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Memento

A Batalha Perdida. La Lys, 9 de Abril de 1918


Fotografia de capa: Um soldado português arranja uma cortina anti-gás na entrada de um abrigo numa trincheira do Sector Português, entre 1917 e 1918. The Portuguese First World War Official Collection © IWM (Q 64451)


Memento

Memento é um objeto de lembrança, que pode ser um pequeno livro, um caderno onde se anota o que se quer recordar (do latim memento, lembra-te). Neste caso, Memento é o título genérico de uma série de pequenas mostras e exposições, feitas com acervos de coleções individuais ou institucionais. Numa metáfora, a casa é o caderno, as imagens e as coisas são as anotações que se recordam.


Colecção de Fotografia da Muralha Grupo de militares (Regimento de Infantaria 20) na escadaria do Santuário de São Torcato. Original em negativo em gelatino-brometo de prata sobre placa de vidro, 18×24cm. Colecção de Fotografia da Muralha, Associação de Guimarães para a Defesa do Património, PTRMGMRCFM0941.


A Batalha Perdida. La Lys, 9 de Abril de 1918

Rui Faria, Historiador

Plano Geral

O assassinato do arquiduque austríaco Francisco Fernando, em Sarajevo, a 28 de junho de 1914, é tido como uma das causas circunstanciais e imediatas do início da Primeira Guerra Mundial. Porém, factores mais profundos e complexos estão relacionados com a ignição de um rastilho que há muito ameaçava esta região, sobretudo após a anexação da Bósnia Herzegovina pela Áustria, a 5 de outubro de 1908. A ingerência da Áustria numa área de maioria eslava constituía uma ameaça séria aos interesses nacionalistas destas populações, instigados sobretudo pela Sérvia que nunca escondera o 5


desejo de liderar um projeto de unificação dos povos Eslavos, integrando-os na Grande Sérvia. Neste contexto, o assassinato do Arquiduque constitui o móbil perfeito para a Áustria ferir de morte as pretensões nacionalistas da Sérvia, atacando-a, não sem antes garantir o apoio militar da Alemanha, esperada que estava uma reação da Rússia, natural protetora dos Eslavos. Desta forma, na sequência do atentado, o governo Austro-Húngaro envia, a 5 de julho de 1914, um ultimatum à Sérvia com exigências por esta inaceitáveis. Face a uma rejeição espectável, que acontece a 25 de julho, a 28 a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia. Confrontam-se pois dois ideais, o pangermanismo (de cariz imperialista, motivado pela Alemanha e pelo Império Austro-Húngaro) e o pan-eslavismo (da Sérvia, com o apoio da Rússia pré-revolucionária): neste contexto, pode dizer-se que o imperialismo colonial mais não foi do que uma extensão dos interesses nacionalistas aos territórios ultramarinos, tendo por objetivo uma colonização efetiva para a exploração de matérias-primas, criação de novos mercados e espaços de investimento do capital excedentário. Esta situação desencadeou a modernização dos exércitos, de frotas navais e uma consequente corrida ao armamento – redobrando a preocupação em potências como a França e a Rússia, que até aqui contavam com uma garantia de equilíbrio imposto pelo poderio Britânico: a chamada “Paz Britânica”, substituída agora pela chamada “Paz Armada”.

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Colecção de Fotografia da Muralha Grupo de militares (regimentos 3, 4, 10 e 16), década de 1910. Local não identificado. Original em negativo em gelatino-brometo de prata sobre placa de vidro, 18×24cm. Colecção de Fotografia da Muralha, Associação de Guimarães para a Defesa do Património, PTRMGMRCFM0938.

Este contexto de crise, que ocorre entre 1904-1914, conduz à formação das duas principais alianças que se defrontarão na guerra que se avizinha: a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e a Itália, ainda que esta entre na guerra por outra facção) e a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia).

