PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO Marcus Alexandre Prefeito
Márcio Batista Vice Prefeito e Secretário de Educação
Rodrigo Cunha Forneck Diretor-Presidente da Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil
Andréia Oliveira Diretora do departamento de comunicação
SENADO FEDERAL Jorge Viana Senador
Aníbal Diniz Senador
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE Tião Viana Governador do Estado do Acre
César Messias Vice-Governador
Francis Mary Alves de Lima Diretora-Presidente da Fundação Elias Mansour
Rio Branco, Acre 2013
A Rio Branco que vivemos nestes 100 anos
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lhar para trás com reconhecimento e gratidão e para frente com esperança. Foi assim que iniciamos 2013, quando comemoramos os 100 anos da instalação da Prefeitura Municipal de Rio Branco. Nesta publicação contaremos a história de uma cidade que leva o nome de um ícone da nossa diplomacia: Barão do Rio Branco, da capital de um Estado que fez uma revolução para ser brasileiro e que, por alguns meses, foi até um país independente. Um cantinho da Amazônia que se orgulha de seu povo e suas conquistas. Tendo o privilégio de ser prefeito exatamente quando fazemos 100 anos de Prefeitura Municipal, em conversa com o senador Jorge Viana que também foi prefeito, decidi fazer essa publicação que faz o registro desse século de história do munícipio. Para isso, foi fundamental o apoio do gabinete do senador através do trabalho do historiador Marcos Vinicius Neves. Através das fotos desse álbum revisitaremos a cidade que foi o palco principal dos acontecimentos que marcaram a formação do nosso Acre. Lugar que viveu o ciclo virtuoso da borracha, mas sofreu com seu declínio. Povoado que abrigou os revolucionários e lutou por sua independência e o reconhecimento brasileiro. Vila que conspirou desde os primórdios dos movimentos autonomistas. Cidade que comemorou a criação do Estado do Acre em 1962. Capital que sempre ocupou o centro das disputas políticas acreanas. Uma cidade que sempre recebeu de braços abertos todos que aqui chega-
ram, e foram muitos, das mais diversas regiões do Brasil e do Mundo. Aqui foram acolhidos, com carinho, nordestinos, gaúchos, paulistas, paranaenses, árabes, portugueses, japoneses, etc. A grande maioria que veio, em diferentes épocas, ficou e se multiplicou. Mas, até aqueles que não permaneceram, certamente, levaram na memória a recepção alegre e calorosa que tiveram. Rio Branco já nasceu à frente do seu tempo, globalizada como falamos hoje. Os seringais daqui abasteciam os Estados Unidos e a Europa, pois seu principal produto, a borracha, era matéria-prima valiosíssima no final do século XIX. Em contrapartida, os portugueses e árabes que chegaram nesta época comercializavam produtos e especiarias do mundo todo. As trocas comerciais e o movimento migratório miscigenaram os diversos povos e deram origem à nossa cultura e costumes. Por isso, já nascemos cosmopolitas ou cidadãos do mundo. Diante de tamanha influência regional e global, em um processo de formação único, surge a Prefeitura, com a missão de organizar, administrar, cuidar e planejar esta cidade tão peculiar. Temos um grande compromisso com as futuras gerações, por isso devemos olhar para trás e aprender com erros e acertos. Desde 1913, muitos prefeitos estiveram à frente dos destinos desta terra, história que vamos contar um a um. Agora, convido você para mergulhar neste registro secular e conhecer ainda mais a cidade que amamos e que tanto nos inspira.
Seja bem vindo a Rio Branco, capital do Acre.
Marcus Alexandre
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A Rio Branco que vivemos
A Cidade do Futuro
A
cidade de Rio Branco é o nosso cantinho no mundo. Nasci, moro e convivo com suas culturas e valores e espero que seja assim para sempre. Desde cedo, aprendi a valorizar as histórias da cidade e de nosso povo. Presenciei o tempo das cadeiras na calçada para uma boa conversa entre vizinhos, ou para receber conhecidos que há tempos não víamos. O rádio era nosso único veículo de comunicação com o mundo. Os estudos estavam restritos às escolas públicas, com exceção do Colégio N. S. das Dores e dos Institutos São José e Imaculada Conceição. Cursar uma Faculdade, só para aquelas famílias que tinham condições de mandar seus filhos para outras cidades. Mas, não é sobre essa Rio Branco, de que tanto gosto, que devo escrever aqui. É sobre a Rio Branco do futuro. Tive o privilégio de ter recebido a confiança da população de minha cidade, que me elegeu para o cargo de Prefeito por dois mandatos consecutivos (2005/2012). Tenho a honra, portanto, de ter me tornado o primeiro Prefeito reeleito da história, agora secular, do nosso Município. E pude, assim, sentir todo o peso da imensa responsabilidade que é administrar a maior cidade do Acre. Penso que nossa cidade precisa crescer e se desenvolver. Mas, sem perder suas características que são fundadas
em valores, culturas e identidades que nos são próprias. Uma cidade que priorize o respeito, a valorização e o culto às nossas histórias e de nossos antepassados; que oportunize aos que alcançaram a terceira idade, as condições necessárias para uma melhor qualidade de vida e uma longevidade saudável; que cuide de suas crianças e lhes ofereça uma educação inclusiva e de qualidade; que veja na juventude, não só a esperança de um futuro melhor, mas entenda que os jovens são os protagonistas de um novo tempo. Rio Branco detém as ferramentas de planejamento que apontam caminhos e permitem que se vislumbre os anos vindouros, com os problemas e avanços inerentes ao crescimento econômico e populacional, próprios de uma cidade de porte médio. Todos nós que amamos essa cidade, podemos e devemos ser fazedores de uma cidade sustentável, criativa, geradora de riquezas, inclusiva, onde todos tenham iguais oportunidades de acesso à educação e saúde, ao trabalho e ao lazer. Desejo, portanto, que todos nós, moradores dessa cidade, não percamos a capacidade de nos indignar diante das injustiças, nem de sonhar e construir utopias, essenciais a convivência harmoniosa e a uma cultura de paz e felicidade.
Raimundo Angelim
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A Rio Branco que vivemos
Uma cidade da Amazônia
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idade é coisa antiga... Passam de 5000 anos as notícias sobre o surgimento das primeiras. A grande maioria delas nasceu em função de atividades comerciais, em torno de mercados e do comércio de especiarias. Com a nossa Rio Branco não foi diferente. No final do século XIX o mundo descobria a borracha e estabelecia com ela uma relação de dependência para o progresso das cidades e dos negócios do mundo. O Acre era a possibilidade de produção da “acre-fina”, a melhor entre as melhores borrachas. A ocupação da região na busca desse “ouro negro” foi assustadora. Nossos rios atraíram gente do mundo inteiro, árabes, portugueses espanhóis, italianos, ingleses, e, especialmente, brasileiros do nordeste. Rio Branco nasceu assim, como entreposto comercial de uma das regiões que mais produzia borracha e mais arrecadava impostos para os governos do Amazonas, do Pará e do Brasil. O lamentável é que a riqueza era gerada aqui e os investimentos eram feitos lá, na Belle Époque amazônica, nos casarões, nas ruas, praças, cafés e teatros de Belém e de Manaus, onde ficavam as matrizes das casas de aviamento. Nossa cidade já nasceu vinculada à floresta, na beira do rio Acre, como seringal Volta da Empreza, depois Villa Rio Branco, Penápolis e, juntando o 1º com o 2º Distrito, definitivamente, Rio Branco. Nasci e me criei aqui, vendo os navios, o desembarque de mercadorias e o embarque da produção de borracha e de castanha, ali, na Mesa de Rendas, perto do Colégio Acreano e do Mercado. Era impressionante, no final de ano, o vai e vem de navios e chatas. A cidade era arrumada, as casas bem feitas com muitos chalés de madeira, cujas plantas vinham da Europa. O tempo passou, Rio Branco se desvinculou da floresta, começou a se transformar numa cidade convencional
e os problemas só aumentaram. O destino me deu o privilégio de ser prefeito de Rio Branco, entre 93 e 97, meu pai Wildy Viana, já tinha sido prefeito na década de 60. Quando assumi, nossa cidade tentava sair do que podemos chamar de tempos muito difíceis, com caos urbano, violência e precariedade nos serviços públicos. Com uma boa equipe, ousamos criar um programa de governo chamado “Vida Nova na Cidade”, priorizando educação, organizando e dando eficiência aos serviços públicos, criando parques, enfim, cuidando de Rio Branco. Assim, trouxemos de volta a autoestima para os moradores daqui. Tempos bons. Mas, apenas como governador, exatamente em decorrência do caos implantado após a nossa saída da prefeitura, pudemos fazer as mudanças urbanísticas mais significativas, que trouxeram de volta a ideia de uma cidade da floresta. Uma cidade de frente para o rio, com a recuperação de nossas memórias históricas e a incorporação do conceito de cidade sustentável, por meio de ações como a construção ou recuperação de calçadas, praças, ciclovias, grandes vias estruturantes, museus, monumentos e parques. Assim, nas duas últimas décadas, Rio Branco reencontrou seu destino, ganhou de volta o amor dos que aqui vivem e é tida como uma das mais belas e bem estruturadas cidades da Amazônia brasileira. Que bom que, junto com muitos que me ajudaram, como o ex-prefeito Raimundo Angelim e o atual Marcus Alexandre, pude dar minha contribuição nessa história, que agora celebra cem anos. Repito aqui um trecho da música que usei na minha campanha de prefeito: “Uma cidade parece pequena se comparada com um país, mais é na tua, na minha cidade, que se começa a ser feliz“.
Jorge Viana
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A Rio Branco que vivemos
Colônia agrícola fundada nas proximidades de Rio Branco, para produção de alimentos, dezembro de 1912.
Sumário
A Rio Branco que vivemos nestes 100 anos...................6 A cidade do futuro...........................................................8 Uma cidade da Amazônia............................................. 10 Introdução..................................................................... 14 De seringal a cidade - 1882/1912................................. 16 A formação do município - 1913/1945.......................... 34 A expansão da cidade - 1946/1970............................... 70 Tempos difíceis - 1971/1998....................................... 108 Novos tempos - 1999/2013........................................ 138 Mensagem do Governador......................................... 166
Introdução
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pesar da aparência, saiba: Esse não é um livro, são três. É, simultaneamente, um álbum de fotografias, um livro sobre os cem anos da prefeitura municipal de Rio Branco e um livro sobre as pessoas e personagens que construíram essa cidade às margens do rio Acre. Por isso, ele contem uma extensa galeria de fotos, a sequencia dos prefeitos nomeados ou eleitos neste cem anos e uma linha do tempo repleta de notícias e causos narrados ou inventados nos jornais, livros ou ruas da cidade em tempos diversos. Assim, não estranhem. Não é mesmo um livro, são três. * * * No álbum de fotografias veremos as paisagens de nossa memória enquanto povo. Esse ser coletivo que é cada um e, ao mesmo tempo, todos nós. Afinal, nossas memórias de meninos foram muito mais preenchidas pelas ruas, praças e quintais onde crescemos, do que pelos grandes eventos repletos de
significados e importâncias, segundo nos contam os livros de história. Portanto, esse é um álbum de recordações da cidade dos nossos avós, pais e daqueles que vieram antes deles e, por isso, nem nos vem mais à lembrança. Como que um álbum de família onde as imagens das fotografias revelam mais do que a história foi capaz de registrar. Memórias afetivas que pertencem apenas a quem lembra. Assim, como toda recordação, as fotografias aqui reunidas guardam certa imprecisão. É possível que nem sempre as identificações delas estejam cem por cento corretas. Especialmente no que diz respeito às datas. Dai porque muitas estão identificadas por décadas e não por anos, diminuindo nossa margem de erro. * * * É um livro sobre a história política do munícipio de Rio Branco. Uma história que nunca foi contada antes porque é tortuosa e fragmentária como só a história política acreana consegue ser. His-
tória difícil de ser compreendida, porque é quase inacreditável. A final, dá pra acreditar num município que em um século de história só teve oito prefeitos eleitos pela população. Enquanto todos os outros 91 prefeitosforam nomeados, de um ou de outro jeito, para governar a cidade. Isso mesmo, vocês não calcularam errado. Foram 99 prefeitos em cem anos de história! Isto é, se não nos escapou nenhum prefeito que tenha ficado um ou dos dias no cargo. O que nem é de todo impossível, enfim. Ou seja, não se pretende aqui mais do que dar o passo inicial para contar essa história, que ainda vai precisa ser escrita com maior profundidade e precisão. * * * A prefeitura municipal de Rio Branco foi instalada em 1913, mesmo ano em que terminou o Primeiro Ciclo da Borracha. Fim da época do fausto e da fortuna amazônica e inicio da cruel e longa crise da economia seringalista,
que nunca mais voltaria a ser a mesma. Ainda assim os moradores de Rio Branco encontraram meios e caminhos pra continuar fazendo dessa cidade, nossa aldeia. O lugar onde podemos ver o correr manso das aguas do rio Acre. Nas páginas a seguir percorreremos os mais de cem anos de história de Rio Branco. Uma longa sucessão de momentos de crise e de vitória. Porque assim é a existência das cidades: contraditória, sem deixar de fazer sentido. Mas, se nos permitimos olhar mais de longe, poderemos começar a ver com maior clareza o que a cidade nos quer mostrar: a direção de onde viemos e o caminho por onde haveremos de seguir. Assim se pode dizer que esse é um livro sobre essa cidade e sobre as pessoas reais, ou imaginárias, que aqui viveram ou vivem até hoje. * * * Três livros para nos olharmos no espelho da cidade e contar a história do único lugar do mundo em que podemos ser verdadeiramente felizes.
Vapor Seringueiro com capacidade de 103 toneladas. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907.
De seringal a cidade
1882-1912
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as últimas décadas do século XIX uma caudalosa correnteza humana subiu os rios amazônicos e invadiu todos os cantos da floresta. A imensa riqueza do látex abundante das seringueiras faria surgir, então, novos lugares e povos desconhecidos por todo o mundo.
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Até o inicio do século XX, os mapas mostravam os rios acreanos como se imaginava que podiam ser, porque ainda não eram conhecidos de verdade. A fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia era, então, apenas uma lenda. (Map of South America, 1890).
Antes o Acre não existia
E
sse território milenar povoado por mais de 50 diferentes etnias - falantes das línguas Aruak, Pano, Takana, Catuquina, entre outras – só começou a ser conhecido a partir de 1850, com as explorações de Manuel Urbano da Encarnação, que foi logo seguido pelo inglês William Chandless e brasileiros como Serafim Salgado, Silva Coutinho, Antônio Pereira Labre, etc. Desde o princípio exploradores perceberam que as florestas do ocidente amazônico eram muito ricas em seringueiras, castanheiras, salsaparrilha, tabaco, entre outras “drogas do sertão” e produtos diversos, que tinham alto valor no mercado internacional. A partir de 1870, o início do 1º Ciclo da Borracha tornou o látex da seringueira uma matéria-prima estratégica para a Revolução Industrial, que estava transformando a economia mundial. Com isso, todos os rios amazôni-
cos foram, repentinamente, invadidos por milhares de homens e mulheres vindos de todas as partes do Brasil e do mundo: cearenses, gaúchos, cariocas, maranhenses, paraenses, sírios, libaneses, portugueses, espanhóis, italianos, ingleses, entre outros. O que, até então, era exclusivamente território indígena logo se tornaria um resumo do mundo e foco central da cobiça internacional. A ocupação dos rios amazônicos, através da abertura de seringais, foi extremamente rápida. Já em 1878, o povoamento do rio Purus alcançava a boca do rio Aquiri (como era, na época, chamado pelos povos indígenas do rio Acre); onde João Gabriel de Carvalho e Melo, com a ajuda dos valentes índios Apurinã, abriu diversos seringais e estabeleceu uma rota de navegação que possibilitou a rápida exploração de todo o rio Acre, que logo se revelou um dos mais ricos em seringueiras de todo o vale do Purus.
Vapor Indio do Brasil, fundeado na villa Rio Branco. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
Seringueiro cortando com machadinha. Exploração da Hévea, 1913
Boca do rio Acre, confluência com o rio Purus, na época do povoamento. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
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A Fundação da Volta da Empreza
C Neutel Maia, fundador da Volta da Empreza
Flotilha de Neutel Maia e diversos barcos de negociantes ambulantes no porto de desembarque na vila. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
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onta-se que o cearense Neutel Maia veio para o Acre embarcado no vapor Apihy com mais duas famílias, os Leite e os Girão. No final de dezembro de 1882, o vapor ancorou no local do seringal Bagaço, onde desembarcou a família de Barbosa Leite. Depois do natal, prosseguindo viagem rio acima, Neutel Maia escolheu uma curva do rio, ao final de um longo estirão que era ótimo porto para embarcações, onde havia uma frondosa gameleira, para abrir seu seringal que
Casa comercial do Sr. N. Maia & Cia. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
denominou Volta da Empreza. Segundo algumas informações isso aconteceu no dia 28 de dezembro de 1882. O vapor Apihy seguiu viagem para deixar Damasceno Girão na confluência do rio Xapuri com o rio Acre. Começava assim, com a abertura destes três seringais, o povoamento do médio e do alto rio Acre. Logo, Neutel Maia percebeu que podia lucrar mais com o comércio do que com o funcionamento do seringal Volta da Empreza, que tinha muitas terras alagadiças. Por isso, já em 1884, abriu a Casa N. Maia & Cia e – além de aviar pequenos seringais e negociar com gado que era trazido da Bolívia - começou a vender terrenos para o estabelecimento de outros comerciantes. Assim, aos poucos, o que era pra ser um seringal transformou-se em povoado. O alinhamento de casas comerciais de diferentes proprietários deu origem a um logradouro público e se constituiu na primeira rua do
povoado Volta da Empreza. Uma rua formada na margem direita do rio - a partir da histórica Gameleira, seguindo o traçado do estirão - que se tornou um dos portos economicamente mais movimentados e importantes de todo vale do rio Acre.
Casa comercial N. Maia & Cia situada na primeira rua da cidade. Álbum cidade de Rio Branco
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Exercito Boliviano em exercício durante o periodo revolucionário, Porto Acre. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
do Acre para o Bolivian Syndicate leva, em 1902, à guerra de Plácido de Castro e seu exército de seringueiros contra os bolivianos. E a vitória de Plácido obriga o governo brasileiro a rever sua posição e negociar sua anexação ao Brasil.
Os combates da Volta da Empreza.
Revolução Acreana
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Piquete revolucionário comandado por Plácido de Castro (a cavalo). J. Plácido de Castro e o Estado Independente do Acre, 1930
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apidamente o Acre, pela alta qualidade de sua borracha, havia se tornado fonte de grandes fortunas, não só na região, mas também, em Belém e Manaus. Essa imensa riqueza fez com que a Bolívia passasse a reivindicar essas terras que eram suas, por força dos tratados de limites. Assim, em 02 de janeiro de 1899, autoridades bolivianas se estabelecem em Puerto Alonso (atual Porto Acre), passando a cobrar impostos e a legislar sobre as terras acreanas. Mas os brasileiros, que eram a maioria na região, não aceitaram o domínio estrangeiro e realizaram vários movimentos de resistência. Já em 1º de maio de 1899, comandados por José Carvalho, os brasileiros expulsaram os bolivianos, na Primeira Insurreição Acreana. Com a descoberta de um acordo secreto para o arrendamento do Acre para norte-americanos e ingleses, o espanhol Luiz Galvez vem ao Acre e proclama a criação do Estado Independente do Acre; mas, a expulsão de Galvez e a devolução do Acre aos bolivianos pelo governo brasileiro desencadeia a Expedição dos Poetas. A confirmação do arrendamento
O
povoado da Volta da Empreza foi palco de dois dos principais combates da Revolução. O primeiro aconteceu no dia 18 de setembro de 1902 e foi marcado pela vitória dos militares bolivianos, que emboscaram os brasileiros, em local próximo à Gameleira. O segundo combate deu-se entre os dias 05 e 15 de outubro e marcou o primeiro grande êxito do Cel. Plácido de Castro, já entrincheirado e fortificado, sobre o exército boliviano sobre o exército boliviano. Depois disso, os acreanos não foram mais derrotados até a vitória final, em 24 de janeiro de 1903.
Exército de seringueiros durante a Revolução Acreana. J. Plácido de Castro e o Estado Independente do Acre, 1930
Mapa do território do Acre, 1904, Plácido de Castro
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A Padroeira do Acre
D Seringal Forte de Veneza, margem esquerda do Rio Acre, onde Angelina enfrentou os Bolivianos. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
Mulheres Acreanas
A
pesar das dificuldades da vida nos seringais e das agruras da guerra que conflagrou o Acre na passagem do século XIX para o XX, as mulheres também estavam aqui presentes. Como atesta a lendária participação de Angelina Gonçalves, na Revolução Acreana. Logo após o primeiro combate da Volta da Empreza, os bolivianos invadiram diversas casas do povoado. Ao entrar no seringal Forte de Veneza (localizado no atual bairro Cidade Nova) os soldados bolivianos atiraram no marido de Angelina, que nada tinha a ver com o combate. Angelina tomou então a arma de um deles, atirou e atingiu o comandante boliviano que, reconhecendo a injustiça de seus soldados, mandou soltá-la. Desde então, Angelina tornou-se um dos mais destemidos soldados do exército de Plácido de Castro que, em diversas ocasiões teve dificuldade para contê -la, tamanha era sua ousadia, de modo que acabou se tornando exemplo para muitos dos soldados revolucionários que não tinham tanta coragem assim.
urante a Revolução Acreana, os brasileiros aprisionaram um quadro que retrata a Nossa Senhora da Seringueira, feito por bolivianos. Até hoje, a origem do quadro e as circunstâncias em que foi capturado estão cercadas de mistério, havendo versões contraditórias a esse respeito. O certo é que, 110 anos depois, o quadro ainda está aqui, bem guardado numa capela no Parque Capitão Ciríaco. E, como que confirmando o espirito feminino que guia essa cidade desde seus primórdios, a primeira capela aqui erguida foi dedicada à Nossa Senhora da Conceição, que, desde então, passou a ser considerada padroeira do Acre. Décadas mais tarde, a capela construída por decisão e esforço dos moradores da Villa Rio Branco, deu lugar à Igreja da Imaculada Conceição, defronte à histórica Gameleira. Quadro de Nossa Senhora da Seringueira capiturada dos bolivianos durante a revolução
Angelina Gonçalves Souza. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
Normalmente, diz-se que nos primeiros tempos acreanos havia poucas mulheres na região. Mas, nossa história está repleta da presença de mulheres com diferentes funções e posições na sociedade da borracha. Eram mulheres trabalhadoras que ajudavam seus maridos no corte da seringa, enquanto criavam filhos e cuidavam da casa e do roçado, numa labuta diária muito dura e desgastante. Profissionais liberais, que atuavam nos centros urbanos como dentistas, donas de restaurante, etc. Ou ainda, mulheres que, por circunstâncias diversas tornaram-se seringalistas e tocavam seus negócios com grande êxito. Levantamento do primeiro esteio para a construção de uma capela na Villa Rio Branco, com a assistência de autoridades e pessoas gradas da localidade. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
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Villa Rio Branco
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Barracão do Seringal Empreza, margem esquerda do rio Acre, em frente da Volta da Empreza, que serviu como hospital de sangue durante o período revolucionário. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
C
om a anexação do Acre ao Brasil através do Tratado de Petrópolis, de 17 de novembro de 1903, era preciso organizar o governo da região. Para tanto, em abril de 1904, foi criado, o Território Federal do Acre, um regime político novo forjado especialmente
Mapa dos Departamentos do Acre em 1904. Atlas do Estado do Acre, 2008
para o Acre, então dividido em três Prefeituras Departamentais. Para governar o Departamento do Alto Acre, que havia sido palco central da Revolução, foi nomeado pelo Presidente da República, o comandante da ocupação militar, Gen. Raphael da Cunha Mattos.
omo era o povoado mais populoso e importante do vale do Acre, o Volta da Empreza foi escolhido para ser a sede do governo departamental. Na verdade, Cunha Mattos preferia Xapury, por causa das alagações que afligiam o povoado situado em terras baixas e alagadiças, mas não conseguiu tirar do Departamento do Alto Acre, a primazia de ser capital. Assim, Cunha Mattos, que assumiu o governo departamental em agosto de 1904, não teve alternativa senão promover, em 7 de setembro de 1904, o povoado da Volta da Empreza à condição de Villa, com o nome de Rio Branco, numa justa homenagem ao Barão, então Ministro das Relações Exteriores, que negociou a anexação do Acre ao Brasil. Tal como os generais Siqueira de Menezes e Thaumaturgo de Azevedo, nomeados para governar os outros
Cel. Raphael da Cunha Mattos. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
dois Departamentos, Alto Purus e Alto Juruá, o Gen. Cunha Mattos ficou pouco tempo no Acre. Ainda assim, criou nossos dois primeiros municípios: Rio Branco e Xapury. No entanto, tão logo foi embora, em abril de 1905, o Prefeito Departamental seguinte anulou sua decisão, de modo que as leis de criação dos municípios, não tiveram nenhuma efetividade.
Residência do Prefeito do Alto Acre, onde funcionou a primeira sessão do júri. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
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Centro Político e Econômico
O Hotel da Villa Rio branco, da Senhora D. Maria. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
A
o ser criada, a Villa Rio Branco já era o centro urbano mais consolidado de todo Território Federal. O relatório do Gen. Cunha Mattos revela que já existiam quatro “bairros”: Bairro África, onde moravam os negros e trabalhadores em geral; Bairro Comercial, constituído pela primeira e mais importante rua, onde se concentravam as ca-
sas comerciais; Bairro Canudos, também ocupado por trabalhadores, na área baixa da volta do rio; Bairro Quinze, no outro estirão acima da volta do rio, assim chamado porque ali havia ficado o 15º Batalhão de Infantaria do Exército, durante a ocupação militar de 1903, o que havia atraído diversos comerciantes para se estabelecerem ali.
Quartel do Batalhão de Segurança do Departamento do Alto Acre, Villa Rio Branco. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
Departamento do Alto Acre era, sem dúvida, o mais importante do Território Federal. Havia sido o primeiro a ser povoado, possuía a maior produção de borracha e, como palco da Revolução Acreana, tornou-se o centro político de toda região onde estavam os mais influentes líderes políticos, entre os coronéis seringalistas. Entre os três núcleos urbanos existentes no vale do Acre: Xapury, Porto Acre e Rio Branco, era este último que concentrava o maior número de casas comerciais e de serviços (hotéis, restaurantes, dentistas, cassinos, médicos, bordéis, cinemas, etc.). Assim, era muito comum que, no período das chuvas, durante a entressafra da borracha, muitos seringueiros e seringalistas viessem para a Villa gastar seus saldos e esquecer um pouco das agruras de viver a solidão e o isolamento do interior da floresta.
Jurados na primeira sessão do Júri, Villa Rio Branco. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
Mas, além disso, a Villa Rio Branco possuía ainda um diferencial econômico muito importante. Era o lugar para onde afluía o gado trazido por Amadeo Barbosa, um português que possuía fazendas nos campos do Llano de Mojos. Esse gado vinha da Bolívia, via terrestre, atravessando florestas e rios. A famosa “carne verde” (fresca), um produto de alto valor para os seringais, onde normalmente se consumia carne enlatada, importada da Inglaterra, ou mesmo charque gaúcho, a fim de que não se roubasse tempo do corte do precioso látex, com a caça de animais na floresta. Mapa do Território do Acre, de João Alberto Maso,1917
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Prefeito Gabino Besouro acompanhado de seringalistas, 1908. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
A fundação de Penápolis
Adaptado do mapa de Rio Branco. Estudo Geográfico do Território do Acre, 1955
A
Companhia Regional em formatura na Villa Rio Branco,1909. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
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pesar da importância política e econômica da Villa Rio Branco, os sucessivos governantes do Alto Acre não desistiam de tentar mudar a sede administrativa de lugar. A fama insalubre da Vila, devida às alagações, colaborava para isso. Mas, certamente, a criação de um novo núcleo urbano poderia criar novas formas de domínio político. Com o engenheiro do exército, Cel. Gabino Besouro, empossado como Prefeito Departamental em janeiro de 1908, não foi diferente. Ele decidiu transferir a sede do governo para a outra margem do rio, no seringal Empreza, constituído por terras altas não alagáveis. Entretanto, a viúva Parente, dona do seringal, pediu pela área um valor muito alto, o que levou à desapropriação compulsória de uma parte das terras do seringal. Assim, no dia 13 de junho de 1909, Gabino Besouro fundou Penápolis, em homenagem ao então Presidente Afonso Pena. Um núcleo urbano destinado a ser a nova sede do Departamento, com traçado planejado em ruas regulares e orientadas pelos pontos cardeais, entre a margem esquerda do rio e a (atual) Avenida Ceará. Bem distinto, portanto, da Villa Rio Branco, cujo traçado era irregular e determinado pelo curso do rio e a presença de igapós.
