A Rio Branco que vivemos

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PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO Marcus Alexandre Prefeito

Márcio Batista Vice Prefeito e Secretário de Educação

Rodrigo Cunha Forneck Diretor-Presidente da Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil

Andréia Oliveira Diretora do departamento de comunicação

SENADO FEDERAL Jorge Viana Senador

Aníbal Diniz Senador

GOVERNO DO ESTADO DO ACRE Tião Viana Governador do Estado do Acre

César Messias Vice-Governador

Francis Mary Alves de Lima Diretora-Presidente da Fundação Elias Mansour


Rio Branco, Acre 2013


A Rio Branco que vivemos nestes 100 anos

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lhar para trás com reconhecimento e gratidão e para frente com esperança. Foi assim que iniciamos 2013, quando comemoramos os 100 anos da instalação da Prefeitura Municipal de Rio Branco. Nesta publicação contaremos a história de uma cidade que leva o nome de um ícone da nossa diplomacia: Barão do Rio Branco, da capital de um Estado que fez uma revolução para ser brasileiro e que, por alguns meses, foi até um país independente. Um cantinho da Amazônia que se orgulha de seu povo e suas conquistas. Tendo o privilégio de ser prefeito exatamente quando fazemos 100 anos de Prefeitura Municipal, em conversa com o senador Jorge Viana que também foi prefeito, decidi fazer essa publicação que faz o registro desse século de história do munícipio. Para isso, foi fundamental o apoio do gabinete do senador através do trabalho do historiador Marcos Vinicius Neves. Através das fotos desse álbum revisitaremos a cidade que foi o palco principal dos acontecimentos que marcaram a formação do nosso Acre. Lugar que viveu o ciclo virtuoso da borracha, mas sofreu com seu declínio. Povoado que abrigou os revolucionários e lutou por sua independência e o reconhecimento brasileiro. Vila que conspirou desde os primórdios dos movimentos autonomistas. Cidade que comemorou a criação do Estado do Acre em 1962. Capital que sempre ocupou o centro das disputas políticas acreanas. Uma cidade que sempre recebeu de braços abertos todos que aqui chega-

ram, e foram muitos, das mais diversas regiões do Brasil e do Mundo. Aqui foram acolhidos, com carinho, nordestinos, gaúchos, paulistas, paranaenses, árabes, portugueses, japoneses, etc. A grande maioria que veio, em diferentes épocas, ficou e se multiplicou. Mas, até aqueles que não permaneceram, certamente, levaram na memória a recepção alegre e calorosa que tiveram. Rio Branco já nasceu à frente do seu tempo, globalizada como falamos hoje. Os seringais daqui abasteciam os Estados Unidos e a Europa, pois seu principal produto, a borracha, era matéria-prima valiosíssima no final do século XIX. Em contrapartida, os portugueses e árabes que chegaram nesta época comercializavam produtos e especiarias do mundo todo. As trocas comerciais e o movimento migratório miscigenaram os diversos povos e deram origem à nossa cultura e costumes. Por isso, já nascemos cosmopolitas ou cidadãos do mundo. Diante de tamanha influência regional e global, em um processo de formação único, surge a Prefeitura, com a missão de organizar, administrar, cuidar e planejar esta cidade tão peculiar. Temos um grande compromisso com as futuras gerações, por isso devemos olhar para trás e aprender com erros e acertos. Desde 1913, muitos prefeitos estiveram à frente dos destinos desta terra, história que vamos contar um a um. Agora, convido você para mergulhar neste registro secular e conhecer ainda mais a cidade que amamos e que tanto nos inspira.

Seja bem vindo a Rio Branco, capital do Acre.

Marcus Alexandre

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A Rio Branco que vivemos


A Cidade do Futuro

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cidade de Rio Branco é o nosso cantinho no mundo. Nasci, moro e convivo com suas culturas e valores e espero que seja assim para sempre. Desde cedo, aprendi a valorizar as histórias da cidade e de nosso povo. Presenciei o tempo das cadeiras na calçada para uma boa conversa entre vizinhos, ou para receber conhecidos que há tempos não víamos. O rádio era nosso único veículo de comunicação com o mundo. Os estudos estavam restritos às escolas públicas, com exceção do Colégio N. S. das Dores e dos Institutos São José e Imaculada Conceição. Cursar uma Faculdade, só para aquelas famílias que tinham condições de mandar seus filhos para outras cidades. Mas, não é sobre essa Rio Branco, de que tanto gosto, que devo escrever aqui. É sobre a Rio Branco do futuro. Tive o privilégio de ter recebido a confiança da população de minha cidade, que me elegeu para o cargo de Prefeito por dois mandatos consecutivos (2005/2012). Tenho a honra, portanto, de ter me tornado o primeiro Prefeito reeleito da história, agora secular, do nosso Município. E pude, assim, sentir todo o peso da imensa responsabilidade que é administrar a maior cidade do Acre. Penso que nossa cidade precisa crescer e se desenvolver. Mas, sem perder suas características que são fundadas

em valores, culturas e identidades que nos são próprias. Uma cidade que priorize o respeito, a valorização e o culto às nossas histórias e de nossos antepassados; que oportunize aos que alcançaram a terceira idade, as condições necessárias para uma melhor qualidade de vida e uma longevidade saudável; que cuide de suas crianças e lhes ofereça uma educação inclusiva e de qualidade; que veja na juventude, não só a esperança de um futuro melhor, mas entenda que os jovens são os protagonistas de um novo tempo. Rio Branco detém as ferramentas de planejamento que apontam caminhos e permitem que se vislumbre os anos vindouros, com os problemas e avanços inerentes ao crescimento econômico e populacional, próprios de uma cidade de porte médio. Todos nós que amamos essa cidade, podemos e devemos ser fazedores de uma cidade sustentável, criativa, geradora de riquezas, inclusiva, onde todos tenham iguais oportunidades de acesso à educação e saúde, ao trabalho e ao lazer. Desejo, portanto, que todos nós, moradores dessa cidade, não percamos a capacidade de nos indignar diante das injustiças, nem de sonhar e construir utopias, essenciais a convivência harmoniosa e a uma cultura de paz e felicidade.

Raimundo Angelim

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Uma cidade da Amazônia

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idade é coisa antiga... Passam de 5000 anos as notícias sobre o surgimento das primeiras. A grande maioria delas nasceu em função de atividades comerciais, em torno de mercados e do comércio de especiarias. Com a nossa Rio Branco não foi diferente. No final do século XIX o mundo descobria a borracha e estabelecia com ela uma relação de dependência para o progresso das cidades e dos negócios do mundo. O Acre era a possibilidade de produção da “acre-fina”, a melhor entre as melhores borrachas. A ocupação da região na busca desse “ouro negro” foi assustadora. Nossos rios atraíram gente do mundo inteiro, árabes, portugueses espanhóis, italianos, ingleses, e, especialmente, brasileiros do nordeste. Rio Branco nasceu assim, como entreposto comercial de uma das regiões que mais produzia borracha e mais arrecadava impostos para os governos do Amazonas, do Pará e do Brasil. O lamentável é que a riqueza era gerada aqui e os investimentos eram feitos lá, na Belle Époque amazônica, nos casarões, nas ruas, praças, cafés e teatros de Belém e de Manaus, onde ficavam as matrizes das casas de aviamento. Nossa cidade já nasceu vinculada à floresta, na beira do rio Acre, como seringal Volta da Empreza, depois Villa Rio Branco, Penápolis e, juntando o 1º com o 2º Distrito, definitivamente, Rio Branco. Nasci e me criei aqui, vendo os navios, o desembarque de mercadorias e o embarque da produção de borracha e de castanha, ali, na Mesa de Rendas, perto do Colégio Acreano e do Mercado. Era impressionante, no final de ano, o vai e vem de navios e chatas. A cidade era arrumada, as casas bem feitas com muitos chalés de madeira, cujas plantas vinham da Europa. O tempo passou, Rio Branco se desvinculou da floresta, começou a se transformar numa cidade convencional

e os problemas só aumentaram. O destino me deu o privilégio de ser prefeito de Rio Branco, entre 93 e 97, meu pai Wildy Viana, já tinha sido prefeito na década de 60. Quando assumi, nossa cidade tentava sair do que podemos chamar de tempos muito difíceis, com caos urbano, violência e precariedade nos serviços públicos. Com uma boa equipe, ousamos criar um programa de governo chamado “Vida Nova na Cidade”, priorizando educação, organizando e dando eficiência aos serviços públicos, criando parques, enfim, cuidando de Rio Branco. Assim, trouxemos de volta a autoestima para os moradores daqui. Tempos bons. Mas, apenas como governador, exatamente em decorrência do caos implantado após a nossa saída da prefeitura, pudemos fazer as mudanças urbanísticas mais significativas, que trouxeram de volta a ideia de uma cidade da floresta. Uma cidade de frente para o rio, com a recuperação de nossas memórias históricas e a incorporação do conceito de cidade sustentável, por meio de ações como a construção ou recuperação de calçadas, praças, ciclovias, grandes vias estruturantes, museus, monumentos e parques. Assim, nas duas últimas décadas, Rio Branco reencontrou seu destino, ganhou de volta o amor dos que aqui vivem e é tida como uma das mais belas e bem estruturadas cidades da Amazônia brasileira. Que bom que, junto com muitos que me ajudaram, como o ex-prefeito Raimundo Angelim e o atual Marcus Alexandre, pude dar minha contribuição nessa história, que agora celebra cem anos. Repito aqui um trecho da música que usei na minha campanha de prefeito: “Uma cidade parece pequena se comparada com um país, mais é na tua, na minha cidade, que se começa a ser feliz“.

Jorge Viana

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Colônia agrícola fundada nas proximidades de Rio Branco, para produção de alimentos, dezembro de 1912.

Sumário

A Rio Branco que vivemos nestes 100 anos...................6 A cidade do futuro...........................................................8 Uma cidade da Amazônia............................................. 10 Introdução..................................................................... 14 De seringal a cidade - 1882/1912................................. 16 A formação do município - 1913/1945.......................... 34 A expansão da cidade - 1946/1970............................... 70 Tempos difíceis - 1971/1998....................................... 108 Novos tempos - 1999/2013........................................ 138 Mensagem do Governador......................................... 166


Introdução

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pesar da aparência, saiba: Esse não é um livro, são três. É, simultaneamente, um álbum de fotografias, um livro sobre os cem anos da prefeitura municipal de Rio Branco e um livro sobre as pessoas e personagens que construíram essa cidade às margens do rio Acre. Por isso, ele contem uma extensa galeria de fotos, a sequencia dos prefeitos nomeados ou eleitos neste cem anos e uma linha do tempo repleta de notícias e causos narrados ou inventados nos jornais, livros ou ruas da cidade em tempos diversos. Assim, não estranhem. Não é mesmo um livro, são três. * * * No álbum de fotografias veremos as paisagens de nossa memória enquanto povo. Esse ser coletivo que é cada um e, ao mesmo tempo, todos nós. Afinal, nossas memórias de meninos foram muito mais preenchidas pelas ruas, praças e quintais onde crescemos, do que pelos grandes eventos repletos de

significados e importâncias, segundo nos contam os livros de história. Portanto, esse é um álbum de recordações da cidade dos nossos avós, pais e daqueles que vieram antes deles e, por isso, nem nos vem mais à lembrança. Como que um álbum de família onde as imagens das fotografias revelam mais do que a história foi capaz de registrar. Memórias afetivas que pertencem apenas a quem lembra. Assim, como toda recordação, as fotografias aqui reunidas guardam certa imprecisão. É possível que nem sempre as identificações delas estejam cem por cento corretas. Especialmente no que diz respeito às datas. Dai porque muitas estão identificadas por décadas e não por anos, diminuindo nossa margem de erro. * * * É um livro sobre a história política do munícipio de Rio Branco. Uma história que nunca foi contada antes porque é tortuosa e fragmentária como só a história política acreana consegue ser. His-

tória difícil de ser compreendida, porque é quase inacreditável. A final, dá pra acreditar num município que em um século de história só teve oito prefeitos eleitos pela população. Enquanto todos os outros 91 prefeitosforam nomeados, de um ou de outro jeito, para governar a cidade. Isso mesmo, vocês não calcularam errado. Foram 99 prefeitos em cem anos de história! Isto é, se não nos escapou nenhum prefeito que tenha ficado um ou dos dias no cargo. O que nem é de todo impossível, enfim. Ou seja, não se pretende aqui mais do que dar o passo inicial para contar essa história, que ainda vai precisa ser escrita com maior profundidade e precisão. * * * A prefeitura municipal de Rio Branco foi instalada em 1913, mesmo ano em que terminou o Primeiro Ciclo da Borracha. Fim da época do fausto e da fortuna amazônica e inicio da cruel e longa crise da economia seringalista,

que nunca mais voltaria a ser a mesma. Ainda assim os moradores de Rio Branco encontraram meios e caminhos pra continuar fazendo dessa cidade, nossa aldeia. O lugar onde podemos ver o correr manso das aguas do rio Acre. Nas páginas a seguir percorreremos os mais de cem anos de história de Rio Branco. Uma longa sucessão de momentos de crise e de vitória. Porque assim é a existência das cidades: contraditória, sem deixar de fazer sentido. Mas, se nos permitimos olhar mais de longe, poderemos começar a ver com maior clareza o que a cidade nos quer mostrar: a direção de onde viemos e o caminho por onde haveremos de seguir. Assim se pode dizer que esse é um livro sobre essa cidade e sobre as pessoas reais, ou imaginárias, que aqui viveram ou vivem até hoje. * * * Três livros para nos olharmos no espelho da cidade e contar a história do único lugar do mundo em que podemos ser verdadeiramente felizes.


Vapor Seringueiro com capacidade de 103 toneladas. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907.

De seringal a cidade

1882-1912

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as últimas décadas do século XIX uma caudalosa correnteza humana subiu os rios amazônicos e invadiu todos os cantos da floresta. A imensa riqueza do látex abundante das seringueiras faria surgir, então, novos lugares e povos desconhecidos por todo o mundo.

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Até o inicio do século XX, os mapas mostravam os rios acreanos como se imaginava que podiam ser, porque ainda não eram conhecidos de verdade. A fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia era, então, apenas uma lenda. (Map of South America, 1890).

Antes o Acre não existia

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sse território milenar povoado por mais de 50 diferentes etnias - falantes das línguas Aruak, Pano, Takana, Catuquina, entre outras – só começou a ser conhecido a partir de 1850, com as explorações de Manuel Urbano da Encarnação, que foi logo seguido pelo inglês William Chandless e brasileiros como Serafim Salgado, Silva Coutinho, Antônio Pereira Labre, etc. Desde o princípio exploradores perceberam que as florestas do ocidente amazônico eram muito ricas em seringueiras, castanheiras, salsaparrilha, tabaco, entre outras “drogas do sertão” e produtos diversos, que tinham alto valor no mercado internacional. A partir de 1870, o início do 1º Ciclo da Borracha tornou o látex da seringueira uma matéria-prima estratégica para a Revolução Industrial, que estava transformando a economia mundial. Com isso, todos os rios amazôni-

cos foram, repentinamente, invadidos por milhares de homens e mulheres vindos de todas as partes do Brasil e do mundo: cearenses, gaúchos, cariocas, maranhenses, paraenses, sírios, libaneses, portugueses, espanhóis, italianos, ingleses, entre outros. O que, até então, era exclusivamente território indígena logo se tornaria um resumo do mundo e foco central da cobiça internacional. A ocupação dos rios amazônicos, através da abertura de seringais, foi extremamente rápida. Já em 1878, o povoamento do rio Purus alcançava a boca do rio Aquiri (como era, na época, chamado pelos povos indígenas do rio Acre); onde João Gabriel de Carvalho e Melo, com a ajuda dos valentes índios Apurinã, abriu diversos seringais e estabeleceu uma rota de navegação que possibilitou a rápida exploração de todo o rio Acre, que logo se revelou um dos mais ricos em seringueiras de todo o vale do Purus.

Vapor Indio do Brasil, fundeado na villa Rio Branco. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

Seringueiro cortando com machadinha. Exploração da Hévea, 1913

Boca do rio Acre, confluência com o rio Purus, na época do povoamento. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

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A Fundação da Volta da Empreza

C Neutel Maia, fundador da Volta da Empreza

Flotilha de Neutel Maia e diversos barcos de negociantes ambulantes no porto de desembarque na vila. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

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onta-se que o cearense Neutel Maia veio para o Acre embarcado no vapor Apihy com mais duas famílias, os Leite e os Girão. No final de dezembro de 1882, o vapor ancorou no local do seringal Bagaço, onde desembarcou a família de Barbosa Leite. Depois do natal, prosseguindo viagem rio acima, Neutel Maia escolheu uma curva do rio, ao final de um longo estirão que era ótimo porto para embarcações, onde havia uma frondosa gameleira, para abrir seu seringal que

Casa comercial do Sr. N. Maia & Cia. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

denominou Volta da Empreza. Segundo algumas informações isso aconteceu no dia 28 de dezembro de 1882. O vapor Apihy seguiu viagem para deixar Damasceno Girão na confluência do rio Xapuri com o rio Acre. Começava assim, com a abertura destes três seringais, o povoamento do médio e do alto rio Acre. Logo, Neutel Maia percebeu que podia lucrar mais com o comércio do que com o funcionamento do seringal Volta da Empreza, que tinha muitas terras alagadiças. Por isso, já em 1884, abriu a Casa N. Maia & Cia e – além de aviar pequenos seringais e negociar com gado que era trazido da Bolívia - começou a vender terrenos para o estabelecimento de outros comerciantes. Assim, aos poucos, o que era pra ser um seringal transformou-se em povoado. O alinhamento de casas comerciais de diferentes proprietários deu origem a um logradouro público e se constituiu na primeira rua do

povoado Volta da Empreza. Uma rua formada na margem direita do rio - a partir da histórica Gameleira, seguindo o traçado do estirão - que se tornou um dos portos economicamente mais movimentados e importantes de todo vale do rio Acre.

Casa comercial N. Maia & Cia situada na primeira rua da cidade. Álbum cidade de Rio Branco

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Exercito Boliviano em exercício durante o periodo revolucionário, Porto Acre. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

do Acre para o Bolivian Syndicate leva, em 1902, à guerra de Plácido de Castro e seu exército de seringueiros contra os bolivianos. E a vitória de Plácido obriga o governo brasileiro a rever sua posição e negociar sua anexação ao Brasil.

Os combates da Volta da Empreza.

Revolução Acreana

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Piquete revolucionário comandado por Plácido de Castro (a cavalo). J. Plácido de Castro e o Estado Independente do Acre, 1930

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apidamente o Acre, pela alta qualidade de sua borracha, havia se tornado fonte de grandes fortunas, não só na região, mas também, em Belém e Manaus. Essa imensa riqueza fez com que a Bolívia passasse a reivindicar essas terras que eram suas, por força dos tratados de limites. Assim, em 02 de janeiro de 1899, autoridades bolivianas se estabelecem em Puerto Alonso (atual Porto Acre), passando a cobrar impostos e a legislar sobre as terras acreanas. Mas os brasileiros, que eram a maioria na região, não aceitaram o domínio estrangeiro e realizaram vários movimentos de resistência. Já em 1º de maio de 1899, comandados por José Carvalho, os brasileiros expulsaram os bolivianos, na Primeira Insurreição Acreana. Com a descoberta de um acordo secreto para o arrendamento do Acre para norte-americanos e ingleses, o espanhol Luiz Galvez vem ao Acre e proclama a criação do Estado Independente do Acre; mas, a expulsão de Galvez e a devolução do Acre aos bolivianos pelo governo brasileiro desencadeia a Expedição dos Poetas. A confirmação do arrendamento

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povoado da Volta da Empreza foi palco de dois dos principais combates da Revolução. O primeiro aconteceu no dia 18 de setembro de 1902 e foi marcado pela vitória dos militares bolivianos, que emboscaram os brasileiros, em local próximo à Gameleira. O segundo combate deu-se entre os dias 05 e 15 de outubro e marcou o primeiro grande êxito do Cel. Plácido de Castro, já entrincheirado e fortificado, sobre o exército boliviano sobre o exército boliviano. Depois disso, os acreanos não foram mais derrotados até a vitória final, em 24 de janeiro de 1903.

Exército de seringueiros durante a Revolução Acreana. J. Plácido de Castro e o Estado Independente do Acre, 1930

Mapa do território do Acre, 1904, Plácido de Castro

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A Padroeira do Acre

D Seringal Forte de Veneza, margem esquerda do Rio Acre, onde Angelina enfrentou os Bolivianos. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

Mulheres Acreanas

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pesar das dificuldades da vida nos seringais e das agruras da guerra que conflagrou o Acre na passagem do século XIX para o XX, as mulheres também estavam aqui presentes. Como atesta a lendária participação de Angelina Gonçalves, na Revolução Acreana. Logo após o primeiro combate da Volta da Empreza, os bolivianos invadiram diversas casas do povoado. Ao entrar no seringal Forte de Veneza (localizado no atual bairro Cidade Nova) os soldados bolivianos atiraram no marido de Angelina, que nada tinha a ver com o combate. Angelina tomou então a arma de um deles, atirou e atingiu o comandante boliviano que, reconhecendo a injustiça de seus soldados, mandou soltá-la. Desde então, Angelina tornou-se um dos mais destemidos soldados do exército de Plácido de Castro que, em diversas ocasiões teve dificuldade para contê -la, tamanha era sua ousadia, de modo que acabou se tornando exemplo para muitos dos soldados revolucionários que não tinham tanta coragem assim.

urante a Revolução Acreana, os brasileiros aprisionaram um quadro que retrata a Nossa Senhora da Seringueira, feito por bolivianos. Até hoje, a origem do quadro e as circunstâncias em que foi capturado estão cercadas de mistério, havendo versões contraditórias a esse respeito. O certo é que, 110 anos depois, o quadro ainda está aqui, bem guardado numa capela no Parque Capitão Ciríaco. E, como que confirmando o espirito feminino que guia essa cidade desde seus primórdios, a primeira capela aqui erguida foi dedicada à Nossa Senhora da Conceição, que, desde então, passou a ser considerada padroeira do Acre. Décadas mais tarde, a capela construída por decisão e esforço dos moradores da Villa Rio Branco, deu lugar à Igreja da Imaculada Conceição, defronte à histórica Gameleira. Quadro de Nossa Senhora da Seringueira capiturada dos bolivianos durante a revolução

Angelina Gonçalves Souza. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

Normalmente, diz-se que nos primeiros tempos acreanos havia poucas mulheres na região. Mas, nossa história está repleta da presença de mulheres com diferentes funções e posições na sociedade da borracha. Eram mulheres trabalhadoras que ajudavam seus maridos no corte da seringa, enquanto criavam filhos e cuidavam da casa e do roçado, numa labuta diária muito dura e desgastante. Profissionais liberais, que atuavam nos centros urbanos como dentistas, donas de restaurante, etc. Ou ainda, mulheres que, por circunstâncias diversas tornaram-se seringalistas e tocavam seus negócios com grande êxito. Levantamento do primeiro esteio para a construção de uma capela na Villa Rio Branco, com a assistência de autoridades e pessoas gradas da localidade. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

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Villa Rio Branco

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Barracão do Seringal Empreza, margem esquerda do rio Acre, em frente da Volta da Empreza, que serviu como hospital de sangue durante o período revolucionário. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

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om a anexação do Acre ao Brasil através do Tratado de Petrópolis, de 17 de novembro de 1903, era preciso organizar o governo da região. Para tanto, em abril de 1904, foi criado, o Território Federal do Acre, um regime político novo forjado especialmente

Mapa dos Departamentos do Acre em 1904. Atlas do Estado do Acre, 2008

para o Acre, então dividido em três Prefeituras Departamentais. Para governar o Departamento do Alto Acre, que havia sido palco central da Revolução, foi nomeado pelo Presidente da República, o comandante da ocupação militar, Gen. Raphael da Cunha Mattos.

omo era o povoado mais populoso e importante do vale do Acre, o Volta da Empreza foi escolhido para ser a sede do governo departamental. Na verdade, Cunha Mattos preferia Xapury, por causa das alagações que afligiam o povoado situado em terras baixas e alagadiças, mas não conseguiu tirar do Departamento do Alto Acre, a primazia de ser capital. Assim, Cunha Mattos, que assumiu o governo departamental em agosto de 1904, não teve alternativa senão promover, em 7 de setembro de 1904, o povoado da Volta da Empreza à condição de Villa, com o nome de Rio Branco, numa justa homenagem ao Barão, então Ministro das Relações Exteriores, que negociou a anexação do Acre ao Brasil. Tal como os generais Siqueira de Menezes e Thaumaturgo de Azevedo, nomeados para governar os outros

Cel. Raphael da Cunha Mattos. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

dois Departamentos, Alto Purus e Alto Juruá, o Gen. Cunha Mattos ficou pouco tempo no Acre. Ainda assim, criou nossos dois primeiros municípios: Rio Branco e Xapury. No entanto, tão logo foi embora, em abril de 1905, o Prefeito Departamental seguinte anulou sua decisão, de modo que as leis de criação dos municípios, não tiveram nenhuma efetividade.

Residência do Prefeito do Alto Acre, onde funcionou a primeira sessão do júri. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

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Centro Político e Econômico

O Hotel da Villa Rio branco, da Senhora D. Maria. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

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o ser criada, a Villa Rio Branco já era o centro urbano mais consolidado de todo Território Federal. O relatório do Gen. Cunha Mattos revela que já existiam quatro “bairros”: Bairro África, onde moravam os negros e trabalhadores em geral; Bairro Comercial, constituído pela primeira e mais importante rua, onde se concentravam as ca-

sas comerciais; Bairro Canudos, também ocupado por trabalhadores, na área baixa da volta do rio; Bairro Quinze, no outro estirão acima da volta do rio, assim chamado porque ali havia ficado o 15º Batalhão de Infantaria do Exército, durante a ocupação militar de 1903, o que havia atraído diversos comerciantes para se estabelecerem ali.

Quartel do Batalhão de Segurança do Departamento do Alto Acre, Villa Rio Branco. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

Departamento do Alto Acre era, sem dúvida, o mais importante do Território Federal. Havia sido o primeiro a ser povoado, possuía a maior produção de borracha e, como palco da Revolução Acreana, tornou-se o centro político de toda região onde estavam os mais influentes líderes políticos, entre os coronéis seringalistas. Entre os três núcleos urbanos existentes no vale do Acre: Xapury, Porto Acre e Rio Branco, era este último que concentrava o maior número de casas comerciais e de serviços (hotéis, restaurantes, dentistas, cassinos, médicos, bordéis, cinemas, etc.). Assim, era muito comum que, no período das chuvas, durante a entressafra da borracha, muitos seringueiros e seringalistas viessem para a Villa gastar seus saldos e esquecer um pouco das agruras de viver a solidão e o isolamento do interior da floresta.

Jurados na primeira sessão do Júri, Villa Rio Branco. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

Mas, além disso, a Villa Rio Branco possuía ainda um diferencial econômico muito importante. Era o lugar para onde afluía o gado trazido por Amadeo Barbosa, um português que possuía fazendas nos campos do Llano de Mojos. Esse gado vinha da Bolívia, via terrestre, atravessando florestas e rios. A famosa “carne verde” (fresca), um produto de alto valor para os seringais, onde normalmente se consumia carne enlatada, importada da Inglaterra, ou mesmo charque gaúcho, a fim de que não se roubasse tempo do corte do precioso látex, com a caça de animais na floresta. Mapa do Território do Acre, de João Alberto Maso,1917

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Prefeito Gabino Besouro acompanhado de seringalistas, 1908. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A fundação de Penápolis

Adaptado do mapa de Rio Branco. Estudo Geográfico do Território do Acre, 1955

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Companhia Regional em formatura na Villa Rio Branco,1909. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

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pesar da importância política e econômica da Villa Rio Branco, os sucessivos governantes do Alto Acre não desistiam de tentar mudar a sede administrativa de lugar. A fama insalubre da Vila, devida às alagações, colaborava para isso. Mas, certamente, a criação de um novo núcleo urbano poderia criar novas formas de domínio político. Com o engenheiro do exército, Cel. Gabino Besouro, empossado como Prefeito Departamental em janeiro de 1908, não foi diferente. Ele decidiu transferir a sede do governo para a outra margem do rio, no seringal Empreza, constituído por terras altas não alagáveis. Entretanto, a viúva Parente, dona do seringal, pediu pela área um valor muito alto, o que levou à desapropriação compulsória de uma parte das terras do seringal. Assim, no dia 13 de junho de 1909, Gabino Besouro fundou Penápolis, em homenagem ao então Presidente Afonso Pena. Um núcleo urbano destinado a ser a nova sede do Departamento, com traçado planejado em ruas regulares e orientadas pelos pontos cardeais, entre a margem esquerda do rio e a (atual) Avenida Ceará. Bem distinto, portanto, da Villa Rio Branco, cujo traçado era irregular e determinado pelo curso do rio e a presença de igapós.