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Portugal

O conflito global veio agravar ainda mais a crise que paralisava a jovem República: se os Democráticos de Afonso Costa sustentavam o “intervencionismo”, com o pretexto de “defender o património colonial português” e reforçar interna e externamente o “jovem” e “fragilizado” regime Republicano, os Evolucionistas de António José de Almeida defendiam que a intervenção deveria acontecer apenas se solicitada pela Inglaterra, bem como que as forças portuguesas deveriam combater apenas na defesa das Colónias. Por outro lado, os Unionistas de Brito Camacho, optavam pela defesa da não-beligerância. Noutro prisma do espectro político, para Monárquicos e Católicos a posição “era indiferente ou hostil à participação de Portugal na guerra europeia” em particular por recearem o poderio militar alemão e o descontentamento inglês, de quem Portugal dependia economicamente1. Bernardino Machado declara, perante o Congresso da República, a 7 de agosto de 1914 que Portugal manterá com todas as Nações relações de “amizade” mas “sem nenhum esquecimento, porém, dos deveres da Aliança [com o Reino Unido] que livremente contraímos e que, em circunstância alguma faltaríamos”.2 Mas depressa a realidade obrigou os decisores políticos a agirem: a 25 de agosto, as tropas alemãs fizeram as primeiras incursões pelo Norte de Moçambique e, nas semanas seguintes, pelo interior de Angola. Em resposta, o governo Republicano enviou a 11 de setembro a Primeira expedição militar portuguesa para as Colónias3. 8


Em novembro de 1915, com o regresso de Afonso Costa ao poder, tudo se conjuga para que a assunção de uma posição beligerante seja uma questão de tempo. Restava esperar pela anuência do Reino Unido. A 17 de fevereiro de 1915, Portugal é pressionado por Londres para “requisitar” os navios alemães e austríacos refugiados nos portos nacionais. Anuindo às pressões Britâncias, a 23 de fevereiro, destacamentos da Marinha portuguesa ocuparam os navios alemães e neles hastearam a bandeira nacional. Como resposta, a Alemanha declara guerra a Portugal a 9 de março de 1915, logo seguida pela Áustria4.

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Paulo Cunha (2015) «As duas pátrias. Os vimaranenses e a Primeira Guerra Mundial», in Boletim de Trabalhos Históricos, Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, p.89, citando Meneses (2010), pp. 268-269. 2 Fernando Dias Conceição (2015), «1914-1918 A Grande Guerra», in Boletim de Trabalhos Históricos, ed. Arquivo Alfredo Pimenta, Guimarães, p. 22. 3 Paulo Cunha (2015), ob. cit., p. 92, citando Ramos (2001), p. 432. 4 Fernando Dias Conceição (2015), ob. cit., p. 30. 1


Oficiais e soldados portugueses inspecionam edifícios destruídos numa cidade no Sector Português em França, entre 1917 e 1918. The Portuguese First World War Official Collection © IWM (Q 64446)

A Brigada do Minho

No plano militar, a entrada de Portugal no conflito veio evidenciar as fragilidades do exército nacional. À escassez de homens, agudizada pela recusa de civis e militares em mobilizarem, juntava-se a falta de oficiais, sargentos e cabos no Exército, o que obrigou a promoções ad-hoc. Em janeiro de 1917 seguem para França os primeiros batalhões do Corpo Expedicionário Português (C.E.P), sob o comando do General Gomes da Costa. Embarcam em Lisboa com direção a Brest. Daqui seguem para a Flandres em comboios especiais organizados pelo Exército Britânico. Desembarcam em Aire-sur-la-Lys, ou mais à retaguarda, em Vizernes, sendo distribuídos por diversas aldeias onde se acantonaram5. Os oficiais e sargentos ficavam alojados em casas de camponeses da região, os soldados e cabos instalados em palheiros sem condições6. 10


