Comunidade Cova do Vapor em Portugal - a construção do Plano de Bairro

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COVA DO VAPOR

a construção do Plano de Bairro





Agradeço à comunidade da Cova do Vapor, como me receberam e tudo que me ensinaram sobre os desafios e glórias dos processos participativos sociais em arquitetura e urbanismo, em particular ao Xua, à Dona Lili e ao Sr. Eduardo. Agradeço a Sofia e a Amália por me ajudarem na integração com a Cova. Agradeço à minha família pelo apoio e amor, em particular à minha mãe, meu pai e meu parceiro João, que esteve comigo durante todo o processo. Agradeço à Professora Liza e ao Professor José Carlos Mota por acreditarem e investirem em mim e neste projeto.


RESUMO O Plano de Bairro para a Cova do Vapor é o produto final de um processo de investigação teórica e prática para a realização de dois trabalhos finais do curso de arquitetura e urbanismo – dupla titulação: UnB e Politécnico de Turim. Devido ao percurso acadêmico seguido, a pesquisa e o desenvolvimento do trabalho foram realizados em três contextos/etapas, e estes divididos em diversas fases. Os contextos são: •Em Portugal, estudo e desenvolvimento da metodologia de processos participativos, junto ao Professor Doutor José Carlos Mota e sua equipe de Planejamento Urbano da Universidade de Aveiro. Em seguida, ainda no mesmo contexto, aplicação prática da metodologia trabalhada, conduzindo o processo de participação junto a comunidade Cova do Vapor. •Na Itália, teoria e proposta preliminar, junto ao Professor Doutor Mauro Berta do Politécnico de Turim, onde foi trabalhada a interpretação dos dados colhidos na experiência conduzida em Portugal e início do projeto de co-design urbano. •No Brasil (virtualmente), elaboração do Plano de Bairro para a Cova do Vapor, produto final deste caderno, realizado junto à metodologia desenvolvida pelo grupo Periférico UnB com orientação e apoio da Professora Doutora Liza Andrade. As ferramentas utilizadas para gerar as propostas passaram pela participação e envolvimento da comunidade (primeiro contexto vivenciado e desenvolvido), estudo e interpretação de resultados (segundo contexto, com o projeto preliminar como resultado) e finalmente, desenvolvimento dos meios de decodificação projetual (terceiro e último contexto). O método utilizado para o desenvolvimento do Plano de Bairro foi inspirado nos temas/eixos de transformação trabalhados pelo Grupo Periférico-UnB, como: a vida comunitária, a participação, a igualdade e a sustentabilidade. Os mecanismos utilizados, descritos no caderno final, promovem o exercício gerador dos cenários propostos através dos padrões espaciais, dimensões aplicadas ao local e participação. A preocupação e proposta do trabalho é promover uma discussão sobre a responsabilidade social do arquiteto e urbanista no mundo contemporâneo e fornecer como produto um material de auxílio à comunidade Cova do Vapor para suas futuras possíveis intervenções. A intenção é aproximar a arquitetura e o urbanismo às questões sociais, econômicas e ambientais de comunidades.


ABSTRACT The Neighborhood Plan for Cova do Vapor is the final product of a theoretical and practical research for the realization of two final works in the architecture and urbanism course - double degree: UnB and Polytechnic of Turin. Due to the academic path followed, the research and development of the work took place in three contexts / stages, and these were divided into several phases. The contexts are: • In Portugal, study and development of the methodology of participatory processes, together with Professor Doctor José Carlos Mota and his Urban Planning team at the University of Aveiro. Then, still in the same context, practical application of the methodology worked, leading the participatory process with the community of Cova do Vapor. • In Italy, theory and preliminary proposal, together with Professor Doctor Mauro Berta of the Polytechnic of Turin. Here analyzed and interpreted the data collected from the experience in Portugal, and started the development of the urban co-design project. • In Brazil (virtually), design of the Neighborhood Plan for Cova do Vapor, the final product of this notebook, carried out together with the methodology developed by the Periférico UnB group, with guidance and support from Professora Liza Andrade. The tools used to generate the proposals went through community participation and involvement (first context experienced and developed), study and interpretation of results (second context, with the preliminary project as a result) and finally, development of the means of project decoding (third and last context). The method used for the present Neighborhood Plan was inspired by the themes/axes of transformation developed by the Periférico-UnB Group, such as: community life; participation; equality; and sustainability. The mechanisms used, described in the final notebook, promote the generating exercise of the proposed scenarios through spatial patterns, dimensions applied to the place and participation. The concern and proposal of this project is to promote a discussion on the social responsibility of the architect and urban planner in the contemporary world, and to provide useful material as a product to help the Cova do Vapor community in their possible future interventions. The goal is to bring architecture and urbanism closer to social, economic and environmental issues in small urban communities.


Nas páginas brancas encontra-se o trabalho em si, ou melhor, o as análises e resultados alcançado à partir do exercício do percurso e ações realizadas.

conexões

para a

com a

desenvolvimento

C o v a d o Va p o r

Nas páginas azuis encontram-se todos os processos realizados junto à comunidade Cova do Vapor para a realização deste trabalho.

projeto

Nas páginas cinzentas encontra-se o percurso feito pelo autor para a realização deste trabalho.

comunidade

BRANCO

ação

AZUL

metodologia

CINZA

da

exercício

COMO FUNCIONA ESTE CADERNO

plano de bairro


ÍNDICE 10 MOTIVAÇÃO E JUSTIFICATIVA 11 PRIMEIROS PASSOS

13 metodologia Processos Participativos 23 a Cova

35 desenvolvimento análises da Cova

45 ação o Processo Participativo na Cova 55 metodologia decodificação projetual

59 projeto elaboração da proposta 84 croquis - desenvolvimento de projeto 86 referências


MOTIVAÇÃO E JUSTIFICATIVA Uma das principais questões abordadas nas mais diversas áreas do mundo contemporâneo é o impacto e as consequências do modo de vida atual. Num mundo globalizado habitado por uma superpopulação de 7,8 bilhões de pessoas2, cada vez mais desafiadoras e intensas são as relações que temos com os recursos – limitados –, e claro suas problemáticas consequências, como a desigualdade social (tema abordado no volume I deste trabalho). Os impactos sociais da vida contemporânea fazem parte de assuntos globais dentro dos termos das áreas políticas, sociais, econômicas e ambientais que confrontam todas as nossas ações no globo. No âmbito da arquitetura e urbanismo, os impactos sociais são premissa para atuais e futuras construções – físicas e ideológicas –3, e sua responsabilidade em relação à sociedade é uma das principais questões a serem enfrentadas e trabalhadas no mundo atual. Muxi e Montaner (2013) discutem tais desafios da arquitetura contemporânea e analisam casos e alternativas já experimentadas em comunidades e cidades à partir de temas/eixos4 de transformação como: a vida comunitária, a participação, a igualdade e a sustentabilidade. A preocupação e proposta do presente estudo é promover uma discussão e um material de auxílio inspirados nos eixos descritos para a comunidade Cova do Vapor, com a intensão de aproximar a arquitetura e o urbanismo às questões sociais, econômicas e ambientais de comunidades. Devido ao percurso acadêmico seguido, a pesquisa e o desenvolvimento do trabalho foram realizados em três contextos, divididos em diversas fases. Os contextos são: - Estudo e desenvolvimento da metodologia de processos participativos, junto ao Professor Doutor José Carlos Mota e sua equipe de planejadores urbanos da Universidade de Aveiro. Em seguida, ainda no mesmo contexto, aplicação prática da metodologia trabalhada, conduzindo um processo de participação junto a comunidade Cova do Vapor. - Teoria e proposta preliminar, junto ao Professor Doutor Mauro Berta do Politécnico de Turim, onde foi trabalhada a interpretação dos dados colhidos na experiência conduzida em Portugal e início do projeto de co-design urbano. - Elaboração do Plano de Bairro para a Cova do Vapor, produto deste caderno, realizado junto à metodologia desenvolvida pelo grupo Periférico UnB com orientação e apoio da Professora Doutora Liza Andrade.

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imagem 1. espiando por um poste a pousada bugio à vista. fonte> autora

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Primeira etapa do trabalho de conclusão de curso para o mestrado em Arquitetura, Contrução e Cidade, cursado na instituição italiana entre 2017 e 2020.


PRIMEIROS PASSOS O primeiro passo para elabora o presente trabalho foi pesquisar conhecimentos teóricos e práticos sobre metodologias e aplicações do tema “participação”. Iniciou-se então o percurso de imersão na disciplina, através do trabalho de campo com o Professor José Carlos Mota, autor da tese de doutoramento “Ordenamento do Território: Metodologias, Actores e Participação”, Professor Auxiliar e Director do Curso de Ciências Sociais e Mestrado em Território Político da Universidade de Aveiro, em Portugal. Graças ao programa de mobilidade estudantil oferecido pelo Politécnico di Torino1, pude juntar-me à equipa do Professor Mota durante cinco meses, colaborando ativamente em projectos de processos participativos em Portugal. Os projetos de ação participativa em que estive envolvida são descritos nas páginas cinzas deste caderno em “metodologia: Processos Participativos”. O passo seguinte foi identificar uma comunidade desfavorecida com necessidades de intervenções e carência de recursos para aplicar os meus aprendizados e experiência adquiridos em processos participativos a um contexto real, como o meu projeto de pesquisa de tese. Através de conversas com a equipa da Universidade de Aveiro, na qual me inseri, alguns bairros e comunidades localizadas em Portugal foram sugeridos como potenciais alvos para a realização da investigação. Atendendo aos recursos financeiros disponíveis, acessibilidade e viabilidade de integração na comunidade, foi escolhido o local “Cova do Vapor” - uma comunidade piscatória de habitação informal, localizada na margem sul de Lisboa, no município da Trafaria, concelho de Almada, Portugal. A oportunidade de integração desta comunidade foi apresentada pela Dra. Sofia Costa Pinto, Presidente da “Associação Ensaios e Diálogos (EDA)”, que atua em projetos sociais em Lisboa e região.

valor aproximado. fonte: worldometer. não exatamente apenas no termo concreto de construção, geralmente associado à obras físicas, mas também na construção de ideais. 4 também premissa do grupo Periferico UnB, que guiou a metodologia deste Plano de 2 3

Bairro através da Professora Doutor Liza Andrade.

imagem 2. abrindo as portas da antiga Casa da Curva pela primeira vez. fonte> autora

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exercício imagem 3. sessão de processo participativo na fase das memórias, Maia Portugal. fonte> Câmara Municipal da Maia

metodologia Processos Participativos

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A pesquisa para este trabalho deu-se início em Aveiro, Portugal. Com o interesse de desenvolver o projeto final de graduação no tema da arquitetura social e participativa, fiz parte de um programa de intercambio para Portugal*, oferecido através de uma seleção pelo Politécnico de Turim. Por meio dos conselhos e auxílio da Professora Doutora Liza Andrade, tive a oportunidade de trabalhar junto ao Professor José Carlos Mota e sua equipe de planejamento urbano na Universidade de Aveiro*, aos quais sou muito grata. Neste período de observação participante, estive envolvida como coparticipante na equipe de mediadores que o Professor Mota coordena. Pude atuar em diversas fases, de três projetos – dois seguindo a categorização top-down [Maia e Lousada] e um bottom-up [Santiago] de participação realizados no centro-norte de Portugal, descritos a seguir:

Processo Participativo do Plano Diretor Municipal da Maia - PDM MAIA Maia é um município português, localizado na Região Norte (NUTSII) do país e pertencente ao Distrito do Porto, integrando a sub-região Área metropolitana do Porto (NUTS III)1. Com uma área de aproximadamente 83 km2 e 137.248 habitantes , o município é subdividido em 10 freguesias [imagem x]. Plano Diretor Municipal (PDM)

graziela

A sigla PDM refere-se à “Plano Diretor Municipal” (MDP – Municipal Development Plan), instrumento estratégico legal que visa orientar e regulamentar, à nível municipal, a ocupação do solo e o desenvolvimento territorial urbano, além da gestão de equipamentos coletivos. O PDM em atual vigência no município da Maia foi publicado no ano 2009 e sofreu algumas alterações nos anos 2013 e 2017. (fonte: Câmara Municipal da Maia). A revisão do PDM, em vigor há nove anos no município, foi proposta ao perceber-se a necessidade de ajustar o plano aos paradigmas da sociedade atual. Visto que questões ambientais, econômicas e socioculturais não são as mesmas de outrora, o plano em vigência é considerado desatualizado. “Planeamento não é um resultado mas um processo, que encerra oportunidades, num movimento perpétuo” , logo a ideia é revisá-lo para melhor adequar-se “à realidade sócio económica e à adaptação às alterações climáticas.”4

imagem 4. autora auxiliando como facilitador uma sessão participativa PPSS Lousada fonte> Equipe Univers. Aveiro

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top-down

Visando integrar a população local no processo de revisão do que representa o principal instrumento de gestão territorial, a Câmara Municipal sugere, além da analise de técnicos, a participação comunitária como parte da metodologia de elaboração do novo PDM. “Promoção de participação cidadã ativa, visando a adoção de uma metodologia claramente mais participativa e continuada ao longo do processo de elaboração do plano.” Tal participação prevê ações públicas e sessões participativas afim de permitir a colaboração da população no desenvolvimento de estratégias e objetivos do novo plano para o município.


