Farmacologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE FARMÁCIA

MICOSES E AGENTES ANTIFÚNGICOS ANANZA ABREU ANDREZA ALVES ALLYNE MARQUES DANILO DANTAS ISABELA C. AMORIM JORDANA MARTINS MAURÍCIO FERNANDES THATIANY CASTRO

Farmacologia II – Profa. Dione Marçal Lima


Introdução 

Existem mais de 50.000 fungos espécies de fungos, cuja maioria é benéfica aos seres humanos. Alguns podem produzir alimentos, bebidas alcoólicas. Outros antióticos, imunossupressores. Há espécies que são fitopatógenos. Algumas centenas de espécies apenas são implicadas como causadoras de doenças humanas, e 90% infecções humanas podem ser atribuídas a algumas dúzias de fungos.


Introdução 

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Eucarióticos; Unicelulares (leveduras) ou pluricelulares (fungos filamentosos); Não constituem tecidos; Reprodução sexuada ou assexuada; Aeróbicos ou anaeróbicos facultativos; Heterotróficos; Não móveis.


Constituintes dos fungos 

Parede celular: confere forma e proteção à célula 

Polissacarídios Glucano (polissacarídeos associados por ligações )  Quitina 

Obs: leveduras tem glucano em maior quantidade em sua estrutura, enquanto fungos filamentosos apresentam mais quitina. 

Outros componentes: Melanina (confere resistência aos raios ultravioletas e a enzimas líticas de outros microorganismos)  Mucina ( proteção a dessecação e a efeitos tóxicos por polifenóis das plantas) 


Constituintes dos fungos 

Membrana celular: função de proteção e permeabilidade seletiva 

Bicamada de fosfolipídeos com proteínas. 

O principal esterol da membrana celular dos fungos é o ergosterol.

Núcleo Carioteca (separa núcleo e citoplasma)  Cromossomos (número variável)  Nucléolo. 

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Mitocôndrias Retículo endoplasmático Complexo de Golgi Vacúolos


Classificação 

Os fungos são classificados em 4 filos: - Ascomycota (ou ascomicetos); - Basidiomycota (ou basiodiomicetos); - Zigomycota (ou zigomicetos); - Clytridiomycota (ou clitridiomicetos).


Introdução 

Serão discutidos acerca dos agentes antifúngicos o espectro, a potência, modo de ação, e indicações clínicas para o uso como agentes terapêuticos e também os mecanismos de resistências às classes de antifúngicos.


Terminologias 

Espectro antifúngico:  Variedade

de atividade de um agente antifúngico contra fungos. Um agente antifúngico de amplo espectro inibe uma ampla variedade de fungos, incluindo os fungos leveduriformes e fungos filamentosos, enquanto que um agente de espectro restrito é ativo somente contra um número limitado de fungos.


Terminologias 

Atividade fungistática:  Nível

da atividade fúngica que inibe o crescimento de um organismo. Isto é determinado in vitro testando-se uma concentração padronizada de organismos contra uma série de diluições do antifúngico. A menor concentração da droga que inibe o crescimento do organismo é referida como concentração inibitória mínima (CIM).


Terminologias 

Atividade fungicida: 

Habilidade de um agente antifúngico em matar um organismo in vitro ou in vivo. A menor concentração da droga que mata 99,9% da população de fungos é a concentração fungicida mínima (CFM).

Combinações antifúngicas: 

Combinações de agentes antifúngicos podem ser utilizadas para: aumentar a eficácia no tratamento de uma infecção fúngica refratária; para ampliar o espectro da terapia antifúngica; para prevenir a emergência de organismos resistentes; e para alcançar um sinergismo.


Terminologias 

Sinergismo antifúgico:  Combinações

de agentes antifúngicos que têm atividade antifúngica intensificada quando utilizados juntos comparada a atividade de cada agente isoladamente.

Antagonismo antifúngico:  Combinação

de agentes antifúngicos em que a atividade de um dos agentes interfere com a atividade do outro agente.


Terminologias 

Bombas de efluxo:  Grupo

de transportadores de drogas que servem para bombear ativamente agentes antifúngicos para fora das células fúngicas, diminuindo assim a quantidade de droga intracelular disponível para ligar em seu alvo.


Antibióticos Poliênicos 

Polienos consistem em substâncias formadas por átomos de carbono com dupla ligação.

Alguns antibióticos com essa estrutura são alvo contra fungos, protozoários e algas, não demonstrando ação antibacteriana importante. São substâncias tóxicas para o homem e outros mamíferos por provocarem lesões nas células de animais semelhantes às causadas nos microorganismos citados acimas.


Antibióticos Poliênicos 

Mecanismo de ação: Ligam-se a membranas citoplasmáticas que contêm esteróis, provocando sua desorganização funcional. Nos fungos os poliênicos ligam-se principalmente a ergosterol, que constitui o esterol prevalente de sua membrana citoplasmática.

Com isso, ligam-se menos à célula do hospedeiro animal, já que o esterol de membrana deste é o colesterol.


Antibióticos Poliênicos 

A ação fungicida ou fungistática é dependente da concentração da droga no meio.

Anfotericina B em baixas concentrações liga-se de forma reversível à membrana fúngica  Inibição do crescimento. Anfotericina B em elevadas concentrações se liga à membrana fúngica de forma irreversível  Morte celular.


Anfotericina B 

A Anfotericina B é um antibiótico poliênico, demonstrado em 1955 a partir do Streptomyces nodosus. É instável em pH muito ácido ou muito básico, não absorvível por via oral e somente administrada por via endovenosa (EV). É insolúvel em água, mas aumenta sua solubilidade quando complexada com o deoxicolato, constituindo, assim, a anfotericina B convencional. Dissolve-se essa apresentação em solução glicosada à 5%, formando-se uma solução coloidal apropriada para uso EV.


Anfotericina B 

Apresentações lipídicas da Anfotericina B: Reduzem os efeitos colaterais (toxicidade renal) ao serem administradas por via EV.

Anfotericina B dissolvida em solução lipídica. ( Intralipid )

Anfotericina B incorporada a lipossoma. (AmBisome)


Anfotericina B 

Atividade contra: Fungos: Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasilienses, Cryptococcus neoformans, Coccidioides immitis, Candida albicans e outras espécies de Candida, Aspergillus fulmigatus e outras espécies de Aspergillus... Protozoários: Leishmania donovani, Leishmania chagasi, Leishmania brasiliensis, Plasmodium falciparum e algumas amebas de vida livre. Algas aclorofiladas: do gênero Prototheca.


Anfotericina B 

Resistência: A resistência adquirida à Anfotericina B é um evento muito raro. Como adquirem resistência: Alterações na composição dos esteróis de membrana, com diminuição ou ausência do ergosterol. Formação de esteróis modificados, com menor afinidade pela anfotericina B.


