Revista Descabele-se

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DESCABELE-SE



EXPEDIENTE Edição: Amanda Rodrigues Graziela Silva Mayara Alves Thais Morais Vitor Augusto Textos: Thais Morais Revisão: Mayara Alves Fotografias: Amanda Rodrigues Graziela Silva Thaís Morais Colaboração: Helsinara Piassi

EDITORIAL É com grande satisfação que lançamos a edição “Descabele-se”, uma revista produzida pensando na autoestima das mulheres. O enfoque foi nos cabelos. Existe uma grande diversidade de cabelo das brasileiras. Há também uma questão de preferência, de origem e de aceitação da mulher. A revista procura valorizar essas variedades e mostrar que toda mulher tem sua beleza. Cada uma tem que se sentir bem e bonita sem considerar padrões, mas sim seu bel-prazer. Para os leitores, apresentamos lindas mulheres que estão exibindo os cabelos no passar das páginas. Cabelos coloridos, negros, ruivos, lisos, crespos ou cacheados, não importa a forma, a cor ou o tamanho, e sim a autoestima. O cabelo é parte da personalidade e a identidade para muitas mulheres. A sociedade cria vários padrões de beleza e estéticos, cabe a todas a decisão de aderirem a esses modelos ou não. Mas a aceitação é importantíssima e a quebra de padrões também. Ser você mesma é o que é essencial. Nós da revista abordamos os vários estilos de cabelos e apoiamos o amor próprio. Toda mulher é linda. Não importa a cor, o cabelo, o tamanho ou peso, o que realmente importa é se sentir bem e manter sempre um sorriso de autoestima.


EDITORIAS

CRESPOS Pรกgina 06

LISO

Pรกgina 12

COLORIDOS Pรกgina 14

RUIVO Pรกgina 18


Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada Quem disse que cabelo não sente Quem disse que cabelo não gosta de pente Cabelo quando cresce é tempo Cabelo embaraçado é vento Cabelo vem lá de dentro Cabelo é como pensamento

Cabelo - Gal Costa


CRESPOS mais alto é o black, quanto “Quanto mais volumoso é o cabelo maior é a sensação de poder e beleza

CÍCERA ROSA


Cícera Rosa. Futura jornalista. Natural de São Tomé das Letras. Mulher de sorriso extrovertido, olhar marcante e cabelo escuro, cheio de cachos maravilhosos. “Meu cabelo está intimamente ligado a minha personalidade, mas não é só isso que define a personalidade de alguém”. Ela diz que nunca modificou seu cabelo drasticamente, ao não ser nos cortes. “Nunca passei nenhum tipo de química a minha vida toda”. Quanto mais alto seu Black, quanto mais volumoso o cabelo, maior é a sensação de poder e beleza, diz Cícera.

A pressão social já fez com que a moça de belos cabelos crespos tivesse a vontade de alisar. Mas como dizem: “Vontade dá e passa”. Ela diz que cabelo crespo é resistência, e que as pessoas não escolhem ter cabelo crespo, até porque já nasce assim, mas escolhem se vão ou não manter o natural. “Escolhi manter o natural, já que gosto de ver meus cachinhos, eles são lindos”. Sobre opiniões a respeito de mudanças no cabelo, ela diz que de forma direta ninguém nunca disse nada, mas de forma sutil sim: “Você já pensou em relaxar

seus cachos? Não é para alisar, é só para abaixar o volume e para os cachos ficarem soltinhos”. Ela nunca se importou com o que os outros pensam. “O importante mesmo é que eu me sinta bem com ele, independente se está alisado crespo ou colorido”. Cícera considera seus belos cachos uma forma de militância e não a deixa esquecer suas origens. Segundo ela seu cabelo é importante sim na autoestima, mas não tanto. “Pode parecer arrogância da minha parte, no entanto acho que eu seria maravilhosa mesmo careca”.


DAISY SANTOS


Desfazer meus cachos seria como negar minha própria essência. É uma sensação de segurança, é isso que meu cabelo me passa Daisy Santos. 19 anos. Sagitariana. Ama curtir a família. Moça de olhar cativante, sorriso contagiante e de rosto delicado. Cabelos escuros cacheados, muito cacheados, de volume impecável e cor natural. Ela tem um cabelo que é sua essência. “Uma pessoa de estilo próprio, que se aceita, se valoriza e se orgulha de si mesmo”, é assim que Daisy de cabelos volumosos e exuberantes

se define. Nascer com um cabelo deslumbrante assim é privilégio, diz Daisy. Aberta a mudanças, ela mantém os cabelos escuros na altura do ombro. De opinião própria, Daisy não se deixa levar por julgamentos e ideias alheias. Ela não mudará por vontade dos outros, ela se define de estilo próprio e influências a respeito de seu cabelo é falta de estilo de quem a julga. “Meu cabelo é meu estilo, minha identidade”. Mudar é tão somente quando queremos, e diz que é necessário fazer modificações, para variar,

mas nunca deixar de ser quem você é. “Amo meu cabelo, ele é parte de mim, desfazer dos meus cachos seria negar minha própria essência”. “Meu cabelo é um como acessório, ele me faz sentir bonita”. A dona de cabelos admiráveis sempre conserva os cachos hidratados e bem cuidados, prontos para qualquer ocasião. Quanto à autoestima, o cabelo desempenha uma grande importância. “É uma sensação de segurança, é isso que meu cabelo me passa”.


