760 ยบN / 20 .LOV
GUSTAVO DE ARAUJO LICERRO
760 - 9102 NSSI
RUEGGER
027 DDC
Abrigo de Cรฃes e Gatos
Revista TFG - Arquitetura e Urbanismo (recurso eletrônico) / Núcleo Docente Estruturante de Arquitetura e Urbanismo. Universidade de Marília. - Vol. 2, nº 067 (nov/dez. 2019). - Marília: UNIMAR, 2019. TRIMESTRAL Endereço eletrônico: http://www.unimar.br/cursos/graduação/arquitetura/ ISSN 2019 - 067 versão eletrônica 1. Animal 2. Abrigo 3. Bem Estar CDD - 720
REVISTA TFG - ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE DE MARÍLIA - UNIMAR ARQUITETURA E URBANISMO
ISSN 2019 - 067 REVISTA TFG
VOL. 02
CDD 720 NOV 2019
UNIVERSIDADE DE MARÍLIA Reitor MÁRCIO MESQUITA SERVA Vice - Reitora REGINA LÚCIA OTTAIANO LOSASSO SERVA Pró - Reitora de Pós - Graduação FERNANDA MESQUITA SERVA Pró - Reitor de Administração MARCO ANTONIO TEIXEIRA Pró - Reitor de Graduação JOSÉ ROBERTO MARQUES DE CASTRO Pró - Reitora de Ação Comunitária FERNANDA MESQUITA SERVA Curso de Arquitetura e Urbanismo FERNANDO NETTO
UNIVERSIDADE DE MARÍLIA NDE - NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE
Ms. FERNANDO NETTO - Coordenador/ Arquiteto e Urbanista Dr. IRAJÁ GOUVEIA - Docente/ Arquiteto e Urbanista Ms. WALNYCE O. SCALISE - Docente/ Arquiteto e Urbanista Ms. SÔNIA C. BOCARDI MORAES - Docente/ Arquiteto e Urbanista Ms. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO - Docente/ Arquiteto e Urbanista
NÚCLEO INTEGRADO DE PESQUISA E EXTENSÃO - NIPEX Dra. WALKYRIA MARTINEZ HEINRICH FERRER - Coordenação
CPA - COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO
Dra. ANDRÉIA C. F. BARALDI LABEGALINI - Pesquisadora Institucional
COMISSÃO EDITORIAL - REVISTA TFG
Ms. FERNANDO NETTO - Coordenador/ Arquiteto e Urbanista Ms. WILTON F. CAMOLEZE AUGUSTO - Docente/ Arquiteto e Urbanista Ms. SÔNIA C. BOCARDI MORAES - Docente/ Arquiteto e Urbanista Dra. WALKYRIA MARTINEZ HEINRICH FERRER FERNANDO MARTINS - Jornalista / MTB 76.753
COORDENAÇÃO - ARQUITETURA E URBANISMO Ms. FERNANDO NETTO - Coordenador/ Arquiteto e Urbanista
MS. WILTON F. CAM
Docente do curso Urbanismo da Unive
GUSTAVO DE ARAUJO LICERRO Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Marilia
MS. FERNAN
Coordenador e Docente d Urbanismo da Unive
BANCA 01
MOLEZE AUGUSTO
o de Arquitetura e ersidade de Marilia
NDO NETTO
do curso de Arquitetura e ersidade de Marilia
BANCA 02
BANCA 03
SUMÁRIO 7
9
16
Resumo
Por que abrigo de animais ?
