Gj319 by O Grande Jornal Editora

LAZER

Entretenimento

Festival do Camarão é sucesso em Imbituba

EMPREGO

Oportunidade

Estágio na prefeitura tem bolsas de até R$ 590,00

Circuito de Surf Amador

ESPORTE

Grande Final do Surf Amador Catarinense

# 319 Ano 5 Semanal QUINTA-FEIRA, 21 de janeiro de 2016 | Imbituba/SC | Associado à Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina | www.grandejornal.com.br | Valor: R$2,50

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GJ O Grande Jornal Editora LTDA - ME. CNPJ 11.870.801/0001-24 Endereço Rua: Elza Maria Pereira Pittigliani, 184 - Vila Nova Alvorada. Imbituba - SC CEP: 88780-000 Telefone (48) 3255-6906

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Imbituba/SC - quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Pés, para que os quero, se tenho asas para voar? - Frida Kahlo

Coluna do

Fernando Carvalho Especialista em Logística, Radialista, Comentarista de política, escritor, poeta, palestrante e apaixonado pela família.

Rogério Pupo e Santos no Festival do Camarão No último Festival do Camarão de Imbituba estivemos presentes para apreciar a festa. A abertura aconteceu na hora certa, ou seja, às 21 horas, como marcou o prefeito Jaison Cardoso de Souza. Muitas autoridades marcaram presença, gostaria de citar dois exemplos: Os empresários Santos Pacheco Alves que é tido como um grande empresário da nossa economia pois criou duas importantes entidades do comércio local ou seja CDL e ACIM e o administrador do Porto de Imbituba, Rogério Pupo. Eles estavam no Stand da SCPAR, no muito produtivo bate papo disseram que tinham muito trabalho este ano. Além disso, o diretor do Porto

fez questão de mostrar que o mesmo tem se preocupado com o esporte e a nossa cultura, fazendo valer que está apoiando o trabalho dos atletas e outras áreas que somam para Imbituba. Com a experiência do empresá-

mesmo local, deveriam ter momentos como esse para debaterem o crescimento da economia, não apenas visando os próprios interesses. Mesmo com o assombro que pregam alguns economistas de plantão, observamos que os dois visionários estavam batendo um papo informal e sem os critérios que exigem as máximas técnicas para se entender o momento da nossa economia, mas eles estavam otimistas com novas cargas e novos horizontes para nossa região. Vale muito a pena Santos Pacheco Alves e Rogério Pupo ter encontros informais e desconrio Santos Pacheco, a conversa foi boa traídos com esse caras que conhecem e produtiva, pensamos da seguinte o mercado, o que é de grande valia forma, os grandes homens que me- para uma rápida avaliação dentro do xem com a economia brasileira ou até conhecimento de cada um.

Errata: Na última edição do GJ, na matéria sobre o médico formado, o nome do garoto é Jonathas Dias Melo, mas na matéria saiu como Jhonatas Dias Melo, e seu pai é João Soares Melo, e na matéria saiu como João Dias Melo.

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|| LAZER

|| SAÚDE

Festival do Camarão é sucesso em Imbituba

SC confirma 1º caso de zika vírus

Com show principal atingindo a lotação máxima, evento gastronômico e cultural é destaque no alto do verão do Sul do Brasil

Emanuelle Querino Alves de Aviz Quem passou este final de semana em Imbituba teve muito o que aproveitar. Com dias quentes as praias com água fresca ficaram lotadas de moradores e turistas, que puderam aproveitar o 17º Festival Nacional do Camarão, realizado pela Prefeitura de Imbituba, através da Secretaria de Turismo Esporte e Cultura (Setec). Mais de 50 mil pessoas passaram pela festa que ofereceu o melhor da cultura local com artesãos e músicos, muita gastronomia à base de camarão e os shows nacionais de Sambô (15), Marcos e Belutti (16) e Cidade Negra (17). Como já era esperado o show do último sábado atingiu a lotação máxima do Parque Municipal de eventos, que tem capacidade para 10 mil pessoas. Marcos e Belutti passaram o dia aproveitando as belezas da cidade com a família e à noite animaram o público em um show que vai ficar para a história do Festival. A dupla sertaneja cantou os hits que conquistaram o

