Museu do Depois: Uma reflexão sobre o futuro — TCC de Arquitetura e Urbanismo | Guilherme Frider

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universo de onde

viemos?

terra quem somos?

agora onde estamos?

museudodepois UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO

depois para onde

consciência como queremos ir?

vamos?



museudodepois UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO

Centro Universitário Ingá — Uningá Curso de Arquitetura e Urbanismo Trabalho de Conclusão de Curso

Guilherme Frider Andrade

Orientador: Prof. Me. Marcelo Colucci Maringá, 2020


SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO Discussão, problematização e justificativa do tema

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QUAL É O MÉTODO PARA O PROJETO? 2.1 Como conceber um projeto arquitetônico?

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2.1.1 Contexto físico

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2.1.2 Formalização da atividade

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2.1.3 Simbolismo cultural e ideológico

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2.1.4 Contexto social

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2.1.5 Arquitetura como forma

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


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CORRELATO 3.1 Museu do Amanhã

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O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO 4.1 Contexto físico

37

4.2 Formalização da atividade

42

4.3 Simbolismo cultural e ideológico

44

4.4 Contexto social

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4.5 Arquitetura como forma

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O PROJETO 5.1 Memorial descritivo

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REFERÊNCIAS 6.1 Referências

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1 — INTRODUÇÃO

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IN TRO DU ÇÃO DISCUSSÃO, PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TEMA

D

urante os anos de graduação me deparei com várias inquietações, muitas delas diretamente relacionadas à arquitetura, mas sempre culminavam nos mesmos questionamentos ondo cerne consistia na capacidade do ser humano como modificador do espaço em que vive, na maneira como manipula o natural transformando-o massa edificada. De que maneira as modificações feitas no espaço durante o tempo resultaram no mundo em que vivemos hoje? Molda-se a natureza, muda-se o curso natural das coisas para que sejam compatíveis com as necessidades coerentes ao “espírito” de uma determinada época, o Zeitgeist1 da arquitetura. O ser humano é capaz de moldar sua própria geografia, permeada por suas caixas de concreto, a solução para um problema que a natureza não pôde responder.

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO

1. Espírito da sua época, introduzido pelo autor alemão Johann Gottfried von Herder


Quando a natureza por si só não se fez suficiente, nasce a necessidade de organizar o próprio espaço. Pensado, modificado, edificado. A criação de um mundo amparado por arestas perfeitamente vivas, faces planas e grandes vãos livres sustentados pela tecnologia surpreendente de uma laje protendida, a transposição de um rio que ficou no caminho do progresso, e que pelo mesmo motivo muda completamente o rumo de algo que antes fluía no sentido da natureza, mas hoje obedece às leis do ser humano. A construção do seu próprio mundo parece uma proposta ambiciosa, implica uma ideia de poder de criação que só compete ao homo sapiens a capacidade de exercer o papel de criatura capaz de transformar e organizar o espaço às suas necessidades, diferente de qualquer outra espécie. Ao passo que modificamos o espaço, readequamos a natureza para que atenda às necessidades do agora, surge o questionamento: Como será o depois, gerado a partir das nossas escolhas? As gerações futuras irão viver num mundo que é resultado das escolhas tomadas hoje, é necessário que as possibilidades do futuro sejam discutidas, sobre questões existenciais e no impacto que causamos no planeta. De onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? Como queremos ir? Estas cinco perguntas permeiam a narrativa do tema escolhido para o projeto, um museu interativo de ciências, chamado de Museu do Depois. Baseado nos moldes do Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, a exposição levantará essas reflexões, reforçando a importância de pensarmos nas consequências dos nossos atos para o futuro, além de fomentar a discussão e popularização da ciência em diferentes níveis da comunidade, debatendo sobre os processos humanos, aquilo que nos fez chegarmos onde estamos hoje e como essas ações impactam nossa sociedade e o planeta na maneira em que vivemos. Desse modo, vários grupos com interesses em comum da pesquisa e do ensino estariam reunidos, produzindo conteúdo para a comunidade científica. Então, o objetivo geral deste trabalho é projetar um espaço para um museu interativo de ciências na cidade de Maringá — PR, com objetivos específicos de discutir como o espaço pode ser capaz de expressar a temática intrínseca à inquietação frente à construção do artifício humano por meio da arquitetura, através da forma e espacialidade do edifício, e também provocar reflexões existenciais que impactam no futuro da nossa existência enquanto seres humanos, além de levar o conhecimento para a população.

1 — INTRODUÇÃO

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QUAL É O MÉTODO PARA O PROJETO?

2 — QUAL É O método para o projeto?

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2.1. COMO CONCEBER UM PROJETO ARQUITETÔNICO?

P

ara ser o condutor principal do projeto, há um método que foi embasado no texto “¿Cómo concebir un proyecto arquitectónico?”, de Juan Pablo Aschner Rosselli (2009), extraído dos pensamentos de Christian Norberg-Schulz no texto “Intentions in architecture”, publicado em 1962. Este nos apresenta um processo dividido em cinco variáveis, que servirão como base para a elaboração de um projeto. Aqui a atenção é voltada para a maneira em que pensamos projeto, de como elaborar e construir um edifício a partir das condicionantes externas que se relacionam diretamente com a edificação a ser proposta, uma série de parâmetros que trilham o caminho a ser seguido para que o projeto aconteça. Podemos compreender como um roteiro composto por cinco perguntas, cujas respostas culminarão em uma edificação. A análise dessas condicionantes resulta em um projeto arquitetônico, que é concebido, o resultado dessa análise. Segundo Rosselli (2009, p. 31), uma obra arquitetônica não é criada, ela é concebida. Um projeto não nasce do acaso, é uma grande sequência de ensaios até que se chegue numa solução. O mundo é apresentado ao arquiteto como um emaranhado de variáveis, que

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serão analisadas, amadurecidas e então resultarão em projeto. Esse processo atenderá uma série de requisitos, como se fosse uma espécie de formulário: depois de preenchido, esse formulário guiará a construção do projeto, que deixará de ser uma ideia e passa a ser uma possibilidade, amparada pelas variáveis externas que irão estreitar as soluções encontradas para que o projeto seja resolvido.

