A l a n n a Fe r n a n d e s
A l a n n a Fe r n a n d e s
Ar Dor a dor me fascina a dor me encanta a dor me preocupa a dor me estressa a dor me domina a dor me cansa a dor me arde ar de consciência de quem não dorme ar de quem respira ar, dor ar de um coração poluído ar de entorpecida ar de ferida não esquecida ar de adormecida a (r) dor me dor me
A Chuva Chora a c h u v a c h o v e a c h u v a c h o r a quantas gotas-lĂĄgrimas ainda hĂŁo de cair para que do cĂŠu de mim essa tristeza-tempestade cesse por hora?
Melálcoolia eu melancólica: tento chorar não choro escolho manter o estado de espírito afinal, não faço nada para fugir dele. as músicas que seleciono colaboram para o dia perder seu brilho e o sol já não mais ser luz. me permito me prender em casa não saio do quarto pra fora, não quero ver ninguém. simultaneamente, a ideia de sair é convidativa. saio tomo uma cerveja danço outra cerveja beijo uma pessoa desconhecida mais uma cerveja esses beijos não me completam cerveja tontura cerveja trocar as pernas cerveja vagar sem rumo pela balada cerveja fazer coisas inconsequentes que gerarão arrependimentos no outro dia cerveja perda de memória cerveja. ressaca: eu melalcóolica.
Menos de Mim Dando e sendo Menos de mim Para tentar me encaixar-caber No que exigem demais Porque o universo não está -AindaPreparado para a minha grandeza voraz Só tenho medo de me arrepender Quando eu-pequena Impossibilitada de crescer Olhar para trás E não me sentir grande nunca mais
O Tempo O tempo Ressoou nos meus tímpanos. Tento silenciar os minutos e as rugas Enquanto trago o cigarro. De tanto tempo expostas ao tempo, o mormaço, As minhas incontáveis lágrimas enxuga. Tic-tac, tic-tac, tic-tac Maldita tortura sanguessuga! Suplico: me tira desse som de movimento Que o ponteiro conjuga, Eu só quero meu momento de paz Para forjar a minha fuga! O tempo Ressoou nos meus tímpanos. A vida passa ligeira Enquanto meus sonhos enrugam E caminham cada vez mais A passos de tartaruga.
O Gosto Amargo do Arrependimento o gosto amargo do arrependimento faz nossa autoestima se jogar de cabeça ao relento o constante tintinar do gelo batendo na beirada dos fios de pensamento dá desgosto, causa autopunição tornando a existência um tormento
Nem Me Atrevo ando numa ânsia de escrever, mas nunca escrevo o que será que quero esconder de mim mesma? não sei se devo tentar imaginar - nem me atrevo não sei se devo, e não estou disposta a pagar enquanto não escrevo, reescrevo meus fatos descrevo meus atos mascaro estelionatos prescrevo ultimatos não estou disposta a pagar para ver então fecho os olhos para o que sei-não-sei de mim com o tato, assino um contrato: manter-presos-jamais-soltar esses pensamentos insensatos
E Só só lhe dão falsas esperanças só lhe dão ilusão só lhe dão nunca lhe dão só lhe dão amores inventados só lhe dão ilusão só lidam se lhe dão solidão
ti
dos sen
tos ça
ba
gun
men
Lacuna Cheia A vida tem desses dias vazios Que parecem lacunas Cheias De dor e confusão. Um paradoxo baseado Em medo e ilusão Silêncio na boca e mente em ebulição Que arde bem lá no fundinho do peito, Onde se esconde, aflito, o coração Que, desavisado, nem queria ser achado Mas a chuva e o dia nublado Trouxeram à tona toda essa emoção. As sombras aparecem Quando a luz do raio que cai Ilumina minha escuridão E o susto que levo com O som aterrorizante do trovão Faz estremecer Ao evidenciar toda minha introspecção. Me protejo da chuva E das tempestades em copo d’água Fujo, fecho minhas janelas da alma Abro um guarda-chuva A fim de me cobrir Mas sempre acabo exposta Encharcada pelas lágrimas da decepção Que teimam em chover Causando enchente, desmoronamento e inundação.
PROCEDEU Nada anda pra frente Tá tudo dando tão errado... Eu já tô cansada, Chega! Pra mim, deu! ^ Pro-ce-deu?
Nada Muda O tempo passa Nada muda Muda nada Nada muda Muda nada Nada muda Só o lado Da tristeza Cada dia mais graúda
Enlace Matrimonial se caso amar, se case em caso de não mais se encontrar, descase se caso perder a casa, é só uma fase do caso contado o amor não complementa nenhuma frase o que restou fora apenas um sentimento raso e a união que se concretizou foi o caso com o descaso
Desilusão Poética Contemporânea Rimando amor com dor Fazendo trocadilhos infames-tecnológicossentimentais Computador com puta dor / Antes sofria hoje sou fria Escrevendo estrofes de três versos Pagando mil reais de patrocínio em posts do instagram E mais mil para colocá-las em um outdoor Sigo sendo poeta fracassada Ela janela panela Que não fuma e não vai a cafés escrever Porque de rima, poesia e dor Ninguém nesse mundão de hoje quer mais saber E nessa resistência por existência em essência Me doo tanto Que quase não sobra nada Do meu ser que tem gosto pelo viver
Sem Título Por Tempo Indeterminado São 02h20 da manhã Sei as horas, mas não sei o que é o tempo A menos que eu passe meus dias me martirizando A sua procura, pois acho que o perdi. São 02h20 da manhã Não consigo dormir há meses... Pensamentos que ocupam minha mente repetidas vezes Me atormentam e não consigo domá-los, por mais que eu tente. Eu me culpo por tudo. Pelo fracasso, pelo desemprego E por estar vivendo uma vida que nunca sequer imaginei pra mim. Eu mesma não me dou meu sossego. Naturalmente, o que é preso tenta se soltar Esse sufoco que está aqui faz tempo já cansou de lutar Mas, mesmo assim, por trás das grades do meu consciente Meu inconsciente arranja alguém para se apaixonar. A agonia queima a pele e os nervos. Não há saída, só tem o mundo.
Falta-me o ar para aguentar Falta-me o ar para esperar o efeito passar Mas não vai, a não ser que eu aja A não ser que eu reaja A não ser que eu enfie o dedo na minha goela e force o vômito A não ser que eu termine com tudo que começou Que tropeçou no meio do caminho, que tomou um rumo Triste, acomodado, vazio, mesquinho Que nenhuma de nós controlou. Agora já são 02h32 O tempo passou, a dor não. A teoria da relatividade é meu carrasco. Quanto tempo o tempo tem? Quanto tempo uma dor tem? Quanto tempo uma dor dura? Por quanto tempo a mais vou continuar aguentando? Por quanto tempo a mais vou continuar me submetendo? Por quanto tempo... A sensação de solidão irá me assolar?
Corpo-Mente Enquanto a mente não para O corpo nunca dorme Enquanto a mente não sara O corpo nunca descansa... E não consegue se livrar desse vazio enorme Por mais que, dia após dia, ele me deforme O dia não espera para amanhecer A meu bem querer A meu bel-prazer Até que minha cabeça resolva Silenciar as explosões de pensamentos Negativos autodestrutivos Incessantes A me enlouquecer Infelizmente não controlo o tempo Que de dia ou à noite Passa mais devagar só para me torturar Com a finalidade única de me fazer sofrer
Teoria da Relatividade Geral teoria da relatividade geral é eu passar o dia todo arrastando a vida vendo stories de pessoas viajando e eu, em casa, com o olho vidrado pensando o que há de errado comigo vejo a vida passando rápido e meus sonhos escapando por entre meus dedos enquanto o tempo, para quem vive lá fora é lento e só melhora o enredo
Uma Folha ao Vento Deitada no sofá duro e desconfortável Vejo a vida passar. São 17h30 da tarde e os mosquitos sobrevoam meu corpo. Talvez pensem que eu sou um monte de bosta Ou que estou morta Mas só estava vendo a vida passar. Olho pela janela e vejo o céu azul Um azul tão bonito que faz arder os olhos. Compartilha a paisagem com o céu algumas folhinhas da árvore do vizinho Que estão atravessadas por cima do muro. O sol é quente e as ilumina Fazendo com que vários tons de verde contrastem Com o cinza do meu estado emocional. O vento bate O vento sopra E as folhas lutam para ficarem quietas e em paz Elas tentam prosperar Mas tem sempre o vento que as empurra para trás. Me senti uma folha ao vento Sem alento, Sou facilmente empurrada Por não ter mais nada aqui dentro.
