UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE FARMÁCIA
MICOSES E AGENTES ANTIFÚNGICOS ANANZA ABREU ANDREZA ALVES ALLYNE MARQUES DANILO DANTAS ISABELA C. AMORIM JORDANA MARTINS MAURÍCIO FERNANDES THATIANY CASTRO
Farmacologia II – Profa. Dione Marçal Lima
Antibióticos Poliênicos
Polienos consistem em substâncias formadas por átomos de carbono com dupla ligação.
Alguns antibióticos com essa estrutura são alvo contra fungos, protozoários e algas, não demonstrando ação antibacteriana importante. São substâncias tóxicas para o homem e outros mamíferos por provocarem lesões nas células de animais semelhantes às causadas nos microorganismos citados acimas.
Antibióticos Poliênicos
Mecanismo de ação: Ligam-se a membranas citoplasmáticas que contêm esteróis, provocando sua desorganização funcional. Nos fungos os poliênicos ligam-se principalmente a ergosterol, que constitui o esterol prevalente de sua membrana citoplasmática.
Com isso, ligam-se menos à célula do hospedeiro animal, já que o esterol de membrana deste é o colesterol.
Antibióticos Poliênicos
A ação fungicida ou fungistática é dependente da concentração da droga no meio.
Anfotericina B em baixas concentrações liga-se de forma reversível à membrana fúngica Inibição do crescimento. Anfotericina B em elevadas concentrações se liga à membrana fúngica de forma irreversível Morte celular.
Anfotericina B
A Anfotericina B é um antibiótico poliênico, demonstrado em 1955 a partir do Streptomyces nodosus. É instável em pH muito ácido ou muito básico, não absorvível por via oral e somente administrada por via endovenosa (EV). É insolúvel em água, mas aumenta sua solubilidade quando complexada com o deoxicolato, constituindo, assim, a anfotericina B convencional. Dissolve-se essa apresentação em solução glicosada à 5%, formando-se uma solução coloidal apropriada para uso EV.
Anfotericina B
Apresentações lipídicas da Anfotericina B: Reduzem os efeitos colaterais (toxicidade renal) ao serem administradas por via EV.
Anfotericina B dissolvida em solução lipídica. ( Intralipid )
Anfotericina B incorporada a lipossoma. (AmBisome)
Anfotericina B
Atividade contra: Fungos: Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasilienses, Cryptococcus neoformans, Coccidioides immitis, Candida albicans e outras espécies de Candida, Aspergillus fulmigatus e outras espécies de Aspergillus... Protozoários: Leishmania donovani, Leishmania chagasi, Leishmania brasiliensis, Plasmodium falciparum e algumas amebas de vida livre. Algas aclorofiladas: do gênero Prototheca.
Anfotericina B
Resistência: A resistência adquirida à Anfotericina B é um evento muito raro. Como adquirem resistência: Alterações na composição dos esteróis de membrana, com diminuição ou ausência do ergosterol. Formação de esteróis modificados, com menor afinidade pela anfotericina B.
Farmacocinética e Metabolismo
Absorção: A anfotericina B não é absorvida por via oral e sofre inativação no meio ácido do estômago. Por via IM, sua absorção é mínima, não dando níveis sanguíneos úteis. Uso tópico: é feito com cremes e pomadas contendo anfotericina B microcristalina. Principal via de administração: via endovenosa, dissolvida em soro glicosilado a 5%. Essa administração é feita em infusão lenta, num período de 3 à 6 horas, afim de se evitar os efeitos colaterais decorrentes da toxicidade da droga.
Farmacocinética e metabolismo
A Anfotericina B apresenta baixa difusão através da barreira hematoencefálica.
Sendo assim, no caso de meningoencefalite por fungos, deve-se administrar esse fármaco por via intratecal, por punção lombar ou cisternal.
