A importância do foco e dos pontos vitais na aplicação das ténicas

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KARATE-DO SHOTOKAI

A Importância do Foco e dos Pontos Vitais na Aplicação das Técnicas

Óscar Ciríaco

LISBOA Maio/ 2013

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Corpo mortífero, mente pacífica “Bruce Lee”

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SIGLAS E ABREVIATURAS

A.C. - Antes de Cristo Ex. - Exemplo M.I. - Membros inferiores M.S. - Membros superiores P.V. – Pontos vitais

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FIGURAS: Fig. 1 – Pontos kyusho ao nível da cabeça. Fig. 2 – Pontos kyusho ao nível dos M.S. Fig. 3 – Pontos kyusho ao nível do tronco e genitais. Fig. 4 – Pontos kyusho ao nível dos M.I. Fig. 5 – Distribuição dos pontos mais utilizados. Fig. 6 – Partes do corpo a usar como “arma” sobre um ponto vital. Fig. 7 – Exemplo do uso de um ponto vital de grau 2.

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INDÍCE:

0 - INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------- 6 1 - O QUE SÃO OS PONTOS VITAIS ----------------------------------------------- 9 1.1 – NÍVEIS DOS PONTOS DE PRESSÃO -------------------------------------- 10 2 - LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS VITAIS --------------------------------------- 11 3 - FUNDAMENTOS ----------------------------------------------------------------- 14 3.1 - O ASPECTO TERAPÊUTICO ------------------------------------------------ 15 3.1.1 - O Kuatsu ---------------------------------------------------------------------- 16 3.2 - O ASPECTO MARCIAL ------------------------------------------------------- 18 4 - CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------- 21 5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------- 23 ANEXOS:

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0 - INTRODUÇÃO: Todo e qualquer ser vivo, seja ele do Reino Animal ou Vegetal, tem implícito na sua existência o instinto de sobrevivência, como tal isto torna-o á partida um lutador em potência como garantia da sua integridade física e da sua família e instintivamente, extrapolando á escala universal, a sobrevivência da sua espécie. O respeito pela vida é universalmente reconhecido, e se a vida de um indivíduo está em perigo, todos os meios disponíveis são inegavelmente justificáveis para evitar o perigo. Sujeitos a um stress intenso e perante situações anormais, é uma reacção natural do ser humano reagir instintivamente em defesa de si e dos seus. A maioria das pessoas, quando sujeitas a estes estímulos, tem a tendência de deferir golpes com os membros superiores que com o treino e estudo dos pontos vitais, proporciona uma redução significativa do risco de lesão nele próprio com maximização da neutralização do oponente. O Karaté é uma das artes marciais existentes (para além de muitas que têm surgido e desenvolvido) cuja origem remonta ao Séc. XV na ilha de Okinawa onde o uso de armas era proibido, restando aos habitantes terem de aprender a defender-se por outros meios. Como se encontravam privados de meios de defesa, estes habitantes viram-se com a necessidade de promover um meio de defesa expedito (já que a manutenção de um ambiente seguro é precisamente a primeira das necessidades humanas básicas), como garantia de sua integridade física e da sua segurança; isto teve como resultado a criação de um tipo de defesa que dispensasse o uso de acessórios, surgindo deste modo as primeiras formas de Karaté que significa precisamente “mãos vazias”. Assim, não só não

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eram punidos por usarem armas, como também eram meios indissociáveis do próprio. Sendo o KARATÉ-DO uma arte marcial cujo ideal é o intuito de defesa e não de ataque, cultivando-se aqui a atitude do estudante da arte, por vezes poderemos ter necessidade de recorrer à arte das “mãos vazias” pelo facto de nem sempre termos disponível armas para o assegurarmos. Contudo, as nossas mãos poderão ser tão letais como qualquer arma, se tivermos o conhecimento da existência e localização dos pontos vitais e a prática da aplicação da técnica exercida nesses pontos. Um dos princípios básicos é transformar o corpo numa arma para defender e atacar quando e onde for preciso. “As artes marciais devem fomentar a audácia, o sangue-frio, a resistência, o golpe de vista, diante de um ataque armado..., de um combate em que se pode perder a vida..., não um título; é o objectivo das artes marciais”. Tadashi Abe (7.º dan de Aikido) A acção sobre os pontos de pressão e centros nervosos que comandam reacções somáticas no indivíduo, podem ser vistas sob várias vertentes consoante o objectivo dessa mesma acção. A influência sobre estes “pontos sensíveis” pode ter a aplicação prática pretendia, isto é, poderemos procurar um efeito sensitivo em que infligimos um estímulo doloroso ao oponente bloqueando-lhe a acção ou provocando-lhe uma descoordenação motora, suprimindo deste modo qualquer a capacidade ofensiva do Tori. Este efeito também se pode verificar sob o ponto de vista terapêutico, através dos pontos de Shiatsu, em que obtemos o efeito desejado, por intermédio da acção que exercemos em determinados pontos específicos do corpo, as quais vão estimular 7