A evolução dos Abrigos
8
11 Conceituação
19 23
Legislação
Abstract
Os problemas do abandono
33
42
Análise do Terreno
Organograma/ Fluxograma
26
Estudo de Projetos
38
Programa de Necessidades
45 48
57
Partido Arquitetônico
Concluindo
Referências Bibliográficas
50
O Projeto
RESUMO
O presente trabalho aborda um tema bem conhecido no cotidiano atual que é o abandono de animais. A ideia de propor um abrigo para cães e gatos surge após alguns estudos preliminares sobre o tema e a conscientização que algo pode ser feito para auxiliar na luta contra o abandono e maus tratos aos animais. Após um estudo detalhado sobre o tema, foi escolhido dentre três terrenos, um que atende bem as necessidades do abrigo, para que ao decorrer do projeto possa ser desenvolvido algo pensado no bem-estar e proteção aos animais, porém que também não atrapalha e perturbe a vizinhança do seu entorno, já que o terreno escolhido fica locado na área industrial da cidade, tendo assim apenas pequenas e grandes empresas ao seu redor. O trabalho vem em benefício da cidade em forma de mais organização aos bairros e demais localidades e também em uma melhor funcionalidade nos trânsitos e doenças transmissíveis. Um dos principais pontos do projeto é o conforto oferecido ao animal que será resgatado, dando um amplo espaço para que ele consiga se readaptar e superar traumas do abandono sofrido por tal. Existe também uma parte de triagem que atende algumas necessidades básicas de primeiros socorros, para que o animal tenha um lugar onde se amparar e se preciso ser encaminhado para algum hospital veterinário especializado.
Palavras Chave: Animal, Abrigo, Bem-Estar.
7
ABSTRACT
The present work addresses a well-known theme in the daily routine of animal abandonment. The idea of proposing a shelter for dogs and cats comes after some preliminary studies on the subject and the awareness that something can be done to help fight against abandonment and mistreatment of animals. After a detailed study on the subject, it was chosen from three plots, one that meets the shelter needs well, so that during the project can be developed something thought about welfare and protection of animals, but also does not disturb and disturb the surrounding neighborhood, as the chosen land is located in the industrial area of the city, thus having only small and large companies around it. The work comes to the benefit of the city in the form of more organization to neighborhoods and other localities and also a better functionality in traffic and communicable diseases. One of the main points of the project is the comfort offered to the animal that will be rescued, giving ample space for him to be able to readjust and overcome trauma of abandonment suffered by such. There is also a screening part that meets some basic first aid needs so that the animal has a place to support and if it needs to be referred to a specialized veterinary hospital.
Keywords: Animal, Shelter, Welfare.
8
POR QUE ABRIGO DE ANIMAIS?
9
A discussão sobre o tema escolhido começou primeiramente pelo carinho e afeto por animais, mais precisamente cães e gatos, em seguida pela situação precária em que muitos se encontram sem condições alguma de vida e por último pela vontade de fazer algo que possa mudar essa situação. O presente trabalho consiste uma pesquisa intensa e detalhada sobre o tema Abandono de Animais e suas conseqüências no cotidiano atual, trazendo dentre ela artigos, pesquisas cientificas e causos relacionados ao assunto que cresce tanto no Brasil. Em seguida, foi desenvolvido a pesquisa, foi desenvolvido um projeto arquitetônico com o pensamento social tanto para a população quanto para os animais, pois em uma região tão precária de tal ambiente, trazer algo relacionado a tal assunto só tende a melhorar a situação em si e fazer com que ainda mais pessoas abram os olhos pra situação alarmante. O projeto é separado em "5 blocos", sendo eles: Recepção, onde todos os novos visitantes são atendidos e assim encaminhados para os demais. Administração, que é onde todas as partes burocráticas da adoção são resolvidas. Serviços, onde os funcionários do abrigo tem as ferramentas necessárias para que tudo ocorra bem com a limpeza e as necessidades básicas dos animais, tendo também o deposito de serviço que é onde fica armazenada toda a ração adquirida pelo abrigo. Triagem, é o local onde os animais vão para se tratar de doenças ou até mesmo para realizar exames padrões e terem banho e tosa. Convívio, é onde os animais ficam alocados no abrigo, tendo baias individualizadas para cada animal e separados por blocos de cães e gatos, conta também com uma ampla área de convívio para que possa ter uma interação entre os animais.
10
CONCEITUAÇÃO
11
Os animais são seres vivos, ou seja: nascem, crescem, morrem e possuem capacidade de reprodução. Cada espécie possui suas características próprias, como cor, tamanho, tipo de alimentação, ambiente em que vive, dentre outros aspectos. (BARROS, 2019) O tipo mais comum de se ter em residência são os animais domésticos, que por sua vez “[...] São aqueles que não vivem mais em ambientes naturais e tiveram seu comportamento alterado pelo convívio com o homem.” (IBAMA, acesso em 2019). Como, por exemplo, o cachorro, que é um animal doméstico e necessita do homem para alimentá-lo, dar abrigo e condições mínimas de vida.
