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HABITAÇÃO SOCIAL CARAMURU

LAR DE IDOSOS

Graziele dos Santos Marchetti 2017


APRESENTAÇÃO Projeto Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências para a obtenção do título de arquiteto e urbanista sob a orientação da Prof.ª Maria Lídia Guimarães.

HABITAÇÃO SOCIAL CARAMURU

LAR DE IDOSOS

“Um homem é realmente velho quando só pensa nisso.” Confúcio

RESUMO Este trabalho é sobre uma vila residencial para idosos, habitação de interesse social, onde vem agregar aspectos arquitetônicos de inclusão, acessibilidade, autonomia e integridade física, tendo como soluções aptas a garantir moradia digna e bons cuidados para os idosos.

ABSTRACT This work is about a residential village for the elderly, housing social interest, where it comes to add architectural aspects of inclusion, accessibility, autonomy and physical integrity, having as solutions able to guarantee dignified housing and good care for the elderly.

Palavras-chave: autonomia, integridade física, humanização, acessibilidade, conforto, independência.

Key words: autonomy, physical integrity, humanization, accessibility, comfort, independence.


DEDICO este trabalho em homenagem a minha querida e amada Bisavó Antônia da Rocha Valente, que como seu próprio sobrenome prediz, detinha determinação e força incomum. A matriarca da família amava cada um com suas qualidades e defeitos, e sua jovialidade permanecia mesmo na fase da terceira idade, através de todas suas características ela mantinha a união da família inteira. Ainda pelos meus avós e avôs paternos e maternos que ainda estão na terra e aos que já se foram, mas deixaram um legado forte nesta terra de amor, determinação e superação.

AGRADEÇO primeiramente a Deus por ter me dado força, sabedoria e principalmente perseverança para superar qualquer dificuldade encontrada pelo caminho acadêmico. Em especial pela minha querida mãe e guerreira Márcia, que se dedicou em estar presente na minha vida desde sempre me dando a base cultural que eu precisava e o apoio moral nas horas acordada comigo e por mim. Com muito carinho agradeço a minha querida Orientadora Lídia que com sua dedicação possibilitou que tudo acontecesse e me acolheu nos momentos de dúvidas e incertezas. Aos meus familiares que de forma direta ou indireta depositaram fé e estiveram torcendo por minha formação. Agradeço também ao corpo docente que me apoiou sempre, transmitindo seus conhecimentos, experiências e práticas do cotidiano para me aproximar de nossa profissão. E por fim a todos colaboradores, que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, desenvolvimento do trabalho, incentivo, meu muito obrigada!


SUMÁRIO

Capítulo 1.

Capítulo 2.

Capítulo 3.

Capítulo 4.

INTRODUÇÃO

01

GLOSSÁRIO DE TERMOS E CONCEITOS ADOTADOS

04

EXPECTATIVAS DE VIDA NASCER E ENVELHECER EM RIBEIRÃO PRETO

05

1.1 CONDICIONANTES

06

1.2 LEGISLAÇÃO

07

FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO

09

2.1 ASPECTOS FISIOLÓGICOS

09

2.2 ASPECTOS PSICOLÓGICOS

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IMPORTANTES SOLUÇÕES ERGONOMICAS PARA FATORES DE RISCOS AOS IDOSOS

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3.1

14

A IMPORTÂNCIA DA ACESSIBILIDADE

UM LAR PARA O IDOSO 4.1 INTEGRAÇÃO E HUMNANIZAÇÃO ESPACIAL COM OS INDIVÍDUOS

Capítulo 5.

Capítulo 6.

19 20

4.2

ESTABELECENDO AUTONOMIA DIRETA COM O IDOSO

20

4.3

PSICOLOGIA AMBIENTAL

21

4.4 ASPECTOS RELEVANTES SOBRE A ESCOLHA DA ILUMINAÇÃO NOS AMBIENTES

21

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

23

5.1

O PROJETO VILA DA DIGNIDADE SÃO PAULO- AVARÉ

23

5.2

VILA DOS IDOSOS

5.3

EDIFÍCIO RESIDENCIAL PARA IDOSOS

25 27

5.4

VILA HOGEWEYK

30

LOCAL DE IMPLANTAÇÃO

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HABITAÇÃO SOCIAL CARAMURU BIBLIOGRAFIA

00 00


INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta um estudo de uma proposta deum conjunto habitacional para idosos, procurou-se agregar recursos arquitetônicos de inclusão, acessibilidade, autonomia para devida assistência da integridade física e moral dos moradores. Será mostrada a atenção aplicada ao segmento populacional que se encontra em processo de envelhecimento, seus direitos definidos por leis e preocupação pela preservação de sua qualidade de vida através do formato de Habitação Sociais, ou seja de caráter a beneficiar camadas de população de renda mais baixa. Essa tipologia de conjunto habitacional voltado para a população idoso, se faz uma política pública de fato necessária contemporaneamente, com os avanços da medicina, e dos conhecimentos científicos sobre a importância dos cuidados com a saúde veem permitindo o prolongamento da vida para um número cada vez maior de pessoas e isto reflete de maneira significativa no perfil demográfico da sociedade mundial. Conforme a população prolonga a sua expectativa de vida, também aumenta sua demanda por equipamentos que atendam às necessidades específicas para esse grupo social e que ao mesmo tempo preserve a singularidade dos indivíduos, não tratandose assim de uma clínica médica apenas ou uma casa para repouso, mas habitações destinadas apenas para esse grupo, que possam em sua gestão, destinar as unidades habitacionais para uma lista de beneficiários sucessiva, que possam morar e conviver nesse lar durantes as últimas décadas de suas vidas. Até o início da década de 1980, a estrutura etária da população 1

brasileira, revelada pelos Censos Demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vinha mostrando traços bem marcados de uma população predominantemente jovem. Este quadro, porém, vem sendo alterado. Segundo estimativa da ONU (Organização das Nações Unidas) a expectativa de vida aumentou de 46,5 em 1950-1955 para 65 em 1995-2000, sendo que no Brasil foram detectados dados acima da média mundial, 50,9 em 19501955, para 67,2 em 1995-2000 e em 1996, eram 16 idosos para cada 100 crianças e, em 2000, há 30 idosos para cada 100 crianças.

Diante dessa realidade , a proposta de habitações sociais apresentam um modelo de produção de uma arquitetura adequada às necessidades impostas pelas perdas intelectuais e físicas decorrentes naturalmente do processo de envelhecimento, partir

da convivência coletiva desse grupo, e os demais que ao contrário de

excluir, incentiva a interatividade a partir da convivência coletiva desse grupo, e os demais envolvidos nessa questão, profissionais da área da saúde e famílias.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos dispõe em seu art. 25 que toda pessoa tem direito a segurança em caso da velhice, de forma que cabe à sociedade buscar soluções adequadas para o cumprimento dessa determinação, e além de outras providências, propiciar ao idoso moradia que lhe garanta uma forma de viver com dignidade.