Em primeiro lugar, devemos “tra-

duzir” uma situação prática, psicológica, social e cultural em termos arquitetônicos e, posteriormente, a arquitetura em termos descritivos; Com isto, estamos considerando a relação entre o objetivo do projeto e a solução arquitetônica, o

que constitui a chave do nosso problema. (ROSSELLI, 2009, p. 31, apud SCHULZ, 1998, p .16)

Uma decisão tomada em relação à estrutura de um edifício terá um impacto direto no resultado formal do mesmo. As soluções encontradas a partir dos ensaios terão uma relação direta com o resultado final do edifício, seja pela posição em que ele foi implantado para que possa aproveitar as questões de eficiência energética adequadas, ou pela escolha de um material com textura e rigidez ideal, capaz de propiciar uma reverberação singular que poderá transmitir diferentes sensações ao usuário que visitará esse edifício. As variáveis externas de um edifício muitas vezes auxiliam os arquitetos na busca por soluções ao projeto, que em vez de serem entendidas como um problema, na verdade balizarão as decisões tomadas para que o projeto seja viabilizado. O tipo de sistema construtivo, a tecnologia adotada, todos são fatores decisivos na maneira como o edifício será apresentado. Tudo coexiste em perfeita simbiose com o meio, exigindo certa coerência na tomada das decisões. Todas as partes influem nas variáveis externas, então cabe ao arquiteto organizar esses parâmetros para que o edifício possa acontecer. Mas quais são essas variáveis? Rosselli nos apresenta cinco pontos que compõem o cerne da elaboração de um projeto arquitetônico, de acordo com sua análise a partir dos pensamentos de Christian Norberg-Schulz, sendo eles: I. Contexto físico; II. Formalização da atividade; III. Simbolismo cultural e ideológico; IV. Contexto social; V. Arquitetura como forma.

2 — QUAL É O método para o projeto?

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2.1.1 CONTEXTO FÍSICO

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local onde o edifício será implantado diz muito sobre o resultado final do edifício. Essa variável é objetiva, suas condicionantes resultarão em estratégias projetuais, definindo desde aspectos formais chegando até mesmo na escolha adequada da tecnologia construtiva para execução do projeto. Segundo Rosselli (2009, p. 32), para que o projeto consiga encaixar-se no meio onde será inserido, é preciso que responda à alguns aspectos do ambiente, como o clima (ar, umidade, temperatura, vento, chuva), a luz, sons, os cheiros e certas coisas não benignas (como poeira, fumo, insetos, animais...). Cabe ao arquiteto decidir quais materiais são mais adequados à uma determinada situação, assim como uma tecnologia que responda adequadamente ao entorno onde o projeto será implantado. Não há coerência em utilizar materiais que pertencem à outra realidade, com diferentes reações ao clima e questões de conforto ambiental contempladas no projeto. No princípio das construções e da arquitetura vernacular2, aprendeu-se com o tempo quais eram as soluções de projeto mais adequadas por meio de testes e do uso dos materiais que competem àquele lugar, edificando espaços a partir das condicionantes do local. Essa estratégia foi dissolvendo-se no tempo, principalmente durante o século XX com o advento da arquitetura moderna, que pregava um estilo universal, desconsiderando algumas questões do meio físico mas principalmente as raízes culturais de onde o projeto seria inserido. O estilo era universal, independente da sua localização.

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2. Forma de arquitetura que tem como base o uso de materiais do local, conhecimento que é adquirido depois de experimentações e passado de geração para geração.


IMAGEM 1: Fallingwater

Fonte: Christopher Little, 2016. 2 — QUAL É O método para o projeto? 13


Entretanto, alguns exemplos não seguem este padrão. A complexa disposição de volumes em diferentes níveis que existem em perfeita simbiose com o sítio presente na Casa da Cascata do arquiteto Frank Lloyd Wright, um desafio estrutural considerável e tamanha intervenção na maneira como a natureza um dia fluiu, onde — literalmente — a residência intercepta o fluxo de uma cachoeira, inserida completamente na topografia existente.

IMAGEM 2: Casa da Cascata, Frank Lloyd Wright — Elevação Fonte: Simon Unwin, 2013.

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IMAGEM 3: Casa da Cascata, Frank Lloyd Wright — Croqui Fonte: Simon Unwin, 2013.

Começamos com o solo [...] O solo já tem forma. Por que não começar a ceder

imediatamente, aceitando isso? Por que não ceder, aceitando os dons da natureza? [...] O solo é ensolarado ou é a vertente sombreada de alguma colina? É alto ou baixo, nu ou arborizado, triangular ou quadrado? O terreno tem características, árvores, rochas, água vários? Em todos e cada um dos casos, o caráter do terreno é o princípio do edifício que aspira à arquitetura. (UNWIN, 2013, p. 128, apud Wright, 1953, pp. 321-2.)

2 — QUAL É O método para o projeto?

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corrente ou algum tipo de tendência visível? Tem ele algum defeito ou virtude especial, ou


2.1.2 F O R M A L I Z A Ç Ã O DA AT I V I D A D E

C

ada atividade exige aspectos adequados ao uso, como tamanho, altura de pé direito, tratamento acústico, iluminação... entre outras necessidades específicas para aquele uso. Em museus, é necessário que o edifício atenda à esses requisitos, de acordo com a temática apresentada no mesmo. Um museu que abrigará obras de arte de grandes tamanhos precisará contar com a estrutura necessária para o manejo destes itens, além de salas de exposição com tamanhos compatíveis, controle de umidade e iluminação, salas para restauro e manutenção das obras, entre outros recintos especificados no programa de necessidades para esse tipo de edifício. O uso está diretamente ligado na construção de um programa de necessidades, de modo em que assim todas as exigências sejam supridas. De acordo com Rosselli (2009, p. 34), um edifício é organizado a partir das atividades realizadas nos seus determinados espaços, sendo que essas atividades consistem em uma série de ações conectadas entre si, e para que essa atividade seja formalizada, é preciso compreender as ações humanas que os constituem. Cada ação exige um programa específico, e isso vai além do tamanho dos espaços, compete também às suas caracterizações. Aqui a frase “a forma segue a função” é intrínseca à concepção dos espaços, ganhando novas necessidades, estudando-se as atividades humanas

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IMAGEM 4: Auditório do Ibirapuera Fonte: Eli Kazuyuki Hayasaka, 2009.

naquele local, procurando melhores resultados formais para atividades específicas. É preciso que o espaço seja adequado para acomodar as atividades que ali receberá. Como exemplo, temos o Auditório Ibirapuera em São Paulo, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, assumindo um volume trapezoidal, que além de se tornar o resultado plástico, atende essencialmente às necessidades de um auditório, com a inclinação adequada para acomodar uma plateia, assim como garantir a acústica ideal para este tipo de sala. Assim, o edifício é adaptado diretamente a atividade que abriga, e que por consequência, o resultado plástico desse edifício é juntamente concebido.

