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ANO 1 – Nº 2 – JULHO/AGOSTO/SETEMBRO de 2012 – ASSOCIAÇÃO NORTE CATARINENSE
superação
Uma virtude essencial na vida cristã
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índice
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w w w. u s b. o r g . b r / a n c ANO 1 - Nº 2 – Julho/Agosto/Setembro de 2012
ASSOCIAÇÃO NORTE CATARINENSE Presidente - Ezequias Guimarães Secretário/Missão Global - Apolo Abrascio Tesoureiro/Patrimônio – Everson Braga Evangelismo/MIPES/ASA - Luiz Damasceno Mordomia/Saúde/Testamentos e Legados
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- Josiel Unglaub Jovens/Desbravadores/Mùsica/Comunicação - Lélis Silva Educação/Liberdade Religiosa - Ireny Ricken Ministério da Criança/Adolescente - Débora Abrascio Ministério da Mulher/AFAM - Risomara Guimarães Publicações/Literatura Denominacional - Dyotagnan Maia Endereço – Rua Joaçaba, 355, bairro Saguaçu. CEP: 89.221-340 - Joinville – Santa Catarina Telefone – 47 3032-4040 EXPEDIENTE Jornalista responsável, redação e edição
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– Gustavo Cidral Revisão – Jouber Castro
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Diagramação – LG Design Tiragem – 4.700 Impressão - Impressul Indústria Gráfica Ltda Distribuição gratuita
Entrevista Douglas Reis, coautor do estudo bíblico “O Resgate da Verdade”, fala sobre o desafio de evangelizar um mundo cada vez mais secularizado
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Reportagem Conheça a história de dona Maria, uma senhora de 71 anos que não pode caminhar, mas é um exemplo de instrutora bíblica
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Notícias Entrega do livro missionário envolveu todos os setores da Igreja Curta a nossa página no Facebook: www.facebook.com/ANC.IASD
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Notícias
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Além da sede, igrejas de Apiúna, Ascurra, Carijós e Rodeio têm novos conversos
Envie sugestões de pautas, notícias, fotos e observações para
gustavo.cidral@adventistas.org.br
palavra do presidente
O Evangelho Eterno e Rápido “Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá: se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.” Hab.2:3 Pr. Ezequias Guimarães Nasci na Igreja, e levo em minha mente recordações que gostaria que me acompanhassem por toda eternidade, lembranças de uma Igreja pequena do interior, humilde e participativa, de sábados inesquecíveis, liga MV e sociais marcantes, de grandes mensagens sobre a volta de Jesus e do famoso e extremamente útil projetor de slides. Este equipamento representou uma época de muitas dificuldades: o Evangelho avançava graças à intervenção de Deus e à boa vontade de nossos irmãos em aproveitar tudo que tinham às mãos. Não havia a tecnologia à nossa disposição, mas havia um compromisso muito grande em levar adiante o ide de Cristo. O tempo passou, a modernidade chegou, a tecnologia avançou e a disposição diminuiu. Temos quase tudo a nosso alcance: internet, rádio, televisão, vídeos projetores, computadores, ante-
nas que possibilitam recebermos sinais em tempo real, bíblias, materiais, grandes projetos, mais pastores, facilidade de locomoção e um maior número de membros e Igrejas, mas nem por isso estamos avançando como deveríamos. Faltam os instrumentos de Deus para usar aquilo que a modernidade nos oferece e que, com toda segurança, possibilitariam uma melhor performance na pregação do evangelho. É triste vermos poucos irmãos fazendo muito e muitos outros fazendo muito pouco. A lista de desculpas aumentou consideravelmente e a participação, envolvimento e comprometimento estão diminuindo. Sei que esta situação vai mudar. Em algum momento, Deus vai sacudir esta Igreja, todos serão provados e peneirados e o remanescente será separado. Todavia, também sinto que este tempo é agora. Deus precisa de uma Igreja fiel e comprometida. Meu querido irmão, Deus nos chama para este momento especial, é hora
ANC tem novo tesoureiro A Associação Norte Catarinense (ANC) elegeu o novo tesoureiro do campo em Comissão Diretiva realizada no dia 4 de junho. O chamado foi Everson Teixeira Braga. Ele sucede Herbert Gruber, que foi escolhido para ser o assistente da tesouraria para a sede da União Sul-Brasileira (USB). Everson, também conhecido como Didio, é gaúcho, nascido em Porto Alegre no ano de 1967. É formado em Ciências Revista
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Contábeis e tem uma Pós-Graduação em Gestão em Saúde. Começou a trabalhar para a Igreja Adventista em 1992 e desde 2011 era o diretor financeiro do IAP (Instituto Adventista Paranaense). “A gente, como obreiro, tem que pôr nas mãos de Deus. Sabemos da grande responsabilidade e, se Deus chamou, Ele nos capacita”, afirma Everson. “A ideia é continuar o bom trabalho que estava sendo desempenhado pelo Herbert”, define.
de oferecermos aquilo que o céu espera de todos nós, este evangelho eterno precisa ser anunciado rapidamente, pouco tempo nos resta, e o tempo que ainda temos deve ser aproveitado da melhor maneira possível. “Porque, ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará.” Heb 10:37 “É privilégio de todo cristão, não só aguardar, mas apressar a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Se todos os que professam o Seu nome estivessem produzindo fruto para Sua glória, quão rapidamente seria lançada em todo o mundo a semente do Evangelho! Depressa amadureceria a última seara, e Cristo viria para juntar o precioso grão.” Evan. Pág. 697 Tenho absoluta certeza que a Igreja que vai atravessar a grande tribulação e chegar em pé ao dia final é composta de irmãos dedicados que não só contribuíram, mas que participaram de forma direta no grande compromisso que paira sobre todos: pregar o evangelho.
Qian Hongyan, Paraolimpíadas de 2012
EDITORIAL
Que histórias contam
sobre você? Não sei você, mas histórias de superação me emocionam. Não dá para ficar impassível ao conhecer, por exemplo, a tocante história da chinesinha Qian Hongyan. Aos três anos, num acidente de carro, ela perdeu as duas pernas. De família muito pobre, recebeu do pai uma bola de basquete para encaixar no quadril e dois pedaços de madeira para, com as mãos, se locomover. Qian frequenta a escola normalmente e nunca perde a chance de sorrir. Mas, um tempo atrás, ela começou a acalentar um sonho quase impossível: participar das Paraolimpíadas de 2012, em Londres, nadando. Hoje, aos 15 anos e depois de surpreender a todos, ela nada 2 mil metros por dia se preparando para a competição. Também é emocionante conhecer a história de um jovem de Curitiba chamado João Vitor, portador de Síndrome de Down. Aos dois meses de idade, a família começou a luta por tratamento e passou a enfrentar muito preconceito. Quando tinha dois anos e meio, João Vitor saiu da Apae e começou a freqüentar uma escola regular. Sua mãe sofreu muitas críticas, e ambos foram muitas vezes humilhados por isso. O resultado apareceu: nesse ano, João conquistou seu segundo diploma universitário. E o mais incrível é que foi na área de Educação Física – apesar das limitações motoras causadas pela síndrome.
