforme de Marechal; tem na mão direita um binóculo e está em atitude de observação. Biografia - Duque de Caxias chefiou as forças brasileiras na Guerra do Paraguai e recebeu do Imperador Dom Pedro II o maior título de nobreza dado a um brasileiro. É declarado cadete aos 5 anos. Em 1823, com apenas 20 anos, participa da campanha pelo reconhecimento da independência na Bahia como tenente. Promovido a capitão, conduz a linha de frente brasileira na Guerra da Cisplatina
Monumento guarda parte da história do Patrono do Exército Brasileiro
em 1825. É nomeado Major e comanda o Batalhão do Imperador, até 1831. Em 1840, combate os focos de resistência ao governo central no Maranhão e no Piauí. Em recompensa pela pacificação das duas províncias, é elevado ao posto de brigadeiro e recebe o título de barão de Caxias. Como comandante das Armas da Corte, reprime a Revolução Liberal de 1842 em São Paulo e em Minas Gerais e dirige as tropas imperiais contra a Revolta dos Farrapos. Em 1845, Dom Pedro II o indica para o Senado pelo Rio Grande do Sul. Lidera as tropas do Exército nas guerras platinas em 1851 e exerce, depois, a Presidência da
província gaúcha. Em 1866, comanda as forças brasileiras na Guerra do Paraguai e conquista Assunção em 1869.
Reforma Em 2003, na comemoração do bicentenário do Duque de Caxias, a FUNCEB reformou o Monumento. A ação contou com o patrocínio do Unibanco.
Serviço: Av. Presidente Vargas (em frente ao Palácio Duque de Caxias), Centro. A visitação ao monumento, gratuita, pode ser realizada de terça a sexta-feira. Informações e agendamentos: (21) 2222-0126
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Restauro
Foto: Esmeraldo R. Souza
outros restauros
O Forte de São Diogo foi fundamental na defesa da Baía de Todos os Santos Após o restauro, o forte recebe diversas programações culturais
Edificado provavelmente entre 1626 e 1635, o Forte de São Diogo está localizado na Baía de Todos os Santos e sua construção, assim como a do Forte de Santa Maria, foi resultado da primeira invasão dos holandeses. Em 2002, com o patrocínio da Petrobras, a FUNCEB concluiu as obras de restauro no forte, que tiveram como objetivo revitalizar suas instalações. Atualmente, o Forte de São Diogo é administrado pelo Exército e está aberto à visitação pública, abrigando um centro de lazer, com variada programação cultural.
Foto: Ricardo Siqueira
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Forte de São Diogo
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Parque Histórico Nacional dos Guararapes O Parque Histórico Nacional dos Guararapes, localizado no Município de Jaboatão dos Guararapes (região metropolitana de Recife-PE), foi criado em 1971 e abrange uma área de 224,40 hectares. Em seu interior, estão localizados os Montes Guararapes, tombados em 1965 pelo Presidente Castelo Branco, que foram palco de um dos mais importantes episódios da História do Brasil: as Batalhas dos Guararapes. Os Montes Guararapes testemunharam a vitoriosa luta contra a dominação holandesa no Nordeste e o surgimento da manifestação do sentimento de pátria pela união de portugueses, brasileiros, negros e índios contra o invasor do solo brasileiro. Aí foram travadas duas batalhas: a primeira em 19 de abril de 1648 e a segunda em 19 de fevereiro de 1649. Nesta última ocasião, abriu-se caminho para a capitulação definitiva do invasor e sua saída do Brasil em 1654, após assinatura da rendição na Campina do Taborda, em 26 de janeiro de 1654, pondo fim a 30 anos de guerra contra a Holanda.