O Processo Participativo

etapa das MEMÓRIAS:

O processo participativo para a revisão do PDM Maia é elaborado e mediado por uma equipe de facilitadores coordenada pelo professor José Carlos Mota, docente e investigador no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro. O plano é subdivido em quatro fases, desde a definição de expectativas para e revisão do PDM; elaboração de diagnósticos do território sob a visão de cada freguesia; elaboração de propostas e apresentação destas à população. (ver tabela x).

Cada participante da mesa é convidado a compartilhar memórias, estórias, curiosidades pessoais sobre sua relação com o território. Com o auxílio do mediador, as estórias são transcritas e pontos geográficos comentados pelos participantes são demarcados no mapa da freguesia presente na mesa durante a sessão. Primeiramente esta fase permite o “desbloqueio” de possíveis tensões comportamentais geradas pelo primeiro contato entre pessoas escolhidas aleatoriamente para uma dinâmica de grupo. Depois, permite a criação do “Mapa de Memórias” , onde uma seleção de estórias de todos os participantes das sessões é transcrita por meio de desenhos, ilustrações e citações.

Tabela das fases do plano

etapa dos RECURSOS:

A autora esteve inserida no estudo de caso como observadora participativa durante a Fase 2 do plano, atuando como co-mediadora nas sessões participativas e contribuindo na coleta de informações para o conteúdo produzido como resultado (resposta) de cada sessão: mapas de memórias e newsletters. As sessões, divulgadas para os cidadãos e principais autores de cada freguesia pela equipe de moderadores, ocorreram com a subdivisão dos participantes em grupos de aproximadamente dez pessoas escolhidas aleatoriamente. Cada participante presente contribuiu para o diagnóstico de problemas e recursos do território. Os mediadores, absentes de opinião própria sobre as questões abordadas, são responsáveis por guiar e conduzir a metodologia do processo, dividido em três etapas:

Após a primeira rodada de conversa, onde ocorreu a ‘etapa das memorias’, todos os participantes tiveram oportunidade de fala e, ao resgatarem memórias locais, tendem a estar mais presentes dentro do tema da sessão: falar sobre aspectos da freguesia e do município em que habitam. A etapa dos recursos trata dos aspectos locais que podem ser potencializados. Ou seja, espaços, serviços, atividades, etc., que existem – ou que já existiram – na comunidade e que deveriam/poderiam ser enfatizados, realizados, investidos. É solicitado pelo mediador que cada participante contribua com até três aspectos considerados como recursos, escritos em post-its que são lidos e comentados pelos participantes presentes. etapa dos PROBLEMAS: A dinâmica de mediação e participação nesta etapa é similar à ‘etapa dos recursos’. Porem, ao invés de potencialidades locais, são apontados pelos participantes até três problemas presentes na freguesia ou no município, também escritos em post-its, lidos e comentados pelos participantes presentes.

imagem 5. posters de divulgação e convite para processo participativo PDM Maia fonte> Google imagens

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Paisagem Protegida Lousada

Integração dos diferentes grupos processo

Para que todos os presentes estejam cientes do conteúdo produzido na sessão, todos os grupos elaboram uma síntese dos recursos/problemas comentados pelos participantes de cada grupo e um dos integrantes é eleito pelo para comentar a síntese ao fim da sessão para todos os presentes. Assim, as sessões são encerradas com um resultado preliminar dos assuntos abordados. Os mediadores da equipe que organiza o processo participativo, reúnem-se para a produção do material de resposta pública para cada sessão. Um documento – newsletter – que descreve uma síntese sobre o ocorrido nas sessões participativas de cada freguesia e apresenta o resultado dos temas abordados pelos cidadãos, categorizados e ilustrados em gráficos.

NEWSLETTER #8 Diagnóstico 02 de Maio de 2019 Junta de Freguesia de Moreira

participativo

PLANO DIRETOR MUNICIPAL

Sexto encontro de construção de diagnóstico do processo participativo do PDM O Município da Maia está a promover um amplo processo participativo para a elaboração da 2ª Revisão do seu Plano Diretor Municipal (PDM) do qual farão parte um conjunto de iniciativas abertas a todos os cidadãos. No passado dia 08 de maio organizou-se a sexta sessão pública da segunda fase do processo participativo, na Junta de Freguesia de Moreira. Nesta fase, que irá decorrer até ao início de junho, propõe-se a construção de um diagnóstico colaborativo do território. O modelo desta sessão conta com duas etapas. Inicia-se com a partilha de memórias de vivências (desejavelmente apoiada em fotografias antigas) e tem continuidade com uma reflexão sobre as potencialidades e problemas da freguesia e do município. Na terceira fase, que se iniciará em setembro, será incentivada a apresentação de propostas coletivas desenvolvidas pelos cidadãos. Em cada freguesia, uma dessas propostas será testada através de um conjunto de ações experimentais. O resultado consensualizado deste processo validado pelo quadro estratégico do plano e condicionalismos legais, irá integrar a proposta de PDM, que será apresentada no próximo ano.

Plano de Gestão da Paisagem Protegida do Sousa Superior (PPSS)

Diagnóstico colaborativo memórias partilhadas

graziela

Em duas horas de trabalho cívico, cinquenta fregueses de Moreira (da Maia) construíram em conjunto um mapa de memórias, uma espécie de puzzle colaborativo de experiências e vivências comuns, e um diagnóstico sólido, assertivo e equilibrado sobre o estado da sua freguesia, apontando os principais recursos disponíveis e algumas das fragilidades existentes, um notável contributo para a conceção do Plano Diretor Municipal que está agora em fase de revisão.

Todo o trabalho produzido (sete newsletters síntese da reunião, quatro mapas de memórias e o registo fotográfico e vídeo das sessões) tem sido enviado aos participantes e está disponível online (https://www.cm-maia.pt/p/revisaopdm, ver em participação/envolvimento -> eventos; o link direto é este https://www.cm-maia.pt/pages/1619). É intenção da equipa que este conjunto de contributos ajude a definir uma agenda coletiva para o território, com objetivos e medidas coerentes, que valorizem os factores distintivos da Maia.

Resultados partilhados preocupações comuns

Após a partilha de memórias e o registo do diagnóstico em “post-its”, cada participante partilhou as suas opiniões sobre os recursos e problemas da freguesia. Ponderadas as referências, a síntese dos contributos é a seguinte: O tema da mobilidade liderou a preocupação dos maiatos (53%). Foram expostos o tráfego intenso, a cobrança de estacionamento em zonas centrais e portagens (SCUTS), e a deficiência de transporte público intramunicipal. A seguir, referiram aspetos relacionados à falta de “vitalidade urbana”, caracterizada pela ausência de atividades comerciais e sociais no centro e efeito dormitório. Também foi mencionada a necessidade de integração urbana com o Bairro do Sobreiro (23%). Finalmente, surgiu a temática ambiental, em especial a poluição do Rio Leça e linhas d’água (8%).

PROBLEMAS

RECURSOS

Posteriormente, expuseram a boa localização, potencializada pela boa acessibilidade externa (20%). Com peso equivalente, exaltaram as questões culturais e identitárias, através do património material (quintas, jardins) e imaterial (tradições, cordialidade maiata e tranquilidade), e caracterizaram a freguesia como um local com ótima qualidade de vida (20%).

Decidiu-se aliar ao projeto para o Plano de Gestão da Paisagem Protegida, a metodologia do processo participativo, envolvendo a comunidade em todo o processo de desenvolvimento do PPSS. Além da visibilidade que o experimento da participação pode vir a ter junto às intervenções ambientais, “promovendo Lousada como uma referência nacional nas questões da sustentabilidade”7

Há uma energia cívica adormecida nas nossas comunidades à espera de ser ativada e canalizada para fins coletivos. Trata-se de um recurso valioso e quase inesgotável. A viagem ainda agora começou. Ainda vão a tempo de fazer o caminho connosco. Apareçam nas próximas sessões!

Acompanhe o processo participativo PDM FASE 1

FASE 2

FASE 3

FASE 4

EXPECTATIVAS

DIAGNÓSTICO

PROPOSTA

APROVAÇÃO

Jan2019

Mar2019

AGENDA imagem 6. mesa de participantes presentes em sessão participativa em Milheiróis-Maia fonte> Mapa de memórias desenhado pelo Gil Moreira

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Jun2019

Águas Santas Castêlo da Maia Cidade da Maia Milheirós Folgosa Moreira Nogueira e Silva Escura Pedrouços São Pedro Fins Vila Nova da Telha

Dez2019

Jun2020

07 de março 21 de março 28 de março 4 de abril 11 de abril 2 de maio 9 de maio 23 de maio 30 de maio 6 de junho

Venha partilhar suas memórias, fotografias, histórias... Inscrições na sede de cada junta de freguesia ou através do e-mail revisaopdmmaia@cm-maia.pt Mais informações: www.cm-maia.pt/p/revisaopdm

Nos últimos anos, a Câmara Municipal de Lousada tem investido em projetos e iniciativas ambientais na região, afim de valorizar os seus patrimônios naturais e contribuir para um desenvolvimento que visa aliar áreas como turismo, lazer, ambiente e agricultura à conceitos da economia verde e sustentável. Cerca de 13% do concelho de Lousada é ocupado pelo rio Sousa , importante elemento natural, ambiental e cultural agregador do território. O rio tem nascente no concelho de Felgueiras e desagua no Rio Douro, terceiro rio mais extenso da península Ibérica. A região em que o rio Sousa ocupa no município de Lousada, é conhecida como Vale do Sousa Superior e, diante de sua relevância natural e cultural, decidiu-se a criação do projeto da “Paisagem Protegida do Sousa Superior” (PPSS), que projeto que abrange as competências de 8 das 15 freguesias do município. Processo participativo

Relembramos que esta é a sexta sessão nas freguesias do município da Maia, numa dinâmica que já envolveu mais de 320 pessoas. Desde Janeiro, já houve nove sessões públicas que mobilizaram mais de 500 participantes. Sempre com igual entusiasmo e vontade de colaborar.

Os cidadãos destacaram a excelente qualidade dos equipamentos e serviços municipais (32%), com grande referência para as instalações desportivas, seguida do parque escolar.