Farmacocinética e Metabolismo
Difusão e Metabolismo: A anfotericina B é organodepositária, permanecendo na circulação em níveis terapêuticos por 48 horas e sendo detectada no soro, em níveis baixos, por vários dias após sua administração. Sua meia vida sérica é de 15 dias. Não atravessa bem a barreira hematoencefálica normal. Atravessa a barreira placentária.
Farmacocinética e Metabolismo
Excreção: Via principal de eliminação: rins A insuficiência hepática e a insuficiência renal não causam retenção importante do fármaco.
Farmacocinética e Metabolismo
Interações Medicamentosas: Qualquer adição de eletrólitos às soluções do antibiótico causa sua precipitação. Ação sinérgica com flucitosina contra Candica albicans e Cryptococcus neoformans, o que permite a redução da dosagem da anfotericina B. Com a rifampicina sua potência (da anfotericina B) aumenta contra alguns fungos. As tetraciclinas em associação com a anfotericina B potencializa a ação desta última. Em associação com corticosteróides, provoca hipopotassemia agravada.
Farmacocinética e Metabolismo
Indicações Clínicas: Paracoccidioidomicose grave. Criptococose Histoplasmose grave Candidíase generalizada Leishmanioses Meningites e infecções sistêmicas por amebas de vida livre. Para prevenir a infecção pulmonar ou invasiva por Aspergillus em pacientes neutropênicos submetidos à quimioterapia imunosupressora.
Farmacocinética e Metabolismo
Efeitos Adversos: É um dos antibióticos que mais causam efeitos adversos. São eles: Irritação do endotélio vascular (flebite). As apresentações lipídicas são menos irritantes. Mal-estar, cefaléia, calafrios, febre durante infusão EV do antibiótico. A toxicidade da anfotericina B se manifesta em vários órgãos: aparelho renal, hemácias e coração (lesa a membrana citoplasmática da célula miocárdica, podendo causar morte por parada cardíaca se injetado rapidamente).
Farmacocinética e Metabolismo
Efeitos Adversos: Com o uso prolongado pode causar hipotensão arterial, arritmias, anemia normocítica e normocrômica. Hipotassemia, devido à permeabilidade aumentada das células que perdem o potássio intracelular para o sangue, ocorrendo sua excreção pela urina. Nefrotoxicidade: principal ação tóxica da anfotericina B. Provoca constrição vascular renal redução do fluxo sanguíneo diminuição da filtração glomerular.
Farmacocinética e Metabolismo
Disponibilidade da droga: São disponíveis no Brasil as apresentações da anfotericina B na fórmula convencional, em lipossomas e em dispersão coloidal. A Anfotericina B na forma convencional, faz parte da RENAME.
Nistatina
A nistatina é um antibiótico poliênico descoberto em 1950, extraído de culturas de Strptomyces noursei, pouco solúvel em água. Grande espectro de ação contra leveduras. É mais empregada em uso tópico: não é absorvida por via oral, e por via IM e EV é muito tóxica. Devido à imediata ligação da
nistatina aos esteróis das membranas das hemácias e células tissulares, levando à sua destruição.
Nistatina
Nistatina
Indicações: Candidíase superficial, de pele e mucosa. Além da forma tópica, apresenta-se também na forma de suspensão, sendo altamente eficaz no tratamento da candidíase oral. Por via oral também é indicada para o tratamento da candidíase esofagiana e intestinal. Candidíase vaginal, na forma de óvulos ou cremes vaginais; candidíase cutânea e periungueal, na forma de cremes, loções e pomadas.
Nistatina
Praticamente não causa efeitos colaterais com o uso oral ou tópico, podendo, ocasionalmente ocorrer quadros de dermatite atópica ou vômitos e diarréia. A nistatina faz parte da RENAME.
Partricina e Mepartricina
A partricina é ativa contra leveduras do gênero Candida e contra o protozoário Trichomonas vaginalis, agindo também sobre outros fungos. Seu derivado éster-metílico, o mepartricina, mostra potência antimicrobiana maior e menor toxicidade do que a partricina e é o usado na clínica. A mepartricina é insolúvel em água e não é absorvida por via oral, sendo somente utilizada sob a forma tópica, para o tratamento de candidíase e tricomoníase vaginal.