A Fundação Cultural Exército Brasileiro (FUNCEB), no ano de 2004, acolhendo a iniciativa do Comando Militar do Nordeste (CMNE) que, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), estabeleceu o Plano de Revitalização do Parque Histórico Nacional dos Guararapes, elaborou e submeteu à aprovação do Ministério da Cultura o Projeto Cultural “Parque Histórico Nacional dos Guararapes”. O Módulo 1 prevê a construção de um complexo arquitetônico, no Morro do Oitizeiro, composto de um museu, um auditório e um restaurante. O Módulo 2, concluído em 2006, destinou-se a dotar o Parque Histórico Nacional dos Guararapes de uma sede para a sua administração, de um novo mirante e um estacionamento. O projeto contou com patrocínio da BASF S/A. O Plano de Revitalização do parque prevê, ainda, o seu reflorestamento e projetos paisagísticos e de sustentabilidade.
Foto: LLuiz Antonio
Parque Histórico Nacional dos Guararapes: cenário da fundação do Exército Brasileiro
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Foto: Paulo Camelo
Forte do Brum, com destaque para o portal construído no século XVII e restaurado pela FUNCEB
Forte do Brum O Forte do Brum é uma construção histórica que desempenhou papel estratégico na defesa do território brasileiro contra as invasões holandesas. Em 1629, Matias de Albuquerque chegou a Recife com esta missão, tendo em vista as tentativas dos holandeses de conquistarem o território. O forte, que posteriormente seria conhecido pelos luso-brasileiros como Forte do Brum, deve seu nome ao chefe do Conselho Político Holandês, Johan de Bruyne. Em 1667, o então Governador Bernardo de Miranda Henriques solicitou ao Rei permissão para restaurar o Forte do Brum, reconhecendo o seu valor estratégico para a defesa da cidade. A reconstrução foi concluída em 1690, prosseguindo as obras complementares até 1715. Passados os anos, a partir de 1987, o forte foi transformado em Museu Militar,
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acolhendo até hoje em seu interior precioso acervo. Desde então, vem recebendo apoio de todos os segmentos culturais, nacionais e estrangeiros, transformandose num atrativo para turistas, pesquisadores, arqueólogos e valorizando a memória do país. Para preservar e valorizar o Forte do Brum, patrimônio histórico da cidade de Recife, a FUNCEB restaurou seu portal de modo a recuperar as características arquitetônicas originais quando da sua instalação, no século XVII. O projeto, amparado pela Lei Rouanet, foi patrocinado pelas empresas Usiminas e Klabin S/A. Os trabalhos de restauro foram desenvolvidos dentro das orientações e normas estabelecidas pelo IPHAN, além das recomendações adotadas pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), Comitê Brasil, e demais órgãos de preservação das esferas estadual e municipal.
Publicações
Projetos em Comunicação
T
ão importante quanto garantir a preservação do patrimônio material e imaterial do Exército Brasileiro é divulgá-lo. Com essa consciência, a FUNCEB criou canais de contato com diferentes públicos, de maneira a prestar contas de suas atividades, assim como valorizar a história e a cultura do Exército. Conheça-os:
Informativo Com a periodicidade quadrimestral, o informativo FUNCEB é distribuído gratuitamente para Organizações Militares, empresas, entidades do segmento cultural, personalidades, participantes doadores etc. Com esmerada apresentação visual, conta em quatro páginas os principais eventos e realizações da Fundação e de sua equipe no trimestre.
Revista DaCultura Com vinte edições já publicadas, a Revista DaCultura possui circulação nacional, com tiragem média de 15 mil exemplares e distribuição gratuita. Traz artigos e pesquisas inéditas sobre a cultura do Exército Brasileiro, destacando, em cada edição, um forte ou fortaleza. Com grande valor documental, a Revista traz informações históricas detalhadas, além de fotos, mapas e muitas informações úteis para civis e militares.
Rádio Verde-Oliva A primeira emissora de rádio militar do Brasil foi criada pela FUNCEB em 2002.
A Rádio Verde-Oliva FM tem uma programação que promove os valores cívicos e culturais do Brasil. Nesse contexto, a MPB é prioridade, mas também são apresentados programas educativos, notícias nacionais e internacionais e serviços de utilidade pública. Em seus dez anos de existência, a Verde -Oliva FM consolidou-se como um importante veículo de comunicação do Exército Brasileiro. Atualmente seu sinal é captado em todo o Distrito Federal e sua programação pode ser ouvida pela internet, ao vivo, em qualquer lugar do mundo.
