Centro Cultural Chapecó - Estudos para o desenvolvimento do projeto

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CENTRO CULTURAL CHAPECÓ GUSTAVO ARRUDA TEO | TFG1 | FAURB UFPEL | 2017.2

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GUSTAVO ARRUDA TEO | TFG1 | FAURB UFPEL | 2017.2 2


ORIENTADORA: ANA PAULA NETO DE FARIA

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SUMÁRIO

01

INTRODUÇÃO O TEMA A JUSTIFICATIVA

6 7

O LOCAL 16 BREVE HISTORICO DA CIDADE 17 CARACTERÍSTICAS DA CIDADE O TERRENO 18 LEGISLAÇÃO 30

03

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02

PROJETOS REFERENCIAIS 32 CLYFFORD STILL MUSEUM 36 ARQUIVO HISTORICO DE OAXACA ESPAÇO CULTURAL PORTO SEGURO 40


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ORGANIZAÇÃO ESPACIAL PROGRAMA PRÉ-DIMENSIONAMENTO ORGANOGRAMA

O PROJETO 50 52 56 80

06

IDEIAS INICIAIS ZONEAMENTO INTENÇÕES FUNCIONAIS INTENÇÕES FORMAIS

44 46 48

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REFERÊNCIAS E ANEXOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ANEXO 1 ANEXO 2

82 83 84 86

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INTRODUÇÃO O TEMA No presente material será exposto o desenvolvimento do projeto realizado para o Trabalho Final de Graduação 1 da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. A proposta deste trabalho é elaborar um projeto para um Centro Cultural na cidade de Chapecó-SC. Um local que além de espaço de exposição, seja também uma nova sede para o CEOM (Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina) e que busque ainda atender a procura por cursos de artes visuais, uma vez que que a Escola de Artes de Chapecó já não consegue atender por completo o número de interessados. Além disso, objetiva-se despertar, através do projeto de arquitetura, um maior interesse da população pelas artes e história da própria região.

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img 01: Galeria Dalme Rauen. (Fonte: Autor)


A JUSTIFICATIVA Em Chapecó, a SECUL é a responsável pela criação e manutenção dos espaços culturais, como a Escola de Artes, instituição cultural de maior relevância na cidade, que oferta uma grande quantidade de cursos nos campos da música, artes cênicas e artes visuais. A maioria dos eventos de exposições e apresentações são iniciativas desta instituição, como por exemplo o Festival de Dança de Chapecó, o de maior representatividade na região, que recebe anualmente performances de equipes de todo o sul do Brasil. Além disso, a Escola promove recitais e exposições de trabalho de alunos dentro do próprio edifício. Outros espaços mantidos pela SECUL são o Museu de História e Arte de Chapecó, o Museu Antonio Salistre de Campos, a Galeria de Artes do Centro de Cultura e Eventos, o Memorial Paulo de Siqueira, o Centro de Cultura e Eventos e a Galeria Dalme Rauen.

img 02 e img 03: interior Galeria Dalme Rauen. (Fonte: Autor)

Outra instituição bastante importante é o CEOM (Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina), que realiza atividades voltadas à preservação, valorização e difusão da história e do patrimônio cultural da região. O espaço utilizado pelo CEOM encontra-se no segundo andar da rodoviária da cidade e recebe semanalmente a visita de alunos de colégios do município e região. 7


img 04: Exterior Memorial Paulo de Siqueira. Escultura do Próprio Artista. (Fonte: Autor)

A cidade conta ainda com cursos acadêmicos voltados para as artes visuais, como o de Produção Audiovisual, Moda e Design, que fomentam a discussão de temas relacionados e a produção de conteúdo. 8


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img 05: Centro de Cultura e Eventos. (Fonte: Autor)


Como foi observado, a produção cultural e a quantidade de espaços culturais é grande, no entanto, os locais sofrem com o reduzido número de visitantes, que já ocasionou a remoção de uma galeria no SESC da cidade. A ausência de frequentadores nas galerias demonstra que há um desconhecimento, devido à má divulgação, ou falta de interesse em relação a estes locais. Alguns deles possuem uma localização pouco favorável, como por exemplo a Galeria de Arte do Centro de Cultura e Eventos, que se encontra no subsolo do Teatro do prédio e não possui fácil acesso, e o Museu dos Balseiros, ainda em fase de projeto, sendo o terreno distante cerca de 15km do centro da cidade Os outros, embora melhor localizados, se fecham ao olhar público, portanto são pouco convidativos e não atraem a atenção de quem passa. Além disso, durante visitações aos locais foi possível observar um certo descaso em relação a estes espaços. O Museu Antonio Salistre de Campos, por exemplo, passou por uma reforma neste ano e ainda assim as sinalizações e informações são de qualidade questionável e a exposição fixa audiovisual encontra-se desativada pois há a necessidade de substituir o projetor atual. (continuar a relatar problemas encontrados nas exposições – reforçar o descaso) De que maneira se espera que o público desenvolva interesse pela arte e história se os locais destinados a isso se escondem ou não se apresentam da melhor forma?