Agora, ele corre atrás de mais um sonho: abrir uma academia para pessoas com necessidades especiais como ele. Detalhe: sua família não é abastada. E para fechar a rodada de vencedores, vale mencionar a gigantesca força de vontade de Orcar Pistorius, apelidado como Corredor Lâmina, que está exibido na capa desta revista. Ele é um sul-africano que nasceu sem as duas fíbulas (um dos dois ossos da canela), e por isso seus pais tomaram a decisão de amputar suas duas pernas logo abaixo dos joelhos quando ele tinha apenas 11 meses de idade. A decisão provou ser acertada, e com 11 anos Oscar já participava do time de rugbi de sua escola, além de praticar tênis, pólo aquático e luta olímpica. Usando próteses de fibra de carbono atualmente ele é um atleta paraolímpico. Mas não parou por aí: seu sonho era correr com atletas normais nas olimpíadas. Porém, foi proibido pela organização mundial de atletismo. E aqui vemos a dupla superação. Ele recorreu da decisão numa grande batalha judicial, ganhou e vai para as Olimpíadas de Londres ao lado de grandes nomes do atletismo mundial. (Veja as imagens destas histórias na Internet.) Além da emoção, o sentimento que deveria nos tomar quando comparamos a nossa vida às dessas pessoas é o de vergonha, pois vivemos resmungando da vida afortunada que temos, enquanto eles operam “milagres” com a desgraça. Real-
mente é pecado sermos infelizes enquanto vivemos rodeados de bênçãos. Claro que temos nossas dificuldades e limitações, mas quando aparece um João Vitor, uma Qian da vida, nossas desculpas confortáveis vão para o beleléu. É diante de relatos assim que percebemos como é realmente vergonhoso ficarmos desanimados por não termos uma casa ou carro melhor, cair em depressão porque fomos criticados, ou cruzarmos os braços porque não temos as condições favoráveis. Seja como for, você não acha que é uma boa hora para darmos um basta na choradeira? Temos que reconhecer que a vida vai passando, a história vai se finalizando e nós continuamos andando em círculos. Precisamos, imediatamente, estourar a bolha da comodidade. Para isso, é preciso querer. E se esse é seu desejo, então, faça assim: primeiro, separe o que é desculpa do que é limitação verdadeira, seja sincero com você mesmo e não aceite mais os próprios argumentos infundados. Depois, enumere suas limitações e deseje superá-las. O próximo passo é montar estratégias para vencê-las. E, por fim, aja! Sem luta não há vitória. Mas lembre: todo processo deve ser permeado por orações a Deus, para que Ele dê humildade para reconhecer suas desculpas, discernimento para ver suas limitações e sabedoria para superá-las. Aí, quem sabe um dia, alguém contará a sua incrível história de superação...
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Revista
Pr. Lelis Souza da Silva
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Turminha da esperanรงa
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Entrevista
Cristãos pensantes no pós-modernismo Douglas Reis, coautor do estudo bíblico “O Resgate da Verdade”, fala sobre o desafio de evangelizar um mundo cada vez mais secularizado
Fabio Santos
A Igreja deu mais um passo à frente na pregação do evangelho. Foi lançada para toda a América do Sul uma nova série de estudos bíblicos. “O Resgate da Verdade” difere dos cursos já usados. O objetivo é alcançar pessoas secularizadas, sem base teísta. Para falar de Deus a quem não acredita na Bíblia, o material recorre às áreas do conhecimento, como filosofia, arqueologia e história, além de apresentar referências bibliográficas, o que confere credibilidade aos temas. O estudo foi coordenado pelo jornalista Michelson Borges e os 26 temas foram escritos pelos pastores Luiz Gustavo Assis, Matheus Cardoso e Douglas Reis. Pastor Reis concedeu uma entrevista sobre a nova proposta: Proclamai: O que tem de inovador o estudo bíblico “O Resgate da
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verdade”? Douglas Reis: Ele contém uma bagagem maior, com referências bibliográficas e uma argumentação mais “pesada”. O que pode ser destacado também é a metodologia. Ele não é um estudo em fascículos, mas consiste em perguntas mais abrangentes, com um texto maior, diferente do formato tradicional, justamente pensando num público mais específico. P: E quem é esse público-alvo? DR: Em primeiro lugar, os adventistas universitários, principalmente aqueles que não estudam em instituições da igreja e enfrentam desafios em universidades seculares com respeito à fé. É para fortalecer a crença deles, munindo-os com bons argumentos. Ao mesmo tempo, o estudo trabalha para alcançar pessoas de perfil pós-moderno, com mentalidade secular. São pessoas que não acreditam na Bíblia e têm uma base diferente, são mais questionadoras. P: Como falar de Deus para quem não acredita na Bíblia? Em que foram embasados os argumentos do estudo? DR: A primeira seção do livro lida com essa problemática. Nele são apresentadas algumas referências da arqueologia, história, filosofia e a própria ciência, para embasar a crença racional na Bíblia. Ele conta também com um riquíssimo material de apoio. Por exemplo, o livro “Is God a Moral Monster?” (“Deus é um Monstro Moral?”), de Paul Copan, que aborda questões relacionadas ao Antigo Testamento, como genocídio, mortalidade infan-
til, preconceito contra a mulher, misoginia, entre outros assuntos. Deus é acusado de muitas coisas hoje e livros como esse têm argumentos atuais para tentar mostrar às pessoas a confusão que é feita em torno da Bíblia. Outro livro é “Marcados pelo Futuro”, que eu tive a oportunidade de lançar em 2011. Nele eu trato de questões relacionadas à pós-modernidade e como nós podemos vencer alguns desafios desse período e manter a nossa fé. Destaco também “A História da Vida”, um livro de Michelson Borges, que oferece uma valiosíssima referência bibliográfica a respeito do criacionismo: como ele é tratado na mídia, como alguns livros abordam a questão, ao mesmo tempo em que ele coloca bons argumentos para continuarmos a ser criacionistas. P: Como esse estudo deve ser trabalhado? Estamos preparados para usá-lo? DR: Antes de começar a estudar com alguém, devemos envolver essa pessoa em amizade desinteressada. É importante usar a seção inicial do estudo para fomentar um diálogo respeitoso. Em um primeiro momento, é preciso ouvir o que a pessoa diz sem expressar julgamento ou tentar corrigi-la (mesmo quando a crença dela for contrária à Bíblia). Com o tempo, o instrutor deve fazer perguntas sobre o que a outra pessoa crê, para que ela perceba quão ilógica é sua crença, o que fará surgir um interesse por respostas. Daí para a frente, ao continuar a amizade e com a devida instrução bíblica somada às nossas orações intercessoras, o Espírito Santo trabalhará.
artigo
Missão é para todos, inclusive jovens!
