Serviço educativo lura 20 2012

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Jornal do Serviço Educativo JANEIRO A MARÇO 2012 | NUMERO 20 Coordenação Elisabete Paiva Edição Elisabete Paiva e Inês Mendes Produção Gráfica Paulo Covas Comunicação Bruno Barreto Marta Ferreira

Design Atelier Martino&Jaña Textos de António Matos Brice Coupey Gimba Helena de Sousa Leite Lara Soares e Lígia Afonso Pedro Sobrado Xavier Araújo Alunos EB1 Azurém/ Monte Largo Alunos Centro Escolar de Urgezes Alunos EB1 Outeiro Serzedo

Ilustração Mafalda Neves Laboratório Gonçalo Alegria Distribuição Andreia Novais Carlos Rego Hugo Dias Pedro Silva Sofia Leite Susana Pinheiro

PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL servicoeducativo@ aoficina.pt ISSN 1646-5652 Tiragem 3000 exemplares

Sou europeu. Sófocles, Eurípides, Shakespeare, Molière, Rembrandt, Miguel Ângelo, Kandinsky, Malevitch, Mozart, Bach… são a minha tradição, que abrange diversos domínios, da música à pintura, do romance ao teatro. (…) O combate de hoje vai no sentido de tentarmos continuar a ser europeus. Milko Sparemblek (coreógrafo croata) citado na Revista Boa União (Teatro Viriato)

JORNAL DE ARTES E EDUCAÇÃO

A MONTANTE

Será preciso queimar o espectador? Pedro Sobrado pág.04

PISTAS

Laboratórios de Criação e Formação para Jovens Lara Soares e Lígia Afonso pág.03

TRILHOS

A Palavra Manifesta

Gimba pág.08

EDITORIAL Na base da Europa como a conhecemos está uma pequena civilização mediterrânica inspirada onde nasceram o teatro, a democracia, a filosofia e a história. Na constituição deste velho continente pequeno e multíplice foram reclamados valores e práticas que nos inspiraram e inspiraram outros noutros pontos do globo: igualdade, fraternidade e liberdade (universais), conhecimento e debate, criação e diversidade.

1986. O que poderia significar para um pequeno país, último bastião dos grandes impérios ultramarinos, historicamente de costas voltadas para a Europa, ser europeu? 2012. O que poderá significar, hoje, acolher uma Capital Europeia da Cultura em Guimarães, berço de Portugal? O que poderá significar, hoje, para nós, ser europeu? Passou pouco mais de um quartel sobre o surgimento do projecto Capital Europeia da Cultura (1985) e sobre a entrada de Portugal na União Europeia (em 1986, CEE); atravessamos um momento decisivo, confrontados com mudanças de paradigma velozes que nos apresentam como irrefutáveis. Quem somos nós: como agimos, conhecemos, escolhemos? Que legado deixaremos? Os vindouros: quem serão e como se imaginarão? Que escolhas poderão fazer? Será possível ser, (es)colher sem (se) imaginar? Cultivar o imaginário é a primeira tarefa que cumpre a um serviço educativo. Não no sentido estrito da erudição, mas no sentido amplo do trabalho (na terra), das formas que emergem dos corpos em movimento. Das formas novas que cada um pode imaginar e fabricar para si, para nós. Se é esta a herança europeia, talvez agora seja o melhor momento para a reclamar. Elisabete Paiva


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PISTAS CAMINHOS PARA FAZER JUNTOS

A ILHA DESCONHECIDA Brice Coupey *

Foi rápido e fulminante. Surgiu uma vontade instantânea de contar, de dizer este texto, de o colocar ao alcance dos vossos ouvidos

Direitos reservados

No dia 7 de Fevereiro de 2007, a minha mão descobre na estante da biblioteca municipal o livro "O conto da ilha desconhecida" de José Saramago. De formato pequeno, fino, elegante, capa e letras azuis, numeração das páginas em dourado, salpicado de desenhos e de pinturas. Seduzido pelo objecto, regressei a casa com o formigueiro de impaciência que me toma antes da leitura de um livro que me chamou a atenção e me aguçou a curiosidade. Foi rápido e fulminante. Surgiu uma vontade instantânea de contar, de dizer este texto, de o colocar ao alcance dos vossos ouvidos através de um espectáculo, e que ele salte aos olhos,

uma vez que é a minha profissão. Então as perguntas precipitaram-se, as respostas fizeram surgir outras perguntas, e depois foi necessário lançar-se, fazer escolhas, às vezes cortar o texto, para dar corpo às palavras sonhadas pelo autor, sem fossilizar a imaginação. As palavras de José não se deixam manipular facilmente. Do conto ao palco as marionetas nasceram, as personagens surgiram das suas caixas, foi necessário ser tudo ao mesmo tempo, contador, actor, marionetista, marceneiro, costureiro, produtor, homem, mulher e até barco. De equilíbrio em desequilíbrio fomos navegando em direcção a este espectáculo sem saber sequer se iríamos

chegar, somente que queríamos chegar a algum lugar... e cá estão vocês! Este espectáculo mergulha-vos nas palavras de José Saramago através do prazer que nós tivemos a encenar este conto. * Actor e criador do projecto