Portal FUNCEB O Portal FUNCEB (www.funceb.org.br) foi lançado em 2004, com a proposta de unificar as informações sobre a Instituição. Lá estão disponíveis informações sobre os projetos realizados, o histórico da fundação, informações sobre licitações, entre outras notícias institucionais. Em 2008, o portal ganhou uma nova identidade visual e ferramentas adicionais, como as edições digitais da Revista DaCultura e do Informativo, além da agenda da Banda Sinfônica e outras notícias, garantindo mais facilidade no acesso às informações. O portal passou a destacar, também, informações culturais, turísticas e galerias com imagens de importantes museus, fortes e fortalezas, destacando – tanto para civis quanto para militares – a riqueza do patrimônio histórico e cultural do Exército Brasileiro.
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Foto: Divulgação Projeto Rondon
Educação
A união é uma das marcas do Projeto Rondon: a união dos estudantes com a comunidade, na certeza de que esse convívio é enriquecedor para todos
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Projeto Rondon
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nspirado nos princípios consagrados pelo Marechal Rondon, o Projeto Rondon caracteriza-se pelo esforço concertado entre Governo e Instituições de ensino superior pela aliança de estudantes universitários e comunidades em busca de soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável e ampliem o bem-estar comunitário. O Projeto Rondon foi criado em 1967 e durante as décadas de 1970 e 1980 permaneceu em franca atividade, tornando-se conhecido em todo o Brasil. No final dos anos 1980, o Projeto deixou de receber prioridade no Governo Federal, sendo extinto em 1989. Em 2005, já com uma nova roupagem, o Projeto Rondon foi retomado com o apoio da FUNCEB, sendo atribuída a sua coordenação ao Ministério da Defesa, que tem ainda o apoio de prefeituras e Instituições de ensino superior. Com essa união, o Projeto Rondon já levou quase 14 mil universitários voluntários para cerca de 850 municípios. Cada operação dura duas semanas e em cada município atendido há uma equi-
pe formada por 21 pessoas – 16 alunos, 4 professores de duas Instituições de ensino e 1 sargento do Exército. Tratase de um projeto de integração social que objetiva principalmente contribuir para a formação do universitário como cidadão. Os universitários têm a oportunidade de conhecer o país e fazer intervenções, consolidando sua responsabilidade social e coletiva em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais. O projeto tem como foco a troca de experiências entre alunos universitários que estão na fase final de seus cursos e a população local. Enquanto os estudantes apresentam novas tecnologias a fim de contribuir para a saúde, economia e cultura dos cidadãos assistidos, aprendem e vivenciam o que conheciam apenas nos livros. Como a proposta é formar multiplicadores em todas as regiões do país, a expectativa é que o conhecimento gerado (para os universitários e as comunidades) possa promover mudanças nas próximas gerações.
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Artigo - General Joubert
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13anos
General Joubert de Oliveira Brízida
A
Fundação Cultural Exército Brasileiro foi um achado: obra de dois Comandantes do Exército, os Generais de Exército Gleuber, que a criou, e Albuquerque, que a implementou, e inspiração do General Synésio. Desde cedo, ela se tornou um cadinho de cerrada sinergia entre destacados civis, como os doutores Roberto Duailibi, Aluízio Rebello, Flávio Corrêa, Waldir Siqueira, Antonio Carlos da Silva Prado, entre outros, sem esquecer o falecido e sempre pranteado Dr. José Mindlin. Participo da Fundação desde seus primeiros passos em 2000 (ela já é quase uma adolescente), convidado que fui para participar do Conselho de Curadores. Depois, fui eleito vice-presidente até o início de 2010, quando assumi a Presidência.
