FES VAIS GIL VICEN
TEATRO CONTEMPORÂNEO GUIMARÃES
TI
TE
Festivais Gil Vicente 2017
Quinta 01 / 21h30 CCVF / Pequeno Auditório Preço dos espetáculos 7,50 eur / 5,00 eur c/d Assinatura Festivais Gil Vicente 2017 25,00 eur (acesso a todos os espetáculos) Preço Especial Alunos de Escolas de Artes Performativas 4,00 eur Preços com desconto (c/d) Cartão Jovem Menores de 30 anos e Estudantes Cartão Municipal de Idoso Reformados e Maiores de 65 anos Cartão Municipal das Pessoas com Deficiência Deficientes e Acompanhante Sócios do CAR – Círculo de Arte e Recreio
GEOCIDE [ESTREIA]
CÁTIA PINHEIRO E JOSÉ NUNES
P.06
Cartão Quadrilátero Cultural_desconto 50% Venda de bilhetes oficina.bol.pt www.ccvf.pt Centro Cultural Vila Flor Plataforma das Artes e da Criatividade Multiusos de Guimarães Casa da Memória Lojas Fnac El Corte Inglés Worten Entidades aderentes da Bilheteira Online
Toda a informação em www.ccvf.pt
Quinta 08 / 21h30 PAC / Black Box
HENRIQUE IV PARTE 3 JACINTO LUCAS PIRES
Atividades Paralelas
P.18
29 Maio a 10 Junho · Vários locais
GANGUE DE GUIMARÃES 1º ENCONTRO RESIDÊNCIA ARTÍSTICA, OFICINA DE DRAMATURGIA, DEBATES, ENSAIOS ABERTOS
P.12
Festivais Gil Vicente 2017
Sexta 02 / 21h30 CCVF / Grande Auditório
Sábado 03 / 21h30 CCVF / Pequeno Auditório
DESPERTAR DA PRIMAVERA, UMA TRAGÉDIA DE JUVENTUDE
OS PESCADORES JOÃO SOUSA CARDOSO
P.10
TEATRO PRAGA
P.08 Sexta 09 / 21h30 Espaço Oficina
Sábado 10 e Domingo 11 / 22h00 Casa da Memória / Pátio
ELA DIZ
ÁLBUM DE FAMÍLIA
[ESTREIA]
TEATRO DA GARAGEM
P.14
[ESTREIA]
TEATRO OFICINA ISABEL COSTA E TÂNIA DINIS
P.16
Festivais Gil Vicente 2017
In a year in which we take a more profound look at the work of playwright Raul Brandão, who rightfully deserves to be included at this year’s Gil Vicente Festivals, we are examining a new logic of the relationships surrounding his work in our desire to detect and to valorize the existing talent in Guimarães which has emerged over the years. We are not straying outside the identity-
Fishermen”) brought to the stage by João
forming lines which have served to define
Sousa Cardoso, we will present three
our fundamental matrix – our emphasis
shows, each one enjoying its premiere
on new playwriting and the rereading of
(“Geocide”, “Ela Diz” [“She Says”] and
fundamental texts – but beginning with
“Álbum de Família” [“Family Album”])
this edition, our ambitions are turning
and then the return of Teatro Praga with
(as well) to strengthening the Gil Vicente
“Despertar da primavera, uma tragédia
Festivals as a body of work that regularly
de juventude”, based on José Maria Vieira
generates new ideas.
Mendes’ translation of the play “Spring
Thus, we have taken the idea born at
Awakening, a Tragedy of Childhood” writ-
the Teatro Oficina – to convene ‘The
ten by Frank Wedekind. And we round
Guimarães Gang’ – and have launched
things off with “Henry IV, Part III” by
an artist-in-residence based on 2 areas:
Jacinto Lucas Pires. This year’s edition
training in dramaturgy and the identifica-
seeks to put special privileged impor-
tion of the creative potential of the mem-
tance on a certain closeness between
bers of the group participating in this resi-
the audience and the artists in addition
dency. This is an activity to be included in
to selecting some fairly unconventional
the Festivals for future years.
stage settings, ones which demonstrate
On the playbill, in addition to Raul
that theatre can take place practically
Brandão’s work “Os Pescadores” (“The
anywhere. Rui Torrinha
Em ano marcado por olhar profundo à obra de Raul Brandão, que também se fará sentir nesta edição, os Festivais Gil Vicente propõem uma nova lógica de relação com o que está à sua volta ao pretender detetar e valorizar o aparecimento do talento territorial existente. As linhas identitárias mantêm-se enquanto base matricial – novas dramaturgias e releituras de textos essenciais – mas, a partir desta edição, ambicionamos (também) tornar os Festivais Gil Vicente num corpo de trabalho regular e gerador de novas ideias. Lançaremos, assim, a partir de uma ideia nascida no seio do Teatro Oficina – o Gangue de Guimarães – uma residência artística assente em 2 vetores: formação dramatúrgica e identificação do potencial criativo dos elementos do grupo entretanto constituído. Uma atividade a integrar nos Festivais, para os anos seguintes.
Sobre o elenco, para além da obra de Raul Brandão, “Os Pescadores”, levada a palco por João Sousa Cardoso, encontraremos 3 peças em estreia (“Geocide”, “Ela Diz” e “Álbum de Família”) e o regresso do Teatro Praga com “Despertar da primavera, uma tragédia de juventude”, a partir da tradução de José Maria Vieira Mendes para o texto de Frank Wedekind. E ainda “Henrique IV parte 3”, de Jacinto Lucas Pires. Uma edição que procura privilegiar uma certa proximidade entre o público e os artistas, para além de propor palcos pouco convencionais. Caso para demonstrar que o teatro pode acontecer em qualquer lugar. Rui Torrinha
GEO CIDE Tudo começou com o nosso fascínio pelo conhecimento (quase inútil) de curiosidades geográficas. No entanto, sabermos de cor os nomes de todos os países e respetivas capitais não seria à partida material suficientemente interessante para se criar um espetáculo, e como a dimensão cromática de cada bandeira esconde uma história (figuras, guerras, conquistas, tragédias...), decidimos ir mais além. Hoje em dia não é muito difícil sabermos que Alepo é uma cidade do norte da Síria, ou que Molenbeek é um bairro de Bruxelas. Interessava-nos questionar como é que o nome de uma cidade, bairro, ou país se inscreve na nossa psicogeografia. Acreditamos que, ainda que não seja o papel da arte dar resposta às atuais encruzilhadas sociopolíticas, não podemos ignorar o “elefante na sala”. Devemos, artistas e espetadores, refletir sobre o estado das coisas, sobretudo num momento em que muitos dos ideais do Projeto Global e da Sociedade do Conhecimento e da Informação começaram a ruir. Será que “o choque da realidade” da crise financeira, do terrorismo, e da crise migratória e dos refugiados desmascararam a “utopia” do capitalismo global? Como é possível falar-se numa Quarta Revolução Industrial e na vitória do machine learning e, paradoxalmente, assistirmos a retrocessos civilizacionais ao nível da política ecológica, dos direitos sociais, da tolerância multicultural ou do respeito entre povos e nações? Que soluções serão possíveis para resolver estes fenómenos sem cairmos em radicalismos ou soluções políticas que se assemelham a novas formas de apartheid?
“GEOCIDE” É UM ESPETÁCULO DA ESTRUTURA (CÁTIA PINHEIRO E JOSÉ NUNES), COM A COLABORAÇÃO DRAMATÚRGICA DE ROGÉRIO NUNO COSTA, QUE SE LANÇA NOS TEMAS DA MOBILIDADE DEMOGRÁFICA, DAS NARRATIVAS DISTÓPICAS, DAS VISÕES DE FUTURO APOCALÍPTICAS, DA BIOPOLÍTICA E, CONSEQUENTEMENTE, DA GEOPOLÍTICA.