Adaptado do mapa de Rio Branco. Estudo Geográfico do Território do Acre, 1955
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A unificação de Rio Branco
Q
uando criou Penápolis, Gabino Besouro pretendia que fosse uma nova cidade. Mas, a Villa Rio Branco já estava consolidada demais para ser ignorada. E como o Cel. Gabino, a exemplo de seus antecessores, logo foi embora do Acre, essa situação seria modificada rapidamente. Assim, menos de um ano depois, em 10 de junho de 1910, o Prefeito Departamental Leonidas Benicio de Mello “Considerando que o antigo seringal [...] ‘Empreza’, sede da prefeitura do Alto Acre, com a denominação de Pennapolis, está apenas separado da villa
Rio Branco, [...] pelo rio Acre; considerando que estes três nomes trazem a idéia de três logares distinctos, quando não passam de um mesmo povoado, [...] creando [...] confusão na [...] correspondência destinada à mesma; Decreta: A fusão dos dois povoados em um só, constituindo ambos a sede da Prefeitura do Alto Acre, com a antiga denominação de Empreza.” (FOLHA OFFICIAL – 24/06/1910). Entretanto, em 03 de outubro de 1912, uma nova mudança promovida pelo Prefeito Deocleciano Coelho de Souza alterou novamente o nome de Empreza para Rio Branco, que desde então, se tornou definitivo.
Posto de alojamento de soldados da Villa Penápolis, 1912. Fundação Oswaldo Cruz
Criação do Município
Vista parcial do 1º Distrito da cidade de Rio Branco, 1912. Fundação Oswaldo Cruz
A
ocorrência das Revoltas Autonomistas de Cruzeiro do Sul, em 1910, e de Sena Madureira, em 1912, levou o governo brasileiro a promover uma reforma administrativa no Território. Na verdade, a instabilidade política no Acre era imensa, resultado do sistema territorial que muitos afirmavam ser inconstitucional e que ainda estava sendo organizado. Para se ter uma ideia: só no Departamento do Alto Acre, no período de oito anos, entre
1904 e 1912, passaram pelo governo 15 diferentes Prefeitos Departamentais. O Decreto Federal nº 9831, de 2310-1912, criou um quarto Departamento no Alto Tarauacá, desmembrado da área do Alto Juruá, e criou cinco municípios: Cruzeiro do Sul, Seabra, Sena Madureira, Xapuri e Rio Branco. Como sede dessa última Intendência Municipal foi escolhida Rio Branco que, então, foi oficialmente elevada à condição de cidade.
Vista parcial do 2º Distrito de Rio Branco, onde se concentram os comerciantes Sírio-libaneses, 1912. Fundação Oswaldo Cruz
A Rio Branco que vivemos
32
33
A Rio Branco que vivemos
Avião Taquari após aquatizar no rio Acre e ao fundo o vapor Benjamin, década de 30. Acervo de José Chalub Leite
A formação do Município
1913-1945
H
á cem anos surgiu o principal e maior município acreano. Desde então, Intendentes Municipais passaram a administrar a cidade junto aos Prefeitos Departamentais. E, sete anos depois, Rio Branco consolidaria sua posição política ao se tornar a Capital do Território.
34
35
O Município de Rio Branco
C
ostuma causar certa confusão o fato de que, entre 1904 e 1920, o Acre era governado por Prefeitos Departamentais, que faziam o papel de governadores em cada Departamento. Por isso, quando foram criados os municípios do Território, seus gestores receberam a denominação de Intendentes Municipais. O Decreto Federal nº 9831, de 23 de outubro de 1912 criou os primeiros cinco municípios, que só foram instalados tempos depois (e em diferentes datas), após a posse dos Intendentes nomeados pelo Presidente da República. No caso de Rio Branco, o primeiro Intendente Municipal, Cel. João de Oliveira Rola, foi nomeado em 18 de dezembro de 1912, mas só tomou posse, de fato, em 15 de fevereiro de 1913. Na mesma ocasião, foram também empossados os primeiros Vogaes (o equivalente aos vereadores de hoje) nomeados para compor o Conselho Municipal que foi, na prática, o primeiro esboço de poder legislativo no Território Federal
Mapa dos Departamentos e Municípios em 1913. Atlas do Estado do Acre, 2008
do Acre. Eram eles: o Cel. Joaquim Victor da Silva e os Ten. Cel. Carlos Tristão Norberto Júnior, Juvenal Coelho, Antônio Evangelista Wanderley, Francisco Manoel d'Âvila Sobrinho, Adolpho Barboza Leite e Porfirio da Purificação Sá.
O
Cel. João de Oliveira Rola, primeiro Intendente de Rio Branco, era o que se costumava chamar de “Acreano Histórico”. Cearense de nascimento, conquistou o direito de se autodenominar acreano por ter participado
do movimento revolucionário contra os bolivianos, ao lado de seu amigo Cel. Plácido de Castro. Era dono do Seringal Benfica e, por consequência, tinha o domínio de toda a movimentação do Riozinho, cuja foz ficava em frente a sede do seringal, e que por isso acabou recebendo seu nome: Riozinho do Rola. Durante o breve tempo em que exerceu a função de Intendente Municipal, procurou estabelecer toda organização necessária para o funcionamento da municipalidade, mas as dificuldades que encontrou foram imensas. Talvez por isso, ficou no cargo menos de um ano.
João de Oliveira Rola
Joaquim Domingues Carneiro
Epaminondas Jácome
Teófilo Maia de Lima
Ramiro Afonso Guerreiro J.r
Edson Mendes de Oliveira
15.02.1913 a 07.01.1914
07.01.1914 a 11.06.1915
11.06.1915 a 11.06.1918
11.06.1918 a 01.07.1919
01.07.1919 a 18.10.1919
18.10.1919 a 09.05.1920
Intendente - 11 meses
Intendente - 1 ano e 5 meses
Intendente - 3 anos
Intendente - 1 ano
Intendente - 3 meses
Intendente - 7 meses
20/02/1913 INTENDÊNCIA - Installou-se no sabbado último,
22/01/1916 NOTICIÁRIO - Consta que a Intendência Municipal
01/09/1916 Achão-se concluido os serviços definitivos para
03/01/1920 PELA INTENDÊNCIA - Estamos autorizados pelo chefe
nesta cidade a Intendência Municipal. Compareceram a
passará a funcionar no lado da Empreza, onde se acha
transmissão de energia elétrica para 2º Districto desta
do poder executivo do Município a avizar aos nossos leitores
esse solemnissimo acto, as autoridades civis e militares,
a maior porção de vida da cidade. Além disso, com a
cidade. A torre de madeira e ferro construida á margem
e a quem interessar possa, que os que quizerem explorar o
diversas famílias e crescido número de pessoas de
mudança, o município realizará uma avultada economia
direita do rio deu os bons resultados que se esperava.
serviço de transporte de um bairro para outro, desta cidade
todas as classes sociaes.
nos alugueis do edifício em que funciona a Intêndencia. JORNAL DO ACRE - Orgam independente.
Como medida de precaução collocaram-se estaes
poderão fazel-o independente de licença, continuando,
que garantem uma perfeita segurança. A altura em
entretanto, a canôa da Intendência o fazer o serviço de
ouvindo-se diversos oradores, os quaes foram
que ficaram os fios de transmissão de uma para outra
transporte gratuitamente, como tem feito até agora.
delirantemente applaudidos. A banda de música tocou
margem, afasta qualquer receio de servir de obstaculo á
Jornal FOLHA DO ACRE - Orgão do Partido Constructor
diversos trechos do seu vasto repertorio.
passagem dos navios mesmo na enchente máxima.
Acreano.
Jornal O PIUM - Jornal Humoristico Inofensivo.
Jornal REFORMA
A todos foi servido uma taça de champagne,
36
João de Oliveira Rola. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907
37
Unificação do Território
À
exemplo da curta permanência do primeiro intendente no cargo, importante ressaltar que essa foi uma constante na maior parte da história do município de Rio Branco. Para se ter uma ideia, só neste período inicial, entre fevereiro de 1913 e janeiro de 1921, oito anos, foram 10 diferentes intendentes. Um quadro de instabilidade política e administrativa que ficaria ainda pior, posteriormente, como veremos adiante. Ou seja, a criação de municípios no Território Federal teve pouca efetividade na melhoria das condições políticas e sociais locais. E o que foi ainda pior, a situação geral do Acre, do ponto de vista econômico, acabaria se tornando alarmante, nessa mesma época, em razão do fim do 1º Ciclo da Borracha. Afinal, em 1913 as plantações racionais de seringueiras criadas pelos ingleses no Sudoeste Asiático, superaram toda produção amazônica, fazendo despencar os preços internacionais. Com isso, a
economia da borracha amazônica entrou numa crise extremamente grave e prolongada que, gradativamente, levou à falência a grande maioria dos seringais acreanos. Ao mesmo tempo, os autonomistas acreanos não aceitavam a situação de tutela politica do Território.
Depois das revoltas de Cruzeiro do Sul e Sena Madureira, foi a vez de Rio Branco passar por uma revolta autonomista, mas sem maiores consequências. Além do cenário político conturbado, o Acre passou a dar prejuízo para o governo federal com a queda
na arrecadação dos impostos sobre a borracha. Assim, o governo decidiu realizar uma nova reforma, em 1920, extinguindo as quatro prefeituras departamentais e instituindo um governo unificado para o Território, mantendo os cinco municípios.
Eduardo Freire de Carvalho J.r
Antonio Ferreira Brasil
João Donato de Oliveira
Manuel Duarte de Menezes
João Donato de Oliveira
09.05.1920 a 05.06.1920
05.06.1920 a 02.09.1920
02.09.1920 a 03.01.1921
03.01.1921 a 23.06.1922
23.06.1922 a 27.06.1922
27.06.1922 a 04.09.1922
Intendente - 1 mês
Intendente - 3 meses
Intendente - 4 meses
Intendente - 1 ano e 6 meses
Intendente - 5 dias
Intendente - 3 meses
Antonio Ferreira Brasil
15/02/1920 A ENCHENTE DE 1920 - (...) Em vários pontos de
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A sede da Prefeitura Departamental do Alto Acre, construída em Penápolis, era um grande casarão de madeira situado no mesmo local onde depois seria construído o palácio Rio Branco, 1912. Fundação Oswaldo Cruz
24/06/1920
20/01/1921
Agosto/1921
PELA INTENDENCIA - O sr. dr. Intendente
CEL. FERREIRA BRASIL - (...) Está na consciencia
Rio Branco, o rio sangrou: defronte do hotel Madrid e
Municipal, considerando que o urubu é um grande
de todos o estado lamentavel, a que o governo da União
collegas Francisco Pereira e dr. Augusto Pamplona estão
nas immediações da casa Ingleza e pharmacia Acreana.
transmissor de tuberculose, tetano e outras molestias,
condemnou os municipios do Acre, creados pelo dec. n.
escrevendo uma revista de costumes locaes, afim de ser
A municipalidade improvisou pontes sobre caixões para
que se transmittem não só aos animaes como ao
9.831, de 23 de octubro de 1912. Tendo terminado o
levada a effeito no THEATRINHO do novo "Grupo Escolar
normalizações do transito. A rua Abunã casas comerciais
homem, resolveu annular a parte do Cod. de posturas
mandato dos primeiros vogaes nomeados, foram, contra
7 de Setembro" durante as festas de centenario. Sabemos
treparam as suas mercadorias e na rua Portugal os
que protegia a esse animal e aconselhou o exterminio
a lei, nomeados outros, cujo mandato expirou, sem que
que os diversos papeis serão confiados a pessoas da nossa
moradores fizeram os mesmo com os moveis e utensílios
do mesmo, estabelecendo o premio de 500 réis por
o governo providenciasse no sentido de normalizar
alta sociedade.
de suas casas. (...) Hontem á noite, faltavam mais de 50 cm
cada cabeça, apresentada na Intendencia.
a situação, fazendo os municipios funccionarem
Jornal A CAPITAL
para a marca da excepcional allagação de 1918.
Jornal FOLHA DO ACRE
regularmente providos dos seus orgãos legislativos.
Jornal O FUTURO
Jornal FOLHA DO ACRE
REVISTA DE COSTUMES LOCAES - Os nossos
39
A
ideia da unificação do governo territorial impunha a definição de uma única cidade como capital. O governo brasileiro deu mostras de sua preferência por Sena Madureira, para essa função. Provavelmente em razão de seu posicionamento mais central, em relação às outras cidades acreanas. Assim, foram instalados em Sena uma série de órgãos que sugeriam que ela seria a capital do Território Federal do Acre,
entre eles: Sede do Correios e Telégrafos, do Tribunal de Apelação, da Coletoria de Impostos Federais, etc. Entretanto, não era possível ignorar a importância econômica e política do Vale do Acre. Afinal de contas, por ter sido o palco principal das lutas de anexação do Acre ao Brasil, reunia as principais lideranças políticas da região. Além disso, era dos seringais do rio Acre a maior parte da borracha produzida no Território, e o
Chatas e navios navegando no Rio Acre, anos 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Ramiro Afonso Guerreiro J.r
José Augusto Maria Filho
Antonio Ferreira Brasil
Adolpho Barbosa Leite
04.09.1922 a 03.02.1923
03.02.1923 a 17.02.1923
17.02.1923 a 20.03.1924
20.03.1924 a 22.03.1924
22.03.1924 a 22.03.1926
19.05.1926 a 21.06.1926
Intendente - 5 meses
Intendente - 14 dias
Intendente - 1 ano
Intendente - 2 dias
Intendente - 2 anos
Intendente - 1 mês
22/06/1922 GOVERNO DO TERRITORIO - No dia 24 deve deixar
25/11/1923 Intendencia Municipal de Rio Branco -
o cargo de governador do Territorio, o sr. dr. Epaminondas
Administração do Exmo. Sr. Coronel Antonio Ferreira
Jacome, que resolveu, de Manáos, onde se acha de
Brasil. RESOLUÇÃO N. 35 - Art. 1º - Fica denominada
passagem, entrar em goso de licença. Na falta dos vice-
ARTHUR BERNARDES a antiga PRAÇA MUNICIPAL, no 2º
governadores, assumirá o governo o Intendente desta
Districto desta cidade. RESOLUÇÃO N. 36 - Art. 1º - Dar
capital.
nova denominação de rua JOÃO LUIZ ALVES, á actual rua
Jornal FOLHA DO ACRE
ABUNÃ, no 2º Districto desta cidade. Jorrnal CORREIO DO ACRE
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Reforma de 1920. Assim, Rio Branco passou a ter mais investimentos governamentais em relação aos outros povoados, cidades ou municípios acreanos. Por outro lado, como capital do Território e sede do município, a cidade sempre esteve sujeita à ação simultânea do governo e da Intendência. Uma situação que muitas vezes foi favorável, mas também deu origem a inúmeros conflitos políticos.
Quartel da Polícia Militar, anos 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Antonio Ferreira Brasil
Adolpho Barbosa Leite
comércio do gado trazido da Bolívia para Rio Branco se constituía uma estratégica fonte de recursos, ainda mais importante com a crise da economia da borracha, que impôs a diminuição da importação de produtos europeus e norte-americanos para abastecer os seringais. Na hora da decisão, por conseguinte, a balança pesou para o lado de Rio Branco, que foi consagrada como a primeira capital do Território Federal do Acre, pela
01/03/1925 CARNAVAL - A nata elegante e "chic", durante
07/02/1926 "Quero Cazá" - Essa interessante revista, cheia de
a quadra da folia, foi levantada pela "SOCIEDADE
verve e hilariante, será brevemente levada a scena, nesta
TENTAMEN", em sua séde propria á rua Placido de
capital, no " Eden Cinema" por um grupo de amadores
Castro, que apresentava bizarra decoração. Essa novel
paraenses. A troupe encarregada da representação do
associação constituida por elementos de nossa alta
"Quero cazá", apresenta se para bem servir o público, com
sociedade, levou a effeito duas "soirées" a fantasia e
grande variedade de canções, cançonetas, chôros, samba
uma "matinée" infantil.
e catteretês.
Jornal OFFICIAL
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A Transformação Urbana de Hugo Carneiro
Vista panorâmica do centro de Rio Branco. Á direita o Palácio em madeira e à esquerda o grupo escolar 7 de Setembro, Década de 20. Revista 104 anos de Rio Branco, 1986
C
om o passar do tempo, consolidase, na capital acreana, a divisão entre os dois lados do rio. Na margem direita (o lado mais antigo), da Villa Rio Branco, o lado comercial, onde se concentram os negócios e a movimentação social da cidade, que passou a ser denominado 2º Distrito. Na margem esquerda, Penápolis, o lado oficial, onde moravam o governador e o bispo, que logo passou a ser chamado de 1º Distrito.
Em outras palavras, uma cidade dividida entre o lado oficial e o lado comercial, unidos pelas catraias, que transportavam os moradores de um lado ao outro. Mas, apesar das diferenças funcionais, havia muitas semelhanças entre as casas e construções, de ambos os lados.
Governador Hugo Carneiro em frente à sede do Governo, década de 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Alvaro Arnoso de Mello Leitão
Flávio Flaviano Baptista
21.06.1926 a 28.07.1926
28.07.1926 a 01.07.1927
Intendente - 1 mês
Time do Atlético Acreano, 1926. Jornal O Rio Branco.
25/03/1926 A INUNDAÇÃO - O Acre, que ha muitos dias vinha
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O sr. João Macedo, O dr. Paula Ribeiro, a modista
Intendente - 1 ano
17/10/1926 "O ALFINETE" - A imprensa local vem de ser
E
m 1927, foi nomeado governador do Acre o paraense Hugo Carneiro, advogado que havia trabalhado em Seabra, onde foi Juiz. Em seu governo, Carneiro transformou a paisagem de Rio Branco.
10/07/1927 O NOVO INTENDENTE DE RIO BRANCO - Foi
enchendo vertiginosamente, transbordou afinal nos dias
d. Lalá Lagos e a viuva do coronel João Donato de
enriquecida com "O ALFINETE", orgam litterario,
nomeado para o cargo de Intendente deste municipio,
16 a 20 submergindo todo o bairro Empreza, causando
Oliveira tiveram suas habitações invadidas pelas águas
humoristico e noticioso, aparecido a 12 do corrente.
por acto de 1 do corrente, o sr. dr. Marcilio Fernandes
incalculaveis prejuizos materiaes e de vida, quer na cidade
enfurecidas. O predio da casa N. Maia e Comp., onde
Bem coradinho e enfeitado com producções de gentis
Basto, laborioso e competente advogado, residente entre
quer no seio da população ribeirinha. Esta enchente
funcciona o Banco do Acre, edificado na parte mais alta
collaboradores, conduzido pelo Tenente Salustiano
nós desde 1919, tendo exercido até 1921 o cargo de
ultrapassou a do ano passado, deixando no bairro
do todo o bairro, também foi alcançado pelas águas que
Baptista, director; e Bom Américo, gerente; três
Juiz Municipal e posteriormente o cargo de Secretario
Empreza, fora d'água apenas uma restinga de terra entre
tomaram totalmente a rua Portugal attingindo altura
legitimos representantes da mocidade riobranquense,
Geral do Governo do territorio. O Banco do Acre, este
a Praça Arthur Bernardes e o Pavilhão Rio Branco, a parte
superior a 6 palmos, sendo as casas abandonadas pelos
"O ALFINETE" vem preencher uma lacuna e preparar
estabelecimento de credito que ahi está victorioso, da
mais alta do trecho que medeia entre a Pensão Portugueza
respectivos moradores.
jornalistas (...).
exclusiva idealisação do nosso novo Intendente (...).
e a esquina do antigo hotel Cicarelli.
Jornal FOLHA DO ACRE
Jornal FOLHA DO ACRE
Jornal FOLHA DO ACRE
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Vista externa do Mercado Municipal em construção, década de 30 . Relatório de Governo de Hugo Carneiro
Vista do interior do Mercado Municipal, no período de sua construção, década de 30. Relatório de Governo de Hugo Carneiro
Mercado Municipal de Rio Branco. É dividido em doze amplos compartimentos, com água encanada. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930
Marcilio Fernandes Basto
01.07.1927 a 26.12.1927 Intendente - 5 meses
24/07/1927 EDEN CINEMA - Graças ao bom gosto do seu co-
18/09/1927 Radiotelegramas - O sr.Coronel Neutel Maia fez á
proprietario Sr. Avelino Esteves, ha pouco chegado do
intendencia municipal doação de um terreno da largura
passeio feito á Hespanha, o Eden Cinema hontem reabbriu
de 1o metros, entre as ruas portugal e 6 de Agosto para a
o seu salão ao público, completamente remodelado
construção de uma outra rua que as ligue diretamente.
conseguindo, por isso, uma assistencia selecta numerosa.
Jornal FOLHA DO ACRE
Agora o Eden está parecendo um cinema de cidade. Parabens aos Srs. Moleiro e Esteves. Jornal FOLHA DO ACRE
44
R
io Branco era uma cidade de madeira. As casas eram construídas com esse material e muitas delas parede com parede, especialmente no 2º Distrito, de modo que um incêndio poderia destruir a cidade.
População na inauguração do Mercado Municipal de Rio Branco, no 2º ano de administração do governador Hugo Carneiro, 15 de junho de 1929. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930
Almoço no interior do Mercado Municipal, por ocasião de sua inauguração. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930
H
avia no Acre a crença de que era impossível construir com alvenaria, porque o solo argiloso, sem pedras, não suportaria o peso dos prédios. Além disso, a madeira era abundante e
Inauguração do Mercado Municipal. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930
mais barata. Mas Hugo Carneiro pôs-se a construir um grande prédio de alvenaria, bem na beira do rio: o Mercado Municipal. E o sucesso dessa construção o fez ousar ainda mais.
16/10/1927 CORONEL JOÃO CANCIO - A 20 do corrente o
Territorio em 1926 e 1927, sempre com applausos
acatado acreano sr. Coronel João Cancio Fernandes,
geraes. Nasceu o Coronel João Cancio Fernandes aos 20
vence mais um anno de existencia, toda dedicada ao
de outubro de 1876, na fazenda João Gomes municipio
trabalho dignificante nesta região aonde chegou como
de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte. Contando
hospede em 1897. Ao sr. João Cancio Fernandes,
apenas 18 annos de idade veio para o Amazonas,
ha pouco, com muita justiça, promovido de 2º a 1º
fixando-se definitivamente em o seringal Natal, no
vice-governador, deve o Acre inestimaveis serviços,
rio Yaco, em 1897. Hoje, aqui no Acre, s. s. tem sob a
quer politicos, quer financeiros; pois s. s. tem por mais
direcção e gerencia de sua firma individual, diversos
de uma vez exercido cargos importantes como o de
seringaes no Yaco, no Riosinho e no Acre.
Prefeito do Alto Purus, em 1920, e de governador do
Jornal FOLHA DO ACRE
45
D
urante os três anos do governo Hugo Carneiro, Rio Branco teve três diferentes Intendentes, evidenciando que a instabilidade municipal se mantinha constante. Ademais, as verbas municipais eram sempre insuficientes para ações de grande vulto. Mas, enquanto o 1º Distrito, o lado oficial, recebia as obras do governo territorial, a cidade não deixava de pulsar intensamente no 2º Distrito. A rua Seis de Agosto, por exemplo, já era a mais populosa da cidade. Ali se encontravam a sede da União Operária, a escola Barbosa Lima, a escola noturna Sete de Setembro, casas de jogos, restaurantes, escritórios diversos, consultórios médicos e dentários, casas aviadoras, cartório, atelier fotográfico, a marchantaria de Honório Alves, até mesmo o intendente municipal morava ali. A praça Municipal, agora chamada Artur Bernardes, ainda recebia boa parte da programação social, com retretas da banda militar em seu coreto, aos domingos. Mas, já tinha um rival na praça Tavares de Lyra, em frente ao palácio do governo. A fim de contentar a todos, os eventos mais importantes, as festas cívicas, por exemplo, começavam nas ruas do 2º Distrito e terminavam no 1º Distrito.
Inauguração do hospital Augusto Monteiro, 1928. década de 20. Dept° de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Inauguração do hospital para tuberculosos, 07/09/1929. Deptº de Pat. Hist. e Cult. - FEM
Acampamento de escoteiros na colônia Cunha Vasconcelos, 1929. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Stadium Rio Branco, 1929. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
A
inauguração do Mercado Municipal ocorreu no dia 15 de junho de 1929, no 2º aniversário da gestão de Hugo Carneiro, que iniciou também a construção do quartel da Policia Militar. Além disso, Carneiro trouxe para o Acre a primeira agência do Banco do Brasil, cuja sede ficava na rua Epaminondas Jácome. No outro extremo da cidade, que terminava na Avenida Ceará, construiu o Cacimbão da Capoeira e o Stadium do Rio Branco. Também inaugurou a primeira Maternidade e fundou o Instituto Histórico e Geográfico Acreano.
Vista da praça Eurico Dutra, 1930. década de 20. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Virgiliio Esteves de Lima
26.12.1927 a 20.04.1928 Intendente - 4 meses
07/11/1927 QUEIXAS DO POVO - Os moradores da 6 de Agosto
Praça Municipal, 2º Distrito de Rio Branco, década de 20. Dept° de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
20/11/1927 No Palacio do Governo - S.exmo. O Sr. governador
queixam se que aquela via publica está na posse de
mandou pelo seu ajudante de ordens apresentar
uma manada de gado vaccum, que alli pasta noite e dia,
congratulações pela data de 17 de novembro os seguintes
ameaçando crianças e adultos.
senhores: Coronel João de Oliveira Rôla e Capitões Clynio
Jornal FOLHA DO ACRE
Brandão, Manoel Bruno de Cerqueira e Cyriaco Joaquim de oliveira, veteranos da revolução de 1902. Jornal FOLHA DO ACRE
Vista da praça municipal no 2º distrito, década de 20. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
03/05/1928 SPORTS & ARTES FOGO DE BENGALA - Já
Vista do início da rua 6 de agosto a partir da praça municipal, 1930. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
03/06/1928 REQUERIMENTOS DESPACHADOS - Dia 4 de Março.
se encontram bastante adeantadas os ensaios da
Nº 381 - Joaquim Fialho Marinho, requerendo matricula
espectaculosa féeire "FOGO DE BENGALA", arranjo de
para exercer a profissão de vendedor d`água, nesta cidade,
Juca Mulato, com saltitante partitura dos mais insignes
no corrente exercício.- Submetta se a inspecção de saúde.
musicistas patricios. "FOGO DE BENGALA"que é uma peça
Concedo a matricula.
fadada e exito seguro,A scenografia é simples, porém, de
Jornal FOLHA DO ACRE
grande effeito, pelo seu colorido e combinação de côres. Os figurinos estão sendo desenhados especialmente pelo jovem academico Ruy Barreto.