JOÃO BATISTA COELHO JÚNIOR

Grandes sucessos da música sertaneja embalaram a noite de sábado em Imbituba com Marcos e Belutti

Brasil, como “Domingo de Manhã” e “Aquele 1%” além de seus demais sucessos e ainda presentearam os fãs com interpretações de diversos artistas nacionais, em uma apresentação com efeitos especiais e muito carinho com a cidade. O prefeito Jaison Cardoso destaca que o evento é consolidado e o desafio é fazê-lo cada vez melhor. “Em

nosso primeiro ano fizemos a festa na baixa temporada, em julho, com todos os shows gratuitos, mas entendemos que seria melhor voltar para o alto de verão. Devido a situação econômica do país fomos obrigados a ter a responsabilidade de cobrar os shows nacionais, pois precisamos conduzir as ações de acordo com a situação financeira que ve-

mos. Mesmo assim, tivemos o show de Marcos e Belutti com lotação máxima, mostrando que a cidade realmente vive um momento especial, na contramão da crise. Os cidadãos de Imbituba podem ter certeza que independentemente da situação do Brasil em 2016 os nossos compromissos com Imbituba serão honrados acima de tudo”, afirma.

Turista de Mato Grosso pegou doença no estado de origem, diz diretor. Vigilância estadual afirma que ainda não foi oficialmente notificada.

O Pronto-atendimento (PA) de Itapoá, no Norte de Santa Catarina, confirmou o primeiro caso no município de zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. “É um caso importado, de uma turista do Mato Grosso”, confirmou o diretor do PA, Antônio Paulo. Na quinta-feira (14), a mulher foi ao PA com sintomas da doença e foi feito exame. Na sexta (15), o diagnóstico foi confirmado. O pai e a mãe dela já estavam diagnosticados com o zika vírus, afirmou o diretor. “Ela foi picada na cidade de origem e teve os sintomas mais graves aqui [Itapoá]. Antes, já estava com dor de cabeça, mas decidiu viajar assim mesmo”. A turista segue com acompanhamento médico dos sintomas da doença. A previsão era de que ela voltasse ao estado de origem nesta quarta (20). A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina afirmou que não havia recebido informações sobre o caso até a tarde desta terça-feira (19).

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|| OPORTUNIDADE

Estágio na prefeitura tem bolsas de até R$ 590,00 Inscrições para processo seletivo encerram dia 24 e deve ser feito online. Vagas serão abertas de acordo com a demanda. Emanuelle Querino Alves de Aviz Os estudantes que desejarem concorrer a uma vaga de estágio na Prefeitura de Imbituba devem se inscrever até o dia 24 de janeiro. A Secretaria de Administração da Prefeitura de Imbituba abriu processo seletivo para estagiários destinados a formação de Cadastro de Reserva em diversas áreas e para os níveis superior, técnico e médio. Para bolsa universitária o valor é de R$ 590,00; para bolsa técnica R$ 377,60 e a bolsa estudantil é de R$ 318,60. A carga horária é de 4h diárias. O valor das bolsas foi

JOÃO BATISTA COELHO JÚNIOR

auxiliar. Os valores das bolsas são significativos e fazem diferença no orçamento de quem está começando a vida, muitas vezes pagando os próprios estudos. Ano passado fizemos uma reformulação no sistema de bolsas para tornar os valores equivalentes e os resultados tem sido positivos”, afirma o prefeito Jaison Cardoso. Como se inscrever As inscrições estão abertas até o dia 24 de janeiro e podem ser realizadas através do site da prefeitura. No endereço www.

O estágio é uma oportunidade de aprendizado profissional aumentado de acordo com a atualização do valor da UFM (Unidade Fiscal do Município) que atualmente está em R$ 2.95. A inscrição é gratuita e deverá ser efetuada pelo estudante interessado no site www. imbituba.sc.gov.br, onde o candidato terá acesso ao Edital, à Ficha de Inscrição e aos procedimentos necessários à efetivação da inscrição. “O estágio é uma forma de darmos a oportunidade de uma primeira experiência profissional aos nossos jovens ao mesmo tempo em que os funcionários podem contar com um

