centro de artes gustavo farias
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centro de artes U N I V E R S I DAD E S ÃO J U DAS TA DE U AR Q UI T ET UR A E UR BAN I SMO
ALUN O GUSTAVO P E R ES DE FAR I A S O R I EN TADO R : SER GI O MAT ER A
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“Não existem politicas públicas de segurança eficazes a médio prazo sem um severo investimento em arte, cultura e educação”. — Ricardo Vianna Barradas
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Agradecimentos
Agradeço aos meus pais Ilson e Claudete e em especial minha namorada Karen pelo amor, carinho e apoio incondicional, estando ao meu lado nos bons e maus momentos. Agradeço ao meu orientador Sergio Matera pela dedicação, confiança e incentivo durante o desenvolvimento do trabalho. Agradeço também ao querido professor Luiz Junqueira pelas conversas e incentivos e ao professor Antonio Gil pelo auxílio na concepção estrutural. À Universidade São Judas Tadeu e ao excelente corpo docente durante os anos de formação À todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito obrigado.
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Sumário
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................10 2. OBJETIVOS.........,........................................................................................................13 2.1 Objetivo Geral....................................................................................................14 2.2 Objetivos Específicos.....................................................................................15
3. JUSTIFICATIVA............................................................................................................17 4. DIAGNÓSTICO GERAL...........................................................................................19 4.1 Levantamento de Dados............................................................................20 4.2 Leitura do Entorno.........................................................................................21 4.3 Boca do Lixo......................................................................................................26
5. O TERRENO...................................................................................................................29 5.1 Localização do Terreno..................................................................................30 5.2 Justificativa do Terreno................................................................................31 5.3 Desapropiação e Remembramento de Lotes.................................33 5.4 Percursos e Acessos....................................................................................34
6. VISITA AO LOCAL......................................................................................................37 5.1 Levantamento Fotográfico.........................................................................38
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7. ESTUDO DE CASO..................................................................................................48 7.1 Midiateca PUC Rio - SPBR Arquitetos............................................50 7.2 MAM Rio - Affonso Reidy........................................................................51 7.3 Museu dos Coches Lisboa - PMDR + MMBB..............................52
8. PROGRAMA...................................................................................................................57 9. CONCEPÇÃO...............................................................................................................59 9.1 Estudo Preliminar......................................................................................60 9.2 Zoneamento.................................................................................................68 9.3 Levantamento de Cheios e Vázios........................................70
10. O PROJETO..............................................................................................................73
10.1 Plantas..............................................................................................................74 10.2 Cortes...............................................................................................................88 10.3 Perspectivas..............................................................................................95
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................101 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................104
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INTRODUÇÃO 11
A cultura e educação tem o poder de criar, transformar e moldar um lugar, esteja ele consolidado ou não. A criação de espaços que tenham essa dinâmica e conciliem aprendizado e liberdade artística, junto com a utilização, seja do edifício, local ou ambiente externo que proporcione essa aproximação com a cidade é de grande importância. Dessa forma, falta algo que englobe as diversas áreas e vertentes artísticas como teatro, música, dança, artes gráficas e afins em um único lugar, que tem como principal finalidade a apropriação do espaço e da cidade como um todo, não apenas se limitando a salas de aula, mas sim como um articulador e criador de novas experiências e “respiros” para a sociedade. O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de uma proposta projetual de um Centro de Artes e Cultura inserido na região central de São Paulo, que contemple por meio da apropriação de espaços públicos e privados, o uso do térreo livre e elevado do solo, a transposição entre duas principais ruas e avenidas e a agregação de locais subutilizados, a criação de um programa funcional que articu12
le essas ações e promova a inclusão dentro de ambientes destinados a encontros, atividades espontâneas e democráticas. Sendo assim o programa se adapta a essas necessidades de uma maneira mais completa e significativa, abrigando diferentes equipamentos culturais que atendam a procura por espaços específicos para apresentações, peças, shows, concertos, uso múltiplo como apresentações ao ar livre, oficinas e outras manifestações artísticas. Sem mais, o projeto visa atender essa grande demanda por cultura e espaços públicos de qualidade, incentivando a utilização de tais lugares de uma forma mais democrática e justa, possibilitando a interação entre indivíduo e cidade.