ABANDONO O Abandono é uma das piores formas de agressão a um animal, podendo ser enquadrado como crime de maus-tratos, passível de detenção de 12 meses e multa, e a pena pode ser aumentada em caso de morte do animal, previsto na Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais). Animais que freqüentemente recebem cuidados dos humanos não estão preparados para viver nas ruas, tendo dificuldades para se alimentar e residir em situações de frio, chuva e etc.
12
UM POUCO SOBRE ABRIGO E A SUA IMPORTANCIA O abrigo de animais é uma adaptação do abrigo habitual (de pessoas) para receber animais domésticos abandonados, em sua maioria cães e gatos. O intuito, assim como o abrigo de pessoas, é recolher da rua aqueles animais que não tem uma condição mínima de vida e servir como uma moradia temporária, até que se recupere de doenças físicas e psicológicas e possa ser adotado por uma nova família. (ASSIS, 2019) Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), só no Brasil existem mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo 10 milhões de gatos e os outros 20 milhões de cães. A castração vem como uma medida necessária para que esse número não cresça ainda mais, preservando a saúde do animal. (WÜRFEL, 2017) Já a vacinação, é a prevenção que o animal doméstico tanto abandonado quanto resgatado tem contra doenças, estas que são transmissíveis para outros animais e até mesmo para o homem. (WÜRFEL, 2017) Pelo fato do livre acesso as ruas, o animal abandonado pode causar diversos problemas no transito, como, por exemplo, atropelamento, acidentes entre um ou mais carros e etc. Podendo trazer danos tanto ao condutor quanto ao animal. (PARRA; BATTANNI, 2017)
13
Ao ser abandonado e viver em um ambiente muitas vezes precรกrio e hostil, o animal pode adquirir hรกbitos agressivos, causados por transtornos psicolรณgicos, descontando assim esse medo em forma da agressรฃo as pessoas. (PARRA; BATTANNI, 2017)
14
ZOONOSES São infecções e doenças comuns ao homem e aos animais. “[...] As zoonoses podem ser transmitidas ao homem ou aos animais através do contato direto ou indireto com animais ou pessoas contaminadas.” (WÜRFEL, 2017) O perigo para a saúde publica se torna significativo pelos diversos modos de transmissão das zoonoses, podendo ser por contato com secreções ou contato físico com os animais.
“A transmissão pode ocorrer de forma direta, principalmente através do contato com secreções (saliva, sangue, urina, fezes) ou contato físico. De forma indireta, pode acontecer por meio de vetores como mosquitos e pulgas, por contato indireto com secreções, pelo consumo de alimento contaminado com o agente (viral, bacteriano, fúngico ou parasitário), entre outras.” (WÜRFEL, 2017).
15
A EVOLUÇÃO DOS ABRIGOS
16
De uma forma geral, a evolução na história da proteção aos animais deu início no ano de 1893, quando um homem chamado Henri Ruegger, não contente com a situação dos animais decidiu tomar uma atitude. “Henri Ruegger resolveu denunciar os maus tratos que um cavalo estava sendo submetido em plena região central de São Paulo, mas então descobriu e indignou-se com o fato de no Brasil não existir até então nenhuma entidade dedicada à proteção dos animais.” (NASCIMENTO, 2015) Naquela época, animais abandonados encontrados na rua eram mortos no mesmo local pelos agentes da prefeitura com a injeção de veneno aplicada, causando a revolta de algumas pessoas e influenciando no inicio da causa animal. (NASCIMENTO, 2015)
Com o passar do tempo, a causa da proteção animal foi ganhando força e evoluindo, tanto que “[...] Dois anos mais tarde, um grupo de damas e cavalheiros da sociedade paulistana uniram-se para a criação daquela que hoje é a mais antiga associação civil do Brasil: A UIPA.’’ (NASCIMENTO, 2015).