2 — QUAL É O método para o projeto?

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2.1.3 SIMBOLISMO CULTURAL E IDEOLÓGICO

S

egundo Rosselli (2009, p. 36), desde as suas origens a arquitetura é capaz de simbolizar os valores políticos e ideológicos de uma cultura, e que hoje nos permite compreender rituais extintos ou atos religiosos, a partir dos resquícios de materiais e da forma dos edifícios. Desde os primórdios foi utilizada como instrumento simbólico, representando diferentes entidades e simbolizando diversos tipos de ações.

Para Dennis Hollier, a arquitetura

pode ser definida por aquilo que não é. Arquitetura é aquela em construção que não é construção, que não é meramente utilitária, que é estética. Sendo uma adição, um complemento artístico, a arquitetura produz uma explosão semântica. Torna-se um quadro, uma tela representacional. Representa a religião à qual dá

vida, o poder que manifesta e o evento que comemora. A arquitetura é, antes de tudo, um espaço de representação.

(ROSSELLI, 2009, p. 36)

Nos dias de hoje, um exemplo que traz uma perspectiva específica do simbolismo intrínseco ao resultado formal e partido do projeto é o Museu Judaico de Berlim, de Daniel Libeskind. Neste museu, a abordagem utilizada pelo arquiteto evidencia a importância de se pensar nas atmosferas que um espaço pode proporcionar, neste caso, a árdua trajetória pelo museu que pode ser traduzida pelos sentimentos de angústia e por vezes, até uma certa desesperança, o que neste caso corrobora totalmente aos fatos retratados na exposição.

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IMAGEM 5: Eixo da Continuidade

Fonte: Cassia Freire, 2013. 2 — QUAL É O método para o projeto? 19


Assim como em outras manifestações artísticas, na música por exemplo, um espaço pode carregar uma narrativa. Pode causar um sentimento de euforia, angústia, felicidade... ou até mesmo fazer com que o ouvinte imagine e sinta-se dentro de um espaço utilizando-se apenas do estímulo auditivo, como feito pelo compositor impressionista francês Claude Debussy, em sua peça La Cathédrale Engloutie — baseada na lenda dos Ys3 — onde nos introduz à jornada de uma catedral que encontrava-se submersa, aos poucos sendo emergida. É possível ouvir o badalar dos sinos, os profundos acordes de um órgão, tudo muito tímido, encoberto, até que aos poucos a água vai esvaindo-se, e de repente tudo vai ganhando um peso, até que finalmente a igreja se encontra à vista, imponente, onde tudo soa alto e claro. No caso de Debussy, o código utilizado para expressar esse sentimento foi música, através de uma composição que traduzisse a sensação de estar naquele espaço, utilizando-se de estratégias técnicas na execução dessa obra por um único instrumento (o piano) que fosse capaz de construir a narrativa adequada. Outro exemplo ligado à música é a canção Maritmo — aqui, através de elementos semânticos, é apresentada a temática e a estética da canção, pela junção das palavras “mar” e “ritmo”, o que produz a mesma sonoridade da palavra Marítimo (MARTINS, 2013, p. 56) — escrita pela compositora gaúcha Adriana Calcanhotto, em que, segundo ela, nos apresenta um passeio entre as praias do Arpoador e Angra dos Reis, usando referências visuais destes locais, fazendo com que o ouvinte possa imaginar-se nestes espaços, provocando um resgate de vários aspectos da memória, neste caso, predominantemente os visuais. Aqui, o código utilizado para trazer esses sentimentos foi a poesia em forma de música, capaz de inserir o ouvinte naquela atmosfera. Entretanto, em termos de arquitetura, o código utilizado para as sensações presentes no percurso autoexplicativo do museu de Libeskind é a sua própria espacialidade, provocando diferentes sentimentos ao longo do percurso do edifício. O uso de diferentes estratégias ajuda a sustentar a narrativa, através do aspecto simbólico. Que história será contada? O que o usuário deverá sentir ao visitar este espaço?

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3. Ys [...] também escrito Is ou Kêr-Is em bretão, e Ville d’Ys em francês, é uma cidade mítica na costa da Bretanha, mas posteriormente engolida pelo oceano. A maioria das versões da lenda coloca a cidade na Baie de Douarnenez.

Maritmo

Adriana Calcanhotto Pela orla Pela beira Pela areia afora A tarde inteira Pela borda Pedra portuguesa Pelo Pepê Pelo Copa Pela costeira Pelo recorte do mapa pela restinga Pela praia até Marambaia até onde vai a vista No Posto nove a onda revolta devolve o surfista Pelo Posto Nove nove e meia A onda branca preta branca preta A Praia Vermelha Cobalto no alto o azul marinho A nuvem prata A espuma pérola A areia marfim


IMAGEM 6: Museu Judaico de Berlim — Torre do Holocausto

Fonte: Laurian Ghinitoiu, 2015.

IMAGEM 7: Museu Judaico de Berlim — Área externa Fonte: Cassia Freire, 2013.

2 — QUAL É O método para o projeto?

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2.1.4 CONTEXTO SOCIAL

E

nquanto as variáveis do contexto físico buscam respostas adequadas aos aspectos geográficos e naturais, o contexto social procura fazer com que o projeto esteja inserido de forma coerente na cultura em que será inserido, principalmente no que compete aos termos orçamentários, na escolha dos materiais e técnicas compatíveis com uma determinada cultura. Um exemplo dessa aplicação é o Centro de Arquitetura da Terra, desenvolvido pelo escritório Kéré Architecture, que tem uma abordagem bastante

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IMAGEM 8: Centro de Arquitetura da Terra —Interior Fonte: Iwan Baan, 2020.

4. Espírito do lugar

racional no uso das técnicas construtivas locais, usando blocos de terra compactada — uma técnica que é adaptada às condições climáticas do local — que além de aproveitar-se de uma solução de baixo custo, permite para garantir o conforto térmico adequado, dispensando sistemas mecânicos de ar condicionado. No Brasil, temos como exemplo o arquiteto Lúcio Costa, que ao longo da sua carreira trouxe uma abordagem modernista coerente com os aspectos culturais e climáticos do país, tendo como inspiração a arquitetura colonial brasileira. Então, a partir da junção do racionalismo moderno e da abordagem vernacular da arquitetura colonial, nasce uma maneira de conciliar a nova tecnologia às bem sucedidas aplicações no meio social, tornando aquilo que era internacional e universal em algo coeso e com personalidade única. É necessário que o edifício reflita o genius loci4 do local, a simbiose com o meio é (novamente) imprescindível, o edifício precisa ter uma relação direta com o local em que está inserido, as decisões de projeto precisam corroborar à essas variáveis, para que haja o melhor aproveitamento de todas as condicionantes externas que então culminarão na concepção de um edifício.