OBJETIVOS 13
Objetivo geral
O objetivo deste trabalho é a implantação de um Centro de Artes e Cultura que supra as necessidades e procura por espaços específicos e de qualidade em uma região de centralidade de São Paulo, já há algum tempo deteriorada e sofrendo transformações. Um projeto que se aproxime da escala do pedestre, fazendo com que traga com ele suas vivências, histórias e personalidade, convivendo com a arte, cultura e cidade de uma forma mais dinâmica e social.
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Objetivos específicos • Servir de transposição e conexão para a cidade; •
Possibilitar a articulação local e liga- ção entre os equipamentos ao redor;
•
Incentivar a apropriação e reutilização do centro como polo cultural;
• Promover áreas de exposições interna e externas; •
Criar espaços de convivência para ati- vidades artísticas e culturais;
•
Incentivar e promover o ensino da arte e educação como instrumento; para fortalecimento da cidadania;
• Proporcionar atividades educacionais e espontâneas;
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JUSTIFICATIVA 17
FIGURA 1: Cópias de filmes e equipamentos sendo transportados na região da Boca FONTE: http://www.artecines.com.br/. Acesso em 10/2019
As manifestações culturais sempre estiveram presentes no mundo seja através de figuras gravadas em cavernas, pinturas renascentistas ou até mesmo apresentações artísticas como teatro, música, cinema, dança, entre outros. A área faz parte da operação urbana centro que abrangem os chamados centro velho e centro novo e que visa a requalificação urbana buscando estimular investimentos nessas áreas específicas. O local onde se encontra o terreno faz parte também do Projeto Nova Luz, que é um projeto de reestruturação urbana que seria realizado por meio de uma concessão urbanística anunciada pela Prefeitura de São Paulo em 2005. 18
A implantação do projeto na localidade vai muito além da arte em si e da reativação do centro velho. Trata-se da inclusão da sociedade e apropriação do espaço, sem ignorar o contexto existente e suas necessidades, trazendo cultura, ensino e espaços de qualidade para uma região importante históricamente. Dessa maneira, o Centro de Artes servirá como articulador e meio de ligação entre as pessoas e a arte, o interno e o externo, a cidade e o indivíduo, trazendo toda a vitalidade e valor cultural ao local, no qual nunca deveria ter saído.
DIAGNÓSTICO
GERAL
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Levantamento de dados
FIGURA 2: O Bar Soberano, ponto de encontro de diretores na Boca do Lixo. FONTE: http://www.cinema.uol.com.br/. Acesso em 10/2019
Durante os estudos de entorno e localização foram levantados alguns equipamentos que serviram de apoio para o programa e que estão dentro do raio de influência ao qual se insere o Centro de Artes, este estando no centro da área selecionada para recorte. A proximidade com a estação da CPTM Júlio Prestes, a estação Luz também da CPTM e a saída do Metro Luz tornam o acesso via transporte público bem eficaz, podendo também ser feito pela estação República do me-
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tro passando pela SESC 24 de Maio. Foram levantados onze equipamentos culturais ao longo da área selecionada para o projeto, sendo eles bem conhecidos na rota cultural do centro como Sesc Bom Retiro, Pinacoteca do Estado, Teatro Municipal, Praça das Artes e Centro Cultural Banco do Brasil. Dessa forma, seja qual for o caminho escolhido para acesso até o local ao qual será implantado o projeto, ao menos um equipamento estará na rota até o Centro de Artes.