Cátia Pinheiro e José Nunes Quinta 01 / 21h30 CCVF / Pequeno Auditório
Foi a refletir sobre esta conjuntura que chegámos ao conceito operativo do espetáculo, servindo-nos do termo geocide avançado por Paul Virilio na obra “The Futurism of the Instant” para se referir ao atual fenómeno massivo de mobilidade demográfica e à previsão de que, no futuro, assistiremos à abolição das noções de identidade geográfica/territorial a favor de um mundo omnipolitano, cujo movimento permanente deixa de ser não-lugar para passar a lugar-onde. A partir dessa alegoria, pretendemos abrir um espaço de reflexão sobre o aqui e o agora, e ao mesmo tempo especular e efabular sobre possíveis visões de futuro – mais ou menos catastróficas, mais ou menos techno-digitais, mais ou menos algorítmicas, mais ou menos hiper-vigilantes, mais ou menos ecocidas, mais ou menos ecosofistas, mais ou menos new age, mais ou menos quânticas –, futuro esse que poderá ser destruidor ou redentor, uma espécie de resort distópico resultante de uma mobilidade demográfica vertiginosa. Em suma, uma visão de futuro que talvez não seja assim tão distante da atualidade, como Slavoj Žižek refere em relação ao filme distópico “Children of Men” de Alfonso Cuarón: “É mais real que a realidade, na lógica hegeliana de que um bom retrato parece mais a pessoa retratada do que a própria pessoa”. Cátia Pinheiro e José Nunes
ESTREIA Produção Estrutura Coprodução Centro Cultural Vila Flor, 23 Milhas - Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré Apoio à Residência O Espaço do Tempo, Centro de Criação de Candoso e Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré Duração 60 min. s/ intervalo Maiores de 12
Direitos reservados
Criação Cátia Pinheiro e José Nunes Colaboração Dramatúrgica Rogério Nuno Costa Interpretação Cátia Pinheiro, José Nunes e Tiago Jácome Desenho de Luz Daniel Worm d’Assumpção Figurinos Jordann Santos Assistência à Criação Mafalda Banquart e Tiago Jácome Imagem, Registo e Apoio ao Vídeo António MV
“Geocide” is a show from the duo Estrutura (Cátia Pinheiro and José Nunes), in collaboration with playwright Rogério Nuno Costa, which addresses such themes as demographic mobility, dystopic narratives, apocalyptic visions of the future, biopolitics, and consequently geopolitics. Everything began with our fascination for the (nearly useless) trivia facts related to geographical curiosities. Granted, knowing the names of all the countries and their respective capital cities is not the most exciting material for creating a show, but since the color dimension of each nation’s flag veils their history (figures, wars, conquests, tragedies,…), we decided to go further. Today, it is no trivial thing to say that Aleppo is just a city in the north of Syria or that Molenbeek is just a neighborhood in Brussels. We became interested in questioning how the name of a city, neighborhood
or country in inscribed into our psycho-geography. We believe that even though that it may not be the role of art to supply answers for today’s socio-political turmoil, we cannot turn a blind eye to ‘the elephant in the room.’ We must, as artists and audience, reflect upon the state of things, especially at a time when many ideals of ‘the Global Project’ and ‘the Information Society’ are beginning to crumble. Might the ‘shock of reality’ coming from the financial crisis, the dangers of terrorism, and the migrant and refugee crisis be the unmasking of the ‘utopia’ of global capitalism? How is it possible to speak of a Fourth Industrial Revolution and the victory of Machine Learning, when we observe the paradox of setbacks to civilization in terms of environmental policy, social rights, tolerance of multi-culturalism, or respect among peoples
and nations? What solutions do we have for resolving these phenomena without our falling into radicalisms or political solutions that resemble new forms of apartheid? It was through our reflections on this scenario that we arrived at the operational concept underlying the piece, which we based on the term geocide advanced by Paul Virilio in his work, “The Futurism of the Instant”, which refers to the present global phenomenon of demographic mobility and the prediction for the future in which we will see the end of notions of geographical/ territorial identity in favor of a omnipolitan world whose permanent movement has ceased to be a non-place and has become a place-where. Taking up this allegory, we intend to open up a space for reflection on the here and the now, and at the same time
speculate and confabulate on possible visions of the future – more or less catastrophic, more or less techno-digital, more or less algorithmic, more or less hyper-vigilant, more or less ecocide, more or less eco-sophist, more or less New Age, and more or less quantum – a future than can be either destructive or redeeming, a type of dystopic holiday resort resulting from dizzying demographic mobility. To summarize, it is a vision of the future that may not be too far from our present times, as Slavoj Žižek mentions in relation to the dystopic film “Children of Men” by Alfonso Cuarón: “It is more real than reality in the Hegelian sense that a good portrait resembles the person more than the actual person himself.” Cátia Pinheiro and José Nunes
Texto Frank Wedekind Tradução José Maria Vieira Mendes Com André e. Teodósio, Cláudia Jardim, Cláudio Fernandes, Diogo Bento, Gonçalo C. Ferreira, João Abreu, Mafalda Banquart, Óscar Silva, Patrícia da Silva, Pedro Zegre Penim, Rafaela Jacinto, Sara Leite e Xana Novais Desenho de Luz Daniel Worm D’Assumpção Desenho de Som Miguel Lucas Mendes Operação de Som João Oliveira Cenografia Bárbara Falcão Fernandes Figurinos Joana Barrios Mestre costureira Rosário Balbi Produção Bruno Reis Produção Executiva Bernardo de Lacerda Uma coprodução Teatro Praga, Centro Cultural de Belém, Teatro Nacional São João e Teatro Viriato Residência artística e antestreia 23 Milhas - Casa Cultura Ílhavo O Teatro Praga agradece a Fernando Luís Sampaio, Nuno Carinhas, Luís Sousa Ferreira, Miguel Braz, Miguel Falcão Fernandes, Rui Pedro Carvalho, à Prado/ Patrícia Portela e Helena Serra, Griffe Hairstyle, João dos Santos Martins, Rádio Quântica/ Inês e Marco, Bruno Bogarim, Ção Caleiro, Manuel Reis, Cristina Correia, Carolina Caramelo, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira/ Bregas, Ângela Cardoso, Fátima Ferreira e a todos os que fizeram a audição, amigos e família Duração 130 min. c/intervalo Maiores de 16
DA PRIMAVERA, © Alípio Padilha
DESPERTAR
Teatro Praga Sexta 02 / 21h30 CCVF / Grande Auditório
UMA TRAGÉDIA DE JUVENTUDE
EM PROPÓSITO DO ESPETÁCULO “Despertar da primavera, um tragédia Kinder” é coisa grafada by Frank Wedekind ia o ano de 1891 e é a propósito de um grupo de teenagers em conflito com uma sociedade mantenedora e moralística. O doc de Wedekind fina com uma palestra entre dois vivos e um óbito, em terreno de cemitério, à beira da campa de Wendla Bergmann, infanta de um dois três catorze anos que quinou porque vítima de abortamento ao que foi forçada pela mater sua. O seu lover, responsável pelo embuxamento, Melchior Gabor é o nome, em visita à campa cruza-se então com o seu best friend também já ido, Herr Moritz Stiefel, que aporta a cápitas debaixo do braço. Moritz autoquinou-se aos porque de ano não passou na escola e não se sentia em capacidade de enfrentar paters carruscos. Vai daí vem oferecer a pata sua a Melchior em convite para que com ele ao subterrestre, pero Melchior abraça a pata de um altro, a que se dá nome de “Herr Mascarado”, figura primavera e carnaval, que tipo ex-machina assoma e impede mais uma morte, e que, na première, foi representada por Wedekind ele même. Esta imagem final possui bastos dos motifs queridos pela traditio interpretativa do doc: a crueldade e a Liebe inter pares, a intolerância geracionalis, o suicídio, o conservadorismo socialis, a opressio da normalitas, etc. Seguindo invitação do Centro Cultural de Belém, o Teatro Praga a braços vê-se com clássico da literatura dramática elegendo como pasto a inscriptio, num texto
e teatro canónicos, dos que por hábito são excetuados da lógica e esquema representativos com ca traditio teatralis costume tem de tratar questa peça. “Despertar da primavera” é aos por isso, e prima de tutti, um show do Teatro Praga adonde se tem pretensão de idear sobre o expressionismo lírico de uma mocidade disdisforme tal como toda a vita, com uso de uma linguage que se aparta de bipartitios entre cínicos et sinceros, poéticos et racionalis, adultos et infantes, homens et mulheres. Sem se deixar capturar por uma posição de ai é confronto ou ai é contestação, sem embarcar num palranço de antagonismo disruptivis, navega-se por uma cor pink, em rito carnavelesco, pera declarar identidades voantes e adoráveis. A preferência é por volatear sobre o que construído está como se o hábito népia nos competisse e se micasse ele como chose estrangeira. Trata-se aos pois da experiência de supônhamos uma língua, a que se continua a chamar nostra, ca qual nos entendemos, pero que se deixa infetar por um big espectro de utilizações, como se infinita e a escapar em permanência a um dicionário e gramática que a filem. “Despertar da primavera” empurra a pubescência para longe da Natura, longe longe da sujeição de um body a altro, longe longe da construção de identidades um, em gestus emancipatório que é por não às normalizações tradicionais e sim à coexistio de linguages e ao babel de referências.