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A experiência auferida como curador e vice-presidente muito me ajudou a acompanhar os trabalhos e tomar decisões como Presidente, mas para isso contei com a inestimável ajuda da Diretoria Executiva, que teve dois chefes na minha gestão — os Generais Reis e Genial, o atual — que souberam orientar e executar com eficiência as atribuições de seus dedicados auxiliares. Dos diversos projetos conduzidos na minha gestão, destaco a Revista DaCultura, o livro “Muralhas de Pedra, Canhões de Bronze, Homens de Ferro”, o Projeto Soldado Cidadão, o Projeto Rondon, o Projeto Doadores, o livro Cadernetas de Rondon, a restauração do Museu Militar do Forte do Brum e a revitalização e recuperação da Praça Duque de Caxias, em Salvador, entre outros. Atualmente, minhas atividades estão voltadas para a tradução e revisão de livros quase em tempo integral; só delas me afasto para cuidar da família e das atribuições de hoje na FUNCEB, de novo como curador, o que exige uma boa gerência de minha agenda. Vida longa para a Fundação!
Artigo - General Albuquerque
General Albuquerque
Sucesso!
N
o momento da criação da Fundação Cultural Exército Brasileiro, cabia-me a Chefia da Secretaria-Geral do Exército, responsável, na época, pela gestão cultural da Instituição. Em estudo realizado, concluímos ser necessária a criação de uma estrutura que preservasse a história militar e permitisse administrar com eficiência o imenso patrimônio físico, bem como conduzir as ações que fortalecessem o sentimento cultural dos integrantes da Força, incluindo, nesse contexto, a família militar. Nossa visão, porém, era mais exigente. Víamos a possibilidade de a cultura militar tornar-se um instrumento de aperfeiçoamento e fortalecimento da cultura nacional, influenciando positivamente no desenvolvimento brasileiro. Com a aprovação e o valioso apoio do Comandante do Exército, General Gleuber, foram conduzidos os trabalhos de organização e estruturação do novo órgão. Há que se ressaltar, ainda, a figura do General Synésio, adido à Secretaria-Geral do Exército (SGEx), principal responsável pelo estudo e sucesso do empreendimento, criatura
que, ao longo dos tempos, mantém-se dedicada à Fundação. Muitos foram os civis consultados, cabendo aqui nossos agradecimentos ao Dr. Eduardo Sabo. Lembro-me, como se hoje fosse, a discussão que realizamos, com a finalidade de escolher o primeiro presidente para a condução da Fundação. Seria um renomado Chefe Militar, com toda sua experiência e conhecimento, o que ocorreu, posteriormente, com o nosso General Joubert; ou, atendendo à nossa visão de integração com a sociedade, era hora de buscarmos competentes colaboradores no meio civil? Somos eternamente gratos a homens como o professor Roberto Duailibi, Dr. José Mindlin, Dr. Aluízio Rebello de Araújo, o empresário Flávio Corrêa, primeiro Presidente, Dra. Beatriz Camargo, Dr. Waldir Siqueira e muitos outros que ao longo desses treze anos dedicaram-se à causa da nossa cultura, tornando a FUNCEB uma realidade de sucessos. Lembro-me, como exemplo, do empenho do Prof. Duailibi na busca de colaboradores para a recuperação do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, atração sempre visitada por chefes estrangeiros de todo o mundo, mas, na época, em precário estado de conservação. É de grande importância reconhecer o trabalho que vem sendo realizado pelos integrantes dos conselhos, diretorias e administração em geral, em trabalhos nem sempre divulgados. Essas são as lembranças que tenho dos primórdios da criação de nossa FUNCEB. Sua história ao longo dos treze anos de existência tem sido motivo de orgulho no Exército Brasileiro, pois o futuro de uma Nação apoia-se principalmente em sua história, razão principal de nossa Fundação. FUNCEB, parabéns por seus treze anos de sucesso. revista funceb
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Educação
projetos
