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Agro Agenda
Publicação Mensal | Março 2012 | Edição 01/Ano 01
Agro Eventos Avesui, Agrishow e Tecnoshow Comigo Agro Agenda Circuito Feicorte, Campo Grande, Londrina e Expozebu Entrevista Rodrigo Rodrigues mercado financeiro descobriu a agricultura
José Carlos Grubisich é sucesso como executivo e como criador
Agro Perfil Verdana Agropecuária Compromisso com a excelência na raça Nelore
Agro Guia | Março 2012
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Índice
Agro Agenda
6 (11) 3063.1899 / Al. Itu. 1063 - 2° andar CEP: 01421-001 - Jardins - São Paulo/SP www.publique.com | publique@publique.com PRESIDENTE E FUNDADOR: Carlos Alberto da Silva.
Agro Eventos
8 Editor-Chefe Carlos Alberto da Silva - MTB 20.330 Redação Béth Mélo - beth@publique.com
André Casagrande - andre@publique.com Paulo Roque - pauloroque@publique.com
Colaborador Nathã Carvalho
Agro Entrevista
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Apoio Comercial Carlos Alberto da Silva Projeto Editorial Gutche Alborgheti
Vinicius Gallo Balsys Humberto Ogawa Juliana Vizzáccaro
Diagramação e Edição Humberto Ogawa de Imagens
Agro Agricultura
Agro Pecuária
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Capa Foto de Carlão da Publique
Twitter @GRUPOPUBLIQUE Facebook facebook.com/gpublique Slideshare slideshare.net/grupopublique You Tube youtube.com/GrupoPublique
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PARA ANUNCIAR NO GUIA Agro Produtor
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Contato Comercial Larissa Ayumi Yokomizo larissa.yokomizo@grupofolha.com.br (11) 3224-4545 Representante Comercial
Agro Econômico
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Sonia Maciel soniamaciel@novojeito.net Mirian Domingues miriandomingues@novojeito.net tel: (11) 3021-1644
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Agro Agenda
Confira os principais eventos pelo Brasil afora, do período de 26/3 a 10/5 26 a 31/3 ENAAG (4º Encontro Amazônico de Agrárias) – Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém (PA), tel. (91) 8203-9924 - www.enaag-ufra.webnode.com.br
27 a 30/3 Femec – Feira de Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas – Parque de Exposições do Camaru, Uberlândia (MG), tel. (34) 32928800 - www.femec. com.br
de Ribeiro Magalhães, Bagé (RS), tel. (53) 3242-8888 - www. ruralbage.com.br
29/3 a 1/4 3° Congresso & 3° Derby Brasileiro de Vaquejada – Parque Rufina Borba, Bezerros (PE), tel. (11) 3864-0800 - www.abqm.com.br
17ª Fenicafé (Feira Internacional de Irrigação em Café) – Pica Pau Country Club, Araguari (MG), tel. (34) 3242-8888 - www. fenicafe.com.br
29/3 a 1/4 Semana Crioula Internacional – Parque de Exposições Visconde 6
3 a 5/4 Interleite Sul 2012 – Centro de Eventos Plínio de Nés, Chapecó (RS), tel. (19) 3432-2199 www.interleite.com.br/ sul
5 a 15/4 ExpoLondrina (52ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina) – Parque de Exposições Ney Braga, Londrina (PR), tel. (53) 33782000 - www.srp.com.br
30/3 a 1/4 28 a 30/3
Reciclagem Animal – Expo Center Norte, São Paulo (SP), tel. (11) 2118-3133 - www. avesui.com / www. feirabioenergia.com.br
1ª Grande Exposição & Encontro de Criadores do Cavalo Lusitano – Marco Zero Agronegócios, Araçoiaba da Serra (SP), tel. (11) 3729-4439 - www. associacaolusitano. com.br
2 a 4/4 AveSui América Latina 2012 / Feira Biomassa & Bioenergia / AveSui
9 a 13/4 Tecnoshow Comigo 2012 – Centro Tecnológico Comigo, Rio Verde (GO), tel. (54) 3611-1525 - www. tecnoshowcomigo. com.br
10 a 13/4 Semana Internacional Brazil Alimenta (Vinotech, Envase Brasil, Techlac e MultiAgro) – Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS), tel.
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Agro Agenda
(54) 3452-9135 - www. vinotech.com.br / www. expomultiagro.com.br
11 a 12/4 Simpósio Nacional de Microrganismos em Agroenergia – Embrapa Agroenergia, Brasília (DF), tel. (61) 34484246 - www.cnpae. embrapa.br
e Comercial de Itapetininga) – Recinto de Exposições Acácio de Moraes Terra, Itapetininga (SP), tel. (15) 3272-2251 - www. expoagrodeitapetininga. com.br
Ambiente) – Parque de Eventos, Bento Gonçalves (RS), tel. (53) 3055-3225 - www. fiema.com.br
28/4 a 10/5 78ª ExpoZebu – Parque de Exposições Fernando Costa, Uberaba (MG), tel. (34) 3319-3900 www.expozebu.com.br
12 a 22/4 Expogrande 2012 (74ª Exposição Agropecuária de Campo Grande) – Parque de Exposições Laucídio Coelho, Campo Grande (MS), tel. (67) 3345-4200 www.acrissul.com.br
16 a 22/4 22º Congresso Brasileiro da ABQM – Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel, Avaré (SP), tel. (11) 3864-0800 - www. abqm.com.br
18 e 19/4 Circuito Feicorte NFT – Goiânia (GO) – Centro de Convenções de Goiânia, tel. (11) 50676770 - www.agrocentro. com.br/circuitofeicorte
20 a 29/4 43ª Expo Agro (Exposição Agropecuária Industrial
21/4 Mega Leilão Estância Bahia 10012 – Água Boa (MT) tel. (66) 3468-6600 - www. estanciabahia.com.br
21/4 Dia de Campo PMGZ Corte – Estância Sofia, Cuiabá (MT) tel. (34) 3319-3915 - www. pmgz.org.br
21 e 22/4
30/4 a 4/5 Agrishow 2012 (19ª Feira Internacional de Tecnologia em Ação) – Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro, Leste Anel Viário, km 321, Ribeirão Preto (SP), tel. (11) 3060-5000 - www. agrishow.com.br
Caballiana – Quality Resort & Convention Center, Itupeva (SP), tel., (11) 3031-7587 - www. caballiana.com.br
24 a 27/4 Fiema Brasil (Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Agro Guia | Março 2012
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Agro Eventos/Destaques
(Foto/Divulgação)
Programação técnica consistente é a tônica da AveSui 2012
Em 2012, a AveSui América Latina será realizada de 2 a 4 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP). O evento é organizado pela Gessulli Agribusiness e tem como objetivo promover maior interação dos envolvidos com os setores de aves e suínos, para ampliar a possibilidade dos negócios gerados na feira. O Painel Conjuntural, dia 2 de abril, abre o 11º Seminário Internacional de Aves e Suínos da AveSui 2012, que prossegue até o dia 4. A proposta é apontar as tendências e os caminhos para a avicultura e a suinocultura nacional. Os palestrantes são Mário Sérgio Cutait, presidente da International Feed Industry Federation; José Garcia Gasques, do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento); Cícero Bley, da Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional; e José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados. 8
Biomassa & Bioenergia e AveSui Reciclagem Animal, eventos paralelos à mostra, são duas feiras de negócios idealizadas para unir as duas cadeias produtivas. A ABRA (Associação Brasileira de Reciclagem Animal) e a Gessulli Agribusiness realizarão o I Painel de Reciclagem Animal: ciclos de produção, potencial econômico, comercialização e gestão sustentável dentro da programação dos seminários técnicos. Segundo Andrea Gessulli, diretora da AveSui América Latina 2012, devido ao perfil técnico-informativo do painel, a preocupação maior na preparação foi agregar discussões variadas para levar aos congressistas as tendências mundiais e o que pode ser aplicado em soluções práticas nas empresas dos segmentos de aves, suinos e agrícolas. www.avesui.com
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Agro Eventos/Destaques
Agrishow 2012: venda de ingressos já começou Organização confirma 780 expositores e espera 150 mil compradores
Agrishow.
