J. K. Rowling
OS CONTOS DE BEEDLE, O BARDO (RESUMOS)
O MAGO E O CALDEIRÃO SALTITANTE
Como em sua série Harry Potter, intimidante no topo da primeira página do primeiro conto de fadas, "O Mago e o Caldeirão Saltitante", está um desenho - neste caso, um caldeirão redondo encimando um surpeendentemente bem desenhado pé (com cinco dedos, no caso de você estar se perguntando, e nós sabemos que alguns de vocês estão). Este conto começa muio feliz, com um "mago velho e gentil" que conhecemos brevemente, mas que nos faz recordar tanto do nosso querido Dumbledore que precisamos parar e respirar fundo. Este "homem bem querido" usa sua magia principalmente em benefício de seus vizinhos, criando poções e antídotos para eles no que ele chama seu "sortudo caldeirão de cozinhar." Muito logo que conhecemos este homem gentil e generoso, ele morre (após ter vivido uma "boa idade") e deixa tudo para seu único filho. Infelizmente, o filho não é nada parecido com seu pai (e inteiramente parecido com um Malfoy). Após a morte de seu pai, ele descobre o caldeirão, é dentro dele (igualmente misterioso) uma única pantufa e um bilhete de seu pai dizendo, "Eu carinhosamente desejo, meu filho, que você nunca precise disto." Como em muitos contos de fadas, este é o momento em que as coisas começam a desandar... Irritado por não possuir nada senão um caldeirão em seu nome e completamente sem interesse em quem não pudesse fazer mágica, o filho volta à sua cidade, fechando suas portas aos vizinhos. Primeiro vem uma velha cuja neta é cheia de verrugas. Quando o filho bate a porta em sua cara, ele imediatamente ouve um barulho alto na cozinha. No velho caldeirão em que seu pai cozinhava havia brotado um pé assim como um caso sério de verrugas. Engraçado, porém bruto. Raridade de Rowling. Nenhum de seus feitiços funciona, e ele não consegue escapar do
verrugoso caldeirão que o segue - até mesmo ao seu lado na cama. No dia seguinte, o filho abre a porta para um velho que perdera seu burro. Sem sua ajuda para transportar produtos para a cidade, sua família morreria de fome. O filho (que claramente nunca lera um conto de fadas) bate a porta na cara do velho. Obviamente, eis o velho e verruguento caldeirão retinido, que agora adquirira ao mesmo tempo o som de um vociferante burro assim como gemidos de fome. [ALERTA DE SPOILER!] Na verdadeira moda dos contos de fadas, o filho é brindado com mais visitantes, e leva algumas lágrimas, suas maneiras egoístas, ele pede para que toda a população da cidade distante venha para ele ajudar. Um a um, ele cura todas suas doenças e, fazendo assim, esvazia o caldeirão. Por fim, pula para fora a misteriosa pantufa - aquela que se ajusta perfeitamente ao pé do agora silencioso caldeirão - e juntos os dois andam (e saltam) em direção ao pôr-do-sol. Rowling sempre fez suas histórias tão engraçadas quanto sábias, e "O Mago e o Caldeirão Saltitante" não é exceção; a imagem do caldeirão de um pé infestado como todas as "verrugosas" doenças da vila, saltitando atrás de um jovem bruxo egoísta, é um bom exemplo. Mas a real magia deste livro e deste conto em particular jaz não apenas em suas voltas às frases, mas na forma em que ela sublinha o "clang, clang, clang" do caldeirão por ênfase, e como sua caligrafia fica mais bagunçada à medida em que a história fica mais rápida, como se ela estivesse se apressando junto com o leitor. Estes toques fazem da história unicamente dela mesma, e deste volume de histórias particularmente especial.