Farmacocinética e Metabolismo 

Absorção: A anfotericina B não é absorvida por via oral e sofre inativação no meio ácido do estômago. Por via IM, sua absorção é mínima, não dando níveis sanguíneos úteis. Uso tópico: é feito com cremes e pomadas contendo anfotericina B microcristalina. Principal via de administração: via endovenosa, dissolvida em soro glicosilado a 5%. Essa administração é feita em infusão lenta, num período de 3 à 6 horas, afim de se evitar os efeitos colaterais decorrentes da toxicidade da droga.


Farmacocinética e metabolismo 

A Anfotericina B apresenta baixa difusão através da barreira hematoencefálica.

Sendo assim, no caso de meningoencefalite por fungos, deve-se administrar esse fármaco por via intratecal, por punção lombar ou cisternal.


Farmacocinética e Metabolismo 

Difusão e Metabolismo: A anfotericina B é organodepositária, permanecendo na circulação em níveis terapêuticos por 48 horas e sendo detectada no soro, em níveis baixos, por vários dias após sua administração. Sua meia vida sérica é de 15 dias. Não atravessa bem a barreira hematoencefálica normal. Atravessa a barreira placentária.


Farmacocinética e Metabolismo 

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Excreção: Via principal de eliminação: rins A insuficiência hepática e a insuficiência renal não causam retenção importante do fármaco.


Farmacocinética e Metabolismo 

Interações Medicamentosas: Qualquer adição de eletrólitos às soluções do antibiótico causa sua precipitação. Ação sinérgica com flucitosina contra Candica albicans e Cryptococcus neoformans, o que permite a redução da dosagem da anfotericina B. Com a rifampicina sua potência (da anfotericina B) aumenta contra alguns fungos. As tetraciclinas em associação com a anfotericina B potencializa a ação desta última. Em associação com corticosteróides, provoca hipopotassemia agravada.


Farmacocinética e Metabolismo 

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Indicações Clínicas: Paracoccidioidomicose grave. Criptococose Histoplasmose grave Candidíase generalizada Leishmanioses Meningites e infecções sistêmicas por amebas de vida livre. Para prevenir a infecção pulmonar ou invasiva por Aspergillus em pacientes neutropênicos submetidos à quimioterapia imunosupressora.


Farmacocinética e Metabolismo 

Efeitos Adversos: É um dos antibióticos que mais causam efeitos adversos. São eles: Irritação do endotélio vascular (flebite). As apresentações lipídicas são menos irritantes. Mal-estar, cefaléia, calafrios, febre durante infusão EV do antibiótico. A toxicidade da anfotericina B se manifesta em vários órgãos: aparelho renal, hemácias e coração (lesa a membrana citoplasmática da célula miocárdica, podendo causar morte por parada cardíaca se injetado rapidamente).


Farmacocinética e Metabolismo  

Efeitos Adversos: Com o uso prolongado pode causar hipotensão arterial, arritmias, anemia normocítica e normocrômica. Hipotassemia, devido à permeabilidade aumentada das células que perdem o potássio intracelular para o sangue, ocorrendo sua excreção pela urina. Nefrotoxicidade: principal ação tóxica da anfotericina B. Provoca constrição vascular renal  redução do fluxo sanguíneo  diminuição da filtração glomerular.


Farmacocinética e Metabolismo 

Disponibilidade da droga: São disponíveis no Brasil as apresentações da anfotericina B na fórmula convencional, em lipossomas e em dispersão coloidal. A Anfotericina B na forma convencional, faz parte da RENAME.


Nistatina 

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A nistatina é um antibiótico poliênico descoberto em 1950, extraído de culturas de Strptomyces noursei, pouco solúvel em água. Grande espectro de ação contra leveduras. É mais empregada em uso tópico: não é absorvida por via oral, e por via IM e EV é muito tóxica. Devido à imediata ligação da

nistatina aos esteróis das membranas das hemácias e células tissulares, levando à sua destruição.

Nistatina


Nistatina 

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Indicações: Candidíase superficial, de pele e mucosa. Além da forma tópica, apresenta-se também na forma de suspensão, sendo altamente eficaz no tratamento da candidíase oral. Por via oral também é indicada para o tratamento da candidíase esofagiana e intestinal. Candidíase vaginal, na forma de óvulos ou cremes vaginais; candidíase cutânea e periungueal, na forma de cremes, loções e pomadas.


Nistatina 

Praticamente não causa efeitos colaterais com o uso oral ou tópico, podendo, ocasionalmente ocorrer quadros de dermatite atópica ou vômitos e diarréia. A nistatina faz parte da RENAME.


Partricina e Mepartricina 

A partricina é ativa contra leveduras do gênero Candida e contra o protozoário Trichomonas vaginalis, agindo também sobre outros fungos. Seu derivado éster-metílico, o mepartricina, mostra potência antimicrobiana maior e menor toxicidade do que a partricina e é o usado na clínica. A mepartricina é insolúvel em água e não é absorvida por via oral, sendo somente utilizada sob a forma tópica, para o tratamento de candidíase e tricomoníase vaginal.


Antibiótico Antifúngicos Não-Poliênicos: Equinocandinas 

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Equinocandinas são antibióticos lipopeptídeos obtidos originalmente de fungos da espécie Aspergillus nidulans. Mecanismo de ação: inibem a síntese da glucana da parede celular dos fungos. Inibem especificamente a enzima glucana-sintase, a enzima que forma o polímero da glucana. Podem ser obtidas por via semissintética. Têm atividade antifúngica contra espécies de Candida, Torulopsis, Aspergillus e Histoplasma.


Caspofungina 

Solúvel em água, utilizada na clínica, sobretudo para o tratamento de infecções por Candida e Aspergillus. Não é absorvida por via oral e é administrada por via endovenosa. É metabolizada no fígado, adrenal e baço e sua excreção se dá por via biliar.

Portanto, pode ser usada em pacientes com insuficiência renal.


Caspofungina 

Sua tolerabilidade é boa e são mínimos os seus efeitos adversos, manifestando-se por cefaléia, febre, flebite e exantema cutâneo por liberação de histamina. Quadros de hemólise e hepatotoxicidade são observados com o emprego de doses elevadas. Substâncias indutoras do metabolismo gepático provocam pequena diminuição do nível sérico da caspofungina. Não é recomendado seu uso em paciente sob terapia com ciclosporina, devido à soma da hepatotoxicidade.


Caspofungina 

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Indicações: Aspergilose pulmonar e invasiva de seres humanos. Candidíase sistêmica. Histoplasmose por fungos resistentes ou em pacientes com contraindicações para os antibióticos poliênicos ou aos derivados azólicos.


Micafungina 

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É uma equinocandina que apresenta propriedades antifúngicas, mecanismo de ação e farmacocinética similar às da caposfungina. Indicações: tratamento de infecções sistêmicas por Candida albicans, e outras espécies de Candida, principalmente em pacientes imunocomprometidos. Candidemia. Candidíase esofágica. Administração: dose única por via EV, em infusão. Efeitos adversos: é muito bem tolerada, causando, raramente, diarréia, náuseas, vômitos, cefaléia, hipocalcemia e trombocitopenia. Não deve ser utilizada em pacientes com hepatopatias prévias.