IMAGEM 9: Centro de Arquitetura da Terra — Fachada Fonte: Iwan Baan, 2020.

2 — QUAL É O método para o projeto?

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2.1.5 ARQUITETURA COMO FORMA De acordo com Rosselli (2009, p. 38), apesar desta última variável parecer distante entre todas as outras, na verdade está muito próxima, afinal o pensamento arquitetônico é traduzido como um problema formal em última instância, tendo em vista que a forma será o resultado plástico de todas as outras variáveis, a somatória de todo o trabalho. As primeiras formas que chegam ao pensamento do arquiteto dificilmente são consideradas ideias arquitetônicas, na verdade, elas se aproximam mais de um pensamento do pictórico, escultórico ou serial. Sob o olhar escultural, o objeto de arquitetura é modelado como um todo dócil e geralmente alcança proximidade física com a realidade. A aparência do objeto é um modelo virtual ou real, permite avaliar do ponto de vista puramente estético a qualidade do resultado desejado.

Uma característica comum a todo

objeto arquitetônico obtido através de processos formais de natureza escultórica é sua suscetibilidade a despertar analogias. O caso mais eloquente hoje é a arquitetura de Frank Gehry pensado como uma prioridade por seu valor estético. Por outro lado, quando a aproximação é de natureza pictórica a exploração do todo e sua modelagem passam para um segundo plano. Em várias ocasiões, a forma que melhor responde a uma concepção pictórica é a caixa, o recipiente elementar. Enquanto para a arquitetura escultórica o que é valorizado é a emba-

lagem, para o arquitetura pictórica que é valorizado é a etiqueta, a aparência plástica do envelope.

(ROSSELLI, 2009, p. 38)

Rosselli nos apresenta algumas maneiras para concepção da arquitetura como forma, um deles utilizando a colagem — um mecanismo de composição formal que antes era presente na pintura. Este mecanismo se utiliza de formas para construir outras.

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IMAGEM 10: Museu de Arte Kimbell — Renzo Piano

Esse mecanismo de utilizar-se das formas

para constituir outras é intrínseco à concepção de projetos na arquitetura moderna e em às vezes se opõe — enquanto composição — à ênfase para a

Fonte: Robert Laprelle, 2013.

reformulação dos elementos constituintes acima das suas relações — enquanto desenho — na arquitetura contemporânea.

(ROSSELLI, 2009, p. 40)

Outro caminho apresentado pelo autor é a produção em série de elementos resolvidos formalmente. A repetição não habitual da mesma peça pode gerar um objeto final acabado. Um exemplo citado pelo autor é o arquiteto Renzo Piano, que utiliza (juntamente com as variáveis do entorno físico) este processo de repetição em série das formas (ROSSELLI, 2019, p. 40). O autor cita que as principais fontes de inspiração se encontram na arte, e também na natureza, fazendo analogia à essas duas formas. Os resultados alcançados que priorizam a forma têm um apelo persuasivo, recorrendo aos sentidos de uma forma notável, desde que tenham o conhecimento adequado da técnica e dos meios que tornarão isso possível de ser construído. Essa última variável (arquitetura como forma) é delicada, pois em muitos casos é tratada como a mais importante, e que em algumas ocasiões realmente precisa de uma maior atenção, mas isso não quer dizer que as outras quatro variáveis devam ser desconsideradas, é preciso que se aprenda a trabalhar com todas elas. (ROSSELLI, 2019, p. 40).

2 — QUAL É O método para o projeto?

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3

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C O R R E L AT O

3 — CORRELATO

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3.1 MUSEU DO AMANHÃ

L

ocalizado no Rio de Janeiro, o edifício foi projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava em parceria com Ruy Rezende Arquitetura. Foi inaugurado em 2015, com 15.000 m² de área. O projeto faz parte da revitalização do Porto Maravilha, fruto da demolição de uma área por onde passava o Elevado da Perimetral — demolido entre 2013 e 2014 — com o intuito de melhorar a conexão dessa região com a cidade. O edifício é o primeiro no Brasil a possuir a certificação LEED ouro, trazendo pautas de construções sustentáveis, com eficiência energética, uso racional da água, inovação e tecnologia e a reciclagem e reuso de materiais. Há uma praça de 76oo m² nos arredores do edifício, com paisagismo assinado pelo escritório Burle Marx. A altura final foi limitada a 18 metros, para que não houvesse obstrução visual da vista para o Mosteiro de São Bento, patrimônio mundial da UNESCO, localizado nas imediações do museu. Os materiais utilizados criam um contraste com o entorno, um espelho d’água projeta-se por debaixo da projeção do museu, dando a sensação de que o edifício flutuasse, apenas pousando levemente sobre a água (ponto crucial para o partido do projeto). Inspirado pela bromélia Taillansdia cynea presente no jardim botânico do Rio de Janeiro, o arquiteto propôs a ideia de um edifício que flutuasse sobre a superfície, como um barco, uma planta ou um pássaro. O edifício foi escolhido como correlato por possuir uma forte relação temática com o museu a ser proposto (Museu do Depois), aproximando-se das mesmas questões levantadas: De onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? e Como queremos ir? A partir dessas perguntas, o a temática do museu foi definida, trazendo a preocupação com o futuro do planeta e das próximas gerações.

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IMAGEM 11: Museu do Amanhã

Fonte: Gustavo Xavier

3 — CORRELATO

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PLANTA DE SITUAÇÃO 1. Limite do terreno 2. Espelho d’água 3. Praça do museu 4. Subestação de entrada 5. Acesso de pedestres 6. Reservatórios de água de reuso e pluvial 7. Caixa de retardo 8. Reservatórios de água potável 9. Reservatórios de água do mar 10. Carga/descarga

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sem escala Fonte: Bianca Manzon Lupo, 2018, p. 88.

PLANTA SUBSOLO

sem escala Fonte: Bianca Manzon Lupo, 2018, p. 87.