Lousada é um município português, localizado na Região Norte (NUTS II*)1 do país e pertencente ao Distrito do Porto, integrando a sub-região Tâmega e Sousa (NUTS III)1. Com uma área de 96km2, 46.815 habitantes2 o município é subdividido em 15 freguesias3

imagem 7. newsletters públicas como resposta imediata de cada sessão, fonte> Equipa Universidade de Aveiro.

O processo participativo para o PPSS Lousada é elaborado e mediado pela mesma equipe do caso de estudo descrito anteriormente – PDM Maia –, apresentando algumas variações na divisão das etapas, por se tratar de um caso relativamente mais simples.


Também subdividido em quatro fases, desde o Diagnóstico, a Visão para o Território, Propostas de Intervenção até a Operacionalização das Ações. A autora esteve inserida no estudo de caso como observadora participativa durante as quatro fases do plano, atuando como co-mediadora nas sessões participativas e contribuindo na coleta de informações para o conteúdo produzido como resultado (resposta) de cada sessão, as newsletters. A primeira fase, o “Diagnóstico”, apresenta metodologia similar à apresentada como “Fase 2” do processo participativo do PDM Maia (item x.xx). Diferenciando-se apenas por unir mais de uma freguesia por reunião de participantes, sendo esta fase concluída em duas sessões. As demais fases do processo apresentaram, validaram e operacionalizaram as propostas geradas a partir do diagnóstico junto à população, garantindo o envolvimento comunitário em todas as fases do processo de criação do PPSS.

imagem 11. Calendário promocional do processo participativo PPSS Lousada fonte> Equipa Universidade de Aveiro

imagem 9. Post-its de sessão partic. fonte> Câmara Municipal de Lousada

imagem 10. Segunda fase do processo participativo PPSS Lousada. fonte> Equipa Universidade de Aveiro

imagem 8. Rio Sousa. fonte> Câmara Municipal de Lousada

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bottom-up Laboratório Cívico Santiago - LabCivEste item aborda as ações cívicas desenvolvidas no bairro Santiago, situado em Aveiro, uma cidade portuguesa localizada na Região Centro (NUTSII)xpto do país e capital do Distrito de Aveiro, integrando a sub-região da Região de Aveiro. É sede de um concelho com área de aproximadamente 197,6 km2, 77.773xpto habitantes e subdividido em 10 freguesias, onde duas delas – freguesia de Gloria e Vera Cruz – compõem a sede em si, com área de aproximadamente 45km2 e 18.756 habitantes. O Bairro Santiago Santiago é um bairro social, construído pelo Fundo para o Fomento da Habitação (FFH) para realojamento dos moradores que habitavam onde hoje é localizada a Universidade de Aveiro. O conjunto habitacional multifamiliar, é comporto por 35 edifícios e um total de 268 unidades de habitação .

imagem 12. Participação cidadã no Laboratório Cívico de Santiago fonte> LabCiv

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Iniciado em 1983, o bairro passou por uma segunda fase de realojamento, período acompanhado por alguns problemas entre os habitantes e casos de tráfico e consumo de drogas , tornando-o “(...)um dos Bairros Sociais mais problemáticos da cidade(...)”. Ações e esforços da polícia local (PSP), da Universidade de Aveiro e da Instituição Florinhas do Vouga13, têm contribuído para a diminuição dos índices de violência e criminalidade do bairro, ajudando a transformar a ideia de um bairro ‘perigoso’. Laboratório Cívico de Santiago – LabCiv Santiago ‘Laboratório Cívico’ é uma plataforma político-social que permite o dialogo de ações da sociedade civil para a cidade. É um instrumento organizado para o desenvolvimento e aplicação de ideias “em resposta à necessidade de se aprofundar a democracia participativa e de envolver as comunidades locais na construção de soluções experimentais para alguns problemas do seu quotidiano.”

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imagem 13. Atividade sendo realizada no Laboratório Cívico de Santiago fonte> LabCiv


imagem 13. Participação da população no Laboratório Cívico de Santiago fonte> LabCiv imagem 14. Parte da Equipa da Universidade de Aveiro presente no evento “Dia do Vizinho” realizado pelo LabCiv fonte> LabCiv

Ação Visando contribuir para a melhoria da comunidade, o LAB CÍVICO Santiago se instalou no bairro em março de 2019 e abriu uma convocatória para a comunidade submeter suas ideias de propostas para projetos em prol do bairro a serem executados de forma colaborativa dentro do conceito do laboratório, agregando conhecimentos entre pessoas.

Encontros entre os grupos foram agendados sob o suporte físico e técnico do laboratório cívico. Foram reuniões com sessões participativas, momento em que todos os grupos de cada proposta se reuniam para discutir os planos de ação para cada projeto e interagir com os demais. Estes momentos de sessão participativa garantiram a estrutura de funcionamento participativo do laboratório, a colaboração entre propostas e a participação e troca de experiência entre os voluntários (cidadãos, mentores, proponentes), dentro de um grupo e entre os grupos de diferentes projetos. 13. graziela

O Laboratório Cívico de Santiago, nasce por meio da união de um grupo de cidadãos da cidade de Aveiro com a intenção de promover um projeto social colaborativo para resolução de questões coletivas da comunidade. A metodologia estrutural do LAB CÍVICO Santiago é inspirada nas experiências de laboratório civil do “Experimenta Distrito de Madrid” , realizadas em Madrid, Espanha.

imagem 15. Trecho de reportagem no jornal impresso sobre a primeira sessão do laboratório cícivo. fonte>Diário de Aveiro 15.

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O júri, composto pelos mediadores do LAB CÍVICO, selecionou 10 propostas mediante os critérios de avaliação (publicados antes da candidatura). As propostas recebidas surpreenderam pela criatividade, inovação e interesse pela quantidade de proponentes, então o júri convidou alguns proponentes não selecionados, mas com ideias similares às propostas aprovadas para contribuírem no desenvolvimento da dinâmica colaborativa do laboratório para a melhoria do bairro.

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Foram submetidas 34 propostas, cômputo considerado satisfatório por conta da quantidade de pessoas interessadas na iniciativa do laboratório para o bairro. Porém, devido ao tempo limitado – de abril e a junho de 2019 – para a realização das propostas e sem qualquer fonte de financiamento ou budget, apenas 10 propostas poderiam ser selecionadas para serem desenvolvidas.

As dez propostas selecionadas abordam temas diversos, como gastronomia, fotografia, design, esporte, convívio, etc. (add imagem das propostas selecionadas). Os mentores, grupo de profissionais que organizaram o laboratório, dividiram-se na escolha da(s) proposta(s) que poderiam melhor acompanhar. As propostas definidas, com proponentes e mentores estabelecidos, foram divulgadss para a comunidade com o intuito de envolver a participação dos cidadãos durante o processo de realização dos projetos.

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imagem 16. Poster divulgação de evento final do LabCiv. fonte> feito pela autora para o LabCiv imagem 17. Comunidade reunida no evento de encerramentoo do Laboratório Cívico fonte> LabCiv

CONSTRUIR

COMUNIDADE

Bairro Santiago CONSTRUIR

10 de junho de 2019 COMUNIDADE

Programa manhã

Programa tarde

10:00h - 12:00h

14:00h - 16:00h

Nos campos do Bairro de Santiago

no Largo do Cantinho Santiago Cachupa Traga algo para partilhar!

A Festa do Futebol

Almoço Partilhado

10:00h - 12:00h

Partilha de Sabores e Saberes /Receitas da CPLP

14:00h - 17:00h

Exposição dos trabalhos realizados

Workshop de receitas Bacalhau à Careca - Brigadeiros - Cachupa

10:00h - 12:00h

Uma Anamorfose em Santiago

Na escadaria do parque, junto ao Jardim de Infância

12:00h

Fotojornalismo na Redação de Santiago Inauguração da Exposição

facebook.com/labcivicosantiago

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Espaço Mon Na Mon - Largo do Cantinho Sê Fixe, Não Lixe | Anamorfose | Fotojornalismo na redação de Santiago | A Horta da Vizinha é Melhor que a Minha | Tec para todos | Dia do Vizinho | Aproximação | Receitas da CPLP | Partilha de sabores e saberes | Dar vida a Santiago

16:00h - 17:00h

Construir Comunidade Música no Bairro | Capoeira Painel Coletivo

17:30h

Hino do Bairro

labcivicosantiago@gmail.com

labcivicosantiago.wordpress.com

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16.


“... e este projeto em Santiago pode ser uma pequena experiência de como podemos promover esse movimento (da participação) e como ele é bem-sucedido. O que prova que na verdade não há um desinteresse coletivo, não há falta de vontade de participar. O que tem havido é falta de oportunidade, de utilizarmos as metodologias adequadas.” Jose C. Mota em entrevista para a reportagem SIC notícias – Jornalista Carlos Rico



o local imagem 18. Vista sobre os telhados da Cova do Vapor fonte> autora

a Cova

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minha trajetória na Cova Cheguei ao trabalho de campo na Cova do Vapor a 5 de agosto de 2019. Uma pequena aldeia de habitação informal, marcada pela sua geografia peninsular entre o Oceano Atlântico e o rio Tejo, na margem sul da capital portuguesa, Lisboa. A comunidade local desfavorecida é composta por jovens socialmente excluídos, pescadores, idosos aposentados e apresenta os primeiros sinais de gentrificação. A sua presença entre as duas massas de água de relevância histórica para a população local conferem a esta quase ilha um ar quase secreto, apresenta muitas características próprias e senso de pertencimento bem marcado com seu povoamento (irregular) junto à praia. Sem intervenção governamental formal, a administração municipal é deixada para os residentes e comerciantes que dela dependem, enquanto o planejamento urbano e estratégias públicas ausentes. A comunidade está, no entanto, especialmente envolvida na ação cívica e tem se mosrado sempre ativa no que diz respeito a resolver ou melhorar suas adversidades. Desde os princípios do povoado, quando tiveram que “carregar nas costas”as pequenas casinhas de madeira que o mar “engolia”, até os dias atuaisem que demonstram proatividade e abertura para iniciativas sociais. De facto, nos últimos anos várias associações e acadêmicos, propuseram intervençoes cívicas para a aldeia, e geralmente com o auxílio dos locais. “(...) se a localização geográfica em área de risco, (... ) e a falta histórica de enquadramento ao nível dos Instrumentos de Gestão do Território podem ser considerados pontos fracos, por outro lado o enquadramento geográfico e paisagístico de grande valor e a existência de uma dinâmica social da população que pode ser parte das soluções encontradas são pontos fortes a considerar em ações futuras.”1 Foi isso que me fez escolher a Cova do Vapor como alvo da minha dissertação em arquitetura social participativa. Foi também o que a tornou tão desafiadora, mas também gratificante. Ligações perdidas, reuniões canceladas, falsas promessas ou silêncio fizeram parte do percurso de integração na comunidade, durante as primeiras semanas de trabalho de campo da presente tese. Estava iniciando a pesquisa para o projeto de arquitetura que tinha originalmente me levado à Cova, onde me instalei temporariamente numa casa sustentável na região de matas do município da Trafaria, nas redondezas, distando cerca de 1,5km comunidade-alvo. A habitação em que me hospedei durante o trabalho de campo foi propositadamente localizada fora da aldeia para não influenciar o objeto de estudo - que mais tarde também se revelou realmente a uma boa escolha.