Anidulafungina 

Também apresenta propriedades antigúngicas, mecanismo de ação e farmacocinética similar às da caspofungina. Não é absorvida por via oral, devendo ser administrada por via EV. Sofre metabolização proteases e peptidades humanas, e, dessa maneira, não acumula em pacientes com insuficiência hepática, podendo ser utilizadas por estes. Indicações: candidíase esofágica e peritoneal; candidíase sistêmicas em pacientes não-neutropênicos.


Azóis 

Classificação:

Imidazólicos

Triazólicos


Azóis 

Mecanismo de ação: 14-alfa-demetilase

LANOSTEROL

ERGOSTEROL Azóis

Os azóis agem por inibição da enzima 14-alfa-demetilase (citocromo P-450), sendo essa enzima envolvida na conversão do lanosterol em ergosterol (principal esterol encontrado na membrana das células fúngicas). Assim, há a inibição da síntese na membrana da célula fúngica. Dependendo do organismo e do azólico específico, a inibição da síntese do ergosterol resulta na inibição do crescimento da célula fúngica (fungiostático) ou na morte celular.


Cetoconazol 

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Amplo espectro de ação: dermatófitos (Tricophyton, Epidermophyton, Microsporum), Malassezia fufur, Candida albicans, Crytococcus neoformans, Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Blastomyces dermatitidis, Pseudallescheria boydii e Paracoccidioides brasiliensis; Não tem ação: Candida não-albicans, Aspergillus fumigatus, Rhizopus, Norcadia brasiliensis, Acremonium, Actinomadura; Fungicida; Apresenta alta ligação proteica (99%); Distribuição adequada pelos líquidos e tecidos orgânicos, mas não atinge concentrações terapêutica no líquido cefalorraquidiano não usada no tratamento de meningite por fungos.


Cetoconazol Não é administrado por via parenteral pouco solúvel em água;  Rapidamente absorvido por via oral necessita da acidez gástrica (pH igual ou inferior a 2);  Absorção prejudicada pela ingestão de alimentos ricos em carboidratos; Efeitos adversos: náuseas, vômitos, desconforto abdominal, tonteiras, alopecia, diminuição da libido, erupção maculopapular e diarreia. Tratamentos prolongados > alterações hepáticas 


Triazóis 

1ª geração: Fluconazol e Itraconazol

Espectro de ação contra fungos filamentos e leveduras Deficientes ação contra Aspergillus e outros fungos oportunistas 

2ªgeração: Voriconazol, Posoconazol e Ravuconazol


Fluconazol 

Amplo espectro de ação: Candida albicans, C. tropicalis, C. glabrata e outras espécies de candida, Cryptococcus neoformans, Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Paracoccidioides brasiliensis, dermatófitos Não é ativo: fungos oportinistas (Aspergillus spp, Fusarium spp, zigomicetos)

Via oral e parenteral

Boa penetração no líquido cefalorraquidiano e nos tecidos

Alta biodisponibilidade oral

Interações: menos efeitos nas enzimas microssômicas hepáticas. Terfenadina: arritmias Atividade fungistática contra a maioria dos fungos leveduriformes


Fluconazol Efeitos adversos: Baixa toxicidade

8%: náuses, cefaléias, vômitos e dor abdominal de pequena intensidade. Transaminases elevadas Indicações clínicas: dermatomicoses (candidíase, tinhas, ptiríase versicolor), candidíase oral, esofagiana, vulvovaginal e sistêmica, endocardite por Candida parapsilosis, histoplasmose, paracoccidioidomicose e infecções por Coccidioides immitis e Cryptococcus neoformans, inclusive mengite por esses fungos Doses: 100 a 800 mg/ dia


Itraconazol 

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Antifúngico de escolha para doenças causadas pelos fungos dimórficos histoplasma, Blastomyces e Sporothrix; Psedallescheria boydii, Aspergillus, fungos patogênicos oportunistas geralmente resistente a Anfotericina B Oral e endovenoso Aumento da absorção pela presença de alimentos Alta eficácia, mas possui biodisponibilidade reduzida Utilização de ciclodextrana como molécula carreadora para aumentar a solubilidade e biodisponibilidade


Itraconazol Interações: Rifampicina e fenitoína – redução dos níveis plasmáticos. Ciclosporinas – aumento da [ ] sérica Efeitos adversos: náuseas, tonteiras, cefaléia, dor abdominal (5-8%). Raramente elevação das transaminases séricas e leucopenia Contra-indicado: gestantes Indicações clínicas: dermatofitoses, candidíase oral, cutânea e vaginal, candidíase monocutânea crônica, onicomicoses, esporotricose, histoplasmose e paraccidioidomicose - Escolha para o tratamento da arpegilose - Não é eficaz: criptococose e na candidíase urogenital 


Voriconazol 

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1ª triazol de 2ª geração introduzido na clínica Espectro de ação: excelente atividade contra espécies de Candida (incluindo espécies resistentes ao fluconazol – C. cruzei ) e contra fungos dimórficos. Espectro se assemelha com do itraconazol. Oral e intravenoso Boa biodisponibilidade Ação fungicida sobre os fungis sensíveis Interações: Fenitoína, rifampicina, ciclosporina e rifabutina – diminuição dos níveis séricos do voriconazol Dose: 400 mg/dia


Voriconazol Opções para o tratamento: aspergilose invasiva e infecções por fungos oportunistas em fungos imunocomprometidos;  Indicações clínicas: candidíase esofagiana e sistêmica resistente a outros antimicrobianos, aspergilose invasiva e infecções por Scedosporium apiospermum (Psedallescheria boydii) e Fusarium sp. Efeitos adversos: Exantema, elevação das enzimas hepáticas e distúrbios visuais ( visão embaçada, alteração na visão para cores ou luminosidade). 


Posoconazol Atividade fungicida contra Candida, Aspergillus, Cryptococcus e outros fungos que tenham resistência ao Fluconazol;  Somente via oral, em suspensão oral (800 mg/ dia);  Resultados favoráveis: zigomicoses, fusariose e infecções por Pseudallescheria boydii e Candida não-responsivas a outros antifúngicos. 


Antimetabólitos FLUCITOSINA

Mecanismo de ação: a flucitosina é captada pelas células fúngicas através na enzima citocina permease. No interior da célula, é convertida em fluoruracila (5-FU) e, a seguir em monofosfato de 5fluorodesoxiuridina (FdUMP) e trifosfato de fluoruridina (FUTP), que inibem a síntese de DNA e RNA, respectivamente.