Uma Noite Mal Dormida “Hoje eu vou dormir cedo” Falou a poeta iludida Que não pode resgatar um fio de memória perdida Que já aproveita para escrever versos na medida E, fudida, Abriu sua ferida Arrancou a casca com suas próprias unhas Deixando-a sangrar Para fazer rimas sofridas À custa de uma noite mal dormida
Anestésico Poético Lendo, escrevendo e respirando poesia Sigo aplicando na veia esta anestesia Vivo essa ressaca Que veio me atormentar Junto com uma maldita azia De dor mal digerida Arroto anseios com cheiro de validade vencida Tenho repetidas lembranças que vêm em forma refluxo Trazendo aquele gosto amargo de término à minha boca Que geram infinitas aftas pela acidez de várias noites maldormidas Neste desespero por morfina Minhas vontades são poucas: Só queria sumir E bater um papo com aquele velho guru, vizinho do meu avô Que sempre quando eu estava mal, Ele me benzia Já que ele fez cair várias verrugas, Talvez ele pudesse me ajudar com as minhas fugas
Dia Arrastado Hoje foi um dia arrastado. Acordei às duas da tarde com um vazio no estômago Que pensei ser fome. Levantei da cama E procrastinei. O relógio já marcava quatro e quarenta e dois Então resolvi fazer algo para comer. Levantei e abri a geladeira para pensar Olhei... olhei.. fiz cara de desgosto e conclui que nada ali supriria essa fome. Sentei. Passados dez minutos, novamente fui até a geladeira. Fechei. Pensei em fazer macarrão Fiz. Abri a lata de molho de tomate Não me dei ao trabalho de cozinhá-lo E joguei por cima do macarrão. Não comi nem a metade. Descobri que esse vazio não era fome.
Ações e Reações/Causa e Efeito Olhos flamejantes Que queimam abertos E ardem fechados De tanto chorar Lágrimas ácidas: Elementos sem base Reações constantes Aquela nossa química ficou para trás Agora só a física do tempo e espaço Poderá me trazer paz
Uma Flor de Mulher Achei que era doce, ex ante Conheci, cheirei: Pétalas petulantes. Com seu venenoso fedor, Desmaiei. Tomei um anticoagulante Para que esse coração continuasse pulsando. Usei a doença como estimulante Para no amor continuar acreditando. Iludida, errei. Outra desgraça de flor, cheirei.
Toda Noite todo dia acordada até de madrugada sufocada
pelas coisas que não disse pelas coisas que não sabia que queria dizer pelas coisas que ainda haverão de fazer sentido para que eu me sufoque e queira desesperadamente dizê-las não há palavra dita, pensada, sentida que, silenciada ou berrada, cure essa ferida. toda noite vago até que todo dia...
Relacionamento I A rotina ocupa tanto nossa cabeça Que nos tira de nós mesmos: O amor passa a ser dor O toque passa a ser finito O estar já não mais é, Se foi. As brigas por reforçar A posse do espaço E a busca pelo ‘estar certo’ Ocupam-se de semear A mágoa e o rancor Que nos limita, vigia e acompanha. E como uma sombra, Nunca mais sai de perto. Abusa, assombra, se planta, fica, adoece. Sombra que, Cada vez mais, Cresce Quanto menos luz passamos a não emitir. O dia a dia escraviza Nos rouba tempo, consciência e lucidez E, ao nos tornarmos zumbis, Perdemos toda nossa sensatez Ao nos contentarmos com Uma -artificialmente construída- pequenez.
Relacionamento II Me sentia deslocada Fantasma, apagada Jogada ao abismo da inexistência Sem direito algum a nada. Quanto mais vivia, Mais lá estava Quanto mais vivia, Mais lá me colocavam E quanto mais vivia, Menos vivia. Existia sem resistência. Já não mais me conhecia. Me sentia argila Facilmente manipulável Ficava da forma com que queriam E depois, com o tempo, enrijecia, endurecia. Voltar à maleabilidade de mim Eu nunca conseguia.
Vivendo em círculos, Cada vez mais rápido Eu era rodada. As mãos da manipulação Me (de)formavam. Aquele vaso imenso de vida Agora é uma caixinha de cinzas Que serve pra guardar Todas as alegrias, presenças, existência, vontades próprias Que foram fragmentadas-cremadas Transmutadas em inseguranças, tristezas e nadas.
A Água Gelada Vale A Dor Até Que Se Encontre O Amor tá com medo de se molhar? se entregue e se deixe levar! viva a vida na leveza que o amor vem pela correnteza
Começo começa um novo começo. pelo passado tenho apreço. porém, pelo futuro, do meu presente, desapareço. toda vez me aborreço porque sempre me esqueço: viver o agora não tem preço.
Não Se Cubra de Culpa Se cobre Mas não se cubra de culpa. Se cobra, Se supra. Se sobra, Se cobre. Só não se enferruje.
Através de Você Eu vejo De um jeito Que ninguém mais Te vê Eu vejo através De você Dentro do seu peito Os segredos e medos da sua alma De mim, não consegue esconder Mesmo (re)vestindo uma armadura de ferro Te vejo Nua-transparente E desvendo todos os mistérios Do seu inconsciente
Sentir SENTIR SEM SENTAR E PERMANECER NO LUGAR SENTIR SEM PENSAR EM SE ACOMODAR SENTIR PARA SE SALVAR SENTIR PARA SER TUDO AQUILO QUE ALMEJAR SENTIR PARA SABER QUE É POSSÍVEL
R A O V
A Construção Do Amor por mais que tenha sido amor à primeira vista, ainda era paixão aquela vontade desenfreada de dividir todos os momentos, sem exceção de nos conhecermos mais, o mais rápido possível conversar incessantemente perguntar opiniões sobre qualquer coisa que seja e depois transar até o sol se pôr também até quando a lua se for ainda era paixão
o amor foi construído pilar por pilar o amor leva tempo sendo um árduo e gostoso caminho a se trilhar dividir as contas dividir os sonhos saber superar as diferenças com discernimento não ir dormir sem resolver os desentendimentos fazer chá não ter preguiça nem restrições de se doar se entregar completamente e isso não lhe pesar, ao contrário te deixar mais leve que o ar amor é comunhão em que duas almas – eu e você – até o fim da vida felicidade e tristeza juntas, dividirão
Cê Sabe Saber? saber saber entender entender
estão a uma distância cognitiva da essência do ser com a consciência elevada de mim senti o que com ciência não se explica vibração que foi e vai e foi e vai emissão de onda energética que paira pelo ar, impregna e fica
A Chave do Amor a chave do amor vai te abrir aos poucos sem clamor os segredos da fechadura estão sendo descobertos na mesma medida em que com o tempo, sente-se segura depois de aberta a consciência de que há conforto da alma estará desperta e não haverá motivos nem lembranças passadas para se trancar na amargura
Descoberta de Mim Em Ti e eu que me achava tão tanto descobri que quase nada da vida sabia mas justamente por me sentir completa foi que me enlacei e finalmente em um lugar eu exatamente cabia dissolvendo o ego ascendendo a consciência e vendo de olhos fechados – em comunhão – prosseguimos descobrindo de Pachamama a essência na natureza a liberdade é plena: vejo o que sinto e descubro o que sou pelo que já fui prossigo contigo levando em conta pensamentos que me intuem: viver a emanação plena desse amor e proporcionar bons ventos àqueles cujas energias ruins nossos caminhos obstruem
Dizem Que… dizem que o amor é cego pois vos digo: amando estou jamais tão lúcida estive e certa de mim ainda mais sei o que quero, por onde devo ir: enxergo em ti uma visão de anseio pelas alegrias e dores que virão eu vejo o sentir e sinto que é bom o que há de vir
Doces Descobertas o gosto me deixa incomodada ansiedade incontrolada realidade deturpada onda não surfada porém, mais que aproveitada saci, pirilampo e fada talvez safada depende da intensidade de cada capinar uma piscina com enxada psicodelia chapada causada por vontade não tão errada o diabo, nu, deixou de vestir prada desejo, tesão, sensação que voa, alada vontade de sair correndo pelada de dar uma cavalgada ver um pirulito escondido e ansiar uma chupada transcendência “inexplicada” transcendência explicada consciência alterada doce amargo, diabete desmistificada
Doces Descobertas II umbigo dois bigo por um fio energĂŠtico te ligo comigo
Doces Descobertas III fui ao universo e voltei. vi tudo reverso e descobri que do real mundo real nada sei.
