Um pouquinho de Brasil
ESTÓRIAS E HISTÓRIAS Ficha técnica: Texto: Gustavo Ticiane Design: Gustavo Ticiane Fotos: Gustavo Ticiane e Divulgação 2007: Reportagem vice-campeã no 12º Prêmio Sangue Novo no Jornalismo Paranaense
Um pouquinho de Brasil
Foto: Gustavo Ticiane
DE OLHO NO FUTURO. Meninos da Portuguesa Londrinense em dia de jogo no Estรกdio Vitorino Gonรงalves Dias Muito Mais - 12 Especial de Outubro de 2006 4 Reportagem
ESTÓRIAS E HISTÓRIAS Retratos de uma nação que ainda tenta superar os chamados abismos sociais, o Mundo da Bola, no País da Bola, também apresenta seus personagens que sonham com um final feliz Texto e design: Gustavo Ticiane
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Filho, acorda que está na hora! É hora de ir ao seu treino!”, interrompe uma voz suave e sofrida aquilo que era apenas o doce sono de uma criança... Um jovem de pais desempregados, que mora na periferia. Que agradece a mãe por ter conseguido, subtraindo das últimas sobras da família, a passagem do transporte coletivo urbano para que ele não deixe de levar adiante um sonho... Sonho que a faz ter esperança em dias melhores, pelo menos para o filho... Dias esses que até parecem mais próximos, quando nota a dedicação e a simplicidade no olhar do jovem garoto... O sonho? Se tornar um jogador de futebol. Num horizonte de tão poucas alternativas, todas as fichas são investidas nesse objetivo, um dos poucos a propiciar a mobilidade social num país de tamanhas desigualdades. Certamente, essa estória é o retrato de muitos garotos espalhados pelo país da bola. Meninos que sonham com as honrarias do mundo do futebol. Sejam elas um bom carro, uma roupa de marca, um par de tênis bacana... Ou apenas a intenção de “dar uma vida melhor pra família”... Estória que se transforma na história do jovem Ismael Henrique Cardoso da Silva, de 13 anos, morador do Conjunto Avelino Vieira, zona oeste de Londrina.
Ismael é atacante. Como quem sai driblando o sono, as dificuldades e a tristeza pelos pais estarem sem emprego, toma dois ônibus por dia. Visa a meta do dia: se apresentar bem cedo, às 8 horas. Desloca-se então de sua casa até o Estádio Uaby Chaiben, popularmente chamado de Vila Santa Terezinha, sede da Associação Portuguesa Londrinense, equipe profissional que disputa a primeira divisão do futebol paranaense. Como bem define a comissão técnica da Lusinha, o mancebo é daqueles jogadores que têm como principal característica a finalização. Disciplinado, mas um atleta de muita personalidade. O seu preparador físico e das divisões de base da equipe, Carlos Alberto dos Santos, recorda-se de uma partida em que percebeu o potencial do jovem Ismael. “Era um jogo amistoso, se não me engano. Uma partida difícil. A gente perdia por 1 a 0 e resolveu colocá-lo no final da partida. Ele entrou praticamente para bater um pênalti. Infelizmente, ele errou”. “Mas ficamos admirados com a personalidade dele”, afirma. “Foi o único que assumiu a responsabilidade e se prontificou a cobrar a penalidade. Colocou a bola debaixo do braço e disse “deixa que eu bato””, lembra o ex-jogador de futebol e hoje treinador das categorias de base da Portuguesa de
Londrina, Joilton da Cunha Mendes. Aposentado no futebol e hoje com 39 anos, Joilton passou por diversos clubes brasileiros. Dentre eles, já vestiu a camisa do outro time profissional da cidade, o Londrina Esporte
Joilton também conheceu um lado amargo quando ainda jogava, na época em que precisou fazer biscates de pedreiro em Portugal Clube. Chegou a fazer boas campanhas, como quando o LEC foi duas vezes vice-campeão estadual em 1993/94. Mas também conheceu um lado amargo do desporto, na época em que precisou fazer biscates de pedreiro em Portugal para se manter naquele país e conseguir oportunidade no futebol. Agora na condição de treinador, valoriza muito o talento e o lado extra-campo desse aplicado garoto da zona oeste da cidade. “Ele é bastante dedicado e humilde, amigo de todos”. “Quando ele faltou nos treinos por um período, todo o pessoal perguntava por ele”, diz. Ismael cursa, com muito esforço da família, a 5ª série do ensino fundamental na escola do bairro onde mora. Ainda não sabe ao certo o que 12 de OutubroReportagem de 2006 - Muito Especial Mais 5
