O inspirado

Page 1

\Perfis O inspirado Thiago Calçado em São Paulo Por Guilherme Mendes

N

ão há muito tempo, no extremo oeste do estado de São Paulo, a paróquia de Santa Terezinha se reunia para mais uma missa. Num dos cantos da cidade de Presidente Prudente o coro cantava, alguns se ajoelhavam, outras tantas estavam prestando atenção no vestido alheio. Lá pro meio da celebração pouca gente notou, mas irrompeu na igreja o toque de um celular. Para piorar, o toque não era aquilo que se chama de “apropriado” para o momento: Judas, hit de ninguém menos que Lady Gaga, tocou baixinho, aos ouvidos provavelmente de meia dúzia daqueles que estavam ali nas posições frontais ao altar. O padre foi um dos que logo notaram. Mas como a ligação já tinha cessado, preferiu irrelevar o caso.

T

alvez como o Multi-homem, o personagem do desenho sessentista Os Impossíveis, Thiago Calçado, o pároco daquela ocasião, parece às vezes levar uma vida múltipla, diante de tantas coisas que acaba por representar. Aos 34 anos, completos em Novembro último, tem uma agenda movimentada ao extremo, com atividades díspares e quase sempre marcadas com pouquíssimo tempo de antecedência. Rodando pela cidade todos os dias da semana, mantém ainda a serenidade na fala e certa disposição para as tantas tarefas. Com quase 1.80m, cabelos arranjados da esquerda para a direita resultando em um pequeno topete, tez clara, um físico decente, barba sempre raspada, voz corpulenta e olhos que talvez sejam amendoados, Calçado mantém uma carteira de profissões variada: pároco (sem igreja fixa), professor, entusiasta de artes. Neste momento ainda cruza o cabo da Boa Esperança no seu doutorado em filosofia. Durante os meses finais de 2012 e o começo de 2013, período em que esta matéria foi conduzida, Thiago rezou uma média de 16 missas por semana, ministrou aulas cinco dias por semana por durante cinco semanas, realizou pelo menos quatro viagens interestaduais e pelo menos o dobro de vezes dentro do estado. Para muita gente, inclusive os que já o conhece as aventuras do homem por debaixo da batina aqui relatadas surpreendem.


*

*

*

N

inguém nunca soube o porquê, mas a noite clara da Vila Mariana produzia uma ventania que atrapalhava as dissertações do professor sobre política. As janelas, sempre abertas uns dez minutos antes das sete horas, fechavam logo que as primeiras explanações ocorriam. A turma, uns 40 esforçados alunos da FAPCOM, uma faculdade voltada para a área de comunicação e dirigida por padres, rabiscam nos cadernos “Tiradentes” ou “Ciclo do ouro” e semelhantes. As aulas são dadas por um bem-apessoado rapaz de calça jeans, sapatos pretos e um blazer, item que gosta de ter no guarda-roupa. Apesar do assunto já ter sido visto no colegial e no fundamental, a turma parece estática, hipnotizada com alguma coisa no ar. Com apenas 6 meses de casa, Calçado já promoveu algumas mudanças dentro da instituição, que mantinha até então uma sisudez nas suas ações: organizou encontros de filosofia dentro e fora da faculdade, contatou professores e, pela primeira vez, deu início a uma excursão com os alunos, rumo às cidades históricas mineiras. Nos três dias de viagem, instruiu, tirou fotos, fez piadas e inclusive “cantou ‘metamorfose ambulante’ e dançou; não teve vergonha de tirar a camisa e pular na cachoeira”, nas palavras de uma aluna que foi testemunha ocular. As aulas na FAPCOM, que tomam quatro dias da semana, tem as mais variadas temáticas: política, economia, filosofia. Seu índice de aprovação é altíssimo, mesmo se comparado com alguns veteranos da casa. Por isso a motivação dele para os projetos em 2013: dentre os planos, estão mais viagens, mais cafés filosóficos (como o promovido no fim de 2012) e um núcleo de teatro, uma das primeiras agremiações a nascer na faculdade. Às sextas, dirigindo ou dentro de um ônibus, saía de madrugada e se despachava para Marília, distante 376 km. Lá as aulas eram –e ainda são- para a FAJOPA, onde aplicava os cursos relativos ao seminário, formando padres. Depois os mesmos quilômetros e no sábado de manhã, missas e mais missas.