Esquizopoema meus poros respiram oxigênio e meus pulmões suam gás carbônico meu corpo revoluciona suas funções: meu cérebro tem sede de conhecimento meus olhos sugam as letras que juntas numa sentença alimentam minha psiquê, que tem a função de digestora da informação
minha mente não-autônoma aprende com o corpo
Hei? quem eu hei de ser? em que fonte hei de beber? será que só serei o agora ou me tornarei tão tanto que nunca imaginei-me ser? só sei que defenderei a vida e lutarei contra as mazelas egoístas e capitalistas do consumir para ser e tenho a plena certeza de não querer viver uma vida por viver, assim, dia após dia, lutareicontraasamarras queopatriarcadousouparameprender.
Os Ciclos do Amor Nos conhecemos numa primavera para nós duas Ajudando uma a outra a desabrochar: Abrimo-nos para o amor Logo em seguida, como de costume, O verão chegou e trouxe consigo seu calor: O fogo da nossa paixão que se autoalimentava Era impressionantemente insaciável O tempo passou O tempo fechou Tudo murchou O outono chegou: Nem quente, nem frio Nem próximo, muito menos distante Confusão de sensações Dia a dia de uma realidade agonizante Bem como todo ciclo Natural e necessário Passamos por todas as estações Até que chegamos aqui: Fui perdendo meu vigor e esplendor de flor Não queria aceitar, mas o inverno havia iniciado Sem escrúpulos, me deixou fraca, doente Por fim, o vento gélido soprou forte e me levou para longe de onde aquele amor havia nascido Não resisti, me perdi de mim mesma No meio da confusão da corrente de ar, fui carregada até o vento parar de soprar
Fui caindo e a consciência da derrota, solidão e escuridão tomaram conta Cheguei ao chão, fiquei algum tempo ali definhandome a mim mesma A terra fora me engolindo e finalmente tive a certeza De que aquele era o atestado de óbito de um ser orgânico Estava enganada Fui me moldando, me refazendo, redescobrindo-me Tornei-me sementinha forte, vigorosa, plena Pronta para voltar Regando-me de paciência, estava apta a ressuscitar Cresci, novamente flor Colorida, cheirosa e, acima de tudo Aberta –completamente– para o amor
Fui deixada na mão
fui deixada na mão mal sabia quem me deixou que ME DEIXOU! me deixou em mim mesma me deixou me entender me deixou dentro de mim me deixou acompanhada contemplada por um amor/prazer próprio sem fim é melhor ser deixada com uma mão em mim do que ter duas voando procurando abrigo em outra casa coberta de cetim
Falta Perceber fala sério, você só quer aparecer só quer estar onde não há como te caber para com essa onda de se criar e se adequar para tentar ser! será que você não consegue perceber? sua vida não vai avançar enquanto você não entender que você não precisa ser igual aos outros para se satisfazer basta viver com o que você é e, no fim da vida, não haverá nada do que se arrepender.
Quando Me Permiti a dor me fez mudar me ajudou a entender que do sentir, não há do que se envergonhar não serei mais fraca se rios de lágrimas eu chorar para superar é preciso submergir em si e mergulhar entender a gênese da dor estudá-la com sensibilidade e não se deixar derrubar por qualquer outra semelhante eventualidade acontece de transbordar quando num ambiente de tanto mau o bem entra e toma seu lugar ao entender e enxergar que o normal na verdade é anormal o discernimento faz derramar tudo para fora é só permanece o que é natural só para de vazar quando o olhar para si é maduro o suficiente para deixar tudo ir
Reflexões Espelhadas Na Filosofia Das Vivências convicções convexas conexas reflexões côncavas reflexas filosofia em primazia: experiências refletidas por vivências com as tristezas em anestesia e felicidades em supremacia assim, reflexo em espiral a vida se passa como um fractal: um de frente pro outro um dentro do outro, bem como o amor profundo de um casal, bem como os padrões matemáticos apresentados por tudo que é natural
ALÉM Ir além do óbvio Sentir além do raso Descrever além do palpável Poetizar além das rimas Se propor a uma vida que vá além do racional Se autoconhecer além do físico Pensar além do que está posto Questionar além dos porquês Discernir além do amém Se manter acordado além do café Estar conectado além da internet Aprender além dos conhecimentos acadêmicos Se importar com pessoas além da sua família e amigos Tocar além de música Gemer além de dor Ser além de marcas, posses e bens
Banho Poético Meu chuveiro estragado Está sempre pregando uma peça Na minha paciência e Em meu corpo molhado Hora, água quente Logo, água fria Irritada com essa inconstância Aparentemente sem sentido e vazia, Percebo o universo tentando me ajudar A temperar as temperaturas em desarmonia: Ao esfriar a mente E Esquentar o coração Me mantenho em equilíbrio Para não ceder A qualquer provação
Aprendendo Com a Dor Me queimei, ardeu Mas já tô trocando de pele... Eu posso afirmar Que estou pronta para A nova eu! Perguntaram-me: Qual a sua altura? Eu disse: Eu não sei, faz tempo que não me meço Porque eu não caibo em mim.
Eu Que Não Cabe Em Mim eu, que não cabe em mim eu-futuro apertada do que ainda há e hei de ser eu que quanto mais cresço mais espaço arranjo pra crescer mais
afinal, o que é eu se não um-constante-nada-sei-entendi-redescobri-nada-sei de mim do eu que se perdeu mas ainda habita aqui para nunca ser mais do mesmo do eu que já cresceu
FIM
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Fórmula i e I mediata de v Mo n
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R -
S
O Traçado da Vida Na vida Tudo depende Do traço que escolhemos para os nossos caminhos E esse traçado define o que vem depois Ou você TRANSFORMA Ou você TRANSTORNA
T R A N S T O RNA R
E
OLHA PRA MIM Minha mente Passeia e demora Pelos seus olhos Que tanto veem-anseiam Do além ser Você me pede: “olha pra mim” Eu fecho as pálpebras Para enxergar o que há em mim Que quase havia esquecido -Me perco nessa imensidão sem fimE, aberta, Me volto pra você Eu te olho E você me olha de volta, Nessa conexão que une um fio De partilhas e partículas que se cruzam, Não há desenlace que a solte Porque o incômodo senhorita? Tem medo de ser vista também? Eu te olho E você me olha de volta Dentro de milésimos de segundos Nossas histórias se entrelaçam Nos fazemos equivalentes Somos mais que apenas um corpo Transcendemos tempo e espaço Somos humanas, iguais Nada a menos Nada a mais
Ser Mãe: Uns Apertos quando minha mãe acabara de casar as roupas dela ficaram apertadas: mamãe estava grávida quando eu era bebê minha mãe me apertava em seu colo quando eu parei de ser amamentada minha mãe apertava a laranja no espremedor para me vitaminar sem dor quando eu tinha 2 anos minha mãe apertava o cadarço do meu tênis quando eu fiz 4 anos minha mãe, apertada e sem dinheiro, apertou meu coração de saudade ao arrumar um emprego quando aos 5 anos entrei na escola minha mãe, com tempo apertado, não pôde me levar e o desespero do novo, do desconhecido me acompanhou
quando aos 11 anos meus dentes se entortaram fui ao dentista e um aparelho fixo, ele me colocou minha mãe, todo mês, me levava pra apertá-lo quando aos 13 cheguei um dia chorando em casa minha mãe apertou minha cabeça em seu peito e disse que eu poderia contar com ela pra tudo nessa vida quando aos 17, me atrasei para a prova de vestibular minha mãe apertou o pé e chegamos na hora quando aos 18 me mudei de cidade o coração da minha mãe apertou de tanta saudade quando eu a vida inteira puder cuidar da minha mãe quero poder apertá-la em todos os sentidos apertado, sem espaço meu coração teve que aprender a crescer mais rápido pra poder caber todo esse amor
TERMINEI Chorei mais que viola Chorei que nem bezerro desmamado Fumei mais que uma caipora Bebi igual um Opala velho Sofri mais que canceriano Me descabelei mais que Bellatrix Lestrange na luta entre comensais da morte e defensores de Hogwarts, na Batalha final de Hogwarts Dormi menos do que vendedor de loja de shopping em ĂŠpoca de natal Comi mais sorvete do que adolescente na primeira TPM Ouvi mais Radiohead e Damien Rice do que apaixonados nĂŁo correspondidos
Respirei fundo mais vezes do que pessoas que praticam meditação e fazem yoga Me tranquei no quarto por mais tempo do que pessoas com depressão Gritei mais que o professor Girafales irritado com o Seu Madruga Corri mais sem sair do lugar do que gente que faz crossfit Lutei mais que Rocky Balboa Apanhei mais do que Nazareth apanhou de Maria do Carmo
Terminei... Terminei sendo muito mais do que quando comecei
Depois De Três Horas fecho os olhos e logo minha língua começa a passear pelo teu corpo inspiro profundamente sentindo o cheiro do suor que, de prazer, estás exalando você me leva para cima e para baixo juntamente com sua respiração forte e desregulada meu coração dispara por perceber que seu ritmo se encontra no meu minhas glândulas salivares eufóricas trabalham em potência máxima beijo sua orelha e sinto todos os teus pelos se eriçarem e depois de sentir a textura o cheiro o gosto e o amor em cada parte de ti como se fosse em mim já sei que está na hora de começar
Haikai De Longa Duração se quero transar? está a fim de brincar? vamos demorar!