Este projeto foi previamente acordado com dois parceiros: a Associação de Moradores - principais atores locais do engajamento cívico - e a Biblioteca do Vapor - a única associação cultural da vila. Fui autorizada a planejar (junto a participação dos locais), um novo espaço social, um projeto de restauração de uma casa em ruínas à beira-mar, de propriedade da Associação de Moradores, chamada Casa da Curva. Na tentativa de desbloquear o arranque do projeto, a rede de atores interessados no projeto social proposto, estabelecida naquela primeira quinzena através da imersão diária de pesquisa para este trabalho, mostrou-se interessada em lançar obras e propostas de intervenção em toda a aldeia. Além disso, ocorria um momento de tensão e conflito de interesse entre os dois principais agentes/atores locais citados: BV e AMCV. Dentre os quais, o conflito de pertencimento (propriedade)e autorização para interferências na Casa da Curva. Ficou claro que eu estava me envolvendo em assuntos delicados e tentei evitar ao máximo “tomar partido” de um lado, procurando manter minha pesquisa e trabalho neutros no conflito que ocorria. No entanto, continuava profundamente dependente da Associação de Moradores, devido à sua imensa influência política na aldeia, e porque só eles podiam autorizar o uso do espaço de que necessitava para acolher as sessões participativas. Apesar do enorme potencial de ação social participativa revelado pela comunidade, meu projeto original estava enfrentando um grande retrocesso e foi necessário ajustar a abordagem estratégica do estudo de caso à realidade local. Foi então que um jovem não filiado a associações cívicas, conseguiu desbloquear o projeto e permitiu a minha colaboração com a administração local (AMCV), que àquela altura não queria nada correlacionado às outras Associações que atuam na Cova (nomeadamente a BV), que não era o meu caso, mas eu acabei sendo relacionada, visto que tais associações me ajudaram e incentivaram minha pesquisa no local. O querido morador Ruben Figueiredo, ou Xua, como é gentilmente chamado pelos amigos e vizinhos, é, segundo o próprio, um dos nove únicos locais de sua geração que nasceram e se criaram na Cova do Vapor. Surfista local, pescador e guia turístico para turistas sazonais, é também empresário, barman e rapper. Sua casa é conhecida por conta de sua importância para a vila e pelo “Quintal do Xua”, bar informal e popular que atrai turistas e locais aos finais de semana durante o verão.

Trecho extraído do “Estudo de atuação e promoção dos recursos culturais, naturais e paisagísticos na Cova do Vapor”, publicado em setembro de 2019, realizado pela CEACT/UAL – Centro de Estudos de Arquitetura, Cidade e Território da Universidade Autónoma de Lisboa, junto à associaçao EDA - Ensaios e Diálogos, que foi fundamental na minha introdução na vila. Participei de uma das etapas deste estudo no período em que estive imersa na comunidade para a realização do presente trabalho.

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Após testemunhar as minhas várias tentativas de prosseguir com o trabalho que havia iniciado, frente aos conflitos explicados que ocorriam na altura, Xua conversou com o Presidente da Associação de Moradores e esclareceu mais uma vez que eu era um estudante independente realizando uma pesquisa acadêmica, não era afiliada a nenhuma das organizações que atuam no local, nem estava competindo por qualquer financiamento social. Este apoio reabriu a oportunidade de encontro com a AMCV, permitindo o reavanço do trabalho na Cova do Vapor, mas diante de algumas condições, Em uma negociação desafiadora com o presidente da Associação de Moradores, enquanto bebíamos uns copos no bar do Xua, finalmente fechamos um acordo: Eu me comprometi a entregar um desenho de planta baixa de levantamento técnico da Casa da Curva para ajudá/ los a iniciar um futuro restauro na polêmica propriedade. Por sua vez, comprometeram-se a oferecer todo o apoio e autorização para a realização do um projecto social urbano participativo holístico com os residentes da Cova do Vapor, liderado por mim, abordando as múltiplas necessidades levantadas pela rede de atores locais, ou seja, minha pesquisa deveria se estender (não focar na Casa da Curva) para além do tal espaço social, como inicialmente acordado. Foi lançada uma pesquisa abrangente, cobrindo toda a aldeia, para entrevistar brevemente os residentes sobre suas preocupações prioritárias com Cova, bem como suas possíveis propostas de soluções, que alcançaram uma taxa de resposta de aproximadamente 70 pessoas. Paralelamente, folhetos foram distribuídos pela vila, convidando os residentes a participarem da sessão participativa (descrita no capítulo seguinte - páginas azuis), com o objetivo de melhorar as condições de vida da comunidade local por meio do planejamento urbano social participativo.


sua localização

Rio Te jo LI SB O A

A L MA D A

O ce a n o A tlâ ntic o

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notĂ­cias de sua trajetĂłria no tempo

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suas histórias A Cova do Vapor é um pequeno povoado informal, à beira-mar, perto de Lisboa, Portugal. Marcada pela sua geografia, na confluência do rio com o oceano, a Cova do Vapor está a sul do rio Tejo e a norte do oceano Atlântico. O jornalista José António Cerejo publicou em 2002 o último registo demográfico conhecido da aldeia: cerca de 350 casas, das quais cerca de 90 habitadas permanentemente; cerca de 200 habitantes permanentes, dos quais 20 pescadores profissionais e 30 crianças; cerca de 400 membros da Associação de Residentes. O mesmo jornalista e investigador disse: “A Cova do Vapor está longe de ser um bairro de lata ou uma aldeia igual às outras. É uma povoação singular, é um lugar onde tudo é diferente, sem escola, centro de saúde ou vestígio de serviço público, um lugar contraditório, uma relíquia de excepção”. Desde o final dos anos 1940, o avanço do mar tem levado os habitantes da Cova do Vapor a se mudarem para os campos circundantes, onde funcionava uma fábrica de bombas. Também aí encontraram obstáculos, já que a Polícia de Defesa do Estado contrariou os avanços da comunidade e não permitiu que se construísse na área. Apenas após a Revolução dos Cravos, de 25 de abril de 1974, o exército aceitou a a comunidade, ajudando até a construir os esporões que estabilizaram a aldeia onde hoje se encontra. No entanto, apenas um ano mais tarde, em 1975, os militares intervieram novamente, desta vez para derrubar vários prédios, em reação ao aumento repentino de construções não autorizadas na área. Até hoje a comunidade continua sob pressão, inclusivamente por turistas, instalados durante os finais de semana e feriados, que têm saturado cada vez mais o espaço já limitado para residentes permanentes. O resultado é uma população muito diversificada coabitando num labirinto colorido de becos estreitos e casas pequenas emaranhadas umas sobre as outras. O resultado da história política, a falta de solo para construir e a reutilização sistemática de todo o tipo de materiais disponíveis conferiram à Cova do Vapor um ambiente social e urbano único. Fortemente influenciada pela cidade de Lisboa e pelas origens operárias de grande parte dos moradores - em particular daqueles que ali fizeram suas modestas casas de verão e se juntaram aos pescadores originais -, a cultura local tornou-se vibrante e pitoresca. Apenas duas ou três estradas de terra deixam os carros passar. No entanto, os caminhos serpenteiam por toda a parte, largos o suficiente para caber um churrasco, canteiros de flores, ou um tanque de lavanderia. E em toda a aldeia, com ornamentados marinhos, das conchas aos seixos, das artes serralheiras a outras pessoas criativas, das pessoas que decoram as casas à sua medida. Assim como restos, destroços e resíduos urbanos desta comunidade informal, quase nula de estruturas ou serviços públicos. O futuro da Cova do Vapor é incerto. Rumores recorrentes alimentam notícias não oficiais sobre a demolição obrigatória da aldeia ou de partes dela. As questões fundiárias e ambientais se chocam com a história da vila e os interesses dos moradores, e estão se tornando um motivo de preocupação para aqueles que ali vivem. Portanto, as duras condições físicas impostas pelo avanço do mar, o vazio político que gere este assentamento informal, o crescente fluxo de pessoas ocupando o território, bem como a iniciativa comunitária que historicamente configurou a Cova do Vapor, fazem dela o caso ideal de estudo participativo e ação bottom-up, o alvo perfeito para co-design de arquitetura social. imagem 19. Vista da 5ª Avenida da Cova do Vapor e sua particular decoração. fonte> autora

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sua gente Os ATORES listados a seguir, são grupos de pessoas categorizadas de acordo com sua função e assim selecionados, classificados, por conta do contato direto ou indireto com seus representantes, a partir da imersão no local. Esta classificação foi fundamental para uma mehor análise (ítem “Stakeholders” do próximo capítulo) de suas relações e interesses com a proposta do trabalho: participação e proposta para a Cova do Vapor.

_Residentes Representado pelos habitantes contínuos e por aqueles que vão frequentemente à Cova* – não apenas em férias. *A Cova do Vapor apresenta em uma pequena parte de seus habitantes, pessoas que vivem em Lisboa ou arredores durante a semana por motivos de trabalho e retornam à vila aos finais de semana.

_Comércio local

imagem 20. Lili mostrando seus desejos e o que sabe sobre a Cova. 2019 fonte> autora

Os comerciantes locais, além de agregarem valor à economia, atuam como um dos atrativos para os turistas. Alimentos comercializados na comunidade como as “Famosas Bolas de Berlim” (padaria Panicova) ou o “Cai-bem” (ítem “suas exclusividades”deste capítulo) são famosos e atraem os turistas que vão à praia da Cova ou os ciclistas da região que são habituados a pararem na comunidade para desfrutarem-se das comidas típicas. Há na comunidade também restaurantes, bares e cafés que movimentam uma grande clientela, principalmente no verão e períodos de alta temporada.

_Turistas Representam as pessoas que vão a Cova para passar o dia ou pequenas temporadas (férias). Os turistas que vão à Cova do Vapor vão à procura de lazer através da praia, mas também procuram os atrativos do vilarejo em si, seja por curiosidade em conhecer a curiosa vila, seja pelos alimentos típicos. Estão incluídos também nessa categoria de “turistas”: os banhistas, surfistas e ciclistas que são habituados à irem frequentemente.

imagem 21. Ação coletiva para Plantio de Vegetação Dunar. 2020 fonte> Biblioteca do Vapor

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_Biblioteca do Vapor (BV) A Biblioteca do Vapor é o único equipamento cultural de cunho educativo presente na comunidade. Fundada em 2013 através do projeto “Casa do Vapor, é fruto da parceria de associações que realizam/realizaram atividades sócio colaborativas na aldeia: o coletivo de arquitetos “Exyzt”, a Associação Ensaios e Diálogos (EDA) e a Associação de Moradores da Cova do Vapor (AMCV), com apoio da Câmara Municipal de Almada e de voluntários vindos de vários países. O variado acervo de livros do espaço iniciou-se por meio de parcerias com as bibliotecas da região e por doações de livros por editoras brasileiras e portuguesas. O espaço físico atual em que a biblioteca encontra-se está sendo requisitado pela AMCV e o possível novo espaço a ser ocupado é a “Casa da Curva”. Parte dessa pesquisa iniciou-se com o convite da BV em encontrar uma solução através do processo participativo em arquitetura que este estudo propõe.

_Associação de Moradores da Cova do Vapor (AMCV) É um grupo sem fins lucrativos, composto por catorze (14) membros, todos sócios da associação. É reconhecida como uma das entidades participantes da Comissão Local de Acompanhamento do Plano Estratégico Costa da Trafaria*. A AMCV atua como o principal órgão de gestão local, promovendo eventos e candidaturas junto à prefeitura para realização de obras internas e é proprietária de estabelecimentos, como o “Espaço Convívio Associação de Moradores”, a “Casa da Curva” e o atual espaço ocupado pela “Biblioteca do Vapor”. A AMCV é colaboradora de diversas atividades sociais que ocorreram/ocorrem na aldeia, como o projeto “Casa do Vapor”*. Os moradores associados contribuem com uma cota anual e têm o direito de participarem ativamente nas reuniões da associação junto à comunidade, o que gera um certo “desconforto” para àqueles que são moradores, mas não contribuem com a cota por falta de condições ou outros motivos. PS: O poder de fala exclusivo aos sócios, ou seja, àqueles que pagam. Isto é um fator limitante do exercício do direito democrático para algumas pessoas, o que acaba gerando alguns conflitos internos.