Antibiótico Antifúngicos Não-Poliênicos: Equinocandinas
Equinocandinas são antibióticos lipopeptídeos obtidos originalmente de fungos da espécie Aspergillus nidulans. Mecanismo de ação: inibem a síntese da glucana da parede celular dos fungos. Inibem especificamente a enzima glucana-sintase, a enzima que forma o polímero da glucana. Podem ser obtidas por via semissintética. Têm atividade antifúngica contra espécies de Candida, Torulopsis, Aspergillus e Histoplasma.
Caspofungina
Solúvel em água, utilizada na clínica, sobretudo para o tratamento de infecções por Candida e Aspergillus. Não é absorvida por via oral e é administrada por via endovenosa. É metabolizada no fígado, adrenal e baço e sua excreção se dá por via biliar.
Portanto, pode ser usada em pacientes com insuficiência renal.
Caspofungina
Sua tolerabilidade é boa e são mínimos os seus efeitos adversos, manifestando-se por cefaléia, febre, flebite e exantema cutâneo por liberação de histamina. Quadros de hemólise e hepatotoxicidade são observados com o emprego de doses elevadas. Substâncias indutoras do metabolismo gepático provocam pequena diminuição do nível sérico da caspofungina. Não é recomendado seu uso em paciente sob terapia com ciclosporina, devido à soma da hepatotoxicidade.
Caspofungina
Indicações: Aspergilose pulmonar e invasiva de seres humanos. Candidíase sistêmica. Histoplasmose por fungos resistentes ou em pacientes com contraindicações para os antibióticos poliênicos ou aos derivados azólicos.
Micafungina
É uma equinocandina que apresenta propriedades antifúngicas, mecanismo de ação e farmacocinética similar às da caposfungina. Indicações: tratamento de infecções sistêmicas por Candida albicans, e outras espécies de Candida, principalmente em pacientes imunocomprometidos. Candidemia. Candidíase esofágica. Administração: dose única por via EV, em infusão. Efeitos adversos: é muito bem tolerada, causando, raramente, diarréia, náuseas, vômitos, cefaléia, hipocalcemia e trombocitopenia. Não deve ser utilizada em pacientes com hepatopatias prévias.
Anidulafungina
Também apresenta propriedades antigúngicas, mecanismo de ação e farmacocinética similar às da caspofungina. Não é absorvida por via oral, devendo ser administrada por via EV. Sofre metabolização proteases e peptidades humanas, e, dessa maneira, não acumula em pacientes com insuficiência hepática, podendo ser utilizadas por estes. Indicações: candidíase esofágica e peritoneal; candidíase sistêmicas em pacientes não-neutropênicos.
Azóis
Classificação:
Imidazólicos
Triazólicos
Azóis
Mecanismo de ação: 14-alfa-demetilase
LANOSTEROL
ERGOSTEROL Azóis
Os azóis agem por inibição da enzima 14-alfa-demetilase (citocromo P-450), sendo essa enzima envolvida na conversão do lanosterol em ergosterol (principal esterol encontrado na membrana das células fúngicas). Assim, há a inibição da síntese na membrana da célula fúngica. Dependendo do organismo e do azólico específico, a inibição da síntese do ergosterol resulta na inibição do crescimento da célula fúngica (fungiostático) ou na morte celular.
Cetoconazol
Amplo espectro de ação: dermatófitos (Tricophyton, Epidermophyton, Microsporum), Malassezia fufur, Candida albicans, Crytococcus neoformans, Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Blastomyces dermatitidis, Pseudallescheria boydii e Paracoccidioides brasiliensis; Não tem ação: Candida não-albicans, Aspergillus fumigatus, Rhizopus, Norcadia brasiliensis, Acremonium, Actinomadura; Fungicida; Apresenta alta ligação proteica (99%); Distribuição adequada pelos líquidos e tecidos orgânicos, mas não atinge concentrações terapêutica no líquido cefalorraquidiano não usada no tratamento de meningite por fungos.