imbituba.sc.gov.br o candidato irá clicar no link editais e em seguida Bolsa Estágio 2016. No arquivo em PDF com o edital está o link de acesso para preencher a ficha de inscrição com envio direto ao sistema. A inscrição não gera direito à contratação, que dependerá da necessidade da Administração Pública. Antes de efetuar a inscrição, o candidato deverá conhecer os critérios do Processo Seletivo de Estagiários, certificando-se de que preencherá todos os requisitos exigidos no momento da formalização do Termo de Compromisso de Es-

tágio. Para acessar clique no link ou copie e cole no seu navegador: http://www.imbituba.sc.gov. br/a-prefeitura/editais/bolsa-estagio-2016/bolsa-estagio-2016 Veja abaixo as áreas constantes do edital: Superior: Administração, Arquitetura, Arquivologia, Artes, Biologia, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciências da Computação, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Ambiental, Engenharia Ci-

vil, Engenharia Florestal, Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção Engenharia da Pesca, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Geografia, História, Jornalismo, Letras, Matemática, Nutrição, Oceanografia, Odontologia, Pedagogia, Processos Gerenciais, Psicologia, Secretariado Executivo, Serviço Social, Sistema de Informação, Turismo, Relações Internacionais, Tecnólogo em Gestão Ambiental, Tecnólogo em Logística, Tecnólogo em Redes e Tecnólogo em Segurança do Trabalho; Tecnólogo de Gestão em Recursos Humanos. Aos estudantes dos cursos de

licenciatura (com exceção da Pedagogia), por exigência das instituições de ensino superior, ficam destinadas as vagas apenas, dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Técnico: Administração, Contabilidade, Enfermagem, Edificações, Informática, Meio-Ambiente, Segurança do Trabalho, Turismo, Vigilância Sanitária e Recursos Humanos. Médio: Magistério e Educação Geral.

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|| CIRCUITO OCEANO DE SURF AMADOR

Grande Final do Surf Amador Catarinense

Mais uma vez, Imbituba mostrou o quanto é pé quente nos esportes radicais. Não é a toa que é considerada a melhor onda do Brasil. A “Vilinha” reuniu o que de melhor dos atletas do Surf Amador Barriga Verde. O Evento rolou sábado e domingo (16 e 17/01), definindo assim, os Campeões Catarinenses de Surf 2015. Quem esteve por lá, pode assistir de perto manobras espetaculares, boas ondas, água quente e um público muito atento. Disputas acirradas, ondas após ondas. Destaques para as baterias finais das categorias Open e Junior. Aplausos ao Surfista local (categoria Open), Victor Borges que venceu a etapa da “Zimba”. De parabéns também, ao local Campeão da Etapa, Leonardo Barcelos (categoria Junior), conquistando uma nota 10 no seu somatório. O moleque conhece bem a praia da Vila. Neste evento, fechou o ciclo do presidente da

FECASURF, Frederico “Fred” Leite. Que desde 2008, na frente da entidade, trabalhando de maneira profissional e desafiadora. Patrocínio: Oceano, do Governo Catarinense através da Secretaria do Estado de Cultura, Esporte e Turismo e Fundesporte, Prefeitura Municipal de Imbituba | Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Cultura SETEC, KOB|Keep The Ocean Blue, copatrocínio da Mormaii, Skull Surf Boards, Cia Wax, Kavosk Tour, Dalila Têxtil, Corpo de Bombeiros de Imbituba, Site Waves, Jornal Drop e Revista Solto. Realização: Federação Catarinense de Surf e Associação de Surf de Imbituba ASI. Saudações aos Atletas participantes Aloha Nilo Pittigliani de Carvalho Surfe Repórter

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Lojistas avaliam desempenho no natal Avaliação da Federação das CDLs de SC sobre as vendas do Natal 2015 registrou queda de 3,36% em relação ao mesmo período do ano anterior. “Tivemos um desempenho abaixo expectativa, apesar do esforço dos lojistas em manter o otimismo até os últimos momentos”, lamenta Ivan Tauffer, presidente da FCDL/SC. No total, o SPC/SC (Serviço de Proteção ao Crédito) identificou uma redução de 20% no volume das consultas. O tíquete-médio ficou em torno de R$ 100, cerca de 20% abaixo de Natal passado. Os itens de vestuários e acessórios destoaram da média e tiveram desempenho favorável nas vendas, chegando a quase 5% quan-

do comparado com 2014. “Predominaram os presentes úteis e de menor valor. As lojas deste setor recorreram com muita ênfase às promoções e isso gerou resultado positivo”, observou Ivan Tauffer. De acordo com a Presidente da CDL Imbituba, Marilúcia Bergler, em nossa cidade não foi diferente. “Tivemos uma redução de 7% nas consultas de SPC, quadro este que reflete o cenário nacional”, destaca Marilúcia. Marilúcia ainda destaca que agora todas as atenções se voltam para 2016 e a temporada de verão, esperando um bom fluxo de turistas em nossa cidade e região.