reacções em determinados pontos ou zonas do corpo, levando a um efeito terapêutico desejado. Um facto sempre presente é de que a paz de espírito gera autoconfiança e que, por sua vez será suficiente para impedir confrontos físicos, deixando o contacto como último reduto uma vez que, seguindo uma correcta atitude, a nossa arte é vista como meio de defesa e não de ataque. A evolução dentro de qualquer estilo baseia-se sempre no conhecimento de conceitos básicos e de princípios básicos. Um deles é simplesmente o estudo anatómico e fisiológico dos pontos do organismo em que uma acção, seja ela curativa ou marcial, pode ter maior eficácia.

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1 - O QUE SÃO OS PONTOS VITAIS Os pontos vitais ou “Kyusho” são pontos sensíveis que se encontram dispersos por todo o organismo, apresentando-se como portas de controlo sobre diversos aspectos ou funções do nosso organismo. Estes são, portanto, alvos frágeis ou vulneráveis a um ataque, constando normalmente de nervos em áreas susceptíveis como pontos de pressão, ou vasos sanguíneos relevantes que vão irrigar regiões onde se encontram alojados órgãos nobres do nosso corpo. Centros nervosos e pontos de pressão não são meras descrições de pontos anatómicos. São pontos precisos onde determinados grupos de terminações nervosas são mais susceptíveis de provocar dor incapacitante, ou mesmo limitação motora. A maneira de como a neutralização de um ataque se vai manifestar, depende fortemente do modo como estes pontos são atingidos. Em suma, existem cinco modos de exercer esta acção: Corte, com o uso da parte Shuto/ Sokuto; pressão, usando a parte Nukite/ nukiashi; espalmamento, usando a parte Kumade; batimento, usando a parte seiken/ hittsui/ Koshi, etc. ou aperto, usando-se os dedos ou através de chaves. O universo de pontos vitais para as artes marciais na sua vertente desportiva não são vistos, necessariamente, da mesma maneira que na sua vertente marcial, uma vez que estas se revestem de ideologias distintas. Enquanto uma se destina a conquista de pontos levando á vitória sobre o oponente através técnicas com eficácia fictícia e sem infligir incapacitação temporária ou permanente; na outra (que não em treino), a consideração desses pontos já tem como intenção a neutralização efectiva temporária ou permanente do nosso oponente. 9


1.1 – NÍVEIS DOS PONTOS DE PRESSÃO Embora o principal efeito seja a dor, a acção sobre estes podem originar vários efeitos, dependendo de ponto para ponto. Normalmente são formados por cartilagens, ossos fracos, órgãos, tendões, artérias e nervos que desencadeiam reacções diversas já referidas. Por sua vez, os P.V. diferenciam-se em 3 níveis distintos: - Nível 1, em que o efeito incapacitante requerido do “Atemi Waza” é a dor, sendo o mais comum entre eles; contudo, isto não significa que os pontos estimulados que induzem dor sejam todos pontos de nível 1. - Nível 2, em que para se ter o efeito pretendido, não é forçosamente necessário que determinada técnica inflija dor. - Nível 3 já engloba pontos de pressão que causarão uma sensação desconfortável de fraqueza e enjoo no adversário. Temos como alguns exemplos P.P. de nível 3, os seguintes: - O ponto de reflexo do vómito para indução do vómito; pontos da respiração, pela pressão rápida do seio carotídeo ou do trato respiratório superior; pontos de interrupção do equilíbrio, situados na região popliteia; e pontos de protecção do cérebro pela acção rápida sobre a artéria carótida.

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2 - LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS VITAIS Como é já do entendimento comum, todo o nosso corpo está coberto de pontos sensíveis a determinado tipo de estímulos, diferenciando-se em função dos objectivos implícitos da acção imposta. No aspecto marcial, temos que a maioria dos pontos estratégicos do Tori (atendendo á sua atitude ofensiva) é localizada no plano anatómico sagital; o que faz com que normalmente as técnicas de ataque tenham o seu foco em pontos contidos neste plano, nomeadamente o nariz, boca, queixo, maçã-deadão, osso hióide, plexo, externo, boca-do-estômago, genitais, etc.. Por outro lado, as técnicas de defesa têm a sua referência nas linhas laterais, seguindo a lógica de que este tipo de técnicas servem para desviar a trajectória do ataque, fazendo com que se desvie da silhueta do Uke.

