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APRENDER A PARTIR DA CONCEPÇÃO DE QUE A ESCOLA É UM ESPAÇO SOCIOCULTURAL Ana Luíza Borges Lentino¹ Graziela da Rosa Braga² Viviane Castro Camozzato³

INTRODUÇÃO A partir de nossas incursões na Escola Estadual de Ensino Fundamental Arthur Damé, de Bagé/RS, como bolsistas de iniciação à docência, passamos a nos inquietar com a possibilidade de perceber a escola como um espaço sociocultural. Espaço este que engloba diferentes culturas, concepções e práticas.Tendo como foco a escola procuramos problematizar algumas narrativas construídas pelos estudantes acerca do bairro em que vivem e estudam. Os dados coletados em nossa prática investigativa mostraram que há uma grande carência em propostas que considerem como objeto privilegiado de estudo o entorno sociocultural dos estudantes.

Imagem 1. Pesquisa no google hearth pelo bairro e cidade.

Imagem 2. Passeio pelo bairro Arthur Damé.

OBJETIVOS O nosso objetivo ao investigar as múltiplas narrativas sobre o bairro Arthur Damé, era compreender as práticas e significados socioculturais que compõe as formas de narrar o bairro em que a escola se situa. Utilizamos como aparato teórico os estudos que consideram a escola como espaço sociocultural, principalmente os elaborados pelo pesquisador Juarez Dayrell, e, ainda, autores que problematizam a construção de narrativas, como Jorge Larrosa e Rosa Maria Hessel Silveira. Imagem 3. Pesquisa sobre os dados do Município e bairro.

METODOLOGIA A metodologia baseia-se na pedagogia de projetos, a qual procura promover novas formas de pensar e agir na escola e nas práticas pedagógicas. Baseadas nisso mantemos a intencionalidade de partir de questionamentos e da busca pela construção do conhecimento (num processo que nos descentralize mais da centralidade absoluta da figura do professor e de seus conhecimentos) com a turma de 5º ano que trabalhamos.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A organização do trabalho e o desalinhamento do conhecimento prévio da turma revelaram que nos cinco anos de escolarização na educação básica o bairro Arthur Damé não foi alvo de uma problematização e análise consistentes. Com isso a construção de uma compreensão das suas condições de vida e dos usos práticos dos conhecimentos nos seus cotidianos não parece ter sido o foco de investimentos das práticas pedagógicas. Tal constatação nos aproximou da proposta de conhecer o modo como os estudantes olham para essa região e, ao mesmo tempo, fazer com que eles reconstruam as suas narrativas. O trabalho foi realizado, assim, com práticas pedagógicas variadas, tais como: uma pesquisa de campo no bairro, com registros fotográficos; a construção de textos coletivos a partir das fotografias; a análise e comparação com imagens históricas do bairro e da cidade; entrevistas escritas com moradores do bairro com posterior seleção de alguns para entrevista com registro em vídeo, para a produção de um curta-metragem; a construção de uma linha do tempo da cidade, do bairro e da vida dos estudantes – todos se cruzando –, entre outras ações.

CONCLUSÃO Até o presente momento, que é preciso inverter a lógica da transmissão para valorizar a participação ativa dos estudantes, uma vez que podemos compreender que as ações pedagógicas são, ao mesmo tempo, formas de política cultural. Parece válido afirmar, assim, que partir do espaço sociocultural dos estudantes permite englobar o cotidiano e promover a construção de conhecimentos que façam mais sentido a estes mesmos sujeitos.

REFERÊNCIAS CORAZZA, Sandra Mara. Planejamento de ensino como estratégia de política cultural. In: MOREIRA, Antônio Flavio Barbosa (Org.). Currículo: questões atuais. Campinas: Papirus, 1997. DAYRELL, Juarez. A escola como espaço sócio-cultural. In: DAYRELL, Juarez (Org.). Múltiplos Olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996.

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Discente Bolsistas de Iniciação à Docência do Pibid – 2013 Uergs Pedagogia – Unidade em Bagé. Discente Bolsistas de Iniciação à Docência do Pibid – 2013 Uergs Pedagogia – Unidade em Bagé. Docente Coordenadora de Área do Pibid 2013 – Uergs Pedagogia – Unidade em Bagé.


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