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Imbituba/SC - quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

PUBLICAÇÕES LEGAIS

Academia de Letras de Imbituba Por Odair Ribeiro – Jornalista/Poeta

Neste nosso primeiro encontro do ano de 2016, aqui no Grande Jornal. A Academia Letras de Imbituba – A.L.I. – vem contextualizar, conversar sobre o que seria um texto literário e um texto não literário, tendo em vista que Nossa Coluna, será escrita por escritores e poetas. Assim, esses utilizaram em sua escrita, uma forma não muito convencional, por usar em seus textos, forma literária, que é diferente de textos escritos na forma não literária. Que seria então um texto literário e um não literário? Menino, Vitor Pinto, indígena de 2 anos, no dia 30 de dezembro do ano de 2016, por volta das 12 horas, foi brutalmente assassinado com um golpe de navalha no pescoço, quando estava sendo amamentado por sua mãe – Texto não literário. No mês do Menino Jesus, No momento sublime da amamentação, O pequeno Vitor, foi chamado para luz. Mas de sua mãe, arrancaram o coração. – Texto literário Perceberam. Teremos uma forma diferenciada de comunicação aqui no GJ.

Imbituba/SC - quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ENTREVISTA

Bodas de Mercúrio

Sanuto Pedro Ribeiro(90 anos) e dona Cora Ferreira Ribeiro (88 anos), são de Riacho de Ana Matias, no Vale do Rio D’una, município de Imaruí. Juntos eles construíram uma história de 69 anos de casamento, onde superaram muitas dificuldades em busca de uma vida melhor. Emanuelle Querino Alves de Aviz Naquele tempo o trem parava na estação, e lá tinha um barzinho que o cara queria vender por 90 mil réis. Entrei com os 50 mil e fui pagando o que restou em parcelas de 5 mil ao mês. Após um ano vendi o bar e saí com dinheiro suficiente para comprar um terreno na Madre outra vez. Era um lugar muito bonito, com 20 hectares. Paguei o mesmo que paguei pelo bar. Mas no fim, as mesmas dificuldades vieram novamente, enchentes por cima de enchentes, destruindo minhas plantações. Então Manoel Deodoro, muito conhecido em Imbituba, me deu 10 vacas para eu tirar leite em troca de criar dois celeiros para ele. Quando isso aconteceu, a enchente veio novamente. Vendi tudo de novo e fui pra casa que eu tinha perto do meu pai, até que surgiu um terreno no Rio D’una. Me chamara de louco e me disseram que lá só tinha mosquito, que eu ia judiar dos meus filhos. Mas eu enfrentei. Cheguei aqui em 1959 e cá estou até hoje. Plantei arroz, criei todos os meus filhos e fui feliz. A luta foi grande, trabalhando noite e dia para dar conta. Hoje estou no melhor lugar que poderia estar. O Grande Jornal – Onde nasceu e como foi o início de sua história? Sanuto- Nasci em Madre, na cidade de Tubarão. No início fui matriculado na escola aos 6 anos e fiquei nela por quatro anos. Quem ficava esse tempo, já era considerado adiantado. Depois fui trabalhar com meu pai na olaria até os meus quinze ou vinte anos. Mais tarde ganhei um violão dele, fui aprendendo alguma coisa até que me formei numa orquestra chamada Estrela Dalva. Tocávamos em várias cidades, tipo Imbituba, Criciúma, Sangão, Laguna... Saíamos muito. GJ – Como o senhor conheceu a dona Cora? Sanuto - Na época em que eu tocava violão, de tantos olhos que me olhavam, deveria aparecer alguém para mim (risos). Até que a gente deu uma olhada firme e aos 19 anos eu a pedi em casamento, aos 20 nós casamos. Para o nosso sustento, estava ainda na olaria com meu pai. Nisto meu pai me disse que já que eu estava casado, meu pai me deu a olaria para eu trabalhar “de meia”. Quando ganhei um dinheiro, comprei um terreno na Madre por 18 mil réis. GJ – E como foi no primeiro lugar onde moraram juntos?