© Alípio Padilha
EM PROPÓSITO DA TRADUÇÃO Em casos muitos discute-se se tradução é para ser mais fidel a originalis ou se deve torcer a modos de encaixar na língua que traduz. As posições ambas partem aos porém da ideia de que há duas línguas, uma + uma, y que o trilho de uma a altra se debuxa em reta linha. Esta tradução não brota de ideia tal, pero de que língua há muita, mesmo que só com nome um. Ou seja, é português lusitano o destino do doc deutsch de Wedekind, mas o que é isso está em aberto. Faz-se donc uso de gramática e vocábulo recognescíveis, mixando tempos, geos, origens e por fora aí, esfocinhando-se por tirar tapete de norma, o que é idêntico a intentar ilimitar e dar força à variedade. Em não havendo linha, não se sabe adonde vai aportar a frase que vem após, e assi, ao menos, vive-se menos previsível, move-se o peso de conhecimentos sabidos e queda-se mais leve leve. Népia más que questo. É só apenas poder e aos porque poder assi, crê-se, mais bom é. Com bom, entenda-se livre. Teatro Praga
ABT THE TRANSLATION
“Spring Awakening, a Kinder Tragedy”
U work w this play. “Spring Awakening”
In many cases, ppl talk abt whether the
was writ way back in 1891, and it’s
is what it is, and prima de tutti, a Teatro
translation is fidele ad originalis or if
abt a group of teenagers in conflict w
Praga show w no pretence to wax poetic
it doesn’t twist the way we fit into the
a heavy-duty and moralistic society.
on the lyrical expressionism of screwy
language we translate. Both positions
Wedekind’s doc ends when two buddies
and screwed-up youth, just like LIFE,
step off from that point: the idea that
meet in a cemetery (and then there’s
which uses lingo that cuts the cut-ups
there are two languages, one + one,
a Spectre hanging around), near the
btw the cynics & the sincere, the poets &
ipso facto, and the way from one à
grave of Wendla Bergmann, a young
rationals, adults & kids, men & women.
l’autre is just a str8 line.
thing who was like 12, 13, 14 years old
W no risk of being captured by some
This translation does not stem from
when she walked out DOA, victim of an
position, here that’s confrontation and
that, since lingo languages, there R a
abortion which Big Mama forced her
there that’s contestation, in a heap of
lot out there, even if just w one name.
to have. The LUVer boy who knocked
antagonismus disruptivis, U navigate
PT Lusitano is where we’re taking this
her up, Melchior Gabor is his name,
thru some pink color, in a Carnaval
DOC DEUTSCH VON WEDEKIND, but
is visiting the grave when he comes
rhythm, 2 declare ur LUV for soaring
what that really is is open to debate.
across his BRO, who’s also kicked the
and adorable identities.
What’s h4pp3ning, vous savez, is the
bucket, Herr Moritz Stiefel, holding
The preference is 2 fly away over
use ov gramm4r und w0rds that R rek-
his dumb head under his arm. Moritz
what’s bn built, like no real habit told
ogniz4ble, mixing v3rbs, geos, or1g1ns
also did himself in since he wuz abt
us to stare at such a funny thing. The
& all that stuff, digging things up by
2 fail at skool and he couldn’t face
thing is 2 suppose a language that
taking away the blanket of norms, what
the chopping block w his parentis
we continue 2 call our own, that we
is identical to the undertaking and
horribilis. So Moritz then holds his
understand but which gets all goofy
stretching the limits to give strength
hand out to Melchior & invites him to
w a spectrum grandioso of uses, like
to variety. And since we’re outside the
the Underworld but Mr M latches onto
infinite, eskaping frum that dikshunary
lines, who knows where one sentence
un altro, who we’ll just call “That Masked
or grammer out there.
will take us next, and so, at least, life is
Guy,” all nice and Venetian Carnaval-
“Spring
pushes
less prediktable, and the heavy weight
like, who grabs him ex-machina, kinda
pubescence away from Nature, far, far
of known knowledge is on the move
preventing one more death, whatever.
from subjecting the body to il altro, far,
move, and it’s falling, falling. Nada más
And you know, in the première, it was
far from the construction of identities
que esto, amigo. It’s just the power, and
Wedekind lui-même under that damn
in gestus emancipatorius that says NO
when U get 2 doing, U get 2 believing,
mask. When the curtain comes down
the traditional normalization and YES
and it’s good. By good, you should read
you gotta LUV all the nice motifs now
to coexistió of lingo language and the
‘free.’ Teatro Praga
part of the interpretatió and traditió of
Babel of references.
