JORNAL VER A CIDADE - ANO 5 - EDIÇÃO 171 - São Paulo, 07 a 13 de dezembro de 2024
Maioria das mulheres negras conhece pouco a Lei Maria da Penha
Movimento Futuro lança financiamento coletivo para levar jogo de tabuleiro socioeducativo a professores de escolas públicas
Reflorestamento em áreas privadas ajuda a preservar Mata Atlântica
A L E R T A C I D A D Ã O 2
Maioria das mulheres negras conhece pouco a Lei Maria da Penha
Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
Em cada dez brasileiras negras, oito conhecem pouco sobre a Lei Maria da Penha, o principal mecanismo legal de proteção às mulheres no Brasil. Uma porcentagem semelhante, de 70%, diz que não sabe tanto sobre as medidas protetivas que as mulheres podem solicitar à Justiça para manter seus agressores longe. Os dados são da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher Negra, feita pelo DataSenado e pela Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência. O levantamento contou com 13.977 participantes pretas e pardas com 16 anos de idade ou mais. As mulheres negras são as principais vítimas da violência de gênero, conforme
Jornal Ver a Cidade: 20.000 exemplares Entregues em corredores comerciais, semáforos, estações ferroviárias e terminais de ônibus municipais e intermunicipais
destacam pesquisas complementares, como as do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). A parcela de mulheres negras que diz desconhecer totalmente a Lei Maria da Penha é de 8%, contra 22% que declaram conhecer muito da legislação. Ainda em relação às medidas protetivas, a mesma proporção de mulheres afirma conhecer muito do assunto ou não conhecer nada. O levantamento também revela o ceticismo quanto à efetividade da legislação vigente. Na avaliação de metade (49%) das mulheres negras, a Lei Maria da Penha protege as mulheres apenas de modo parcial. Um terço (30%) acredita que a lei as protege e um quinto (20%) que não tem efeito prático. Karla (nome fictício) faz parte do grupo de mulheres negras que acreditam que a Lei Maria da Penha funciona apenas no papel. Essa percepção advém de experiência própria. “O juiz dizia que tirar foto de arma e falar não é o mesmo que fazer. A foto não era encarada como algo tão grave quanto ele aparecer e fazer [consumar] o crime”, disse sobre os argumentos de um juiz para indeferir seu pedido de medida protetiva. Karla também ouviu de um magistrado que o que havia acontecido era “um acidente”. Com informações de Agência Brasil.
O setor industrial espera mais sustentabilidade e inovação em 2025
Nos últimos anos, o setor industrial passou por mudanças significativas, impulsionadas pela digitalização e pela adoção de tecnologias emergentes, como Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA). Nesse contexto, empresas que antes hesitavam em investir em inovação agora reconhecem que evoluir digitalmente é necessário. Além disso, a sustentabilidade consolidou-se como uma prioridade central para muitos agentes do setor ao integrar eficiência operacional e responsabilidade ambiental. Essas tendências, impulsionadas por demandas do mercado, devem não apenas se manter, mas também se intensificar no próximo ano. Novas práticas vêm sendo implementadas para prolongar o ciclo de vida dos equipamentos, minimizar o desperdício de recursos e garantir operações eficientes com o menor impacto ambiental possível. O grande desafio é alcançar um equilíbrio eficaz entre eficiência operacional e sustentabilidade. Nesse sentido, tecnologias emergentes, como IoT, IA, análise preditiva e digital twins estão se tornando cada vez mais essenciais. Essas ferramentas permitem que as companhias monitorem ativos em tempo real, identifiquem padrões operacionais e antecipem falhas com maior precisão. Isso não só melhora a eficiência operacional, mas também reduz significativamente os custos com reparos inesperados, promove economia de energia, minimiza desperdí-
Por Gabriel Pavão
cios e amplia a vida útil dos equipamentos. Com tantas transformações, ficou nítido que a digitalização e o conceito da Indústria 4.0 têm mudado profundamente a indústria. Desta forma, a previsão para 2025 é que as soluções autônomas, como sistemas de manutenção que se ajustam automaticamente às condições dos ativos, se tornem ainda mais relevantes, assim como maior implementação de chatbots especializados e outras ferramentas digitais. No entanto, a tecnologia por si só não será suficiente. Investir na capacitação de equipes técnicas é essencial para que as indústrias possam aproveitar ao máximo as inovações. Em suma, em 2025, espera-se que o setor industrial esteja ainda mais digitalizado, eficiente e sustentável. Mas para alcançar esse cenário, será necessário integrar novas tecnologias, além de investir na qualificação profissional. Esses esforços, alinhados a uma visão de longo prazo, criarão uma base sólida para o futuro da indústria, permitindo que ela atenda às demandas do mercado global de forma competitiva e responsável.