Sanuto - Decidi que após construir minha casinha, iria trabalhar no terreno, plantando cebola. Com dois quilos de semente, a terra me deu 12 toneladas. Minha esposa me ajudava a cuidar da terra. Depois comecei a plantar “milho

de vassoura”, veio uma enchente e acabou com tudo. Decidi plantar batatas, e estava feliz por ter uma porca cheia de bezerros. Quando a batata começou a sair pra fora da terra deu outra enchente e apodreceu tudo em 15 dias. No outro ano ganhamos umas vaquinhas da minha sogra, fomos tirando um leitinho,

fazendo uns queijinhos para sobreviver, daqui a pouco veio outra enchente e lá se foi os animais. Após tudo isso, vendi o terreno por 70 mil réis, coloquei 50 mil no banco, e com os 20 mil construí uma casinha perto do meu pai. Nós plantáva-

mos arroz por um ano, mas não deu pra continuar porque o ganho era pouco e já tínhamos quatro filhos. GJ – O que decidiu fazer para dar uma vida melhor para sua família? Sanuto - Fui experimentar o comércio em Criciúma. Cheguei lá no dia certo.

GJ – Qual o nome de seus filhos? Sanuto - Pedro, Ana, Neuza, Jair, Jaelson, Janete, Maria, Janir, Jucélia e Juceneide, Jucemar e o Edgar, que faleceu aos três anos de idade. Tenho 39 netos, 50 bisnetos e está chegando um tataraneto. Alguns dos meus filhos casaram mais de uma vez. Minha família me faz muito feliz, comemorei todas as minhas bodas, minha última foi aos 69 anos de casado, que é chamada Bodas de Mercúrio. Cora – Nossos filhos nunca precisaram apanhar Eles nos obedeciam bem, só no olhar. Chegava de manhã eu fazia uma “cafezada” para eles, todos vinham para a mesa. Hoje em dia se perdeu bastante esse respeito. GJ – Deixem uma mensagem final. Sanuto - É preciso enfrentar as dificuldades. Desejo que a educação que dei para os meus filhos sirva bem para eles, que continuem unidos. Agradeço a Deus por eles me cuidarem bem. Cora – A minha felicidade é que a nossa família tenha amor em nós enquanto estamos vivos. Um de nós dois, falo de mim e de meu esposo, irá deste mundo antes do outro. O que ficar vai precisar de bastante carinho e amor, então eu peço à família que construímos que cuide bem de nós, da mesma forma que nós cuidamos um do outro.

Imbituba/SC - quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Sagrado Feminino por Tailu Nascimento Doula e Aromaterapeuta

