Uma viagem inesperada

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T u r m a

d a

J o v e m

MĂ´nica por

Marina por

Magali por

Denise por


Ilustração Copyright © 2017 MAURICIO DE SOUSA e MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA., todos os direitos reservados – www.monica.com.br Texto sobre a personagem Mônica Copyright © 2017 Babi Dewet; Texto sobre a personagem Magali Copyright © 2017 Carol Christo; Texto sobre a personagem Marina Copyright © 2017 Melina Souza; Texto sobre a personagem Denise Copyright © 2017 Pam Gonçalves Copyright © 2017 Editora Nemo Direitos de publicação no Brasil reservados à Editora Nemo. Nenhuma parte desta obra ilustrada poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem autorização prévia da Editora Nemo e da Mauricio de Sousa Editora. gerente editorial

revisão

Arnaud Vin

Carolina Lins

editores assistentes

capa

Carol Christo Eduardo Soares

Diogo Droschi

assistente editorial

Guilherme Fagundes

diagramação

Jim Anotsu

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Uma viagem inesperada / Babi Dewet...[et al.]. – 1. ed. – São Paulo : Nemo, 2017. Outras autoras: Pam Gonçalves, Melina Souza, Carol Christo. ISBN 978-85-8286-414-2 1. Aventuras 2. Ficção - Literatura juvenil 3. Literatura brasileira 4. Turma da Mônica (Personagens fictícios) 5. Mauricio de Sousa 6. Viagem I. Dewet, Babi. II. Gonçalves, Pam. III. Souza, Melina. IV. Christo, Carol. 17-05193

CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático: 1. Turma da Mônica : Ficção : Literatura juvenil 028.5

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T u r m a

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Estúdios Mauricio de Sousa Presidente: Mauricio de Sousa Diretoria: Alice Keico Takeda, Mauro Takeda e Sousa, Mônica S. e Sousa Mauricio de Sousa é membro da Academia Paulista de Letras (APL) diretora executiva

Alice Keico Takeda direção de arte

Wagner Bonilla diretor de licenciamento

Rodrigo Paiva coordenadora comercial

Tatiane Comlosi analista comercial

Alexandra Paulista editor

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Irene Dellega, Maria A. Rabello, Nilza Faustino produtora editorial jr.

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Lino Paes arte-final Marcela Curac, Matheus Pereira, Rosana Valim cor

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MÔNICA 07

MAGALI 89

MARINA 179

DENISE 25 5



Mônica em

UMA AVENTURA NA COREIA DO SUL por



P

assei correndo pelo raio-x do aeroporto, olhando o tempo todo pro meu relógio de pulso. Ele foi um presente da Magali, é todo vermelho e tem pequenas melancias desenhadas, o que sempre me faz lembrar da nossa amizade. As pessoas quase não usam mais relógios assim, mas eu me sinto mais segura controlando o meu tempo e, por isso, raramente me atraso. Mas não foi assim. Justo no dia em que eu deveria ter chegado mais cedo, tudo deu errado. Não acordei na hora certa, esqueci o passaporte em casa e precisei voltar na metade do caminho pra pegá-lo, e mal pude me despedir dos meus pais no carro, na porta do aeroporto! Não queria nem pensar se tinha esquecido mais alguma coisa megaimportante, tipo minha escova de dentes. Depois que peguei minha mochila na esteira, saí correndo em disparada, olhando pra todos os lados e morrendo de medo de esbarrar em alguém. Tive a impressão de derrubar algo e fiz menção de pedir desculpas, mas eu já estava longe. Todos os anos correndo atrás do Cebola e do Cascão me treinaram pra momentos como este: estar atrasada pra pegar o meu voo! Qual era mesmo o portão de embarque? Encarei o cartão em minhas mãos e não consegui conter um suspiro, parada no meio de um corredor largo, cheio de gente. Estava ansiosa, e meus cabelos soltos não ajudavam em nada naquele momento. Não fazia diferença se estavam curtos como sempre, os fios grudavam na testa 9