“A adolescência é um experimento social que falhou” – é o que afirma o doutor Robert Epstein em seu livro “Teen 2.0”. Para ele, a adolescência é uma invenção social e representa um período inútil de banalidades que quebra a continuidade natural entre a infância e a idade adulta. Essa visão pessimista é confirmada quando vemos casos de jovens demonstrando um comportamento irresponsável. Nós herdamos boa parte de nossos conceitos de adolescência do psicólogo G. Stanley Hall e seu livro de 1883, “The Contents of Children’s Minds”. Ele criou o estereótipo do jovem rebelde, violento e irresponsável que perdura até hoje. E isso virou um ciclo: a sociedade os define assim e eles começam a agir de acordo com tal definição. O comportamento da juventude reflete a baixa expectativa da sociedade em torno deles. Se eles são tratados como bebês consumidores improdutivos, é assim que vão se comportar. Realmente, eles não são maduros. Mas a maioria não está vivendo o seu verdadeiro potencial. Nós os subestimamos, e eles se conformam com isso. O modo como olhamos os adolescentes é equivocado, moldado mais por uma cultura pecaminosa que por uma visão bíblica. Deus não tem uma visão tão pessimista dos jovens. A Bíblia e a história do Cristianismo mostram que o Senhor usou e quer usá-los: “Há necessidade de jovens. Deus os chama aos campos missionários” (Conselhos aos professores, pais e estudantes, 517). “Centenas de jovens se deviam ter
preparado para desempenhar um papel na obra de espalhar a semente da verdade junto a todas as águas” (Conselhos aos professores, pais e estudantes, 515). E o preparo deve ser rápido, pois “há uma grande obra a ser feita no mundo, uma grande obra a ser feita nos campos estrangeiros. Têm de ser estabelecidas escolas para que a juventude, as crianças e os de idade madura possam ser educados o mais rápido possível para entrar nos campos missionários” (A Igreja Remanescente, p. 39). Mais que um público a ser entretido, os adolescentes e jovens são um exército a ser treinado e enviado para a batalha. Mas a batalha é real e séria, não uma “brincadeira espiritualizada”. Os jovens devem receber missões que exijam o máximo deles. Dar-lhes tarefas leves é exatamente o oposto do que orienta a revelação divina. Eles são “mais aptos a suportar incômodos e fadigas” (Conselhos aos professores, pais e estudantes, 517) e “deviam ser pioneiros em todo empreendimento que exigisse fadiga e sacrifício, ao passo que os sobrecarregados servos de Cristo deviam ser prezados como conselheiros, para animar e abençoar os que têm de desferir os mais pesados golpes em favor de Deus” (Conselhos aos professores, pais e estudantes, 517). O discurso politicamente correto que deu origem a uma geração de adolescentes inúteis à sociedade, superprotegidos e isentos de responsabilidades não deve encontrar espaço na Igreja Adventista. Aqueles que hoje deveriam estar “desferindo os mais pesados golpes em favor de Deus” não podem ser cristãos raquíticos, indolentes, anões espirituais.
Os jovens devem receber missões que exijam o máximo deles. Dar-lhes tarefas leves é exatamente o oposto do que orienta a revelação divina.
Devemos prepará-los e confiar-lhes “sérias responsabilidades” (Conselhos aos professores, pais e estudantes, 516). Segundo Ellen White, “Deus designou que eles fossem preparados em nossos colégios e mediante a associação no trabalho com homens experientes, de maneira que se achem preparados a ocupar lugares de utilidade nesta causa. Cumpre-nos mostrar confiança em nossos jovens” (Conselhos aos professores, pais e estudantes, 516). A juventude precisa superar essa névoa pessimista que envolve essa fase da vida. Como reformadores, não podemos aceitar passivamente que a sociedade defina nossos conceitos e valores. Ser missionário deve voltar a ser o sonho de nossas crianças, sonho que pode ser realizado já na juventude. “Ninguém despreze a tua mocidade” (1 Tm 4:12a).
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Revista
Isaac Malheiros Meira Junior Pastor do Iaesc
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Reportagem
Superando barreiras para levar a mensagem Conheça a história de dona Maria, uma senhora de 71 anos que não pode caminhar, mas é um exemplo de instrutora bíblica Fotos: Gustavo Cidral
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Maria não anda há 15 anos, mas prega o evangelho sentada em sua cama Revista
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bom humor expressado em muitas gargalhadas é o retrato da superação na vida de Maria Tanquela Sabel, de 71 anos. Ela não pode caminhar, mas essa não foi a desculpa para não se envolver com o evangelismo. Sentada em sua cama, a moradora de Blumenau já ministrou mais de 50 estudos bíblicos e levou quatro pessoas ao batismo. Maria nasceu em Taió, cidade próxima a Rio do Sul, onde teve dez filhos. Mudou-se para Blumenau aos 38 anos, quando ficou viúva. Casou-se pela segunda vez, mas se divorciou durante a gravidez do 11º filho. “Criei todos eles sozinha. Veja como ficaram desnutridos, coitados”, brinca, com seu sotaque italiano, mostrando as fotografias dos filhos. Há 15 anos, aconteceu aquilo que tinha tudo para ser um drama na vida de Maria: triste após visitar a neta que estava internada, ela saiu distraída do hospital e foi atropelada. A pancada violenta esfacelou os ossos das pernas da ex-cozinheira, que àquela altura já sofria de artrose. Erros cirúrgicos comprometeram seus movimentos, e uma queda a fez fraturar a perna que ainda poderia usar. Após 39 dias internada, Maria nunca mais andou. Mas nem a deficiência a impediu de iniciar um novo tipo de caminhada: ela se tornou missionária.