“(...) trata-se de um momento favorável, dada a estrutura etária conformada pelo declínio rápido e sistemático da fecundidade, sem que tenha havido tempo ainda para que a população já fosse envelhecida. Este metabolismo demográfico leva a uma razão de dependência declinante até os 20 anos do próximo século, quando, então, esta passará a crescer pelo efeito do peso relativo da população idosa.” (BERQUÓ,1995)

O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) fundamenta de forma abrangente os direitos do idoso, determinando que nos projetos de moradia para o idoso devem-se diminuir as barreiras arquitetônicas de modo a garantir acessibilidade que seja construído observando-se conceitos definidos pelos padrões ergonômicos e necessidades de atendimentos médicos especiais. Os aspectos sociais e culturais também devem estar presentes na limitação dos ambientes, cada indivíduo de ter ao seu redor, um ambiente que o faça perceber, avalia e ter atitudes em relação ao seu ambiente social.

O Brasil, até 2025, será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas, segundo dados da OMS. Estima-se que até 2050 a população com mais de 65 anos alcance aproximadamente 29% da população, indicando uma mudança na pirâmide etária conforme se pode visualizar na tabela do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). “Quando mais envelhecemos, mais precisamos de ter que fazer. Mais vale morrer do que arrastarmos na ociosidade uma velhice insípida: trabalhar é viver.” Voltaire

o modo em que as tensões da do ambiente são trabalhados. O campo psicológico das pessoas que moram em espaços coletivos para idosos, é algo precisa ser levado em conta para garantir aos usuários recursos para a manutenção de um envelhecimento digno e saudável. Segundo Rossi e Sader Apud Freitas et al(2002 apud Cardoso, 2009), ao envelhecer as pessoas passam a ter desgastes naturais do corpo, como perdas de massa óssea e muscular, o que pode causar riscos de fraturas. Com a pouca locomoção os idosos precisam ter uma alimentação balanceada a fim de equilibrar com outros aspectos comuns à idade avançada como a tendência a ganho de peso. Há ainda o envelhecimento cerebral que causa dificuldade de assimilar novas informações, sendo que o idosos ficam mais lentos para responder algumas tarefas cognitivas, segundo Park et al(2001 apud Cardoso 2009), neste processo, além das perdas físicas, há também as perdas sensoriais de forma que o ser humano vai se tornando cada vez mais sensível ao meio ambiente devido à diminuição e sua capacidade de adaptação, inclusive podendo haver perda de audição e da visão.

BESTETTI)

Dessa maneira, tanto o poder público como a sociedade em geral tem que estar preparada para o enfrentamento desse fenômeno de envelhecimento mundial, garantindo ao idoso o reconhecimento como um sujeito de direito, capaz de discutir o seu papel na sociedade. Observa-se grande lacuna entre as leis que protegem os direitos dos idosos e o que acontece na realidade haja vista a carência na estrutura urbana de edificações e programas voltados a atividades para a terceira idade.

Indivíduos se comportam diferentemente de acordo com

O presente trabalho traz a reflexão sobre o lar, espaço de moradia, para

“O fato de determinadas pessoas estarem em uma mesma faixa etária não significa que tenham passado pelas mesmas vivências e que apresentem as mesmas características e necessidades”. (T.CHIARELLI e M.

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idosos adequado para garantia dos direitos humanos à esse segmento da população, identificando soluções arquitetônicas que respondam às necessidades e influenciem harmonização através da concepção do espaço físico, elaborando um projeto de conjunto de habitações sociais

GLOSSÁRIO DE TERMOS CONCEITOS ADOTADOS

E

Conforto Ambiental. Entende-se pelo uso de tecnologias construtivas ou combinação, que tenham o menor impacto ambiental em sua cadeira produtiva e na sua construção. Dentro dos ambientes, deve-se procurar o conforto térmico e acústico, adotando-se princípios de ventilação natural através do posicionamento das aberturas e coberturas. Idoso. Indivíduo com mais de 65 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde, a partir dessa idade o indivíduo começa a apresentar algumas limitações em função de mudanças físicas, emocionais, mentais em diversos graus, como diminuição dos reflexos, desequilíbrio, diminuição da orientação espacial, da força e da amplitude de movimentos, com habilidades regenerativas limitadas. Autonomia. Termo de origem grega cujo significado está relacionado com independência, liberdade ou autossuficiência. O espaço organizado pelo homem é como as demais estruturas sociais, uma estrutura subordinante, ou seja define as atividades vitais do homem, a partir do desenvolvimento desse conceito no projeto arquitetônico, espera-se de alguma forma, preservar a identidade dos indivíduos habitantes, mesmo que tenham que conviver em um mesmo espaço.

aonde além da acessível atenda também as soluções relacionadas ao corpo médico envolvido no cuidado diário desses idosos. Lar. Expressão popular de conotação sentimental ou carinhosa ao referir-se a habitação. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas. ANVISA — Agência Nacional de Vigilância Sanitária. APO — Avaliação Pós-ocupação. GM/MS — Gabinete do Ministro/ Ministério da Saúde. IBGE — Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. ILPI — Instituições de Longa Permanência para Idosos. IPP — Instituto Pereira Passos. MPAS/MS — Ministério da Previdência e Assistência Social/Ministério da Saúde. MS — Ministério da Saúde. RDC — Resolução da Diretoria Colegiada. SEAS/MPAS — Secretaria de Estado de Assistência Social/Ministério de Previdência e Assistência Social. TCLE — Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. UERJ — Universidade Estadual do Rio de Janeiro. UnATI — Universidade Aberta da Terceira Idade. SBOT: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia

Habitação Social. O termo Habitação de Interesse Social (HIS) define uma série de soluções de moradia voltada à população de baixa renda, nessa categoria de produção habitacional a partir de investimentos públicos, poucas unidades portam acessibilidade. O presente trabalho visa desenvolver um projeto de habitações sociais específicas para o grupo social da terceira idade, 3

4 2


Capitulo 1. Figure No. xx || title of the figure

1.0 Expectativas de vida Nascer e Envelhecer em Ribeirão Preto

Mediante dados obtidos no levantamento realizado da Zona Oeste da cidade de Ribeirão Preto, identificou-se um local adequado para desenvolver um Projeto Arquitetônico de caráter institucional público, localizado entre os bairros Jardim Sumaré e Vila Virginia. Verificou-se que os bairros tem como principal característica o uso residencial, e dispõe de atuante comércio e prestação de serviços que facilitam assim a inclusão social dos idosos e demais transeuntes.

Caramuru, sob o n° 998 com área de 5.530m², que apresentou uma dimensão e localização adequada à implantação do projeto de uma vila integrada de moradia e convivência para a terceira idade, capaz de integrar-se com a UBDS Central, localizada na Avenida Jerônimo Gonçalves, aproximadamente 400m do endereço. A área apresenta topografia com características viáveis para a construção, além do que está servida por boa malha viária como será demonstrado no capítulo sete. O projeto fomenta uma discussão em torno da implantação de uma política pública urbana e social para a terceira idade, onde a instituição habitacional será amparada nas demais normas técnicas específicas para Instituições de Longa Permanência para Idosos. Assim, a proposta para a criação de espaços humanos e acolhedores tanto para usuários como funcionários, que contribuam para a saúde física e mental dos idosos da cidade de Ribeirão Preto.