Adaptado do mapa de Rio Branco. Estudo Geográfico do Território do Acre, 1955

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A unificação de Rio Branco

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uando criou Penápolis, Gabino Besouro pretendia que fosse uma nova cidade. Mas, a Villa Rio Branco já estava consolidada demais para ser ignorada. E como o Cel. Gabino, a exemplo de seus antecessores, logo foi embora do Acre, essa situação seria modificada rapidamente. Assim, menos de um ano depois, em 10 de junho de 1910, o Prefeito Departamental Leonidas Benicio de Mello “Considerando que o antigo seringal [...] ‘Empreza’, sede da prefeitura do Alto Acre, com a denominação de Pennapolis, está apenas separado da villa

Rio Branco, [...] pelo rio Acre; considerando que estes três nomes trazem a idéia de três logares distinctos, quando não passam de um mesmo povoado, [...] creando [...] confusão na [...] correspondência destinada à mesma; Decreta: A fusão dos dois povoados em um só, constituindo ambos a sede da Prefeitura do Alto Acre, com a antiga denominação de Empreza.” (FOLHA OFFICIAL – 24/06/1910). Entretanto, em 03 de outubro de 1912, uma nova mudança promovida pelo Prefeito Deocleciano Coelho de Souza alterou novamente o nome de Empreza para Rio Branco, que desde então, se tornou definitivo.

Posto de alojamento de soldados da Villa Penápolis, 1912. Fundação Oswaldo Cruz

Criação do Município

Vista parcial do 1º Distrito da cidade de Rio Branco, 1912. Fundação Oswaldo Cruz

A

ocorrência das Revoltas Autonomistas de Cruzeiro do Sul, em 1910, e de Sena Madureira, em 1912, levou o governo brasileiro a promover uma reforma administrativa no Território. Na verdade, a instabilidade política no Acre era imensa, resultado do sistema territorial que muitos afirmavam ser inconstitucional e que ainda estava sendo organizado. Para se ter uma ideia: só no Departamento do Alto Acre, no período de oito anos, entre

1904 e 1912, passaram pelo governo 15 diferentes Prefeitos Departamentais. O Decreto Federal nº 9831, de 2310-1912, criou um quarto Departamento no Alto Tarauacá, desmembrado da área do Alto Juruá, e criou cinco municípios: Cruzeiro do Sul, Seabra, Sena Madureira, Xapuri e Rio Branco. Como sede dessa última Intendência Municipal foi escolhida Rio Branco que, então, foi oficialmente elevada à condição de cidade.

Vista parcial do 2º Distrito de Rio Branco, onde se concentram os comerciantes Sírio-libaneses, 1912. Fundação Oswaldo Cruz

A Rio Branco que vivemos

32

33

A Rio Branco que vivemos


Avião Taquari após aquatizar no rio Acre e ao fundo o vapor Benjamin, década de 30. Acervo de José Chalub Leite

A formação do Município

1913-1945

H

á cem anos surgiu o principal e maior município acreano. Desde então, Intendentes Municipais passaram a administrar a cidade junto aos Prefeitos Departamentais. E, sete anos depois, Rio Branco consolidaria sua posição política ao se tornar a Capital do Território.

34

35


O Município de Rio Branco

C

ostuma causar certa confusão o fato de que, entre 1904 e 1920, o Acre era governado por Prefeitos Departamentais, que faziam o papel de governadores em cada Departamento. Por isso, quando foram criados os municípios do Território, seus gestores receberam a denominação de Intendentes Municipais. O Decreto Federal nº 9831, de 23 de outubro de 1912 criou os primeiros cinco municípios, que só foram instalados tempos depois (e em diferentes datas), após a posse dos Intendentes nomeados pelo Presidente da República. No caso de Rio Branco, o primeiro Intendente Municipal, Cel. João de Oliveira Rola, foi nomeado em 18 de dezembro de 1912, mas só tomou posse, de fato, em 15 de fevereiro de 1913. Na mesma ocasião, foram também empossados os primeiros Vogaes (o equivalente aos vereadores de hoje) nomeados para compor o Conselho Municipal que foi, na prática, o primeiro esboço de poder legislativo no Território Federal

Mapa dos Departamentos e Municípios em 1913. Atlas do Estado do Acre, 2008

do Acre. Eram eles: o Cel. Joaquim Victor da Silva e os Ten. Cel. Carlos Tristão Norberto Júnior, Juvenal Coelho, Antônio Evangelista Wanderley, Francisco Manoel d'Âvila Sobrinho, Adolpho Barboza Leite e Porfirio da Purificação Sá.

O

Cel. João de Oliveira Rola, primeiro Intendente de Rio Branco, era o que se costumava chamar de “Acreano Histórico”. Cearense de nascimento, conquistou o direito de se autodenominar acreano por ter participado

do movimento revolucionário contra os bolivianos, ao lado de seu amigo Cel. Plácido de Castro. Era dono do Seringal Benfica e, por consequência, tinha o domínio de toda a movimentação do Riozinho, cuja foz ficava em frente a sede do seringal, e que por isso acabou recebendo seu nome: Riozinho do Rola. Durante o breve tempo em que exerceu a função de Intendente Municipal, procurou estabelecer toda organização necessária para o funcionamento da municipalidade, mas as dificuldades que encontrou foram imensas. Talvez por isso, ficou no cargo menos de um ano.

João de Oliveira Rola

Joaquim Domingues Carneiro

Epaminondas Jácome

Teófilo Maia de Lima

Ramiro Afonso Guerreiro J.r

Edson Mendes de Oliveira

15.02.1913 a 07.01.1914

07.01.1914 a 11.06.1915

11.06.1915 a 11.06.1918

11.06.1918 a 01.07.1919

01.07.1919 a 18.10.1919

18.10.1919 a 09.05.1920

Intendente - 11 meses

Intendente - 1 ano e 5 meses

Intendente - 3 anos

Intendente - 1 ano

Intendente - 3 meses

Intendente - 7 meses

20/02/1913 INTENDÊNCIA - Installou-se no sabbado último,

22/01/1916 NOTICIÁRIO - Consta que a Intendência Municipal

01/09/1916 Achão-se concluido os serviços definitivos para

03/01/1920 PELA INTENDÊNCIA - Estamos autorizados pelo chefe

nesta cidade a Intendência Municipal. Compareceram a

passará a funcionar no lado da Empreza, onde se acha

transmissão de energia elétrica para 2º Districto desta

do poder executivo do Município a avizar aos nossos leitores

esse solemnissimo acto, as autoridades civis e militares,

a maior porção de vida da cidade. Além disso, com a

cidade. A torre de madeira e ferro construida á margem

e a quem interessar possa, que os que quizerem explorar o

diversas famílias e crescido número de pessoas de

mudança, o município realizará uma avultada economia

direita do rio deu os bons resultados que se esperava.

serviço de transporte de um bairro para outro, desta cidade

todas as classes sociaes.

nos alugueis do edifício em que funciona a Intêndencia. JORNAL DO ACRE - Orgam independente.

Como medida de precaução collocaram-se estaes

poderão fazel-o independente de licença, continuando,

que garantem uma perfeita segurança. A altura em

entretanto, a canôa da Intendência o fazer o serviço de

ouvindo-se diversos oradores, os quaes foram

que ficaram os fios de transmissão de uma para outra

transporte gratuitamente, como tem feito até agora.

delirantemente applaudidos. A banda de música tocou

margem, afasta qualquer receio de servir de obstaculo á

Jornal FOLHA DO ACRE - Orgão do Partido Constructor

diversos trechos do seu vasto repertorio.

passagem dos navios mesmo na enchente máxima.

Acreano.

Jornal O PIUM - Jornal Humoristico Inofensivo.

Jornal REFORMA

A todos foi servido uma taça de champagne,

36

João de Oliveira Rola. Álbum do Rio Acre, 1906 - 1907

37


Unificação do Território

À

exemplo da curta permanência do primeiro intendente no cargo, importante ressaltar que essa foi uma constante na maior parte da história do município de Rio Branco. Para se ter uma ideia, só neste período inicial, entre fevereiro de 1913 e janeiro de 1921, oito anos, foram 10 diferentes intendentes. Um quadro de instabilidade política e administrativa que ficaria ainda pior, posteriormente, como veremos adiante. Ou seja, a criação de municípios no Território Federal teve pouca efetividade na melhoria das condições políticas e sociais locais. E o que foi ainda pior, a situação geral do Acre, do ponto de vista econômico, acabaria se tornando alarmante, nessa mesma época, em razão do fim do 1º Ciclo da Borracha. Afinal, em 1913 as plantações racionais de seringueiras criadas pelos ingleses no Sudoeste Asiático, superaram toda produção amazônica, fazendo despencar os preços internacionais. Com isso, a

economia da borracha amazônica entrou numa crise extremamente grave e prolongada que, gradativamente, levou à falência a grande maioria dos seringais acreanos. Ao mesmo tempo, os autonomistas acreanos não aceitavam a situação de tutela politica do Território.

Depois das revoltas de Cruzeiro do Sul e Sena Madureira, foi a vez de Rio Branco passar por uma revolta autonomista, mas sem maiores consequências. Além do cenário político conturbado, o Acre passou a dar prejuízo para o governo federal com a queda

na arrecadação dos impostos sobre a borracha. Assim, o governo decidiu realizar uma nova reforma, em 1920, extinguindo as quatro prefeituras departamentais e instituindo um governo unificado para o Território, mantendo os cinco municípios.

Eduardo Freire de Carvalho J.r

Antonio Ferreira Brasil

João Donato de Oliveira

Manuel Duarte de Menezes

João Donato de Oliveira

09.05.1920 a 05.06.1920

05.06.1920 a 02.09.1920

02.09.1920 a 03.01.1921

03.01.1921 a 23.06.1922

23.06.1922 a 27.06.1922

27.06.1922 a 04.09.1922

Intendente - 1 mês

Intendente - 3 meses

Intendente - 4 meses

Intendente - 1 ano e 6 meses

Intendente - 5 dias

Intendente - 3 meses

Antonio Ferreira Brasil

15/02/1920 A ENCHENTE DE 1920 - (...) Em vários pontos de

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A sede da Prefeitura Departamental do Alto Acre, construída em Penápolis, era um grande casarão de madeira situado no mesmo local onde depois seria construído o palácio Rio Branco, 1912. Fundação Oswaldo Cruz

24/06/1920

20/01/1921

Agosto/1921

PELA INTENDENCIA - O sr. dr. Intendente

CEL. FERREIRA BRASIL - (...) Está na consciencia

Rio Branco, o rio sangrou: defronte do hotel Madrid e

Municipal, considerando que o urubu é um grande

de todos o estado lamentavel, a que o governo da União

collegas Francisco Pereira e dr. Augusto Pamplona estão

nas immediações da casa Ingleza e pharmacia Acreana.

transmissor de tuberculose, tetano e outras molestias,

condemnou os municipios do Acre, creados pelo dec. n.

escrevendo uma revista de costumes locaes, afim de ser

A municipalidade improvisou pontes sobre caixões para

que se transmittem não só aos animaes como ao

9.831, de 23 de octubro de 1912. Tendo terminado o

levada a effeito no THEATRINHO do novo "Grupo Escolar

normalizações do transito. A rua Abunã casas comerciais

homem, resolveu annular a parte do Cod. de posturas

mandato dos primeiros vogaes nomeados, foram, contra

7 de Setembro" durante as festas de centenario. Sabemos

treparam as suas mercadorias e na rua Portugal os

que protegia a esse animal e aconselhou o exterminio

a lei, nomeados outros, cujo mandato expirou, sem que

que os diversos papeis serão confiados a pessoas da nossa

moradores fizeram os mesmo com os moveis e utensílios

do mesmo, estabelecendo o premio de 500 réis por

o governo providenciasse no sentido de normalizar

alta sociedade.

de suas casas. (...) Hontem á noite, faltavam mais de 50 cm

cada cabeça, apresentada na Intendencia.

a situação, fazendo os municipios funccionarem

Jornal A CAPITAL

para a marca da excepcional allagação de 1918.

Jornal FOLHA DO ACRE

regularmente providos dos seus orgãos legislativos.

Jornal O FUTURO

Jornal FOLHA DO ACRE

REVISTA DE COSTUMES LOCAES - Os nossos

39


A

ideia da unificação do governo territorial impunha a definição de uma única cidade como capital. O governo brasileiro deu mostras de sua preferência por Sena Madureira, para essa função. Provavelmente em razão de seu posicionamento mais central, em relação às outras cidades acreanas. Assim, foram instalados em Sena uma série de órgãos que sugeriam que ela seria a capital do Território Federal do Acre,

entre eles: Sede do Correios e Telégrafos, do Tribunal de Apelação, da Coletoria de Impostos Federais, etc. Entretanto, não era possível ignorar a importância econômica e política do Vale do Acre. Afinal de contas, por ter sido o palco principal das lutas de anexação do Acre ao Brasil, reunia as principais lideranças políticas da região. Além disso, era dos seringais do rio Acre a maior parte da borracha produzida no Território, e o

Chatas e navios navegando no Rio Acre, anos 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Ramiro Afonso Guerreiro J.r

José Augusto Maria Filho

Antonio Ferreira Brasil

Adolpho Barbosa Leite

04.09.1922 a 03.02.1923

03.02.1923 a 17.02.1923

17.02.1923 a 20.03.1924

20.03.1924 a 22.03.1924

22.03.1924 a 22.03.1926

19.05.1926 a 21.06.1926

Intendente - 5 meses

Intendente - 14 dias

Intendente - 1 ano

Intendente - 2 dias

Intendente - 2 anos

Intendente - 1 mês

22/06/1922 GOVERNO DO TERRITORIO - No dia 24 deve deixar

25/11/1923 Intendencia Municipal de Rio Branco -

o cargo de governador do Territorio, o sr. dr. Epaminondas

Administração do Exmo. Sr. Coronel Antonio Ferreira

Jacome, que resolveu, de Manáos, onde se acha de

Brasil. RESOLUÇÃO N. 35 - Art. 1º - Fica denominada

passagem, entrar em goso de licença. Na falta dos vice-

ARTHUR BERNARDES a antiga PRAÇA MUNICIPAL, no 2º

governadores, assumirá o governo o Intendente desta

Districto desta cidade. RESOLUÇÃO N. 36 - Art. 1º - Dar

capital.

nova denominação de rua JOÃO LUIZ ALVES, á actual rua

Jornal FOLHA DO ACRE

ABUNÃ, no 2º Districto desta cidade. Jorrnal CORREIO DO ACRE

40

Reforma de 1920. Assim, Rio Branco passou a ter mais investimentos governamentais em relação aos outros povoados, cidades ou municípios acreanos. Por outro lado, como capital do Território e sede do município, a cidade sempre esteve sujeita à ação simultânea do governo e da Intendência. Uma situação que muitas vezes foi favorável, mas também deu origem a inúmeros conflitos políticos.

Quartel da Polícia Militar, anos 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Antonio Ferreira Brasil

Adolpho Barbosa Leite

comércio do gado trazido da Bolívia para Rio Branco se constituía uma estratégica fonte de recursos, ainda mais importante com a crise da economia da borracha, que impôs a diminuição da importação de produtos europeus e norte-americanos para abastecer os seringais. Na hora da decisão, por conseguinte, a balança pesou para o lado de Rio Branco, que foi consagrada como a primeira capital do Território Federal do Acre, pela

01/03/1925 CARNAVAL - A nata elegante e "chic", durante

07/02/1926 "Quero Cazá" - Essa interessante revista, cheia de

a quadra da folia, foi levantada pela "SOCIEDADE

verve e hilariante, será brevemente levada a scena, nesta

TENTAMEN", em sua séde propria á rua Placido de

capital, no " Eden Cinema" por um grupo de amadores

Castro, que apresentava bizarra decoração. Essa novel

paraenses. A troupe encarregada da representação do

associação constituida por elementos de nossa alta

"Quero cazá", apresenta se para bem servir o público, com

sociedade, levou a effeito duas "soirées" a fantasia e

grande variedade de canções, cançonetas, chôros, samba

uma "matinée" infantil.

e catteretês.

Jornal OFFICIAL

41


A Transformação Urbana de Hugo Carneiro

Vista panorâmica do centro de Rio Branco. Á direita o Palácio em madeira e à esquerda o grupo escolar 7 de Setembro, Década de 20. Revista 104 anos de Rio Branco, 1986

C

om o passar do tempo, consolidase, na capital acreana, a divisão entre os dois lados do rio. Na margem direita (o lado mais antigo), da Villa Rio Branco, o lado comercial, onde se concentram os negócios e a movimentação social da cidade, que passou a ser denominado 2º Distrito. Na margem esquerda, Penápolis, o lado oficial, onde moravam o governador e o bispo, que logo passou a ser chamado de 1º Distrito.

Em outras palavras, uma cidade dividida entre o lado oficial e o lado comercial, unidos pelas catraias, que transportavam os moradores de um lado ao outro. Mas, apesar das diferenças funcionais, havia muitas semelhanças entre as casas e construções, de ambos os lados.

Governador Hugo Carneiro em frente à sede do Governo, década de 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Alvaro Arnoso de Mello Leitão

Flávio Flaviano Baptista

21.06.1926 a 28.07.1926

28.07.1926 a 01.07.1927

Intendente - 1 mês

Time do Atlético Acreano, 1926. Jornal O Rio Branco.

25/03/1926 A INUNDAÇÃO - O Acre, que ha muitos dias vinha

42

O sr. João Macedo, O dr. Paula Ribeiro, a modista

Intendente - 1 ano

17/10/1926 "O ALFINETE" - A imprensa local vem de ser

E

m 1927, foi nomeado governador do Acre o paraense Hugo Carneiro, advogado que havia trabalhado em Seabra, onde foi Juiz. Em seu governo, Carneiro transformou a paisagem de Rio Branco.

10/07/1927 O NOVO INTENDENTE DE RIO BRANCO - Foi

enchendo vertiginosamente, transbordou afinal nos dias

d. Lalá Lagos e a viuva do coronel João Donato de

enriquecida com "O ALFINETE", orgam litterario,

nomeado para o cargo de Intendente deste municipio,

16 a 20 submergindo todo o bairro Empreza, causando

Oliveira tiveram suas habitações invadidas pelas águas

humoristico e noticioso, aparecido a 12 do corrente.

por acto de 1 do corrente, o sr. dr. Marcilio Fernandes

incalculaveis prejuizos materiaes e de vida, quer na cidade

enfurecidas. O predio da casa N. Maia e Comp., onde

Bem coradinho e enfeitado com producções de gentis

Basto, laborioso e competente advogado, residente entre

quer no seio da população ribeirinha. Esta enchente

funcciona o Banco do Acre, edificado na parte mais alta

collaboradores, conduzido pelo Tenente Salustiano

nós desde 1919, tendo exercido até 1921 o cargo de

ultrapassou a do ano passado, deixando no bairro

do todo o bairro, também foi alcançado pelas águas que

Baptista, director; e Bom Américo, gerente; três

Juiz Municipal e posteriormente o cargo de Secretario

Empreza, fora d'água apenas uma restinga de terra entre

tomaram totalmente a rua Portugal attingindo altura

legitimos representantes da mocidade riobranquense,

Geral do Governo do territorio. O Banco do Acre, este

a Praça Arthur Bernardes e o Pavilhão Rio Branco, a parte

superior a 6 palmos, sendo as casas abandonadas pelos

"O ALFINETE" vem preencher uma lacuna e preparar

estabelecimento de credito que ahi está victorioso, da

mais alta do trecho que medeia entre a Pensão Portugueza

respectivos moradores.

jornalistas (...).

exclusiva idealisação do nosso novo Intendente (...).

e a esquina do antigo hotel Cicarelli.

Jornal FOLHA DO ACRE

Jornal FOLHA DO ACRE

Jornal FOLHA DO ACRE

43


Vista externa do Mercado Municipal em construção, década de 30 . Relatório de Governo de Hugo Carneiro

Vista do interior do Mercado Municipal, no período de sua construção, década de 30. Relatório de Governo de Hugo Carneiro

Mercado Municipal de Rio Branco. É dividido em doze amplos compartimentos, com água encanada. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930

Marcilio Fernandes Basto

01.07.1927 a 26.12.1927 Intendente - 5 meses

24/07/1927 EDEN CINEMA - Graças ao bom gosto do seu co-

18/09/1927 Radiotelegramas - O sr.Coronel Neutel Maia fez á

proprietario Sr. Avelino Esteves, ha pouco chegado do

intendencia municipal doação de um terreno da largura

passeio feito á Hespanha, o Eden Cinema hontem reabbriu

de 1o metros, entre as ruas portugal e 6 de Agosto para a

o seu salão ao público, completamente remodelado

construção de uma outra rua que as ligue diretamente.

conseguindo, por isso, uma assistencia selecta numerosa.

Jornal FOLHA DO ACRE

Agora o Eden está parecendo um cinema de cidade. Parabens aos Srs. Moleiro e Esteves. Jornal FOLHA DO ACRE

44

R

io Branco era uma cidade de madeira. As casas eram construídas com esse material e muitas delas parede com parede, especialmente no 2º Distrito, de modo que um incêndio poderia destruir a cidade.

População na inauguração do Mercado Municipal de Rio Branco, no 2º ano de administração do governador Hugo Carneiro, 15 de junho de 1929. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930

Almoço no interior do Mercado Municipal, por ocasião de sua inauguração. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930

H

avia no Acre a crença de que era impossível construir com alvenaria, porque o solo argiloso, sem pedras, não suportaria o peso dos prédios. Além disso, a madeira era abundante e

Inauguração do Mercado Municipal. Relatório de Governo de Hugo Carneiro - 1929/1930

mais barata. Mas Hugo Carneiro pôs-se a construir um grande prédio de alvenaria, bem na beira do rio: o Mercado Municipal. E o sucesso dessa construção o fez ousar ainda mais.

16/10/1927 CORONEL JOÃO CANCIO - A 20 do corrente o

Territorio em 1926 e 1927, sempre com applausos

acatado acreano sr. Coronel João Cancio Fernandes,

geraes. Nasceu o Coronel João Cancio Fernandes aos 20

vence mais um anno de existencia, toda dedicada ao

de outubro de 1876, na fazenda João Gomes municipio

trabalho dignificante nesta região aonde chegou como

de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte. Contando

hospede em 1897. Ao sr. João Cancio Fernandes,

apenas 18 annos de idade veio para o Amazonas,

ha pouco, com muita justiça, promovido de 2º a 1º

fixando-se definitivamente em o seringal Natal, no

vice-governador, deve o Acre inestimaveis serviços,

rio Yaco, em 1897. Hoje, aqui no Acre, s. s. tem sob a

quer politicos, quer financeiros; pois s. s. tem por mais

direcção e gerencia de sua firma individual, diversos

de uma vez exercido cargos importantes como o de

seringaes no Yaco, no Riosinho e no Acre.

Prefeito do Alto Purus, em 1920, e de governador do

Jornal FOLHA DO ACRE

45


D

urante os três anos do governo Hugo Carneiro, Rio Branco teve três diferentes Intendentes, evidenciando que a instabilidade municipal se mantinha constante. Ademais, as verbas municipais eram sempre insuficientes para ações de grande vulto. Mas, enquanto o 1º Distrito, o lado oficial, recebia as obras do governo territorial, a cidade não deixava de pulsar intensamente no 2º Distrito. A rua Seis de Agosto, por exemplo, já era a mais populosa da cidade. Ali se encontravam a sede da União Operária, a escola Barbosa Lima, a escola noturna Sete de Setembro, casas de jogos, restaurantes, escritórios diversos, consultórios médicos e dentários, casas aviadoras, cartório, atelier fotográfico, a marchantaria de Honório Alves, até mesmo o intendente municipal morava ali. A praça Municipal, agora chamada Artur Bernardes, ainda recebia boa parte da programação social, com retretas da banda militar em seu coreto, aos domingos. Mas, já tinha um rival na praça Tavares de Lyra, em frente ao palácio do governo. A fim de contentar a todos, os eventos mais importantes, as festas cívicas, por exemplo, começavam nas ruas do 2º Distrito e terminavam no 1º Distrito.

Inauguração do hospital Augusto Monteiro, 1928. década de 20. Dept° de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Inauguração do hospital para tuberculosos, 07/09/1929. Deptº de Pat. Hist. e Cult. - FEM

Acampamento de escoteiros na colônia Cunha Vasconcelos, 1929. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Stadium Rio Branco, 1929. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A

inauguração do Mercado Municipal ocorreu no dia 15 de junho de 1929, no 2º aniversário da gestão de Hugo Carneiro, que iniciou também a construção do quartel da Policia Militar. Além disso, Carneiro trouxe para o Acre a primeira agência do Banco do Brasil, cuja sede ficava na rua Epaminondas Jácome. No outro extremo da cidade, que terminava na Avenida Ceará, construiu o Cacimbão da Capoeira e o Stadium do Rio Branco. Também inaugurou a primeira Maternidade e fundou o Instituto Histórico e Geográfico Acreano.

Vista da praça Eurico Dutra, 1930. década de 20. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Virgiliio Esteves de Lima

26.12.1927 a 20.04.1928 Intendente - 4 meses

07/11/1927 QUEIXAS DO POVO - Os moradores da 6 de Agosto

Praça Municipal, 2º Distrito de Rio Branco, década de 20. Dept° de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

20/11/1927 No Palacio do Governo - S.exmo. O Sr. governador

queixam se que aquela via publica está na posse de

mandou pelo seu ajudante de ordens apresentar

uma manada de gado vaccum, que alli pasta noite e dia,

congratulações pela data de 17 de novembro os seguintes

ameaçando crianças e adultos.

senhores: Coronel João de Oliveira Rôla e Capitões Clynio

Jornal FOLHA DO ACRE

Brandão, Manoel Bruno de Cerqueira e Cyriaco Joaquim de oliveira, veteranos da revolução de 1902. Jornal FOLHA DO ACRE

Vista da praça municipal no 2º distrito, década de 20. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

03/05/1928 SPORTS & ARTES FOGO DE BENGALA - Já

Vista do início da rua 6 de agosto a partir da praça municipal, 1930. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

03/06/1928 REQUERIMENTOS DESPACHADOS - Dia 4 de Março.

se encontram bastante adeantadas os ensaios da

Nº 381 - Joaquim Fialho Marinho, requerendo matricula

espectaculosa féeire "FOGO DE BENGALA", arranjo de

para exercer a profissão de vendedor d`água, nesta cidade,

Juca Mulato, com saltitante partitura dos mais insignes

no corrente exercício.- Submetta se a inspecção de saúde.

musicistas patricios. "FOGO DE BENGALA"que é uma peça

Concedo a matricula.

fadada e exito seguro,A scenografia é simples, porém, de

Jornal FOLHA DO ACRE

grande effeito, pelo seu colorido e combinação de côres. Os figurinos estão sendo desenhados especialmente pelo jovem academico Ruy Barreto.