Fig.1 – Pontos Kyusho a nível Jodan Na cabeça, o nariz é o local de eleição como foco principal de um ataque, uma vez que mesmo uma pequena pressão pode provocar um incómodo considerável, interrompendo a concentração do oponente. É um dos pontos onde se pode infligir inclusive a morte.

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Fig3 – Pontos Kyusho ao nível do tronco e genitais. No tronco, apesar da maioria ter uma localização central, temos na base lateral do pescoço pontos susceptíveis de neutralizar o membro. Outros pontos são o plexo que origina falta de ar; ou a extremidade dos mamilos, levando a uma experiência bastante dolorosa por parte do adversário. Na região do baixo-ventre, mais propriamente ao nível dos testículos, um impacto neste ponto vital, poderá causar a inconsciência, podendo degenerar estas situação numa situação grave para o oponente. Ao nível da parte posterior do tronco temos a região da nuca como um dos pontos com maior risco para o adversário, deixando-o em risco de vida.

Fig.2 – Pontos Kyusho nos M.S. 12


Embora de mais difícil foco, devido ao constante movimentação dos braços, temos outros pontos situados nos M.S., que são por ex: na união do 1º e do 2º dedos no metacarpo, obrigando o adversário a perder a força nesse membro. Outro ponto é na região posterior do braço a cerca de 5cm acima do cotovelo, causando adormecimento deste. Nas costas da mão do oponente poderemos também exercer pressão com a nossa parte hiraken, levando a que ceda instantaneamente, retirando-lhe qualquer acção na mão.

Fig.4 – Pontos kyusho nos M.I. Ao nível dos M.I. temos diversos pontos, tais como: a meia-distância da face interior da coxa, ponto central situado na região anterior da coxa, na região logo abaixo da rótula e na região popliteia no seu ponto central. Tal como no metacarpo, também no metatarso entre o 1º e o 2º dedo temos um ponto vital de elevado grau sensitivo, indicado quando somos imobilizados pela retaguarda.

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3 - FUNDAMENTOS Existem inúmeras formas de combates a mãos nuas, por diferentes estilos com diversas variantes. Contudo, para além das linhas evolutivas de cada estilo, qualquer uma delas procura cultivar um aspecto em comum que é o estudo da localização dos centros nervosos e pontos de pressão. Isto porque, independentemente do estilo praticado ou da linha ou filosofia seguida, o conjunto de técnicas praticadas são estudadas sempre com o intuito da máxima eficácia. Os pontos vitais são objecto de estudo não só pela arte marcial em si, como também (e não menos) pela medicina oriental. Estes pontos estimam-se em 750, sendo frequentemente usados cerca de 70.

Fig. 5 – Distribuição dos pontos mais utilizados. Lembremo-nos de quando ouvimos relatos de pessoas que são vítimas de quedas ou pancadas aparentemente insignificantes e ficam incapacitadas permanentemente, ou morrem instantaneamente; isto porque foi atingido um ponto vital com determinada intensidade, suficiente para causar tal efeito. 14


Esta acção sobre os pontos de pressão pode, então ter uma acção terapêutica (tai chi) ou marcial. “Bater” nos pontos vitais significa a interrupção temporária ou definitiva de uma comunicação interna, levando a uma privação da função da estrutura abrangida, nomeadamente centros nervosos, os membros ou órgãos, que são irrigados através de artérias e veias, e conectados por estruturas nervosas.

3.1 - O ASPECTO TERAPÊUTICO Quando se verifica uma condição de desequilíbrio fisiológico do organismo que despoleta o equilíbrio dinâmico Yin/ Yang, torna-se necessário adoptar atitudes ou medidas correctivas a essa mesma alteração. Se tivermos conhecimento dos pontos sensíveis ou vitais que são usados nas artes marciais com o objectivo a que se destinam, com o devido treino também os poderemos usar com o intuito terapêutico ou curativo, como tentativa da reanimação ou recuperação. Para além de uma sensação de confiança em si próprio, causada pela noção de que nos podemos defender sem recurso a qualquer tipo de arma, temos a considerar alguns benefícios que nos levam ao equilíbrio entre a mente e o corpo. Estes factores são de ordem física, psico-somática e psico-social, tal como a aptidão física, flexibilidade e mobilidade, bem estar, concentração e autocontrolo, trabalho de equipa, honestidade e integridade, sociabilidade e cortesia. Em treino, e no seguimento de uma técnica que infligiu acção incapacitante, ocorre um desequilíbrio da harmonia Yin/ Yang que, pela natureza dessa dinâmica tende a corrigir-se. Esta situação quando toma um grau de 15


intensidade maior poderá carecer de intervenção extrínseca para o seu restabelecimento, originando o conceito de Kuatso.