Awakening”
the doc: cruelty and LUV btw couples, intolerancia generationalis, suicide, conservatismus socialis, oppressió of normalitas, etc. W the invitation of the Belém Cultural Centre, the Teatro Praga saw this classic of dramatic lit and took the bait with a play and a theatre part of the CANON of those who usually are excused from the representative logic and schemes of the traditió teatralis that comes when
© Alípio Padilha
© Alípio Padilha
ABT THE SHOW
— OS PESCADORES — João Sousa Cardoso Sábado 03 / 21h30 CCVF / Pequeno Auditório
Criação João Sousa Cardoso Interpretação Ricardo Bueno, Vinicius Massucato Iluminação Miguel Ângelo Carneiro Fotografia de Cena Maria Begasse Direção de Produção Isalinda Santos Assistência à Produção Ana Pinto Coprodução Confederação, Teatro Municipal do Porto, Centro Cultural Vila Flor Parceria Circular Festival de Artes Performativas Apoio Junta de Freguesia de Vila do Conde
© Maria Begasse
Duração 60 min. aprox. s/intervalo Maiores de 12
“OS PESCADORES” DE JOÃO SOUSA CARDOSO É UM TRABALHO METATEATRAL LIVREMENTE INSPIRADO NA OBRA HOMÓNIMA DE RAUL BRANDÃO (1867-1930). Esta nova criação, com estreia no Teatro Municipal Rivoli, no Porto, em novembro passado, desloca para o tempo presente o texto mais desassombrado de Brandão – num registo de diário de viagem marcadamente impressionista – relacionando-o com a ideia do valor do trabalho, a divisão social das atividades, os géneros e a condição da mulher, o desenvolvimento industrial, a paisagem e o mito do progresso. Neste texto moderno que simultaneamente desmonta e critica os princípios ideológicos em que assenta a cultura tecnocientífica, dominante nas sociedades do ocidente, o conhecimento ancestral dos elementos desenvolvido por gerações, a tradição, o imaginário popular e a sua brutalidade são algumas das aberturas para uma reflexão sobre a contemporaneidade de todas formas atuais, sejam arcaicas, modernas ou recém-nascidas. O trabalho teve a sua origem numa residência artística nas Caxinas, em Vila do Conde, em junho e setembro de 2016, no âmbito de Circular – Festival de Artes Performativas e reflete sobre as narrativas complexas e os códigos da representação, explorando as noções de
“The Fishermen” by João Sousa Cardoso is a meta-theatrical work loosely based on a play of the same name by Raul Brandão (1867-1930). This new creation, which had its debut at the Teatro Municipal Rivoli in Oporto last November modernizes one of Brandão’s most forthcoming plays – set in the context of a markedly impressionistic travel journal – relating it with the idea of the value of hard work, the social division of labor, gender and the status of women, industrial development, and the countryside and the myth of progress. In this modern version, which at the same time dismantles and
criticizes the ideological principles on which techno-scientific culture is based (and so dominant in Western societies), ancestral knowledge of elements developed over the generations, tradition, and the people’s imagination and its brutality are some of the thematic openings for pondering the contemporary nature of all present forms, be they archaic, modern, or recently born. The project originated during an artist-in-residence period at Circular – Festival for the Performing Arts in Caxinas, in Vila do Conde from June to September 2016 and is a reflection on the complex narratives and codes involved in representing
masculinidade e de género, de trabalho e de sacrifício, de eros e de economia da morte. Se o mundo é governado pelos senhores e pela palavra, que drama é o dos homens intermitentes que circulam entre o mundo dos vivos e o terror da phisys, organizados num espaço incerto, num tempo flutuante e num imaginário que oscila entre as convenções da tradição e os impulsos da sobrevivência? Num diálogo musculado, os intérpretes e o encenador auscultaram a pulsação social duma comunidade piscatória – acompanhando, por exemplo, uma noite de trabalho em alto mar – ao mesmo tempo que refletem sobre as formas incertas que nascem da experiência do silêncio, do invisível e do recalcado como a da vida no mar. “Os Pescadores” assinala, depois de “Teatro Expandido!” (que ocupou o Teatro Municipal do Porto durante o ano de 2015), o reencontro de João Sousa Cardoso com o ator Ricardo Bueno, e o reencontro com o ator brasileiro Vinicius Massucato que protagonizou “Na Selva das Cidades”, longa-metragem corealizada com André Sousa, integralmente rodada em São Paulo, em 2016. João Sousa Cardoso
oneself, exploring the notions of masculinity and gender, of hard work and sacrifice, of Eros and the economy of death. If the world is governed by suited gentlemen and by the word, what drama plays out then for those intermediary men who circulate amongst the world of the living and the terror of Physis, [nature] organized into an uncertain space, a floating sense of time and a world of imagery/imagination which oscillates between the conventions of tradition and the impulse toward survival? In a muscular dialogue, the actors and the director have their finger on the social pulse of a fishing community – accompanying, for
example, a night of fishing on the high seas – at the same time they reflect on the uncertain forms that are born of the experience of silence, the invisible, and the insistent, such as life on the sea. “The Fishermen” marks a high point for the “Teatro Expandido!” (which performed out of the Teatro Municipal do Porto throughout 2015), the reencounter of João Sousa Cardoso with actor Ricardo Bueno, and the reencounter with Brazilian actor Vinicius Massucato, who starred in “Na Selva das Cidades,” a featurelength film co-produced with André Sousa and filmed totally on location in São Paulo in 2016. João Sousa Cardoso
— HENRIQUE IV PARTE 3 GENTE MORTAL SOBE DO ALTO DA PENHA ATÉ GUIMARÃES
Duração 1h15min. aprox. s/intervalo Maiores de 14
Acabámos o ensaio na Penha, o Ivo e a
o da camisa azul nem olha para ele.
Anabela levaram o Luís de carro à estação
Levanta-se e põe-se a andar pela linha, em
desmaiar. Um rapaz novo diz-lhe para ter calma, e ela continua, “Porquê, porquê”.
das camionetas, e eu e a Paula descemos
frente, na direção de onde virá o metro. O
Trinta segundos, dez segundos. O homem
a pé a rua comicamente íngreme que,
placar eletrónico diz que falta um minuto.
vai morrer, meu Deus. (Deus é uma palavra
todos os dias, como que nos devolve
Eu e outras pessoas dizemos-lhe para
inventada para estas horas?) Felizmente,
das alturas da imaginação à vida real da
sair dali, mas o homem parece não ouvir
acontece o inverosímil. O metro para no
cidade. Não sei como, a meio dessa rua
ninguém, continua a andar em direção ao
túnel. Alguém terá conseguido comunicar
sem nome, pusemo-nos a falar de mortos,
túnel. Retrospetivamente, uma imagem
com o maquinista, imagino. E o homem ali
mortes, morte. Por virmos do país do
mítica: um mortal como nós avançando
fica. De pé, de frente para os faróis acesos
teatro, talvez, a conversa a partir dessa
para o túnel esfíngico, indiferenciado,
do metro, de tronco nu, de mãos atrás
proibida palavra M não pareceu forçada,
absoluto. Despe a camisa enquanto anda,
das costas. Não se mexe. Durante uma
nervosa, nem triste. Uma palavra, outra,
como que a mostrar que está pronto.
eternidade, não se mexe.
uma pergunta, outra; e aos poucos fomos
Ou como uma última pergunta? Uma
A morte de cada dia nos dai hoje. Escrevo
encontrando maneira até de sorrir sem
provocação? Como um desafio? Oh o
aqui este momento terrível de um sábado
fugir do assunto. Despedimo-nos à porta
azul impossível daquela camisa. Um azul
de outubro para não me esquecer dele.
do metro e eu desci as escadas para baixo
aberto, vivo, um azul de céu azul.
Não por qualquer tipo de prazer mórbido,
da terra. Ao chegar à plataforma, vejo um
Na plataforma, pessoas a gritar, pessoas a
mas porque é verdade e me fez olhar com
homem caído na linha.
descrever a cena ao telemóvel em tempo
novos olhos para o nosso Henrique IV parte
Do lado de lá, no sentido Arroios-Alameda,
real, pessoas paralisadas a ver, a não
3. Porque é a morte que nos deixa “dentro”
meio sentado ou a levantar-se, um homem
querer ver, a ver. Éramos todos estranhos
dessa coisa da vida. Perdoem-me se
de camisa azul. Imaginei que tivesse
uns para os outros e de repente uma
começo a citar personagens assim a meio,
caído naquele momento. Do lado de lá
coisa tinha-nos juntado: aquele homem ia
sem aviso. O que diz realmente o Henrique
da plataforma, chama-o outro homem,
morrer. Ao meu lado, uma senhora grita,
da nossa peça é: “Enquanto traduzo, estou
dizendo que o ajuda a subir, aproximando-
desesperada, “Porquê, porquê”. Pálida e
lá — estou aqui — estou mesmo dentro da
com dificuldades de respiração, prestes a
coisa, sabes?” Mas, sim, trago para aqui
-se da beira para o puxar para cima. Mas
© Susana Neves_TNSJ
De Jacinto Lucas Pires Com excertos de Henrique IV, partes 1 e 2 de William Shakespeare (tradução de Gualter Cunha) Encenação Jacinto Lucas Pires Cenografia e Figurinos Sara Amado Desenho de Luz Nuno Meira com a colaboração de Filipe Pinheiro Interpretação Ivo Alexandre, Luís Araújo, Paula Diogo, Anabela Faustino O espetáculo inclui o hino O nata lux de lumine, de Thomas Tallis (interpretação de Chapelle du Roi, direção de Alistair Dixon) Coprodução Ninguém / TNSJ
—
© Susana Neves_TNSJ
Jacinto Lucas Pires Quinta 08 / 21h30 · PAC / Black Box
Mortal men go from the Alto da Penha
I suppose. But the man just stays in his
to Guimarães
place. He is still standing there, facing the
We have just finished our rehearsal at
headlights of the Metro train, shirtless, his
Penha, Ivo and Anabela have taken Luís
hands clasped behind his back. He doesn’t
by car to the bus station, and Paula and
move. For what seems like an eternity, he
I are walking down the comically steep
doesn’t move.