O POÇO DA SORTE Figurado no topo do que deve ser um dos seus favoritos contos de fadas sempre é a imagem da faíscante fonte jorrante. Agora que nós estamos na página trinta do livro, fica claro o que Rowling realmente gosta ( e é muito boa nisso) desenhando estrelas e faíscas. O início e fim de quase todos os contos aparecem polvilhados de pó de fadas (à la Peter Pan - os fãs sabem que as fadas de Rowling são bem improváveis de deixar um rastro bonitinho). Esta primeira página da história também ilustrta uma pequena rosa desabrotando logo abaixo do texto. Isso é tão adorável, e como aquele que tentou desenhar uma sabe, não é fácil desenhá-la - fato improvável de dizer que Rowling o fez para cobrir algum erro (algo que alhuns de nós fariamos). É um deslumbrante modo de começarr, e ele dá ao “O Poço da Sorte” muito se fazer na sua trajtória.. Talvez é por isso que a história começa tão grandiosamnete e com uma misteriosa e exuberante olocação de um conto de fadas: um encantado e jardim cercado que é protegido por uma “magia poderosa”. Uma vez por ano, um “azarado” tem a oportunidade de achar seu caminho para a Poço, para banhar-se na água, e ganhar “sorte para todo o sempre”. Ahhhh, essa é a coisa com que sonham os fãs de Harry Potter. Na verdade, este conto é destacado, em parte, como um favorito porque segue o arco da competição com que os fãs se caíram de amores por ela em seus romances — a espécie que nós ainda almejamos. Sabendo que essa pode ser a única chance de realmente mudares as suas vidas, pessoas (com poderes mágicos e sem) viajam das mais distantes terras do reino para tentar ganhar uma entrada para o jardim. É aqui que três bruxas se encontram e compartilham os seus contos de aflição. A primeira é Asha, doente “de uma enfermidade que nenhum Curandeiro pode curar”, que espera que o Poço possa regenerar sua saúde. A segunda é Altheda, que foi roubada e humilhada por um mago. Ela espera que o Poço alivie as suas sensações do desamparo e a sua pobreza. A terceira bruxa, Amata, foi deixada por seu amado, e espera que o Poço ajude a curar a sua “dor e o desejo”. Em apenas algumas
páginas, Rowling não apenas criou um terrível drama de conto de fadas, mas um conflito interessante — jovens e velhos leitores podem relacionar-se a pelo menos uma das aflições de Asha, Altheda, e Amata (e podemos falar do quão incríveis esses nomes são?), então como você pode escolher qual delas deve vender? As bruxas (muito parecidas com as personagens da nossa série favorita) decidem que três cabeças são melhores do que uma, e elas juntam os seus esforços para alcançarem o Poço em conjunto. A primeira luz, uma fenda na parede aparece e “Trepadeiras” as alcançam e se põem em volta de Asha, a primeira bruxa. Ela agarra Althaeda, que pega Amata. Mas Amata é entrelaçada na armadura de um cavaleiro, e como as vinhas puxam Asha para dentro, as três bruxas, junto com o cavaleiro, são puxadas pela parede e para dentro do jardim. Já que apenas um deles terá permissão para banhar-se no Poço, as duas primeiras bruxas estão irritadas por Amata não tê-las advertido do convite para outro competidor. Porque ele não tem poderes mágicos, reconhece as mulheres como bruxas, e se encaixa perfeitamente ao seu nome, "Senhor Pouca Sorte", o guerreiro anuncia sua intenção de abandonar o desafio. Amata prontamente o condena por ter desistido e o chama para entrar no grupo. É tocante ver Rowling continuar a adotar os temas de amizade e camaradagem que tanto prevalecem em suas séries, sem mencionar a sua habilidade de desenhar personagens femininas fortes e inteligentes. Nós passamos sete livros vendo Harry aprender que não há problema em precisar de ajuda e apoio de seus amigos, e aquela mesma noção de dividir responsabilidades e fardos é forte nesse conto. Em sua jornada para o poço, o bando enfrenta três desafios. Nós estamos em um território de conto de fadas, mas é a forte, simples imaginação (uma "monstrousa minhoca branca, túrgida e cega") e a maneira como os personagens trabalham juntos para vencer as adversidades que faz desta história uma leitura rica, e pura como as de Rowling. Primeiramente, eles enfrentam a minhoca que exige uma "prova de sua dor." Depois de várias tentativas frustradas de atacá-la com mágica e outros meios, As lágrimas de frustração de Asha finalmente satisfazem a minhoca, e os quatro conseguem passar. A seguir, ele