A Zona Oeste é a zona urbana mais antiga do município, notase uma ocupação da população idosa nesses bairros e nos bairros vizinhos como a Vila Virgínia e Vila Tibério. Foi localizado um lote na Avenida

metropolitana de Ribeirão Preto, dezoito exibem patamar elevado de longevidade, dentre os quais Ribeirão Preto possui 48,6% da população. A Região Administrativa de

A cidade de Ribeirão Preto com uma

superfície terrestre de 650,9 Km², tornou-se no ano de 2017 sede de região metropolitana composta de vários municípios e se apresenta como uma região cuja população idosa, a exemplo do que acontece nas demais regiões brasileiras, cresce vertiginosamente. Paralelamente ao crescimento da população idosa em Ribeirão Preto, cresce também a demanda por moradias e centros especializados no atendimento a esta parcela da população.

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Ribeirão Preto, com 1,28 milhão de habitantes em 2012 – 3,0% do total do Estado –, apresenta níveis de riqueza próximos à média estadual e indicadores de longevidade e escolaridade relativamente melhores. No ranking das RAs, segundo os componentes do IPRS, situa-se na 4a posição em riqueza (44 pontos), 3a em longevidade (72) e 12a em escolaridade (54). O PIB da RA foi de R$ 33,6 bilhões em 2011, o que corresponde a 2,5% da riqueza gerada no Estado. Sua agricultura, fortemente mecanizada, voltada para a canade-açúcar e todo o complexo industrial sucroalcooleiro, assegurou indicador de riqueza apenas dois pontos abaixo da média estadual. Destacam-se os níveis de riqueza dos municípios de Ribeirão Preto (46) e Sertãozinho (47), os mais populosos da região, que concentram 57,4% dos habitantes da RA. Entre os 25 municípios da região, 17 registram níveis baixos de riqueza (iguais ou inferiores a 40 pontos). Estes, no entanto, representavam apenas 25,7% da população da região, em 2012. O indicador de escolaridade da RA foi de 54 pontos, acima da média estadual (52), porém não apresentou melhora no desempenho em relação às demais

regiões do Estado no biênio, o que a fez perder uma posição no ranking dessa dimensão em 2012, passando para 12o lugar. No que se refere à longevidade, a região obteve 72 pontos, superior à média estadual (70), e ocupa lugar de destaque no ranking desta dimensão. Dos 25 municípios da região, 18 exibem patamar elevado de longevidade, dentre os quais Ribeirão Preto, com 73 pontos em longevidade e 48,6% da população. Alem disso a cidade é centro de referência hospitalar, possuindo diversos centros especializados, além das faculdades de ciências médicas, possui o Hospital das Clínicas ligado a Universidade de São Paulo, referência de atendimento em saúde pública na América Latina. 1.1 CONDICIONANTES Na Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso estabelece o papel da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público de garantir ao idoso, com prioridade, o direito à vida e a cidadania plena. “Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a

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EXPECTATIVA DE NASCER E MORRER EM RIBEIRÃO PRETO

Figura Nº1 -Expectativa de Vida ao Nascer em Ribeirão Preto

Figura Nº2 -Expectativa de Vida ao Envelhecer em Ribeirão Preto

efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.”(Estatuto do Idoso , Lei n° 10.741, 2015,p.1)

de acessibilidade, atendendo aos preceitos de desenho universal, estabelecendo requisitos a serem adotados em edificações, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, meios de transporte, meios de comunicação de qualquer caráter a serem utilizados pelo maior número de pessoas indeterminadas.

O artigo 37 do Estatuto do Idoso estabelece que ele possua uma moradia digna nos padrões para proporcionar uma boa qualidade de vida, enquanto o artigo 38 dispõe sobre a garantia de acessibilidade e a eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas. “É necessário que se comece a investir na melhoria da qualidade de vida dos idosos em seus domicílios, já que grande parte dos acidentes com pessoas que têm idade acima de 60 anos ocorrem no ambiente residencial, para isso devem ser utilizadas medidas ergonômicas simples, mas que evitem grande parte dos acidentes domiciliares.” (Araújo, Maria Creuza Borges, Diretrizes Ergonômicas para Idosos no Ambiente Doméstico, 2015,p.3)

A Norma de acessibilidade a Edificações, Mobiliários, Espaços e Equipamentos Urbanos, conhecida por NBR 9050 e também de interesse social, na medida em que regulamenta aspectos de segurança do idoso e pessoas com deficiência, tecendo parâmetros técnicos no campo 7

1.2 LEGISLAÇÃO Tendo em vista as considerações da ANVISA, verifica-se que os parâmetros básicos a serem seguidos para executar um bom projeto de moradia para idosos são: - considerar a necessidade de garantir a população idosa atendida os serviços e direitos assegurados na legislação em vigor; - considerar a necessidade de prevenção e reduções dos riscos sanitários, à saúde aos quais ficam expostos os idosos usuários dessas instituições; - considerar a necessidade de organização, por intermédio das Secretarias de Direitos Humanos, Saúde e de Assistência Social dos Estados, Distrito Federal e Municípios, de um modelo de atendimento ao idoso nas Instituições de Longa Permanência para o Idoso e Instituição Residencial sob Sistema Participativo; - considerar a necessidade de

definir os critérios mínimos para o funcionamento e avaliação, bem como mecanismos de monitoramento das Instituições de Longa Permanência, de natureza pública ou privada e Instituição Residencial sob Sistema Participativo; destinada abrigar em caráter residencial o idoso; - considerar a necessidade de qualificar o atendimento de prestação de serviços públicos e privados como Instituições de Longa Permanência e Instituição Residencial sob Sistema Participativo destinadas - Casa La Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico que define normas de Funcionamento para as Instituições Residenciais sob Sistema Participativo e de Longa Permanência para Idosos e na forma do Anexo desta Resolução de Diretoria Colegiada (RDC), a serem cumpridas e observadas em âmbito nacional. Art. 2º Estabelecer que as normas deste regulamento sejam aplicadas a pessoas físicas e jurídicas de direito público e privado responsáveis direta ou indiretamente pela instituição.

defesa do idoso, que garanta condições de uma melhor qualidade de vida, direito de condições dignas, a partir de uma proposta adequada a serviços assistenciais, saúde, educação, habitação, conforto ambiental, harmonização espacial, entre outros listados abaixo: - Constituição Federal 1988 (Saúde - artigos 196 a 200) - Lei 8080/90 - Regulamenta o SUS e da providências; - Lei 8842/94 - Política Nacional do Idoso; - Lei 10741/03 - Estatuto do Idoso; - Lei 10.048/00 e Lei 10.098/00 (promulga) Decreto nº. 5296/04 (regulamenta) - Dá prioridade de atendimento à pessoas que especifica e estabelece normas gerais de critérios básicos para a promoção da acessibilidade; - Portaria 2.528/06 - Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; - Portaria 2.529/06 - Institui a Internação Domiciliar no âmbito do SUS.