Cetoconazol Não é administrado por via parenteral pouco solúvel em água; Rapidamente absorvido por via oral necessita da acidez gástrica (pH igual ou inferior a 2); Absorção prejudicada pela ingestão de alimentos ricos em carboidratos; Efeitos adversos: náuseas, vômitos, desconforto abdominal, tonteiras, alopecia, diminuição da libido, erupção maculopapular e diarreia. Tratamentos prolongados > alterações hepáticas
Triazóis
1ª geração: Fluconazol e Itraconazol
Espectro de ação contra fungos filamentos e leveduras Deficientes ação contra Aspergillus e outros fungos oportunistas
2ªgeração: Voriconazol, Posoconazol e Ravuconazol
Fluconazol
Amplo espectro de ação: Candida albicans, C. tropicalis, C. glabrata e outras espécies de candida, Cryptococcus neoformans, Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Paracoccidioides brasiliensis, dermatófitos Não é ativo: fungos oportinistas (Aspergillus spp, Fusarium spp, zigomicetos)
Via oral e parenteral
Boa penetração no líquido cefalorraquidiano e nos tecidos
Alta biodisponibilidade oral
Interações: menos efeitos nas enzimas microssômicas hepáticas. Terfenadina: arritmias Atividade fungistática contra a maioria dos fungos leveduriformes
Fluconazol Efeitos adversos: Baixa toxicidade
8%: náuses, cefaléias, vômitos e dor abdominal de pequena intensidade. Transaminases elevadas Indicações clínicas: dermatomicoses (candidíase, tinhas, ptiríase versicolor), candidíase oral, esofagiana, vulvovaginal e sistêmica, endocardite por Candida parapsilosis, histoplasmose, paracoccidioidomicose e infecções por Coccidioides immitis e Cryptococcus neoformans, inclusive mengite por esses fungos Doses: 100 a 800 mg/ dia
Itraconazol
Antifúngico de escolha para doenças causadas pelos fungos dimórficos histoplasma, Blastomyces e Sporothrix; Psedallescheria boydii, Aspergillus, fungos patogênicos oportunistas geralmente resistente a Anfotericina B Oral e endovenoso Aumento da absorção pela presença de alimentos Alta eficácia, mas possui biodisponibilidade reduzida Utilização de ciclodextrana como molécula carreadora para aumentar a solubilidade e biodisponibilidade
Itraconazol Interações: Rifampicina e fenitoína – redução dos níveis plasmáticos. Ciclosporinas – aumento da [ ] sérica Efeitos adversos: náuseas, tonteiras, cefaléia, dor abdominal (5-8%). Raramente elevação das transaminases séricas e leucopenia Contra-indicado: gestantes Indicações clínicas: dermatofitoses, candidíase oral, cutânea e vaginal, candidíase monocutânea crônica, onicomicoses, esporotricose, histoplasmose e paraccidioidomicose - Escolha para o tratamento da arpegilose - Não é eficaz: criptococose e na candidíase urogenital
Voriconazol
1ª triazol de 2ª geração introduzido na clínica Espectro de ação: excelente atividade contra espécies de Candida (incluindo espécies resistentes ao fluconazol – C. cruzei ) e contra fungos dimórficos. Espectro se assemelha com do itraconazol. Oral e intravenoso Boa biodisponibilidade Ação fungicida sobre os fungis sensíveis Interações: Fenitoína, rifampicina, ciclosporina e rifabutina – diminuição dos níveis séricos do voriconazol Dose: 400 mg/dia
Voriconazol Opções para o tratamento: aspergilose invasiva e infecções por fungos oportunistas em fungos imunocomprometidos; Indicações clínicas: candidíase esofagiana e sistêmica resistente a outros antimicrobianos, aspergilose invasiva e infecções por Scedosporium apiospermum (Psedallescheria boydii) e Fusarium sp. Efeitos adversos: Exantema, elevação das enzimas hepáticas e distúrbios visuais ( visão embaçada, alteração na visão para cores ou luminosidade).
