Minha vida fora de série - 3 temporada

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A U TO R A D A S É R I E B E S T - S E L L E R F A Z E N D O M E U F I L M E

PAU L A P I M E N TA

temporada



PAULA PIMENTA

temporada

5ª reimpressão


N ota da au tor a : Após a 1ª temporada de Minha vida fora de série, muitos leitores me escreveram perguntando se a ONG do livro realmente existia e como poderiam se tornar voluntários. Para escrever, inspirei-me na “Cão Viver”, localizada em Belo Horizonte-MG. Informações: www.caoviver.com.br. Ela e tantas outras ONGs de proteção animal espalhadas pelo Brasil precisam de todo o apoio possível. Procure a da sua cidade. Sei que o Rodrigo e a Priscila iriam gostar da sua atitude! Paula Pimenta


Agradecimentos Quero agradecê-los porque, sem cada um de vocês, isso nunca aconteceria. Vocês me apoiaram e me amaram durante todo o drama. E é por isso que eu estou aqui. (Glee)

Muito obrigada... À Mamãe, à Aninha e à Elisa que mostraram se eu estava no caminho certo, ao lerem capítulo por capítulo à medida que foram escritos. Ao Kiko, pelo apoio de sempre, por ouvir o livro em voz alta e por aguentar meus ataques de ansiedade nesses meses que fiquei hibernada escrevendo. Eu não teria conseguido sem você. À Carol Christo, por me ouvir, me aconselhar e não me deixar surtar em alguns momentos... Às “Gêmeas da Paula”, por me ajudarem com as fanpages, com as colunas e tudo mais... e ainda tentarem me animar a todo custo, especialmente no período de escrita deste livro! Meninas, sem vocês teria sido bem mais complicado! À Luara, por ter me dado dicas sobre São Paulo e por ter me ajudado a escolher o bairro da Pri. À Isabela (Belú), por ter me dado informações sobre as faculdades de Veterinária e por me contar um pouco sobre o curso.


Ao Celeiro e às meninas dos intercâmbios, por sempre me tratarem como se eu ainda tivesse a idade delas e com isso me fazerem voltar a ser adolescente! :) À Thê e ao Emmanuel, por terem me viciado em One Tree Hill, e ao Will, por ter me ajudado com as citações dessa série. Ao Bruno, à Mari, à Julia, à Helena, à Luiza, à Gleid e à Larissa, pelos depoimentos emocionantes! Aos meus leitores queridos, por continuarem sendo os melhores do mundo!


Se você pudesse voltar no tempo e mudar apenas uma coisa na sua vida, você mudaria? E se fizesse isso, será que essa mudança tornaria a sua vida melhor? Ou será que ela acabaria partindo o seu coração? Ou partindo o coração de outra pessoa? Será que você escolheria um caminho totalmente diferente? Ou mudaria uma única coisa? Um único momento? Um momento que você sempre quis ter de volta? (One Tree Hill)



Prólogo Stefan: Tudo que você sabe, tudo que você conhece está prestes a mudar. Você está preparada para isso? (The Vampire Diaries)

Tome cuidado com o que você deseja. Eu já tinha escutado essa frase antes, mas nunca havia levado a sério. Até que um dos meus desejos se realizou... fazendo com que a minha vida saísse de órbita completamente. E só então eu entendi a tal advertência. Porque é preciso mesmo ter muito cuidado com aquilo que queremos. Simplesmente porque podemos conseguir. Me lembro perfeitamente do desejo que fiz ao soprar as velas no meu aniversário de 17 anos. Pedi silenciosamente, com todas as minhas forças, que os meus pais voltassem a ficar juntos. Claro que, no fundo, eu sei que minha vontade de que aquilo acontecesse não teve tanta influência assim... Na verdade, os dois nunca se desvincularam completamente um do outro. Sei disso por que, mesmo que eles tenham tentado ser discretos, foram muitas as recaídas. Eu via muito bem os olhares que eles lançavam um para o outro nas viagens do meu pai para BH. E perdi a conta das vezes que escutei sem querer as risadas da minha mãe ao telefone com ele, lembrando situações do passado, quando a suposta razão do telefonema seria apenas falar das minhas notas ou perguntar sobre o Arthur. E houve também os e-mails repletos de sedução que eu li sem querer, ao passar pelo quarto da minha mãe, que nunca se lembra de desligar o computador. Ok, sei que eu não deveria ter lido, mas todo mundo sabe que eu sou curiosa! E até aquele momento o meu maior sonho era que os dois se acertassem de novo...