Para uma melhor coordenação com 5 Manuela de Alcântara a orgânica militar britânica houve ne- Santos (2015) «9 de abril nas memórias de dois combatentes cessidade de reorganizar as tropas. portugueses», in Boletim de Assim, o Corpo Expedicionário Por- Trabalhos Históricos, AMAP, p. 52. tuguês passou a ter apenas duas di- Guimarães, 6 visões (ao contrário do objetivo inicial 7 Idem, ibidem. Idem, p. 51. de 3); cada divisão compreendia três 8 Carlos Sousa (2015) «O 20 de brigadas de infantaria e três grupos Guimarães na Primeira Guerra de baterias de artilharia, um por cada Mundial (1914-1918)», Boletim brigada composta, por sua vez, por de Trabalhos Históricos, AMAP, Guimarães, p.69. quatro batalhões que mantinham os números trazidos de Portugal (os dos respetivos regimentos de origem). A artilharia pesada ficava diretamente dependente do Reino Unido. Cada companhia de infantaria tinha três pelotões; estes, por sua vez, eram desdobrados em três secções, cada uma com dois grupos de oito homens, sendo um de atiradores, outro de metralhadoras. Cada grupo era comandado por um cabo, as secções por sargentos e os pelotões por oficiais subalternos7. Na Infantaria, prevaleceu a orgânica do coronel Adolfo de Almeida Barbosa, que ainda antes da chegada das tropas à Flandres, propôs ao comando do C.E.P. a criação de uma única brigada que reunisse o Batalhão de Infantaria n.º 3 de Viana do Castelo, os Batalhões de Infantaria N.º 8 e n.º 29 de Braga, e o Batalhão n.º 20 de Guimarães, todos pertencentes à 8ª Divisão do Exército de Guarnição do Minho. O objetivo passava por formar uma brigada de elite, pois eram sobejamente conhecidos do coronel a índole e qualidades dos homens minhotos, disciplinados e aguerridos8. A Brigada do Minho foi no conjunto das brigadas da 2ª Divisão, a primeira a ser constituída 11


em solo francês, daí que tenha sido 9 Manuela de Alcântara (2015), ob. cit. p. 53. também a primeira a ser enviada para Santos 10 Idem, Ibidem. as linhas da frente. O treino de adaptação ao cenário de guerra com as tropas inglesas foi intenso, já que a instrução recebida em Portugal estava aquém das exigências do conflito. “O sector português da ‘frente’ estendia-se por uma linha de cerca de 12 quilómetros e ficava encravado no sector inglês, com o qual confinava a norte e sul. Essa linha ia desde a zona de Armentières, ao norte (ou à esquerda) até La Bassée, ao sul (ou à direita)”9. Desde que o conflito passou a uma guerra de posições foi construída uma complexa rede de defesa, da qual as trincheiras constituem o exemplo mais conhecido. Esta rede contemplava cinco linhas sucessivas de trincheiras. A primeira, mais próxima da linha inimiga, separada pela designada “terra de ninguém”, estava protegida a curta distância por redes de arame farpado. A sua principal funcionalidade era a observação, vigilância e aviso. Para aqui se deslocavam grupos de atiradores, granadeiros e metralhadoras ligeiras10. A segunda linha era de resistência, onde estacionavam as metralhadoras e morteiros pesados, bem como o comando da companhia, cozinhas e comunicações. A terceira linha abrigava o comando de batalhão e tropas de reserva, que se mantinham ocupadas a tratar das reparações necessárias. A quarta linha, também conhecida por Linha das Aldeias, ficava mais à retaguarda e era composta por uma série de fortificações e abrigos construídos nas ruínas de aldeias abandonadas, ali se estacionando a artilharia de campanha. A cerca 12


Tropas portuguesas em treino de granadas na Escola de Treinos de Infantaria de Marthes, 23 de Junho de 1917. Fotografia do Tenente John Warwick Brooke. Ministry of Information First World War Official Collection © IWM (Q 5557)

de 5 km de distância, por fim, estava a 11 Idem, p. 54. quinta linha, também chamada a Linha do Corpo, constituía por diversos redutos, trincheiras e redes de arame farpado11. As trincheiras, além de marcarem as paisagem, marcaram o imaginário da própria guerra.