Educativos Soldado Cidadão O projeto Soldado Cidadão, desenvolvido pela Fundação Cultural Exército Brasileiro (FUNCEB) a partir do sucesso do projeto Qualificação de Mão de Obra de 2002, foi um dos principais projetos de educação desenvolvidos pela entidade. O objetivo do projeto era oferecer aos jovens brasileiros incorporados às Forças Armadas oportunidades formativas por meio de cursos profissionalizantes que lhes proporcionassem melhores condições de competir no mercado de trabalho. O projeto atende às ações de desmobilização do militar temporário, previstas pelo Exército. Desde a sua criação, já foram habilitados mais de 165 mil jovens da Marinha, Exército e Aeronáutica. O curso é destinado aos militares temporários das Forças Armadas quando estiverem próximos de seu licenciamento ativo. O Projeto foi coordenado pela FUNCEB entre 2002 e 2003, período em que capacitou 6.750 profissionais. Em 2004, com recursos orçamentários do Governo Federal repassados ao Ministério da Defesa, o Projeto passou a ter uma abrangência maior, atendendo a todos os Estados e ao Distrito Federal. Qualificou 27.725 militares do Exército, atingindo 110 municípios e utilizando cerca de 1.315 salas de aula. Com a Portaria Normativa 1259-MD,
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Outros projetos educativos
de 19 de outubro de 2004, o Ministro da Defesa substituiu o Projeto Soldado Cidadão pelo Programa de Assistência e Cooperação das Forças Armadas à Sociedade Civil/ Soldado Cidadão-PAC, transformando-o, desta forma, em uma ação permanente e com recursos previstos no orçamento da União. Os cursos são ministrados pelo Senai, Senac, Sebrae, SENAT, SENAR e CEFET/RN, com carga horária mínima de 160 horas, abrangendo: conteúdo programático específico de qualificação profissional com 140 horas; noções básicas de Empreendedorismo, a cargo do Sebrae, com 16 horas, e desenvolvimento de palestras sobre o tema “Cidadania, Direitos e Deveres”, por meio da participação voluntária de Juízes Federais que proferem palestras de quatro horas sobre o assunto. Após o término das aulas, os alunos aprovados recebem um Certificado de Conclusão emitido pela respectiva Entidade de Ensino e são incluídos no Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para os Jovens.
nossa bandeira escola de civismo O projeto Nossa Bandeira Escola de Civismo é mais uma iniciativa da FUNCEB em apoio ao Exército Brasileiro. Iniciado em 2007 e operacionalizado pelo Centro de Comunicação Social do Exército (CComSEx), atende a escolas municipais de Ensino Fundamental com a entrega de um kit cívico composto por: • Bandeira Nacional • CD de Hinos e Canções • Noticiário do Exército Especial • Revista Recrutinha. Até 2011, o projeto distribuiu 12 mil kits. Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável Projeto desenvolvido pela FUNCEB e pelo Exército Brasileiro, em 2004, com o objetivo de conscientizar os jovens sobre a importância da preservação ambiental e do uso responsável dos recursos naturais. O projeto contemplou os ecossistemas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, abrangendo todos os estados da Amazônia e áreas do Grande Rio, Grande São Paulo e Distrito Federal, tendo atingido um efetivo aproximado de 40 mil militares e mais de 200 mil jovens alistandos. O objetivo é que esses jovens, após o licenciamento das fileiras do Exército, sejam agentes multiplicadores em suas comunidades.
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Artigo – General Enzo Martins Peri Comandante do Exército Brasileiro
Feliz aniversário,
FUNCEB!
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usto o orgulho da família militar verde-oliva que exulta com mais um aniversário da Fundação Cultural Exército Brasileiro – FUNCEB. Vibramos, militares e civis, diante do êxito que esta digna e fraterna entidade civil, a nós jungida pelo coração, alcança em suas notáveis atividades de recuperação e integração do rico e diversificado patrimônio histórico cultural do Exército Brasileiro à História do Brasil Cultura, importante atividade do ser humano, que ressalta e reforça, ainda mais, o relacionamento harmonioso e o fraterno conviver das partes integradas a um único corpo social. Cultura que resgata e divulga fatos positivos do passado, concretizando sonhos e futuro, num presente compartilhado com responsabilidade, respeito ao próximo e amor ao Brasil.