A

previsão do tempo errou novamente. Os sites dos jornais tendiam a uma “chuva moderada durante todo o dia”, que contrastava com o azul sem nuvens da capital paulista. Às oito da manhã a temperatura já batia os 25ºC, e o clima abafado e seco já se acomodava ante as casas e prédios comerciais da região centrosul, praticamente desabitados nesta manhã de domingo. Não dá, mesmo, pra confiar nos meteorologistas.


Paralela ao início da rodovia dos Imigrantes, na região do bairro da Saúde, uma sequência de prédios do Cingapura, moradias populares da gestão Maluf, já dá sinais de vida. Prédios nunca reformados, com chão cimentado rachado e pichações na parede tecem um aspecto deprimente na entrada da comunidade Santo Estevão. A paróquia é localizada subindo a rua, e me dirigi para lá, mesmo que ligeiramente perdido, para acompanhar a missa dominical. Ao reconhecer a igreja e atravessar a rua, a reportagem quase é encerrada por um Citroën Aircross perolado, modelo do ano. Um bom paulistano da gema provavelmente procuraria briga por um quase-atropelamento, mas após estacionar, de dentro do carro sai o próprio Thiago, vestindo um traje social impecável de camisa branca, calça azulmarinho e óculos Emporio Armani (tempos depois viria a contar que era uma versão “pirata”). Após os cumprimentos, o motivo do atraso de quatro minutos “Cara, eu passei a noite numa vigília da Canção Nova, e cheguei em casa às seis. Ainda não dormi.”. Entrou na igreja e se dirigiu aos fundos. Enquanto todos se ajeitavam, uns conversavam na porta sobre o almoço do dia, outros sobre o pedido especial para Santo Antônio, outra meia dúzia de crianças se enfileiravam no corredor central. A igreja, um salão de uns trinta metros por cinco, janelas de um lado e ventiladores de teto, ia enchendo. Então, quatro minutos e meio após ter sumido aos fundos, padre Calçado reaparece, usando um conjunto alvíssimo – à primeira vista causou-me estranheza como poderia ser tão branca a roupa do padre adornado por uma estola verde sobre os ombros. Agora ele já está na porta da igreja, cercado de crianças que vão ajuda-lo no transcorrer da missa. “Eu estou fazendo essas ações com as crianças, pois a criança traz os pais à igreja” comentaria mais tarde. Ao que ia avançando em direção ao altar, desferia um tom litúrgico no seu cântico que parecia desdenhar das ministras desafinadas prostradas à primeira fila. Após as apresentações animadas e humoradas, deu início aos trabalhos que, segundo o folheto “Povo de Deus em São Paulo”, distribuído a todas as paróquias da capital, trataria da questão do dízimo, com a citação de um trecho do evangelho de Marcos. O sermão, que mais parecia uma conversa informal com toques de stand up comedy, é o que fez dona Vadir, uma das cantoras da primeira fila, voltar a frequentar a comunidade. “Ele é maravilhoso, por isso venho sempre”, afirmou com um sorriso sincero. De microfone em punho, defendeu a tese que “não importa o quanto se tem, mas com quanto amor se há de fazer”. Citou desde Jesus aos corruptos de Brasília, passando pelos próprios fieis, num rasgo de informalidade: “Daí me viram e dizem ‘ah, mas padre, não vou prestar o vestibular, pois já sei que não vou passar mesmo’. Olha, quem gosta de lavagem é porco, filha”. Arrancou risos da plateia. E ainda soou um alerta: “se for assim, vai pra igreja de São Judas, que é quem cuida das causas perdidas”. Na hora da eucaristia, uma surpresa: notado por todos – até ele mesmo – o sacerdote encostou se na cadeira a ele reservada e ali ficou uns bons minutos, imóvel,


