Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide Rehabilitated Buildings and Spaces 2.ª edição
Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
Ficha técnica Título
Guia de Arquitectura – Espaços e Edifícios Reabilitados 1ª Edição – Outubro de 2012 2ª Edição - Novembro de 2013
Autoria, Documentação e Organização de Conteúdos Traço Alternativo - Arquitectos Associados Nuno Campos e Patrícia Matos
Texto de Introdução Nuno Campos
Espaços e edifícios reabilitados – o que é o património e para que serve? Victor Mestre
Entrevistas
Álvaro Siza Vieira / Eduardo Souto Moura / João Mendes Ribeiro
Textos
A autoria dos textos das obras é por regra dos autores das mesmas, referenciada pelas iniciais do(s) autor(es) ou do gabinete. Os textos escritos pela Traço Alternativo estão referenciados por TA.
Tradução
Frederico Lima
Design Gráfico
Traço Alternativo - Arquitectos Associados Frederico Lima Design
Consultoria de Gestão
Value Added Partners, Consultoria Estratégica e Financeira
Produção
Traço Alternativo – Arquitectos Associados
Edição
Traço Alternativo – Arquitectos Associados eVida (marca registada da Vida Económica, Editorial, SA)
Impressão
Penagrafica – Artes Gráficas, Lda
Distribuição
Grupo Editorial Vida Económica Traço Alternativo – Arquitectos Associados
Depósito Legal n.º 367745/13
ISBN
978-972-788-624-1 Esta publicação não adoptou o novo acordo ortográfico.
Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
1974 - 2013 Aveiro Beja Braga Bragança Castelo Branco Coimbra Évora Faro Guarda Leiria Lisboa Portalegre Porto Santarém Setúbal Viana do Castelo Vila Real Viseu Açores - Região Autónoma dos Açores Madeira - Região Autónoma da Madeira
Traço Alternativo - Arquitectos Associados
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índice index
Introdução Introduction
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Espaços e edifícios reabilitados – o que é o património e para que serve? Rehabilitated buildings and spaces - what is heritage and what is it for?
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Entrevistas Interviews
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Aveiro
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Beja
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Braga
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Bragança
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Castelo Branco
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Coimbra
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Évora
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Faro
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Guarda
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Leiria
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Lisboa
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Portalegre
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Porto
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Santarém
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Setúbal
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Viana do Castelo
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Vila Real
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Viseu
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Açores - Região Autónoma dos Açores
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Madeira - Região Autónoma da Madeira
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índice | obras index | works
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índice | obras e autores index | works and authors
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créditos fotográficos photo credits
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contactos fotógrafos photographer contacts
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contactos marcas brand contacts
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Introdução
Esta publicação reúne cerca de 150 obras de edifícios reabilitados em Portugal. É possível afirmar que cada obra constitui um caso único, singular, com todas as suas especificidades, as suas vicissitudes e os seus momentos de plenitude. Mesmo existindo práticas tipificadas, metodologias e modelos teóricos semelhantes, um edifício antigo está sempre carregado de histórias, vivências e de fantasmas, de surpresas provocadas pelos vestígios encontrados. Da conjugação dos factores exógenos, às vezes de complicada gestão, com os endógenos são feitas escolhas, tomam-se opções, sendo o resultado sempre uma incógnita.
consideração de que cada caso é um caso, pois cada edifício tem a sua própria especificidade, isto sempre sem negligenciar uma importante componente, o seu passado. E, se a reutilização de um edifício pressupõe a incorporação de novos elementos, estes arquitectos procuram perceber de forma cuidada o modo das novas estruturas se conjugarem com as antigas. Por regra, a introdução dos novos elementos arquitectónicos assume o contraste linguístico/formal entre o velho e o novo, distanciando-se assim das posturas miméticas que tantas vezes desvirtuaram e falsificaram o legado histórico das gerações que nos antecederam.
Interessaram-nos sobretudo as intervenções de reabilitação mais complexas, aquelas que implicaram a reconversão ou adição de usos como meio de intervir no património construído, afastando-o do conceito objecto de mera contemplação parado no tempo, possibilitando assim a reutilização de antigas estruturas edificadas na sociedade actual.
Os defensores desta metodologia defendem intervir como sinónimo de (re)projectar, o que exige um questionamento crítico acompanhado de um rigoroso conhecimento histórico e arqueológico do edifício a transformar. Obriga a uma análise crítica para descobrir as qualidades a preservar e assim definir a estratégia de intervenção, que pode até passar pela não intervenção.
Intervir na arquitectura do passado sempre constituiu um tema apaixonante e de forte debate. Se até ao Renascimento as intervenções se sucederam sem grandes complexos, sem qualquer sensibilidade pelas preexistências, eram por regra resultantes da simples necessidade de actualização funcional, com o Renascimento aparece uma outra atitude de intervenção. É o primeiro período da história a fazer um esforço por estabelecer um cuidadoso diálogo entre a nova arquitectura e a arquitectura preexistente. Desde então sucederam-se várias correntes de pensamento, por vezes antagónicas. Formalizaram-se as Cartas do Restauro que estabeleceram bases doutrinárias, constituindo a “Carta de Veneza” (de 1964) um importante referencial ainda hoje válido em muitos dos seus princípios. Nas últimas décadas, pelas aceleradas e contínuas alterações do contexto económico e cultural, das necessidades de conforto e dos hábitos e estilos de vida, dos recursos técnicos e tecnológicos, as intervenções de reabilitação tornaram-se mais frequentes, até pelo estado de abandono a que esteve sujeito o nosso património. O trabalho dos arquitectos tem vindo a afunilar-se nessa direcção. E quando os projectos têm por base o património classificado, os defensores da mínima intervenção e aqueles que advogam o “restauro crítico”, apesar de no passado o debate ter sido mais crispado e fundamentalista, ainda conseguem gerar interessantes polémicas. A maioria das obras apresentadas nesta publicação pertencem aos arquitectos que defendem que o confronto com a necessidade de intervir terá de partir da
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Algumas das obras seleccionadas são referências nacionais, algumas são mesmo reconhecidas internacionalmente no campo da intervenção no património pela inovação da sua abordagem. Por se tratar de arquitectura, uma paixão sempre presente, e desta implicar a vivência dos espaços que define, decidimos realizar uma visita a cada obra seleccionada (1) no início do projecto (mais de duzentas), para assim melhor compreender o impacto e as relações estabelecidas entre o novo e o antigo, entre o edifício e a sua envolvente(2). Por fim, apelamos para a importância da reabilitação do património como instrumento para assegurar a manutenção da memória colectiva que importa transpor para as gerações futuras, implicando este desígnio um esforço consciente e responsável de todos os agentes, privados e públicos. Boas viagens! 1. As obras seleccionadas são essencialmente obras de equipamentos públicos por dois motivos: por um lado, pelo seu carácter de excepção e, por outro, por serem facilmente visitáveis pelo exterior e pelo interior. Foram também incluídas algumas obras privadas, cujo programa é sobretudo habitação, onde a possibilidade de serem visitadas exteriormente foi determinante e que resultaram da reutilização de edificações que possuíam antes outras funções. 2. As visitas implicaram um grande esforço, e consumiram inúmeros recursos que conjugados com os custos de edição tornam este projecto um enorme risco, até pelo facto de não haver qualquer tipo de apoio de entidades públicas ou privadas. Com a intenção de minimizar esse risco e de tornar esta edição uma realidade, fomos obrigados à inserção de alguns espaços publicitários de forma criteriosa.
Introduction
This publication brings together about 150 works of rehabilitated buildings in Portugal. One can say that each work is an unique case, singular, with all its specificities, its vicissitudes and its moments of plenitude. Although there are typified practices, methodologies and similar theoretical models, an old building is always full of stories, experiences and ghosts, of surprises caused by the traces found. From the combination of exogenous factors, sometimes complicated to manage, with the endogenous, choices are made, options are taken, the result being always unknown. What especially interested us were the most complex rehabilitation interventions, those that involved the reconversion or addition of uses as a mean to intervene in the built heritage, away from the concept of object of mere contemplation stuck in time, thus enabling the reuse of old built structures in today’s society. Intervening in the architecture of the past has always been a fascinating and strong debate matter. If until the Renaissance the interventions have succeeded without major complexes, without any sensibility by the pre-existence, were as a rule result of the simple need for functional updating, with the Renaissance appears a different intervention attitude. It is the first time in history to make an effort to establish a careful dialogue between the new architecture and the pre-existing architecture. Since then several lines of thought succeeded, sometimes conflicting. The Letters of the Restoration that established doctrinal bases were formalized, constituting the “Charter of Venice” (of 1964) an important reference still valid today in many of its principles. In recent decades, by the accelerated and continuous changes in the economic and cultural context, in the comfort needs and habits and lifestyles, in the technical and technological resources, the rehabilitation interventions became more frequent, even by the state of abandonment that our heritage was subjected. The works of the architects have been funnelling in that direction. And when the projects are based on the classified heritage, proponents of minimum intervention and those who advocate the “critical restoration”, although in the past the debate has been more crisped and fundamentalist, still manage to generate interesting controversies.
requires incorporating new elements, these architects seek to understand carefully how the new structures fit in with the old. By rule, the introduction of new architectural elements assumes the linguistic/formal contrast between old and new, thus moving away from mimetic postures that so often distorted and falsified the historical legacy of the generations that preceded us. The advocates of this approach argue to intervene as a synonym for (re) design, which requires a critical questioning together with a rigorous archaeological and historical knowledge of the building to transform. Requires a critical analysis to discover the qualities to preserve and thereby define the intervention strategy, which can even pass by the non-intervention. Some of the selected works are national references, some are even internationally recognized in the field of heritage intervention by the innovation of its approach. Because it is architecture, a passion ever present, and this involves the experience of the spaces that it defines, we decided to pay a visit to each selected work (1) at the beginning of the project (over two hundred), so as to better understand the impact and relationships established between the new and the old, between the building and its surrounding (2). Finally, we appeal to the importance of heritage rehabilitation as an instrument to ensure the maintenance of the collective memory that is important to transpose for the future generations, implying this intention a conscious and responsible effort of all agents, private and public. Happy travels! 1. The selected works are essentially works of public facilities for two reasons: on one hand, for their character of exception, on the other because they can be easily visited both from the exterior and the interior. Some private works were also included, whose program is mainly residential, where the possibility of being visited from the outside was determinant and that resulted from reuse of buildings that had other functions before. 2. The visits involved a great effort, and consumed countless resources that coupled with the costs of editing make this project a huge risk, given the fact that there was no support of any kind from public or private entities. Aiming to minimize this risk and make this issue a reality, we had to insert some advertising space judiciously.
Most of the works presented in this publication are of those architects who argue that the confrontation with the need to intervene must begin by considering that each case is unique, because each building has its own specificity, without ever neglecting an important component, its past. And if the reuse of a building
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Espaços e edifícios reabilitados – o que é o património e para que serve?
Rehabilitated buildings and spaces - what is heritage and what is it for?
O tempo é seguramente uma abstracção constante que nos envolve como um fluido mágico. É por isso um auspicioso e inquieto caleidoscópio, onde se espreitam, potenciam e revelam oportunidades, onde nos posicionamos no espaço por este regulado.