46

Jornal FOLHA DO ACRE

47


Quartel da Polícia Militar, década de 20. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Inauguração do prédio do Banco do Brasil, década de 20. Relatório de Governo de Hugo Carneiro

Alnos das escolas territoriais durante festejos da independência, década de 20. Relatório de Governo de Hugo Carneiro

M

Projeto Original do Palácio Rio Branco, em estilo eclético, década de 20. Relatório de Governo de Hugo Carneiro

Lançamento da pedra fundamental do novo Palácio do Governo, 15 de junho de 1929. Relatório de Governo de Hugo Carneiro

Solenidade de inauguração das colunas do Palácio Rio Branco, década de 20. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Solenidade de inauguração da parte térrea do Palácio Rio Branco, década de 20. Dept° de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Trabalhadores preenchendo a lage do Palácio Rio Branco, década de 20. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Fase de construção avançada do Palácio Rio Branco. década de 20. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

as a grande ousadia de Carneiro foi a construção do novo Palácio Rio Branco, mesmo sem ter conseguido concluir a obra antes do fim de seu governo. O Palácio, desde então, tornou-se parte da paisagem da cidade, e marca definitiva da passagem de Hugo Carneiro pelo governo do Acre. Alberto José Martin

20.04.1928 a 01.11.1930 Central Elétrica, década de 20. Relatório de Governo de Hugo Carneiro

Intendente - 2 anos e 7 meses

07/06/1928 "FILHOS DE THALMA" - Está de parabens a capital do

48

13/01/1929 O EDEN-CINEMA-THEATRO PASSA A NOVA

23/11/1930 DÍVIDA NACIONAL - Seguindo a vitoriosa corrente

31/11/1930 O INTERVENTOR DO ACRE - Está confirmada a

Acre, com a construção de uma companhia de amadores

DIREÇÃO. Estão de parabens os afans da maravilhosa

de opinião que se está formando em todo o país, o

alviçareira notícia de haver sido nomeado para o cargo

locaes - "FILHOS DE THALMA", creação do applaudido

arte muda. Desde de ante-hontem o EDEN-CINEMA-

exmo. Sr. Des. Sousa Ramos, D. D. Governador do

de Interventor deste Território o distinto advogado

theatrologo dr. Grijalva Antony. Aquelle novel conjuncto

THEATRO passou á direção de Boulivar M. Leite, o activo

Território, abriu uma patriótica subscrição popular

Dr. Francisco de Paula Assis Vasconcelos, grande

de senhorinhas e rapazes de escol social riobranquense

e diligente propagandista de nossa praça, que arrendou-

para o nobre fim de angariar donativos destinados ao

proprietário de seringais nesta região, onde tem

venceu logo na primeira representação, pela excellencia

se da Empreza Moleiro & Esteves a elegante casa de

pagamento da dívida nacional.

residência efetiva desde 1913.

do elenco e escolha do repertorio, resolveu, numa idéa só

espectaculos, propondo-se a fazer verdadeira Revolução

Jornal O ACRE - Orgão Official.

merecedora de applausos, sob a directriz do dr. Grijalva

Theatral em nosso meio.

revolucionário General Juarez Távora(...)

Antony, fundir-se em Companhia.

Jornal FOLHA DO ACRE

Jornal O ACRE - Orgão Official

Jornal FOLHA DO ACRE

Nomeação feita sob indicação do invicto

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ALalagação do Rio Acre, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

P

or ser Território Federal, o Acre estava completamente submetido às mudanças da política nacional. Entretanto, no caso da Revolução de 30, as mudanças foram drásticas em todo o país. Desde a Reforma Constitucional de 1926, os estados vinham perdendo força diante do governo federal. Com o golpe de 30, os governadores foram substituídos por interventores. Desse modo, neste período diminuiu a diferença entre o Acre e os outros estados da federação, infelizmente, pelo caminho inverso do que seria desejável. Ao invés de o Acre se democratizar, foi o restante do país que entrou num regime de exceção.

Alagação na rua Cunha Matos, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Curiosamente, este foi um dos períodos de maior estabilidade do governo territorial, uma vez que o Interventor Francisco de Paula Assis Vasconcelos acabaria ficando no cargo durante quatro anos, o que era uma raridade no Território do Acre. Em contrapartida, os conselhos municipais foram dissolvidos, tal como no resto do país, e Rio Branco voltou à situação de instabilidade política e administrativa uma vez que, em seis anos, teve sete diferentes prefeitos (como passaram a ser chamados a partir de então).

Hélio Abreu

Amaro Theodoro Damasceno J.r

01.11.1930 a 16.09.1931 Prefeito - 10 meses

15/02/1931 SOCIEDADE RECREATIVA TENTAMEN QUADRA

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Rua Primeiro de Maio, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

16.09.1931 a 13.06.1932 Vista parcial do Segundo Distrito de Rio Branco durante a alagação. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

01/03/ 1931 ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA ACREANA SEU TERCEIRO

Prefeito - 9 meses

17/09/1931 O NOVO PREFEITO DE RIO BRANCO - Tomou

Alagação no 2º distrito, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

05/06/1932 TEATRO RECREIO - Por iniciativa da Diretoria

CARNAVALESCA DE 1931 - Iniciou-se, hontem á noite,

ANNIVERSARIO - O sympathico e valoroso gremio

posse, ontem, 16 de setembro de 1931, no edifício

de Instrução pública, auxiliada eficientemente pelas

a ultima quadra carnavalesca do corrente anno, na

rubro azul commemora, hoje, a passagem do terceiro

da Prefeitura Municipal, do alto cargo de Prefeito

professoras dos Grupos Escolares, realizou-se na noite

TENTAMEN, que teve seus elegantes salões plenos de

anniversario de sua fundação, constituindo essa

do Município de Rio Branco, o Dr. Amaro Theodoro

de 29 de maio p. passado, no TEATRO-RECREIO, um

vida e esfusiante animação, em homenagem a Momo, o

ephemeride, para os esforçados e incansáveis "pipiras"

Damasceno Júnior, nomeado pôr portaria datada de

Festival Infantil com o concurso dos respectivos alunos,

impenitente rei da folia. "Tristezas não pagam dividas,

um grato acontecimento social. (...) Hoje, assignalando sua

15 do corrente, em substituição ao Dr. Hélio Abreu

em benefício da “Caixa” dos dois estabelecimentos,

nem botam ninguem para deante" - é o velho e tradicional

data anniversaria, a Ässociação", promove um encontro

que ocupara o cargo de Secretário Geral do Governo. O

destinada a proporcionar determinados auxilios às

lemma dos veteranos "TENTAMISTAS", que vão encarando

amistoso, de fot-ball, com o valoroso quadro da "Atlética

novo Prefeito da capital não fez nenhuma modificação

creanças pobres neles matriculadas.

as coisas e a crise com um communicativo riso folgazão.

Militar", campeã de 1930, ás 16 horas, no desta ultima.

no quadro dos funcionários municipais.

Jornal O ACRE - Órgão Official

Jornal FOLHA DO ACRE

Jornal FOLHA DO ACRE

Jornal O ACRE - Órgão Official

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Carnaval na Tentamem, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Regata comemorativa do Rio Acre, década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A

década de 30 foi marcada pela grave crise econômica mundial. A Europa ainda tentava se recuperar da 1º Guerra Mundial. O “Crash” da Bolsa de Nova York, de 24 de outubro de 1929, empobrecera os Estados Unidos. No Brasil, a falência da cafeicultura e a crise da República Velha haviam se estabelecido, como comprovou a Revolução de 30. No Acre, a longa crise da borracha já havia se estabelecido definitivamente, deixando poucas perspectivas de mudanças positivas, em curto prazo. Ainda assim, os moradores da capital tentavam manter a normalidade da vida, em meio a animados bailes de carnaval na Tentamen e no Rio Branco, acirradas disputas de futebol, corridas de cavalo e jogos de vôlei, no Stadium Rio Branco.

Desfile da Força Policial do território do Acre na rua 17 de Novembro, 05/09/1936. Museu da Borracha

Brincantes do bloco Embaixadores do Condor, carnaval na Sociedade Recreativa Tentamen,1937. Memorial dos Autonomistas

O Bloco Dragões do Momo. Década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Hélio Abreu

18/08/1932 NOSSO ANIVERSARIO - O ACRE completa hoje o seu

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Volei no Stadium do R.B.F.C década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Nathalino da Silveira Brito

13.06.1932 a 02.05.1933 Prefeito - 11 meses

M

esmo durante os piores anos da crise da borracha os sírios e libaneses “acreanos” conseguiram manter certa prosperidade. Suas presenças no comércio do 2º Distrito eram tão fortes, ao ponto de se dizer que ali não era Brasil, mas Beirute e que, por isso, era necessário passaporte para atravessar o rio Acre. Ao mesmo tempo, para além da avenida Ceará, nas terras do antigo Seringal Empreza, agora arrendadas para diversos produtores rurais, próximo ao Igarapé Fundo, o maranhense Raimundo Irineu Serra começava a formar sua comunidade e a consolidar uma doutrina espiritual baseada no uso do Daime.

02.05.1933 a 01.03.1935 Solenidade de funcionamento do Ginasio Acreano 1934 . Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

20/07/ 1933 O ATO SOLENE DA FUNDAÇÃO DO “GINÁSIO

Prefeito - 1 ano e 10 meses

10/12/1933 O TERCEIRO ANIVERSÁRIO DO GOVERNO ASSIS

Mestre Irineu Serra e seus discípulos década de 30. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

27/05/1934 EDITAL Nº 10 - De ordem do Exm. Sr. Prefeito,

3º ano de publicidade. Jornal de carater puramente oficial,

ACREANO”. Solenemente, abrilhantado com a presença

VASCONCELOS - Construção do belo e sólido edifício

faço saber a quem interessar possa, que pela fiscalização

sem envolver-se em polemicas de qualquer naturesa,

numerosa de autoridades, famílias e cavalheiros da

da Penitenciária erguido ali na praça Rodrigues Alves, e

municipal foi multado o senhor Muchim Duck, sirio,

alheio ás paixões malsãs inspiradas pela politicalha, que

nossa elite social, teve logar no dia 17 do corrente, as

este outro prédio destinado à localização na antiga Vila

comerciante, estabelecido á rua "6 de agosto", no segundo

envenena as almas, simples repositorio dos atos oficiais

16 horas, a cerimônia oficial da fundação do Ginásio

Militar, da Usina Elétrica (...)

distrito desta cidade, por ter sido encontrado, no dia 20

dos governos, federal, territorial e municipais, figurando,

Acreano, estabelecimento destinado a ministrar as

Jornal O ACRE - Órgão Official

do corrente mês, fazendo venda de bebidas alcoolicas

na imprensa indigena, como um catalago imparcial, onde

disciplinas do curso secundário á juventude deste

inferiores, a retalho, em seu referido estabelecimento, sem

ficará registrada, para conhecimento do presente e do

recanto do Brasil.

achar-se munido da necessaria licença desta prefeitura.

futuro, a história administrativa do Acre.

Jornal O ACRE - Órgão Official

Jornal O ACRE - Órgão Official

Jornal O ACRE - Órgão Official

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Praça Eurico Dutra e fachada do Palácio Rio Branco, década de 30. C.D.I.H.

Terraplanagem para a construção da Praça Eurico Dutra, década de 30. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

continuou governado por interventores e os prefeitos sendo nomeados por estes. O único avanço real constituiu-se no fato de que os acreanos passaram a eleger dois deputados federais, para representá-los no Congresso Nacional. Por outro lado, a abertura política e o fortalecimento do governo federal consolidaram no Acre um forte assistencialismo que, por vezes, chegou a assumir caráter quase messiânico.

A

Revolução de 30 havia trazido a esperança de mudanças no sistema territorial. Voltavam a fermentar, então, anseios autonomistas. Entretanto, a Constituição de 1934 acabou não trazendo mudanças significativas. O Acre

Antigo Presídio de Rio Branco, década de 30. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho

N

o início de 35 foi nomeado o Interventor Martiniano Prado, irmão de Newton Prado, um dos tenentes da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, de 1922. Por isso, Martiniano tinha certo prestígio junto ao governo federal. Assim, pode se dar ao luxo de governar, à parte dos partidos políticos que haviam se organizado para as eleições de deputados federais. Concluiu a construção da Penitenciária “Ministro Vicente Rao” e fez a ampliação da rede de iluminação pública de Rio Branco, entre outras obras. Apesar de ficar apenas 2 anos no governo, tornou-se um Interventor popular, ou, talvez seja mais apropriado dizer, folclórico.

Nilo Bezerra de Oliveira

José de Matos Barros

01.03.1935 a 15.04.1935

15.04.1935 a 11.12.1935

Prefeito - 1 mês e 15 dias

10/03/1935 ATOS OFICIAIS - PORTARIAS: 1º de março.

Dia da bandeira, cerimônia em frente o palácio Rio Branco, 19/11/ 1934. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

31/03/1935 REQUERIMENTOS - Mês de Março.

Prefeito - 8 meses

21/04/1935 O NOVO PREFEITO MUNICIPAL - Na tarde de 15

Construção da penitenciária, década de 30. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

25/08/1935 PENITENCIÁRIA “MINISTRO VICENTE RÁO”

Exonerando: do cargo de Prefeito do Município de Rio

N. 129. Angelina Fecury. Requerendo Cancelamento da

do corrente, perante numerosa assistência, assumiu as

Será inaugurada no dia 29 do corrente às 12 horas, a

Branco, o cidadão Nathalino da Silveira Brito.

taxa sanitaria lançada sobre sua casa á rua 1º de maio,

funções de prefeito deste Município o Sr. Dr. José de

Penitenciária modelo “Ministro Vicente Ráo”, construída

desta cidade. Á 1º secção.

Matos Barros, recém chegado de São Paulo como membro

nesta capital pelo Governo do Território (...)

da comitiva de S. Ex. o Sr. Dr. Manoel Martiniano Prado,

Jornal O ACRE - Órgão Official

Nomeando: o pharmaceutico Nilo Bezerra de Oliveira, prefeito do Município de Rio Branco. Jornal O ACRE - Órgão Official

N. 143. Joaquim Alves Pinto. Requerendo redução do imposto predial de sua casa á rua 1º de maio, desta

Interventor Federal. Empossado no cargo de governador

cidade, para base de 1.200$. Á 1º secção.

do Município, compremetendo-se a corresponder a

Jornal O ACRE - Órgão Official

confiança do Exmo. Sr. Interventor, trabalhando pelo progresso da comuna sem liames políticos partidários.

54

Jornal O ACRE - Órgão Official

55


Avião aquatizando no Rio Acre, década de 30. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Decolagem de um avião com referências de série PP – CAO, década de 30. José Chalub Leite

M

artiniano Prado passou à posteridade por sua decisão de trazer a aviação para o Acre. Para tanto, no memorável dia 1º de maio de 1935, o interventor convocou toda população para frente do Palácio Rio Branco, onde anunciou a construção de um campo de aviação, em regime de mutirão. Em seguida, fez o sorteio de lotes de 20 X 20 metros entre as famílias, para que cada uma fizesse o destocamento e a terraplenagem de seu lote. O jornal O Acre, na coluna "O NOSSO PRIMEIRO CAMPO DE AVIAÇÃO" divulgava semanalmente o andamento dos trabalhos nos lotes, aclamando os que estavam adiantados e denunciando os que haviam abandonado o trabalho.

Taquary - Primeiro Avião que chegou no Acre, 1936. José Chalub Leite

A Chegada do avião Taquary no Bairro do XV, 05 de maio de 1936. José Chalub Leite

Virgilio Esteves de Lima

11.12.1935 a 15.06.1936 Avião Taquary PP-CAP década de 30. José Chalub Leite

pesar das ironias e brincadeiras que a ação do interventor causou entre a população, havia de fato interesse da Syndicato Condor S/A, empresa aérea de origem alemã, em estabelecer uma linha aérea para o Acre. Na verdade, estava em curso uma disputa entre a Condor e a Panair, de origem norte-americana, pelo domínio do espaço aéreo brasileiro. Tratava-se já das disputas políticas e econômicas que antecederam o início da 2º Guerra Mundial. Assim, um ano depois da iniciativa do Interventor, chegava ao Acre o hidroavião Taquary, que pousou no estirão do Bagé (onde hoje se encontra o Bairro Taquari), para delírio da multidão.

Avião “aquatizado“ no segundo distrito, década de 30. José Chalub Leite

Pouco depois, Martiniano, já apelidado de "O Bandeirante do Ar", envia João Donato Filho para o Rio de Janeiro, a fim de que se formasse como piloto.

Prefeito - 6 meses

10/05/1936 É REALIDADE A LINHA AÉREA CORUMBÁ - ACRE

56

Para esse estraordinario acontecimento contribuiu

10/05/1936 mixto de admiração e enthusiasmo, quando, cortando

O movimento da cidade era indescriptivel; verdadeiro

Até que afinal tornou-se uma explendida realidade a

decisivamente a energia moça e forte do Exmo. Sr. Dr.

os ares virgens do céo acreano, evoluia sobre a cidade o

borborinho de uma multidão em azáfama, dominava o

aspiração dos habitantes deste Territorio, que sempre

Manoel Martiniano Prado, preclaro Interventor Federal, que,

hydro-avião "TAQUARY" da Syndicato Condor, que, em

ambiente. Não exaggeremos affirmando que cerca de

ardentemente almejaram a sua ligação aérea com os grandes

com a sua proverbial operosidade administrativa, trabalhou

viagem de exploração e estudos para estabelecimento da

duas mil pessoas enchiam as ruas da nossa metropole

centros civilizados do paiz. Após varios dias de espera, em

intensamente junto às altas auctoridades da Republica e das

navegação aérea neste Território, chegava a esta Capital.

demandando ao local escolhido para a aquatisagem do

que por successivas vezes foi transferido por motivos varios,

companhias de navegação aèrea, para a concretização desse

Momentos antes, ás 10 e 30 minutos, hora local,

eis em fim realizado o vôo victoroso do hidro-avião "Taquary"

anceio acreano.

apparelho. Ás 13 horas, mais ou menos, descortinava-se no

a sereia da "Usina Central Electrica" e o espoucar de

horizonte o "TAQUARY" rumando em direcção á cidade e

da Syndicato Condor, enchendo de legitimo enthusiasmo a

A CHEGADA

foguetões, annunciavam a alviçareira nova da decollagem

depois ao estirão do "Bagé", onde airosamente aquatisou e

população desta capital e inscrevendo na historia do Acre o

Terça-feira ultima, 5 do corrente, a população

do "TAQUARY" em Porto Velho, com destino ás paragens

veio deslisando até o porto do Aprendizado Agricola.

acreanas.

Jornal O ACRE - Órgão Official

nome dos seus arrojados e competentes conductores.

riobranquense viveu instantes de um sentimento novo,

57


E

m razão do Decreto-lei federal n.º 968 de 21 de dezembro de 1938 foram criados dois novos municípios no Acre: Feijó e Brasília (atual Brasiléia), desmembrados de Tarauacá e Xapuri, respectivamente. Esta nova organização não alterou o território do município de Rio Branco.

Mapa do Território e Municípios em 1938. Atlas do Estado do Acre, 2008

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Homens trabalhando na construção de bueiro, década de 40. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho

Inauguração da estátua de João Pessoa na Praça da Bandeira, na Avenida Epaminondas Jácome, 24 de outubro de 1932. José Chalub Leite

E

m 1937, com o início do Estado Novo e a Ditadura Vargas, os sonhos de democratização do Território caem por terra. Com a nova Constituição, conhecida como A Polaca, as Câmaras Municipais foram novamente dissolvidas e o novo Interventor, Epaminondas Martins, foi declarado “executor do Estado de Guerra”. Construção da Ponte 19 de Abril, localizada na Rua Benjamin Constant, década de 40. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho

Palácio Rio Branco, Obelisco e do lado direito a Escola 07 de Setembro, década de 30. C.D.I.H.

Nilo Bezerra de Oliveira

15.06.1936 a 01.03.1941 Prefeito - 4 anos e 9 meses

10/01/1937

60

Ponte 19 de Abril já concluída, localizada na Rua Benjamin Constant, década de 40. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho

21/03/1937

04/07/1937

03/10/1937

CRÉDITO PARA AUXÍLIO ÀS PREFEITURAS ACREANAS.

Os amigos correligionarios e admiradores de s. excia. o

USINA CENTRAL ELECTRICA - A manutenção do serviço de

HONESTA APLICAÇÃO DOS DINHEIROS PÚBLICOS.

(...) Consta na Lei Orçamentária para 1937, na verba

sr. dr. Epaminondas Martins, estão preparando grandes

illuminação publica da Usina, que custeada pelo municipio,

O Prefeito Nilo Bezerra seguindo na tarefa que se propôs

referente a essa administração geral, o crédito de

festas comemorativas da sua ascensão á governança do

absorve uma vultosa somma, não é compensada por sua

de marcar a sua passagem pelo governo deste município

460:000$000, destinado às prefeituras desse Território,

Territorio, festas que serão realizadas depois da semana

renda, que não chega a metade das despezas indispensaveis.

com operosidade inimitável, verá terminadas pôr esses

como auxílio da União.

santa.Já na semana passada tiveram logar duas festas

Não é possivel ao gestor do municipio manter esse serviço

dias as obras de embelezamento da praça Tavares de Lyra,

Jornal O ACRE - Orgão Official

populares, sendo uma sessão cinematographica ao ar livre

sem o auxilio do governo do Território. Apesar da crise de

com um obelisco à memória dos heroicos soldados que

e um baile publico offerecido pelo prefeito Nilo Bezerra ás

braços que difficulta a acquisição de lenha, e falta conducção

tombaram sob a bandeira de Plácido de Castro e de um

classes trabalhadoras desta capital em um dos pavilhões

em virtude da febre aphtosa que atacou os bois de carro, a

coreto, com capacidade para cincoenta músicos.

do Quartel da F.P.T.A.

Usina tem funccionado sem interrupção.

Jornal O ACRE - Orgão Official

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Chegada do Governador Oscar Passos, 1941. Deptº de Patrimônio Histórico - FEM

N

o final dos anos 30, o clima político no Brasil era de maior autoritarismo e centralização. No Acre, vivia-se um período de intensos choques partidários e posições violentas. Epaminondas Martins começou a perseguir pessoas, mandando prender e torturar aqueles que julgava inimigos do Regime. Mantendo-se alinhado com a Ditadura, em 1940 participa do Congresso de Interventores, no Catete, sob a presidência de Getúlio e, logo depois, realiza no Acre o Congresso das Municipalidades, reunindo todos os prefeitos. De certa forma, Epaminondas beneficia-se da crise gerada pela Segunda Guer-

Manoel Fontenelle de Castro

01.03.1941 a 13.03.1942 Prefeito - 1 ano

ra, que provoca um princípio de repovoamento dos seringais. Além disso, inaugura o prédio dos Correios e Telégrafos, começa a construção de um Jardim de Infância e cria o Departamento de Geografia e Estatística - DGE. Assim, conquista certa simpatia da população. Em julho de 1941, Oscar Passos, militar gaúcho, foi nomeado no lugar de Epaminondas Martins, e criou o Programa de Desenvolvimento da Agricultura, que seria muito importante no pós-guerra. Apesar do curto período em que ficou à frente do governo do Território, Passos desempenhou importante papel político nos anos seguintes. No fim de 42, Silvestre Gomes Coelho assumiu o governo e permaneceu no posto, até o pós-guerra. Propôs executar o “Programa de Soerguimento da Região” e dar amparo imediato e decisivo à Batalha da Borracha, em razão dos resultados positivos que esta trouxe para a economia local.

Antiga Prefeitura Municipal de Rio Branco, década de 40. Relatório do governador Luís Silvestre G. Coelho

Panorâmica da antiga Penitenciária e do Quartel da Polícia Militar, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Francisco Ângelo da Silva

13.03.1942 a 18.04.1942 Prefeito - 1 mês

02/02/1941

62

25/11/1941

Sobrevoou Rio Branco o Avião Escola, aparelho de instrução

A "Decollage" teve lugar no campo "Santos Dumont",

do A.C.A. - O Governador Epaminondas Martins participou da

ocupando a "Nacelle" de comando o Tenente Sérvulo de

sempre a história de Rio Branco: o assassinato da jovem

de amor de Lázaro para a professora mas não as enviava

Revoada - Está Aberta a Inscrição à Escola de Pilotos.

Paula Machado, que efetuou o vôo de experiência sob os

professora Rosalina da Silveira.

e escrevia falsas cartas de resposta da professora para

Semana passada chegou a Rio Branco, enviado pelo Aero

aplausos dos circunstantes e completo êxito. A seguir, o Dr.

Clube do Brasil, um avião escola destinado ao Aero Clube do

Epaminondas Martins cruzou os céus de Rio Branco, em

anos, chamava-se Lázaro e estava preso na Penitenciária,

casamento de Rosalina, Lázaro, que trabalhava na capina

Acre, a fim de preparar a juventude acreana para formar na

companhia daquele oficial aviador, inaugurando, assim, as

que nessa época ficava no local da atual Prefeitura de Rio

da rua junto com outros presos, tomado de ciúmes,

reserva aérea brasileira.

atividades praticas da nossa Escola de Pilotos Civis. S. Excia.

Branco. Ele tinha se apaixonado pela professora ao vê-la

assassinou a professorinha com várias facadas na porta de

Trata-se de um aparelho de fabricação norte-americana

teve otima impressão de vôo, considerando a estabilidade e

todos os dias descendo a rua Getúlio Vargas, onde ela

sua casa. Desde então o tumulo da Professora Rosalina é o

marca Potterfield, de dois lugares e duplo comando, próprio

segurança oferecida pelo pequeno aeroplano.

morava, em direção ao Grupo Escolar 7 de Setembro, ao

mais visitado no cemitério da cidade.

para treinamento inicial.

Jornal O ACRE - Orgão do Govêrno do Território.

lado do Palácio Rio Branco.

Nesse dia aconteceu uma tragédia que marcou para

O autor do assassinato da professora, de apenas 19

Um amigo do prisioneiro, Praxedes, escrevia cartas

Lázaro. Certo dia, ao circular na cidade a noticia do breve

63


A Batalha da Borracha

D

urante a segunda guerra mundial nenhuma matéria prima era mais preocupante que a borracha. As reservas estavam tão baixas que o governo americano decidiu que toda borracha disponível seria usada apenas pela máquina de guerra. E a entrada do Japão no conflito significou o bloqueio definitivo dos produtores de borracha asiáticos. Esses acontecimentos levaram à assinatura dos Acordos de Washington, nos quais cabia ao governo americano financiar a produção de borracha amazônica e, ao governo brasileiro, encaminhar trabalhadores para os seringais. Tinha início assim, em 1942, a Batalha da Borracha. Aliciadores convenciam trabalhadores a se alistar como soldados da borracha, em todo país. Muitos jovens nordestinos tinham somente duas opções: os seringais ou o front, para lutar contra os italianos e alemães. Os que optavam pelos seringais, enfrentavam as péssimas condições dos alojamentos (verdadeiros campos de concentração) ao longo do caminho, uma vez que as más con-

Adolfo Barbosa Leite

18.04.1942 a 13.11.1942 Prefeito - 7 meses

Soldados da Borracha à caminho da Amazônia década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Mapa ilustrativo das fontes de abastecimento de borracha, durante a II Guerra Mundial, Pierre Chabloz, década de 40

Transportes de Soldados da Borracha à caminho da Amazônia década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

dições de alimentação e higiene destruíam a saúde dos trabalhadores. Os que chegavam aos seringais já tinham uma dívida com o patrão e não podiam sair se não a saldassem. Ainda assim, o aumento da produção de borracha foi muito menor que o esperado. E, tão logo a guerra chegou ao fim, os Estados Unidos cancelaram os acordos, abandonando os Soldados da Borracha à própria sorte.

Entre 15 e 19 de agosto de 1942

Manoel Fontenele de Castro

13.11.1942 a 09.1944 Soldados da Borracha de partida para Amazônia, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

04/04/1943

Prefeito - 1 ano e 10 meses

14/05/1944

Atlântico, e cerca de 1.500 mortes. Mas o "Pearl Harbor

A LINHA AÉREA CUIABÁ - PORTO VELHO - RIO

CASA “1º DE MAIO”. - No dia primeiro do corrente,

surpresa à base naval de Pearl Harbor, trauma nacional

brasileiro" ocorreu entre 15 e 19 de agosto, quando

BRANCO - CRUZEIRO DO SUL - Da diretoria dos Serviços

foi inaugurada no bairro operário desta cidade, um

que jogou os EUA na 2ª Guerra Mundial. Mas poucos

7 embarcações brasileiras foram afundadas na costa

Aéreos Cruzeiro do Sul, ex-Serviços Aéreos Condor,

estabelecimento comercial de propriedade da Srª. A. M.

brasileiros sabem que, em 1942 o Brasil também entrou

do Nordeste pelo mesmo submarino alemão, o U-507.

recebeu o Sr. governador, a comunicação: Rio, 1º - Cel.

Tinôco, esposa do Sr. Lauro Tinôco, diretor da Autarquia

no conflito por causa de ataques em alto-mar. Apesar

No dia 17, os nazistas chegaram a afundar um navio e

Luiz Silvestre Gomes Coêlho, governador do Acre, Rio

Administrativa, serviço de produção industrial.

de oficialmente neutro, o Brasil fornecia borracha para

também o cargueiro que veio prestar socorro. "Houve

Branco. Temos satisfação de comunicar a vossência haver

A doação, á cidade, de mais esse estabelecimento

a indústria bélica americana. As retaliações alemãs

campanha nacional para que o presidente Getúlio Vargas

sido assinado ontem o contrato para a execução da linha

comercial vem demonstrar o desenvolvimento que a

começaram em 15/02/1942, quando o navio mercante

respondesse aos ataques." Cinco dias depois, o Brasil

aérea Cuiabá - Porto Velho - Rio Branco - Cruzeiro do Sul.

capital está tomando nestes últimos tempos.