Uma das raras vezes que Maria pode ir ao culto
Com a locomoção restrita, Maria passou a receber muitas visitas, principalmente de religiosos, com quem fez estudos bíblicos. Bastante crítica, a idosa só resolveu fazer parte de uma religião quando estudou com Terezinha de Souza e Edelore Koch, uma dupla missionária iniciante da Igreja Adventista, denominação da qual Maria “nunca tinha ouvido falar”. Era o primeiro curso que as duas ministravam. “Foi muito rápido, ela já sabia muita coisa. Quando vimos, ela estava ‘pronta’”, relata Terezinha. Porém, o convite para o batismo demorou, pois ninguém sabia como seria feito o transporte. “Não me perguntavam se eu queria me batizar. Eu até sonhava à noite”, lembra Maria. Naquela época, Maria ainda morava no alto de um morro, com difícil acesso. Tentaram buscá-la por quatro vezes para ser batizada, mas, por causa da chuva, nenhum carro conseguia chegar à sua residência. O
jeito foi batizá-la em casa. Já se passaram nove anos desde quando os membros da igreja de Velha e o então pastor do distrito, Edson Felau, subiram o morro e fizeram a cerimônia de Profissão de Fé.
A adaptação Maria já não vive mais naquela casa: hoje mora com o filho, na parte térrea de um sobrado, com uma grande vista da rua através de uma parede de vidro. Há tudo que ela precisa no espaço de 2,6m por 5m. Os objetos foram adaptados para ela ter mais independência. A geladeira, o micro-ondas e a pia ficam ao lado da cama, para que ela possa usá-los apenas esticando os braços. As luzes e a abertura da porta são comandadas por controle remoto. Já as cortinas são abertas e fechadas com o auxílio de um bastão de madeira. Tudo sob o olhar de uma câmera de segurança. “Já falei que não preciso disso. Às ve-
zes, passo das 23h com a porta aberta, olhando o movimento. Quero ver quem tem coragem de fazer alguma coisa”, gargalha, segurando o cabo de madeira como se fosse uma arma. Ao redor da cama, Maria tem muitos livros, lidos com o auxílio de uma lupa. A TV geralmente está ligada, e reproduz a série de estudos em DVD do pastor Luís Gonçalves, que ela muito admira. Pelo quarto, materiais de crochê, que ajudam a reforçar a renda. A aposentada raramente vai aos cultos devido à dificuldade de locomoção. Quando vai, é levada sobre um colchão, na carroceria da caminhonete de um membro da Igreja. No Templo, é carregada até a plataforma. De um sofá, assiste à programação. A Igreja recebe Maria com muita alegria. Todo mundo vai até o sofá para cumprimentá-la, e dezenas de amigos formam fila após o culto para pôr a conversa em dia. São muitos beijos, sorrisos e abraços até o retorno ao lar. “Meu maior desejo é poder ir à Igreja todo sábado”, revela.
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Uma nova vida
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Reportagem
A vocação O carisma de Maria é cativante, virtude que se reflete nas muitas visitas que recebe por dia. A ex-cozinheira também foi por muito tempo benzedeira, o que a tornou conhecida em Blumenau. Por causa da antiga ocupação, a idosa costumava receber muita gente em sua casa. As pessoas continuaram a procurá-la mesmo depois de batizada. Mas, agora, ao invés de benzer, Maria oferece orações a quem a procura. “Muita gente vem me pedir oração por causa de todo tipo de problema. Aí eu começo a conversar e convido para conhecer melhor a Deus”, explica. A simpatia de Maria chamou a atenção de Ondino Simões Miranda, um missionário de 84 anos recém-chegado do Rio Grande do Sul. Acompanhado da esposa, Irene Sá Miranda, 82 anos, o senhor foi visitá-la e se encantou com a maneira como ela lida com as dificuldades. “Vi a facilidade que ela tem para cativar as pessoas, e, poucos dias depois, eu levei a notícia: ‘vou fazer da senhora uma instrutora bíblica’”, lembra Ondino. O casal começou a estudar o Apocalipse com dona Maria. A vocação dela logo foi notada em suas demonstrações de convicção e entendimento do conteúdo. Feito o primeiro tema, Ondino deixou o curso inteiro para Maria ler durante a semana, até o próximo encontro. “Qual foi a minha surpresa quando a reencontrei e ela havia terminado o estudo inteiro sozinha. E estava tudo correto!”, exclama.
Maria é transportada em uma caminhonete para a igreja
“A vida vai passando, a História vai se finalizando e nós continuamos andando em círculo. Precisamos, imediatamente, estourar a bolha da comodidade”
O trabalho de Maria motiva os membros da igreja da Velha
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Andressa e Divonete são batizadas pelo pastor Apolo
A missão
O casal Ondino e Irene ao lado de Maria
em público a escolha no dia 26 de maio deste ano. Elas foram batizadas na Igreja de Velha pelo pastor Apolo Abrascio. As duas conheceram Maria quando a visitaram junto com um grupo da denominação religiosa à qual pertenciam. Impressionadas com o conhecimento da senhora, mãe e filha retornaram para estudar a Bíblia com ela. “Ela disse que dava estudos bíblicos e eu queria aprender, pois não conhecia direito a Bíblia”, conta Divonete, que também frequenta o Pequeno Grupo realizado todos os sábados à tarde na casa de Maria. A superação das dificuldades e os frutos do trabalho de dona Maria, que leva o evangelho mesmo sem poder andar, têm motivado a Igreja de Blumenau, como descreve o pastor Josemar Lima da Luz, responsável pelo distrito de Vila Nova, do qual a Igreja de Velha faz parte: “Uma pessoa que está na cama, inválida, fazendo esse trabalho enquanto outros não fazem, motiva os membros a deixar os problemas de lado para cumprir a missão”. E complementa: “Conheci a dona Maria há um ano e fiquei impressionado. Sua história é uma lição inclusive para mim, que às vezes reclamo de dificuldades menores”.