Flucitosina

5-FU

Citocina permease

FdUMP

DNA

FUTP

RNA


Flucitosina 

Espectro de ação: Cyptococcus neoformans, algumas espécies de Candida e fungos dematiáceos que causam cromoblastomicose Não é usada como monoterapia – apresenta sinergismo com outras substâncias (Anfotericina B) > evitar desenvolvimento de resistência

Indicações clínicas: criptococose, candidíse sistêmica e cromicose

Dose: 100 a 150 mg/kg/ dia

Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreia, sonolência e cefaleia. Anemia, leucopenia e trombocitopenia (depressão medular) Contra-indicações: gestantes e pessoas com comprometimento renal


Terbinafina 

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Indicações clínicas: dermatofitoses (tinhas das mãos, pés, corpo), ptiríase versicolor e oncomicoses, utilizadas por via oral ou tópica. Candidíase cutânea sob forma tópica; Dose: 250 mg/dia; Efeitos adversos: raros e são cefaléia e desconforto gastrointestinal; Parece não afetar o citocromo P-450; Apresentações comerciais: comprimidos com 125 e 250 mg, spray, gel e creme para uso tópico.


Alilaminas TERBINAFINA 

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Mecanismo de ação: inibe a síntese do ergosterol da membrana citoplasmática dos fungos sensíveis e provoca o acúmulo do esqualeno (precursor do lanosterol) no interior da célula Ação fungicida Espectro de ação: dermatófitos ( Tricophyton, Epidermophyton) e a Malassezia Fufur e pequena ação contra espécies de Candida Via oral Alcança altas concentrações em tecidos adiposos, pele, cabelos e unhas (medicação ceratofílica)


Griseofulvina 

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Antibiótico não-poliênico, derivado de espécies de Penicillium Mecanismo de ação: interfere, desorganizando, o sistema de microtúbulos do fuso mitótico Efeito fungistático contra dermatófitos e ação contra fungos quitinosos através da inibição da síntese da parede celular das hifas Indicações clínicas: dermatofitoses causadas por Trichophyton, Epidermophyton e Microsporum Via oral , administrada na forma microcristalina (1g/dia) Se deposita nas células queratinizadas da pele, cabelo e unhas Não possui ação contras os agentes da histoplasmose, crocomicose e outras micoses profundas


Griseofulvina Efeitos adversos: cefaléia, náuseas, vômitos, manifestações alérgicas e fotodermatite e hepatite;  Interações: anticoagulantes, bebidas alcoolicas (reação do dissulfiram), anticoncepcionais orais e fenobarbital;  Contra-indicação: pacientes com insuficiência hepática. 


Quimioterápicos antifúngicos de ação tópica  •

Tolnaftato Sintetizado em 1960 ( 1º composto químico sintético com ação antifúngica para uso tópico) Mecanismo de ação: ação antimicótica por interferir na síntese de ácidos graxos que compoem a menbrana celular lipídica dos fungos Ativo contra: Dermatófitos (Tricophyton, epidermophyton, microsporum) e a malassezia furfur Não tem ação contra bactérias nem leveduras (inativo contra candida) Empregado em aplicações duas ou três vezes ao dia por um prazo de uma semana, dependendo da duração do tratamento. Apresentada em cremes e pomadas associados à betametasona


Quimioterápicos antifúngicos de ação tópica Ciclopirox Olamina 

Agente antifungico de amplo spectro de ação pertencente à classe química das hidroxipiridonas.

Ação contra fungos prevalentes nas micoses superficiais agindo contra dermatófitos , malassezia furfur e sobre espécies de candida. Boa penetração na pele sob forma de creme.

Aplicação duas vezes ao dia por períodos de 2 a 4 semanas.

Usado no tratamento da candidíase vaginal, em aplicação tópica e sob a forma de esmalte de unha para as onicomicoses.


Quimioterápicos antifúngicos de ação tópica Amorolfina 

Antifúngico da classe de medicamentos morfolínicos. Ação fungistática tópica, sendo eficaz por via sistêmica devido ao seu rápido metabolismo. Idicada no tratamento das dermatofitoses, candidíase cutaneomucosa e pitiríase versicolor.

No Brasil é apresentada sob a forma de creme.

Aplicações semanais


Quimioterápicos antifúngicos de ação tópica Sulfeto de selênio 

Substância de ação queratolítica facilitando a descamação das células queratinizadas do epitélio córneo Utilizada na terapia da dermatite seborreica e da pitiríase versicolor sob a forma de xampu Usado diariamente por cerca de uma semana sendo recomendável o seu uso uma ou duas vezes por semana

Hipossulfito de sódio 

Eficaz no tratamento da pitiríase versisolor

Deve ser aplicado topicamente na pele duas vezes ao dia durante 3 ou 4 semanas

Medicamento deve ser formulado. Porém cheiro desagradável


Quimioterápicos antifúngicos de ação tópica Ácido salicílico e Ácido benzóico 

Antissépticas fracas com ação queratolítica e antisseborreica Provoca descamação e remoção da camada córnea da pele( mais util a ação de medicamentos aplicados topicamente Indicado em quadros dermatológicos com hiperqueratose e são utilizados na quimioterapia de micoses superficiais em associação com drogas antimicóticas. Pode ser encontrados em cremes, pomadas e soluções. Sua principal utilização é na preservação de alimentos devido à sua atividade bacteriostática e fungistática( desprovido de sabor).


Quimioterápicos antifúngicos de ação tópica Hipoclorito de sódio 

Age pela liberação do cloro ( antisséptico fraco)

Está superada devido à pequena eficácia e por provocar a dissolução do coágulo sanguíneo

Pode causar efeitos tóxicos em ferimentos extensos

Água sanitária: solução de hipoclorito de sódio com pequena porção de hidróxido de sódio.

Cobre 

Bactericida (principalmente estfilococos)

Sulfato de cobre e sulfato de zinco ( antimicrobianos ,adstringentes e deesodorizantes)

Tratamento de feridas e eczemas infectados, infecções fungicas agudas e piodermites.


Quimioterápicos antifúngicos de ação tópica Ácidos undecilênico, propiônico e capróico 

Ácidos graxos de ação fungistática sobre dermatófitos. Tratamento tópico de micoses superficiais a pele em apresentações contendo outras substâncias associadas.

Tratamento de tinea pedis. Porém, infecção fúngica persiste.

Sem valor no tratamento da tinea capitis.

Igualmente no tratamento do herpes simples labial.


Permanganato de potássio 

Agente oxidante que atua como antisséptico pela liberação do oxigênio oxidando enzimas celulares

Age também nas células do hospedeiro

Ação antifungica e antibacteriana

Tratamento de lesões dermatológicas úmidas, sejam feridas infectadas, lesões ulceradas eczemas e vesículas e bolhas de causa bacteriana, micótica, viral ou alérgica.

Utilizado sob forma de compressas ou banhos em concentrações durante 20 a 30 minutos 2 a 3 vezes ao dia.