seria se não fosse o futebol. Meio reticente, fala que tentaria algo no esporte. Ele e a família vêm de São PauloSP. Mudaram-se pra Curitiba e há um ano vieram tentar a vida no norte do Paraná. Tempos difíceis, conta o garoto, aqueles de sua estada na capital paranaense. Época em que começou a correr atrás do seu intento no esporte bretão. “Cheguei a sofrer preconceito. Era chamado de preto”. “Pensei em registrar queixa na polícia... Pensei em parar com o futebol...” fala, sendo abraçado na seqüência pelo seu atual preparador físico. Mas as dificuldades não param por aí. A saúde e o destino por pouco não lhe pregam uma peça. Teve ainda que superar uma nada bem-vinda meningite. Já na periferia de Londrina, foi testemunha de roubos que aconteciam com a naturalidade garantida pelo “poder paralelo” do mundo do crime. Um um conhecido dele fora morto em emboscada. E até chegou a receber convite para integrar o mundo dos transgressores... Ainda bem que preferiu uma maneira mais “difícil” de tentar mudar de classe social... Ismael é apenas um
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PROFESSOR JOILTON. Em destaque acima e à direita ao lado do Preparador Físico Carlos e dos futuros craques da Portuguesa de Londrina
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exemplo da dificuldade que muitos jovens enfrentam para realizar o sonho de se tornar jogador de futebol profissional. A maioria advém, sem dúvida, das classes mais carentes da população. “99% dos que aqui chegam são das classes mais carentes”, revela Hélio Sussumo Obara, 53, um dos diretores do PSTC (Paraná Soccer Training Center), com sede também na cidade de Londrina, ao comentar dos atletas que são recrutados para o seu clube. Dificuldades e diferenças no aspecto econômico que também atingem as agremiações. Atualmente, das equipes principais que revelam jogadores na cidade, o PSTC é o mais bem instalado. Assim como toda uma estrutura para a prática do esporte, é oferecido aos atletas 2 alojamentos (1 permanente, para 70 pessoas, e outro para até 20 garotos, que constantemente fazem teste), refeitório com 80 lugares, lavanderia e rouparia, além de academia e sala de lazer. Esta, que concede acesso à Internet e espaço para os jovens fazerem pesquisas e tarefas de escola. Parcerias como a que tem com o Clube Atlético Paranaense, de Curitiba, auxiliam nas despesas mensais do PSTC, que chegam a 90 mil reais por mês. A infra-estrutura de 2 alqueires do clube supera, por exemplo, a do time mais tradicional da cidade: o Londrina. Nas palavras do Supervisor das categorias de base do Tubarão, Lívio de Oliveira, o LEC “oferece o mínimo possível para o atleta da base”. Hoje, a diretoria alvi-celeste disponibiliza em
28 jogadores das categorias de base do LEC são alojados nas dependências do VGD
Sai o gramado, entra a escola
Arquivo Jornal de Londrina
caráter provisório as dependências do Estádio Vitorino Gonçalves Dias (VGD) para as categorias de base. Um total de 28 jogadores é alojado nas instalações do estádio mais antigo da cidade. Também ex-jogador, com passagens pelo próprio Londrina, além de Santos e também Cruzeiro, Oliveira se mostra animado para o futuro. Isto porque as categorias menores voltaram a ser prioridade na administração, presidida por Peter Robson Silva. O atual dirigente, que já foi presidente da Futebol Brasil Associados (FBA), uma espécie de “clube dos 13” da Série B do Campeonato Brasileiro, na verdade firmou uma parceria com empresários que agenciam e revelam jogadores de futebol: o Grupo Massa. O tal parceiro tem o renomado apresentador de tevê