17
O “abrigo” que na época se chamava depósito de animais teve seu inicio apenas no século 19, com a União Internacional Protetora dos Animais, que desde então vem tomando frente na causa da proteção dos animais abandonados. (NASCIMENTO, 2015) “Ainda no século 19 a UIPA conseguiu uma importante vitória de defesa animal junto à prefeitura que foi a criação de depósitos para animais apreendidos (não se falava abrigo ainda) e também a decisão de passar a enviar os “cães vagabundos”, como eram chamados os cães de rua, para os novos depósitos que seriam geridos pela entidade, ao invés dos animais serem mortos envenenados.” (NASCIMENTO, 2015). Atualmente, existem um tanto considerável de abrigos à mais que nos anos anteriores, porém o problema maior não é a criação de um novo abrigo e sim a manutenção dele, muitos são obrigados a fechar por não conseguirem se manter devido as contas do local, a falta de incentivo e doações chega a ser um problema maior que a própria criação do abrigo. (ALVARENGA, 2019)
18
OS PROBLEMAS DO ABANDONO
19
Os animais, de uma forma geral, devem ter uma condição mínima de vida pelo que representa e não por sua determinada raça. A realidade dos animais nas ruas promove prejuízos não só para eles, mas também para saúde publica em geral por conta das zoonoses como, por exemplo, raiva, leptospirose, sarna, leishmaniose e etc. (PARRA; BATTANNI, 2017) A situação é tão agravadora que até mesmo quem não possui contato direto com eles podem contrair doenças por simplesmente andar nos mesmos locais que os animais. (PARRA; BATTANNI, 2017) O cuidado adequado com os animais é uma questão ética cada vez mais discutida e importante na nossa sociedade devido à aproximação do homem com esses seres. (GARCIA, 2016) O problema do abandono vem pelo fato que de no Brasil não existe nenhuma lei efetiva que defenda esses animais mal tratados. O único fator que por enquanto pode fazer com que isso mude é a consciência da população, para que adotem ou comprem um animal apenas se tiver condições de manter o próprio, e não abandoná-lo pouco tempo depois piorando ainda mais a situação nas cidades. (FERIGOLI, 2019)
20
“[...] Nas grandes cidades do país, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados.” (FERIGOLI, 2019) A situação das cidades no interior não é muito diferente da capital, trazendo uma proporção bem parecida às que se encontram na cidade grande. Segundo estudos de Tiago Ferigoli: ““No interior, esse número não chega a ser muito diferente, em Araçatuba por exemplo, são mais de 35 mil animais, destes 2,6 mil estão abandonados. A cidade de Marília conta com mais de 60 mil animais e a estimativa é de quase três mil em situação de abandono.” (FERIGOLI, 2019) O principal objetivo / meta a ser alcançado com o abrigo, é fazer com que toda essa situação precária mostrada em dados e pesquisas sejam diminuídas consideravelmente. Dessa maneira sera possível abrir os olhos olhos de novos investidores para que não se torne novamente em um assunto sem relevância nenhuma, quando na verdade tem uma grande importância e impacto na cidade.
21
O ABANDONO SEGUNDO ONG'S “[...] De acordo com ONGs e protetores de animais, a ajuda com rações e medicamentos para manter os animais resgatado diminuiu e para evitar custos, menos pessoas têm adotado um cachorro ou gato.” (MOTTA, 2016) Devido à “crise” que afetou o país durante um tempo, o normal das pessoas sem muita condição financeira é cortar os gastos extras, os animais domésticos entram nessa onda pelo fato de ter um cuidado especial e um gasto extra no orçamento das famílias, que por sua vez optam por não ter o animal ou até mesmo aqueles que contribuíam em ONGs e causas de proteção animais deixar de ajudar as instituições. “A Associação Bicho Brasil (ABB) de São José dos Campos é uma das entidades que encontra dificuldade financeira por causa da crise. Eles cuidam de 30 animais e para o grupo, o que mais afetou foram os padrinhos dos animais deixarem de colaborar com doação de ração e remédios.” (MOTTA, 2016) “A Organização para Proteção de Animais de Rua (Opar), que cuida de 170 cães e gatos, acredita que a crise fez com que menos pessoas adotassem animais para evitar novos custos. Com isso, cada vez mais fica difícil recolher os animais das ruas.” (MOTTA, 2016)
22
LEGISLAÇÃO
23
O projeto em questão segue as normas vigentes na NBR9050, como por exemplo, as normas de rota acessível, acesso em geral, sinalização de vaga reservada, rampas, circulação interna, acessos internos, circulação externa, dimensões acessíveis e demais pontos introduzidos na lei. Retirando informações vigentes na Lei Ordinária 3360 de 1999 de Garça SP, presente no Codigo de Obras da cidade que institui o código de obras e edificações do município, temos as seguintes informações: “Art. 287. Os hospitais, clínicas e consultórios veterinários, bem como os estabelecimentos de pensão e adestramento, destinados ao atendimento de animais domésticos de pequeno porte, serão permitidos dentro do perímetro urbano, em local autorizado pela autoridade municipal e desde que satisfeitas as exigências deste Regulamento e de suas Normas Técnicas Especiais.” (GARÇA, 2017, p. 48) Seguindo assim o codigo de obras da cidade de Garça, determina que é obrigatório: I - a existência, nos aparelhos sanitários, de dispositivos de lavagem, contínua ou intermitente; II - a instalação de dispositivos de captação de água no piso dos compartimentos sanitários e nas copas, cozinhas e lavanderias; III - área útil de 2,00 m² no compartimento sanitário.