GABRIEL PAVÃO
é Co-founder e Head of Partnerships da Fracttal Brasil, startup que está revolucionando a manutenção e a gestão de ativos por meio de tecnologia de ponta.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Mulheres negras são as principais vítimas da violência de gênero
CIDADANIA
Dezembro Laranja: como se prevenir do câncer de pele que deve chegar a 700 mil casos em 2025
Com a chegada do verão no Brasil, que começa oficialmente no dia 21 de dezembro, é fundamental reforçar os cuidados com a pele devido à intensidade do sol e o aumento da exposição solar. Embora tomar sol seja essencial para a produção de vitamina D, que é crucial para a saúde óssea, se expor muito a ele também é um dos principais fatores de risco para o câncer de pele, condição que tem crescido de forma alarmante no país.
O Dezembro Laranja vem com o reforço de conscientização e prevenção do câncer de pele – é uma ação realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A médica especialista em Dermatologia, Flávia Villela destaca a importância de campanhas como essa. “O cuidado precisa ser todos dias, porém é importante um mês todo dedicado à prevenção do câncer de pele para que as pessoas entendam a importância dos cuidados necessários, como o uso do filtro solar.”
Um estudo do Instituto Nacional do Câncer (INCA)
mostra que, até 2025, o Brasil vai registrar 700 mil casos de câncer, sendo as regiões Sul e Sudeste com a maior incidência, cerca de 70%. Dentro da pesquisa, 31,3% desses casos, estão o de pele não melanoma. Só no Estado de São Paulo, de janeiro a novembro de 2023, 14.745 pessoas foram internadas para tratar câncer de pele. Isso representa 6,2% de aumento em comparação ao mesmo período em 2022, quando 13.881 pacientes foram internados para o tratamento da doença. Neste cenário, Villela traz orientações essenciais para a ficar de olho em mudanças na pele durante o período de calor intenso. “Lesões que sangram facilmente, manchas que mudam de cor ou textura, e feridas que não cicatrizam são alguns dos sinais de alerta. Manchas com bordas irregulares ou áreas escurecidas também merecem atenção”, explica a médica. Além da observação da pele, é essencial adotar uma rotina de cuidados diários durante o verão. A especialista também destaca que a proteção solar deve ser feita todos os dias, mesmo com chuva e
nublado, com o uso constante de filtro solar adequado, hidratação da pele e a aplicação de dermocosméticos específicos. “O uso de acessórios como chapéus e óculos de sol, além de evitar o sol entre 10 e 16 horas, são atitudes importantes para prevenir danos irreversíveis”, reforça.