Áreas técnicas

3 — CORRELATO

Programas complementares

Áreas técnicas

13. Lab. de atividades do Amanhã 14. Depósito 15. Sala técnica/ar-condicionado 16. Sala técnica 17. Átrio 18. Bastidores

4. Área técnica de ar condicionado 5. Reservatório de água potável 6. Circulação/Área técnica

Circulação

7. Cafeteria 8. Medição 9. Segurança 10. Acesso de pedestres 11. Acesso de serviço 12. Hall de elevadores

LEGENDA 1. Sala do quadro geral das baterias 2. Subestação 3. Reservatório de água do mar

LEGENDA 1. Praça do museu 2. Espelho d’água 3. Acesso Principal 4. Loja do museu 5. Hall de acesso 6. Guarda-volumes

PLANTA TÉRREO

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19. Auditório 20. Antecâmara 21. Rampa 22. Elétrica 23. Circulação interna 24. Exposição temporária

25. Ar condicionado 26. Administração 27. Marmitório 28. Arquivo do museu 29. Recepção 30. Adm. de terceirizados

8. Reservatório de água de reuso e pluvial 9. Estação de tratamento de água cinza

31. Cozinha 32. Recebimento 33. Estoque 34. Hall/café 35. Restaurante 36. Carga/Descarga


sem escala Fonte: Bianca Manzon Lupo, 2018, p. 87.

PLANTA MEZANINO

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sem escala Fonte: Bianca Manzon Lupo, 2018, p. 88

PLANTA 1º PAVIMENTO

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Exposição principal

LEGENDA 1. Ponto de encontro 2. Educativo 3. Hall/átrio 4. Hall de elevadores

Circulação

7. Auditório 8. Projeção

11. Área técnica 12. Almoxarifado

13. Circulação 14. Área técnica da cozinha

7. Acesso à área técnica 9. Sala técnica de museografia 8. Elétrica

9. Tradução 10. Elétrica

5. Galeria de exposição 6. Circulação

Áreas técnicas

4. Observatório do amanhã 5. Lab. de Atividades do Amanhã 6. Elevadores

Circulação

Programas complementares

LEGENDA 1. Área técnica ar condicionado 2. Servidores 3. Hall da escada


TEMAS DO MUSEU

sem escala Fonte: MUSEU DO AMANHÃ, 2016, p. 118.

CORTE BB

sem escala Fonte: <www.arcoweb.com.br> Acesso em: 26 jun. 2020

3 — CORRELATO

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4

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O D E S E N V O LV I M E N T O DO MÉTODO

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

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s r ro Ba io lv Sí p. De a vi do Ro

A ve

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ZONA 7

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Av. Advogado Horácio Raccanello Filho

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ZONA 10 ZONA 1

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ZONA 3 ZONA 5

36

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4.1 CONTEXTO FÍSICO

O

terreno possui de 14.312 m² de área total, localizado na esquina da Av. Reitor Rodolfo Purpur com a Av. Advogado Horácio Racanello Filho, na região da antiga zona industrial. Um local de fácil acesso intermodal, entre o terminal rodoviário e o terminal intermodal urbano, a facilidade de acesso pela ciclovia na Av. Advogado Horácio Racanello Filho além da proximidade da Av. Colombo, um dos grandes eixos estruturadores da cidade. O terreno escolhido está localizado numa região bem centralizada da cidade, facilitando o deslocamento dos visitantes. A Zona 10 é uma região da cidade que sofrerá modificações nos próximos anos, por possuir grandes lotes numa região consideravelmente central da cidade. A escolha deste terreno também levou em consideração o possível adensamento urbano nesta área da cidade.

IMAGEM 12: Terreno do projeto

Fonte: Prefeitura de Maringá com edição pessoal.

sem escala

IMAGEM 13: Maringá: visão geral Fonte: MapTiler, OpenStreetMap com edição pessoal.

Terreno

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

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3

1

2

Fonte: MapTiler, OpenStreetMap com edição pessoal.

IMAGEM 14: Entorno

sem escala

1 Terreno

Ciclovia Av. Horácio Racanello

2 Terminal rodoviário

Av. Colombo

3 Terminal intermodal urbano 3

Av. São Paulo e Av. Morangueira

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


SITUAÇÃO

escala 1/5000

ESQUEMA DE INSOLAÇÃO

sem escala

A disposição dos blocos busca propiciar um melhor aproveitamento da insolação, de modo em que as aberturas sejam orientadas na direção oposta do sol poente, além de direcionar a visão para a cidade através do óculo — fazendo parte da exposição.

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

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IMAGEM 15 Terreno: visão geral em direção à Av. Horácio Racanello Filho Fonte: Acervo pessoal

IMAGEM 16 Terreno: visão geral em direção à Av. Horácio Racanello Filho Fonte: Acervo pessoal

IMAGEM 17 Relação com o entorno: visão geral em direção à Av. Horácio Racanello Filho Fonte: Acervo pessoal

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


IMAGEM 18 Entorno: perspectiva em direção à Av. Horácio Racanello Fonte: Acervo pessoal

IMAGEM 19 Entorno: perspectiva em direção à Av. Reitor Rodolfo Purpur Fonte: Acervo pessoal

IMAGEM 20 Entorno: perspectiva em direção à Av. Reitor Rodolfo Purpur Fonte: Acervo pessoal

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

41


4.2 FORMALIZAÇÃO D A AT I V I D A D E

DE ONDE VIEMOS? QUEM SOMOS?

ONDE ESTAMOS? PARA ONDE VAMOS? COMO QUEREMOS IR?

E

stas cinco perguntas constituem o percurso do Museu do Depois, questões que provocam reflexões sobre nossa existência, nosso passado, sobre aquilo que nos tornamos e também aquilo que deixaremos para o futuro. Uma viagem no tempo, dispersa em um percurso pensado para refletir as questões simbólicas dessa temática. A história a ser contada no museu possui uma forte relação temática com o Museu do Amanhã (MDA), projetado por Santiago Calatrava no Rio de Janeiro. A discussão levantada no MDA repete-se no Museu do Depois. Para que o programa fosse construído a partir do zero, haveria um esforço interdisciplinar considerável na concepção tanto da exposição, quanto de todas as salas necessárias para que um museu desta natureza fosse viabilizado. Uma tarefa como essa demandaria um período alongado de pesquisa, feita por várias frentes de diferentes disciplinas, e para que o projeto fosse elaborado dentro do prazo proposto para o Trabalho de Conclusão de Curso, a solução encontrada foi a construção do programa de necessidades baseada na análise das dimensões, salas necessárias e as respectivas áreas do MDA, com intuito de compreender quais são as necessidades de um museu desse perfil, já que os assuntos abordados na exposição possuem um caráter muito particular.