3.1.1 - O Kuatsu Esta pode ser considerada uma arte propriamente dita, cujo objectivo é de recuperar ou reanimar alguém que tenham sofrido uma técnica de ataque num ponto vital. Esta limitação ou incapacitação sofrida pelo oponente, não poderá contudo ter sido de carácter permanente para que esta tentativa de reanimação ou recuperação possa ser exequível. Esta arte é bastante mais antiga do que o Karaté, tendo sido introduzida no Japão pelo início do séc.VI; contudo existem registos de que teve a sua origem na China uns séculos mais cedo. Todas estas técnicas assentam numa avaliação prévia do estado de consciência do indivíduo, assim como da observância das suas funções vitais, nomeadamente a reacção a estímulos verbais ou tácteis, observação do tom das mucosas, estado da dilatação pupilar e a forma como ventila, para além das características do pulso. Sendo assim, certas técnicas são efectuadas em pontos que estimulem a sua revitalização, no sentido de reverter a alteração ao equilíbrio dinâmico Yin/ Yang. Este tipo de actuação pode passar pela percussão de zonas que contêm pontos reflexos, com o intuito de estimular centros nervosos que, na sua grande maioria, se situam na coluna vertebral. Por norma, para esta execução é utilizada a base da mão, a parte shuto, a parte koshi ou a parte hittsui. Estas situações nunca devem deixar de desconsiderar a intervenção de um médico ou enfermeiro. 16


Em caso de síncope, a vítima pode ser colocada na posição de sentado com as pernas esticadas para a frente e para o lado, braços caídos e a cabeça ligeiramente inclinada para a frente. Aqui aplica-se o método da percussão da 7ª vértebra cervical (não directa) na zona da apófise espinhal, com a base da mão mantendo o punho flectido, aplicando-se este impulso de baixo para cima obliquamente ao pescoço. Esta acção exercida origina uma acção indirecta sobre a 7ª, 6ª e 5ª vértebras cervicais estimulando a dilatação da aorta, contracção do coração favorecendo o restabelecimento da pressão arterial. Uma técnica alternativa é mantendo-nos de pé, percutir moderadamente com o joelho na mesma zona e da mesma forma. No caso de traumatismos pélvicos ou testiculares, dever-se-á aplicar a técnica da percussão lombar, mais precisamente ao nível da 3ª vértebra lombar. Para isto, a vítima é posicionada de igual modo ao caso anterior em que, quem socorre (partindo da posição de pé à retaguarda) aplica percussões moderadas com a parte koshi na zona da 3ª vértebra. No caso da epistáxis (saída de sangue pelo nariz), o ponto em que devemos exercer acção é na base da nuca, massajando-a vigorosamente mantendo a cabeça inclinada para trás. Se necessário, pode segurar-se o queixo com a mão esquerda e desferir dois ou três percussões secas moderadas, na 1ª vértebra cervical facilitando o controlo da hemorragia. Com a vítima recuperada, é conveniente mantê-la algum tempo com a cabeça inclinada para trás e com um pano molhado e frio.

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3.2 - O ASPECTO MARCIAL A importância do Atemi-waza a este respeito é óbvia. Atemi-waza são técnicas de autodefesa nas quais os ataques são feitos a pontos vitais a fim de infligir dor, inconsciência ou morte. Elas são empregadas apenas como último recurso, quando alguém corre o risco de ser morto, ferido ou capturado. A aplicação de qualquer técnica sobre um qualquer ponto vital tende á sua máxima eficácia, com o contributo do cultivo das 7 máximas do Karaté que, tendo presente o seu significado e tentarmos relacionar com lógica o seu interrelacionamento, percebemos como o resultado final pode ser maximizado.

Fig. 6 – Partes do corpo a usar como “arma” sobre um ponto vital. A eficiência de uma técnica sobre determinado ponto vital depende da conjugação de vários factores. Um facto que, logo á partida, assume-se como essencial e que constitui um suporte básico para essa eficiência sobre esses pontos é a técnica da respiração, pois ela permite canalizar o Ki para determinadas zonas do corpo, maximizando a eficácia na finalização da técnica, associando o foco e o Kimé.

