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Contadores à beira de um
ATAQUE DE NERVOS NERVOS ATAQUE DE
ANTONIO PAZ/JC
Bem remunerados e mais demandados pelas empresas, os contadores têm pela frente o desafio de encarar os altos índices de estresse Roberta Mello
Planilhas, documentos, folhas de pagamentos, guias preenchidas pela internet, prazos apertados para a entrega da documentação, cobranças dos contratantes e tensão ante a constante possibilidade de ter as informações prestadas confrontadas pela Receita Federal. Por trás de tudo isso está o contador, profissional que ocupa as primeiras colocações nos rankings dos segmentos com maior nível de estresse. Estudo recente da instituição de prevenção e combate ao estresse International Stress Management Association no Brasil (Isma
Veja algumas dicas para prevenir e combater o
Profissionais fazem parte do grupo de atividades com mais risco de depressão
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Seja muito realista a respeito dos seus limites. Não é o estresse que causa o adoecimento, mas sua constância. As pessoas que ultrapassam seus limites por períodos frequentes ou prolongados devem ficar atentas a possíveis consequências.
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Tenha disciplina para obedecer e se guiar pelos seus limites. Quando ansiosas, as pessoas tendem a tratar o mal-estar com medicamentos e anestesiá-los, quando o melhor seria tentar solucionar sua causa e diminuir o ritmo.
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Organize sua rotina para ter uma vida saudável. Garanta um sono mais profundo e reparador durante o tempo necessário, tenha uma alimentação saudável, pratique alguma atividade física pelo menos três vezes por semana durante 30 minutos, cultive um par de orelhas (ter alguém disposto a ouvi-lo ajuda muito a equilibrar-se) e tenha alguma técnica de relaxamento que possa usar no seu dia a dia.
FONTE: ANA MARIA ROSSI, ISMA BRASIL
Brasil) aplicado a mil entrevistados de Porto Alegre e São Paulo no ano passado, comprova que o profissional de Finanças – ramo que abrange a Contabilidade – fica atrás apenas dos trabalhadores da Saúde e Indústria no ranking dos mais estressados. Na terceira posição entre os ramos pesquisados, o profissional sofre para traspor desafios como acúmulo de tarefas, instabilidade e falta de autonomia. Os níveis de estresse entre todos os brasileiros são preocupantes. Pesquisas do Isma Brasil indicam que 70% dos profissionais brasileiros sofrem alguma sequela devido ao alto nível de stress. Desse total, 30% atingiram o nível mais elevado, conhecido como Burn Out - esgotamento mental intenso causado por pressões no ambiente profissional. O mesmo levantamento do instituto de controle do estresse aponta que o Brasil é o segundo país com o maior nível dessa mistura de frustração, irritação e ansiedade do mundo. Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) demonstram que doenças causadas por estresse e depressão afastam do trabalho mais de 200 mil pessoas por ano no País. Tido como um dos males da pós-modernidade, o estresse pode assolar o trabalhador de qualquer área, mas, inegavelmente, aqueles que lidam diretamente com as contas de uma pessoa física ou jurídica e são responsáveis pelos balanços, fechamentos e relatórios tornam-se os mais atingidos. Tudo isso combinado com o aumento das obrigações e a obrigatoriedade de adaptação às novas exigências fiscais e ferramentas tecnológicas agrava ainda mais esse “gatilho” para o aparecimento de outras doenças.
AURACEBIO PEREIRA/ARTE/JC
Obstáculos também ajudam a evoluir na profissão (70%), Hong Kong (69%) e Nova Zelândia (60%). Para o empresário contábil Cláudio Nasajon, da Nasajon Sistemas Contábeis, isso se explica exatamente pelas dificuldades enfrentadas na prática contábil. “Quanto mais difícil é uma tarefa, mais valor têm aqueles que conseguem executá-la bem. No caso da legislação empresarial brasileira, é preciso ser quase um mago para se atingir um nível razoável de proficiência”, adverte. O contador e perito contábil Márcio Lavies Bonder, do Escritório Lavies Bonder de Porto Alegre, aproveita os obstáculos para evoluir na profissão.