24
Retirando informações vigentes na Lei Ordinária 2455 de 2015 de São Paulo que institui o conselho regional de medicina veterinária do estado, temos as seguintes informações: O Art. 1º do CRMVSP (Lei n.2.455, de 28 de julho de 2015) “Canis e gatis devem ter área coberta; protegida de intempéries; com revestimento de parede de material lavável e passível de higienização e desinfecção.” (SÃO PAULO, 2015, p. 03). O Art. 1º do CRMVSP (Lei n.2.455, de 28 de julho de 2015) “O piso deve ser de material antiderrapante, que proporcione segurança e conforto ao animal, de fácil higienização e resistente aos processos de limpeza e desinfecção.” (SÃO PAULO, 2015, p. 03). O Art. 1º do CRMVSP (Lein.2.455, de 28 de julho de 2015) “Deve ser prevista área de recreação, bem como enriquecimento ambiental nos alojamentos dos cães e gatos, com o propósito de entretê-los e possibilitar a expressão de seus comportamentos naturais, como por exemplo, mordedores, brinquedos, esconderijos, quebracabeça alimentar, entre outros; a metragem das mesmas pode ser adicionada àquelas designadas ao solário para perfazer o total exigido.” (SÃO PAULO, 2015, p. 03).
25
ESTUDO DE PROJETOS
26
CLÍNICA VETERINÁRIA MASANS A Clinica Masans foi projetada pelo arquiteto Domenig Archtekten na Suiça, é uma obra que tem como área total 1145m² e foi construida no ano de 2014. (ARCHDAILY, 2015) O espaço deixado para cada ambiente se encaixa muito bem no projeto, deixando bem distribuído. Apenas o modelo das salas sem um padrão fixo que vem como um ponto negativo trás uma sensação de bagunça nessa pequena parte do projeto, porém, mesmo com essa “bagunça“, ainda sim os espaços são bem subdivididos. (ARCHDAILY, 2015) Um dos pontos que mais chama a atenção na clinica Masans é o formato da sua implantação, o estilo de desenho sem padrões fixos e com boas soluções para ambos os ambientes. (ARCHDAILY, 2015) O interior com sua leveza nas cores trazem um ambiente tranqüilo e amigável, tanto nas portas brancas, como nas paredes de concreto cinza claro e principalmente na delicadeza dos moveis presentes, como exemplo na imagem o hall de informação e os acessos aos corredores. (ARCHDAILY, 2015)
27
A fachada do edifício chama a atenção por manter o mesmo padrão proposta na parte interna, trazendo assim uma harmonia maior ao projeto por completo, o que se repete também no seu entorno, mostrando que teve todo um estudo preliminar antes de realizar o projeto. (ARCHDAILY, 2015)
28
CLÍNICA VETERINÁRIA ALCABIDECHE-VET A Clinica Alcabideche foi projetada pelo escritório João Tiago Aguiar Arquitectos em Portugal, é uma obra que tem como área total 300m² e foi construida no ano de 2009. (ARCHDAILY, 2016) Diferente do projeto proposto no artigo, a clínica alcabideche é um espaço somente para cuidados médicos aos animais, sua planta chama atenção pela organização visual proposta, com espaços padrões para os ambientes e uma boa divisão de salas. (ARCHDAILY, 2016) A implantação da clínica é uma mescla de espaço mal aproveitado, porém com um projeto bem feito, tirando a parte que esta locado o projeto e o seu estacionamento, temos um grande espaço sem utilização alguma que poderia ter sido usado para aprimorar ainda mais o projeto. (ARCHDAILY, 2016) O estacionamento proposto foi locado em um lugar muito bem pensado, frontal a fachada da clínica, deixando assim que os clientes estacionem e já se sintam dentro dela. (ARCHDAILY, 2016) Os acessos principais ficam claros na implantação, mesmo não mostrando exatamente já demonstra clareza por onde entra e onde sai. (ARCHDAILY, 2016)
29