Posoconazol Atividade fungicida contra Candida, Aspergillus, Cryptococcus e outros fungos que tenham resistência ao Fluconazol; Somente via oral, em suspensão oral (800 mg/ dia); Resultados favoráveis: zigomicoses, fusariose e infecções por Pseudallescheria boydii e Candida não-responsivas a outros antifúngicos.
Antimetabólitos FLUCITOSINA
Mecanismo de ação: a flucitosina é captada pelas células fúngicas através na enzima citocina permease. No interior da célula, é convertida em fluoruracila (5-FU) e, a seguir em monofosfato de 5fluorodesoxiuridina (FdUMP) e trifosfato de fluoruridina (FUTP), que inibem a síntese de DNA e RNA, respectivamente.
Flucitosina
5-FU
Citocina permease
FdUMP
DNA
FUTP
RNA
Flucitosina
Espectro de ação: Cyptococcus neoformans, algumas espécies de Candida e fungos dematiáceos que causam cromoblastomicose Não é usada como monoterapia – apresenta sinergismo com outras substâncias (Anfotericina B) > evitar desenvolvimento de resistência
Indicações clínicas: criptococose, candidíse sistêmica e cromicose
Dose: 100 a 150 mg/kg/ dia
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreia, sonolência e cefaleia. Anemia, leucopenia e trombocitopenia (depressão medular) Contra-indicações: gestantes e pessoas com comprometimento renal
Terbinafina
Indicações clínicas: dermatofitoses (tinhas das mãos, pés, corpo), ptiríase versicolor e oncomicoses, utilizadas por via oral ou tópica. Candidíase cutânea sob forma tópica; Dose: 250 mg/dia; Efeitos adversos: raros e são cefaléia e desconforto gastrointestinal; Parece não afetar o citocromo P-450; Apresentações comerciais: comprimidos com 125 e 250 mg, spray, gel e creme para uso tópico.
Alilaminas TERBINAFINA
Mecanismo de ação: inibe a síntese do ergosterol da membrana citoplasmática dos fungos sensíveis e provoca o acúmulo do esqualeno (precursor do lanosterol) no interior da célula Ação fungicida Espectro de ação: dermatófitos ( Tricophyton, Epidermophyton) e a Malassezia Fufur e pequena ação contra espécies de Candida Via oral Alcança altas concentrações em tecidos adiposos, pele, cabelos e unhas (medicação ceratofílica)
Griseofulvina
Antibiótico não-poliênico, derivado de espécies de Penicillium Mecanismo de ação: interfere, desorganizando, o sistema de microtúbulos do fuso mitótico Efeito fungistático contra dermatófitos e ação contra fungos quitinosos através da inibição da síntese da parede celular das hifas Indicações clínicas: dermatofitoses causadas por Trichophyton, Epidermophyton e Microsporum Via oral , administrada na forma microcristalina (1g/dia) Se deposita nas células queratinizadas da pele, cabelo e unhas Não possui ação contras os agentes da histoplasmose, crocomicose e outras micoses profundas
Griseofulvina Efeitos adversos: cefaléia, náuseas, vômitos, manifestações alérgicas e fotodermatite e hepatite; Interações: anticoagulantes, bebidas alcoolicas (reação do dissulfiram), anticoncepcionais orais e fenobarbital; Contra-indicação: pacientes com insuficiência hepática.
Micoses cutâneas
Dermatofitose : Se refere a um complexo de doenças causadas por quaisquer das várias espécies de fungos filamentosos taxonomicamente relacionados nos gêneros:Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton.
Epidermophyton floccosum
Microsporum Canis. Macronídeos seta preta e microconídeos seta vermelha.