The time is certainly a constant abstraction that involves us like a magic fluid. It is therefore an auspicious and restless kaleidoscope, where one lurks, enhance and reveal opportunities, where we position ourselves in the space governed by it.
O tempo da nossa existência não deve ficar como que suspenso por imposição de um qualquer decretolei ou pelo conformismo de uma visão mesquinha, político-económica de um momento de crise, mergulhando-nos num estado ilusório e depressivo pois observamos a sua silenciosa e inexorável passagem sobre o património construído tal como o sentimos sobre todos os seres vivos.
The time of our existence should not be like suspended by imposition of any law decree or by the conformism of a petty vision, political and economic of a moment of crisis, plunging us into an illusory and depressive state because we observe its quiet and inexorable passage over the built heritage such as we feel about all the living beings.
O património enquanto coisa física dinâmica, tem efectivamente no tempo um dos mais delicados factores de perturbação e/ou de “salvação”. Esta circunstância só se percepciona por via do interesse do homem em se constituir no seu verdadeiro centro geográfico, enquanto agente de validação e regeneração, conjugando os factores culturais e tecnológicos que levam à sua permanência qualificada. Só o homem, sábio, dispõe de uma ética de intervenção também ela em movimento sobre o património e só ele o poderá reger, como uma partitura através de um conjunto alargado de intérpretes cujo desempenho confere sentido técnico e elevação estética a um ideal de beleza e bem-estar que transmitem. Cada unidade de tempo que nos alcança revela-nos o nosso posicionamento num determinado contexto ético e estético. Em consequência e face à elevada acumulação nos últimos dois séculos de tantos bens patrimoniais, quer em grandes unidades urbanas, edifícios notáveis como também em espaços públicos de sociabilização, que destino temos para eles na actualidade? Farão sentido ainda na nossa vida actual? Todos têm lugar? Temos critérios objectivos e subjectivos válidos para suportar uma escolha para a actualidade e para o futuro? Actualmente para sermos modernos temos de incorporar parte ou o todo antigo herdado? E com que critérios e expressões? O património humaniza a sociedade? Mas então o que é o património e que importância tem efectivamente nas nossas actuais vidas? Existe um ideal de património, só porque existe património? O património é a alma nostálgica do homem perante si próprio?
The heritage while a dynamic physical thing, has effectively in the time one of the most sensitive factors of disturbance and/or “salvation.” This circumstance is only perceived through man’s interest in being constituted in its true geographical centre, while validation and regeneration agent, combining the technological and cultural factors that lead to its qualified stay. Only man, wise, has an intervention ethic, also in motion over the heritage and only he can govern, as a score through a wide range of performers whose performance gives technical sense and aesthetic elevation to an ideal of beauty and welfare they express. Each time unit that reaches us reveals our position in a certain ethical and aesthetic context. As a result and given the high accumulation in the last two centuries of so many heritage assets, either in large urban units, notable buildings as well as socialization public spaces, what destination we have for them nowadays? Still make sense in our current life? Every one have a place? Have we valid objective and subjective criteria to support a choice for the present and for the future? Currently to be modern do we have to incorporate a part or the entire old legacy? And with what criteria and expressions? The heritage humanizes society? But then what is the heritage and what importance has effectively in our current lives? There is an ideal of heritage, just because there is heritage? Heritage is the nostalgic soul of the man before himself? Victor Mestre, architect
Victor Mestre, arquitecto
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Entrevista a: Álvaro Siza Vieira Eduardo Souto Moura João Mendes Ribeiro 1. O Arquitecto Lúcio Costa escreveu em 1972, num texto para ser apresentado numa conferência aos estudantes de arquitectura, que: “(…) arquitectura é coisa para ser sentida em termos de espaço e volume; arquitectura é coisa para ser vivida. (…)”. Visitar arquitectura acompanha o percurso do arquitecto, tanto como estudante como profissional. Continua a viajar para visitar arquitectura? Como prepara as suas viagens? ASV – Continuo a viajar ou a desejar viajar. Organizo-as de acordo com novos estímulos ou com antigos desejos a cumprir. ESM - Continuo a viajar e a programar viagens. Como agora tenho menos tempo, porque há menos trabalho em Portugal e mais fora, saio bastantes vezes e aproveito para fazer alguns desvios em relação à minha vida profissional. No mês de Setembro, fui a Harvard receber um prémio do Metro do Porto e aproveitei para ir ao Canadá ver o último projecto do Mies Van der Rohe em Toronto… que ainda me faltava ver. Quando digo “faltava ver”, é como fazer cruzes na parede…ainda faltam dois, agora já só falta um… Mas estou sempre a descobrir novos projectos. Faz parte dos meus objectivos aproveitar as viagens para visitar exclusivamente arquitectura. Muitas vezes programo viagens, uma tradição que tinha com o Siza, com o Távora e com outros arquitectos mas que entretanto foi desaparecendo - agora faço-o com os arquitectos italianos. Na Páscoa pensei ir à Turquia só para ver Arquitectura Grega e Helenística. JMR – Sim, viajo para visitar arquitectura. Preciso apenas de um pequeno caderno de desenho (igual ao caderno de desenhos do Le Corbusier), uma caneta “bic” e de uma fita métrica.
2. A necessidade de intervir no edificado tem acompanhado o arquitecto ao longo dos tempos. Processual e metodologicamente como é que aborda este tema? ASV – Procurando o equilíbrio justo em cada caso entre consolidação e inovação. ESM - Por causa da chamada “crise” e da saída das pessoas dos centros urbanos para a periferia por motivos económicos, cada vez a cidade histórica está
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mais desabitada e liberta de pessoas e os edifícios em maior estado de degradação. Portanto, cada vez mais o futuro da arquitectura e da profissão do arquitecto, pelo menos em Portugal, será redesenhar edifícios que já existem e não fazer de novo. Portugal é um dos países que tem mais casas per capita. Também é arquitectura, não é tão completa nem tão imaginativa mas é tão respeitável e tem as mesmas ou mais dificuldades. Não é por acaso que os honorários de projectos de restauro ou recuperação são 30% mais elevados do que os de projectos de raiz. Portanto, é reconhecido que não é fácil. JMR – As intervenções que temos realizado sobre o edificado, quase sempre em contextos com uma carga histórica forte, revelam uma complexidade que se afasta progressivamente do simples confronto entre o passado e o presente, expressando materialidades distintas, uma histórica e outra contemporânea. Os projectos que temos desenvolvido no Património construído baseiam-se, quase sempre, no princípio da mínima intervenção, utilizando a preexistência como matéria de projecto, explorando e potenciando as qualidades específicas de cada lugar. Tal como Miguel Ângelo dizia que a estátua está na pedra e o que o escultor faz é extrair algo que já lá está, nos edifícios que reabilitamos procuramos trabalhar a partir das preexistências (como se fosse trabalhar numa maqueta a tamanho real), fazendo “novo” e estabelecendo a síntese possível entre tradição e inovação. As características particulares reveladas no decorrer das obras são muitas vezes pretexto para uma inflexão no projecto, que as integra, de modo activo, no desenho do espaço. Nesse sentido, os projectos de reabilitação suscitam um desenho que deve estar disponível para o inesperado. A partir da leitura histórica dos edifícios, que atravessam o tempo, adoptamos procedimentos retroactivos que, de algum modo, anulam a separação entre as fases da concepção/construção. A arquitectura torna-se, assim, claramente processo. De forma paradoxal, reabilitar significa transformar. Nesse sentido, propomos uma intervenção intensiva em significado e conteúdo, sobrepondo ao existente valores actuais, de acordo com as novas necessidades. Contrariamente aos pressupostos que consideram que a arquitectura histórica é irrelevante como referência para os nossos padrões e necessidades actuais, utilizamos a preexistência como o ponto
de partida para o desenvolvimento do projecto, valorizando a leitura do edifício no seu todo, incluindo a nova intervenção e clarificando a sua evolução histórica.
3. Inserido nesta temática, qual foi o maior desafio que teve que enfrentar ao longo da sua carreira? Qual o projecto mais complexo que desenvolveu? ASV – Provavelmente o(s) projecto(s) da Avenida da Ponte no Porto. ESM - O projecto mais complexo… o que me fez sofrer mais, entre todas as temáticas, foi o Estádio de Braga. Tanto pelo arrojo da solução, como pelos custos e pelos contratempos que surgiram durante a construção. Tinha de ser inaugurado até ao último dia acordado, 31 de Dezembro de 2003, e foi precisamente inaugurado nesse dia. Era crucificado se aquilo não acontecesse, porque estava a ser atacado por todos os quadrantes. Lembro-me que, poucos dias antes da inauguração, a Visão trouxe um artigo a dizer: “Braga fora do Europeu”… eu ia morrendo. Portanto, esse foi o projeto que mais me custou. O mais complexo foi o Metro. Eu fiz as estações do Porto em situações e com sistemas construtivos muito diferentes. Uns por toneladora, outros a céu aberto, outros em círculo, originando linguagens e projectos completamente distintos. Também não foi fácil ter de coordenar 70 km de linha, nos quais eu não podia fazer tudo. Não podia e não devia - seria muito aborrecido, tanto para mim como para os outros, ter sempre a mesma mão. Digo coordenar, porque havia grandes limites de custo, nós arquitectos éramos subempreiteiros de um empreiteiro. Não podíamos decidir “eu gosto assim” e “eu quero assim”. Estávamos perfeitamente controlados em prazos e tempos, portanto a nossa atividade era muito disciplinada e rigorosa. Aprendi muito e correu bem, mas foi muito difícil, porque uma coisa era eu fazer e outra que os outros fizessem. Felizmente houve excepções: o Arq. Siza, na Estação de São Bento, pediu melhoria de materiais e esta foi-nos concedida. Porém, não deixou de ser preocupante, pois receei que os outros arquitectos também pedissem… seria o naufrágio completo.
onde optámos por demolir estruturas do séc. XIX, para responder melhor às novas necessidades e, simultaneamente, equilibrar os registos/marcas de diferentes épocas. No decorrer da obra, o projecto inicial foi profundamente reformulado, por forma a integrar os consecutivos achados arqueológicos e assim evidenciar a complexidade espacial do edifício. Os estudos arqueológicos testemunharam a ocupação dos Jesuítas que, no séc. XVI, faziam daquele espaço o refeitório, comprovando que o Laboratório Chimico não era uma construção de raiz com origem no séc. XVIII. De facto, a ala nascente ergueu-se a partir de estruturas do antigo refeitório do Colégio de Jesus, do qual se descobriram o púlpito e uma janela, que foram recuperados e reinterpretados no novo projecto. Nesse sentido, a demolição das estruturas do séc. XIX, recuperando a escala do espaço interno do séc. XVIII, permitiu integrar os elementos descobertos do séc. XVI, reforçando, assim, a coexistência de tempos históricos, com a preservação das respectivas marcas.
JMR – O projecto mais complexo de intervenção no Património foi o projecto de remodelação do Laboratório Chimico (2001-2006), em Coimbra,
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Interview with: Álvaro Siza Vieira Eduardo Souto Moura João Mendes Ribeiro 1. In 1972 the Architect Lúcio Costa wrote, in a text to be presented at a conference for architecture students, that: “(...) architecture is something to be felt in terms of space and volume; architecture is something to be lived. (...) “. To visit architecture follows the path of the architect, both as a student as a professional. Do you continue to travel to visit architecture? How do you prepare your travels?
increasingly, the future of architecture and the architect profession, at least in Portugal, will be to redesign buildings that already exist and not to do it new. Portugal is one of the countries that have more houses per capita. It is also architecture, is not as complete nor as imaginative but it is as respectable and has the same or more difficulties. It is no coincidence that the fees for restoration or recovery projects are 30% higher than the projects from scratch. Therefore, it is recognized that it is not easy.