Ele foi promovido ao elenco de profissionais. É elogiado pelos companheiros de time e pela imprensa. É o xodó da torcida e tem praticamente como certa sua ida para um time grande na a próxima temporada... Quer mais? O atacante Alan quer. A revelação do Londrina pretende terminar os estudos e fala até em faculdade. No alto dos seus 17 anos, Alan, além da carga de treinos e jogos que cumpre pelo Londrina, também cursa o 2º ano do Ensino Médio. A dificuldade de conciliar o estudo e os compromissos como profissional do clube é grande. Até por isso, Alan teve um número elevado de faltas este ano. Ainda assim, ele se mostra confiante na aprovação e para concluir o Colegial ano que vem. Estímulos que vêm dos conselhos do pai e do avô. O jovem confessa que um dos
CRAQUE DOS CADERNOS. Atacante Alan: revelação dos gramados e sonhos acadêmicos
motivos responsáveis por fazê-lo abandonar o Guarani Futebol Clube, de Campinas, interior de São Paulo, (ex-clube dele) foi por intervenção do pai, que não gostava da idéia de o filho estar sem estudar. Hoje, sempre às 19 horas, Alan troca as chuteiras pelo lápis e caderno e freqüentas as aulas num colégio na região do estádio Vitorino Gonçalves Dias. O atacante revela uma paixão incondicional pelo futebol, como quando fala da sensação de fazer um gol: “A hora que a gente escuta eles (torcedores) gritando, dá uma coisa inexplicável”. Ainda assim, alega que não pretende ficar no “ramo” após se aposentar. Comentarista, por exemplo, nem pensar! Fala em trabalhar como administrador ou como profissional de Educação Física. (G.T.) Reportagem Especial 7
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OTIMISMO. Lívio de Oliveira está otimista quanto ao novo centro de treinamento do LEC. Novas instalações abrigarão atletas das categorias de base e até os do elenco profissional
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CT LIMOEIRO. Centro de treinamento do PSTC em Londrina
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Carlos Massa, o “Ratinho”, dentre os sócios. Essa união promete render ao Tubarão um Centro de Treinamento, que irá alojar não só atletas das categorias inferiores como também jogadores do elenco profissional. “Quando estiver pronto, irá abrigar cerca de 45 atletas só da base”, lembra Lívio. Já a Portuguesa Londrinense chega a alugar imóveis nas cercanias Estádio da Vila Santa Terezinha, que servem de alojamento. Conforme divulgado no site do clube, a capacidade chega a 100 pessoas. Estruturas que ainda ficam muito aquém da dos grandes clubes do país, para não citar as equipes internacionais. Num universo em que a procura por jovens talentos e a precoce saída deles para o exterior é até preocupante, isto graças principalmente a uma gama de empresários sedentos por um bom negócio a seus agenciados, os clubes começam a criar mecanismos para vincular esses verdadeiros “diamantes brutos” ao seu plantel. Um dos exemplos é o Santos Futebol Clube. O Peixe da baixada santista paga a quantia de R$ 10 mil por mês ao garoto Jean Carlos Chera, de apenas 11 anos de idade. Numa negociação um pouco conturbada, Jean trocou a ADAP (Associação Desportiva Atlética do Paraná), de Campo Mourão–PR, pelo time da Vila Belmiro. Mesmo com pouco mais de uma década de vida, Chera já tem firmado com o clube paulista um contrato que prevê, inclusive, reajustes salariais. Na realidade, os dirigentes pagam aos pais do menino,
além da supracitada quantia, outras regalias como a moradia da família do jogador em Santos. Tudo isso através de um “contrato de imagem”, forma de “driblar” a legislação atual, que impede contrato profissional a atletas menores de 16 anos. Outro que desperta inveja em meio a esses abismos sociais, que também se fazem presentes no mundo do futebol, é o São Paulo Futebol Clube. Um investimento de 10 milhões de reais fez surgir o Centro de Concentração e Treinamento (CCT), também conhecido como Centro de Formação de Atletas Laudo Natel, no município de Cotia, na grande São Paulo. Detalhe:
No PSTC, que não tem departamento de futebol profissional, cada atleta recebe auxílio financeiro que varia de R$ 40 a R$90 o empreendimento é apenas para categorias amadoras. Como se não bastasse a diferença estrutural, os “primos pobres” de Londrina ficam distantes da realidade quando o assunto é remuneração dos futuros craques. A maioria dos jogadores da base que debuta no elenco profissional recebe um salário mínimo. Àqueles que ainda não tiveram tal privilégio, recebem o que seria uma ajuda de custo. No PSTC, que não tem departamento de futebol profissional, estabeleceu-se esse auxílio financeiro, pago por mês a cada atleta, que varia de R$ 40 a R$ 90. Hélio lembra se tratar apenas de uma ajuda para regalia dos próprios garotos, já que os gastos com uniforme, alimentação, escola e alojamento são por conta do clube. Acrescenta que esses valores são pagos conforme o desempenho do jogador dentro de sua categoria. E ainda brinca: “Quando alguém quebra alguma coisa aqui dentro (do alojamento) e ninguém assume, todos os internos pagam. Um valor simbólico”. “Isso serve para que eles tenham responsabilidade e saibam conviver com os demais”, termina. Na Vila Santa Terezinha, as regras mudam um pouco. A Portuguesa, embora também ofereça ajuda de custo e alojamento gratuito para atletas da base, mantém aqueles que bancam a própria estada nas dependências da equipe. Muitas vezes, esses internos
Gustavo Ticiane
HOJE E AMANHÃ. Atletas das categorias de base da Portuguesa Londrinese em dia de gandula no VGD (esquerda). Abaixo, time profissional da Lusinha na Copa 100 anos Gustavo Ticiane
recebem ajuda de familiares e/ou empresários. A BRIGA PELO OURO O assédio dos empresários também é lembrado por Lívio, Joílton e Hélio. Este comenta que alguns familiares,
quase sempre aqueles residentes em cidades distantes, chegam a pedir para tirar o filho da equi-
A saudade e o compromisso A saudade e a distância são grandes. O compromisso e a determinação são maiores ainda. Davi Alexandre Fabrício, 15, e Bruno Roque de Souza, 17, são dois “forasteiros” que tentam a sorte no PSTC de Londrina. Ambos fazem coro e lembram a falta que faz o relacionamento com os familiares e com os amigos que ficaram na terra natal. Bruno é de Diadema, no vizinho Estado de São Paulo e está no norte do Paraná há quase 3 anos. Já Davi está há pouco mais de 1 ano e meio cerca de 3.400 quilômetros longe da casa dos pais, que ficaram em Fortaleza, no Ceará. “É ruim, mas quem quer vencer tem que enfrentar”, explica Bruno. “Dá saudade, dá tudo”, queixa-se Davi. Mas logo este repete o mesmo discurso do colega de clube e justifica a sua estada no sul do país: “Quem quer vencer tem que batalhar”. Os dois também não
abandonam os estudos e admitem ser uma “garantia” para caso o futebol não der certo, mas ainda não pensam em outra profissão senão o futebol. Futebol que além de sonho, talvez obsessão, trata-se de uma espécie de compromisso firmado conforme deixa claro Davi, quando perguntado da necessidade de superar a distância, bem como os demais obstáculos que o separam do sonho de seguir carreira no futebol, e as eventuais necessidades de sua família na capital cearense: Às vezes (saber de toda essa dificuldade) até estimula você a treinar mais... Porque sua família está passando necessidade lá... Não posso ir pra casa porque senão vai ser uma boca a mais pra eles alimentarem. Então vou ficar aqui e tentar lutar, tentar vencer na vida e tirar eles de lá...”. (G.T.) Reportagem Especial 9
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PROMOVIDO: Alan, junto com seus companheiros de time profissional do Londrina, observa o treinador Lio Evaristo. Atacante foi incorporado ao time principal este ano