Art.3º Definir procedimentos técnicos e operacionais integrados, a fim de cumprimento do Regulamento. Art.4º Promover por meio das secretarias estaduais, municipais e do Distrito Federal de direitos humanos ou congêneres, saúde e assistência social, implementação de procedimentos para adoção do Regulamento Técnico estabelecido por esta RDC, podendo adotar normas de caráter suplementar, com a finalidade de adequá-lo às especificidades locais. Através das instruções prescritas nesta Norma é que pode aplicar ao projeto residencial para idosos características viáveis a uma boa e futura execução. Como ferramenta de direito e 8


Capitulo 2. Figure No. xx || title of the figure

2.0 Fatores que influenciam a qualidade de vida do idoso 2.1 ASPECTOS FISIOLÓGICOS

Devemos nos atentar para o fato de que com o avanço da idade, sobem proporcionalmente os riscos e necessidades de adaptação com o meio onde se vive, como por exemplo, citamos o alto índice de quedas e acidentes no ambiente doméstico, que devem servir de alerta para os profissionais da construção e do design. A queda é definida como um “deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, provocado por circunstancias multifatoriais, resultando ou não em dano” (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2008, p.2)

No Brasil, cerca de 30% dos idosos caem pelo menos uma vez ao ano. O risco deste tipo de acidente pode ultrapassar 50% entre as pessoas acima de 85 anos. A principal e mais grave consequência das quedas são as fraturas, que geram declínio funcional, risco de novas quedas, depressão e até aumento da mortalidade. “É dentro de casa que ocorre o maior número de quedas, cerca de 70% dos casos.” (ALBERT EINSTEIN, 2016,p.1)

Em decorrência das mudanças do próprio processo natural de envelhecimento, os idosos tem 9

maior fragilidade, como a redução da visão e audição, deformidades musculoesqueléticas, diminuição da massa muscular, de alterações do equilíbrio e da mobilidade e do aparecimento de doenças crônicodegenerativas. Esses fatores fisiológicos aumentam o risco de queda: “As quedas entre idosos são um dos principais problemas clínicos e de saúde pública devida sua alta incidências, às compleições e aos altos custos assistenciais” (Pinto, Dra. Alessandra Ap. Torres, 2015 ,p.3)

As quedas podem ser prevenidas a partir pequenas mudanças arquitetônicas e ergonômicas Figura Nº 3 -Fatores de Risco para o idoso

nas residências, proporcionando maior acessibilidade, autonomia e segurança para que o indivíduo possa se locomover.

Devemos ainda nos preocupar com os seguintes índices: . -Uma em cada 4 mulheres dos 65 anos sofrem fraturas relacionadas à osteoporose Uma fratura em cada 5 mulheres -sofrem pelo menos uma vez fratura nos membros superiores -70 % destas fraturas são no punho -75% destas lesões ocorrem em ambientes fechados 34% dos idosos que caem, -sofrem algum tipo de fratura 1/3 dos atendimentos médicos de lesões traumáticas nos hospitais públicos, acontecem com pessoas acima dos 65 anos. 2.2 ASPECTOS PSICOLÓGICOS Ainda sob os aspectos físicos, pode-se destacar as necessidades relacionadas com o psicológico das pessoas, a limpeza, arrumação e segurança são fatores que interferem diretamente no cotidiano das pessoas. “A limpeza evita doenças e propicia bem estar, a arrumação faz com que o ambiente domiciliar torne-se mais acolhedor, e a segurança evita o risco

de lesões físicas provenientes de acidentes “(De Araújo, Maria Creuza Borges, 2015,p.2)

O relacionamento com os familiares influencia no emocional dos idosos, o apoio da família deve ser tratado com devida importância. Nessa faixa etária também é necessário que se forneça motivação a realização de atividades, incentivar os idosos a buscar superar metas pessoais, evitam problemas de depressão e trazem bem estar e felicidade, consequentemente, maior qualidade de vida. A família deve incentivar e mostrar interesse pelo que o idoso faz para o desenvolvimento de sua capacidade de permanecer ativo. Devemos ainda nos preocupar com os seguintes índices: -Uma em cada 4 mulheres dos 65 anos sofrem fraturas relacionadas à osteoporose -Uma fratura em cada 5 mulheres sofrem pelo menos uma vez fratura nos membros superiores -70 % destas fraturas são no punho -75% destas lesões ocorrem em ambientes fechados -34% dos idosos que caem, sofrem algum tipo de fratura -1/3 dos atendimentos médicos de lesões traumáticas nos hospitais 10


FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO

do SUS, acontecem com pessoas acima dos 65 anos. são melhores ou piores atendidas proporcionalmente à classe social a que pertence e ao seu padrão aquisitivo. “A qualidade de vida do idoso varia de acordo com a classe social que ocupa. Na classe mais rica este vive despreocupado economicamente e tem condições de residir em lugares com menor risco de acidentes. Na classe média existem problemas como viver sozinho e ter que depender de familiares para compra de produtos básicos pela falta de condições financeiras. Nas classes mais pobres os idosos vivem em desconforto, dividindo quartos e banheiros, não tendo condições mínimas para preparar uma moradia que o possibilite ter uma melhor qualidade de vida” (BARROS, 2007,p.3).

especificamente em locais onde passam durante a noite para ir ao banheiro ou à cozinha, pois os móveis mal colocados poderão resultar em impactos e machucaduras nos idosos. -Má localização dos objetos: Os objetos devem estar em locais adequados que facilitem o acesso, os mais pesados e com peso médio que são utilizados com continuidade devem ficar na altura ou abaixo da cintura, os mais leves e menos utilizados, acima da linha da cintura, evitando assim agravamento de problemas na coluna e proporcionando um melhor acesso. Figura Nº4 -Pisos especiais anti-derrapantes de borracha.

Entretanto, numa ou noutra classe social verificamos riscos físicos causados por equipamentos, utensílios domésticos, barreiras arquitetônicas e condições físicas que podem afetar a saúde do idoso em sua residência. Assim, identificamos como os principais agentes de riscos: -Iluminação: Danos na iluminação podem ocasionar fadiga visual, obscurecimento e originar acidentes, como quedas e escorregões. -O uso de tapetes: Especialmente pequenos, aumenta a ameaça de escorregões e quedas. -Degraus mal dimensionados: Podem causar perda do equilíbrio, resultando em quedas. -Falta de apoio para as mãos: Ausência de corrimões em escadas e barras no banheiro levam ao desequilíbrio e aumentam o risco de quedas. -Piso escorregadio: Traz como decorrência o crescimento dos escorregões. -Piso irregular: Leva ao aumento dos tropeções, assim o risco de quedas. -Má localização dos móveis: Os móveis devem ficar posições cômodas à passagem do idoso, não sendo colocados em seu caminho,

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Capitulo 3. Figure No. xx || title of the figure

3.0 Soluções ergonômicas para fatores de riscos aos idosos Diversos estudos sobre a circulação acessível para os idosos, apontamentos dobre medidas mínimas para que haja segurança na locomoção. Para as habitações são necessários alguns elementos básicos para essa configuração, apontados abaixo. As portas devem ter largura mínima de 0,80 cm, deve-se utilizar uma cor que dê o contraste de revestimento de pisos em níveis e entradas, que o revestimento seja antiderrapante e antideslizante, e que os ambientes tenham uma boa iluminação. “A residência deve ser planejada para

utilizar iluminação natural durante o dia, devendo neste período evitar a artificial. A iluminação deve ser de boa qualidade, de fácil manutenção e substituição de lâmpadas, distribuída na quantidade e localização adequada, na intensidade suficiente para realizar as tarefas conforme os ambientes residenciais.” (Araújo, Maria Creuza Borges, 2016, p.8)

Os interruptores devem estar posicionados entre 0,90 e 1,10m do piso e de 0,15 a 0,45 no máximo de distância horizontal das portas para favorecer o acesso e localização. Já as tomadas devem localizar-se a uma altura em relação ao piso de no mínimo 0,45cm e no máximo 1,10m, sendo colocada em 13

quantidade suficiente e em local adequado para poupar o uso de extensões elétricas o que poderia causar acidentes.

deve ter altura máxima de 1 m e ser do tipo de alavanca, o porta objetos devem estar presos na parede, o tapete externo só de borracha com ventosas.