Dezembro Laranja é campanha de conscientização e prevenção ao câncer de pele
Foto: Freepik
Movimento Futuro lança financiamento coletivo para levar jogo de tabuleiro socioeducativo a professores de escolas públicas
Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
A Associação Movimento Futuro lançou uma campanha de financiamento coletivo para distribuir gratuitamente o jogo de tabuleiro socioeducativo Caminho do Futuro a 100 professores de escolas públicas em todo o Brasil. A meta da campanha, hospedada na plataforma MeepleStarter, é arrecadar R$ 25 mil até o dia 15 de dezembro de 2024. A distribuição do material começará a ser feita a partir do próximo ano, por meio de uma lista de professores(as) que mostraram interesse durante a campanha, comentando em uma postagem fixa do Instagram da associação. Desenvolvido para turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, o Caminho do Futuro é mais do que um jogo: é uma trilha de aprendizagem focada no desenvolvimento de habilidades socioemocionais que impactam positivamente na saúde mental dos participantes. Além disso, os jogadores trabalham o protagonismo ao criarem um projeto de cidadania para o seu entorno, duran-
te o período de um ano letivo. São 35 encontros conduzidos por um facilitador(a) mediador(a). No tabuleiro, a mascote Jhennyffer, representada por um pino em formato de sapinho, guia os jogadores em seis passos essenciais: interagir, confiar, sonhar, planejar, realizar e contagiar. “Vimos que existia uma lacuna em projetos socioeducativos para os anos finais do ensino fundamental, embora essa fase seja essencial!”, afir -
mam as autoras do jogo e também fundadoras do MF, Sofia Carvalho e Isabella Alchorne. “Queremos formar professores em projeto de vida e impactar positivamente o desenvolvimento socioemocional de milhares de crianças e adolescentes, cultivando habilidades como autoconhecimento, colaboração, autoestima, consciência do coletivo, entre outras.” Sofia e Isabella destacam que, além de contribuir para o crescimento de tais soft skills, o tabuleiro permite que os estudantes sejam protagonistas do jogo. “Eles (estudantes) realizam um projeto solidário para beneficiar a escola ou comunidade enquanto aprendem a se relacionar. Do jogo, saem lindas transformações sociais”, comentam as fundadoras. O jogo foi idealizado para ser aplicado em escolas ou qualquer ambiente onde haja grupos de crianças e adolescentes, sob a mediação de um educador(a).
Leia mais em: www.jornalveracidade.com.br
Foto: Movimento Futuro
Itens que compõem o boardgame socioeducativo, em destaque a mascote do MF, representada pela sapa de pelúcia
CIDADANIA SAUDÁVEL
Deficiência significativa atinge uma em cada seis pessoas no mundo
Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo vivam com algum tipo de deficiência classificada como significativa, ou seja, condição em que a pessoa apresenta limitações substanciais em áreas importantes da vida, como comunicação, mobilidade, aprendizado, ou outras habilidades essenciais para o funcionamento diário. O número corresponde a uma proporção de uma em cada seis pessoas. “Pessoas com deficiência têm direito ao mais alto padrão de cuidado em saúde possível, assim como pessoas sem deficiência”, destacou a entidade. Dados do relatório global sobre igualdade na saúde para pessoas com deficiência, publicado pela OMS, mostram que, embora alguns progressos tenham sido registrados ao longo dos últimos anos, o mundo ainda está longe de concretizar esse direito para diversas pessoas com deficiência “que continuam a morrer mais cedo, têm uma saúde mais precária e ex -
perimentam mais limitações no dia a dia. Esses resultados ruins se devem às condições injustas enfrentadas por pessoas com deficiência em todas as áreas da vida, incluindo no próprio sistema de saúde. Os países têm a obrigação, conforme previsto na legislação internacional sobre direitos humanos, de abordar as desigualdades na saúde enfrentadas por essas pessoas”, destacou a entidade. A OMS apela aos estados-membros que tomem medidas para promover a igualdade na saúde para pessoas com deficiência e pede ainda que a sociedade civil, incluindo organizações de pessoas com deficiência e outros parceiros na promoção da saúde, colabore e defenda a implementação de ações que permitam alcançar o mais elevado padrão de saúde possível para todos. No Brasi, como qualquer cidadão, as pessoas com deficiência têm o direito à atenção integral à saúde e podem procurar os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) quando necessitarem de orientações ou cuidados em saúde, incluindo serviços básicos de saúde
como imunização, assistência médica, odontológica, serviços de atenção especializada como reabilitação e atenção hospitalar. Com informações de Agência Brasil.