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


TABELA DE ÁREAS Fonte: Elaborado pelo autor GRUPO

ACESSO

ID

PROGRAMA

ÁREA

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Praça de acesso

3338,61 m²

13

AUDITÓRIO

LOJA/CAFÉ

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Jardim

718,20 m²

Espelho d’água

1638,54 m²

Casa de máquinas

28,14 m²

Recepção

3338,61 m²

Guarda - volumes

16,68 m²

Depósito/Multi-funções

8,55 m²

Hall das escadas

546,52 m²

Sanitários

32,63 m²

DML

3,97 m²

Segurança

7,02 m²

Sala de primeiros socorros

10,37 m²

Estacionamento 101 vagas + 3 acessíveis + 7 funcionários 111 vagas no total

3557 m²

Hall do auditório

85,22 m²

Foyer

239,14 m²

Bilheteria

16,80 m²

Salão de múltiplos usos

88,20 m²

Hall dos sanitários

22,74 m²

Sanitários

62,60 m²

Depósito

35,06 m²

Camarim

13,77 m²

Depósito

7,22 m²

Sala de projeção

16,25 m²

Plateia

240,61 m²

Palco

106,48 m²

Hall de acesso

57,79 m²

Sanitários

17,96 m²

DML

1,33 m²

Estoque/Depósito

15,89 m²

Salão do café

205,79 m²

Loja

98,74 m²

GRUPO

ADMINISTRAÇÃO/ APOIO

EXPOSIÇÃO

ID

PROGRAMA

ÁREA

32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

Sanitários

15,40 m²

81

Depósito/Multi-funções

6,92 m²

Recepção/estar

42,01 m²

Vestiários

89,75 m²

Prestação de contas

10,86 m²

Diretoria 1

118,20 m²

Recepção

8,10 m²

Diretoria 2

18,20 m²

Sanitários

15,40 m²

Copa

11,92 m²

Recepção/estar

40,65 m²

Sala de Reuniões 1

27,30 m²

Sala de Reuniões 2

27,30 m²

Sala de Reuniões 3

27,30 m²

Arquivo

24,82 m²

Almoxarifado

24,21 m²

Sala dos servidores

21,32 m²

Depósito

217,84 m²

Hall

16,35 m²

Circulação/ventilação

58,60 m²

Sala técnica cisternas

50,31 m²

Salão de transição

360 m²

Hall intermediário

80,78 m²

Sala técnica

4,10 m²

Corredor técnico 1

100,72 m²

Corredor técnico 2

91,30 m²

Pavilhão Universo

377,02 m²

Sala técnica elevador

22,68 m²

Sala de controle

28,34 m²

Sanitários

37,87 m²

Pavilhão Terra

227 m²

Pavilhão Terra

529,68 m²

Sanitários

22,89 m²

Sala de controle

8,17 m²

Observatório do Depois

99,72 m²

Mini auditório

48,73 m²

Exposição temporária

428,67 m²

Sala de controle

8,55 m²

Área técnica ar condicionado

20,71 m²

Área de estar

116,11 m²

Sanitários

90,88 m²

Pavilhão Agora

491,02 m²

Pavilhão Depois

324,27 m²

Pavilhão Consciência

324,27 m²

Sanitários

22,89 m²

Sala de controle

8,17 m²

Área de estar

116,11 m²

Sanitários

90,88 m²

Sala técnica/multi-funções

44 m²

Área técnica ar condicionado + caixas d’água

48,42 m²

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

43


4.3 SIMBOLISMO CULTURAL E IDEOLÓGICO

O

s grandes avanços tecnológicos permitiram a construção de estruturas elaboradas, o engenho humano foi capaz de provocar intensas modificações físicas no espaço em que habita, muitas vezes provando que a própria gravidade pode parecer desafiada diante das intervenções plásticas e estruturais inseridas no espaço. Então nasce a intenção: traduzir a vontade e a grandiosidade da construção do artifício humano edificado, um elogio às capacidades criativas do ser humano, que aqui é evidenciado na “caixa elevada” que abriga a exposição do museu. Muito se discutiu sobre esse tipo de desafio estrutural, sendo um deles o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, quando projeta o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), uma grande caixa solta no espaço, presa por apoios laterais. Em termos simbólicos, a maneira de evidenciar esse desafio à gravidade por meio de respostas estruturais traduz a intenção de evidenciar as capacidades únicas do ser humano. No Museu do Depois, a intenção é trazer o aspecto simbólico da ascensão, um percurso que parte do subsolo e termina na caixa elevada, projetando para o futuro, para aquilo que ainda não conhecemos — o que está além de nós. Desse modo, o percurso acontece de maneira cíclica, onde o começo, meio e fim são claros e objetivos, o caminho é único, tornando o passeio direto, evitando que a ordem das exposições (pavilhões) seja confundida.

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


1

UNIVERSO

Para iniciar o percurso, temos o pavilhão chamado de Universo (equivalente ao “Cosmos” no MDA), que tem como chave o questionamento “De onde viemos?” — o começo de tudo. Neste pavilhão, o usuário será apresentado à história do universo, o princípio de tudo. Aqui o visitante irá se encontrar no subsolo, percorrendo um corredor segmentado que afunila-se aos poucos, preparando para a chegada no próximo pavilhão: Terra (que está relacionado à pergunta “quem somos?”). Para criar essa narrativa, as paredes receberão projeções que possam inserir os visitantes nessa atmosfera. Ao passo que o corredor afunila-se, a escala do universo vai diminuindo, tornando-se compatível à nossa existência (que é consideravelmente menor se comparada ao tamanho e idade do universo). A intenção é que a transição entre essas duas escalas esteja clara, preparando o visitante para o que virá à seguir.