FIGURA 3: Meninos jogando futebol na rua Santa EfigĂŞnia. FONTE: http://www.facebook.com. Autor desconhecido Acesso em 10/2019
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Mapa de equipamentos
FIGURA 4: Foto áerea da área de intervenção. FONTE: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br. Acesso em 05/2019
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1 CENTRO DE ARTES 2 COMPLEXO CULTURAL FUNARTE 3 TEATRO PORTO SEGURO 4 SESC BOM RETIRO 5 MEMORIAL DA IMIGRAÇÃO 6 MUSEU DE ARTE SACRA 7 MUSEU DA RESISTÊNCIA 8 PINACOTECA DO ESTADO 9 SESC 24 DE MAIO 10
TEATRO MUNICIPAL DE SP
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PRAÇA DAS ARTES
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CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL
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Leitura do entorno A região central de São Paulo, conhecida popularmente como Centro Velho sofreu e vem sofrendo grandes mudanças em suas características físicas, culturais e sociais. Muito se tem falado sobre a degradação do centro, porém sobre qual tipo de degradação estamos falando? Dos edifícios, dos usos atuais ou das pessoas que hoje frequentam o centro? É fato que o centro de São Paulo deixou de ser o ponto de encontro, em que a maior parte da população não apenas circulavam pelo local ou iam a trabalho, mas sim utilizava como lazer e caminho frequente. Deve-se levar em conta que a migração do centro financeiro da cidade para a região da Avenida Paulista afetou de forma mais intensa o local na década de 1960. Justamente nessa época se inicia a “evacuação” da área central em virtude do deslocamento das elites econômicas para novos polos financeiros. Atualmente sua composição populacional é bastante heterogênea por conta dos inúmeros hotéis e cortiços existentes, abrigando em grande parte imigrantes vindo refugiados ou de forma ilegal. 24
FIGURA 5: Operação na Cracolândia. FONTE: http://www.vice.com. Acesso em 10/2019
O ponto é, houve ali uma grande descaracterização desde o seu auge e procura por esses espaços até o “abandono” do cento. A vida burguesa deu local ao comércio de eletrônicos, informática e afins que se tem registro desde a década de 1970, o que lhe confere uma intensa vitalidade durante o dia e um grande fluxo de pessoas que procuram por esses produtos. Porém a noite, conforme diminui o movimento comercial local, abre espaço para outras situações, a prostituição em ruas como Aurora, Andradas, Timbiras, Duque de Caxias se mostra ainda muito presente.
Na Rua dos Gusmões foi constado a área mais problemática por conta do mau cheiro ali presente e por ser uma rua pouco movimentada, seja por automóveis ou pedestres. São raros os momentos ao qual a Av. Rio Branco se mostra congestionada, mantendo um a bom fluxo diário. Ao visitar a localidade é possível notar algumas mudanças no entorno do terreno Em conversa com um local que ali trabalha e que frequentava a região desde muito jovem, é visí-
vel as transformações ao qual passou o centro. Ele menciona a grande atividade e procura por aquele espaço há 50 anos atrás e o abandono de edifícios e trechos antes populares e agora sujos e sem interesse. Também segundo ele, o entorno já foi pior e hoje devido algumas ações de “higienização social” é possível caminhar com mais tranquilidade.
FIGURA 6: Cracolândia. FONTE: http://www.ambientelegal. com.br/. Acesso em 10/2019
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Boca do Lixo
Um fato curioso e interessante encontrado durante a etapa de pesquisa e levantamento de dados foi uma expressão ou nome não oficial dado para essa região do centro de São Paulo. Esse bairro já foi conhecido como Boca de Lixo, que incluía a Rua Triunfo, a rua Vitória e adjacências. Ganhou notoriedade por abrigar um polo cinematográfico desde a década de 1920 e 1930 quando empresas como Paramount, Fox e a MGM se instalaram na região. Nas décadas seguintes essas companhias atraíram fábricas de
equipamentos especializados, serviços de manutenção e outras empresas do ramo cinematográfico para os arredores. Entre o fim dos anos 1960 e começo dos anos 1980 a Boca de Lixo tornou-se um reduto do cinema independente brasileiro, revelando atores, atrizes e diretores hoje conhecidos. Com isso podemos constatar a importância que o bairro da luz e proximidades tiveram na história da construção do centro, sendo assim possível trazer de volta toda aura artística e cultural que rondava por aquela região.