street that everyday seems to bring us
Give us this day our daily death. Here
back from the heights of imagination to real
I write about this terrible moment from
life in the city. I don’t know how, but in the
a Saturday in October so that I don’t
middle of this nameless street, we begin
forget it, not out of any morbid pleasure
to speak about dead people, how people
but because it’s true and it makes me
die, and death in general. Since we are
look at Henry IV Part 3 from a different
coming from the land of theatre, perhaps
perspective. Because it is death that puts
the conversation on the forbidden ‘D’ word
us ‘inside’ this thing called life. Forgive me
seems neither forced, nervous, nor sad.
if I begin quoting the characters, a bit here
A word or other, a question or other; and
and there with no warning. What is the
little by little we are able to smile without
Henry in our show really saying: “When I
avoiding the topic. We say goodbye at the
translate, I’m there – I’m here – I’m really
entrance to the Metro, and I go down the
inside the thing, you know?” And yes,
stairs which lead underground. When I
I’ve brought up this failed suicide attempt
arrive on the platform, I see a man who has
because I think it can shed light on the
fallen onto the track.
‘translation’ that we are doing, from the
On the other side from me (which is the
page to the stage. To summarize: if we
direction Arroios to Alameda), there is
don’t remember the blue from the blue
a man in a blue shirt, who is either half
of that shirt which was tossed aside, all
sitting or half trying to stand up. On the
the blue will fade away. And in the end,
other platform, an onlooker calls out to
perhaps this is one of the tasks of the
him, saying that he will help him, and the
theatre, am I right? To say things in order
stranger goes to the edge of the platform
to see things? To go through death to kill?
to pull the fallen man up. But the man in
In our Henry IV Part 3 there is no death
the blue shirt doesn’t even look at him. He
with a capital ‘D’ but there is a ghost, and
stands up and starts walking on the tracks
he comes with a capital ‘F’ for Falstaff.
in the direction of the oncoming Metro
And that’s where I make the connection
train. The lighted sign above the platform
between what happened and what might
says that the next train is due to arrive in
happen in the rehearsal room in Penha,
1 minute. I join other people in shouting
and what happened or didn’t happen
for him to climb out of there, but the man
in the Arroios Metro station. Also within
doesn’t seem to hear us and continues
the territory which is our play, there is
to walk in the direction of the dark tunnel
an ancient spirit, a figure (which Miriam
ahead. In retrospect, a mythical image
says) seems “made of words more than
indeed: a mortal being like ourselves
made of flesh,” which serves to realize
este suicídio falhado porque acredito
sempiterna a que chamamos “sistema”.
advancing toward a tunnel as enigmatic as
the being-here of mortal characters, our
que ele pode iluminar a “tradução”
Estar vivo parece um dado mas é um
the Sphynx, non-descript, and absolute.
contemporaries. A right chubby ghost
que fizemos, da página para a cena.
achado — Falstaff e Shakespeare sabem
He takes off his shirt, as if to show that
opposing, as if by accident, those lean
Resumindo: se não lembrarmos o azul
esse segredo. E nós, nestes dias que
he is ready. Or is it some final question?
numbers of the eternal crisis which we
que havia no azul dessa camisa largada,
correm?
A provocation? Is it a challenge? Oh, the
call “the system.” To be alive seems to be
todo o azul desbotará. Afinal, talvez seja
Agora percebo melhor a resistência
impossible blue of that shirt. An open, alive
a gift but it’s more of a find – Falstaff and
essa uma das tarefas do teatro, não?
dos encenadores a escrever sobre os
blue. A blue that is sky-blue.
Shakespeare know this secret. What about
Dizer as coisas para ver as coisas?
espetáculos. O que se diz diz-se em
On the platforms, people are shouting,
us in the present day?
Atravessar a morte para a matar?
cena (mal posso esperar para ver isto
people are real time texting about the
Now I understand better why directors
Neste nosso Henrique IV parte 3 não
em Guimarães com a contracena do
scene on their mobile phones, people are
are hesitant to write about their shows.
há a morte com M maiúsculo, mas há
público). E tentar explicá-lo talvez só
paralyzed, watching, not wanting to watch,
What needs to be said is said on stage (I
um fantasma com F de Falstaff. É aí que
aumente o ruído, com o risco de se
and seeing it all transpire. We were all
can hardly wait to see this in Guimarães
faço a ligação entre o que se passara e
reduzir a violência, a graça, do que os
strangers to each other and then suddenly
with the audience getting into the act as
passaria na sala de ensaios da Penha
atores criam ao vivo. Mas, se calhar,
something brought us all together: that
well). Trying to explain this maybe only
e o que se passou e não passou na
posso dizer isto: esta é uma comédia
man was about to die. Next to me, a
increases the noise level, with what the
estação de metro de Arroios. Também
que nasce de palavras difíceis e uma
woman began to scream in desperation,
actors are doing live on stage running
no território desta nossa peça é um
tragédia que redunda nos gestos mais
“Why? Why?” She was pale and was
the risk of being reduced to violence and
espírito antigo, uma figura que (já lá diz
prosaicos. Um espetáculo que, com o
having trouble breathing, about to faint.
grace. But maybe I can say this: this is a
Miriam) parece “feita mais de palavras
genial gordo de Shakespeare, quer rir a
A young man told her to remain calm but
comedy which is born of difficult words
do que de carne”, quem vem concretizar
bandeiras despregadas. “Ora, homem,
she continued to ask “Why? Why?” Thirty
and of a tragedy that is converted into the
o estar-aqui das personagens mortais,
isto é gente mortal, é gente mortal.”
seconds, ten seconds. My God, the man is
most prosaic gestures. A show which, with
nossas contemporâneas. Um fantasma
Jacinto Lucas Pires
going to die! (Is ‘God’ a word invented for
Shakespeare’s jovial fool, wants to laugh
gordo opondo-se, como que por
such moments?) Happily, the improbable
at the unfurled banners. “Oh, Man, these
acidente, aos números magros da crise
occurs. The Metro train comes to a stop
people are mortal, these are mortals.”
inside the tunnel. Someone must have
Jacinto Lucas Pires
communicated with the train conductor,
ELA DIZ Teatro da Garagem Sexta 09 / 21h30 · Espaço Oficina
Afinal o que é que Ela Diz? Ela Diz o que lhe passa pela cabeça, ou quase, numa reverberação de vivências, mais ou menos íntimas, destacadas da torrente de sensações que a dizem. Ela é dita pela torrente de sensações, transformadas em impressões verbais, sonoras e imagéticas. Ela é materializada como um corpo escultórico, um corpo coreográfico, teatral e arquitectónico. Ela é um corpo plasmado de orgânico e inorgânico. Mas afinal o que é que Ela Diz? Ela Diz o que lhe passa pela cabeça, ou quase, sabotando a comunicação ou, ao menos, propondo uma forma de comunhão alternativa menos assente no lugar comum que no lugar incomum; apelando aos sentidos do espectador, à sua disponibilidade de interagir com a expressão cénica que se oferece aos sentidos. “A arquitectura é música congelada”, afirmou o sábio. É pedida ao espectador a inocência, ou a ousadia, de descompartimentar as formas artísticas, de misturá-las sem receio de, por instantes, o que Ela Diz, poder ser uma impressão fotográfica, um travelling de cinema, uma pausa musical, um trompe l`oeil arquitectónico, uma perspectiva visual inesperada, um verso, uma textura, um sabor que estranhamente se forma na boca. Se Ela Diz, sem rebuço, de como Diz, ela, talvez, continue a dizer, indefinidamente, numa liturgia continua… Se Ela Diz porque são duas a dizê-lo? Ela Diz, é um diálogo ou monólogos que se entretecem?