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PISTAS CAMINHOS PARA FAZER JUNTOS

Laboratórios de Criação e Formação para Jovens Lara Soares e Lígia Afonso *

Lugar de grandes operações ou transformações, um espaço de descobertas e novidades, de criação. Tomando 2012 como um ano determinante na consolidação de um projecto cultural para Guimarães, com um elevado grau de participação e vitalidade, achou-se indispensável a criação de uma área especial de programação no âmbito da Capital Europeia da Cultura, concebida para jovens públicos e para a comunidade escolar. Este programa deseja articular e aproximar as trajectórias de dois grandes eixos da comunidade: a escola e a família, ga-

rantindo acções regulares no tempo e no espaço, procurando o reconhecimento das suas expectativas e contribuindo para que melhor cumpram o seu papel, em mútua cooperação. Seria então oportuno, tirar partido da passagem por Guimarães de artistas e outros especialistas com uma prática pedagógica reconhecida ou em potência. Uma das formas que encontramos para consolidar esta relação foi a criação dos Laboratórios de Criação e Formação para Jovens, que surgem como propostas de EXPERIÊNCIAS. A experiência como processo fundamental de aprendizagem individual, onde os avanços e recuos fazem parte de uma construção individual e colectiva, onde o erro é motor de novos sentidos. A experiência como criação de desvio, de

algo que se assume como ruptura do quotidiano, da percepção quotidiana… A experiência que torna visível, que materializa. Na pesquisa pelos dicionários lá de casa, descobre-se que o laboratório é um lugar de grandes operações ou transformações, um espaço de descobertas e novidades, de criação. Pensamos estes laboratórios como lugares de prática laboratorial, catalisadores de discursos e formas contemporâneas, que ampliam o diálogo com a população visitante. Será possível criar um espaço de pertença? Um espaço capaz de suscitar vontades? De se entranhar nas rotinas quotidianas?

OCUPAR pertencer / habitar / fixar / conquistar CONQUISTA lugar que será conquistado, como um território desconhecido que se ocupa militarmente.

Os laboratórios poderão acontecer em diferentes espaços, tirando partido das dinâmicas dos próprios criadores em resi-

Fotografia_João Ferro Martins

dência, ou de passagem. Um dos espaços privilegiados será o espa-

A contaminação criativa será um dos motes preferenciais de trabalho, partindo das situações de plataforma de encontro, espaço de criação permanente ou oficina experimental. Associado ao formato da Capital Europeia da Cultura, o Laboratório de Curadoria desenvolve-se como think tank sobre a programação cultural e a sua relação com o contexto, e por isso privilegia activamente, na sua programação, situações de cruzamento com o serviço educativo. Vários dos Laboratórios de Criação e formação para jovens acontecerão em diálogo com o Laboratório de Curadoria porque artistas e curadores são, eles próprios, ço ASA, situado em Covas, onde funcionará educadores, e essa condição ontológica é o Laboratório de Curadoria - uma platafor- um dos eixos reflexivos axiais da programa discursiva privilegiada para o encontro mação que desenvolvemos foi desenvolvida para este espaço em permanente transforentre vários agentes culturais ligados à mação. Artistas que são curadores, desigprática curatorial e à produção artística. ners que são educadores, curadores que são Implantado numa unidade fabril desacarquitectos, educadores que são artistas… tivada, o espaço estará disponível para Agentes que assumem a transversalidade receber “grandes” e “pequenos” criadores e pensadores, funcionando como um ponto das suas práticas e que ensaiam permanentemente novos modelos de comunicade encontro e partilha.

A experiência como processo fundamental de aprendizagem, onde os avanços e recuos fazem parte de uma construção individual e colectiva, onde o erro é motor de novos sentidos

bilidade. Artistas que se preocupam em partilhar o seu entendimento do universo imaginando, para isso, mecanismos críticos de interacção com os outros. Hugo Canoilas, Vasco Costa, André Guedes, Simão Costa e Yola Pinto serão os primeiros a ensaiar estas práticas de relação. Com regularidade mensal e duração aproximada de 12 horas, umas vezes nas Artes Plásticas, outras na Dança, na Arquitectura, Design ou Teatro, todos eles serão meticulosamente concebidos para ampliar o Olhar quotidiano do que nos rodeia, articulando processos de formação com formas de criação como exposições, projectos de artistas em residência, espectáculos, etc. Coabitando amiúde com o laboratório de curadoria, que se divide em três momentos com início, respectivamente, a 25 de Fevereiro, 2 de Junho e 29 de Setembro, tirará partido da sua plasticidade física e conceptual, assim como da sua dimensão processual. A prática laboratorial implica momentos de partilha de impressões, discussão de práticas e pensamentos e posturas críticas perante as aprendizagens, que funcionarão regularmente e em continuidade.