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A partir de então, Maria também começou a oferecer estudos bíblicos para as pessoas que a visitam. Foram 50 alunos desde quando ela começou a ministrar. Desses, quatro já foram batizados. Divonete da Luz Proença, de 44 anos, e a filha, Andressa Proença, 17, tomaram a decisão e demonstraram
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Notícias
Catarinenses impactados pela Grande Esperança Gustavo Cidral
Fabio Santos
Entrega do livro missionário envolveu todos os setores da Igreja
Em São Francisco do Sul, entrega ocorreu na praia do Ervino
O Impacto Esperança mobilizou os adventistas da Associação Norte Catarinense (ANC). Somente no primeiro semestre do ano, mais de 500 mil livros “A Grande Esperança” foram distribuídos. A meta é entregar 800 mil em 2012. Na Igreja central de São Miguel do Oeste, a preparação começou dois fins de semana antes da entrega, com vigílias, jejum e muita oração. No total, 62 voluntários – adultos, jovens, adolescentes e juvenis – concluíram a entrega de 4 mil livros em um só dia. “Nos 29 anos que frequento essa Igreja nunca vi um envolvimento tão grande e tão entusiasmado. Foi o resultado da busca por preparo antecipado da Igreja e a resposta do
Servidores da ANC entregaram 4 mil livros em Ilhota
Espírito Santo”, relata o membro Clacir Virmes. No distrito de Bom Retiro, em Joinville, os membros também abraçaram o projeto. “Eram crianças, jovens, famílias, idosos, todos dispostos a participar da entrega”, descreve o pastor distrital Paulo Rogério da Silva. E complementa: “Quem não podia caminhar longas distâncias ficou orando pelo projeto”. A vontade não foi diferente em outra Igreja do distrito, a de Iririú. A mobilização dos membros – que participaram em massa do projeto – impressionou o diretor de Ministério Pessoal Júnior Paiva: “O povo ouviu o apelo do Espírito Santo. Não imaginava que tantas pessoas iriam
aderir ao projeto”. Em Penha, as duplas e trios saíram de bicicleta, de carro ou a pé. O que mais impressionou o pastor distrital Nelson Junior foi a participação das crianças. “Foi gratificante ver minhas filhas de 6 e 11 anos entregando os livros de casa em casa. Elas anotaram 59 pedidos de oração em dois dias!”, orgulha-se. Cerca de 40 duplas missionárias participaram do Impacto Esperança na Igreja sede do distrito de Fátima, em Joinville. “Foi uma bênção. Quando voltávamos pela mesma rua, víamos muita gente lendo o livro ali mesmo, na porta, onde o receberam”, diz o pastor João Rostirolla.
Servidores da ANC realizam entrega em cidade sem adventistas As cidades da Missão Global (sem presença adventista) também receberam o livro “A Grande Esperança”. Os funcionários da ANC foram a Ilhota, município de 14 mil habitantes, no Vale do Itajaí, onde 4 mil exemplares foram entregues. Liderados pelo pastor Cleverson Fortes, distrital de Garcia, sete membros de um grupo que já funciona na cidade ajudaram na ação. Os relatos revelam o poder de Deus Revista
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por meio da publicação. “Visitamos a casa de um pastor evangélico, e a esposa dele pediu mais 40 livros para entregar aos membros da igreja que eles cuidam”, conta Karla Delane dos Santos, auxiliar de Recursos Humanos da ANC. Outra experiência motivadora foi a de Luciano Sanches, auditor interno. Ele foi à casa de Ana Maria dos Santos, uma ex-adventista. “Ela me disse: ‘eu estava esperando por este momento,
pois fui adventista, mas a minha cidade não tem Igreja, e eu quero muito voltar!’. Quando estava retornando, passei pela frente da sua casa e a vi lendo o livro junto com o marido, o filho e o pai”, relata o missionário. Além de Ilhota, o município de Luiz Alves também recebeu a visita dos servidores. Cerca de 1,1 mil exemplares foram distribuídos entre os 10 mil habitantes da cidade.
Notícias Fotos: Divulgação
Alunos de Blumenau escreveram dedicatórias
Coral do Iaesc cantou e ditribuiu livros em Araquari e Joinville
Escolas Adventistas levam esperança à comunidade nau, todos os servidores vestiram a camiseta da campanha para chamar a atenção dos 227 alunos e suas famílias. Os estudantes levaram um exemplar do livro missionário para casa e mais dois para quem quisessem doar, com direito a dedicatória. Os estudantes do Instituto Adventista de Ensino de Santa Catarina (Iaesc) participaram do Impacto Esperança de uma maneira especial. O grupo da Escola de Missões realizou a distribuição do livro “A Grande Esperança” nos bairros da cidade de Araquari, no Norte de Santa Catarina. À tarde, o Coral Jovem entregou livros em Joinville, encerrando a atividade com uma apresentação musical na Praça Nereu Ramos. O Iaesc distribuiu 3,8 mil livros.
Estudantes do CAJ oraram com pessoas que receberam o livro
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A Educação Adventista também participou do Impacto Esperança na região da Associação Norte Catarinense. Os alunos da unidade Saguaçu do Colégio Adventista de Joinville (CAJ) foram responsáveis pela a entrega de 200 livros “A Grande Esperança” nas redondezas da instituição. Os estudantes foram desafiados a não só entregar os livros, mas orar com as famílias que recebiam o material. A surpresa agradável ficou por conta de uma ex-aluna do CAJ, que se uniu ao grupo disposta a ajudar. “O que me impressiona é que ela não é adventista! Mas vamos encaminhar um estudo para ela e logo Jesus vai nos dar a bênção de batizá-la”, anima-se o pastor Christian Wallauer, capelão do colégio. Na Escola Adventista de Blume-
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Distrito de Indaial batiza mais de 100 pessoas na Semana Santa Além da sede, igrejas de Apiúna, Ascurra, Carijós e Rodeio têm novos conversos Fotos: Gustavo Cidral
Pastor Luiz Damasceno, Neirelle, Karina e pastor João Nicolau
Números surpreendentes marcaram a Semana Santa no distrito de Indaial. Foram batizadas 110 pessoas na região. As cerimônias ocorreram em todos os dias da programação feita pelo pastor Evandro Fávero, evangelista da Igreja Adventista no Sul do Brasil. O bom resultado é fruto de um trabalho planejado desde dezembro de 2011, quando o pastor Luiz Damasceno, líder de Evangelismo da Associação Norte Catarinense (ANC), promoveu um treinamento para todas as frentes missionárias. A Igreja se comprometeu em cumprir o desafio de batizar 100 pessoas Revista
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até a Semana Santa. A comerciante Neirelle da Conceição e a filha, Karina da Silva, foram batizadas durante a semana. Há cerca de um ano, a irmã de Neirelle ganhou um exemplar de “A Grande Esperança”. Porém, sem interesse pela literatura, repassou a obra à parente. A moradora de Apiúna estava sedenta pelo assunto e leu todo o livro. “Pesquisei, comparei com a Bíblia e aceitei a verdade”, conta a vendedora. Em busca da igreja à qual o livro se referia, ela frequentou várias denominações durante oito meses e não encontrou a que guardava o sábado. “Cla-
mei a Deus que aparecesse alguém que entendesse da Bíblia para me explicar ainda mais e me mostrar a Igreja certa”, relembrou. Três dias após a oração, o casal obreiro Dimas e Marileusa Nasatto chegou ao portão da casa de Neirelle. A partir de então, ela começou a fazer um estudo bíblico. A filha de Neirelle, Karina, que tem dez anos, seguiu o exemplo da mãe e se tornou Adventista do Sétimo Dia. “Ela começou a ler e viu que a verdade estava nela. E eu fui aprendendo junto”, diz a menina. “Nossa vida foi melhorando cada vez mais”.