ASV – I still travel or wish to travel. I organize them according to new stimulus or old desires to fulfil.
JMR – The interventions that we have been doing over the built, mostly in contexts with a strong historical burden, reveals a complexity that gradually moves away from the simple confrontation between past and present, expressing distinct materialities, one historical and the other contemporary. The projects that we have developed in the built Heritage are based, almost always, on the principle of minimal intervention, using the pre-existence as a project substance, exploring and enhancing the specific qualities of each place. As Michelangelo said that the statue is in the stone and what the sculptor does is to extract something that is already there, in the buildings that we rehabilitate we seek to work from the pre-existing (as if working on a full size maquette), making “new “and establishing the possible synthesis between tradition and innovation. The particular characteristics revealed in the course of the works are often a pretext for an inflection in the project, which integrates them, actively, in the space design. In that sense, the rehabilitation projects suggest a design that should be available for the unexpected. From the historical building readings that cross time, we adopt retroactive procedures that, somehow, nullify the separation between the phases of the design/ construction. The architecture becomes thus clearly a process. Paradoxically, rehabilitate means transforming. In this sense, we propose an intensive intervention in meaning and content, superimposing to the existent actual values, according to the new needs. Unlikely to the assumptions that consider the historical architecture irrelevant as reference for our standards and current needs, we use the pre-existence as the starting point for the development of the project, highlighting the building reading in its whole, including the new intervention and clarifying its historical evolution.
ESM - I continue to travel and to plan trips. As I now have less time because there is less work in Portugal and more outside, I go out plenty of times and I take the chance to make some deviations from my professional life. In September, I went to Harvard to receive an award from the Porto Metro and I took the opportunity to go to Canada to see the last Mies Van der Rohe project in Toronto ... that I was still missing to see. When I say “missing to see”, is like marking crosses on the wall ... there are still missing two, now only one missing... But I’m always finding new projects. It is part of my goals to use these trips to visit exclusively architecture. I programme trips many times, a tradition that I had with Siza, with Távora and other architects but which has been disappearing - now I do it with Italian architects. At Easter I thought about going to Turkey just to see Greek and Hellenistic architecture. JMR – Yes, I travel to visit architecture. I just need a small sketchbook (equal to the sketchbook of Le Corbusier), a “bic” pen and a tape measure.
2. The need to intervene in the built has followed the architect throughout the ages. How do you address this issue procedurally and methodologically? ASV – Seeking the right balance in each case between consolidation and innovation. ESM - Because of the so called “crisis” and the exit of people from the urban centres to the peripheries for economic reasons, the historic city is increasingly more uninhabited, released of people and the buildings in a greater state of degradation. So,
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3. Inserted in this theme, what was the biggest challenge faced throughout your career? What was the most complex project you developed? ASV – Probably the project(s) of the Avenida da Ponte in Porto. ESM - The most complex project ... the one that made me suffer more, among all subjects, was the Braga Stadium. Both by the boldness of the solution, as for the costs and the setbacks that emerged during the construction. It had to be inaugurated until the last day agreed, 31st of December 2003, and it was done precisely on that day. I would have been crucified if that did not happen, because I was being attacked from everywhere. I remember that a few days before the inauguration, the Visão magazine brought an article saying: “Braga outside the European” ... I was about to die. So this was the project that cost me more. The most complex was the Metro. I did the Porto stations in situations and with very different construction systems. Some with a tunnelling machine, others on open air, others in a circle, creating completely different languages and projects. It was also not easy to coordinate a 70 km line, in which I could not do everything. Could not and should not - it would be very boring, both for me and for the others, to always have the same hand behind it. I mean to coordinate, because there were major cost limits, we architects were subcontractors of a contractor. We could not decide “I like this way” and “I want this way.” We were perfectly controlled in deadlines and times, so our activity was very disciplined and rigorous. I learned a lot and it went well, but it was very difficult because one thing was that I do and the other that the others do. Luckily, there were exceptions: the architect Siza, in the São Bento Station, asked for materials of an higher standard and it was granted to us. However, it didn’t cease to be worrying because I feared that other architects would also ask for the same... it would be a complete shipwreck.
archaeological findings and thus evidencing the spatial complexity of the building. Archaeological studies witnessed the occupation of the Jesuits that, in the XVI century, used that space as refectory, proving that the Laboratório Chimico was not built from scratch in the XVIII century. In fact, the east wing rose from structures of the Jesus College ancient refectory, of which were discovered the pulpit and a window, which were recovered and reinterpreted in the new project. In this sense, the demolition of the XIX century structures, recovering the XVIII century internal space scale, allowed to integrate the elements discovered from the XVI century, thus reinforcing the coexistence of historical times, with the preservation of their marks.
JMR – The most complex project of intervention in Heritage was the remodelling project of the Laboratório Chimico (2001-2006), in Coimbra, where we have chosen to demolish structures from the XIX century, to better respond to the new needs, while simultaneously balancing the registers/marks from different eras. During the work, the initial project was profoundly reformulated in order to integrate the consecutive
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AVEIRO Centro Educativo dos Combatentes 2008 - 2012 | Ovar
Arquitectura | Architecture
Fátima Fernandes e Michele Cannatà - Cannatà & Fernandes
Localização | Location GPS. 40° 51.522’N | 8° 37.205’W
Largo dos Combatentes da Grande Guerra, Ovar
Visita | Visit
Interior Condicionado | Exterior Inside Conditioned | Outside
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O projecto, mantendo as relações do Edifício preexistente com a rua, acrescenta uma nova volumetria formalmente caracterizada por uma implantação geométrica de tipo curvilíneo capaz de construir as condições para o desenvolvimento do programa escolar e ao mesmo tempo reequilibra todas as linhas e ângulos do terreno. As diferentes funções articulamse em dois volumes (existente e novo) e caracterizam-se pelos diferentes objectivos arquitectónicos e pelas exigências do programa escolar para crianças dos três aos dez anos. No edifício antigo o pátio interior é recuperado assim como todos os elementos que caracterizam as fachadas. O volume novo caracteriza-se: a Sudoeste por uma fachada constituída por um sistema de lâminas que vão produzir uma variação no edifício associada ao jogo, à criatividade e ao rigor; a Nordeste por uma fachada curvilínea realizada em betão e sucessivamente isolada e revestida com azulejos. O uso de azulejos além de se constituir como um revestimento de carácter impermeável, pretende estabelecer uma relação de continuidade com uma técnica antiga bem dominada pela cultura construtiva de Ovar. FF/MC The project while maintaining the relations of the pre-existing building with the street, adds a new volumetry formally characterized for its curvilinear geometry able to build conditions for the development of the school program while rebalancing all the lines and angles of the terrain. The different functions are articulated in two volumes (old and new) and are characterized by different architectural objectives and school program requirements for children from the ages of three to ten years old. On the old building, the interior courtyard is recovered as well as all the elements that characterize the four façades. The new volume is characterized by: the Southwest by a façade comprising a blade system which will produce a variation in the building associated with games, creativity and rigor; the Northeast by a curvilinear façade built in concrete and insulated and covered with tiles. The use of tiles in addition to constitute a waterproof coating, seeks to establish a relation of continuity with an ancient technique well dominated by the constructive culture of Ovar.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
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Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
notas
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Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
notas
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BEJA Modernização da Escola D. Manuel I 2007 - 2009 | Beja
GPS. 38° 0.510’N | 7° 51.918’W
Arquitectura | Architecture
Francisco Amaral Pólvora, Bernardo Campos Pereira e José Amaral Pólvora - BFJ Arquitectos
Localização | Location
Rua de S. João de Deus, Beja
Visita | Visit
Interior Condicionado | Exterior Inside Conditioned | Outside
BER01
A Modernização da Escola Secundária D.Manuel I faz parte do programa de modernização das escolas do ensino secundário promovido pela Parque Escolar, EPE, e pode ser sintetizado nas seguintes operações: Remodelação dos edifícios existentes de forma a valorizar as suas qualidades espaciais e construtivas, garantindo a satisfação das actuais exigências de conforto, segurança e acessibilidade; Novo edifício laboratorial, implantado no terreno de forma a interligar o edifício principal existente com as antigas oficinas; Reformulação do antigo recreio coberto. Pela sua localização funciona como charneira entre os vários edifícios existentes criando um espaço coberto de carácter polivalente. Com uma luz natural difusa e variável consoante a inclinação dos diferentes módulos da cobertura em shed; Nova Biblioteca/Centro de Recursos. Junto ao recreio coberto, esta zona, pela quantidade de fluxos gerados e interligados pelo espaço central, vai funcionar como uma das zonas mais dinâmicas da escola. Novo campo de jogos coberto, incluindo instalações desportivas de apoio. A sua configuração procura proteger a zona desportiva dos ventos laterais e da exposição solar directa. BFJ The Modernization of the D.Manuel I Secondary School is part of the secondary schools modernization program promoted by Parque Escolar, EPE, and can be synthesized in the following operations: Refurbishment of the existing buildings in order to enhance their spatial and constructive qualities, ensuring that current demands of comfort, security and accessibility are met; New laboratory building, deployed on the terrain in order to link the existent main building with the old workshops; Recasting of the old covered playground. Due to its location serves as a hinge between the various existing buildings creating a multifaceted covered space. With a diffuse and variable natural light depending on the shed roof different modules slope; New Library / Resource Centre. Next to the covered playground, this area, by the amount of generated and interconnected flows by the central space, will work as one of the most dynamic areas of the school. New covered playfield, including support sports facilities. Its configuration seeks to protect the sports area from cross winds and direct sunlight.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction N Construção Nova | New Construction
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N
Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
notas
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Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
notas
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BRAGA Reconversão do Convento de Santa Maria do Bouro em Pousada
Arquitectura | Architecture
1989 - 1997 | Terras do Bouro
Amares, Terras do Bouro
GPS. 41° 39.570’N | 8° 16.257’W
Eduardo Souto Moura com Humberto Vieira
Localização | Location Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
BRR01
O projecto tenta adaptar, ou melhor, servir-se das pedras disponíveis para construir um novo edifício. Trata-se de uma nova construção, onde intervêm vários depoimentos (uns já registados, outros a construir) e não da reconstrução do edifício na sua forma original. Para o projecto as ruínas são mais importantes que o “Convento”, já que são material disponível, aberto, manipulável, tal como o edifício o foi durante a história. Não pretendemos com essa atitude construir uma excepção, procurando a originalidade do manifesto, mas sim cumprir uma regra de arquitectura, quase sempre constante ao longo do tempo. Durante o projecto o “desenho” tentou encontrar a lucidez entre forma e programa. Perante duas hipóteses, optámos por recusar a consolidação pura e simples da ruína para uso contemplativo, apostando por injectar materiais, usos, formas e funções “entre les choses” como dizia Corbusier. O “pitoresco” é uma fatalidade que acontece e não a vontade de um programa. ESM The project tries to adapt, or rather to make use of the available stones to make a new building. This is a new construction, in which several reports were involved (some already registered, others to build) and not the reconstruction of the building to its original form. For the project the ruins are more important than the “Convent” as they are available material, open, manipulable, as the building has been throughout history. We do not intend to build an exception with this attitude, looking for the manifesto originality, but rather to fulfill an architectural rule, almost constant throughout time. During the project the “drawing” tried to find the lucidity between form and program. Given two hypotheses, we chose to refuse outright consolidation of the ruin for contemplative use, betting on the injection of materials, uses, forms and functions “between les choses” as Corbusier said. The “picturesque” is a fatality that happens and not the will of the program.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
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BRAGA Adega Casa da Torre 2008 - 2009 | Vila Nova de Famalicão
Arquitectura | Architecture
Carlos Castanheira - Carlos Castanheira & Clara Bastai, Arqtos Lda
Localização | Location GPS. 41° 25.527’N | 8° 31.901’W
Rua Dr. Carlos Araújo Chaves nº50, Louro, Vila Nova de Famalicão
Visita | Visit
Interior Condicionado | Exterior Inside Conditioned | Outside
BRR05
...a ampliação limitou-se a acrescentar o necessário, respeitando o existente. A transformação começou na cobertura: de várias e complexas estruturas e planos, criou-se uma estrutura de duas águas. O vão transversal de 18 metros obrigou à introdução de pilares centrais, indesejados e indesejáveis, e, por isso, reduzidos ao mínimo. A estrutura de madeira lamelar é simples, apesar das quatro escoras que se abrem a partir de um pilar, ajudando as vigas de cobertura. Cabos de aço estabilizam as grandes forças horizontais produzidas pela estrutura e materiais de cobertura. No interior, os materiais foram escolhidos obedecendo a critérios de higiene, durabilidade e manutenção. Os pipos e dornas deram lugar a cubas de aço inox, alinhadas a rigor, de ventre abundante, umas cheias, outras prontas a receber o precioso néctar. Sobre o tanque de pedras de granito exterior, o volume do pequeno escritório está fora e dentro procurando a relação dos dois espaços. O acesso faz-se por uma escada também de madeira. Um passadiço elevado permite a circulação, ligando cotas do terreno exterior, a poente, e o piso do escritório... CC ... the expansion merely add the necessary, while respecting the existent. The transformation began in the roof: from multiple and complex structures and plans, we have created a gable roof. The transverse 18 meters span forced the introduction of central pillars, unwanted and undesirable, and therefore reduced to the minimum. The structure of laminated wood is simple in spite of the four struts that open up from a pillar, helping the roof trusses. Steel cables stabilize the large horizontal forces produced by the structure and covering materials. Inside, the materials were chosen according to criteria of hygiene, durability and maintenance. The casks and vats gave way to stainless steel vats, strictly aligned, with a plentiful belly, some filled, others ready to receive the precious nectar. Over the exterior granite stones tank, the volume of the small office is inside and outside seeking the relation between the two spaces. A wooden ladder makes the access. An elevated walkway allows the circulation, connecting the west exterior levels and the office floor...