Sim, até aquele momento. Porque o fato é que, quando em um belo dia de inverno meu pai me avisou que eu não precisava comprar minha costumeira passagem para São Paulo, percebi que tinha alguma coisa errada. Afinal, ele fazia questão de que passássemos juntos todas as minhas férias. Mas não daquela vez. Ao contrário, disse que ele mesmo iria a BH, pois precisava conversar um assunto importante comigo, junto com a minha mãe. E foi então que eu soube. Nunca acreditei em sexto sentido, premonição, essas coisas... Mas naquela hora tenho que admitir que minha intuição esfregou na minha cara tudo que ele iria me dizer. Por isso, no fim de semana seguinte, quando ele chegou, eu abri a porta e ele e minha mãe deram uma piscadinha um para o outro, eu já tinha certeza do que estava por vir. Mas ainda assim não estava preparada. “Priscila, nós temos uma boa notícia pra te dar”, foi o que eles disseram, na hora do almoço, entre uma garfada e outra de salmão com alcaparras, que por sinal é o prato preferido do meu pai e que minha mãe não cozinhava havia anos, por achar que aquilo a deixaria triste ao se lembrar de bons momentos... Mas naquela hora ela não parecia nada triste, muito pelo contrário. Sei que bombas geralmente são jogadas quando ninguém está esperando... Mas eles poderiam ter pelo menos esperado chegar a sobremesa, assim eu teria saboreado aquela mousse de chocolate na qual eu estava de olho desde o dia anterior. Mas depois do que eles disseram, eu perdi totalmente o apetite. Foi como voltar vários anos no tempo, quando, aos 13, os dois me convocaram para uma conversa bem parecida com aquela, mas para dizer que estavam se separando. A sensação que eu tive foi a mesma, apesar dos sorrisos dos dois, em vez das lágrimas da outra vez. Como se novamente eles estivessem me colocando em um foguete rumo ao desconhecido. Como se os roteiristas da série da minha vida descobrissem que a audiência estava baixa e que teriam que fazer uma mudança radical, alterando cenários, mexendo no enredo, trocando personagens... “Prica, já tem um tempo que eu e sua mãe estamos conversando pela internet...”, meu pai começou a explicação, me


olhando fixamente, provavelmente tentando desvendar a minha reação através da minha expressão facial. “E também pelo telefone”, minha mãe acrescentou, com os olhos muito abertos, como ela só faz quando está tensa com alguma coisa. “E então, quando nos encontramos aqui em janeiro, no seu aniversário de 18 anos, acabaram acontecendo umas coisas entre nós...”, meu pai continuou, parecendo muito sem graça, como se eu ainda tivesse uns seis anos de idade e ele estivesse me explicando de onde vêm os bebês. Como a minha mente já tinha se encarregado de me mostrar a cena minuciosamente – e eu estava muito desconfortável com isso –, perguntei depressa: “E?”. Ele então continuou: “E a partir de então, durante os últimos seis meses, nós percebemos que os problemas que fizeram com que nos separássemos já não existiam mais...”. “Posso saber quais problemas eram esses?”, perguntei apenas para que ele parasse de fazer aquelas pausas intermináveis entre uma frase e outra. Isso fez com que minha mãe suspirasse, como se não quisesse relembrar nada daquilo. Mas, ainda assim, ela criou forças e disse: “Especialmente os problemas do dia a dia. Na época da separação, a nossa vida tão corrida fez com que colocássemos um ao outro em último plano. Você e o Arthur vinham sempre em primeiro lugar, claro. Em segundo, os nossos trabalhos. Em terceiro, a vida social. E finalmente, na hora de nos preocuparmos com o nosso casamento, já estávamos tão cansados que apenas fomos varrendo o casal que formávamos para debaixo do tapete, colocando nossa vida conjugal em último lugar na lista de prioridades. Mas precisamos desse tempo separados para enxergar isso, Pri. Você já namora há vários anos, sabe que um relacionamento passa por fases. Acontece que deixamos que uma fase ruim se prolongasse por tanto tempo que não conseguíamos mais avistar uma saída. Precisamos de todos esses anos para encontrar um caminho de volta, para perceber que os defeitos que estávamos enxergando um no outro não eram tão graves assim... Eles apenas estavam


