Caderno Logística - pág. central

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MONTADORAS

RODRIGO PAIVA/FOLHA IMAGEM/FOLHAPRESS/JC

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Produção de veículos recuou 18% até maio

chegou a ser considerado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que acenou com a possibilidade de criar um cronograma para adiar os aumentos das alíquotas. “A queda de vendas está relacionada a um índice de confiança reduzido, mas sofremos também com a seletividade do crédito”, diz Moan. “O governo continua a fazer estudos, mas sinto que, dentro do contexto atual, não há uma medida que possa ser adotada em curto prazo.” A Anfavea já utilizou esse discurso em outros momentos, sempre às vésperas do término de algum

incentivo - o que faz o mercado desconfiar de que pode acontecer o contrário do que ela anuncia. Agora, é a alíquota de IPI que está prestes a subir. Qualquer revisão de impostos não é vista por nós como um incentivo, mas, sim, como a busca de adequação da carga tributária brasileira, que é uma das mais altas do mundo”, afirma o presidente da Anfavea. A alta do IPI deverá ser gradual, mas o governo já admitiu prorrogar o desconto. A definição ocorrerá nas próximas semanas. As vendas de automóveis no mercado interno recuaram 5,5% na

comparação dos cinco primeiros meses de 2014 com os de 2013. A conta inclui carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus. O setor de implementos agrícolas e rodoviários teve queda de 19,7% no início do ano, mas a reativação do Moderfrota, modalidade de crédito do Bndes ligado ao Plano Safra, deverá reaquecer o setor, acredita a Anfavea. As exportações continuam em queda: maio registrou decréscimo de 0,6% em comparação com o mês anterior. No acumulado de janeiro a maio, o recuo chegou a 35,1%. A Anfavea espera que o

JOAO LUIZ OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO/JC

om fábricas parcialmente paradas devido à redução da demanda e à queda nas exportações, a produção de veículos no Brasil recuou 18% entre janeiro e maio na comparação com o mesmo período de 2013, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O número total de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus que saiu das montadoras no mês passado foi de 282,5 mil, 62 mil unidades a menos do que foi produzido em maio de 2013. As montadoras brasileiras também amargam perdas no acumulado do ano. Entre janeiro e maio, foram produzidos 1,351 milhão de veículos, queda de 13,3% em relação aos 1,559 milhão produzido nos primeiros cinco meses de 2013. Já em relação a abril, houve uma pequena alta no volume de produção, de 1,9%. Nas vendas, as quedas chegaram a 7,4% ante maio do ano passado, e de 1,2% frente a abril. Os estoques chegaram a 41 dias, o que faz as montadoras anunciarem planos especiais de financiamento para atrair compradores. No entanto, os bancos continuam muito seletivos com sua carta de clientes, reclama Luiz Moan, o presidente da Anfavea. O executivo afirma não acreditar mais na possibilidade de um programa de incentivo ao crédito para os veículos. Há também dificuldades para renovar o acordo automotivo com a Argentina, responsável pelo destino de 18% da produção brasileira. O país vizinho enfrenta uma aguda crise econômica. Moan não é otimista em relação às mudanças nessas condições. Segundo o dirigente, as conversas com o governo indicam que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) subirá a partir de julho de 3% para 7%, conforme quer área econômica do governo. Moan citou um estudo feito pela Anfavea que mostra que para cada ponto percentual de aumento na alíquota do imposto, o preço do carro na tabela sobe 1,1% e as vendas, por outro lado, caem 2%. O alívio no IPI

Moan vê situação com pessimismo

Portal Único de Comércio Exterior, sistema para facilitar a exportação e a importação de mercadorias, irá melhorar as operações do setor. Pelos cálculos da entidade, a redução da burocracia deverá reduzir em uma semana o prazo necessário para exportar um lote de peças ou de veículos. Hoje, o tempo gasto nessa operação chega a 18 dias.

Jornal do Comércio - Porto Alegre

Argentina também sofreu com uma retração no mês passado

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, na semana passada, que haverá aumento do IPI sobre carros em julho, mas ainda não está definido de quanto. “Vamos avaliar a situação para ver se podemos prosseguir com elevação do IPI a partir de julho. O que está definido é que terá um aumento. Poderá ser pequeno, ou não. Vamos avaliar a situação do mercado na véspera”, afirmou. “O setor automotivo tem que andar com suas próprias pernas”, afirmou Mantega. A alíquota original do IPI era de 7% e foi reduzida para estimular as vendas, que foram recorde em 2013. A alíquota atual está em 3%, e o cronograma estabelecido pelo governo define a recomposição do imposto a partir de 1 de julho. Sobre os estímulos que o governo estaria estudando conceder ao setor, que tem registrado queda nas vendas e aumento dos estoques das montadoras, Mantega disse que não há nada definido. O governo tem buscado maneiras de melhorar o crédito para a compra de veículos, que tem apresentado

A Associação de Fabricantes de Automóveis da Argentina (Adefa) também anunciou que a produção automotiva caiu 36% em maio em comparação com o mesmo mês de 2013, ficando em 50.938 unidades. Esse volume foi equivalente a uma redução de 13,9% em comparação com abril. Nos primeiros cinco meses de 2014, a produção de veículos foi de 257.519 unidades, o que indica uma redução de 22,2% em relação ao mesmo período de 2013. Esse é o menor volume de produção no período janeiro-maio desde 2010.