Demonstrações de máquinas e equipamentos agrícolas, rodadas de negócios e visitas técnicas são os principais destaques da Agrishow 2012 (19ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação). O evento será realizado de 30 de abril a 4 de maio de 2012, em Ribeirão Preto (SP), e a Reed Exhibitions Alcantara Machado, a organizadora, espera receber cerca de 150 mil compradores. A venda de ingressos já disponível pelo site do evento (www.agrishow. com.br), no ícone ingresso rápido. Os principais players da indústria brasileira e mundial estarão na maior feira de tecnologia da América Latina. A organização confirmou 780 expositores e a espera superar o fa-
turamento de R$ 1,755 bilhão, obtido em 2011. “Com a crescente importância do agronegócio para a economia brasileira, é grande a probabilidade de superarmos os volumes de negócios registrados na edição passada”, afirma o diretor da Agrishow, José Danghesi. Os expositores se preparam para apresentar muitas novidades. A Agrale exibe o novo caminhão da marca: o modelo 8700. Já Pinheiro Máquinas Agrícolas, expõe trituradores de galhos, colhedora de milho e sorgo, carreta cafeeira e ensiladeira. A XCMGBrasil traz carregadeiras, motoniveladora, guindaste, etc. No setor de irrigação, os destaques são a Fockink (pivôs centrais fixos, rebocáveis e line-
ares) e Valmont (software Valley BaseStation2, para monitoramento e controle de pivôs e estações remotas, além do Valley Irrigação de Precisão, para aplicação precisa da água em diferentes partes da área irrigada). Dentre os fabricantes de máquinas e equipamentos estão a Rontan (sinalizadores acústicos e visuais; GKN do Brasil Ltda. (cardans agrícolas para aplicação em todos os implementos); Borrachas Vipal (linha de reforma, bandas, lonas e manchões para reparos de pneus); Gates Brasil (correias e mangueiras para automóveis). Panegossi (peças para tratores e máquinas); e Pirelli (pneus agrícolas radiais).
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Divulgação/Tecnoshow
Agro Eventos/Destaques
Vem aí a Tecnoshow Comigo 2012
Feira se consolida apoiada no tripé tecnologia, negócios e sustentabilidade De 9 a 13 de abril, a cidade goiana de Rio Verde se transforma no maior polo de tecnologia do Estado, por conta da Tecnoshow Comigo 2012, evento que chega à sua 11ª edição como referência em oportunidades de negócios e na divulgação de produtos, serviços, tecnologias e novidades para o setor. A feira também se destaca pelas ações voltadas para a preservação do ambiente e pelo alto nível da programação técnica e das palestras com renomados profissionais e especialistas. Para esta edição, a expectativa de Antonio Chavaglia, presidente da Comigo (Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano), promotora do evento, é de receber 75 mil visitantes e reunir mais de 400 empresas em um espaço de 60 hectares, no CTC (Centro Tecnológico Comigo). Em 2011, a feira recebeu 70 mil visitantes e faturou mais de R$ 500 milhões, o dobro do registrado em 2010. Contou ainda com 400 expositores dos setores de máquinas e equipamentos agropecuários, de insumos (sementes, defensivos, etc.), de plots agrícolas com vários experimentos, 10
de instituições financeiras, de pesquisas/ensino, de animais de diferentes raças e espécies. Em 2012, a feira estará mais alinhada com os princípios de sustentabilidade e dará continuidade ao projeto Circuito Ambiental, com o tema Inteligência Emocional. A ideia é conscientizar o visitante sobre o papel de cada um na preservação do meio ambiente. Durante o evento, ocorrerá a cerimônia de premiação da 5ª edição do Prêmio Gestão Ambiental Rural Comigo, no dia 13 de abril.
Reciclagem Em parceria com a CoopRecicla (Cooperativa de Reciclagem do Sudoeste Goiano), a Comigo vai disponibilizar Pontos de Entrega Voluntária na feira. O material recolhido será prensado e vendido para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os resíduos orgânicos dos restaurantes e das baias dos animais serão transformados em adubo orgânico e destinados ao projeto de paisagismo da Tecnoshow do próximo ano. www.tecnoshowcomigo.com.br
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Agro Eventos/Destaques
Exposição deste ano terá 28 leilões de varias raças
ExpoZebu abre debate para questões ambientais na ExpoZebu Como o foco nas questões ambientais, a 78ª ExpoZebu programou várias reuniões para debater sobre pecuária sustentável, de 28 de abril a 10 de maio, em Uberaba (MG). No evento, a ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), organizadora da mostra, também vai definir uma comissão para a Rio +20, que ocorre em junho, no Rio de Janeiro.
A associação confirmou 38 leilões, de genética das raças nelore, gir, tabapuã, brahman, guzerá, sindi e gir leiteiro, além de jumentos pega e marchador. Em 2011, os 44 remates movimentaram R$ 53,131 milhões com a venda de 1.491 lotes. Mesmo com a menor oferta, a ABCZ tem boa expectativa, em razão do aquecimento do mercado para os zebuínos. www.abcz.org.br
A 2ª edição da Caballiana será nos dias 21 e 22 de abril, no Quality Resort & Convention Center, em Itupeva (SP). Além de seminários, palestras e mesas redondas com especialistas e representantes das raças equinas, o evento terá a participação da indústria do cavalo. Uma novidade é o Show Equestre, na noite do sábado, 21/4, no Centro Hípico de Excelência Serra Azul, com apresentações de atrelagem, arquearia, equoterapia, volteio e prova de equitação de trabalho. (B.M. / A.C)
Foto/Tupa Vídeo
Show equestre
Atrelagem: Parelha das Fazendas Interagro
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Agro Eventos/Balanço
Evento recebeu 185 mil visitantes e contou com a presença de 71 países e 105 importadores
Expodireto fatura R$ 1,1 bilhão Debates sobre tecnologia marcaram a 13ª Expodireto Cotrijal, realizada de 5 a 12 de março, em Não Me Toque (RS). O evento recebeu mais de 185 mil pessoas, crescimento de 15% em relação a 2010, e faturou R$ 1,106 bilhão, um novo recorde. “Acertamos ao antecipar a feira para a primeira semana de março, em razão da colheita da soja, e isso nos ajudou muito. Os produtores aproveitaram as oportunidades de negócio e a resposta positiva, das comercializações, surpreendeu”, avaliou Nei César Mânica, presidente da mostra. Segundo Mânica, a participação de 71 países e 105 importadores resultou em negócios superiores a R$ 102 milhões. A 14ª Expodireto Cotrijal já tem data marcada: será de 4 a 8 de março de 2013.
Qualidade diferenciada O Festleite Tropical 2012, realização da Tropical Genética e do Grupo Estância Bahia, reuniu shopping de animais, leilões, palestras técnicas e debates. O evento aconteceu nos dias 10 a 12 de fevereiro, em Uberlândia (MG). Um dos destaques da programação foi o Megaleilão da pecuária leiteira, com oferta de 1012 animais das raças Gir Leiteiro e Girolando. Segun12
do Vicente Nogueira, Joaquim Lima, Milton Neto e Milton Almeida Magalhães Júnior, diretores da Tropical Genética, mais de mil pessoas disputaram os lotes. O recorde de preços foi a venda de 50% da doadora 5/8 Girolando, Celeste Durhan, por R$ 120 mil.
Carne de cordeiro Uma das atrações da Feinco 2012 (9ª Feira Internacional de Caprinos e Ovinos), realizada em São Paulo (SP), de 12 a 16 de março, foi a Cozinha Interativa Feinco/Savana. No local, renomados chefes nacionais e internacionais prepararam suas receitas que foram apreciadas por muitos visitantes. A além de apontar novidades e tendências gastronômicas, a Cozinha Interativa “oferece, aos criadores e empresários do setor, a oportunidade de degustação de pratos à base de carnes ovinas e caprinas, enquanto discutem negócios, necessidades e conceitos sobre produtos de qualidade”, explica Robson Leite, diretor da Savana e idealizador do espaço. Leilões, julgamentos de várias de ovinos e caprinos, workshops, palestras completaram as atrações da Feinco 2012 que recebeu a visita de criadores de várias partes do Brasil.