“

Tive o privilĂŠgio de nascer com esse cabelo



LISO

NATALIANE SILVA


Nataliane Silva. 21 anos. Capricorniana. Adora novelas. Moça de olhar sério, sorriso meigo, pele morena e cabelos negros. Como os mais íntimos a chamam? Indiazinha. O porquê desse apelido é bem simples de explicar. Pele morena, nos ombros correm os longos fios de cabelo negros, negro como o céu à noite. Liso seu cabelo é desde que nasceu. Mudanças nunca fez. Apenas cortes, que não são tão drásticos. Gosta de seus cabelos

longos, a morena santiaguense. Seus fios lisos fazem com que ela se sinta “uma mulher mais bela e sensual”. Sem usar de nenhum produto químico no cabelo, Nataliane mantém os fios naturais. “Todos acham meu cabelo natural bonito, também não tenho coragem para muda-los, só quando eu estiver velha pretendo fazer luzes para disfarçar os fios grisalhos”. “Não consigo imaginar meu cabelo de outra forma, ele é

totalmente importante para que eu me sinta bonita”. Seus longos fios são sua marca, sua identidade. Ninguém, na pequena São Tiago, nunca a viu com os cabelos com um estilo diferente.

Meus colegas me chamam de indiazinha, por causa do cabelo e da cor da pele


COLORIDOS

Pessoas me criticam, pelo fato do meu cabelo ser colorido

ANA TERRA


BIA ANDRADE

Eu me sinto mais bonita e mais eu mesma com o cabelo desse jeito


Bia. É assim que todos a chamam. 19 anos. Gosta de sushi, adora viajar e boa entendedora do zodíaco. “É como se eu fosse uma artista e meu cabelo uma tela em branco, que eu posso pintar e transforma numa obra de arte”. A paixão pelas cores é antiga, e pelos cabelos coloridos também. “Vivia vendo esses cabelos na internet desde novinha, mas sempre eram meninas gringas com produtos que eu nunca tinha visto na vida”. Ela conta que ficava muito tempo na frente de um computador admirando esses cabelos coloridos. Todo esse mundo de cabelos coloridos era longe da realidade dela. Mas tudo mudou quando Bia conheceu pelo Facebook uma menina da idade dela que tinha os cabelos azuis. “Eu simplesmente fiquei horas olhando todas as fotos do cabelo dela, que era maravilhoso”. Foi a partir de então,

que ela acabou entrando em grupos nas redes sociais para pesquisar mais sobre o assunto. “Descobri que dava sim para ter esse cabelo e foi ótimo porque conheci várias meninas nesse processo”. Bia, a garota dos cabelos azuis, não é muito apegada não. É aberta a mudança, seu cabelo foi longo, já teve o corte Chanel e agora está deixando crescer. A cor também é algo que varia muito, vai do verde, ao rosa, ao roxo, mas o azul é preferido. “Eu simplesmente acho incrível que o meu cabelo possa ter minha cor favorita, e eu amo coisas diferentes”. Ela diz que acha lindo o fios coloridos, e que enquanto isso tiver fazendo com que ela se sinta bem, irá continuar pintando. O diferente às vezes incomoda as pessoas, há uma pressão social em cima de estereótipos. Bia conta que rola sim preconceitos, principalmente de pessoas mais

velhas. “Uma vez eu tinha acabado de retocar e saí no sol e meu cabelo estava bem em evidência. Eu passei por duas senhorinhas e elas começaram a falar “Nossa Senhora!” E fazer o sinal da Cruz pra mim. Eu ri muito”. Ela diz que o pior é tratarem ela mal às vezes por acharem que é uma pessoa ruim por causa do cabelo. Ou a chamarem de lésbica por causa da cor do cabelo, “como se cabelo definisse a sexualidade”. Quando falamos em autoestima, Bia diz se sentir mais bonita com o cabelo colorido, “me sinto eu mesma”. “Eu amo cores e acho que isso me ajuda a me sentir melhor quanto a minha aparência. É como se eu fosse um artista e meu cabelo uma tela em branco, que eu posso pintar e transformar numa obra de arte”. “É uma questão de identidade”. E com certeza Bia a tem.


A cor varia bastante, já foi rosa, roxo, verde, mas eu sempre acabo voltando para o azul


RUIVO

CRIS DETOMI


Não mudaria meu cabelo jamais, amo ele

Cris Detomi, 28 anos. Esposa de Eder e mãe do pequeno Arthur Miguel. A apaixonada por filmes e séries é dona de um deslumbrante cabelo longo e ruivo. “Não escolhi ter essa cor de cabelo, já nasci com essa cor, que por sinal

adoro”. Cris diz que seus fios ruivos são importantes em sua autoestima. “As pessoas sempre falam da cor, que é bonita e diferente por ser natural.” A mãe do pequeno Arthur conta que até nos dias ruins e complicados ela gosta de responder as pessoas,

quando perguntam sobre a tonalidade de seus fios, que sempre vem com elegios. De opinião própria, Cris diz que ninguém nunca tentou influenciá-la a mudar a cor do cabelo. “E mesmo se tentasse, eu jamais mudaria, amo meu cabelo”.



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