FIGURA 7, 8 e 9: Boca do Lixo. FONTE: http://http://www.artecines. com.br/. Acesso em 10/2019
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O TERRENO 29
Mapa de localização
FIGURA 10: Foto áerea da área de intervenção. FONTE: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br. Acesso em 05/2019
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A área escolhida para a implantação do Centro de Artes está localizada na região da Luz, no setor República – Santa Efigênia, uma quadra entre a Avenida Barão de Rio Branco e a Rua Santa Efigênia, próximo à estação da Luz da CPTM e Júlio Prestes. O local é “privilegiado” em questão de mobilidade pois está servida por duas principais estações de trem e uma de metro, além é claro das linhas de ônibus que circulam por todo o centro, e por ser de fácil acesso a pé.
TERRENO AVENIDA RIO BRANCO SANTA EFIGÊNIA RUA VITÓRIA RUA DOS GUSMÕES
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Justificativa do terreno A escolha do terreno se deu a partir da dinâmica dos usos. Dessa forma a área em questão consegue comportar toda a logística envolvendo os espaços e atividades. Por conta da abrangência do programa e por ser um equipamento cultural, a tendência é que se crie ali um intenso fluxo de pessoas, por tanto, a necessidade de fácil acesso, em relação ao transporte público e o sistema viário foi um dos pontos relevantes na escolha. Por ser uma região central e de grande importância para a cidade, oferece a infraestrutura adequada no que se refere ao acesso e utilização do espaço. O sitio tem uma área aproximada de sete mil metros quadrados, e atualmente é ocupada por um estacionamento que serve como abrigo para quem trabalha na região ou usufrui do comercio local. Existe ali também algumas pequenas lojas de eletrônicos e um bar na esquina da Rua Vitória com a Santa Efigênia. Esses estabelecimentos em questão serão desapropriados para que haja uma fruição entre entre a avenida Rio Branco e a rua Santa Efigênia.
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O terreno oferece uma boa área com potencial construtivo dois, porém, por fazer parte da operação urbana centro isso lhe garante um aumento de duas vezes mais somado ao potencial já oferecido, ficando assim com CA 4. Mas o objetivo deste trabalho não é o adensamento ao máximo, mas sim trazer um respiro para a região, com novos usos e atividades. Uma intervenção pontual, que junto com os equipamentos já existentes como a Sala São Paulo, a Tom Jobim – Escola de Música do Estado de São Paulo, a Pinacoteca do Estado, a Estação Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu de Arte Sacra, Museu da Resistência de São Paulo, a Estação Júlio Prestes, a Casa da Luz – Espaço Cultural, Espaço Cultural Porto Seguro, e o Parque da Luz, entrará para a rota cultural da cidade de São Paulo, sendo peça chave entre os equipamentos dentro desse eixo cultural.
Mapa de remembramento 1
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TERRENO LOTES DESAPROPRIADOS FIGURA 11, 12, 13: Foto áerea da área de intervenção. FONTE: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br. Acesso em 05/2019.
ÁREA DE INTERVENÇÃO
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Mapa de acessos FIGURA 14: Foto áerea da área de intervenção. FONTE: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br. Acesso em 05/2019.
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ESTAÇÃO LUZ DA CPTM
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ESTAÇÃO LUZ DO METRÔ PERCURSO A PÉ PERCURSO DE AUTOMÓVEL PERCURSO DE AUTOMÓVEL E A PÉ
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LEVANTAMENTO
FOTOGRÁFICO 37
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FIGURA 15: Painel sob edifĂcio, Av. Rio Branco. FONTE: Foto tirada pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 16: Cruzamento da Av. Rio Branco com a Rua Vitรณria. FONTE: Foto tirada pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 17: Vista da Rua Vitória em direção a Santa Efigênia. FONTE: Foto tirada pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 18: Esquina da Rua Santa Efigênia com a Rua Vitória. FONTE: Foto tirada pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 19: Vista da Rua dos Gusmões em direção a Santa Efigênia. FONTE: Foto tirada pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 20: Vista interna da quadra na esquina da Rua Santa Efigênia com a Rua a Vitória. FONTE: Foto tirada pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 21: Vista da Rua os Gusmões em direção a Av Rio Branco. FONTE: Foto tirada pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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ESTUDO
DE CASO 49
MIDIATECA PUC RIO - SPBR ARQUITETOS
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FIGURA 22, 23, 24 e 25: Midiateca, PUC - RJ. FONTE: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/midiateca-puc-rio. Acesso em 05/2019
Análise O projeto se resolve em uma grande lâmina de aproximadamente 100 metros de comprimento elevada do solo e apoiada sobre 4 pilares. O projeto foi executado em estrutura metálica, o que permitiu grandes vãos e generosas aberturas, que são responsáveis para suprir as questões de iluminação e ventilação. Além disso, os shads na cobertura auxiliam na troca de ar, e traz para o ambiente luz natural. O projeto do escritório SPBR Arquitetos, que contempla a construção de uma midiateca anexo ao campus da PUC no Rio de Janeiro se insere de forma pontual e lógica. A elaboração deste estudo de caso tem como finalidade a compreensão dos acessos, fluxos e raciocínio estrutural pertinentes ao projeto. Essas percepções auxiliaram na investigação como o modo de planejamento proposto se fez possível na concepção do Centro de Artes.
