DARYAN DORNELLES/DIVULGAÇÃO/JC
Viver
Porto Alegre, 6, 7 e 8 de junho de 2014 - Nº 2
O cantor e compositor carioca Cícero volta a se apresentar na Capital neste sábado. Expoente de uma nova geração da MPB, o artista faz show do disco mais recente no Opinião. Página 5
CINEMA
Uma das estreias da semana, Simplesmente uma mulher aborda o universo feminino tendo como pano de fundo a dança do ventre. A produção é dirigida por Rachid Bouchareb. Página central
MÚSICA
Estilo próprio Leonel Martins
Com formação erudita, Bobby McFerrin tem na sua carreira a subversão como reconhecimento. Subiu descalço nas salas de concerto mais finas do mundo e confundiu a diferença entra a música pop e a arte. O dez vezes vencedor do Grammy, conhecido mundialmente por sua extensão vocal, inspirou toda uma nova geração de cantores a cappella e o movimento beatbox. Pela segunda vez no Brasil, o cantor vem a Porto Alegre apresentar seu novo disco, Spirityouall Spirityouall,, que engloba folk, rock, blues e outras influências. A apresentação ocorre nesta sexta-feira, às 21h, no Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80). Os ingressos variam entre R$ 100,00 e 200,00 reais. A música está no gene da família. Bobby é filho de Robert McFerrin, barítono do Metropolitan Opera, o primeiro cantor negro de prestígio na ópera. Sua mãe, Sara, era uma solista soprano e professora de canto. Ele cresceu rodeado por música de todos os tipos. Lembra de arriscar Beethoven no aparelho de som aos três anos, de se esconder sob o piano enquanto os pais treinavam jovens cantores e de dançar ao redor da casa para Louis Armstrong, Judy Garland, Etta Jones e Fred Astaire. Quando criança, McFerrin aprendeu a tocar clarinete com afinco, mas começou sua carreira musical como pianista, aos 14 anos. Depois disso, liderou seus próprios grupos de jazz e estudou composição até entender, num dia em que voltava para casa, que ele tinha sido um cantor o tempo todo. Logo no início da carreira surgiu seu maior hit: a música Don’t worry, be happy, happy, de 1988, sucesso até hoje. Em 1987, cantou a música tema de The Cosby Show e, logo depois, também produziu canção para um comercial do chocolate Cadburys. Em 1989, compôs e executou uma música para o curta-metragem Knick Knack, Knack, da Pixar. Também foi interpretada por Bobby a música tema do filme O filho da pantera cor-de-rosa,, de Henry Mancini, em 1993. -de-rosa Foi nomeado em 1994 como presidente criativo da Saint Paul Chamber Orchestra, onde faz visitas regulares como regente convidado de orquestras sinfônicas nos Estados Unidos e Canadá. Em
suas aparições em concertos, McFerrin combina a realização de peças clássicas com seu próprio e único estilo de improvisação vocal, muitas vezes com a participação do público e da orquestra. Apesar do estrondoso sucesso, a música que fez o mundo conhecer McFerrin, Don’t worry, be happy, happy, já não faz parte de seu repertório. Segundo ele, trata-se de “uma experiência de estúdio e não representa seu estilo”. Esse é um dos motivos que faz o artista ter fama de rebelde: McFerrin não segue orientação de gravadoras, diferentemente da maioria dos músicos. “É um desafio permanecer leal a si mesmo. Há sempre pressão que, às vezes, vem de pessoas com a melhor das intenções. E é arriscado. Mas para me manter firme ao meu senso de missão, trago ao público o sentimento de alegria e liberdade que tenho quando canto. Eu não sou um analista da indústria da música, eu sou apenas um cara que gosta de fazer música”, conta McFerrin. Em Spirityouall Spirityouall,, Bobby homenageia o legado do seu pai e apresenta Every time I feel the spirit, Swing low sweet chariot e Fix me jesus, jesus, três faixas do álbum Deep River (1957), de Robert McFerrin. Traz também melodias familiares, como He’s got the whole world in his hands, hands, I shall be released e Don’t you worry ‘bout a thing. Renomado pela trajetória musical no jazz, o músico diz que sempre quis fazer um projeto que reconhecesse suas raízes no blues, folk e rock. “Meu gosto musical foi moldado por todos os tipos de música, não apenas jazz ou música clássica”, relembra o cantor. E o que ele queria quando iniciou a trajetória? “Fantasiava fazer algo com Eric Clapton ou James Taylor, mas combinei isso com a vontade de homenagear meu pai. Tudo se encaixou então”, completa.
ARTES VISUAIS
O Atelier Subterrânea inaugura, na noite desta sexta-feira, a exposição Potências de 10, de Marcelo Moscheta. O artista participa de um bate-papo na abertura da mostra. Página 4
Bobby McFerrin faz show nesta sextafeira, no Teatro do Bourbon Country
CAROL FRIEDMAN/DIVULGAÇÃO/JC
NO PALCO