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Fig. 7 – Exemplo do uso de um ponto vital de grau 2. Quer anatomicamente, quer fisiologicamente, a acção de um ataque sobre estes pontos poderá provocar morte, desmaio ou paralisia temporária ou permanente, dependendo do impulso da técnica em si e do foco dessa mesma técnica em determinado ponto vital. Todo o Karateca deve cultivar o conhecimento sobre os pontos vitais, pois em circunstâncias de treino, ao nível da iniciação ou a um nível mais avançado, deve ter uma noção cada vez mais completa, das zonas ou pontos que, em treino, não deve atacar, mesmo em defesa própria que não em risco de vida; considerando

aqueles

que

pode

atacar,

infligindo

incapacidade

ou

descoordenação, privando-se de causar danos irreparáveis ou mesmo a morte. É de primordial importância que, nos pontos que se proporcionam de maior risco de incapacidade permanente ou mesmo de vida, não direccionemos ataques, salvo detenhamos já determinado grau de controlo que nos permita assegurar a integridade física do oponente quando em treino ou, que não em treino sem o risco da nossa própria vida. Isto não significa que possamos atingir despreocupadamente os pontos vitais com menor grau de sensibilidade. Isto porque algumas estruturas vitais poderão ser afectadas, mesmo através desses pontos de menor grau, em função de uma maior intensidade da técnica ou fragilidade/ sensibilidade do Uke. 19


Quando temos por objectivo suprimir a acção do oponente, por vezes é suficiente exercer pressão em certos pontos através da aplicação de técnicas. Este facto pode ocasionar dor, perda de energia, ou mesmo paralisação temporária ou permanente de qualquer membro.

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4 - CONCLUSÃO Sendo o Karaté-do uma arte marcial assume-se, logo á partida, como algo mais do que uma mera actividade desportiva. A sua prática ou o seu estudo, mais do que a entrega física com o intuito da melhoria da vertente física do praticante, implica o cultivo da mente, atitudes, das qualidades psicológicas e das virtudes, isolando-se do aspecto “comercial” que caracteriza a maioria ou a quase totalidade dos desportos como ocupação desportiva, sem aquele vínculo doutrinário e filosófico que caracteriza a prática da verdadeira “arte marcial”, com o cultivo da mente e não apenas do corpo. O seu aperfeiçoamento requer permanentemente a valorização das regras básicas do treino assim como das sete máximas na execução das técnicas, tal como dos três factores que intervêm na realização de uma técnica: Imaginação prévia, foco com direcção/ trajectória e o Kimé, com a concentração centrada num ponto no objectivo (o nosso oponente). Há então que ter presente que no Karaté-do, ou em qualquer outra arte marcial, não basta conseguirmos atingir o nosso oponente, mas sim saber onde, como e de que modo o fazer, consoante o nosso objectivo e as características do próprio adversário que temos pela frente. Este trabalho tem, portanto, a finalidade de efectuar uma abordagem geral sobre os “Kyusho” e, essencialmente deixar uma noção do que se constituem estes pontos, qual a sua localização e em que âmbitos é que se aplicam. Foi de considerar também neste trabalho as diferentes circunstâncias em podemos “exercitar” a arte, e consequentemente em que situações se deverão tomar mais ou menos precauções perante o oponente no treino ou fora dele.

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Evidentemente que o domínio ou o controlo destes pontos, é um processo de contínuo aperfeiçoamento e que não se atinge nem a médio nem a longo prazo e que, mesmo em treino podemos induzir danos permanentes no nosso companheiro de treino.

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5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - Martial Arts Presure points (E-book) - Death-Point Striking, “Erle Montaigue”, ISBN 0-87364-718-1 - CHUNG SUN-YONG(7ºDAN),-TaeKwon-do, 4ªEd., Lisboa, 1988Abr, 192pág. - NOGUEIRA e CARVALHO,-O Karaté e a Defesa Pessoal, Dinalivro, 1ªEd., Lisboa, 1997Jul, 212pág. - Rick-Clark, Luta por pontos de pressão, www.tatame.com.br - Ponto Vital-Conceito de Ioga, www.taizen-saintseiza.com - http://aikidososhindojo.blogspot.pt/2010/02/pontos-vitais.html - http://www.sobrevivendo.com.br/2011/09/pontosvitais_10.html#sthash. j4KxXfdR.dpuf AUTOR, -Título sublinhado. Edição, Local, Data, nº de páginas.

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