suada, atrapalhando minha visão. Mordi os lábios pra evitar que eles tremessem, porque na verdade eu me sentia prestes a explodir. Meu coração batia tão forte! De animação, é claro, mas também de nervosismo. Sabe o sentimento de apresentar um trabalho na frente de toda a turma e acabar esquecendo o que você precisa falar? Era tipo isso. E eu quase nunca esquecia o que precisava falar. Não sou exatamente uma pessoa tímida. Afinal, sou a dona da rua. Mas não sou imune ao nervosismo. Acho que ninguém é. Meu pai costuma dizer que ficar nervoso é bom, porque mostra que cada experiência é única, como se fosse sempre a primeira vez. Dá aquele frio na barriga, sabe? E é por isso que eu estava prestes a deixar a segurança da minha casa pra encarar novas aventuras. Ok, talvez aquela fosse a primeira vez de verdade que eu iria pra tão longe. E sozinha. Eu repetia mentalmente pra mim mesma: “Mônica, vai ficar tudo bem. Sua casa ainda estará no bairro do Limoeiro. Mesmo que você volte diferente, ela ainda será a sua casa”. Porque é isso que viagens fazem com as pessoas, né? A gente amadurece, entra em contato com nosso eu interior. Sei lá, pelo menos é o que essas revistas de turismo e livros de autoajuda dizem. Os vídeos de viagem no YouTube também falam sobre isso. Daí, transformei em um mantra. Precisava de algo em que me apoiar e que me distraísse do fato de que eu estava morrendo de medo de atravessar o mundo sem saber que tipo de mudanças isso iria trazer. Porque... assim, todo mundo muda. Menos o Cebola, claro. Tudo aquilo tinha sido uma ideia dele, uma armação, como um dos antigos planos infalíveis que ele inventava pra me perturbar quando éramos crianças. E, apesar de ter muito orgulho de mim mesma por sempre conseguir me defender, vamos combinar que de infalíveis aqueles planos não tinham nada. E, bom, nada que uma coelhada não desse jeito. Mas o Cebola era engraçado, isso eu precisava admitir. O que será que ele estava fazendo agora? Foi ele 10


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que inventou aquela aposta com a turma, em um jogo idiota de cartas na escola. O perdedor precisaria se inscrever nesse sorteio da Rádio MAX do Limoeiro, e eu, não sei como, acabei perdendo. Foi idiota, eu sei, nunca fui muito boa jogando cartas. Mas ganhei uma viagem incrível que nunca tinha pensado em fazer! Por que eu estou corando de repente? Mônica, não seja boba! Corra! Desatei a correr, destrambelhada, pelo corredor que indicava em que portão eu deveria embarcar, mantendo a firmeza nos pés pra não desmoronar. Não seria uma cena bonita. Pensei no meu cartão de embarque. Estava escrito: destino, Seul. Sorri sem perceber, embora tenha comido um pouco de cabelo no processo. Uau! Eu estava mesmo indo pra Coreia do Sul! A ansiedade, além do cansaço, começava a dominar meu corpo. De acordo com minhas pesquisas e as da Magali (ela me enviou um roteiro enorme com todos os lugares que eu precisava conhecer), Seul ficava tão longe quanto o Japão, mas, segundo opiniões dos turistas, a comida era mais gostosa. Porque, sabe, a Magali era toda fitness, mas a antiga comilona não saía de dentro dela. Fora o roteiro, eu tinha uma lista na mochila com todas as comidas tradicionais que ela queria que eu provasse, o que era basicamente o presente que ela tinha pedido na viagem: que eu me empanturrasse! E que anotasse tudo pra contar pra ela na volta pra casa. Ela também me pediu fotos de todas as iguarias que eu experimentasse, pra que ela pudesse postar no seu blog de culinária. Perdida em pensamentos, avistei o portão de embarque e parei centímetros antes de dar com a cara na última pessoa na fila à minha frente. Tinha uma fila! Respire, Mônica, as coisas ainda estão sob controle! Ofegante, olhei novamente pro relógio e notei que os minutos não tinham passado desde a última vez que eu havia olhado pra ele! Ou eu era uma máquina de corrida, ou ele estava sem bateria. Não era possível! 12