Costurando a própria roupa de batismo Outra história de batismo mostra a direção de Deus no Impacto Esperança. Mercedes Venturi, de 56 anos, é moradora de Rodeio, na região de Indaial, e estava afastada da igreja havia quatro anos. O rumo da vida de Mercedes começou a mudar quando foi ao salão de beleza de Salete Raiser, uma adventista que falou de Jesus enquanto cortava o cabelo da cliente. Sem responder, Mercedes guardou as palavras no coração. E o Espírito Santo começou a agir. As duas se encontraram novamente
História de Mercedes foi contada em seu batismo
no dia 24 de março, quando Salete passou na rua de Mercedes entregando o livro “A Grande Esperança”. “A casa dela estava cheia de parentes no quintal, mas ninguém quis o livro. Foi quando Mercedes foi até o portão acenando, pois queria muito receber um exemplar”, lembra Salete. “Durante aquela semana, eu li e decidi que iria me batizar novamente”, relata Mercedes. A igreja de Rodeio preparava uma cerimônia batismal. Salete e a irmã, Rosa, organizavam as becas que seriam usadas no dia. Além das que já estavam reservadas para os batizandos, resolveram fazer mais três. Salete já havia escolhido a costureira. Era Mercedes.
Salete e Mercedes se tornaram boas amigas
Rosa comprou o tecido e, quando saía da loja, encontrou uma mulher que não conhecia, que estava com pressa para chegar em casa e inquieta pela demora da condução. Rosa ofereceu carona, e a senhora aceitou. Durante a viagem, a irmã de Salete contou que levava o tecido que daria origem a becas de batismo. A mulher do ponto de ônibus era costureira, e se ofereceu para fazer o serviço. Rosa agradeceu, mas não aceitou, já que sabia do plano de sua irmã: repassar o trabalho para Mercedes. Ao entregar o tecido para Salete, Rosa falou da senhora que havia acabado de conhecer. Com a descrição, a cabeleireira percebeu a ação do Espírito Santo: a mulher do ponto de ônibus era a mesma Mercedes para quem ela repassaria as becas a costurar. “Eu disse: ‘Rosa, leve o tecido à casa da Mercedes, para que ela veja que Deus a está chamando!’”, lembra Salete. Em seguida, Salete ligou para a nova amiga, e as duas riram da situação. No fim, Salete brincou: “Quem sabe acabas costurando a tua própria beca...”. Durante aquela semana, operando a máquina de costura e refletindo sobre as mudanças ocorridas na sua vida desde quando recebeu o livro “A Grande Esperança”, a costureira decidiu que voltaria para Jesus. Dito e feito: dia 8 de abril, na Igreja de Rodeio, Mercedes foi batizada com uma beca que ela mesma costurou.
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Karina e a mãe, Neirelle, conheceram a igreja depois que leram “A Grande Esperança”
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Jovens aderem ao Desafio Ágape durante a Semana Santa Projeto leva o Evangelho a lugares onde a pregação não é comum
Jovens resgatam quatro moradores de rua Durante o Desafio Ágape, os jovens da Igreja do Fátima procuraram pessoas que dormem nas ruas, usam drogas ou não têm o que comer. Eles tocaram violão, cantaram, oraram e fizeram a partilha de um lanche. Depois, as pessoas eram convidadas a participar do programa na igreja. “Ao chegarem à igreja, tomavam banho, ganhavam roupas limpas e um lanche. Após o culto, eram levados aos seus lugares de pernoite, ganhando um novo lanche e suco”, explica o pastor João Rostirolla, distrital do Fátima. Jeferson Duart Marafigo é um dos quatro ex-moradores de rua que foram Revista
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Gustavo Cidral
Os jovens da Associação Norte Catarinense (ANC) aderiram ao Desafio Ágape e levaram a Semana Santa para pessoas em locais pouco usuais. A mensagem de esperança foi partilhada em praças, orfanatos, asilos, igrejas de outras denominações e uma aldeia indígena, em toda a região de abrangência da ANC. Em Penha, no litoral de Santa Catarina, a Semana Santa foi organizada em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos, a Adventus. O pastor Lelis Silva, líder jovem da ANC, esteve durante a semana pregando para mais de uma dezena de ex-usuários de drogas. Nada foi em vão: seis homens aceitaram o apelo e desejam ser batizados. “Foi uma experiência muito interessante, os relatos são muito fortes. O Manassés [proprietário da clínica], que já foi usuário, disse que eles chegam num estágio em que somente Jesus pode livrá-los”, diz o pastor Lelis.
Edson, Jeferson e Elisângela na igreja do Fátima
resgatados durante a Semana Santa. Ele dormia no Centro de Joinville quando 25 jovens pediram a sua licença e se sentaram no chão. A atitude chamou a atenção de Jeferson, que foi receptivo e começou a contar sua história. Naquela noite, a vida do homem de 34 anos – sete deles nas ruas – começou a mudar. Jeferson aceitou o convite para ir à Igreja e assistir aos cultos. “Foi Deus que mandou esses anjos”, alegra-se Jeferson, que participou em todos os dias daquela semana e desde então frequenta a Igreja nos cultos de sábado, domingo e quarta-feira. “Eu me sinto acolhido por essas pessoas tão amorosas. Pessoas que estão no caminho de Deus não podem discriminar ninguém, e eu vi isso neles”, afirma Jeferson, que agora trabalha na construção de um imóvel para um membro da Igreja, emprego
conquistado graças ao intermédio da liderança jovem. Além disso, agora ele tem onde dormir. Para a líder jovem da Igreja de Fátima, Elisângela de Sousa Machado, o resultado do projeto foi além do esperado. “Começamos a aprender o que é ser cristão. Achávamos que o projeto duraria somente durante a Semana Santa, mas acabou continuando. Oramos por eles todos os dias”, relata. “O projeto mudou tanto a vida dos resgatados quanto a dos jovens que participaram”, constata o marido, Edson Machado. Jeferson já se sente parte da igreja e deseja estudar a Bíblia para ser batizado. A vontade dele é se juntar aos jovens que fizeram a diferença em sua vida. “O que estão fazendo por mim, quero fazer pelos outros no futuro”, promete.