46
Jornal FOLHA DO ACRE
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Quartel da Polícia Militar, década de 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Inauguração do prédio do Banco do Brasil, década de 20. Relatório de Governo de Hugo Carneiro
Alnos das escolas territoriais durante festejos da independência, década de 20. Relatório de Governo de Hugo Carneiro
M
Projeto Original do Palácio Rio Branco, em estilo eclético, década de 20. Relatório de Governo de Hugo Carneiro
Lançamento da pedra fundamental do novo Palácio do Governo, 15 de junho de 1929. Relatório de Governo de Hugo Carneiro
Solenidade de inauguração das colunas do Palácio Rio Branco, década de 20. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Solenidade de inauguração da parte térrea do Palácio Rio Branco, década de 20. Dept° de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Trabalhadores preenchendo a lage do Palácio Rio Branco, década de 20. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Fase de construção avançada do Palácio Rio Branco. década de 20. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
as a grande ousadia de Carneiro foi a construção do novo Palácio Rio Branco, mesmo sem ter conseguido concluir a obra antes do fim de seu governo. O Palácio, desde então, tornou-se parte da paisagem da cidade, e marca definitiva da passagem de Hugo Carneiro pelo governo do Acre. Alberto José Martin
20.04.1928 a 01.11.1930 Central Elétrica, década de 20. Relatório de Governo de Hugo Carneiro
Intendente - 2 anos e 7 meses
07/06/1928 "FILHOS DE THALMA" - Está de parabens a capital do
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13/01/1929 O EDEN-CINEMA-THEATRO PASSA A NOVA
23/11/1930 DÍVIDA NACIONAL - Seguindo a vitoriosa corrente
31/11/1930 O INTERVENTOR DO ACRE - Está confirmada a
Acre, com a construção de uma companhia de amadores
DIREÇÃO. Estão de parabens os afans da maravilhosa
de opinião que se está formando em todo o país, o
alviçareira notícia de haver sido nomeado para o cargo
locaes - "FILHOS DE THALMA", creação do applaudido
arte muda. Desde de ante-hontem o EDEN-CINEMA-
exmo. Sr. Des. Sousa Ramos, D. D. Governador do
de Interventor deste Território o distinto advogado
theatrologo dr. Grijalva Antony. Aquelle novel conjuncto
THEATRO passou á direção de Boulivar M. Leite, o activo
Território, abriu uma patriótica subscrição popular
Dr. Francisco de Paula Assis Vasconcelos, grande
de senhorinhas e rapazes de escol social riobranquense
e diligente propagandista de nossa praça, que arrendou-
para o nobre fim de angariar donativos destinados ao
proprietário de seringais nesta região, onde tem
venceu logo na primeira representação, pela excellencia
se da Empreza Moleiro & Esteves a elegante casa de
pagamento da dívida nacional.
residência efetiva desde 1913.
do elenco e escolha do repertorio, resolveu, numa idéa só
espectaculos, propondo-se a fazer verdadeira Revolução
Jornal O ACRE - Orgão Official.
merecedora de applausos, sob a directriz do dr. Grijalva
Theatral em nosso meio.
revolucionário General Juarez Távora(...)
Antony, fundir-se em Companhia.
Jornal FOLHA DO ACRE
Jornal O ACRE - Orgão Official
Jornal FOLHA DO ACRE
Nomeação feita sob indicação do invicto
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ALalagação do Rio Acre, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
P
or ser Território Federal, o Acre estava completamente submetido às mudanças da política nacional. Entretanto, no caso da Revolução de 30, as mudanças foram drásticas em todo o país. Desde a Reforma Constitucional de 1926, os estados vinham perdendo força diante do governo federal. Com o golpe de 30, os governadores foram substituídos por interventores. Desse modo, neste período diminuiu a diferença entre o Acre e os outros estados da federação, infelizmente, pelo caminho inverso do que seria desejável. Ao invés de o Acre se democratizar, foi o restante do país que entrou num regime de exceção.
Alagação na rua Cunha Matos, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Curiosamente, este foi um dos períodos de maior estabilidade do governo territorial, uma vez que o Interventor Francisco de Paula Assis Vasconcelos acabaria ficando no cargo durante quatro anos, o que era uma raridade no Território do Acre. Em contrapartida, os conselhos municipais foram dissolvidos, tal como no resto do país, e Rio Branco voltou à situação de instabilidade política e administrativa uma vez que, em seis anos, teve sete diferentes prefeitos (como passaram a ser chamados a partir de então).
Hélio Abreu
Amaro Theodoro Damasceno J.r
01.11.1930 a 16.09.1931 Prefeito - 10 meses
15/02/1931 SOCIEDADE RECREATIVA TENTAMEN QUADRA
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Rua Primeiro de Maio, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
16.09.1931 a 13.06.1932 Vista parcial do Segundo Distrito de Rio Branco durante a alagação. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
01/03/ 1931 ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA ACREANA SEU TERCEIRO
Prefeito - 9 meses
17/09/1931 O NOVO PREFEITO DE RIO BRANCO - Tomou
Alagação no 2º distrito, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
05/06/1932 TEATRO RECREIO - Por iniciativa da Diretoria
CARNAVALESCA DE 1931 - Iniciou-se, hontem á noite,
ANNIVERSARIO - O sympathico e valoroso gremio
posse, ontem, 16 de setembro de 1931, no edifício
de Instrução pública, auxiliada eficientemente pelas
a ultima quadra carnavalesca do corrente anno, na
rubro azul commemora, hoje, a passagem do terceiro
da Prefeitura Municipal, do alto cargo de Prefeito
professoras dos Grupos Escolares, realizou-se na noite
TENTAMEN, que teve seus elegantes salões plenos de
anniversario de sua fundação, constituindo essa
do Município de Rio Branco, o Dr. Amaro Theodoro
de 29 de maio p. passado, no TEATRO-RECREIO, um
vida e esfusiante animação, em homenagem a Momo, o
ephemeride, para os esforçados e incansáveis "pipiras"
Damasceno Júnior, nomeado pôr portaria datada de
Festival Infantil com o concurso dos respectivos alunos,
impenitente rei da folia. "Tristezas não pagam dividas,
um grato acontecimento social. (...) Hoje, assignalando sua
15 do corrente, em substituição ao Dr. Hélio Abreu
em benefício da “Caixa” dos dois estabelecimentos,
nem botam ninguem para deante" - é o velho e tradicional
data anniversaria, a Ässociação", promove um encontro
que ocupara o cargo de Secretário Geral do Governo. O
destinada a proporcionar determinados auxilios às
lemma dos veteranos "TENTAMISTAS", que vão encarando
amistoso, de fot-ball, com o valoroso quadro da "Atlética
novo Prefeito da capital não fez nenhuma modificação
creanças pobres neles matriculadas.
as coisas e a crise com um communicativo riso folgazão.
Militar", campeã de 1930, ás 16 horas, no desta ultima.
no quadro dos funcionários municipais.
Jornal O ACRE - Órgão Official
Jornal FOLHA DO ACRE
Jornal FOLHA DO ACRE
Jornal O ACRE - Órgão Official
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Carnaval na Tentamem, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Regata comemorativa do Rio Acre, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
A
década de 30 foi marcada pela grave crise econômica mundial. A Europa ainda tentava se recuperar da 1º Guerra Mundial. O “Crash” da Bolsa de Nova York, de 24 de outubro de 1929, empobrecera os Estados Unidos. No Brasil, a falência da cafeicultura e a crise da República Velha haviam se estabelecido, como comprovou a Revolução de 30. No Acre, a longa crise da borracha já havia se estabelecido definitivamente, deixando poucas perspectivas de mudanças positivas, em curto prazo. Ainda assim, os moradores da capital tentavam manter a normalidade da vida, em meio a animados bailes de carnaval na Tentamen e no Rio Branco, acirradas disputas de futebol, corridas de cavalo e jogos de vôlei, no Stadium Rio Branco.
Desfile da Força Policial do território do Acre na rua 17 de Novembro, 05/09/1936. Museu da Borracha
Brincantes do bloco Embaixadores do Condor, carnaval na Sociedade Recreativa Tentamen,1937. Memorial dos Autonomistas
O Bloco Dragões do Momo. Década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Hélio Abreu
18/08/1932 NOSSO ANIVERSARIO - O ACRE completa hoje o seu
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Volei no Stadium do R.B.F.C década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Nathalino da Silveira Brito
13.06.1932 a 02.05.1933 Prefeito - 11 meses
M
esmo durante os piores anos da crise da borracha os sírios e libaneses “acreanos” conseguiram manter certa prosperidade. Suas presenças no comércio do 2º Distrito eram tão fortes, ao ponto de se dizer que ali não era Brasil, mas Beirute e que, por isso, era necessário passaporte para atravessar o rio Acre. Ao mesmo tempo, para além da avenida Ceará, nas terras do antigo Seringal Empreza, agora arrendadas para diversos produtores rurais, próximo ao Igarapé Fundo, o maranhense Raimundo Irineu Serra começava a formar sua comunidade e a consolidar uma doutrina espiritual baseada no uso do Daime.
02.05.1933 a 01.03.1935 Solenidade de funcionamento do Ginasio Acreano 1934 . Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
20/07/ 1933 O ATO SOLENE DA FUNDAÇÃO DO “GINÁSIO
Prefeito - 1 ano e 10 meses
10/12/1933 O TERCEIRO ANIVERSÁRIO DO GOVERNO ASSIS
Mestre Irineu Serra e seus discípulos década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
27/05/1934 EDITAL Nº 10 - De ordem do Exm. Sr. Prefeito,
3º ano de publicidade. Jornal de carater puramente oficial,
ACREANO”. Solenemente, abrilhantado com a presença
VASCONCELOS - Construção do belo e sólido edifício
faço saber a quem interessar possa, que pela fiscalização
sem envolver-se em polemicas de qualquer naturesa,
numerosa de autoridades, famílias e cavalheiros da
da Penitenciária erguido ali na praça Rodrigues Alves, e
municipal foi multado o senhor Muchim Duck, sirio,
alheio ás paixões malsãs inspiradas pela politicalha, que
nossa elite social, teve logar no dia 17 do corrente, as
este outro prédio destinado à localização na antiga Vila
comerciante, estabelecido á rua "6 de agosto", no segundo
envenena as almas, simples repositorio dos atos oficiais
16 horas, a cerimônia oficial da fundação do Ginásio
Militar, da Usina Elétrica (...)
distrito desta cidade, por ter sido encontrado, no dia 20
dos governos, federal, territorial e municipais, figurando,
Acreano, estabelecimento destinado a ministrar as
Jornal O ACRE - Órgão Official
do corrente mês, fazendo venda de bebidas alcoolicas
na imprensa indigena, como um catalago imparcial, onde
disciplinas do curso secundário á juventude deste
inferiores, a retalho, em seu referido estabelecimento, sem
ficará registrada, para conhecimento do presente e do
recanto do Brasil.
achar-se munido da necessaria licença desta prefeitura.
futuro, a história administrativa do Acre.
Jornal O ACRE - Órgão Official
Jornal O ACRE - Órgão Official
Jornal O ACRE - Órgão Official
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Praça Eurico Dutra e fachada do Palácio Rio Branco, década de 30. C.D.I.H.
Terraplanagem para a construção da Praça Eurico Dutra, década de 30. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
continuou governado por interventores e os prefeitos sendo nomeados por estes. O único avanço real constituiu-se no fato de que os acreanos passaram a eleger dois deputados federais, para representá-los no Congresso Nacional. Por outro lado, a abertura política e o fortalecimento do governo federal consolidaram no Acre um forte assistencialismo que, por vezes, chegou a assumir caráter quase messiânico.
A
Revolução de 30 havia trazido a esperança de mudanças no sistema territorial. Voltavam a fermentar, então, anseios autonomistas. Entretanto, a Constituição de 1934 acabou não trazendo mudanças significativas. O Acre
Antigo Presídio de Rio Branco, década de 30. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho
N
o início de 35 foi nomeado o Interventor Martiniano Prado, irmão de Newton Prado, um dos tenentes da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, de 1922. Por isso, Martiniano tinha certo prestígio junto ao governo federal. Assim, pode se dar ao luxo de governar, à parte dos partidos políticos que haviam se organizado para as eleições de deputados federais. Concluiu a construção da Penitenciária “Ministro Vicente Rao” e fez a ampliação da rede de iluminação pública de Rio Branco, entre outras obras. Apesar de ficar apenas 2 anos no governo, tornou-se um Interventor popular, ou, talvez seja mais apropriado dizer, folclórico.
Nilo Bezerra de Oliveira
José de Matos Barros
01.03.1935 a 15.04.1935
15.04.1935 a 11.12.1935
Prefeito - 1 mês e 15 dias
10/03/1935 ATOS OFICIAIS - PORTARIAS: 1º de março.
Dia da bandeira, cerimônia em frente o palácio Rio Branco, 19/11/ 1934. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
31/03/1935 REQUERIMENTOS - Mês de Março.
Prefeito - 8 meses
21/04/1935 O NOVO PREFEITO MUNICIPAL - Na tarde de 15
Construção da penitenciária, década de 30. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
25/08/1935 PENITENCIÁRIA “MINISTRO VICENTE RÁO”
Exonerando: do cargo de Prefeito do Município de Rio
N. 129. Angelina Fecury. Requerendo Cancelamento da
do corrente, perante numerosa assistência, assumiu as
Será inaugurada no dia 29 do corrente às 12 horas, a
Branco, o cidadão Nathalino da Silveira Brito.
taxa sanitaria lançada sobre sua casa á rua 1º de maio,
funções de prefeito deste Município o Sr. Dr. José de
Penitenciária modelo “Ministro Vicente Ráo”, construída
desta cidade. Á 1º secção.
Matos Barros, recém chegado de São Paulo como membro
nesta capital pelo Governo do Território (...)
da comitiva de S. Ex. o Sr. Dr. Manoel Martiniano Prado,
Jornal O ACRE - Órgão Official
Nomeando: o pharmaceutico Nilo Bezerra de Oliveira, prefeito do Município de Rio Branco. Jornal O ACRE - Órgão Official
N. 143. Joaquim Alves Pinto. Requerendo redução do imposto predial de sua casa á rua 1º de maio, desta
Interventor Federal. Empossado no cargo de governador
cidade, para base de 1.200$. Á 1º secção.
do Município, compremetendo-se a corresponder a
Jornal O ACRE - Órgão Official
confiança do Exmo. Sr. Interventor, trabalhando pelo progresso da comuna sem liames políticos partidários.
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Jornal O ACRE - Órgão Official
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Avião aquatizando no Rio Acre, década de 30. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Decolagem de um avião com referências de série PP – CAO, década de 30. José Chalub Leite
M
artiniano Prado passou à posteridade por sua decisão de trazer a aviação para o Acre. Para tanto, no memorável dia 1º de maio de 1935, o interventor convocou toda população para frente do Palácio Rio Branco, onde anunciou a construção de um campo de aviação, em regime de mutirão. Em seguida, fez o sorteio de lotes de 20 X 20 metros entre as famílias, para que cada uma fizesse o destocamento e a terraplenagem de seu lote. O jornal O Acre, na coluna "O NOSSO PRIMEIRO CAMPO DE AVIAÇÃO" divulgava semanalmente o andamento dos trabalhos nos lotes, aclamando os que estavam adiantados e denunciando os que haviam abandonado o trabalho.
Taquary - Primeiro Avião que chegou no Acre, 1936. José Chalub Leite
A Chegada do avião Taquary no Bairro do XV, 05 de maio de 1936. José Chalub Leite
Virgilio Esteves de Lima
11.12.1935 a 15.06.1936 Avião Taquary PP-CAP década de 30. José Chalub Leite
pesar das ironias e brincadeiras que a ação do interventor causou entre a população, havia de fato interesse da Syndicato Condor S/A, empresa aérea de origem alemã, em estabelecer uma linha aérea para o Acre. Na verdade, estava em curso uma disputa entre a Condor e a Panair, de origem norte-americana, pelo domínio do espaço aéreo brasileiro. Tratava-se já das disputas políticas e econômicas que antecederam o início da 2º Guerra Mundial. Assim, um ano depois da iniciativa do Interventor, chegava ao Acre o hidroavião Taquary, que pousou no estirão do Bagé (onde hoje se encontra o Bairro Taquari), para delírio da multidão.
Avião “aquatizado“ no segundo distrito, década de 30. José Chalub Leite
Pouco depois, Martiniano, já apelidado de "O Bandeirante do Ar", envia João Donato Filho para o Rio de Janeiro, a fim de que se formasse como piloto.
Prefeito - 6 meses
10/05/1936 É REALIDADE A LINHA AÉREA CORUMBÁ - ACRE
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Para esse estraordinario acontecimento contribuiu
10/05/1936 mixto de admiração e enthusiasmo, quando, cortando
O movimento da cidade era indescriptivel; verdadeiro
Até que afinal tornou-se uma explendida realidade a
decisivamente a energia moça e forte do Exmo. Sr. Dr.
os ares virgens do céo acreano, evoluia sobre a cidade o
borborinho de uma multidão em azáfama, dominava o
aspiração dos habitantes deste Territorio, que sempre
Manoel Martiniano Prado, preclaro Interventor Federal, que,
hydro-avião "TAQUARY" da Syndicato Condor, que, em
ambiente. Não exaggeremos affirmando que cerca de
ardentemente almejaram a sua ligação aérea com os grandes
com a sua proverbial operosidade administrativa, trabalhou
viagem de exploração e estudos para estabelecimento da
duas mil pessoas enchiam as ruas da nossa metropole
centros civilizados do paiz. Após varios dias de espera, em
intensamente junto às altas auctoridades da Republica e das
navegação aérea neste Território, chegava a esta Capital.
demandando ao local escolhido para a aquatisagem do
que por successivas vezes foi transferido por motivos varios,
companhias de navegação aèrea, para a concretização desse
Momentos antes, ás 10 e 30 minutos, hora local,
eis em fim realizado o vôo victoroso do hidro-avião "Taquary"
anceio acreano.
apparelho. Ás 13 horas, mais ou menos, descortinava-se no
a sereia da "Usina Central Electrica" e o espoucar de
horizonte o "TAQUARY" rumando em direcção á cidade e
da Syndicato Condor, enchendo de legitimo enthusiasmo a
A CHEGADA
foguetões, annunciavam a alviçareira nova da decollagem
depois ao estirão do "Bagé", onde airosamente aquatisou e
população desta capital e inscrevendo na historia do Acre o
Terça-feira ultima, 5 do corrente, a população
do "TAQUARY" em Porto Velho, com destino ás paragens
veio deslisando até o porto do Aprendizado Agricola.
acreanas.
Jornal O ACRE - Órgão Official
nome dos seus arrojados e competentes conductores.
riobranquense viveu instantes de um sentimento novo,
57
E
m razão do Decreto-lei federal n.º 968 de 21 de dezembro de 1938 foram criados dois novos municípios no Acre: Feijó e Brasília (atual Brasiléia), desmembrados de Tarauacá e Xapuri, respectivamente. Esta nova organização não alterou o território do município de Rio Branco.
Mapa do Território e Municípios em 1938. Atlas do Estado do Acre, 2008
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Homens trabalhando na construção de bueiro, década de 40. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho
Inauguração da estátua de João Pessoa na Praça da Bandeira, na Avenida Epaminondas Jácome, 24 de outubro de 1932. José Chalub Leite
E
m 1937, com o início do Estado Novo e a Ditadura Vargas, os sonhos de democratização do Território caem por terra. Com a nova Constituição, conhecida como A Polaca, as Câmaras Municipais foram novamente dissolvidas e o novo Interventor, Epaminondas Martins, foi declarado “executor do Estado de Guerra”. Construção da Ponte 19 de Abril, localizada na Rua Benjamin Constant, década de 40. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho
Palácio Rio Branco, Obelisco e do lado direito a Escola 07 de Setembro, década de 30. C.D.I.H.
Nilo Bezerra de Oliveira
15.06.1936 a 01.03.1941 Prefeito - 4 anos e 9 meses
10/01/1937
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Ponte 19 de Abril já concluída, localizada na Rua Benjamin Constant, década de 40. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho
21/03/1937
04/07/1937
03/10/1937
CRÉDITO PARA AUXÍLIO ÀS PREFEITURAS ACREANAS.
Os amigos correligionarios e admiradores de s. excia. o
USINA CENTRAL ELECTRICA - A manutenção do serviço de
HONESTA APLICAÇÃO DOS DINHEIROS PÚBLICOS.
(...) Consta na Lei Orçamentária para 1937, na verba
sr. dr. Epaminondas Martins, estão preparando grandes
illuminação publica da Usina, que custeada pelo municipio,
O Prefeito Nilo Bezerra seguindo na tarefa que se propôs
referente a essa administração geral, o crédito de
festas comemorativas da sua ascensão á governança do
absorve uma vultosa somma, não é compensada por sua
de marcar a sua passagem pelo governo deste município
460:000$000, destinado às prefeituras desse Território,
Territorio, festas que serão realizadas depois da semana
renda, que não chega a metade das despezas indispensaveis.
com operosidade inimitável, verá terminadas pôr esses
como auxílio da União.
santa.Já na semana passada tiveram logar duas festas
Não é possivel ao gestor do municipio manter esse serviço
dias as obras de embelezamento da praça Tavares de Lyra,
Jornal O ACRE - Orgão Official
populares, sendo uma sessão cinematographica ao ar livre
sem o auxilio do governo do Território. Apesar da crise de
com um obelisco à memória dos heroicos soldados que
e um baile publico offerecido pelo prefeito Nilo Bezerra ás
braços que difficulta a acquisição de lenha, e falta conducção
tombaram sob a bandeira de Plácido de Castro e de um
classes trabalhadoras desta capital em um dos pavilhões
em virtude da febre aphtosa que atacou os bois de carro, a
coreto, com capacidade para cincoenta músicos.
do Quartel da F.P.T.A.
Usina tem funccionado sem interrupção.
Jornal O ACRE - Orgão Official
Jornal O ACRE - Orgão Official
Jornal O ACRE - Orgão Official
61
Chegada do Governador Oscar Passos, 1941. Deptº de Patrimônio Histórico - FEM
N
o final dos anos 30, o clima político no Brasil era de maior autoritarismo e centralização. No Acre, vivia-se um período de intensos choques partidários e posições violentas. Epaminondas Martins começou a perseguir pessoas, mandando prender e torturar aqueles que julgava inimigos do Regime. Mantendo-se alinhado com a Ditadura, em 1940 participa do Congresso de Interventores, no Catete, sob a presidência de Getúlio e, logo depois, realiza no Acre o Congresso das Municipalidades, reunindo todos os prefeitos. De certa forma, Epaminondas beneficia-se da crise gerada pela Segunda Guer-
Manoel Fontenelle de Castro
01.03.1941 a 13.03.1942 Prefeito - 1 ano
ra, que provoca um princípio de repovoamento dos seringais. Além disso, inaugura o prédio dos Correios e Telégrafos, começa a construção de um Jardim de Infância e cria o Departamento de Geografia e Estatística - DGE. Assim, conquista certa simpatia da população. Em julho de 1941, Oscar Passos, militar gaúcho, foi nomeado no lugar de Epaminondas Martins, e criou o Programa de Desenvolvimento da Agricultura, que seria muito importante no pós-guerra. Apesar do curto período em que ficou à frente do governo do Território, Passos desempenhou importante papel político nos anos seguintes. No fim de 42, Silvestre Gomes Coelho assumiu o governo e permaneceu no posto, até o pós-guerra. Propôs executar o “Programa de Soerguimento da Região” e dar amparo imediato e decisivo à Batalha da Borracha, em razão dos resultados positivos que esta trouxe para a economia local.
Antiga Prefeitura Municipal de Rio Branco, década de 40. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho
Panorâmica da antiga Penitenciária e do Quartel da Polícia Militar, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Francisco Ângelo da Silva
13.03.1942 a 18.04.1942 Prefeito - 1 mês
02/02/1941
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25/11/1941
Sobrevoou Rio Branco o Avião Escola, aparelho de instrução
A "Decollage" teve lugar no campo "Santos Dumont",
do A.C.A. - O Governador Epaminondas Martins participou da
ocupando a "Nacelle" de comando o Tenente Sérvulo de
sempre a história de Rio Branco: o assassinato da jovem
de amor de Lázaro para a professora mas não as enviava
Revoada - Está Aberta a Inscrição à Escola de Pilotos.
Paula Machado, que efetuou o vôo de experiência sob os
professora Rosalina da Silveira.
e escrevia falsas cartas de resposta da professora para
Semana passada chegou a Rio Branco, enviado pelo Aero
aplausos dos circunstantes e completo êxito. A seguir, o Dr.
Clube do Brasil, um avião escola destinado ao Aero Clube do
Epaminondas Martins cruzou os céus de Rio Branco, em
anos, chamava-se Lázaro e estava preso na Penitenciária,
casamento de Rosalina, Lázaro, que trabalhava na capina
Acre, a fim de preparar a juventude acreana para formar na
companhia daquele oficial aviador, inaugurando, assim, as
que nessa época ficava no local da atual Prefeitura de Rio
da rua junto com outros presos, tomado de ciúmes,
reserva aérea brasileira.
atividades praticas da nossa Escola de Pilotos Civis. S. Excia.
Branco. Ele tinha se apaixonado pela professora ao vê-la
assassinou a professorinha com várias facadas na porta de
Trata-se de um aparelho de fabricação norte-americana
teve otima impressão de vôo, considerando a estabilidade e
todos os dias descendo a rua Getúlio Vargas, onde ela
sua casa. Desde então o tumulo da Professora Rosalina é o
marca Potterfield, de dois lugares e duplo comando, próprio
segurança oferecida pelo pequeno aeroplano.
morava, em direção ao Grupo Escolar 7 de Setembro, ao
mais visitado no cemitério da cidade.
para treinamento inicial.
Jornal O ACRE - Orgão do Govêrno do Território.
lado do Palácio Rio Branco.
Nesse dia aconteceu uma tragédia que marcou para
O autor do assassinato da professora, de apenas 19
Um amigo do prisioneiro, Praxedes, escrevia cartas
Lázaro. Certo dia, ao circular na cidade a noticia do breve
63
A Batalha da Borracha
D
urante a segunda guerra mundial nenhuma matéria prima era mais preocupante que a borracha. As reservas estavam tão baixas que o governo americano decidiu que toda borracha disponível seria usada apenas pela máquina de guerra. E a entrada do Japão no conflito significou o bloqueio definitivo dos produtores de borracha asiáticos. Esses acontecimentos levaram à assinatura dos Acordos de Washington, nos quais cabia ao governo americano financiar a produção de borracha amazônica e, ao governo brasileiro, encaminhar trabalhadores para os seringais. Tinha início assim, em 1942, a Batalha da Borracha. Aliciadores convenciam trabalhadores a se alistar como soldados da borracha, em todo país. Muitos jovens nordestinos tinham somente duas opções: os seringais ou o front, para lutar contra os italianos e alemães. Os que optavam pelos seringais, enfrentavam as péssimas condições dos alojamentos (verdadeiros campos de concentração) ao longo do caminho, uma vez que as más con-
Adolfo Barbosa Leite
18.04.1942 a 13.11.1942 Prefeito - 7 meses
Soldados da Borracha à caminho da Amazônia década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Mapa ilustrativo das fontes de abastecimento de borracha, durante a II Guerra Mundial, Pierre Chabloz, década de 40
Transportes de Soldados da Borracha à caminho da Amazônia década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
dições de alimentação e higiene destruíam a saúde dos trabalhadores. Os que chegavam aos seringais já tinham uma dívida com o patrão e não podiam sair se não a saldassem. Ainda assim, o aumento da produção de borracha foi muito menor que o esperado. E, tão logo a guerra chegou ao fim, os Estados Unidos cancelaram os acordos, abandonando os Soldados da Borracha à própria sorte.
Entre 15 e 19 de agosto de 1942
Manoel Fontenele de Castro
13.11.1942 a 09.1944 Soldados da Borracha de partida para Amazônia, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
04/04/1943
Prefeito - 1 ano e 10 meses
14/05/1944
Atlântico, e cerca de 1.500 mortes. Mas o "Pearl Harbor
A LINHA AÉREA CUIABÁ - PORTO VELHO - RIO
CASA “1º DE MAIO”. - No dia primeiro do corrente,
surpresa à base naval de Pearl Harbor, trauma nacional
brasileiro" ocorreu entre 15 e 19 de agosto, quando
BRANCO - CRUZEIRO DO SUL - Da diretoria dos Serviços
foi inaugurada no bairro operário desta cidade, um
que jogou os EUA na 2ª Guerra Mundial. Mas poucos
7 embarcações brasileiras foram afundadas na costa
Aéreos Cruzeiro do Sul, ex-Serviços Aéreos Condor,
estabelecimento comercial de propriedade da Srª. A. M.
brasileiros sabem que, em 1942 o Brasil também entrou
do Nordeste pelo mesmo submarino alemão, o U-507.
recebeu o Sr. governador, a comunicação: Rio, 1º - Cel.
Tinôco, esposa do Sr. Lauro Tinôco, diretor da Autarquia
no conflito por causa de ataques em alto-mar. Apesar
No dia 17, os nazistas chegaram a afundar um navio e
Luiz Silvestre Gomes Coêlho, governador do Acre, Rio
Administrativa, serviço de produção industrial.
de oficialmente neutro, o Brasil fornecia borracha para
também o cargueiro que veio prestar socorro. "Houve
Branco. Temos satisfação de comunicar a vossência haver
A doação, á cidade, de mais esse estabelecimento
a indústria bélica americana. As retaliações alemãs
campanha nacional para que o presidente Getúlio Vargas
sido assinado ontem o contrato para a execução da linha
comercial vem demonstrar o desenvolvimento que a
começaram em 15/02/1942, quando o navio mercante
respondesse aos ataques." Cinco dias depois, o Brasil
aérea Cuiabá - Porto Velho - Rio Branco - Cruzeiro do Sul.
capital está tomando nestes últimos tempos.