Micoses cutâneas
Estes possuem habilidades em causar doenças em humanos e/ou animais, todos tem em comum a habilidade de invadir a pele, pêlos e unhas. São queratinofílicos e queratinolíticos. Nas infecções de pele,os dermatófitos invadem somente a camada superior e mais externa da epiderme,o estrato córneo.Sendo que os pêlos e unhas tem somente as camadas queratinizadas invadidas. Estrato córneo (queratina)
Micoses cutâneas
Clinicamente as tinhas são classificadas de acordo (1) com o local anatômico ou a estrutura afetada: Tinha capitis do couro cabeludo,sobrancelha e cílios Tinha barbae Tinha corpus pele gabra ou macia tinha cruris da região inguinal (2) tinha pedis do pé tinha unguium da unha (6)
Micoses cutâneas
Epidemiologia: As espécies de dermatófitos que são consideradas antropofílicos tendem a causar infecções relativamente não inflamatórias,crônicas que são difíceis de curar. Em contraste dermatófitos zoofílicos e geofílicos tendem a provocar uma intensa reação no hospedeiro causando lesões altamente inflamatórias respondendo bem a terapia.Em alguns casos essas lesões curam-se espontaneamente.
Micoses cutâneas
Trasmissão : Pode ser adquirida pela trasferência de artroconídios ou hifas, ou material queratínico contendo elementos doe um hospedeiro infectado a outro hospedeiro não infectado e sucetível.A infecção pode ser tanto por contato direto quanto indireto via fômites.
unhas grossas,descoloridas,elevadas,friáveis e deformadas
Micoses cutâneas
Síndromes clínicas : Dependem da espécie de dermatófito,quantidade do inoculo,o local da infecção,e a condição himune do hospedeiro. O padrão clássico é a presença de um anel de escamação inflamatória com diminuição da inflamação em direção ao centro da lesão.
Manchas elevadas de alopécia com eritrema e escamação
unhas grossas, descoloridas, elevadas,friáveis e deformadas Pápulas,pustula e vesículas.Inflamaçã o severa envolvendo a haste do pêlo
Micoses cutâneas
Diagnóstico :Pode ser realizado por microscopia direta de amostras da pele, pêlos e unhas, e no isolamento dos organismos em culturas.
Micoses cutâneas
Tratamento: As infecções dermatofídicas localizadas e que não afetam pêlos e unhas podem ser tratadas efetivamente por agente tópicos. Os agentes tópicos incluem: Azólicos(miconazol,clotrinazol,econazoltioconazol e itraconazol), terbinafina e haloprogina. A pomada de whitfield (ácido salicílico e benzóico) é um agente opcional. Angentes anti-fúngicos orais: griseofulvina, itraconazol, fluconazol e terbinafina.
Micoses Sistêmicas devidas a Fungos Dimórficos
Os fungos dimórficos são organismos que existem na forma de fungo filamentoso na natureza ou em laboratório, quando cultivados entre 25°C e 30°C e na forma de levedura ou esférula em tecido, ou quando cultivados em meios enriquecidos em laboratório a 37°C.
Micoses Sistêmicas
Os organismos desse grupo são considerados patógenos sistêmicos primários devido às suas habilidades em causar infecção em hospedeiros sadios e imunocomprometidos e por suas propensões em envolver as vísceras após a disseminação do fungo a partir dos pulmões depois de sua inalação da natureza; Esses organismos são conhecidos como patógenos endêmicos e a infecção gerada por esses fungos é adquirida pela inalação de esporos de um ambiente e localização geográfica específica.
Blastomicose - Blastomyces dermatitidis; -
Muitas infecções se originam na região sudeste dos EUA. Também em outras partes do mundo , incluindo África, Europa e Oriente Médio;
- Infecção adquirida após a inalação de conídios; - Não é transmitida de paciente para paciente; -
-
A doença pode se apresentar como doença pulmonar ou extrapulmonar disseminada (pele, osso, sistema genitourinário, SNC);
Blastomicose
A infecção mais grave lembra a pneumonia bacteriana com início agudo, febre alta, infiltrados lobares e tosse; Uma forma clássica de blastomicose é o envolvimento cultâneo, resultado da disseminação hematogênea do pulmão. São geralmente, indolores e localizadas em áreas expostas, como face, couro cabeludo, pecoço e mãos.
