Discussão Bibliográfica

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO

SOCIOLOGIA DISCUSSÃO BIBLIOGRÁFICA DE ADORNO E EDGAR MORIN

São Paulo Maio de 2009


FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO CENTRO UNIVERSITÁRIO FECAP

DISCUSSÃO BIBLIOGRÁFICA DE ADORNO E EDGAR MORIN

Discente: Ana da Glória Rodrigues Luz

08021263

Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda

Prof.ª. Dr.ª. Simone Luci Pereira

São Paulo Maio de 2009 2


A

presente

atividade

tende

a

demonstrar

ordenadamente

o

pensamento de dois pensadores da comunicação e da sociedade, por meio de suas

obras,

estas

que

comentam

sobre

a

indústria

cultural,

mais

especificamente sobre a sociedade de massas. Theodor Adorno em seu discurso sobre a indústria cultural estuda o meio, vendo a sociedade de massas como um objeto do mecanismo de manipulação, onde esta não olha para o receptor, ou seja, para as pessoas. Já na obra sobre a Cultura de Massas de Morin, existe a primeira industrialização, que começou no século XVIII que se estendeu por toda a sociedade em seguida temos a segunda industrialização: a que se processa nas imagens e nos sonhos, na alma humana, esta a industrialização do espírito, que penetra no interior do homem e ali derrama mercadorias culturais. Morin acredita que existe a manipulação, mas se concentra no lado humano. Morin se torna mais aprofundado, procurando ver não como simplesmente acontece, mas sim nas mediações e de como a sociedade recebe determinada informação que é passada através dos meios de comunicação, concluindo com isso que a Indústria Cultural de Adorno é mais que um mecanismo ideológico e corruptível da critica de pensamentos do ser, para Morin a Indústria Cultural, mesmo manipuladora é uma cultura, pois concentra, imagens, sons, objetos, que gera valor a quem a recebe. Morin acredita com base nesse pensamento em uma Cultura de Massas que funciona para suprir as necessidades individuais emergentes, fornecendo à vida privada imagens e modelos que são aspirações desta sociedade recém emergente no individualismo, por exemplo, o amor, a felicidade, a alegria... Aspirações estas que não podem ser satisfeitas na racionalidade das grandes cidades, necessitam sair da realidade trazida pela cultura de massas, na procura por um universo imaginário da realização, liberdade, amor, felicidade. Adorno também concorda com essa teoria, porem acredita que essa evasão da realidade pelo pensamento do imaginário torna a sociedade mais alienada, sendo nociva a esta, pois mascara o real. Morin se enraíza mais neste pensamento, pois para ele a cultura de massas é um componente do imaginário, que por sua vez é parte constitutiva 3


do ser. Parte de nossa essência, sua concepção de estética incorpora os mitos, as magias, por tanto o imaginário, levantando um pensamento totalmente oposto ao de Adorno, pois para Morin não existe apenas essa expropriação do pensamento critico, para ele essa cultura de massas faz parte da vida cotidiana, como no brasileiro as novelas. Adorno em sua teoria é contundente e fria, pois para ele a Indústria Cultural é apenas um sentimento consumista e capitalista em favor de uma minoria que tem por base o consumismo e comodismo e para chegar a tais fins existe uma dilapidação do pensamento critico humano, para ele a sociedade é vista em segundo plano, sem que seja aceitos sua cultura ou pensamento, por tanto totalmente contrastado ao pensamento de Morin, para Adorno o consumo é orientado apenas por seu poder mercadológico e de lucro, diferente de seu valor de uso e de conteúdo como tenciona Morin. Adorno é um grande pessimista: quando achamos que ele vai achar uma brecha, ele mostra que isso também é usado na ideologia. Reforça a figura da estrela, do outsider, do marginal, da arte individual como exploração comercial. Possui um pensamento continuamente industrial no sentido da racionalização da produção, com técnicas de planejamento, pesquisa de produtos, gerenciamentos, cálculos, dinamização das “linhas de montagem”, etc. Edgar Morin acredita que não se pode negar a massificação existente na sociedade, entretanto a cultura também foi modificada, a partir do desenvolvimento das sociedades modernas ocidentais. As massas urbanas, a classe média passou a ter acesso a um novo padrão de vida, entrando no universo do bem-estar, lazer, consumo, antes prerrogativa das classes altas. Assim, os desenvolvimentos do trabalho assalariado, as facilidades trazidas com a tecnologia, tornaram possíveis ao homem um menor tempo de trabalho e, consequentemente, um maior tempo para o lazer e para a vida privada. Quando a sociedade encontra esse espaço para se pensar no EU, traz um alto grau de individualização das pessoas. Morin diz: “a seiva (fluxo) da vida encontra novas irrigações fora do trabalho. As vivências vão se refugiar no lazer e vão acentuar o movimento mais geral no sentido da vida privada”. 4


Assim, cultura de massas não é “apenas uma invenção do capitalismo e sinônimo de manipulação” - ADORNO, “mas é uma cultura, constituindo um corpo de símbolos, mitos e imagens” – MORIN Segundo Morin, não há dicotomia, ou seja, a separação entre real e imaginário, ou entre objetividade e subjetividade, pois estas noções estão interligadas nos indivíduos, perfazendo sua complexidade e inacabamento. No encontro real e imaginário, encontram-se as vedetes da grande imprensa: os olimpianos (deuses gregos, acima dos mortais) modernos: astros de cinema, TV, campeões, playboys, príncipes, enfim, celebridades. Seu olimpismo pode nascer do imaginário (papéis encarnados em filmes, novelas), ou da função sagrada que tenham que realizam (presidência, pontificado), de seus trabalhos heróicos ou eróticos (no nosso imaginário). Concluindo podemos acreditar que a indústria da informação e do entretenimento eleva à “distinção” de acontecimento histórico a fatos sem nenhuma significação ou importância, como os da vida privada dos “olimpianos”. Demonstrando assim que esta estandardização da obra é utilizada com o único intuito mercadológico e consumista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Textos: Adorno, T.W. in Theodor Adorno (Organizado por Gabriel Cohn) Indústria Cultural Capítulo 5 Sp: Ática, 1966 Morin, Edgar, Cultura de Massas no século XX: o espírito do Tempo: tradução de Maura Ribeiro Sardinha. 6ª Ed. Rio de Janeiro, ForenseUniversitária, 1984.

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