”Deve-se evitar o uso de degraus e utilizar rampas, mas quando isto não for possível, os pisos dos degraus devem ter largura mínima de 0,90m por 0,30m de profundidade, para um espelho de 0,17m, estes espelhos devem ter altura uniforme. Não devem ser construídas escadas com espelhos vazados, com pisos salientes em relação ao espelho e que impliquem na colocação de um ou dois degraus de transição, são considerados perigosos degraus com menos de 0,10m de espelho, o início e o final da escada devem ser demarcados. É necessário o uso de corrimãos contínuos nas escadas e rampas, sem interrupção nos patamares, com altura média de 0,92 m. Os pisos dos degraus não devem ser escorregadios nem apresentar ressaltos em sua superfície, deve-se usar fita antiderrapante em todos os degraus.”( Araújo, Maria Creuza Borges, 2016,p.9).

As tomadas da cozinha devem estar numa altura mínima de 45cm e máxima de 1,15 m, interruptores devem ter texturas e cores de destaque, na bancada útil deve ter altura máxima de 80cm e seus interruptores terem altura mínima de 80cm e máxima de 1,10 m. Nos quartos as tomadas devem localizar-se em uma altura mínima de 45 cm e máxima de 1,15 m, interruptores devem ter texturas e cores de destaque, sendo um próximo à porta, do lado que fica a fechadura e outro próximo a cama, interligados em sistema treeway2 (interruptores paralelos), é necessário um espaço livre de no mínimo de 80mm entre

equipamentos, para facilitar a circulação de pessoas e uma distância mínima de 0,50 m. de portas abertas à obstáculos, o piso deve ser antiderrapante e as paredes em cores contrastantes com a do piso. O sistema treeway é indicado para ambientes grandes ou que precisem de acender as luminárias em pontos distantes. Adequado para salas conjugadas estar-jantar, escadas, quartos, que permite ligardesligar em cada extremidade. Nos quartos com esse tipo de ligação na cabeceira da cama permite ligardesligar sem precisar se levantar ideal para idosos. No geral, deve-se evitar o uso tapetes soltos, prateleiras de vidro e superfícies cortantes na residência, as quinas dos móveis devem ser arredondas, é aconselhável que o

Figura Nº5 -Larguras mínimas para passagem.

O lavatório a altura mínima deve ser de 46 cm do piso, barras de apoio com comprimento mínimo de 60 cm, colocadas na lateral e em cima do vaso sanitário, com altura mínima de 30 cm em relação ao assento, a válvula da descarga 14


SOLUÇÕES ERGONÔMICAS PARA FATORES DE RISCO AOS IDOSOS

Figura Nº7 -Alcance manual frontal de pessoa em pé.

idoso não use sapatos e sandálias de salto maior do que 2,5 cm, dando prioridade ao uso sapatos tipo Anabela e durante a noite usar somente meias dentro de casa, não se deve usar extensões elétricas e fios de telefone soltos pelos ambientes, além de não deixa panos e fósforos próximos ao lado das bocas do fogão, é preciso uma luz de emergência e luz noturna nos corredores, banheiros e cozinha. ”A casa deve ser um lugar seguro, funcional e confortável. A adaptação dos ambientes deve ser sempre levada em conta quando tratarmos de moradores com problemas de equilíbrio e flexibilidade para que a rotina diária possa ser facilitada e a pessoa tenha independência na sua vida. A redução no risco de acidentes domésticos é claramente notada quando existe a prevenção. E nesse caso, a prevenção é a ADAPTAÇÃO” (CHELLA, Simone Musi,2016, p.1)

O projeto residencial desse trabalho apresenta características ergonômicas, como distribuição de mobiliário que não impeça a passagem dos idosos, e nem às pessoas que dividam este mesmo espaço, que não possua pontas e em caso de esparro3, para que não haja esbarrões que podem resultar em fraturas graves. Para uma circulação independente e segura no banheiro, implantará barras de apoio e pisos antiderrapantes, para criar maior mobilidade e segurança no local destinado a higiene.

A distância criada para as áreas de circulação comuns se dará através dos espaços livres de modo a garantir maior mobilidade de um grupo. Materiais de revestimentos são importantes para a diminuição de esparro e riscos de acidente, assim o melhor a ser utilizado nas áreas molhadas são aqueles com características antiderrapante, devendo ser utilizados aqueles que em seu acabamento não possuem verniz ou polimento, que são mais resistentes e menos escorregadios, proporcionando facilidade na limpeza, além do que, por, ser levemente fosco, traz tranquilidade ao ambiente. Com a especificação ideal de material de acabamento, idealizamos os móveis equivalentes para melhor autonomia, priorizando a altura, aspectos de maior dificuldade e problemas na realização de atividades cotidiana. Bons exemplos são a altura de camas, de bancadas de serviços, entre diversos outros móveis que devem estar de acordo com a facilitação do exercício das atividades pela idosa. Não se deve incluir móveis como, por exemplo, armários, prateleiras, mobiliários que provoquem riscos acentuados excessivamente altos ou baixos, e aqueles que causem obstáculos, para alcançar objetos mantidos em uma posição superior a 1,5 metros de altura, distância confortável de alcance

Figura Nº6 -Dimensões referenciais para deslocamento de pessoas em pé.

e/ou cognitivas que resultam em dificuldade para executar atividades cotidianas, acessar espaços e utilizar equipamentos. Obstáculos que impeçam o acesso ou a participação do residente a lugares e atividades podem resultar em graves danos a seu bem estar, assim como na perda de independência. As pessoas são diferentes e, portanto, têm habilidades diferentes. É essencial considerar em todo projeto o objetivo de abranger o maior universo possível de pessoas. Esta é a base do desenho universal, que prega que se deve garantir a todos, de igual maneira e com o mesmo dispêndio de energia, o acesso e uso dos espaços.

conforme as normas da ABNT 9050, conforme se vê na figura. A1=Altura do centro da mão estendida ao longo do eixo longitudinal do corpo. B1=Altura do piso até o centro da mão com antebraço formando ângulo de 45° com o tronco. C1=Altura do centro da mão com o antebraço em ângulo 90° com o tronco. D1=Altura do centro da mão com o braço estendido paralelamente ao piso, E1=Altura do centro da mão com o braço estendido formando 45° com o piso = alcance máximo confortável. F1=Comprimento do antebraço (do centro do cotovelo ao centro da mão). G1=Comprimento do braço na horizontal, do ombro ao centro da mão. 3.1 A IMPORTÂNCIA ACESSIBILIDADE