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General Enzo Martins Peri, Comandante do Exército Brasileiro
Cultura que lida com diferentes setores da vivencial humana jornada, tais como desportos, educação, preservação ambiental, comunicação e assistência à sociedade que o soldado integra e representa. Ela que participa da validação e perpetuação de sadios costumes, valores, informações e conhecimentos, exaltando o somatório das partes no Todo e refletindo, em cada indivíduo, a grandeza e a unidade da Alma brasileira. Esta é a FUNCEB, de estrutura amadurecida, proficiente, ágil, atual e operosa, zelando pelo nosso patrimônio disseminado em todo o território nacional e constituído de fortes, fortalezas, sítios
históricos, bibliotecas, documentos, museus, monumentos, armas, equipamentos e obras de arte. Inúmeros são os projetos que executou e executa, valorizando, restaurando, preservando e divulgando nosso patrimônio histórico cultural, levando conhecimentos específicos aos integrantes de nossa Força. Que o Deus de todos nós, Senhor de Todos os Exércitos, abençoe a Presidência e cada integrante da Fundação, bem como os queridos familiares. Prossigam na brilhante caminhada em paz, com saúde e muitas realizações em prol da Cultura do Exército Brasileiro. revista funceb
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Foto: Luciano Andrade Alves
Matéria
Programa Mecenas Invista seu Imposto de Renda na Cultura do Exército Brasileiro
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uer colaborar com a preservação da cultura militar e não sabe como? Agora ficou muito fácil. No site www.mecenas.ensino.eb.br você pode simular seus rendimentos e calcular o limite de doação para que o valor seja 100% deduzido do imposto de renda devido. As doações feitas até 31 de dezembro de 2013 serão computadas nesse ano fiscal, para a próxima declaração à Re-
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ceita Federal. Pessoas físicas e jurídicas podem contribuir com qualquer valor, mas o limite para ter a dedução fiscal deve ser calculado no site, com base nos seus rendimentos. Com o seu imposto de renda, você pode ajudar a FUNCEB a realizar vários projetos, como a Restauração da Fortaleza da Conceição e a criação do Espaço Cultural Exército Brasileiro.
Foto: Marcelo Wisnesky Soares
Seu imposto de renda pode ajudar a FUNCEB a ampliar seus projetos e realizar novas obras. Conheça os projetos em desenvolvimento e contribua!
Saiba como participar: 1) Efetue seu cadastro no site do Programa Mecenas. É importante preencher todos os dados solicitados. 2) Após concluir o cadastro, você obterá uma senha de acesso ao sistema restrito. 3) Com o número do seu CPF e senha, acesse o seu ambiente. 4) Logo na primeira tela, você pode visualizar o portfólio de projetos culturais do Exército Brasileiro. 5) Selecione o projeto para o qual deseja efetuar a contribuição. 6) Antes de inserir o valor a ser doado, você pode fazer uma simulação e verificar a quantia que poderá ser deduzida do seu imposto de renda. Para isso, acesse o simulador no site do projeto. 7) Após a simulação, preencha o campo com o valor da contribuição. 8) Você poderá fazer sua doação por meio de três formas: pela Fundação Habitacional do Exército, por boleto bancário ou por desconto em Folha de Pagamento. Fundação Habitacional do Exército: Neste caso, é necessário imprimir o boleto bancário e o Contrato FHE.
De posse do boleto, do contrato preenchido, de sua carteira de identidade e contracheque, dirija-se à agência mais próxima da Fundação Habitacional do Exército. Ela será responsável pelo pagamento do boleto. Doação por boleto: Basta gerar o boleto e efetuar o seu pagamento em qualquer agência bancária. Desconto em contracheque: Basta imprimir a Carta Comercial que é disponibilizada no site, assiná-la e enviá-la para a FUNCEB; 9) O Recibo de Mecenato estará disponível até 31 de janeiro do ano seguinte ao da doação. Você receberá uma notificação por e-mail informando que o Recibo de Mecenato está disponível para impressão em nosso sistema. Este documento, emitido pela FUNCEB, será importante para o preenchimento da declaração do imposto de renda. Imprima -o e guarde uma cópia com você. 10) Na hora de fazer a sua declaração, opte pelo modelo completo e informe a doação com os dados impressos no recibo de mecenato.