olhos fechados, uma pose de reflexão que não enganou muitos. Ao recobrar a consciência, no fim da cerimônia, pediu desculpas. “Eu realmente dei uma pescada ali atrás”, arrancando mais risos abafados com sua falta de auto-indulgência. O trabalho quase sempre nunca termina após a benção final. Sempre há fila na porta para pedir (mais) benção, apresentar alguém, falar que reza pelo padre. Essa aproximação da comunidade com o representante da Igreja Católica é um dos objetivos desse projeto. “Esse é o objetivo da comunidade: ajudar uns aos outros”, explicou, enquanto guiava, levemente irritado, pela avenida Ricardo Jafet e seus semáforos apagados. Apesar do modo de vida corrido, Thiago acredita que tudo o que faz são faces de uma mesma moeda. “Não me vejo sem ser padre. Assim como não me vejo sem dar aula”. Parou a frase no meio para se concentrar no carro que o fechava.

asceu Thiago Calçado, sem “Silva” ou “Souza” algumas semanas antes de 1979. Na sempre quente Presidente Prudente, distante 563 km da estação de metrô mais próxima de seu apartamento, viveu uma infância comum e extremamente feliz ao lado dos pais José Alberto, gerente de banco que o fez rodar por várias cidades, e Valdenice, a mãe doméstica. Dessa época guarda o fato de morar próximo à estação de trem, paixão que leva consigo até hoje.

N

Com quase 14, sem entender muito o cenário nacional, interessou-se por uma excursão tentadora: “A escola, que tinha uns professores ligados à causa estudantil, foi com os alunos para São Paulo, no vale do Anhangabaú. Eu pedi autorização para os meus pais e fui”. Era 25 de agosto de 1992, e ele foi um dos cerca de 400 mil caraspintadas a tomar de assalto o centro paulistano, exigindo a renúncia de Collor. De lá saíram as escolhas que o levariam ao que é hoje, enquanto dirige um sedã branco de bancos de couro pela rua Sena Madureira, na Vila Mariana. Ao acreditar que era capaz de fazer o bem comum, escolheu a economia, se formando sem maiores percalços pela Instituição Toledo. Com 21 anos tinha um emprego em um escritório de contabilidade e uma namorada. Era um estereótipo do sucesso quando, nas palavras do próprio, houve “a descoberta pela pessoa”. A pessoa era Jesus Cristo, e a partir daí, com a anuência dos pais, partiu para o seminário, graduando-se em filosofia e teologia. Dessas duas, escolheu a primeira para o mestrado, e o doutorado, sobre a questão da culpa, está a caminho.


Um dia um professor nos mandou levar uma maçã”, conta. “E pediu para que nós descrevêssemos essa maçã”. O que se sucedeu foi que Thiago, destoando dos colegas de classe, declamou um poema em que explicava o prazer da mordida – que tratou logo de desconversar, dizendo que tinha jogado-o fora há algum tempo e não lembrava todo o conteúdo–. Desde então o fã de poesias virou poeta. Os versos nunca foram deixados de lado. Hoje sustenta um pequeno blog com criações suas e influências claras de Clarice (do qual leu a obra completa) e de Fernando Pessoa (cujos livros ocupam o mesmo espaço de blazers e camisas no guarda-roupa, pois “Fernando Pessoa não se lê, se veste, né?”), tendo sempre os pés no modernismo e no cristianismo, como na composição Barcos Vazios, de setembro de 2012: Vive abarrotado de si O barco solitário, sem peixe dentro É, em si, o próprio milagre em forma de nau. O receptáculo também é um espetáculo. Um barco vazio tem um quê de útero. Não, não laves ainda tuas redes! Solitárias, elas estão prontas para o futuro. Não esperar mais pelo peixe... Ele habita o profundo.