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pe, solicitando que o jovem regresse à casa dos pais. A principal alegação é dificuldade financeira, em que supostamente seria necessária a volta do filho para ajudar na renda familiar. Hélio sempre refuta tais pretextos. Suscita ocasiões nas quais os próprios olheiros da instituição averiguaram. Na verdade, eram agenciadores incitando os pais a pedir a restituição do garoto. Queriam assumir os direitos comerciais e federativos do atleta. Discurso parecido tem o treinador dos meninos da Portuguesa Londrinense. Sem citar nomes, divulga que a mesma situação aconteceu na equipe rubroverde recentemente. Foi com uma das revelações da equipe, hoje no Paraná Clube. Era um garoto oriundo da periferia de Foz do Iguaçu, no oeste do estado. Integrado e instalado na Portuguesa, certo dia chega o pai do garoto de viagem, pedindo a liberação dos direitos do atleta. Depois de conversas esclarecedoras, Joílton descobrira que o pai fora contatado por um empresário da região de Londrina que fitava o jovem jogador. No Londrina, há o que seria por muitos apontada como principal revelação desde a época em que o atacante Élber (hoje no Cruzeiro de Belo Horizonte) deixou a equipe para defender o Milan da Itália em 1991. A promessa: Alan Douglas Borges de Carvalho, o Alan, de apenas 17 anos. É tida como certa sua transferência para outro time na temporada 2007. Especula-se que o Santos será o novo clube do jogador. Antes, até para sanar dificuldades financeiras, que só em ações trabalhistas giram na ordem de R$ 2 milhões, o Londrina Esporte Clube já vendeu parte dos direitos sobre o atacante ao Grupo Massa. Promovido ao plantel profissional do Tubarão neste ano, Alan explica que até o fim da Copa 100 anos (Torneio organizado pela Federação Paranaense de Futebol, que concede ao campeão uma vaga na Copa do Brasil de 2008 e, ao clube do interior mais bem colocado, uma vaga na Terceira Divisão do Brasileirão de 2007) permanece na cidade.
Mas não sabe sobre seu futuro para o ano que vem. A jovem revelação frisa preferir ficar afastado de tais discussões, e deixa o lado burocrático sob a batuta do pai. Cargo que Joílton tem ojeriza. Comenta que pais de vários jogadores solicitaram para que ele tomasse conta da carreira dos filhos. Prontamente, o treinador recusou todas as solicitações. Diz que se um dia, caso alguns dos seus “pupilos” obtiver sucesso, e “resolver” dar-lhe um “presente”, até aceitaria. E só! Não quer saber de ingressar no ramo de agenciamento de jogadores de futebol. PEDIDO ATENDIDO E o Ismael? Lembra-se dele? Pois bem, a família ainda passa por sérias dificuldades financeiras. Até por isso, ele havia faltado nos treinos, por não ter dinheiro pro ônibus... Ficava em casa, desocupado. Era preocupação para a mãe que temia as más influências da vizinhança. Lá, sentia saudades de todos da Lusinha, diz o garoto. Menos mal que, no caso dele, o futebol parece realmente brilhar como alternativa para o futuro. Melhor ainda: passa a ser determinante até mesmo no duelo contra o crime e contra a pobreza. No momento em que falava com nossa equipe de reportagem, Joílton recebeu a notícia: Ismael havia voltado depois de praticamente um mês de ausência... Entrevista momentaneamente interrompida, o jovem fora chamado para receber uma boa notícia enfim. Providencial para a situação de dificuldade que enfrentou e que perdura a enfrentar. Graças a uma ajuda de um anônimo, amigo de Joilton, conseguiu vale-transporte para os dias de treino e uma cesta básica por mês para levar pra casa. Surpreso com a notícia, o menino se põe atônito a dizer se tratar uma “ajuda de Deus” o incentivo que ali passava a receber. Talvez nem em suas mais enfáticas preces imaginasse receber “aquilo tudo” para fazer o que mais gosta: jogar futebol. Não por enquanto... Apoio que faz o dedicado Ismael de menino a agora “homem da casa”, responsável pelo sustento da família, pelo menos até uma melhor sorte de seus pais na procura por um emprego... Ironicamente, talvez valendo-se da fé, percebida nas constantes reverências que o jovem faz a uma força superior, o Deus dele parece ter sido “craque” ao fazer jus ao significado do hebraico nome Ismael: Deus ouve, Deus atende.