Blastomicose - Tratamento
O tratamento deve levar em consideração a gravidade da doença, a condição imune do paciente e a toxicidade dos agentes antifúngicos; Pacientes imunocomprometidos, com evidência de disseminação hematogênea (p. ex., pele, osso) ou pacientes com doença pulmonar progressiva, devem receber terapia antifúngica; A anfotericina B é o agente de escolha no tratamento da doença meníngea ou com risco à vida. Doença branda ou moderada pode ser tratada com itraconazol. O fluconazol pode ser uma alternativa para pacientes incapazes de tolerar o itraconazol.
Coccidioidomicose
Coccidioides immitis e Coccidioides posadasii; Causada pela inalação de antroconídios infecciosos; A coccidioidomicose é endêmica no sudoeste desértico dos EUA, norte do México e em áreas dispersas da América Central e do Sul; A coccidioidomicose primária pode ser assintomática ou semelhante a um resfriado com sintomas de tosse dor toráxica e perda de peso;
Coccidioidomicose
Em pacientes sintomáticos por 6 semanas ou mais a doença progride para a cocodioidomicose secundária pode incluir nódulos, doença pulmonar progressiva, disseminação; Os sítios extrapulmonares da infecção incluem pele, tecidos moles, ossos articulações e meninges;
Coccidioidomicose – Tratamento
A maioria das pessoas com coccidioidomicose primária não necessita de terapia antifíngica específica; Os pacientes imunossuprimidos ou outros com pneumonia difusa devem ser tratados com anfotericina B seguida por um azólico (fluconazol ou itraconazol) como terapia de manutenção – pelo menos1 ano de terapia; Infecções disseminadas extrapulmonares não meníngeas se baseia na terapia por azólico via oral com fluconazol ou itraconazol; A cocidioidomicose meníngea é tratada com administração de fluconazol ou itraconazol (escolha secundária) indefinidamente. Em caso de fracasso com azólico deve ser feito a administração de anfotericina B intratecal.
Histoplamose
Histoplasma capsulatum; Localiza-se em regiões amplas dos vales dos rios Ohio e Mississipi, nos EUA, e ocorre por todo o México e Américas Central e do Sul; Infecção é adquirida pela inalação de microconídios; Encontrado em áreas contaminadas com excreto de pássaros ou morcegos (solos ricos em nitrogênio);
Histoplamose
A forma autolimitada de histoplasmose aguda é marcada por sintomas de resfriado com febre, calafrios, cefaléia, tosse e dor toráxica; A doença disseminada pode seguir o curso crônico (perda de peso, fadiga, ulceras orais), subagudo (febre, malestar, úlceras orofaríngeas) e aguda (hipotensão, úlceras gastrointestinais, meningite, endocardite).
Histoplamose – Tratamento
Muitas infecções agudas pulmonares se resolvem com cuidados assistenciais e não necessitam de antifúngicos. Exceto pacientes imunocomprometidos devem receber tratamento com itraconazol; Em caso de histoplasmose pulmonar aguda grave deve ser administrado anfotericina B seguida por itraconazol via oral para completar o curso de 12 semanas; Na histoplasmose pulmonar crônica é recomendado anfotericina B seguida por itraconazol por 12 a 24 meses; A hitoplasmose disseminada, em geral, responde bem a anfotericina B; A histoplasmose no SNC a terapia de escolha é a anfotericina B seguida por 9 a 12 meses.