* Lara Soares integra a equipa do Serviço Educativo do CCVF; Lígia Afonso Co-curadora e coordenadora de programação do Laboratório de Curadoria (Área de Artes e Arquitectura de Guimarães 2012 CEC)


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A MONTANTE AS NOSSAS REFERÊNCIAS

Será preciso queimar o espectador? Pedro Sobrado *

Ora, esta maneira de ir ao teatro parece a boa: é o espectador que tem opinião e não a obra. José de Almada Negreiros

(…) agora que se volta a consagrar os números de bilheteira como “critério” maior de avaliação dos teatros públicos: precisaremos de um teatro sem espectadores?

O espectador é uma figura sob suspeita. Parece nunca ter granjeado o prestígio dessa outra categoria, algo beatífica – o leitor. Este tem gozado de um indemne privilégio, como se o próprio acto de ler merecesse um crédito que é independente do objecto a que se devota, seja ele um romance russo do século XIX ou um manual de ponto de cruz. Que as phynanças, como diria Dom Ubu, se preparem para taxar o espectador com um IVA de 23%, mantendo o leitor no aureolado patamar dos 6%, é prova bastante*. A própria ortografia prega partidas ao espectador. O recente acordo ortográfico da língua portuguesa faz dele espetador: metalúrgico (fabricante de espetos metálicos) ou assador típico (especialista em espetadas mistas). A semântica não o trata melhor: ele é uma testemunha, mas também – hélas! – aquele que renuncia a agir, a intervir, a tomar parte. “Oh, expectantes, especados!”, vocifera o Dom Sebastião de Alexandre O’Neill (Sombras, enc. Ricardo Pais). A figura tem sido de quase tudo acusada: neutralidade e passividade, excitação voyeurista, alienação, fuga à realidade. Reconheçamos que a suspeição foi fortemente agravada pelos termos em que Guy Debord descreveu a Sociedade do Espectáculo, lançando sobre ele e ela (o espectáculo e a sociedade) um perpétuo anátema, uma espécie de fatwa marxista. Por seu turno, o americano Neil Postman descreveu o espectador como uma rã que

se deixa alegremente cozer em lume brando: amusing ourselves to death. Mas talvez a suspeita de que falamos tenha uma origem remota, radicando naquilo que o filósofo Hans Blumenberg designou, em Naufrágio com Espectador, por “condição esteticamente incólume” do espectador, que de um lugar seguro observa a luta (agon) de um outro. É essa perversa posição de conforto que está em jogo no De Rerum Natura, cujo segundo livro abre com a evocação de alguém que, da margem, observa a aflição de um homem num mar tempestuoso. Poupamos o leitor ao latim de Lucrécio (e vice-versa): É agradável, quando o vasto mar os ventos agitam, espectar [spectare] da terra firme a tribulação de outrem; não porque as aflições de homem algum sejam deleitosa alegria, mas porque em saber os males de que livre se está há doce prazer.

No decurso do último século, o teatro tem se esforçado por inverter os termos da equação, ferindo de morte essa distância de segurança ou a imunidade ao perigo que caracteriza a clássica figuração do espectador: do teatro épico de Brecht ao teatro da crueldade de Artaud – pólos entre os quais oscilaram as modernas tentativas de reformar o teatro –, passando pelo in-yer-face-theatre, pelo Insulto ao Público de Handke ou pela pirotécnica hiperactividade dos Fura del Baus e que-

jandos, drama e cena têm investido sobre o espectador, uns para o distanciar, outros para o afrontar, outros ainda para o inscrever no círculo mágico da acção teatral, mas todos para fazer do espectador uma outra coisa – um cidadão, um aluno, um actor ou participante activo, um observador crítico… – que não um voyeur passivo, um papalvo absorvido pela mimesis teatral. Uma tal via conduz-nos à pergunta: será preciso queimar o espectador? Ou, posto em termos paradoxais, sobretudo agora que se volta a consagrar os números de bilheteira como “critério” maior de avaliação dos teatros públicos: precisaremos de um teatro sem espectadores? Uma aventura na floresta das coisas e dos signos Num ensaio mais ou menos recente, O Espectador Emancipado (Orfeu Negro, 2010), o filósofo Jacques Rancière lança alguma água na fervura, ensaiando aquilo que poderia ser classificado como um contributo para a desdramatização do espectador. Que o faça resgatando do balde do lixo da História de que falava Trotsky uma excêntrica doutrina pedagógica com cerca de 200 anos, que postula que um ignorante pode ensinar a outro ignorante aquilo que ele próprio não sabe (sim, leu correctamente), não nos deve iludir quanto à seriedade da proposta. O que faz Rancière é pegar numa espécie de funda de David (o método da “emancipação intelectual” de um tal Joseph Jacotot) para ferir na fronte um Golias armado até aos dentes (o platonismo de que afinal enfermariam os projectos modernos de reforma do teatro, ao assentarem sobre a resiliente antinomia ver/conhecer e ao tomarem o espectador por um doente, uma criatura gravemente afectada nas suas funções vitais: a faculdade de conhecer e o poder de agir).


