Romance Em Foco
Editorial Não se acredita mais no mito de que no Brasil não se lia. O gênero do romance foi muito popular aqui no século XIX, assim como foi no resto do mundo. Dizem ainda que o inaugurador desse gênero no estilo romântico no Brasil foi Joaquim Manuel de Macedo com sua obra prima A Moreninha. Embora se duvide um pouco dessa ideia, não se pode negar a importância de Macedo no cenário literário do Brasil durante toda a segunda metade do século XIX, aliás, o autor é estudado até hoje e inserido na cultura popular atual. Esta edição traz um dossiê especial falando sobre esse autor carioca, que não apenas se dedicou a escrita de romances, como também de teatro, além de ser uma figura pública famosa e estudioso de história e geografia. O foco recai sobre o trabalho de Macedo relativo aos seus romances, e deixamos o estudo e pesquisa sobre sua poesia e teatro aos outros tantos estudiosos que se dedicam a esse autor no Brasil atualmente.
Como a nossa pesquisa inicial foi estudá-lo no século XIX, coletamos dados sobre o autor e sua obra entre os anos 1844—quando publicou seu primeiro romance—à 1914—data de início da primeira guerra mundial, emblemática na caracterização de mudanças sociais que distinguem, para os historiadores de hoje, a mudança verdadeira do século XIX para o XX. Ainda assim, não deixamos de lado a repercussão atual da obra romanesca macediana. Trouxemos várias referências de adaptações que foram feitas no final do século XX e início do século XXI, além do seu lugar no cânone literário e sua recepção crítica na atualidade.
Fonte:http://www.brasiliana.usp.br/node/1055
Enfim, há muito de Macedinho, como carinhosamente era chamado, a se explorar, que vai além de A Moreninha e que pode ser tão curioso e interessante ao público interessado na leitura desse gênero de tão difícil definição que é o romance.
As editoras 2
Conteúdos Rio de Janeiro ………...……………………………………..…………………..4 O livro no século XIX.......................................................................................5 O romance macediano em números……………………………….……….…6 A recepção de Macedo em sua época………………..………………………..8
Macedo na atualidade…………………………………………………………..10 A Moreninha……………………………………………………………………..11 Adaptações……………………………………………………………….………14 Iconografia……………………………………………………….……………….17
Fonte: http://www.jornalcomarca.com.br/?pagina=editorial&id_materia=159484&id_secao=29
Bibliografia……………………………………………………………………….19
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Fonte: http://www.rio-turismo.com/historia/seculo-19.htm
Rio de Janeiro No século XIX
Joaquim Manuel de Macedo constrói uma imagem da cidade do Rio de Janeiro verdadeiramente maravilhosa em seus romances, palpandose numa descrição do que se consideram os costumes fluminenses do século XIX. O que Macedo tenta retratar, constantemente são as relações sociais que envolvem, no geral, as pessoas da classe burguesa. As
donzelas, os pais de família donos do sustento de todos. Os ‘que tentam seguir os passos dos pais, herdeiros, a procura de diversão com as moças da sociedade.
A Rua do Ouvidor no Rio de Janeiro, em desenho de 1844 (data da primeira publicação de Joaquim Manuel de Macedo). Pintura do paisagista alemão Hildebrandt retratando a capital do Brasil no século XIX.
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=462981
Fonte: http://www.avozdocidadao.com.br/detailAgendaCidadania.asp?ID=2212
Fonte: Istoé Dinheiro
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O livro no século XIX O valor do romance de Macedo Os preços dos livros de Joaquim Manuel de Macedo, no ano de 1900, variavam entre 3 mil reis a 8 mil reis. Se comparado ao preço do quilo de Açúcar Branco, que custava 400 reis, pode-se dizer que há uma grande diferença de preços, e que as pessoas das classes mais populares dariam uma maior prioridade para a compra desse alimento (e provavelmente de outros), e não para a compra de um romance.