DA

Muitos residentes idosos apresentam deficiências físicas 15

A arquitetura bem aplicada contribui na eliminação das barreiras que impedem as pessoas com deficiência de levar uma vida socialmente ativa. Calçadas esburacadas, pisos escorregadios, ausência de corrimãos e ambientes não-Adaptados são apenas alguns dos obstáculos que idosos e pessoas com deficiência permanente ou temporária devem vencer todos os dias. A acessibilidade para o melhor desempenho da do idoso sem duvida se torna indiscutível. A utilização de rampas, corrimãos, pisos adequados, é uma preocupação geral para a acessibilidade de usuários e funcionários do centro de integração de cuidado ao idoso, promovendo a qualidade de vida. Em edifícios projetados para o uso exclusivo de idosos já é bem estabelecida a aplicação dos conceitos de acessibilidade, tolerância a erros, uso simples, comunicação perceptível e pouco esforço físico, ainda que não sob o título do desenho universal. O projeto de espaços acessíveis, mas não exclusivos aos idosos, que o desenho universal (com atenção especial aos princípios 16


SOLUÇÕES ERGONÔMICAS PARA FATORES DE RISCO AOS IDOSOS Titulo

de igualdade e adaptabilidade) ganha enorme importância edifícios acessíveis que associam a acomodação do residente idoso a outros grupos carregam no desenho universal seu grande potencial de acolhimento. Figura Nº8 -Avaliação dos riscos físicos no ambiente residencial e sua influência na qualidade de vida na terceira idade.

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18


Capitulo 4 Figure No. xx || title of the figure

4.0 Um Lar para o Idoso A casa deve ser um local seguro, confortável e deve se adaptar à rotina dos seus moradores, necessita essencial proteger. Para queles que possuem problemas de equilíbrio e flexibilidade, como é o caso de crianças, idosos e portadores de necessidades especiais, planejar a residência e garantir a autonomia permite que sua rotina permaneça a mais estável possível. Problemas de visão, redução da audição, hipertensão, labirintite, efeito colaterais de remédios dentre outros fatores são as causas dos acidentes, os quais acontecem principalmente dentro de casa e são os responsáveis por muitas sequelas que levam a problemas futuros. A prevenção reduz o número de acidentes e consequentemente a necessidade de médicos e hospitais, na área da saúde o tratamento para com os idosos são classificados segundo normativas da ANVISA: a) Grau de Dependência I - idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de autoajuda; b) Grau de Dependência II - idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária, como: alimentação, mobilidade, higiene, sem 19

comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada; c) Grau de Dependência III — idosos com dependência que requeiram assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e/ou com comprometimento cognitivo.

construída pelos materiais que estão, agora, à nossa disposição, no conjunto de representações que povoam nossa consciência de vida.

Ao cruzarmos esses conceitos com a pesquisa da habitação para os idosos, podemos perceber um problema claro, a habitação coletiva para idosos sempre foi baseada em tipologias hospitalares, ao invés de tipologias habitacionais, esse padrão está há muito tempo estabelecido em nossa forma de pensar esses espaços para que se torne reconhecível como uma casa, ele deve recuperar a atenção a esses valores, de maneira a permitir que o indivíduo aproprie-se, identifique e expresse-se através de seu espaço.

Partindo da problemática da cidade contemporânea, como uma cidade difusa, fragmentada, desumanizada e sem identidade, como consequência de mutações sociais, económicas, espaciais e tecnológicas, emerge a necessidade de humanizar o espaço.

“Na maior parte das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e ideias de hoje, as experiências do passado. A memória não é sonho, é trabalho. Se assim é, deve-se duvidar da sobrevivência do passado, tal como foi”, e que se daria no inconsciente

de cada sujeito.

A lembrança é uma imagem

4.1 INTEGRAÇÃO E HUMANIZAÇÃO ESPACIAL COM OS INDIVÍDUOS

O ato de humanizar vem da humanização da estrutura organizacional de uma instituição qualquer de caráter público ou privado. A psicologia organizacional revela-nos que a estrutura organizacional da ILP Instituições de Loga Prermanência, influenciam as dinâmicas e a eficácia dos cuidados prestados, determinando o consequente grau de satisfação por parte dos utentes (idosos) e seus familiares. O contexto das ILP constitui-se por uma inter-relação sistémica em que todos os constituintes da realidade institucional se influenciam mutuamente.

“O desconhecimento ou a falta de interesse dos arquitetos por estes estudos, possivelmente contribui para a proposta de humanização da edificação hospitalar resumam-se, de uma maneira geral, ao seu tratamento cromático ou, ainda, a decoração das paredes de determinados ambientes.” (TOLEDO, 2006).

Muito além de simples aspectos decorativos, a humanização dos ambientes a partir da disposição dos ambientes, das cores adequadas, do controle da iluminação, do contato com a natureza, da condição de orientabilidade e da personalização dos espaços, fazem com que o ambiente hospitalar adquira um valor mais humano, aproximando-se da vida do idoso e afastando-se do caráter unicamente institucional. 42 ESTABELECENDO AUTONOMIA DO IDOSO

A

A busca pela autonomia do idoso vem como cerne desse trabalho, algumas medidas e práticas de cuidado que visam auxiliar os cuidadores da área da saúde no incremento e promoção de sua autonomia, de forma a estimular o resgate da sua capacidade funcional e o sentido de realizar suas atividades diárias de forma mais independente possível. 20


UM LAR PARA O IDOSO

Abaixo estão listados Alguns principios de cuidado que buscam a autonomia da pessoa cuidada: -Ajudar no que não se consegue executar e incentivar as que o idoso consegue realizar sozinho; - Preparar a situação de modo a que seja fácil ser autonomo;Ajudar a manter as capacidades à base de rotinas. Ter em conta as preferências da pessoa cuidada; - Há que entender que a segurança de uma pessoa cuidada é importante, para promover a autonomia; - Favorecer que os idosos realizem atividades da vida diária por eles mesmos. Ex: tomar banho, lavar-se, pentear-se, etc; - Dar oportunidade de exercitar suas capacidades. 4.3 DISPOSIÇÃO DOS AMBIENTES Estudar a ação das pessoas sobre os ambientes é uma tentativa de responder a velhos e novos anseios daqueles que procuram enfrentar a crise ambiental, dentro e fora da Psicologia. Neste aspecto característico das relações pessoas-ambiente é que, em qualquer relação ambiental, temos de focalizar nossa atenção no usuário do ambiente. A disposição dos móveis e detalhes como cores e iluminação fazem muita diferença em qualquer ambiente, deve-se evitar que o idoso tenha que se abaixar ou se esticar muito para alcançar os objetos. Deve-se utilizar: - móveis com altura média; -cadeiras e sofás com assento médio e espaldar alto são mais confortáveis para se levantar; cantos arredondados são mais seguros; -mesas laterais devem ser fixas para permitir que se apoiem quando necessário; -gavetas devem ter travas de segurança para que não caiam ao abrir; -armários com portas de correr são 21

melhores por não interferirem na área de circulação; -deve-se evitar móveis de vidro, que podem quebrar e ferir; Para o acesso em edifícios de vários pavimentos, o melhor é que ocorra através de rampas, com no máximo 8% de inclinação; para maior proteção instale corrimão com 90 cm de altura nas escadas e rampas; elevadores e plataformas elevatórias são uma boa solução para evitar escadas e desníveis; Os banheiros devem ser adaptados com barras de apoio, vaso sanitário elevado e banco dentro do box, pode-se utilizar o mesmo padrão do banheiro para deficientes motores segundo as normas de acessibilidade já citadas;

melhor para promover a qualidade dos espaços, proporcionada através de janelas, átrios e zenital. Gerando contato com o ambiente exterior, que se torna fundamental para garantir o conforto visual, térmico e psicológico dos idosos e funcionários. O homem “particulariza um espaço, territorializando-o, definindo-o como um lugar específico: sua casa” (BARRACHO; DIAS, 2010, p. 26).