ultradimensionados por causa da rotina, das nossas dificuldades em outras áreas... Mas o fato é que o tempo nos mostrou que nada daquilo era tão grande e tão forte quanto... o amor que nós ainda sentimos um pelo outro”. Minha mãe falou aquela última frase olhando para o chão, mas então o meu pai pegou a mão dela com carinho, ela apertou, e foi nesse instante que realmente senti a dimensão do que eles estavam tentando me explicar. Sem que dissessem nem mais uma palavra, percebi que a partir daquele momento a minha vida inteira ia mudar. Mais uma vez...


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Peyton: Neste momento há 6 bilhões, 470 milhões, 818 mil e 671 pessoas no mundo. Algumas estão fugindo assustadas. Algumas estão indo pra casa. Algumas mentem pra conseguir superar o dia. Outras estão encarando a verdade agora. Alguns são homens maus em guerra contra o bem. E alguns são bons, lutando com o mal. Seis bilhões de pessoas no mundo. Seis bilhões de almas. E algumas vezes... você só precisa de uma. (One Tree Hill)

“Parabéns, princesa!”, a voz do Rodrigo soou supernítida ao telefone, como se ele estivesse a poucos metros de distância, e não a milhares de quilômetros. Aquilo me fez abrir o maior sorriso, mas ao mesmo tempo trouxe lágrimas aos meus olhos. Desde o começo do nosso namoro, cinco anos e meio antes, aquela era apenas a segunda vez em que eu passava o meu aniversário sem ele. Aliás, já tinha muito tempo que não ficávamos tantos dias longe um do outro... A última ocasião havia sido em uma viagem que ele fizera com a família para Morro de São Paulo, quando eu tinha acabado de completar 16 anos. Desde então compartilhávamos cada mínimo passeio que fazíamos. Até agora... “Espero que você seja sempre muito feliz...”, o Rô continuou a falar, me fazendo ter vontade de puxá-lo pelo fio do telefone. “Mas vem ser feliz perto de mim, Pri... não aguento mais de saudade!” Enxuguei o rosto, que em poucos segundos havia ficado encharcado, e respirei fundo. Eu também estava morrendo de saudade dele! Tentando conter as lágrimas, apenas respondi: “Em três dias estarei aí!”. Eu não queria que ele pensasse que eu estava triste, afinal, não estava. Aquela viagem tinha sido ideia minha. Era inclusive o meu presente de aniversário. 15


Na verdade, de vários aniversários... E tudo estava tão maravilhoso que adiei a volta! Eu não deveria mesmo estar chorando, mas é que a voz do Rô havia me lembrado de como tudo seria ainda mais perfeito se ele estivesse ali comigo... “Vai me esperar no aeroporto, não é?”, continuei a falar, já mais controlada. “Tenho a impressão de que vai amar os presentes que comprei pra você!” “Priscila, falei que não era pra se preocupar com isso!” Mesmo sem ver a expressão dele, percebi que estava bravo. O Rodrigo só me chamava de Priscila quando falava muito sério. “Você trabalhou pra caramba tomando conta, passeando e dando banho em todos aqueles cachorros e gatos pra juntar dinheiro... Não precisava trazer nada pra mim! Só queria que você aproveitasse pra valer!” Aproveitasse pra valer... Se eu aproveitasse ainda mais, era capaz de querer ficar para sempre! Aliás, aquela tinha sido de longe a melhor viagem da minha vida, os melhores dias que eu já havia passado! E se não fosse pelo Rodrigo, era mesmo bem provável que eu desse um jeito de ficar por ali... Quer dizer, eu voltaria para buscar todos os meus bichos. “Não gastei muito...”, expliquei meio sem graça. Na verdade, eu tinha gastado bastante com o presente dele. Com os presentes. Mas na semana anterior eu tinha passado na frente de uma loja de instrumentos musicais, então vi uns pratos incríveis para a bateria dele e também umas baquetas, e em Venice Beach eles vendem todas aquelas camisetas com desenhos de bateria e frases engraçadinhas como “I prefer the drummer!*”, então eu não tive como não comprar tudo aquilo... Claro que abri mão de adquirir alguns novos seriados, mas eu sabia que o sorriso que ele daria ao desembrulhar tudo ia compensar. “Rô, por falar em gastar, esta ligação vai ficar cara. Quer entrar no Skype? Já está até ligado, eu estava falando com os meus pais. Você nem imagina o que eu fiz hoje! Preciso te contar cada detalhe!” “Minha irmã está com o meu notebook, eu emprestei porque ela deixou o dela no Canadá. Poderia pegar de volta, mas aqui já Eu prefiro o baterista!

