Puericultura O nascimento de uma criança é motivo de alegria, mas também de grande ansiedade para a maioria dos pais. Quando o bebê nasce depara-se com um novo mundo, completamente diferente daquele que ele conhecia no útero da sua mãe, é um momento no qual precisará desenvolver habilidades para adaptarse às novas condições de vida e organizar dentro de si uma nova versão para o mundo. E mãe, não se desespere! A insegurança gerada pela chegada de um novo ser na família logo desaparece. Aos poucos a rotina da casa volta ao normal e o bebê começa a se adaptar a tudo e a todos. Com a interação entre vocês, o vínculo afetivo torna-se mais presente e mais forte a cada dia. Tocar, acariciar, pegar seu bebê no colo e aconchegá-lo são as melhores formas de transmitir amor e segurança. Com esta relação a criança adquire a noção de si mesma, e é o que irá ajudá-la enfrentar as dificuldades que fazem parte da vida durante o seu desenvolvimento. O bom relacionamento entre pais e o bebê tem efeitos profundos e benefícios no desenvolvimento futuro da criança e na manutenção da estrutura familiar. 2
Primeiros cuidados com o bebê Em primeiro lugar a mãe deve cuidar de si e do bebê, estabelecendo uma rotina adequada para evitar esquecimentos. O ideal é reservar horários suficientes para todas as tarefas, de forma que possa continuar fazendo tudo que precisa, e, se for o caso, voltar a trabalhar quando chegar a hora. O cuidado e a atenção são fundamentais para dar mais segurança ao bebê. E logo você verá que tem muito mais habilidade nos cuidados do que imaginava.
Banho Não existe uma “receita” para este momento ou uma técnica indicada, mas algumas dicas para os primeiros banhos facilitam bastante o processo: - Banhe seu bebê em local agradável e protegido de correntes de ar; - Prepare tudo o que vai precisar com antecedência: toalhas, produtos de higiene, fralda e roupas limpas; - Use água morna: a temperatura ideal é a adequada ao cotovelo materno; - Antes do banho, lave a banheira com água e sabão. A banheira deve ser utilizada somente para o banho do bebê; - Caso o bebê tenha evacuado, deve-se realizar a higiene primeiro antes de levar a criança à banheira; 3
- Fora da banheira, segure o bebê passando o seu braço esquerdo pelas costas dele de modo que a sua mão esquerda se prenda firmemente embaixo do bracinho esquerdo do bebê. Assim, a cabecinha do bebê fica inteiramente apoiada no seu antebraço e ele sente-se seguro. Com a sua mão livre, segure as pernas e o bebê estará pronto a entrar na banheira; - Mergulhe-o delicadamente na água. Comece o banho pelo rosto e pela cabeça. Ensaboe a cabeça e, cuidadosamente, retire o sabão; - Retire um pouco o corpo do bebê acima da água e ensaboe. Cuidado, pois depois de ensaboada a pele fica mais escorregadia; - Para lavar as costas, mude o bebê para o braço direito de modo que ele fique de bruços no seu pulso direito, e com a sua mão, direita segure-o na axila esquerda. - Ao tirá-lo da banheira, envolva-o muito bem numa toalha seca. Enxugue-o delicadamente, dando atenção especial às dobrinhas da pele. Seque bem o pescoço, axilas, virilhas e entre os dedinhos.
dicas - Nos dias de calor, dar no máximo 02 banhos por dia para não retirar a proteção natural da pele; - Evite dar banho logo após refeições; - Utilize produtos neutros e de fórmulas suaves para evitar processos alérgicos. O ideal é utilizar pomadas ou cremes recomendados pelo pediatra; - Vista o bebê com roupas confortáveis e adequadas à estação. 4
Coto Umbilical Após o parto o cordão é cortado e é inserido um “clamp” de plástico. A pequena porção do cordão que ainda permanece no bebê, medindo cerca de 2 a 3 cm, é chamada de coto umbilical. A queda do coto ocorre entre o 4º e o 20º dia, podendo ultrapassar, sem que haja necessidade de qualquer intervenção.
Como cuidar: - Limpar após o banho e a cada troca de fraldas; - Utilizar gaze ou hastes flexíveis com a ponta de algodão embebidas em álcool 70% para a limpeza; - Limpar a base e depois o coto, fazendo movimentos circulares; - Deixar secar até o coto endurecer e cair. - Nunca utilizar faixas, curativos ou qualquer outro produto, como pomadas e cascas de frutas, sobre o coto.
Troca de fraldas O acúmulo de urina na fralda irrita a pele do bebê e a umidade retida é uma das principais causas de assaduras. Por isso, a troca e a higiene devem ser realizadas sempre que o bebê estiver com a fralda suja de fezes ou urina. 5
dicas - Trocar a fralda no máximo a cada 03 (três) horas. Se o bebê tiver evacuado, a troca deve ser imediata;
- Limpar com algodão e água morna. O ideal é utilizar lenço umedecido somente quando estiver fora de casa, onde não há como usar o algodão com água morna; - Aplicar uma fina camada de pomada própria para prevenção de assaduras.
Higiene bucal Na boca do bebê existem diversos tipos de micro-organismos que podem favorecer o desenvolvimento de cáries. O objetivo é remover restos de leite e alimentos que ficam acumulados na região bucal. Deve-se iniciar a higiene bucal logo após o nascimento. 6
Como higienizar: - Enrolar no dedo indicador uma gaze ou fralda umedecida em água filtrada; - Passar delicadamente em toda gengiva, língua e a cavidade oral, esta higiene deve ser feita mesmo sem dentes, para evitar o acúmulo de bactérias e criar o hábito de higiene bucal; - Após a erupção dos dentes, iniciar a escovação e o uso de fio dental com muita cautela para não provocar trauma gengival. Realizar o acompanhamento odontológico preventivo.