Construção Existente | Existing Construction Construção Nova | New Construction
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BRAGA Arquitectura | Architecture
Laboratório da Paisagem 2010 - 2012 | Guimarães
Fátima Fernandes e Michele Cannatà - Cannatà & Fernandes
Localização | Location
Rua da Ponte Romana, Creixomil, Guimarães
Visita | Visit
GPS. 41° 26.336’N | 8° 19.204’W
Interior Condicionado | Exterior Inside Conditioned | Outside
BRR06
O edifício localiza-se, na Veiga de Creixomil no território de Guimarães numa área sensível de elevado interesse paisagístico, classificada como reserva ecológica nacional, a sudoeste do centro histórico da cidade de Guimarães. A visibilidade que o edifício tem desde a auto-estrada pressupôs o desenvolvimento de um conjunto de intervenções, que garantissem que este seja um elemento que se distingue no território. No interior valorizou-se o carácter espacial da tipologia fabril. Um espaço aberto, luminoso, preparado para receber os novos usos e exigências do programa funcional, através de uma simples mas rigorosa reabilitação. O conceito da intervenção passou por destacar a clara e rigorosa identificação dos diferentes tempos de intervenção de forma a não produzir ambiguidades ou a distorção na leitura da história do edifício. Assim os elementos em alvenaria de pedra foram recuperados e limpos, os volumes existentes em avançado estado de degradação assim como os volumes novos foram executados em betão branco aparente. Matérias diferentes para permitir uma leitura das modificações no tempo e no uso. FF/MC The building is located in the Veiga de Creixomil southwest from the Guimarães historic city center, in a sensitive area with an high landscape value, classified as National Ecological Reserve. The visibility that the building has from the motorway assumed the development of a set of operations, guaranteeing that the building stands out in the territory. Inside the main objective was to enhance the factory typology spatial character. An open space, luminous, ready to receive new uses and demands of a functional program, through a simple but rigorous rehabilitation. The intervention concept seeks to highlight the clear and accurate identification of the various intervention stages so as not to produce ambiguities or distortions of the building history. Thus the elements in stone masonry were recovered and cleaned, the existing volumes in an advanced state of decay and the new volumes were built in visible white concrete. Different materials to allow the changes in time and use reading.
Construção Existente Recuperada
N
Recovered Existing Construction
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BRAGAnça Centro de Arte Contemporânea Graça Morais 2002 - 2008 | Bragança
Arquitectura | Architecture Eduardo Souto Moura
Localização | Location
Rua Conselheiro Abílio Beça nº 105, Bragança GPS. 41° 48.360’N | 6° 45.376’W
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
BGR01
O Museu de Arte Contemporânea de Bragança consiste em: 1 – Construção de um edifício novo com uma nave de exposições temporárias, de 240,00m2 e uma altura de 8,30m, capaz de receber qualquer exposição com as condicionantes da legislação internacional. 2 – Recuperação do edifício, Solar Veiga Cabral, antigo Banco de Portugal, que receberá a exposição permanente no Piso 1. No r/c funcionará uma livraria, recepção e restaurante, bem como outros serviços adjacentes. 3 – Os dois volumes serão ligados por um novo corpo que responde ao programa proposto: a) Circulação entre exposições temporárias e permanentes; b) Programa complementar à actividade museológica. 4 – Após a reestruturação destes três volumes, restam espaços intersticiais que serão preenchidos do seguinte modo: - Rampa de acesso a camiões; - Pequeno pátio para estacionamento de carros; - Rampa pedonal, directa desde a Rua Emídio Navarro à esplanada do restaurante. 5 – Esta operação obriga ao arranjo conforme os materiais designados no projecto da Rua Emídio Navarro. Sem esta operação, o Museu não ficará integrado numa operação de requalificação urbana e será mais um objecto insólito. ESM The Bragança Museum of Contemporary Art consists of: 1 - Construction of a new building with a temporary exhibitions nave, of 240,00m2 and an height of 8,30m, able to receive any exhibition with the international legislation constraints. 2 - Recovery of the Solar Veiga Cabral building, former Banco de Portugal, which will receive the permanent exhibition on Floor 1. On the ground floor will work a bookstore, the reception desk and a restaurant, as well as other adjacent services. 3 – A new body that responds to the proposed program will links the two volumes: a) Circulation between permanent and temporary exhibitions; b) Supplementary program to the museological activity. 4 - After restructuring these three volumes, the remaining interstitial spaces will be filled as follows: Trucks access ramp; - Small courtyard for car parking; - Pedestrian ramp, directly from Emídio Navarro Street to the restaurant terrace. 5 - This operation requires the arrangement according to the materials designated in the project of the Emídio Navarro Street. Without this operation, the Museum will not be integrated into an urban renewal operation and will be another unusual object.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
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Castelo Branco Recuperação de Lagar de Varas e Arquivo Epigráfico 1995 - 1999 | Idanha-a-Nova
GPS. 39° 59.853’N | 7° 8.613’W
Arquitectura | Architecture
Alexandre Alves Costa, Sérgio Fernandez e José Luís Gomes - Atelier 15
Localização | Location
Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
CBR01
O Lagar de Varas de Idanha-a-Velha é um exemplar de arqueologia industrial que importa preservar, tanto mais que o seu estado inicial, muito degradado, não afectou o essencial da sua constituição. Propôs-se um restauro integral e rigoroso. Reconstruir, refazendo o irrecuperável, sem nenhum alindamento e no respeito total pelo seu valor documental. Tratou-se de um exercício radical de apagamento da arquitectura de autor. Não se desdenhou, evidentemente, o uso parcimonioso de tecnologias modernas para a consolidação ou reconstrução do existente, nem tampouco, se deixou de atender às questões de conservação ou do conforto. O espaço do lagar merece o silêncio e uma leitura parecida com a de alguns espaços sagrados, cuja forma, luminosidade e significado, tornam redundante qualquer explicação. Para arquivar as epígrafes romanas da antiga Egitânea, utilizando o espaço do logradouro, propôs-se a construção de um elemento exterior, em forma e materiais, objecto sem lugar. Trata-se de uma estrutura metálica, espécie de túnel iluminado zenitalmente, ao longo do qual se armazenam e observam as epígrafes, colocadas em prateleiras amovíveis. A15 The Lagar de Varas of Idanha-a-Velha is an example of industrial archaeology that is worth preserving, especially since its initial condition, very degraded, did not affect the substance of its constitution. It was proposed a full and strict restoration. Rebuilding, remaking the unrecoverable, without any embellishment and in full compliance with its documental value. This was an exercise of radical erasure of the Author Architecture. We did not disdain, of course, the parsimonious use of modern technologies for consolidation or reconstruction of the existent remains, nor, the issues of conservation or comfort were left to attend. The area of the oil-press deserves the silence and a reading like that of some sacred spaces whose shape, brightness and meaning, make redundant any explanation. To archive Roman epigraphs of the ancient Egitânea, using the courtyard area, we proposed the construction of an outside element, in form and materials, an object without place. It is a metallic structure, a kind of tunnel with zenithal illumination, along which are stored and observed the epigraphs, placed in removable shelves.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
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Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
notas
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Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
notas
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Coimbra Valorização do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha 2002 - 2008 | Coimbra
GPS. 40° 12.149’N | 8° 25.910’W
Arquitectura | Architecture
Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez com Luís Urbano - Atelier 15
Localização | Location
Rua das Parreiras, Coimbra
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
COR01
As questões essenciais colocadas prenderam-se com a musealização da Igreja e das ruínas, os critérios para o seu usufruto público, a conservação e restauro dos elementos descobertos e a descoberto. Libertou-se a Igreja dos elementos espúrios que prejudicavam a leitura do seu espaço e tornou-se mais confortável o pavimento nas áreas em que se encontrava perdida a sua integridade. Julgamos que uma obra arquitectónica, com carácter patrimonial, íntegra ou arruinada, deve ser visitada livremente, sem imposições de percursos que obriguem a visões parciais ou tenham implícitas interpretações não verificáveis senão por quem teve acesso a toda a informação. O edifício do museu funciona como uma espécie de remate sul da área da cerca. Implanta-se paralelamente à Igreja de Santa Clara, ocupando, na sua quase totalidade, a largura do terreno. O edifício não deverá competir nem “aproximar-se” do monumento, pelo que terá um carácter fortemente abstracto e unitário, anulando-se na transparência da sua fachada norte, transformando-se numa espécie de espelho da própria cena que observa. A15 The key issues raised were about the musealization of the Church and the ruins, the criteria for its public enjoyment, the conservation and restoration of the elements discovered and uncovered. Freed up the Church of the spurious elements that hampered the reading of its space and applied more comfortable pavement in areas where it had lost its integrity. We believe that an architectural work, with heritage character, preserved or ruined, must be visited freely, without imposed pathways that force to biased views or have implied not verifiable interpretations but for those who had access to all information. The museum building works as a kind of south finial of the fence area. Implanted parallel to the Church of Santa Clara, occupying almost entirely, the width of the field. The building shall not compete nor “approach” the monument, and therefore will have a strongly unitary and abstract character, nullifying itself on the transparency of its north façade, becoming a kind of mirror of the own scene that observes.