encaram um declive e são ordenados a pagar o "fruto de seus trabalhos." Ele tentam e tentam subir o morro, mas passam horas escalando sem sucesso. Finalmente, os sofridos esforços de Altheda, são recompensados ao encorajar seus amigos (especificamente o suor de suas sobrancelhas), consegue fazê-los superar o desafio e avançar. Finalmente, eles encontram uma corrente de água em seu caminho, e são pedidos para pagar "o tesouro de seus passados". Tentativas de flutuar ou pular para o outro lado falham, até que Amata pensa em usar sua varinha para trazer as memórias do amante que a abandonara, e as joga na água (Olá, Penseira!). Um caminho de pedras surge na água, e os quatro conseguem atravessar até o poço, onde eles devem decidir quem tomará banho. Asha tem um colapso de exaustão e a morte está próxima. Ela sente tanta dor que não consegue ir até o Poço, e ela implora a seus três amigos para que não a carregem. Althaeda rapidamente mistura uma poderosa poção para tentar revivê-la, e a poção realmente cura a sua enfermidade, portanto ela não mais precisa das águas do Poço. (Alguns de vocês vêem onde isto está indo, mas fiquem atentos — Rowling tem mais surpresas guardadas). Curando Asha, Althaeda percebe que ela tem o poder de curar os outros e um modo de ganhar dinheiro. Ela não mais precisa das águas do Poço para curar sua “impotência e pobreza”. A terceira bruxa, Amata, percebe que uma vez que ela tirou o seu desgosto pelo seu amante, ela foi capaz de vê-lo pelo o que ele realmente foi (”cruel e infiel”), e ela nãomais precisa do Poço. Ela se vira para o Senhor PoucaSorte e oferece a ele sua vez no Poço como uma recompensa por sua bravura. O cavaleiro, assombrado com sua sorte, banha-se no Poço e arremessa-se “na sua armadura enferrujada” (isso é o genial de Rowling — a adição de uma palavra nos dá a hilária imagem do cavaleiro banhando-se com a armadura completa no Poço) aos pés de Amata e pede por sua “mão e seu coração”. Cada bruxa realiza os seus sonhos de uma cura, um malfadado cavaleiro ganha conhecimento de sua coragem, e Amata, a bruxa que teve fé nele, percebe que ela encontrou “um homem digno dela”. Um grande “feliz para sempre” para os nossos quatro alegres, que partem de “braços dados” (é particularmente legal como quando se lê algo escrito a mão, com os hífens parecendo braços dados).
Mas a história não seria da Rowling se não houvesse alguma surpresa a mais no fim: aprendemos que os quatro amigos vivem muito tempo, sem perceberem que as águas do Poço “não contém nenhum encantamento”. O-Melhor-Fim-Sempre! Assim como em suas obras, Rowling enfatiza que o verdadeiro poder está dentro de si, não numa mera varinha e em uma mente, mas no coração. Fé, confiança, amor dá aos seus personagens a força para encontrar os desafios antes deles. Ela não diz diretamente aos seus leitores, mas a mensagem definitivamente está lá: se você se permitir a chance de confiar e de amar aos outros, você pode explorar o poder que você ja tem. Isso é uma grande mensagem para crianças (e adultos) aprender, e oh, que amável e inesquecível pacote. NOTA: Como foi descrito pelo autor, os nomes podem aparentar certa curiosidade após a descrição das personagens. Pesquisando em um dicionário de Latim, descobrimos que Amata é referente à "amor" e foi personagem de contos latinos sendo mulher de Latino. Asha é a forma hindi de se dizer "esperança" e Althaeda vêm do grego, e quer dizer "a que cura com ervas medicinais".