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Agro Eventos/Balanço
Circuito NFT Feicorte A primeira etapa do Circuito Feicorte NFT 2012, realizada em Cuiabá (MT), nos dias 7 e 8 de março, recebeu 1.243 profissionais da cadeia produtiva da carne. Segundo os organi zadores do evento, 88% desse total são produtores de Estado e respondem por um rebanho de 11 milhões de cabeças. Dos que passaram pelo evento, 687 assistiram ao programa de palestras e workshops. Realização da Feicorte em parceria com a NFT Allianc, o circuito tem o formato de feira de negócios integrada com workshops. O objetivo é levar informações para o produtor e fomentar o relacionamento e os negócios entre empresas e profissionais do setor. O públicou prestigiou o workshop
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foto zzn peres
Agro Eventos/Balanço
Concurso leiteiro de Avaré destaca recordistas Gir Leiteiro Por Nathã Carvalho
A pressão de seleção aplicada ao melhoramento genético do Gir Leiteiro vem possibilitando positivos avanços zootécnicos quanto à produtividade da raça, muito em virtude da utilização das metodologias científicas aliadas com a profissionalização da pecuária seletiva atual. Esta constante pode ser averiguada nas exposições agropecuárias e mais precisamente no caso do Gir Leiteiro, nos concursos leiteiros pelo país afora, vitrines consolidadas do progresso genético do que vem sendo selecionado diariamente nas propriedades. Durante a quarta exposição regional de Gir Leiteiro de Avaré, realizada entre 07 e 11 de março, organizada pela a APCGIL - Associação Paulista dos Criadores de Gir Leiteiro - toda esta evolução pôde ser conferida por quem acompanhou o torneio leiteiro oficial da APCGIL na exposição. Algumas matrizes se destacaram através de suas médias de produção diária e assim, ocupando uma vaga numa seleta lista 14
de atuais recordistas em produção leiteira em concursos oficiais nas três categorias de competição: Fêmea jovem para animais de até 36 meses; Vaca Jovem para matrizes com idade entre 36 e 48 meses e Vaca Adulta para vacas com idade acima de 48 meses. Exposta por Amilcar Farid Yamin, selecionador na Agropecuária Corona, “Isa SL. Fortunato”, uma filha de Sansão na doadora FESTA TE KUBERA (Nefrita x Barbante) venceu o campeonato fêmea jovem com a média de 38.793 kg/ dia. Conforme a lista de atuais recordistas fornecida pela ABCGIL, a matriz passa ocupar o segundo lugar entre as fêmeas com idade até 36 meses, ficando atrás apenas do
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Agro Eventos/Balanço
recorde obtido pela “Valia FIV JMMA”, durante a Exposição Agropecuária de Brasília em 2010. No campeonato vaca adulta, a Emapa teve mais um exemplo de produções próximas às das recordistas de produção. “C.A. Alessandra”, uma filha do C.A.Oscar na C.A. Isa (C.A. Hulha x Everest) exposta por Joaquim J.C Noronha , conquistou o título de grande campeã do torneio leiteiro do evento com a expressiva média de 53.640kg de leite/dia, passando a figurar no segundo lugar entre as matrizes de maior produção, sendo superada apenas pela mocha “Iaiá TE Vila Rica” de Dilson Cordeiro de Menezes na Fenagro 2011.
Conheça as médias diárias das recordistas de todos os tempos Campeonato Fêmea Jovem 1 - Sampa FIV da Palma (Jaguar x Estrela de Brasília) – Expoconquista 2012 – 40, 387kg – Gilberto F. Ramos 2 – Valia FIV JMMA (Sansão x Edra F. Mutum) – Brasília 2010 – 39,047kg – José Mário Miranda Abdo 3 – Isa SL. Fortunato (Sansão x Festa TE Kubera) – Avaré 2012 – 38,793kg – Amilcar Farid Yamin
Campeonato Vaca jovem: 1 – Insistência TE BJS (Teatro x Coraça BJS) – Fenagro 2011 – 50,197kg – José Geraldo V. de Almeida 2 – Via FIV JMMA (Sansão x Solução de Brasília) – Megaleite 2011 – 49,393kg – José Mário M. Abdo 3 - Hássea FIV F. Mutum (Teatro x Dejua TE F. Mutum) – Feileite 2011 – 48,390kg – Léo M. Ferreira
Campeonato Vaca adulta: 1 – Iaiá TE Vila Rica (Meteoro x Fada Vila Rica) – Fenagro 2011 – 59,163kg – Dilson C. de Menezes 2 – C.A Alessandra (Oscar x C.A Isa) – Avaré 2012 – 53,640kg – Joaquim J.C. Noronha
foto zzn peres
3 – Fécula F Mutum (Sansão x Palma F. Mutum) – Uberlândia 2011 – 52,793kg – Léo M. Ferreira
Da esquerda para direita: Joaquim José da Costa Noronha, melhor criador, Carlos Alberto da Silva, presidente da APCGIL e Eduardo Falcão de Carvalho, melhor expositor da EmapaAvaré 2012.
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Agro Entrevista
Rodrigo Rodrigues, Diretor de operações da Agrifirma.
O mundo financeiro descobriu a agricultura
Por Paulo Roque
Diretor de operações de uma das mais importantes empresas de investimentos agrícolas do País, a Agrifirma, Rodrigo Rodrigues, 37, engenheiro agrônomo formado pela Esalq-USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (com MBA em gestão de negócios), destaca-se dentro da jovem liderança do agronegócio brasileiro. Sua experiência na bem sucedida carreira de empresário do setor levou-o a ser escolhido, por duas gestões consecutivas, como coordenador do Comitê Agroprodutores Corporativos da ABMR&A – Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio. Ele fala, em entrevista especial para o Agro Guia, sobre a trajetória da empresa no setor produtivo, nas fazendas do oeste da Bahia, e sobre a descoberta da agricultura pelo mercado financeiro e das consequências da resolução da AGU – Advocacia Geral da União –, de limitar a aquisição de terras por estrangeiros no Brasil. O objetivo da Agrifirma é captar e empregar capital e experiência para desenvolver fazendas produtivas e rentáveis. 18
Agro Guia - Como você define a Agrifirma? Rodrigo Rodrigues – A Agrifirma é uma empresa que compra e desenvolve terras e transforma em áreas agrícolas pastagens degradadas e áreas de cerrado. Executa todo processo de licenciamento ambiental, considerado o mais complexo e moroso dentro desse tipo de atividade, isto é, compra, licencia, transforma e opera. Hoje, gerimos quase 70 mil hectares no oeste da Bahia, nos municípios de Luiz Eduardo Magalhães, Barrei-
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Agro Entrevista
Arquivo do entrevistado.
tável do Brasil e o melhor da Bahia em qualidade. O algodão que produzimos é certificado pelo PSOAL – Programa Sócioambiental da Produção do Algodão. E estamos buscando obter o ISO 14000 para todas nossas áreas – selo de qualidade ambiental.
ras, Correntina e Jaborandi, distribuídos em quatro fazendas: Campo Aberto, Bananal, Rio do Meio e Arrojadinho. As duas últimas carregam os nomes dos rios que as cortam. Encontram-se em operação 16 mil hectares com soja, algodão, milho e café. Agro Guia – Em sua opinião, o que faz a diferença na Agrifirma? RR – A empresa é jovem, surgiu em 2008 e, hoje, nosso café natural é certificado pela UTZ Certified – um dos maiores programas de sustentabilidade para esse produto no mundo –, e foi considerado pela Abic (Associação Brasileira das Indústrias de Café) – Abic o café mais susten-
Agro Guia – Quem são os investidores? RR – A Agrifirma é uma empresa de capital e controle brasileiros, com dois grupos de investidores: o brasileiro, através do Fundo Brasil Agronegócio, gerido pela BRZ Investimentos, e o estrangeiro, minoritário, com 180 sócios. Agro Guia – A resolução da AGU – Advocacia Geral da União, de restringir a aquisição de terras brasileiras por estrangeiros, afetou a empresa? RR – Sim, não só na Agrifirma, mas muitos investimentos deixaram de ser feitos, principalmente nos setores sucroenergético e de papel e celulose. Por conta disso, de acordo com estudo sobre a resolução da AGU, realizado pela Agroconsult e pela MB Agro, a pedido da ABMR&A, só de 2010 para 2011 deixaram de entrar no Brasil R$ 25 bilhões em investimentos destinados à expansão da agricultura brasileira. O mundo tem uma demanda muito grande de alimentos e, para atendê-la, principalmente com relação ao mercado de commodities, segundo este estudo, nos próximos 10 anos, o país terá que expandir sua área plantada em cerca de 11,2 milhões de hectares, o que vai demandar, só no setor produtivo, investimentos de R$ 93,5 bilhões. Agro Guia – E o investidor brasileiro? RR – O brasileiro ainda não tem a cultura de investir na agricultura, considerada uma das maiores indús-
“Hoje, gerimos quase 70 mil hectares no oeste da Bahia” Agro Guia | Março 2012
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Agro Entrevista
trias do país e um dos últimos setores a receber o mundo financeiro. Não é uma indústria fácil, pois faltam veículos com alta governança corporativa, através dos quais o mercado possa acessar o real valor dessa nova classe de ativos que é a terra e tudo o que nela se produz. O mercado é soberano e está vendo uma grande oportunidade, pois, aqui, temos a tecnologia tropical desenvolvida por brasileiros e considerada a melhor do mundo. Na verdade, a primeira que deu certo de maneira ampla e sustentável. Temos gente, terra e água, mas nos falta capital. E o mundo nos pede que façamos nossa parte como real no celeiro dele.
Agro Guia – Você vê diferença em investir na agricultura, com relação a outros setores? RR – Primeiro, nessa questão de proibir o estrangeiro de investir em terras, a lei não é clara, pois barra as pessoas sérias e abre espaço para aventureiros. Nesse tipo de investimento, todas as divisas e o desenvolvimento ficam no Brasil, social, profissional e econô20
“O brasileiro ainda não tem a cultura de investir na agricultura”
mico. O solo, o empreendimento e as divisas geradas ficam aqui. Destaco o lado social, a agricultura é grande geradora de mão de obra e de grandes oportunidades de desenvolvimento. Falo de lugares, antes pobres, no Brasil, que passaram por transformações como, por exemplo, a exploração do cerrado, que mudou o centro-oeste brasileiro e o oeste da Bahia.