Paracoccidioidomicose
Paracoccidioides brasiliensis; É a principal infecção fúngica endêmica dimórfica nos países da América Latina; A maior incidência é observada no Brasil; Porta de entrada pela via inalatória; Muitos pacientes com doenças clinicamente aparente vivem em áreas rurais e têm contato próximo com o solo;
Paracoccidioidomicose
A paracoccidioidomicose pode ser subclínica ou progressiva com formas pulmonares aguda ou crônica, ou formas disseminadas aguda, subaguda, ou crônica da doença; A doença progride lentamente por meses a anos com tosse persistente, escarro, dispinéia e febre; As localizações extrapulmonares proeminentes incluem pele, mucosa, linfonodos, fígado, baço, SNC e ossos.
Paracoccidioidomicose- Tratamento
O itraconazol é o tratamento de escolha na maioria das formas da doença e, geralmente, deve ser dado por, pelo menos, 6 meses; As infecções mais graves ou refratárias podem requerer terapia com anfotericina B acompanhada por terapia com itraconazol ou sulfonamida; Recaídas são comuns com a terapia por sulfonamida, e a dose e duração requerem ajustes baseados em parâmetros clínicos e micológicos.
Micoses Oportunistas
O ser humano possui uma microbiota natural e está constantemente exposto à fungos com baixa virulência; Em condições normais esses fungos não causam patogenia; Como seria de esperar, numa situação de debilitação ou imunossupressão o ser humano tornase susceptível a certas infecções por fungos.
Micoses oportunistas
Ou seja, a maioria dos tipos de micoses oportunistas são endógenas: provindas do próprio paciente; Estas infecções têm vindo a tornar-se cada vez mais frequente devido a um aumento do número de indivíduos imunodeprimidos, quer seja devido a transplantes, radioterapia, quimioterapia ou mesmo a AIDS.
Candidíase
Candida spp. Quarta causa mais comum de infecções sanguíneas e nosocomiais (adquiridas nos hospitais) superando qualquer Gram negativo; Há mais de 100 espécies de Candida, mas só algumas são mais frequentes em infecções clínicas (quadro).
CandidĂase
Candidíase Morfologia: São leveduras ovaladas; Formam colônias lisas, cremosas e convexas, mas algumas podem sofrer alteração de fenótipo e se apresentarem com colônias “felpudas” com hifas e pseudo-hifas; O que pode explicar a sobrevivência da Candida, princiapalemente a C. albicans em diferentes microambientes do nosso corpo.
Candidíase - Síndromes Clínicas
Candidíase Muco-Cutânea Crónica (CMC) É um grupo heterogêneo de síndromes clínicas caracterizadas por infecções superficiais crónicas da pele, unhas, orofaringe por Candidas resistentes ao tratamento. O hipoparatiroidismo, hipoadrenalismo, hipotireoidismo e presença de anticorposauto-imunológicos circulantes foram associadas à CMC.
Candidíase - Síndromes Clínicas Candidíase Disseminada É geralmente propagada pela corrente sanguínea, podendo por isso envolver muitos órgãos. Candidíase Oral Está associado a doentes que tenham feito antibioticoterapia de largo espectro, tratamento com corticoesteróides, podendo ainda ser uma doença indicadora de AIDS.
Candidíase
As infecções de sítios genitais, cutâneos e orais quase sempre envolvem C. albicans.
Candidíase – Infecções mais comuns
Candidíase – Infecções mais comuns *
Candidíase – Tratamento
No caso de doentes imunocompetentes o tratamento tópico a base de azólicos para as doenças cutâneas e muco-cutâneas é a terapêutica de eleição, com excepção das infecções nas unhas que seria o retiramento das mesmas; As infecções sistêmicas ou localizadas profundamente pode ser feita com fluconazol ou com itraconazol; Anfotericina B isoladamente ou combinada à 5-Fluorocitosina.
Candidíase – Tratamento
Candidíase – Tratamento
Criptococose
Cryptoccus spp. Organismo leveduriforme encapsulado; Micose oportunista sistêmica; É encontrado em solos ricos em excrementos de aves; É adquirido pela inalação destes fungos no meio ambiente. bio.tamu.edu
Criptococose