O CORAÇÃO CABELUDO DO MAGO
Cuidado queridos leitores: Rowling canaliza os Irmãos Grimm para seu terceiro e mais obscuro conto de fadas. Em "O Coração Cabeludo do Feiticeiro" há pouca risada e nenhuma indagação, só uma viagem nas profundidades sombrias da alma de um feiticeiro. Não há nenhuma evidência do pó de duende nesta primeira página horrível, em vez disso vemos um desenho de um coração coberto em cabelo grosso e sangue que goteja (novamente, não é realmente fácil desenhar um coração real, com válvulas e tudo, mas Rowling faz corretamente - cabelo grosso e tudo). Sob o texto está uma chave antiquada com três laços em cima, repousando numa piscina de sangue, fazendo-o bastante claro que estamos prestes a embracar num conto diferente dos outros. Não diga que não o avisamos.... No início encontramos um mago rico, habilidoso e belo que fica embaraçado pela tolice de seus amigos no amor (Rowling usa a palavra "cambalhotando" aqui - um exemplo perfeito de como ela nunca subestima seus leitores). Tão certo ele está de seu desejo de nunca revelar tal "fraqueza" que o jovem mago usa "Artes das Trevas" para se prevenir de se apaixonar. Os fans deveriam reconhecer o começo de um conto perigoso aqui - Rowling explorou muitas lições na ousadia de jovens e os riscos de tal poder nas mãos de jovens em sua série. Ignorando que o feiticeiro foi a tal ponto para se proteger, sua família ri de suas tentativas de evitar o amor, pensando que a garota certa o faria mudar de idéia. Mas o feiticeiro torna-se orgulhoso, convencido da sua inteligência e impressionado com o seu poder para realizar a total indiferença. Mesmo com o passar do tempo e o feiticeiro vê os seus amigos se casarem e constituirem suas próprias famílias, ele continua bastante satisfeito consigo e com sua decisão, considerando-se sortudo por estar livre das cargas emocionais que ele acredita secar e afundar os corações dos outros. Quando os velhos pais do mago morrem, ele não lamenta, mas, em vez disso, sente-se "abençoado" com suas mortes. Neste ponto do texto, a caligrafia de Rowling muda um pouco e a tinta na
página parece vagamente mais escura. Talvez ela esteja escrevendo mais forte - ela está tão assustada e frustrada com seu jovem mago quanto nós? Quase todas as sentenças na página à esquerda quase entram no meio do livro enquanto nós lemos como o mago se acomoda na casa de seus pais mortos , transferindo seu "maior tesouro" para o calabouço deles. Na página defronte, quando sabemos que o mago acredita ser invejado por sua "esplêndida" e perfeita solidão, nós vemos a primeira hesitação na escrita de Rowling. É como se ela não pudesse evitar escrever a palavra "esplêndida" já que é tão claramente falsa. O mado é desiludido, fazendoo muito mais triste quando ele ouve dois criados fofocando - um com pena dele, e o outro tirando sarro poe ele não ter uma esposa. Ele decide de uma vez "arrumar uma esposa", presumivelmente a mulher mais bela, rica e talentosa, para fazê-lo "invejado por todos". Como a sorte o teria, no dia seguinte o feiticeiro conhece uma bruxa bela, hábil e rica. Vendo-a como o seu "prêmio", o feiticeiro persegue-a, convencendo aqueles que o conhecem de que ele é um homem mudado. Mas a bruxa jovem - quem é ao mesmo tempo "fascinada e repelida" por ele - ainda sente a sua distância, mesmo quando ela aceita comparecer a uma festa em seu castelo. Na festa, entre as riquezas da sua mesa e com menestréis brincando, o feiticeiro corteja a bruxa. Finalmente, ela confronta-o, dizendo que ela confiaria em suas palavras encantadoras apenas se ela pensasse que ele "tinha um coração." [Alerta de Spoiler!] Sorrindo (e ainda orgulhoso), o feiticeiro conduz a jovem donzela ao calabouço, onde ele revela um mágico "porta-joias cristalino", em que jaz o seu próprio "coração batendo". Nós avisamos que este seria um conto obscuro, certo? A bruxa fica horrorizada ao ver o coração, que ficou encolhido e cabeludo exilado do corpo, e ela pede que o feiticeiro "o reponha." Como ele sabe que isso o ligaria a ela, o feiticeiro "abre" o seu peito com a sua varinha e coloca "o coração cabeludo" dentro. Emocionada porque o feiticeiro agora poderia sentir amor, a bruxa jovem abraça-o (impressionante, já que estamos gritando claramente "Afaste-se dele!" ), e o coração horrível é "furado" pela beleza de sua pele e o cheiro de seu cabelo. "Crescendo diferente" por ter sido retirado de seu corpo por tanto