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Dez horas de surpresas madrugada adentro Vigília jovem reúne 2 mil pessoas em noite repleta de emoções
Grupo Novo Tom foi uma das atrações da vigília
Multidão lotou o Joinville Square Garden e permaneceu até o amenhecer
O tema da vigília foi “Surpreenda-se”: com a alegria da sua própria surpresa, os participantes tiveram despertado o desejo de também surpreender o mundo. A ação foi simbolizada pela mudança no letreiro ao fim da programação: o título “Surpreenda-se” transformou-se em “Surpreenda”. A Missão Calebe não deixou que ninguém cochilasse durante o programa. A entrada dos voluntários que estiveram no Uruguai, São José do Cedro e Apiúna quebrou o protocolo. Eles chegaram ao palco montados em bicicletas, motos e na carroceria de uma caminhonete. O destaque dos calebes foi o testemunho de Eliton Caldas, 21 anos. Ele começou a frequentar a igreja em novembro, foi batizado na Missão, continuou em Apiúna como obreiro e, três meses depois, 30 pessoas foram batizadas após acompanhar os estudos bíblicos que ele ministrou. A mensagem do testemunho alcançou Bruna Martins de Lima, também 21 anos, que decidiu ser batizada na mesma noite. “Eu já estava com vontade, vi o vídeo e disse: ‘preciso participar’. Senti a necessidade de ‘botar a mão na massa’, ajudar Jesus a voltar mais rápido”, sorri. Além de Bruna, foram batizadas mais duas pessoas no evento. Uma mulher que conheceu Cristo por meio da Missão Calebe e um juvenil que participou do projeto Pais de Esperança. “Vendo uma multidão permanecer até de manhã, a gente percebe que a nossa juventude tem vontade. Não tem preço ver toda essa gente atendendo ao apelo para trabalhar por Jesus, mesmo após um programa de dez horas sem intervalo. Todo o desgaste valeu a pena”, comenta o pastor Lelis Silva.
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por conta dos pastores Ezequias Guimarães, presidente da ANC; Lelis Silva, líder jovem da ANC; e Elmar Borges, líder dos jovens adventistas do Sul do país. O grupo Novo Tom cantou suas músicas mais conhecidas, alegrando a programação realizada no Joinville Square Garden. “Pra gente, é uma alegria muito grande participar deste evento, sobretudo pelo cunho espiritual”, acredita Lineu Soares, maestro do grupo. “Todas as oportunidades de elevar o nome de Cristo e aproximar as pessoas de Deus são extremamente valiosas”, complementa.
Geraldo Junior
Fábio Leopoldino
Enquanto muitos jovens passavam a noite de sábado em festas e baladas agitadas na cidade de Joinville, cerca de 2 mil pessoas ficaram acordadas na madrugada de 5 para 6 de maio por outro motivo: acompanhar a Super Vigília Jovem da Associação Norte Catarinense (ANC). O evento durou dez horas, das 21h de sábado às 7h de domingo, período em que os participantes louvaram a Deus, oraram, assistiram às encenações do grupo Perspectivas Brasil, ouviram mensagens espirituais, testemunhos e se emocionaram com batismos. As pregações ficaram
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Pequenos Grupos infantis levam sete pessoas ao batismo Crianças são motivadas pelo projeto “Grande como Davi” de um Pequeno Grupo de adultos, abriu sua casa para convidar vizinhos e amigos. A filha de 11 anos, Crisnara Collet Moreira Krenz, interessou-se em participar e quis ter um Pequeno Grupo também, mas infantil. Crisnara convidou sua amiga Amanda da Silva Oliveira para fazer parte das reuniões. Vendo o interesse
da colega, Crisnara iniciou um estudo bíblico e Amanda foi batizada em 2011. As duas formaram uma dupla missionária e estudaram a Bíblia com a mãe e a avó de Amanda. Ambas também foram batizadas. “Agora que comecei, não pretendo parar tão cedo com este dom que Deus me deu”, entusiasma-se a menina Crisnara. Fotos: Divulgação
O projeto “Grande como Davi” tem motivado crianças de toda a Associação Norte Catarinense (ANC). Foram mais de 400 participantes nas cidades de Joinville, Blumenau, São Miguel do Oeste, Chapecó, Fraiburgo e Caçador. No distrito de Fraiburgo, a professora Débora Abrascio, departamental do Ministério da Criança, conheceu um belo caso. Todas as quintas-feiras, o casal Nilton Santana e Marina Garcia abre a casa para a realização de um Pequeno Grupo na cidade de Monte Carlo. Sob a influência dos pais e do projeto “Grande como Davi”, as duas filhas – Pâmela Andréia Nascimento, 13 anos, e Naiara Andrieli Nascimento, 11 anos – resolveram abrir um Pequeno Grupo infantil todas as terças-feiras. Com essa iniciativa, as irmãs levaram quatro amigos ao batismo em 2011. O Pequeno Grupo continua neste ano, com 14 participantes, que se reúnem para louvar, orar, evangelizar e demonstrar o amor de Deus. Sete delas estão estudando a Bíblia. “O entusiasmo é nítido no sorriso das meninas ao ganharem suas estrelinhas no ‘Grande como Davi’”, conta Débora Abrascio. Pâmela e Naiara foram as primeiras da família a se tornar membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em 2008. Depois trouxeram os pais e o irmão para a Igreja. Hoje toda a família é batizada.
Pâmela e Naiara seguiram o exemplo dos pais e montaram um Pequeno Grupo
Portas abertas pela amizade Outro Pequeno Grupo infantil do mesmo distrito também tem levado pessoas a Cristo. Marisa Krenz, líder Revista
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Crisnara envolveu Amanda e os parentes dela com a amizade
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História da Igreja Adventista é contada de maneira dinâmica em Mafra Crianças aprenderam sobre os pioneiros com o projeto “Eu Conheço a Minha História” res caracterizados com trajes da época dos pioneiros. “É uma forma dinâmica e interativa que agrada não somente as crianças, mas também os adultos”, afirma Selma Leichsenring, líder do Ministério da Criança na cidade. Embora fosse um evento direciona-
Elias Leichsenring
Em Mafra, 32 juvenis e adolescentes aprenderam tudo sobre a história da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O projeto “Eu Conheço a Minha História”, do Ministério da Criança, foi realizado durante três fins de semana, entre 16 e 31 de março. As aulas foram ministradas por professo-
Pioneiros foram representados pelos membros da igreja
do às crianças, muitos adultos participaram. “Os pais e avós saíram comentando o que haviam assistido, e alguns estavam surpresos, pois tinham aprendido coisas que não conheciam”, descreve o pastor Elias Leichsenring, distrital de Mafra. “Foi muito gostoso ver o entusiasmo das crianças em conhecer a história de uma maneira alegre e divertida”, diz. No encerramento do curso, houve uma formatura e o batismo de um adolescente que tomou a decisão após participar do programa. “Com a graça de Deus e esforço de mais de 20 pessoas, tivemos o privilégio de participar de um projeto tão maravilhoso”, exclama Selma. “Podemos dizer que foi um marco para as nossas Igrejas de Mafra”, conclui.