Buarque foi afundado perto da Flórida. Até o fim da

declarava guerra à Alemanha e seus aliados.

Atenciosas saudações - Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul Ltda.

Jornal O ACRE - órgão Oficial do Governo do Território.

Qualquer americano já ouviu falar do bombardeio-

64

D

as 60.000 pessoas que vieram para a Batalha da Borracha, nos seringais amazônicos, de 1942 e 1945, metade morreu. Enquanto que dos 20.000 brasileiros que lutaram na Itália morreram 454 combatentes. Ainda assim, os pracinhas viraram heróis, enquanto os soldados da borracha foram esquecidos.

guerra, em 1945, seriam mais 36 afundamentos no

Revista SUPER INTERESSANTE

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

65


Inauguração da Rádio Difusora Acreana em 1944. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A

década de 40 estava começando, quando os primeiros rádios receptores chegaram às cidades e seringais mais importantes do Acre. E essa não era uma época qualquer. A Segunda Guerra Mundial atingia duramente os alicerces do mundo civilizado. A Amazônia voltava a ter papel estratégico no fornecimento de borracha para o esforço de guerra. Mais uma vez, o Acre conhecia o desenvolvimento econômico e social, depois de trinta anos de abandono e decadência. A Batalha da Borracha trouxe para o Acre milhares de nordestinos, vultosos investimentos e, principalmente, esperança no futuro. A chegada dos rádios fazia parte,

Adolfo Barbosa Leite

Ismael Gomes de Carvalho

09.1944 a 08.1945

08.1945 a 20.11.1945

Prefeito - 1 ano

21/01/1945 SOCIEDADE RECREATIVA TENTAMEN - INTEGRAÇÃO

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Lancha A Limitada no Rio Acre, década de 40. Museu da Borracha

portanto, de um grande momento de euforia e acabava com o secular isolamento em que viviam as populações das cidades e florestas. Agora, até os seringueiros podiam acompanhar, tal como os moradores do Rio de Janeiro, as novidades da Grande Guerra. Essa nova realidade era tão avassaladora, que logo foi instalada em Rio Branco a primeira estação radiofônica: a pioneira ZYD-9, Rádio Difusora Acreana, que logo ficou conhecida como a “Voz das Selvas”. O trabalho empreendido para a instalação da rádio foi grande, mas concluído rapidamente, pois em 07 de agosto de 1944, o Acre já testemunhava a primeira transmissão experimental da Rádio Difusora Acreana. No dia 25, pouco tempo depois, a Voz das Selvas iniciava seu funcionamento regular, passando a transmitir diariamente, entre outras coisas, as últimas notícias da Força Expedicionária Brasileira no front da Guerra Mundial, e a cotação internacional da borracha. Apesar desse bom início, dificuldades técnicas fizeram com que a Rádio Difusora ficasse algum tempo fora do ar. Foram necessários, então, alguns trabalhos de remodelação técnica da ZYD-9 que, em maio de 1947, voltou a preencher os céus amazônicos com suas transmissões. O que possibilitou uma inédita integração de todo Acre, a partir de Rio Branco.

Prefeito - 3 meses

11/03/1945 RIO BRANCO DE PARABÉNS - Dentro de poucos dias, deverá circular nesta cidade, O PRIMEIRO AUTO-ÔNIBUS.

srs. signatários do LIVRO DE INSCRIÇÃO para admissão

Rio Branco já reclamava uma medida deste jaez, dada a

ao quadro de sócios PRIVILEGIADOS desta SOCIEDADE,

sua evolução, e mesmo, por que as zonas mais habitadas

a integralizar suas respectivas QUOTAS DE PRIVILÉGIO,

da capital, se acham encravadas nos bairros longinquos

nos têrmos do art. 12 dos vigentes Estatutos, sob pena

do perimetro urbano. O ônibus deverá ter como itinerário

de caducidade das contribuições já efetuadas, ex-VI do

viagens cujo PONTO DE PARTIDA SERÁ A RUA 6 DE

paragrapho único do mesmo artigo.

AGOSTO e PONTO TERMINAL, O BAIRRO 15. Destarte,

Jornal FOLHA DO ACRE - Periódico independente - Porta-

resta-nos esperar que essa medida louvavel da FIRMA J.

Voz das aspirações coletivas

P. SANTOS & CIA, não se limite a um ônibus e que vários

Procissão em frente a igreja de São Sebastião. Década de 40. FGB - PMRB

Alunos do Grupo Escolar 24 de Janeiro. Isnard Leite

Lancha A Limitada, ancorada nas margens do Rio Acre, vendo-se ao seu lado direito a Rua Eduardo Assmar, década de 40. Museu da Borracha

DE QUOTAS - De ordem do sr. Presidente, convidam-se os

Grupo de moças na Praça João Pessoa,1942. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

11/03/1945

19/04/1945

Cont.

COMISSÃO DA CRUZEIRO DO SUL VEIO VER CAMPOS

coveiculos dessa natureza venham aparecer posteriormente

DE POUSO DO ACRE - A direção-geral dos Serviços Aéreos

para que então sintamos melhormente servidos e a par da marcha progressiva da nossa capital. O povo confiam que não se trate de uma coisa efemera, e sim duradoira. Parabéns, povo de Rio Branco: concretiza-se mais uma das tuas aspirações. Jornal FOLHA DO ACRE

Cruzeiro do Sul Ltda, attendendo a solicitação do Governador do Território, no sentido de serem restabelecidos os voos regulares dos aviões, interrompidos há pouco tempo, mandou ao Acre uma comissão de Técnicos e Funcionários, que, em avião especial, fêz a vistoria dos campos de pouso de todos os municípios acreanos. O comandante do avião da Cruzeiro deu como praticáveis todos os campos da rota. Jornal O ACRE.

67


A Usina de beneficiamento de castanha no Bairro XV, década de 40. Revista Comemorativa do Centenário de Rio Branco

Mestre Daniel Pereira de Mattos, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

década de 40, não foi um período de grandes investimentos em Rio Branco, ou nas outras cidades acreanas. Por um motivo óbvio: todos os olhares e investimentos estavam voltados para os seringais, que voltaram a ser objeto de cobiça e fortuna rápida. De qualquer modo, Rio Branco beneficiouse com o clima geral de otimismo, maior circulação de dinheiro e de gente. Nessa época, houve até aumento de salário para os funcionários públicos. Bairro da Empresa, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A

repentina e inesperada prosperidade que atingiu todo Acre, movimentou as cidades acreanas. A Usina de Castanha do bairro 15 transformou-se em alojamento para soldados da borracha, em trânsito para os seringais. Muitos nem chegaram a ir, permanecendo na cidade, para trabalhar.

Jayme de Mendonça

20.11.1945 a 03.12.1945 Prefeito - 13 dias

07/05/1945 ACABOU A GUERRA Anunciada oficialmente a rendição de todos os exércitos

Antiga Rua 24 de Janeiro, no 2º Distrito, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

06/08/1945

Panorâmica do Palácio Rio Branco, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista da Penitenciária e do lado direito o Quartel da Policia Militar, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

30/09/1945

18/11/1945

À espera de “Little Boy” - Hiroshima. Início de mais um

INICIADOS OS ESTUDOS PRELIMINARES PARA A

AVISO:

dia de incerteza na cidade. Programas de evacuação já

INSTALAÇÃO DE ÁGUA E ESGOTO EM RIO BRANCO.

Aiache & Irmão, ex-arrendatários do "HOTEL MADRID",

alemães. Doenitz ordenou a cessação da luta. A emissora

haviam reduzido o número de habitantes da cidade de

de Fiensburgo anunciou que a Alemanha capitulou, e que

380 mil para cerca de 245 mil. Em poucas horas, o local

da Bandeira a fixação das bases de triangulação desta capital,

firma e todo aquele que se julgar credor da mesma, pode

o novo Fuchrer, o Grande Almirante Doenitz, ordenou “a

será cenário da tragédia que marcará para sempre a

em serviço preliminar para a instalação de água e esgoto. A

procurar o senhor Assem Aiache, Vila Carmélia, á rua 24

rendição incondicional de todas as forças alemães”

História. O bombardeiro americano Enola Gay está voando

solenidade foi presidida pelo Gov. Silvestre Coelho e contou

de janeiro, nesta cidade.

para lá carregando “Little Boy” (Garotinho), primeira

com a presença de autoridades, funcionalismo e muitos

Jornal FOLHA DO ACRE - Periódico Independente - Porta

bomba atômica a ser despejada sobre seres humanos.

representantes de classes, que deu aspecto impressionante a

Voz das Aspirações Coletivas.

Jornal O GLOBO

No dia 24 do corrente, ás 15 horas, teve logar á Praça

informam a quem interessar possa que extinguiram sua

mais essa iniciativa da atual administração territórial.

68

Jornal O GLOBO

FOLHA DO ACRE

69


Vista da Ponte Metálica em construção, catraia e vapor, década de 60

A expansão da cidade

1946-1970

U

ma vez terminada a Grande Guerra e a Batalha da Borracha, era hora de encontrar novos rumos. A longa crise da borracha bem poderia voltar novamente, e Rio Branco não cabia mais no estreito espaço dos 1º e 2º Distritos. Tempo de grandes transformações, portanto.

70

71


O

Governador Oscar Passos havia efetivado, em 1942, a compra das terras remanescentes do antigo Seringal Empreza, ao norte da Avenida Ceará, onde a cidade acabava então. O plano era implantar colônias agrícolas no entorno da cidade. Entretanto, até 1945 todas as atenções estavam voltadas para os seringais. Por isso, o novo projeto de colonização, organizado pelo Engenheiro Pimentel Gomes, teve que esperar um momento mais propício para sua efetiva implantação, ficando restrito a duas colônias instaladas em 1943: São Francisco e Apolônio Sales, esta última ainda esteve por alguns anos abandonada. Só com o fim da Batalha da Borracha e o princípio do Governo Guiomard Santos, em 1946, teve início a implantação das diversas colônias agrícolas em terras do antigo Seringal Empreza, num processo que se estendeu do final dos anos 40 à década de 50. Mas, não apenas isso ocorreu. Nesse mesmo período, uma parte das terras do Seringal Empreza, ao norte da atual Avenida Ceará, foi definida como “Zona Ampliada”, incluindo uma “área suburbana”, e dividida em lotes, para o futuro crescimento da área urbana da cidade. Com isso, o governo do Território Federal do Acre tentava estancar a partida de

Francisco Custódio Freire

13.05.1946 a 02.01.1948 Prefeito - 1 ano e 8 meses

José Guiomard Santos, na sua posse como Governador do Território do Acre,1946. C.D.I.H.

Governador Guiomard Santos e autoridades em um jantar no Palácio Rio Branco em comemoração à Sagração do Bispo Dom Julio Mattioli, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Festividade em frente ao Palácio Rio Branco, posse do Gov. José Guiomard Santos, 14/02/1946. C.D.I.H.

trabalhadores, motivados pelo fim da Batalha da Borracha, e evitar uma nova crise de despovoamento. Por isso, em diversas colônias agrícolas foi instalada uma infraestrutura básica, com escolas, núcleos mecanizados para beneficiamento da produção e postos de saúde, a fim de dar suporte aos colonos e suas famílias.

O governador Tenente-Coronel José Guiomard Santos, assinando com o Ministro da Educação e Saúde, Dr. Clemente Mariani, o primeiro acordo para construções rurais no Território, década de 40. C.D.I.H.

03/11/1946

72

03/11/1946

Visita do Gov. de São Paulo Ademar de Barros, década de 40. C.D.I.H.

de todos os tempos

ATENÇÃO!!!

ATENÇÃO - Quereis descobrir alguma coisa que vos

Cont.

Miserabilidade - Era quando Rio Branco tinha só duas

Acabam de chegar a esta cidade Madames Maruja e Flora.

preocupa? Quereis fazer voltar para vossa companhia

MARUJA - também beneficia campos de pastagens

farmácias, uma no 1º e outra no 2º Distrito, esta do Nilo

Procurem pois, homens e mulheres, ricos e pobres, as

quem de vós se tenha separado? Quereis destruir algum

afugentando cobras venenosas, fazendo a cura em pessoas

Bezerra. O manipulador dos produtos era o Nilson Bezerra.

madames. Os Misterios da vida humana em cartomancia e

mal que vos perturba? Quereis alcançar bom emprego e

Duma feita, entra na Farmácia Acreana um seringalista com

chiromancia. Madame Maruja é vidente e fala ingles, francês,

mordidas, aplicando o tratamento completo.

prosperidade? Quereis facilitar algum casamento difícil?

uma receita onde previa-se estricnina em miligramas de

holandez e castelhano.

Rua 6 de Agosto, Nº 451.

Quereis curar alguém do vício da embriaguez? E outras que

Jornal O ACRE - órgão Oficial do Governo do Território

peso. Nilson pesava o alcalóide letal com uma meticulosidade

INTERESSANDO PORTANTO A TODOS!

estiverem em desejo de obter e também tratar de qualquer

de enfadar, sob as vistas do seringalista que não se conteve

Procurem hoje mesmo a Mme. Maruja:

assunto. Nada de Charlatanismo!

e reclamou: Não seja miserável, seu Nilson, ponha mais um

Todos á casa de Mme. Maruja que ela responderá com

Procure imediatamente Mme. Maruja que lhe facilitará tudo

pouco, isto é para um pobre coitado do meu seringal.

precisão a qualquer de suas perguntas. É diplomada.

isto, dada a sua inteligência e a sua moral individual.

Tão Acre – Zé Leite

73


Vapor desembarcando máquinas, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

G Avião Douglas C – 47, década de 40. FGB - PMRB

O Avião na pista de pouso da Estação do Aeroporto Salgado Filho 1948. FGB - PMRB

Batismo do Avião bimotor Barão de Mauá, à direita do Governador Guiomard Santos o Deputado Hugo Carneiro, 1948. C.D.I.H.

governador Guiomard Santos foi responsável também por um grande programa de obras públicas, que alterou mais uma vez a paisagem de Rio Branco, bem como de outras cidades acreanas. O Aeroporto Salgado Filho (Aeroporto Velho), a Maternidade Bárbara Heliodora, o Colégio Presidente Dutra, foram algumas das novas realizações de Guiomard Santos, além da conclusão das obras do Palácio Rio Branco e da reforma do prédio da antiga Penitenciária, que foi transformado no Hotel Chuí. A isso tudo se somava a implantação de infraestrutura voltada para a produção, como a “Cerâmica” que produzia telhas, tijolos e pisos para a construção civil; a “Estação Experimental”, que produzia sementes, mudas e repassava técnicas de cultivo; o “Aviário” que produzia e distribuía aves, suínos e até abelhas para os colonos; a “Fazenda Sobral” responsável pelo fornecimento de matrizes bovinas e equinas.

01/12/1946

posteriormente cresceria em importância. Por outro lado, a quantidade e variedade de máquinas e veículos adquiridos nesse período foi muito importante para a realização dos planos de desenvolvimento local. Aviões para transportar a produção acreana, tratores e máquinas agrícolas, diversas lanchas e barcos para carregar a produção agrícola do campo para as cidades, além de automóveis e caminhões.

Frota de carros, adquiridos no governo de Guiomard Santos, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

18/05/1947

03/08/1947

20/07/1948

A SEMANA

MAIS UM AVIÃO PARA O ACRE - Noticias de Brasília

UM "PAULISTINHA" PARA O AÉRO CLUBE DE RIO

Estão ultimados os serviços de remodelação técnica da

transmitiram o batismo, em solenidade, mais 1 avião

BRANCO - Depois de alguns dias de permanência em

TEATRO ESCOLA DO ACRE encenará a grande peça de

rádio-difusora ZYD-9, que

de treinamento que acaba de aquinhoar o Aéro Clube

Brasília , a tripulação da F.A.B. que trouxe as 1ª cabeças

Florence Barclay, em quatro atos, O ROSÁRIO, com um

voltou ao ar, há dias para gaudio de seus numerosos

do Acre. É um aparelho do tipo dos já empregados

de gado Zebú, voltou a Uberaba afim de transportar o

elenco de primeira ordem.

ouvintes.

no preparo dos aéro-pilotos, que recebeu o nome de

restante dos bois que lá estavam. Anteontem aterrizou

Aguardem esse grande sucesso do TEATRO ESCOLA DO

Jornal O ACRE – Orgão Official.

"Guatemalá". Desta forma, conta o Aéro Club com mais

de novo em Rio Branco o ten. Pedro Melo, no gigantesco

ACRE.

um avião que irá dispor da habilitação de aviadores de

C-46 além de 8 cabeças de gado, mais 2 aviões

Jornal O ACRE - Orgão Official

que necessita o Acre para a solução do problema de

"Paulistinhas" sendo 1 para o aero-clube de Porto Velho e

transporte.

outro para o aero-clube de Rio Branco.

Jornal O ACRE – Orgão Official.

Jornal O ACRE – Orgão Official.

TEATRO ESCOLA DO ACRE - Sob o patrocinio do Departamento de Educação e Cultura, por estes dias o

74

uiomard Santos transformou Rio Branco, tão ou mais profundamente do que Gabino Besouro e Hugo Carneiro, tornando-se um dos maiores responsáveis pela cidade que conhecemos. Foi na gestão de Guiomard Santos, por exemplo, que se construiu o “Ipase”, o primeiro conjunto residencial da cidade, inaugurando os conjuntos residenciais, um modelo de intervenção urbana, que

Frota fluvial do governo acreano, doada pela União em 1946. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

75


E

ntre 1946 e 1950, Rio Branco passou a ter muitas características que seriam desenvolvidas e fortalecidas nas décadas subsequentes. As colônias agrícolas e os novos órgãos instalados pelo governo territorial serviram como novos pontos de atração e fixação urbana. A Cerâmica, o Aviário, a Estação Experimental, o Aeroporto Velho, a Fazenda Sobral, as colônias São Francisco, Apolônio Sales, Dias Martins, entre outras, deram origem a alguns dos atuais bairros da cidade, revelando os fluxos e processos sociais, a que a cidade esteve sujeita, desde então. Do ponto de vista da ordenação territorial, pode-se dizer que, a partir desse período, o 2º Distrito começou a ser finalmente superado, em importância, pelo 1º Distrito. Ao mesmo tempo, a cidade passou a ter vários pontos de expansão simultâneos. Cada colônia agrícola tornou-se um “centro de expansão” e, entre esses centros, permaneceram espaços não ocupados, recentemente denominados “vazios urbanos”.

Sede administrativa do aviário de Rio Branco, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Sede da colônia agrícola Estação Experimental, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Solenidade cívica em frente ao Palácio Rio Branco, década de 40.Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Rodovia Rio Branco - Abunã, 1946/1948. Album do Território Federal do Acre

Verdura das hortas do Departamento de Produção, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Máquinas do governo do território realizando abertura de estrada, década de 40. C.D.I.H.

Campo Experimental Agrícola José Guiomard Santos, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Embarque de borracha laminada pelo processo Arantes para São Paulo, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Criação de gado da Fazenda Sobral, 1946-1948. Relatório fotográfico do de Guiomard Santos

Colonos e seringueiros juntos com o governador Guiomard Santos, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Aviário de Rio Branco, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Em 1948 REPRIMENDA - O Inspetor de ensino Clio Rodrigues Leite dirigia-se ao 2º Distrito onde seria inaugurado

para a faixa “Salve a Profª. Maria Angélica de Castro”.

o Grupo Escolar “Profª Maria Angélica de Castro”, educadora mineira que o governador territorial José Guiomard Santos trouxe para o Acre. Era o dia 15 de outubro de 1948. Muitas faixas,

- Mande tirar daí. Não admito que chamem a professora Maria Angélica de Castro de Profa! Não admito desrespeito!

alunos uniformizados. Recebido pela diretora do novo estabelecimento

76

Em 1949 ORGANIZAÇÃO DAS COLÔNIAS - Para ter acesso

Preenchida a ficha, fica registrado o seu nome e

a um lote o colono se apresenta diretamente ao

a composição de sua família. Uma vez cumpridas as

administrador do seringal Empresa, ou a seção de

exigências preliminares, o colono fica assistido pelo

Colonização e manifesta o seu desejo, pedindo

administrador do núcleo, pelo enfermeiro e pelos

terras para a agricultura e para a extração da borracha.

agrônomos do Fomento da Produção Vegetal e da Seção

O requisito solicitado é que o colono prove a sua

de Colonização.

identidade. Uma vez aceito, ele obtém o seu lote e um Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite

ano depois é verificada a sua produção, sendo-lhe então

escolar, belíssimo prédio em alvenaria, a Profª

concedido o título provisório. O colono tem direito de

Clarisse Fecury, o inspetor recriminou-a, apontando

escolher a colônia do núcleo em que deseja trabalhar.

Estudo Geográfico do Território do Acre

77


Usina mecânica, 1948. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Complexo industrial produz: cerâmica telhas planas, ladrilhos e manilhas, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Departamento de Saúde Publica, 1948. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

S.E.S.P – construída e inaugurada em 1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Maternidade e Clínica de Mulheres Bárbara Heliodora inaugurada em 07 de setembro de 1950. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Sede da Imprensa Oficial, 1946-1948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Aeroporto Salgado Filho à direita o conjunto de luz e água 1948. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Aeroporto Salgado Filho, no período de alagação, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Central Elétrica ampliada, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Delegacia do 2°Distrito de Rio Branco, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Colônia Penal, década de 40. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Antigo prédio da Imprensa Oficial, construído primeiramente em madeira, 1948. Museu da Borracha

Central Elétrica de Rio Branco, década de 40. C.D.I.H.

de todos os tempos

Em 1948

Mulheres em um dos corredores daMaternidade Bárbara Heliodora,1950. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

01/08/1948

VIAJANTES - Visitou esta capital, na semana finda, a

LANÇADA A PEDRA FUNDAMENTAL DA FUTURA

onde foi lançada a primeira pedra do majestoso templo

senhora Eunice Weaver, presidente da Federação das

CATEDRAL DE RIO BRANCO

que se erguerá nesta cidade, ao lado do Palácio Rio

Melo, puxam papo, entram em terreno de amplo domínio da

Sociedades de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra

O tempo, que até estão foi absolutamente favorável á

Branco, ali teve lugar esse auspicioso acontecimento, que

dupla:

SURREALISMO Padre José encontra-se com o pintor primitivista Hélio

78

Amostra de ladrilhos coloridos fabricados na cerâmica do governo, 19461948. Relatório fotográfico do governo de Guiomard Santos

Usina mecânica, do General Gabino Bezouro ao ser fundado o Território, 1948. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

a Lepra, que veio inspecionar as obras da construção do

realização de todo o programa traçado por um instante

encheu de júbilo todos os acreanos.

PADRE JOSÉ – Hélio, eu minto muito mais do você.

Preventório para filhos de hansenianos, que está sendo

quase prejudicou o lançamento da pedra fundamental da

Na ocasião discursaram em alusão ao acontecimento,

HÉLIO – Mas você fez curso, eu não fiz!

realizada nesta capital por aquela Federação. A ilustre

futura Catedral da cidade de Rio Branco, levada a efeito às

d. Bertoldo Büchi, bispo de Cochabamba, que oficiou a

dama que foi hóspede do casal major José Guiomard dos

17 horas do último domingo, perante enorme multidão.

cerimônia da benção da pedra fundamental, e o dr. Mário

Santos, regressou pelo mesmo avião à capital do país.

Contudo, apesar da chuva iminente, o brilho dessa

de Oliveira, ilustre procurador regional da República em

Jornal O ACRE – Orgão Official

cerimônia não foi diminuído.

nosso Território.

Conduzido, em procissão, o SS. Sacramento, até o local

Jornal O ACRE

79


Gabinete dentário Grupo Escolar Presidente Gaspar Eurico Dutra, década de 40. C.D.I.H.

Alunos do Ginásio Acreano, em classe. Sala de ciências naturais, década de 40. C.D.I.H.

Alunos perfilados em frente ao Grupo Escolar 24 de Janeiro, 1948. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Escola Maria Angélica de Castro, localizada na rua 24 de Janeiro no 2º Distrito, década de 40. C.D.I.H.

Alunos da Escola Infantil Menino Jesus, no refeitório, década de 40. C.D.I.H.

Escola Infantil Menino Jesus, inaugurada em novembro de 1949. C.D.I.H.

Grupo Escolar Presidente Eurico Gaspar Dutra, década de 50. Instituto de Geografia e Estatística

Instituto Getúlio Vargas, localizado na Avenida Benjamin Constant, década de 40. C.D.I.H

Escola Rural Pimentel Gomes, na Colônia São Francisco. década de 40. C.D.I.H

Escola rural Pimentel Gomes, na Colônia São Francisco, década de 40. C.D.I.H

Escola rural Clinio Brandão na Colônia Gabino Bezouro, 1948. C.D.I.H

Escola rural Clinio Brandão na Colônia Gabino Bezouro, década de 40. C.D.I.H

Prof. Maria Angélica de Castro, década de 40. C.D.I.H.

Jorge Félix Lavocat

02.01.1948 a 23.09.1952 Prefeito - 4 anos e 8 meses

O

utro aspecto importante desse período foi o enorme avanço na educação pública, que se expandiu tanto na quantidade de escolas, quanto na qualidade do ensino oferecido aos estudantes.

26/12/1948

80

23/01/1949

Escola rural Dom Bosco, Engenho Independência. década de 40. C.D.I.H

Escola Monte Castelo, na Colônia Apolônio Sales, década de 40. C.D.I.H.

Colônia Riozinho, escola rural Afrânio Peixoto, década de 50. C.D.I.H.

28/08/1949

CINE - TEATRO RECREIO. EM VESPERAL: O maravilhoso

CARTAZES DE HOJE CINE BIRIBINHA - No cartaz

Beneficiada a Capital do Território com Importante

uma coleção de 14 plantas do conjunto da cidade de Rio

e emocionante filme EVOCAÇÃO, com Irene Dunne e Alan

desta popular casa de diversões está o filme O MUNDO

Serviço. A Planta Topográfica e Cadastral da Cidade de

Branco, com todos os seus detalhes, e uma planta geral

Marshall.

É MEU, um colossal drama estrelado por Ida Lupino e

Rio Branco entregue à Prefeitura. Valiosa doação vem de

da cidade em secções, e onze pastas contendo o fichário

EM SOIRÉE: - Estréia da celebrada comédia O FANTASMA DE

Léo Carrilho. No decorrer da semana será focalizado

ser feita pelo governo do território à Prefeitura municipal

completo de todos os imóveis existentes nas quarenta

CANTERVILLE, com Charles Laughton, Robert Younge e a

a sensacional pelicula ANJO PERDIDO com Margaret

de Rio branco, com a entrega da documentação completa

e duas avenidas, ruas, praças e estradas que dividem a

famosa garota Margaret O’Brien.

O'Brien e grande estrelinha da tela.

relativa ao levantamento topográfico e cadastral da

Cidade. Fica por essa forma a Prefeitura de Rio Branco

DURANTE A SEMANA: - Revesamento dos filmes em

Aguardam o lançamento no mês de fevereiro, do

cidade de Rio Branco, efetuado por iniciativa da atual

tecnicamente aparelhada para um perfeito conhecimento

andamento.

empolgante seriado O FANTASMA, exclusivamente no

administração e cujos serviços especializados foram

dos imóveis existentes na Cidade com os característicos de

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

BIRIBINHA.

contratados com o escritório de serviços de Engenharia

cada um em todos os seus detalhes.

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Ltda. do Rio de Janeiro. Essa documentação consta de

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

81


Palácio Rio Branco durante obras de reforma no governo de José Guiomard Santos, década de 40.Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Centro de Rio Branco, ao fundo Hotel Chuí, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Avenida Getúlio Vargas, ao fundo o Hotel Chuí em construção e do lado direito o Quartel da PM. década de 40. C.D.I.H

Vista da área onde hoje é a Praça Rodrigues Alves, ao fundo o Grupo Escolar Presidente Dutra, década de 40. Washington Luiz de Freitas

Destaque da Fachada do Hotel Chuí, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Maternidade Barbara Heliodora inaugurada no dia 07 de Setembro de1950. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Sede social do Rio Branco Futebol, localizada na Avenida Getúlio Vargas, no centro de Rio Branco. IBGE

Conjunto residencial, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Hospedaria do Governo, construída para instalar os técnicos e funcionários, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Palácio Rio Branco, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Praça Eurico Dutra, Bar Municipal e ao fundo o Palácio Rio Branco, década de 40. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Bar Municipal, localizado na Praça Eurico Dutra, década de 50. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE

Jardim localizado atrás do Palácio Rio Branco. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista frontal do Palácio Rio Branco, do Obelisco e da Fonte Luminosa, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

02/10/1949

82

de todos os tempos

INAUGURADA A PRAÇA RODRIGUES ALVES.

a colaboração do tenor Rosalvo Giugni e da Banda de Música

Propaganda funérea - Aviso pregado na parede do boteco

Padre José - E aquela do macaco duro de morrer?