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Que uso faz então o filósofo francês desta relíquia iluminista que é a pedagogia de Jacotot? Para Rancière, o artista teatral – o dramaturgo, o encenador, o actor – deverá assemelhar-se ao mestre ignorante, ao mestre que ensina ao ignorante não o saber que possui, mas aquilo que ele próprio ignora. Como assim? Enquanto o clássico mestre sabe-tudo pretende suprir a distância entre a ignorância do aluno e o seu douto saber (uma distância que é perversamente recriada pelo protocolo pedagógico e pelo ordenamento progressivo do ensino), o mestre ignorante ignora essa distância radical e a desigualdade das inteligências: o que ele visa é que o aprendiz faça o seu próprio caminho, isto é, o tra-

(…) talvez seja o momento de fazer uma profissão de fé (passe a nomenclatura religiosa) na maioridade intelectiva e perceptiva do espectador teatral jecto eminentemente pessoal entre aquilo que ele já sabe e aquilo que ainda ignora. O mestre ignorante revela-se, assim, o mais sábio dos mestres, porque – nota Rancière – “não ensina aos alunos o seu saber, antes lhes ordena que se aventurem na floresta das coisas e dos signos, que digam o que viram e o que pensam do que viram”. Talvez, como supõe Rancière com um optimismo porventura excessivo, os artistas contemporâneos já tenham abandonado a serôdia pretensão de fazer do palco um estrado professoral e instruir o espectador. Mas frequentemente discorrem e agem numa lógica perigosamente análoga à dos “pedagogos embrutecedores”

(adoptamos aqui a terminologia brutal de Jacotot), ao continuarem a operar na base de uma “distância” que o espectador, renunciando à sua lendária passividade, deveria transpor, de forma a aceder àquilo que inscreveram na dramaturgia ou na representação – já não uma lição sobre ‘a verdade das relações sociais’, suponhamos, mas uma ‘forma de percepção’ ou ‘tomada de consciência’, uma ‘intensidade’ ou ‘energia’, uma ‘perturbação’, o que se lhe quiser chamar. Ao invés, o papel que cabe ao artista teatral é o do mestre ignorante: se este ensina ao aluno o que ele próprio não sabe, aquele dá a ver ao espectador o que ele próprio não mostrou. É como disse, certa vez, Heiner Müller: “Escrevo sempre mais do que sei.” Que conclusão extrair deste arrazoado? Que talvez seja o momento de fazer uma profissão de fé (passe a nomenclatura religiosa) na maioridade intelectiva e perceptiva do espectador teatral, que, mesmo permanecendo no escurinho da sala, pacatamente instalado no lugar que lhe foi destinado, age livre e continuamente: observa, selecciona, compara, associa, interpreta. Vejo, logo ajo, como se depreende das seguintes palavras de Jacques Rancière: “[O espectador] liga o que vê com muitas outras coisas que viu noutros espaços cénicos e noutro género de lugares. Compõe o seu próprio poema com os elementos do poema que tem à sua frente. Uma espectadora participa na performance refazendo-a à sua maneira, por exemplo, afastando-se da energia vital que esta supostamente deve transmitir para dela fazer uma pura imagem e associar essa imagem pura a uma história que leu ou sonhou, que viveu ou inventou.”

* NOTA: Aquando da redacção deste texto, o aumento previsto do IVA era efectivamente de 6% para 23%, sendo posteriormente aprovado um aumento para a taxa intermédia, de 13%. Esta modificação não altera, no entanto, o sentido do comentário do autor.

Ilustração: Mafalda Neves

A MONTANTE AS NOSSAS REFERÊNCIAS

“[O espectador] liga o que vê com muitas outras coisas que viu noutros espaços cénicos e noutro género de lugares. Compõe o seu próprio poema com os elementos do poema que tem à sua frente. (...)”

* Departamento de Edições do Teatro Nacional São João.


LABORATÓRIO PARA METER AS MÃOS NA MASSA

Esta folha é tua, será um mapa, o teu mapa pessoal para te encontrares um dia. Ilha Desconhecida Desenha a tua Ilha A partir dos 9 anos

“Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós(…)” J. Saramago

Pedimos-te que faças o seguinte: Cria um mapa da tua ilha, desenhando e l­ egendando. Usa o centro do jornal. O que há na tua ilha, onde termina, o que é que lá se pode ver? Na fronteira da ilha, o seu mar, desenhas o que não está na tua ilha, todas as coisas. Ocupa o espaço restante. Já sabes, podes escrever e desenhar. E entretanto chega uma pessoa à tua ilha... como é? E quem é? Como escreverias a sua estória?