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é meia-noite, acho que a Sara já deve estar dormindo. Tentei te ligar mais cedo várias vezes, mas chamou e ninguém atendeu.” Notei uma certa mágoa na voz do Rodrigo. Aquela diferença de seis horas de fuso horário realmente estava prejudicando a nossa comunicação. Para mim ainda eram seis da tarde e eu tinha passado o dia tendo o melhor aniversário da minha vida. Fui assistir à uma gravação de seriado! Mas não de um simples seriado. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginaria que aquilo seria possível, era a minha série preferida... E ver os meus atores do coração cantando e dançando ali, de pertinho, tinha sido mágico! E eu devia tudo isso a uma pessoa... à Fani. Confesso que acordei meio pensativa. Eu já estava em Los Angeles havia 23 dias. Minha intenção inicial era voltar para o Natal. Acontece que tudo ali era tão intenso que de repente os 10 dias que supostamente durariam a minha viagem começaram a parecer muito pouco. Era tanta coisa para ver, para fazer... Então acabei convencendo meu pai a adiar minha passagem. Duas vezes. Mas eu tinha me esquecido de um detalhe... O meu aniversário. Nunca gostei de ter nascido no terceiro dia do ano, a comemoração é muito sem graça, porque todo mundo viaja nessa época. Mas o carinho do Rô e da minha família sempre compensou. Então, quando acordei e lembrei que naquele ano eu não estaria com eles, fiquei um tempinho meio arrependida de não ter voltado antes pra casa. Mas aquele arrependimento passou já no café da manhã, quando a Fani e a Tracy apareceram com um bolo cheio de velinhas e, em seguida, fizeram a Winnie, a cachorrinha da Fani, pular no meu colo. Foi quando percebi que ela estava com um envelope amarrado na coleira. “O que é isso?”, perguntei apenas por perguntar. Antes mesmo da resposta, eu já o estava abrindo e tirando de dentro dele uma espécie de credencial. E foi aí que percebi que esse seria o melhor aniversário de todos! Olhei para a Fani e para a Tracy, que estavam me encarando sorrindo, na maior expectativa para saber se eu tinha gostado. Ao ler, gritei tanto que a Winnie começou a latir achando que eu tinha enlouquecido ou coisa parecida... 17