Nu De Intensidade se o nu teu me dá fome? demais, nu!
Sobre Tudo safada usarei sobretudo sem nada embaixo, sobretudo.
Em Transa sua língua me cheira seu cheiro me lambe tua pele me cobre e me deixa em transe seus olhos me comem e suas mãos me queimam meus sentidos somem enquanto seus lábios me beijam mãos que comem olhos que queimam corpos se conectam prazeres que teimam
suores que escorrem dedos que entram gritos que ecoam através de entranhas enquanto mantras de gozo entoam que orgasmos múltiplos espasmem pernas livres que se abrem conscientes por se entregarem à delícia de, em seu meio, se saciarem
e quem disse que as coisas acontecem somente entre quatro paredes
ĂŠporquenu ncatransou numbeco
Gemido pura concentração para o máximo extrair de ti doce tesão minha intensão pela pele tua passeia sob a luz da lua enquanto seu desejo incendeia os músculos internos dançam e o odor do teu ardor as minhas narinas cobiçam meu instinto animal se funde com meu amor incondicional e não paro até que o orgasmo, dentro de seu âmago, fecunde debatendo-se de prazer quase não consigo te conter sua alma em êxtase por ascensão não cabe no teu corpo desta dimensão sons exaltam de tua garganta e meus tímpanos acariciam danço contigo essa canção que se dá pelo ritmo do seu coração e que além de nós somente os anjos comporiam
Realização de um –Sonho– Levo minha presença de encontro à sua Suspiro e sinto o aroma doce do shampoo Que usou para lavar o cabelo na noite passada Encosto no seu braço como forma de carinho E vou subindo minha mão bem devagarinho até seu ombro Acaricio, chego até sua nuca E enrolo minha mão no seu inebriante emaranhado de fios Puxo com entusiasmo Num suspiro entorpecido, Cheiro até que meus pulmões se encham completamente E faça minha boca salivar Assim, molho seu pescoço inteiro com meus beijos Me afasto, Olho nos seus olhos E você olha pra mim Eu avanço meus lábios na direção Dessa boca linda que me hipnotiza faz tempo Enquanto te trago com força para encaixar seu corpo no meu Ao sentir sua anatomia completando o que faltava aqui Meu coração dispara, meu sangue circula E o tesão toma conta Com gana, finalmente vou beijar os seus lá
A campainha tocou Acordei
Impulsos Festivos De Desejos Antigos a festa começa fico te observando te vejo dançando como se ninguém estivesse olhando você está acompanhada tomo um gole da minha bebida molho a boca com gostinho de uma transa perdida não deixo que isso seja um empecilho afinal, não quero desperdiçar meu espartilho sua companhia vai para o fumódromo e você fica -oportunidade perfeita para me aproximarentão encho meu peito de coragem e caminhando pela multidão tiro a roupa que até então cobria meu instinto selvagem chego até você meu olhar cego diz tudo o que eu preciso dizer te pego pelo braço e te levo para o banheiro quero desesperadamente sentir o teu cheiro lamber seu pescoço e sentir, por sua artéria seu sangue pulsando desejo
meu sistema reprodutor é tomado por impulsos energéticos e fugindo à sua função primária apenas reproduz prazer te jogo na parede pois de você tenho sede olho nos seus olhos e encho minha mão com suas bochechas naquele espaço pequeno levanto seu vestido ah… você exala libido quero te chupar até você não mais aguentar estou no comando e o seu tempo de prazer eu vou dominar a lembrança de que tem gente na fila aguça minha insanidade e me incentiva a continuar quero ver suas expressões faciais quando você gozar quero sentir suas pernas tremerem seus olhos fecharem e suas cordas vocais vibrarem ao som e gosto da alforria pela liberdade que viria após 15 minutos de realidade com anestesia
Expedição Não tem um milímetro-pedaço do seu corpo Que eu não tenha estudado, Que eu não conheça. Cada detalhe, curva, vazio, textura que nele habita Me atravessa e excita. A sua geografia, em teoria, Eu conheço de cabeça. Queria eu Conhecê-la pelo tato e paladar Ao passear dedos e língua Por seu vasto território A fim de mapear A sensação cartográfica e política De sentir o teu gosto e te tocar. Você não imagina o que eu imagino de você. Suas paisagens, cachoeiras, Montanhas, cavernas, campos, altos e baixos, Seu clima, seu tempo, Seus rios e vulcões Suas matas, tempestades, tremores e erupções. Mas, infelizmente, Você não me deixa cruzar Suas fronteiras. Você não imagina o que eu imagino de você.
Minha Língua Quer Te Lamber minha língua que fala minha língua que degusta minha língua que umedece meus lábios minha língua que de tão extensa nasce lá no ínfimo interior do meu corpo minha língua que beija, quer lamber teus lábios telhados que cobrem a casa volúpia minha língua quer entrar e de sua receptividade gozar minha língua sedenta, quer que você a ofereça algo para beber para que mates a sede de prazer
NU Seu corpo Nu Meu Meu corpo Nu Seu Nossos corpos Nus Entrelaçam Atados como nós Nus Nos fazem Inteiramente nós
CRIME Menina mistério De olhar sedutor E semblante sério Seu modo de se portar E seu jeito de ser Me faz enlouquecer De uma maneira que não tem como explicar Mas basta um contato Para que um sorriso resplandecente Apareça logo no Primeiro Ato Sorriso que só serve para atiçar Corpos e almas frágeis -SedentasQue, ingênuas, estão em volta A dançar Seu pescoço de pele macia e convidativa Exala o cheiro do seu perfume -Ao suarE meu instinto consegue captar O gosto do seu corpo e essência Que invade meu nariz De longe E não cessa Até que eu ascenda um cigarro E fume para me acalmar
O seu olhar compenetrado Me olhando de lado Faz estourar, dentro de mim, fogos de artifício E estar na minha mente, nesse momento, é um benefício Pois imagino você comigo Num sexo hipotético Selvagem Tão real, mas na realidade Fictício Seu toque e o calor de suas mãos Ativam minha sensibilidade E me rendo Na minha cabeça já estamos gozando E eu só rezo por minha absolvição Desse delito estupendo Por cometer o crime de me entregar a este jogo de sedução Eu me rendo! Eu me rendo!