Buarque foi afundado perto da Flórida. Até o fim da
declarava guerra à Alemanha e seus aliados.
Atenciosas saudações - Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul Ltda.
Jornal O ACRE - órgão Oficial do Governo do Território.
Qualquer americano já ouviu falar do bombardeio-
64
D
as 60.000 pessoas que vieram para a Batalha da Borracha, nos seringais amazônicos, de 1942 e 1945, metade morreu. Enquanto que dos 20.000 brasileiros que lutaram na Itália morreram 454 combatentes. Ainda assim, os pracinhas viraram heróis, enquanto os soldados da borracha foram esquecidos.
guerra, em 1945, seriam mais 36 afundamentos no
Revista SUPER INTERESSANTE
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
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Inauguração da Rádio Difusora Acreana em 1944. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
A
década de 40 estava começando, quando os primeiros rádios receptores chegaram às cidades e seringais mais importantes do Acre. E essa não era uma época qualquer. A Segunda Guerra Mundial atingia duramente os alicerces do mundo civilizado. A Amazônia voltava a ter papel estratégico no fornecimento de borracha para o esforço de guerra. Mais uma vez, o Acre conhecia o desenvolvimento econômico e social, depois de trinta anos de abandono e decadência. A Batalha da Borracha trouxe para o Acre milhares de nordestinos, vultosos investimentos e, principalmente, esperança no futuro. A chegada dos rádios fazia parte,
Adolfo Barbosa Leite
Ismael Gomes de Carvalho
09.1944 a 08.1945
08.1945 a 20.11.1945
Prefeito - 1 ano
21/01/1945 SOCIEDADE RECREATIVA TENTAMEN - INTEGRAÇÃO
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Lancha A Limitada no Rio Acre, década de 40. Museu da Borracha
portanto, de um grande momento de euforia e acabava com o secular isolamento em que viviam as populações das cidades e florestas. Agora, até os seringueiros podiam acompanhar, tal como os moradores do Rio de Janeiro, as novidades da Grande Guerra. Essa nova realidade era tão avassaladora, que logo foi instalada em Rio Branco a primeira estação radiofônica: a pioneira ZYD-9, Rádio Difusora Acreana, que logo ficou conhecida como a “Voz das Selvas”. O trabalho empreendido para a instalação da rádio foi grande, mas concluído rapidamente, pois em 07 de agosto de 1944, o Acre já testemunhava a primeira transmissão experimental da Rádio Difusora Acreana. No dia 25, pouco tempo depois, a Voz das Selvas iniciava seu funcionamento regular, passando a transmitir diariamente, entre outras coisas, as últimas notícias da Força Expedicionária Brasileira no front da Guerra Mundial, e a cotação internacional da borracha. Apesar desse bom início, dificuldades técnicas fizeram com que a Rádio Difusora ficasse algum tempo fora do ar. Foram necessários, então, alguns trabalhos de remodelação técnica da ZYD-9 que, em maio de 1947, voltou a preencher os céus amazônicos com suas transmissões. O que possibilitou uma inédita integração de todo Acre, a partir de Rio Branco.
Prefeito - 3 meses
11/03/1945 RIO BRANCO DE PARABÉNS - Dentro de poucos dias, deverá circular nesta cidade, O PRIMEIRO AUTO-ÔNIBUS.
srs. signatários do LIVRO DE INSCRIÇÃO para admissão
Rio Branco já reclamava uma medida deste jaez, dada a
ao quadro de sócios PRIVILEGIADOS desta SOCIEDADE,
sua evolução, e mesmo, por que as zonas mais habitadas
a integralizar suas respectivas QUOTAS DE PRIVILÉGIO,
da capital, se acham encravadas nos bairros longinquos
nos têrmos do art. 12 dos vigentes Estatutos, sob pena
do perimetro urbano. O ônibus deverá ter como itinerário
de caducidade das contribuições já efetuadas, ex-VI do
viagens cujo PONTO DE PARTIDA SERÁ A RUA 6 DE
paragrapho único do mesmo artigo.
AGOSTO e PONTO TERMINAL, O BAIRRO 15. Destarte,
Jornal FOLHA DO ACRE - Periódico independente - Porta-
resta-nos esperar que essa medida louvavel da FIRMA J.
Voz das aspirações coletivas
P. SANTOS & CIA, não se limite a um ônibus e que vários
Procissão em frente a igreja de São Sebastião. Década de 40. FGB - PMRB
Alunos do Grupo Escolar 24 de Janeiro. Isnard Leite
Lancha A Limitada, ancorada nas margens do Rio Acre, vendo-se ao seu lado direito a Rua Eduardo Assmar, década de 40. Museu da Borracha
DE QUOTAS - De ordem do sr. Presidente, convidam-se os
Grupo de moças na Praça João Pessoa,1942. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
11/03/1945
19/04/1945
Cont.
COMISSÃO DA CRUZEIRO DO SUL VEIO VER CAMPOS
coveiculos dessa natureza venham aparecer posteriormente
DE POUSO DO ACRE - A direção-geral dos Serviços Aéreos
para que então sintamos melhormente servidos e a par da marcha progressiva da nossa capital. O povo confiam que não se trate de uma coisa efemera, e sim duradoira. Parabéns, povo de Rio Branco: concretiza-se mais uma das tuas aspirações. Jornal FOLHA DO ACRE
Cruzeiro do Sul Ltda, attendendo a solicitação do Governador do Território, no sentido de serem restabelecidos os voos regulares dos aviões, interrompidos há pouco tempo, mandou ao Acre uma comissão de Técnicos e Funcionários, que, em avião especial, fêz a vistoria dos campos de pouso de todos os municípios acreanos. O comandante do avião da Cruzeiro deu como praticáveis todos os campos da rota. Jornal O ACRE.
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A Usina de beneficiamento de castanha no Bairro XV, década de 40. Revista Comemorativa do Centenário de Rio Branco
Mestre Daniel Pereira de Mattos, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
década de 40, não foi um período de grandes investimentos em Rio Branco, ou nas outras cidades acreanas. Por um motivo óbvio: todos os olhares e investimentos estavam voltados para os seringais, que voltaram a ser objeto de cobiça e fortuna rápida. De qualquer modo, Rio Branco beneficiouse com o clima geral de otimismo, maior circulação de dinheiro e de gente. Nessa época, houve até aumento de salário para os funcionários públicos. Bairro da Empresa, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
A
repentina e inesperada prosperidade que atingiu todo Acre, movimentou as cidades acreanas. A Usina de Castanha do bairro 15 transformou-se em alojamento para soldados da borracha, em trânsito para os seringais. Muitos nem chegaram a ir, permanecendo na cidade, para trabalhar.
Jayme de Mendonça
20.11.1945 a 03.12.1945 Prefeito - 13 dias
07/05/1945 ACABOU A GUERRA Anunciada oficialmente a rendição de todos os exércitos
Antiga Rua 24 de Janeiro, no 2º Distrito, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
06/08/1945
Panorâmica do Palácio Rio Branco, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Vista da Penitenciária e do lado direito o Quartel da Policia Militar, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
30/09/1945
18/11/1945
À espera de “Little Boy” - Hiroshima. Início de mais um
INICIADOS OS ESTUDOS PRELIMINARES PARA A
AVISO:
dia de incerteza na cidade. Programas de evacuação já
INSTALAÇÃO DE ÁGUA E ESGOTO EM RIO BRANCO.
Aiache & Irmão, ex-arrendatários do "HOTEL MADRID",
alemães. Doenitz ordenou a cessação da luta. A emissora
haviam reduzido o número de habitantes da cidade de
de Fiensburgo anunciou que a Alemanha capitulou, e que
380 mil para cerca de 245 mil. Em poucas horas, o local
da Bandeira a fixação das bases de triangulação desta capital,
firma e todo aquele que se julgar credor da mesma, pode
o novo Fuchrer, o Grande Almirante Doenitz, ordenou “a
será cenário da tragédia que marcará para sempre a
em serviço preliminar para a instalação de água e esgoto. A
procurar o senhor Assem Aiache, Vila Carmélia, á rua 24
rendição incondicional de todas as forças alemães”
História. O bombardeiro americano Enola Gay está voando
solenidade foi presidida pelo Gov. Silvestre Coelho e contou
de janeiro, nesta cidade.
para lá carregando “Little Boy” (Garotinho), primeira
com a presença de autoridades, funcionalismo e muitos
Jornal FOLHA DO ACRE - Periódico Independente - Porta
bomba atômica a ser despejada sobre seres humanos.
representantes de classes, que deu aspecto impressionante a
Voz das Aspirações Coletivas.
Jornal O GLOBO
No dia 24 do corrente, ás 15 horas, teve logar á Praça
informam a quem interessar possa que extinguiram sua
mais essa iniciativa da atual administração territórial.
68
Jornal O GLOBO
FOLHA DO ACRE
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Vista da Ponte Metálica em construção, catraia e vapor, década de 60
A expansão da cidade
1946-1970
U
ma vez terminada a Grande Guerra e a Batalha da Borracha, era hora de encontrar novos rumos. A longa crise da borracha bem poderia voltar novamente, e Rio Branco não cabia mais no estreito espaço dos 1º e 2º Distritos. Tempo de grandes transformações, portanto.
70
71
O
Governador Oscar Passos havia efetivado, em 1942, a compra das terras remanescentes do antigo Seringal Empreza, ao norte da Avenida Ceará, onde a cidade acabava então. O plano era implantar colônias agrícolas no entorno da cidade. Entretanto, até 1945 todas as atenções estavam voltadas para os seringais. Por isso, o novo projeto de colonização, organizado pelo Engenheiro Pimentel Gomes, teve que esperar um momento mais propício para sua efetiva implantação, ficando restrito a duas colônias instaladas em 1943: São Francisco e Apolônio Sales, esta última ainda esteve por alguns anos abandonada. Só com o fim da Batalha da Borracha e o princípio do Governo Guiomard Santos, em 1946, teve início a implantação das diversas colônias agrícolas em terras do antigo Seringal Empreza, num processo que se estendeu do final dos anos 40 à década de 50. Mas, não apenas isso ocorreu. Nesse mesmo período, uma parte das terras do Seringal Empreza, ao norte da atual Avenida Ceará, foi definida como “Zona Ampliada”, incluindo uma “área suburbana”, e dividida em lotes, para o futuro crescimento da área urbana da cidade. Com isso, o governo do Território Federal do Acre tentava estancar a partida de
Francisco Custódio Freire
13.05.1946 a 02.01.1948 Prefeito - 1 ano e 8 meses
José Guiomard Santos, na sua posse como Governador do Território do Acre,1946. C.D.I.H.
Governador Guiomard Santos e autoridades em um jantar no Palácio Rio Branco em comemoração à Sagração do Bispo Dom Julio Mattioli, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Festividade em frente ao Palácio Rio Branco, posse do Gov. José Guiomard Santos, 14/02/1946. C.D.I.H.
trabalhadores, motivados pelo fim da Batalha da Borracha, e evitar uma nova crise de despovoamento. Por isso, em diversas colônias agrícolas foi instalada uma infraestrutura básica, com escolas, núcleos mecanizados para beneficiamento da produção e postos de saúde, a fim de dar suporte aos colonos e suas famílias.
O governador Tenente-Coronel José Guiomard Santos, assinando com o Ministro da Educação e Saúde, Dr. Clemente Mariani, o primeiro acordo para construções rurais no Território, década de 40. C.D.I.H.
03/11/1946
72
03/11/1946
Visita do Gov. de São Paulo Ademar de Barros, década de 40. C.D.I.H.
de todos os tempos
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO - Quereis descobrir alguma coisa que vos
Cont.
Miserabilidade - Era quando Rio Branco tinha só duas
Acabam de chegar a esta cidade Madames Maruja e Flora.
preocupa? Quereis fazer voltar para vossa companhia
MARUJA - também beneficia campos de pastagens
farmácias, uma no 1º e outra no 2º Distrito, esta do Nilo
Procurem pois, homens e mulheres, ricos e pobres, as
quem de vós se tenha separado? Quereis destruir algum
afugentando cobras venenosas, fazendo a cura em pessoas
Bezerra. O manipulador dos produtos era o Nilson Bezerra.
madames. Os Misterios da vida humana em cartomancia e
mal que vos perturba? Quereis alcançar bom emprego e
Duma feita, entra na Farmácia Acreana um seringalista com
chiromancia. Madame Maruja é vidente e fala ingles, francês,
mordidas, aplicando o tratamento completo.
prosperidade? Quereis facilitar algum casamento difícil?
uma receita onde previa-se estricnina em miligramas de
holandez e castelhano.
Rua 6 de Agosto, Nº 451.
Quereis curar alguém do vício da embriaguez? E outras que
Jornal O ACRE - órgão Oficial do Governo do Território
peso. Nilson pesava o alcalóide letal com uma meticulosidade
INTERESSANDO PORTANTO A TODOS!
estiverem em desejo de obter e também tratar de qualquer
de enfadar, sob as vistas do seringalista que não se conteve
Procurem hoje mesmo a Mme. Maruja:
assunto. Nada de Charlatanismo!
e reclamou: Não seja miserável, seu Nilson, ponha mais um
Todos á casa de Mme. Maruja que ela responderá com
Procure imediatamente Mme. Maruja que lhe facilitará tudo
pouco, isto é para um pobre coitado do meu seringal.
precisão a qualquer de suas perguntas. É diplomada.
isto, dada a sua inteligência e a sua moral individual.
Tão Acre – Zé Leite
73
Vapor desembarcando máquinas, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
G Avião Douglas C – 47, década de 40. FGB - PMRB
O Avião na pista de pouso da Estação do Aeroporto Salgado Filho 1948. FGB - PMRB
Batismo do Avião bimotor Barão de Mauá, à direita do Governador Guiomard Santos o Deputado Hugo Carneiro, 1948. C.D.I.H.
governador Guiomard Santos foi responsável também por um grande programa de obras públicas, que alterou mais uma vez a paisagem de Rio Branco, bem como de outras cidades acreanas. O Aeroporto Salgado Filho (Aeroporto Velho), a Maternidade Bárbara Heliodora, o Colégio Presidente Dutra, foram algumas das novas realizações de Guiomard Santos, além da conclusão das obras do Palácio Rio Branco e da reforma do prédio da antiga Penitenciária, que foi transformado no Hotel Chuí. A isso tudo se somava a implantação de infraestrutura voltada para a produção, como a “Cerâmica” que produzia telhas, tijolos e pisos para a construção civil; a “Estação Experimental”, que produzia sementes, mudas e repassava técnicas de cultivo; o “Aviário” que produzia e distribuía aves, suínos e até abelhas para os colonos; a “Fazenda Sobral” responsável pelo fornecimento de matrizes bovinas e equinas.
01/12/1946
posteriormente cresceria em importância. Por outro lado, a quantidade e variedade de máquinas e veículos adquiridos nesse período foi muito importante para a realização dos planos de desenvolvimento local. Aviões para transportar a produção acreana, tratores e máquinas agrícolas, diversas lanchas e barcos para carregar a produção agrícola do campo para as cidades, além de automóveis e caminhões.
Frota de carros, adquiridos no governo de Guiomard Santos, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
18/05/1947
03/08/1947
20/07/1948
A SEMANA
MAIS UM AVIÃO PARA O ACRE - Noticias de Brasília
UM "PAULISTINHA" PARA O AÉRO CLUBE DE RIO
Estão ultimados os serviços de remodelação técnica da
transmitiram o batismo, em solenidade, mais 1 avião
BRANCO - Depois de alguns dias de permanência em
TEATRO ESCOLA DO ACRE encenará a grande peça de
rádio-difusora ZYD-9, que
de treinamento que acaba de aquinhoar o Aéro Clube
Brasília , a tripulação da F.A.B. que trouxe as 1ª cabeças
Florence Barclay, em quatro atos, O ROSÁRIO, com um
voltou ao ar, há dias para gaudio de seus numerosos
do Acre. É um aparelho do tipo dos já empregados
de gado Zebú, voltou a Uberaba afim de transportar o
elenco de primeira ordem.
ouvintes.
no preparo dos aéro-pilotos, que recebeu o nome de
restante dos bois que lá estavam. Anteontem aterrizou
Aguardem esse grande sucesso do TEATRO ESCOLA DO
Jornal O ACRE – Orgão Official.
"Guatemalá". Desta forma, conta o Aéro Club com mais
de novo em Rio Branco o ten. Pedro Melo, no gigantesco
ACRE.
um avião que irá dispor da habilitação de aviadores de
C-46 além de 8 cabeças de gado, mais 2 aviões
Jornal O ACRE - Orgão Official
que necessita o Acre para a solução do problema de
"Paulistinhas" sendo 1 para o aero-clube de Porto Velho e
transporte.
outro para o aero-clube de Rio Branco.
Jornal O ACRE – Orgão Official.
Jornal O ACRE – Orgão Official.
TEATRO ESCOLA DO ACRE - Sob o patrocinio do Departamento de Educação e Cultura, por estes dias o
74
uiomard Santos transformou Rio Branco, tão ou mais profundamente do que Gabino Besouro e Hugo Carneiro, tornando-se um dos maiores responsáveis pela cidade que conhecemos. Foi na gestão de Guiomard Santos, por exemplo, que se construiu o “Ipase”, o primeiro conjunto residencial da cidade, inaugurando os conjuntos residenciais, um modelo de intervenção urbana, que
Frota fluvial do governo acreano, doada pela União em 1946. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
75
E
ntre 1946 e 1950, Rio Branco passou a ter muitas características que seriam desenvolvidas e fortalecidas nas décadas subsequentes. As colônias agrícolas e os novos órgãos instalados pelo governo territorial serviram como novos pontos de atração e fixação urbana. A Cerâmica, o Aviário, a Estação Experimental, o Aeroporto Velho, a Fazenda Sobral, as colônias São Francisco, Apolônio Sales, Dias Martins, entre outras, deram origem a alguns dos atuais bairros da cidade, revelando os fluxos e processos sociais, a que a cidade esteve sujeita, desde então. Do ponto de vista da ordenação territorial, pode-se dizer que, a partir desse período, o 2º Distrito começou a ser finalmente superado, em importância, pelo 1º Distrito. Ao mesmo tempo, a cidade passou a ter vários pontos de expansão simultâneos. Cada colônia agrícola tornou-se um “centro de expansão” e, entre esses centros, permaneceram espaços não ocupados, recentemente denominados “vazios urbanos”.
Sede administrativa do aviário de Rio Branco, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Sede da colônia agrícola Estação Experimental, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Solenidade cívica em frente ao Palácio Rio Branco, década de 40.Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Rodovia Rio Branco - Abunã, 1946/1948. Album do Território Federal do Acre
Verdura das hortas do Departamento de Produção, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Máquinas do governo do território realizando abertura de estrada, década de 40. C.D.I.H.
Campo Experimental Agrícola José Guiomard Santos, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Embarque de borracha laminada pelo processo Arantes para São Paulo, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Criação de gado da Fazenda Sobral, 1946-1948. Relatório fotográfico do de Guiomard Santos
Colonos e seringueiros juntos com o governador Guiomard Santos, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Aviário de Rio Branco, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Em 1948 REPRIMENDA - O Inspetor de ensino Clio Rodrigues Leite dirigia-se ao 2º Distrito onde seria inaugurado
para a faixa “Salve a Profª. Maria Angélica de Castro”.
o Grupo Escolar “Profª Maria Angélica de Castro”, educadora mineira que o governador territorial José Guiomard Santos trouxe para o Acre. Era o dia 15 de outubro de 1948. Muitas faixas,
- Mande tirar daí. Não admito que chamem a professora Maria Angélica de Castro de Profa! Não admito desrespeito!
alunos uniformizados. Recebido pela diretora do novo estabelecimento
76
Em 1949 ORGANIZAÇÃO DAS COLÔNIAS - Para ter acesso
Preenchida a ficha, fica registrado o seu nome e
a um lote o colono se apresenta diretamente ao
a composição de sua família. Uma vez cumpridas as
administrador do seringal Empresa, ou a seção de
exigências preliminares, o colono fica assistido pelo
Colonização e manifesta o seu desejo, pedindo
administrador do núcleo, pelo enfermeiro e pelos
terras para a agricultura e para a extração da borracha.
agrônomos do Fomento da Produção Vegetal e da Seção
O requisito solicitado é que o colono prove a sua
de Colonização.
identidade. Uma vez aceito, ele obtém o seu lote e um Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
ano depois é verificada a sua produção, sendo-lhe então
escolar, belíssimo prédio em alvenaria, a Profª
concedido o título provisório. O colono tem direito de
Clarisse Fecury, o inspetor recriminou-a, apontando
escolher a colônia do núcleo em que deseja trabalhar.
Estudo Geográfico do Território do Acre
77
Usina mecânica, 1948. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Complexo industrial produz: cerâmica telhas planas, ladrilhos e manilhas, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Departamento de Saúde Publica, 1948. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
S.E.S.P – construída e inaugurada em 1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Maternidade e Clínica de Mulheres Bárbara Heliodora inaugurada em 07 de setembro de 1950. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Sede da Imprensa Oficial, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Aeroporto Salgado Filho à direita o conjunto de luz e água 1948. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Aeroporto Salgado Filho, no período de alagação, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Central Elétrica ampliada, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Delegacia do 2°Distrito de Rio Branco, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Colônia Penal, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Antigo prédio da Imprensa Oficial, construído primeiramente em madeira, 1948. Museu da Borracha
Central Elétrica de Rio Branco, década de 40. C.D.I.H.
de todos os tempos
Em 1948
Mulheres em um dos corredores daMaternidade Bárbara Heliodora,1950. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
01/08/1948
VIAJANTES - Visitou esta capital, na semana finda, a
LANÇADA A PEDRA FUNDAMENTAL DA FUTURA
onde foi lançada a primeira pedra do majestoso templo
senhora Eunice Weaver, presidente da Federação das
CATEDRAL DE RIO BRANCO
que se erguerá nesta cidade, ao lado do Palácio Rio
Melo, puxam papo, entram em terreno de amplo domínio da
Sociedades de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra
O tempo, que até estão foi absolutamente favorável á
Branco, ali teve lugar esse auspicioso acontecimento, que
dupla:
SURREALISMO Padre José encontra-se com o pintor primitivista Hélio
78
Amostra de ladrilhos coloridos fabricados na cerâmica do governo, 19461948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos
Usina mecânica, do General Gabino Bezouro ao ser fundado o Território, 1948. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
a Lepra, que veio inspecionar as obras da construção do
realização de todo o programa traçado por um instante
encheu de júbilo todos os acreanos.
PADRE JOSÉ – Hélio, eu minto muito mais do você.
Preventório para filhos de hansenianos, que está sendo
quase prejudicou o lançamento da pedra fundamental da
Na ocasião discursaram em alusão ao acontecimento,
HÉLIO – Mas você fez curso, eu não fiz!
realizada nesta capital por aquela Federação. A ilustre
futura Catedral da cidade de Rio Branco, levada a efeito às
d. Bertoldo Büchi, bispo de Cochabamba, que oficiou a
dama que foi hóspede do casal major José Guiomard dos
17 horas do último domingo, perante enorme multidão.
cerimônia da benção da pedra fundamental, e o dr. Mário
Santos, regressou pelo mesmo avião à capital do país.
Contudo, apesar da chuva iminente, o brilho dessa
de Oliveira, ilustre procurador regional da República em
Jornal O ACRE – Orgão Official
cerimônia não foi diminuído.
nosso Território.
Conduzido, em procissão, o SS. Sacramento, até o local
Jornal O ACRE
79
Gabinete dentário Grupo Escolar Presidente Gaspar Eurico Dutra, década de 40. C.D.I.H.
Alunos do Ginásio Acreano, em classe. Sala de ciências naturais, década de 40. C.D.I.H.
Alunos perfilados em frente ao Grupo Escolar 24 de Janeiro, 1948. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Escola Maria Angélica de Castro, localizada na rua 24 de Janeiro no 2º Distrito, década de 40. C.D.I.H.
Alunos da Escola Infantil Menino Jesus, no refeitório, década de 40. C.D.I.H.
Escola Infantil Menino Jesus, inaugurada em novembro de 1949. C.D.I.H.
Grupo Escolar Presidente Eurico Gaspar Dutra, década de 50. Instituto de Geografia e Estatística
Instituto Getúlio Vargas, localizado na Avenida Benjamin Constant, década de 40. C.D.I.H
Escola Rural Pimentel Gomes, na Colônia São Francisco. década de 40. C.D.I.H
Escola rural Pimentel Gomes, na Colônia São Francisco, década de 40. C.D.I.H
Escola rural Clinio Brandão na Colônia Gabino Bezouro, 1948. C.D.I.H
Escola rural Clinio Brandão na Colônia Gabino Bezouro, década de 40. C.D.I.H
Prof. Maria Angélica de Castro, década de 40. C.D.I.H.
Jorge Félix Lavocat
02.01.1948 a 23.09.1952 Prefeito - 4 anos e 8 meses
O
utro aspecto importante desse período foi o enorme avanço na educação pública, que se expandiu tanto na quantidade de escolas, quanto na qualidade do ensino oferecido aos estudantes.
26/12/1948
80
23/01/1949
Escola rural Dom Bosco, Engenho Independência. década de 40. C.D.I.H
Escola Monte Castelo, na Colônia Apolônio Sales, década de 40. C.D.I.H.
Colônia Riozinho, escola rural Afrânio Peixoto, década de 50. C.D.I.H.
28/08/1949
CINE - TEATRO RECREIO. EM VESPERAL: O maravilhoso
CARTAZES DE HOJE CINE BIRIBINHA - No cartaz
Beneficiada a Capital do Território com Importante
uma coleção de 14 plantas do conjunto da cidade de Rio
e emocionante filme EVOCAÇÃO, com Irene Dunne e Alan
desta popular casa de diversões está o filme O MUNDO
Serviço. A Planta Topográfica e Cadastral da Cidade de
Branco, com todos os seus detalhes, e uma planta geral
Marshall.
É MEU, um colossal drama estrelado por Ida Lupino e
Rio Branco entregue à Prefeitura. Valiosa doação vem de
da cidade em secções, e onze pastas contendo o fichário
EM SOIRÉE: - Estréia da celebrada comédia O FANTASMA DE
Léo Carrilho. No decorrer da semana será focalizado
ser feita pelo governo do território à Prefeitura municipal
completo de todos os imóveis existentes nas quarenta
CANTERVILLE, com Charles Laughton, Robert Younge e a
a sensacional pelicula ANJO PERDIDO com Margaret
de Rio branco, com a entrega da documentação completa
e duas avenidas, ruas, praças e estradas que dividem a
famosa garota Margaret O’Brien.
O'Brien e grande estrelinha da tela.
relativa ao levantamento topográfico e cadastral da
Cidade. Fica por essa forma a Prefeitura de Rio Branco
DURANTE A SEMANA: - Revesamento dos filmes em
Aguardam o lançamento no mês de fevereiro, do
cidade de Rio Branco, efetuado por iniciativa da atual
tecnicamente aparelhada para um perfeito conhecimento
andamento.
empolgante seriado O FANTASMA, exclusivamente no
administração e cujos serviços especializados foram
dos imóveis existentes na Cidade com os característicos de
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
BIRIBINHA.
contratados com o escritório de serviços de Engenharia
cada um em todos os seus detalhes.