2

TERRA

Depois, chegamos ao pavilhão Terra, que vai trazer informações sobre a nossa existência, da vida e dos seres vivos. Seguindo os moldes do Museu do Amanhã, será dividido em três estágios: matéria, vida e pensamento. Este pavilhão marca a transição do subsolo para o volume flutuante, tendo a água do espelho d’água representada como fonte da vida — todos os seres vivos dependem da água para sobreviver. Essa metáfora conduz o visitante da atmosfera imensurável do universo, daquilo que é desconhecido, para uma escala confortável, já conhecida — estamos chegando em casa, encontrando nossa própria existência. O pavilhão é dividido em diferentes pavimentos, começando pela matéria no subsolo, e finalizando com vida e pensamento no primeiro andar. Esse espaço conduz os visitantes por meio de escadas e um elevador panorâmico que possibilita a compreensão do movimento, para que a ascensão aconteça é necessário um certo esforço, assim como na escada. É necessário que a sensação de estar subindo fique clara, de modo em que as rupturas sejam evitadas como aconteceria num elevador convencional, onde leva o usuário de um ponto até outro, como mágica, sem transparecer o movimento percorrido. O transitar é imprescindível. Subindo pelo elevador, o visitante atravessará o espelho d’água para então finalmente chegar ao primeiro estágio da caixa flutuante.

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

45


3

AGORA

Chegando ao final do pavilhão Terra, o visitante desembarca no segundo pavimento da caixa elevada, sendo recepcionado pela vista para a cidade enquadrada pelo óculo — um rasgo vertical que introduz a cidade para dentro do pavilhão, servindo como parâmetro para uma referência de onde estamos hoje, a cidade de agora, e como ela pode se modificar com o tempo, a partir das ações feitas pelo ser humano. O pavilhão Agora — chamado de Antropoceno no Museu do Amanhã (MDA) — simboliza o hoje, todas as mudanças feitas pelo ser humano e os impactos causados no planeta. No MDA há seis pilares de aproximadamente 10 metros de altura, inclinados em relação ao centro, que apresentam as condições atuais do planeta (atualizadas em tempo real pelo Observatório do Amanhã), “comprimindo” o visitante com o peso das informações apresentadas. No Museu do Depois, a ideia é que aconteça uma abordagem simbólica neste emsmo sentido, tendo em vista que o pé direito desse pavimento é mais alto do que o inferior, possibilitando uma maior liberdade na criação dos elementos da expografia.

4

DEPOIS

Dando continuidade ao percurso, há o pavilhão Depois, que terá uma abordagem semelhante ao “Amanhãs” no Museu do Amanhã, trazendo discussões sobre as possibilidades para o nosso futuro, de acordo com as decisões tomadas hoje. Como comentado anterioremente, a criação de elementos para a exposição em si demandaria um grande esforço interdisciplinar para concretizar as ideias propostas, e tendo em vista o curto prazo para a elaboração deste trabalho, limitou-se apenas à concepção do espaço que receberá essa exposição, de uma maneira que comporte as futuras propostas para a expografia que seriam desenvolvidas com o apoio de profissionais capacitados para esse tipo de trabalho.

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


5

CONSCIÊNCIA

Finalizando a exposição permanente, há o pavilhão chamado Consciência — equivalente ao “Nós” no Museu do Amanhã — trazendo o questionamento final: Como queremos ir? Uma ideia de reflexão, o contato direto com o passado que nos faz ter a consciência de qual futuro queremos. A partir de todas as ações já realizadas no nosso tempo vivendo neste planeta, analisando as decisões positivas e também as negativas, cria-se uma ideia de consciência, é preciso olhar para o passado para que o futuro seja moldado de forma consciente, para que os mesmos erros não sejam cometidos novamente. A experiência de visitar essa exposição tenta provocar diversas reflexões, ao mesmo tempo em que nos choca com informações preocupantes, nos traz o conforto de saber que há esperança, e para tanto, as ações tomadas agora terão um impacto direto no nosso depois. A consciência é fundamental.

ISOMÉTRICA DOS PAVIMENTOS DE EXPOSIÇÃO

sem escala

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

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3

3

2

2

2

CORTE AA

escala 1:320

GSEducationalVersion

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO

4

7

1


5

6

1. Universo 2. Terra 3. Agora 4. Depois 5. Consciência 6. Exposição temporária 7. Observatório do Depois

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

49


4.4 CONTEXTO SOCIAL

P

ara que houvesse uma certa consciência na concepção deste projeto, foram adotadas algumas medidas que promovessem o uso racional da água e energia, além da permeabilidade do terreno para o melhor escoamento da água pluvial, através do uso de pisos drenantes na área do estacionamento e do jardim, assim como no acesso secundário de serviço para o subsolo. A água proveniente das chuvas é captada e conduzida através dos shafts para ser armazenada na cisterna, sendo utilizada para os sanitários e também no espelho d’água, após passar pelo tratamento necessário. A energia consumida pelo museu é gerada a partir da captação dos raios solares pelos painéis fotovoltaicos instalados na cobertura da caixa elevada, garantindo assim que haja a renovação constante de energia, sem depender exclusivamente da concessionária. Na materialidade, foi adotado o uso da estrutura metálica e em grande parte de paredes em drywall, para que houvesse uma diminuição dos resíduos gerados na obra, agilizando a construção. O vão entre uma laje a outra no volume flutuante permite a exaustão do ar quente proveniente dos ambientes internos, como uma maneira de melhorar a qualidade térmica dos mesmos.

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ISOMÉTRICA DO SISTEMA ESTRUTURAL

sem escala

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

51


4.5 ARQUITETURA COMO FORMA

C

omo resultado plástico de todas as variáveis, o edifício configura-se em dois volumes monolíticos: uma base sólida, revestida em mármore travertino, de tudo aquilo que toca o solo e é rígido. E no céu, uma caixa horizontal sustentada por quatro elementos verticais, revestida por painéis metálicos perfurados. Sob a luz do sol ela é rígida, impenetrável. Durante a noite, a permeabilidade se faz presente através da luz que provém do seu interior, fazendo com que a rigidez da sua forma durante o dia contraponha com a leveza visual após o por do sol — são contrastes que buscam brincar com o imaginário, pois uma estrutura que parece ser tão densa, tão pesada e impenetrável, pode ser leve, de alguma maneira. Aquilo que aparenta necessitar de um grande volume de material para ser sustentado é contraposto pela leveza do esqueleto metálico em seu interior, o avanço da tecnologia e do engenho humano possibilitou a criação de uma estrutura que fosse leve e eficiente a ponto de permitir grandes vãos e aberturas, evidenciando a capacidade transformadora do espaço que é única do ser humano. Façanhas estruturais e soluções visuais que garantem somente à nossa espécie a capacidade de modificar o planeta no pouco tempo em que o habitamos se comparado à sua idade. As formas monolíticas foram escolhidas pois não ficarão perdidas no tempo, são prismas geométricos de fácil leitura visual, cada volume tem seu destaque e importância. De um modo geral, os materiais escolhidos buscam permanecer fiéis à sua essência, texturas e acabamentos naturais, como a madeira, concreto aparente e diferentes tipos de pedras.