Constituiu um belo espetáculo, a inauguração, no último

da Guarda Territorial que esteve num de seus melhores dias,

Cabana da Vovó – nem sei se ainda existe –, no bairro Quinze:

Um macaco levou um tiro na cabeça e despencou ao

sábado, da praça Rodrigues Alves, recentemente ajardinada e

executando magnificos números de seu repertório.

"Faleceu nesta casa o Companheiro Fiado, deixando viúva

chão, com a caixa craniana inteirinha e fugiu velozmente

que se transformou no mais belo logradouro público da capital

Às 23 horas teve inicio o baile oferecido à sociedade acreana

Dona Conta e seus três filhos Toma Nota, Bota no Prego e

trepando numa árvore. Ao sentir um frio terrível na

acreana. O ato inaugural constou da benção da nova praça,

nos salões da Guarda Territorial e que terminou somente às

Pago Depois. A família enlutada pede não falar no nome

cabeça e ao passar as mãos nela percebeu que estava

tendo em seguida discursado o Exmo. Sr. Major Raimundo

primeiras horas do dia seguinte.

do falecido, que apesar de bem enterrado ainda ronda este

sem o cocuruto. Imediatamente voltou ao local onde fora

Pinheiro Filho, Secretario Geral do Governo e a quem estiveram

A todas as solenidades estiveram presentes o Exmo. Sr.

boteco".

baleado, catou ligeiro pelo chão, recolheu o tampo, passou

entregues os serviços ali realizados. Foi oferecido ao público um

Governador do Território e sua Exma. Esposa e todas

Tão Acre – Zé Leite

cuspo e colou no crânio, sumindo imediatamente. Não

magnifico programa de cantos, recitativos e bailados, alusivos à

autoridades locais.

sofreu nada mais, só o susto.

primavera e do qual participaram os escolares da cidade, com

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Tão Acre – Zé Leite

83


Bar Vitória, localizado próximo à antiga Praça Plácida de Castro, no 2º Distrito ao lado da descida do porto do Jabuti, década de 50. Agnaldo Moreno

I

mportante lembrar que o pós-guerra foi caracterizado pela redemocratização do país. O fim da Ditadura Vargas e a Constituição de 1946 garantiram a volta das liberdades democráticas, com a reorganização dos partidos e a ocorrência de eleições, em diversos níveis. Entre 1948 e 1952, Rio Branco viveu tempos de relativa estabilidade na administração municipal, de modo que o Prefeito Jorge Félix Lavocat foi o primeiro a ficar à frente do município durante quatro anos.

Igreja São Sebastião, década de 50. Carneiro de Lima

Catraias no porto do jabuti, ao fundo o barracão do Seringal Empreza (seu último morador foi o Sr. Mariano), década de 50. Agnaldo Moreno

Palco para a cerimônia de Sagração do Bispo Dom Julio Mattioli, década de 40. Deptº de pat. His. e Cultural - FEM

28/01/1951 VERBAS PARA IMPORTANTES OBRAS NESTA CAPITAL.

Acre conheceu então uma época de polarização entre dois grandes partidos políticos. De um lado, o PTB de Oscar Passos; do outro, o PSD de Guiomard Santos. Estes dois ex-governadores dominavam, então, o cenário político acreano. Ambos foram eleitos, sucessivas vezes, Deputados Federais. Por outro lado, os novos governadores nomeados começaram a demonstrar maior preocupação com a necessidade da abertura de estradas, que interligassem as cidades e vilas acreanas.

Porto das tamarineiras, Rex Bar alagado, 1950. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Barco com propaganda eleitoral de José Guiomard Santos, 1946. C.D.I.H

Casas Comerciais do Segundo Distrito de Rio Branco, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

13/05/1951

Beiruth Futebol Clube, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

19/08/1951

ESPORTES ACREANOS - A terceira partida foi entre

ABASTECIMENTO D' ÁGUA NA CIDADE. - S. Excia. O

Art. 1º - Fica denominado para todos os efeitos "Hotel Chui"

Por interferencia do deputado José Guiomar dos Santos

"Bangú x "6 de Agosto", dois novatos no futebol acreano.

Sr. Governador Amilcar Dutra de Menezes reuniu, em seu

O próprio territorial sito à praça Rodrigues Alves, nesta

veem de ser consignadas e aprovadas no orçamento

As duas equipes se apresentaram de igual para igual e não

Gabinete, os Srs. Major Dehork de Paula, Secretário Geral

capital, reconstruido e aparelhado recentemente por esta

de 1951 as verbas iniciais para a construção de varias

houve superioridade de um sobre o outro, apenas o Bangú

do Governo; Sr. Jorge Lavocat, Prefeito Municipal de Rio

administração para o fim especial de servir de hotel da

importantes obras nesta capital, entre elas os serviços

lutou muito e soube aproveitar melhor as oportunidades,

Branco e o Dr. Otacilio Gonçalves, Diretor do D.O.V., afim

cidade.

de abastecimento d' água de Rio Branco, o inicio da

tanto assim que conseguiu os tentos que lhe valeram

de examinarem solução inadiável e urgente do problema

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

construção da ponte sobre o rio acre, ligando o 1º ao 2º

a vitória. O "6 de Agosto" esforçou-se muito, reagiu e

do fornecimento de água, em nossa capital. Procuram,

distrito da cidade e a continuação da abertura e estrada de

consegui o seu tento de honra, terminando a peleja com a

assim, o Governo e a Prefeitura, solucionar esse problema

rodagem entre as cidades de Tarauacá e Feijó.

vitória do esquadrão do "Bangú", pela contagem de 2x1.

que reclama, atualmente, a nossa população.

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

ATOS DO GOVERNO DO TERRITÓRIO DECRETA:

84

O

Lanc. Da pedra fundamental da igreja N.S. da Conceição, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

09/07/1950

Carnarua, década de 40. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

85


M

antendo a tradição dos últimos anos, mais uma vez, um militar do exército foi nomeado para governar o Acre: o Tenente Coronel Amílcar Dutra de Menezes, conhecido por trazer de fora todos os seus auxiliares diretos na administração. Pouco tempo depois, foi substituído pelo engenheiro João Kubitschek de Figueiredo, que realizou um trabalho de amplo planejamento para solução de todos os problemas do Acre, mas resolveu poucos desses problemas, de modo que ficou conhecido como “o homem dos planos”.

Escola Técnica Lourenço Filho. Atualmente é o Colégio Estadual Barão do Rio Branco, década de 50. Relatório de obras do governo de Valério Magalhães

Serviço de Pavimentação da Avenida Getúlio Vargas, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Jose Farias e Luiz Vieira, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Avenida Gatúlio Vargas, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Boiada destinada à Sena Madureira, atravessando o Rio Acre (em Rio Branco), década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

João Batista Stehling

Rubens Lameira de Carvalho

23.09.1952 a18.04.1953 Prefeito - 7 meses

28/05/1952

86

18.04.1953 a 03.04.1954 Casamento da filha do governador Amilcar Dutra no Palácio Rio Branco, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Prefeito - 1 ano

21/12/1952

Avenida Gatúlio Vargas, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

19/04/1953

Foliões no baile carnavalesco no Clube Sociedade Recreativa Tentamen, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

26/05/1953

ASSINADO UM ACORDO COM O SESP. Está assegurado

CINE RECREIO. MATINÉE: FLASH GORDON NO PLANETA

um importante empreendimento que vem beneficiar os

MONGO 7º, 8º, 9º e 10º episódios deste seriado, além de

Avisamos aos interessados que as irradiações de

"O BANDEIRANTE" Circulou nesta capital, no dia 22

habitantes da capital acreana, proporcionando-lhes esse

variedades e complementos. SOIRÉE: CAMINHO DO CÉU

“Mensagens e Melodias para Você” somente serão aceitas

do corrente, um novo jornal - "O BANDEIRANTE" - que

notável melhoramento público, que são os serviços de água

- uma produção nacional que tem sido aclamada em todas

dentro do expediente normal da emissora, nos horários

obedece à orientação do Dr. Octaviano Bonfim de Oliveira

e esgotos. Ainda este ano terão inicio, segundo obteve o

as telas, na qual se salientam os trabalhos de Grande Otelo,

de 8,00 às 16,00. Só serão aceitas, fora do expediente as

e do Cel. João Donato de Oliveira Filho. Impresso na

esforçado Gov. João Kubistschek de Figueiredo, os trabalhos

Elvira Pagã e do genial Celso Guimarães.BREVE: PIF-PAF - a

noticias ou “Mensagens” de caráter urgente.

Capital da República, é "O BANDEIRANTE" de órgão ligado

para a rápida execução desses serviços e no próximo ano,

bomba atômica do Cinema Nacional que marcará época em

A GERENCIA

ao Partido Social Progressista e se propõe a desfraldar,

no cinquentenário da incorporação do Acre ao patrimônio

Rio Branco, com os embaixadores do riso, Jararaca e Ratinho,

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

no Território, a bandeira acreanista, "propugnando pela

brasileiro, a sua capital terá tão importantes melhoramentos.

Trio de Ouro, Marlene e muitos outros.

valorização do homem e da terra acreanos".

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

RÁDIO DIFUSORA ACREANA AVISO AO PÚBLICO

SURGE UM NOVO JORNAL CIRCULOU NO DIA 22

87


Estrada do Abunã no período de inverno, década de 50. Arquivo Geral do Estado do Acre

Estrada do Abunã. Dr. Valério Magalhães, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Recuperação da estrada do Abunã, década de 50. Arquivo Geral do Estado do Acre

M

esmo tendo permanecido pouco tempo no governo, João Kubitschek conseguiu concluir uma obra já iniciada por governos anteriores: a rodovia que conectaria Rio Branco ao Abunã. Uma verdadeira saga de trabalhadores, enfrentando igarapés e árvores gigantescas, com machados e enxadas, para implantar uma rodovia no meio da floresta. Mas, mesmo com todas as dificuldades, a abertura dessa estrada acabou dando origem à Vila Quinari, atual município de Senador Guiomar, e viabilizou o desenvolvimento da Vila Plácido de Castro. Além disso, Kubitschek procurou aplicar a verba do Imposto de Renda nas prefeituras, no que foi ajudado pelo Prefeito de Rio Branco, Dr. Batista Stehling, que era um bom administrador.

N Turma de trabalhadores do empreiteiro Francisco Paes, em serviço no trecho 49 ao 59 kms. Arquivo Geral do Estado do Acre

essa época, o Acre começou a viver um novo processo histórico que dominaria as movimentações políticas nos próximos dez anos. A apresentação de um Projeto de Lei, pelo Deputado Federal Guiomard Santos, para transformação do Território em Estado, movimentou todos os segmentos da população, porque representava um de seus mais antigos e importantes anseios: a autonomia acreana.

Manoel Vargues Matoso

Manoel Fontenele de Castro

03.04.1954 a 06.11.1954

06.11.1954 a 12.04.1955

Prefeito - 7 meses

18/07/1954

88

Governador João Kubitschek na inauguração da Escola Rural Rosalina de Souza Silveira no Km 18 da Rodovia Plácido de Castro. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Construção da rodovia Rio Branco-Abunã, década de 50. Arquivo Geral do Estado do Acre

18/07/1954

Prefeito - 5 meses

07/11/1954

Inauguração da rodovia Plácida de Castro, 24 de outubro de 1952. José Chalub Leite

Governador João Kubitschek e outras autoridades no km 84 da Rodovia Plácido de Castro, década de 50. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

23/01/1955

EM PROJETO: ELEVAR O ACRE À CATEGORIA DE ESTADO

EMPREENDIMENTOS DO PREFEITO DA CAPITAL

NOMEADO PREFEITO DE RIO BRANCO O TEN. CEL.

O ESPORTIVO - Orgão Noticioso e propugnador dos

O sr. José Guiomard Apresentou à Câmara dos Deputados

Na manhã de quinta feira última, dia 15, foram lançadas

MANOEL FONTENELE DE CASTRO. O ato do Sr. Gov. do

Esportes Acreanos, dentro de poucos dias, estará novamente

projeto destinado a elevar o Território do Acre à categoria

as bases do Novo Pavilhão do Mercado Municipal, com o

Território foi recebido com alegria pelo povo. Pôr Decreto

em circulação, conforme nos informou o Diretor daquele

de Estado. Diz também o projeto que “A Justiça Eleitoral

nome de “Pavilhão Governador Abel Pinheiro”, solenidade

nomeou para o cargo de Prefeito do Município de Rio

orgão, e que para tal já conta com um novo corpo de

promoverá eleições no Território do Acre, a fim de que uma

que contou com a presença de elevado número de pessoas,

Branco, o Tenente Cel. Manoel Fontenele de Castro, uma das

redatores, para melhor servir ao público leitor.

Assembléia Legislativa composta de 20 representantes,

destacando-se o Prefeito Municipal, Dr. Manoel Vargues

figuras de maior relevo do cenário político administrativo

É preciso, agora nessa fase em que O ESPORTIVO

promulgue a Constituição do Estado, dentro do prazo”, etc., (

Matoso; O novo prédio público vem preencher uma lacuna

acreano. Após a posse, o Sr. governador afirmou necessitar,

reaparece, que ele conte com o apoio da FAD, dos clubes

um ano depois de promulgada a lei ).

há muito existente, visto que o antigo Mercado, construido

de um braço forte, que foi encontrar na pessoa do seu amigo

e do público esportivo acreano, para que ele prossiga

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

há 35 anos, não corresponde mais as necessidades da capital.

de longos anos.

sempre na luta pelo ideal que abraçou.

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

89


Inauguração do Palácio da Justiça, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

C

om o governador Valério Caldas Magalhães voltou ao cargo de Prefeito Jorge Félix Lavocat. Ambos permaneceram 2 anos e meio, num raro momento de estabilidade.

Governador Valério Magalhães inspecionando os trabalhos do S.E.S.P, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Chegada do Gov. Valério Magalhães e autoridades. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Oficina de carpintaria do departamento de obras e aviação,1957. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Governador Valério Magalhães - trabalhos do S.E.S.P, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Fernando Paulo Pessoa Andrade

12.04.1955 a 05.04.1956 Prefeito - 1 ano

27/03/1955

Detalhe do funcionamento do Tribunal de Júri, após sua inauguração, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

L

ogo que tomou posse, o governador Cel. Paulo Francisco Torres, nomeou Prefeito o eng. agrônomo Fernando Andrade. Nesse período, foi concluída a pavimentação da rodovia de acesso ao aeroporto da capital.

03/04/1955 QUASE CONCLUÍDA A ORGANIZAÇÃO DO

Gesner Maciel de Lemos

05.04.1956 a 07.05.1956 Prefeito - 1 mês

14/01/1956

Governador assinando o contrato, com o Dr. Sansão Campos Pereira, da firma Serva Ribeiro, para instalação da Usina de Luz de Rio Branco. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

21/10/1956

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO DECRETO

O APARECIMENTO DE "O LIBERAL"

PLÁCIDO DE CASTRO - RIO, 21 (Do Correspondente) -

SECRETARIADO DO GOVERNADOR PAULO TORRES.

N. 459 - Considerando que por esta Municipalidade foram,

Sob a direção do confrade Foch Jardim, circulou na

O Presidente da República sancionou lei do Congresso

Continuam os diretores do DOV, do DP, do DEC, do DS, do

a título precário, expedidas licenças para construções em

cidade, a 16 do corrente, o primeiro número de "O

mandando abrir crédito de 1.500.000 cruzeiros para

DGE e do DIR - Mantidos também os Prefeitos do Interior.

terrenos marginais do rio Acre, no segundo distrito;

LIBERAL", que se apresenta como "a voz do direito, de

construção, nessa cidade, de um monumento ao Coronel

No dia 12 no Gabinete do Governador, tomaram posse

DECRETA: Art. 1º - A Prefeitura Municipal de Rio Branco

justiça, do poder constituido...", principios que constituem,

José Plácido de Castro e demais chefes dos movimentos

dois novos auxiliares da administração acreana: o

deixará de expedir ou conceder licenças a particulares nas

não padece dúvida, um grande programa.

irredentistas acreanos.

Estatístico Raul Arantes Meira, e o Dr. Fernando Paula

margens do rio Acre, entre o inicio da rua 1º de Maio e a

Ao novel semanário formulamos votos de vida longa e

A Lei agora sancionada resultou de um Projeto de autoria do

Pessoa de Andrade - Prefeito Municipal de Rio Branco.

rua "N. S. da Conceição". Rio Branco, 10/01/1956. Édison

fidelidade aos principios democráticos do povo brasileiro.

Deputado José Guiomard dos Santos.

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Rodrigues Martins. Prefeito, em exercicio

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

1.500.000 CRUZEIROS PARA O MONUMENTO A

90

Governador Valério Magalhães - trabalhos do S.E.S.P, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

91


feitura Geraldo Gurgel de Mesquita, que viria a ser nomeado governador tempos depois, e Milton Matos Rocha. O próprio Brasil vivia tempos bastante movimentados com a presidência de Juscelino Kubitschek, seu lema de realizar 50 anos em 5 e a construção da nova capital, Brasília, em pleno planalto central.

Construção da Capela do atual colégio São José, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Governador Fontelenede Castro com o Presidente Juscelino Kubitschek, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

O

Acre vivia tempos muito animados pelo funcionamento dos comitês Pró -Autonomia, em todos os municípios. A perspectiva de transformar o Território Federal em Estado, e assim conquistar a tão sonhada autonomia, acirrou os ânimos políticos, já que o PTB do Deputado Oscar Passos havia se colocado contra o projeto do Deputado Guiomard Santos, do PSD. Logo, foi nomeado Manoel Fontenele de Castro, que já tinha sido Prefeito de Rio Branco três vezes, além de Secretário Geral, no governo de Valério Caldas Magalhães. Ficava cada vez mais evidente que ser prefeito da capital era um passo importante para chegar ao governo territorial. Nesse período, ocuparam a pre-

Jorge Félix Lavocat

07.05.1956 a 15.12.1958 Prefeito - 1 ano e 5 meses

07/04/1957

92

Autoridades recebendo a benção de Dom Giocondo Maria Grotti, década de 50.Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Freiras durante a Construção do Colégio São José, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Construção do Colégio São José, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Foliões no baile carnavalesco no Clube Sociedade Recreativa Tentamen. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Desfile de blocos carnavalescos na rua 17 de Novembro. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Missa na Catedral N.Srª Nazaré em construção, década de 50. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Geraldo Gurgel de Mesquita

15.12.1958 a 27.06.1960 Prefeito - 1 ano e 6 meses

26/05/1957

Milton de Mattos Rocha

Goldwasser Ferreira Santos

27.06.1960 a 28.01.1961

28.01.1961 a 08.11.1961

Prefeito - 6 meses

Prefeito - 3 meses

08/06/1960

30/06/1960

VÃO-SE REUNIR EM RIO BRANCO OS PREFEITOS DO

INAUGURADO O GRUPO ESCOLAR “NEUTEL MAIA”

MAIS DE DUAS MIL PESSOAS ASSISTIRAM AO

TOMARAM POSSE OS NOVOS AUXILIARES IMEDIATOS

INTERIOR - SERÁ ORGANIZADA A ASSOCIAÇÃO ACREANA

O novo estabelecimento de ensino primário tem capacidade

PROGRAMA “RÁDIO ATRAÇÕES DIFUSORA” Domingo,

DO GOVERNADOR FONTENELE.

DE MUNICÍPIOS - Estamos informados de que se realizará,

para atender 840 crianças em dois turnos - Dispõe de 12

no arraial do Rio Branco, de onde a Difusora transmitiu,

nesta Capital, de 21 a 24 do corrente, como parte das

salas mobiliadas - Está funcionando desde o dia 21 - Cumpriu

mais de duas mil pessoas assistiram ao animado programa

comemorações do 1º aniversário da adm. Valério Caldas de

sua promessa o Dep. José Guiomard dos Santos - Coube

de auditório denominado “RÁDIO ATRAÇÕES DIFUSORA”,

Branco, Prof. Geraldo Gurgel de Mesquita, Diretor do

Magalhães, a reunião de todos os Prefeitos do Território, para

ao atual Governo executar a maior parte da obra. Pelo

produzido e dirigido pelo radialista Índio do Brasil com

Departamento de Educação e Cultura; Jornalista Édson

debater assuntos de interesse dos municípios. A iniciativa de

Governador Valério Magalhães, foi inaugurado, no dia 20

a participação do Conjunto Regional “DIFUSORA”, sob a

Rodrigues Martins, Chefe do Gabinete da Governadoria, e

convocação que poderá resultar a organização da Associação

do corrente, às 16 horas, o Grupo Escolar “Neutel Maia”

regência do maestro Neves, e de cantores acreanos que se

Dr. Roberto Uchôa, Diretor do Departamento da Produção.

Acreana de Municípios, partiu do Prefeito Jorge Felix Lavocat.

(Bosque), construído com recursos da SPVEA.

vêm projetando no cenário artístico do território.

jornal O ACRE - Orgão Official

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Jornal O ACRE - Órgão Oficial

Jornal O ACRE

São os seguintes: Sr. Milton de Matos Rocha, Prefeito de Rio

93


Assinatura da Lei Nº 4.070, que criou o Estado do Acre; 1ºMinistro Tancredo Neves, o Pres. João Goulart, Sen. José Guiomard dos Santos e Lydia H. dos Santos. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Governador José Augusto de Araújo em revista à tropa de guarda na Avenida Getúlio Vargas, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Vista aérea do centro de Rio Branco. Do lado direito o Palácio Rio Branco, na esquerda o Tribunal de Justiça, ao fundo a Catedral N.Srª de Nazaré e Casa do Bispo. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A Posse do Governador na Assembléia Legislativa com a presença de autoridades e deputados constituintes, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Discurso do Gov. José Augusto, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Solenidade no Palácio Rio Branco, no dia da assinatura do projeto para a criação do Banco do Estado do Acre, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Distribuição de brinquedos as crianças carentes, em frente ao Palácio de Rio Branco, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Milton de Mattos Rocha

Raimundo Herminio de Melo

Alfredo Arantes Meira Filho

08.11.1961 a 19.10.1962

19.10.1962 a 31.07.1963

Prefeito - 11 meses

Prefeito - 9 meses

27/08/1961

94

té o início da década de 60, o prefeito de Rio Branco era considerado um auxiliar do governador, o que decorria de sua nomeação por parte deste. Mas, o cenário iria se modificar temporariamente com a aprovação da Lei 4.070, pelo Congresso Nacional, que transformou o Território Federal do Acre em Estado, em 15 de junho de 1962.

Vista aérea da Catedral e a direita Palácio do Bispo, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Panorâmica do 1°Distrito de Rio Branco, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Praia da Base na década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Annibal Miranda Ferreira da Cunha

João Rodrigues de Souza

Annibal Miranda Ferreira da Cunha

31.07.1963 a 07.10.1963

07.10.1963 a 14.05.1964

14.05.1964 a 21.05.1964

21.05.1964 a 23.01.1965

Prefeito - 3 meses

Prefeito - 7 meses

Prefeito - 1 semana

Prefeito - 7 meses

29/06/1962

16/02/1963

11/02/1965

POSSE DO NOVO PREFEITO DE RIO BRANCO. Em solenidade

ACRE: 22º ESTADO DA FEDERAÇÃO - Por Lei do Congresso

A CIDADE JÁ SE MOVIMENTA PARA A POSSE DO

PRESIDÊNCIA DO IPASE AUTORIZA 50 CASAS PARA

realizada na manhã de segunda-feira, no salão nobre do

Nacional, sancionada pelo Presidente da República em

GOVERNADOR ELEITO. Em todos os recantos da cidade

RIO BRANCO.

Palácio Rio Branco, tomou posse de cargo de Prefeito de Rio

solenidade realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, a

já se observam os movimentos para a posse do prof. José

O Governador Cerqueira Filho, em sua estada no Rio,

Branco, para qual vem a ser nomeado pelo Governador José

15 de junho corrente, o Acre foi declarado “Maior”, obtendo

Augusto de Araújo, 1º Governador Constitucional do

ultimou os entendimentos para a autorização imediata,

Altino Machado, o Dr. Goldwasser Pereira Santos, Engenheiro-

sua independência política. Grandes lutas, no Congresso, na

Estado do Acre. A comissão organizadora do programa

pela presidência do IPASE, da construção de 50 unidades

Agrônomo dos mais competentes.

imprensa e em praça pública, antecederam o advento de tão

de festividades está em atividade constante, mobilizando

residenciais prometidas pelo Dr. marcos Botelho, em sua

O ato contou com a presença de autoridades locais, funcionários

defendida e tão combatida LIBERDADE. Vencedoras as forças

todos os setores de nossos meios sociais, políticos e

visita ao Acre, quando inaugurou a delegacia da autarquia.

da Municipalidade e da Administração Territorial e de grande

progressistas, resta aos acreanos a grande responsabilidade

administrativos. Todo o Acre se prepara para viver êsse

A iniciativa teve a participação do governo estadual que

número de amigos e admiradores do novo Prefeito da capital.

da consolidação dos seus ideais.

grande dia tão desejado por todos.

doou ao IPASE o terreno onde elas serão construídas.

Jornal O ACRE

Jornal O ACRE

Jornal O ACRE

Jornal O ACRE

95


A

primeira Constituição acreana previu a criação de diversos novos municípios. Mas, na prática, limitou-se à criação dos municípios Plácido de Castro e Quinari, cujo nome depois seria trocado por Senador Guiomard. Desse modo, ocorreu o desmembramento de parte do território original do município de Rio Branco.

Mapa do Estado e Municípios em 1963. Atlas do Estado do Acre, 2008

96

97


Material para serviço de pavimentação em frente ao Mercado Público de Rio Branco, década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Avião momento antes de decolar - Aeroporto Salgado Filho, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A

transformação do Acre em estado possibilitou a primeira eleição para governador, a criação da Assembleia Legislativa e a elaboração da Constituição Estadual. Em 1962, foi eleito o acreano José Augusto de Araújo, cuja posse deu-se em março do ano seguinte, com deputados estaduais constituintes, que tinham 100 dias para redigir a Constituição. Em 1°de setembro de 1963, pela primeira vez em sua história, Rio Branco realizou eleição para prefeito. Aníbal Miranda (PTB), governador provisório até a posse de José Augusto, ganhou do médico Ary Rodrigues (PSD), por uma diferença de 526 votos, e tomou posse em 7 de outubro, no Cine Rio Branco, diante do governador José Augusto de Araújo, de outras autoridades e da população. O presidente da Câmara Municipal, vereador Raimundo Melo, empossou o prefeito da capital.

Claúdio Teixeira de Albuquerque

Avião no Aeroporto Salgado Filho, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM Grupo de pessoas na entrada do Mercado Municipal, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

D Parte da Rua Floriano Peixoto, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Raimundo Herminio de Melo

urante sua breve gestão, Aníbal Miranda conseguiu elaborar a Lei Orgânica do Município, mas encontrou a Prefeitura com uma dívida de dez milhões de cruzeiros. Com o Código Tributário Municipal, Miranda ativou a arrecadação e iniciou obras de calçamento e drenagem, orientado por um plano de urbanização e arborização da cidade.

Escadaria do porto de catraia do 1°Distrito de Rio Branco, localizado ao lado do Mercado Velho, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Annibal Miranda Ferreira da Cunha

Raimundo Herminio de Melo

Wildy Viana das Neves

Antonio Rodrigues Barbosa

23.01.1965 a 23.01.1965

23.01.1965 a 31.07.1965

31.07.1965 a 31.08.1965

31.08.1965 a 31.01.1966

31.01.1966 a 11.03.1966

11.03.1966 a 14.03.1966

Prefeito - 1 dia

Prefeito - 6 meses

Prefeito - 1 mês

Prefeito - 5 meses

Prefeito - 2 meses

Prefeito - 3 dias

de todos os tempos

98

Mercado Público com o serviço de pavimentação concluído década de 60. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

06/01/1966

19/12/1965

O laudo técnico do Detran

DERACRE - INAUGUROU, ONTEM, SUA SEDE.