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Ltda. do Rio de Janeiro. Essa documentação consta de
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
81
Palácio Rio Branco durante obras de reforma no governo de José Guiomard Santos, década de 40.Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Centro de Rio Branco, ao fundo Hotel Chuí, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Avenida Getúlio Vargas, ao fundo o Hotel Chuí em construção e do lado direito o Quartel da PM. década de 40. C.D.I.H
Vista da área onde hoje é a Praça Rodrigues Alves, ao fundo o Grupo Escolar Presidente Dutra, década de 40. Washington Luiz de Freitas
Destaque da Fachada do Hotel Chuí, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Maternidade Barbara Heliodora inaugurada no dia 07 de Setembro de1950. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Sede social do Rio Branco Futebol, localizada na Avenida Getúlio Vargas, no centro de Rio Branco. IBGE
Conjunto residencial, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Hospedaria do Governo, construída para instalar os técnicos e funcionários, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Palácio Rio Branco, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Praça Eurico Dutra, Bar Municipal e ao fundo o Palácio Rio Branco, década de 40. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Bar Municipal, localizado na Praça Eurico Dutra, década de 50. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE
Jardim localizado atrás do Palácio Rio Branco. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Vista frontal do Palácio Rio Branco, do Obelisco e da Fonte Luminosa, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
02/10/1949
82
de todos os tempos
INAUGURADA A PRAÇA RODRIGUES ALVES.
a colaboração do tenor Rosalvo Giugni e da Banda de Música
Propaganda funérea - Aviso pregado na parede do boteco
Padre José - E aquela do macaco duro de morrer?
Constituiu um belo espetáculo, a inauguração, no último
da Guarda Territorial que esteve num de seus melhores dias,
Cabana da Vovó – nem sei se ainda existe –, no bairro Quinze:
Um macaco levou um tiro na cabeça e despencou ao
sábado, da praça Rodrigues Alves, recentemente ajardinada e
executando magnificos números de seu repertório.
"Faleceu nesta casa o Companheiro Fiado, deixando viúva
chão, com a caixa craniana inteirinha e fugiu velozmente
que se transformou no mais belo logradouro público da capital
Às 23 horas teve inicio o baile oferecido à sociedade acreana
Dona Conta e seus três filhos Toma Nota, Bota no Prego e
trepando numa árvore. Ao sentir um frio terrível na
acreana. O ato inaugural constou da benção da nova praça,
nos salões da Guarda Territorial e que terminou somente às
Pago Depois. A família enlutada pede não falar no nome
cabeça e ao passar as mãos nela percebeu que estava
tendo em seguida discursado o Exmo. Sr. Major Raimundo
primeiras horas do dia seguinte.
do falecido, que apesar de bem enterrado ainda ronda este
sem o cocuruto. Imediatamente voltou ao local onde fora
Pinheiro Filho, Secretario Geral do Governo e a quem estiveram
A todas as solenidades estiveram presentes o Exmo. Sr.
boteco".
baleado, catou ligeiro pelo chão, recolheu o tampo, passou
entregues os serviços ali realizados. Foi oferecido ao público um
Governador do Território e sua Exma. Esposa e todas
Tão Acre – Zé Leite
cuspo e colou no crânio, sumindo imediatamente. Não
magnifico programa de cantos, recitativos e bailados, alusivos à
autoridades locais.
sofreu nada mais, só o susto.
primavera e do qual participaram os escolares da cidade, com
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Tão Acre – Zé Leite
83
Bar Vitória, localizado próximo à antiga Praça Plácida de Castro, no 2º Distrito ao lado da descida do porto do Jabuti, década de 50. Agnaldo Moreno
I
mportante lembrar que o pós-guerra foi caracterizado pela redemocratização do país. O fim da Ditadura Vargas e a Constituição de 1946 garantiram a volta das liberdades democráticas, com a reorganização dos partidos e a ocorrência de eleições, em diversos níveis. Entre 1948 e 1952, Rio Branco viveu tempos de relativa estabilidade na administração municipal, de modo que o Prefeito Jorge Félix Lavocat foi o primeiro a ficar à frente do município durante quatro anos.
Igreja São Sebastião, década de 50. Carneiro de Lima
Catraias no porto do jabuti, ao fundo o barracão do Seringal Empreza (seu último morador foi o Sr. Mariano), década de 50. Agnaldo Moreno
Palco para a cerimônia de Sagração do Bispo Dom Julio Mattioli, década de 40. Deptº de pat. His. e Cultural - FEM
28/01/1951 VERBAS PARA IMPORTANTES OBRAS NESTA CAPITAL.
Acre conheceu então uma época de polarização entre dois grandes partidos políticos. De um lado, o PTB de Oscar Passos; do outro, o PSD de Guiomard Santos. Estes dois ex-governadores dominavam, então, o cenário político acreano. Ambos foram eleitos, sucessivas vezes, Deputados Federais. Por outro lado, os novos governadores nomeados começaram a demonstrar maior preocupação com a necessidade da abertura de estradas, que interligassem as cidades e vilas acreanas.
Porto das tamarineiras, Rex Bar alagado, 1950. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Barco com propaganda eleitoral de José Guiomard Santos, 1946. C.D.I.H
Casas Comerciais do Segundo Distrito de Rio Branco, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
13/05/1951
Beiruth Futebol Clube, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
19/08/1951
ESPORTES ACREANOS - A terceira partida foi entre
ABASTECIMENTO D' ÁGUA NA CIDADE. - S. Excia. O
Art. 1º - Fica denominado para todos os efeitos "Hotel Chui"
Por interferencia do deputado José Guiomar dos Santos
"Bangú x "6 de Agosto", dois novatos no futebol acreano.
Sr. Governador Amilcar Dutra de Menezes reuniu, em seu
O próprio territorial sito à praça Rodrigues Alves, nesta
veem de ser consignadas e aprovadas no orçamento
As duas equipes se apresentaram de igual para igual e não
Gabinete, os Srs. Major Dehork de Paula, Secretário Geral
capital, reconstruido e aparelhado recentemente por esta
de 1951 as verbas iniciais para a construção de varias
houve superioridade de um sobre o outro, apenas o Bangú
do Governo; Sr. Jorge Lavocat, Prefeito Municipal de Rio
administração para o fim especial de servir de hotel da
importantes obras nesta capital, entre elas os serviços
lutou muito e soube aproveitar melhor as oportunidades,
Branco e o Dr. Otacilio Gonçalves, Diretor do D.O.V., afim
cidade.
de abastecimento d' água de Rio Branco, o inicio da
tanto assim que conseguiu os tentos que lhe valeram
de examinarem solução inadiável e urgente do problema
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
construção da ponte sobre o rio acre, ligando o 1º ao 2º
a vitória. O "6 de Agosto" esforçou-se muito, reagiu e
do fornecimento de água, em nossa capital. Procuram,
distrito da cidade e a continuação da abertura e estrada de
consegui o seu tento de honra, terminando a peleja com a
assim, o Governo e a Prefeitura, solucionar esse problema
rodagem entre as cidades de Tarauacá e Feijó.
vitória do esquadrão do "Bangú", pela contagem de 2x1.
que reclama, atualmente, a nossa população.
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
ATOS DO GOVERNO DO TERRITÓRIO DECRETA:
84
O
Lanc. Da pedra fundamental da igreja N.S. da Conceição, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
09/07/1950
Carnarua, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
85
M
antendo a tradição dos últimos anos, mais uma vez, um militar do exército foi nomeado para governar o Acre: o Tenente Coronel Amílcar Dutra de Menezes, conhecido por trazer de fora todos os seus auxiliares diretos na administração. Pouco tempo depois, foi substituído pelo engenheiro João Kubitschek de Figueiredo, que realizou um trabalho de amplo planejamento para solução de todos os problemas do Acre, mas resolveu poucos desses problemas, de modo que ficou conhecido como “o homem dos planos”.
Escola Técnica Lourenço Filho. Atualmente é o Colégio Estadual Barão do Rio Branco, década de 50. Relatório de obras do governo de Valério Magalhães
Serviço de Pavimentação da Avenida Getúlio Vargas, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Jose Farias e Luiz Vieira, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Avenida Gatúlio Vargas, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Boiada destinada à Sena Madureira, atravessando o Rio Acre (em Rio Branco), década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
João Batista Stehling
Rubens Lameira de Carvalho
23.09.1952 a18.04.1953 Prefeito - 7 meses
28/05/1952
86
18.04.1953 a 03.04.1954 Casamento da filha do governador Amilcar Dutra no Palácio Rio Branco, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Prefeito - 1 ano
21/12/1952
Avenida Gatúlio Vargas, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
19/04/1953
Foliões no baile carnavalesco no Clube Sociedade Recreativa Tentamen, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
26/05/1953
ASSINADO UM ACORDO COM O SESP. Está assegurado
CINE RECREIO. MATINÉE: FLASH GORDON NO PLANETA
um importante empreendimento que vem beneficiar os
MONGO 7º, 8º, 9º e 10º episódios deste seriado, além de
Avisamos aos interessados que as irradiações de
"O BANDEIRANTE" Circulou nesta capital, no dia 22
habitantes da capital acreana, proporcionando-lhes esse
variedades e complementos. SOIRÉE: CAMINHO DO CÉU
“Mensagens e Melodias para Você” somente serão aceitas
do corrente, um novo jornal - "O BANDEIRANTE" - que
notável melhoramento público, que são os serviços de água
- uma produção nacional que tem sido aclamada em todas
dentro do expediente normal da emissora, nos horários
obedece à orientação do Dr. Octaviano Bonfim de Oliveira
e esgotos. Ainda este ano terão inicio, segundo obteve o
as telas, na qual se salientam os trabalhos de Grande Otelo,
de 8,00 às 16,00. Só serão aceitas, fora do expediente as
e do Cel. João Donato de Oliveira Filho. Impresso na
esforçado Gov. João Kubistschek de Figueiredo, os trabalhos
Elvira Pagã e do genial Celso Guimarães.BREVE: PIF-PAF - a
noticias ou “Mensagens” de caráter urgente.
Capital da República, é "O BANDEIRANTE" de órgão ligado
para a rápida execução desses serviços e no próximo ano,
bomba atômica do Cinema Nacional que marcará época em
A GERENCIA
ao Partido Social Progressista e se propõe a desfraldar,
no cinquentenário da incorporação do Acre ao patrimônio
Rio Branco, com os embaixadores do riso, Jararaca e Ratinho,
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
no Território, a bandeira acreanista, "propugnando pela
brasileiro, a sua capital terá tão importantes melhoramentos.
Trio de Ouro, Marlene e muitos outros.
valorização do homem e da terra acreanos".
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
RÁDIO DIFUSORA ACREANA AVISO AO PÚBLICO
SURGE UM NOVO JORNAL CIRCULOU NO DIA 22
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Estrada do Abunã no período de inverno, década de 50. Arquivo Geral do Estado do Acre
Estrada do Abunã. Dr. Valério Magalhães, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Recuperação da estrada do Abunã, década de 50. Arquivo Geral do Estado do Acre
M
esmo tendo permanecido pouco tempo no governo, João Kubitschek conseguiu concluir uma obra já iniciada por governos anteriores: a rodovia que conectaria Rio Branco ao Abunã. Uma verdadeira saga de trabalhadores, enfrentando igarapés e árvores gigantescas, com machados e enxadas, para implantar uma rodovia no meio da floresta. Mas, mesmo com todas as dificuldades, a abertura dessa estrada acabou dando origem à Vila Quinari, atual município de Senador Guiomar, e viabilizou o desenvolvimento da Vila Plácido de Castro. Além disso, Kubitschek procurou aplicar a verba do Imposto de Renda nas prefeituras, no que foi ajudado pelo Prefeito de Rio Branco, Dr. Batista Stehling, que era um bom administrador.
N Turma de trabalhadores do empreiteiro Francisco Paes, em serviço no trecho 49 ao 59 kms. Arquivo Geral do Estado do Acre
essa época, o Acre começou a viver um novo processo histórico que dominaria as movimentações políticas nos próximos dez anos. A apresentação de um Projeto de Lei, pelo Deputado Federal Guiomard Santos, para transformação do Território em Estado, movimentou todos os segmentos da população, porque representava um de seus mais antigos e importantes anseios: a autonomia acreana.
Manoel Vargues Matoso
Manoel Fontenele de Castro
03.04.1954 a 06.11.1954
06.11.1954 a 12.04.1955
Prefeito - 7 meses
18/07/1954
88
Governador João Kubitschek na inauguração da Escola Rural Rosalina de Souza Silveira no Km 18 da Rodovia Plácido de Castro. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Construção da rodovia Rio Branco-Abunã, década de 50. Arquivo Geral do Estado do Acre
18/07/1954
Prefeito - 5 meses
07/11/1954
Inauguração da rodovia Plácida de Castro, 24 de outubro de 1952. José Chalub Leite
Governador João Kubitschek e outras autoridades no km 84 da Rodovia Plácido de Castro, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
23/01/1955
EM PROJETO: ELEVAR O ACRE À CATEGORIA DE ESTADO
EMPREENDIMENTOS DO PREFEITO DA CAPITAL
NOMEADO PREFEITO DE RIO BRANCO O TEN. CEL.
O ESPORTIVO - Orgão Noticioso e propugnador dos
O sr. José Guiomard Apresentou à Câmara dos Deputados
Na manhã de quinta feira última, dia 15, foram lançadas
MANOEL FONTENELE DE CASTRO. O ato do Sr. Gov. do
Esportes Acreanos, dentro de poucos dias, estará novamente
projeto destinado a elevar o Território do Acre à categoria
as bases do Novo Pavilhão do Mercado Municipal, com o
Território foi recebido com alegria pelo povo. Pôr Decreto
em circulação, conforme nos informou o Diretor daquele
de Estado. Diz também o projeto que “A Justiça Eleitoral
nome de “Pavilhão Governador Abel Pinheiro”, solenidade
nomeou para o cargo de Prefeito do Município de Rio
orgão, e que para tal já conta com um novo corpo de
promoverá eleições no Território do Acre, a fim de que uma
que contou com a presença de elevado número de pessoas,
Branco, o Tenente Cel. Manoel Fontenele de Castro, uma das
redatores, para melhor servir ao público leitor.
Assembléia Legislativa composta de 20 representantes,
destacando-se o Prefeito Municipal, Dr. Manoel Vargues
figuras de maior relevo do cenário político administrativo
É preciso, agora nessa fase em que O ESPORTIVO
promulgue a Constituição do Estado, dentro do prazo”, etc., (
Matoso; O novo prédio público vem preencher uma lacuna
acreano. Após a posse, o Sr. governador afirmou necessitar,
reaparece, que ele conte com o apoio da FAD, dos clubes
um ano depois de promulgada a lei ).
há muito existente, visto que o antigo Mercado, construido
de um braço forte, que foi encontrar na pessoa do seu amigo
e do público esportivo acreano, para que ele prossiga
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
há 35 anos, não corresponde mais as necessidades da capital.
de longos anos.
sempre na luta pelo ideal que abraçou.
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
89
Inauguração do Palácio da Justiça, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
C
om o governador Valério Caldas Magalhães voltou ao cargo de Prefeito Jorge Félix Lavocat. Ambos permaneceram 2 anos e meio, num raro momento de estabilidade.
Governador Valério Magalhães inspecionando os trabalhos do S.E.S.P, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Chegada do Gov. Valério Magalhães e autoridades. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Oficina de carpintaria do departamento de obras e aviação,1957. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Governador Valério Magalhães - trabalhos do S.E.S.P, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Fernando Paulo Pessoa Andrade
12.04.1955 a 05.04.1956 Prefeito - 1 ano
27/03/1955
Detalhe do funcionamento do Tribunal de Júri, após sua inauguração, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
L
ogo que tomou posse, o governador Cel. Paulo Francisco Torres, nomeou Prefeito o eng. agrônomo Fernando Andrade. Nesse período, foi concluída a pavimentação da rodovia de acesso ao aeroporto da capital.
03/04/1955 QUASE CONCLUÍDA A ORGANIZAÇÃO DO
Gesner Maciel de Lemos
05.04.1956 a 07.05.1956 Prefeito - 1 mês
14/01/1956
Governador assinando o contrato, com o Dr. Sansão Campos Pereira, da firma Serva Ribeiro, para instalação da Usina de Luz de Rio Branco. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
21/10/1956
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO DECRETO
O APARECIMENTO DE "O LIBERAL"
PLÁCIDO DE CASTRO - RIO, 21 (Do Correspondente) -
SECRETARIADO DO GOVERNADOR PAULO TORRES.
N. 459 - Considerando que por esta Municipalidade foram,
Sob a direção do confrade Foch Jardim, circulou na
O Presidente da República sancionou lei do Congresso
Continuam os diretores do DOV, do DP, do DEC, do DS, do
a título precário, expedidas licenças para construções em
cidade, a 16 do corrente, o primeiro número de "O
mandando abrir crédito de 1.500.000 cruzeiros para
DGE e do DIR - Mantidos também os Prefeitos do Interior.
terrenos marginais do rio Acre, no segundo distrito;
LIBERAL", que se apresenta como "a voz do direito, de
construção, nessa cidade, de um monumento ao Coronel
No dia 12 no Gabinete do Governador, tomaram posse
DECRETA: Art. 1º - A Prefeitura Municipal de Rio Branco
justiça, do poder constituido...", principios que constituem,
José Plácido de Castro e demais chefes dos movimentos
dois novos auxiliares da administração acreana: o
deixará de expedir ou conceder licenças a particulares nas
não padece dúvida, um grande programa.
irredentistas acreanos.
Estatístico Raul Arantes Meira, e o Dr. Fernando Paula
margens do rio Acre, entre o inicio da rua 1º de Maio e a
Ao novel semanário formulamos votos de vida longa e
A Lei agora sancionada resultou de um Projeto de autoria do
Pessoa de Andrade - Prefeito Municipal de Rio Branco.
rua "N. S. da Conceição". Rio Branco, 10/01/1956. Édison
fidelidade aos principios democráticos do povo brasileiro.
Deputado José Guiomard dos Santos.
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Rodrigues Martins. Prefeito, em exercicio
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
1.500.000 CRUZEIROS PARA O MONUMENTO A
90
Governador Valério Magalhães - trabalhos do S.E.S.P, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
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Jornal O ACRE - Órgão Oficial
91
feitura Geraldo Gurgel de Mesquita, que viria a ser nomeado governador tempos depois, e Milton Matos Rocha. O próprio Brasil vivia tempos bastante movimentados com a presidência de Juscelino Kubitschek, seu lema de realizar 50 anos em 5 e a construção da nova capital, Brasília, em pleno planalto central.
Construção da Capela do atual colégio São José, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Governador Fontelenede Castro com o Presidente Juscelino Kubitschek, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
O
Acre vivia tempos muito animados pelo funcionamento dos comitês Pró -Autonomia, em todos os municípios. A perspectiva de transformar o Território Federal em Estado, e assim conquistar a tão sonhada autonomia, acirrou os ânimos políticos, já que o PTB do Deputado Oscar Passos havia se colocado contra o projeto do Deputado Guiomard Santos, do PSD. Logo, foi nomeado Manoel Fontenele de Castro, que já tinha sido Prefeito de Rio Branco três vezes, além de Secretário Geral, no governo de Valério Caldas Magalhães. Ficava cada vez mais evidente que ser prefeito da capital era um passo importante para chegar ao governo territorial. Nesse período, ocuparam a pre-
Jorge Félix Lavocat
07.05.1956 a 15.12.1958 Prefeito - 1 ano e 5 meses
07/04/1957
92
Autoridades recebendo a benção de Dom Giocondo Maria Grotti, década de 50.Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Freiras durante a Construção do Colégio São José, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Construção do Colégio São José, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Foliões no baile carnavalesco no Clube Sociedade Recreativa Tentamen. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Desfile de blocos carnavalescos na rua 17 de Novembro. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Missa na Catedral N.Srª Nazaré em construção, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Geraldo Gurgel de Mesquita
15.12.1958 a 27.06.1960 Prefeito - 1 ano e 6 meses
26/05/1957
Milton de Mattos Rocha
Goldwasser Ferreira Santos
27.06.1960 a 28.01.1961
28.01.1961 a 08.11.1961
Prefeito - 6 meses
Prefeito - 3 meses
08/06/1960
30/06/1960
VÃO-SE REUNIR EM RIO BRANCO OS PREFEITOS DO
INAUGURADO O GRUPO ESCOLAR “NEUTEL MAIA”
MAIS DE DUAS MIL PESSOAS ASSISTIRAM AO
TOMARAM POSSE OS NOVOS AUXILIARES IMEDIATOS
INTERIOR - SERÁ ORGANIZADA A ASSOCIAÇÃO ACREANA
O novo estabelecimento de ensino primário tem capacidade
PROGRAMA “RÁDIO ATRAÇÕES DIFUSORA” Domingo,
DO GOVERNADOR FONTENELE.
DE MUNICÍPIOS - Estamos informados de que se realizará,
para atender 840 crianças em dois turnos - Dispõe de 12
no arraial do Rio Branco, de onde a Difusora transmitiu,
nesta Capital, de 21 a 24 do corrente, como parte das
salas mobiliadas - Está funcionando desde o dia 21 - Cumpriu
mais de duas mil pessoas assistiram ao animado programa
comemorações do 1º aniversário da adm. Valério Caldas de
sua promessa o Dep. José Guiomard dos Santos - Coube
de auditório denominado “RÁDIO ATRAÇÕES DIFUSORA”,
Branco, Prof. Geraldo Gurgel de Mesquita, Diretor do
Magalhães, a reunião de todos os Prefeitos do Território, para
ao atual Governo executar a maior parte da obra. Pelo
produzido e dirigido pelo radialista Índio do Brasil com
Departamento de Educação e Cultura; Jornalista Édson
debater assuntos de interesse dos municípios. A iniciativa de
Governador Valério Magalhães, foi inaugurado, no dia 20
a participação do Conjunto Regional “DIFUSORA”, sob a
Rodrigues Martins, Chefe do Gabinete da Governadoria, e
convocação que poderá resultar a organização da Associação
do corrente, às 16 horas, o Grupo Escolar “Neutel Maia”
regência do maestro Neves, e de cantores acreanos que se
Dr. Roberto Uchôa, Diretor do Departamento da Produção.
Acreana de Municípios, partiu do Prefeito Jorge Felix Lavocat.
(Bosque), construído com recursos da SPVEA.
vêm projetando no cenário artístico do território.
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Jornal O ACRE - Órgão Oficial
Jornal O ACRE - Órgão Oficial
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São os seguintes: Sr. Milton de Matos Rocha, Prefeito de Rio
93
Assinatura da Lei Nº 4.070, que criou o Estado do Acre; 1ºMinistro Tancredo Neves, o Pres. João Goulart, Sen. José Guiomard dos Santos e Lydia H. dos Santos. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Governador José Augusto de Araújo em revista à tropa de guarda na Avenida Getúlio Vargas, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Vista aérea do centro de Rio Branco. Do lado direito o Palácio Rio Branco, na esquerda o Tribunal de Justiça, ao fundo a Catedral N.Srª de Nazaré e Casa do Bispo. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
A Posse do Governador na Assembléia Legislativa com a presença de autoridades e deputados constituintes, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Discurso do Gov. José Augusto, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Solenidade no Palácio Rio Branco, no dia da assinatura do projeto para a criação do Banco do Estado do Acre, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Distribuição de brinquedos as crianças carentes, em frente ao Palácio de Rio Branco, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Milton de Mattos Rocha
Raimundo Herminio de Melo
Alfredo Arantes Meira Filho
08.11.1961 a 19.10.1962
19.10.1962 a 31.07.1963
Prefeito - 11 meses
Prefeito - 9 meses
27/08/1961
94
té o início da década de 60, o prefeito de Rio Branco era considerado um auxiliar do governador, o que decorria de sua nomeação por parte deste. Mas, o cenário iria se modificar temporariamente com a aprovação da Lei 4.070, pelo Congresso Nacional, que transformou o Território Federal do Acre em Estado, em 15 de junho de 1962.
Vista aérea da Catedral e a direita Palácio do Bispo, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Panorâmica do 1°Distrito de Rio Branco, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Praia da Base na década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Annibal Miranda Ferreira da Cunha
João Rodrigues de Souza
Annibal Miranda Ferreira da Cunha
31.07.1963 a 07.10.1963
07.10.1963 a 14.05.1964
14.05.1964 a 21.05.1964
21.05.1964 a 23.01.1965
Prefeito - 3 meses
Prefeito - 7 meses
Prefeito - 1 semana
Prefeito - 7 meses
29/06/1962
16/02/1963
11/02/1965
POSSE DO NOVO PREFEITO DE RIO BRANCO. Em solenidade
ACRE: 22º ESTADO DA FEDERAÇÃO - Por Lei do Congresso
A CIDADE JÁ SE MOVIMENTA PARA A POSSE DO
PRESIDÊNCIA DO IPASE AUTORIZA 50 CASAS PARA
realizada na manhã de segunda-feira, no salão nobre do
Nacional, sancionada pelo Presidente da República em
GOVERNADOR ELEITO. Em todos os recantos da cidade
RIO BRANCO.
Palácio Rio Branco, tomou posse de cargo de Prefeito de Rio
solenidade realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, a
já se observam os movimentos para a posse do prof. José
O Governador Cerqueira Filho, em sua estada no Rio,
Branco, para qual vem a ser nomeado pelo Governador José
15 de junho corrente, o Acre foi declarado “Maior”, obtendo
Augusto de Araújo, 1º Governador Constitucional do
ultimou os entendimentos para a autorização imediata,
Altino Machado, o Dr. Goldwasser Pereira Santos, Engenheiro-
sua independência política. Grandes lutas, no Congresso, na
Estado do Acre. A comissão organizadora do programa
pela presidência do IPASE, da construção de 50 unidades
Agrônomo dos mais competentes.
imprensa e em praça pública, antecederam o advento de tão
de festividades está em atividade constante, mobilizando
residenciais prometidas pelo Dr. marcos Botelho, em sua
O ato contou com a presença de autoridades locais, funcionários
defendida e tão combatida LIBERDADE. Vencedoras as forças
todos os setores de nossos meios sociais, políticos e
visita ao Acre, quando inaugurou a delegacia da autarquia.
da Municipalidade e da Administração Territorial e de grande
progressistas, resta aos acreanos a grande responsabilidade
administrativos. Todo o Acre se prepara para viver êsse
A iniciativa teve a participação do governo estadual que
número de amigos e admiradores do novo Prefeito da capital.
da consolidação dos seus ideais.
grande dia tão desejado por todos.
doou ao IPASE o terreno onde elas serão construídas.
Jornal O ACRE
Jornal O ACRE
Jornal O ACRE
Jornal O ACRE
95
A
primeira Constituição acreana previu a criação de diversos novos municípios. Mas, na prática, limitou-se à criação dos municípios Plácido de Castro e Quinari, cujo nome depois seria trocado por Senador Guiomard. Desse modo, ocorreu o desmembramento de parte do território original do município de Rio Branco.
Mapa do Estado e Municípios em 1963. Atlas do Estado do Acre, 2008
96
97
Material para serviço de pavimentação em frente ao Mercado Público de Rio Branco, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Avião momento antes de decolar - Aeroporto Salgado Filho, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
A
transformação do Acre em estado possibilitou a primeira eleição para governador, a criação da Assembleia Legislativa e a elaboração da Constituição Estadual. Em 1962, foi eleito o acreano José Augusto de Araújo, cuja posse deu-se em março do ano seguinte, com deputados estaduais constituintes, que tinham 100 dias para redigir a Constituição. Em 1°de setembro de 1963, pela primeira vez em sua história, Rio Branco realizou eleição para prefeito. Aníbal Miranda (PTB), governador provisório até a posse de José Augusto, ganhou do médico Ary Rodrigues (PSD), por uma diferença de 526 votos, e tomou posse em 7 de outubro, no Cine Rio Branco, diante do governador José Augusto de Araújo, de outras autoridades e da população. O presidente da Câmara Municipal, vereador Raimundo Melo, empossou o prefeito da capital.
Claúdio Teixeira de Albuquerque
Avião no Aeroporto Salgado Filho, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM Grupo de pessoas na entrada do Mercado Municipal, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
D Parte da Rua Floriano Peixoto, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Raimundo Herminio de Melo
urante sua breve gestão, Aníbal Miranda conseguiu elaborar a Lei Orgânica do Município, mas encontrou a Prefeitura com uma dívida de dez milhões de cruzeiros. Com o Código Tributário Municipal, Miranda ativou a arrecadação e iniciou obras de calçamento e drenagem, orientado por um plano de urbanização e arborização da cidade.
Escadaria do porto de catraia do 1°Distrito de Rio Branco, localizado ao lado do Mercado Velho, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Annibal Miranda Ferreira da Cunha
Raimundo Herminio de Melo
Wildy Viana das Neves
Antonio Rodrigues Barbosa
23.01.1965 a 23.01.1965
23.01.1965 a 31.07.1965
31.07.1965 a 31.08.1965
31.08.1965 a 31.01.1966
31.01.1966 a 11.03.1966
11.03.1966 a 14.03.1966
Prefeito - 1 dia
Prefeito - 6 meses
Prefeito - 1 mês
Prefeito - 5 meses
Prefeito - 2 meses
Prefeito - 3 dias
de todos os tempos
98
Mercado Público com o serviço de pavimentação concluído década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
06/01/1966
19/12/1965
O laudo técnico do Detran
DERACRE - INAUGUROU, ONTEM, SUA SEDE.