Apresentado em pastilhas ou em pó (diluição no momento de uso)


Quimioterápicos antifúngicos de ação tópica Violeta de genciana 

Corante com ação tóxica celular

Via oral na terapêutica de estrongiloisíase, enterobíase e clonorquíase

Via tópica em feridas com infecções bacterianas

Profilaxia da transmissão da doença de chagas( adicionada ao sangue para transfusão em situações de risco) Uso sucessivo produz irritação local e dificulta a regeneração tissular (interfere na formação do colágeno) Pigmentação azul duradoura (mascarar a evolução da infecção)


Mecanismos de resistência aos agentes anifúngicos 

Não há evidências de que os fungos são capazes de destruir ou modificar os agentes antifúngicos como meio de adquirir resistência, e nem transmitir genes de resistência de uma célula a outra como ocorre com as bactérias. Porém, é sabido que bombas de efluxo multidrogas, alterações do alvo, e acesso reduzido aos alvos dos medicamentos são mecanismos importantes de resistência a agentes antifúngicos


Polienos e anfotericina B 

O mecanismo de resistência `a anfotericina pode ser devido a alterações qualitativas e quantitativas na célula fúngica. Mutantes de anfotericina B resistentes (Candida spp. E Cryptococcus spp.) já mostraram ter conteúdos reduzidos de ergosterol, substituição de esteróis de ligação polieno (ergosterol) por outros que ligam menos (fecosterol), ou proteção do ergosterol por fatores estéricos e termodinâmicos que torna a ligação com os polienos impedida. Resistência primária pode ser observada, mas a maioria da resistência à anfotericina B entre Candida spp. é secundária a exposição ao medicamento durante a terapia. Resistência em Cryptococcus spp. é rara. Aspergillus terreus – resistente.


Azólicos 

A resistência primária aos azólicos (fluconazol) são raras em casos de Candida spp. e Cryptococcus spp. Um pequeno número de Aspergillus spp. demonstram resistência a alguns medicamentos da classe; Os mecanismos de resistência podem ser devido a uma modificação na quantidade ou qualidade das enzimasalvo (lanosterol 14α-demetilase), acesso reduzido da droga ao alvo, ou uma combinação desses mecanismos. A indução da expressão dos genes que codificam bomba de efluxo do tipo facilitador leva resistência a fluconazol e expressão de genes dos transportadores ATP-binding cassete leva resistência a múltiplos azólicos.


Equinocandinas 

Equinocandinas demonstram potente atividade fungicida mesmo contra cepas azólicos-resistentes de Candida spp. Não existem casos de Aspergillus spp. não susceptíveis. Mecanismo de resistência à caspofungina, caracterizado em laboratório em mutantes de C. albicans, é um complexo enzimático de síntese de glucana alterada . Isto é devido a uma mutação no gene FSK1 responsável por codificar a proteína de membrana integral que é a subunidade catalítica deste complexo enzimático. Esta mutação gera cepas resistentes a todas as equinocandinas, mas são susceptíveis a polienos e azólicos.


Flucitosina 

Em isolados de Candida spp. e Cryptococcus spp. é incomum resistência primária, mas a secundária é bem documentada durante monoterapias; A resistência pode se desenvolver devido à diminuída captação da droga (perda da atividade de permease) ou por perda da atividade enzimática necessária para converter a flucitosina em citosina deaminase e ácido 5-fluoridilíco (FUMP). A uracil fosforibosiltransferase, outra enzima na via da pirimidina, também é importante na formação do FUMP, e a perda de sua atividade é suficiente para gerar resistência.


Alilaminas 

Falhas no tratamento com terbinafina e naftifina podem ocorrer, mas nunca se constatou-se com certeza que foi por resistência dos patógenos. Temse demonstrado que a bomba de efluxo CDR1 pode usar a terbinafina como um substrato, sugerindo que a resistência mediada por efluxo às alilaminas é uma possibilidade.


Fatores clínicos que contribuem para a resistência 

A terapia antifúngica pode falhar clinicamente, apesar do fato de a droga utilizada ser ativa contra o fungo infectante. A interação complexa do hospedeiro, a droga e o patógeno fúngico pode ser influenciada por uma ampla variedade de fatores, incluindo o estado imune do hospedeiro, o local e a gravidade da infecção, presença de corpo estranho, a atividade da droga no local da infecção, a dose e a duração da terapia, e a aderência do paciente ao tratamento. Deve ser reconhecido a presença de neutrófilos, o uso de drogas imunomoduladoras, infecções concomitantes, procedimentos cirúrgicos, idade e condição nutricional do hospedeiro podem ser mais determinantes que a capacidade do antifúngico .


Micoses Superficiais 

Camadas queratinizadas

Assintomáticas

Fáceis de diagnosticar e tratar


Pitiríase Versicolor 

Infecção fúngica superficial

Agente etiológico: Malassezia

spp. 

Regiões tropicais e subtropicais

Manifestações: Manchas claras, acastanhadas ou avermelhadas que se iniciam pequenas e podem se unir formando manchas maiores.


Tratamento 

Xampu de sulfeto de selênio: aplicação no couro cabeludo e pele

Uso tópico de azólicos: cetoconazol creme

Infecção generalizada: cetoconazol (200 mg/dia,

por 10 dias) ou itraconazol


Tinea negra 

Agente etiológico: Hortaea werneckii

Condição tropical ou subtropical

Inoculação traumática do fungo

Crianças e jovens adultos,

especialmente mulheres

Hifas demáceas de Hortaea wernickii


Tinea negra 

Mácula isolada, pigmentada, irregular na palma das mãos ou planta dos pés

Não é contagiosa

Assintomática e sem

reação


Tratamento 

Pomada de Whitfield:

ácido salicílico, ácido

benzóico e base pomada de propilenoglicol 

Cremes com azólicos

Terbinafina


Piedra Branca 

Agente etiológico: Trichosporon: T. inkin, T. asahii, T. cutaneum.

Regiões tropicais e subtropicais

Relacionada a falta de higiene

Pelos região inguinal e axilas

O fungo fica ao redor da haste do pelo e forma nódulos ao longo do pelo


Tratamento 

Melhora da higiene

Depilação dos pelos infectados

Azólicos tópicos


Piedra Preta 

Agente etiológico: Piedraia hortae

Afeta

pelos,

principalmente

couro

cabeludo 

Áreas tropicais da América Latina e

África 

Relacionada a falta de higiene

Nódulos pequenos e escuros ao redor da haste do pelo

Tratamento: Corte de cabelo e lavagens

regulares


Micoses cutâneas 

Dermatofitose : Se refere a um complexo de doenças causadas por quaisquer das várias espécies de fungos filamentosos taxonomicamente relacionados nos gêneros:Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton.

Epidermophyton floccosum

Microsporum Canis. Macronídeos seta preta e microconídeos seta vermelha.


Micoses cutâneas 

Estes possuem habilidades em causar doenças em humanos e/ou animais, todos tem em comum a habilidade de invadir a pele, pêlos e unhas. São queratinofílicos e queratinolíticos. Nas infecções de pele,os dermatófitos invadem somente a camada superior e mais externa da epiderme,o estrato córneo.Sendo que os pêlos e unhas tem somente as camadas queratinizadas invadidas.