Uma Ilha desconhecida é uma ilha que não está nos mapas. Se estivesse não era desconhecida

John Cage Escuta A partir dos 9 anos Era uma vez um músico que era também filósofo e poeta e pintor. Esse homem puxou para dentro da música o ruído do trânsito, a fala das portas e o burburinho dos picos de um cato. Mas de todos os sons do mundo, o seu favorito era o silêncio. Alguma vez te deitaste a ouvi-lo no teu quarto? No silêncio do quarto aponta os sons que ouves, depois tenta construir com eles uma partitura que te permita explicar o que ouviste sem fazer os sons. Para te ajudar damos-te uma linha-partitura.

Cage, para escutar depois do silêncio… Dream (1948) Sixty-two Mesosotics (1971) Child of Tree (1975)

Linha/Partitura

0 minutos

5 minutos


LABORATÓRIO PARA METER AS MÃOS NA MASSA

Esta folha é tua, será um mapa, o teu mapa pessoal para te encontrares um dia. Azul Mirtilos

A partir dos 3 anos Convide-se a criança a explorar um punhado de mirtilos usando-os tanto para comer como para pintar. Nesta folha de papel, com o sumo do mirtilo e com os dedos criar, uma aguarela que sirva de mar à Ilha Desconhecida.

Catálogo de azuis Dos 7 aos 77 anos Quando crescer vou ser colecionador de ­azuis... azul azul azul azul azul aaa....zul. Vou passear por lugares misteriosos e procurar essa cor só entre os elementos da natureza. Vou examinar pedras, bichos e plantas com redobrada atenção e eles vão crescer a meus olhos com suas formas e manchas, fios e fundos. Vou fazer um catálogo completo e repleto de azuis. Aponto a coisa e o sítio onde a descobri, a cor e sua matiz - elétrico, bebé, celeste, marinho, cobalto, inglês, … Crescer é muito longe, vou começar já!

Provisoriamente def i nitivos ou ­ def i nitivamente provisórios Respigar, memórias a respirar A partir dos 11 anos

10 minutos

A tua casa é feita também memórias. Faz perguntas de como era a tua casa antes de tu nasceres, que coisas havia onde e que coisas eram essas. Que livros, que móveis. Onde estão agora e para onde foram movidas essas coisas. Desenha à volta desta página, no espaço de margem que não esteja ainda ocupado, os objectos e coisas que já não estão presentes na tua vida, os brinquedos que deste ou perdeste. Se quiseres também podes fazer o seguinte: aos objectos pões uma etiqueta com a legenda de onde estavam, de onde vieram, quem ofereceu, quem comprou. Assim, terás uma casa legendada, repleta de objectos com uma espécie de bilhete de identidade/cartão do cidadão.

Concepção Gonçalo Alegria em colaboração com o Serviço Educativo

Há pássaros que têm visão com sensibilidade aos raios ultra-violeta. Vêem nuances de azul que o olho humano não capta. São espécies como o estorninho malhado e alguns periquitos.


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TRILHOS MARCAS QUE FICARAM E QUEREMOS PARTILHAR

A Palavra Manifesta Gimba *

O objectivo destas oficinas é resgatar e fomentar o uso ético e poético da linguagem, cruzando-a com outras práticas artísticas * Músico, autor e produtor musical

"A Palavra Manifesta", uma ideia cozinhada no âmbito da Rede 5 Sentidos, fez a sua estreia em Guimarães durante o mês de Outubro. Nesta actividade participou uma turma do 7° ano da Escola Secundária EB23 Fernando Távora, de Fermentões. O objectivo destas oficinas - que decorrerão em mais quatro cidades até ao verão de 2012 - é resgatar e fomentar entre a comunidade escolar o uso ético e poético da linguagem, cruzando-a com outras práticas artísticas, e propondo-se uma experiência de criação que torne os jovens mais conscientes da sua capacidade interventiva. As "sessões de trabalho" dividiram-se entre a biblioteca da escola e uma das salas de ensaios do CCVF, num total de trinta horas divididas por duas semanas, entregues a dois formadores: Gimba, músico, que tem vindo a desenvolver workshops de escrita criativa, com ênfase na poesia, e Gonçalo Alegria, um artista transversal com experiência e provas dadas em teatro, sonoplastia ou artes plásticas. Definidos e explicados os objectivos da

oficina, os primeiros dias foram dedicados às palavras, mais concretamente à composição poética, o que desde logo suscitou interesse dos participantes, que se envolveram em jogos com rimas, aliterações, criação de lengalengas, etc, sem esquecer os motes inerentes a qualquer manifesto. Na ordem do dia

Como eu costumo dizer a propósito da nossa língua, trata-se do nosso próprio umbigo. E não há ninguém que não goste do seu... estiveram termos como “luta”, “força”, “protesto”, etc... Já munidos com novos conhecimentos no manejo e uso poético da língua, os jovens foram desafiados a revelar traços da sua identidade através de actividades lúdicas que passaram pelo desenho, pela pintura

ou pela expressão corporal. No sábado, dia 22 de Outubro, a sala de ensaios abriu-se aos pais e a outros interessados para uma mostra final do trabalho desenvolvido – um cruzamento entre a palavra escrita/falada e a performance teatral. Cada edição da “Palavra Manifesta” terá obviamente resultados diferentes e vai ser curioso compará-los no final. Tratandose de um laboratório ambulante, onde as experiências pessoais, a imaginação e a criactividade – e até o tempo real – são variáveis livres, cada desfecho será certamente desigual e é justamente isso que torna interessante esta experiência. Sendo eu um entusiasta do português, foi com imenso prazer que vi as “trombas” (com que os alunos começaram a actividade, decerto desconfiados da “seca” que poderia ser “A Palavra Manifesta”) transformarem-se em empenho, dedicação e sorrisos. Como eu costumo dizer a propósito da nossa língua, trata-se do nosso próprio umbigo. E não há ninguém que não goste do seu...