_Outras Associações/empresas Brigada do Mar, Varina, Associação Novo Mundo, Coletivo Exyzt, Associação Ensaios e Diálogos (EDA), The Dune Project... Nos últimos anos a Cova do Vapor foi o lugar escolhido para a realização de diversas pesquisas acadêmicas e por diversos projetos de ações sociais e de conscientização*. Desde projetos relacionados à proteção ambiental, até a construção de uma casa comunitária*, a presença de atividades de ação coletiva e tática, tornam a Cova do Vapor um local cada vez mais conhecido e desmistificado, atraindo ainda mais turistas e bem-feitorias para a comunidade. Neste tópico, destaca-se a presidente da Associação EDA, Sofia Costa Pinto, que foi fundamental para o contato com a comunidade ser feito. Sofia apresentou-me à Cova e às pessoas que lá vivem. Ela, além de coordenar diversas ações sociais que ocorrem/ocorreram na comunidade, é parte integrante dos moradores associados, considerada uma habitante local, tem família na Cova do Vapor e está presente há anos na comunidade.

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suas caracterĂ­sticas e exclusividades

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>>Grande parte das casas são decoradas de várias formas e cheias de “personalidade”, com conchinhas do mar, canteiros de flores e pequenas hortas, diversas cores, azulejos... tornando o passeio mais agradável e único, as casas decoradas da Cova do Vapor fazem parte do encanto de passear pelas estreitas vielas da vila, onde muitas vezes, de tão estreitas, pode haver a impressão de estar dentro de um quintal de repente. O que pode realmente não ser só impressão.

imagem 22. Casas decoradas com materiais da região. 2019 fonte> autora

>>Bolas de Berlim são doces de padaria. Massa em formato de “bola” frita recheada de creme ou chocolate são as opções mais comuns encontradas. A padaria Panicova é pausa quase obrigatória de diversos ciclistas e banhistas da região. >>Cai-bem é uma bebida refrescante composta por “ginginha” (licor típico português), água gaseificada e suco de limão. A bebida é típica da Cova do Vapor, mas de origem Venezuelana. A receita original leva hortelã ao invés de limão e foi levada para a comunidade por familiares de um dos moradores, o Sr. Eduardo, dono da conhecida padaria Panicova. Com o sucesso e popularização da bebida, hoje é comercializada por outros restaurantes e bares locais e seu gosto varia de acordo com o estabelecimento.

oceano

rio

imagem 23. Fornada das famosas Bolas de Berlim, Padaria Panicova. fonte> Notícias da Gandaia

praias mata dunas

vegetação

imagem 24. D. Ana vende Cai-Bem e Caracóis na Casa 60 da rua principal Av. Antônio Martins Correa ou Avenida dos Milionários fonte> Jornal i - Sapo

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_análise socioeconômica

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_fotos

imagem 25. Estabelecimento de Banhos e Restaurante S. Marcos. (décadas de 40 e 50 do século XX) Projeto Memórias da Cova do Vapor 2020 fonte> Página Fb Biblioteca do Vapor

saber o passado para inspirar o presente

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imagem 26. Memórias de toda uma vida da Lili / ago 2019 fonte> autora

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imagem 27. D. Maria apontando a “casinha” onde o marido ‘deitava’ as coisas da pesca / ago 2019 fonte> autora

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imagem 28. Identificando casas presentes nas fotografias no mapa da Cova do Vapor / ago 2019 fonte> vídeo autora

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imagens 29, 30, 31, 32. Fotos atuais da Cova do Vapor / ago 2019 Formação de duna ; estacionamento informal; detalhes vielas e casas fonte> autora

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teoria e observação imagem 33. Vista região do Tejo na Cova do Vapor fonte> autora

análises da Cova

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relação vila [COVA] cidade [LISBOA] análise urbana [situação] i n s t i t u i ç õ e s

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análise urbana [situação] t r a n s p o r t e s p ú b l i c o s

O mapa apresenta as principais conexões de transportes públicos entre a vila e a região que a circunda, nomeadamente as freguesias mais próximas no município de Almada e a capital Lisboa. Os círculos em cinza representam os principais pontos de conexão entre diferentes modais de transporte público - autocarro e barco; autocarro e metro; metro e barco - ou conexão entre linhas do mesmo tipo de transporte.

graziela

As linhas amarelas representam a rota dos autocarros pertencentes ao serviço TST (Transportes Sul do Tejo) mais próximas para acesso e saída da comunidade.

É possível notar a AUSÊNCIA de transporte público para acesso diretamente à vila. Uma das dificuldades encontradas nos primeiros passos deste trabalho, foi justamente a dificuldade para chegar a Cova, já que não havia acesso a meios de transporte privado e o pondo de transporte público mais próximo dista 1,5km da vila. Durante o processo de imersão, passei a usar uma bicicleta (gentilmente emprestada pela Amália, uma das pessoas mais presentes na vila) para auxiliar meu acesso. Outra questão problemática da falta de transporte público até o local é o incentivo ao carro, e sua presença em abundância na vila é uma das temáticas mais abordadas como problema pela população.

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topografia e edificados [COVA em ALMADA] análise urbana [situação] á r e a v e r d e 0 100

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m a p a 0 100

análise urbana [situação] d e e d i f i c a d o s

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análise urbana [implantação] l o c a l d e e s t u d o

Bairro 2º Torrão

Cova do Vapor

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via principal via secundária via de acesso limitado estacionamentos informais estacionamento formal (pago)

esc 1:5000

análise urbana [implantação] v i a s d e a c e s s o

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anรกlise urbana _ u s o v i a s

i n t e r n a s

carro + pedestre com estacionamento informal - fluxo alto carro + pedestre com estacionamento informal - fluxo moderado pedestre + estacionamento informal - fluxo baixo pedestre estacionamentos informais

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esc 1:1500


análise urbana _ a c e s s o à p r a i a

escada de madeira passadiço (más condições) passagem informal (sobre as dunas) esc 1:1500

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ação prática imagem 34. Processo Participativo consuzido na Cova do Vapor fonte> autora

o Processo Participativo na Cova


A escolha do local como objeto de estudo de promoção do processo participativo em arquitetura social, deu-se pela interação com a equipe da Universidade de Aveiro, onde foram trabalhados os casos de estudo seguidos pelo autor descritos no capítulo anterior. A seguir é apresentada a abordagem teórica utilizada no planejamento e execução das ações do processo participativo proposto na comunidade e toda a metodologia realizada após o estudo teórico e prático conduzidos durante o desenvolvimento deste trabalho. A interação com o local deu-se por diversas visitas presenciais e por uma ação prolongada de 15 dias de imersão na comunidade, com convívio diário. Tal envolvimento social (investigador/objeto de estudo), além das respostas para o processo proposto e realizado, alcançou outros resultados de impacto social, também apresentados nesta sessão. O trabalho apresentado conduzido para a pesquisa, não apresenta envolvimento com qualquer associação/organização, sendo este sido planejado e realizado apenas pelo autor desta tese, incluindo todos os custos financeiros e contatos com agentes locais para aproximação na comunidade.

O seguimento das atividades planejadas e propostas, em desenvolver o Processo Paticipativo na Cova do Vapor foi desafiador e demandou articulação para a realização da atividade chamada Sessão. Ao fim do percurso de quinze dias de imersão na comunidade, com a autorização da AMCV e apoio da Biblioteca do Vapor, foi realizada a sessão descrita a seguir nas dependências do espaço de Convívio da AMCV. Além do trabalho de campo realizado por meio de entrevistas, imersão cotidiana, aproximação e reuniões citadas, a Sessão pública e aberta à todos os cidadãos oficializou os debates sobre a abordagem desta pesquisa na comunidade. A atividade foi agendada e realizada no sábado, 17 de agosto de 2019 e contou com a presença de representantes de associações, moradores locais e das redondezas* *Bairro Segundo Torrão. Atuando como agente organizador e facilitador, para a realização da sessão do processo participativo, foram realizadas diversas etapas: divulgação da atividade com a distribuição de folhetos porta à porta; preparo metodológico (estratégias de desbloqueio, tempos e ordem de debate); e registro (fotografias e anotações). Além da atividade em si, onde as pessoas foram convidadas a partilharem suas memorias locais e anseios para a melhoria da comunidade, foi ofertado um pequeno lanche como forma de aumentar a interação entre as pessoas e tornar a “reunião” mais descontraída. Com o auxilio de mapas da comunidade e seguindo a metodologia estudada e praticada [páginas cinzas], as pessoas partilharam como MEMÓRIA, histórias e fotografias antigas (requisitado cordialmente no convite à sessão), RECURSOS que a comunidade tem a oferecer e PROBLEMAS que gostariam de solucionar. Os cartazes de divulgação da sessão participativa sugeriam a participação das pessoas para a proposta de um projeto de melhoria nos espaços de convívio da comunidade. Porém os resultados do processo (sessão, entrevistas, reuniões...) conduziram a uma outra resposta da comunidade, onde os espaços de convívio estão presentes, mas também outros assuntos à respeito da qualidade de vida, sustentabilidade e serviços na Cova do Vapor.

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O QUE GOSTARIA PARA OS ESPAÇOS DE CONVÍVIO NA

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[Casa da Curva, Parque de Merendas, Parque Infantil...]

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Venha partilhar as suas ideias!

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Sábado, agosto 2019 às horas Espaço de Convívio da AMCV Traga fotos e memórias!

Graziela Mendes - investigação de processos participativos em arquitetura

Grazie


imagem 35. Processo Participativo consuzido na Cova do Vapor - partilha de memórias. fonte> autora

meetings

A opção pela pesquisa com trabalho prático e envolvimento físico na comunidade estudada alcançou outros resultados além do objetivo inicial. A presença e imersão na Cova do Vapor resultaram - para além de amigos e experiências inesquecíveis - na utilização dos resultados e concretização das propostas deste projecto participativo, através de um evento de responsabilidade social corporativa (RSE)* em benefício da comunidade, coordenado por uma empresa local de turismo e lazer “Varina”* situada na região da Trafaria. O trabalho de campo também permitiu a oportunidade de participação na maior emissora de TV pública portuguesa, através da concessão de uma entrevista sobre atividades sociais (na Cova do Vapor e no mundo), onde foi mencionada a presente tese.

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ação local - revitalização parque de merendas Ação local Corporate Social Responsability Varina ‘+ BNP Paribas

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O projeto de ação social conhecido como “corporate social responsibility event (CSR)” realizado na Cova do Vapor, uniu cerca de 150 colaboradores do banco BNP Paribas numa ação voluntária de responsabilidade social, onde uma empresa privada dedicou um dia de trabalho para contribuir na transpformaçao social de uma comunidade. O evento ocorreu no dia 04 de outubro de 2019 e foi planejado e organizado pela empresa local turismo-recreação “Varina”. A “Varina”, com sede na Trafaria, é uma empresa local que atua na região realizando tours guiados turísticos e eventos sociais, como a ação descrita. Joana Calvet, empresária e proprietária da empresa Varina, após conhecer o trabalho que estava sendo desenvolvido para esta tese na Cova do Vapor, entrou em contato apresentando o projeto de ação social que visionava realizar com o Banco BNP Paribas e pediu auxílio na elaboração de uma proposta para a ação.

38.