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Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
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Évora Remodelação do Colégio dos Moços da Sé de Évora para Museu de Arte Sacra de Évora
Arquitectura | Architecture
2005 - 2009 | Évora
Largo Marquês de Marialva, Sé de Évora, Évora
GPS. 38° 34.297’N | 7° 54.416’W
João Luís Carrilho da Graça
Localização | Location Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
EVR01
Construído no final do séc. XVII, o Colégio dos Moços de Coro da Sé de Évora terá sido inaugurado no início do séc. XVIII. Integrado num contexto de importação cultural promovida por D. João V, é seguido pela extinção da Universidade de Évora, iniciando um percurso de decadência que culmina no encerramento do Colégio, em 1835. No século XX, funcionou como colégio privado. A requalificação do Colégio dos Moços visou a sua adaptação a espaço museológico, através da recuperação do edifício, tratamento de patologias e atribuição de condições de habitabilidade e funcionalidade, adequando-o à função de Museu de Arte Sacra e mantendo a relação histórica com a Sé de Évora. Pretendeu-se integrar obras de Arte Sacra que, tanto pela sua proximidade física como histórica, poderão continuar integradas no percurso de visita à Sé, enquanto os edifícios mantêm a sua autonomia. O edifício desenvolve-se em três pisos, com planta em “L”, dispondo de entradas através do piso térreo e do pátio, no primeiro piso. JLCG Built in the late XVII century, the Colégio dos Moços do Coro da Sé de Évora has been inaugurated in the early XVIII century. Integrated within a context of cultural import promoted by D. João V, is followed by the extinction of the Évora University, starting a path of decline that culminates by the closure of the College in 1835. In the XX century, worked as a private school. The requalification of the Colégio dos Moços aimed its adaptation to museum, by restoring the building, by the treatment of pathologies and allocation of housing and functionality conditions, adapting it to the function of Museum of Sacred Art and maintaining the historical relation with the Sé of Évora. It was intended to integrate works of sacred art that, due to their physical and historical proximity, may still be integrated into the Cathedral visit path, while the buildings keep their autonomy. The building is developed in three floors, with an “L” shape plan, featuring entries through the ground floor and the courtyard on the first floor.
Construção Existente Recuperada
Recovered Existing Construction
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Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
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Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
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Faro Fortaleza de Sagres 1987 - 1997 | Vila do Bispo
Arquitectura | Architecture João Carreira
Localização | Location
Rua da Fortaleza, Sagres, Vila do Bispo GPS. 37° 0.086’N | 8° 56.868’W
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
FAR01
(...) Em Sagres contou-se o conto sem acrescentar um ponto. Isto é, a palavras gastas porque vazias, nada se acrescentou, traindo-se a oportunidade de, com justiça, se afirmarem convicções. (...) A “Rua” não era um monumento, porque os monumentos não se projectam. É o tempo que outorga o direito de o serem. Simbolicamente virada para o Brasil, era um percurso alternativo aos existentes no promontório e constituía o elemento lúdico do conjunto. Ladeada por muros em betão e pedra, estendia-se desde a “praça” provocada pela demolição parcial da Correnteza em finais dos anos cinquenta, pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, até quase à falésia. Dessas pedras surgiriam, como que por magia, as histórias das figuras que fizeram a nossa História. Cenograficamente iluminadas. Uma “câmara” quadrada, com uma ponte sobre um espelho de água, servia de acesso a este percurso. No espelho de água desenhámos duas fontes que simbolizavam valores que nos definiram noutros tempos (…). Democraticamente e por larga maioria, instruída por todo o lado com escuros poderes, decidiu-se pela não construção. (…) JC (…) In Sagres a story was told without gains. That is, to words worn because of their emptiness, nothing was added, betraying the opportunity to, justly, assert convictions. (…) The “Street” was not a monument, because monuments can’t be projected. It is time that grants their right to be. Symbolically facing Brazil, was an alternative route to the existing in the foreland and was the playful element of the set. Flanked by concrete and stonewalls, extended from the “square” caused by the partial demolition of the Correnteza in the late fifties, by the General Directorate for National Buildings and Monuments, until almost the cliff. Of these stones arised, as if by magic, the stories of figures that have made our history. Scenographically illuminated. A square “camera”, with a bridge over a water mirror, served as access to this route. In the water mirror we designed two fountains that symbolized values that have defined us in other times (...). Democratically and by a large majority, instructed everywhere with dark powers, it was decided the non-construction. (…)
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
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Faro Arquitectura | Architecture
Nuno Leónidas e Vasco Leónidas - NLA
Localização | Location
Edifício Habitacional em Lagos 2006 - 2010 | Lagos
Estrada da Meia Praia, Lagos
Visita | Visit Exterior Outside
GPS. 37° 6.713’N | 8° 40.361’W
FAR02
A concepção deste conjunto habitacional passou pela reabilitação de uma antiga Fábrica de tijolo que, com a respectiva chaminé, constituía uma memória de um passado recente da cidade de Lagos. Procurou reflectir uma forte unidade e identidade associada a uma imagem de contemporaneidade e elevada qualidade arquitectónica em consonância com o edificado já existente na Marina adjacente. Conciliando as características arquitectónicas da estrutura preexistente com as dos edifícios propostos de raiz, que adoptaram uma linguagem contemporânea e arrojada, buscou-se uma unidade e identidade através da utilização de materiais aplicados nos três blocos, nomeadamente o uso de elementos de cerâmica. A reabilitação da Fábrica foi efectuada através da manutenção das características essenciais do edifício, nomeadamente as suas reminiscências industriais, mantendo e recuperando, exteriormente, três das fachadas do edifício, e conservando a chaminé como elemento icónico do conjunto. No interior, o restauro parcial do antigo forno define e caracteriza as zonas de uso comum. Na reformulação da fachada principal pretendeu-se uma certa desmaterialização proporcionada pelo recuo do plano de fachada. NLA The concept of this housing project started by the rehabilitation of an old brick factory that, with its chimney, was a memory of a recent past of the city of Lagos. It sought to reflect a strong unity and identity associated with a contemporary and high architectural quality image in line with the existing buildings on the neighbouring Marina. Combining the architectural features of the pre-existing structure with the new proposed buildings, which adopted a bold and contemporary image, we sought a unity and identity through the use of materials applied in the three blocks, namely the use of ceramic elements. The rehabilitation of the factory was made through the maintenance of the essential characteristics of the building, including its industrial reminiscences, maintaining and recovering three of the building façades, and maintaining the chimney as an iconic element of the set. Inside, the partial restoration of the old furnace defines and characterizes the common use areas. In the reformulation of the main façade was intended a certain dematerialization provided by the retreat of the façade plan.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
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Guarda Consolidação e Valorização do Castelo de Trancoso 2005 - 2010 | Trancoso
Arquitectura | Architecture Gonçalo Byrne
Localização | Location
Castelo de Trancoso, Trancoso GPS. 40° 46.750’N | 7° 20.873’W
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
Esta intervenção tem como objectivo valorizar o Castelo de Trancoso, uma estrutura criada por volta de 960 A.C. e classificada pelo Governo como Monumento Nacional em 1921. O Castelo localiza-se no interior de Portugal, coroando a vila de Trancoso. Originalmente concebido como uma única torre de defesa, esta foi complementada por um perímetro fortificado, tornando-se uma estrutura geradora de tecido urbano. A proposta visa a criação de novas acessibilidades e a transformação da área interna do Castelo num espaço dinâmico e multifuncional. Para o efeito, foram introduzidos oito elementos arquitectónicos, com relação entre eles, formando em conjunto uma instalação subtil no espaço interior e no perímetro muralhado do Castelo. Cada um destes elementos terá um papel particular como parte de um todo que, no seu conjunto, age com autonomia formal e espacial, estimulando um diálogo silencioso entre a velha e a nova estrutura. GB
GUR01
This intervention aims to value the castle of Trancoso, a structure created around 960 BC and classified by the Government as a National Monument in 1921. The Castle is located in the interior of Portugal, crowning the village of Trancoso. Originally conceived as a single defence tower, this was complemented by a fortified perimeter, becoming a structure generator of urban fabric. The proposed project aims to create new accessibilities and the transformation of the castle inner area in a dynamic, multifunctional area. To this end, eight architectural elements were introduced, related between them, together forming a subtle installation in the interior area and in the walled perimeter of the Castle. Each of these elements will have a particular role as part of a whole which, together, acts with formal and spatial autonomy, encouraging a silent dialogue between the old and the new structure.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
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Leiria Intervenção na Torre de Menagem / Reorganização da Encosta do Castelo de Pombal 2000 - 2002, 2004 - 2011 | Pombal GPS. 39° 54.806’N | 8° 37.464’W
Arquitectura | Architecture
Luís Miguel Correia / Luís Miguel Correia, Nelson Mota, Susana Constantino - comoco arquitectos
Localização | Location
Castelo de Pombal, Pombal
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside O projecto teve como propósito converter a encosta do Castelo num espaço de renovada centralidade, permanecendo como valor identitário do território. Identificaram-se três áreas de intervenção, cada uma com desafios próprios. Na plataforma superior, a intervenção centrou-se na requalificação das estruturas existentes. Entre elas, a conservação do Castelo e das ruínas da Igreja de Santa Maria, a beneficiação dos acessos às duas entradas do recinto amuralhado, a criação de uma cafetaria e a requalificação dos arranjos exteriores. Na área envolvente ao cemitério, propôs-se um parque de estacionamento, incluindo áreas de serviço e a reestruturação da via de ligação à plataforma do Castelo. Finalmente, redesenhou-se uma rede de percursos pedonais que fortaleceram a relação entre o núcleo urbano e o Castelo. Através da implantação e do tratamento material, reconhecemo-los como elementos artificiais que estabelecem uma relação com o ambiente natural e com a presença histórica do Castelo. CA
LER01 I LER02
The project aimed to convert the slope of the Castle in a space of renewed centrality, remaining as a territory identity value. Three intervention areas were revealed, each one having its own challenges. In the upper platform, the intervention focused on the restoration of existing structures. Among them, the conservation of the Castle and the ruins of the Santa Maria Church, the improvement of the access to the two entrances of the walled enclosure, the creation of a cafeteria and the requalification of the exterior. In the area surrounding the cemetery, it was proposed a car parking, including service areas and the restructuring of the connection route to the Castle platform. Finally, a network of pedestrian routes that strengthened the relationship between the urban centre and the Castle was redesigned. Through the deployment and material treatment, we recognize them as artificial elements that establish a relationship with the natural environment and the historic presence of the Castle.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
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Lisboa Núcleo Sede do Museu Municipal de Vila Franca de Xira 1998 - 2002 | Vila Franca de Xira
Arquitectura | Architecture Cândido Chuva Gomes
Localização | Location
Rua Serpa Pinto, Vila Franca de Xira GPS. 38º 57.230’N | 8º 59.254’W
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