Poderia se pensar assim, que havia uma valorização com relação aos livros. Porém, ao comparar o preço dos romances de Joaquim Manuel de Macedo com enxovais para noivas, pode-se observar uma grande diferença, pois os preços dos enxovais variavam de 30 mil reis a 200 mil reis. Concluise então que os enxovais na época eram muito mais caros que os livros de Joaquim Manuel de Macedo.
5
O Romance macediano em números Para ter-se uma ideia de como foi a recepção dos romances de Macedo, analisamos mais profundamente os números relativos à suas publicações. Através da análise da quantidade de edições que cada livro teve entre os anos de 1844 e 1914, descobrimos que A Moreninha foi seu best-seller por ter sido seu livro com mais edições, 14 no total. Nos gráficos que seguem, encontra-se a lista de seus romances em ordem de data de publicação e a quantidade de edições que tiveram ao todo.
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O sucesso lá fora Já com relação a Macedo fora do Brasil, a situação é outra. Além de não ter traduções de seus romances para outras línguas, constatou-se apenas 4 edições foras do país (em português). Este gráfico mostra bem a diferença de sua popularidade aqui e lá fora.
A era de ouro Por último, perceba como Macedo tem muito mais edições (28% de todas as encontradas) na década de 1860. Podemos dizer que essa foi a década de ouro de Joaquim Manuel de Macedo.
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Recepção de Macedo na sua época: querido entre o público, elogiado entre a crítica. Na época em que publicou suas
Nosso saudoso Machado de Assis, ao falar sobre
obras, Joaquim Manuel de Macedo foi muito
“Culto ao Dever”, de Macedo, fez uma dura crítica:
querido entre o público em geral, mas em relação
“Em geral, as personagens estão apenas esboçadas;
à crítica consagradora suas obras possuem uma
o espírito não as retém; ao fechar o livro dissipam-
recepção crítica bem dividida. No prefácio da
se todas como sombras impalpáveis; como elas não
quarta edição de A moreninha (1960), por exemplo,
comovem, o coração do leitor não conserva o menor
Antônio Francisco Dutra e Mello enche o romance
vestígio de sensação, a menor impressão de dor.”
de
alguns
Machado também acrescenta: “O Culto do Dever é
“inconvenientes” do gênero romanesco, diz que
um mau livro, como a Nebulosa é um belo poema.
felizmente Macedo não apresenta alguns “germes”
Esta será a linguagem dos amigos do poeta, a
do romance, ao contrário, em sua opinião o
linguagem dos que amam deveras as boas obras, e
primeiro romance do autor é “a viva, a espirituosa
almejam antes de tudo o progresso da literatura
filha da sua rica fantasia, ingênua e bela, inocente
nacional.”
elogios,
e
ao
apresentar
e jovial”. Já nas críticas dos jornais da época do autor, são apontados alguns defeitos na escrita de
Macedinho, apesar do estilo e da temática dos livros do autor geralmente serem elogiados.
As imagens que seguem são digitalizações de jornais da época de Macedo, disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira. Aqui, dois trechos de uma crítica ao romance A Moreninha.
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O público consumidor de literatura do século XIX provavelmente aceitou de bom grado os
romances de Macedo devido a alguns motivos específicos,
como
os
diálogos
rápidos,
insinuantes e “cheios de vida” presentes na obra do autor, a simplicidade dos seus enredos, o humor presente neles, com cenas cômicas e patéticas e a “natural pintura da sociedade brasileira”, como destaca o jornal “A Reforma”,
de 1877. Além, é claro, do cunho moral presente nos romances do autor, que diz respeito ao fato de Macedo escrever sobre e para uma sociedade burguesa cujos valores seguem um tipo de moral patriarcal, característica do século XIX.