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Livros
Promoção da pesquisa e divulgação da cultura
Livros como o do historiador Adler Homero Fonseca de Castro têm o importante papel de registrar e difundir um patrimônio que ainda precisa ser valorizado pelos brasileiros.
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esde a sua criação, a FUNCEB atua incessantemente pela promoção e divulgação da cultura do Exército Brasileiro. Por isso, além das obras de restauro, a Fundação se empenha na realização ou no apoio a projetos que tenham como objetivo divulgar ou promover pesquisas sobre a cultura e a história do Exército Brasileiro. Assim, a FUNCEB participou e apoiou diversos seminários e congressos, e também promoveu a publicação e distribuição (muitas vezes gratuita) de livros. Entre eles, destaque para “Segurança Internacional: Perspectivas Brasileiras”, fruto de um ciclo de seminários organizado pelo Ministério da Defesa e realizado ao longo do ano de 2010. A publicação, coordenada pela Fundação e patrocinada pela Odebrecht e Infraero, traz artigos de vários especialistas da área. Outro livro de grande importância é o “Cadernetas de Rondon”, escrito entre os anos de 1895 e 1924, retratando o cotidiano das expedições do Patrono da Arma de Comunicações. É um material rico em detalhes e de grande relevância histórica. Publicado pela FUNCEB, o livro traz observações importantes dos autores Coronel Aurelio Cordeiro da Fonseca e Professora Tatiana Matos Rezende sobre as expedições, além de observações e relatos dos diários do Marechal.
Já “Muralhas de Ferro, Canhões de Bronze, Homens de Ferro”, também editado e distribuído pela FUNCEB, faz parte de um projeto desenvolvido pela Fundação Cultural Exército Brasileiro que visa inventariar os fortes construídos no Brasil ao longo dos últimos quinhentos anos, coletar dados sobre sua história e situação atual. Riquíssimo em imagens, informações e detalhes, o primeiro volume é fruto de mais de 30 anos de pesquisa do historiador Adler Homero Fonseca de Castro, pesquisador do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A FUNCEB também apoiou a edição da coleção “História Oral da Segunda Guerra Mundial”. O projeto teve como objetivo registrar o relato de personalidades que, direta ou indiretamente, participaram da Segunda Guerra Mundial, além de informações sobre fatos importantes relativos à História do Brasil. O resultado foi um conjunto de fitas de vídeo e de áudio e a publicação de oito volumes, que servem também como fonte de subsídios para pesquisas. Enfim, produzindo, distribuindo ou apoiando a pesquisa e a promoção da cultura do Exército Brasileiro, a FUNCEB cumpre a sua missão social, educativa e cultural, e contribui para a valorização e divulgação de parte importante da história do Brasil.
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Música
Com músicos extremamente qualificados e dedicados, a Banda conquista o público e a crítica com apresentações memoráveis
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Banda Sinfônica do Exército
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o ano de 2001, o então Comandante Militar do Sudeste, General de Exército Francisco Roberto de Albuquerque, criou em caráter experimental a Banda Sinfônica do Comando Militar do Sudeste. O suporte estrutural dessa Banda foi composto por músicos das Bandas do próprio CMSE e da 2ª Divisão de Exército. Num segundo momento, foram selecionados músicos das outras Bandas Militares da área do CMSE. A primeira apresentação pública da Banda Sinfônica do Comando Militar do Sudeste ocorreu no dia 05 de dezembro de 2001, sob a regência do 1º Tenente Músico Antonio Josué Filho, no Espaço Cultural do Quartel General do CMSE. Na Portaria nº 45-DEP, de 25 de junho de 2002, o Chefe do Departamento de Educação e Pesquisa aprovou o “Projeto Cultural Banda Sinfônica do Exército”, consoante a Política Cultural do Exército, estabelecendo que a criação da BSE ocorresse na área do Comando Militar do Sudeste. Como já havia o núcleo de Banda Sinfônica ativado, foi expedido um chamado para os militares integrantes de todas as Bandas Militares do Exército para integrarem a Sinfônica. Posteriormente, foram convocados músicos civis, mediante concurso, incor-