Como o orçamento e as horas disponíveis para o trabalho dos cerca de 150 trabalhadores (um dia de ação) eram limitadas, foi decidido dividi-los em grupos rotativos para realizarem a limpeza de becos e vielas e da mata e areia presentes nos arredores da comunidade. Para além do trabalho de limpeza e considerando as respostas da comunidade com o processo participativo que estava realizando, foi proposto também a revitalização do Picnic Park. Como estudante de arquitetura e investigadora na comunidade, contribuí com o mapeamento e zoneamento da comunidade para a divisão dos grupos de limpeza e sistematização e realizei um projeto como proposta para a revitalização do Picnic Park. Conhecendo alguns moradores da comunidade durante o processo de imersão, propus o seguinte projeto para a revitalização do espaço. Para a elaboração do projeto, reuni com moradores

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39.

imagem 36. Mapa de zoneamento para ação transformadora CRS fonte> autora para Varina

imagens 37, 38, 39. imagens 40, 41, 42. (próxima página) Ação transformadora CRS 2019 - limpeza dos becos e revitalização do parque de merendas. fonte> Varina

Zoning map for the CRS’s activities | by author.


SITUAÇÃO ATUAL planta baixa esc: 1:100

entrada

Revitalização Parque de Merendas Cova do Vapor

PROPOSTA ESQUEMÁTICA planta baixa esc: 1:100

restaurar bebedouro e religar a água

guarda-sol em palha

chapéu

ponto de água

pinturas e intervenções artísticas

muros

estrutura metálica e lona de cobertura

grelha - churrasco

estrutura metalica e lona de cobertura

toldo

40.

41. 42.

planta baixa esquemática de plano de ação para revitalização do parque de merendas. proposta da autora

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imagem 43. Cartaz convite de evento cultural e social na Cova do Vapor / 2020 fonte> Biblioteca do Vapor

A revitalização do parque de merendas trouxe mais qualidade para o lazer da comunidade e possibilita a realização de eventos comunitários educativos, culturais e informativos, como o projeto da Biblioteca do Vapor “CINEMA AO AR LIVRE” realizado em setembro de 2020. Fonte: página facebook BV >> https://www.facebook.com/bibliotecadovapor

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imagem 44. Equipe do responsável pela ação transformafora CRS / 2019 fonte> Varina

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O segundo alcance imediato da presença na comunidade para a realização deste trabalho, foi uma entrevista concedida à RTP (Rádio e Televisão de Portugal, o serviço público de rádio e tv de Portugal). O programa dos gêneros ‘informação’ e ‘atualidade’ denominado “Outras Histórias”, apresenta a cada episódio a “história de pessoas ou projetos que, por algum motivo, inspiram ou surpreendem”. O episódio 26 da segunda temporada, intitulado “E o Bugio Está Aqui Tão Perto”, apresenta os principais atores de projetos transformadores na aldeia junto ao rio Tejo, a Cova do Vapor. A jornalista Isabel Pereira Santos interessou-se pela atividade de participação e envolvimento comunitário que eu fazia e convidou-me a participar dando uma entrevista para o programa. A entrevista abordou o tema de processos participativos em arquitetura social.

graziela

mídia local - entrevista RTP 45.

O material foi exibido em rede nacional de televisão em 8 de outubro de 2019.

Link do programa que contém a entrevista concedida: <https:// www.rtp.pt/noticias/pais/outras-historias-e-o-bugio-aqui-tao-perto_v1174309>

46.

imagens 45 e 46. Capturas de tela de vídeo da reportagem concedida pela autora à RTP Portugal fonte> RTP

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exercício imagem 47. Acesso precário à praia e pisoteamento das dunas / 2019 fonte> autora

metodologia decodificação projetual

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Este capítulo introduz a metodologia utilizada na elaboração do Plano de Bairro para a Cova do Vapor, apresentada no terceiro “contexto” no início deste caderno no ítem MOTIVAÇÃO E JUSTIFICATIVA. -Elaboração do Plano de Bairro para a Cova do Vapor, produto deste caderno, realizado junto à metodologia desenvolvida pelo grupo Periférico UnB com orientação e apoio da Professora Doutora Liza Andrade.

A metodologia aplicada para a elaboração final do Plano de Bairro, descrita neste capítulo faz parte das práticas desenvolvidas pelo grupo Periférico UnB, o qual tive acesso através da prof. orientadora Liza Andrade. O método de concepção projetual aplicado segue estudos e exemplos de projetos já realizados na linha do urbanismo ecológico (Mostafavi, Doherty) com estratégias e métodos de pesquisadores da Universidade de Brasília como Holanda e Kohlsdorf, (1984) Kohlsdorf, (2006); Holanda, (2013) e Andrade (2014) que defendem as conexões entre a ecologia e o desenho urbano.

Com o auxílio das ideologias do grupo PERIFERICO, através da professora e orientadora Liza Andrade, foi possível o acesso e entendimento à metodologias para um melhor desenvolvimento desta pesquisa, no que diz respeito a sistematização das etapas realizadas junto a comunidade e a decodificação projetual para a proposta dos cenários por meio da metodologia dos Padrões Espaciais [ver próximo item deste capítulo] O grupo foi fundamental para conduzir os ideais deste trabalho, e dar continuidade ao processo feito descritos nos capítulos anteriores. Todo o percurso buscou realizar as seguintes linhas: Participação - envolvimento das pessoas nos processos de tomada de decisões e ações do/no espaço em que se vive; Táticas urbanas - interferências pontuais e comunitárias no espaço para o bem comum; Padrões espaciais - códigos de decodificação projetual, aliado à metodologia ativa da participação. Tais conceitos abordados durante a elaboração deste trabalho, têm o objetido de promover a mobilização social em comunidades por meio de metodologias ativas e por isso a ideia, trazida pelo grupo periférico, nomeadamente da orientadora Liza Andrade, foi de realizar o Plano de Bairro da Cova do Vapor como produto final de toda a investigação. Mas o que é o Plano de Bairro? É um tipo de instrumento de planejamento urbano, de iniciativa social, que tem como objetivo dar voz a comunidades frente ao poder público. A idéia da realização deste documento, além de incentivar os cidadãos a promoverem o desenvolvimento urbano sustentável de seu espaço através de meios participativos e democráticos, ou seja, onde todos os interessados têm voz e podem manifersar seus anseios e opiniões, o documento “formaliza” tais demandas, o que aumenta as chances de sucesso frente às autarquias públicas detentoras do poder legislativo e financeiro para promover projetos urbanísticos. Plano da Cova No Plano de Bairro da Cova do Vapor, apresentado por este trabalho, foram propostos cenários desenvolvidos a partir de demandas locais dos moradores da comunidade, que contém decisões e propostas urbanísticas para pavimentação, uso das vias, drenagem, resíduos sólidos, iluminação, entre outros.

Quem é e o que faz o GRUPO PERIFÉRICO “O Grupo de Pesquisa e Extensão Periférico, (...)tem atuado em vários territórios do DF e entorno1 com o desenvolvimento de pesquisas sobre temas periféricos e marginalizados no âmbito do sistema acadêmico relacionados à produção do espaço no campo e na cidade (Reforma Urbana e a Reforma Agrária), integrados no formato de “pesquisa-ação” por meio de metodologias ativas e mobilização social com uma visão “transdisciplinar” e “transescalar”, abrangendo movimentos populares, comunidades da periferia, entidades ambientalistas bem como comunidades camponesas e tradicionais.” fonte: www.perifericounb.com

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Ao analisar o cotidiano da comunidade e as respostas das pessoas às questões levantadas nos questionários, sessões e reuniões participativas, foi possível extrair e identificar determinadas características similares tratadas como solução para problemas específicos do local, como o COMPORTAMENTO #23 “Uso dos espaços comuns frequente” (ítem “Comportamentos observados” – capítulo seguinte) e também soluções conhecidas pelas pessoas que se aplicam à problemas similares em outros locais, como por exemplo a CONSCIENTIZAÇÃO (resposta ao processo participativo conduzido) para diminuição de lixo e cuidado com a praia e meio ambiente. Problemas idênticos ou parecidos que se repetem em outros contextos e lugares e também aqueles locais que apresentam soluções satisfatórias podem ser analisados como padrões de projeto e funcionarem como um guia de proposta de soluções no processo de projeto evitando o consumo de tempo e recursos em excesso para solucionar a partir do zero. Ou seja, soluções que funcionam/funcionaram no passado são consideradas como ponto de partida como padrões/caminhos projetuais. A metodologia de projetar partindo de algo já documentado (soluções bem-sucedidas),utilizando tais padrões (ou patterns*) foi proposta em 1977 por Christopher Alexander no livro “A Pattern Language: Towns – Buildings – Construction (Uma Linguagem de Padroes). Ele, arquiteto, matemático e urbanista publicou sua ideia num livro com mais de 250 elementos arquitetônicos que discutiam questões em comum, detalhando o problema e as justificativas para sua solução. A esses elementos ele chamou de PADRÃO (PATTERN) e propõe que estes sejam usados como ferramenta de estruturas que resolvam problemas similares, tendo em vista seu sucesso como solução já aplicada. Este método de definição de padrões não se limita apenas à arquitetura e o urbanismo. Alexander defende que tais elementos fundamentais podem ser utilizados como ferramentas em diversas áreas de resolução de problemas, como a indústria de projeto de software por exemplo, que destacou as vantagens deste método e o adaptou para seu uso.

Antes de chegar à este produto, Alexander havia publicado outros dois estudos (em 1964 com a obra “Notes of the Synthesis of Form Ensaio sobre a Sintese da forma e am 1965 com a obra A City is not a Tree Uma cidade não é uma arvore) mais “matemáticos” que propunham soluções para projetos urbanísticos orientadas em gráficos. Porem, logo Alexander constatou que sistemas tão racionais não seriam capazes de propor um projeto – soluções- para os requisitos – problemas – formalizados por inúmeras e infinitas inter-relações – como o desafio do desenho urbano. O momento que ele propõe a teoria mais consolidada apresentada (1977) – os patterns (padrões) – foi no contexto em que arquitetos e urbanistas modernistas estavam sendo questionados por críticos como Jacobs and Krier (1960-1970). Tais críticas foram especialmente endereçadas à regulamentos modernistas de zoneamento funcional único e o abandono de continuidade de tradição local nas cidades. Alexander e outros arquitetos nesta época, fundamentam suas críticas propondo formas vernaculares reconhecidas e técnicas tradicionais como potenciais fontes para soluções de design urbano, subestimadas por urbanistas modernos. Ele mantém tal conduta de visualização do processo de desenho urbano, declarando que há um modo intemporal de construir, “tem milhares de anos e é hoje o mesmo de sempre” (1981 em El modo intemporal de construir.)

Estabelecendo os padrões No livro “A times way of bulding”, Alexander apresenta a definição dos padrões como: “Cada padrão é uma regra de três partes, que expressa uma relação entre um certo contexto, um problema e uma solução”. Ou seja, o padrão de projeto pode ser utilizado como uma ferramenta de proposta de solução recorrente para um problema em determinado contexto. O CONTEXTO não necessariamente significa no mesmo local/área, mas sim situações similares, como descrito no segundo parágrafo deste ítem. Os próximos diagramas apresentam a categorização dos padrões considerados importantes para atender aos desejos da população dentro das dimensões criadas também a partir da manifestação de mudança dos moradores. A seguir, o programa funcional, ou seja, as diretrizes para as transformações a partir da participação, foi ampliado com a junção dos padrões analizados como descrito acima. Depois, um exercício de aplicação destas diretrizes no mapa, gerou um masterplan com propostas projetuais dividido em 27 cenários de transformação.