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Macedo na atualidade Os
estudos
sobre
Joaquim
São notáveis as contribuições de
Manuel de Macedo e sua obra, na atualidade,
Queiroz para o estudo de Macedo atualmente,
têm alguns temas recorrentes, os quais se
uma vez que a autora é a que tem mais
identificam como o foco da crítica atual em
publicações referentes a Macedo e sua obra. Em
relação ao autor. Tais temas são uma análise da
sua tese “As múltiplas facetas de Joaquim
sociedade carioca do século XIX, ou seja,
Manuel de Macedo: um estudo de A carteira de
estudos de cunho histórico e sociológico dos
meu tio, Memórias do sobrinho de meu tio e A
romances de Macedo; a contribuição e análise
luneta mágica” de 2011, a autora explica que
do teatro macediano também no século XIX; a
“No que se refere à historiografia e à crítica
própria construção do Romantismo brasileiro e
literárias, vemos, no entanto, um movimento
a contribuição de Macedo dentro das temáticas
um pouco diverso. Embora Macedo figure na
do romance desse período, entre outros.
maior
Segundo Massaud Moisés, na publicação
do
livro
História
da
Literatura
Brasileira: das origens ao romantismo, escrito em 1984, o autor dedica um espaço da obra a Joaquim Manuel de Macedo afirmando que “
[Macedo] introduziu o romance brasileiro, nacionalizando a prosa de ficção nos temas e na
parte
das
histórias
literárias
como
inaugurador do romance urbano brasileiro e um dos legítimos representantes do nosso Romantismo, sua imagem ficou cristalizada como a de um autor menor, cuja preocupação em moralizar e entreter a sociedade da época fez prejuízo a uma escrita mais densa ou elaborada (...) ”(p. 13)
técnica; iniciou o abrasileiramento da nossa
Acima, o livro de Massaud Moisés, onde se encontra uma seção sobre Macedo. Ao Lado, uma caricatura do autor, encontrada em um blog dedicado a ele. Nesse blog pode-se encontrar outras curiosidades e histórias sobre o romancista (http://joaquimanoelif.blogspot.com.br/)
Fonte: http://pnld.moderna.com.br/2012/04/11/joaquim-manuel-de-macedo-e-a-moreninha/
tradição ficcional (...)”. (P. 381)
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A Moreninha: o best seller
O
primeiro
romance
de
ilha, e assim ficará por até 15 dias, no
Joaquim Manuel de Macedo não poderia
mínimo.
Augusto sela a aposta, e fica
ter tido melhor estreia. Lançado em 1844,
decido que o perdedor deveria escrever
A Moreninha foi sucesso de publico,
um romance narrando o fato, o caso de
rendendo popularidade de seu autor logo
paixão. Para descobrir quem é o autor,
na época em que começou sua carreira de
afinal, o leitor deve ler toda a história até
romancista. É, de longe, o romance mais
o fim (ou pular algumas páginas, caso
vendido e reeditado do autor, além de ser
não consiga se conter de curiosidade).
conhecido até hoje, inserido na cultura popular
contemporânea.
(Ver
quadro
“Adaptações”).
O esperava,
no
que
Augusto
entanto,
era
não
conhecer
Carolina: neta de dona Ana, anfitriã da
A história contada narra as
casa,
e
irmã
de
Filipe.
Apesar
do
aventuras de quatro jovens estudantes de
desinteresse inicial que sentiu por ela,
medicina—Fabrício, Filipe, Leopoldo e
Augusto nota gradualmente as graças da
Augusto—, que, durante o feriado de
jovem
Sant’Ana, decidem ir para a casa da avó
desenvolvendo um interessante romance,
de Filipe. A estadia conta com a presença
que envolveu além de inúmeras cenas de
de vários tipos característicos da alta
galanteio, a saúde de Augusto, seu pai e
sociedade
uma descoberta reveladora do passado
carioca.
Uma
aposta,
entretanto, é travada antes da ida dos
moça.