WILDY VIANA É O NOVO PREFEITO DE RIO BRANCO.

De início, o Prefeito Dico Viana já deu começo ao

Numa dessas estradas que só são boas de avião, um maltratado

Com a presença do Gov. Cerqueira Filho, o Departamento

A Câmara Municipal de Rio Branco, em sessão especial

cumprimento das posturas municipais, entre elas a que

e combalido caminhão trombou violentamente com uma

de Estradas de rodagem do Estado do Acre (DERACRE)

realizada dia 31 de janeiro p. findo, elegeu, por

manda apreender animais soltos na cidade. Vai contratar

carroça de boi, resultando a destruição da carroça, a morte

inaugurou a sua moderna sede localizada no quilômetro zero

unanimidade (8x0) seu Presidente e vereador Wildy (dico)

com especialistas, mediante concorrência, a execução

imediata do boi e graves ferimentos no infeliz carroceiro. O

da Rodovia AC. (Rio Branco-Abunã).

Viana das Neves.

do Plano Diretor do Município, inclusive criar e designar

laudo técnico e pericial emitido pelo Departamento Estadual

Ao ato que foi solene, compareceram todas as altas

Perdurando ainda o afastamento do titular da Prefeitura

vários Distritos (Prefeitinhos) Administrativos, a fim de

de Trânsito: "O acidente foi causado pela imprudência do boi e

autoridades locais, ocasião em que o Engenheiro Manoel

de nossa Capital - Aníbal Miranda - logo a seguir a sua

descentralizar a burocracia municipal.

seu respectivo condutor, que a altas horas da noite trafegava na

Nogueira, Diretor da autarquia estadual foi pródigo em

eleição foi Dico Viana empossado no Governo da Cidade,

CORREIO DO ACRE

contramão, sem freio, sem luz, sem buzina".

atenções e gentilezas com os seus convidados.

substituindo, assim o seu colega vereador Raimundo

Tão Acre – Zé Leite

CORREIO DO ACRE

Hermínio de Melo.

99


Construção da Ponte Metálica, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Vista das Chatas e navios no Rio Acre , década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Construção da ponte metálica, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Populares prestigiando a inauguração da Ponte Juscelino Kubitschek (mais conhecida como Ponte Metálica), década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

O

Golpe Militar de 64 complicou o processo político municipal. A gestão do prefeito de Rio Branco seria muito curta, um ano apenas, já que em novembro de 1964 o governador Edgar Pedreira de Cerqueira Filho determinaria (Decreto Nº 75) a intervenção estadual no município, alegando “situação de insolvência da Prefeitura, sem contar o apoio moral e material que o Prefeito Aníbal Miranda vinha dando aos comunistas da Capital, que ganhavam polpudos ordenados pagos pela Prefeitura”. O interventor de Cerqueira (truculento governador do Regime Militar que impôs renúncia ao governador José Augusto), foi o advogado Cláudio Teixeira de Albuquerque, que nada encontrou de irregular na Prefeitura.

Wildy Viana das Neves

Construção da ponte Juscelino Kubitschek, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico – FEM

João Rodrigues de Souza

Adauto Brito da Frota

Geraldo Madeira de Matos

Alberto Barbosa da Costa

Adauto Brito da Frota

14.03.1966 a 16.08.1966

16.08.1966 a 30.09.1966

30.09.1966 a 05.10.1966

05.10.1966 a 05.12.1966

05.12.1966 a 17.01.1967

17.01.1967 a 30.01.1967

Prefeito - 5 meses

Prefeito - 1 mês e 15 dias

Prefeito - 5 dias

Prefeito - 2 meses

Prefeito - 1 mês

Prefeito - 13 dias

Em 1966

Em 1966

Em 1966

Em 1967

ANTIGUIDADE - O Governo pagar o funcionalismo com

AFAMADO - O visionário Mustapha Zacour El-Hindi –

HISTORINHA - O capitão Edgard Pedreira de Cerqueira

HORA CERTA - Um dos melhores programas esportivos

atraso é tão velho quanto andar pra frente. No “Correio

Alah o guarde – pioneiramente instalou em Rio Branco

Filho era governador do Acre mas não dos acreanos.

de audiência comprovada era o da Rádio Novo Andirá.

do Oeste”, de Garibaldi Brasil, nº 13, de 6 de março

uma fábrica de guaraná, produzindo o saboroso e

Um dia o carro oficial preto, o JK, apareceu com

Em 1967, quem estava ligado ouviu quando o radialista

de 1966, a Bola do Dia, de autoria do mestre, trata

altamente consumido Guaraná Libertador.

excrementos humanos no banco dianteiro.

(hoje advogado) José de Sousa Lopes deu a hora certa:

do assunto. - O Secretário de Finanças solucionou o pagamento do funcionalismo. - Como?

Os linguarudos diziam: “Guaraná Libertador, cada garrafa um sabor, cada gole uma dor”.

- Vai mandar distribuir entre os funcionários do Estado, para cantar, a letra daquele conhecido samba:

100

Vista da Ponte Juscelino Kubitschek, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite

Hoje se pode revelar o autor da brincadeira

“Rádio Novo Andirá, um marco de progresso na

escatológica: o Josias Farias, então meninão danado

vida do Acre. Na capital acreana são pontualmente doze

e peralta. A cidade inteira divertiu-se com o ódio do

horas e sessenta minutos”.

Cerqueira e sua ordem de descobrir o autor da graça

“Sei que vou morrer, Não sei o dia...”

dessa obra-prima, aliás, inutilmente.

Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite

Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite

Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite

101


Jorge Kalume com grupo de senhores e ao fundo o Mercado dos Colonos, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

E

Ônibus para transporte coletivo de Rio Branco, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

nquanto isso tudo acontecia na gestão municipal, o governador Jorge Kalume realizava várias obras e intervenções em Rio Branco, modificando substancialmente a paisagem e a dinâmica da cidade. A construção do Mercado dos Colonos, do Mercado do Bosque e do Palácio das Secretarias - foram algumas das obras mais importantes do governo Kalume.

Mas, sua principal ação foi mesmo a construção da Ponte Juscelino Kubitschek, ou Ponte Metálica, como se tornou mais conhecida. Depois de uma longa saga, as peças fabricadas pela Companhia Siderúrgica Nacional chegaram a Rio Branco e, finalmente, o 1º e o 2º Distritos integraram-se de forma mais efetiva. Era o fim das muitas aventuras provocadas pela travessia de catraia no rio Acre, na área central da cidade.

Figura folclórica, Camaleão Ovado, década de 60. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Inauguração do Mercado dos Colonos. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Secretários de Governo no Palácio Rio Branco, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

C

omo já vimos, a história do município de Rio Branco caracterizou-se, em sua maior parte, pela instabilidade política e pela breve duração dos mandatos dos prefeitos, com raras exceções. A década de 61 a 71 foi, sem dúvida, a mais instável de toda história municipal, porque a prefeitura mudou de gestor 36 vezes!

Adauto Brito da Frota

Antonio Madeira de Matos

30.01.1967 a 01.02.1967

01.02.1967 a 15.02.1967

15.02.1967 a 21.06.1967

21.06.1967 a 10.07.1967

10.07.1967 a 14.07.1967

14.07.1967 a 03.08.1967

Prefeito - 2 dias

Prefeito - 15 dias

Prefeito - 4 meses

Prefeito - 20 dias

Prefeito - 4 dias

Prefeito - 20 dias

30/12/1967

Antonio Madeira de Matos

Adauto Brito da Frota

Antonio Madeira de Matos

Alberto Barbosa da Costa

12/07/1967

102

Gov. Jorge Kalume, Presidente Castelo Branco e Ernesto Geisel caminhando na Avenida Getúlio Vargas. Memorial dos Autonomistas

Em 1967

Em 1967

VAI SAIR MESMO A PONTE! - Conforme haviamos noticiado,

GOVERNO INAUGURA INUMERAS OBRAS PÚBLICAS.

IMPEDIMENTO - Pres. da Assembléia Legislativa, o

GOLPE DE MESTRE - Garibaldi Brasil tinha comprado

chegaram a esta capital os Engenheiros ROLAND RUBSTEIN,

Ne semana que hoje finda , o governo Jorge Kalume cumpriu

dep. Carlos Meixeira Afonso (PSD) sugeriu que uma

qualquer bagulho e como não tinha dinheiro datilografou

JAN MIHALIH E FUAD BAARINI, O 1º Diretor Regional da

um extenso programa de inaugurações de inúmeras obras

comissão parlamentar integrada pelos deputados Omar

recibo para o incauto, recomendando que no final do mês o

“Construtora “MENDES JUNIOR S/A”, de Belo Horizonte (MG)

públicas construidas pela atual adminitração.

Sabino de Paula, Adonay Barbosa dos Santos, Joaquim

procurasse em seu gab. no Palácio Rio Branco para receber.

e dois técnicos da mesma organização, especializada na

Foram inauguradas e entregues à serventia pública:

Falcão Macedo e Aluísio Queiroz fosse tratar da questão

Passavam os dias e nada. Um dia desalentado, bate na porta

construção de pontes em concreto armado, os quais atendendo

01 Mercado Público no bairro do Bosque (obra de vulto há

do trânsito de Rio Branco no Detran. O dep. Aluísio

do Gari, estende-lhe o estropiado recibo já em petição de

convite do Governo do Estado vieram para assinar o contrato

muito reclamada);

Queiroz pediu dispensa da comissão e da missão: Eu e

miséria. O mestre pega o papel, pede pra esperar, bate outro

dos estudos de localização e o projeto da construção imediata da

23 Bueiros, em várias ruas da capital;

o meu colega Macedo estamos impedidos de tratar do

velozmente e volta dando-o: - Pronto, bati novo recibo, aquele

ponte sobre o rio Acre, ligando o 1°ao 2°distrito da capital.

01 Ponte, na rua Epaminondas Jácome ...

caso, porque nossos carros ainda estão emplacados.

estava todo rasgado. Volte no fim do outro mês pra receber.

CORREIO DO OESTE

CORREIO DO OESTE

Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite

Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite

103


Alunos marchando na Avenida Getúlio Vargas em comemoração ao 07 de Setembro, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Marcha de Policiais na Av. Brasil em comemoração ao 07 de Setembro, ao fundo a Catedral N.Srª de Nazaré, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

alume melhorou ainda o abastecimento de água na capital, um problema grave para a cidade, construiu o hospital infantil e instalou dois novos motores de energia elétrica, acabando com a famosa “hora do pisca”, momento em que, numa determinada hora da noite, a luz de toda cidade piscava, anunciando a interrupção do fornecimento de energia. Esse “rito” até então havia

marcado a vida em Rio Branco. Ao final de seu mandato como governador, Kalume conseguiu ainda implantar a UFAC, inicialmente com cinco cursos universitários, que funcionavam onde hoje está o Colégio de Aplicação. Com tantos avanços em sua gestão como governador, não surpreende que Kalume tenha sido eleito Senador da República, em 1978, e, em 1988, prefeito de Rio Branco, como veremos adiante.

Alunos marchando na Avenida Getúlio Vargas em comemoração ao 07 de Setembro, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Grupo de alunas passeando na Avenida Getúlio Vargas, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

K Centro de Rio Branco. Colégio Nossa Senhora das Dores, Igreja de São Sebastião e convento, Igreja Batista, Ponto de táxi, Mercado Velho. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Avião Búfalo. Desembarque de uma máquina escavadeira, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Professores do Primário do Colégio Imaculada Conceição, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM t

Adauto Brito da Frota

Antonio Madeira de Matos

03.08.1967 a 20.08.1967

20.08.1967 a 20.08.1967

Prefeito - 17 dias

Prefeito - 1 dia

Nova frota de carros, adquiridos pela PM, década de 60 Acervo Digital: Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Adauto Brito da Frota

Adauto Brito da Frota

20.08.1967 a 22.03.1968

22.03.1968 a 05.1968

05.1968 a 18.07.1968

18.07.1968 a 23.07.1968

Prefeito - 7 meses

Prefeito - 2 meses

Prefeito - 2 meses e 15 dias

Prefeito - 5 dias

Em 1968

104

Raimundo Pinto Marques

Raimundo Pinto Marques

22/09/1968

Em 1968

O SORTEIO - No tempo em que o Acre era Território, o Dr.

- Com assim, Doutor Garibaldi? Que é que ouve? – perguntou

Governo inaugurou ontem o Palácio Valério Caldas

UNB E COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

Garibaldi Brasil tinha uma coleção de quase duas dezenas

o homem, transido de preocupação.

Magalhães. (Assembléia legislativa)

Mª LÚCIA ASSINA MANIFESTO - A Dep. Mª Lúcia Araújo

de cobradores chatos, que não largavam do seu pé. Fim de

- Vou lhe explicar, meu filho, disse o Gari, baforando a cara

CORREIO DO OESTE

cumpre fielmente o seu mandato, sendo um dos mais

mês, era delicioso de ver aquele batalhão de cobradores, mas

do gajo com seu cheiroso e caro havana, vou lhe explicar.

assíduos componentes da bancada acreana em plenário e na

um era o calo, marcava em cima. Sabendo que Gari tinha

Todo fim de mês coloco dez papelotes os nomes dos meus

Comissão de Educação e Cultura. Encabeçada pelo Dep. Brito

recebido grudou em cima pior que carrapato. Gari não estava

credores. Depois, boto tudo no meu chapéu, fecho os olhos,

Velho da ARENA do R. G. do Sul, a Comissão de Educação

nem aí para o sujeito que queria o seu de qualquer jeito.

misturo e tiro um. Esse recebe o dinheiro que lhe devo

e Cultura, deu a público, o documento de protesto sobre os

Perdeu a paciência, porém.

imediatamente. Mas seu nome, para o seu azar, nunca sai, e

últimos acontecimentos que enlutaram o Brasil, nos quais

- Olha, meu caro, eu lhe quero um bem enorme, mas você é

olha que você está no sorteio há dois anos!

foram brutalizados os estudantes da Universidade de Brasília.

decididamente um azarado, nasceu sem sorte.

Livro "Tão ACRE" Jose Chalub Leite

Jornal Tribuna do Povo

105


Desfile de motos na Alameda da Velha Guarda, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM Vista do “Palácio das Secretarias”, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Antiga Poupança Banacre, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

C Escola Técnica Lourenço Filho. Atual Colégio Estadual Barão do Rio Branco, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Centro comercial de Rio Branco, localizado na avenida Epaminondas Jácome, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

N

essa época, toma forma também o transporte público em Rio Branco, que se deve, em especial, a uma família portuguesa que tinha dois ramos: os Ribeiro e os Lameira. Tudo começou com o patriarca da família, o Sr. Francisco Alves Ribeiro, que começou a trabalhar com um caminhão chevrolet “Cara Branca” fazendo lotação no 1º Distrito da cidade, a famosa “Palmerinda”. Em 1964, os sobrinhos do Sr. Ribeiro fundaram a Empresa Irmãos Lameira e trouxeram seu primeiro ônibus, marca Gracy, numa penosa viagem de 39 dias.

Adauto Brito da Frota

Casa Baptista, fundada em 03 de abril de 1941. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista aérea do Mercado Municipal, rua Epaminondas Jácome, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Adauto Brito da Frota

Raimundo Pinto Marques

23.07.1968 a 30.11.1968

30.11.1968 a 08.01.1969

08.01.1969 a 23.01.1969

23.01.1969 a 29.01.1969

29.01.1969 a 08.06.1971

Prefeito - 4 mês

Prefeito - 1 mês

Prefeito - 15 dias

Prefeito - 5 dias

Prefeito - 2 anos e 5 meses

20/04/1969

106

Vista da Praça Eurico Dutra, Bar Municipal e ao fundo o Palácio Rio Branco, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

om a compra de um ônibus, em 1968, pelos Irmãos Ribeiro, os Lameira ficaram com o 1º Distrito e os Ribeiro com o 2º, iniciando assim a estruturação do transporte coletivo em Rio Branco e a definição de linhas permanentes. Logo, os negócios se expandiram com linhas intermunicipais, distribuídas entre as duas empresas: de Rio Branco a Boca do Acre, a Plácido de Castro e a Brasiléia.

20/04/1969

Raimundo Pinto Martins

13/06/1969

Adauto Brito da Frota

Fevereiro de1971

INGRESSOS NÃO SERÃO MAJORADOS - Os preços dos

Caixa d' água com capacidade para 500 m3, localizada

O GOVERNO - PONTE AVANÇA - Nova fase de

RIO ACRE AUMENTA NÍVEL DAS ÁGUAS

ingressos para os jogos da Taça “Cidade de Rio Branco” e do

no bairro 6 de agosto. Forma o grandioso complexo

trabalho vem registrar-se nos serviços de construção

GOVERNO DECRETA CALAMIDADE PÚBLICA PARA RIO

Torneio “Fontenele de Castro”, serão os mesmos do ano passado,

do fornecimento do precioso líquido á população,

da ponte sobre o Rio Acre, quando da operação de

BRANCO - O nível assustador das águas do rio Acre, que

assim decidiu o Presidente da Federação Acreana de Desportos,

empreendimento realizado em convênio com o SESP e

levantamento da primeira viga treliçada sobre o vão

já inundaram inúmeros bairros da cidade, deixando ao

sr. Edmir Borges Gadelha, na reunião realizada segunda-feira,

SUDAM. Na última Quinta Feira foi realizado teste com

13/14, que parte do 2°rumo ao 1°distrito de Rio Branco.

desamparo várias famílias, sem se contar o drama sofrido

na sede da mentora. Justificando a medida, o Presidente da FAD

absoluto êxito, tendo a água, limpida e saudável, jorrado das

Governador Jorge Kalume esteve pessoalmente ao local

pelos ribeirinhos, acaba de fazer com que o govêrno do

declarou ser contrário ao sacrifício que acarretaria à bolsa do

torneiras, trazendo imensa alegria ao povo. Uma das mais

dos trabalhos, verificando a marcha dos serviços, tendo

Estado decrete estado de calamidade pública para Rio

povo, já bastante minguada pelo elevado custo de vida vigorante

discutidas realizações da administração.

apresentado cumprimentos ao engenheiro construtor

Branco e ainda a abertura de crédito extraordinário de 50 mil

na região, além de privá-lo do seu esporte predileto, o futebol.

Jornal O Rio Branco

Lauro Sodré Neto e operários pelo êxito alcançado.

cruzeiros para atender aos casos mais urgentes.

Jornal O RIO BRANCO

Jornal O RIO BRANCO

Jornal O RIO BRANCO

107


Parte da ponte Juscelino Kubitschek que desabou devido o acumulo de balseiros nos pilares e foi provisóriamente substituida pela "Balança Mas Não Cai". Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Tempos difíceis

1971-1998

A

gestão do município passou a ter maior estabilidade político-administrativa. Porém, nessa época, mudanças feitas pelos governos federal e estadual transformaram radicalmente a cidade Rio Branco com a migração de milhares de famílias e o agravamento dos problemas urbanos.


Vista do Palácio Rio Branco, Casa do Bispo e Catedral N.Srª de Nazaré, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Gameleira, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Vista de um trecho da Rua Benjamin Constant. Mais ou menos na década de 70. Fundação Municipal Garibaldi Brasil

Palácio das secretarias fevereiro de1972. Maria Adízia Mesquista

N

o princípio dos anos 70, a união da crise do extrativismo da borracha (que voltava a esvaziar os seringais), e dos “Anos de Chumbo” da Ditadura Militar teve efeito devastador sobre o Acre. O governo Wanderley Dantas, orientado pela nova política de desenvolvimento agropecuário para a Amazônia, modificou as bases de sustentação da economia regional. A vinda para o Acre de grandes empresas, fazendeiros e especuladores de terras, passou a ser fortemente estimulada. Os seringalistas, falidos e sem crédito,

08.06.1971 a 23.04.1975 Prefeito - 3 anos e 10 meses

Em 1971 em 1971 com uma legião estrangeira ocupando todos os cargos de primeiro e segundo escalão, distanciado do povo, entocado no Palácio Rio Branco, rodeado de áulicos e já talando

Trabalhadores rurais em solenidade no Palácio Rio Branco, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

08/04/1973

PAVIMENTAÇÃO DAS RUAS FOI INICIADA PELA

SANACRE PROMETE DEZ MILHÕES DE ÁGUA TRATADA

PREFEITURA - A Prefeitura Municipal de Rio Branco dentro

PARA O POVO - A imprensa acreana, compareceu na

E divorciado do povo

do organograma de obras e serviços públicos, iniciou a

manhã de ontem a fazenda Sobral, a convite da cia de

Desmontou todo o Estado

recuperação e pavimentação da Rua 6 de Agosto, no 2º

saneamento do Acre - Aanacre, para conhecer o local

distrito, e está recuperando a Rua Benjamin Constant (trecho

onde será construido o novo sistema de abastecimento de

entre a Rua Acre e Floriano Peixoto).A prefeitura executa

água de Rio Branco, capaz de atender, quando pronto, o

"Enclausurado no palácio

E não sabe montar de novo".

os seringais decadentes para os boiadeiros de toda parte do País. Tão Acre – Zé Leite

terraplanagem e aplicação de proteção asfáltica na estrada

consumo de 50 por cento da cidade. Na lancha "Valério

era geral, com uma quadrinha publicada no jornal O Rio Branco

da Bela Vista, no trecho do projeto Rondon, até o núcleo

Magalhães", seguiram representantes de O Rio Branco, " O

que eu dirigia:

residencial "Mascarenhas de Morais", no Bairro da Floresta.

Acre", Assessoria de Imprensa, entre outros.

Jornal O Rio Branco

Jornal O Rio Branco

Entrou o Édison Martins na parada quando o estarrecimento

110

Autoridades em solenidade nas escadarias do Palácio Rio Branco, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

24/03/1973

Quebra-cabeça O trepidante governador Francisco Wanderley Dantas assumiu

Barcos ancorados na margem do rio Acre, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Praça Rodrigues Alves, década de 60. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

não tinham como resistir e acabaram vendendo enormes áreas de terra por preços muito baixos. Com isso, em poucos anos, um terço de todas as terras acreanas havia mudado de dono.

José Durval Wanderlei Dantas

O

s novos donos da terra, chamados regionalmente de “paulistas”, faziam parte da frente de expansão da fronteira agrícola que atingiu os estados do centro-oeste, antes de atingir Rondônia e Acre. Os programas POLONOROESTE e POLAMAZÔNIA previam várias medidas, como a abertura da BR-364. A frente era composta não só por fazendeiros, mas também por grileiros de terras, madeireiros e trabalhadores rurais do sul do país.

111


Moradias das invasões nos bairros de Rio Branco, década de 70.

A

o atingir o Acre, a frente de expansão agropecuária desestruturou completamente a sociedade acreana na área florestal. O intenso desmatamento de grandes áreas, promovido pelas madeireiras, e a transformação de seringais em fazendas para criação de gado, obrigaram milhares de famílias - que há décadas habitavam a floresta,

dela dependendo para seu sustento - a migrar para as cidades. Esse fluxo migratório campo-cidade promoveu uma verdadeira explosão das cidades acreanas. Rio Branco, por sua condição de capital, atraiu a maioria dos seringueiros, castanheiros e ribeirinhos expulsos de suas colocações, em todo o estado.

Invasão da área conhecida como “Bostal”, no bairro 6 de Agosto, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Moradias das invasões nos bairros de Rio Branco, década de 70. FGB - PMRB

Vista aérea do centro de Rio Branco, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Rua Epaminondas Jácome, ponte Juscelino Kubitschek e Ponte Sebastião Dantas, em construção, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista da Coronel Sebastião Dantas, em construção, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

17/06/1973

07/11/1973

28/02/1974

24/07/1974

PRAÇA EURICO DUTRA - As obras de construção da nova

"A cidade em revista " - FALTA DE ÁGUA - A água falta na

Cheia - O Rio Acre encheu mesmo.

BRASIL SURRA 6 DE AGOSTO - No Estádio da Rua 6 de

praça Eurico Dutra iniciaram-se ontem pela manhã, com a

cidade, dizem queixosos. Falte ou não, consagrado humorista

Lembra a alagação, que alcançou as casas da rua 1º

Agosto, domingo, o Brasil Esporte Clube, do Bairro da

terraplanagem da área. A praça, uma vez pronta, disporá

acreano, bolou a seguinte quadrinha, diz ele dirigida ao Edmir

de Maio, no 2º distrito, a de 1949. Dezenas de famílias

Base, derroutou o Ferroviário, por 3 a 1, conquistando a

de três cascatas artificiais, parque de estacionamento para

Gadelha, diretoradministrativo da Sanacre:

retiram se para casas de parentes ou para locais

taça "Joselito". Moisés, Raimundinho e Gilmar apontaram

carros, além de poder contar com cerca de 2000 pessoas nas

Roupa suja se lava em casa

determinados pelo governo. As zonas mais atingidas

os tentos brasileiros, marcando Ari o dos agostenses.

grandes concentrações cívicas. No 1º distrito da capital, as ruas

Esse ditado já era ?

pelas águas são Bairro 15, Rua 6 de Agosto, Cadeia

Edmundo foi juiz da pugna, com bom trabalho.

continuam a receber melhoramentos, sendo que amanhã a rua

Lá pra casa só vai água

Velha e Cidade Nova. Recomenda se ás crianças que não

O Brasil somou mais outra vitória, e formou com Alberto,

Isaura Parente, importante pela extensão, será aberta, dotada de

Quando chuva se espera.

bebam da água do rio e evitar nadar. O perigo é grande,

Abrantes, Moisés, Gilmar, Orriquinho e Raimundinho.

justamente para evitar uma epidemia.

Jornal O Rio Branco

meio-fios, preparada para receber pavimentação.

112

Vista aérea, da ponte Coronel Sebastião Dantas concluída, década de 70. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Jornal O Rio Branco

Jornal O Rio Branco

Jornal O Rio Branco

113


E Rei Momo Luizão, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Diversas autoridades, dentre elas o Padre José e Geraldo Mesquita, atravessando o rio Acre de catraia durante uma festividade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

N

as cidades acreanas começaram a ocorrer as “invasões”, nome local usado para designar terrenos públicos ou privados ocupados por trabalhadores, para construção de moradias. Estas invasões faziam surgir, do dia para noite, novos bairros populares na periferia da cidade, sem nenhuma infraestrutura básica. As tentativas de reverter a política de atração dos “paulistas” não conseguiram deter o movimento migratório do campo e o inchamento acelerado das cidades. Além disso, as políticas de habitação popular efetivadas dos anos 70 a 90, não atendiam as famílias mais pobres, sem profissão ou renda fixa, uma vez que eram voltadas para as camadas médias da população.

Assembléia Legislativa, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

m relação à configuração urbana de Rio Branco, duas características desse período são muito evidentes. A primeira: apesar das “invasões” serem ações espontâneas e desordenadas de abertura de novos bairros, orientavam-se pela localização das colônias agrícolas e dos bairros que já estavam em organização, desde o período anterior de formação da cidade. Os bairros mais antigos continuaram sendo focos de atração e fixação dos moradores na periferia da cidade. A segunda: muitos dos fenômenos sociais que estavam ocorrendo na área florestal do estado passaram a acontecer também em Rio Branco. Enquanto na floresta os trabalhadores organizaram-se em Sindicatos Rurais e começaram a “empatar” a derrubada da mata para formação de pastagens, na cidade, as Comunidades Eclesiais de Base e lideranças populares procuraram organizar as “invasões” para evitar a atuação dos proprietários dos terrenos invadidos, ou dos grileiros de terras que, por vezes, utilizavam a violência contra os trabalhadores.

Local onde será construída a Biblioteca Pública de Rio Branco, década 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Obras da construção da Biblioteca Pública de Rio Branco, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Adauto Brito da Frota

23.04.1975 a 17.06.1977 Prefeito - 2 anos e 2 meses

Vista do Palácio da Justiça, Palácio Rio Branco e Palácio das Secretarias, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

12/03/1976

114

Hospital de Clínicas. Ampliação e remodelação, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Em 1976

14/04/1976

Vista da Rua 1º de Maio após a construção das duas pontes, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

09/07/1976

GOVERNO RELATA SUA AÇÃO EM BRASÍLIA.

Sábia natureza - A Vasp deu muitas dores de cabeça ao

MESQUITA PODE ELEVAR PARA DEZ OS MUNICÍPIOS

MESQUITA: “BANACRE FINANCIARÁ CULTURA

Governador Geral Mesquita postulou recursos do

seu gerente de base em Rio Branco, principalmente quando

ACREANOS.