Outro aspecto importante do projeto são os espelhos d’água, que além, é claro, de servirem de solução plástica, tem a função de marcar e dividir os ambientes no térreo e distribuir os acessos. Essas decisões de projeto presentes na midiateca serviram de base para questões como fluxo, acessos e estrutura para a concepção do Centro de Artes.
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MAM RIO - AFFONSO REIDY
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FIGURA 26, 27 e 28: MAM - RJ. FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/classicos-da-arquitetura-museu-de-arte-moderna-do-rio-de-janeiro-affonso-eduardo-reidy. Acesso em 05/2019
Análise
Construído na década de 1960, o MAM Rio de Janeiro, projeto moderno do arquiteto Affonso Reidy marca uma importante imagem na paisagem do Rio. Novamente a grande lâmina elevada do solo se faz presente como referência, dessa vez executada em concreto armado e com mais de 4 apoios, sendo sustentado por quatorze pórticos em concreto posicionados a dez metros de distância entre si e formados por uma viga superior. Porém o raciocínio é o mesmo, grandes panos de vidro trazem para o ambiente iluminação e ventilação natural, mesmo se tratando de um Museu, que a rigor deve ter a entrada de luz controlada, as aberturas se fazem presente marcando as sessões do edifício.
O térreo elevado, proporciona a transposição por baixo do volume principal, seja pela transversal ou cruzando o edifício no sentido longitudinal. Não existe barreira física, dessa forma o edifício acaba por si só criando uma praça interna coberta e destinada a atividades espontâneas. A planta retangular e a flexibilidade dos espaços pela descontinuidade das lajes possibilita a adequação das salas de exposição, tendo três pés-direitos distintos, o que permite receber obras de arte de diversos tamanhos. Outro aspecto que levou ao estudo de caso foi a distribuição do programa em dois principais volumes, sendo eles, a grande lâmina ao qual abriga as áreas de exposição e o edifício anexo de documentação e pesquisa a norte da lâmina, o que se assemelha com o terreno ao qual será implanta o Centro de Artes. 53
MUSEU DOS COCHES LISBOA - PMDR + MMBB
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FIGURA 29, 30 e 31: Museu dos Coches FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/museu-dos-coches-paulo-mendes-da-rocha-mmbb-arquitetos-bak-gordon-arquitectos. Acesso em 05/2019
Análise
Assim como nos projetos anteriores, o Museu dos Coches nasce como uma bela lâmina que se estende por todo o terreno. Com assinatura de Paulo Mendes da Rocha + MMBB, o edifício fica localizado em Lisboa, Portugal as margens do Porto Brandão em uma região com predominância residencial. O pavilhão principal é suspenso e apoiado sobre seis pilares e destinado a exposições. Novamente a planta retangular e a interrupção das lajes como no MAM possibilitam uma maior flexibilidade em relação as exposições e peças de arte.
O sistema estrutural adotado foi misto, ou seja, os pilares da base são em concreto armado e as salas de exposição e cobertura são em estrutura metálica, como uma “gaiola estrutural”. A noroeste está o segundo volume, um anexo com recepção, administração, restaurante, auditório e apoio que serve de amparo para o pavilhão principal. Esse bloco também libera o térreo, elevando todo o programa.