muito tempo, o coração agora "cego" e "perverso" comete um ato selvagem. Poderíamos terminar aqui, e permitir que você se pergunte sobre o destino da jovem bruxa e do feiticeiro de coração cabeludo, mas Rowling continua com a história, enquanto os convidados na festa se perguntam sobre o seu anfitrião. Horas depois, eles procuram pelo castelo e os encontram no calabouço. No chão jaz a donzela morta com o seu peito aberto. Agachado junto dela está "o feiticeiro louco," acariciando e lambendo o seu "escarlate coração brilhante" e planejando trocá-lo pelo seu próprio. O coração dele é forte e corajoso, e se recusa a deixar o seu corpo. O feiticeiro, jurando nunca ser "dominado" por seu coração, agarra um punhal e o corta do seu peito, deixando-o brevemente vitorioso, um coração "em cada mão sangrenta" antes de que ele tombe sobre a donzela e morra. O parágrafo último que descreve a morte do feiticeiro é primeiro que parece desigual - a caligrafia inclina para a direita tão rapidamente que é notável, fazendo do final abrupto e insinuante. Rowling, como a maioria dos grandes escritores de conto de fadas, não tem nenhuma pena da crueldade. Atuando sem orgulho nem egoísmo desde o início da história, isolando e endurecendo-se contra toda a sensação, o feiticeiro aberto à loucura, posteriormente tirando uma vida inocente, e destruindo sua própria no processo (soa como algum outro vilão que você conheceu?). Como com os outros contos que lemos, o segredo jaz na figura, tanto real como imaginada (particularmente uma vez que você vê os desenhos da primeira página). A visão perturbadora e indelével do feiticeiro louco que lambe o coração sangrento rivaliza com o mais obscuro dos irmãos Grimm. Considerando que esta história (e o texto inteiro, por fim) é para ser um livro de fábulas de jovens magos e bruxas, completa que Rowling faria um conto sobre o abuso das Artes das Trevas, a mais horrível e com menos redenção de todas elas. Com as Artes das Trevas, como os fãs bem sabem, não são para brincadeira nunca.
BABBITTY RABBITTY E SEU TRONCO CACAREJANTE
Como muitos contos, o de Babbitty Rabbitty acontece a muitos, muitos anos em algum lugar muito longínquo. Um rei tonto e cobiçoso quer conseguir toda a magia para si mesmo, mas tem dois problemas: primeiro precisa capturar todas as bruxas e magos existentes; segundo, não sabe fazer magia. Anunciando a "Brigada de Caçadores de Bruxas" com um grupo de ferozes cachorros negros, também solicita um "Instrutor de Magia" (o que não é muito inteligente, mas já advertimos que o rei era tonto). A população mágica então se esconde ante o chamado, mas um astuto charlatão trouxa consegue o posto com simples truques de magia. Uma vez instalado como feiticeiro de cabeceira e instrutor privado do rei, o charlatão exige ouro para seus objetos mágicos, rubis para criar encantamentos e copas de prata para poções. Leva-os todos a sua própria casa, mas não se precavi de que a velha lavanderia do rei, Babbitty, vejao. Ela vê como ele corta raminhos de uma árvore que mais tarde mostra ao rei como varinhas. Com astúcia, diz ao monarca que não funcionarão até que "sua Majestade esteja preparado para isso". Todos os dias o charlatão e o rei praticam sua "magia". Uma vez escutam risos e descobrem Babbitty Rabbitty olhando-lhes da sua choupana, rindo tão grotescamente que mal pôde manter-se em pé. O rei se sente humilhado, furioso e impaciente, e exige uma demonstração de magia no dia seguinte na frente de seus súditos. O desesperado charlatão lhe diz que é impossível, já que tem que abandonar o reino para uma longa viagem, mas o rei, que agora suspeita, ameaça-o enviar a Brigada. O rei adverte que se alguém ri dele durante a demonstração, mandará decapitar o charlatão. Estando consciente do perigo que corre, o charlatão corre à casa de Babbitty. Da janela, observa à pequena anciã sentada em sua mesa enquanto limpa sua varinha, enquanto os cachorros se lavam sós. Tratando-se de uma bruxa, e sendo ao mesmo tempo a origem e solução de seus problemas, exige-lhe ajuda ou caso contrário lhe ameaça com a Brigada.