Para o ministro, setor automotivo ‘tem de andar com as próprias pernas’

quedas, mas “nada é certo”, disse o ministro da Fazenda. O governo estudaria a injeção de R$ 5 bilhões para intensificar o crédito para compra de carros, quantia que pode vir dos depósitos compulsórios - dinheiro que os grandes bancos são obrigados a reter no Banco Central. Quanto à renovação do acordo automotivo com a Argentina, Mantega diz que os governos ain-

voluntária e férias coletivas, se tornou comum entre as montadoras, que sofrem com as baixas vendas e precisam adequar o ritmo de produção aos estoques cheios. De acordo com Bartolomeu Citeli, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, “a recuperação nas vendas está demorando mais do que no ano passado, quando o governo tomou medidas para incentivar o setor. Por isso, os layoffs nas montadoras estão acontecendo com mais frequência neste ano”, afirma Citeli. Dados da Fenabrave (federação das dis-

tribuidoras de veículos) revelam queda de 7,23% nos emplacamentos em maio, sobre o mesmo período de 2013. Moan afirmou ainda que as demissões basicamente foram por PDVs, “a maioria buscando pessoal aposentado ou em fase de se aposentar”. O setor vem cortando postos há sete meses seguidos. Desde novembro, eliminou 7,3 mil vagas. Atualmente, estão com programas de demissão voluntária a Mercedes-Benz e a General Motors (para as fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos). A Ford encer-

rou um programa em Taubaté, mas obteve poucas adesões e anunciou férias coletivas de 7 a 18 de julho para os funcionários de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde trabalham 4 mil pessoas. Segundo uma fonte do setor automotivo, as empresas vão tentar segurar a mão de obra até agosto, pois junho e julho não são meses considerados como parâmetro em razão das férias e da Copa. Se não houver reação do mercado, será feita uma avaliação do cenário automotivo e novas demissões não estão descartadas.

As montadoras também registraram uma queda de 39,2% nas exportações de automóveis ao Brasil em maio. A queda acumulada entre janeiro e maio foi de 24,3%. O mercado brasileiro absorve 88,8% das vendas automotivas argentinas ao exterior. O volume comprado pelo Brasil equivale à metade da produção total argentina de automóveis. Segundo a Adefa, “a produção de veículos foi fortemente atingida pela retração da demanda dos mercados de exportação e das vendas no mercado local” e pelos conflitos trabalhistas.

Recuo das linhas de montagem brasileiras

da não “bateram o martelo”. Sobre a queda na produção industrial de 0,3% em abril, Mantega afirmou que a atividade tem altos e baixos e que é “normal” que haja essa sazonalidade. “Há uma variação mensal muito grande. Se olhar o ano passado foi a mesma coisa, mês pra cima, mês pra baixo. Vamos aguardar o decorrer do ano para observar e ver como vai se situar.”

VEÍCULOS FABRICADOS

Entre janeiro e maio 2013 - 1,56 milhão 2014 - 1,35 milhão

Setor automotivo trabalha com a previsão de aporte de capital no valor de R$ 75 bilhões entre 2013 a 2017 Excedente de produção estimado para 2017 é de 1,6 milhão de unidades, caso as vendas cheguem a R$ 4,5 milhões Fonte: Anfavea

BMW/DIVULGAÇÃO/JC

Copa do Mundo desacelerou a fabricação de motos em maio A produção de motocicletas foi de 135.980 unidades em maio, queda de 7,4% em relação às 146.895 motos fabricadas em abril e de 8,5% ante igual período de 2013, quando haviam sido produzidas 148.682 unidades, informou a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). No acumulado deste ano, a produção atingiu 691.825 unidades, uma alta de 0,77% sobre as 686.553 motos fabricadas entre janeiro e maio de 2013. As vendas no atacado, das indústrias às concessionárias, de 124.25 uni-

dades em maio correspondem a uma queda de 17% em relação ao mesmo mês de 2013, quando foram vendidas 150.433 motos. Na comparação com abril, com 142.483 unidades vendidas no atacado, houve recuo de 12,4%. Nos cinco primeiros meses de 2014, as vendas recuaram 6% ante igual período de 2013, para 636.561 unidades. “O esforço por parte das redes de concessionários para alavancar as vendas no período pré-Copa do Mundo não refletiu no mês de maio. E nos próximos meses, o segmento, principalmente no varejo, será impactado negativamente por causa do

evento”, informou o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. Ele acredita, porém, “que o mercado reaja a partir do segundo semestre, o que reforça nossa projeção de estabilidade em relação ao volume de 2013.” Os licenciamentos de maio cresceram 4,1% ante abril, de 121.744 para 126.701 motos emplacadas. A média diária de vendas, no mês passado, ficou em 6.003 unidades, leve recuo de 0,88% ante as 6.087 unidades diárias vendidas em abril sobre maio de 2013, quando as vendas diárias foram de 6.200 veículos, o recuo foi de 2,69% segundo a Abraciclo.

Fábricas reduziram ritmo e lojas tiveram menor demanda

Transp Sul

Dispensas sobem em 2014 e já eliminaram 7,3 mil vagas, diz o sindicato A Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP), deve suspender até novembro o contrato de cerca de 1.200 funcionários que estavam em licença remunerada desde o final de maio, quando um dos turnos parou. A mesma realidade enfrenta a PSA Peugeot Citroën, que anunciou um plano de demissão voluntária para cerca de 650 funcionários em Porto Real (RJ); Volkswagen e General Motors também aderiram às dispensas temporárias em suas respectivas fábricas neste ano. O chamado layoff, ao lado de demissão

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Mantega afirma que o IPI sobre veículos vai subir em julho, mas alíquota não foi definida

EVARISTO SA/AFP/JC

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Quinta-feira, 12 de junho de 2014

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CEO da Foton Aumark do Brasil e Doutor em Economia.

Apresentador do Jornal da Globo e Mestre em Relações Internacionais.

Ginecologista, autor de 9 livros sobre mulher, saúde e comportamento.

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