Priscila Panogopoulos Guest This pass is valid for access to the Glee set on January the 3rd only No pictures allowed* E tudo que eu mais queria agora era contar cada detalhe do meu dia para o Rodrigo. Mas pelo visto eu teria que esperar. “Ah, que pena que está sem o computador, Rô...”, falei começando a me sentir meio chateada de novo. “Você não conseguiu falar comigo mais cedo porque não fiquei aqui. Passei o dia inteiro no estúdio da Paramount, vendo a gravação de Glee! A Fani conseguiu um jeito de eu assistir!” Na verdade, o verdadeiro responsável por aquilo havia sido o Christian, o ex-namorado da Fani. Mas o Rodrigo não gostava dele por causa do Leo, então achei melhor ocultar essa parte. “Foi o máximo, não vejo a hora de te contar tudo! Estou tão feliz! E hoje à noite a gente vai sair, a Fani tem um amigo espanhol aqui, ele é muito engraçado e disse que não comemorar o aniversário dá azar pro ano todo!” Notei que ele ficou um tempo calado, mas logo disse: “Que bom, Pri... Assim que você chegar quero ver todas as fotos da gravação!” Eu ia começar a explicar que uma das normas do estúdio era não fotografar lá dentro, mas que, por coincidência, eu havia encontrado a Heather Morris na saída e, assim, tinha conseguido uma única foto daquele dia inesquecível, exatamente com a atriz que fazia o papel de uma das minhas personagens preferidas do seriado. Porém, o Rodrigo continuou a falar: “Eu tenho mesmo que desligar agora, amanhã então a gente se fala pelo Skype, tá?”. Priscila Panogopoulos / Convidada / Esta entrada é válida para acesso ao estúdio de Glee, no dia 3 de janeiro apenas / Proibido tirar fotos

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Apesar de ter achado o Rodrigo meio frio, concordei depressa, realmente não dava para ficar batendo papo em uma ligação internacional. Nos despedimos e, quando eu já estava tirando o telefone do ouvido, ele me chamou novamente. “Pri, por favor, não adie sua volta mais uma vez... Esta cidade está muito chata sem você.” Então era isso. Não era frieza, era só saudade. Dei um grande sorriso e tive vontade de abraçar o telefone. “Não vou adiar, prometo. E você não respondeu... Vai me esperar no aeroporto?” “Você tem alguma dúvida?”, ele perguntou. Dei um suspiro, mandei um beijo enorme e desliguei, pensando que ali estava a primeira coisa que eu havia aprendido aos 19 anos: é possível se sentir triste e feliz ao mesmo tempo...

De: Priscila <pripriscilapri@aol.com>

Para: Luiz Fernando <lfpanogopoulos@mail.com.br> Lívia <livulcano@netnetnet.com.br>

Enviada: 04 de janeiro, 08:45 Assunto: Volta

Oi, pai e mãe mais lindos do mundo!!!

Posso adiar a minha volta mais uma vez? Queria ficar só mais uma semana, juro que só mais uma... Por favor!!!

Hahaha, brincadeira! Estou escrevendo só pra falar que vocês não precisam me buscar no aeroporto, o Rodrigo vai me esperar lá e me levar em casa. Beijo enorme, morrendo de saudade! Pri P.S.: Mas se vocês me deixarem alterar a minha passagem de novo, eu vou adorar! 19


De: Luiz Fernando <lfpanogopoulos@mail.com.br> Para: Priscila <pripriscilapri@aol.com> CC: Lívia <livulcano@netnetnet.com.br> Enviada: 04 de janeiro, 09:57 Assunto: Re: Volta

Quase um mês sem ver a gente e já está nos dispensando, né? Sei como é que é... Depois as mães e os pais viram uns chatos proibindo namoros e ninguém entende por quê! Nada disso, mocinha. Nós vamos te esperar no aeroporto. Fala pro Rodrigo passar mais tarde aqui em casa pra te ver, quando a gente já tiver matado toda a saudade. Papai

De: Lívia <livulcano@netnetnet.com.br>

Para: Priscila <pripriscilapri@aol.com> Enviada: 04 de janeiro, 10:02 Assunto: Re: Re: Volta

Não liga pro seu pai, ele está apenas com ciúmes. Imagino o quanto você e o Rodrigo estão loucos para se encontrar. E é bom mesmo terem um tempinho a sós. Já convenci o seu pai a te esperar tranquilamente aqui em casa. Sei que vocês vão vir do aeroporto direto pra cá, né??? Senão eu também vou ficar com ciúmes. Estou desesperada para saber cada segundo dessa viagem, porque com certeza ela foi maravilhosa. Afinal, você não teve tempo de mandar quase nenhuma notícia, além de e-mails pedindo para 20


adiar a volta! E ainda bem que é brincadeira, porque agora com certeza a resposta seria NÃO. Não aguento mais de saudade da minha filha! Beijinhos, Mamãe P.S.: Conseguiu fechar as malas? Espero que não tenha que pagar excesso.

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