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APRESENTAÇÃO

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INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Um Tarô Para Sonhar

“Não creio ser um homem que saiba. Tenho sido sempre um homem que busca (…)”

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– Hermann Hesse1

Há muito tempo eu sonhava em poder publicar um tarô autoral, com elementos e símbolos que traduzissem o universo íntimo que me habita nesses anos de caminhada e estudo dos arcanos do tarô, os quais vejo como portais iniciáticos da nossa existência. Algo que fosse diferente de todos os tarôs que eu conhecia, que mostrasse em suas imagens uma simbólica muito particular. Em parte, seria uma releitura de tudo o que eu havia aprendido, como também uma expressão exteriorizada e imagética daquilo que sinto em mim com relação a esse instrumento de transformação e autoconhecimento que é o tarô.

Mesmo não tendo talento para a pintura, como apreciador das artes em todas as suas expressões, ainda assim sonhava em concretizar este projeto. Atento aos sinais, segui realizando outras histórias muito especiais, como o Baralho Cigano e o Tarô dos Anjos, ambos ao lado de uma artista plástica talentosa, por quem tenho muito respeito e admiração, e que, de maneira afetuosa e conectada, vem transformando meus sonhos e minhas inspirações em realidade.

Cristina Martoni é uma artista rara, comprometida com seu ofício e dedicada ao autoconhecimento. Estudiosa do tarô, das cartas ciganas, da numerologia e da espiritualidade, sempre teve consciência da nobreza e da importância dessas ferramentas simbólicas e arquetípicas para o desenvolvimento da consciência humana.

Para além de nossa conexão de amizade e parceria, tivemos inúmeras conversas e fizemos muitos rascunhos do projeto e tentativas de traduzir o divino em arte autoral. Por isso, atravessamos um longo período de criação até o término de todo o tarô.

As parcerias com Cristina sempre foram pautadas na liberdade de criação. Exceto por um detalhe ou outro, essencial para determinadas questões, seguimos nossas intuições e partilhamos ideias com muita sinceridade. Desse modo, tudo sempre fluiu como a correnteza de um rio de águas claras e calmas. Para o Tarô Arquetípico, pedi a ela que se inspirasse nas cenas e imagens do Tarô Waite-Smith, por ter sido um dos tarôs que sempre me acompanhou em minha jornada. Propus diversas referências à astrologia, à literatura, à música e às artes visuais, que ajudaram a compor meu olhar pessoal sobre o tarô.

Além da inspiração, Cristina tinha referências próprias e o desejo de criar o tarô com sua identidade artística. Dessa forma, as 78 cartas foram pintadas à mão, com técnica mista sobre papel, aquarela e lápis aquarelável, colagens de tecido e detalhes em tinta acrílica para compor as imagens tal como foram idealizadas por ela.

As imagens e figuras do Tarô Arquetípico nasceram intuitivamente, com um estilo leve, colorido, lúdico e estilizado, não só pelo formato dos rostos e corpos, mas também por tudo o que o compõe, reafirmando uma assinatura única para a obra artística de Cristina Martoni.

Este é um tarô feito de sonhos, alma e muita poesia, que nos ajuda a perceber a vida verdadeira e essencial de forma onírica, que está contida nos mistérios de nosso inconsciente coletivo e individual.

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