Micoses cutâneas

 

  

Clinicamente as tinhas são classificadas de acordo (1) com o local anatômico ou a estrutura afetada: Tinha capitis do couro cabeludo,sobrancelha e cílios Tinha barbae Tinha corpus pele gabra ou macia tinha cruris da região inguinal (2) tinha pedis do pé tinha unguium da unha (6)


Micoses cutâneas 

Epidemiologia: As espécies de dermatófitos que são consideradas antropofílicos tendem a causar infecções relativamente não inflamatórias,crônicas que são difíceis de curar. Em contraste dermatófitos zoofílicos e geofílicos tendem a provocar uma intensa reação no hospedeiro causando lesões altamente inflamatórias respondendo bem a terapia.Em alguns casos essas lesões curam-se espontaneamente.



Micoses cutâneas 

Trasmissão : Pode ser adquirida pela trasferência de artroconídios ou hifas, ou material queratínico contendo elementos doe um hospedeiro infectado a outro hospedeiro não infectado e sucetível.A infecção pode ser tanto por contato direto quanto indireto via fômites.


unhas grossas,descoloridas,elevadas,friáveis e deformadas

Micoses cutâneas 

Síndromes clínicas : Dependem da espécie de dermatófito,quantidade do inoculo,o local da infecção,e a condição himune do hospedeiro. O padrão clássico é a presença de um anel de escamação inflamatória com diminuição da inflamação em direção ao centro da lesão.

Manchas elevadas de alopécia com eritrema e escamação

unhas grossas, descoloridas, elevadas,friáveis e deformadas Pápulas,pustula e vesículas.Inflamaçã o severa envolvendo a haste do pêlo


Micoses cutâneas 

Diagnóstico :Pode ser realizado por microscopia direta de amostras da pele, pêlos e unhas, e no isolamento dos organismos em culturas.


Micoses cutâneas 

Tratamento: As infecções dermatofídicas localizadas e que não afetam pêlos e unhas podem ser tratadas efetivamente por agente tópicos. Os agentes tópicos incluem: Azólicos(miconazol,clotrinazol,econazoltioconazol e itraconazol), terbinafina e haloprogina. A pomada de whitfield (ácido salicílico e benzóico) é um agente opcional. Angentes anti-fúngicos orais: griseofulvina, itraconazol, fluconazol e terbinafina.


Micoses Subcutâneas Patógenos fúngicos podem produzir lesões subcutâneas como parte de seu processo patológico;  São introduzidos de maneira traumática através da pele e tendem a envolver camadas mais profundas da pele, tecido subcutâneo e osso;  Curso clínico crônico e insidioso; 


 

Infecções refratárias à maioria da terapia antifúngica; São comumente isolados do solo, de madeira, , ou de vegetação em decomposição; Exposição é geralmente ocupacional ou relacionada a passatempos (Jardinagem, trabalho com madeira).


Principais infecçoes fungicas Subcutâneas 

   

Esporotricose linfocutânea Cromoblastomicose Micetoma eumicótico Zigomicose subcutânea Feohifomicose subcutânea

Obs: Embora a Esporotricose linfocutânea seja causada por um só patógeno fúngico( Sporothrix schenkii) as outras micoses são síndromes clínicas causadas por múltiplas etiologias fúngicas.


Esporotricose Linfocutânea Caracteristicas gerais:  Causada pelo Sporothrix schenckii ( fungo dimórfico, filamentoso e leveduras) 

Infecção crônica caracterizada por lesões nodulares e ulcerativas Em tecido é uma levedura pleomórfica( esféricas, ovais ou alongadas)

As formas de levedura são raramente observadas no exame histopatológico.


Esporotricose Linfocutânea Epidemiologia e Sindromes Clínicas 

 

Geralmente esporádica e mais comum em climas mais quentes ( Japão, Mexico, Brasil, Uruguai, Peru, Colombia). Surto relacionados ao trabalho em floresta, minerção e jardinagem. Infecção associada a inoculação traumática de solo, vegetais ou matéria orgânica contaminada com o fungo. Local da infecção aparece como um nódulo pequeno, podendo ucerar. Cerca de 2 semanas depois nódulos linfáticos aparecem em uma cadeia linear de nódulos subcutâneos indolores que se estendem ao longo do curso da drenagem linfática da lesão primária Lesões cutâneas primárias lembram grosseiramente um processo maligno com carcinoma de células escamosas.


Esporotricose Linfocutânea Diagnóstico laboratorial e Tratamento 

 

Cultura do pus ou tecido infectado ( crescimento em 2 a 5 dias nas condições ideais); Confirmação se estabelece na conversão da fase filamentosa em levedura; Teste exoantígeno; Iodeto de potássio( tratamento clássico) , via oral. Vantagem de eficácia e baixo custo; Itraconazol, terbinafina e Fluconazol. Este ultimo só pode ser usado se o paciente não tolerar os outros agentes; Remissão espontânea rara.


Cromoblastomicose Caracteristicas gerais  

Infecção crônica caracterizada por nódulos ou placas verrucosas de crescimento lento; Comumente observada nos trópicos ( calor e umidade); Se associam a falta de calçados protetores e roupas predispõe a inoculação direta com solo ou matéria orgânica infectada; Fungos associados: Gêneros Fonsecaea, Cladosporium, Exophiala, Cladophialophora, Rhinocladiela e Phialophora ( Fungos pigmentados, demáceos).


Cromoblastomicose Diagnóstico Laboratorial e Tratamento 

 

 

Achados histopatológicos das células muriformes castanhas e isolamento em cultura de um dos fungos causais; Não a testes sorológicos disponíveis; Tratamento geralmente ineficaz devido ao estágio avançado da infecção no momento da apresentação; Itraconazol e Terbinafina 1ª escolha . Posoconazol usado com sucesso moderado; Agentes combinados com flucitosina em casos refratários; Carcinoma de células escamosas podem se desenvolver em lesões de longa duração.


Cromoblastomicose Epidemiologia e Síndromes Clínicas 

Afetam pessoas que trabalham em áreas rurais dos trópicos

Agentes etiológicos crescem em plantas silvestres e no solo

Infecções comuns a exposição ocupacional (pernas e braços)

Não a relatos de transmissão pessoa a pessoa

Tende a ser Crônica, pruriginosa, progressiva, indolores e resistente ao tratamento

Variam de lesões verrugosas( semelhante a uma couve-flor) a placas planas

Lesões satélites secundárias devido a autoinoculação

Membro grosseiramente distorcido devido à fibrose e ao linfoedema secundário


Micetoma Eumicótico Características gerais 

 

Causados por fungos verdadeiros causados por actiomicetos aeróbicos; Ocorre nos trópicos; Definido clinicamente por processo infeccioso localizado, crônico e granulomatoso; Formação de multiplos granulomas e abscessos (agregados de hifas fúngicas); Processo pode ser extenso e deformativo, com destruição do musculo , tecido conjuntivo e ossos ; Agentes fungicos: Phaeoacremonium, Curvularia, Fusarium, Masurella, Exophiala, Pyrenochaeta, Leptosphaeria e espécies de Scedosporium.