Babbitty não se deixa assustar pelo charlatão e aceita fazer tudo o que esteja em seu poder para ajudar. Planejam que ela se esconda num arbusto durante a exibição de magia do rei e assim possa fazer os feitiços por ele. Babbitty aceita, mas lhe pergunta o que ocorrerá se o rei tentar fazer um feitiço impossível. O charlatão responde que a magia é mais poderosa que o que possa sonhar qualquer ingênuo, e que não se preocupe por isso. À manhã seguinte, os membros da corte se reúnem para ser testemunhas da magia do rei. De uma plataforma, realizam o primeiro ato de magia: fazer desaparecer o chapéu de uma mulher. Todos ficam surpresos, ignorando que o feitiço provinha, na verdade, de Babbitty, escondida. O seguinte desafio leva o rei a fazer levitar o seu cavalo. Babbitty o consegue com sucesso, e o rei é aplaudido. Enquanto procura um desafio maior, o Capitão da Brigada lhe interrompe trazendo o corpo de um dos cachorros de caça do rei, que morreu ao ingerir um cogumelo venenoso. Pede ao rei que o "devolva à vida". Chega o problema. O rei aponta ao cachorro morto com seu raminho e nada acontece. Babbitty nem sequer tenta realizar o feitiço, pois sabe que nenhuma magia pode fazer voltar da morte. O público começa a rir ao suspeitar que os outros dois feitiços foram truques, o que enfurece o rei. Ao pedir explicações ao charlatão, este acena ao arbusto e diz que há uma bruxa que intercepta os feitiços. Babbitty foge e quando os Caçadores de Bruxas enviam os cachorros atrás dela, desaparece, deixando os animais "ladrando e arranhando" na base de uma velha árvore. Desesperado, o charlatão grita que a bruxa se transformou numa macieira silvestre. Temeroso de que Babbitty volte a sua forma de mulher e lhe acuse da farsa, pede que a árvore seja cortada, porque assim é como "se trata às bruxas malvadas". A árvore é cortada e todos aplaudem, mas então se escuta uma profunda gargalhada proveniente do tronco, a parte da árvore que ficou enganchada à terra. Babbitty grita que as bruxas e magos não podem morrer por ser cortados ao meio, e para prová-lo, sugere partir [o tronco] em dois ao instrutor do rei. É neste momento que
o charlatão pede clemência e confessa. Enviam-lhe à masmorra, mas Babbitty ainda não terminou com sua humilhação ao rei. Sua voz ainda soa do tronco e assegura que as ações do monarca provocaram uma maldição sobre o reino. Cada vez que ferir um mago ou bruxa, sofrerá um dano tão terrível que desejará morrer. O rei está desesperado e de joelhos, promete-lhe que protegerá toda a população mágica, inclusive permitindo-lhes fazerem feitiços. O tronco volta a rir e exige uma estátua a Babbitty para recordar ao rei sua própria estupidez. O rei lhe promete que mandará esculpir uma estátua em ouro e volta ao castelo. Ao final, um coelho gorducho e velho com uma varinha entre os dentes sai de um buraco entre as raízes do tronco e abandona o reino. A estátua de ouro foi colocada onde antes estava a árvore e as bruxas e magos não voltaram a sofrer perseguições nunca mais.