Risco Voador Foi com enorme prazer que o Centro Cultural Vila Flor aterrou em várias escolas de Guimarães com o Disco Voador dos Clã, por altura do seu 6° aniversário. Depois de os meninos e meninas terem cantado e pulado com as músicas, feito perguntas sem fim aos artistas e cantado o CD no pátio da escola, foram desafiados a outra aventura: escrever uma canção! De entre a proposta de escrever uma letra e canção originais ou criar uma nova letra para a melodia favorita do CD, a escolha foi unânime: escrever uma nova letra para a canção “Amigo do Peito”. Aqui ficam as criações dos nossos jovens letristas das escolas de Monte Largo, Serzedo e Urgezes!

A Minha Escola

Na escola

A Minha Escola

A minha escola é fixe. A minha escola é bela. A minha escola é big. A minha escola é green.

Na escola atrás da bola, A miudagem gosta de andar, As meninas saltam à bola, E os rapazes à bola jogar.

A minha escola é bué A minha escola é bué de fixe A minha escola é em Serzedo A minha escola não mete medo

A minha escola não é velha nem é nova. A minha escola não é chata nem situada na Penha. A minha escola é no Monte Largo. (Bis)

Cansados a transpirar, De tanto correr e saltar, Quando toca para entrar, As mãos eles vão lavar.

Vencemos desafios aprendemos histórias de lendas, poesias e das nossas memórias.

Sentados e bem atentos, Ouvem tudo com atenção, Escrevem, leem e calculam Estudam com dedicação.

A minha escola não é fraca nem tem perigo Na minha escola eu estou seguro A minha escola é meu abrigo A minha escola é o meu futuro Falamos a mesma língua E vemos com os mesmos olhos Pensamos em conjunto E temos os mesmos sonhos

A minha escola é cool. A minha escola é feliz. A minha escola é boa. A minha escola é free.

Também gostam de cantar, Pintar, cortar e colar, Mas, brincar é que sabe bem, Quando nove anos se tem.

A minha escola não é velha nem é nova. A minha escola não é chata nem situada na Penha. A minha escola é no Monte Largo. (Bis)

Quando toca p,ra sair, Todos para casa vão, Contar o que aprenderam, Pois sabem bem a lição.

Vencemos desafios aprendemos histórias de lendas, poesias e das nossas memórias.

Letra Alunos do 4° Ano Centro Escolar de Urgezes Prof° Matilde Fernandes

A minha escola é fixe. A minha escola é bela. A minha escola é big. Letra Alunos da EB1 de Azurém/Monte Largo Prof° Cristina Oliveira

A minha escola é buereré A minha escola é liberdade Na minha escola prioridade é Saber dizer sempre a verdade A minha escola não é sinónima de amargura A minha escola é uma cantiga Tem contagens tem leitura A minha escola é minha amiga Brincamos sempre unidos E temos amizade E estamos decididos Promover a igualdade A minha escola é bestial A minha escola é fenomenal Como ela não há igual Letra Alunos do 4° Ano EB1/JI de Outeiro/ Serzedo Prof° Olívia da Silva


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TRILHOS MARCAS QUE FICARAM E QUEREMOS PARTILHAR

CRIAR PARA DESENVOLVER E INTEGRAR António José Pinto de Matos *

O espaço “Animação sociocultural” pretende que seja o libertar e o combater de vários problemas, como sejam: a solidão, o abandono, os medos, a inércia, a falta de auto-confiança, a perda da independência, a perda da autonomia, a ausência da alegria de viver e o desfrutar da vida. A organização de actividades lúdicas tem como objectivo favorecer o desenvolvimento pessoal e contrariar os défices de memória, mobilidade e relações com o exterior, bem como contactar com o mundo exterior, permitindo a descoberta de capacidades até aí desconhecidas. Para combater estes problemas tem sido fundamental as actividades que o Serviço

Educativo do Centro Cultural Vila Flor tem vindo a desenvolver, em diferentes áreas,

É gratificante ver que os utentes se sentem bastante realizados e mais confiantes na tarefa realizada com o fruto do seu trabalho nomeadamente, teatro, dança, música e

diferentes workshops, e que os utentes do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO)/ Lar Residencial (Alecrim), uma das valências da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, direccionada a um público com problemas do foro físico e intelectual, tem vindo a usufruir e participar, demonstrando grande receptividade e aceitação. A participação nas diferentes actividades tem sido fundamental para o seu desenvolvimento. Estimular os utentes, no campo criativo, captando as suas experiências de vida, criando objectos, que pela sua simplicidade e pureza, traduzem as suas capacidades