Dadas as características espaciais das edificações preexistentes, que impunham um universo variado de restrições à intervenção, considerou-se fundamental, face ao objectivo desta obra - a criação de um museu - propor profundas e radicais alterações à construção original e recorrer à adição de um novo volume em estrutura modular metálica, leve e transparente, a tardoz. A articulação entre estes dois elementos é feita por um espaço de transição, correspondente ao vazio entre eles configurado e tratado como se fosse um espaço público. A passagem para os restantes espaços do museu é feita através de um “biombo”, elemento este, que permite a configuração dos espaços, filtrando a luz, controlando os percursos e propiciando um novo significado ao antigo espaço de culto. CCG
LIR01
Given the spatial characteristics of the pre-existing buildings, which imposed a number of diverse restrictions on the intervention, it was considered essential towards the aim of this work - the creation of a museum - to propose deep and radical changes to the original construction and resort to the addition of a new volume in metallic modular structure, light and transparent, in the back of the set. The joint between these two elements is made by a transition space, corresponding to the void between them, set and treated like a public space. The passage for the remaining areas of the museum is made through a “folding screen”, element that allows the configuration of the spaces, filtering the light, controlling the paths and providing a new meaning to the old worship space.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
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Lisboa Arquitectura | Architecture Inês Lobo Arquitectos
Reutilização da Antiga Escola Apostólica da Ordem de S. João de Deus
Estrada do Telhal, Meleças, Sintra
2003 - 2009 | Sintra
Interior | Exterior Inside | Outside
GPS. 38º 48.422’N | 9º 18.441’W
Localização | Location Visita | Visit
A envolvente directa do edifício é composta, a norte por uma rua de acesso; a nascente por um jardim com uma área arborizada a preservar; a sul, por um terreiro limitado por um conjunto de edificações (antigos viveiros); e a poente, pela igreja principal. Retiram-se as construções anexas que não faziam parte da estrutura original da escola, limpam-se no interior as paredes divisórias obtendo um conjunto de grandes naves que se conectam, subtrai-se o piso superior do claustro. Adiciona-se uma varanda em madeira sobre o lado norte do claustro, 14 celas, uma capela, duas matérias, o branco que reveste todo o edifício, a madeira com a qual se constrói todo o sistema expositivo e mobiliário que configura os novos espaços dentro das novas naves. Construir este museu e residência implica a [re]utilização de um lugar que hoje não está preparado para este uso, o tempo retirou-lhe clareza. [Re]utilizar implica principalmente subtrair para encontrar uma estrutura clara que facilmente albergue estes novos usos. ILA
LIR02
The immediate surroundings of the building is made up of, to the north by an access road; to the east by a garden with a wooded area to be preserved; to the south, a yard bound by an ensemble of buildings (old vivariums); and to the west, by the main church. The annexes that were not part of the original construction were removed, the dividing walls were removed to obtain a set of large naves that are connected to each other, the upper floor of the cloister is removed. A wooden veranda is added to the north side of the cloister, 14 cells, a chapel, two materials, the white that covers the entire building, the wood with which the whole exhibition system and furniture is made which configures the new spaces within the new naves. Building this museum and residence implies the [re]utilization of a place that today is not prepared for that use, time has removed that clarity. [Re]utilizing mainly implies subtracting to find a clear structure that easily houses these new uses.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
GuiasdeArquitectura.com 117
Lisboa Farol Museu de Santa Marta 2003 - 2007 | Cascais
Arquitectura | Architecture Aires Mateus
Localização | Location
Avenida Rei Humberto II de Itália, Cascais GPS. 38° 41.468’N | 9° 25.323’W
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
Entre a terra e a água, ao longo de uma faixa de território em permanente mudança ao longo dos tempos, a intervenção humana tem sedimentado as mais variadas ocupações. Desde o século XVII até à actualidade, a sobreposição de diferentes vontades para este lugar, os recursos materiais e tecnológicos de cada momento, e a disponibilidade do património herdado, concorrem para uma sucessão de adaptações e de adições. Apesar disso, o conjunto engloba unidades arquitectónicas de leitura inequívoca, dispostas segundo princípios organizativos ainda bem claros. O estado de adulteração e decadência de uma parte do conjunto é resultado de um processo de selecção natural, que o projecto procura reverter em seu favor. Identificando os elementos de maior perenidade ou de maior carga poética, a proposta reconstrói com eles e a partir deles uma ordem primeira, que engloba a memória do tempo decorrido e viabiliza o novo uso. AM
LIR07
Stuck between land and water, along a strip of terrain under permanent change as times went by, human intervention has grounded its most varied settlements. From the XVII Century onwards the amassing of different plans for this place, the material and technological resources employed on each epoch and the convenience of the granted heritage concur to a series of conversions and extensions. Nevertheless the locale features architectonic units of unequivocal reading, disposed according to organizational principles still quite clear. The adulteration and decay of some of its parts is the outcome of a process of natural selection the project seeks to revert to its benefit. Singling out the elements of greater permanence or poetic value, the proposal rebuilds with them and from them a founding order, encapsulating the memory of the elapsed time allowing for its new usage as a museum of the lighthouse.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
124 GuiasdeArquitectura.com
Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
notas
152 GuiasdeArquitectura.com
Guia de Arquitectura Espaços e Edifícios Reabilitados Architectural Guide | Rehabilitated Buildings and Spaces
notas
GuiasdeArquitectura.com 153
Portalegre Plano Robinson - Projecto de Requalificação da Antiga Fábrica Robinson/Escola de Hotelaria de Portalegre 2003 - ... | Portalegre GPS. 39° 17.315’N | 7° 25.602’W
Arquitectura | Architecture
Eduardo Souto Moura e Graça Correia
Localização | Location
Fábrica Robinson, Largo do Jardim Operário, Portalegre
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
Partindo de um dos melhores exemplos contemporâneos de reabilitação de uma unidade industrial, a Fábrica Pompéia, em S. Paulo, pela arquitecta Lina Bo Bardi (1977), entendemos que conservar a memória histórica através do património é alimentar os sinais de identidade de uma cidade. O Plano proposto define a sua estratégia protagonizada pela abertura de um novo arruamento e introdução de praças, passeios e equipamentos, articulando os edifícios da Fábrica Robinson e o tecido urbano existente, marcado fisicamente pelo rasgamento na fachada correspondente à abertura da rua. Nesta primeira decisão estabelece-se um modelo de ocupação garantindo a sobrevivência da implantação original em coabitação com as sucessivas e necessárias ampliações, partindo de um princípio aditivo que ordena todo o conjunto industrial. Este, formado pelos edifícios já dispostos ao longo de uma espécie de caminho, configura agora uma nova relação com a envolvente mediante o seu cuidado desenho e a implantação estratégica dos novos edifícios da Escola de Hotelaria e Auditório, contribuindo para a definição clara de uma rua entendida na sua forma urbana. ESM/GC
PRR01
Our proposal takes as its inspiration one of the best contemporary examples of the rehabilitation of an industrial unit, the Pompeia Factory in São Paulo, by the architect Lina Bo Bardi (1977), we think that preserving the historic memory through heritage is enhancing the identity symbols of a city. The plan defines its strategy with the opening of a new “urban promenade” and by creating elements such as squares, paved areas and equipments allowing for the articulation of the Robinson buildings with the existing urban fabric, physically marked by the rip of the façade that corresponds to the opening to the street. In this first decision an occupation model was set that ensured the survival of the original display, living together with the needed expansions, starting from a adding principle that orders all the industrial complex. This one, formed by the buildings already deployed along a kind of path, configures a new relation with the surroundings by the carful design and strategic deployment of the new Hospitality School, which will contribute for the clear definition of the “urban promenade”.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction Construção Nova Proposta | New Construction Proposed
154 GuiasdeArquitectura.com
Porto Centro de Memória, Arquivo, Museu Municipal e Jardim de São Sebastião
Arquitectura | Architecture
2002 - 2008 | Vila do Conde
Rua 5 de Outubro, Vila do Conde
GPS. 41° 21.415’N | 8° 44.526’W
Manuel Maia Gomes
Localização | Location Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
O Centro de Memória está instalado na antiga Casa de S. Sebastião, a qual foi ampliada para receber as valências principais que compõem este equipamento: Arquivo, Museu Municipal e Jardim público. A área primitiva foi duplicada, passando a sua superfície total de 2.700m2 para 5.400m2. O edifício existente dedica-se à instalação do museu da Cidade. No novo corpo de betão armado foram instalados os depósitos de arquivo e as galerias de arte contemporânea. A distribuição e articulação entre os espaços antigos e os novos confere-se através do pátio, agora coberto com uma estrutura triangulada. O jardim foi configurado dentro do quintal do Solar, tendo-se procedido ao derrube do muro existente a poente, agora substituído por uma grade, em ordem a conferir transparência e proporcionar acessos alternativos à zona do Aqueduto de Santa Clara. Monumento que estrutura toda a zona Nascente da Cidade até ao limite Norte da área urbana. MMG
PTR01
The Memory Centre is housed in the former Casa de S. Sebastião that was expanded to receive the main valences that make this equipment: Archive, Municipal Museum and Public Garden. The primitive area was doubled, becoming the total area of 2.700m2 to 5.400m2. The existing building is dedicated to the installation of the City Museum. In the new reinforced concrete body were installed the archive deposits and the contemporary art galleries. The distribution and linkage between the old and new spaces is made across the courtyard, now covered with a triangulated structure. The garden was set inside the Manor backyard, having proceeded to the demolition of the west existing wall, now replaced by a railing, in order to bring transparency and provide alternative access to the area of the Santa Clara Aqueduct. It’s a Monument that structures the whole east area of the City until the northern limit of the urban area.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
164 GuiasdeArquitectura.com
Porto Arquitectura | Architecture Manuel Maia Gomes
Localização | Location
Galeria Solar S. Roque 2008 - 2011 | Vila do Conde
Rua do Lidador, Vila do Conde
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
GPS. 41° 21.130’N | 8° 44.551’W
O edifício existente estava abandonado há décadas. Cresciam no seu interior árvores de grandes dimensões, algumas enraizadas no topo das paredes de alvenaria de granito. Os materiais derivados da ruína, derrocada dos elementos construtivos, sobretudo as madeiras serviam de adubo à vegetação que cobria totalmente o lote. Os desígnios do projecto procuravam configurar na sua formulação a assunção da beleza da ruína, enquanto veículo identitário do projecto de recuperação. O programa funcional previsto para rés-do-chão foi facilmente ajustável para os pressupostos do projecto, orientado no sentido de integrar na recuperação, a imagem quase romântica da ruína tomada pela vegetação. O edifício comunica com a cidade através de janelas estrategicamente colocadas para enquadrar determinados pontos de vista dos monumentos do século XVI. A presença do vidro colorido ajuda a fazer a transição entre o antigo solar construído em granito e a escada de betão pigmentado. Ambos os materiais têm tratamentos inacabados, evidenciando a imperfeição da humanidade. O espaço com o vidro colorido ilumina a passagem que incorpora um espaço de exibição de arte. MMG
PTR02