Além de proporcionar a variação de luz, a percepção de tempo. ajuda a controlar às necessidades individuais cotidianas, pois tão importante quanto proporcionar a luz e dispor o controle desta iluminação pelo paciente de acordo com suas necessidades.

“De haver cuidado para a entrada de sol não seja excessiva, causando muito calor e desbotamento dos revestimentos, já que o sol nascente, a leste, tem efeito germicida e emite raios ultravioletas ate a metade do dia. Já o sol poente, a oeste, emite raios infravermelhos, de efeito negativo sobre a pele.” (BESTETTI, 2002)”

Elementos arquitetônicos e decorativos auxiliam neste controle, como os de proteção contra a luz solar, cortinas, persianas, brises e também através de sistema que controle da incidência da luz artificial.

Figura Nº9 -Residência Adaptada para Idosos, planejamento dos ambientes internos.

Os dormitórios devem ter acesso fácil ao banheiro; a cama com altura que permita estar sentado e apoiar os pés no chão; colchão e travesseiros devem estar de acordo com as necessidades de saúde da pessoa (como o peso); deve haver lanterna, telefone e campainha próximos da cama; a mesa lateral deve ter cantos arredondados. 4.4 A ILUMINAÇÃO AMBIENTES

NOS

É necessário proporcionar a iluminação não somente para efeito de atender os aspectos normativos, mas também para aspectos de humanização qualificando o local de modo a apresentar boa habitabilidade. Sendo esta iluminação artificial ou e natural, importante tanto para a saúde, quanto na influencia positiva no humor e na disposição das pessoas. Os idosos têm necessidades especiais de iluminação, requerendo três vezes mais luz do que os jovens ou adultos para realizar atividades diárias ou para identificar objetos. A luz natural, procedente do sol, é a 22


Capitulo 5 Figure No. xx || title of the figure

Referências Projetuais 5.1 O PROJETO VILA DIGNIDADE EM AVARÉ, NO ESTADO DE SÃO PAULO. De acordo com o site da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) o Programa Vila Dignidade, , é voltado ao atendimento a idosos independentes, de baixa renda. O modelo visa à construção de um equipamento público constituído de moradias assistidas em pequenas vilas, adequadas a essa população, incorporando os preceitos do desenho universal, e com áreas de convivência social, garantindo acompanhamento Figura Nº10 -Projeto daVila Dignidade, configuração espacial.

unidades habitacionais

centro médico

social permanente ao público beneficiado, integrado à rede de serviços do Município. 19 23

O programa tem o grande desafio de sensibilizar e mobilizar os gestores à causa do envelhecimento ativo. Em razão disso, depende das iniciativas municipais, que precisam se articular para garantir um atendimento adequado à população. “O ‘Vila’ busca o resgate da dignidade e a reintegração de idosos a um bairro e a um meio de convivência. É a retomada da cidadania” explica o superintendente de projetos da CDHU, Fernando Llata. Assim, partindo do conceito das antigas vilas, o projeto, desenvolvido em parceria com a Aflalo e Gasperini, foi pensado segundo a construção de casas de modo periférico em um terreno, para que o centro fosse ocupado por uma praça com áreas de convívio, recreação e ginástica. Uma forma de integrar os moradores. O primeiro “Vila Dignidade”, construído em Avaré, foi entregue à população em fevereiro deste ano. Mais nove condomínios estão em fase de licitação ou prestes a ter suas obras iniciadas no interior do Estado e há a promessa de recursos para mais 10 implantações ainda em 2010. Segundo a gerente de pesquisas habitacionais da CDHU e coordenadora do projeto “Vila Dignidade”, Mariana Sylos, os empreendimentos são feitos

em parceria com as prefeituras que, em muitos casos, doam os terrenos e depois gerenciam os empreendimentos.

No geral, a circulação deve ser a mais livre possível

As casas são oferecidas, via poder público, a idosos solitários ou casais, mas é pré-requisito ser autossuficiente e ter uma condição social menos favorecida. Os moradores não têm a propriedade das unidades, que são cedidas temporariamente enquanto eles conseguem se manter sozinhos. As portas possuem vãos que possibilitam a circulação de

cadeirantes. Nos cômodos também foram determinadas as chamadas áreas de manobra com 1,5 x 1,2 m, onde uma cadeira de rodas pode girar até 180º. Interruptores, maçanetas e fechaduras têm altura compatível ao acesso dos cadeirantes. Nos banheiros há barras de apoio e o piso é antiderrapante. As rampas têm inclinação de até 8,33% e as áreas de circulação têm guardacorpos e corrimãos para auxiliar o equilíbrio, a dica de decoração interna é a escolha de móveis que possuam cantos arredondados e alturas e densidades adequadas a

Figura Nº11 -Projeto da Vila Dignidade, área de Convivência Externa.

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS

facilitar os movimentos do usuário.

Figura Nº13 e 14 -Imagens das Habitações construídas

Figura Nº16 -Centro de convivência interno, formando um pátio central.

O carro-chefe da inovação fica por conta de um sistema de sensores que acionam um alarme sonoro/ visual ao lado da porta de entrada da casa, do lado externo. Os dispositivos de acionamento ficam junto aos interruptores e devem ser usados caso haja uma emergência. Outro diferencial é própria forma construtiva das casas que possibilita a realização da obra em cerca de seis meses. As unidades são erguidas, explica Fernando Llata da CDHU, via sistema steel frame, uma estrutura de aço que recebe placas moldadas com perfis metálicos que, no caso das edificações do “Vila Dignidade”, ganharam coberturas metálicas sobre um pé direito de 2,6 m para facilitar o arejamento dos ambientes. 5.2 VILA DOS IDOSOS, REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. O programa Vila dos Idosos integra o programa Morar no Centro, iniciativa da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB), órgão encarregado de dar resposta às demandas de habitação social na cidade de São Paulo. Figura Nº12 - Estudo da Plata de Habitação.

Figura Nº15 -Imagens do acesso entre unidades habitacionais e o centro médico.