(p.ex. Workshop de Barro). É gratificante ver que os utentes se sentem bastante realizados e mais confiantes na tarefa realizada com o fruto do seu trabalho. Além destas actividades proporcionarem uma ocupação dos seus tempos de lazer, promovem o convívio e partilha de experiências. A organização de actividades lúdicas tem como objectivo favorecer o desenvolvimento pessoal, contrariar os défices de memória, mobilidade e relações com o exterior, promover o convívio e fomentar a qualidade de vida dos utentes, prevenindo o isolamento social.

* Responsável pelo Departamento Sociocultural do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) / Lar Residencial (Alecrim), da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães

Desenho feito por um dos frequentadores do CAO após assistir ao espectáculo “O Circo Incerto”, da companhia de teatro La Casa Incierta, em 2010.


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NA LURA ESPAÇO DE TODOS PARA TODOS

Construindo sentidos Xavier Araújo * O que entendemos por cultura? Apesar de ela estar presente no nosso quotidiano, é um conceito que não nos é fácil definir por ser difuso e polissémico. Numa tentativa de o circunscrever, pode dizer-se que ele se refere a artefactos, linguagens, rituais, hábitos, estilos de vida, padrões de conduta, e símbolos que exprimem a pertença a grupos, através dos quais a vida adquire sentido. É precisamente na questão da atribuição de sentido que quero pôr a tónica, pois é através desta característica da cultura que processos como o que vou aqui apresentar se tornam significativos. Quero falar-vos de um grupo de cavaquinhos do qual faço parte desde Fevereiro do ano corrente na freguesia onde resido: a Vila de Moreira de Cónegos, no Concelho de Guimarães. O grupo surgiu de uma forma muito espontânea a partir de dois simples telefonemas realizados pelo Presidente da Junta, autor da ideia, um para mim e outro para um senhor que, como eu, já sabia tocar cavaquinho. Quando questionados pelo Presidente

de partida dos elementos do grupo, procurando, na medida do possível, proporcionar-lhes experiências pessoais, sociais e musicais gratificantes. Assim sendo, o modo como a partilha de saberes e as relações interpessoais se desenrolam no grupo conferem-lhe um importante valor educativo, enquanto contexto de educação não-formal. A par do grupo de cavaquinhos estou inserido numa banda rock, estilo de música com o qual mais me identifico, no entanto não desvalorizo a música tradicional nem os seus instrumentos característicos, porque considero importante a promoção do respeito pelo nosso património cultural e, consequentemente, a promoção da sua aprendizagem. Afinal de contas, o património cultural é um elemento basilar na construção da nossa identidade, e desempenha um papel fundamental no modo como damos sentido à vida e ao mundo.

Aceitam-se Colaborações, Sugestões, Ideias e Outras Coisas… para publicação neste Jornal servicoeducativo@aoficina.pt

acerca da possibilidade de formarmos um grupo de cavaquinhos em Moreira de Cónegos, eu e o outro senhor não hesitámos

(…) o grupo de cavaquinhos, para além do seu potencial educativo, possui também um forte potencial cultural por se assumir como um meio de preservar o património cultural e dessa forma conferir sentido à vida de uma comunidade.

em demonstrar a nossa disponibilidade e interesse em assumirmos esse projecto. Naquele momento estavam criadas as

Para concluir, retomo a ideia inicial de cultura como atribuição de sentido, referindo a este propósito que o grupo de cavaquinhos, para além do seu potencial educativo, possui também um forte potencial cultural por se assumir como um meio de preservar o património cultural e dessa forma conferir sentido à vida de uma comunidade.

* Estagiário no Serviço Educativo e mestrando em Ciências da Educação na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

condições básicas para que o grupo pudesse nascer e desenvolver-se. Actualmente o grupo conta com cerca de quinze elementos, número que tende a aumentar graças a uma boa receptividade da ideia por parte da população, e as idades dos seus elementos vão dos 7 aos 67 anos, o que torna evidente que o grupo de cavaquinhos não é só para “velhos” nem só para “novos”. É para todos! Todos partilhamos cordialmente um mesmo espaço onde a troca de conhecimentos e experiências, bem como o convívio, acontecem de modo informal e descontraído. É um espaço fértil para a aprendizagem. O grupo de cavaquinhos foi criado com a finalidade de proporcionar aos moreirenses a possibilidade de aprenderem gratuitamente a tocar o instrumento. Para tal, o grupo tem reuniões semanais onde ensaia músicas tradicionais portuguesas, e essas reuniões não obedecem a um programa previamente estipulado, antes se adequam àquilo que são os interesses, expectativas e pontos