WILDY VIANA É O NOVO PREFEITO DE RIO BRANCO.
De início, o Prefeito Dico Viana já deu começo ao
Numa dessas estradas que só são boas de avião, um maltratado
Com a presença do Gov. Cerqueira Filho, o Departamento
A Câmara Municipal de Rio Branco, em sessão especial
cumprimento das posturas municipais, entre elas a que
e combalido caminhão trombou violentamente com uma
de Estradas de rodagem do Estado do Acre (DERACRE)
realizada dia 31 de janeiro p. findo, elegeu, por
manda apreender animais soltos na cidade. Vai contratar
carroça de boi, resultando a destruição da carroça, a morte
inaugurou a sua moderna sede localizada no quilômetro zero
unanimidade (8x0) seu Presidente e vereador Wildy (dico)
com especialistas, mediante concorrência, a execução
imediata do boi e graves ferimentos no infeliz carroceiro. O
da Rodovia AC. (Rio Branco-Abunã).
Viana das Neves.
do Plano Diretor do Município, inclusive criar e designar
laudo técnico e pericial emitido pelo Departamento Estadual
Ao ato que foi solene, compareceram todas as altas
Perdurando ainda o afastamento do titular da Prefeitura
vários Distritos (Prefeitinhos) Administrativos, a fim de
de Trânsito: "O acidente foi causado pela imprudência do boi e
autoridades locais, ocasião em que o Engenheiro Manoel
de nossa Capital - Aníbal Miranda - logo a seguir a sua
descentralizar a burocracia municipal.
seu respectivo condutor, que a altas horas da noite trafegava na
Nogueira, Diretor da autarquia estadual foi pródigo em
eleição foi Dico Viana empossado no Governo da Cidade,
CORREIO DO ACRE
contramão, sem freio, sem luz, sem buzina".
atenções e gentilezas com os seus convidados.
substituindo, assim o seu colega vereador Raimundo
Tão Acre – Zé Leite
CORREIO DO ACRE
Hermínio de Melo.
99
Construção da Ponte Metálica, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Vista das Chatas e navios no Rio Acre , década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Construção da ponte metálica, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Populares prestigiando a inauguração da Ponte Juscelino Kubitschek (mais conhecida como Ponte Metálica), década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
O
Golpe Militar de 64 complicou o processo político municipal. A gestão do prefeito de Rio Branco seria muito curta, um ano apenas, já que em novembro de 1964 o governador Edgar Pedreira de Cerqueira Filho determinaria (Decreto Nº 75) a intervenção estadual no município, alegando “situação de insolvência da Prefeitura, sem contar o apoio moral e material que o Prefeito Aníbal Miranda vinha dando aos comunistas da Capital, que ganhavam polpudos ordenados pagos pela Prefeitura”. O interventor de Cerqueira (truculento governador do Regime Militar que impôs renúncia ao governador José Augusto), foi o advogado Cláudio Teixeira de Albuquerque, que nada encontrou de irregular na Prefeitura.
Wildy Viana das Neves
Construção da ponte Juscelino Kubitschek, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico – FEM
João Rodrigues de Souza
Adauto Brito da Frota
Geraldo Madeira de Matos
Alberto Barbosa da Costa
Adauto Brito da Frota
14.03.1966 a 16.08.1966
16.08.1966 a 30.09.1966
30.09.1966 a 05.10.1966
05.10.1966 a 05.12.1966
05.12.1966 a 17.01.1967
17.01.1967 a 30.01.1967
Prefeito - 5 meses
Prefeito - 1 mês e 15 dias
Prefeito - 5 dias
Prefeito - 2 meses
Prefeito - 1 mês
Prefeito - 13 dias
Em 1966
Em 1966
Em 1966
Em 1967
ANTIGUIDADE - O Governo pagar o funcionalismo com
AFAMADO - O visionário Mustapha Zacour El-Hindi –
HISTORINHA - O capitão Edgard Pedreira de Cerqueira
HORA CERTA - Um dos melhores programas esportivos
atraso é tão velho quanto andar pra frente. No “Correio
Alah o guarde – pioneiramente instalou em Rio Branco
Filho era governador do Acre mas não dos acreanos.
de audiência comprovada era o da Rádio Novo Andirá.
do Oeste”, de Garibaldi Brasil, nº 13, de 6 de março
uma fábrica de guaraná, produzindo o saboroso e
Um dia o carro oficial preto, o JK, apareceu com
Em 1967, quem estava ligado ouviu quando o radialista
de 1966, a Bola do Dia, de autoria do mestre, trata
altamente consumido Guaraná Libertador.
excrementos humanos no banco dianteiro.
(hoje advogado) José de Sousa Lopes deu a hora certa:
do assunto. - O Secretário de Finanças solucionou o pagamento do funcionalismo. - Como?
Os linguarudos diziam: “Guaraná Libertador, cada garrafa um sabor, cada gole uma dor”.
- Vai mandar distribuir entre os funcionários do Estado, para cantar, a letra daquele conhecido samba:
100
Vista da Ponte Juscelino Kubitschek, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
Hoje se pode revelar o autor da brincadeira
“Rádio Novo Andirá, um marco de progresso na
escatológica: o Josias Farias, então meninão danado
vida do Acre. Na capital acreana são pontualmente doze
e peralta. A cidade inteira divertiu-se com o ódio do
horas e sessenta minutos”.
Cerqueira e sua ordem de descobrir o autor da graça
“Sei que vou morrer, Não sei o dia...”
dessa obra-prima, aliás, inutilmente.
Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
101
Jorge Kalume com grupo de senhores e ao fundo o Mercado dos Colonos, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
E
Ônibus para transporte coletivo de Rio Branco, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
nquanto isso tudo acontecia na gestão municipal, o governador Jorge Kalume realizava várias obras e intervenções em Rio Branco, modificando substancialmente a paisagem e a dinâmica da cidade. A construção do Mercado dos Colonos, do Mercado do Bosque e do Palácio das Secretarias - foram algumas das obras mais importantes do governo Kalume.
Mas, sua principal ação foi mesmo a construção da Ponte Juscelino Kubitschek, ou Ponte Metálica, como se tornou mais conhecida. Depois de uma longa saga, as peças fabricadas pela Companhia Siderúrgica Nacional chegaram a Rio Branco e, finalmente, o 1º e o 2º Distritos integraram-se de forma mais efetiva. Era o fim das muitas aventuras provocadas pela travessia de catraia no rio Acre, na área central da cidade.
Figura folclórica, Camaleão Ovado, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Inauguração do Mercado dos Colonos. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Secretários de Governo no Palácio Rio Branco, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
C
omo já vimos, a história do município de Rio Branco caracterizou-se, em sua maior parte, pela instabilidade política e pela breve duração dos mandatos dos prefeitos, com raras exceções. A década de 61 a 71 foi, sem dúvida, a mais instável de toda história municipal, porque a prefeitura mudou de gestor 36 vezes!
Adauto Brito da Frota
Antonio Madeira de Matos
30.01.1967 a 01.02.1967
01.02.1967 a 15.02.1967
15.02.1967 a 21.06.1967
21.06.1967 a 10.07.1967
10.07.1967 a 14.07.1967
14.07.1967 a 03.08.1967
Prefeito - 2 dias
Prefeito - 15 dias
Prefeito - 4 meses
Prefeito - 20 dias
Prefeito - 4 dias
Prefeito - 20 dias
30/12/1967
Antonio Madeira de Matos
Adauto Brito da Frota
Antonio Madeira de Matos
Alberto Barbosa da Costa
12/07/1967
102
Gov. Jorge Kalume, Presidente Castelo Branco e Ernesto Geisel caminhando na Avenida Getúlio Vargas. Memorial dos Autonomistas
Em 1967
Em 1967
VAI SAIR MESMO A PONTE! - Conforme haviamos noticiado,
GOVERNO INAUGURA INUMERAS OBRAS PÚBLICAS.
IMPEDIMENTO - Pres. da Assembléia Legislativa, o
GOLPE DE MESTRE - Garibaldi Brasil tinha comprado
chegaram a esta capital os Engenheiros ROLAND RUBSTEIN,
Ne semana que hoje finda , o governo Jorge Kalume cumpriu
dep. Carlos Meixeira Afonso (PSD) sugeriu que uma
qualquer bagulho e como não tinha dinheiro datilografou
JAN MIHALIH E FUAD BAARINI, O 1º Diretor Regional da
um extenso programa de inaugurações de inúmeras obras
comissão parlamentar integrada pelos deputados Omar
recibo para o incauto, recomendando que no final do mês o
“Construtora “MENDES JUNIOR S/A”, de Belo Horizonte (MG)
públicas construidas pela atual adminitração.
Sabino de Paula, Adonay Barbosa dos Santos, Joaquim
procurasse em seu gab. no Palácio Rio Branco para receber.
e dois técnicos da mesma organização, especializada na
Foram inauguradas e entregues à serventia pública:
Falcão Macedo e Aluísio Queiroz fosse tratar da questão
Passavam os dias e nada. Um dia desalentado, bate na porta
construção de pontes em concreto armado, os quais atendendo
01 Mercado Público no bairro do Bosque (obra de vulto há
do trânsito de Rio Branco no Detran. O dep. Aluísio
do Gari, estende-lhe o estropiado recibo já em petição de
convite do Governo do Estado vieram para assinar o contrato
muito reclamada);
Queiroz pediu dispensa da comissão e da missão: Eu e
miséria. O mestre pega o papel, pede pra esperar, bate outro
dos estudos de localização e o projeto da construção imediata da
23 Bueiros, em várias ruas da capital;
o meu colega Macedo estamos impedidos de tratar do
velozmente e volta dando-o: - Pronto, bati novo recibo, aquele
ponte sobre o rio Acre, ligando o 1°ao 2°distrito da capital.
01 Ponte, na rua Epaminondas Jácome ...
caso, porque nossos carros ainda estão emplacados.
estava todo rasgado. Volte no fim do outro mês pra receber.
CORREIO DO OESTE
CORREIO DO OESTE
Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
103
Alunos marchando na Avenida Getúlio Vargas em comemoração ao 07 de Setembro, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Marcha de Policiais na Av. Brasil em comemoração ao 07 de Setembro, ao fundo a Catedral N.Srª de Nazaré, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
alume melhorou ainda o abastecimento de água na capital, um problema grave para a cidade, construiu o hospital infantil e instalou dois novos motores de energia elétrica, acabando com a famosa “hora do pisca”, momento em que, numa determinada hora da noite, a luz de toda cidade piscava, anunciando a interrupção do fornecimento de energia. Esse “rito” até então havia
marcado a vida em Rio Branco. Ao final de seu mandato como governador, Kalume conseguiu ainda implantar a UFAC, inicialmente com cinco cursos universitários, que funcionavam onde hoje está o Colégio de Aplicação. Com tantos avanços em sua gestão como governador, não surpreende que Kalume tenha sido eleito Senador da República, em 1978, e, em 1988, prefeito de Rio Branco, como veremos adiante.
Alunos marchando na Avenida Getúlio Vargas em comemoração ao 07 de Setembro, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Grupo de alunas passeando na Avenida Getúlio Vargas, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
K Centro de Rio Branco. Colégio Nossa Senhora das Dores, Igreja de São Sebastião e convento, Igreja Batista, Ponto de táxi, Mercado Velho. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Avião Búfalo. Desembarque de uma máquina escavadeira, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Professores do Primário do Colégio Imaculada Conceição, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM t
Adauto Brito da Frota
Antonio Madeira de Matos
03.08.1967 a 20.08.1967
20.08.1967 a 20.08.1967
Prefeito - 17 dias
Prefeito - 1 dia
Nova frota de carros, adquiridos pela PM, década de 60 Acervo Digital: Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Adauto Brito da Frota
Adauto Brito da Frota
20.08.1967 a 22.03.1968
22.03.1968 a 05.1968
05.1968 a 18.07.1968
18.07.1968 a 23.07.1968
Prefeito - 7 meses
Prefeito - 2 meses
Prefeito - 2 meses e 15 dias
Prefeito - 5 dias
Em 1968
104
Raimundo Pinto Marques
Raimundo Pinto Marques
22/09/1968
Em 1968
O SORTEIO - No tempo em que o Acre era Território, o Dr.
- Com assim, Doutor Garibaldi? Que é que ouve? – perguntou
Governo inaugurou ontem o Palácio Valério Caldas
UNB E COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA
Garibaldi Brasil tinha uma coleção de quase duas dezenas
o homem, transido de preocupação.
Magalhães. (Assembléia legislativa)
Mª LÚCIA ASSINA MANIFESTO - A Dep. Mª Lúcia Araújo
de cobradores chatos, que não largavam do seu pé. Fim de
- Vou lhe explicar, meu filho, disse o Gari, baforando a cara
CORREIO DO OESTE
cumpre fielmente o seu mandato, sendo um dos mais
mês, era delicioso de ver aquele batalhão de cobradores, mas
do gajo com seu cheiroso e caro havana, vou lhe explicar.
assíduos componentes da bancada acreana em plenário e na
um era o calo, marcava em cima. Sabendo que Gari tinha
Todo fim de mês coloco dez papelotes os nomes dos meus
Comissão de Educação e Cultura. Encabeçada pelo Dep. Brito
recebido grudou em cima pior que carrapato. Gari não estava
credores. Depois, boto tudo no meu chapéu, fecho os olhos,
Velho da ARENA do R. G. do Sul, a Comissão de Educação
nem aí para o sujeito que queria o seu de qualquer jeito.
misturo e tiro um. Esse recebe o dinheiro que lhe devo
e Cultura, deu a público, o documento de protesto sobre os
Perdeu a paciência, porém.
imediatamente. Mas seu nome, para o seu azar, nunca sai, e
últimos acontecimentos que enlutaram o Brasil, nos quais
- Olha, meu caro, eu lhe quero um bem enorme, mas você é
olha que você está no sorteio há dois anos!
foram brutalizados os estudantes da Universidade de Brasília.
decididamente um azarado, nasceu sem sorte.
Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite
Jornal Tribuna do Povo
105
Desfile de motos na Alameda da Velha Guarda, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM Vista do “Palácio das Secretarias”, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Antiga Poupança Banacre, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
C Escola Técnica Lourenço Filho. Atual Colégio Estadual Barão do Rio Branco, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Centro comercial de Rio Branco, localizado na avenida Epaminondas Jácome, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
N
essa época, toma forma também o transporte público em Rio Branco, que se deve, em especial, a uma família portuguesa que tinha dois ramos: os Ribeiro e os Lameira. Tudo começou com o patriarca da família, o Sr. Francisco Alves Ribeiro, que começou a trabalhar com um caminhão chevrolet “Cara Branca” fazendo lotação no 1º Distrito da cidade, a famosa “Palmerinda”. Em 1964, os sobrinhos do Sr. Ribeiro fundaram a Empresa Irmãos Lameira e trouxeram seu primeiro ônibus, marca Gracy, numa penosa viagem de 39 dias.
Adauto Brito da Frota
Casa Baptista, fundada em 03 de abril de 1941. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Vista aérea do Mercado Municipal, rua Epaminondas Jácome, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Adauto Brito da Frota
Raimundo Pinto Marques
23.07.1968 a 30.11.1968
30.11.1968 a 08.01.1969
08.01.1969 a 23.01.1969
23.01.1969 a 29.01.1969
29.01.1969 a 08.06.1971
Prefeito - 4 mês
Prefeito - 1 mês
Prefeito - 15 dias
Prefeito - 5 dias
Prefeito - 2 anos e 5 meses
20/04/1969
106
Vista da Praça Eurico Dutra, Bar Municipal e ao fundo o Palácio Rio Branco, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
om a compra de um ônibus, em 1968, pelos Irmãos Ribeiro, os Lameira ficaram com o 1º Distrito e os Ribeiro com o 2º, iniciando assim a estruturação do transporte coletivo em Rio Branco e a definição de linhas permanentes. Logo, os negócios se expandiram com linhas intermunicipais, distribuídas entre as duas empresas: de Rio Branco a Boca do Acre, a Plácido de Castro e a Brasiléia.
20/04/1969
Raimundo Pinto Martins
13/06/1969
Adauto Brito da Frota
Fevereiro de1971
INGRESSOS NÃO SERÃO MAJORADOS - Os preços dos
Caixa d' água com capacidade para 500 m3, localizada
O GOVERNO - PONTE AVANÇA - Nova fase de
RIO ACRE AUMENTA NÍVEL DAS ÁGUAS
ingressos para os jogos da Taça “Cidade de Rio Branco” e do
no bairro 6 de agosto. Forma o grandioso complexo
trabalho vem registrar-se nos serviços de construção
GOVERNO DECRETA CALAMIDADE PÚBLICA PARA RIO
Torneio “Fontenele de Castro”, serão os mesmos do ano passado,
do fornecimento do precioso líquido á população,
da ponte sobre o Rio Acre, quando da operação de
BRANCO - O nível assustador das águas do rio Acre, que
assim decidiu o Presidente da Federação Acreana de Desportos,
empreendimento realizado em convênio com o SESP e
levantamento da primeira viga treliçada sobre o vão
já inundaram inúmeros bairros da cidade, deixando ao
sr. Edmir Borges Gadelha, na reunião realizada segunda-feira,
SUDAM. Na última Quinta Feira foi realizado teste com
13/14, que parte do 2°rumo ao 1°distrito de Rio Branco.
desamparo várias famílias, sem se contar o drama sofrido
na sede da mentora. Justificando a medida, o Presidente da FAD
absoluto êxito, tendo a água, limpida e saudável, jorrado das
Governador Jorge Kalume esteve pessoalmente ao local
pelos ribeirinhos, acaba de fazer com que o govêrno do
declarou ser contrário ao sacrifício que acarretaria à bolsa do
torneiras, trazendo imensa alegria ao povo. Uma das mais
dos trabalhos, verificando a marcha dos serviços, tendo
Estado decrete estado de calamidade pública para Rio
povo, já bastante minguada pelo elevado custo de vida vigorante
discutidas realizações da administração.
apresentado cumprimentos ao engenheiro construtor
Branco e ainda a abertura de crédito extraordinário de 50 mil
na região, além de privá-lo do seu esporte predileto, o futebol.
Jornal O Rio Branco
Lauro Sodré Neto e operários pelo êxito alcançado.
cruzeiros para atender aos casos mais urgentes.
Jornal O RIO BRANCO
Jornal O RIO BRANCO
Jornal O RIO BRANCO
107
Parte da ponte Juscelino Kubitschek que desabou devido o acumulo de balseiros nos pilares e foi provisóriamente substituida pela "Balança Mas Não Cai". Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Tempos difíceis
1971-1998
A
gestão do município passou a ter maior estabilidade político-administrativa. Porém, nessa época, mudanças feitas pelos governos federal e estadual transformaram radicalmente a cidade Rio Branco com a migração de milhares de famílias e o agravamento dos problemas urbanos.
Vista do Palácio Rio Branco, Casa do Bispo e Catedral N.Srª de Nazaré, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Gameleira, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Vista de um trecho da Rua Benjamin Constant. Mais ou menos na década de 70. Fundação Municipal Garibaldi Brasil
Palácio das secretarias fevereiro de1972. Maria Adízia Mesquista
N
o princípio dos anos 70, a união da crise do extrativismo da borracha (que voltava a esvaziar os seringais), e dos “Anos de Chumbo” da Ditadura Militar teve efeito devastador sobre o Acre. O governo Wanderley Dantas, orientado pela nova política de desenvolvimento agropecuário para a Amazônia, modificou as bases de sustentação da economia regional. A vinda para o Acre de grandes empresas, fazendeiros e especuladores de terras, passou a ser fortemente estimulada. Os seringalistas, falidos e sem crédito,
08.06.1971 a 23.04.1975 Prefeito - 3 anos e 10 meses
Em 1971 em 1971 com uma legião estrangeira ocupando todos os cargos de primeiro e segundo escalão, distanciado do povo, entocado no Palácio Rio Branco, rodeado de áulicos e já talando
Trabalhadores rurais em solenidade no Palácio Rio Branco, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
08/04/1973
PAVIMENTAÇÃO DAS RUAS FOI INICIADA PELA
SANACRE PROMETE DEZ MILHÕES DE ÁGUA TRATADA
PREFEITURA - A Prefeitura Municipal de Rio Branco dentro
PARA O POVO - A imprensa acreana, compareceu na
E divorciado do povo
do organograma de obras e serviços públicos, iniciou a
manhã de ontem a fazenda Sobral, a convite da cia de
Desmontou todo o Estado
recuperação e pavimentação da Rua 6 de Agosto, no 2º
saneamento do Acre - Aanacre, para conhecer o local
distrito, e está recuperando a Rua Benjamin Constant (trecho
onde será construido o novo sistema de abastecimento de
entre a Rua Acre e Floriano Peixoto).A prefeitura executa
água de Rio Branco, capaz de atender, quando pronto, o
"Enclausurado no palácio
E não sabe montar de novo".
os seringais decadentes para os boiadeiros de toda parte do País. Tão Acre – Zé Leite
terraplanagem e aplicação de proteção asfáltica na estrada
consumo de 50 por cento da cidade. Na lancha "Valério
era geral, com uma quadrinha publicada no jornal O Rio Branco
da Bela Vista, no trecho do projeto Rondon, até o núcleo
Magalhães", seguiram representantes de O Rio Branco, " O
que eu dirigia:
residencial "Mascarenhas de Morais", no Bairro da Floresta.
Acre", Assessoria de Imprensa, entre outros.
Jornal O Rio Branco
Jornal O Rio Branco
Entrou o Édison Martins na parada quando o estarrecimento
110
Autoridades em solenidade nas escadarias do Palácio Rio Branco, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
24/03/1973
Quebra-cabeça O trepidante governador Francisco Wanderley Dantas assumiu
Barcos ancorados na margem do rio Acre, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Praça Rodrigues Alves, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
não tinham como resistir e acabaram vendendo enormes áreas de terra por preços muito baixos. Com isso, em poucos anos, um terço de todas as terras acreanas havia mudado de dono.
José Durval Wanderlei Dantas
O
s novos donos da terra, chamados regionalmente de “paulistas”, faziam parte da frente de expansão da fronteira agrícola que atingiu os estados do centro-oeste, antes de atingir Rondônia e Acre. Os programas POLONOROESTE e POLAMAZÔNIA previam várias medidas, como a abertura da BR-364. A frente era composta não só por fazendeiros, mas também por grileiros de terras, madeireiros e trabalhadores rurais do sul do país.
111
Moradias das invasões nos bairros de Rio Branco, década de 70.
A
o atingir o Acre, a frente de expansão agropecuária desestruturou completamente a sociedade acreana na área florestal. O intenso desmatamento de grandes áreas, promovido pelas madeireiras, e a transformação de seringais em fazendas para criação de gado, obrigaram milhares de famílias - que há décadas habitavam a floresta,
dela dependendo para seu sustento - a migrar para as cidades. Esse fluxo migratório campo-cidade promoveu uma verdadeira explosão das cidades acreanas. Rio Branco, por sua condição de capital, atraiu a maioria dos seringueiros, castanheiros e ribeirinhos expulsos de suas colocações, em todo o estado.
Invasão da área conhecida como “Bostal”, no bairro 6 de Agosto, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Moradias das invasões nos bairros de Rio Branco, década de 70. FGB - PMRB
Vista aérea do centro de Rio Branco, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Rua Epaminondas Jácome, ponte Juscelino Kubitschek e Ponte Sebastião Dantas, em construção, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Vista da Coronel Sebastião Dantas, em construção, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
17/06/1973
07/11/1973
28/02/1974
24/07/1974
PRAÇA EURICO DUTRA - As obras de construção da nova
"A cidade em revista " - FALTA DE ÁGUA - A água falta na
Cheia - O Rio Acre encheu mesmo.
BRASIL SURRA 6 DE AGOSTO - No Estádio da Rua 6 de
praça Eurico Dutra iniciaram-se ontem pela manhã, com a
cidade, dizem queixosos. Falte ou não, consagrado humorista
Lembra a alagação, que alcançou as casas da rua 1º
Agosto, domingo, o Brasil Esporte Clube, do Bairro da
terraplanagem da área. A praça, uma vez pronta, disporá
acreano, bolou a seguinte quadrinha, diz ele dirigida ao Edmir
de Maio, no 2º distrito, a de 1949. Dezenas de famílias
Base, derroutou o Ferroviário, por 3 a 1, conquistando a
de três cascatas artificiais, parque de estacionamento para
Gadelha, diretoradministrativo da Sanacre:
retiram se para casas de parentes ou para locais
taça "Joselito". Moisés, Raimundinho e Gilmar apontaram
carros, além de poder contar com cerca de 2000 pessoas nas
Roupa suja se lava em casa
determinados pelo governo. As zonas mais atingidas
os tentos brasileiros, marcando Ari o dos agostenses.
grandes concentrações cívicas. No 1º distrito da capital, as ruas
Esse ditado já era ?
pelas águas são Bairro 15, Rua 6 de Agosto, Cadeia
Edmundo foi juiz da pugna, com bom trabalho.
continuam a receber melhoramentos, sendo que amanhã a rua
Lá pra casa só vai água
Velha e Cidade Nova. Recomenda se ás crianças que não
O Brasil somou mais outra vitória, e formou com Alberto,
Isaura Parente, importante pela extensão, será aberta, dotada de
Quando chuva se espera.
bebam da água do rio e evitar nadar. O perigo é grande,
Abrantes, Moisés, Gilmar, Orriquinho e Raimundinho.
justamente para evitar uma epidemia.
Jornal O Rio Branco
meio-fios, preparada para receber pavimentação.
112
Vista aérea, da ponte Coronel Sebastião Dantas concluída, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Jornal O Rio Branco
Jornal O Rio Branco
Jornal O Rio Branco
113
E Rei Momo Luizão, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Diversas autoridades, dentre elas o Padre José e Geraldo Mesquita, atravessando o rio Acre de catraia durante uma festividade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
N
as cidades acreanas começaram a ocorrer as “invasões”, nome local usado para designar terrenos públicos ou privados ocupados por trabalhadores, para construção de moradias. Estas invasões faziam surgir, do dia para noite, novos bairros populares na periferia da cidade, sem nenhuma infraestrutura básica. As tentativas de reverter a política de atração dos “paulistas” não conseguiram deter o movimento migratório do campo e o inchamento acelerado das cidades. Além disso, as políticas de habitação popular efetivadas dos anos 70 a 90, não atendiam as famílias mais pobres, sem profissão ou renda fixa, uma vez que eram voltadas para as camadas médias da população.
Assembléia Legislativa, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
m relação à configuração urbana de Rio Branco, duas características desse período são muito evidentes. A primeira: apesar das “invasões” serem ações espontâneas e desordenadas de abertura de novos bairros, orientavam-se pela localização das colônias agrícolas e dos bairros que já estavam em organização, desde o período anterior de formação da cidade. Os bairros mais antigos continuaram sendo focos de atração e fixação dos moradores na periferia da cidade. A segunda: muitos dos fenômenos sociais que estavam ocorrendo na área florestal do estado passaram a acontecer também em Rio Branco. Enquanto na floresta os trabalhadores organizaram-se em Sindicatos Rurais e começaram a “empatar” a derrubada da mata para formação de pastagens, na cidade, as Comunidades Eclesiais de Base e lideranças populares procuraram organizar as “invasões” para evitar a atuação dos proprietários dos terrenos invadidos, ou dos grileiros de terras que, por vezes, utilizavam a violência contra os trabalhadores.
Local onde será construída a Biblioteca Pública de Rio Branco, década 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Obras da construção da Biblioteca Pública de Rio Branco, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Adauto Brito da Frota
23.04.1975 a 17.06.1977 Prefeito - 2 anos e 2 meses
Vista do Palácio da Justiça, Palácio Rio Branco e Palácio das Secretarias, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
12/03/1976
114
Hospital de Clínicas. Ampliação e remodelação, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Em 1976
14/04/1976
Vista da Rua 1º de Maio após a construção das duas pontes, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
09/07/1976
GOVERNO RELATA SUA AÇÃO EM BRASÍLIA.