O poder do autoconhecimento

“Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses. Se o que tu procuras não achares primeiro dentro de ti mesmo, não achará em lugar algum”. Sócrates Não é de hoje que se fala sobre a busca do autoconhecimento. A famosa exortação de Sócrates traduz uma das mais antigas preocupações da humanidade. Talvez esse seja, afinal, o grande tema desta coluna, talvez esse seja o grande sentido da vida, talvez. Hoje sinto que só é possível compreender o mundo e as pessoas a partir do autoconhecimento. Inclusive isso parece ser a última grande sacada do empreendedorismo, a chave do sucesso. O autoconhecimento é o caminho do desenvolvimento pessoal. É um processo de eterna observação, de olhar pra si e perceber além daquilo que o outro vê. E mais, não deve ficar só no âmbito do psicológico e espiritual. Conhecer o nosso corpo físico é essencial e revolucionário. Perceber o funcionamento do organismo e observar as peculiaridades anatômicas nos dá o poder de reconhecer quando algo não está bem e o que funciona para o nosso bem estar. A medicina é uma ciência incrível e é claro que não dá pra esperar que todo mundo conheça o corpo humano, nos seus infinitos detalhes técnicos e nomes complicados. Mas, a percepção sobre o próprio corpo me parece uma atitude básica que se perdeu diante de dogmas religiosos e da suposta superioridade da visão técnica sobre a saúde. Muitas mulheres sofrem por não conhecer seu corpo e não compreender o que acontece nele. Podem não entender que sentimos desconfortos no período menstrual porque nosso útero está inchado, com seu tamanho super aumentado. E que podem haver coágulos que terão que passar por um buraquinho minúsculo feito de músculo. A parte boa de saber disso é encontrar alívio numa ducha quente e um chá relaxante muscular como a camomila. Muitas podem não saber nada sobre o clitóris, um órgão que serve exclusivamente para o prazer e por isso sempre foi demonizado ou simplesmente negado, esquecido. Algumas ainda não sabem que ele existe! É assustador que a anatomia desse órgão tenha sido desvendada somente em 1998 quando a urologista australiana Dra. Helen O’Connell publicou no periódico médico New Scientist a descoberta de que o clitóris ia muito além da parte externa, criando novos contornos para o órgão que pode chegar a 10 centímetros e tem o dobro da quantidade de terminações nervosas que tem o pênis. Conhecer nossos corpos é o primeiro passo para um caminho de compreensão, respeito e amor. Acho que está na hora de também falar: “Ó mulher, conhece-te a ti mesma e conhecerás o Universo e as Deusas. Se o que tu procuras não achares primeiro dentro de ti mesma, não achará em lugar algum”.

(In)versos

Liliane Maria Inácia. Professora. Amante de café, frio, livros, filmes dramáticos e fotos reveladas. Associo músicas a momentos e escrevo sobre todas as coisas que me (ins)piram. E-mail: lilmonitora@hotmail.com

Se meu corpo falasse, o que diria minha boca? Gritaria as palavras amargas que magoaram ou sussurraria aquelas afetuosas que deixaram um coração em paz? Revelaria meus segredos ou ocultaria meus desejos? Declamaria o amor ou mais uma vez o silenciaria? Gargalharia a felicidade ou sorriria a tristeza? Cantaria a amizade ou faria rima da ausência dos amigos? Falaria sobre os beijos que ganhei e dei ou faria poesia sobre aqueles beijos que me negaram e até roubaram? Comentaria sobre os doces que senti ou sobre o amargo que engoli? Construiria prosas sobre meus sorrisos ou reclamaria em dramas ás vezes que o mesmo se ausentou? Se meu corpo falasse, o que diriam meus olhos? Calariam tudo o que não gostaram de ter visto ou falariam sobre tudo aquilo que não tiveram oportunidade de apreciar? Cantariam o que avistaram até então, ou falariam daquilo que os fizeram brilhar? Reclamariam das lágrimas que expulsaram ou agradeceriam das vezes que caíram de alegria? Se meu corpo falasse, o que diria meu nariz? Revelaria os cheiros que fizeram meu coração descompassar ou daqueles que a razão me obrigou a esquecer? Falaria sobre o aroma que o vento trouxe de um amor distante ou sobre daqueles que não desejou nunca sentir? Se meu corpo falasse, o que diria meu ouvido? Falaria das palavras de amor que ouviu ou daquelas que machucaram mas, que me fizeram amadurecer? Pediria pra ouvir sua música favorita ou optaria a escutar mais uma vez, os silêncios que dentro de mim ecoam. Se meu corpo falasse, o que diriam minhas mãos? Confessariam os corpos que percorreram, as bocas que contornaram ou as faces que acariciaram? Falariam sobre tudo aquilo que tentei segurar, mas que por fraqueza ou covardia deixei cair? (...) Agradeceriam por aqueles que escolhi soltar no decorrer dos meus caminhos ou chorariam por aqueles que obrigatoriamente tive que deixar soltá-las? Se meu corpo falasse, o que diriam meus pés? Comentariam os caminhos que percorreram ou dos atalhos que desviaram? Mencionariam das vezes que, puderam voar ou das vezes que foram obrigados a manter tudo em chão firme? Confessariam das vezes que pularam a cerca ou das vezes que passaram entre elas? Resenhariam sobre as pedras no caminho ou dos obstáculos que conseguiram defrontar? Lamentariam sobre aqueles que seguiram com amor ou se alegrariam por aqueles que se perderam na estrada? Se meu corpo falasse, o que diria meu coração? Delataria meus amores platônicos ou ocultaria o medo que me trouxeram? Fofocaria os segredos que mantive ou esconderia todos os sentimentos que não assumi? Julgaria os sentimentos bons que afastei ou se orgulharia dos maus que fugi? Se meu corpo falasse, o que diria minha pele? Falaria sobre o frio que sentiu ou sobre o calor que provocaram? Desejaria um toque suave ou aqueles que arrepiam? Pediria sentir aquilo que através dela, fez meu corpo reagir de forma inesperada ou pediria algo que nunca foi de fato, uma surpresa?