Nesta circunstância, Alexander também sugeriu que os processos de transformação em comunidades devem ser aprimorados por meio de projetos participativos.

a tradução livre do termo utilizado por Alexander na metodologia descrita e utilizada no trabalho, pode causar interpretação equivocada, pois em português a palavra PADRÃO é utilizada para diversos significados, enquanto que em inglês essa interpretação é mais direta por existirem diferentes palavras que traduzimos como “padrão”. *Pattern – padrão Standard – padrão a ser seguido Default – padrão inicial

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CAXIAS

projeto

CRUZ QUEBRADA

ALGES

elaboração da proposta 2º TORRÃO

imagem 48. Colagem da proposta em vista aéria fonte> autora sobre Google Imagem

59


processo realizado P DM Maia

Aveiro theorectical and practial research

P P SS

>

La bCiv

>

Trafaria - COVA DO VAPOR practical application

>

> Activities

Instruments

PLANO DE BAIRRO Cova do Vapor

co m p o rtam e n to s e re s p o s t a s à p arti c i p aç ão

60

pa d rões es p a c i a i s e decod i f i c a ç ã o p roj etua l

c ená ri os


dimensões estabelecidas As dimensões apresentadas são uma ferramenta de sistematização das análises feitas do local e servem como auxílio para o processo de projeto e como um facilitador na interpretação dos dados do processo participativo. Entretanto, apesar de sua função como simplificador para a leitura da participação e avaliação das características do local percebidas, sua categorização (7 classificações de dimensão divididas em 4 grupos maiores ilustrados abaixo) foi feita justamente a partir do processo participativo e da observação do local feita pela imersão de investigação desta pesquisa, reforçando seu caráter de interconectividade. Uma não exclui a outra e o processo é cíclico, ou seja, seu agrupamento foi gerado a partir da metodologia escolhida de investigação e aproximação e também elucida o entendimento das respostas obtidas por estes processos metodológicos. Representam, portanto agrupamentos de características presentes na comunidade Cova do Vapor e o que esta simboliza ou reflete (na região, na sociedade), seja por sua função, por suas características locais, interações de pessoas, comportamentos, ecossistema, urbanidade e dinâmicas internas. A categorização é subjetiva e temporal, ou seja, idealizada pela autora, como ferramenta para atingir os objetivos desejados, dentro do espaço (zona estudada) e tempo (anos 2019 e 2020 – período da pesquisa e desenvolvimento do projeto) específicos.

IAL OC

S

SOCIAL - entende-se como dimensão social neste trabalho, todas as características do processo estudado relacionadas à interação das pessoas na comunidade.

S

A R

v

TA

+ TE EN

AM BI

EDUCAÇ ÃO

a

SE

RVIÇ S + E C O

SERVIÇOS + ECONOMIA - entende-se como parte desta dimensão todas as características do processo estudado relacionadas ao que a vila pode/tem a oferecer a moradores e visitantes, desde serviços públicos como iluminação, calçamento adequado, e sobretudo como tais fornecimentos podem fomentar a economia de seu pequeno comércio, atraindo mais atividades e consumidores do local.

+ B E M-ES

AMBIENTE / EDUCAÇÃO - entende-se como parte desta dimensão todas as características do processo estudado relacionadas ao CUIDADO ambiental e toda atividade que possa educar, informar, conscientizar. As categorias ambiente e educação são mescladas pois pelo reconhecimento da necessidade de informação para melhoria do espaço sempre relacionada principalmente aos cuidados ambientais, visto que a comunidade é inserida numa zona sensível e apresenta uma grande diversidade em seu ecossistema (ver “suas características” no capítulo A COVA).

c

ÚD E

SAUDE / BEM ESTAR - entende-se como parte desta dimensão neste trabalho todas as características do processo estudado relacionadas ao bem-estar e eventualmente à saúde das pessoas na comunidade. Isto inclui também a prevenção, como os serviços relacionados à higiene (coleta adequada de lixo) ou condições para atividades desportivas (campo, skate) por exemplo.

O

N

OM

IA

61


comportamentos observados

#13

#13

#15

#17

#11

#11

#23

Durante o processo de imersão na comunidade, com presença diária no local, interação com as pessoas e atividades que ocorriam no momento, pude observar comportamentos frequentes, parte dos hábitos locais. Para a sistematização desta observação e seu máximo aproveitamento na fase de propostas, foi feita a “classificação”dos comportamentos considerados mais frequentes em DIMENSÕES, (descritas no ítem Dimensões deste capítulo) características de agrupamento por meio análise subjetiva e temporal, ou seja, a partir de experiência particular, durante um certo tempo (agosto de 2019) no espaço analizado - ver ítem “minha trajetória na Cova”, no capítulo A COVA. Os comportamentos considerados positivos, que agregam valores sociais, culturais, econômicos e que moldam a “personalidade”da vila, estão marcados com um (*) no diagrama de comportamentos (página seguinte) e foram considerados na elaboração dos cenários e proposta final.

#18

#19

#24

62


#1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15 #16 #17 #18 #19 #20 #21 #22 #23 #24 #25

*

#25 – BANHISTAS #24 – LIXO NA RUA

*

* * * *

diagrama de comportamentos _ d i m e n s õ e s

#23 – USO DOS ESPAÇOS COMUNS FREQUENTE – parque de merendas, mercado, etc #22 – VIELAS ESTREITAS – desenho irregular

*

#21 – CASAS DECORADAS (Praia, elementos locais)

*

#19 – DIFERENTES MODAIS COMPARTILHANDO A RUA (bicicleta, a pé, carro)

#20 – AVANÇO DO MAR

#18 – COMÉRCIOS INFORMAIS

*

#17 – ATRATIVOS “ÚNICOS” (Cai-bem; bolas de Berlim;...) #16 – ATIVIDADES SOCIAIS (Grupos e associaçoes)

*

#15 – TURISTAS

*

#13 – PAUSA DE CICLISTAS (ATLETAS) – BOLAS DE BERLIM

#14 – ESTRADAS CONGESTIONADAS – MUITOS CARROS ESTACIONADOS

* *

#12 – TOUR DE GRUPOS (TURISTAS E ESTUDANTES) #11 – JOGOS (ENCONTROS) MERCADO DOS PEIXES #10 - RUAS ESTREITAS #9 - CRIANÇAS NA RUA (pessoas na rua)

*

#8 - ACÚMULO DE LIXO NA RUA (entulhos) #7 - RUAS TORTUOSAS #6 - RUAS SEM SAÍDA #5 - LOTES IRREGULARES

* * *

social

social

*

#4 - PLANTAS NAS PORTAS DE CASA (nos quintais) #3 - FESTIVIDADES NA RUA #2 - ESPAÇOS DE ENCONTRO EM CRUZAMENTOS

saudea

saúde + bem-estar

mbiente

ambiente +educação

*

#1 - UTILIZAÇÃO DE CALÇADAS PELOS COMERCIANTES

**

serviço/ serviços economia +economia

comportamento considerado na elaboraçao dos cenários propostos (considerando cada dimensão)

63


respostas ao processo participativo posto 1ro socorro (bombeiros)

parque infantil

lixo e sujeira

parque de merendas

recursos

transporte

falta de conscientização

problemas

quadra balneário muitos carros esporão areia nas vias

64


Principais respostas e informações coletadas pelo processo participativo realizado. Os dados representam o resultado inicial da pesquisa investigatória descrita nas páginas azuis deste caderno – “o Processo Participativo na Cova”. A metodologia do processo foi desenvolvida a partir da oportunidade de envolvimento em processos participativos no planejamento urbano realizados em Portugal, descrita nas páginas cinzas deste caderno - “o Processo Participativo”.

M E O

R

P

E

R

S O

B

U

L

R

C

E

S

S

As próximas etapas consistem na sistematização de tais resultados aliados à outras metodologias projetuais para a criação de propostas (cenários propostos) para o local. Afirma-se portanto, a cocriação de diretrizes para melhoria da comunidade no sentido urbano arquitetônico.

65


social

saúde + bem-estar

categorização de padrões

66

/P13 LIMITES E COSTURAS ENTRE SUBCULTURAS /P14 BAIRRO IDENTIFICÁVEL /P18 REDES DE APRENDIZADO /P19 REDE DE COMÉRCIO E SERVIÇOS /P20 MICRO-ÔNIBUS /P21 LIMITE DE QUATRO PAVIMENTOS /P23 VIAS PARALELAS /P26 CICLO DA VIDA /P27 HOMENS E MULHERES /P30 NÓS DE ATIVIDADE /P31 PROMENADE /P32 RUA DE COMÉRCIO PARA PEDESTRES /P40 MESCLA DE FAIXAS ETÁRIAS /P44 SUBPREFEITURA (AMCV) /P46 MERCADO DE DIVERSAS LOJAS /P51 RUAS VERDES /P57 CRIANÇAS NA CIDADE /P58 CARNAVAL /P60 PRAÇAS ACESSÍVEIS /P61 PRAÇAS PÚBLICAS PEQUENAS /P62 LUGARES ALTOS /P66 SOLO SAGRADO /P67 ÁREA EXTERNA COLETIVA /P69 AMBIENTE EXTERNO E PÚBLICO /P73 PARQUES INFANTIS RÚSTICOS E DINÂMICOS /P83 MESTRES E APRENDIZES /P84 GRUPO DE ADOLESCENTES /P88 CAFÉ COM MESAS NA CALÇADA /P91 POUSADA(OUHOSPEDARIA)PARAVIAJANTES /P95 EDIFICAÇÃO COMO COMPLEXO /P99 EDIFICAÇÃO PRINCIPAL /P100 RUA DE PEDESTRES

/P18 REDES DE APRENDIZADO /P19.REDE DE COMÉRCIO E SERVIÇOS /P22 NOVE POR CENTO EM ESTACIONAMENTOS /P24 SÍTIOS SAGRADOS /P25 ACESSO À ÁGUA /P26 CICLO DA VIDA /P30 NÓS DE ATIVIDADE /P31 PROMENADE /P34 TERMINAIS INTERMODAIS /P46 MERCADO DE DIVERSAS LOJAS /P47 CENTROS DE SAÚDE /P51 RUAS VERDES /P56 CICLOVIAS,CICLOFAIXASEBICICLETÁRIOS /P57 CRIANÇAS NA CIDADE /P60 PRAÇAS ACESSÍVEIS /P62 LUGARES ALTOS /P67 ÁREA EXTERNA COLETIVA /P69 AMBIENTE EXTERNO E PÚBLICO /P72 ESPORTES COMUNITÁRIOS /P73 PARQUES INFANTIS RÚSTICOS E DINÂMICOS /P83 MESTRE E APRENDIZES /P84 GRUPO DE ADOLESCENTES /P88 CAFÉ COM MESAS NA CALÇADA /P92 PONTO DE ÔNIBUS /P95 EDIFICAÇÃO COMO COMPLEXO /P97 ESTACIONAMENTO CAMUFLADO /P100 RUA DE PEDESTRES /P103 ESTACIONAMENTOS PEQUENOS /PP * VERDE ACESSÍVEL


ambiente + educação

serviços + economia

Categorização dos padrões espaciais considerados importantes para atender aos desejos da população dentro das dimensões criadas também a partir da manifestação de mudança dos moradores obtida pelo processo participativo idealizado e conduzido para o desenvolvimento deste trabalho.