O
interesse
cresce,
comum dos dois amantes...
rapazes para a “ilha de...”. Augusto
é
popularmente
conhecido por sua “inconstância” com as mulheres. Sedutor como é, não se prende
A moreninha, edição da editora Ática, de 1996.
um motivo nobre e comovente, ao longo do livro). Assim, Filipe aposta como o garoto irá se apaixonar por alguém na
Fonte: Goodreads
a nenhuma relação séria (explicado por
11
A filha de Macedo Não
notar
Em quase todo capítulo, o
Além disso, um dos fatores
porque o romance fez tanto
leitor pode se envolver em
que pode ter maior peso no
sucesso em sua época. O
uma história que, a cada
O sucesso do romance em
enredo
A
momento,
sua
Moreninha não conta apenas
inúmeros
com uma história de amor
livro como foco.
aos
é
difícil
envolvente
moldes
do
de
que
no
século
Paixão
arrebatadora
apenas
um
de
XIX. é seus
ingredientes: existe também a
enorme
peripécias
carga
passadas
de pelas
personagens ao longo do
desenvolvimento da história principal.
um
personagens
se
andava fazendo ao redor do mundo,
tem
dos do
época
é
devido,
justamente, à proximidade temporal
e
espacial
do
conteúdo da história. Não é Veja esta interessante charge publicada na revista « Semana Ilustrada ». A imagem do escritor de romances que publicava muitos livros era negativa por parte da crítica do século XIX. Aqui, Macedo, com suas várias mãos de escritor de romances e teatro e vários dos seus romances no plano de fundo.
a toa que se diz que a história se passa, na maior parte da trama, na “ilha de...” usando as reticências. A omissão das informações que falam do tempo e do lugar em que a história do romance
acontece
pode
querer aguçar nos leitores justamente a possibilidade de Carolina e Augusto terem vivido, realmente, em uma ilha do Rio de Janeiro, há pouco tempo (de 1844). Isso aproxima
o
leitor,
que
completa os três pontos do texto com sua imaginação. PARA SABER MAIS Muito do que se sabe sobre a recepção das obras de Macedo pode ser encontrado na dissertação de Leandro Thomaz de Almeida: Trajetórias da recepção crítica de Joaquim Manuel de Macedo. (Universidade de Campinas, 2008)
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O Macedo da história e geografia Quem conhece A Moreninha e o nome de Macedo, pode não conhecer muitos outros títulos (inúmeros!) do autor brasileiro. A luneta mágica, O moço loiro, Rosa, entre outros romances são bem menos conhecidos. Mas você sabia que Macedo foi, em sua época, extremamente conhecido por seus escritos com relação à geografia do nosso país? Sim, Joaquim Manuel de Macedo não exercia a profissão de médico que o diploma lhe dava, mas sim o de escritor, jornalista e, afinal, professor de História e Geografia do Brasil, no colégio D. Pedro II. Escreveu, ainda, Geographia do Brazil e Anno Biográphico Brazileiro, os únicos livros seus que foram traduzidos em inglês, alemão e francês. Isso mostra que, lá fora, o nome de Macedo pode ter sido conhecido muito mais por seus trabalhos técnicos do que por seus romances que tanto faziam sucesso aqui.
Por fim, mais um motivo que move os leitores ao longo do livro, e que pode justificar tão aclamada
adoração
por A Moreninha
é
o
suspense carregado desde o começo até o fim sobre quem, afinal, ganhou a aposta, quem escreveu o romance. Macedo encarnou bem o leitor romântico de folhetins para bolar tal trama e, com sucesso, faz até hoje, muitos dos que abrem seu livro, tentarem devorar suas páginas o mais rápido possível, para seu derradeiro fim.
cd “(...) existe também a enorme carga de peripécias passadas pelas personagens ao longo do desenvolvimento da história principal.” ba É claro, que, ao tecer tais hipóteses, se está generalizando quanto à recepção do romance em sua época, que foi elogiosa, em suma—deve-
se levar em conta que a crítica do século XIX, em especial da elite letrada do país, tendia a rejeitar os romances folhetinescos (esses que atendiam ao público amplo) criticando a literatura que fazia sucesso entre a população como uma de “baixo nível”. Talvez esse seja um legado da crítica de Macedo no final do século XIX, que
nem tanto considerava o autor um gênio.