Música e Cura Zeh Rocha

Em busca de uma identidade cultural

Caminhando pelo Centro comercial de Imbituba, me deparo com uma estrutura armada com motivos natalinos, em 17 de janeiro, me pergunto: Estamos em que época do ano? Evidente, que nos aproximamos do Carnaval e concluo que lamentavelmente a cidade não se veste de nenhum adereço alusivo às festas do Rei Momo, essa festa profana, que atrai milhares de turistas, em capitais, como Salvador, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro. Até cidades como Ouro Preto, em Minas Gerais, Campina Grande, na Paraíba, planejaram e firmaram em seus calendários culturais, eventos que comemoram esse período festivo em fevereiro. Me vem uma outra questão: Por que não organizam a Festa do Camarão, durante o carnaval? Qual a razão para não se homenagear compositores locais, como o Amauri Castro, Daniel Tancredo, que são cronistas musicais de Imbituba? Na verdade, o foco do tema dessa coluna, hoje, se trata da necessidade de se incorporar à identidade cultural dessa bela cidade catarinense, valorizar seus artistas e produtos. Percebo, desde que cheguei a Imbituba, um marasmo cultural semelhante ao movimento das lagoas, ondas lentas, águas turvas. Primeiramente, não se pode incorporar uma ou várias identidades culturais à força, autoritariamente, por decreto, lei, emenda, goela abaixo. Hoje, apesar do esforço de alguns abnegados, existe em fase embrionária um Sistema Municipal de Cultura, com poucos benefícios para os artistas, artesãos e produtores culturais imbitubenses. Ainda não encontrei a resposta para essa questão, tentando entender melhor a falta de identidade cultural do cidadão imbitubense, apesar de suas influências açorianas, ter recebido e receber milhares de brasileiros de outras cidades, onde existe identidade cultural, produção e mercado de cultura, em plena atividade. Tenho esperança que alguns produtores culturais, gestores, educadores de Imbituba, se empenhem em manter a tradição do espetáculo do Boi de Mamão, folguedo popular que encontramos em fase de extinção, em outros estados, como o que nasci, Pernambuco, onde se chama bumba-meu-boi. Sou dos que acreditam que através da educação infantil, as crianças possam, ao ter oportunidade de desenvolverem suas habilidades artísticas, seus talentos, na música, no teatro, nas artes plásticas, literatura, junto com seus pais e educadores, incorporarem valores estéticos e éticos, passando a cultivar as artes, e encontrarem dentro de três décadas, a tão esperada identidade cultural para a cidade de Imbituba. Assim, como a cidade de Salvador, com toda a sua influência dos negros que trouxeram da África, seus saberes, gostos, crenças, a exemplo também, de Caruaru, cidade do interior de Pernambuco, terra do Mestre Vitalino, que tem um dos artesanatos mais ricos do país, devemos acreditar e agir, nos unir, artistas, Secretaria de Cultura, de Educação, para semear aqui em Imbituba, as sementes das artes, que trazem a tradição e a sabedoria milenar dos povos primitivos, os índios brasileiros, dos nossos afrodescendentes, dos colonizadores. Unir e fortalecer a tradição cultural brasileira, utilizando as ferramentas tecnológicas mais avançados, as redes virtuais. Espero, no ano que vem, estar caminhando pela Rua Nereu Ramos, e encontrar decorações inspiradas nos temas carnavalescos. Quanto a encontrar a identidade cultural de Imbituba, temos que ter paciência, e agir culturalmente, independente de partidos políticos ou religião.

Imbituba/SC - quinta-feira, 21 de janeiro de 2016