Micetoma Eumicótico Epidemiologia e Síndromes Clínicas  

  

Áreas tropicais com baixos índices pluviométricos ( África e Índia); Tem sido observado também no Brasil, Venezuela e no oriente médio; Infecção via implantação percutânea traumática do agente etiológico em partes expostas do corpo( pés e mãos principalmente); Afetam mas homens que mulheres e não são contagiosos; Infecção de longa duração semelhante cromoblastomicose; Enquanto se desenvolve a área afetada aumenta gradualmente e se torna desfigurada; Infecção comumente rompe planos teciduais e destrói localmente, o músculo e osso.


Micetoma Eumicótico Diagnostico laboratorial e Tratamento   

Demonstração de grãos ou grânulos; Biópsia cirúrgica profunda; Visualizados microscopicamente por montagem em KOH 20%; Tratamento geralmente sem sucesso (resposta geralmente fraca a anfotericina B, cetoconazol ou itraconazol). Porém pode diminuir o curso da infecção; Respostas promissoras para terbinafina, voriconazol e posaconazol; Amputação é o único tratamento definitivo.


Zigomicose Subcutânea Características gerais 

Também conhecida como entomoftoromicose; Causada por zigomicetos da ordem Entomophtorales ( Conidiobolus coronatus e basidiobolus ranarum); Diferem por ocasionar infecções com diferentes localizações anatômicas;

Resposta inflamatória é granulomatosa e rica em eosinófilos.


Zigomicose Subcutânea Epidemiologia e Síndromes Clínicas 

 

 

Comumente na África e em extensão menos na Índia( com relatos no Oriente Médio, Ásia e Europa ); Relatos de infecções por Conidiobolus coronatus na América latina; Ocorre por implantação traumática do fungo nos tecidos subcutâneos das coxas, nádegas e tronco; Atinge principalmente crianças e mais homens do que mulheres; Infecções por C. coronatus ocorrem por inalação dos esporos fungicos que invadem os tecidos da cavidade nasal, seios paranasais e tecidos moles faciais; Ela é observada predominantemente em adultos jovens e em crianças são raramente afetadas; Massas discoides, flexiveis e móveis que podem ser muito grandes e localizadas no ombro, na pelve, nos quadris e nas coxas podendo ucerar; Tumefação firme e indolor evidente da parte superior do lábio ou da face. Pode envolver a ponte nasal epartes superior e inferio da face( C. coronatus).


Zigomicose Subcutânea Diagnóstico Laboratorial e Tratamento  

 

Biópsia; Zonas focais de inflamação com eosinófilos e hifas zigomicóticas típicas; Os dois tipos de infecção podem ser tratados com Itraconazol; Alternativamente se tem usado iodeto de potássio via oral; Cirurgia facial reconstrutiva pode ser necessária no caso de infecção por C. Coronatus; Extensa fibrose permanece após erradicação do fungo; Extensão intracraniana não ocorre.


Micoses Sistêmicas devidas a Fungos Dimórficos 

Os fungos dimórficos são organismos que existem na forma de fungo filamentoso na natureza ou em laboratório, quando cultivados entre 25°C e 30°C e na forma de levedura ou esférula em tecido, ou quando cultivados em meios enriquecidos em laboratório a 37°C.


Micoses Sistêmicas 

Os organismos desse grupo são considerados patógenos sistêmicos primários devido às suas habilidades em causar infecção em hospedeiros sadios e imunocomprometidos e por suas propensões em envolver as vísceras após a disseminação do fungo a partir dos pulmões depois de sua inalação da natureza; Esses organismos são conhecidos como patógenos endêmicos e a infecção gerada por esses fungos é adquirida pela inalação de esporos de um ambiente e localização geográfica específica.


Blastomicose - Blastomyces dermatitidis; -

Muitas infecções se originam na região sudeste dos EUA. Também em outras partes do mundo , incluindo África, Europa e Oriente Médio;

- Infecção adquirida após a inalação de conídios; - Não é transmitida de paciente para paciente; -

-

A doença pode se apresentar como doença pulmonar ou extrapulmonar disseminada (pele, osso, sistema genitourinário, SNC);


Blastomicose 

A infecção mais grave lembra a pneumonia bacteriana com início agudo, febre alta, infiltrados lobares e tosse; Uma forma clássica de blastomicose é o envolvimento cultâneo, resultado da disseminação hematogênea do pulmão. São geralmente, indolores e localizadas em áreas expostas, como face, couro cabeludo, pecoço e mãos.


Blastomicose - Tratamento 

O tratamento deve levar em consideração a gravidade da doença, a condição imune do paciente e a toxicidade dos agentes antifúngicos; Pacientes imunocomprometidos, com evidência de disseminação hematogênea (p. ex., pele, osso) ou pacientes com doença pulmonar progressiva, devem receber terapia antifúngica; A anfotericina B é o agente de escolha no tratamento da doença meníngea ou com risco à vida. Doença branda ou moderada pode ser tratada com itraconazol. O fluconazol pode ser uma alternativa para pacientes incapazes de tolerar o itraconazol.


Coccidioidomicose 

Coccidioides immitis e Coccidioides posadasii; Causada pela inalação de antroconídios infecciosos; A coccidioidomicose é endêmica no sudoeste desértico dos EUA, norte do México e em áreas dispersas da América Central e do Sul; A coccidioidomicose primária pode ser assintomática ou semelhante a um resfriado com sintomas de tosse dor toráxica e perda de peso;


Coccidioidomicose 

Em pacientes sintomáticos por 6 semanas ou mais a doença progride para a cocodioidomicose secundária pode incluir nódulos, doença pulmonar progressiva, disseminação; Os sítios extrapulmonares da infecção incluem pele, tecidos moles, ossos articulações e meninges;


Coccidioidomicose – Tratamento 

A maioria das pessoas com coccidioidomicose primária não necessita de terapia antifíngica específica; Os pacientes imunossuprimidos ou outros com pneumonia difusa devem ser tratados com anfotericina B seguida por um azólico (fluconazol ou itraconazol) como terapia de manutenção – pelo menos1 ano de terapia; Infecções disseminadas extrapulmonares não meníngeas se baseia na terapia por azólico via oral com fluconazol ou itraconazol; A cocidioidomicose meníngea é tratada com administração de fluconazol ou itraconazol (escolha secundária) indefinidamente. Em caso de fracasso com azólico deve ser feito a administração de anfotericina B intratecal.


Histoplamose 

Histoplasma capsulatum; Localiza-se em regiões amplas dos vales dos rios Ohio e Mississipi, nos EUA, e ocorre por todo o México e Américas Central e do Sul; Infecção é adquirida pela inalação de microconídios; Encontrado em áreas contaminadas com excreto de pássaros ou morcegos (solos ricos em nitrogênio);


Histoplamose 

A forma autolimitada de histoplasmose aguda é marcada por sintomas de resfriado com febre, calafrios, cefaléia, tosse e dor toráxica; A doença disseminada pode seguir o curso crônico (perda de peso, fadiga, ulceras orais), subagudo (febre, malestar, úlceras orofaríngeas) e aguda (hipotensão, úlceras gastrointestinais, meningite, endocardite).