Estava tão brava que nem percebi quando alguém se aproximou. Que mico, tenho certeza de que deixei um grito escapar com o susto. A pessoa claramente queria falar comigo, porque parou bem do meu lado, despertando meus instintos de dona da rua e me fazendo encará-la de cima a baixo. Era uma garota mais alta que eu, com cabelos castanhos armados, ondulados e muito bonitos, usando uma camiseta com letras que deviam ser do coreano. Ou alguma outra língua que não usasse o alfabeto latino. – Amei sua mochila de coelho! – ela disse, muito animada e sorrindo bastante, com dentes alinhados em um aparelho, alheia ao fato de que eu estava bufando. Tinha que bater palmas pra coragem dela. – Tenho uma também, mas, definitivamente, não é tão fofinha. E nem azul. Pisquei várias vezes e sorri de volta, embora ainda ofegante. Ela parecia simpática, e é bom poder conversar com pessoas diferentes. Ajudava a me acalmar. Além disso, a maquiagem dela era brilhante e colorida, e eu tenho um respeito enorme por quem consegue se maquiar assim. Tipo, quem consegue passar delineador com tanta perfeição, sem borrar o rosto todo, como a bailarina de Cisne Negro, merece um Oscar! – Obrigada, sua maquiagem é incrível. Eu nunca saberia fazer um delineado desses – respondi, impressionada. Quem me dera conseguir fazer um olho de gatinho como aquele. Eu normalmente só acabava usando um batom simples mesmo, ainda que a Denise tivesse tentado me ensinar a função de cada produto. E, nossa, eram dezenas! Eu tinha muito o que aprender, um longo caminho pela frente. A menina me mostrou seu cartão de embarque, apontando pro destino final da viagem. Ela também iria pra Seul! Será que era a outra ganhadora do concurso? – Parece que a gente vai pro mesmo lugar! – ela disse, e acho que sorrimos juntas, como se tivéssemos acabado de virar grandes amigas. – Meu nome é Lelê e eu sou de Alta Granada. E você? 13


Eu nunca tinha ouvido falar de Alta Granada, mas, né? Eu sabia como era morar em um lugar que poucas pessoas conheciam. – Mônica. Do Limoeiro. – Vi pela cara dela que também não fazia ideia de onde ficava. – Você é a outra vencedora do concurso da Rádio MAX? – ela perguntou. – Sim! – respondi animada, porque eu estava certa sobre quem ela era, e adoro estar certa! A garota sorriu e apontou pra três pessoas que estavam na fila do embarque em frente ao portão, que já anunciava o nosso voo. – Aqueles são os acompanhantes da rádio. Falei com eles assim que cheguei. E você viu que o DJ Caqui vai com a gente? Isso é incrível! Ele é tão lindo! – Lelê deu um gritinho feliz, que fez com que algumas pessoas olhassem pra nós. Ela puxou o celular do bolso e tirou uma foto estilo paparazzo do tal DJ, e fiquei pensando em como aquilo era bem esquisito. Quem era esse cara com o boné enfiado no rosto? Era tão famoso assim? Eu não acompanhava muito os programas de rádio, sempre fui uma pessoa dos livros. DJ Caqui não significava nada pra mim, e eu tinha essa tendência de não conhecer as pessoas famosas na internet, o que deveria ser o caso. Ai, isso fazia eu me sentir fora de sintonia com o mundo. Precisava prestar mais atenção. Ela tinha dito que ele era bonito, né? – Você mesma se inscreveu no concurso? – perguntei pra Lelê, mudando de assunto. Ela digitava freneticamente no celular, enviando a foto do tal DJ Caqui pra alguém, tanto é que demorou alguns segundos pra me responder. Eu a entendia completamente. De verdade! Se fosse o Ed Sheeran no aeroporto, ou o Justin Bieber, eu provavelmente faria o mesmo. A Magali teria surtado! – Sim, claro. Quem não ia querer ir pra Coreia do Sul? Tipo, é onde estão os caras mais bonitos do mundo! E comidas incríveis e apimentadas! E frio! E o BTS, claro. Onde o BTS está é provavelmente o lugar mais legal de todos. 14


Uau, claro. Com certeza. Quem era BTS? Um cara? Uma junção aleatória de letras? Concordei porque não sabia o que dizer. Eu já quis ir pro Japão antes, gosto muito de toda a cultura de lá, mas nunca tinha pensado muito sobre a Coreia do Sul, que, pelo que a Lelê estava falando, era um dos melhores lugares do mundo! E eu não duvidava. Devia ser mesmo. Embora essa parte de comida apimentada continuasse fazendo com que eu me lembrasse da Magali e de como eu já estava com saudades dela. Aproveitei pra pegar meu celular na mochila do Sansão e enviar um coração no meu chat com ela, só pra que soubesse que eu estava bem. Era um tipo de código da gente. Cada emoticon representava alguma coisa. – E você? Gosta de k-pop? – Quei-pópi? – falei em voz alta, sem perceber. Estava terminando de enviar a mensagem, mas logo guardei o celular, confusa, além de descabelada. Me lembrei das pesquisas que fiz em casa enquanto arrumava as coisas. Fazer mala pra viagem era tão complicado, né? Principalmente quando era um lugar tão longe e cujo clima eu desconhecia totalmente. E se levasse poucas camisetas? Ou saias demais? Eu deveria levar meu vestido vermelho favorito? Eu sabia que k-pop era o pop coreano, a música que os jovens ouviam e que estava ganhando fama no mundo todo. Não que a moda tivesse chegado ao Limoeiro – embora fosse a cara do Do Contra. E talvez da Marina. Aaaah, eu deveria ter perguntado pra Marina! – Não, eu não me inscrevi no concurso. Foi uma aposta idiota na escola com o Cebola. – Eu sorri sentindo meu rosto corar. – Você não conhece k-pop? Ah, essa viagem vai ser incrível! Vou te mostrar tanta coisa legal! – Lelê falava alto e gesticulava bastante, o que, admito, me deixava animada. Eu já sou naturalmente agitada, mas um incentivo era sempre bem-vindo. – Esse Cebola deve gostar muito de você! Uma 15