Graduado em duas universidades, Bonder não para de se qualificar e diz que só isso garante tranquilidade no dia a dia. O desafio, então, é tirar proveito da grande demanda por profissionais sem colocar em risco a própria saúde. As pressões e demandas estão aumentando, e não há perspectiva de que vão baixar. Pelo menos não num futuro próximo. “É responsabilidade de cada profissional estabelecer seus próprios limites e zelar pela sua qualidade de vida. O dinheiro que eventualmente você pode estar recebendo a mais agora pode ser gasto em hospitalização ou no tratamento de uma doença mais tarde”, salienta a
Para Bonder, é necessário tirar proveito da grande demanda por profissionais sem prejudicar a saúde
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É preciso atenção ao surgimento de novas tecnologias Entre os principais geradores de estresse, segundo levantamento da Isma Brasil, em primeiro lugar está a falta de tempo para realizar um número cada vez maior de tarefas. A sobrecarga de trabalho e o excesso de atividades são apontados por 64% dos entrevistados como o primeiro dos grandes vilões para o bem-estar. Após, na lista da entidade, está o medo da demissão, tido como grande fonte de ansiedade para 56% das pessoas ouvidas. Em terceiro lugar, vem o excesso de responsabilidade e a falta de autonomia, fator destacado por 47% dos entrevistados e que “assola principalmente os responsáveis pela área financeira e, consequentemente, contábil”, enfatiza a presidente do Isma Brasil
e doutora em psicologia clínica, Ana Maria Rossi. Além desses três fatores diagnosticados em pesquisa, a psicóloga lembra que o desequilíbrio entre a valorização e o esforço empenhado também é um fenômeno a ser levado em conta ao analisarmos os níveis de estresse no País. “Muitos profissionais sentem que estão trabalhando mais do que deveriam por que não são gratificados pela colaboração. E essa gratificação nem precisa ser financeira. Às vezes, um tapinha nas costas é suficiente”, pontua. O presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRCRS), Antônio Palácios, afirma que há um certo agravamento do estresse cotidiano exatamente pela necessidade de estar em constante adaptação e pelo grande acúmulo de tarefas
e responsabilidades nas mesas dos contadores. “Aumentaram as exigências da Receita Federal, que hoje são o principal motivo de atenção da maioria dos nossos profissionais, e as evoluções tecnológicas ocorrem em uma velocidade que a categoria não consegue acompanhar”. Não é à toa que a rotina tida pela maior parte dos contadores como a mais estressante é o eSocial (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas). A ferramenta exige adaptação técnica e maior atenção às informações fornecidas devido ao cruzamento completo de todos os dados prestados. Ao mesmo tempo, as dúvidas colocam os setores tributários e fiscais em lugar de destaque no organograma empresarial,
no centro da tomada de decisões e do tratamento de informações. Esta dinâmica pode servir de exemplo do protagonismo que vem sendo assumido pelo profissional contábil na dinâmica empresarial e, paralelamente, do peso que recai sobre as suas costas. O perito contábil Márcio Lavies Bonder, com formação em Ciências Contábeis e Direito, é jovem no ramo (atua há 10 anos) e, talvez por isso mesmo, diz não sentir desgaste ao ter de buscar qualificação e aprender a utilizar as novas tecnologias. O segredo, segundo ele, é não levar o estresse para casa, estudar para não se desesperar ao se deparar com um processo complicado e se organizar para cumprir os prazos apertados. “É claro que quanto mais valorizado, maior é a responsabilidade,
mas não é por isso que eu me digo estressado. Mas também sou de uma geração que conheceu a contabilidade com o uso de tecnologias, diferente de quem está há muitos anos na profissão”, admite o contador. Representante dos profissionais contábeis no Estado, Antônio Palácios informa que, depois do eSocial, o que mais tira o sono da classe é a adoção das Normas Internacionais. Segundo Palácios, o problema agora não são as regras, que já estão bem estabelecidas, mas a falta de preparo das empresas para prestar aos profissionais da contabilidade as informações necessárias para desenvolver o trabalho e elaborar os balanços de acordo com o que as normas exigem.
SINDICATO DOS CONTABILISTAS DE PORTO ALEGRE Rua Riachuelo, 1641 - 1º andar Centro Porto Alegre RS - CEP 90010-271 - Fone (51) 3225 1499 Site: www.sindicatodoscontabilistas.org.br Fundado em 1943
Diretores do Sindicato dos Contabilistas se reunem com Representantes do CRCRS e do CFC para Tratarem da Legislação dos Técnicos em Contabilidade Neste mês de maio aconteceram duas reuniões com os Diretores do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre e Representantes do CRSRS e do CFC, na sede do CRCRS, com o intuito de encontrarem uma solução para os registros dos Técnicos em Contabilidade. A primeira reunião ocorreu em 13 de maio e contou com a presença de Clésio Luis da Silva, Presidente do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre; Daniel Souza dos Santos, Vice-Presidente do Sindicato; Marcone Hahan de Souza, Ex-Diretor do Sindicato e Antônio Carlos de Castro Palácios, Presidente do CRCRS. Na segunda reunião, que aconteceu no dia 26 de maio, além dos participantes da primeira reunião, houve o acréscimo de Zulmir Ivânio Breda, Vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional do CFC. Tendo em vista a definição da Audiência Pública ocorrida no Senado Federal, com o intuito da criação de um Grupo de Trabalho para tratar a matéria, observou-se que havia necessidade da construção de um texto de consenso que permitisse o registro dos Técnicos em Contabilidade após junho/2015. “Na última reunião ficou claro que o CFC entende que a legislação que impede o registro dos Técnicos em Contabilidade após junho/2015, na visão do CFC, não necessita de reparos. Portanto, o CFC não demonstrou nenhum interesse em abrir diálogo no sentido de revisão da legislação”, salientou Daniel;. Tendo em vista o posicionamento do CFC, a