O pontapé inicial... Se você sonha com a carreira no futebol, saiba onde dar o primeiro passo. Confira as fichas dos clubes da região e alguns dos principais do Brasil. Agora, é só programar seu teste! LONDRINA
• Avenida Jorge Casoni, 1900, Vila Casoni - Londrina(PR). • Não há um cronograma de peneiras. Consultas podem ser feitas por telefone ou no site do clube. Também olheiros e escolinhas encaminham o atleta que faz uma semana de testes no VGD. • Informações: (0xx43) 3025-6703
PSTC
• Estrada do Limoeiro, s/nº, Gleba Limoeiro - Londrina (PR) • Peneiras podem ser agendadas diretamente com o clube, que também conta com olheiros e convênio com escolinhas de futebol. Geralmente, o teste dura uma semana. • Informações: (0xx43) 3336-7711
ATLÉTICO PARANAENSE
• CT do Caju - Estrada do Ganchinho, 1451, Curitiba (PR) • As peneiras ocorrem duas vezes por mês, uma para o infantil e outra para o juvenil. • Informações: (0xx41) 2105-5500
CORINTHIANS
PORTUGUESA LONDRINENSE
• Rua Louis Franciscone, 730, Jardim Castelo, Estádio da Vila Santa Terezinha - Londrina(PR). • Todas as segundas-feiras acontecem testes. O Clube orienta para que o atleta agende antes. • Informações: (0xx43) 9136-2604
CORITIBA
• Rua Ubaldino do Amaral, 37 - Curitiba (PR) • Durante o ano todo são feitas avaliações, sempre uma vez por semana • Informações: (0xx41) 3218-1909
PARANÁ
• Avenida Presidente Kennedy, 2377, Vila Guaíra, Curitiba (PR) • Testes duram uma semana e são realizados o ano todo. O agendamento é feito no primeiro dia útil de cada mês. R$ 200 pra quem precisar de alojamento e R$ 50,00 para os demais. • Informações: (0xx41) 3016-6950
SÃO PAULO
• Rua São Jorge, 777, São Paulo (SP) • Escolas conveniadas e avaliação anual para alunos e não-alunos ocorrem nos meses de agosto e setembro. • Informações: (0xx11) 6195-3000
• Avenida Dr. Odair Pacheco, 1700 , V. Mont Serrat - Cotia (SP) • Tem escolas conveniadas. As avaliações são feitas o ano todo. • Informações: (0xx11) 4614-2555
SANTOS
PALMEIRAS
VASCO DA GAMA
FLAMENGO
• Rua Princesa Isabel, 77, Vila Belmiro - Santos (SP) • Duas vezes por semana são realizados testes com pré agendamento. É cobrada uma taxa de 26 reais. • Informações: (0xx13) 3257-4048
• Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 37, Barra da Tijuca - Rio De janeiro (RJ) • As peneiras são realizadas em janeiro e julho. É necessário fazer agendamento. • Informações: (0xx21) 3418-2211
• Rua Turiassu, 1840, Pompéia, São Paulo (SP) • O clube realiza duas peneiras por ano: uma em dezembro e outra em janeiro • Informações: (0xx11) 3873-2111
• Estrada dos Bandeirantes, 25997, Vargem Grande (RJ) • Os teste são realizados durante todo o ano nas escolinhas conveniadas • Informações: (0xx21) 2106-7729
BOTAFOGO
FLUMINENSE
• Rua Xavier Curado, 1705, Marechal Hermes - Rio de Janeiro (RJ) • Toda a segunda e quarta-feira, com agendamento. • Informações: (0xx21) 2543-7272
• Avenida Pastor Manoel Avelino de Souza, 859 - Xerém (RJ) • Em todas as segundas-feiras são realizadas peneiras • Informações: (0xx21) 2679-4040
INTERNACIONAL
GRÊMIO
CRUZEIRO
ATLÉTICO MINEIRO
• Avenida Padre Cacique, 891 - Porto Alegre (RS) • Duas avaliações mensais. Agendamento deve ser feito por telefone. • Informações: (0xx51) 3230-4687
• Avenida Octacílio Negrão de Lima, 7100 Belo Horizonte (MG) • Entre os meses de março e novembro, toda semana é feita avaliação. • Informações: (0xx31) 3427-3800
• Largo Fernando Kroff, 1, Porto Alegre (RS) • Os atletas são selecionados durante quatro meses por ano, de março a junho.. • Informações: (0xx51) 3218-2815
• Rodovia MG 424, Km 21 - Vespasiano (MG) • Peneiras feitas três vezes por ano. Consultas devem ser feita por telefone. • Informações: (0xx31) 3629-2800
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