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CONCEPÇÃO 57
Estudo preliminar
FIGURA 33: Croqui - Corte esquemático FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
FIGURA 34: Croqui - Possíveis fluxos FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
Conforme abordado nos estudos de caso algumas decisões já se faziam presentes antes mesmo do aprofundamento do programa e do desenho em si.
As questões de acesso, principais rotas e caminhos foram estudados e analisados para que melhor atendesse a implantação do edifício.
• O edifico elevado • A transposição • Permeabilidade física e visual
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FIGURA 35: Croqui - Definição de acessos pelas ruas laterais FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
Definição de acessos tanto pela Avenida Barão de Rio Branco como Pela Rua Vitória e Gusmões.
FIGURA 36: Croqui - Definição de acessos pelas ruas laterais FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
FIGURA 37: Croqui - Corte esquemático prevendo o desnível FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
Levando em conta os aspectos anteriores, o térreo começa a tomar forma, um desnível de três metros em relação a Av. Rio Branco é inserido, e a organização do programa em níveis começa a ser estudada.
• Acesso principal pela Av. Rio Branco • Acessos secundários pelas demais ruas • Utilização do edifício como rota de passa- gem 59
FIGURA 38: Croqui - Definição do térreo e estudo volumétrico I FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
O desenho do térreo por fim é definido, sendo ele crucial para o desenvolvimento do restante do projeto, pois assim todas as relações de acessos e caminhos estariam resolvidas. Assim como na Rio Branco, foram implementados acessos na Rua dos Gusmões, Vitória e Santa Efigênia.
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FIGURA 39: Croqui - Estudo volumétrico II FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
Por fim, após todas as decisões anteriores tomadas, chega a hora do edifício tomar “corpo”. Alguns estudos foram realizados e o volume longitudinal com um anexo ao lado servindo de apoio e extensão do programa começa a aparecer. O pano de vidro marcando a fachada, os quatro apoios que elevam o edifício do chão e essas grandes “abas” nas extremidades mostram-se presentes nos estudos.
FIGURA 40: Croqui - Volumetria apresentada no 1º semestre FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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Definição volumétrica
FIGURA 42: Croqui - Corte esquemático dos níveis internos. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
FIGURA 41: Croqui - Definição volumétrica do projeto. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
FIGURA 43: Croqui - Detalhe da fachada. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 44: Croqui - Detalhe da parece externa. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
Um novo desenho surge, as grandes paredes antes de concreto agora dão lugar a uma treliça de aço que por sua vez aparece apenas na fachada sudeste em direção à Rua Vitória. No lado oposto dois longos e esguios volumes marcam a lateral da Gusmões, nesses grandes “tubulões” com pés direitos distintos acontecem a biblioteca, um mirante, salas de aula e ensaios.
FIGURA 45: Croqui - Detalhe da parede externa FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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Concepção estrutural
FIGURA 46: Croqui - Detalhe do desenho das lajes. FONTE: Elaborado por Antonio Gil. (2019)
FIGURA 47: Detalhe do desenho das lajes. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
FIGURA 48: Detalhe do desenho das lajes. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
FIGURA 49: Detalhe do desenho das lajes. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 50: Croqui - Detalhe das treliรงas . FONTE: Elaborado por Antonio Gil. (2019) FIGURA 53: 3D estrutural. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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1 FIGURA 51: Detalhe das treliรงas. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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2 FIGURA 52: Detalhe das treliรงas. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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Mapa de zoneamento
FIGURA 54: Mapa de zoneamento FONTE: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br. Acesso em 05/2019
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É possível notar no mapa uma grande mancha de predominância ZC que são Zonas de Centralidade, elas são caracterizadas por estarem fora do eixo de transformação urbana destinadas à promoção de atividades comuns a áreas centrais, em que se pretende promover em grande parte os usos não residenciais, e tem como objetivo promover a qualificação dos espaços públicos de abrangência regional. Embora seja majoritariamente ZC, muitas habitações estão presentes no local, algumas até em fase de construção nas ZEIS 3 e ZEIS 5
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Mapa de cheios e vรกzios
FIGURA 55: Mapa de cheios e vรกzios FONTE: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br. Acesso em 05/2019
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Foi definido um recorte para estudar os principais agentes influenciadores próximos ao terreno escolhido, dessa forma foi feito o levantamento de cheios e vazios e como pode ser observado no mapa temos ali uma grande densidade construtiva, visto que essa região da Luz e proximidades se mostra consolidada desde meados do século XIX. Em média os edifícios tem entre três e nove pavimentos podendo chegar até trinta metros de altura.