/P15. LIMITES ENTRE BAIRROS /P16. REDE DE TRANSPORTE PÚBLICO /P18 REDES DE APRENDIZADO /P20.MICRO-ÔNIBUS /P22 NOVE POR CENTO EM ESTACIONAMENTOS /P23 VIAS PARALELAS /P24 SÍTIOS SAGRADOS /P25 ACESSO À ÁGUA /P26 CICLO DA VIDA /P30 NÓS DE ATIVIDADE /P31 PROMENADE /P32 RUA DE COMÉRCIO PARA PEDESTRES /P34 TERMINAIS INTERMODAIS /P40 MESCLA DE FAIXAS ETÁRIAS /P51 RUAS VERDES /P53 DEMARCAÇÕES DE ENTRADA /P56 CICLOVIAS,CICLOFAIXASEBICICLETÁRIOS /P60 PRAÇAS ACESSÍVEIS /P61 PRAÇAS PÚBLICAS PEQUENAS /P66 SOLO SAGRADO /P67 ÁREA EXTERNA COLETIVA /P69 AMBIENTE EXTERNO E PÚBLICO /P73 PARQUES INFANTIS RÚSTICOS E DINÂMICOS /P83 MESTRE E APRENDIZES /P92 PONTO DE ÔNIBUS /P95 EDIFICAÇÃO COMO COMPLEXO /P97 ESTACIONAMENTO CAMUFLADO /P98 NÍVEIS LEGÍVEIS DE CIRCULAÇÃO /P100 RUA DE PEDESTRES /P103 ESTACIONAMENTOS PEQUENOS /P25 ACESSO À ÁGUA /PP * VERDE ACESSÍVEL

BUS

/P11. ÁREAS DE TRANSPORTE LOCAL /P88 CAFÉ COM MESAS NA CALÇADA /P16. REDE DE TRANSPORTE PÚBLICO /P89 MERCEARIAS DE ESQUINA /P19.REDE DE COMÉRCIO E SERVIÇOS /P91 POUSADA PARA VIAJANTES /P20.MICRO-ÔNIBUS /P92 PONTO DE ÔNIBUS /P22 NOVE POR CENTO EM ESTACIONAMENTOS /P93 QUIOSQUES VENDA DE ALIMENTOS /P24 SÍTIOS SAGRADOS /P95 EDIFICAÇÃO COMO COMPLEXO /P25 ACESSO À ÁGUA /P97 ESTACIONAMENTO CAMUFLADO /P26 CICLO DA VIDA /P98 NÍVEIS LEGÍVEIS DE CIRCULAÇÃO /P30 NÓS DE ATIVIDADE /P99 EDIFICAÇÃO PRINCIPAL /P31 PROMENADE /P100 RUA DE PEDESTRES /P32 RUA DE COMÉRCIO PARA PEDESTRES /P103 ESTACIONAMENTOS PEQUENOS /P34 TERMINAIS INTERMODAIS /P24 SÍTIOS SAGRADOS /P44 SUBPREFEITURA (AMCV) /PP * VERDE ACESSÍVEL /P46 MERCADO DE DIVERSAS LOJAS /P47 CENTROS DE SAÚDE /P51 RUAS VERDES /P53 DEMARCAÇÕES DE ENTRADA /P56 CICLOVIAS,CICLOFAIXASEBICICLETÁRIOS /P57 CRIANÇAS NA CIDADE /P58 CARNAVAL /P60 PRAÇAS ACESSÍVEIS /P61 PRAÇAS PÚBLICAS PEQUENAS /P66 SOLO SAGRADO /P67 ÁREA EXTERNA COLETIVA /P69 AMBIENTE EXTERNO E PÚBLICO /P72 ESPORTES COMUNITÁRIOS /P73 PARQUES INFANTIS RÚSTICOS E DINÂMICOS /P80 ESCRITÓRIOS E OFICINAS COM AUTOADM. /P84 GRUPO DE ADOLESCENTES /P87 LOJAS DE PROPRIEDADE INDIVIDUAL

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padrĂľes mais frequentes nas dimensĂľes

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Demonstração das características da utilização dos padrões aplicados aos interesses locais da comunidade e as correlações dos padrões entre si. Uma grande quantidade de códigos (padrões espaciais) sistematizados (dimensões) dentro do que a população deseja (processo participativo) .

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DESENHO INTERATIVO

PROGRAMA

o eque as pessoas querem? recursos espaços de convívio parque infantil parque de merendas quadra de esportes posto 1ro socorro balneareo transporte biblioteca (BV) problemas lixo e sujeira falta de conscientização sinalização carros - estacionamento esporão areia nas vias outros desejos parque camping casa da curva biblioteca da cova eventos locais atividades comunitarias ginásio ao ar livre preservaçao das dunas aulas de yoga atividades seniors

social parque infantil parque de merendas espaços de convívio espaços de convívio ECAR* eventos locais atividades comunitárias atividades seniors saúde + bem-estar campo desportivo posto 1ro socorro lixo e sujeira ginásio ao ar livre aulas de yoga

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parque infantil parque de merendas casa da curva + ECAR*

PLAYGROUND

PICNIC PARK

CASA DA CURVA

>existente >>sem condições >>>to rebuild

>existente >>>revitalizado

>existente >>sem condições >>>revitalizar

campo desportivos posto 1º socorro coleta de lixo

C. DESPORTIVO

1º SOS

LIXEIRAS

>existente >>não bem utilizado >>>reconstruir

>não existente >>já existiu >>>nova proposta

>existente >>más condições >>>reestruturar

ambiente + educação falta de conscientização esporão biblioteca (BV) preservação dunas

esporão passadiço vegetação

serviços + economia areia nas vias balneáreo muitos carros falta de transporte sinalização

balneáreo NOcar+estacionamento paragem autocarro sinalização

[*] ECAR - espaços de convívio ao ar livre most relevant

à partir do processo participativo

BREAKWATER

VEGETAÇÃO

>existing >>>to remodel

>existing >>>to remodel

BANEÁRIO

NO CAR + ESTACIONAMENTO

>não existente >>>nova proposta

>não existente >>>nova proposta

SINALIZAÇÃO

>existente (pouco) >>más condições >>>refazer

BUS

BUS STOP >não existente >>>nova proposta


+PROGRAMA

à partir dos padroes adicionados à analise dimensional social

MERCADO

PRACA

MIRADOR

>existente >>não bem utilizado >>>nova proposta

>não existente >>>nova proposta

>não existente >>>nova proposta

saúde

ZONA DESPORTO - SKATE PARK >não existente >>já existiu >>>nova proposta ambiente + educação

BIBLIOTECA +

>existente >>>ampliar espaço e funções serviços + economia

CICLOVIA >não existente >>>nova proposta

PASSEIO >existente >>más condições >>>reestruturar

PASSADIÇO >existente (primitivo) >>sem condições >>>nova proposta

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ANALISE POTENCIAL programa e padrões aplicados

R O P E S

O R C O F R E

A

O

ambiente+educação

/P14 /P53

saúde+bem-estar

BUS

/P34 /P32

social

/P103 /P22

serviço + econ.

/P99 potencial centro

/P95 /P47

acesso carros

/P30 V /P44

AM

C

/P19

caminho sem carros*

/P57 /P73

/P25

/P62 /P30 /P67

Esta carta apresenta a ANÁLISE POTENCIAL, ou seja, a síntese do mapeamento do programa e dos padrões espaciais categorizados nas dimensões trabalhadas. O programa, como explicado neste capítulo, foi gerado inicialmente a partir dos comportamentos a serem mantidos, do processo participativo e posteriormente do exercício de decodificação projetual dos padrões espaciais apresentados. Na figura pode-se observar a localização de vias e edificações existentes e sua relação com a proposta pretendida; e a pretensão dos espaços a serem ocupados/ transformados pela proposta, realizada pela metodologia estudada

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INTERVENÇÕES diretrizes geradoras dos cenários

a partir dos padrões e programas

Esta imagem apresenta os locais (sítios) de INTERVENÇÃO. Análise dos pontos de intervenção e suas funções, o mapa apresenta as diretrizes geradoras (categorizadas nas dimensões) dos cenários propostos a seguir a partir do exercício da análise potencial.

análise representada sobre foto (gentilmente autorizada) por Francisco Nogueira. <francisconogueira.com >

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CENÁRIOS

propostas

social

REVITALIZAR O PARQUE INFANTIL

MIRADOR

REVITALIZAR A CASA DA CURVA

MERCADO (FEIRA) LOCAL

AMPLIAR A AMCV

PRAÇA - CONVÍVIO E INTEGRAÇÃO

NOVA ZONA DESPORTIVA

PROMOVER AMBIENTE PARA ATIVIDADE NOTURNA

POSTO 1° SOCORROS (BOMBEIRO)

ACESSIBILIDADE - à VILA E nos ESPAÇOS

saúde + bem-estar

COLETORES DE LIXO - COLETA SELETIVA ambiente + educação

REFORÇO DO ESPORÃO

INTEGRAR A BV

PLANTIO VEGETAÇÃO DUNAR

TETO SOLAR - PRODUZIR ENERGIA

SINALIZAR - CONSCIENTIZAR

BIODIGESTOR - PRODUZIR ENERGIA

PASSEIO DRENANTE

serviços + economia

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PROMENADE - PASSEIO

BALNEÁRIO

PASSADIÇO - ACESSO AO MAR

BUS TO BIKE - INTERCÂMBIO DE MODAIS

ESTACIONAMENTO

MOBILIÁRIO URBANO


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BUS TO BIKE

SINALIZAR

COLETOR DE LIXO BIODIGESTOR

ESTACIONAMENTO

PARQUE DE MERENDAS PASSEIO DRENANTE CASA DA CURVA BV +

POSTO SOS

ZONA DESPORTIVA

AMCV

PARQUE INFANTIL

PRAÇA SINALIZAR MERCADO BALNEÁRIO MIRADOR

PASSADIÇO

76

análise representada em colagem sobre foto (gentilmente autorizada) por Francisco Nogueira. <francisconogueira.com >


relações entre cenários

REVITALIZAR PARQUE MERENDAS

0

REVITALIZAR O PARQUE INFANTIL 1

NOVA ZONA DESPORTIVA 16

REVITALIZAR A CASA DA CURVA 8

POSTO 1° SOCORROS (BOMBEIRO)15

REFORÇO DO ESPORÃO 17

PLANTIO VEGETAÇÃO DUNAR 2

PASSADIÇO - ACESSO AO MAR 4

SINALIZAR - CONSCIENTIZAR 3

ESTACIONAMENTO 5

AMPLIAR A AMCV 13

COLETORES DE LIXO 7 COLETA SELETIVA

MIRADOR 19

PROMOVER AMBIENTE 24 PARA ATIVIDADE NOTURNA

INTEGRAR A BV 12

MERCADO (FEIRA) LOCAL 18

ACESSIBILIDADE à VILLA E nos ESPAÇOS 21

TETO SOLAR - PRODUZIR ENERGIA 23

PRAÇA - CONVÍVIO E INTEGRAÇÃO 9

PROMENADE - PASSEIO 10

BIODIGESTOR 22

BALNEÁRIO 14

BUS TO BIKE INTERCÂMBIO DE MODAIS

6

MOBILIÁRIO URBANO 20

PASSEIO DRENANTE 11

77


situação projetada _ u s o v i a s i n t e r n a s

78

esc 1:1500

pedestre, transportes sem motor, carros eventualmente(*) pedestre, transportes sem motor uso misto - carros são permitidos. pedestre transportes sem motor - carros eventualmente(*) estacionamento formal pedestres - calçamento natural, areia.


situação projetada _ v e g e t a ç ã o

esc 1:1500

•mata de S. João •árvores vias e arborização interna •hortas e canteiros

79


localizando os cenรกrios

21

80


81


82


cortes e cen(ários)as A’

c o r t e A - A’

A

situação atual

B’

B

situação proposta

corte B-B’

Cortes viários escala 1/100 representam ‘‘cenas’da situação das vias antes e depois da aplicação dos cenários propostos.

situação atual

a1. passeio atual a2. passeio proposto b1. rua asfaltada atual b2. rua partilhada proposta c. estacionamento informal d. canteiro permeável *. escada de acesso a zona balnear e piscatória do rio Tejo

situação proposta

83


croquis processos de desenvolvimento do trabalho extra

service node commercial + mixed zone

commercial node

social node beach access living areas lazer

CARS

no cars inside emmergency paths authorized cars broadway canoa

pedestrian paths

84

DUNE

protect dune vegetation pathway - walkway connection and protection


PATH

walkway protect dune vegetation connection and protection

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referências

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obrigada, Cova do Vapor


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