viagem dessas é o olho da cara, e qualquer fã de k-pop trocaria o bias pra poder ir pra lá! – Bias? – perguntei, tentando esconder o fato de que estava corando. Queria mudar de assunto, pra não ficar ainda mais vermelha. Vamos continuar a falar sobre coisas coreanas! – Sabe One Direction? Você gosta deles? – Eles são bem legais – respondi, sorrindo. – Você tem um favorito? – Harry, claro. Ele é, tipo, lindo. – Então ele é seu bias no One Direction, a regra é tipo essa. Seu favorito de um grupo. Só pra constar no seu dicionário, porque vou repetir essa palavra com muita frequência durante a viagem! E talvez eu até grite um pouquinho. – Meu cérebro já anotou, pode deixar! Sou boa em gravar coisas! E em gritar também – concordei mostrando os polegares, animada, porque eu tinha começado a cantar uma música do One Direction na cabeça. Será que eu tinha colocado alguma música deles na minha playlist pra ouvir durante a viagem? Um dos caras da rádio se aproximou da gente, arrumando o casaco e sorrindo. Ele me lembrava muito o pai do Cebola, era quase careca, então eu tinha que evitar o contato visual com os fios espaçados do cabelo. Eu não podia rir, seria falta de educação. Talvez eu devesse tirar uma foto tipo paparazzo, como a Lelê fez do DJ, pra turma avaliar a semelhança. – Meninas, vi que já se conheceram! Que ótimo! Você deve ser a Mônica, certo? Estive com seus pais na semana passada, mas você estava na escola. Meu nome é Carlos. – Prazer! Espero não ter chegado muito atrasada, nem me lembro da última vez que fiz isso, mas acordei supertarde e... – falei um pouco rápido demais, vendo o Seu Carlos sorrir. Tenho certeza de que o meu rosto estava todo vermelho, e, com meu cabelo bagunçado, eu deveria estar parecendo o Louco. Ou melhor, o professor Licurgo. 16


– Está tudo bem. Vamos começar a embarcar agora! As regrinhas já foram passadas para os pais de vocês e está tudo certinho. Vocês têm alguma pergunta? Sabem o tempo de viagem? Prepararam os travesseiros? – A gente vai parar em Dubai, certo? – decidi perguntar, só pra confirmar. Eu tinha noção da rota da viagem, já que tinha feito uma pesquisa. Era a primeira vez que passaria tanto tempo longe de casa e era realmente muito longe! Tipo dezoito mil quilômetros do Brasil até lá, muito mais do que dar milhares de voltas no bairro do Limoeiro na bicicleta do Cascão. Ou até no skate. Mesmo quando ele corria da chuva nos tempos de criança! E quando corria de mim! Era muito mais longe do que eu podia imaginar. – Sim, Mônica. Mas vai ser bem rapidinho, a gente mal vai ter tempo de olhar o aeroporto, infelizmente. Serão 26 horas daqui até Seul, contando com a parada, então vocês vão ter muito tempo pra conversar e dormir no avião! – Eu trouxe pelo menos três livros pra ler na viagem! – contei, batendo de leve na mochila do Sansão e pensando que deveria ter trazido mais. Ou que, no futuro, eu deveria era pedir um tablet de Natal pro meu pai. Seria bem prático pra esses momentos. – Um dia todo dentro de um negócio que eu não faço ideia de como voa, oba! – Lelê disse de forma irônica e apavorada, se virando pra mim, o que fez o senhor da rádio rir, enquanto voltava pra fila. – Fica tranquila. Sou conhecida por ser forte, nada vai acontecer com você enquanto estiver do meu lado, padawan! – Eu não fazia ideia de por que ela tinha medo de avião, sempre me pareceu algo seguro. Na verdade, era um dos meios de transporte mais seguros do mundo! – Oh, adorei a referência! Eu amo Star Wars! – Lelê sorriu um pouquinho, e eu me senti vitoriosa. Se eu podia proteger os meus amigos, por que não ajudá-la? – Quais livros você trouxe? 17


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