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Batalha de La Lys. Prisioneiros Britânicos e Portugueses trazidos da Batalha. Abril de 1918. The German First World War Exchange Collection © IWM (Q 79346)

A Batalha do vale do rio Lys

A partir de 25 de março, ao Estado-maior do C.E.P. chegam informações de que se preparava uma ofensiva iminente. Porém, as forças britânicas calculavam que o ataque, a acontecer, seria numa outra área e em força. O recrudescer das ofensivas de artilharia na zona defendida pelos portugueses não seria mais do que uma manobra de diversão. A moral dos soldados portugueses não poderia estar mais em baixo. Há muito que esperavam ser rendidos. No entanto, o protelar da decisão alimentava o sentimento de revolta e de abandono. Nesta altura, registam-se insubordinações, deserções e baixas que obrigam a promoções em cima da hora: tudo parece concorrer para fragilizar ainda mais o exército no limite das suas forças. 14


O exército do Reino Unido, inteira- 12 Carlos Sousa (2015), do da situação, acorda substituir as ob. cit. p. 72. duas divisões portuguesas por contingentes ingleses e escoceses. A rendição da frente deveria iniciar-se a 9 de abril – precisamente o dia da ofensiva alemã: facto que leva a crer que o exército alemão estava informado da rendição, escolhendo atacar nesta data pela natural fragilização de linhas que a mudança de efetivos implicava. O Batalhão de Infantaria n.º 20 era responsável pela proteção da primeira e segunda linhas de defesa do S.S. 1 de Fauquissart. Na primeira linha distribuíam-se a 1ª, 2ª e 4ª companhias, ao passo que na segunda linha estava colocada a 3ª companhia, reforçada com a 2ª companhia do Regimento de Infantaria n.º 29. O número de efetivos era reduzido bem como o armamento disponível. O ataque alemão fez-se sentir com particular violência por volta das 04:10h, levando a primeira companhia a lançar um S.O.S. às tropas de artilharia que não responderam, causando um mal-estar entre as soldados. A partir de então seguiu-se a destruição das linhas de defesa, com as companhias que as guarneciam a serem praticamente dizimadas pelo inimigo12. Nas primeiras horas da manhã do dia 9 de abril, com nome de código “Operação Georgette”, estava em marcha o ataque alemão aos setores português e britânico no vale do rio Lys; para estes últimos, ficou conhecido como a “Batalha de Armentières”. A Batalha de La Lys não foi decisiva no desfecho do conflito. Todavia, para as tropas Portuguesas, as consequências foram absolutamente trágicas e 15


desastrosas, perdurando por longos 13 Idem, p. 70. anos na memória dos sobreviventes. O elevado número de baixas, mortos, feridos e prisioneiros resultou numa profunda desorganização nas estruturas militares, nunca ultrapassadas até ao final da guerra. A Brigada do Minho desapareceu no dia 9 de setembro de 1918, como esclarece Carlos Sousa: «depauperadas, esgotadas, abatidas, esquecidas na frente, as tropas da 4ª Brigada de Infantaria enfrentaram o mais terrível e mortífero fogo inimigo, disparado por centenas de canhões e morteiros. Sem apoios, reservas, ou abrigos, a “Brigada do Minho” obedece às ordens recebidas e permanece nos seus postos de combate até ao último minuto. Esmagada por um número muito superior de forças inimigas, a divisão portuguesa acabará por ceder Fauquissart e perece. E a bandeira da Brigada, bordada e oferecida pelas senhoras de Viana do Castelo, e olhada com veneração e orgulho por todos os que arriscavam a sua vida no sangrento conflito (…) foi também destruída no bombardeamento»13.