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Adaptações A moreninha, história em quadrinhos de 50 páginas, adaptada em 1953 para a Edição Maravilhosa, é bem condensada e contém apenas o essencial da trama. O volume ganhou outras duas edições: em 1969 e 1975 (foto da capa).
O livro A Luneta Mágica (1869) de Joaquim Manuel de Macedo teve sua adaptação para quadrinhos lançada pela editora Panda Books. A história é cômica e conta a história de Simplício, um jovem com problemas na visão e, por isso, dependente da família. Ele foi criado pela tia Domingas e tem por companhia apenas seu irmão mais velho, Américo, e sua prima, Anica. Certo dia, Simplício encontra um homem misterioso que lhe promete a cura para a sua cegueira: uma luneta mágica. Com essa misteriosa invenção Simplício pode enxergar muito além das aparências, a essência da pessoas. O preço da história em quadrinhos de 32 páginas sai R$25,90
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Fonte:http://livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br/2013/04/amoreninha.html
O primeiro filme baseado no romance A Moreninha, como nome homônimo, foi um marco por ter sido um dos primeiros filmes mudos do cinema brasileiro. Dirigido por Antônio Leal, estreou em 1915 no Rio de Janeiro. Contava com os atores Oscar Soares e Lydia Bottini nos papéis de Augusto e Carolina,
Fonte http://brcine.com.br/colunas/a-moreninha-1970/
respectivamente.
O segundo filme baseado na obra, também chamado A moreninha, teve sua estreia em 1970 e foi dirigido por
Glauco Mirko Laurelli. Coube à Sônia Braga e David Cardoso os papéis da travessa Moreninha e do inconstante Augusto.
Fonte: http://suburbiosdorio.blogspot.com.br/2012/10/a-moreninha-de-paqueta.html
Em 1979, o romance também foi adaptado para ópera por Ernst Mahle, com libreto de José Maria Ferreira. Recentemente, a ópera ganhou uma nova versão, contando com a participação de 13 cantores em cena e uma orquestra
com
instrumentistas. A
aproximadamente
20
história
de
de amor
Augusto e Carolina ainda faz muito sucesso entre o público!
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Novelas Fonte: http://suburbiosdorio.blogspot.com.br/2012/10/a-moreninha-de-paqueta.html
A primeira versão de A Moreninha em formato de novela, segundo o site Memória Globo, foi exibida em 1956 pela TV
Tupi, com Yoná Magalhães e Paulo Porto formando o casal de protagonistas. Em 1965 uma segunda novela baseada na obra de Macedo foi produzida, dessa vez pela Rede Globo, mas com o mesmo título da antecessora. Marília Pêra e Cláudio Marzo ficaram com os papéis de Carolina e Augusto. Curiosamente,
essa
foi
uma
das primeiras
produções da Globo em que foram feitas gravações externas, e o cenário escolhido foi a ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro.
Fonte: http://suburbiosdorio.blogspot.com.br/2012/10/a-moreninha-de-paqueta.html
Os atores Nívea Maria e Mário Cardoso também tiverem a chance de interpretar o romântico casal dos camafeus: trata-se da terceira adaptação da obra para telenovela, dirigida por Herval Rossano e escrita por Marcos Rey. A novela A Moreninha de 1975 foi uma das primeiras novelas produzidas em cores pela Rede Globo, e fez grande sucesso no horário das 18 horas da emissora. Mas não foi apenas o romance que conta a história do galante Augusto que inspirou a trama, Memórias da Rua do Ouvidor, outra obra de Macedo, também serviu de base para a construção de
O Moço Loiro, romance de Joaquim Manuel de Macedo, assim como A Moreninha, também teve sua adaptação para a Telenovela Brasileira, sob direção de Dalmo Ferreira e produção de Lúcia Lambertini. A novela foi exibida na TV Cultura, no horário das 18h30, de 6 de setembro a 3 de dezembro de 1965
Fonte: http://www.newsnessa.com/2012/03/lancamentos-da-editora-martin-claret.h
algumas cenas.