A fachada da clínica é o seu diferencial, com um estilo simples, porém muito chamativo, se tornando em um bom ambiente visual. (ARCHDAILY, 2016) As duas grandes imagens dos animais no meio da fachada foi muito bem pensado, pois chama atenção de longe e acaba virando um local de fácil localização. (ARCHDAILY, 2016) O seu estacionamento frontal fica evidente na imagem da fachada, e logo a esquerda a passagem de acesso principal, deixando o ambiente simples e mostrando que realmente foi muito bem pensado sobre a parte externa.. (ARCHDAILY, 2016)
30
HOSPITAL VETERINÁRIO CANIS MALLORCA O Hospital Veterinário Canis Mallorca foi projetada pelo Estudio E. Torres Pujol na Espanha, é uma obra que tem como área total 1538m² e foi construida no ano de 2014. (ARCHDAILY, 2015) O principal acesso, fica abaixo de uma marquise, é formado por uma parede de vidro que ocupa toda a longitude da fachada, tendo como a única abertura o acesso. Tendo assim uma grande entrade de luz pela recepção. (ARCHDAILY, 2015)
31
Um dos maiores desafios projetual foi aproveitar a luz natural para os ambientes cirúrgicos. Foram colocadas clarabóias direcionadas para Norte, que facilitam a luz difusa entrando sem interferências, nem incômodos. As fachadas foram revestidas no térreo, deixando no edifício uma lâmina com textura e brilho diferenciados e que ajuda na manutenção diária derivada de seu uso. (ARCHDAILY, 2015) O branco vem como a cor principal em todo prédio, parte interna e externa, esse método monocromático traz uma sensação de limpeza característica de hospitais e uma leveza visual considerável. (ARCHDAILY, 2015) As instalações projetadas da área serviço foram feitas de um jeito a dar prioridade a eficiência da energia e aparentes, o que cumpre com os principais requisitos: fazer os serviços de reparo e manutenção de um jeito limpo, cômodo e fácil e conseguir melhorar ou aumentar todas as instalações que já existem. (ARCHDAILY, 2015)
32
ANÁLISE DO TERRENO
33
TERRENOS ALTERNATIVOS O primeiro terreno, com uma área de 1.947,97m², agrada pelo tamanho propicio para a locação do abrigo, porém o principal ponto de descarte foi por ele estar localizado em uma avenida, trazendo um movimento perturbador ao ambiente.
O segundo terreno, com uma área de 4.958,75m², chama atenção também por sua enorme área disponível, maior até mesmo que o terreno escolhido, porém a localização distante da cidade dificulta a ida de doadores e cargas/descargas, motivos que pesaram no descarte do autor.
34
TERRENO ESCOLHIDO O terreno possui área total de 2.595,54 m², localizado no bairro Lucio de Oliveira Lima Sobrinho, Distrito Industrial, entre as ruas Alvino de Oliveira (Direita), Av. Vereador Anézio Telles (Baixo) e Ignês Vizzoto Gaion (Esquerda). Como previsto na lei de zoneamento da cidade, o local teria que ser destinado também a uma indústria, porém para fins acadêmicos, irá receber um abrigo de animais.
O terreno escolhido se encontra no distrito industrial da cidade, portanto tem ao seu redor apenas pequenas e grandes indústrias, este sendo um ponto que pesou na escolha de tal, pois ao ser locado um abrigo de animais no local, conseqüentemente poderá ter barulhos mais altos que para um bairro residencial poderia causar problemas futuros.
35
O local é uma área tranqüila em relação a transito de veículos, pois a Rua Alvino de Oliveira (rua do lote) se encontra ao lado da Av Dr. Labieno da Costa Machado, que é a avenida principal de entrada e saída da cidade. Portanto o terreno tem uma fácil localização e um tranqüilo entorno ao seu redor, ambiente ótimo para a instalação do abrigo.