Um livro, com a compilação de seus poemas, aguarda a decisão da editora. As análises e leituras de Nietzche e Pascal renderam seu primeiro livro, “O sofrimento como redenção de si” um livro de bolso de 192 páginas. Ele comemora os resultados. “Para a área eu teve uma tiragem muito boa, de 2 mil exemplares. Eu nunca fiz campanha pelo livro, mas já vendi 300 apenas no boca-a-boca”, explica. Uma famosa livraria resumiu o título: O sofrimento proporciona ao ser humano um encontro com a finitude em seu lugar mais íntimo. Na ausência, uma presença se constrói. Nos limites que são apresentados por ele, cada pessoa é chamada a se afirmar numa proposta única em relação à vida, libertando-a de toda redução exterior. Trata-se de se descobrir e não se render à dor. Neste sentido, os percursos trilhados por Nietzsche e Pascal em suas experiências de sofrimento se cruzam e oferecem a possibilidade de adentrar o seu íntimo e reconstruir a vida, pouco a pouco[...]

Andou lendo ultimamente Philip Roth, já leu Orwell e lê ao menos um poema por dia. Mas, quando insisti na maior obra de todos os tempos, não vacilou. “Dom Quixote. Eu não acredito em ressureição, mas quando a gente subir pro céu, vão perguntar: ‘Leu Dom Quixote?’. Se não, desce”. No fim da adolescência, ainda interessado em literatura como Jorge Amado e poemas de Drummond e Cecília Meireles, Thiago começou a desenvolver um tino para o teatro, vendo a FENTEPP, um dos mais tradicionais festivais de teatro ocorrer na sua cidade. “Eu vi aqueles artistas e pensei: eles dão sentido à vida deles pelo espetáculo”, e passou a se envolver mais com os palcos. Sob sua criação estão uma comédia, Noite da


confissão do Diabo (encenada algumas vezes), a tragédia Davi e Betsabá, e uma análise das relações pai-filho de Ícaro, personagem da mitologia, em Asas do labirinto. Já em fase de finalização se encontra A gaveta, uma adaptação de Esperando Godot, feita por Samuel Beckett. Quem vê o canto litúrgico inaugurando suas missas talvez não acredite, mas o religioso ouve de tudo. “Meu toque de celular era A fine romance da Billie Holiday. Mas hoje mesmo estava ouvindo aquela música ‘Gatinha assanhada, cê tá querendo o quê?”. Confidenciou que não aguenta gospel, mas enquanto saíamos de uma das igrejas apontou para o coral: “mas daquela ali sim, adoro.”

O

sol deste domingo estava mais acanhado, censurado por umas nuvens, talvez culpa da frente fria que ameaçava o ano novo, dali a um dia e meio. Dessa vez me dirigi por uma rua Augusta vazia – ocasionalmente um ou outro travesti que saía de um galpão – até a paróquia da Nossa Senhora do Brasil, no bairro dos Jardins. Thiago, que passou a madrugada dirigindo de Prudente até a capital, está escalado para uma celebração ali. No bairro com a maior renda da cidade, com famílias de mais de 300 anos de tradição, as missas continuam lotadas. As ruas sem sujeiras, onde não se veem pombos, agora tem sedãs de luxo e SUVs parados por vallets terceirizados. Ali dentro, uma nave com o teto imitando as passagens da capela sistina, azulejos contando a história do catolicismo na cidade – e várias menções à família Scarpa – adornavam altares, o púlpito para as leituras e alguns anexos laterais. Talvez umas cem pessoas estivessem ali rezando, ou disputando egos. Com 4 minutos de atraso novamente, o padre avança em direção ao altar com quase 200 anos, após o sacristão que levava a cruz. Dessa vez de traje bege, um sapato bem simples sem cadarço, e um sorriso inocente na própria face. Como era o último domingo do ano, a comemoração era sobre a Sagrada Família, composta por José, Maria e Jesus. O sermão, proferido logo abaixo ao que parecia ser uma antena do wi-fi, era curiosamente negligenciado por um garoto da cadeira à minha frente, brincando em um tablet, era bem mais polido que a média dos outros semelhantes. “A sociedade moderna forma indivíduos.[o garoto continua jogando] A família forma pessoas”. Quanto ao assunto da homossexualidade, não foi cáustico ou advertiu verbalmente. “A igreja age em relação a eles [homossexuais e separados] como um coração de mãe. Mas sempre sendo a mestra, sempre ensinando o caminho correto e advertindo quando necessário”. Enquanto as bolsinhas de dízimo passavam em severa revista aos presentes – uma quantidade sensível de pessoas doou notas de 100 – Calçado seguia com seu rito: bebendo o vinho canônico, produzido pela Salton (“tem 14% de graduação”, Thiago me