Coral Jovem do Iaesc lança o primeiro CD Álbum “Amigos Nunca Dizem Adeus” tem dez canções
Apresentação do coral teve sessão dupla
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de grande valor”, elogia o diretor geral do Iaesc, Sebastião Damaceno Filho. O diretor financeiro do colégio, Tiago Fiebig, explicou a receita para conseguir lançar o CD: “A escritora Ellen White nos diz que o povo de Deus é chamado pra uma obra que requer dinheiro e consagração. E neste projeto nós conseguimos ver claramente esses dois elementos reunidos”, afirma. E o resultado, após três meses de gravações, agradou os coristas. Para a estudante Bruna Alana, “foi uma das melhores conquistas”. “Mexe um pouco com o que nós acreditamos e vivenciamos aqui no colégio”, diz a jovem.
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Cerca de 1,5 mil pessoas estiveram no Instituto Adventista de Ensino de Santa Catarina (Iaesc) no dia 14 da abril para prestigiar o lançamento do primeiro CD do Coral Jovem do colégio. Regidos pelo maestro Ricardo Nascimento, o coral cantou em duas sessões as dez músicas do álbum intitulado “Amigos nunca dizem adeus”. Estiveram presentes nas apresentações os administradores da União Sul-Brasileira (USB), Associação Norte Catarinense (ANC) e da Associação Catarinense (AC). “É uma grande emoção saber que, no primeiro trabalho, já temos uma pérola
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Cadec firma parceria com Prefeitura de Joinville Espaço passou a oferecer atendimento do Cras Gustavo Cidral
Uma parceria entre o Centro Adventista de Desenvolvimento Comunitário (Cadec) e a Prefeitura de Joinville foi oficializada em 2 de abril. O espaço utilizado pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) agora também é um Centro de Referência de Assistência Social (Cras). A área de 1.414 metros quadrados fica anexa à Igreja Adventista do Boa Vista (rua Maracujá, 620). Algumas salas serão compartilhadas, mas o espaço completo continua sendo de uso exclusivo da Igreja nos fins de semana. Cerca de 70 pessoas foram à cerimônia que deu início ao funcionamento do Cras no local. O evento contou com a presença do prefeito de Joinville, Carlito Merss, e de outras autoridades políticas e comunitárias. Cada uma recebeu um exemplar do livro “A Grande Esperança”. “É muito importante estabelecermos parcerias com instituições sérias”, afirmou o prefeito em seu discurso.
Prefeito Carlito, Miriam e secretária Rosimeri
A secretária de Assistência Social de Joinville, Rosimeri Costa, revelou que desejava a parceria desde 2009, por conta do contato com Miriam dos Santos da Silva, coordenadora do Cadec. “A Adra é uma grande parceira no Brasil todo. Conhecemos sua história idônea e de seriedade. Só tende a dar certo”, acredita a secretária. A boa fama da Adra em Joinville se deve em grande medida ao trabalho de
Miriam. Aos 62 anos, ela tem dedicado os últimos 22 à assistência social da Igreja Adventista. Miriam cuida do Cadec há nove anos, e agora oferece para a comunidade os serviços de mais de uma dezena de profissionais, entre assistentes sociais, pedagogos e psicólogos. “Estão aqui porque Deus permitiu”, diz Miriam. E ressalta: “É uma excelente oportunidade. Ninguém sai daqui sem conhecer a nossa missão”.
Dia Municipal dos Desbravadores é instituído na cidade
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Daniel Savi Melara
Todo último sábado de abril agora também é Dia Municipal dos Desbravadores em Joinville. O prefeito da cidade, Carlito Merss, assinou a lei nº 7.209, que institui a data no calendário do município. O reconhecimento foi conquistado pelos líderes de alguns clubes, que aproveitaram a sessão solene na Câmara de Vereadores em comemoração aos 50 anos do Clube Corujão, realizada em 2011, para fazer a proposta a um parlamentar. “O projeto tramitou durante um ano até ser aprovado”, conta Daniel Savi Melara, diretor do Corujão. No ato da assinatura, o prefeito falou em seu gabinete sobre a importância dos Desbravadores na área de assistência social e cogitou o reconhecimento do clube como uma instituição. Joinville conta com 18 clubes cadastrados na ANC.
Líderes de desbravadores se reuniram com prefeito em seu gabinete
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Oração e amizade aproximam mulheres de Deus Espaço Amiga passou Secreta a oferecer de Oração atendimento reuniu amigas do Cras não adventistas em chá evangelístico Divulgação
Amiga Secreta de Oração teve a participação de 57 mulheres não adventistas em São Miguel do Oeste
nense (ANC). “Deus seja louvado pelo envolvimento das mulheres”, exalta ela. As participantes foram presenteadas com uma Bíblia e convidadas a fazerem parte de um encontro semanal para tomarem um chá, orarem e estudarem a Bíblia que ganharam. “Testemunhos impressionantes foram ouvidos. Um deles foi o da Michele, que recebeu as orações no chá do último ano e neste ano ela mesma foi uma intercessora”, conta Claudiane Rosa, coordenadora distrital do Ministério da Mulher. “Além de participar intercedendo em oração, ela já está com batismo marcado e nascerá como uma mulher missionária”, conta a líder. Outro caso de sucesso do “chá evangelístico” ocorreu em Guaramirim, onde 37 das 73 participantes eram con-
vidadas. Segundo a diretora do Ministério da Mulher, Jeanette Prachum, as amigas prometeram visitar a igreja. No encontro, falaram às mulheres a psicóloga Marinez Zarembski, que apresentou uma palestra sobre a Saúde Emocional, e a coordenadora distrital do Ministério da Mulher, Rosana Lima, que proferiu uma breve pregação, incentivando a saúde emocional das mulheres presentes. De acordo com Jeanette, agora o desafio será o atendimento espiritual das 37 mulheres que foram ao evento, com estudos bíblicos e visitação nos lares. “Sonhamos com batismos providos desse evento ainda neste ano”, anima-se ela. O Ministério da Mulher da ANC dispõe materiais para as igrejas que ainda não realizaram o projeto.
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O Ministério da Mulher tem levado o evangelho em muitas cidades de Santa Catarina com o projeto Amiga Secreta de Oração. Em São Miguel do Oeste, o evento recebeu 57 convidadas não adventistas. As mulheres oraram e realizaram vigílias por suas amigas durante dois meses. Nesse tempo, cartões secretos foram enviados avisando que alguém estava orando por elas e, por fim, um convite oficial foi entregue para participarem do evento. “O dia da revelação é o momento mais emocionante. Elas encontram pessoalmente aquela que dedicou parte do tempo a seu favor. A partir desse encontro, surge a oportunidade para que a Bíblia seja estudada de forma mais precisa e pessoal”, explica Risomara Guimarães, líder do Ministério da Mulher na Associação Norte Catari-
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