36
O terreno em si é dividido em duas partes, denominadas como Área 1 e Área 2 a área utilizada para a locação do projeto será apenas a numero 2, que com sua área de 2.595,54 m² já consegue suprir todas as necessidades de um abrigo de animais.
37
PROGRAMA DE NECESSIDADES
38
O programa de necessidades foi desenvolvido após estudos detalhados de tudo que precisar conter em um abrigo de animais, não deixando faltar ambientes básicos e essenciais, prezando sempre o bem estar dos animais e dos funcionários. O projeto foi pré dimensionado de acordo com os conhecimentos do autor adquiridos nos anos de faculdade e também pós algumas pesquisas para reconhecimento.
39
40
41
ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA
42
O organograma e fluxograma foram pensados e executados visando um melhor aproveitamento de espaço no geral. Pode-se ver que na tabela abaixo, foram colocado as separações dos setores no terreno real do projeto, tirado do mapa da cidade, elas estão de acordo com o pré dimensionamento feito no tópico anterior, com a metragem quadrada e distribuindo pela área total.
LEGENDA DAS CORES: Recepção Administração Serviços Triagem Convívio
43
O fluxograma foi desenvolvido pensando na melhor locomoção do visitante ou funcionårio no abrigo, dando acessos de um ambiente ao outro sem que se tenha que passar no meio deles e sim por acessos isolados e diretos.
44
PARTIDO ARQUITETÔNICO
45
A ideia principal do projeto surgiu por uma junção de fatores, tanto pelo pensamento social na parte de cuidar dos animais quanto no espaço presente para que o projeto possa ser desenvolvido, tendo uma ampla área disponível e podendo trabalhar com diferentes estilos arquitetônicos juntos. Uma das maiores inspirações para a realização do projeto foi do arquiteto minimalista Ludwig Mies van der Rohe, um dos principais nomes da arquitetura no século XX. O jeito em que eram trabalhadas as formas geométricas por ele é algo fascinante, dando o valor necessário a natureza que se encontrava ao redor, fazendo grandes fachadas para que a relação interno-externa seja concretizada. O tipo de intervenção para o presente projeto é uma construção do zero de um abrigo de animais, mais especificamente cães e gatos, tendo um lugar para se realizar primeiros socorros, pequenas cirurgias, banho e tosa e o convívio de tais, sendo separados por baias e solários para os cães e gatis e solários para os gatos e dando um conforto adequado aos animais que lá vivem. Além da parte voltada aos animais, também tem as partes administrativas, que entram salas de reuniões, sala da direção do abrigo e etc. E por fim a parte de serviços, para que os funcionários presentes tenham um ambiente digno de trabalho e para que tenha onde armazenar mantimentos e equipamentos.
46
O plano projetual do abrigo é dar o conforto necessário tanto para os animais la abrigados quanto para os funcionários que trabalham no local ou visitantes. A intenção é de elaborar o projeto com materiais que se destacam no plano original, fazendo linhas mais retas e simples e utilizando uma boa parte de madeira, concreto aparente em alguns pontos e a separação do ambiente social ao ambiente dos animais, dando ênfases em ambos os pontos. O destaque na sustentabilidade, assim como dito anteriormente vem no conjunto obra natureza, a idéia é de usar grandes partes do projeto para área verde e fazer assim um ambiente mais “limpo” e natural para se visitar. A intervenção do projeto foi de principalmente destoar do seu entorno, pois um espaço que vai receber uma grande quantidade de animais de rua, não se pode ter ambientes residenciais próximos para que sejam evitados futuros transtornos.