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O PROJETO 71
FIGURA 56: Diagrama FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 57: Diagrama FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 58: Diagrama FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 59: Diagrama FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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FIGURA 60: Diagrama FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
80
81
74
74
74
5.3
5.0
6
74
3.5
3.7
1
4
5.7
1
0
C
3
A
74
Plantas
5.5
AV RIO BRANCO
74
RUA
A
V
4.9
74
74
5.2
5.6
V
9
V
745
V
V
B
74
8
4
1
V
C
5.6
3
AV RIO BRANCO
74
5.7
745
74
RAMPA i = 9%
R
74
74
2.3
74
1.9
9
1.5
8
9
D ESCADA DE ACESSO PATAMAR DESNÍVEL DE 0,82M
RUA SANTA EFIGÊNIA
V
A DOS GUSMÕES
74
1.2
V
V V
V
6
V
A
B
74
2.2
6
74
ESCADA DE ACESSO PARA A RUA VITÓRIA DESNÍVEL DE 3,00M
RUA SANTA EFIGÊNIA
1.6
D
RUA VITÓRIA
74
1.1
7
3.9
5
1.5
74
3
2.3
74
4
2.6
7
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO ESC: 1/750 74
74
4
74
1.7
N
8
C A
PÁTIO INTERNO
C
B
D
A
B
CENA
D
PLANTA SUBSOLO E TEATRO ESC: 1/500
N
C ESCADA DE ACESSO PARA A GUSMÕES DESNÍVEL DE 2,18M
A RAMPA i = 9%
PÁTIO INTERNO
B
V
C
ESCAD ACESS A RUA DESNÍV 3,00M
V
V V
V ESCADA DE ACESSO PATAMAR DESNÍVEL DE 0,82M
D
A
B
PLANTA TÉRREO ESC: 1/500
D
DA DE SO PARA A VITÓRIA VEL DE M
N
C A GUARDA CORPO
RAMPA i = 9%
CAFÉ/RESTAURANTE
GUARDA CORPO
B
V
C
ESCAD ACESS A RUA DESNÍ 3,00M
V
V V
V ESCADA DE ACESSO PATAMAR DESNÍVEL DE 0,82M
D
A
B
PLANTA PAV. INTERMEDIÁRIO ESC: 1/500
D
DA DE SO PARA A VITÓRIA ÍVEL DE M
N
C A
GUARDA CORPO
RAMPA i = 9%
CAFÉ/RESTAURANTE
GUARDA CORPO
SALA DE DANÇA
B
V
C
ESCAD ACESS A RUA DESNÍV 3,00M
V
V V
V ESCADA DE ACESSO PATAMAR DESNÍVEL DE 0,82M
D
A
B
PLANTA 1º NÍVEL ESC: 1/500
D
DA DE SO PARA A VITÓRIA VEL DE M
N
C SALA DE DANÇA
A
SALA DE DANÇA
GUARDA CORPO
RAMPA i = 9%
B
SALA DE DANÇA
SALA DE DANÇA
SALA DE DANÇA
V
C
ESCAD ACESS A RUA DESNÍV 3,00M
V
V V
V ESCADA DE ACESSO PATAMAR DESNÍVEL DE 0,82M
D
A
B
PALCO
PALCO
LAB. ARTES CÊNICAS
PALCO
PLANTA 2º NÍVEL ESC: 1/500
D
DA DE SO PARA VITÓRIA VEL DE
N
C CORDAS
CORDAS
PIANO
PIANO
CORDAS
CANTO
CANTO
CANTO
SALA DE ENSAIO
SALA PARA ENSAIOS DE MÚSICA
SALA PARA ENSAIOS DE MÚSICA
PIANO DEP.