CAFEEIRA”. - O Governador Geraldo Mesquita afirmou

Polamazônia para projeto de implantação da bacia

problemas na pista do Aeroporto Internacional Presidente

Os municípios acreanos poderão ser acrescidos de sete

aos colonos reunidos no grupo escolar do Núcleo Agrícola

leiteira, questão fundiária do estado, e do programa de

Médici impediam o pouso e decolagem do Samurai, avião

para dez, segundo parecer da Consultoria do Ministério da

Rural Integrado (NARI) da Jarbas Passarinho de que o

saneamento básico do DNOS em Rio Branco, notadamente

turbo-hélice, forçando o Sebastião Melo de Alencar a opções

Justiça, em atendimento ao pleito do governador Geraldo

Banacre financiará o plantio de café no Acre, de forma a

o projeto de canalização do igarapé da Maternidade.

emergenciais para não perder a freguesia.Condoído da aflição

Mesquita ...

colocar o Estado como produtor destacado da rubiácea.

Jornal O Rio Branco

do gerente, observamos no jornal O Rio Branco, na seção "A

Jornal O RIO BRANCO

O secretário do Fomento Econômico, Sr. José Fernandes

Cidade em Revista": "O Dr. Alencar, por causa da VASP, só não

do Rêgo, explica que existe projeto para o plantio racional

está de cabelos brancos porque usa peruca".

ainda em 1976, de 500 hectares de café.

Tão Acre – Zé Leite

Jornal O RIO BRANCO

115


Festival acreano de música popular - FAMP, início da década de 80. FGB - PMRB

N Vista aérea parcial do centro da cidade, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

ovos bairros formados a partir de ocupações, sem infraestrutura mínima de água, saneamento, luz e acesso. Além disso, na maior parte das vezes esses novos bairros estavam situados em locais alagáveis ou impróprios, como nas áreas ocupadas no 2º Distrito (Cidade

Nova, Taquari, Santa Terezinha/“Bostal”, etc.); ou ainda, formados a partir de loteamentos clandestinos e conjuntos residenciais mal implantados. Uma nova realidade, que estabeleceu enormes desafios a serem enfrentados para a conquista de qualidade de vida para os cidadãos de Rio Branco.

População no porto de Catraia prestigiando uma corrida de canoas, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Fernando Inácio dos Santos

17.06.1977 a 01.03.1981 Desabamento de uma parte da ponte Juscelino Kubitschek. Orlando Testi, década de 70. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Prefeito Prefeito - 3 anos - 4 eanos 9 meses

A partir da esquerda - Nilson Mourão, Carlos Simão, Keilah Diniz e Anselmo Forneck, década de 70. FGB - PMRB

06/03/1978

116

Mane Garrincha em ocasião de visita ao Estado, conhecendo as dependências do Instituto Imaculada Conceição, década 70. FGB - PMRB

09/06/1978

PROBLEMAS DE UMA CIDADE- FERNANDO INÁCIO, O

rigoroso e a topografia da cidade - capital, Fernando Inácio diz

Desapropriados da Capoeira reclamam contra

moradores à reportagem. Alegam eles que a medida que

PREFEITO, RECONHECE O PROBLEMA DOS BURACOS E

que o tráfego de veículos em Rio Branco é intenso, contribuindo

Aeroporto - Ontem, moradores do Bairro do Aeroporto

implicou em sua remoção do Bairro da Capoeira, na Zona

ANALISA A SITUAÇÃO - Logo que o prefeito Fernando Inácio

para agravar a situação. Nada menos de seis mil veículos entram

que para lá foram removidos por terem sofrido

Ampliada, não foi má, posto que objetivava zelar pela

dos Santos assumiu a Prefeitura, em julho passado, tratou

mensalmente nesta cidade, cujas ruas não foram preparadas

desapropriação do Bairro da Capoeira onde habitavam,

sua própria saúde, todavia, o que não aceitam é os terem

de executar a chamada operação - buraco, com resultado

para o carro.

estiveram na redação de a Gazeta para reclamar contra

assentado num local sem nenhum benefício," como se

satisfatórios. O problema de Rio Branco, no entanto é de base.

O governador da cidade tem a segurança de que técnicos da

a total falta de infra estrutura naquele bairro, que não

estivessem exilados "." É por isso que nós queremos apelar

Dezenas de prefeitos sofreram ás críticas violentas do povo e

UNICAMP possam revelar após análise do solo acreano uns

dispõe ,sequer de água e luz na área onde estão alojadas

para as autoridades, principalmente para a ELETROACRE

da imprensa pôr causa dos buracos, principalmente quando as

sistema adequado à pavimentação asfáltica duradoura e capaz

cerca de 400 famílias.

para ver se pelo menos luz elétrica chega por lá", finalizaram.

chuvas desabam intensamente como agora.

de resistir ao tráfego intenso e às intempéries.

"É como se a gente morasse num seringal e dos piores.

Jornal A GAZETA DO ACRE.

Além dos problemas que atravessa, lutando contra o inverno

O JORNAL

É tudo na base da lamparina e do balde", disse um dos

117


Moradores do bairro 6 de Agosto durante alagação, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Alagação no Santa Terezinha, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Mutirão contra jagunçada. Empate que aconteceu na estrada de Boca do Acre, em setembro de 1979, fotografada por José Maria Barbosa, um dos heróis contra o desmatamento da floresta acreana. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Mutirão contra a jagunçada. Seringueiros armados com terçados e foices, rumo a um empate no Km 38 da BR-317, em Boca do Acre, década de 70. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A

situação das cidades acreanas, e de Rio Branco em especial, tornou-se então, causa de forte degradação das condições de vida em todos os setores. O nível de tensão social, tanto nas florestas quanto nas cidades acreanas, era extremamente alto, situação que levou a acontecimentos tais como a morte de João Eduardo, em 1981, assassinado por um grileiro, como já tinha ocorrido com o assassinato de Wilson Pinheiro, em 1980, e levaria ao de Chico Mendes, em 1988. Não é exagero dizer que, nessa época, Rio Branco não cresceu, explodiu. Se ao longo de 90 anos de sua história as dinâmicas da cidade tinham dado origem a pouco mais de uma dezena de bairros, entre 1970 e 1999, esse número passaria de 150.

Cortejo fúnebre de Wilson Pinheiro, 1980 . Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista aérea do bairro 6 de Agosto, durante alagação, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Bairro João Eduardo, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

29/10/1978

118

Invasão do Bostal durante alagação, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Em 1978

Mudança de moradores durante alagação no bairro 6 de Agosto, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Alagação no Santa Terezinha , década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

27/01 a 03/02/1980

MESQUITA INAUGURA NÚCLEO DE APOIO.

Ah, essa cultura!

Um decreto muito oportuno.

na volta da água ao nível normal, os ribeirinhos de pronto

Mais um Núcleo de Apoio Rural Integrado será inaugurado pelo

No vestibular, prova de redação, o tema proposto versou

Um decreto do Prefeito municipal de Rio Branco,

retornarem ao mesmo local. Em contra partida oferece-se

governador no dia 4 na Colônia Calafate. O Nari, no entanto,

sobre a migração nordestina para o Acre. Duas pérolas

Fernando Inácio dos Santos, endossado pelo Governador

a essas pessoas programas habitacionais para famílias

já vem funcionando e prestando serviços aos colonos e a sua

preciosas extraídas das ostras da sabença de dois

Joaquim Macêdo, considera Margem áreas localizadas a

de baixa renda como o Profilurb - lotes urbanizados e

inauguração oficial só será agora porque a área de 7 mil e 500

candidatos:

distância de 30 metros do rio coibindo as construções às

outros como o Projeto Tangará, com boa infraestrutura. O

hectares onde está situada a colônia, recentemente passou do

"Quando os cearenses viajaram no navio Anajás foram

margens dos rios.

decreto constitui-se num passo fundamental para o fim da

domínio privado para o público.

atacados por um submarino alemão".

O Governo do estado acertou no alvo ao proibir pôr

“industria da alagação”, cujos tentáculos se ampliam cada

Jornal O RIO BRANCO

"A penetração nordestina no Acre deveu-se aos

meio de decreto a construção de residências em áreas

vez mais com o decorrer dos anos.

nordestinos".

costumeiramente alagáveis, cujo condão principal é evitar

O JORNAL

Tão Acre – Zé Leite

o ciclo vicioso de todo o ano após o período das chuvas

119


Abertura de ruas no Bairro Conquista, década de 80. FGB - PMRB

Vista de uma das ruas do Bairro Taquari. Data década de 80. FGB - PMRB

Parada de ônibus, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

E Avenida ceará, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Parada de ônibus na Avenida Getúlio Vargas, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Flaviano Flávio Baptista de Melo

01.03.1981 a 01.03.1985 Prefeito - 4 anos

ssa série de acontecimentos, modificou não só o espaço físico da cidade, mas a vida das pessoas. Por exemplo, a construção das duas pontes sobre o rio Acre - a metálica, em 1971 e a de concreto, em 1974 - provocou o fim da área da antiga Praça Municipal, que foi cedida ao Posto São Francisco, e de parte da rua 1º de Maio, que desabou em função do balseiro acumulado nas pontes. A situação piorou ainda mais em decorrência das alagações, que ocorreram em 1971/72, 1974/75 (a maior de todas) e 1978/79. Em 1978, o bairro Triângulo Novo já estava consolidado, seguido pela formação do bairro João Eduardo, em 1979. Logo, o movimento das ocupações espalhou-se por toda a cidade: Tancredo Neves, Placas, Aeroporto Velho, Sobral, Cidade Nova, Invernada e São Francisco. A ocupação do bairro Taquari deu-se em 1981 e, apenas cinco anos depois, em 1986, já era uma das principais áreas de ocupação da cidade, apesar de constantemente atingido pelas alagações.

Em 1980

120

Bairro das Placas, década de 80. FGB - PMRB

Entrada da rua principal do bairro Tropical, década de 80. FGB - PMRB

Primeiras casas do Conjunto Tucumã, década de 80. FGB - PMRB

Vista da Estrada Vila Ivonete. década de 80. FGB - PMRB

Obras de pavimentação asfáltica da Rua Isaura Parente, década de 80. FGB - PMRB

Obras de pavimentação asfáltica da Avenida Nações Unidas, década de 80. FGB - PMRB

14/05/1981

19/05/1981

Homenagem remunerada - Bruno "Couro Velho", glória

Os donos do Acre - Em sessão de 1980, na Câmara de

14 de maio de 1981 - Nº 1216

PREFEITURA FAZ LEVANTAMENTO HISTÓRICO

maior do Rio Branco Football Club, símbolo da raça estrelada,

Vereadores o debate decorria aceso por motivo de questão

TEATRO HORTA COMEMORA 1º ANIVERSÁRIO

Sem dispor de projetos, o Secretário Municipal Antonio

pendurou as chuteiras, depois de presentear o clube do coração

pertinente à propriedade das terras do Estado do Acre – se

O TEATRO HORTA implantado por um grupo de jovens

José, já contou razoável acervo histórico, com vistas à

e de sua carreira de craque com um golaço dentro do Estádio

do próprio Estado, da União ou dos índios. O falecido Omar

idealistas completará o seu primeiro ano de existência

comemoração do primeiro centenário da Fundação da

Aluísio Ferreira, em Porto Velho, que garantiu o bicampeonato

Marques, então do PMDB, irritado com o inútil debate que

no próximo dia 17, que será comemorado com extensa

cidade de Rio Branco, no próximo ano.

do Copão da Amazônia aos acreanos.

mais dava trabalho aos garçons e engordava vendedor de

programação cultural. Surgido na Estação Experimental,

A festa terá início este ano, por ocasião dos 99 anos de

O presidente Sebastião Melo de Alencar resolveu realizar uma

café em pó e açúcar, aparteou para encerrar a pendenga:

o TEATRO HORTA já apresentou várias peças teatrais de

fundação do município, ocasião em que será exposta ao

homenagem ao veterano artilheiro, Bruno avisou: Doutor,

– Os verdadeiros donos das terras acreanas são as minhocas.

autores locais, constituindo-se hoje no mais importante

público uma série de documentos referentes às histórias

prefiro as homenagens em dinheiro vivo.

Tão Acre – Zé Leite

passo dado no setor de artes cênicas em nosso Estado.

plítica - sócio - econômica do município.

Jornal O RIO BRANCO

Jornal O RIO BRANCO

Tão Acre – Zé Leite

121


N

os anos 70, aconteceram outros movimentos pela cidade. Um deles foi o surgimento das Escolas de Samba em Rio Branco. Influenciados pelo desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, alguns dos blocos carnavalescos de bairros da cidade tornaram-se Escolas de Samba. Em 1972, começaram a ocorrer acirradas disputas entre a Escola de Samba Unidos da Cadeia Velha, sob o comando de João Aguiar, recém chegado do Rio, e a Escola de Samba Unidos do Bairro Quinze, comandada pelo baiano-carioca Santinho. Durante as festas de Momo, as disputas tinham como palco principal a Avenida Getúlio Vargas, e se estendiam às rádios, que executavam as músicas das escolas, movimentando o cenário cultural de Rio Branco.

Festival do Amapá, década de 80. FGB - PMRB

Carnaval na rua, década de 80. FGB - PMRB

15/02/1982

122

Vista parcial da rua Eduardo Assmar, durante uma competição de catraias, década de 80. Deptº de Patrimônio Histórico - FEM

A Praia do Amapá, década de 80. FGB - PMRB

Bateristas de escola de samba, década de 80. FGB - PMRB

Equipe participante da regata de catraias, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

chegada da televisão ao Acre foi a grande novidade da década de 70, mais precisamente de 1974, ano de Copa do Mundo, facilitando a integração com o restante do país. A TV passou a transmitir atividades consagradas por aqui, como os programas de auditório, porém, provocou mudanças nos costumes locais, como a diminuição do antigo hábito de reunir na calçada, ao fim do dia, para conversar.

Da Costa e Grupo musical Bararu, década de 80. FGB - PMRB

Inauguração do Cacimbão da Capoeira. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

17/03/1983

17/03/1983

20/03/1983

PMRB ENFRENTA MAIOR CRISE FINANCEIRA.

PDS FAZ PREFEITO DE RIO BRANCO.

cont.

PREFEITO DEVOLVE OCIOSOS E NOMEIA SEUS

A Prefeitura de Rio Branco, a exemplo das outras 4423

Rio Branco desde terça-feira tem um novo prefeito.

permanência à frente da municipalidade vai perdurar

AUXILIARES.

do Brasil vive hoje, uma das maiores crises financeiras de

É o presidente da Câmara Municipal de Rio Branco,

até que a Assembléia Legislativa aprove a indicação

O primeiro movimento do prefeito Flaviano Flávio Batista

sua história. Segundo o secretário de Planejamento, Renato

vereador José Augusto Araújo de faria, do PDS,

do Engenheiro Flaviano Flávio Batista de Melo, feita

de Melo, após sua posse na sexta-feira, foi se reunir

Nunes, tudo isso é conseqüência da redução do FPM - Fundo

empossado no cargo após a exoneração do prefeito

diretamente pelo governador, cuja mensagem começou

ontem com seus auxiliares diretos em seu gabinete e fazer

de Participação dos Municípios que nos últimos 90 dias,

Fernando Inácio dos Santos, e por força de legislação

a tramitar ontem nas comissões parlamentares do

um estudo detalhado da programação orçamentaria da

foi superior a 60%, sem falar no alto índice inflacionário.

constitucional que regula a matéria.

legislativo.

Prefeitura Municipal de Rio Branco para o ano de 83, e

A redução do FPM é causada em função da recessão

A posse de José Augusto criou uma situação nova,

econômica que impera no país, explicou Renato Nunes.

porquanto o governo do Estado é ocupado pelo ex-

Jornal O RIO BRANCO

deputado federal Nabor Júnior, do PMDB, e sua

então traçar o seu plano de ação para os diversos setores Jornal O RIO BRANCO

da PMRB. Jornal O RIO BRANCO

123


Palácio das Secretarias, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

A Prefeitura Municipal, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

E

m relação à administração municipal, depois dos dez anos (1961-71) de rápida alternância no cargo de Prefeito, começou uma fase mais regular. Entretanto, depois da deposição do primeiro prefeito eleito Aníbal Miranda, em 1965, os prefeitos continuaram indicados pelos governadores nomeados pela Ditadura Militar. Só em 1982, o processo de “abertura lenta e gradual”, imposto pelos generais no poder, permitiu que os brasileiros voltassem a eleger governadores. No caso do Acre, foi apenas a segunda eleição para governador, em toda a história acreana.

Praça Rodrigues Alves, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Ex eos ulla in ratiisquis nonsed

Edíficio Ibrahim, avenida Getúlio Vargas com Benjamin Constant, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

democratização em curso chegou também aos municípios. A eleição para prefeitos ocorreu em 1984, quando foi eleito Adalberto Aragão, empossado em 1985. Mas, o fato dos prefeitos serem eleitos diretamente pela população mudou a relação entre eles e os governadores, porque os prefeitos passaram a ter relativa independência. Relativa apenas porque, como sempre, continuava existindo enorme diferença entre a capacidade de investimento do governo estadual, em comparação com as reduzidas verbas do orçamento municipal. O que – diante do aumento vertiginoso da população

e da multiplicação de demandas de urbanização, limpeza e ordenamento territorial de Rio Branco, desse período – dificultou muito a ação dos prefeitos da capital. Essa nova relação entre governador e prefeito foi verificada já no período do Aragão, que teve dificuldades com a falta de repasse de recursos do governo, para manter serviços básicos, como a coleta de lixo e a manutenção de ruas da cidade. Foi mais sentida ainda pelo prefeito seguinte: Jorge Kalume. Já que, no inicio de seu mandato, o governador era de outro partido, e só melhorou quando foi eleito um governador do mesmo partido.

Praça Eurico Dutra, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Rua Epaminondas Jácome, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Mercado do 15, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Adalberto Aragão

01.03.1985 a 01.03.1989 Prefeito - 4 anos

13/07/1983

124

INPA, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

04/01/1984

05/11/1985

02/10/1986

O ESPIRITO DA COISA DEU NO QUE DEU - A fórmula é

MACISTE BAGUNÇOU COM O CORETO DA POLICIA

ARTISTAS TEATRAIS QUEREM TER A SEDE (PICOLLI

PREFEITURA PODERÁ PARAR POR FALTA DE RECURSOS.

simples: coloque num lugar fechado e calorento mais de mil

O comerciante Osmarino, conhecido vulgarmente

RECUSA) Entidades ligadas ao teatro e ao cinema reuniram

“Se o Estado não repassar imediatamente recursos já

pessoas, sirva bastante bebida alcóolica e coloque prêmios

pela alcunha de "Maciste", proprietário de um bar nas

quinta com o pres. da Fundação Cultural, Jacó Picolli,

autorizados pela Governadora na ordem de Cz$ 5 milhões,

em dinheiro para atiçar a competição. Serve para as lutas de

proximidades do mercado do bairro Seis de Agosto, vem se

discutindo a questão do espaço físico para a acomodação

a Prefeitura de Rio Branco vai parar totalmente inclusive

boxe e para a finalíssima do Famp. Deu no que deu... Mas

tornando um sério problema para o pessoal do 5º distrito

dos artistas do Estado. O pres. da FETAC, Dinho Gonçalves,

a coleta de lixo”. O desabafo foi feito ontem pelo prefeito

valeu o trabalho musical de Damião, o espetáculo de Pia e

policial, chegando á faltar com o respeito a alguns agentes.

colocou a real situação em que se encontram, e exigiu uma

Adalberto Aragão, adiantado que o município já “não tem

Felipe, a coragem de Francis Mary denunciando a repressão

O citado elemento deixa de cumprir a ordem do delegado

sala para a FETAC uma vez que há mais de 30 dias sua

condições de criar débitos na praça”.

e o esforço dos demais. Agora, rumo ao festival de praia do

Américo Carneiro Paes, que mandou que todos os bares em

diretoria vem se reunindo nos bancos da praça, devido ao

Jornal O RIO BRANCO

Amapá, onde quem esquentar a cabeça leva um caldo.

sua jurisdição fechassem as portas antes da zero hora.

despejo que sofrem por parte do pres. Jacó Picolli.

Jornal O RIO BRANCO

DIÁRIO DO ACRE.

Jornal O RIO BRANCO

125


Velório de Chico Mendes no Salão Paroquial de Xapuri, década de 80. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

N

esta época, tanto surgiram músicas que cantavam os modos de vida urbana dos filhos da burguesia e dos marginalizados pela sociedade, quanto músicas que falavam do duro cotidiano seringueiro. Entre a melancolia da extinção e a esperança de um improvável futuro foram feitas músicas que denunciavam a desfaçatez da política e do autoritarismo. Músicas, enfim, que recuperaram a importância dos seringueiros, dos povos indígenas e dos modos de ser acreano.

Repressão policial no"Dia D", década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

P

or outro lado, a luta contra a nova realidade imposta aos acreanos espalhou-se por diversos setores da sociedade. Na floresta, os trabalhadores organizados em sindicatos empatavam o desmatamento, criavam cooperativas e rompiam os laços com patrões e marreteiros. Na capital, os professores estaduais faziam sua primeira greve, tomando as ruas da cidade e começou a circular o jornal Varadouro, que reunia jornalistas e intelectuais de diferentes formações.

Clenilson fazendo sua apresentação no FAMP. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Carnaval na rua, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

02/08/1987

Casa do Seringueiro, com pintura em homenagem ao sindicalista Chico Mendes, década de 80. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

13/11/1987

Lula em reunião com os trabalhadores rurais de Xapuri. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

08/01 a 25/01/1988

Tão acre

CHICO MENDES COMEMORA A CRIAÇÃO DE RESERVA

ROUBARAM A PLACA DA GAMELEIRA - Um Governador

ARAGÃO FAZ A FESTA DO POVO.

O folclórico Abrahim Farhat Neto, o Lhé ou Brachula, editou

EXTRATIVISTA - O presidente do S.T.R de Xapuri disse que

do Acre demoliu o Obelisco e sacou a Fonte Luminosa da

O carnaval/88, promete ser um dos mais organizados e

um jornalzinho acreanissimamente rotulado Arigó. Relação

com a aprovação das RESEX pelo Incra, “os seringueiros de

esplanada do Palácio. Com o exemplo de cima, nada mais

concorridos os últimos tempos. Tendo como ponto de

dos brasileiríssimos nordestinos do expediente: Klein De

Xapuri começarão a viver um novo horizonte”. A aprovação “é

natural que os vândalos emulem os maiores. Faz alguns

partida a criação da Liga de Blocos e Escolas de Samba do

Lucca, Th. Frederich, Zwetsch, Scholla, Klander, Parra, Farhat.

uma grande vitória dos seringueiros, talvez a mais importante

anos a Prefeitura inaugurou na Gameleira uma placa de

Acre. A liga juntamente com a Prefeitura Municipal de Rio

da história da Amazônia”. Francisco palestrou no auditório da

bronze, assentada num tronco, registrando a data em que

Branco estão traçando as diretrizes do Carnaval, o qual

UFAC-Centro sobre a destruição da floresta Amazônica e a luta

Neutel Maia estabeleceu o seringal Empresa, “abovo” da

promete ser um sucesso.

dos seringueiros, defendendo a união dos trabalhadores do

hoje Rio Branco. Foi roubada. O CACIMBÃO está destruido

Jornal O ESTADO DO ACRE

campo e da cidade.

pelos marginais, entupido de lixo e abandonado.

Jornal Gazeta do Acre

Jornal O RIO BRANCO

Tão Acre – Zé Leite

126

Manifestação popular: O famoso "Dia D", década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Fest Amapá, década de 80. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Em 1987

Protesto realizado em frente ao Serviço de Divulgação do Estado do Acre. Deptº de patrimônio Histórico e Cultural - FEM

127


A

lém disso, artistas da poesia e do teatro montavam peças como “Toda noite tem pichação” e “Rio Branco Total Radiante”. Enquanto jovens estudantes universitários e profissionais liberais uniam-se aos trabalhadores da floresta para defender suas causas e desenvolver projetos em diferentes áreas. Tudo isso, desembocou na retomada do Festival Acreano de Música Popular FAMP. O de 1980 aconteceu na sede do Vasco da Gama e teve enorme repercussão. Mas, a realização dos Festivais não se deu de forma contínua: aconteceu em 80 e 81, parou em 82, voltou em 83, dando uma nova parada até 1985, e assim por diante. A partir de 1983, todo esse movimento cultural engrossou com os Festivais do Amapá, de modo que os anos 80 foram efervescentes para o movimento de resistência cultural.

Da Costa e Paulinho da Viola no Teatrão, década de 90. FGB - PMRB

Rodoviária de Rio Branco, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Biblioteca Pública Estadual, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Biblioteca Pública Estadual, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Festival do Amapá, década de 90. FGB - PMRB

Mercado dos Colonos, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Jorge Kalume

01.03.1989 a 31.12.1992 Inauguração do Espaço Cultural de Belas Artes, com a presença do governador Romildo Magalhães e Prefeito Jorge Kalume. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Prefeito - 4 anos

Apresentação de grupo musical no FAMP. FGB - PMRB

Em 1991

128

Chico Pop, década de 90. FGB - PMRB

Em 1992

Helicóptero

Antiga novidade - O primeiro assalto a mão armada em

O terreno baldio do Ceará - Final do governo do prefeito

– É lá num terreno baldio da Avenida Brasil, prefeito.

Um helicóptero em Rio Branco deu força à Secretaria

Rio Branco aconteceu em abril de 1991, na agência do

Jorge Kalume, o fotógrafo Francisco Genésio, o popular

Envolto com mil e uma coisas a resolver, JK disse que

da Saúde no combate à cólera que ameaçava assolar o

Banacre na Avenida Nações Unidas, no bairro da Estação

sempre boquirroto e borbulhante Ceará encosta no

ia estudar, Ceará entendeu que estava autorizado e

Acre. Quem muito usufruiu da traquitana foi o falecido

Experimental. Três agentes de plantão no 3º Distrito Policial

tarimbado político e propõe:

imediatamente mandou baixar da noite para o dia tijolos,

governador Edmundo Pinto. Um dia convidou o deputado

viram chegar um sujeito de olhos arregalados e língua de

– Prefeito, resolvi voltar com meu Foto Ceará e quero que

cimento, areia e ferros no "terreno baldio" da Avenida

Chico Sombra para um sobrevôo. O parlamentar

fora, arquejante, com um pedido de socorro urgente.

o senhor me deixe construir o prédio.

Brasil, justo na Praça Plácido de Castro, ao lado do Bar

agradeceu:

– Corram, por favor, estão assaltando a agência do Banacre!

– Tudo bem, Ceará, mas onde é o local?

Amarelinho. Quando JK viu o prédio futuro do Foto Ceará

- Obrigado, governador, eu não ando em avião de rosca.

Um dos tiras, na maior pachorra, total indiferença:

O esperto cearense que jura ter sido ponta-direita do

já com as paredes levantadas, mandou dar última forma

– Cadê carro?

Ceará Sporting com o apelido de Chiclete, apressa-se a

na construção.

Tão Acre – Zé Leite

informar:

Tão Acre – Zé Leite

Tão Acre – Zé Leite

129


E

m 1992, foram criados novos municípios no estado do Acre. Dessa vez, Rio Branco teve uma perda significativa de território para os municípios de Capixaba, Acrelândia, Porto Acre e Bujari.

Mapa do Estado e Municípios em 1992. Atlas do Estado do Acre, 2008

130

131


Pref. Jorge Viana visitando obras da cidade, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Mercado do Bosque em 1995. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

a década de 90, teve início uma mudança radical no cenário político do Acre. Como resultado da profunda crise social vivida pelos acreanos, desde o início da década de 70 e da democratização dos anos 80 - aconteceu um realinhamento das forças políticas do estado. Novas lideranças surgiram nos movimentos sociais da floresta e da cidade e passaram a disputar as eleições por partidos como o Partido dos Trabalhadores - PT e outros partidos de es-

querda, agora já sem as amarras e repressão da Ditadura Militar. Esse novo momento político concretizou-se com a eleição de 1992, quando o jovem engenheiro florestal Jorge Viana disputou e ganhou a eleição para prefeito da capital. A partir de março de 1993, começou uma nova experiência política e administrativa, que mudaria completamente a história de Rio Branco e do Acre. Logo de início, a Prefeitura envolveu a população em ações de reorganização, limpeza e recuperação da cidade. A administração municipal passou a utilizar ferramentas de gestão mais modernas, como o planejamento estratégico.