Sábia natureza - A Vasp deu muitas dores de cabeça ao
MESQUITA PODE ELEVAR PARA DEZ OS MUNICÍPIOS
MESQUITA: “BANACRE FINANCIARÁ CULTURA
Governador Geral Mesquita postulou recursos do
seu gerente de base em Rio Branco, principalmente quando
ACREANOS.
CAFEEIRA”. - O Governador Geraldo Mesquita afirmou
Polamazônia para projeto de implantação da bacia
problemas na pista do Aeroporto Internacional Presidente
Os municípios acreanos poderão ser acrescidos de sete
aos colonos reunidos no grupo escolar do Núcleo Agrícola
leiteira, questão fundiária do estado, e do programa de
Médici impediam o pouso e decolagem do Samurai, avião
para dez, segundo parecer da Consultoria do Ministério da
Rural Integrado (NARI) da Jarbas Passarinho de que o
saneamento básico do DNOS em Rio Branco, notadamente
turbo-hélice, forçando o Sebastião Melo de Alencar a opções
Justiça, em atendimento ao pleito do governador Geraldo
Banacre financiará o plantio de café no Acre, de forma a
o projeto de canalização do igarapé da Maternidade.
emergenciais para não perder a freguesia.Condoído da aflição
Mesquita ...
colocar o Estado como produtor destacado da rubiácea.
Jornal O Rio Branco
do gerente, observamos no jornal O Rio Branco, na seção "A
Jornal O RIO BRANCO
O secretário do Fomento Econômico, Sr. José Fernandes
Cidade em Revista": "O Dr. Alencar, por causa da VASP, só não
do Rêgo, explica que existe projeto para o plantio racional
está de cabelos brancos porque usa peruca".
ainda em 1976, de 500 hectares de café.
Tão Acre – Zé Leite
Jornal O RIO BRANCO
115
Festival acreano de música popular - FAMP, início da década de 80. FGB - PMRB
N Vista aérea parcial do centro da cidade, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
ovos bairros formados a partir de ocupações, sem infraestrutura mínima de água, saneamento, luz e acesso. Além disso, na maior parte das vezes esses novos bairros estavam situados em locais alagáveis ou impróprios, como nas áreas ocupadas no 2º Distrito (Cidade
Nova, Taquari, Santa Terezinha/“Bostal”, etc.); ou ainda, formados a partir de loteamentos clandestinos e conjuntos residenciais mal implantados. Uma nova realidade, que estabeleceu enormes desafios a serem enfrentados para a conquista de qualidade de vida para os cidadãos de Rio Branco.
População no porto de Catraia prestigiando uma corrida de canoas, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Fernando Inácio dos Santos
17.06.1977 a 01.03.1981 Desabamento de uma parte da ponte Juscelino Kubitschek. Orlando Testi, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Prefeito Prefeito - 3 anos - 4 eanos 9 meses
A partir da esquerda - Nilson Mourão, Carlos Simão, Keilah Diniz e Anselmo Forneck, década de 70. FGB - PMRB
06/03/1978
116
Mane Garrincha em ocasião de visita ao Estado, conhecendo as dependências do Instituto Imaculada Conceição, década 70. FGB - PMRB
09/06/1978
PROBLEMAS DE UMA CIDADE- FERNANDO INÁCIO, O
rigoroso e a topografia da cidade - capital, Fernando Inácio diz
Desapropriados da Capoeira reclamam contra
moradores à reportagem. Alegam eles que a medida que
PREFEITO, RECONHECE O PROBLEMA DOS BURACOS E
que o tráfego de veículos em Rio Branco é intenso, contribuindo
Aeroporto - Ontem, moradores do Bairro do Aeroporto
implicou em sua remoção do Bairro da Capoeira, na Zona
ANALISA A SITUAÇÃO - Logo que o prefeito Fernando Inácio
para agravar a situação. Nada menos de seis mil veículos entram
que para lá foram removidos por terem sofrido
Ampliada, não foi má, posto que objetivava zelar pela
dos Santos assumiu a Prefeitura, em julho passado, tratou
mensalmente nesta cidade, cujas ruas não foram preparadas
desapropriação do Bairro da Capoeira onde habitavam,
sua própria saúde, todavia, o que não aceitam é os terem
de executar a chamada operação - buraco, com resultado
para o carro.
estiveram na redação de a Gazeta para reclamar contra
assentado num local sem nenhum benefício," como se
satisfatórios. O problema de Rio Branco, no entanto é de base.
O governador da cidade tem a segurança de que técnicos da
a total falta de infra estrutura naquele bairro, que não
estivessem exilados "." É por isso que nós queremos apelar
Dezenas de prefeitos sofreram ás críticas violentas do povo e
UNICAMP possam revelar após análise do solo acreano uns
dispõe ,sequer de água e luz na área onde estão alojadas
para as autoridades, principalmente para a ELETROACRE
da imprensa pôr causa dos buracos, principalmente quando as
sistema adequado à pavimentação asfáltica duradoura e capaz
cerca de 400 famílias.
para ver se pelo menos luz elétrica chega por lá", finalizaram.
chuvas desabam intensamente como agora.
de resistir ao tráfego intenso e às intempéries.
"É como se a gente morasse num seringal e dos piores.
Jornal A GAZETA DO ACRE.
Além dos problemas que atravessa, lutando contra o inverno
O JORNAL
É tudo na base da lamparina e do balde", disse um dos
117
Moradores do bairro 6 de Agosto durante alagação, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Alagação no Santa Terezinha, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Mutirão contra jagunçada. Empate que aconteceu na estrada de Boca do Acre, em setembro de 1979, fotografada por José Maria Barbosa, um dos heróis contra o desmatamento da floresta acreana. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Mutirão contra a jagunçada. Seringueiros armados com terçados e foices, rumo a um empate no Km 38 da BR-317, em Boca do Acre, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
A
situação das cidades acreanas, e de Rio Branco em especial, tornou-se então, causa de forte degradação das condições de vida em todos os setores. O nível de tensão social, tanto nas florestas quanto nas cidades acreanas, era extremamente alto, situação que levou a acontecimentos tais como a morte de João Eduardo, em 1981, assassinado por um grileiro, como já tinha ocorrido com o assassinato de Wilson Pinheiro, em 1980, e levaria ao de Chico Mendes, em 1988. Não é exagero dizer que, nessa época, Rio Branco não cresceu, explodiu. Se ao longo de 90 anos de sua história as dinâmicas da cidade tinham dado origem a pouco mais de uma dezena de bairros, entre 1970 e 1999, esse número passaria de 150.
Cortejo fúnebre de Wilson Pinheiro, 1980 . Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Vista aérea do bairro 6 de Agosto, durante alagação, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Bairro João Eduardo, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
29/10/1978
118
Invasão do Bostal durante alagação, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Em 1978
Mudança de moradores durante alagação no bairro 6 de Agosto, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Alagação no Santa Terezinha , década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
27/01 a 03/02/1980
MESQUITA INAUGURA NÚCLEO DE APOIO.
Ah, essa cultura!
Um decreto muito oportuno.
na volta da água ao nível normal, os ribeirinhos de pronto
Mais um Núcleo de Apoio Rural Integrado será inaugurado pelo
No vestibular, prova de redação, o tema proposto versou
Um decreto do Prefeito municipal de Rio Branco,
retornarem ao mesmo local. Em contra partida oferece-se
governador no dia 4 na Colônia Calafate. O Nari, no entanto,
sobre a migração nordestina para o Acre. Duas pérolas
Fernando Inácio dos Santos, endossado pelo Governador
a essas pessoas programas habitacionais para famílias
já vem funcionando e prestando serviços aos colonos e a sua
preciosas extraídas das ostras da sabença de dois
Joaquim Macêdo, considera Margem áreas localizadas a
de baixa renda como o Profilurb - lotes urbanizados e
inauguração oficial só será agora porque a área de 7 mil e 500
candidatos:
distância de 30 metros do rio coibindo as construções às
outros como o Projeto Tangará, com boa infraestrutura. O
hectares onde está situada a colônia, recentemente passou do
"Quando os cearenses viajaram no navio Anajás foram
margens dos rios.
decreto constitui-se num passo fundamental para o fim da
domínio privado para o público.
atacados por um submarino alemão".
O Governo do estado acertou no alvo ao proibir pôr
“industria da alagação”, cujos tentáculos se ampliam cada
Jornal O RIO BRANCO
"A penetração nordestina no Acre deveu-se aos
meio de decreto a construção de residências em áreas
vez mais com o decorrer dos anos.
nordestinos".
costumeiramente alagáveis, cujo condão principal é evitar
O JORNAL
Tão Acre – Zé Leite
o ciclo vicioso de todo o ano após o período das chuvas
119
Abertura de ruas no Bairro Conquista, década de 80. FGB - PMRB
Vista de uma das ruas do Bairro Taquari. Data década de 80. FGB - PMRB
Parada de ônibus, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
E Avenida ceará, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Parada de ônibus na Avenida Getúlio Vargas, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Flaviano Flávio Baptista de Melo
01.03.1981 a 01.03.1985 Prefeito - 4 anos
ssa série de acontecimentos, modificou não só o espaço físico da cidade, mas a vida das pessoas. Por exemplo, a construção das duas pontes sobre o rio Acre - a metálica, em 1971 e a de concreto, em 1974 - provocou o fim da área da antiga Praça Municipal, que foi cedida ao Posto São Francisco, e de parte da rua 1º de Maio, que desabou em função do balseiro acumulado nas pontes. A situação piorou ainda mais em decorrência das alagações, que ocorreram em 1971/72, 1974/75 (a maior de todas) e 1978/79. Em 1978, o bairro Triângulo Novo já estava consolidado, seguido pela formação do bairro João Eduardo, em 1979. Logo, o movimento das ocupações espalhou-se por toda a cidade: Tancredo Neves, Placas, Aeroporto Velho, Sobral, Cidade Nova, Invernada e São Francisco. A ocupação do bairro Taquari deu-se em 1981 e, apenas cinco anos depois, em 1986, já era uma das principais áreas de ocupação da cidade, apesar de constantemente atingido pelas alagações.
Em 1980
120
Bairro das Placas, década de 80. FGB - PMRB
Entrada da rua principal do bairro Tropical, década de 80. FGB - PMRB
Primeiras casas do Conjunto Tucumã, década de 80. FGB - PMRB
Vista da Estrada Vila Ivonete. década de 80. FGB - PMRB
Obras de pavimentação asfáltica da Rua Isaura Parente, década de 80. FGB - PMRB
Obras de pavimentação asfáltica da Avenida Nações Unidas, década de 80. FGB - PMRB
14/05/1981
19/05/1981
Homenagem remunerada - Bruno "Couro Velho", glória
Os donos do Acre - Em sessão de 1980, na Câmara de
14 de maio de 1981 - Nº 1216
PREFEITURA FAZ LEVANTAMENTO HISTÓRICO
maior do Rio Branco Football Club, símbolo da raça estrelada,
Vereadores o debate decorria aceso por motivo de questão
TEATRO HORTA COMEMORA 1º ANIVERSÁRIO
Sem dispor de projetos, o Secretário Municipal Antonio
pendurou as chuteiras, depois de presentear o clube do coração
pertinente à propriedade das terras do Estado do Acre – se
O TEATRO HORTA implantado por um grupo de jovens
José, já contou razoável acervo histórico, com vistas à
e de sua carreira de craque com um golaço dentro do Estádio
do próprio Estado, da União ou dos índios. O falecido Omar
idealistas completará o seu primeiro ano de existência
comemoração do primeiro centenário da Fundação da
Aluísio Ferreira, em Porto Velho, que garantiu o bicampeonato
Marques, então do PMDB, irritado com o inútil debate que
no próximo dia 17, que será comemorado com extensa
cidade de Rio Branco, no próximo ano.
do Copão da Amazônia aos acreanos.
mais dava trabalho aos garçons e engordava vendedor de
programação cultural. Surgido na Estação Experimental,
A festa terá início este ano, por ocasião dos 99 anos de
O presidente Sebastião Melo de Alencar resolveu realizar uma
café em pó e açúcar, aparteou para encerrar a pendenga:
o TEATRO HORTA já apresentou várias peças teatrais de
fundação do município, ocasião em que será exposta ao
homenagem ao veterano artilheiro, Bruno avisou: Doutor,
– Os verdadeiros donos das terras acreanas são as minhocas.
autores locais, constituindo-se hoje no mais importante
público uma série de documentos referentes às histórias
prefiro as homenagens em dinheiro vivo.
Tão Acre – Zé Leite
passo dado no setor de artes cênicas em nosso Estado.
plítica - sócio - econômica do município.
Jornal O RIO BRANCO
Jornal O RIO BRANCO
Tão Acre – Zé Leite
121
N
os anos 70, aconteceram outros movimentos pela cidade. Um deles foi o surgimento das Escolas de Samba em Rio Branco. Influenciados pelo desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, alguns dos blocos carnavalescos de bairros da cidade tornaram-se Escolas de Samba. Em 1972, começaram a ocorrer acirradas disputas entre a Escola de Samba Unidos da Cadeia Velha, sob o comando de João Aguiar, recém chegado do Rio, e a Escola de Samba Unidos do Bairro Quinze, comandada pelo baiano-carioca Santinho. Durante as festas de Momo, as disputas tinham como palco principal a Avenida Getúlio Vargas, e se estendiam às rádios, que executavam as músicas das escolas, movimentando o cenário cultural de Rio Branco.
Festival do Amapá, década de 80. FGB - PMRB
Carnaval na rua, década de 80. FGB - PMRB
15/02/1982
122
Vista parcial da rua Eduardo Assmar, durante uma competição de catraias, década de 80. Deptº de Patrimônio Histórico - FEM
A Praia do Amapá, década de 80. FGB - PMRB
Bateristas de escola de samba, década de 80. FGB - PMRB
Equipe participante da regata de catraias, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
chegada da televisão ao Acre foi a grande novidade da década de 70, mais precisamente de 1974, ano de Copa do Mundo, facilitando a integração com o restante do país. A TV passou a transmitir atividades consagradas por aqui, como os programas de auditório, porém, provocou mudanças nos costumes locais, como a diminuição do antigo hábito de reunir na calçada, ao fim do dia, para conversar.
Da Costa e Grupo musical Bararu, década de 80. FGB - PMRB
Inauguração do Cacimbão da Capoeira. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
17/03/1983
17/03/1983
20/03/1983
PMRB ENFRENTA MAIOR CRISE FINANCEIRA.
PDS FAZ PREFEITO DE RIO BRANCO.
cont.
PREFEITO DEVOLVE OCIOSOS E NOMEIA SEUS
A Prefeitura de Rio Branco, a exemplo das outras 4423
Rio Branco desde terça-feira tem um novo prefeito.
permanência à frente da municipalidade vai perdurar
AUXILIARES.
do Brasil vive hoje, uma das maiores crises financeiras de
É o presidente da Câmara Municipal de Rio Branco,
até que a Assembléia Legislativa aprove a indicação
O primeiro movimento do prefeito Flaviano Flávio Batista
sua história. Segundo o secretário de Planejamento, Renato
vereador José Augusto Araújo de faria, do PDS,
do Engenheiro Flaviano Flávio Batista de Melo, feita
de Melo, após sua posse na sexta-feira, foi se reunir
Nunes, tudo isso é conseqüência da redução do FPM - Fundo
empossado no cargo após a exoneração do prefeito
diretamente pelo governador, cuja mensagem começou
ontem com seus auxiliares diretos em seu gabinete e fazer
de Participação dos Municípios que nos últimos 90 dias,
Fernando Inácio dos Santos, e por força de legislação
a tramitar ontem nas comissões parlamentares do
um estudo detalhado da programação orçamentaria da
foi superior a 60%, sem falar no alto índice inflacionário.
constitucional que regula a matéria.
legislativo.
Prefeitura Municipal de Rio Branco para o ano de 83, e
A redução do FPM é causada em função da recessão
A posse de José Augusto criou uma situação nova,
econômica que impera no país, explicou Renato Nunes.
porquanto o governo do Estado é ocupado pelo ex-
Jornal O RIO BRANCO
deputado federal Nabor Júnior, do PMDB, e sua
então traçar o seu plano de ação para os diversos setores Jornal O RIO BRANCO
da PMRB. Jornal O RIO BRANCO
123
Palácio das Secretarias, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
A Prefeitura Municipal, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
E
m relação à administração municipal, depois dos dez anos (1961-71) de rápida alternância no cargo de Prefeito, começou uma fase mais regular. Entretanto, depois da deposição do primeiro prefeito eleito Aníbal Miranda, em 1965, os prefeitos continuaram indicados pelos governadores nomeados pela Ditadura Militar. Só em 1982, o processo de “abertura lenta e gradual”, imposto pelos generais no poder, permitiu que os brasileiros voltassem a eleger governadores. No caso do Acre, foi apenas a segunda eleição para governador, em toda a história acreana.
Praça Rodrigues Alves, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Ex eos ulla in ratiisquis nonsed
Edíficio Ibrahim, avenida Getúlio Vargas com Benjamin Constant, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
democratização em curso chegou também aos municípios. A eleição para prefeitos ocorreu em 1984, quando foi eleito Adalberto Aragão, empossado em 1985. Mas, o fato dos prefeitos serem eleitos diretamente pela população mudou a relação entre eles e os governadores, porque os prefeitos passaram a ter relativa independência. Relativa apenas porque, como sempre, continuava existindo enorme diferença entre a capacidade de investimento do governo estadual, em comparação com as reduzidas verbas do orçamento municipal. O que – diante do aumento vertiginoso da população
e da multiplicação de demandas de urbanização, limpeza e ordenamento territorial de Rio Branco, desse período – dificultou muito a ação dos prefeitos da capital. Essa nova relação entre governador e prefeito foi verificada já no período do Aragão, que teve dificuldades com a falta de repasse de recursos do governo, para manter serviços básicos, como a coleta de lixo e a manutenção de ruas da cidade. Foi mais sentida ainda pelo prefeito seguinte: Jorge Kalume. Já que, no inicio de seu mandato, o governador era de outro partido, e só melhorou quando foi eleito um governador do mesmo partido.
Praça Eurico Dutra, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Rua Epaminondas Jácome, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Mercado do 15, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Adalberto Aragão
01.03.1985 a 01.03.1989 Prefeito - 4 anos
13/07/1983
124
INPA, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
04/01/1984
05/11/1985
02/10/1986
O ESPIRITO DA COISA DEU NO QUE DEU - A fórmula é
MACISTE BAGUNÇOU COM O CORETO DA POLICIA
ARTISTAS TEATRAIS QUEREM TER A SEDE (PICOLLI
PREFEITURA PODERÁ PARAR POR FALTA DE RECURSOS.
simples: coloque num lugar fechado e calorento mais de mil
O comerciante Osmarino, conhecido vulgarmente
RECUSA) Entidades ligadas ao teatro e ao cinema reuniram
“Se o Estado não repassar imediatamente recursos já
pessoas, sirva bastante bebida alcóolica e coloque prêmios
pela alcunha de "Maciste", proprietário de um bar nas
quinta com o pres. da Fundação Cultural, Jacó Picolli,
autorizados pela Governadora na ordem de Cz$ 5 milhões,
em dinheiro para atiçar a competição. Serve para as lutas de
proximidades do mercado do bairro Seis de Agosto, vem se
discutindo a questão do espaço físico para a acomodação
a Prefeitura de Rio Branco vai parar totalmente inclusive
boxe e para a finalíssima do Famp. Deu no que deu... Mas
tornando um sério problema para o pessoal do 5º distrito
dos artistas do Estado. O pres. da FETAC, Dinho Gonçalves,
a coleta de lixo”. O desabafo foi feito ontem pelo prefeito
valeu o trabalho musical de Damião, o espetáculo de Pia e
policial, chegando á faltar com o respeito a alguns agentes.
colocou a real situação em que se encontram, e exigiu uma
Adalberto Aragão, adiantado que o município já “não tem
Felipe, a coragem de Francis Mary denunciando a repressão
O citado elemento deixa de cumprir a ordem do delegado
sala para a FETAC uma vez que há mais de 30 dias sua
condições de criar débitos na praça”.
e o esforço dos demais. Agora, rumo ao festival de praia do
Américo Carneiro Paes, que mandou que todos os bares em
diretoria vem se reunindo nos bancos da praça, devido ao
Jornal O RIO BRANCO
Amapá, onde quem esquentar a cabeça leva um caldo.
sua jurisdição fechassem as portas antes da zero hora.
despejo que sofrem por parte do pres. Jacó Picolli.
Jornal O RIO BRANCO
DIÁRIO DO ACRE.
Jornal O RIO BRANCO
125
Velório de Chico Mendes no Salão Paroquial de Xapuri, década de 80. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
N
esta época, tanto surgiram músicas que cantavam os modos de vida urbana dos filhos da burguesia e dos marginalizados pela sociedade, quanto músicas que falavam do duro cotidiano seringueiro. Entre a melancolia da extinção e a esperança de um improvável futuro foram feitas músicas que denunciavam a desfaçatez da política e do autoritarismo. Músicas, enfim, que recuperaram a importância dos seringueiros, dos povos indígenas e dos modos de ser acreano.
Repressão policial no"Dia D", década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
P
or outro lado, a luta contra a nova realidade imposta aos acreanos espalhou-se por diversos setores da sociedade. Na floresta, os trabalhadores organizados em sindicatos empatavam o desmatamento, criavam cooperativas e rompiam os laços com patrões e marreteiros. Na capital, os professores estaduais faziam sua primeira greve, tomando as ruas da cidade e começou a circular o jornal Varadouro, que reunia jornalistas e intelectuais de diferentes formações.
Clenilson fazendo sua apresentação no FAMP. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Carnaval na rua, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
02/08/1987
Casa do Seringueiro, com pintura em homenagem ao sindicalista Chico Mendes, década de 80. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
13/11/1987
Lula em reunião com os trabalhadores rurais de Xapuri. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
08/01 a 25/01/1988
Tão acre
CHICO MENDES COMEMORA A CRIAÇÃO DE RESERVA
ROUBARAM A PLACA DA GAMELEIRA - Um Governador
ARAGÃO FAZ A FESTA DO POVO.
O folclórico Abrahim Farhat Neto, o Lhé ou Brachula, editou
EXTRATIVISTA - O presidente do S.T.R de Xapuri disse que
do Acre demoliu o Obelisco e sacou a Fonte Luminosa da
O carnaval/88, promete ser um dos mais organizados e
um jornalzinho acreanissimamente rotulado Arigó. Relação
com a aprovação das RESEX pelo Incra, “os seringueiros de
esplanada do Palácio. Com o exemplo de cima, nada mais
concorridos os últimos tempos. Tendo como ponto de
dos brasileiríssimos nordestinos do expediente: Klein De
Xapuri começarão a viver um novo horizonte”. A aprovação “é
natural que os vândalos emulem os maiores. Faz alguns
partida a criação da Liga de Blocos e Escolas de Samba do
Lucca, Th. Frederich, Zwetsch, Scholla, Klander, Parra, Farhat.
uma grande vitória dos seringueiros, talvez a mais importante
anos a Prefeitura inaugurou na Gameleira uma placa de
Acre. A liga juntamente com a Prefeitura Municipal de Rio
da história da Amazônia”. Francisco palestrou no auditório da
bronze, assentada num tronco, registrando a data em que
Branco estão traçando as diretrizes do Carnaval, o qual
UFAC-Centro sobre a destruição da floresta Amazônica e a luta
Neutel Maia estabeleceu o seringal Empresa, “abovo” da
promete ser um sucesso.
dos seringueiros, defendendo a união dos trabalhadores do
hoje Rio Branco. Foi roubada. O CACIMBÃO está destruido
Jornal O ESTADO DO ACRE
campo e da cidade.
pelos marginais, entupido de lixo e abandonado.
Jornal Gazeta do Acre
Jornal O RIO BRANCO
Tão Acre – Zé Leite
126
Manifestação popular: O famoso "Dia D", década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Fest Amapá, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Em 1987
Protesto realizado em frente ao Serviço de Divulgação do Estado do Acre. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM
127
A
lém disso, artistas da poesia e do teatro montavam peças como “Toda noite tem pichação” e “Rio Branco Total Radiante”. Enquanto jovens estudantes universitários e profissionais liberais uniam-se aos trabalhadores da floresta para defender suas causas e desenvolver projetos em diferentes áreas. Tudo isso, desembocou na retomada do Festival Acreano de Música Popular FAMP. O de 1980 aconteceu na sede do Vasco da Gama e teve enorme repercussão. Mas, a realização dos Festivais não se deu de forma contínua: aconteceu em 80 e 81, parou em 82, voltou em 83, dando uma nova parada até 1985, e assim por diante. A partir de 1983, todo esse movimento cultural engrossou com os Festivais do Amapá, de modo que os anos 80 foram efervescentes para o movimento de resistência cultural.
Da Costa e Paulinho da Viola no Teatrão, década de 90. FGB - PMRB
Rodoviária de Rio Branco, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Biblioteca Pública Estadual, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Biblioteca Pública Estadual, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Festival do Amapá, década de 90. FGB - PMRB
Mercado dos Colonos, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Jorge Kalume
01.03.1989 a 31.12.1992 Inauguração do Espaço Cultural de Belas Artes, com a presença do governador Romildo Magalhães e Prefeito Jorge Kalume. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Prefeito - 4 anos
Apresentação de grupo musical no FAMP. FGB - PMRB
Em 1991
128
Chico Pop, década de 90. FGB - PMRB
Em 1992
Helicóptero
Antiga novidade - O primeiro assalto a mão armada em
O terreno baldio do Ceará - Final do governo do prefeito
– É lá num terreno baldio da Avenida Brasil, prefeito.
Um helicóptero em Rio Branco deu força à Secretaria
Rio Branco aconteceu em abril de 1991, na agência do
Jorge Kalume, o fotógrafo Francisco Genésio, o popular
Envolto com mil e uma coisas a resolver, JK disse que
da Saúde no combate à cólera que ameaçava assolar o
Banacre na Avenida Nações Unidas, no bairro da Estação
sempre boquirroto e borbulhante Ceará encosta no
ia estudar, Ceará entendeu que estava autorizado e
Acre. Quem muito usufruiu da traquitana foi o falecido
Experimental. Três agentes de plantão no 3º Distrito Policial
tarimbado político e propõe:
imediatamente mandou baixar da noite para o dia tijolos,
governador Edmundo Pinto. Um dia convidou o deputado
viram chegar um sujeito de olhos arregalados e língua de
– Prefeito, resolvi voltar com meu Foto Ceará e quero que
cimento, areia e ferros no "terreno baldio" da Avenida
Chico Sombra para um sobrevôo. O parlamentar
fora, arquejante, com um pedido de socorro urgente.
o senhor me deixe construir o prédio.
Brasil, justo na Praça Plácido de Castro, ao lado do Bar
agradeceu:
– Corram, por favor, estão assaltando a agência do Banacre!
– Tudo bem, Ceará, mas onde é o local?
Amarelinho. Quando JK viu o prédio futuro do Foto Ceará
- Obrigado, governador, eu não ando em avião de rosca.
Um dos tiras, na maior pachorra, total indiferença:
O esperto cearense que jura ter sido ponta-direita do
já com as paredes levantadas, mandou dar última forma
– Cadê carro?
Ceará Sporting com o apelido de Chiclete, apressa-se a
na construção.
Tão Acre – Zé Leite
informar:
Tão Acre – Zé Leite
Tão Acre – Zé Leite
129
E
m 1992, foram criados novos municípios no estado do Acre. Dessa vez, Rio Branco teve uma perda significativa de território para os municípios de Capixaba, Acrelândia, Porto Acre e Bujari.
Mapa do Estado e Municípios em 1992. Atlas do Estado do Acre, 2008
130
131
Pref. Jorge Viana visitando obras da cidade, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Mercado do Bosque em 1995. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
a década de 90, teve início uma mudança radical no cenário político do Acre. Como resultado da profunda crise social vivida pelos acreanos, desde o início da década de 70 e da democratização dos anos 80 - aconteceu um realinhamento das forças políticas do estado. Novas lideranças surgiram nos movimentos sociais da floresta e da cidade e passaram a disputar as eleições por partidos como o Partido dos Trabalhadores - PT e outros partidos de es-
querda, agora já sem as amarras e repressão da Ditadura Militar. Esse novo momento político concretizou-se com a eleição de 1992, quando o jovem engenheiro florestal Jorge Viana disputou e ganhou a eleição para prefeito da capital. A partir de março de 1993, começou uma nova experiência política e administrativa, que mudaria completamente a história de Rio Branco e do Acre. Logo de início, a Prefeitura envolveu a população em ações de reorganização, limpeza e recuperação da cidade. A administração municipal passou a utilizar ferramentas de gestão mais modernas, como o planejamento estratégico.