The existing building was abandoned for decades. Growing inside large trees some rooted on top of granite masonry walls. The materials derived from the ruin, collapsed of its building elements, mainly the wood, served as fertilizer to the vegetation that covered the plot completely. The aim of the project sought to set in its formulation the assumption of the ruin beauty, while identity vehicle of the restoration project. The functional program planned for the ground floor was easily adjusted to the assumptions of the project, oriented towards incorporating in the rehabilitation, the almost romantic image of the ruin taken by the vegetation. The building communicates with the city through windows strategically placed to frame certain views of the XVI century monuments. The presence of coloured glass helps to make the transition between the old manor, built in granite and the pigmented concrete stairs. Both materials have unfinished treatments, evidencing the imperfection of humanity. The space with the coloured glass illuminates the passage that incorporates an art exhibition space.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
GuiasdeArquitectura.com 165
Porto Recuperação do Edifício da Alfândega do Porto 1993 - 1997 | Porto
Arquitectura | Architecture
Eduardo Souto Moura com Humberto Vieira
Localização | Location
Rua da Alfândega, Edifício da Alfândega do Porto, Porto GPS. 41° 8.603’N | 8° 37.276’W
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
“Arquitecturas para um Museu” Um Museu Nacional de Transportes precisa de uma grande área para ser instalado. Ao longo de dez anos, algumas salas do Edifício da Alfândega têm vindo a ser libertadas para o Museu. Uma grande área urbana envolve sempre o acordo entre múltiplas instituições. (...) As várias instituições envolvidas no projecto têm vindo a estabelecer uma estimativa orçamental faseada, para se poderem desbloquear algumas verbas comunitárias já atribuídas. Uma estimativa orçamental, precisa de um projecto global (...), que ainda não existe. Um projecto global precisa de um programa preliminar que está em concurso. Um programa preliminar precisa de um inventário das peças a expor e a usar, que se vai fazendo. Ao longo destes dez anos, o arquitecto executou o projecto definitivo de duas grandes salas e três instalações provisórias. (...) Outros projectos estão programados e a avançar. O arquitecto parte do princípio que um Museu destas dimensões (36.800 m2) será sempre um somatório de espaços desenhados ao longo do tempo e conforme as circunstâncias. (...) ESM
PTR22
“Architectures for a Museum” A National Museum of Transport needs a large area to be installed. Over ten years, some rooms of the Alfândega Building have been released to the Museum. A large urban area always involves the agreement between multiple institutions. (…) The various institutions involved in the project have been establishing a phased budget estimate, to be able to unlock some EU funds already assigned. An estimated budget needs a global project (...), that does not yet exist. A global project needs a preliminary program that is in competition. A preliminary program needs an inventory of the parts to exhibit and to use, which is being done. Over these ten years, the architect ran the final project of two large rooms and three provisional installations. (…) Other projects are scheduled and moving forward. The architect assumes that a museum of this size (36,800 m2) will always be a sum of spaces designed over time and according to circumstances. (…)
Construção Existente Recuperada
Recovered Existing Construction
188 GuiasdeArquitectura.com
Santarém Conservação e Restauro do Estúdio Fotográfico Carlos Relvas
Arquitectura | Architecture
2000 - 2003 | Golegã
Largo D. Manuel I, Golegã
GPS. 39° 24.149’N | 8° 29.336’W
Victor Mestre e Sofia Aleixo - VMSA arquitectos
Localização | Location Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
O Estúdio Fotográfico de Carlos Relvas localiza-se num ambiente de vila com forte ligação às actividades rurais. A sua presença insólita revelará igualmente o carácter do seu proprietário, uma figura invulgar na cultura novecentista portuguesa. O restauro do Estúdio decorreu após a estabilização de uma proposta de intervenção mínima devidamente suportada numa explícita ética de intervenção. O restauro implicou o desmonte, (para arquivo), de uma fase acumulativa (espaços recriados para habitação) e que, em nosso entender, era comprometedora do equilíbrio formal e funcional do edifício. Um meticuloso restauro em todas as partes construtivas do edifício devolveu-o ao seu esplendor original, constituindo hoje, pelo seu detalhe, silhueta e transparência, um objecto arquitectónico de invulgar expressão.Para assegurar um adequado funcionamento, em termos de visitas, construiu-se um novo núcleo de escadas associado ao Pavilhão do Jardim, que o liga subterraneamente ao Estúdio através de uma Galeria de Exposições Temporárias. Outro túnel técnico infra-estruturou minimamente o edifício existente. Esta [não] intervenção procurou reforçar a identidade do Estúdio Fotográfico de Carlos Relvas. VM/SA
SAR01
The Carlos Relvas’ Photographic Studio is located in a village atmosphere with strong links to rural activities. Its unusual presence also reveals the character of its owner, an unusual figure in the nineteenth century Portuguese cultural scene. The restoration of the Studio took place after the stabilization of a minimal intervention proposal adequately supported in an explicit intervention ethics. The restoration involved the dismantling, (to archive), of an accumulation phase (areas recreated for housing) and that, in our view, was compromising to the building formal and functional balance. A meticulous restoration of every constructive part of the building returned it to its original splendour and is now, by its detail, silhouette and transparency, an architectural object of unusual expression. To ensure a proper functioning, in terms of visits, was built a new core of stairs associated with the Garden Pavilion, which connects underground to the studio through a Temporary Exhibition Gallery. Another technical tunnel created a minimal infrastructure for the existing building. This [non] intervention sought to strengthen the identity of the Carlos Relvas’ Photographic Studio.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
202 GuiasdeArquitectura.com
Setúbal Remodelação e Ampliação da Escola Secundária Emídio Navarro 2008 - 2010 | Almada GPS. 38° 40.662’N | 9° 9.301’W
Arquitectura | Architecture
José Laranjeira - Oficina Ideias em Linha – Arquitectura e Design, Lda
Localização | Location
Avenida Rainha Dona Leonor, Almada
Visita | Visit
Interior Condicionado | Exterior Inside Conditioned | Outside A Escola Secundária Emídio Navarro, originalmente Escola Industrial e Comercial de Almada (1958), foi remodelada e ampliada no âmbito do programa Parque Escolar. Os edifícios existentes foram remodelados tendo em conta os sistemas construtivos existentes e as respetivas modulações estruturais, tendo havido um especial cuidado no reforço estrutural e incremento do grau antissísmico, sem desvirtuar o cinquentenário edifício. Nestas áreas estão instaladas as salas de aula e os serviços de secretaria e gestão da escola, bem como o centro de recursos e espaços de contacto com a cidade. As oficinas, laboratórios e salas TIC foram instaladas num novo edifício que alberga simultaneamente as salas de trabalhos e de descanso dos professores. O espaço original do ginásio foi mantido, tendo sido instalados à cota inferior os balneários. No edifício adjacente, com acesso dedicado, desenvolve-se a área do polidesportivo coberto, sob o qual se instalou a cantina, sala de alunos e espaços de apoio. É também nessa cota que se organizam os espaços desportivos exteriores e os espaços ajardinados e de estadia arborizados. JL
SER01
The Emídio Navarro Secondary School, originally Almada Industrial and Commercial School (1958), was remodelled and expanded under the Parque Escolar program. The existing buildings were remodelled taking into account the existing constructive systems and the respective structural modulations, having a special care in the structural strengthening and increasing of the earthquake protection degree, without misrepresenting the fiftieth anniversary building. In these areas are installed the classrooms, the school secretariat and management services, as well as the resource centre and spaces of contact with the city. The workshops, laboratories and TIC classrooms were installed in a new building that also lodges the teachers’ work and rest rooms. The original gym space was maintained, and the changing rooms were installed at a lower level. In the adjacent building, with its own access, develops the covered sports centre area, under which was installed the canteen, students room and support areas. It is also at this level that the outdoor sporting venues, the gardened and wooded rest spaces are organized.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
208 GuiasdeArquitectura.com
Setúbal Arquitectura | Architecture
Praça José Justino Lopes nº 1 e 3, Almada
Creche e Jardim de Infância da Ramalha (Prémio de Arquitectura Cidade de Almada 2008-2010)
Interior Condicionado | Exterior Inside Conditioned | Outside
GPS. 38° 40.254’N | 9° 10.057’W
Victor Mestre e Sofia Aleixo - VMSA arquitectos
Localização | Location Visita | Visit
2007 - 2010 | Almada
A secular Quinta da Ramalha, constituída por um pequeno conjunto arquitectónico de valor histórico/patrimonial, localizase numa área urbana consolidada resultante da extensão urbana da cidade de Almada nos anos 80/90 do século XX. A valorização desta Quinta em termos patrimoniais desenvolveu-se a partir do restauro da Capela e do edifício secular, que constituiu o âmago do projecto, porquanto veio a estabelecer a escala da intervenção. O novo edifício do Jardim de Infância procurou restabelecer, a Norte, a continuidade dos edifícios habitacionais preexistentes, estabelecendo a altimetria máxima. A Poente beneficiou da implantação de um pequeno edifício em betão branco a mediar o conjunto com o edifício histórico. Este introduziu a “escala e o imaginário da criança” ao propor um volume, cuja espacialidade nos remete, através do tecto alto, para os contos infantis. O novo edifício a Norte face à urbanidade em presença procura citar expressões da cidade e da arquitectura modernista. Todo o conjunto se desenvolve em redor de um pátio, de modo a libertar o edifício da Quinta. VM/SA
SER02
The secular Ramalha Farm, consisting of a small architectonic set of historical/heritage value, is located in a consolidated urban area resulting of the Almada city extension in the 80s/90s of the XX century. The valorization of this Farm in heritage terms developed from the restoration of the Chapel and the secular building, which was the heart of the project, because it came to establish the scale of the intervention. The new building of the kindergarten sought to restore to the north, the continuity of the pre-existing residential buildings, establishing the maximum altitude. To the West benefited from the deployment of a small white concrete building mediating the set with the historical building. This introduced the “scale and the imaginary of the child” by proposing a volume, whose spatiality takes us, through the high ceiling, to the children stories.The new building to the north in the face of the urbanity in presence seeks to quote expressions of the city and modernist architecture. The entire set is developed around a courtyard, in order to release the Farm building.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
GuiasdeArquitectura.com 209
Viana do Castelo Clubhouse do Golf de Ponte de Lima
Arquitectura | Architecture
1993 - 1995 | Ponte de Lima
Jean Pierre Porcher, Margarida Oliveira e Albino Freitas Topos Atelier de Arquitectura
GPS. 41° 45.088’N | 8° 34.424’W
Campo de Golfe de Ponte de Lima, Quinta de Pias, Fornelos, Ponte de Lima
Localização | Location Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside No terreno, uma parede de xisto fortemente desaprumada, uma escada e uns anexos em ruína invadidos pela vegetação... O programa impõe: restaurante, bar, salões, loja, escritórios para a administração, balneários e garagem para “Buggies”. ... Ultrapassar a imagem estereotipada do “Clubhouse” convencendo com imagens de obras do F. L. Wright, de R. Neutra e de C. Scarpa... Tirar proveito do material disponível “in situ”, o xisto, para erguer novos planos em alvenaria de pedra... Juntar os planos dispersos desenhando as articulações com o betão e o ferro... Mobilar “les bons coins” com pormenores preciosos no desenho... Diluir o contacto com o horizonte pela dinâmica das coberturas... Regular diafragmas, transparências, para enquadrar um sobreiro e uma oliveira e do interior deixar espreguiçar-se o horizonte... T
VCR01
On the terrain, a strongly decayed schist wall, a stair and some ruined outbuildings overrun by the vegetation ... The program imposes: restaurant, bar, lounges, shops, offices for administration, bathhouses and a garage for “Buggies”. ... Overcoming the stereotypical image of the “Clubhouse” convincing with images of F.L. Wright, R. Neutra and C. Scarpa works ... Taking advantage of the available material “in situ”, the schist, to erect new plans of stone masonry ... Join the dispersed plans by designing the joints with concrete and iron ... Furnish “les bons coins” with precious details in the design ... Dilute the contact with the horizon through the dynamic of the covers ... Adjust diaphragms, transparencies, to frame a cork oak and an olive tree and from the interior let the horizon to stretch out ...