Soda Que foda... Aquela foda gostosa que a gente nem teve Entra em contato com a minha alma E, por efeitos instantâneos, a corrói como soda Flameja Arde Deteriora Minha imaginação-desejo E os queima, decompõe, putrefaz e me atormenta Toda hora
Ultrapassando Todos os Limites de Sanidade De longe a vejo Nuca desnuda Por sua blusa de alcinhas E cabelo preto preso A cor da sua pele enche meus olhos Que passeiam pelos pelos que reluzem Por estarem expostos à luz fluorescente E se demoram nos detalhes complexos Das tatuagens que compõem seu território
Não posso evitar controlar minha mente rebelde Que insiste em imaginar os mistérios Guardados por debaixo dos panos Eu não preciso nem fechar as pálpebras Para ver esta boca avermelhada a me magnetizar Logo à minha frente Ela se materializa, molhada, E me chama E eu vou E não vou Mas queria tanto ir Você passa a mão em seu ombro E relaxa os músculos do pescoço Por estar tensa ou cansada demais Das mesquinharias da vida Eu observo seus esguios e compridos dedos E imagino o efeito que eles poderiam causar em mim Respiro fundo e tento afugentar O que apetece meu sexo e meu pensar, Mas nada consegue dispensar Nada consegue saciar A fome que eu tenho de te lamber Te beijar, te chupar Ouvir você gemer e se contorcer Até te fazer gozar
Acomodar-Se De Ti me incomoda o machismo oprimindo mulheres todos os dias e elas nem fazendo ideia da opressão que sofrem me incomoda a xenofobia que a demarcação de uma fronteira causa me incomoda a fome que algumas pessoas boas sentem enquanto outras têm lojas de bolos me incomoda a ignorância a prepotência e o egoísmo me incomoda a falta de amor pela natureza e o deixá-la em último plano mas você, meu bem, não me incomoda você, na verdade, sem caber de imaginar é tudo o que me acomoda e que me põe no lugar teus olhos acomodam os meus teus lábios acomodam os meus meu abraço acomoda-se no teu meu nariz acomoda-se ao cheiro teu tua pele acomoda-se ao tato meu teu sorriso acomoda-se ao bem-estar meu eu me acomodo em você minha poesia se acomoda em você sem porque nem pra quê
apenas sendo o que o universo previu para ser você não incomoda só acomoda porque meu coração te escolheu e esse acômodo desde então só cresceu e CRESCEU eCRESCEU
eC R E S C E U
Alma Velha de tão surpreendente que és sinto que nunca cessarei descobrir-te todos os dias, sem falhas, amadureço com teus ensinamentos tua alma velha traz consigo conselhos ancestrais que só a pureza do seu coração teria a capacidade de rememorar me fazendo enxergar que certos sofrimentos são banais te conheço, te descubro e percebo que sempre em você, conhecerei um novo mundo mundo esse que jamais imaginei jamais considerei e todos os meus mundos eu vivo em você, com você, por você nos descobrindo juntas nesse sentimento tão profundo eu sou em ti você é em mim agradeço por me mostrar diariamente o melhor de mim
COMO SE FOSSE UMA, MAS AINDA ASSIM, SOMOS DUAS
f o s
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a se d f o n mo s i se o a um a m as
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De Como Seria eu amo observar você serena deitada a descansar de bruços ocupando a cama inteira me pego te olhando tão apaixonada que me vejo sem eira nem beira acompanho a sua respiração pois é o único modo de me comunicar contigo estando em outra dimensão com a ponta dos meus dedos faço carinho em todo o seu corpo, sorrio e esqueço todos os meus medos com a realidade minha mente confronta: fico imaginando como seria se dormisse comigo todo dia o lado da cama gelado você esquentaria e a sensação de inquietude que a sua falta me faz para sempre cessaria
Doce Docê ocê é tão doce, mai tão doce que a diabete me pegô meu coração parô minhas perna intortô e as brabuleta tudo vuô amor açucarado que me carza duença mais ao mes tempo o que vai me curá vai sê ocê me disseru que as coisa tem uma precisança de um tar de quilíbro e é aí que eu tenho mai vontade de sê o sár que harmoniza o doce docê
Energia Kundalini Dois corpos Em movimento de fricção Para emanar energia Kundalini Que está em ascensão Chakra por chakra A serpente sobe E, enquanto envolve-os, de nada se priva Ao reenergizar e equilibrar A partir de agora, com o terceiro olho você vai enxergar Formas geométricas sagradas que te levarão à plena consciência Do universo em espiral, feito fractal Flor da vida, árvore da vida, seu eu em ascendência O pleno amor vai subir de Muladhara até Sahasrara Energia que te levará a conhecer sua própria essência Arco-íris de equilíbrio físico e espiritual Que alcança o topo onde Shiva espera O Lótus de mil pétalas florescer E findar este sublime ritual
Melodias De Você quero tanto te fazer bem que esse anseio me faz me perder em mim mesma erro os acordes esqueço as letras só faço besteira porque na minha cabeça só tem espaço pros detalhes dos arranjos que compõem as canções de você que é o meu sol e me aquece no seu colo em si-bemol fazendo eu deixar para trás e não precisar mais do ensurdecedor silêncio do vácuo solitário e da iluminação escura e artificial do farol
Nós rosas curam beijos duram com o seu amor os dois se misturam me deito contigo e tiro sua roupa te sinto comigo passeio por sua boca a cada toque um suspiro da alma energias afins abrigo que me acalma eu quero te dar tudo de mim para que a leveza de nós componha nosso fim
e de mãos dadas agora e sempre sentimento que transborda não guardaremos só pra gente nosso amor vai gerar uma pequena sementinha uma criança para amar passaremos para frente conexão com a natureza intimidade com o universo pra ver a vida com clareza eu te amo você é minha única certeza o que a gente construiu
significa minha fortaleza
Nossos Momentos num abraço apertado conheço os detalhes do seu corpo inteiro respiro fundo e sinto o cheiro do seu cabelo fecho os olhos para olhar para dentro: o futuro não sai do meu pensamento suas mãos tocam meu rosto sorrio de lado um sentimento quentinho e adocicado, meu coração se sente abrigado ao pegar a estrada do meu pescoço para alcançar minha orelha seus lábios sussurram a frase em que nossa relação se espelha
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Flor da Vida
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Sucinta Sucinta Ela disse: Só sinta
Precisar cada dia fica mais difícil aceitar você indo e eu tendo que ficar. o que eu mais quero é contigo morar: você não vai precisar ir e nem eu precisarei ficar bastará o estar para que meu coração em paz possa bater e por você palpitar
Prólogo tirou do bolso um papel para medir o tamanho do meu dedo e me dar um anel tirou do coração puro sentimento para me propor que à beira mar ao nascer do sol acontecesse nosso casamento
Quanto Mais Longe Mais Saudade Eu Sinto quanto mais longe mais saudade eu sinto queria ser como um monge que meditando acharia facilmente os segredos para sair de um labirinto minha mente incessante não me faz parar de pensar em você sequer um instante preciso me acalmar para me alinhar às respostas desse caminho difícil de encontrar que é saber lidar com a falta do seu colo em que eu amo deitar e chamar de lar
Se Misturarão todo dia antes de dormir um poema para que acordes já em estado de felicidade suprema quero até o fim dos meus dias lhe causar essa sensação de manhã, de ternura à noite, de tesão e quando morarmos juntas essas ideias de tempo se misturarão
Sensação Da Emoção como um cego curado a sensação foi de ver pela primeira vez: um corpo a mim pela alma que o habita entregado paralisada fiquei observando-o cada detalhe, cada curva, cada cicatriz do tempo, fosse por corte ou falta de sorte fosse por quedas na infância ou pelo doar-se por alguém, que no fim, não valia mais que algumas míseras moedas o que infelizmente não foi percebido com antecedência a emoção me emudeceu não tinha juízo de mais nada a usual realidade fora usurpada e meu coração estremeceu a adrenalina do momento me proporcionou um experimento: o acaso terno me levou a um universo e dimensão em que o ser, sereno, nunca esteve até então