ESTREIA
Ela Diz caminha entre duas idades diferentes de mulher. Ela Diz caminha entre uma Mãe e uma Filha, aludindo a um Pai ausente, embora presente, Negro, como uma sombra desfocada. Ela Diz paisagens imemoriais, que se sucedem numa lenta focagem. Ela Diz, dando conta, de conflitos paradigmáticos, fissuras que se tornam marcas permanentes, características dolorosas, hábitos de dor, estigmas involuntários. Ela Diz, não conta, histórias que se repetem como arcaísmos de comportamento, que passam de avó para mãe, de mãe para filha: formulas de ódio, amor, compaixão… cunhadas numa genética ainda por descodificar, por compreender, mas que, ainda assim, se manifesta na voz do sangue, na voz da terra, na voz da carne, na voz da Voz. Ela Diz a Voz. Afinal o que é que Ela Diz? Ela talvez não diga, talvez pense, acima de tudo pense em voz alta, dando lugar a muitas vozes, às vozes possíveis, às vozes urgentes, lembradas ou esquecidas, mas que, por medo nosso, por fé nossa, espectadores, se manifestam, livres, pungentes, interrogativas. Ela é o corpo que pensa, esse corpo orgânico e inorgânico, que pensa, esse corpo expressivo de múltiplas artes, como reflexos de um lustre, dando Voz às vozes, coabitando múltiplos lugares, instantâneos de lugares reconhecíveis, lugares nossos, íntimos ou desconhecidos, de um tempo estranho, de perdidos e achados. Ela Diz a surpresa, a queda, o tropeçar no degrau, que precipita uma morada
diferente, um locked-in que a faz planar sobre o Mundo, um locked-in sereno, poroso, interface para uma indefinição da pessoa, interface para uma indefinição lúcida de cada um, sem receio disso, sem receio das reticências, do que nunca se fecha, do que não corresponde a um dado definitivo, a um facto concreto. Ela não é concreta, Ela Diz. Ela não existe, é uma ficção? Ela nem existe, nem é uma ficção. Ela é uma expressão: uma tensão, um ritmo, uma curva, uma dobra, um vinco, uma sílaba, um espaço branco e em branco, um poema aberto que pode ser uma épica gentil ou um convite febril. Ela nem existe, nem é uma ficção. Ela está ali à espera das poeiras, das manchas, dos rastos, do habitar definitivo, que resulta de nós espectadores, quando como detectives de ocasião, começamos a coleccionar os seus vestígios, as suas pistas, as provas dos seus crimes que apenas ocorreram na nossa perturbação, no nosso desconforto, na nossa curiosidade, na nossa disponibilidade para inventar o que Ela Diz. Carlos J. Pessoa, Maio de 2017 (Escrito de acordo com a antiga ortografia)
Assistência de Produção Mariana Magalhães Apoios Câmara Municipal de Lisboa, EGEAC, Junta de Freguesia de Santa Maria Maior Financiamento Governo de Portugal | Ministério da Cultura Duração 75 min. s/intervalo Maiores de 12
Direitos reservados
Texto e Encenação Carlos J. Pessoa Dramaturgia Maria João Vicente Cenografia e Figurinos Sérgio Loureiro Música (Composição e interpretação) Daniel Cervantes Desenho de Luz Nuno Samora Interpretação Ana Palma e Fernanda Neves Direção de Produção Maria João Vicente Produção e Comunicação Carolina Mano
So in the end, what is it that She Says?
tectural trompe l’œil, an unexpected visual
in the genes still to be deciphered and
interface for a lucid vagueness for each
She Says whatever pops into her head, or
perspective, averse, a texture, a taste that
understood but which, even so, are
one, with no fear of this, with no fear of the
almost, in a reverberation of experiences,
strangely appears in your mouth.
manifest in the voice of the blood, in the
ellipsis, of what is never closed, of what
more or less intimate, highlighted from the
If She Says, sincerely, what she Says,
voice of the land, in the voice of the flesh,
does not correspond to definitive data or a
torrent of sensations that are spoken.
maybe she will continue to speak indefi-
in the voice of the Voice.
concrete fact.
She is spoken in the torrent of sensations
nitely in a liturgy that continues…
She Says the Voice.
She is not concrete, She Says.
sound and image.
If She Says, why are there two women
So in the end, what is it that She Says?
She does not exist, is she a fiction?
She takes form as a sculptured body,
saying it?
She perhaps says nothing, perhaps she
She doesn’t even exist, she is not even
a choreographic, theatrical and architec-
If She Says, is it a dialogue or
is thinking. Above all, she’s thinking out
a fiction.
tural body.
monologues which intertwine?
loud, giving a place to many voices, to
She is an expression: a tension, a rhythm,
She is a body molded in the organic
She Says is on a journey between two
the possible voices, to the urgent voices,
a curve, a fold, a pleat, a syllable, a gap
and inorganic.
ages of woman. She Says is on the
those remembered and forgotten but
left unfilled, an open poem that can be
But in the end, what does She Say?
journey of a Mother and a Daughter,
which, out of our fear, out of our faith,
a pleasant epic or a feverish invitation.
She Says whatever pops into her head,
alluding to an absent Father, although
spectators manifest themselves, free,
She doesn’t even exist, she is not even
or almost, sabotaging the communication
present, Dark, like a blurry shadow.
poignant, questioning.
a fiction.
or, at least, proposing a form of alternative
She Says things about immemorial
She is the body that is thinking, this
She is there waiting for the dust, the
communication; making an appeal to
landscapes which follow each other in a
organic and inorganic body which thinks,
patches, the remnants, the definitive
the audience’s feelings, to being free to
slow movement of focusing.
this expressive body of multiple arts, like
inhabiting that results from us, the
interact with the stage expression that
She Says, realizing that among the
reflections in a chandelier, giving Voice
audience, when as detectives of the
offers itself to the senses.
paradigmatic conflicts there are cracks
to voices, cohabitating in several places,
occasion we begin to collect her vestiges,
“Architecture is frozen music,” the wise
which have become permanent openings,
instantaneous in recognizable place, our
her clues, the proof of her crimes which
man said.
painful characteristics, habits of suffering,
places, intimate or unknown, from some
only occur in our agitation, our discomfort,
Innocence is required of the audience, or
involuntary stigmas.
strange time, of the lost and found.
our curiosity, our availability to invent
perhaps daring, to de-compartmentalize
She Says, she does not tell, the stories
She Says it is a surprise, a fall, a stumble
whatever She Says.