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Iconografia
Em A Moreninha, a história se passa na ilha de... Mesmo sem citar, em nenhum momento, qual seria essa ilha, o público tornou-a real. A Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, passou a ser associada ao romance, de tal forma que, quando se visita o lugar, o turista pode passar pela famosa “pedra da Moreninha”, pela casa da menina, e pela gruta onde o casal teve seu tão
Na foto da direita, o busto de Macedo em sua cidade natal, Itaboraí. Ao lado, a nota de falecimento do autor que saiu no jornal “Gazeta da Tarde”, em 1892. Destaque para o comentário sobre sua
popularidade:
“um
dos
poucos
romancistas brasileiros dos nossos dias e um dos raros que mais popularidade em obtido entre nós.”
Fonte: http://www.visiteitaborai.com.br/monumentos/1197#
esperado desfecho romântico.
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Fonte: http://joaquimanoelif.blogspot.com.br/2011/12/joaquim-manuel-de-macedo-e-o-ministerio.html
Macedo e o ministério Dizem que Joaquim Manuel de Macedo era o queridinho do imperador Dom Pedro II, tendo desempenhado inclusive a função de professor das filhas dele. No entanto teria recusado o convite do imperador para ser ministro, preferindo continuar apenas no cargo de deputado geral. A charge acima é uma brincadeira em relação a sua carreira política: nela, Macedo (centro) é consolado pelo símbolo da revista Semana Illustrada (a direita), que diz ao escritor que conhece muitos amigos no terceiro distrito que certamente votarão nele. http://roberto-menezes.blogspot.com.br/2010/11/o-romantismo-na-literatura-brasileira.html
Macedo sempre será o “pai da Moreninha”, mas vale a pena conferir também as outras obras do autor, tanto os romances como, como as peças de teatro e as poesias. Se irão cativar os leitores tanto quanto o romance do inconstante Augusto não sabemos, mas com certeza irão revelar um pouco mais sobre uma dos mais marcantes autores do século XIX!
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Bibliografia consultada ALMEIDA, L. T. Trajetórias da recepção crítica de Joaquim Manuel de Macedo. Dissertação de Mestrado. Data de defesa: 16/05/2008, 117 páginas. Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas. Campinas,
2008.
<Disponível
em:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000441718&fd=y>.
AUGUSTI, V. O romance como guia de conduta: A Moreninha e Os Dois Amores. Dissertação de mestrado. Data de defesa: 10/12/1998, 225 páginas. Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas. Campinas,
1998.
<Disponível
em:
http://www.caminhosdoromance.iel.unicamp.br/estudos/teses/pdfs/valeria.pdf >.
Catalogo da Biblioteca Municipal. Publicação oficial. Typographia Central de Brown e Evaristo, 1878.
CARDOSO, João Marcos. Brasiliana USP <Disponível em: http://www.brasiliana.usp.br/node/1055, acesso em 28/08/13>.
MACEDO, J. M. de. A Moreninha. São Paulo: Klick, 1997.
OLIVIERI, A. C. As graças da Moreninha: uma apresentação do romance de Joaquim Manuel de Macedo. São Paulo: Nankin, 2003.
QUEIROZ, J. M. de. As múltiplas facetas de Joaquim Manuel de Macedo: um estudo de A carteira de meu tio, Memórias do sobrinho de meu tio e A luneta mágica. Tese de doutorado. Data da defesa: 21/02/2011, 196 páginas. Instituto dos Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2011. <Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?view=000791424>.
SACRAMENTO BLAKE, A. V. A. Dicionário Bibliográphico Brazileiro (Vol. IV). Imprensa SILVA, I. F. da. Diccionário Bibliographico portuguez. Lisboa: Imprensa Nacional, 1859. Nacional: Rio de Janeiro, 1898. Edição de 1970. Pp. 183-191.
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