Neste caso particular, o empreendimento está dirigido a um dos setores da população mais carentes e tradicionalmente esquecido nas políticas habitacionais: os idosos. Este projeto, pioneiro na cidade de São Paulo, responde às das reivindicações do Grupo de Articulação para Conquista de Moradia dos Idosos da Capital (GARMIC), fundado em 2001, que atua em parceria com o Conselho Municipal do Idoso. O plano de construir um conjunto habitacional exclusivo para idosos existe desde 1999, mas só em 2003 o terreno para a construção do condomínio foi colocado à disposição para esse fim. O programa consiste em 145 unidades (57 apartamentos de um dormitório de 42m² e 88 mono ambientes de 30m2), três salas para TV e jogos, quatro salas de uso múltiplo, salão comunitário com cozinha e sanitários, quadra de bocha, área verde, espelho d’água e horta comunitária de Área construída de 8.290 m².

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Organizado em quatro pavimentos, com duas caixas de circulações verticais com escadas e elevadores, possui 25% das unidades já adaptadas a portadores de deficiências físicas, e as outras facilmente adaptáveis, caso fosse necessário. O conjunto está localizado no Bairro Pari, vizinho da Biblioteca Pública Adelpha Figueiredo, perto do centro da cidade, com excelente acessibilidade às diversas linhas do transporte público. Localizado num terreno de forma complexa e frentes relativamente pequenas a três ruas, o projeto assume a dimensão do conjunto contribuindo para dar uma nova unidade a uma estrutura urbana fragmentada e sem caráter. A organização em circulações horizontais comuns compatibiliza tanto a boa orientação e a insolação das unidades quanto as melhores condições de acessibilidade aos moradores, alguns deles portadores de deficiências físicas. O objetivo do projeto é promover a maior quantidade e variedade de 26


REFERÊNCIAS PROJETUAIS Titulo

contatos de vizinhança dentro do conjunto, e entre ele e a cidade. As circulações horizontais estão concebidas como espaços coletivos de encontro assim como os bancos frente às portas dos apartamentos que adquirem uma dimensão de focos de interação coletiva; salas localizadas nos quatro andares do prédio funcionam como estares e salas de TV; salões comuns localizados nas Avenidas Carlos de Campos e Pedroso da Silveira promoverão diferentes tipos de contatos com o bairro, comerciais, culturais e sociais; uma horta comunitária atenderá também as estratégias alternativas de sobrevivência dos moradores. Levando se em consideração as condições econômicas dos moradores, e as limitações orçamentárias, entendeu-se que os materiais a utilizar deveriam ser padronizados, porem de alta durabilidade e escassa necessidade de manutenção. O projeto estabelece a simplificação dos acabamentos, com laje aparente, eliminando os revestimentos das paredes e pisos. 5.3 EDIFÍCIO RESIDENCIAL PARA IDOSOS EM PORTUGAL. Este lar residencial é composto por 60 quartos (de três tipologias distintas) com áreas destinadas à direção e serviços administrativosl, áreas pessoais, áreas de convívio e atividades coletivas, refeições, áreas de serviço (cozinha, copa, lavandaria e apoios), áreas de Saúde e de Hidroterapia, e por fim, áreas técnicas, áreas de armazenagem e garagem. A forma do terreno (triangular na área da construção) e sua forte inclinação condicionaram bastante a proposta, tendo-se optado por projetar um edifício constituído por 2 volumes, perpendiculares 27

Figura Nº17, 18, 19 e 20-Imagens do projeto, faces externas da edificação.

Figura Nº21 e 22 -Tipologias habitacionais, casas geminadas e singulares, com análise de usos dos ambientes.

entre si, formando uma espécie de “T”. O volume mais longo (a sul), onde se situam as áreas de utilização comum (zonas sociais e de restauração), zonas administrativas e a maior parte dos quartos, dispõe-se paralelamente à pendente, encaixando-se no terreno e tirando partido da exposição solar a sul e da vista sobre o rio. Este volume apresenta 3 pavimentos (parcialmente 4, mas nunca alinhados) 2 acima da cota de soleira e 1 abaixo (parcialmente 2).

Figura Nº23 -Implantação do conjunto habitacional no terreno, com análise dos acessos.

O segundo volume (a oeste), possui 3 pavimentos, 2 acima da cota de soleira e 1 abaixo, totalmente enterrado, onde se localiza a garagem. O edifício surge mais fechado e contido a norte (para a rua) e bastante aberto e envidraçado a sul sobre o vale. No pavimento da entrada (térreo) foram localizadas todas as áreas de recepção e atividades, estar e convívio, refeitório e serviços de apoio. A oeste, a área de Saúde com gabinete médico, enfermagem, 28


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

5.3 VILA HOGEWEYK

fisioterapia, ginásio, piscina interior (para hidroterapia e lazer) e instalações de apoio. No 1° pavimento localizam-se exclusivamente quartos e áreas de apoio hospitalar.

Weesp é um município dos Países Baixos e abriga um asilo bastante incomum. Na verdade, o nome asilo não cabe para o lugar que mais se parece com uma vila. Hogeweyk é o nome da vila projetada especialmente para o cuidado de idosos com demência , especialmente demências degenerativas como o Alzheimer.

No pavimento -1 (subsolo) localizam-se 10 quartos e 8 suites, com quarto e sala (todos no volume sul). No volume oeste localiza-se a garagem (20 lugares), as áreas de armazenagem individuais, as áreas técnicas, zonas de estar e ainda banho assistido, rouparia e sujos. No pavimento -2 (subsolo 2) localizam-se 8 suítes, áreas de armazenagem individuais, áreas técnicas e apoios. Zonas verdes envolvem o conjunto integrando percursos e áreas de sombra e de estar.

Ruas, praças, parques e jardins foram todos desenvolvidos para que os idosos pudessem transitar livremente sem grandes problemas. E é isso que eles fazem. O lugar é realmente fantástico e já foi comparado com o filme “O Show de Truman“, porque por lá estão médicos, enfermeiros e especialistas trabalhando para cuidar dos 152 residentes.

Figura Nº24 -perspectiva do projeto.

Figura Nº25 - Corte Loingitudinal.

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Os residentes do Hogeweyk precisam de menos medicamentos. Essa foi a primeira grande vantagem do lugar que me chamou atenção. Segundo o site Psychology Today, os residentes da vila são mais ativos que os residentes de asilos convencionais e também demandam menos remédios para controlar suas condições médicas. Os médicos e enfermeiros são instruídos para fazer da experiência dos idosos o mais próximo da Figura Nº26 -Análise dos usos.

realidade possível. Embora as condições de demência possam exigir grandes cuidados, são os próprios moradores que fazem as compras no supermercado e ajudam no preparo da comida em casa. Apenas os aspectos financeiros são deixados de lado por sua natureza mais complexa — não existe moeda no local e tudo está incluso no pacote que se paga para morar lá. A vila foi criada com 23 casas especialmente projetadas para pessoas da terceira idade que sofrem de demência. O que também é bastante interessante é que os trabalhadores dão o máximo de privacidade e autonomia para os moradores. Os cuidadores vestem roupas normais em vez de roupas clínicas e se encaixam perfeitamente nos papéis de vizinhos e empregados do lar. Eles também não corrigem quando os residentes decidem falar sobre suas memórias, seu passado e história. “Todos os funcionários do lugar estão lá apenas para dar apoio à situação delicada dos idosos e possuem uma infinidade de profissões na vila, como caixas de supermercado e atendentes.”

Figura Nº27 e 28 -Implantação do conjunto e análise dos usos.

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