Te Avistar É Me Apaixonar meu coração ainda dispara toda vez que abro a porta e é você olhando para baixo toda misteriosa ouve o barulho da porta me olha e sorri de lado sorrindo também com os olhos a sensação é de que estou me apaixonando por você à primeira vista novamente com dificuldade de respirar e mãos suadas corro para os seus braços enterrando a cabeça em seu colo e te abraço o mais forte que consigo nossos corações se encontram sinto tua pulsação e nossas batidas compõem o ritmo e a melodia do nosso amor em forma de canção entra, eu digo meu corpo é sua casa
V De Verdade lembranças vividas foram tudo que saudade e distância deixaram pra te ter mais perto me aprofundo e me agarro ao que tenho: memória e imaginação lembro da sua pele me forço a senti-la em meus dedos, tua textura o cheiro do teu perfume evapora por causa do suor que brota de teus poros enquanto cataliso tua combustão de calor e então imagino teu cabelo e minha mão entrelaçando-o em meu pulso com força e sem pudor mas com amor me afasto para ver seu rosto: pele de leite olhos de caramelo sobrancelha de jabuticaba boca de diabete
boca esta que passeia pelo meu rosto e corpo deixando DNA de ti em cada centímetro de mim carnuda e carnívora que devora e dá fome que tira o fôlego e respira que guarda os dentes que me sorriem e me mordem que esconde a língua que me molha de intenso prazer que em conjunto possuem a técnica perfeita para me levarem ao delírio me lembro dos teus pontos fracos e já logo, em minha imaginação vou aguçá-los para que se encolha em meus braços sob o efeito da provocação desço para teu pescoço ouvindo e sentindo seu pulsar acelerar te sentir viva e humana me deixa louca você sorri reclamando de coisas que nem paro pra ouvir
ouvir sua voz e saber que está de corpo e alma ali teus suspiros e gemidos me excitam de uma forma que meu corpo só consegue se expressar com mais movimentos corporais para além do teu corpo lembro dos teus gestos, gostos manias, toques, qualidades e todo o todo que lhe compõe e, por fim, lembro do teu abraço apertado que é o que a gente faz quando chega e quando vai embora
A Consciência da Convivência Estou só, aqui Pensando em tudo que já se foi O que é E o que está por vir. Imagino um mundo bem distante Etãopróximoaomesmotempo Em que a vida prospere Com o nós que há de ser. Acendo seu incenso preferido Mentalizando o gostoso calorzinho desse sentimento por você Pra emanar energia do amor Em todos os sentidos: Tato, olfato, mente, alma. Significados racionais E irracionais que derivam do sensível Tornam o nós Uma viagem de troca do conhecer Não visível a olho aberto e nu. Em que só é possível acessar os detalhes Fechando o olho e olhando pra dentro. E quando já estamos dentro-além Nos mantemos nesse estado de profunda conexão Vibrando no querer bem, no estar bem, no nos fazermos bem Compartilhando energias, amor, experiência Numa incrível vivência a duas Baseada numa doce, presente, madura e lúcida convivência.
Presença Os movimentos repetidos Ritmados pela respiração ofegante E trocas de amor, fluidos e energia constantes Geram calor. Cada pulsar do seu coração que gera calor Faz com que seu cheiro Se desprenda do seu corpo Exale e ocupe o quarto inteiro. As partículas de seu eu-essência Se fundem aos objetos Trazendo à tona Esse cheiro que tanto me apetece E mesmo que você vá embora Ainda assim, permanece. Eu fecho os olhos e dou um suspiro. Você está no travesseiro, no lençol, no edredom Você está na madeira da prateleira No grão de poeira do chão que não varri hoje Você está na luz que ilumina o cômodo Você está na minha saliva que não foi gasta beijando seu corpo Você está em mim Na minha memória olfativa, no meu tesão, no meu amor Você está nas nossas partilhas, potências e afetos. Mesmo que você vá embora Ainda assim, permanece.
Aqui Jaz Um Coração Que Nunca Teve Paz Me sinto uma idiota toda vez que falo com você As palavras fogem E o gaguejar ao balbuciar besteiras se torna minha língua materna
É sempre tão desconfortável É como se eu estivesse pendurada numa corda pelo pescoço Em cima de uma pedra de gelo E, ao passo que o calor dos meus pés a derrete, Eu, lentamente, vou perdendo o ar Ao me sufocar com as minhas próprias ideias do que deveria ser o amar
Falo, falo, falo Até você não mais aguentar meus assuntos inúteis Virar as costas e sair Sem ao menos dar uma desculpa qualquer Por achar que eu não mereço, que não vale a pena se importar com o que eu vou achar Porque pra você tanto faz Porque pra você eu não valho mais do que um conselho nos momentos difíceis ou, sei lá, dez reais
Aqui Jaz Um Coração Que Nunca Teve Paz Dizia a lápide na cova em que enterrei minha esperança trucidada, esquartejada e morta Juntamente com a certeza de que amar nunca mais Nunca mais E nada mais importa
Stalker fui lá me deliciei porém, logo me decepcionei
porque insisto em perpetuar esse masoquismo?
ma•so•quis•mo (Masoch, .antropônimo [romancista austríaco, 18361895] + -ismo) substantivo masculino 1. busca incessante pelo prazer de te ler mas não te ter mas o qu’é ismo? sufixo para caracterizar doença pura e viciante inebriante ante que exprime qualidade ou estado de puro tesão pela dor
Gramática do Pronome Eu solidão rejeição falta de atenção dor no coração não a-o-til não é só sobre aumentativo de substantivos a-o-til é dor de sentimento que você repeliu é dor de sentimento que, por entre os meus dedos, escapuliu e não há mais nada que eu possa fazer a não ser estudar a gramática a fim de evitar o diminutivo do meu ser
O Atropelamento Sai pela rua Abalada Quase fui atropelada. Por dentro, por ter te visto E por uma motorista sem noção E desgovernada Que não atingiu meu corpo por um triz Mas, no chão, inconsciente e despedaçado Já estava meu coração.
Reme(n)dinho se existisse um remedinho pra curar a dor de amor do meu pobre coraçãozinho eu iria esquecer o que a indústria farmacêutica causa e financiar a produção desse antídoto anestésico para tomar tudo tudinho infelizmente, isso não é possível por isso, sigo tentando sobreviver com um singelo remendinho
Depois De Acordar
Detentora Da Cura
voltei a sonhar com você aqueles sonhos sem querer dirigidos pelo meu inconsciente me lembrando que na minha mente eu te tenho sem você saber
já pensou o que faria se tivesse que operar sem anestesia?
é difícil dizer se me apaixonei também quero entender porque não me afastei mas a cada palavra tua eu era menos minha mais tua. despiu-me da razão que eu tinha e com o coração na mão me deixou nua
é o mesmo que eu sinto quando chego no quarto e encontro a nossa cama vazia uma dor aguda sem começo nem fim que não cessa e toma conta da cura que só a sua presença traria para mim
Detetive De tanto te procurar De te (r) tive Dentre ter e tive Houve pistas. Descruzamos durante o caminho Enquanto eu estava indo VocĂŞ estava voltando Sem o te (r) Me de tive
Dicotomia Expectativista longe perto perto longe dia frio coração quente quarto gelado vazio cérebro cheio de ideias ardentes proposta frita resposta crua expectativa cheia esperança murcha imaginação fértil realidade ilusória
Divagações Sobre Um Rótulo De Shampoo hidratação anti-nós para amaciar um coração que tornou-se mais duro que casca de noz hidratação anti-nós para revigorar esse peito que há tempos esqueceu-se que mesmo a sós ainda tem voz
Do Eu Que Doei, Doeu som sofrido peito corroído pela dor do castigo texto contido querer contigo só com a amizade sigo quero ir embora mas esse corpo que chora não me deixa ir agora automutilação das partes do coração que, juntas ou separadas pra você, em vão vou ficar porque o que me resta é agonizar e sem companhia pra compartilhar vou todos os dias me aterrorizar com a culpa não tão infundada de não ter conseguido te fazer me amar
Encontros Entre Desencontros pelo amor de deus, você quer me pegar? pelo amor de deus, quando é que você vai me beijar? pelo amor de deus, eu não aguento mais implorar! te chamei pro cinema te escrevi um poema te convidei pra jantar te dei chocolate quero sempre te encontrar. acho que meu amor próprio foi passear acompanhado pelo autoreconhecimento. acho que eles foram para um encontro romântico e esqueceram, pra sempre, de como voltar. até eles se encontram pra namorar, porque você ainda insiste em me ignorar?