N

Terminal Urbano em fase de conclusão, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

C

om o lema “Vida Nova na Cidade” o prefeito Jorge Viana definiu novos parâmetros para a gestão do município, entre eles: recuperar a importância do rio Acre para Rio Branco e virar de novo a cidade de frente para o rio; trocar a ideia de administrar a cidade, por cuidar coletivamente dela como cada um cuida de sua casa; orientar o desenvolvimento da capital pelos princípios da sustentabilidade ambiental e social.

Box do Terminal Urbano em fase de conclusão, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Centro Cultural Lídya Hammes, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Jorge Viana

01.01.1993 a 31.12.1996 Prefeito - 4 anos

Centro Cultural Lídya Hammes, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM Primeiros dias de funcionamento do Terminal Urbano, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

10/03/1993

132

11/08/1993

10/06/1994

07/02/1995

CINE TEATRO RECREIO VAI VOLTAR À CENA

CAPOEIRA.

CHÁCARA CAPITÃO CIRÍACO - A cidade de Rio Branco

CACIMBÃO MERECIA MELHOR SORTE

Após meses fechado, o CINE TEATRO RECREIO voltará a

No próximo dia 15, a Associação do bairro Capoeira estará

ganhará mais uma área de preservação. Trata-se da reforma

O legendário Cacimbão da Capoeira se encontra

abrir suas portas ao público provavelmente no dia 21 de

promovendo um campeonato de futebol, entre clubes do

que a Prefeitura vai desenvolver na antiga Chácara Capitão

abandonado. Durante décadas abasteceu às famílias mais

Maio, disse o Pres. da Fundação Cultural do Estado, Profº

próprio bairro e adjacências. Os ganhadores irão ganhar

Ciríaco, localizada no Segundo Distrito e que tem lembranças

nobres de Rio Branco com suas águas puras e cristalinas.

Félix de Souza, com a recuperação das partes deterioradas.

valiosos tróféus entre eles, o mais valioso (do Campeão), será

históricas, além da vegetação típica dos seringais. As obras

Uma fonte natural que mesmo sufocada pelo fluxo do

Para isso, foi firmado um acordo entre o Município e o

denominado Mac Wesley, em homenagem ao jovem Mac,

iniciam este mês e devem ser concluídas até o ano que

progresso consegue manter-se livre da poluição. Os

Estado. Segundo o Secretário de Cultura do Município,

filho do jornalista Campos Pereira. As inscrições poderão ser

vem. O presidente da Fund. Mun. de Cultura, Antônio Alves,

moradores afirmam que o último benefício que foi feito no

Antônio Alves, a recuperação do prédio visa incentivar a

feitas na própria Associação, com o Presidente Raimundo

ressaltou que o 2º Distrito tem grande significado na história

Cacimbão aconteceu durante as administrações de Adalberto

produção artística e resgatar a memória cultural do Acre.

Maia.

acreana, não tem opções de lazer para os moradores.

Aragão e Jorge Kalume. De lá para cá nada mais foi feito.

Jornal O RIO BRANCO

A GAZETA.

Jornal O Rio Branco

Jornal O RIO BRANCO

133


R

Projeto Boca da Noite no Coreto da Praça Rodrigues Alves, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Visita do Pref. Jorge Viana ao DERACRE , década de 90. Acervo Edgarde de Deus

07/10/1995

134

io Branco passou a ter, então, ruas e praças mais limpas e bem cuidadas, com jardins floridos que mudaram a relação dos moradores com esses espaços. A cidade ganhou novos parques que preservavam importantes áreas verdes, como o Parque Capitão Ciriaco e o Parque Chico Mendes e ofereciam novas opções de lazer, além da recuperação do Horto Florestal. O transporte coletivo foi organizado com a criação do Terminal Urbano. Ações de urbanização de bairros, especialmente nas áreas das invasões, foram feitas através do programa Habitar-Brasil e outros projetos com recursos externos. Os mercados públicos foram reformados ganhando melhores condições para venda da produção agrícola que cresceu com a implantação dos polos agroflorestais no entorno da cidade. Todas essas ações contavam com a participação ativa dos moradores e lideranças comunitárias, através do Orçamento Participativo.

Discurso do Pref. Jorge Viana em solenidade no Horto Florestal, década de 90. Acervo Edgarde de Deus

11/10/1996

A

educação municipal também avançou significativamente com a recuperação das escolas e a adoção de programas inovadores, como o Projeto Seringueiro que havia sido iniciado por Chico Mendes e outros, nas escolas rurais. Além disso, foi adotada uma merenda escolar regionalizada que potencializou o aproveitamento da produção agrícola local e melhorou muito a qualidade da alimentação oferecida às crianças. As artes e a cultura local também foram impulsionadas pela Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil que criou um Setor de Patrimônio Histórico que atuou na recuperação do Cacimbão da Capoeira e do prédio do Aeroporto Velho, que se tornou o Centro Cultural Lydia Hammes. Foi criado também o Centro de Multimeios, com uma Escola de Musica anexa, e um ousado Programa de Leitura nos bairros. Projetos como o “Boca da Noite” e outras ações movimentaram o cenário cultural da cidade.

Apresentação de grupo musical no Parque Capitão Ciríaco, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Em 1996

Recorte de matéria do jornal A GAZETA, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

de todos os tempos

Cacimbão

PREFEITURA INSPECIONA OBRAS NO 15.

Dieta da derrota - O técnico J. Alves, de apelido Maluco

OS SANTOS MILAGROSOS

Será hoje a inauguração do Cacimbão da Capoeira,

O prefeito Jorge Viana voltou a inspecionar obras, ontem de

Beleza, do Rio Branco, pelas loucuras e presepadas fazia

O conhecimento de causa do seringalista Birroque é

recuperado pela prefeitura e tombado pelo patrimônio

manhã nos bairros da pista, Ivete Vargas e no Quinze.

jus ao codinome. Em 12 de julho, na partida decisiva do

fora de série, como a descoberta dos santos mais queridos e

histórico do município. A inauguração começa às 10 horas

Depois da visita ao bairro da Pista, Jorge Viana inspecionou

returno com o Juventus, estabeleceu inusitado cardápio

populares

e deve reunir toda a população do bairro que durante anos

o trabalho de urbanização que está sendo realizado no bairro

para os jogadores concentrados no almoço e no jantar,

nos seringais acreanos: São João da Barra e São Risal.

sonhou com a obra.

Ivete Vargas e a implantação de bueiro na rua 16 de outubro,

sem direito a reclamação: guaraná em pó, rapadura, caldo

Jornal A GAZETA

no bairro 15, uma das reivindicações da comunidade, e a

de cana, mamão, suco de laranja. Deu no que deu, pois

prefeitura só está conseguindo atendê-la agora devido ao

os jogadores demonstraram excelente preparo físico na

financiamento conseguido junto a Caixa Econômica Federal.

contínua corrida aos sanitários. O RBFC perdeu o jogo.

Jornal O RIO BRANCO

Tão Acre – Zé Leite

135


Balsas no rio Acre , década de 90. Marcos Vinicius Neves

Rua Eduardo Assmar, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

A

partir de 1997, o município passou a ter problemas semelhantes aos que o governo do estado enfrentava: má gestão dos recursos públicos, fragilização dos órgãos públicos, atraso de pagamentos dos funcionários e sucateamento da máquina estatal.

Vista lateral do Mercado dos Colonos, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Porto do Mercado Elias Mansour, década de 90. Marcos Vinicius Neves

R Vista interna do Mercado dos Colonos, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Mauri Sérgio

01.01.1997 a 31.12.2000 Prefeito - 4 anos

Barranco da rua Eduardo Assmar, década de 90. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

io Branco viveu, portanto, um período de muitos avanços e de ações inovadoras que deram maior qualidade de vida a população. Infelizmente, após a gestão de Jorge Viana, os três prefeitos seguintes não deram continuidade a essas ações e a cidade voltou a enfrentar problemas. Além disso, o governo estadual também estava passando por grandes dificuldades com a morte do governador Edmundo Pinto e a posse do vice-governador Romildo Magalhães.

03/05/1997 DEPUTADO ADMITE SONDAGEM, MAS NEGA TER TROCADO VOTO POR DINHEIRO A Folha tentou localizar o deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) durante toda a tarde de ontem. Em seu gabinete, os assessores disseram que ele estava viajando, mas não informaram para onde. A deputada Zila Bezerra (PFL-AC) disse que a denúncia envolvendo seu nome com a negociação

emenda, por estar insatisfeita com o governo. Acabou mudando seu voto na última hora, porque foi recebida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Planalto e expôs suas queixas. Quanto à conversa telefônica na qual o deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) diz que os deputados acreanos receberam R$ 200 mil para aprovar a reeleição, Zila diz não ter "fundamento".

de votos "não tem fundamento". A deputada

136

afirmou que estava disposta a votar contra a

Jornal FOLHA DE SÃO PAULO

137


Vista aérea da 4ª ponte de Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Novos tempos

1999-2013

A

capital acreana recebeu uma série de ações de reestruturação em sua malha urbana e de revitalização de seu patrimônio histórico e paisagístico. Com isso Rio Branco experimentou transformações profundas que a tornaram uma das mais belas cidades brasileiras.

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Passeata de abertura do Encontro de Culturas Indígenas no centro da cidade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

M

antendo os princípios norteadores de seu trabalho na prefeitura de Rio Branco, as ações de recuperação da cidade promovidas pelo governador Jorge Viana começaram pela área mais

antiga da cidade, com a recuperação do barranco da Rua da Gameleira que estava se desfazendo. Ao mesmo tempo que teve inicio também um intenso trabalho de valorização dos povos e culturas tradicionais.

Vista panorâmica do Calçadão da Gameleira em fase de construção. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

C

omo vimos anteriormente, ao longo de toda sua história, as grandes transformações urbanísticas de Rio Branco aconteceram pela ação de governadores. Em razão da reduzida capacidade de investimento da prefeitura municipal. Depois das profundas modificações urbanas realizadas pelos governadores Hugo Carneiro (1927-29) e Guiomard Santos (46-50), coube ao governador Jorge Viana (1999-2006), promover uma verdadeira revolução urbanística na cidade.

Apresentação do grupo da Marujada. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Calçadão da Gameleira em fase de construção. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Palácio das Secretarias. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

140

141


O

processo de recuperação da cidade de Rio Branco, bem como do estado do Acre como um todo, passava necessariamente, então, não apenas pela recuperação física das estruturas públicas, mas pela recuperação simbólica e cultural dos valores acreanos. Só assim se poderia recuperar também a autoestima do povo acreano, tão combalida depois de anos de crise politica e econômica. Para tanto, o governo da floresta, como se chamou a gestão liderada por Jorge Viana, baseou suas ações em duas frentes de trabalho simultâneas: o respeito e a valorização dos bens culturais mais tradicionais e queridos pela população acreana e, ao mesmo tempo, a busca de soluções inovadoras baseadas nos princípios da sustentabilidade. A composição entre o antigo e o novo, o tradicional e o contemporâneo, tornaram-se os eixos do trabalho que estava começando. Enquanto se fazia a recuperação da encosta da rua da Gameleira - a primeira da cidade, formada ainda nos idos do povoado da Volta da Empreza – e do seu casario antigo, tinha inicio também a restauração do Palácio Rio Branco que, apesar de sua importância histórica, estava completamente destruído. Assim como a Fonte Luminosa, tão marcante para a memória de várias gerações de riobranquenses, tinha sido levada para a Praça Rodrigues Alves e estava há anos sem funcionar. A partir da revitalização, esse núcleo central do sítio histórico da cidade recebeu novos usos. O Palácio Rio Branco foi aberto à visitação publica como museu, o prédio da Radional se tornou o Memorial dos Autonomistas/Teatro Hélio Melo e a Fonte Luminosa voltou a funcionar no seu lugar original.

Fonte Luminosa e ao fundo o Palácio Rio Branco, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Palácio Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Memorial dos Autonomistas, . Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Memorial dos Autonomistas, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Vista aérea do Palácio Rio Branco, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Teatro Hélio Melo, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico e Cultural – FEM

Flaviano Flávio Baptista de Melo

01.01.2001 a 05.04.2002 142

Prefeito - 1 anos e 3 meses

Visitação do público ao Palácio Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Museu da Borracha. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Casa dos Povos da Floresta, 2002. Deptº de Patrimônio Histórico - FEM

143


O

crescimento da cidade impunha também novos desafios que precisavam ser enfrentados. As vias públicas começavam a ficar apertadas para o fluxo de tantos veículos, especialmente na ligação entre os diversos bairros e o centro da cidade. A solução encontrada foi a duplicação e redefinição das chamadas “vias estruturantes” da cidade. A Rua Antônio da Rocha Viana e a Via Chico Mendes foram as primeiras a receber esse novo tratamento. Isso implicou também numa mudança radical de concepção dessas vias que, além de duplicadas, foram dotadas de calçadas e, especialmente, de ciclovias que melhoraram seu fluxo e diminuíram muito a violência no transito entre veículos, bicicletas e pedestres. Outra ação estruturante de grande impacto na cidade foi a urbanização do Canal da Maternidade, que já havia provocado tantos problemas sociais e políticos anteriormente. Essa obra se tornou estratégica ao definir um novo e adequado tratamento aos fundos de vale que cortam dezenas de bairros da cidade e sempre foram permanente fonte de problemas de urbanização e de saúde publica pela transformação dos igarapés em esgotos à céu aberto. A construção do Parque da Maternidade transformou uma das áreas mais degradadas e desvalorizadas da cidade num parque repleto de equipamentos esportivos, culturais e de lazer. Com isso, os imóveis de seu entorno foram muito valorizados e a população de Rio Branco passou a dispor de um belo parque que serviu de modelo para intervenções em outros bairros da cidade, como o Parque do Tucumã, e também em outras cidades acreanas.

Ciclovia e pista para pedestres no Parque da Maternidade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Hospital da Criança. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Praça Povos da Floresta. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Estátua do Chico Mendes na Praça Povos da Floresta. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Calçadão da Gameleira com mastro da bandeira ao fundo. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Calçadão da Gameleira. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista aérea do Parque da Maternidade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM Via Chico Mendes 2º Distrito. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Portal de entrada do Parque da Maternidade. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Isnard Leite

05.04.2002 a 31.12.2004 144

Prefeito - 2 ano e 8 meses

Concha Acústica no Parque da Maternidade, 2002. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

145


A

té 2005, o trabalho de recuperação de Rio Branco foi realizado pelo governo estadual. Enquanto isso, a prefeitura continuava se debatendo com dificuldades criadas por gestões distanciadas da população e com pouca efetividade na administração dos problemas da cidade. Com a eleição de Raimundo Angelim como prefeito, em 2004, esse cenário começou a mudar com a possibilidade de governo e prefeitura trabalharem em sintonia para a melhoria das condições de vida da população. A educação, por exemplo, foi extremamente beneficiada por essa parceria. A partir de então o trabalho de recuperação das condições físicas das escolas, capacitação de professores e de busca pela melhoria do ensino e do aprendizado em geral teve um salto qualitativo. Enquanto o governo estadual dava prosseguimento ao trabalho nas vias estruturantes como a duplicação da Avenida Ceará, implantação do anel rodoviário através da Via Verde e a construção da terceira ponte. A prefeitura se dedicava a cuidar da limpeza da cidade, da organização do transporte coletivo, da reforma e adequação das unidades de saúde, da iluminação pública, da urbanização de bairros, como o Mocinha Magalhães. Sem descuidar também de nossos parques como o Horto Florestal, que foi dotado de diversos novos equipamentos, o Parque Chico Mendes e o Parque Capitão Ciriaco. Para melhorar ainda mais a administração municipal, a cidade foi dividida em sete regionais que passaram a ter conselhos comunitários encarregados de debater os problemas de seus bairros e então definir a aplicação de recursos alocados no orçamento participativo.

Escola de Meio Ambiente localizada no Horto Florestal. ASCOM - PMRB

Av. Antônio da Rocha Viana e a ponte sobre o igarapé São Francisco. Deptº de Patrimônio Histórico – FEM

Casa Rosa Mulher. ASCOM - PMRB

Inauguração do Parque Tucumã. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Portal do Parque do Tucumã. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

CRAS da Sobral. ASCOM - PMRB

Raimundo Angelim

01.01.2005 a 31.12.2008 146

Prefeito - 4 anos

Vista do Parque Infantil localizada na Praça do Juventus. ASCOM - PMRB

147 Mercado Elias Mansour. ASCOM - PMRB


A

reforma do Museu da Borracha, da Tentamen, do Cine Teatro Recreio, do Teatrão e da Biblioteca Publica Estadual. Junto com a implantação de novos equipamentos culturais como a Casa dos Povos da Floresta, a Usina de Artes, a Biblioteca da Floresta e várias casas de leitura pelo governo. E mais a criação do Centro Cultural Nenen Sombra e do Quadrilhódromo pela prefeitura , dinamizaram a cultura da cidade.

Passarela Joaquim Macedo. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Biblioteca da Floresta. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista panoramica da 3ª Ponte. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Novo Mercado Velho. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Apresentação de Quadrilha no Arraial Cultural da Arena da Floresta. Val Fernandes

Apresentação de Quadrilha no Arraial Cultural da Arena da Floresta. Val Fernandes

Vista panoramica da Passarela Joaquim Macedo. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Arraial Cultural no Arena da Floresta. Val Fernandes

148

149


Biblioteca Pública Estadual em Rio Branco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Av. Ceará. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

M

as as mudanças verificadas nesse período não se restringiram aos espaços físicos. Pelo contrario, foram ainda maiores no fortalecimento da cultura imaterial, no financiamento das atividades artísticas e na criação e efetivação de políticas públicas na área cultural. A lei de incentivo à cultura de Rio Branco criada ainda na gestão do Prefeito Jorge Viana, se somou ao Fundo Municipal de Cultura criado pelo prefeito Angelim. Além disso, Rio Branco foi o primeiro munícipio brasileiro a criar e implantar um inovador Sistema Municipal de Cultura que se tornou referência em todo o país.

Av. Ceará duplicada. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Trapiche de acesso ao Parque Capitão Ciríaco. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Usina de Arte João Donato. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

150

151


A

gestão de Raimundo Angelim foi tão bem sucedida em seus resultados para a população que o levou a ser reeleito em 2008. O prefeito Angelim tornou-se assim o primeiro de toda a história de cem anos do município de Rio Branco a permanecer durante oito anos consecutivos à frente da capital acreana. A exemplo do que já havia acontecido no governo do estado quando Jorge Viana se tornou o primeiro a governar o Acre durante dois mandatos consecutivos. Se levarmos em consideração a extrema e absurda instabilidade politica e administrativa que caracterizou a maior parte da história de Rio Branco, como vimos anteriormente nesse livro, fica claro então o amadurecimento politico que o nosso município verificou nos últimos anos. O prefeito Angelim soube então retribuir o carinho da população de Rio Branco fazendo uma administração que foi premiada e reconhecida em todo o país. Mas não só. Angelim dotou o munícipio de novos equipamentos essenciais para a solução de velhos problemas. Foi o caso da implantação da Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos (UTRE) que acabou com o insalubre e perigoso lixão da cidade. Criou a Central de Abastecimento (CEASA) que dinamizou muito a produção agrícola do município, além de oferecer produtos de maior qualidade por preços mais baixos para a população. Completando o trabalho feito pelo governo do estado no centro histórico de Rio Branco, Angelim remodelou completamente a antiga Praça Rodrigues Alves/ Plácido de Castro, que se tornou a bela Praça da Revolução. Isso tudo sem descuidar das escolas e postos de saúde nos bairros e na área rural.

Reinauguração do Posto de Saúde Augusto Hidalgo de Lima. ASCOM - PMRB

Reinauguração da Praça do bairro Adalberto Sena. ASCOM - PMRB

Parque Chico Mendes. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Raimundo Angelim

01.01.2009 a 31.12.2012 152

Prefeito - 4 anos

Vista frontal da OCA. Sérgio Vale

153


Entrega do caminhão Jardinagem Comunitária realizada no Horto Florestal. ASCOM - PMRB

Hospital da Criança. Dept°de Patrimônio Histórico e Cultural - FEM

Vista aérea do Estádio Arena da Floresta. Governo do Acre.

C Reinauguração do Mercado do Colonos. Gleilson Miranda

Inauguração da CEASA Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

om as gestões de Jorge Viana e Binho Marques no governo e de Raimundo Angelim na prefeitura, nossa cidade se transformou completamente, tornandose uma das mais organizadas, limpas e belas cidades da Amazônia e do Brasil.

CEASA Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

154

Apresentação dos bonecos gigantes no carnaval 2010. Val Fernandes

Vista aérea do carnaval no Arena da Floresta. Gleilson Miranda

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Inauguração da pista de caminhada do Parque São Francisco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Ponte da av. Getúlio Vargas sobre o Igarapé São Francisco. Agência AC.GOV

Vista do monumento da Praça da Revolução. Governo do Acre

Solenidade de inauguração do Cacimbão da Capoeira. Diana Dantas

Prefeito Angelim visita obras da operação verão. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Parque São Francisco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

156

A

ntes de terminar seu mandato histórico Angelim entregou à população a nova Rodoviária Internacional, o Parque do São Francisco e o prédio

da Prefeitura reformado. Provou assim que, com uma gestão séria e ética, a prefeitura também pode realizar investimentos importantes para nossos cidadãos.

Prefeitura de Rio Branco reformada. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

157


Vista panorâmica da Rodoviária Internacional de Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Vista Aérea da Rodoviária Internacional. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

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Vista interna da Rodoviária Internacional. Diana Dantas

159


15 de fevereiro de 1913, 1º de janeiro de 2013. Cem anos depois da posse do primeiro prefeito do município de Rio Branco, assume a responsabilidade de gerir a maior cidade acreana o jovem Marcus Alexandre. E o desafio é imenso. Mesmo com todos os avanços e transformações que Rio Branco experimentou desde 1999, ainda há muitas coisas por fazer. Não se pode desconhecer que cerca de 50% da população do estado do Acre mora no município de Rio Branco. Ao mesmo tempo a prefeitura dispõe um orçamento equivalente a 10% do orçamento do governo estadual. Ou seja, metade da população e apenas um décimo de recursos disponíveis. E já no inicio da gestão de Marcus Alexandre foi necessário enfrentar uma alagação do rio Acre que desabrigou milhares de famílias, como que para comprovar que as dificuldades de administrar uma capital nunca são, ou serão, pequenas. Afinal de contas, as alagações são tão antigas quanto nossa cidade, como é o problema da construção de moradias em áreas alagadiças e, apesar de ter sido enfrentado por praticamente todos os prefeitos, como pudemos ver ao longo das páginas desse álbum, ainda não foi solucionado. Aliás, como diversos outros problemas históricos e estruturais do município e da cidade de Rio Branco. Mas, o prefeito Marcus Alexandre enfrentou com determinação e organização a alagação buscando minimizar o sofrimento das famílias desabrigadas e ao mesmo tempo oferecer serviços de saúde, lazer, cultura, esporte, cidadania, enfim, aos que estavam alojados no Parque de Exposições esperando que as aguas do rio Acre voltassem ao normal.

Prefeito Marcus Alexandre inspecionando os serviços de limpeza após a cheia do rio Acre. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Marcus Alexandre

02.01.2013 160

Prefeito

Recreação no Parque de Exposições para os desabrigados da alagacão do rio Acre. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Prefeito visita abrigados no Parque Exposição .Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Novos ônibus de Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

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Feira do Peixe realizada na CEASA Rio Branco.Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

C

om o propósito de estar com os cidadãos no “dia a dia” da cidade, Marcus Alexandre em pouco tempo mostrou a que veio. Logo nos primeiros dias de trabalho fez a “Operação Inverno” através da qual removeu mais de 16 mil toneladas de lixo e entulho de ruas e quintais, o que ajudou muito no combate à dengue. Conseguiu ampliar a oferta de médicos, consultas e exames nas unidades de atenção básica. Fez manutenção em 340

Projeto Cinema no bairro. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

abrigos de ônibus em toda a cidade. Intensificou a fiscalização para reduzir o transporte clandestino e recuperou ramais para possibilitar o escoamento da produção agrícola. Ainda nos 60 primeiros dias de gestão criou o Instituto de Previdência do Município de Rio Branco (RBPREV), a Secretaria de Esportes e a Secretaria de Articulação Comunitária para valorizar e ampliar o diálogo com o movimento comunitário. Vista da Praça Elzo Rodrigues, bairro do Bosque. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Feira de Artesanato de Economia Solidária.Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Nova sinalização do Terminal Urbano de Rio Branco. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Vista da Praça Elzo Rodrigues, localizada no bairro do Bosque. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Largada da corrida de rua Volta da Empresa. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Vista aérea do rio Acre cortando Rio Branco.Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

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Inauguração do Posto de Saúde do Bairro Tancredo Neves. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Atendimento do Saúde Intinerante. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Q

uem diria que a pequena Volta da Empreza iria se tornar essa cidade que soube ser grande. Mais do que de seus moradores, Rio Branco é a capital de todos os acreanos. Imensa responsabilidade porque se tornou exemplo para os outros municípios do Acre, bem como para muitas cidades do Brasil e do mundo, por ensinar como harmonizar a floresta com a vida na cidade. É que Rio Branco tem rumo. Com seus quintais, parques, ciclovias, praças e monumentos históricos nos enche de orgulho e aponta pro futuro.

Moradora com o título definitivo de lote de terra do bairro João Eduardo II. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Equipes formadas que disputão o Copão Comunitário no Arena da Floresta. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Abertura oficial do Copão Comunitário no Arena da Floresta. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB Lançamento do Projeto do Terminal de Integração. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

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Prefeito Marcus Alexandre traçou metas ousadas para sua gestão. Como a abertura de 5 mil vagas em creches e pré-escolas em quatro anos e a emissão de, pelo menos, 2 mil títulos de regularização fundiária, que é outro problema secular da cidade, em 2013. Além de dar especial atenção à prevenção e controle do risco de enchentes e deslizamentos, transporte e gestão municipal do trânsito, problemas que afetam o dia a dia de nossos cidadãos. Mostra, assim, que tem os pés no chão e está disposto a usá-los para caminhar por todas as ruas e bairros, ramais e colônias, praças e logradouros desse município. Pronto pra encarar todos os desafios que nos foram legados por nossa secular história. Mas, sem perder de vista a Rio Branco que queremos deixar para nossos filhos.

Vista interna do Mercado do Bosque reformado. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Inauguração do Posto de Saúde Mariano Gonzaga de Oliveira. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

Entrega da Praça do residencial Edson Cadaxo. Marcos Vicentti, ASCOM - PMRB

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este momento em que a prefeitura de Rio Branco festeja 100 anos de instalação, quero reafirmar nosso compromisso com o desenvolvimento da cidade das nossas vidas, das nossas histórias. Nas curvas e barrancos do nosso rio é possível visualizar o heroísmo dos desbravadores que, no fim do século XIX, avançaram pelas florestas e regiões inóspitas na busca de conquistar um local especial para todos os brasileiros. Foram muitas as lutas e conquistas até aqui. Diversas foram as pessoas que dedicaram suas vidas para que a nossa capital alcançasse o patamar de uma das cidades mais bonitas e promissoras da Amazônia.

O prefeito Marcus Alexandre está à altura de grandes gestores, assim como foram Jorge Viana e Raimundo Angelim, que tiveram gestões marcadas por ousadia e compromisso, assim como nosso herói Plácido de Castro, que foi autor do primeiro Plano Diretor do município. Vivemos um momento novo. Com parcerias, estamos fazendo investimentos nos setores produtivo e de infraestrutura para que nossa população viva num ambiente à altura do nosso tempo, do século XXI. Temos a consciência de que é necessário continuar avançando, para que, nos próximos 100 anos, haja mais e novos motivos para que a nossa e as futuras gerações possam comemorar. Tião Viana Governador

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO

GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

SENADO FEDERAL

A Rio Branco que vivemos Registro histório de 100 anos de Prefeitura Publicação da Prefeitura Municipal de Rio Branco e Gabinete do senador Jorge Viana. ORGANIZAÇÃO E TEXTOS - Marcos Vinicius Neves PESQUISA DE IMAGENS - Diana Dantas, Davi Barroso Jr. e Roberta Marisa REVISÃO DE TEXTOS - Eurilinda Figueiredo LAYOUT E DIAGRAMAÇÃO - MX Design | Raylson Pinguim



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