Histoplamose – Tratamento 

Muitas infecções agudas pulmonares se resolvem com cuidados assistenciais e não necessitam de antifúngicos. Exceto pacientes imunocomprometidos devem receber tratamento com itraconazol; Em caso de histoplasmose pulmonar aguda grave deve ser administrado anfotericina B seguida por itraconazol via oral para completar o curso de 12 semanas; Na histoplasmose pulmonar crônica é recomendado anfotericina B seguida por itraconazol por 12 a 24 meses; A hitoplasmose disseminada, em geral, responde bem a anfotericina B; A histoplasmose no SNC a terapia de escolha é a anfotericina B seguida por 9 a 12 meses.


Paracoccidioidomicose 

Paracoccidioides brasiliensis; É a principal infecção fúngica endêmica dimórfica nos países da América Latina; A maior incidência é observada no Brasil; Porta de entrada pela via inalatória; Muitos pacientes com doenças clinicamente aparente vivem em áreas rurais e têm contato próximo com o solo;


Paracoccidioidomicose 

A paracoccidioidomicose pode ser subclínica ou progressiva com formas pulmonares aguda ou crônica, ou formas disseminadas aguda, subaguda, ou crônica da doença; A doença progride lentamente por meses a anos com tosse persistente, escarro, dispinéia e febre; As localizações extrapulmonares proeminentes incluem pele, mucosa, linfonodos, fígado, baço, SNC e ossos.


Paracoccidioidomicose- Tratamento 

O itraconazol é o tratamento de escolha na maioria das formas da doença e, geralmente, deve ser dado por, pelo menos, 6 meses; As infecções mais graves ou refratárias podem requerer terapia com anfotericina B acompanhada por terapia com itraconazol ou sulfonamida; Recaídas são comuns com a terapia por sulfonamida, e a dose e duração requerem ajustes baseados em parâmetros clínicos e micológicos.


Micoses Oportunistas 

O ser humano possui uma microbiota natural e está constantemente exposto à fungos com baixa virulência; Em condições normais esses fungos não causam patogenia; Como seria de esperar, numa situação de debilitação ou imunossupressão o ser humano tornase susceptível a certas infecções por fungos.


Micoses oportunistas 

Ou seja, a maioria dos tipos de micoses oportunistas são endógenas: provindas do próprio paciente; Estas infecções têm vindo a tornar-se cada vez mais frequente devido a um aumento do número de indivíduos imunodeprimidos, quer seja devido a transplantes, radioterapia, quimioterapia ou mesmo a AIDS.


Candidíase  

Candida spp. Quarta causa mais comum de infecções sanguíneas e nosocomiais (adquiridas nos hospitais) superando qualquer Gram negativo; Há mais de 100 espécies de Candida, mas só algumas são mais frequentes em infecções clínicas (quadro).


CandidĂ­ase


Candidíase Morfologia:  São leveduras ovaladas;  Formam colônias lisas, cremosas e convexas, mas algumas podem sofrer alteração de fenótipo e se apresentarem com colônias “felpudas” com hifas e pseudo-hifas;  O que pode explicar a sobrevivência da Candida, princiapalemente a C. albicans em diferentes microambientes do nosso corpo.


Candidíase - Síndromes Clínicas  

Candidíase Muco-Cutânea Crónica (CMC) É um grupo heterogêneo de síndromes clínicas caracterizadas por infecções superficiais crónicas da pele, unhas, orofaringe por Candidas resistentes ao tratamento. O hipoparatiroidismo, hipoadrenalismo, hipotireoidismo e presença de anticorposauto-imunológicos circulantes foram associadas à CMC.


Candidíase - Síndromes Clínicas Candidíase Disseminada É geralmente propagada pela corrente sanguínea, podendo por isso envolver muitos órgãos.  Candidíase Oral Está associado a doentes que tenham feito antibioticoterapia de largo espectro, tratamento com corticoesteróides, podendo ainda ser uma doença indicadora de AIDS. 


Candidíase 

As infecções de sítios genitais, cutâneos e orais quase sempre envolvem C. albicans.


Candidíase – Infecções mais comuns


Candidíase – Infecções mais comuns *


Candidíase – Tratamento 

Infecções mucosas e cutâneas podem ser tratadas com agentes tópicos à base de azólicos e se precisar usar terapia sistêmica oral com fluconazol ou com itraconazol; Cistite ou colonização da bexiga pode se fazer uma lavagem na bexiga com anfotericina B ou por administração oral de Fluconazol;


Candidíase – Tratamento 

Infecções mais profundas, como peritonite, exige terapia sistêmica oral com Fluconazol. Em pacientes não neutropênicos pode-se usar pela via intravenosa, por ser mais eficiente; Em resistência pelo fluconazol se usa a Anfotericina B ou equinocandina; Lembrar de retirar o foco da infecção, por exemplo um cateter ou um abcesso.


Candidíase - Profilaxia 

Evitar o uso de antimicrobianos de espectro muito ampliado; Cuidados com cateteres ou qualquer objeto que possa ser colonizado; Pode-se usar fluconazol como preventivo pra pacientes com infecções recorrentes; Obediência rigorosa às precauções de controle de infecções.


Criptococose  

Cryptoccus spp. Organismo leveduriforme encapsulado; Micose oportunista sistêmica; É encontrado em solos ricos em excrementos de aves; É adquirido pela inalação destes fungos no meio ambiente. bio.tamu.edu


Criptococose 

Processo pneumônico ou infecção do SNC secundária a partir de um foco pulmonar primário; C. Neoformans é altamente neurotrópico atingindo as meninges, causando uma meningite que é fatal se não tratada. Inclui febre cefaleia, distúrbios visuais, estado mental anormal e convulsões.


Criptococose cerebral

anatpat.unicamp.br


Criptococose Tratamento 

A meningite criptocócica (e as outras formas disseminadas de criptococose) tem rigor no tratamento devido sua gravidade: Anfotericina B e flucitosina por 2 semanas, seguidas de consolidação durante 8 semanas com fluconazol oral (preferido) ou itraconazol.


Aspergilose 

Doença que engloba o Gênero Aspergillus; Fungos filamentosos hialinos, com cabeças conidiais. Reações alérgicas em hospedeiros hipersensíveis ou então doença pulmonar invasiva, destrutiva. anatpat.unicamp.br


Aspergilose Tratamento e prevenção 

Pacientes neutropênicos e outros riscos ficam instalados em local com ar filtrado; Administração de anfotericina B ou de uma de suas formulações lipídicas; É importante lembrar que A. terreus é resistente a anfotericina B e é recomendável o uso de voriconazol, mais eficiente e menos tóxica.


FIM


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