the artistic forms and blend them without
that repeat like archaisms of behavior that
on the stair which necessitates a different
Carlos J. Pessoa, May 2017
fear. At times, what She Says can be
are passed down from grandmother to
dwelling-place, a locked-in that hovers over
a photographic impression, a traveling
mother, from mother to daughter: formulas
the World, a serene, porous, locked-in, an
through cinema, a musical pause, an archi-
for hate, love, compassion…inscribed
interface for the vagueness of the person,
transformed into impressions of word,
ÁLBUM DE FAMÍLIA — Direção Isabel Costa (1ª parte) e Tânia Dinis (2ª parte) Com (1ª parte) Albertina Castro, Ana Castro, António Matos, Eduarda Silvério, Francisca Silva, Inês Guedes, Isabel Gonçalves, Joana Ribeiro, José Miguel Fernandes, José Rafael, Lívia Hartmann, Matilde Paz, Nuno Pacheco, Sofia Costa, Sofia Edra, Sofia Laranjeiro; (2ª parte) Adriana Rodrigues, Alexandra Rego, Ana Leonor Ferreira, Ana Ribeiro, Andreia Santos, Beatriz Alves, Beatriz Rodrigues, Elsa Machado, Fernando Sousa, Francisca Castro, Inês Moreira, Iola Castro, Isabel Fernandes, Joaquim Pedro, Lucas Sampaio, Mafalda Freitas, Mafalda Sousela, Maria Alves, Maria Leonor Cardoso, Mariana Costa, Matilde Costa, Patrícia Cerdeira, Pedro Lobo, Rita Magalhães, Sara Teixeira, Sofia Gonçalves, Tomás Assistente criativo Tales Frey Desenho de luz Rui Monteiro Direção Musical Óscar Rodrigues Música Óscar Rodrigues e José Alberto Gomes Colaboração Nuno Preto e Tiago Sarmento Acompanhamento artístico José Rafael e Mariana Costa (estagiários FCT) Produção Executiva Teatro Oficina Duração 80 min. s/ intervalo Maiores de 12
© Paulo Pacheco
ESTREIA Teatro Oficina Isabel Costa e Tânia Dinis Sábado 10 e Domingo 11 / 22h00 · Casa da Memória / Pátio A CONVITE DO TEATRO OFICINA, ISABEL COSTA E TÂNIA DINIS LANÇAM-SE NUMA CRIAÇÃO EM DUAS PARTES. A PARTIR DO ESPÓLIO DE FOTOGRAFIAS D’ A MURALHA - ASSOCIAÇÃO DE GUIMARÃES PARA A DEFESA DO PATRIMÓNIO, ESTAS DUAS PEÇAS DISTINTAS PARTILHAM O MESMO PRINCÍPIO: O ÁLBUM FOTOGRÁFICO FAMILIAR. ESTE ARQUIVO É TESTEMUNHA E DEPOSITÁRIO DE HISTÓRIAS QUE AGORA SERÃO REVISITADAS, APROPRIADAS E INTERPRETADAS PELOS ALUNOS DAS OFICINAS DO TEATRO OFICINA. Grande parte dos álbuns de família, muitos deles preservados e arquivados, são de caráter amador. Quando uma família não se dirigia a um estúdio numa casa de fotografia para fazer um retrato, muitas vezes encenado, então é porque havia em casa um(a) avô/avó, um(a) tio/tia, um(a) amigo(a) ou um(a) vizinho(a) que fazia esse registo íntimo e privado. Registos de diversos momentos e percursos que, ao longo de uma vida, foram se construindo. Hoje, quando nos deparamos com estes espólios fotográficos, temos a possibilidade de criar e ficcionar estes
factos. A fotografia que capta o momento, que constrói histórias e eterniza identidades erigidas para a imagem, também nos apresenta espaços vazios, incertezas e falhas à total memória daquele registo. Tudo pode ser questionado, analisado e é na procura pela verdade daquele momento capturado e fixo que percebemos como a fotografia não nos revela tudo, criando, então, a possibilidade de pensar e/ou repensar as várias perspetivas da sua história, transformando a memória num dispositivo capaz que dar potência à construção de uma narrativa.
Na peça dirigida por Isabel Costa, o espólio d’A Muralha compõe a sua estrutura interpretativa abordando o corpo como suporte e veículo semântico, o instante e o momento, a imagem e a visualização, o espaço e o tempo. Os corpos dos intérpretes assumem-se como protagonistas e a “narrativa” vai se construindo pela envolvente visual e sonora, expondo imagens vivas onde os gestos, que se vão revelando e intensificando até ao fim da performance, tornam-se cada vez mais lentos,
At the invitation of Teatro Oficina, artists Isabel Costa and Tânia Dinis have created a scenic concept divided into two parts. Based on the collection of photographs from ‘A Muralha’, these two plays share the same underlying principle: an album of family photographs. This archive is both witness and depository of the stories that are now revisited, fashioned, and performed by the students of the Teatro Oficina Workshops. Most family albums, painstakingly preserved as cherished archives, are homemade. When a family decides not to head to a formal photography studio for an official family portrait (so often featuring stiff poses), it may well be because there was no grandparents’, aunt and uncle’s, friends’, or neighbors’ house to serve as the backdrop for this intimate and private moment meant to register the celebrations and landmark moments created over a lifetime. Today, when we encounter these photographic collections, we are free to express any truth or supposition about these facts. The photograph which captures this moment, builds stories, and immortalizes the identities set up for the image also presents us with gaps, uncertainties, and inaccurate memories about that same moment. Everything can be questioned and analyzed, and it is in that search for truth, seen in the photo’s fixed and captured event, that we understand how a picture does not reveal everything to us, thus creating the possibility for thinking and/or rethinking the various perspectives of history and transforming a memory into a device that is able to give more power to the construction of a narrative. In the play directed by Isabel Costa, the collection from ‘A Muralha’ makes up the play’s performance
filmes, diapositivos, cartas, postais, fotografias de situações domésticas e da sua intimidade. Nesta partilha é possível encontrar animais, jogos, desenhos, retratos, registos de paisagens, passeios, viagens, festas, casamentos, o crescimento e a evolução dos elementos familiares. Experiências, sentimentos, registos subtis do dia a dia que, dando-lhes a possibilidade de se multiplicarem, se desdobrarem em outras memórias criando, assim, pequenas legendas narrativas, num diálogo com o passado e presente. O resultado deste momento tem como objetivo a criação de um novo álbum de família que continua aberto a várias leituras, pois ao utilizarmos as ferramentas – fotografia e memória – estamos a usar a sua capacidade de se ligarem a um acontecimento passado permitindo a este grupo de pessoas uma partilha íntima e familiar. Procuramos uma conversa, onde dos diálogos crescem relações e jogos de afetos, relembrando, criando, ficcionando recordações, fazendo deslocações de momentos originais, ou não, no tempo e espaço. Abrimos e folheamos este álbum que conta agora novas histórias, ou as histórias que queremos ver.
structure, whose approach is the body as a support and semantic vehicle, the instant and the moment, the image and the visualization, the space and the time. The performers’ bodies are the protagonists, and the narrative is built upon the surrounding visuals and sound, depicting live images where the gestures will gradually reveal themselves and intensify until the show’s end when they become slower and slower, expanding over time until they seem to be deprived of movement. Gesture in this performance is presented as a possible narrative synthesis of the subjectivities which each person possesses at the time when self-representation is created. In the end, we always seek to reveal ourselves in the eyes of the other. Thus, if a photo is superficial because it does not reveal the essence of what it represents, then this performance suggests that we dive into the images, allowing us to deconstruct them, re-creating histories, making them intimate, and bringing them up to the present. What is called for is a reflective dimension within this expression of the photographic image and movement, where the goal is to attribute feelings and narrative to the flow produced by the bodies. The moment before a photo is taken, a body of people of different ages, experiences and life paths is scrutinized by Tânia Dinis via a sequence of images, which becomes an invitation to share the memories that this moment holds. In this photo opportunity, a video device is used to transport and transform these memories through the use of objects, films, slides, maps, post cards, and photos of ordinary domestic or intimate situations. In this shared moment, we can see animals, games, drawing, portraits,
landscapes, leisurely walks, festive moments, weddings, and the growth and progression of various family members. These experiences and the subtle recording of day-to-day life allow for more such moments to multiply and unfold, with still other memories that will create small narrative threads that are woven into a dialogue between the past and the present. The objective of this entire process is to create a new Family Album that remains open to a variety of readings because it is in employing the tools of photography and memory that we are using their capacity to connect with a past event, and this allows the group of people to share something intimate and familiar. We go in search of a conversation where the dialogues enable relationships and fondness to grow by recalling, creating, speculating on memories, and traveling back to the original events (or not) in both time and space. We have opened and are paging through this Family Album which is now recounting new stories, the ones we want to see and hear about.