Pra Te Procurar
Hoje eu peguei meu carro E saí de casa Só para te procurar nos bares e calçadas da cidade
Os motoristas, impacientes Não paravam de buzinar Pois, pelas ruas a 20km/h de velocidade Eu vagava sem destino... Pra falar a verdade, nada mais me interessava, Te ver era minha total prioridade
Mas não me importei e muito menos dispersei Qualquer sinal da sua presença Era o antídoto Para curar minha loucura E restaurar minha sanidade Os carros atrás que esperassem A minha humilhação ser concretizada Com êxito E zero autopiedade
Ia: Futuro De Foi com você eu ficaria namoraria meu corpo eu doaria iria aos domingos na sorveteria enquanto estivesse dormindo, seu rosto sereno eu fotografaria as risadas e os defeitos eu sem medo compartilharia as melhores músicas que eu conheço pra você eu dedicaria no fundo dos seus olhos, com ternura, eu olharia se se machucasse, de ti eu cuidaria te energizaria e conforto ao seu coração eu proporcionaria e de tanto ia se foi
Investimento Na Bolsa De Valores Sentimentais sei que não devo querer não devo pra não precisar pagar pra ver na última vez que investi tudo que eu tinha os juros estavam altos o mercado era totalmente próspero a bolsa ia de vento em popa proporcionando segurança para investir-se em ações progressistas me enganei: houve especulação tudo entrou em crise e a bolsa sucumbiu à financeirização e parcelamentos do interesse ao meu bem em questão perdi tudo tudo de mim fiquei sem nada nada de mim falhei fali só não falei o quanto te queria aqui
O Frenesi de me Autossabotar Você não me deixa ir embora Ao me prender em mim mesma, em meus pensamentos. O frenesi de me autossabotar E me torturar ao pôr para tocar aquela música que me lembra você Torna dolorosamente prazeroso O sentimento de meu coração acelerar até quase enfartar.
Tantos anos depois e você ainda faz de mim uma viciada Que a cada visita, a cada fissura, a cada aparição Me consome em recaídas alucinógenas e descabidas.
Você não me deixa ir embora Desse lugar que o calorzinho por você fez morada.
Você não me deixa em paz Porque o fantasma da sua presença me assombra em todos os lugares que vou Mesmo sabendo que, de forma
física, você não está A procuro aonde quer que eu vá E, a cada olhar de visão periférica A sensação de ter visto seu rosto de relance Me assusta... me paralisa e me deixa completamente gélida.
O medo de olhar novamente e ser você Faz ferver e formigar a ponta dos meus dedos. O medo de olhar novamente e não ser você Faz ferver e formigar a ponta dos meus dedos. Me faz ter vontade de ir embora mais cedo Dar play naquela canção, me prender em meus pensamentos E começar tudo de novo.
Pro Fundo Com Cimento, Profundo Conhecimento o sentimento foi tĂŁo profundo que me levou diretamente pro fundo com cimento tampou-se olhos, ouvidos, nariz e o autoconhecimento a fundo perdeu-se ao sucumbir pela falta de ar
Qualquer Coisa Seria Tudo Eu não sei se um dia vou deixar de gostar de tudo em você Eu não sei nem se eu quero... Eu não sei se quero parar de me sentir envolvida e acolhida ao ouvir o som da sua voz.
E... Depois de tanto tempo... Como é que eu ainda posso sentir um universo de sei-lá-o-que por você? Sem ao menos ter tocado teus lábios com os meus Sem ter o mínimo de certeza de que um dia sentiria desejo por quem eu sou, ou por meu corpo De que eu tocaria sua pele macia e passearia com minhas mãos por toda a imensidão de você.
Qualquer desejo seu, de qualquer espécie em relação a mim Já seria tudo... Qualquer coisa seria tudo.
Minha vontade era de saber seu cheiro Para que quando eu tivesse saudade Pudesse fechar os olhos e ter memória olfativa da sua essência E este fio de pensamento me ligar a uma lembrança gostosa De uma utópica história de amor Que jamais terá existência.
Saldade Amarga sal dade amarga doce ansiedade: desde que se fora foi dada a largada pela espera por sua chegada mastiguei salivei foi difícil engolir até agora não digeri todos os dessabores de não te ter aqui
Sempre Que Você Volta Eu sumo e fujo do bombardeio de informações sobre a sua existência Ou pelo menos tento... Mas você sempre dá um jeito de reaparecer, não é mesmo?
Eu sempre acho que já te esqueci e que te superei Mas todas as vezes que você volta Tudo volta... E então, eu tenho que te re-esquecer, re-superar, re-apagar da memória seu sorriso, a sua voz Recortar do meu coração mais um pedaço que dele você contaminou E ver se consigo viver com o pouquinho que restou
Estas idas e vindas nunca são iguais, nem horizontais, muito menos lineares E, assim como as ondas do mar Se diferenciam em altura, intensidade, força e velocidade E quando se chocam, várias gotas são jogadas pelos ares Como se não fizessem mais parte do que antes as constituía Agora devem se encaixar onde caírem, Implorando para os céus a fim de encontrarem seus pares (ou bares).
Presa nesta cela, estou sempre reinventando um jeito de não te reinventar dentro de mim. Presa nesta cela, minhas mãos atadas não me permitem nadar e só resta me deixar levar e, por fim, Me afogar neste Mar.
Vidas Passadas Nós Somos História de outra vida Que terminou incompleta Confusa e indecisa Desde então Sofro com essa Lacuna de emoção Que se resume em não saber o que é De onde vem E porque a sua existência Mexe tanto comigo
Não importa se está perto ou longe Não importa o caminho que eu sigo Em pensamento você está sempre Me prendendo, me colocando de castigo
Eu já tentei tratar esse amor como um inimigo Mas ele sempre me vence Me tira tudo o que eu tenho
E meu coração se entrega... Meu coração se entrega! Mas no fim, Ele não passa de um mendigo Implorando por abrigo
Abrigo nesse teu peito Que rejeita o destino Que quer seguir outro rumo Mas sabe que o fio dessa história Por mais que você fuja Ainda te conecta Com meu Eu antigo
Você até que tenta fugir e viver sentimentos clandestinos Mas só comigo, conseguirá se sentir plena Pois em mim faz morada o amor genuíno e libertino Que você insiste em negar Que você rejeita e condena
E eu, nessa situação Lido com o seu não Me desfazendo Juntando os pedaços Catando todos os cacos E me refazendo cada vez menor Pequena... Mal consigo alcançar sua mão
A Criação Eu sou uma pessoa formiguinha E você um avião Te concebo tão gigante Mas, para você, daí de cima Eu não passo de um grão Já cansei de te criar na minha mente Como inalcançável, sobre-humana, espírito reluzente E me diminuindo sigo Até que me desfaço como gente Sendo nada, inexistente Te vejo de longe sendo tudo Passado-futuro-presente Te inventei perfeita Te imaginei Te sonhei Te desejei Te desenhei Te moldei perfeita Te afastei da minha simples humildade desajeitada, descabida e humana Ao te eleger como santíssima santidade Que está a céus de distância em evolução da espiritualidade E que só os puros de coração (beleza no rosto, estilo nas vestes e boa formação) Se agraciariam com seus beijos, toque, desejo e corpos em comunhão
Ajuda da Umbanda Hoje fui no terreiro Desabafar com vovó Chica Sobre meu desespero Eu pedi para ela me ajudar A te esquecer por inteiro Eu... eu nem sei porque até hoje eu lembro do seu cheiro Firmei uma vela com fé Mentalizei coisas boas pra você E pra mim E apesar de querer tanto o seu sim Me contento em pôr fim A essa paixão não correspondida Que por tanto tempo, guardei pra mim A sete chaves Esperando que algum dia Depois de tantas fases Você me olharia E me daria um beijo Efêmero, sem fim
Que as ervas da jurema e o axé dos orixás Me ajudem a esquecer Você E a parar de alimentar esse sentimento Que me traz Tantas noites mal dormidas, angústia e tormento Tudo o que eu quero É paz De espírito. Tudo o que eu quero É paz De pensamento
Coração Consumido coração subjetivo-abstrato adocicado invadido comido-devorado usado-subjugado por ser doce demais num mundo dominado por formigas devoradoras-canibais que em forma estratégica se posicionam para que não sobrem pedaços banais de açucarados-poéticos amores-entregas que mesmo comidos-consumidos ainda machucam imaginações-criações autônomas ilusionistas-iludidas confidenciais
De Migalha em Migalha A sensação É a de que estou sempre Lhe estendendo a mão Para tentar alcançar seu coração Mas você vira as costas e segue seu caminho Sem nem ao menos Dizer não Vou me doando pra sua indiferença De migalha em migalha Até não restar mais nada Do meu pão Que servia de alimento pra esta fome de sentimento Que não lhe apetece e por desgosto você jogou no chão Te dei tudo de mim Não sobrou nada de mim Fiquei faminta Virei mendiga E todo pedaço que ganho Ainda vai para você Mesmo que recuse, Mesmo que não sinta
Eu-caleidoscópio Eu-caleidoscópio Me fiz e me refiz Me formei, me desformei Me juntei e me despedacei Em mil formas-pedaços-geométricos-coloridos Para você me notar Você-espectadora Não fez questão Nem de parar para olhar Pelo buraquinho O que tinha lá no fundo De velho a se reinventar De novo a se formar Tudo, a fim de te agradar Segui me montando e me desmontando Me reformando Sozinha-abandonada No fim do túnel-no outro lado do buraquinho Mandala-flor da vida-geometria sagrada Mesmo nunca sendo notada Todas as minhas formas eu lhe dei E de você Nem um interesse, nem uma olhada Apenas uma maneira quadrada De me considerar uma forma, para você, Desconexa-fora dos seus padrões geométricosinacabada
Incêndio Florestal Um sentimento aperta o meu peito, Ligo o computador e coloco pra tocar A canção que você me enviou. Meu coração palpita. Uma palpitação diferente De todas as outras palpitações Já sentidas, conhecidas. Eu digo que não sei o que sinto. Eu minto pra mim mesma. Insisto lhe dizendo que não sei. Eu minto pra você, por não conseguir mensurar Sua reação com esta informação. À dúvida, me adequei. Essas palpitações fagulham-faíscam Pegam fogo Incendeiam minha floresta. Incêndio florestal que se alastra Incontrolavelmente a me consumir toda vez
Que você está por perto E também quando não está. Quando te olho de longe e imagino a maciez dos seus lábios O gosto do seu beijo E o calor do seu toque. Me sinto floresta seca, quente, apta a pegar fogo.