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Agro Agricultura/ Commodities
Um giro pelo mercado Confira o cenário e as tendências para os principais produtos agrícolas
MILHO Transgênico avança O cultivo de milho transgênico (safra e safrinha) está crescendo no Brasil. Em 2010/2011, do total de sementes comercializadas, 64% eram transgênicas. O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas (MG). José Carlos, prevê um avanço maior do material geneticamente modificado, com 70% das sementes adquiridas em 2011/2012. O sexto levantamento da Conab estima uma safra total de 61,703 milhões de toneladas do milho, crescimento de 7,5%. No entanto, a safra de verão deve alcançar 35 milhões/t, abaixo da previsão anterior de 39 milhões/t. A queda é creditada aos problemas climáticos que afetaram a produtividade. ALGODÃO De olho na Ásia Pela estimativa da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), a área cultivada com algodão deve crescer 6%, na safra 24
de 2012, e alcançar 1.469.732 hectares, ante 1.393.689 milhão/ha no ano anterior. Segundo o presidente da entidade, Sérgio De Marco, o setor está atento à forte demanda da China e da Índia, que devem focar na produção de alimentos e manter a área de cultivo, “o que vai gerar mercado para o algodão brasileiro”. Segundo a Abrapa, de janeiro a novembro de 2011, o Brasil exportou 646.619 mil /t, ante 474.172 mil/t em 2010. China, Coréia do Sul e Indonésia foram os três maiores compradores do Brasil.
SOJA Expectativa de redução Para a safra 2011/2012, a previsão da Conab é de 68,749 milhões/t, redução de 8,7% em relação à anterior, em razão das condições climáticas. A Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) também prevê queda no faturamento das exportações brasileiras do
complexo soja (grão, farelo e óleo), que devem chegar a US$ 21,13 bilhões, em 2012, ante US$ 24,15 bilhões em 2011. Em volume, a estimativa é de aumento na exportação da soja em grão, de 32,98 milhões/t (2011), para 34 milhões /t, em 2012.
CANA-DE-AÇÚCAR Em recuperação A colheita de cana-deaçúcar 2012/2013 do centro-sul do Brasil deve atingir 521 milhões/t, suficientes para uma produção de 32,56 milhões /t de açúcar e 22,29 bilhões de litros de etanol. A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) prevê a recuperação na produtividade média dos canaviais. Com isso, a expectativa é de aumento de 7%, em relação à safra anterior, que ficou abaixo de 70 / t/ha, ante a média do centrosul, de 84 t/ha. No ano passado, o Brasil exportou 25,36 milhões de toneladas de açúcar, ante 28 milhões em 2010, redução de 9,4%.
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Agro Agricultura/ Commodities
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CAFÉ Força nas exportações O café respondeu por 12,4% das exportações brasileiras do agronegócio em janeiro deste ano. Em receita, cresceu 1,64% e alcançou US$
605 milhões, ante US$ 595,4 milhões no mesmo mês de 2011. Segundo o relatório mensal do Departamento do Café, do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento), o consumo brasileiro de café em 2012 é estimado em 20,4 milhões de sacas, o que significa um aumento de 3,5% em relação a 2011 (19,7 milhões de sacas).
R$ 7 BILHÕES é a movimento financeiro anual dos mais de 1.000 distribuidores de insumos associados à Andav – Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários.
R$ 41,7 MILHÕES foi o lucro líquido do Minerva em 2011, mais que o dobro dos R$ 20,8 milhões de 2010. Os US$ 350 milhões captados, em fevereiro de 2012, vão garantir o pagamento das dívidas até 2017.
R$ 30 MILHÕES é o total dos investimentos da Brasil Foods em uma fábrica de queijos e outros derivados lácteos, em Itumbiara, GO, com produção voltada para as regiões Norte e Nordeste. (B.M)
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foto: Ricardo Brustolin
Agro Agricultura/Fitossanidade
Lavoura atacada pela doença: perdas elevadas para o produtor
Por Béth Melo
Alerta ao mofo-branco da soja Agronegócio brasileiro perde, anualmente, R$ 1,269 bilhão com a doença O mofo-branco é uma doença fúngica, causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, e ocorre em várias culturas econômicas de folhas largas, como soja, feijão, algodão, girassol, colza, ervilha, ervilhaca, canola, nabo forrageiro, tomate, entre outras, com perdas significativas para o agronegócio brasileiro. No caso da soja, aparece com mais intensidade em regiões com temperaturas mais baixas e também no cerrado, em altitudes su30
periores a 700 metros. Segundo o pesquisador Mauricio Meyer, da Embrapa Soja, as maiores áreas de soja afetadas pelo mofo-branco estão no centro-sul/sudoeste de Goiás e oeste da Bahia. Mas a doença também ocorre em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Estima-se que, na safra 2010/2011, 2,7 milhões de hectares de soja foram infestados, de uma área plantada de 24 milhões de ha. “Esses números devem crescer na safra atual”, informa Mayer.
Redução da safra O pesquisador da Embrapa estima que quase 50 % da área cultivada com soja em Goiás, de um total de 2,2 milhões/ ha, foram comprometidas pelo mofo-branco. “Dependendo das condições climáticas, ocorre, em média, redução de 15% da safra. Mas, em algumas lavouras, isoladamente, ouvi relato de perdas de 60% na produtividade”, conta. O professor e pesquisador da UPF – Universidade de Passo Fundo, RS, Erlei Melo Reis, e outros especialistas afirmam que cada 1% de plantas afetadas pelo mofo-branco reduz 6,7 kg em 1000 kg de grãos de soja/ha. Com base na ocorrência da doença, que abrange cerca de 3 milhões de ha (estimativa) no Brasil, e na média de rendimento de 2.795 kg/ha na safra 2011/2012 (Conab, 2012), é possível perceber o potencial de perdas (perda=R$/hectare). “No caso de incidência média de 30 plantas doentes, no total de 100 plantas avaliadas, em 1000 kg, a redução chegou de 201 kg/ha. Portanto, levando em conta a média de ren-
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Agro Agricultura/Fitossanidade
dimento brasileira, as perdas alcançam 562 kg/ha, ou seja, 9,4 sacas/ha”, calcula. Reis lembra que, tomando por base o preço médio da saca de 60 kg de soja, na região de Não Me Toque, RS, que é R$ 45,00 (Cotrijal, 2012), os prejuízos chegam a R$ 423,00/ ha. “Considerando uma área de 3 milhões de ha, o agronegócio brasileiro perde, anualmente, R$ 1,269 bilhão com a doença”, estima. No entanto, explica, a incidência pode ser maior. “É comum identificar cultivos, principalmente em Goiás, onde predomina o cultivo de soja irrigada, com incidências entre 80% a 100%. Em lavouras com 80% de incidência o produtor pode perder R$ 1.123,59/hectare”, alerta. Dificuldade O pesquisador da Embrapa aponta como problemas a dificuldade de identificação da doença no início e o alto custo do controle. “São necessárias pelo menos duas aplicações com fungicida específico. Cada uma custa R$ 100 a R$ 110 por hecta32
re”, observa. Além disso, explica, às vezes a decisão de controle ocorre quando a doença já instalada, e o nível de eficiência do fungicida cai drasticamente. “O produtor deve ficar atento à presença do fungo na lavoura (pequenos cogumelos de 1 cm de altura), próximo à época da floração, em condições chuvas e clima fresco, para realizar o tratamento químico, com fungicidas específicos.
Sintomas e sinais do mofo-branco em soja.
Segundo Reis, da UPF, uma vez introduzido, o mofo-branco é de difícil erradicação. “Os escleródios podem sobreviver na superfície do solo por até 14 meses e, enterrados a 10 cm, podem estender a sua viabilidade até 35 meses, nas condições ambientais da região do planalto médio do Rio Grande do Sul.” Há também, o controle biológico, mas, segundo
Dicas para o controle • Escolha variedades com arquitetura favorável ao arejamento (porte ereto, folhas pequenas e menor quantidade de galhos), para ajudar na penetração do fungicida e favorecer a secagem da umidade. • Utilize sementes certificadas e tratadas com uma mistura de um fungicida de contato e um fungicida sistêmico. • Faça a rotação/sucessão com culturas não hospedeiras e cobertura com plantio direto. • Cuide da limpeza de máquinas, veículos e equipamentos que trafegam na lavoura e que possam carregar as estruturas do fungo que dissemina a doença. • Realize o monitoramento contínuo das lavouras (principalmente em áreas com histórico da doença). • A partir do início do florescimento, que coincide com condições ambientais favoráveis, recomenda-se o controle químico orientado por um engenheiro agrônomo. Fonte: Embrapa Soja e Universidade de Passo Fundo
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Agro Agricultura/Fitossanidade
fotos: Ricardo Brustolin
o pesquisador da Embrapa, esse método só funciona no sistema de plantio direto e é feito com formulação à base de fungos inimigos naturais do mofo-branco. “O controle biológico pode contribuir com cerca de 40% de eficiência”, diz. Na opinião de Reis, medidas isoladas são pouco eficientes no controle do mofo-branco, por isso, recomenda o Manejo Integrado de Doenças (MID), que atende as exigências de sustentabilidade da agricultura. Esse manejo deve considerar, entre outras práticas, o uso de sementes sadias e certificadas, aumento do espaçamento entrelinhas, rotação de culturas com plantas não suscetíveis (milho, sorgo, milheto), plantio direto.