N
Terminal Urbano em fase de conclusão, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
C
om o lema “Vida Nova na Cidade” o prefeito Jorge Viana definiu novos parâmetros para a gestão do município, entre eles: recuperar a importância do rio Acre para Rio Branco e virar de novo a cidade de frente para o rio; trocar a ideia de administrar a cidade, por cuidar coletivamente dela como cada um cuida de sua casa; orientar o desenvolvimento da capital pelos princípios da sustentabilidade ambiental e social.
Box do Terminal Urbano em fase de conclusão, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Centro Cultural Lídya Hammes, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Jorge Viana
01.01.1993 a 31.12.1996 Prefeito - 4 anos
Centro Cultural Lídya Hammes, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM Primeiros dias de funcionamento do Terminal Urbano, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
10/03/1993
132
11/08/1993
10/06/1994
07/02/1995
CINE TEATRO RECREIO VAI VOLTAR À CENA
CAPOEIRA.
CHÁCARA CAPITÃO CIRÍACO - A cidade de Rio Branco
CACIMBÃO MERECIA MELHOR SORTE
Após meses fechado, o CINE TEATRO RECREIO voltará a
No próximo dia 15, a Associação do bairro Capoeira estará
ganhará mais uma área de preservação. Trata-se da reforma
O legendário Cacimbão da Capoeira se encontra
abrir suas portas ao público provavelmente no dia 21 de
promovendo um campeonato de futebol, entre clubes do
que a Prefeitura vai desenvolver na antiga Chácara Capitão
abandonado. Durante décadas abasteceu às famílias mais
Maio, disse o Pres. da Fundação Cultural do Estado, Profº
próprio bairro e adjacências. Os ganhadores irão ganhar
Ciríaco, localizada no Segundo Distrito e que tem lembranças
nobres de Rio Branco com suas águas puras e cristalinas.
Félix de Souza, com a recuperação das partes deterioradas.
valiosos tróféus entre eles, o mais valioso (do Campeão), será
históricas, além da vegetação típica dos seringais. As obras
Uma fonte natural que mesmo sufocada pelo fluxo do
Para isso, foi firmado um acordo entre o Município e o
denominado Mac Wesley, em homenagem ao jovem Mac,
iniciam este mês e devem ser concluídas até o ano que
progresso consegue manter-se livre da poluição. Os
Estado. Segundo o Secretário de Cultura do Município,
filho do jornalista Campos Pereira. As inscrições poderão ser
vem. O presidente da Fund. Mun. de Cultura, Antônio Alves,
moradores afirmam que o último benefício que foi feito no
Antônio Alves, a recuperação do prédio visa incentivar a
feitas na própria Associação, com o Presidente Raimundo
ressaltou que o 2º Distrito tem grande significado na história
Cacimbão aconteceu durante as administrações de Adalberto
produção artística e resgatar a memória cultural do Acre.
Maia.
acreana, não tem opções de lazer para os moradores.
Aragão e Jorge Kalume. De lá para cá nada mais foi feito.
Jornal O RIO BRANCO
A GAZETA.
Jornal O Rio Branco
Jornal O RIO BRANCO
133
R
Projeto Boca da Noite no Coreto da Praça Rodrigues Alves, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Visita do Pref. Jorge Viana ao DERACRE , década de 90. Acervo Edgarde de Deus
07/10/1995
134
io Branco passou a ter, então, ruas e praças mais limpas e bem cuidadas, com jardins floridos que mudaram a relação dos moradores com esses espaços. A cidade ganhou novos parques que preservavam importantes áreas verdes, como o Parque Capitão Ciriaco e o Parque Chico Mendes e ofereciam novas opções de lazer, além da recuperação do Horto Florestal. O transporte coletivo foi organizado com a criação do Terminal Urbano. Ações de urbanização de bairros, especialmente nas áreas das invasões, foram feitas através do programa Habitar-Brasil e outros projetos com recursos externos. Os mercados públicos foram reformados ganhando melhores condições para venda da produção agrícola que cresceu com a implantação dos polos agroflorestais no entorno da cidade. Todas essas ações contavam com a participação ativa dos moradores e lideranças comunitárias, através do Orçamento Participativo.
Discurso do Pref. Jorge Viana em solenidade no Horto Florestal, década de 90. Acervo Edgarde de Deus
11/10/1996
A
educação municipal também avançou significativamente com a recuperação das escolas e a adoção de programas inovadores, como o Projeto Seringueiro que havia sido iniciado por Chico Mendes e outros, nas escolas rurais. Além disso, foi adotada uma merenda escolar regionalizada que potencializou o aproveitamento da produção agrícola local e melhorou muito a qualidade da alimentação oferecida às crianças. As artes e a cultura local também foram impulsionadas pela Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil que criou um Setor de Patrimônio Histórico que atuou na recuperação do Cacimbão da Capoeira e do prédio do Aeroporto Velho, que se tornou o Centro Cultural Lydia Hammes. Foi criado também o Centro de Multimeios, com uma Escola de Musica anexa, e um ousado Programa de Leitura nos bairros. Projetos como o “Boca da Noite” e outras ações movimentaram o cenário cultural da cidade.
Apresentação de grupo musical no Parque Capitão Ciríaco, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Em 1996
Recorte de matéria do jornal A GAZETA, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
de todos os tempos
Cacimbão
PREFEITURA INSPECIONA OBRAS NO 15.
Dieta da derrota - O técnico J. Alves, de apelido Maluco
OS SANTOS MILAGROSOS
Será hoje a inauguração do Cacimbão da Capoeira,
O prefeito Jorge Viana voltou a inspecionar obras, ontem de
Beleza, do Rio Branco, pelas loucuras e presepadas fazia
O conhecimento de causa do seringalista Birroque é
recuperado pela prefeitura e tombado pelo patrimônio
manhã nos bairros da pista, Ivete Vargas e no Quinze.
jus ao codinome. Em 12 de julho, na partida decisiva do
fora de série, como a descoberta dos santos mais queridos e
histórico do município. A inauguração começa às 10 horas
Depois da visita ao bairro da Pista, Jorge Viana inspecionou
returno com o Juventus, estabeleceu inusitado cardápio
populares
e deve reunir toda a população do bairro que durante anos
o trabalho de urbanização que está sendo realizado no bairro
para os jogadores concentrados no almoço e no jantar,
nos seringais acreanos: São João da Barra e São Risal.
sonhou com a obra.
Ivete Vargas e a implantação de bueiro na rua 16 de outubro,
sem direito a reclamação: guaraná em pó, rapadura, caldo
Jornal A GAZETA
no bairro 15, uma das reivindicações da comunidade, e a
de cana, mamão, suco de laranja. Deu no que deu, pois
prefeitura só está conseguindo atendê-la agora devido ao
os jogadores demonstraram excelente preparo físico na
financiamento conseguido junto a Caixa Econômica Federal.
contínua corrida aos sanitários. O RBFC perdeu o jogo.
Jornal O RIO BRANCO
Tão Acre – Zé Leite
135
Balsas no rio Acre , década de 90. Marcos Vinicius Neves
Rua Eduardo Assmar, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
A
partir de 1997, o município passou a ter problemas semelhantes aos que o governo do estado enfrentava: má gestão dos recursos públicos, fragilização dos órgãos públicos, atraso de pagamentos dos funcionários e sucateamento da máquina estatal.
Vista lateral do Mercado dos Colonos, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Porto do Mercado Elias Mansour, década de 90. Marcos Vinicius Neves
R Vista interna do Mercado dos Colonos, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Mauri Sérgio
01.01.1997 a 31.12.2000 Prefeito - 4 anos
Barranco da rua Eduardo Assmar, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
io Branco viveu, portanto, um período de muitos avanços e de ações inovadoras que deram maior qualidade de vida a população. Infelizmente, após a gestão de Jorge Viana, os três prefeitos seguintes não deram continuidade a essas ações e a cidade voltou a enfrentar problemas. Além disso, o governo estadual também estava passando por grandes dificuldades com a morte do governador Edmundo Pinto e a posse do vice-governador Romildo Magalhães.
03/05/1997 DEPUTADO ADMITE SONDAGEM, MAS NEGA TER TROCADO VOTO POR DINHEIRO A Folha tentou localizar o deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) durante toda a tarde de ontem. Em seu gabinete, os assessores disseram que ele estava viajando, mas não informaram para onde. A deputada Zila Bezerra (PFL-AC) disse que a denúncia envolvendo seu nome com a negociação
emenda, por estar insatisfeita com o governo. Acabou mudando seu voto na última hora, porque foi recebida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Planalto e expôs suas queixas. Quanto à conversa telefônica na qual o deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) diz que os deputados acreanos receberam R$ 200 mil para aprovar a reeleição, Zila diz não ter "fundamento".
de votos "não tem fundamento". A deputada
136
afirmou que estava disposta a votar contra a
Jornal FOLHA DE SÃO PAULO
137
Vista aérea da 4ª ponte de Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Novos tempos
1999-2013
A
capital acreana recebeu uma série de ações de reestruturação em sua malha urbana e de revitalização de seu patrimônio histórico e paisagístico. Com isso Rio Branco experimentou transformações profundas que a tornaram uma das mais belas cidades brasileiras.
138
139
Passeata de abertura do Encontro de Culturas Indígenas no centro da cidade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
M
antendo os princípios norteadores de seu trabalho na prefeitura de Rio Branco, as ações de recuperação da cidade promovidas pelo governador Jorge Viana começaram pela área mais
antiga da cidade, com a recuperação do barranco da Rua da Gameleira que estava se desfazendo. Ao mesmo tempo que teve inicio também um intenso trabalho de valorização dos povos e culturas tradicionais.
Vista panorâmica do Calçadão da Gameleira em fase de construção. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
C
omo vimos anteriormente, ao longo de toda sua história, as grandes transformações urbanísticas de Rio Branco aconteceram pela ação de governadores. Em razão da reduzida capacidade de investimento da prefeitura municipal. Depois das profundas modificações urbanas realizadas pelos governadores Hugo Carneiro (1927-29) e Guiomard Santos (46-50), coube ao governador Jorge Viana (1999-2006), promover uma verdadeira revolução urbanística na cidade.
Apresentação do grupo da Marujada. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Calçadão da Gameleira em fase de construção. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Palácio das Secretarias. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
140
141
O
processo de recuperação da cidade de Rio Branco, bem como do estado do Acre como um todo, passava necessariamente, então, não apenas pela recuperação física das estruturas públicas, mas pela recuperação simbólica e cultural dos valores acreanos. Só assim se poderia recuperar também a autoestima do povo acreano, tão combalida depois de anos de crise politica e econômica. Para tanto, o governo da floresta, como se chamou a gestão liderada por Jorge Viana, baseou suas ações em duas frentes de trabalho simultâneas: o respeito e a valorização dos bens culturais mais tradicionais e queridos pela população acreana e, ao mesmo tempo, a busca de soluções inovadoras baseadas nos princípios da sustentabilidade. A composição entre o antigo e o novo, o tradicional e o contemporâneo, tornaram-se os eixos do trabalho que estava começando. Enquanto se fazia a recuperação da encosta da rua da Gameleira - a primeira da cidade, formada ainda nos idos do povoado da Volta da Empreza – e do seu casario antigo, tinha inicio também a restauração do Palácio Rio Branco que, apesar de sua importância histórica, estava completamente destruído. Assim como a Fonte Luminosa, tão marcante para a memória de várias gerações de riobranquenses, tinha sido levada para a Praça Rodrigues Alves e estava há anos sem funcionar. A partir da revitalização, esse núcleo central do sítio histórico da cidade recebeu novos usos. O Palácio Rio Branco foi aberto à visitação publica como museu, o prédio da Radional se tornou o Memorial dos Autonomistas/Teatro Hélio Melo e a Fonte Luminosa voltou a funcionar no seu lugar original.
Fonte Luminosa e ao fundo o Palácio Rio Branco, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Palácio Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Memorial dos Autonomistas, . Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Memorial dos Autonomistas, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Vista aérea do Palácio Rio Branco, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Teatro Hélio Melo, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM
Flaviano Flávio Baptista de Melo
01.01.2001 a 05.04.2002 142
Prefeito - 1 anos e 3 meses
Visitação do público ao Palácio Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Museu da Borracha. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Casa dos Povos da Floresta, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico - FEM
143
O
crescimento da cidade impunha também novos desafios que precisavam ser enfrentados. As vias públicas começavam a ficar apertadas para o fluxo de tantos veículos, especialmente na ligação entre os diversos bairros e o centro da cidade. A solução encontrada foi a duplicação e redefinição das chamadas “vias estruturantes” da cidade. A Rua Antônio da Rocha Viana e a Via Chico Mendes foram as primeiras a receber esse novo tratamento. Isso implicou também numa mudança radical de concepção dessas vias que, além de duplicadas, foram dotadas de calçadas e, especialmente, de ciclovias que melhoraram seu fluxo e diminuíram muito a violência no transito entre veículos, bicicletas e pedestres. Outra ação estruturante de grande impacto na cidade foi a urbanização do Canal da Maternidade, que já havia provocado tantos problemas sociais e políticos anteriormente. Essa obra se tornou estratégica ao definir um novo e adequado tratamento aos fundos de vale que cortam dezenas de bairros da cidade e sempre foram permanente fonte de problemas de urbanização e de saúde publica pela transformação dos igarapés em esgotos à céu aberto. A construção do Parque da Maternidade transformou uma das áreas mais degradadas e desvalorizadas da cidade num parque repleto de equipamentos esportivos, culturais e de lazer. Com isso, os imóveis de seu entorno foram muito valorizados e a população de Rio Branco passou a dispor de um belo parque que serviu de modelo para intervenções em outros bairros da cidade, como o Parque do Tucumã, e também em outras cidades acreanas.
Ciclovia e pista para pedestres no Parque da Maternidade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Hospital da Criança. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Praça Povos da Floresta. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Estátua do Chico Mendes na Praça Povos da Floresta. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Calçadão da Gameleira com mastro da bandeira ao fundo. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Calçadão da Gameleira. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Vista aérea do Parque da Maternidade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Via Chico Mendes 2º Distrito. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Portal de entrada do Parque da Maternidade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Isnard Leite
05.04.2002 a 31.12.2004 144
Prefeito - 2 ano e 8 meses
Concha Acústica no Parque da Maternidade, 2002. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
145
A
té 2005, o trabalho de recuperação de Rio Branco foi realizado pelo governo estadual. Enquanto isso, a prefeitura continuava se debatendo com dificuldades criadas por gestões distanciadas da população e com pouca efetividade na administração dos problemas da cidade. Com a eleição de Raimundo Angelim como prefeito, em 2004, esse cenário começou a mudar com a possibilidade de governo e prefeitura trabalharem em sintonia para a melhoria das condições de vida da população. A educação, por exemplo, foi extremamente beneficiada por essa parceria. A partir de então o trabalho de recuperação das condições físicas das escolas, capacitação de professores e de busca pela melhoria do ensino e do aprendizado em geral teve um salto qualitativo. Enquanto o governo estadual dava prosseguimento ao trabalho nas vias estruturantes como a duplicação da Avenida Ceará, implantação do anel rodoviário através da Via Verde e a construção da terceira ponte. A prefeitura se dedicava a cuidar da limpeza da cidade, da organização do transporte coletivo, da reforma e adequação das unidades de saúde, da iluminação pública, da urbanização de bairros, como o Mocinha Magalhães. Sem descuidar também de nossos parques como o Horto Florestal, que foi dotado de diversos novos equipamentos, o Parque Chico Mendes e o Parque Capitão Ciriaco. Para melhorar ainda mais a administração municipal, a cidade foi dividida em sete regionais que passaram a ter conselhos comunitários encarregados de debater os problemas de seus bairros e então definir a aplicação de recursos alocados no orçamento participativo.
Escola de Meio Ambiente localizada no Horto Florestal. ASCOM - PMRB
Av. Antônio da Rocha Viana e a ponte sobre o igarapé São Francisco. Deptº de Patrimônio Histórico – FEM
Casa Rosa Mulher. ASCOM - PMRB
Inauguração do Parque Tucumã. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Portal do Parque do Tucumã. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
CRAS da Sobral. ASCOM - PMRB
Raimundo Angelim
01.01.2005 a 31.12.2008 146
Prefeito - 4 anos
Vista do Parque Infantil localizada na Praça do Juventus. ASCOM - PMRB
147 Mercado Elias Mansour. ASCOM - PMRB
A
reforma do Museu da Borracha, da Tentamen, do Cine Teatro Recreio, do Teatrão e da Biblioteca Publica Estadual. Junto com a implantação de novos equipamentos culturais como a Casa dos Povos da Floresta, a Usina de Artes, a Biblioteca da Floresta e várias casas de leitura pelo governo. E mais a criação do Centro Cultural Nenen Sombra e do Quadrilhódromo pela prefeitura , dinamizaram a cultura da cidade.
Passarela Joaquim Macedo. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Biblioteca da Floresta. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Vista panoramica da 3ª Ponte. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Novo Mercado Velho. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Apresentação de Quadrilha no Arraial Cultural da Arena da Floresta. Val Fernandes
Apresentação de Quadrilha no Arraial Cultural da Arena da Floresta. Val Fernandes
Vista panoramica da Passarela Joaquim Macedo. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Arraial Cultural no Arena da Floresta. Val Fernandes
148
149
Biblioteca Pública Estadual em Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Av. Ceará. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
M
as as mudanças verificadas nesse período não se restringiram aos espaços físicos. Pelo contrario, foram ainda maiores no fortalecimento da cultura imaterial, no financiamento das atividades artísticas e na criação e efetivação de políticas públicas na área cultural. A lei de incentivo à cultura de Rio Branco criada ainda na gestão do Prefeito Jorge Viana, se somou ao Fundo Municipal de Cultura criado pelo prefeito Angelim. Além disso, Rio Branco foi o primeiro munícipio brasileiro a criar e implantar um inovador Sistema Municipal de Cultura que se tornou referência em todo o país.
Av. Ceará duplicada. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Trapiche de acesso ao Parque Capitão Ciríaco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Usina de Arte João Donato. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
150
151
A
gestão de Raimundo Angelim foi tão bem sucedida em seus resultados para a população que o levou a ser reeleito em 2008. O prefeito Angelim tornou-se assim o primeiro de toda a história de cem anos do município de Rio Branco a permanecer durante oito anos consecutivos à frente da capital acreana. A exemplo do que já havia acontecido no governo do estado quando Jorge Viana se tornou o primeiro a governar o Acre durante dois mandatos consecutivos. Se levarmos em consideração a extrema e absurda instabilidade politica e administrativa que caracterizou a maior parte da história de Rio Branco, como vimos anteriormente nesse livro, fica claro então o amadurecimento politico que o nosso município verificou nos últimos anos. O prefeito Angelim soube então retribuir o carinho da população de Rio Branco fazendo uma administração que foi premiada e reconhecida em todo o país. Mas não só. Angelim dotou o munícipio de novos equipamentos essenciais para a solução de velhos problemas. Foi o caso da implantação da Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos (UTRE) que acabou com o insalubre e perigoso lixão da cidade. Criou a Central de Abastecimento (CEASA) que dinamizou muito a produção agrícola do município, além de oferecer produtos de maior qualidade por preços mais baixos para a população. Completando o trabalho feito pelo governo do estado no centro histórico de Rio Branco, Angelim remodelou completamente a antiga Praça Rodrigues Alves/ Plácido de Castro, que se tornou a bela Praça da Revolução. Isso tudo sem descuidar das escolas e postos de saúde nos bairros e na área rural.
Reinauguração do Posto de Saúde Augusto Hidalgo de Lima. ASCOM - PMRB
Reinauguração da Praça do bairro Adalberto Sena. ASCOM - PMRB
Parque Chico Mendes. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Raimundo Angelim
01.01.2009 a 31.12.2012 152
Prefeito - 4 anos
Vista frontal da OCA. Sérgio Vale
153
Entrega do caminhão Jardinagem Comunitária realizada no Horto Florestal. ASCOM - PMRB
Hospital da Criança. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM
Vista aérea do Estádio Arena da Floresta. Governo do Acre.
C Reinauguração do Mercado do Colonos. Gleilson Miranda
Inauguração da CEASA Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
om as gestões de Jorge Viana e Binho Marques no governo e de Raimundo Angelim na prefeitura, nossa cidade se transformou completamente, tornandose uma das mais organizadas, limpas e belas cidades da Amazônia e do Brasil.
CEASA Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
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Apresentação dos bonecos gigantes no carnaval 2010. Val Fernandes
Vista aérea do carnaval no Arena da Floresta. Gleilson Miranda
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Inauguração da pista de caminhada do Parque São Francisco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Ponte da av. Getúlio Vargas sobre o Igarapé São Francisco. Agência AC.GOV
Vista do monumento da Praça da Revolução. Governo do Acre
Solenidade de inauguração do Cacimbão da Capoeira. Diana Dantas
Prefeito Angelim visita obras da operação verão. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Parque São Francisco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
156
A
ntes de terminar seu mandato histórico Angelim entregou à população a nova Rodoviária Internacional, o Parque do São Francisco e o prédio
da Prefeitura reformado. Provou assim que, com uma gestão séria e ética, a prefeitura também pode realizar investimentos importantes para nossos cidadãos.
Prefeitura de Rio Branco reformada. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
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Vista panorâmica da Rodoviária Internacional de Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Vista Aérea da Rodoviária Internacional. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
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Vista interna da Rodoviária Internacional. Diana Dantas
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15 de fevereiro de 1913, 1º de janeiro de 2013. Cem anos depois da posse do primeiro prefeito do município de Rio Branco, assume a responsabilidade de gerir a maior cidade acreana o jovem Marcus Alexandre. E o desafio é imenso. Mesmo com todos os avanços e transformações que Rio Branco experimentou desde 1999, ainda há muitas coisas por fazer. Não se pode desconhecer que cerca de 50% da população do estado do Acre mora no município de Rio Branco. Ao mesmo tempo a prefeitura dispõe um orçamento equivalente a 10% do orçamento do governo estadual. Ou seja, metade da população e apenas um décimo de recursos disponíveis. E já no inicio da gestão de Marcus Alexandre foi necessário enfrentar uma alagação do rio Acre que desabrigou milhares de famílias, como que para comprovar que as dificuldades de administrar uma capital nunca são, ou serão, pequenas. Afinal de contas, as alagações são tão antigas quanto nossa cidade, como é o problema da construção de moradias em áreas alagadiças e, apesar de ter sido enfrentado por praticamente todos os prefeitos, como pudemos ver ao longo das páginas desse álbum, ainda não foi solucionado. Aliás, como diversos outros problemas históricos e estruturais do município e da cidade de Rio Branco. Mas, o prefeito Marcus Alexandre enfrentou com determinação e organização a alagação buscando minimizar o sofrimento das famílias desabrigadas e ao mesmo tempo oferecer serviços de saúde, lazer, cultura, esporte, cidadania, enfim, aos que estavam alojados no Parque de Exposições esperando que as aguas do rio Acre voltassem ao normal.
Prefeito Marcus Alexandre inspecionando os serviços de limpeza após a cheia do rio Acre. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Marcus Alexandre
02.01.2013 160
Prefeito
Recreação no Parque de Exposições para os desabrigados da alagacão do rio Acre. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Prefeito visita abrigados no Parque Exposição .Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Novos ônibus de Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
161
Feira do Peixe realizada na CEASA Rio Branco.Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
C
om o propósito de estar com os cidadãos no “dia a dia” da cidade, Marcus Alexandre em pouco tempo mostrou a que veio. Logo nos primeiros dias de trabalho fez a “Operação Inverno” através da qual removeu mais de 16 mil toneladas de lixo e entulho de ruas e quintais, o que ajudou muito no combate à dengue. Conseguiu ampliar a oferta de médicos, consultas e exames nas unidades de atenção básica. Fez manutenção em 340
Projeto Cinema no bairro. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
abrigos de ônibus em toda a cidade. Intensificou a fiscalização para reduzir o transporte clandestino e recuperou ramais para possibilitar o escoamento da produção agrícola. Ainda nos 60 primeiros dias de gestão criou o Instituto de Previdência do Município de Rio Branco (RBPREV), a Secretaria de Esportes e a Secretaria de Articulação Comunitária para valorizar e ampliar o diálogo com o movimento comunitário. Vista da Praça Elzo Rodrigues, bairro do Bosque. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Feira de Artesanato de Economia Solidária.Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Nova sinalização do Terminal Urbano de Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Vista da Praça Elzo Rodrigues, localizada no bairro do Bosque. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Largada da corrida de rua Volta da Empresa. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Vista aérea do rio Acre cortando Rio Branco.Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
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163
Inauguração do Posto de Saúde do Bairro Tancredo Neves. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Atendimento do Saúde Intinerante. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Q
uem diria que a pequena Volta da Empreza iria se tornar essa cidade que soube ser grande. Mais do que de seus moradores, Rio Branco é a capital de todos os acreanos. Imensa responsabilidade porque se tornou exemplo para os outros municípios do Acre, bem como para muitas cidades do Brasil e do mundo, por ensinar como harmonizar a floresta com a vida na cidade. É que Rio Branco tem rumo. Com seus quintais, parques, ciclovias, praças e monumentos históricos nos enche de orgulho e aponta pro futuro.
Moradora com o título definitivo de lote de terra do bairro João Eduardo II. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Equipes formadas que disputão o Copão Comunitário no Arena da Floresta. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Abertura oficial do Copão Comunitário no Arena da Floresta. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB Lançamento do Projeto do Terminal de Integração. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
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Prefeito Marcus Alexandre traçou metas ousadas para sua gestão. Como a abertura de 5 mil vagas em creches e pré-escolas em quatro anos e a emissão de, pelo menos, 2 mil títulos de regularização fundiária, que é outro problema secular da cidade, em 2013. Além de dar especial atenção à prevenção e controle do risco de enchentes e deslizamentos, transporte e gestão municipal do trânsito, problemas que afetam o dia a dia de nossos cidadãos. Mostra, assim, que tem os pés no chão e está disposto a usá-los para caminhar por todas as ruas e bairros, ramais e colônias, praças e logradouros desse município. Pronto pra encarar todos os desafios que nos foram legados por nossa secular história. Mas, sem perder de vista a Rio Branco que queremos deixar para nossos filhos.
Vista interna do Mercado do Bosque reformado. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Inauguração do Posto de Saúde Mariano Gonzaga de Oliveira. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
Entrega da Praça do residencial Edson Cadaxo. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB
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este momento em que a prefeitura de Rio Branco festeja 100 anos de instalação, quero reafirmar nosso compromisso com o desenvolvimento da cidade das nossas vidas, das nossas histórias. Nas curvas e barrancos do nosso rio é possível visualizar o heroísmo dos desbravadores que, no fim do século XIX, avançaram pelas florestas e regiões inóspitas na busca de conquistar um local especial para todos os brasileiros. Foram muitas as lutas e conquistas até aqui. Diversas foram as pessoas que dedicaram suas vidas para que a nossa capital alcançasse o patamar de uma das cidades mais bonitas e promissoras da Amazônia.
O prefeito Marcus Alexandre está à altura de grandes gestores, assim como foram Jorge Viana e Raimundo Angelim, que tiveram gestões marcadas por ousadia e compromisso, assim como nosso herói Plácido de Castro, que foi autor do primeiro Plano Diretor do município. Vivemos um momento novo. Com parcerias, estamos fazendo investimentos nos setores produtivo e de infraestrutura para que nossa população viva num ambiente à altura do nosso tempo, do século XXI. Temos a consciência de que é necessário continuar avançando, para que, nos próximos 100 anos, haja mais e novos motivos para que a nossa e as futuras gerações possam comemorar. Tião Viana Governador
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE
SENADO FEDERAL
A Rio Branco que vivemos Registro histório de 100 anos de Prefeitura Publicação da Prefeitura Municipal de Rio Branco e Gabinete do senador Jorge Viana. ORGANIZAÇÃO E TEXTOS - Marcos Vinicius Neves PESQUISA DE IMAGENS - Diana Dantas, Davi Barroso Jr. e Roberta Marisa REVISÃO DE TEXTOS - Eurilinda Figueiredo LAYOUT E DIAGRAMAÇÃO - MX Design | Raylson Pinguim