A SALA DE TEORIA GUARDA E RESTAURO DE INSTRUMENTOS
RAMPA i = 9% SALA DE TEORIA
CABINE
CABINE
B SALA DE TEORIA
SALA ORQUESTRA
SALA MULTIUSO
SALA INSTRUMENTAL
ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO
ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO
SALA MULTIUSO
DEP.
V
C
ESCAD ACESS A RUA DESNÍV 3,00M
V
V
V
V ESCADA DE ACESSO PATAMAR DESNÍVEL DE 0,82M
D
A
B
PALCO
PALCO
SALA DE TEORIA
LAB. ARTES CÊNICAS
PLANTA 3º NÍVEL ESC: 1/500
D
DA DE SO PARA VITÓRIA VEL DE
N
Cortes
CORTE A ESC: 1/250
CORTE B ESC: 1/250
CORTE C ESC: 1/250
102
PERSPECTIVAS 103
104
FIGURA 61: Perspectiva da Av. Rio Branco. FONTE: Elaborado pelo autor Gustavo Farias. (2019)
105
106
FIGURA 62: Perspectiva da Av Rio Branco. FONTE: Elabora pelo autor Gustavo Farias. (2019)
107
FIGURA 63: Perspectiva do café para o pátio interno. FONTE: Elabora pelo autor Gustavo Farias. (2019)
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110
FIGURA 64: Perspectiva interna. FONTE: Elabora pelo autor Gustavo Farias. (2019)
111
112
CONSIDERAÇÕES
FINAIS 113
Este trabalho é fruto de diversas inquietações no que se diz respeito a arte, cultura, equipamentos públicos e a (sub) utilização de terrenos no Centro. Trazendo à tona esses vazios com grande potencial de transformação local, levando em conta seu passado e entorno. Dessa forma a ocupação dessa área por meio de tal intervenção visa resgatar o dinamismo e importância que o centro já teve e fora perdendo com o passar dos anos. Um local antes monótono e com um uso especifico agora dá lugar não apenas a um edifício, mas a um equipamento cultural destinado a encontros e passagens, trocas e aprendizados lazer e ensino, e por conta disso o térreo se abre e se eleva do chão, trazendo a cidade para dentro de si. Áreas com grande potencial de transformação, tanto físico como social e cultural esperam por investimentos e boas propostas. Vivemos em um país ao qual impõem muitas barreiras em diversas questões. Cortes no orçamento para educação e Cultura já tramitam no judiciário e correm grande risco de 114
serem aprovados. Uma sociedade sem educação e cultura não sobrevive. É claro que uma única intervenção não mudará todo o contexto histórico e físico de um lugar ou geração, mas é certo que servirá de base e aprendizado para uma evolução no pensamento. Pequenas intervenções em áreas espalhadas pela cidade funcionarão como uma válvula de escape, quase como um respiro para o local, ou como menciona Ignasi Sola Morales como uma “uma acupuntura urbana” (MORALES, 2008). Por fim essa etapa encerra abordando de forma mais ampla questões levantadas no primeiro semestre como acessos, localização, área de influência e efeitos que o um Centro de Artes poderia causar dentro do meio ao qual se insere, com um trabalho que procura olhar com mais cautela para questões urbanas e socioculturais, propondo melhorias e qualidade espacial sem ferir o contexto existente.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS 115
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Na Cracolândia, droga chega em saco de pão e
Cinema marginal e boca do lixo, movimentos cinematográficos. Disponível em: http://www.artecines.com.br/cinema-marginal-e-a-boca-do-lixo-movimentos-cinematograficos-002/. Acesso em: 28 de outubro. 2019. Tumulto na cracolândia provoca correria e bloqueia avenida no centro de SP. Disponível: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/09/tumulto-na-cracolandia-provoca-correria-e-bloqueia-avenida-no-centro-de-sp.shtml Acesso em: 5 de setembro. 2019.
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