IMAGEM 22 Perspectiva do edifício em relação ao seu entorno Fonte: Elaborado pelo autor

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IMAGEM 21 Perspectiva geral dos acessos Fonte: Elaborado pelo autor

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

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IMAGEM 23 Perspectiva em direção aos prédios, e praça do acesso principal Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 24 Fachada - Óculo evidente no segundo pavimento da caixa elevada Fonte: Elaborado pelo autor

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


IMAGEM 25 Caixa iluminada durante a noite Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 26 Perspectiva por debaixo do vão livre, com o piso marcando o pavilhão Universo Fonte: Elaborado pelo autor

4 — O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

55


5

56

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


O PROJETO

5 — O PROJETO

57


5.1 MEMORIAL DESCRITIVO

O

Projeto buscou criar um percurso que fosse capaz de discutir as temáticas acerca do futuro do planeta de acordo com as nossas ações, através de aspectos simbólicos no espaço, utilizando-se da ascensão de uma maneira simbólica, um ciclo fechado, começando pelo susbolo e finalizado no primeiro pavimento. Os materiais buscaram manter a sua essência no possível, sendo sempre fiel às suas origens. A estrutura foi desenhada de modo a agilizar a produção da obra, além de suportar grandes vãos (o que foi necessário para vencer o vão da caixa flutuante). Os dois blocos monolíticos são prismas geométricos e que buscam hamonia no espaço, voltando sempre à discussão da inquitação teórica da capacidade do engenho humano em relação às outras espécies. O térreo foi deixado livre, promovendo espaços de interação no jardim, ligado ao café.

IMAGEM 27 Praça de acesso e foyer no interior Fonte: Elaborado pelo autor

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


IMAGEM 28 Café, loja e jardim no exterior Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 29 Jardim e café no interior Fonte: Elaborado pelo autor

5 — O PROJETO

59


28

26

25

24

23

22

21

20

19

18

17

16

15

14

13

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

27

8

7

6

5

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3

2

1

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6

7

8

9

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13

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1

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13

60

2

3

4

5

6

7

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9

10

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12

13

ionalVersion

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

PLANTA TÉRREO

escala 1/500


3

1

35

33

32

31

30

29

34

1

3

2

2

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14

13

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11

10

9

8,00 %

4

1

2

3

4

5

8,00 %

6,19 %

5 — O PROJETO

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IMAGEM 30 Recepção — Acesso principal Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 31 Perspectiva em direção ao café e loja do museu Fonte: Elaborado pelo autor

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IMAGEM 32 Perspectiva em direção ao auditório — painés pivotantes ao fundo Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 33 Palco do auditório Fonte: Elaborado pelo autor

5 — O PROJETO

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Ref. 20000 20000

PLANTA SUBSOLO

escala 1/500

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PLANTA 1º PAVIMENTO

escala 1/500

5 — O PROJETO

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IMAGEM 34 Platéia e sala de projeção ao fundo Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 35 Hall das escadas e recepção Fonte: Elaborado pelo autor

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


IMAGEM 36 Hall do pavilhão Universo (subsolo) e painel de madeira com portas pivotantes ao fundo Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 37 Pavilhão Universo — Corredor afuniland0-se até chegar no próximo pavilhão Fonte: Elaborado pelo autor

5 — O PROJETO

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CORTE TRANSVERSAL 1

escala 1/500

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10000 10000 10000

PLANTA 2º PAVIMENTO

escala 1/500

5 — O PROJETO

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IMAGEM 38 Pavilhão Terra — Uma escala compatível ao ser humano, espelho d’água iluminando o pavilhão Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 39 Pavilhão Terra — Continuação no primeiro pavimento Fonte: Elaborado pelo autor

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IMAGEM 40 Pavilhão Terra — Visão em direção ao acesso dos sanitários Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 41 Perspectiva geral do segundo pavimento —Pavilhões Agora, Depois e Consciência. Óculo ao fundo Fonte: Elaborado pelo autor

5 — O PROJETO

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CORTE TRANSVERSAL 2

escala 1/500

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PLANTA COBERTURA

escala 1/500

5 — O PROJETO

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IMAGEM 42 Pavilhão Agora — Óculo Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 43 Visão geral do segundo pavimento Fonte: Elaborado pelo autor

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IMAGEM 44 Área de estar no primeiro pavimento Fonte: Elaborado pelo autor

IMAGEM 45 Exposição temporária no primeiro pavimento Fonte: Elaborado pelo autor

5 — O PROJETO

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REFERÊNCIAS

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UMA REFLEXÃO SOBRE O FUTURO


CALCANHOTTO, Adriana. Maritmo. Rio de Janeiro: Columbia Records, 1998. 1 CD. LITTLE, Christopher. Fallingwater. 2016. 1 fotografia, colorida. Disponível em:

<http://www.chambres-hotes-morin-salome.fr/Mod-Wright-1939.html>. Acesso em: 26 de junho de 2020.

LUPO, Bianca Manzon. O museu como espaço de interação: arquitetura, museografia e museologia a

partir dos casos do Museu do Futebol e do Museu do Amanhã. 2018. 235 f. Dissertação (Mestrado em

História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Universidade São Paulo, São Paulo.

JOORY, Eli Salim. Organização da escuta musical: aspectos perceptivos e ferramentas analíticas. 2014. 126 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Música da UFMG. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

MARTINS, Ana Luiza. Canções poéticas e poemas cantados em Adriana Calcanhotto. Santa Cruz

do Sul: UNISC, 2013. 110 p. Tese (Mestrado em Letras) - Programa De Pós-Graduação em Letras –

Mestrado área de concentração em leitura e cognição, Universidade de Santa Cruz do Sul, 2013. OJEDA, Oriana; CARRILLO, Juan; VELÁSQUEZ, Jesús. Análisis del décimo preludio “La Catedral

Sumergida” de Claude Debussy. Caracas: Universidad Nacional Experimental de las Artes, abril de 2017. OLIVEIRA, Luiz Alberto. Museu do Amanhã. 1ª edição. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2015. ROSSELI, Juan Pablo Aschner. ¿Cómo concebir un proyecto arquitectónico? Bogotá, 2009. UNWIN, Simon. Vinte edifícios que todo arquiteto deve compreender. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. 1ª edição. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.

6 — REFERÊNCIAS

77


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