O PEQUENO PR I NCIPE EM CORDEL
ILUSTRAÇÕES DE Vladimir Barros
PEQUENO
I NCIPE EM CORDEL 2a edição revisada 1ª reimpressão
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Copyright © 2021 Josué Limeira (texto)
Copyright © 2021 Vladimir Barros (ilustração)
Todos os direitos reservados pela Editora Yellowfante. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora.
edição geral e preparação de texto Sonia Junqueira
revisão
Julia Sousa
Patrícia Vila Nova Aniceto
projeto gráfico Vladimir Barros diagramação Christiane Costa Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Limeira, Josué
O pequeno príncipe em cordel / Josué Limeira ; ilustrador Vladimir Barros. – 2. ed. rev.; 1. reimp. – Belo Horizonte : Yellowfante, 2022.
ISBN 978-65-88437-84-1
1. Cordel - Literatura infantojuvenil I. Barros, Vladimir. II. Título.
21-85478 CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Cordel : Literatura infantil 028.5
2. Cordel : Literatura infantojuvenil 028.5 Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380
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A YELLOWFANTE É UMA EDITORA DO GRUPO AUTÊNTICADedico os versos Que dançam neste livro, A toda rosa plantada, A toda rosa colhida, A toda rosa ofertada. Às raposas que no sertão Vivem perambulando, Na seca ou na invernada.
Dedico estes versos A quem olha as estrelas E consegue escutar risos. A toda fonte nos desertos, A todos os desenhistas, Aos pequenos príncipes Que conheci nesta vida E que no invisível me mostraram O essencial.
Josué Limeira
Uma adaptação da obra de Antoine de Saint-Exupéry.
sumário 1. O desenhista 12 2. O encontro 18 3. Um pequeno planeta 26 4. O astrônomo ............................................................. 32 5. Os baobás .................................................................. 40 6. O pôr do sol .............................................................. 48 7. A guerra dos carneiros e das flores .................... 52 8. A flor ......................................................................... 58 9. A viagem ................................................................... 64 10. O rei ............................................................................ 70 11. O vaidoso ................................................................... 76 12. O bêbado .................................................................... 80 13. O homem de negócios .............................................. 84 14. O acendedor de lampiões ....................................... 90 15. O geógrafo ................................................................. 96 16. O planeta Terra ...................................................... 102 17. A serpente ............................................................... 106 18. A flor do deserto ................................................... 112 19. A montanha ............................................................ 116 20. O jardim ................................................................... 120 21. A raposa .................................................................. 124 22. O guarda-chaves ..................................................... 134 23. O vendedor de pílulas d’água ............................... 138 24. O essencial é invisível aos olhos ......................... 142 25. O poço ...................................................................... 148 26. A partida ................................................................. 154 27. Um pedido ................................................................ 166
Falar desse caminho percorrido apenas com sonhos na bagagem não é tarefa das mais simples; assim como não foi a construção desse universo novo, ofertado a esse pequenino príncipe de ideais tão fortes e amor profundo ao seu mundo. O encontro da obra de Saint-Exupéry com o gênero cordel se deu manso como as águas de um riacho, tão escasso em solo sertanejo que, mesmo insistindo em revelar suas rugas, nos presenteia com um cenário peculiar: a beleza nordestina. Lugar de fala simples e amorosa, que encontrou abrigo no coração do autor, que ama suas raízes e se orgulha tanto da força desse povo que, frente a tantas diversidades, ainda conserva a riqueza genuína da valentia. Tão parecido com o “menino de cabelos amarelos”, que, assim como Josué Limeira, possui fortes referências sobre o lugar de onde veio e não desiste de buscar respostas às suas questões, nem acredita em outro sentido para viver que não seja o amor.
É nesse cenário novo que a trama se desenrola, com fidelidade aoenredooriginal,masnumaoutraroupagem,singularecomovente. Estefoiumlivromaturadootemponecessárioparatersabortípicoe degustação popular. Tive a honra de acompanhar cada encontro do autor com seu amigo do asteroide B 612 em suas conversas particulares, nas quais foi apresentada uma nova possibilidade de recontar essa história. Creio que o príncipe gostou. Quase o ouvi gargalhar frente a tantas novidades. Vi um menino feliz por se reencontrar com sua aventura.
Aleituradestelivroéumconviteirrecusável...paraacriançaou para o adulto? A escolha é sua. Só sei que esta é uma história para seres humanos que acreditam em riquezas como amor, amizade, delicadeza e fidelidade. Tesouros que não precisam ser buscados em outros planetas, estão bem aqui perto e nos fazem únicos no mundo, assim como a rosa.
CLAUDIA GOMES
Professora de Literatura em Recife
APRESENTAÇÃO
O Desenhista
Li sobre florestas virgens Aos seis anos de idade. Uma jiboia comia um bicho Com toda a voracidade. Eis a cópia do desenho Mostrando a fatalidade. O livro assim dizia:
Comem até sem mastigar Com digestão de seis meses Elas começam a roncar. Depois do sono profundo Buscam presas pra caçar.
Pensei bastante nas selvas E com um lápis nas mãos, O meu primeiro desenho Nascia, do coração. Que alegria eu tive! Fui mostrar pra multidão.
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PEQUENO PRÍNCIPE EM CORDEL
Mostrei minha obra-prima E perguntei aos adultos:
– Meu desenho lhes dá medo? E todos, com riso oculto: – Quem tem medo de um chapéu? Isso é coisa de maluco.
Mas não era um chapéu Que comia um elefante. Era uma jiboia enorme Eles não veem adiante, Sempre pedem explicações E têm rugas nos semblantes.
Meu segundo desenho era assim:
O DESENHISTA 15
Então recebi conselhos Pra não desenhar jiboias: – Dedique-se à geografia Ou até mesmo à história, Ao cálculo e à gramática, Deixe dessa paranoia.
Abandonei, aos seis anos, A carreira de pintor. Meu desenho número 1 Até agora não vingou. Meu desenho número 2 Só me deu desilusão. Pra criança, é cansativo Ter que dar explicação.
Escolhi uma profissão E fui, enfim, pilotar. Descobri no avião Que meu sonho era voar. A geografia me ajudou A saber onde pousar.
Eu consigo, num relance, Distinguir a antiga China. Ao voar no Arizona
Sua beleza me fascina. Ser piloto é um sonho Que minha vida ilumina.
Durante a minha vida Com muitos eu fiz contato. Vivi no meio de adultos, Amigos de cama e prato. Não mudei minha opinião Sobre os antigos fatos.
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PEQUENO PRÍNCIPE EM CORDEL
O Desenhista
Mostrei o meu desenho E só recebi gracejos. A resposta era única: – Um chapéu aqui eu vejo. Nunca citei as jiboias, Era esse o meu desejo.
Não citei florestas virgens, Das estrelas, não falava. Pois falar de coisas belas Com os adultos não colava. Então, meu lado criança, Infelizmente eu calava.
Eu só falava de golfe, De bridge e de gravatas. Política internacional De forma interessada. E as pessoas ao redor Sempre me batiam palmas.
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