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Batalha de La Lys. Prisioneiros portugueses entregam as suas máscaras anti-gás num posto de recolha, Armentières, Abril de 1918. Fotografia de autor desconhecido. The German First World War Exchange Collection, © IWM (Q 55259)

O Regimento de Infantaria n.º 20

Os primeiros anos do conflito (1914 e 14 Carlos Sousa (2015), 1915) e a mobilização de tropas por ob. cit., p 70. parte do Governo português para África mereceram particular atenção dos vimaranenses e destaque da imprensa local. A razão era óbvia: esta mobilização contou com o envolvimento direto de elementos do Regimento de Infantaria 20, estacionado em Guimarães14. Já a partida para Flandres - “a caminho da morte e da glória”, “estrada fora a caminho das terras de França” (O Commércio de Guimarães, 10-VI-1917: 2) - desperta em Guimarães quer o natural receio de uma morte iminente, quer também o orgulho patriótico de ver os seus filhos na defesa dos interesses da nação. “Commanda-os um bravo, um homem honrado e ilustre o major José António d’Araújo Junior. Acompanham-no, partilhando com elle as 17


responsabilidades do mando, os ris- 15 Paulo Cunha (2015), cos e as glórias, briosos officiaes que, ob. cit. p. 97. com os olhos na Patria, a Ella sacrificarão a sua vida e a felicidade dos seus, certos que ela os contempla desvanecida e amorosamente. (…) Eles irão, na dura escola da guerra, retemperar a alma da nação que durante longos annos de paz se amolentara” (O Commércio de Guimarães, 10-VI-1917: 2); “Não podia a nossa mada e catholicissima Guimarães ficar indiferente à partida do 2º batalhão d’infantaria 20, que seguiu, hoje, para França (…) Commandava-o o major snr. José António d’Araújo Junior. Á sua partida assistiu o snr. General Commandante da Divisão. Ouvimos dizer que Sua Exa ficara impressionado pela ordem e pela disciplina que observou. A partida d’estes 1200 hommens, na sua quasi totalidade tirados á lavoura, ao commercio e à indústria, como era de esperar, encheu de emoção a cidade de Affonso Henriques. Durante horas e horas Guimarães parecia mergulhada nas trevas d’um grande lucto, d’uma grande dor. Para cima de vinte mil pessoas assistiram à partida de mais de 1200 portuguezes. Mulheres com filhinhos ao collo, pães, irmãos, parentes, amigos choravam copiosamente a partida de tantos braços, de tantas vidas, de tantos seres amados e queridos …” (O Commércio de Guimarães, 22.V-1917:2).15 O Regimento de Infantaria n.º 20 estava aquartelado em Guimarães desde 1884, no Paço dos Duques, frequentando também o chamado Quartel do Proposto, localizado em terrenos da quinta homónima (aliás foi aqui que as tropas mobilizadas formaram pela última vez antes de partirem para a estação 18


Soldados portugueses feridos aguardam por comboio-hospital nas imediações de Bethune, 10 de Abril de 1918. Fotografia do Segundo Tenente Armando Consolé. The Portuguese Army on the Western Front 1917-1918 © IWM (Q 438)

de caminho-de-ferro)16. Nas primeiras 16 Paulo Cunha (2015), ob. cit. décadas do século XX, o regimento p. 97, citando Flores (1959), pp. 14-16. integrava o quotidiano vimaranense, 17 Ibidem. marcando inclusive a jornada laboral citadina com toques de alvorada e de recolher . A banda musical do regimento também abrilhantava todo o género de acontecimento públicos, com destaque para o concerto dominical e de dias feriados, tido no jardim público do Toural17. Apesar das adversidades e das deficiências na preparação, fardamento e armamento, foram estes homens que aguentaram heroicamente no limite das suas forças e vidas. Cem anos depois da Grande Batalha, muitos deles, permanece e permancerá por identificar, por reconhecer, à beira da erosão das imagens que ainda os guardam.

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Batalha de La Lys. Um prisioneiro português é examinado por um Oficial Alemão no Acampamento Prisional de Fourmies, Abril de 1918. Fotografia de autor desconhecido. The German First World War Exchange Collection, © IWM (Q 55260)

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