O CONTO DOS TRÊS IRMÃOS
Se, como nós, você correu pela sua primeira leitura d'Os Contos de Beedle, o Bardo logo para o final dos finais, então você perdeu um pouquinho do conto (aquele que achamos ficar na disputa em ser um melhor que os de Esopo). Sorte sua, você pode abrir o seu exemplar de "Harry Potter e as Relíquias da Morte" no capítulo 22 e o lê quantas vezes você quiser. Se você ainda não leu o último livro da série de Rowling (e o banquete que você tem a sua frente), você poderá não querer ler esse resumo... ainda. Dê a si mesmo a chance de ler o conto no primeiro contexto em que ele é apresentado. Você não se desapontará. Um trio de caveiras cheias de dentes olha para o leitor no topo do último dos cinco contos (e como queriamos que houvesse uma dúzia deles). A caveira do meio tem um símbolo cravado em sua testa -- uma linha vertical em um círculo inscrita em um triângulo. Abaixo do desenho está um monte feito por um tecido sobre onde jazem uma varinha (de onde sai algumas centelhas) e o que parecer ser uma pequena pedra. Este sombrio conto sobre três irmãos, três escolhas e três destinos diferentes imploram a sua leitura em voz alta -- de fato, a primeira vez que nós encontramos os três irmãos é quando Hermione lê o conto a Harry e Rony (e Xenofílio). Três iormãos viajam ao longo de uma rota deserta ao crepúsculo (meia-noite, de acordo com a versão contada pelo sr. Weasley) vondo para o traiçoeiro rio que eles não podem atravessar. Bem providos de magia, eles criam uma ponte com um aceno de suas varinhas. Meio caminho andado eles são surpreendidos por uma "figura encapuzada." A Morte está raivosa, e fala aos irmãos (no momento divertido de RdM, Harry interrope o conto nesse ponto com "Desculpe, mas a Morte falou com eles?") que eles a privaram de "novas vítimas", já que as pessoas geralmente se afogam quando tentam atravessar o rio. Mas a Morte, em um ato perspicaz, oferece uma recompensa a cada um deles por terem sido espertos o bastante para "escapar" dela (para aqueles que se interessam pelos mínimos detalhes, nossa cópia usa "escapar" ao inves de "fugirem" como foi impresso no livro 7). Nosso conto de fadas
favorito tem esse mesmo enredo do tipo "escolha seu destino" -- você pode aprender muito sobre um personagem a partir de uma simples escolha, e os melhores contos, como esse, nos leva longe de onde pessamos achar que deviamos seguir até um fim jamais esperado. O irmão mais velho, "um homem combativo," pede a varinha mais poderosa já criada - uma varinha que ganhará cada duelo para seu dono, digna de um mago que "conquistou a Morte." Portanto a Morte cria a varinha (fatídica) de uma "árvore Mais Velha" (de acordo com nossa cópia) e a dá ao irmão briguento, ostensivo. O segundo irmão, "um homem arrogante" que está determinado a provocar a Morte ainda mais, pede o poder de convocar os outros da Morte. Pegando uma pedra da terra, a Morte diz ao irmão que ela encerra o poder trazer de volta os mortos. O irmão mais jovem, o mais humilde e sábio dos três, "não confia na Morte", então ele pede algo que permita que ele parta sem ser "seguido pela Morte." Reconhecendo ter sido superada em esperteza, a Morte entrega "a sua própria" capa da invisibilidade "com muito mal grado" (ao contrário "relutantemente" no Livro 7). A escolha de cada irmão revela tanto sobre as suas motivações: o irmão mais velho quer que a Varinha das Varinhas o faça poderoso acima de todo os outros; o segundo quer ter o poder sobre a Morte; e o mais jovem quer deixar a Morte seguramente atrás dele. [Alerta de Spoiler!] Conseqüentemente os irmãos pegam os seus presentes e seguem