Diretoria do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre irá definir quais os próximos passos que dará na luta pela defesa do registro dos Técnicos em Contabilidade. A Direção do Sindicato entende, ainda, ser obrigação do Sindicato defender os interesses dos representados (Contadores e Técnicos em Contabilidade). Por isso, a luta. Logo, “não podemos ficar de ‘braços cruzados’, sem fazer nada e sermos taxados de omissos”, lembra Clésio da Silva, Presidente do Sindicato. Para entender um pouco mais sobre a luta quanto ao registro dos Técnicos em Contabilidade Em 2010 foi publicado a Lei 12.249, fruto de conversão de uma Medida Provisória que tratava de assuntos alheios a profissão contábil. A nova lei prevê que os Técnicos em Contabilidade poderão se registrar junto ao CRC e, consequentemente, exercer a sua profissão, caso o façam até junho/2015. Desde então, o Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre vem mantendo contato com o CRC e estudando formas para o exercício da profissão contábil, pelos Técnicos em Contabilidade. Em 2013 foi feito contato com o Senador Paulo Paim, que provocou uma Audiência Pública, no Senado Federal, que aconteceu em 20 de março passado. Desta Audiência ficou definido a criação de um Grupo de Trabalho,
composto pelos integrantes da mesa da Audiência Pública do Senado Federal, mais representantes do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e Emprego. Observou-se que o principal ponto seria a construção, em conjunto, de um texto para alterar a referida lei. A partir daí, o Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre tomou a iniciativa e reuniu-se com representantes do CRCRS e do CFC onde ficou claro que o CFC não tem interesse em alteração da lei para oportunizar registros aos Técnicos em Contabilidade após 01/06/2015. Logo, não há sinalização positiva para a construção de uma alternativa para a situação. A Diretoria do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre estuda os próximos passos a serem tomados.
Daniel (E), Marcone, Palácios, Breda e Clésio em reunião no CRCRS.
Contadores e Técnicos em Contabilidade
ANTONIO PAZ/JC
A dor de cabeça nas Ciências Contábeis parece não ter fim. Por outro lado, os profissionais de contabilidade nunca foram tão valorizados, inclusive economicamente. Pesquisa realizada pela empresa de recrutamento especializada Robert Half estima que 58% dos diretores financeiros do Brasil esperam aumento na remuneração dos profissionais de finanças e contabilidade em 2014. Os resultados do estudo, realizado com 2.535 executivos de finanças e contabilidade de 16 nacionalidades, colocam o Brasil como quarto país em que mais se aposta em aumento salarial para esses executivos neste ano, atrás apenas da China
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Foto: Neca Micheletto
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Quarta-feira, 4 de junho de 2014
Associem-se ao Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre. O Sindicato que desde 1943 luta pela profissão contábil.
Palestras, Cursos e Eventos CURSO: E-SOCIAL/SPED FOLHA DE PAGAMENTO DATA: 10/06/2014, das 9h às 12h e das 13h às 17h (Carga Horária: 07 horas) INSTRUTORA: Profa. Esp. DAISY MARA MARQUES MACHADO – Contadora. Tributarista Junior pelo IBPT/PR, Especialista em Direito Tributário (FIJ/RJ). INVESTIMENTO: Estudantes de Instituições parceiras e associados do Sindicato com as contribuições em dia: R$ 110,00; Contabilistas com a contribuição Sindical em dia e estudantes de Contabilidade de Instituições não parceiras: R$ 140,00; Demais participantes: R$ 180,00. PALESTRA: DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS,COM ÊNFASE NAS NOTAS EXPLICATIVAS DATA: 11/06/2014, das 13h às 17h (Carga Horária: 04 horas) INSTRUTORA: Lilian Martins: Contadora. Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário. Professora Universitária na Fac. São Judas Tadeu INVESTIMENTO: Estudantes de Instituições parceiras e associados do Sindicato com as contribuições em dia: R$ 80,00; Contabilistas com a contribuição Sindical em dia e estudantes de Contabilidade de Instituições não parceiras: R$ 100,00; Demais participantes: R$ 130,00. PALESTRA: DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA - ANO 2014 (aspectos práticos) DATA: 24/06/2014, das 9h às 12h (Carga Horária: 03 horas); INSTRUTOR: Prof. Me. RONALDO MELO DA SILVEIRA Contador. Consultor. Professor Universitário. INVESTIMENTO: Estudantes de Instituições parceiras e associados do Sindicato com as contribuições em dia: R$ 70,00; Contabilistas com a contribuição Sindical em dia e estudantes de Contabilidade de Instituições não parceiras: R$ 90,00; Demais participantes: R$ 120,00. CURSO: ELABORAÇÃO E ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (curso prático) DATA: 10/07/2014, das 9h às 12h e das 13h às 16h. (Carga Horária: 6 horas). INSTRUTORA: Lilian Martins. Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário pela Faculdade São Francisco de Assis. INVESTIMENTO: Estudantes de Instituições parceiras e associados do Sindicato com as contribuições em dia: R$ 100,00; Contabilistas com a contribuição Sindical em dia e estudantes de Contabilidade de Instituições não parceiras: R$ 130,00; Demais participantes: R$ 170,00. Mais informações: www.SindicatoDosContabilistas.org.br ou pelo telefone (51)3225.1499 – Coordenação: Magda Brazil; APOIO: MB CURSOS - magdabrazilcursos@gmail.com