Leia mais em: www.jornalveracidade.com.br
Estima-se que 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo vivam com algum tipo de deficiência
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Saúde intensifica campanha contra dengue, zika e chikungunya em São Paulo
Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
O Ministério da Saúde lançou a segunda fase da campanha nacional de conscientização e mobilização para o controle da dengue, zika e chikungunya. Desde quarta-feira (27), os canais digitais da pasta começaram a veicular a nova etapa da iniciativa, que terá duração até 28 de dezembro. Agora o foco está nos sintomas das doenças, com o slogan “Tem sintomas? A hora de ficar atento à dengue, zika e chikungunya é agora”, incentivando a população a procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) ao identificar sinais como manchas vermelhas no corpo, febre, dores de cabeça e dores atrás dos olhos. A campanha é parte de um esforço maior do governo federal para reforçar a vigilância e a prevenção das arboviroses, especialmente no período chuvoso. Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o governo tem trabalhado para reduzir os casos e óbitos causados por essas doenças. “Estamos unindo esforços para proteger a população durante o período mais crí-
tico. Diagnóstico precoce, prevenção e assistência médica são nossas prioridades”, destacou a ministra. A etapa inicial da campanha, lançada em 18 de outubro, já alertava a população sobre a importância de eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti com o slogan “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir é agora”. Além da conscientização, o Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação contra a dengue como estraté-
gia preventiva, embora a disponibilidade de doses ainda dependa do fornecimento pelos fabricantes. Plano Nacional contra Arboviroses
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Nísia Trindade anunciaram o Plano de Ação 2024/2025 para reduzir os impactos das arboviroses, com um investimento de R$ 1,5 bilhão. A iniciativa busca diminuir os números de casos e mortes causados por dengue, chikungunya, zika e oropouche, especialmente durante o próximo período sazonal. Até o dia 27 de novembro, o Brasil registrou 6.578.123 casos prováveis de dengue em 2024. Em 2023, o número foi de 4.079.108 casos. Em relação ao zika, no mesmo período de 2024, foram registrados 6.415 casos prováveis, enquanto em 2023 houve 7.786 casos. Para a chikungunya, até esta data em 2024, foram contabilizados 263.552 casos prováveis, em comparação com 167.741 casos no mesmo período de 2023.
Leia mais em: www.jornalveracidade.com.br
Foto: Freepik
Campanha alerta sobre sintomas das doenças, como manchas vermelhas
Metrô reforça efetivo de segurança e dá dicas para evitar acidentes durante período natalino
Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
Com o Natal se aproximando, a região central de São Paulo, onde estão situados os centros comerciais da 25 de Março e do bairro do Brás, recebem um grande fluxo de consumidores em busca das lembrancinhas de Natal. Para garantir uma viagem segura, o Metrô vai reforçar o efetivo de agentes de segurança em algumas estações. A medida já foi adotada na estação São Bento, muito utilizada para quem vai às compras na 25 de Março, mas será estendida para outras estações como a do Brás e as que possuem integração com shopping centers como Tatuapé, Corinthians-Itaquera, Tucuruvi e Santa Cruz. Para maior conforto e segurança, além de contar com o apoio dos funcionários, é preciso que os passageiros sigam algumas regras básicas importantes para evitar acidentes ou riscos desnecessários.