11 | LURA

NA LURA ESPAÇO DE TODOS PARA TODOS

Ser professor Helena de Sousa Leite * ético, porque tudo aquilo que fazemos poderá eventualmente originar frutos fora do nosso alcance de atuação, mas é nessa esperança que continuamos a viver o melhor lado da nossa profissão e do nosso lugar na escola, esperando que um dia

apesar da chuva de normativos, a nossa escola tem dependido essencialmente de dinâmicas estabelecidas pela consciência pessoal e profissional de todos os agentes educativos, projetando a concretização de um “locus” onde são exercidas práticas de liberdade e responsabilidade

“haja frutos” da nossa dedicação. Ninguém dá o que não tem e ser professor é antes de tudo Ser pessoa, alguém que ajuda a formar e a educar as futuras gerações a Serem Melhores pessoas! Para que as sociedades sejam empreendedoras e saudáveis no sentido de sermos em colectivo, mais felizes.

* Professora do Agrupamento de Escolas Professor João de Meira

Por vontade da autora, este texto respeita o novo acordo ortográfico.

Ilustração: Mafalda Neves

Dedicamo-nos no dia-a-dia à escola conquistando um ensino que permita dar espaço para que o aluno cresça em literacia como condição fulcral do exercício da cidadania. Neste sentido, pautam-nos pelo “saber o que mudar e como induzir a mudança” e, apesar da chuva de normativos, a nossa escola tem dependido essencialmente de dinâmicas estabelecidas pela consciência pessoal e profissional de todos os agentes educativos, projetando a concretização de um “locus” onde os alunos se sintam iguais na diferença, onde são exercidas práticas de liberdade e responsabilidade que permitam que estes se descubram e se conquistem como cidadãos democráticos, cívicos, participativos, emancipatórios e profundamente comprometidos com a sociedade. Temos concretizado “utopias realizáveis” reduzindo a desigualdade, respeitando a diferença e a individualidade de cada aluno e conquistando espaços, atividades e projetos acima de tudo com “boa vontade”. A nossa causa tem sido um constante lançar de sementes, esperando ver os frutos! Tudo isso implica um forte sentido


MAPA DE BOLSO A nossa agenda do trimestre

Laboratório de Criação e Formação para Jovens

Todo o ano • Terça a Sexta • Maiores de 6 anos Visitas

Oficina Artes plásticas para pais e filhos

Visitas Guiadas ao CCVF +

Dança e Teatro

Oficina Artes Plásticas para Pais e Filhos

Espectáculo

Até 18 Fev • Dos 6 aos 14 anos

Uma viagem pela história do teatro

Provisoriamente definitivos ou definitivamente provisórios +

Cenografia e Performance

26 e 27 Jan • 10h00 e 15h00 28 Jan • 11h00 e 16h00 • Maiores de 7 anos

Daqui vê-se melhor ** Isabel Minhós Martins, Bernardo Carvalho & Suzana Branco

Espectáculo Dança

18 e 20 Jan • por marcação • 21 Jan • 16h00 • De 6 a 12 anos

A Nova Bailarina ** Aldara Bizarro

27 e 28 Jan • 21h30 • Todas as idades Contadores de historias

Missão fotográfica: paisagem transgénica O ser Urbano: nos caminhos de Nuno Portas Collecting Collections and Concepts +

Histórias do Princípio do Mundo ° António Fontinha e José Craveiro

Espectáculo Dança

23 e 24 Fev • 10h00 e 15h00 25 Fev • 11h00 e 16h00 • De 3 a 5 anos

Azul ** Leonor Barata Oficina Cenografia e figurinos

18 Fev • 16h00 • Maiores de 6 anos

Definitivos e provisórios improvisados +

08 a 09 Março • 19h00 - 22h00 • 10 Março • 10h00 - 13h00 e 14h30 - 17h30 • Adultos

Dramaturgia Visual - Espaço Cénico e Figurinos * André Guedes

Espectáculo

Catarina Claro Laboratório de Criação e Formação para Jovens

Entredançateatro * Filipa Francisco

A partir de 10 Mar • Maiores de 4 anos Visitas orientadas

03 e 04 Mar • 11h00 às 18h30 • Dos 14 aos 18 anos

Teatro de Marionetas

05 e 11 Fev • 11h00 às 18h30 • Dos 16 aos 21 anos

09 Mar • 10h00 e 15h00 • 10 Mar • 16h00 • Maiores de 9 anos

A Ilha Desconhecida ** Cie Allinéa

Desenha-me um espaço *

Preços + consultar condições específicas em www.ccvf.pt * € 5,00 ** € 2,00 ° Entrada gratuita

Victor Hugo Pontes

Reservas para espectáculos Tlf 253 424 700 / Fax 253 424 710 bilheteira@ccvf.pt Informações e reservas para outras actividades Tlf 253 424 700 servicoeducativo@aoficina.pt ou serviço.educativo@guimaraes2012.pt

Organização

Apoios

Centro Cultural Vila Flor Av. D. Afonso Henriques, 701 4810 431 Guimarães

Tel 253 424 700 geral@ccvf.pt www.ccvf.pt


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