47
CONCLUINDO
48
Mediante ao trabalho apresentado, foram dispostas as metodologias utilizadas nos primórdios da causa voltada aos animais, mostrando toda a evolução que com o tempo e muito esforço foi-se estabelecendo em nosso país e também que esse assunto não pode se tornar algo de importância secundaria no nosso cotidiano, tendo em vista todos os malefícios que pode causar não só nos animais como também nas pessoas. Mesmo com a evolução constante das pessoas para com a causa animal, hoje em dia ainda nos encontramos em um estado muito decadente em relações a abrigos e ONG's que cuidam dos mesmos, tendo assim uma grande quantidade de animais abandonados, sem abrigo e sem ter alimentação adequada. Devido a todos os fatos apresentados, a ideia de projetar um abrigo de cães e gatos vem em forma de um auxilio social e também um pequeno passo para que a causa ganhe mais força e desponte diante de grandes investidores. A relação Projeto / Natureza, tão utilizado no projeto é uma forma de socializar os visitantes, mostrando que o animal pode sim conviver na natureza, porém que tenha ao menos as condições minimas para o seu bem-estar. Conclui-se então, que o Abrigo em si tem um papel muito importante na sociedade, tanto na questão ética e social, quanto no próprio bem-estar de ambas as partes, os animais não são inimigos da sociedade, eles são uma peça fundamental para o nosso desenvolvimento como ser humano, portante ame, cuide e não maltrate!
49
O PROJETO
50
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, Poliana. G1. Abrigo cuida de mais de 100 animais e passa por dificuldades em Vila Velha, ES. Disponível em: < https://glo.bo/31S5P6w >. Acesso em: 28 out. 2019. ARCHDAILY. Clássicos da arquitetura: casa farnsworth / mies van der rohe. Disponível em: <https://bit.ly/2HNk3it>. Acesso em: 29 mai. 2019. ARCHDAILY. Clínica Veterinária Alcabideche-Vet / João Tiago Aguiar Arquitectos. Disponível em: <https://bit.ly/3249VsE>. Acesso em: 08 abr. 2019. ARCHDAILY. Clínica Veterinária Masans / Domenig Architekten. Disponível em: < https://bit.ly/2zt0J53 >. Acesso em: 09 abr. 2019. ARCHDAILY. Hospital Veterinário Canis mallorca / estudi E. Torres Pujol. Disponível em: < https://bit.ly/2D80azE >. Acesso em: 09 abr. 2019. ASSIS, Luiza Cervenka de. EMAIS. Como ajudar animais de rua?. Disponível em: < https://bit.ly/2L0Z2lS>. Acesso em: 01 mai. 2019.
57
BARROS, Jussara De. SAUDE ANIMAL. O que são os animais? Uma explicação pedagógica para todas as idades!. Disponível em: < https://bit.ly/2Zs6b2I>. Acesso em: 15 mar. 2019.
GARCIA, Juliana Cestaro. ISSUU. Acolhimento e bem-estar animal. Disponível em: < https://bit.ly/2Hol6Vp >. Acesso em: 15 mar. 2019. GARÇA. Código de obras e edificações de GarçaSP. Disponível em: < https://bit.ly/30Cn10c >. Acesso em: 28 mar. 2019. FERIGOLI, Tiago. VIRA LATAS. O número de cães abandonados está aumentando. Disponível em: <https://bit.ly/2NAgL5d>. Acesso em: 13 mai. 2019. MOTTA, Camilla. G1. Ongs e protetores de animais sentem efeitos da crise em São José,SP. Disponível em: < https://glo.bo/2HtxOlK >. Acesso em: 05 abr. 2019. NASCIMENTO, Douglas. SÃO PAULO ANTIGA. Uipa e a história da proteção animal em são Paulo. Disponível em: < https://bit.ly/2zqvPtX>. Acesso em: 26 mar. 2019.
NBR - 9050. NORMA BRASILEIRA. ABNT NBR. Disponível em: < http://www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_ministerio/p ublicacoes/downloads_publicacoes/NBR9050.pdf>. Acesso em: 29 out. 2019. PARRA, Bianca Suniga; BATTAINI, Brunna Camargo. AMIGOS DA NATUREZA. Abrigo municipal para cães e gatos em situação de rua. Disponível em:< https://bit.ly/2PgYLiX >. Acesso em: 15 mar. 2019. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL. Conselho regional de medicina veterinária estado de são Paulo. Disponível em: < https://bit.ly/2KXC92K >. Acesso em: 28 mar. 2019. VIVADECORA. Arquitetura minimalista: o estilo que revolucionou a arte e se tornou uma tendência mundial. Disponível em: < https://bit.ly/2stakW7>. Acesso em: 29 mai. 2019. WÜRFEL, Simone De Fátima Rauber. PORTAL EDUCAÇÃO. O que são zoonoses. Disponível em: <https://bit.ly/329FYYs>. Acesso em: 15 mar. 2019.
58