Escleródio germinado formando os corpos de frutificação do fungo chamado apotécios.
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Pesquisas Desde a safra 2008/2009 a Embrapa Soja, em parceria com 15 instituições, coordena uma rede de pesquisas de controle do mofo-branco. Além de experimentos sobre o manejo da doença, como plantio direto, a rede já realizou, em várias regiões, ensaios com 10 fungicidas químicos e quatro com controle biológico. Segundo Mayer, três fungicidas registrados pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para o controle químico da doença, com os princípios ativos procimidona, fluazinam e tiofanato metílico. Já existem algumas variedades que toleram mais a doença e a expectativa é que, dentro de cinco a oito anos, o mercado tenha cultivares resistentes ao mofo-branco. As pesquisas para o desenvolvimento de plantas resistentes começaram há dois anos. Na UFP, há vários anos o pesquisador Erlei Melo Reis desenvolve estudos relacionados com o manejo integrado da doença, biologia do fungo, epidemiologia, controle químico com fungicidas, etc. No momento, ele está orientando o engenheiro agrônomo Ricardo Brustolin, que desenvolve várias pesquisas com o mofo-branco e que serão apresentados na defesa do seu mestrado e doutorado. Colaborou com as informações a equipe da área de Fitopatologia da Universidade de Passo Fundo: Erlei Melo Reis (do Programa de Pós Graduação em Agronomia); Ricardo Brustolin (mestrando); Roberto Luis De Rossi (mestrando); e Lucas Pedron (aluno da graduação em agronomia).
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Agro Agricultura/ Irrigação
Potencial pouco aproveitado Tecnologia pode multiplicar a produção por três A seca, no Rio Grande do Sul e no Centro-Sul, com reflexo na redução da produtividade das lavouras de milho, soja e cana-de-açúcar, sinaliza a necessidade cada vez maior da utilização de irrigação como fator de redução do risco climático. “Estima-se que o Brasil possui, atualmente, 5 milhões de hectares irrigados, mas o potencial de irrigação é de 30 milhões, respeitando os recursos hídricos e contribuindo para a preservação dos biomas, ao intensificar o uso da terra.” A afirmação é de Marcelo Borges Lopes, diretor presidente da Valmont e vice presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação da Abimaq (Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos). “O produtor precisa investir em tecnologia, para atender à demanda crescente de alimentos”, argumenta Borges. “Com o uso da irrigação, é possível multiplicar a produção em até três vezes.” Ele recomenda a realização de ações de médio prazo, organizadas em um plano central, de forma a garantir a 36
evolução sincronizada de diversas atividades que precisam ser desenvolvidas para a expansão da agricultura irrigada. “Precisamos entender que irrigação não é remédio e não pode ser lembrada apenas no momento de crise”, alerta e informa que um projeto de irrigação tem um tempo de maturação longo, superior a um ano. Conforme explica, existem três entraves à expansão da agricultura irrigada: licenciamento ambiental, disponibilidade de energia elétrica (falta de disponibilidade de carga e de rede de distribuição) e acesso ao crédito. Na questão ambiental, ele acredita que o código florestal, que está prestes a ser votado, deve ajudar, “mas é preciso simplificar os processos de obtenção da outorga de uso dos recursos hídricos”. Existem linhas de financiamento específicas para a irrigação. Borges considera que os custos e os prazos são condizentes com a atividade. O problema vivido por muitos produtores no Brasil, irrigantes ou não, é o acesso ao crédito. (B.M)
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Agro Agricultura/ Irrigação
ÁREA POTENCIAL PARA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA IRRIGAÇÃO NO BRASIL (Fora dos biomas protegidos) NORTE 14.598.000 ha (49,4%) 108.000 ha 0,7% da Área Potencial 2,4% da Área Atual Irrigada
NORDESTE 1.304.000 ha (4,4%) 985.000 ha 73,5% da Área Potencial 22% da Área Atual Irrigada
CENTRO OESTE 4.926.000 ha (16,7%) 550.000 ha 11% da Área Potencial 12% da Área Atual Irrigada
SUL 4.507.000 ha (15,2%) 1.225.000 ha 27% da Área Potencial 28% da Área Atual Irrigada
SUDESTE 4.229.000 ha (14,3%) 1.587.000 ha 37,5% da Área Potencial 35,6% da Área Atual Irrigada
ÁREA POTENCIAL 29.564.00 HA FONTES: MI, 2003; IBGE, Censo 2006
Agro Guia | Março 2012
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Você sabia que... A maioria dos alimentos que fazem parte do seu dia-a-dia é produzida através da agricultura irrigada? E porque não dizer que muitos alimentos só vão para sua mesa por causa dela? Culturas de ciclo curto como o tomate, o alface e outras hortaliças, só são viáveis com o uso da irrigação. Mas sua importância não pára por aí. Atualmente, a alimentação é assegurada por uma agricultura moderna e eficiente que requer investimentos em produtos industriais (insumos, máquinas, etc.) para melhorar a produtividade e intensificar a produção. Nesse contexto, a irrigação, quando bem implementada e utilizada, supre as demandas hídricas das plantas, reduzindo o risco de perda da produção, garantindo a disponibilidade do alimento e melhorando a qualidade do produto final. Há estudos que comprovam melhora de qualidade em frutas e legumes em regime controlado de irrigação e fertilizantes. Outra vantagem é o aumento da produtividade média das principais culturas brasileiras como o arroz, o feijão, o café, o 38
milho, a soja e o trigo. A agricultura irrigada pode melhorar ainda mais a disponibilidade e qualidade do alimento que vai para sua casa, mas é pouco utilizada no Brasil. Hoje, possuímos cerca de 30 milhões de hectares de terras aptas a implantá-la, mas pouco mais de 5 milhões de hectares a utilizam. Mesmo assim, esse pequeno volume de terras irrigadas é responsável por mais de 40% do valor da produção agrícola. Fontes: apresentação BNDES Jan 2012 abertura e conceituação; http://www.agr.feis.unesp.br/csei.pdf
(34) 3318.9000 | www.pivotvalley.com.br
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Agro Agricultura/ Mecanização
Pulverizadores autopropelidos Tecnologia garante alto rendimento operacional e controle da operação
Divulgação/Jacto
Há várias tecnologias no mercado para tornar os pulverizadores autopropelidos mais eficientes e precisos nas operações de aplicação de agroquímicos, protegerem o meio ambiente, aumentar a produtividade, reduzir o custo das aplicações e garantir a eficácia. O engenheiro agrônomo Manoel Ibrain Lobo Júnior, consultor em tecnologia de aplicação, cita como novidades sistemas de injeção direta de agroquímicos, sistemas eletrônicos para seleção de pontas de pulverização em função das mudanças climáticas, pilotagem automática do equipamento, além de sensores para detecção de plantas daninhas, para aplicação de nitrogênio, para controle da altura da barra de pulverização.