explicou, “mas eu ponho só dois dedinhos pois é licoroso, eu não gosto”), preparava as hóstias para a eucaristia e encaminhava a missa para o final, com a mesma facilidade que explica conceitos de inflação para os formandos. Ao fim, as famílias- algumas delas entre as mais abastadas da região - o param na porta, seja para pedir benção, apresentar alguém ou falar que reza pela saúde do padre.

E

m todas as atividades que faz, Calçado afirmou ter a figura de Cristo como inspiração e influência em todas as atividades que faz. Dos poemas (“Meu poema mistura Pessoa com Clarice, a partir da pessoa de Cristo”) às peças, passando pela celeridade com que tem que levar a vida. “Sempre me procuro ver através do corpo de Cristo. A instituição até ajuda, mas é isto que vale”. Thiago falava isso enquanto estava sentado no sofá da sacristia da igreja dos Jardins, uma antessala em tons pastéis, adornado por um chão de granito e um espelho que seguia o estilo colonial dos móveis. Uma saída estreita para o altar era vigiada por uma câmera, e um quadro curvo de 1928 fazia sombra a uma estátua de Nossa Senhora. Essa inspiração talvez fosse capaz de explicar a sua reação moderada quando perguntei sua opinião sobre os protestantes, evangélicos e pentecostais: “Olha”, coçou a cabeça e encarou o chão, “Somos irmãos de buscas. Estamos irmanados na busca do Cristo nessa vida”. A definição de religião também parece carregar os traços dessa despreocupação na teoria e mais foco na prática: para ele “[A religião] é a atitude humana de religação da vida pelo que ela transcende. É a busca de um significado”. Nesse instante, faltando dois minutos para a missa, ele se desculpou e se dirigiu a uma saleta, onde ia se preparar. Abriu um velho armário, colocou a túnica ligeiramente branca, depois beijou uma estola de mesma cor que representa a cruz, e em seguida ajeitou a Casula, que se assemelha a uma capa. Rezou interiormente a pequena oração que deve fazer ao vestir os paramentos e saiu porta afora.

O

sermão, pregado a exatos 47 ouvintes sob uma chuva forte no primeiro dia do ano, valorizava o trabalho de Maria como mãe do escolhido. Coube a Thiago cantar alguns cânticos, puxar algumas orações e servir, com a ajuda de apenas uma ministra, a hóstia. Nada que não fizesse parecer um dia comum. Ainda ouviu as confissões de alguma madame, trocou ideias com o padre Vandro, que conduziria a missa seguinte, e voltou a se sentar na poltrona da sacristia.


Mesmo assim as atividades nunca param. Assim que o encontrei e o saudei pela passagem de ano, perguntei sobre a prova de São Silvestre, que ele pretendia ter corrido na manhã anterior. “Cara, eu acabei só indo ver a largada”, comentou em breve desaponto. “Daí marcaram uma missa pra mim a tarde e eu fui. Aí rezei a vigília de noite. Cheguei em casa tão cansado...” . Assim, na noite de réveillon, ele realizou o sonho de muita gente: dormiu e só acordou em 2013.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.