seus caminhos separadamente, em direção a destinos muito diferentes. O primeiro viaja a "certa aldeia" ("distante" no Livro 7) e vai atrás de um mago com quem ele tinha lutado, para desafiá-lo a um duelo que ele "não pode deixar de ganhar." Depois de matar o seu inimigo, ele vai a uma taberna onde ele se gaba da Varinha das Varinhas, como ele a ganhou "da própria Morte," e como ela o faz todo-poderoso. Naquela noite, um mago supreende o irmão mais velho e rouba a varinha, cortanto a garganta do irmão "por medida de segurança". A assombração se repete, na qual Rowling descreve a Morte como tomando o irmão "para si própria", servem tanto como âncora para a história como um conto de cautela pois ensinam uma lição sobre a inevitabilidade da morte. Uma das mensagens mais importantes deste conto, e deste determinado
irmão, é a noção de usar o poder para bem (conselho que Rowling claramente leva ao coração). O segundo irmão chega à sua casa vazia, onde ele gira a pedra "mais ou menos três vezes em sua mão" (o texto no Livro 7 omite "mais ou menos"), usando-a para "chamar os Mortos" (segundo a nossa cópia). Ele fica emocionado ao testemunhar o regresso da menina com quem ele uma vez quis casar-se, mas ela está "silenciosa e fria" ("triste" no Livro 7), e sofrendo porque ela não mais pertence "ao mundo mortal". Desesperado e cheio de "desejo desesperado," o segundo irmão se mata pois assim ele pode juntar-se a ela, permitindo à Morte reconquistar a sua segunda vítima. O irmão mais jovem usa a "Capa da Invisibilidade" (até aqueles que ainda não leram o Livro 7 devem perceber que isto pode não ser somente um conto de fadas no fim das contas) para se esconder da Morte, até que "numa idade bem avançada" ele a tira e entrega a seu filho. Então ele cumprimenta a Morte "alegremente" e "como um velho amigo", partindo "desta vida". Um desfecho tão satisfatório para este conto - ele ainda guarda uma pancada até mesmo após uma segunda leitura. Simples, poderoso, e pungente, "O Conto dos Três Irmãos" apresenta teorias sobre o uso e abuso do poder (também forte na série) e compartilha mensagens importantes sobre vida e morte.Há muitas formas com as quais este conto informa e realça Harry Potter e as Relíquias da Morte (os curiosos deveriam reler o Capítulo Trinta e Cinco, "King's Croos", e discutir), mas a nossa favorita é destacada pela mensagem que próprio Dumbledore diz a Harry sobre aceitar a Morte e abraçar a vida: "Não se compadeça dos mortos, Harry. Compadeça-se dos vivos, e sobretudo, daqueles que vivem sem amor." O irmão mais jovem não tentou enganar Morte ou prejudicar aos outros com seu poder; pelo contrário, ele usou o seu presente para viver de maneira simples e sem temer a Morte, tanto que ao fim de uma vida longa e feliz, ele foi capaz de partir por vontade própria deste mundo. É um verdadeiro testamento do talento de Rowling que os seus contos de fadas encerrem uma mensagem tão forte, mas nunca parecem inclinados a fazer sermões ou ser publicamente didáticos (isto vai duas
vezes para os seus livros, e é em parte por isso que eles são tão especiais). Os Contos de Beedle o Bardo demonstram várias das mesmas lições que a série Harry Potter, e as histórias se repetem com o aviso de Dumbledore sobre escolher "o que é certo e o que é fácil". Se ela está alertando contra a arrogância e a ganância, revelando as responsabilidades que vêm com imenso poder, ou exaltando a importância de amor e fé em uma pessoa, a imaginação ilimitada e a maestria na narração de histórias mantêm os seus fãs leais (jovens e velhos) voltando para mais, cada vez mais ansioso pela próxima lição.