porados à Sinfônica na condição de Sargentos Temporários. A primeira apresentação pública da Banda Sinfônica do Exército aconteceu no dia 28 de julho de 2002, por ocasião do IX Festival de Artes da Cidade de Itu, ainda sob a regência do 1º Tenente Músico Antonio Josué Filho. A Portaria 516, de 24 de setembro de 2002, do Comandante do Exército, concedeu e mandou adotar o Uniforme Histórico aos integrantes da Banda Sinfônica do Exército. A descrição das peças que compõem o uniforme consta no anexo à Portaria citada acima. Por ocasião do início do Projeto Cultural Banda Sinfônica, foi contratado pela Fundação Cultural Exército Brasileiro o Maestro Benito Juarez para ser seu Diretor Artístico e Regente Titular. Sua estreia na regência da BSE deu-se no dia 24 de novembro de 2002, no Theatro Municipal de São Paulo. O Plano de Ação da BSE é, fundamentalmente, fazer da música um bem comum como parte das atividades culturais do Exército, estabelecendo um elo artístico cultural com a sociedade brasileira. Em 2003, o Estado-Maior do Exército, em Portaria Reservada, atribui o Quadro de Cargos para a Banda de Música categoria Sinfônica, estabelecendo um revista funceb
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Maestro Benito Juarez com a Banda Sinfônica: um trabalho premiado que leva música de qualidade a todo o país
efetivo que comporta um Regente, um Mestre, noventa e quatro músicos e cinco militares encarregados dos trabalhos administrativos. Além dos instrumentos normais de uma Banda Militar – palhetas, metais e percussão –, a BSE conta, em sua estrutura, com harpa, violoncelos, contrabaixos acústicos, piano e percussão sinfônica, tais como vibrafone, xilofone e tímpanos. A Banda Sinfônica vem realizando expressiva trajetória de concertos e apresentações em importantes teatros pelo país, em cidades como São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Cuiabá, Santos, Fortaleza e Resende, e tem sido presença marcante em datas significativas, como na Comemoração dos 65 anos do Dia da Vitória, Bicentenário do Brigadeiro Sampaio, 120 anos da Proclamação da República, Bicentenário da Criação da Academia Militar das Agulhas Negras, Abertura dos Jogos Mundiais Militares, Concertos da Independência, dentre outros. No ano de 2008, a Banda Sinfônica foi premiada pela Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA, como o “Melhor Projeto de Música Erudita”. No entanto, o repertório é composto por vários estilos musicais, incluindo temas de filmes, jazz, bossa nova, valsa, samba, MPB etc. No final do ano de 2009, foi aprovada a confecção do Uniforme de Gala para os integrantes da BSE e autorizado o
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uso pelos graduados que a compõem. A primeira apresentação com o novo uniforme ocorreu em janeiro de 2011.
Maestro Benito Juarez Regente de rica experiência profissional, sempre recebeu elogios nos diversos locais onde se apresentou, como Europa, África, América do Sul, América do Norte e Japão. Premiado cinco vezes como melhor regente do Estado de São Paulo pela APCA, recebeu dessa entidade o “Grande Prêmio da Crítica”, a mais alta honraria concedida aos músicos do país, dada pela primeira vez a um maestro. Criador do Departamento de Música e da Orquestra Sinfônica da Unicamp, hoje é professor aposentado dessa universidade. Foi regente e diretor artístico da Orquestra Municipal de Campinas durante 25 anos (1975 a 2000). É fundador do Coral da Universidade de São Paulo (CORALUSP). Recebeu do Ministério da Cultura o prêmio “Maestro Eleazar de Carvalho” como o melhor regente do país. Em 2009, foi a vez da APCA lhe conceder o Prêmio de Melhor Regente e o Maestro foi condecorado com a Ordem do Mérito Militar, no grau Grande Oficial. É Diretor Artístico e Regente Titular da BSE desde novembro de 2002.
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