Eu estou completamenteprofundamenteperdidamenteinsensatamente Apaixonada por você. E não sei o que fazer com isso. O fogo tomou conta, Queimou milhares de hectares E não há companhia de bombeiros capazes De acalmarem-cessarem-apagarem, dentro de mim, essas chamas fugazes.
Inquietude da mente Inquietude da mente Ansiedade, presente! A não ser que eu mude Nada vai para frente Sinto Amiúde Tanta tristeza Que tira minha saúde Já fiz tudo que pude... Tentei focar em novas atitudes Mas você sempre está ali No fundinho dos meus devaneios Pronta para agir e aparecer Aumentando a amplitude Das ondas de pensamento que eu queria Sufocar, abafar até desaparecer Que Deus me ajude Eu não aguento mais
Insônia Hoje acordei às 06h da manhã Ansiosa Para sofrer mais um dia por você
Hoje não acordei Na verdade, Nem dormi
A vontade de fechar os olhos E mantê-los assim Fez doer a têmpora, coração e afins
O pulsar do pensamento Sobre todas as des-possibilidades Me jogaram num labirinto sem fim
Minha Mente Minha mente Mente tanto pra mim Que nem sente Por mais que eu tente Afirmar que te esqueci Por mais que eu invente Que não faz mais diferença Nada entre o que penso e o que faço É coerente Estou ciente, Infelizmente Que, ciclicamente, O coeficiente dessa lambança Não é congruente No céu, passa uma estrela cadente E faço um pedido: Que de forma convincente-consciente Eu deixe para trás O que torna minha vida tão decadentecontraproducente Que deprimente... Empiricamente Minha mente Mente tanto pra mim Que nem sente
O Relógio Vi um relógio pra vender E quis te dar de presente Porque combina com você E, principalmente, Para que veja quanto tempo eu perco Pacientemente esperando que um dia você me note. Isso é questão de tempo, aparência ou de boa sorte? De qualquer forma, Sei que está na hora De desistir e ir sem demora. Já estou atrasada Pra seguir com a minha vida Que outrora Joguei fora de mim E que sempre piora Enquanto você não vai embora. Estou contando os segundos Estou contando os minutos Estou contando as horas Pra lhe esquecer e recuperar esse tempo perdido Ressignificando o meu agora.
Já parou para pensar quando chove? Quando é que inventar derivou para inventário? Por que as pessoas buzinam tanto por volta das 18h da noite? Será que algum dia vai mudar? Você gosta do que vê, quando se olha no espelho? Você já parou para pensar em quantos privilégios tem, hoje? Qual é o impacto de uma dor? A sua criança ainda vive em você? Qual a gravidade de vivermos sem gravidade? Será que vale a pena escrever, ou é melhor deixar pra lá? Se isso quer dizer isso, então quer dizer que é isso então? Você já pensou em alguma coisa que não existe? Já imaginou se você nunca tivesse enxergado na vida? Quanto tempo leva para esquecer um amor nunca correspondido? O que você sente? Você sente? Você se permite?
Você já usou o corpo de alguém para satisfazer seu corpo perdido em pensamentos sobre outro alguém? Você já fingiu orgasmo? Por quê? Você já se sentiu um inútil fracassado ao passar um domingo ensolarado assistindo stories no Instagram? Você é feliz na internet? Você se reconhece quando olha seu perfil? Você já parou para pensar como seria a vida sem ouvir? Sem ouvir a voz da sua mãe, o som do mar ou a sua banda preferida... Você vê ou só enxerga? O que é o tempo? Você se reconhece quando está em estado de intenso ódio? A vida é sobre o que, afinal? Há depois? E se houver? O que faremos disso? Estamos sozinhos no universo? E se você não pudesse andar nunca mais? Você ainda se moveria? Quem é você? Você gosta de você, gosta do que é? Já esqueceram alguma coisa dentro de você? O vaga-lume sabe lidar com a escuridão?
Você performa na internet? Quais dos seus personagens você mais gosta? Como foi o processo de criação deles? Você tem paciência com a sua mãe? Quantos sonhos você já deixou de realizar porque deu ouvidos aos seus medos? Quantos copos de erros são necessários para causar ressaca moral? Quantos foram os erros cometidos com a desculpa de que foi a bebida? Por quanto tempo você consegue guardar um segredo? Você já traiu a si mesmo? É possível sentir saudades de alguém que só te causou dor? Você que já fez intercâmbio na Europa, conhece a periferia da sua cidade? A doença nasce da alma ou do corpo? E se o seu HD queimasse, você ainda teria guardado as memórias de suas vivências? Você já parou para pensar como é passar uma noite fria na rua sem teto, colchão e cobertor? E se você não pudesse enxergar as cores? Você já manipulou alguém para satisfazer o seu ego?
Qual é o poder de um pensamento? Já faz quanto tempo que você não dorme tranquilamente? Qual é a causa da sua insônia? Você acredita que o mau é criado socialmente, ou é inerente ao ser humano? Quantas bocas poderiam ser alimentadas com metade do salário de um jogador de futebol? O ser humano é exaltado por ser o único animal racional. Quantas coisas nós perdemos por sermos extremamente racionais? Faz quanto tempo que você não se lambuza ao comer uma fruta? Porque o verbo BRINCAR só faz parte da vida dos adultos quando estamos falando sobre o sentimento dos outros? A ansiedade te prende no passado ou no futuro? Quantos “depois” você disse para nunca mais? Será que as cebolas choram quando alguém se corta? Já percebeu que “os avós” é a única palavra que permanece no feminino quando passada para o plural? Você já negou o inegável? Quanta dor você causou a si mesmo ao pôr para tocar aquela canção?
ORELHA DE TRÁS Me fode que eu gosto vocês fodem minha cabeça vocês fodem meu coração mas dessa fodeção eu vou lá e faço arte, poesia e canção ninguém vai me impedir de sentir, não! quanto mais fode, mais refrão quanto mais sofre, mais rima quanto mais vive, mais vive eu sou repleta de resistência, crença, arte, tesão
SUMARIO