Segundo Lobo Júnior, há, em operação no Brasil, cerca de 7.000 são pulverizadores autopropelidos. São mais de 30 modelos, fabricados ou importados. Devido à boa fase agrícola atual no Brasil e às facilidades de financiamento rural, afirma, até mesmo os médios produtores, com áreas de tamanho entre 300 a 500 hectares,
também estão optando pela compra dos pulverizadores autopropelidos. “Essa boa época para agricultura está alavancando a venda desses grandes pulverizadores (2.000 litros - 3.000 litros) e atualmente são comercializados cerca de 1.500 a 2.000 equipamentos ao ano no Brasil”, calcula. Pacote de soluções A Jacto inaugura uma nova fase em pulverização com o Uniport 3030 (foto), que integra soluções veiculares e soluções para pulverização e tecnologia embarcada, oferece controle, gestão e informação da operação de pulverização com foco na qualidade, eficiência, economia, produtividade e redução do impacto ambiental. Segundo Robson Zófoli, diretor comercial da Jacto, o sistema de motor com transmissão inteligente permite ajustar a potência e garante igual distribuição do torque em cada roda, com menor consumo de combustível. A máquina também tem um sistema de pulverização que permite controlar a abertura e fechamento de cada bico, com precisão na aplicação. O controle de aplicação pela estação meteorológica embarcada no veículo permite a análise instantânea das condições de aplicação. “Se a umidade, a pressão e a temperatura não forem ideais e que possam causar uma evaporação do agroquímico na aplicação, o operador terá essa informação, evitando perda para o meio ambiente e custos para o produtor.” (B.M.) Agro Guia | Março 2012
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Agro Agricultura/ Armazenagem
Alta tecnologia Equipamentos de Primeiro Mundo e problemas de Terceiro A safra anual deve superar 157 milhões de toneladas de grãos (Conab) e os armazéns comportam menos de 140 milhões de toneladas. O déficit brasileiro de armazenagem de grãos é um dos gargalos da agricultura e, de acordo com estimativas do setor, corresponde a 20% da capacidade estática. Segundo Denise Deckers do Amaral, vice-presidente da Associação Brasileira de Pós-Colheita, “o Brasil ainda está distante desse ideal”. Os silos disponíveis no mercado oferecem condições de armazenagem adequada, de forma a manter a durabilidade, as qualidades biológicas, químicas e físicas dos grãos após a colheita, além de reduzir perdas. Muitas estruturas possuem design e projeto avançados e são fabricadas em aço galvanizado, oferecendo maior durabilidade e resistência aos esforços de vento e das intempéries. De acordo com Jader Picanço Ribeiro, executivo principal de armazenagem da Casp, os modelos de silos da empresa são projetados para assegu40
Casp/Divulgação
“Os silos armazenadores, assim como os transportadores e as máquinas de limpeza, garantem maior eficiência e estão em constante evolução”
rar a integridade dos grãos, com melhor qualidade e menor perda. “Os silos armazenadores, assim como os transportadores e as máquinas de limpeza, garantem maior eficiência e estão em constante evolução”, diz. O secador de colunas, por exemplo, permite a secagem do produto com maior teor de impurezas com baixo consumo de energia, o que resulta na redução de custos no processo. De acordo com Ribeiro, o equipamento também agiliza o processamento de grãos e contribui com o meio ambiente, pois diminui a emissão de partículas no ar. A Casp possui duas unidades (Amparo-SP e Cuiabá-MT).
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Agro Agricultura/ Armazenagem
Secagem racional Em 2011, a GSI Brasil voltou a fabricar sistemas de armazenagem no país, na sua unidade de Marau (RS). O destaque é o secador Process Dryer, produzido com o conceito de secagem racional e menos agressivo aos grãos, possibilitando uma operação simples e segura, segundo Sidney Del Gaudio, presidente da empresa. Gaudio destaca, como principais características do Process Dryer, redução de emissão de partículas, baixo nível de ruído e menor consumo de energia por tonelada seca.
GSI Brasil/divulgação
Além disso, explica, o princípio de secagem é baseado na alta vazão específica de ar (volume de ar por volume de grãos), o que possibilita a remoção de até 10 pontos percentuais de umidade em um único passe e com resfriamento no secador. “Assim, o grão fica menos tempo no se-
“Assim, o grão fica menos tempo no secador e quebra menos, o que é muito valorizado, principalmente, na cadeia produtiva do arroz”
cador e quebra menos, o que é muito valorizado, principalmente, na cadeia produtiva do arroz”, conta. O acesso do produtor às tecnologias de armazenagem é feito pelas principais linhas de crédito oferecidas pelo mercado, e incentivados pelo governo, entre elas, Moderinfra, Moderagro, Prodecoop, Pronaf–Mais Alimentos, BNDES–Automático, BNDES-PSI e Pronamp Rural. (B.M)
Anúncio_Canil Agro Guia | Março 2012
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Agro Pecuária/Raças do Mês
O Nelore é a principal raça bovina do Brasil
O sangue forte da pecuária O Nelore a é a base do rebanho do corte brasileiro e responde por aproximadamente 80% da produção nacional de carne, além de constituir um importante patrimônio para a genética bovina.
P
rincipal raça bovina criada no país, a nelore tem importante papel no desenvolvimento da pecuária de corte brasileira. Originária da Índia, a ongole chegou ao Brasil, em 1874, através do Barão de Paraná e, em seguida, por Manoel Ubelhart Lemgruber, de Carmo, RJ. Entre 1900 e 1920, os brasileiros começaram a buscar animais na Índia, que eram levados à província de nelore, antes de serem
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embarcados para o Brasil. Daí, o nome nelore – o gado ongole destinado aos brasileiros. Graças ao nelore, a pecuária de corte deu um salto e, hoje, o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. Os pecuaristas procuram, cada vez mais, tecnologias para aumentar o desfrute, a produtividade e a lucratividade de seus rebanhos, e escolhem o nelore como base. Hoje a raça está em todas as
regiões do país. Para o presidente da ABCZ – Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, Eduardo Biagi, Duda Biagi, “o Brasil só detém o maior rebanho comercial e é o maior exportador de carne bovina do mundo, graças ao nelore, que é imbatível como raça produtora de carne no mundo tropical”, De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
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Agro Pecuária/Raças do Mês
atualmente, o rebanho bovino nacional tem 215,2 milhões de cabeças, 80% (172 milhões) de animais de corte. André Locatelli, gerente executivo da ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil), calcula que 80% dos animais de corte são nelore, ou seja, cerca de 137 milhões de cabeça. Ele arrisca a dizer que existe mais de um milhão de criadores que têm ligação com a raça.
genética, no sentido de conscientizá-lo dos seus benefícios e das suas vantagens”, diz Locatelli. Duda Biagi lembra que, com relação à seleção e melhoramento da raça, “os avanços foram enormes, como o aumento do peso, da precocidade no ganho de peso, da diminuição da idade ao primeiro parto, sem que a raça perdesse as suas características principais: rusticidade, adaptação ao clima e ao sistema de cria a pasto, a cria fácil e as tetas pequenas”.
“O Nelore está em todas as regiões do país”
Foco
Locatelli, da ACNB: benefícios e vantagens da genética selecionada.
Atualmente, a ACNB está focada na difusão dos resultados obtidos com o uso da genética selecionada. “De 10 anos para cá, estamos nos aproximando, cada vez mais, do pecuarista, consumidor dessa
Locatelli explica que o principal foco da ACNB é fazer o link entre a genética, a produção de carne e o atendimento às exigências do mercado consumidor. “Temos o Programa de Qualidade Nelore Natural, que propõe oferecer ao mercado consumidor um produto diferenciado, em função de a carne ter origem conhecida e um sistema de produção controlado. É justamente a produção de carne a pasto, a base de capim”, acrescenta. Duda Biagi vê o futuro da raça com otimismo. “Acredito que às raças zebuínas, principal-
Duda Biagi : “Imbatível como raça produtora de carne no mundo tropical.”
mente a nelore, está reservado um papel fundamental no aumento de produção que será necessário implementar para atendermos à demanda, dos próximos 30 a 40 anos, de alimentar os 9 bilhões de habitantes. Da pecuária brasileira depende grande parte deste desafio, e a raça nelore está pronta para atendê-lo.” (P.R)
Agro Guia | Março 2012
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Agro Pecuária/Commodities
Mercado da Pecuária
sumo mundial da carne bovina, na casa dos 55 milhões de toneladas. “O novo salário mínimo aprovado para janeiro, de R$ 622,00, com reajuste acima da inflação, será um fator estimulador do consumo de carnes no mercado interno, porém, as mudanças na economia global têm um poder de impactar mais os setores, em especial o de pecuária de corte”, avaliam.
BOVINOS Estagnação do consumo Prevendo uma tendência de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nacional de 3,2 % a 3,5% ao ano, e um cenário ainda de retração dos mercados dos Estados Unidos e da Europa, 2012 deve a seguir o mesmo caminho do ano anterior. A análise de Rafael Souza Ballaben e Eduardo Sandrini Simprini, consultores da Markestrat, considera o grau de endividamento da classe C brasileira, chegando ao limite de expansão de consumo, e que tem sustentado os preços das carnes no mercado interno. Os consultores apostam em uma demanda crescente mundial por carne, na casa de 2% ao ano, por conta da melhora da renda da população, mas prevêem uma estagnação no con-
Pedro Camargo Neto da Abipecs afirma que a concorrência da União Europeia tende a persistir no mercado internacional de suínos 44
SUÍNOS Demanda aquecida Em 2012, a demanda por carne suína deve continuar aquecida e a expectativa da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína) é de crescimento moderado na oferta, no máximo, 2%. “O setor aposta na recuperação dos preços e na leve redução dos custos; a recomposição das margens de comercialização deverá trazer retorno de rentabilidade”, prevê o presidente da entidade, Pedro Camargo Neto. Em 2011, a produção de suínos cresceu 4,9% relação ao ano anterior, de 3,24 milhões t para 3,50 milhões t, impulsionada pelo aumento de produtividade e do peso médio de abate. O mercado interno absorveu 84,7% da oferta em relação a 83% em 2010. A disponibilidade interna cresceu 6,7%, igualando-se ao po-
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Agro Pecuária/Commodities
tencial de consumo, estimado em 15 kg per capita. No ano passado, ocorreu o avanço das exportações para a Ásia. Hong Kong, o maior importador, absorveu 107,50 mil t, 32,42% acima do mesmo período de 2010. “A crescente abertura do mercado asiático às exportações de carne suína do Brasil deve representar fato relevante em 2012, com boas perspectivas nos próximos anos. Os preços médios internacionais deverão permanecer firmes, devido à continuidade do crescimento da demanda na Ásia”, projeta Camargo Neto, que faz um alerta: “a concorrência da União Europeia tende a persistir, sobretudo na Rússia”.