Técnicas para o bebê criar bons hábitos - Durante o dia, deixe o bebê em ambiente claro e com o barulho normal da casa, desde que não haja excessos. É importante criar uma rotina para acalmar a movimentação na casa, permitindo o descanso de ambos; - Quando notar que o bebê está com sono, coloque-o para dormir no berço ou no carrinho. Desta forma ele se acostumará a dormir sozinho e evita que ele se acostume com o colo; - Não colocar o bebê para dormir junto com os pais; - Não colocar o bebê para dormir de bruços. A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que o bebê deve dormir de barriga para cima. 7
- Para evitar o refluxo, pode elevar o decúbito a 30 graus (equivalente à altura de 02 listas telefônicas) na cabeceira do berço ou carrinho; - Durante a noite colocar o bebê para dormir em ambiente silencioso, com pouca luminosidade e com temperatura agradável; - Manter a tranquilidade. O estado emocional, em especial o da mãe, influencia no comportamento do bebê.
Orientações nutricionais
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e com o Ministério da Saúde, a amamentação deve ser exclusiva até o 6º mês de vida e deve ser continuada até os 2 anos de idade. O leite materno funciona como uma vacina, protegendo o bebê de muitas doenças. Além disso, é muito mais higiênico e está sempre pronto para ser consumido, com a temperatura ideal. 8
O leite materno é completo. Até os 06 meses o bebê não precisa de nenhum outro alimento (nem chás, sucos, água ou outro tipo de leite). Depois dos 06 meses a amamentação deverá ser complementada com outros alimentos e você poderá continuar amamentando até 02 anos de idade da criança ou mais. Além de todos estes benefícios, a amamentação favorece um contato mais íntimo entre a mãe e o bebê. Caso não consiga amamentar é importante comunicar o pediatra, pois a introdução precoce de alguns tipos de leite (vaca integral / caixinha) pode acarretar graves problemas de saúde.
Crescimento e desenvolvimento infantil Quando falamos de crescimento e desenvolvimento, acreditamos que tem um mesmo significado, e na verdade não é bem assim. O crescimento pode ser medido de várias maneiras: peso, altura, tamanho do pé, circunferência da cabeça e várias outras partes do corpo. O desenvolvimento está relacionado às habilidades que o bebê ou a criança vai adquirindo, como sustentar a cabeça, sentar, falar e andar. A partir do nascimento, o crescimento e o desenvolvimento apresentam diversas fases, que poderão ser acompanhadas por você e pela supervisão de um pediatra. O Ministério da Saúde recomenda um calendário mínimo para atendimento à criança nos 02 primeiros anos de vida. A primeira consulta deve ser entre o 5º e o 15º dia de vida do bebê, e até o 6º mês ele deve ser acompanhado mensalmente. Depois deste período deverá ser no 9º mês, 1 ano, 1 ano e 6 meses e 02 anos de idade. 9
O instrumento mais utilizado pelos pediatras para acompanhar o crescimento físico da criança são os gráficos (curvas) de evolução de peso, altura e perímetro cefálico para cada idade e gênero (menina ou menino), que estão na caderneta de saúde da criança. Através deste acompanhamento o pediatra traça uma trajetória de crescimento. Ele a orientará sobre o estado nutricional e o crescimento da criança. Não é só o peso e o comprimento que importam. Todos os aspectos de desenvolvimento devem ser considerados, inclusive os aspectos sociais e psíquicos. O bebê depende completamente de outra pessoa para sobreviver, ele necessita de alguém que lhe dê carinho, alimento, agasalho e que faça a sua higiene. O desenvolvimento neurológico do Sistema Nervoso Central se inicia desde a vida intrauterina. A mãe deve cuidar de si e de seu bebê da melhor maneira possível, afastando as situações que possam trazer prejuízos físicos, mentais ou emocionais.
desenvolvenDO AS HABILIDADES As habilidades de cada criança são muito variáveis. Geralmente até os 3 meses o bebê observa, sorri e sustenta a cabeça; Aos 6 meses alcança e pega objetos, mantém-se sentado e consegue se virar; Aos 9 meses segura objetos e faz movimentos de pinça; Aos 12 meses engatinha, dá passos com apoio e pode começar a caminhar sem ajuda. 10
Desenvolvendo a linguagem A compreensão e a expressão são dois componentes da linguagem. A compreensão ocorre primeiro, a criança ainda não fala, mas já pode compreender. Já a expressão da linguagem pode se dar de várias formas: fala, gestos, escrita, digitação, sinais e linguagem. A linguagem compreensiva, em geral, evolui mais rápido do que a linguagem expressiva. O adulto não deve, nunca, ridicularizar os erros de linguagem da criança, ele deve ensinar as palavras sempre de forma clara, correta e paciente.
Conhecendo a criança O temperamento da criança é definido como estilo próprio de resposta emocional ou comportamental da criança diante de uma variedade de situações. O temperamento pode influenciar as relações sociais da criança e também pode ser determinado por fatores genéticos. Somente a convivência permitirá que você conheça a criança melhor, desvendando seu temperamento, para que aos poucos criem juntos um ambiente cada vez mais harmonioso no dia a dia.
Dicas para o desenvolvimento da criança - Sempre oferecer carinho e contato físico com a criança. Isso ajuda a sentir-se segura e promoverá seu bem-estar físico e mental; - Ler para a criança diariamente, escolher livros para tocar e apontar objetos; - Ajudar o desenvolvimento da linguagem conversando com a criança; 11
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