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
216 GuiasdeArquitectura.com
Vila Real Museu do Douro 2006 - 2008 | Peso da Régua
Arquitectura | Architecture
Duarte Cunha - R+D arquitectura
Localização | Location
Rua Marquês de Pombal, Peso da Régua GPS. 41° 9.670’N | 7° 47.429’W
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
O conjunto da intervenção procura redesenhar frente urbana, através da continuidade do portão de quinta, e das diferentes “varandas” que pousam sobre o rio, tal como os socalcos da vinha, numa alusão ao Douro vinhateiro. A proposta contempla dois tipos de intervenção: Um, a reabilitação e ampliação do edifício principal para a instalação da área de exposições, área administrativa, serviços, restaurante e wine bar/café concerto; O outro, um edifício novo destinado a área de serviços educativos, e dois pisos destinados a estacionamento. No edifício existente optou-se pela recuperação dos elementos construídos, sistemas construtivos e materiais existentes de acordo com a imagem actual; sendo o corpo novo um elemento revestido a ardósia preta de modo a que se entenda como um elemento neutro. A planta do edifício permite uma distribuição funcional prática e clara. Esta simplicidade obtém-se através de um elemento central: a sala de exposições, que articula em seu redor os diferentes espaços que compõem este projecto e o respectivo programa base. DC
VRR01
The whole intervention seeks to redesign urban front, through the continuity of the Farm’s gate, and the various “balconies” that land over the river, such as the vineyard terraces, in an allusion to the Douro wine region. The proposal covers two kinds of intervention: One, rehabilitation and expansion of the main building for the installation of the exhibition area, administrative area, services, restaurant and wine bar/ cafe concert. The other, a new building for the Educational Services area and two floors for parking. In the existing building it was decided to recover the built elements, building systems and existing materials according to the present image; being the new body an element coated in black slate so that it is understood as a neutral element. The building plan allows a practical and clear functional distribution. This simplicity is achieved through a central element: the exhibition room, which articulates around it the different spaces that make up this project and its base program.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
222 GuiasdeArquitectura.com
Vila Real Arquitectura | Architecture Francisco Vieira de Campos
Localização | Location
Remodelação e Ampliação da Adega Quinta do Vallado 2007 - 2011 | Peso da Régua
Quinta do Vallado, Vilarinho dos Freires, Peso da Régua
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
GPS. 41° 9.592’N | 7° 46.069’W
Num território único e deslumbrante como o Douro, qualquer intervenção teria que ser cirúrgica e esse foi o primeiro desafio – respeitar a paisagem sem deixar de afirmar a identidade distintiva do projecto. Cada gesto teria que ser incisivo, adequando-se ao programa e conquistando uma expressividade que valorizasse tanto o edificado como a paisagem onde seria inserido. O projecto de expansão da Quinta do Vallado incluiu duas vertentes ligadas ao vinho – produção e lazer – e um desafio suplementar: manter e integrar as edificações preexistentes num novo conjunto de linguagem marcadamente contemporânea, sublinhando mas reconvertendo o elevado valor patrimonial original. A unificação de todos estes propósitos não dispensou um enorme e obrigatório rigor técnico e a precisão própria da simplicidade, tanto nos materiais como nas formas, assegurando um impacto mínimo na paisagem mas usando a mesma economia de meios na concepção de espaços de forte plasticidade. A sedução do visitante foi sempre parte deste jogo. FVC
VRR02
In an unique and stunning territory as the Douro, any intervention would have to be surgical and that was the first challenge - to respect the landscape without ceasing to assert the distinctive identity of the project. Every gesture had to be incisive, adapted to the program and gaining expressiveness that valued both the built as the landscape where it would be inserted. The expansion project of the Quinta do Vallado included two aspects connected to the wine - production and leisure - and an additional challenge: to maintain and integrate the pre-existing buildings in a new set of distinctly contemporary language, emphasizing but converting the original high Heritage value. The unification of all these purposes do not dispensed an enormous and mandatory technical rigor and the accuracy of simplicity itself, both in materials as in the forms, ensuring a minimal impact on the landscape but using the same economy of means in the creation of spaces of strong plasticity. The seduction of the visitor was always part of this game.
Construção Existente | Existing Construction Construção Nova | New Construction
GuiasdeArquitectura.com 223
Viseu Remodelação do Museu Grão Vasco 1993 - 2004 | Viseu
Arquitectura | Architecture Eduardo Souto Moura
Localização | Location
Paço dos Três Escalões, Viseu GPS. 40° 39.608’N | 7° 54.683’W
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside
Sendo o Museu Grão Vasco um edifício singular e emblemático da Cidade de Viseu, pretendemos manter o mais possível a sua identidade exterior, mas acontece que alguns elementos têm de ser rectificados. O redesenho da caixilharia em latão oxidado, para receber vidro duplo, permitirá melhorar as condições térmicas. A actual caixilharia de madeira, além do seu mau estado de funcionamento, é contranatura na sua modulação. Para que o efeito de “buraco” dos vãos, não afectasse a escala maciça do edifício, propomos sombreamento por telas no interior. A cobertura, em lajes de betão revestidas a telha pintada, será demolida e substituída por uma estrutura metálica com “roofmate”, isolamento térmico e recoberta a cobre castanho (com fósforo). Há um mistério no edifício: não há escada. A construção de uma escada nova que permita um acesso claro desde a entrada aos restantes pisos, está incluída num corpo novo, que o pátio vai receber. Os materiais usados, são idênticos aos existentes, havendo apenas uma diminuição de escala. ESM
VSR01
Being the Grão Vasco Museum an unique and emblematic building of the Viseu City, we intend to maintain as much as possible its outside identity, but it turns out that some elements have to be rectified. The redesign of the oxidized brass frames to receive double-glazing, will improve the thermal conditions. The existing wooden frames, in addition to its malfunctioning is unnatural in its modulation. So that the “hole” effect of the spans, did not affect the massive scale of the building, we propose shading screens inside. The coverage, in concrete slabs covered with painted tile, will be demolished and replaced by a metal structure with “roofmate”, thermal insulation and covered with brown copper (with phosphorus). There is a mystery in the building: there is no stairs. The construction of a new staircase that allows a clear access from the entrance to the remaining floors is included in a new body that the courtyard will receive. The materials used are the same as those existent, there is only a scale reduction.
Construção Existente Recuperada
Recovered Existing Construction
230 GuiasdeArquitectura.com
Açores Remodelação do Teatro Micaelense 2002 - 2005 | São Miguel
GPS. 37° 44.508’N | 25° 39.948’W
Arquitectura | Architecture
Manuel Salgado, Tomás Salgado, Carlos Cruz e Cristina Picoto - Risco
Localização | Location
Largo S. João, Ponta Delgada, São Miguel
Visita | Visit
Interior | Exterior Inside | Outside O Teatro Micaelense de Ponta Delgada foi projectado por Rodrigues de Lima (autor do Monumental e Cinearte, em Lisboa). O projecto de recuperação pretendia transformar o edifício num Centro Cultural para congressos, espectáculos e exposições, mantendo intacto o espírito do edifício. Reorganizou-se o espaço, alterando a compartimentação; dotou-se a sala de sistemas modernos de arquitectura de cena; refizeram-se os sistemas de infra-estruturas e os acabamentos. O exterior do edifício foi restaurado conforme o original com excepção do aumento da caixa de palco. R
AZR01
The Micaelense Theatre in Ponta Delgada was designed by Rodrigues de Lima (also the author of the Monumental and Cinearte buildings in Lisbon). The idea behind the restoration project was to turn the Theatre into a Cultural Centre for congresses, performances and exhibitions, while maintaining its original spirit intact. The space was reorganised by changing the way it is divided up; the hall was equipped with modern architectural stage systems; and the infrastructure systems and finishings were replaced. The outside of the building was restored to the original design, except for the fly tower, which was made bigger.
Construção Existente Recuperada | Recovered Existing Construction Construção Nova | New Construction
238 GuiasdeArquitectura.com
Madeira Forte do Funchal 2006 - 2007 | Madeira
Arquitectura | Architecture
Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro
Localização | Location
Ilhéu de Nossa Senhora da Conceição, Funchal GPS. 32° 38.462’N | 16° 54.965’W
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Interior | Exterior Inside | Outside
O Forte de Nossa Senhora da Conceição viveu sempre sob os signos da permanência e da mudança. Primeiro foi rochedo no mar, depois base de fortim, cresceu para fortaleza, tornou-se pretexto de cais, foi perfurado por um túnel, teve usos militares, marítimos e portuários, foi restaurante e discoteca… E quis ser agora lounge, espaço de encontro e de actividades culturais. Novos volumes, claramente contemporâneos, respeitando a Carta de Veneza, integram uma complexa estrutura em aço, simplesmente assente na esplanada do forte, forrada a madeira e viroc. Independentemente dos desejos de uma perenidade que sabemos afinal ser sempre provisória, importa que saibamos, em cada época ou momento, interpretar o legado histórico no qual intervimos, no sentido de, com ele, conferirmos substância e credibilidade formal ao gesto programático de um novo tempo. Sujeito à nova intervenção, o Forte continua o mesmo. Altivo e destacado como o primitivo rochedo. A resistir ao tempo, a incorporar tranquilamente os impactos e as mudanças, já não das vagas mas dos tempos. Como sempre. Mudando e permanecendo. CG/LSC
MAR01
The Fort of Nossa Senhora da Conceição has always lived under the signs of permanence and change. First it was a rock in the sea, then base of a small fort, grew to fortress, became pretext for a pier, was drilled by a tunnel, had military, maritime and harbour uses, it was restaurant and nightclub ... And now meant to be a lounge, meeting place and for cultural activities. New volumes, clearly contemporary, respecting the Charter of Venice, integrate a complex steel structure, simply resting on the esplanade of the fort, lined with wood and viroc. Regardless of the wishes of a perpetuity that we know after all to be always temporary, matters that we know, in every era or moment, to interpret the historical legacy in which we work, in order to, with it, give substance and formal credibility to the programmatic gesture of a new era. Subject to the new intervention, the Fort remains the same. Proud and highlighted as the primitive rock. Resisting the time, incorporating smoothly the impacts and changes, no longer of the waves but of time. As always. Changing and staying.
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