Dicas de Segurança:
Procure evitar áreas superlotadas nas plataformas, especialmente nas estações mais movimentadas neste período, geralmente as que são mais próximas das regiões de intenso comércio, como a 25 de
Março e o Brás. Ao embarcar dirija-se ao corredor do vagão, evitando ficar na região das portas do trem. Outro cuidado importante é ter a atenção redobrada nas escadas rolantes. Manter uma distância segura, utilizar o corrimão, segurar a mão das crianças e evitar excesso de bagagem nas escadas são fundamentais para evitar acidentes. Vale lembrar que transportar volumes com dimensões superiores a 150X60X30cm ou que, mesmo dentro das proporções permitidas, causem transtorno ou tragam risco aos demais passageiros é proibido. Correr nas plataformas ou nas escadas é um convite para tombos e tropeços. Pressa e segurança não combinam. Sentar-se no chão, degraus ou muretas ou deitar-se no piso de estações e trens é outra prática que oferece risco de acidentes e atrapalha a circulação das pessoas. Proteger objetos de valor é sempre mais seguro. Mantenha seus pertences pessoais seguros e evite expor objetos de valor, como carteiras e celulares em locais de aglomeração. Bolsas e mochilas devem ser transportadas junto ao corpo. Respeitar a sinalização das estações e dos trens também
evita incômodos. Preste atenção às placas de orientação e sinalização para evitar confusão. Nunca ultrapasse a faixa amarela da plataforma antes do trem abrir as portas. Qualquer dúvida, a orientação é consultar um funcionário ou ligar para a Central de Atendimento do Metrô no 0800-770-7722, das 5h à meia-noite.
Leia mais em: www.jornalveracidade.com.br
Com Natal, Metrô reforça o efetivo de agentes de segurança em algumas estações
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Reflorestamento em áreas privadas ajuda a preservar Mata Atlântica
Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
Em 2020, o sítio de Mário Honorio Teixeira Filho em Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro, ficou sem água. A propriedade, antes usada para plantação de mandioca e inhame, foi adquirida por Honório com o sonho de criar gado. Localizada em área originalmente de Mata Atlântica, sem vegetação nativa e com cada vez menos árvores, a fonte secou.
Esse foi o alerta necessário para que Honório cedesse à pressão do filho, Mário Bruno Teixeira, de reflorestar ao menos parte do terreno. Em menos de um ano, com a nova vegetação, a água voltou. “A gente não está plantando árvore. A gente está plantando água”, diz Leonardo de Mattos, que mora no sítio. Leonardo e Bruno produzem juntos a Pi Kombucha Tropical, bebida fermentada feita a partir de chá, vendida no Rio de Janeiro e São Paulo. “Esses dias avistamos um tamanduá. Nunca imaginamos que fossemos ver um animal desses por aqui”, conta. Após a morte do pai, o sítio passou a ser administrado por Bruno, que expandiu o reflorestamento. Com 1 hectare, a água já voltou em um ano. Agora, o reflorestamento chega a mais 3,8 hectares. “O ar está mais puro, os animais estão voltando, a gente está vendo muito pássaro voltando, o que a gente não tinha dez anos atrás”, diz Leonardo. O reflorestamento foi parte do projeto Guapiaçu, realizado pelo Ação Socioambiental (Asa) em parceria com a Petrobras. O desafio do projeto é reflorestar propriedades privadas, mostrando aos produtores que ter uma área de floresta melhora tanto a produção quanto a qualidade de
vida. A Mata Atlântica é o bioma brasileiro com maior número de espécies ameaçadas de extinção, distribuído em 17 estados. 70% da população brasileira vive nesse bioma, mas 71,6% foi desmatada. A maioria das áreas remanescentes está em propriedades privadas. O projeto visita propriedades e realiza o plantio com espécies nativas da Mata Atlântica. Até o momento, foram plantadas mais de 500 mil mudas em 300 hectares, com um custo de R$ 60 mil a R$ 90 mil por hectare, custeado pelo Guapiaçu. Em Cachoeiras de Macacu, as propriedades privadas, como a de Bruno, estão próximas ao Parque Estadual dos Três Picos. Reflorestar essas áreas cria corredores de floresta, conectando fragmentos e permitindo o fluxo de animais e plantas. “Plantar uma árvore é um ato generoso”, diz Gabriela Viana, presidente do Ação Socioambiental. “Eu plantei um jequitibá com as cinzas do meu avô e provavelmente não verei sua sombra, mas deixo para meus filhos e netos”. Com informações de Agência Brasil.
Leia mais em: www.jornalveracidade.com.br
Projeto da Petrobras incentiva a preservação da Mata Atlântica