AVES Cenário positivo Com 13,058 milhões e toneladas, 6,8% acima do volume obtido em 2010, que foi de 12,23 milhões/t, o Brasil alcançou um recorde histórico na produção de frango, de acordo com os números da Ubabef (União Brasileira de Avicultura). O País é o terceiro colocado no ranking mundial de produtores, atrás dos Estados Unidos (16,757 milhões/t) e da China (13,2 milhões/t), uma diferença de 142 mil t do segundo. Para 2012, a expectativa do setor é
“Para 2012, a expectativa do setor é que o País ocupe a segunda posição como produtor mundial de frango”
que o País ocupe a segunda posição como produtor mundial de frango. A demanda interna cresceu e absorveu 69,8% da produção. O consumo per capita de carne de frango avançou de 44 kg para 47,4 kg, 7,5% acima do ano anterior. O consumo per capita de ovos também aumentou, na faixa de 9,2%, de 148,8 unidades (2010), para 162,5 unidades (2011). As exportações de carne de frango alcançaram 3,942 milhões/t e responderam pela receita de US$ 8,853 bilhões, expansão de 3,2% e 21,2%, respectivamente. Os embarques totais da avicultura brasileira (carnes de frango, peru, pato, outras aves, material genético e ovos) somaram, em 2011, 4,118 milhões de toneladas, um avanço de 2,3%, e responderam pelo faturamento de US$ 8,853 bilhões, aumento de 19,7%. (B.M) Agro Guia | Março 2012
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Agro Produtor/ Agro Perfil Por Paulo Roque
Compromisso com a excelência Um dos mais importantes executivos do Brasil levou para o campo sua experiência e profissionalismo e, através de um projeto de bases empresariais sólidas e sustentáveis, é hoje, um dos melhores selecionadores da raça nelore.
J
osé Carlos Grubisich, 54, sucesso como executivo de grandes empresas, também é sucesso na pecuária de corte. Em menos de 10 anos na atividade, já é considerado um dos principais melhoristas da raça nelore no Brasil. Desde que deixou sua cidade natal, Itatinga, no interior de São Paulo, com 14 anos – para cursar o “Científico”, em Botucatu e, em seguida, engenharia química, na Escola Superior de Química Osvaldo Cruz, na capital do Estado –, a vida lhe preparou uma sucessão de desafios. Como executivo, desenvolveu grande parte de sua carreira na Rhodia e no Grupo Rhône-Poulenc, onde ocupou diferentes cargos: presidente e CEO do grupo no Brasil; presidente da Rhodia para o Brasil e América Latina; em Paris, presidente mundial da Rhodia Fine Organics e vice presidente mundial e membro do Comitê Executivo do Grupo Rhodia. Também foi presidente e CEO da Braskem e liderou o processo de consolidação da empresa como Petroquímica Brasileira de Classe Mundial. De julho de 2008 a janeiro de 2012, foi presidente da ETH Bioenergia S/A, empresa da Organização Odebrecht, focada na produção integrada de etanol e na energia de cana-de-açúcar.
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José Carlos Grubisich e Bruno Grubisich. Agro Guia | Março 2012
Carlão da Publique/Publique Banco de Imagens.
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Agro Produtor/ Agro Perfil
Fazenda Glória do Rio Verde, Camapuã - (MS)
No início deste ano, mais um desafio: assumiu a presidência da Eldorado Brasil Celulose, do grupo J’S Holding, um projeto agroindustrial que, só na primeira fase de implantação, no município de Três Lagoas (MS) estão sendo investidos R$ 6 bilhões. É a maior linha de produção de uma única unidade montada no mundo e o objetivo é produzir 5 milhões de toneladas de celulose a partir desse ano até 2021. Quando retornou ao Brasil, em 2002, para assumir a Braskem, Grubisich criou, em Itatinga, a Verdana Agropecuária. Em função de uma antiga paixão pela raça nelore que, somada aos seus anos de experiência como executivo internacional, fez do novo empreendimento um projeto empresarial de bases sólidas, pautada em um trabalho altamente profissional. Mas foi em 2006 que tomou a decisão de buscar o que há de melhor em mento genético. “Acredito muito que as pessoas fazem a diferença em qualquer projeto empresarial e 48
que conhecimento e competência são coisas fundamentais”, diz ele. Para obter uma seleção superior a cada geração, foi procurar apoio, conhecimento e experiência de homens que revolucionaram a genética da raça Nelore. “Foi a possibilidade de entrar no nível dos que estavam na ponta da pirâmide da seleção genética brasileira”, revela. Confessa que, também, teve sorte: “o quarto animal do meu projeto pecuário, a GRUB 04, Absoluta da Verdana, transformou-se numa fêmea excepcional, foi campeã em várias pistas e Reservada Grande Campeã da ExpoZebu 2009. De certa forma, me deu o selo de qualidade”. Absoluta, de acordo com Grubisich, é considerada um dos melhores investimentos já realizados na genética brasileira nos últimos anos. Foi arrematada no Leilão de Liquidação da Fazenda Mata Velha, pelo condomínio formado pela HRO, de Sylvio Propheta, e Comapi, de Reinaldo Bertin, por R$ 2,42 milhões. O interessante é que Absoluta é resultado de um embrião
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Agro Produtor/ Agro Perfil
“Seleção rigorosa do melhor, manejo adequado e nutrição de qualidade contribuem para que o rebanho evolua de geração em geração. É preciso medir os resultados. Por isso, a opção por trabalhar com o Programa de Melhoramento Genético Embrapa/ Geneplus” reconhecimento dentro da pecuária brasileira: “testar os animais no limite para garantir ao cliente a certeza de levar para casa reprodutores com genética consistente e que possam incrementar o lucro de seus criatórios”.
Arquivo do criador.
comprado de Sylvio Propheta, quando Grubisich iniciou seu trabalho de seleção, por um valor 35 vezes menor. A Verdana Agropecuária ocupa duas fazendas no município de Itatinga: a Estância Boa Vista, com 196 hectares, dirigida à seleção do gado nelore PO, dividida entre o manejo das doadoras e os animais de exposição. Na na fazenda Bosque do Rio Novo, com 220 hectares é feita a manutenção das receptoras. Faltava integrar o rebanho de elite a um Programa de Produção de Touros Melhoradores para colocá-los à disposição dos criadores de gado comercial da base da pirâmide da pecuária brasileira. Seu filho, Bruno Grubisich, passou mais de ano procurando o lugar ideal para esse projeto. A busca acabou quando ele cruzou a entrada do município de Camapuã (MS), conhecido como a capital brasileira do bezerro de qualidade. Encontrou o que queria na Fazenda Glória do Rio Verde, uma propriedade de 2.200 hectares, com 11 km às margens de estrada asfaltada que vai para Águas Claras e 2 km esbarrando nas águas do Rio Verde. Segundo José Carlos Grubisich, na Verdana, o compromisso com a excelência em tudo que se faz é constante. “Seleção rigorosa do melhor, manejo adequado e nutrição de qualidade contribuem para que o rebanho evolua de geração em geração. É preciso medir os resultados. Por isso, a opção por trabalhar com o Programa de Melhoramento Genético Embrapa/Geneplus”, acrescenta. Finalmente, destaca um dos fatores que levaram seu projeto, em tão pouco tempo, a conquistar o respeito e o
Absoluta da Verdana.
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Agro Produtor/ Agro História
O grande transformador Sua atuação como ministro da Agricultura mudou o agronegócio nacional. A ocupação do Cerrado e o fortalecimento da pesquisa agropecuária transformou o Brasil de importador a um dos maiores produtores de alimentos do mundo Alysson Paolinelli
Mineiro de Bambuí, o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, 75, é considerado um dos grandes responsáveis pelo sucesso do agronegócio brasileiro. Transformou o cerrado em maior produtor de alimentos do País e inspirou a criação da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Foi ministro no período de 1973 a 1979. Tudo começou entre os anos de 1960 e 1970, quando foi professor e diretor da então Escola Superior de Agricultura de Lavras, atual Universidade Federal de Lavras, onde também formou-se em Agronomia. Na época, o Brasil era importador de alimentos: trigo, 50
leite, carne, arroz e feijão, algodão e até carnes de frango.