© Paulo Pacheco
—
expandindo-se no tempo, até chegarem à própria ausência de movimento. O gesto, nesta peça, é apresentado como uma possível síntese narrativa das subjetividades que cada pessoa possui no instante em que pretende-se criar uma autorrepresentação. No fundo, procuramos sempre revelarmo-nos nos olhos do outro. Assim sendo, se a fotografia é superficial por não revelar a essência do que ela representa, esta peça propõe-nos o mergulho nas imagens, permitindo-nos desconstruí-las, recriando histórias, tornando-as íntimas e trazendo-as para o presente. Invoca-se, portanto, uma dimensão reflexiva nesta articulação entre imagem fotográfica e movimento, onde se procura atribuir sentidos e narrativas ao fluxo produzido pelos corpos. Momentos antes de se tirar uma fotografia um corpo de pessoas, de diferentes idades e com diferentes experiências e percursos de vida, é confrontado por Tânia Dinis com uma sequência de imagens e é convocado a partilhar memórias que lá habitam. Neste momento fotográfico, é utilizado um dispositivo de vídeo para transportar e transformar estas memórias através de objetos,
Domingo 04 / 14h00 · Relvado das Bétulas
“ÁLBUM DE FAMÍLIA” NO SERRALVES EM FESTA Uma semana antes de estreia, a família vai de viagem ao Serralves em Festa para tirar um retrato nos jardins do Museu. Numa performance para quem passa, é levantado o véu do álbum das famílias vimaranenses. A week prior to the premiere, the ‘family’ will travel to the Serralves Festival for a group photo at the museum gardens. Performing for passers-by, the group will unveil what is behind the family album of Guimarães residents.
ATIVIDADES PARALELAS Festivais Gil Vicente 2017
GANGUE DE GUIMARÃES 1ºENCONTRO O Teatro Oficina quis cartografar os artistas de artes performativas – intérpretes, criativos(as) criadores(as) e/ou dramaturgos(as) – de Guimarães espalhados pela cidade, pelo país (e pelo mundo?). A partir desse mapa de artistas, o Teatro Oficina e os Festivais Gil Vicente montam um primeiro encontro/residência em que se revela o que é este Gangue e os projetos em que estará envolvido – formação, criação, futuro! The Teatro Oficina has set out to draw a map of people from Guimarães involved in
29 maio a 10 junho
30 maio a 10 junho
CCVF / Palácio Vila Flor
Centro de Criação de Candoso
PAC / Sala de Conferências
OFICINA DE DRAMATURGIA Orientação de José Maria Vieira Mendes
their whereabouts scattered about the city, the country and perhaps even the world. Based on this map of artists, the Teatro Oficina and the Gil Vicente Festivals have organized a first encounter/residency which will reveal what ‘The Gang’ is all about and what projects they have been up to – training, creation, future!
Aberta uma convocatória interna, inscreveram-se três artistas/
No Gangue há dramaturgos
performers do Gangue que, no CCC,
assumidos que se vão sentar à mesa
vão trabalhar os seus mais recentes
com os seus projetos de escrita
projetos, ainda por vir: Susana Cruz
para teatro. Relações amor-ódio com
Mendes, “Quando uma pétala cai na
o Vale do Ave, uma adaptação de
água”, João Ventura, “33 - a conta que
Raul Brandão, as Cantarinhas dos
Deus Fez” e Bruno Laborinho, “Online
Namorados e a geração de 70 do séc.
num quarto escuro”.
XX servem de mote, respetivamente, a Pedro Bastos, José Eduardo Silva,
Following an internal invitation review, three
Elvira Oliveira e Jorge Castelar. São
artists/performers from The Guimarães Gang
os primeiros textos de teatro do
were selected to work on their most recent
Gangue a sair da gaveta e ver a luz
projects at the Candoso Creative Centre
do dia?
(CCC). On hand will be: Susana Cruz Mendes, “Quando uma pétala cai na água” (“When a
the performing arts – actors, performers, creators and/or playwrights – to determine
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA
Within The Guimarães Gang there are committed playwrights who will come to the table with their scripts and writing. The love-hate relationship with the Ave River Valley, an adaptation of Raul Brandão, the traditional Guimarães 'Lover's Coin Jar' and the generation of 70 of the 20th century will be the themes taken up, respectively, by Pedro Bastos, José Eduardo Silva, Elvira Oliveira and Jorge Castelar. Might these be the first theatre plays written by members of The Gang to be brought into the limelight?
petal falls into the water”), João Ventura, “33 - a conta que Deus Fez” (“33 – the accounting God did”) and Bruno Laborinho, “Online num quarto escuro” (“Online in a dark room”).
Festivais Gil Vicente 2017
Terça 06 junho / 21h30
Quarta 07 junh0 / 22h00
Sábado 10 junho / 15h00
CCVF / Café Concerto
Casa da Memória
Centro de Criação de Candoso
APRESENTAÇÃO PÚBLICA DO GANGUE DE GUIMARÃES + DEBATE
ENSAIO ABERTO “ÁLBUM DE FAMÍLIA” PARA O GANGUE
APRESENTAÇÕES FINAIS DA RESIDÊNCIA DO GANGUE + DEBATE
Oportunidade para conhecer
O Teatro Oficina convida o Gangue
Depois de duas semanas de trabalho
publicamente quem são os artistas
a ver, em primeira mão, a sua nova
intensivo, os grupos juntam-se
deste grupo ‘clandestino’, de eles se
criação que estreia a fechar os
uma tarde, no Centro de Criação de
conhecerem entre si, debaterem e
Festivais Gil Vicente.
Candoso, para partilhar e discutir os projetos. Convida-se, ainda, o público
saberem dos projetos uns dos outros, e dos projetos que o Teatro Oficina
The Teatro Oficina will invite The Gang to
a ver de perto os processos de
tem para eles. Convida-se o público a
see first-hand its newest creation, “Family
criação e a fazer perguntas difíceis de
debater o que é isto de ser um artista
Album,” which will premiere as the closing
responder.
performativo de/em Guimarães.
show at the Gil Vicente Festivals. Following two weeks of intensive work, the
This event will offer a public venue for
groups will come together one afternoon at
everyone to see who is in this ‘clandestine’
the Candoso Creative Centre to share and
group of artists and for The Gang members
discuss their projects. The public is also
to meet each other, debate and learn about
invited to see the processes behind theatrical
each other’s projects and the projects which
creation close-up and ask questions that may
the Teatro Oficina has in store for them. The
difficult to answer.
public is invited to enter the debate of what it means to be a person from Guimarães
Todas as idades Entrada livre
involved in the performing arts.
Direitos Reservados
Todas as idades Entrada livre
www.ccvf.pt Avenida D. Afonso Henriques, 701 4810-431 Guimarães Tel: 253 424 700 · email: geral@ccvf.pt