“a nossa tecnologia tropical, considerada a melhor do mundo, é a mais conservacionista e sustentável” Em 1971, o governador de Minas, Rondon Pacheco, o convidou para assumir a Secretaria de Agricultura do Estado, com apoio para realizar as mudanças que achasse necessárias. Foi montado todo um aparato nas áreas de pesquisa, extensão, crédito rural, apoio à produção, armazenamento, industriali-
zação, comercialização, abastecimento interno e exportação. Com a criação do Programa Integrado de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, futura Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), com total autonomia técnica, administrativa e financeira, surgiu um novo conceito de pesquisa, que envolvia outras entidades, universidades, empresas privadas e produtores rurais. Em dois anos, a Epamig já contava com 352 projetos. Através dessas mudanças, foi possível, diz Paolinelli, “a quase aventura de enfrentar a conquista dos cerrados mineiros, iniciada, no ano agrícola de 1971/1972,
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Agro Produtor/ Agro História
pelo Triângulo Mineiro, pelo Alto Paranaíba e pelo Noroeste do Estado. Foi criado o PADAP (Projeto Integrado de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba), “que se tornou referência e levou o governo do Japão a fazer uma joint venture com o governo do Brasil, criando o Prodecer e a Campo, até hoje em operação”, conta orgulhoso. 1973, último ano de mandato presidencial do general Garrastazu Médici, o então ministro da Agricultura, Cirne Lima, inspirado pelo trabalho desenvolvido em Minas, propôs a mudança da lei de estruturação da pesquisa agrícola no país. Assim, no dia 26 de abril, foi criada a Embrapa, em substituição ao DNPA (Departamento de Pesquisa Agropecuária), que tinha mais recursos, mas não funcionava com autonomia administrativa e financeira, e só contava com 35 projetos. Cirne Lima renunciou, três meses depois, assumiu Moura Cavalcanti, mas o projeto Embrapa ficou no papel. Em 1974, o general Ernesto Geisel ocupa o governo e convida Paolinelli para o Ministério da Agricultura, com a
função de estruturar a Embrapa e avançar na ocupação do cerrado. “Aí, vencemos a burocracia e colocamos a Embrapa para funcionar. Foram contratados mais de mil profissionais e criadas 14 novas instituições estaduais de pesquisa agropecuária. Enviamos, numa primeira leva, 1532 profissionais ao exterior para fazer pós-graduação. Foi o maior programa de pós-graduação do país”, relembra o ex-ministro. Os que voltavam fortaleciam o trabalho com novas ideias. Ao invés de copiar, começaram a desenvolver tecnologias próprias para o Brasil.
Paolinelli relembra o início da ocupacão do cerrado mineiro.
“E, assim, foi criada a nossa tecnologia tropical, considerada a melhor do mundo, é a mais conservacionista e sustentável que a maioria das tecnologias de outras regiões do mundo”, conta Paolinelli, lembrando que essa foi a grande força para a ocupação e o desenvolvimento do cerrado brasileiro, transformando, principalmente o Centro-Oeste e o oeste da Bahia nos maiores polos brasileiros de produção agropecuária. (P.R)
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INFORME AGRO ECONÔMICO
A
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agricultura e a pecuária são
a Ásia expande o produto e precisa de
vocações naturais do Brasil e
mais energia. O preço elevado do pe-
viram crescer nos últimos anos
tróleo passou a influenciar a cotação do
a influência de aspectos financeiros, os
milho, pois os Estados Unidos concentra
quais se combinam agora com os fun-
a produção de milho e usa 40% de sua
damentos de cada cultura. Nessa e nas
safra para a produção de etanol. A com-
próximas edições, você terá acesso a
petição por área plantada exige a valo-
análises econômicas e financeiras do
rização de outras culturas, como a soja,
agronegócio na Coluna Agro Original,
mesmo que esta cultura esteja espalhada
disponibilizadas pelos economistas do
pelas Américas do Norte e do Sul.
Banco Original do Agronegócio. Sejam
A pecuária se beneficia de outra manei-
bem-vindos e boa leitura.
ra desse ambiente. O aumento da renda
A agricultura registra vários preços no
per capita permite a migração para uma
máximo dos últimos 20 ou 30 anos. O
dieta mais rica em proteínas. A pecuária e
motivo é a demanda crescente que exige
a produção de aves e suínos são os bene-
expandir a oferta rapidamente sob o ris-
ficiários desta mudança de alimentação.
co da mudança climática. O uso do mi-
O Brasil possui o maior rebanho de cor-
lho para produção de etanol nos Estados
te do mundo, atrás apenas da Índia que
Unidos retirou área plantada de outras
não faz uso comercial. A proporção atual
culturas e reduziu os estoques globais de
de matrizes e a produtividade (bezerros
grãos, exatamente quando o mundo pre-
por fêmea) permitem expandir o rebanho
cisa de mais estoques para se proteger
brasileiro muito mais rapidamente que
das frequentes quebras de safras pelas
os outros produtores, especialmente se
oscilações de clima.
considerarmos que os grandes rebanhos
O Brasil não registrou quebra de safra
nos Estados Unidos e na União Européia
expressiva nos últimos anos e se benefi-
diminuem de tamanho por motivos cli-
cia do prêmio nos preços agrícolas para
máticos e ambientais.
compensar o risco climático. A pecuária
O Brasil também possui área de pasta-
também registra preços mais altos e to-
gens e oferta de água e sol suficientes
das as suas etapas – cria, recria e engor-
para sustentar o aumento do rebanho,
da a pasto ou no confinamento – mos-
o que nos torna o único país capaz de
tram margens mais satisfatórias.
aumentar em larga escala a produção de
Outra parcela dessa boa fase se relaciona,
carne. Esta habilidade nos permite cap-
por incrível que pareça, com o ambien-
turar mais de 40% do aumento espera-
te financeiro predominante do pós-crise
do no comércio internacional de carne
de 2008. O juro muito baixo nos Estados
bovina, bem acima da atual participação
Unidos, Europa, Reino Unido e Japão
de 21% nas exportações globais.
acelera o crescimento nos países consu-
A situação econômica e financeira in-
midores de alimentos e valoriza as suas
ternacional inspira cuidados também. O
taxas de câmbio. Consequentemente, o
quadro de juros muito baixos no exterior,
consumo de commodities passou a cres-
o qual ainda perdura por mais três anos,
cer mais rapidamente nos últimos anos.
leva à diversificação dos investimentos
O maior exemplo é o aumento contínuo
financeiros na direção de vários ativos,
do preço do petróleo, na medida em que
entre eles as commodities agrícolas. Esta
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diversificação cria uma trajetória para os
extrativista e mais intensificada, com es-
preços agrícolas que muitas vezes reflete
pecial atenção para a manutenção da
movimentos financeiros, como a queda
rentabilidade, tradicionalmente aperta-
das bolsas, ou mesmo a oscilação do va-
da. Em outras palavras, a pecuária terá
lor do dólar no mundo.
de liberar áreas de pastagens para a agri-
Esse aspecto financeiro e a mudança cli-
cultura – hoje as pastagens representam
mática criam riscos adicionais para a agri-
quatro vezes a área agrícola-, para gerar
cultura, riscos que são a contraparte das
a metade do valor da agricultura.
boas margens registradas em várias cultu-
O momento do agronegócio é positivo
ras. Esta margem elevada por um ambien-
em vários aspectos, assim como a sua
te arriscado aconselha o uso de instru-
perspectiva de médio prazo, pois a re-
mentos de proteção, através de produtos
composição dos estoques de grãos sob
financeiros específicos para o agricultor.
o risco climático vai demandar anos. Da
O Brasil se viu relativamente imune, até
mesma forma, a migração da população
o momento, de grandes quebras de safra
para uma dieta de proteínas possui fôle-
ao nível nacional, mas não há motivos
go para décadas. O desafio é a gestão de
para acreditar que a nossa região é me-
um negócio complexo como o agrone-
nos suscetível aos efeitos da mudança
gócio, num ambiente em que riscos tão
climática. Perdas de safra em alguns es-
distintos como oscilações financeiras e
tados mostram como os riscos estão pre-
climáticas podem afetar a operação.
sentes no mundo todo.
O Brasil se destaca por fatores naturais
A pecuária é menos suscetível às osci-
favoráveis ao agronegócio, se destaca
lações dos ativos financeiros, mas al-
também pela expertise dos empresários
gumas atividades em ascensão, como
do campo e seu espírito empreendedor.
a engorda pelo uso do confinamento, sofrem com as alterações dos preços agrícolas por mudanças nos fundamentos – climáticos ou não – e oscilações de alguns ativos financeiros. Algumas
transformações
brasileiras
também influenciam o agronegócio. A valorização do câmbio - a qual pode se acentuar quando a economia estiver superavitária em petróleo - reduz a rentabilidade da agricultura e da pecuária. O processo de queda rápida da taxa de juros valoriza ativos em geral e o preço da terra deve acelerar o seu movimento de alta, o
Para outros relatórios e informações finan-
que vai forçar o deslocamento de algumas
ceiras do agronegócio acesse
atividades para regiões mais distantes.
www.bancooriginal.com.br
As transformações brasileiras e o ambiente financeiro global impõem desa-
Equipe Econômica do Banco Original
fios, especialmente para a pecuária. A
do Agronegócio
produção de bovinos precisa ser menos
economia@bancooriginal.com.br Agro Guia | Março 2012
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