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img 06: Texto informativo no interior do Museus Antoni Salistre de Campos. (Fonte: Autor)


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img 08: Interior Museus Antonio Salistre de Campos. (Fonte: Autor)

img 07: Museus Antonio Salistre de Campos. (Fonte: Autor)


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img 10: Interior Memorial Paulo de Siqueira. (Fonte: Autor)

img 09: Interior Museu Antonio Salistre de Campos. (Fonte: Autor)


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img 11: Interior Memorial Paulo de Siqueira. (Fonte: Autor)


Apesar do aparente descaso, existe ainda, de alguma maneira, um certo interesse por parte de jovens em se envolver com arte. Quando realizado contato com a Escola de Artes, foi informado que até o ano de 2015 havia uma lista de espera de cerca de 80 alunos para os cursos de artes visuais. Hoje já não trabalham mais com lista de espera, no entanto divulgam chamadas caso abra uma vaga devido à desistência de alunos já matriculados. Raramente as vagas ficam em aberto, pois a procura é alta. Em conversa informal com Sid Geremia, professor da Escola de Artes de Chapecó, foi relatado também sobre a dificuldade de se encontrar espaços de exposições mais livres na cidade, ou seja, locais nos quais artistas, amadores ou não, consigam expor seus trabalhos com maior liberdade e acesso facilitado do público. Um local como este serviria aos artistas, dando-lhes maior visibilidade, mas também funcionaria como um atrativo ao público, mostrando-se não apenas como um ambiente convidativo, mas também acolhedor, conferindo ao lugar um caráter de permanência. A situação do CEOM necessita mais urgência. Desconsiderando o fato de que toda a instituição se camufla no prédio da rodoviária e parece esconder a própria identidade, existe ainda a falta de espaço como principal adversidade. As salas de acervo documental histórico e arqueológico encontram-se lotadas, ao ponto de que os depósitos de materiais estão sendo utilizados como “acervos provisórios”, o que pode ser problemático para a conservação dos documentos, uma vez que os depósitos não possuem um ambiente adequado para este fim. Chapecó é um polo regional. Uma das cidades do estado de Santa Catarina com maior PIB e IDH e possui um crescimento estável e intenso. Apesar do forte viés econômico, Chapecó vive um bloqueio cultural em relação à capital. Um bloqueio que acompanha a cidade há tempos, conforme evidenciado no relato de Armia Luvisa (apud PAIM, 2006, p. 126): “Vinham pra cá com a esperança de enriquecer, acho que por isso que, a cultura ficou em segundo plano. O que é uma pena.” Mais antiga ainda é a afirmação de Hilton Rôvere, então secretário Municipal da Educação (PREFEITURA DE CHAPECÓ, 2017), quando da idealização da Escola de Artes de Chapecó, em 1976, no sentido de que “[...] o Oeste de Santa Catarina sempre sofreu um desvirtuamento cultural devido ao hiato que sempre manteve com o litoral”. Existe diversidade cultural no município, e não é pequena, principalmente devido ao fato de ser um destino de diversos migrantes e imigrantes nos últimos anos. Entretanto tal diversidade parece ser deixada de lado ou sufocada. Atrair o olhar público para esta pluralidade cultural e levar às pessoas informação a respeito da produção artística, seja local ou não, é um desafio que pode ser cumprido ao se produzir um lugar para cultura e lazer. 14


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O LOCAL BREVE HISTÓRICO A cidade de Chapecó está localizada no oeste do estado de Santa Catarina, no vale do Rio Uruguai, região com diversos sítios arqueológicos que evidenciam que os índios Kaingang foram os primeiros habitantes desta terra. Esta região foi palco de disputas entre bandeirantes e indígenas e de tratados internacionais entre Portugal e Espanha para delimitação de áreas, e até mesmo de disputas entre os estados do sul, até que em 1917 houve, finalmente, a criação efetiva do município de Chapecó, que foi colonizado, majoritariamente, por descentes de alemães e italianos vindos do Rio Grande do Sul.

BR

SC

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Chapecó é conhecida como a capital do oeste de Santa Catarina, devido à sua relevância política e econômica na região. Conta ainda com um aeroporto bastante ativo, que serve toda a região oeste do estado e parte do noroeste do Rio Grande do sul.


img 12: Vale do Rio Uruguai. (Fonte: Prefeitura de Chapecó) img 13: Chapecó. (Fonte: Prefeitura de Chapecó)

CARACTERÍSTICAS DA CIDADE 213.000 habitantes 626.060 kilometros quadrados Ventos Sudeste e Nordeste Aprox. 670m de altitude | Topografia bastante irregular 550km de Florianópolis | 480km de Curitiba | 450km de Porto Alegre Subtropical | Média anual 18,7ºC | Umidade Relativa Média 73% 17


O TERRENO A preocupação com o sítio para a inserção do projeto surgiu logo no início. Apesar de um Centro Cultural ser um elemento que tende a gerar movimento e atrair o fluxo de pessoas, houve o cuidado em tentar encontrar um terreno que estivesse em uma área importante da cidade, ou seja, que já possuísse certa visibilidade. Outro ponto importante para a escolha do terreno é que ele fosse de fácil acesso, portanto as buscas se limitaram a terrenos na área central da cidade ou a locais nos quais fosse possível chegar tranquilamente com transporte público. Atendendo às qualidades listadas a cima, foi escolhido um terreno na Avenida Getúlio Vargas, a principal avenida da cidade.

HIERARQUIA VIÁRIA

Central Especial Arterial Coletora Principal Coletora Secundária Local

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mapa 01: adaptado do plano diretor de chapecó (PREFEITURA DE CHAPECÓ, 2014)


LOCAIS

Terminal Urbano Central Escola Escola de Música Escola de Artes Espaço Cultural mapa 02 (Fonte: Autor)

É importante notar também a proximidade do terreno em relação ao Terminal Urbano Central, aspecto bastante positivo, tendo em vista o objetivo de facilitar o acesso de quem vier de áreas mais distantes. Por estar localizado no Centro da cidade, o terreno também está próximo de outros espaços culturais, de escolas de ensino básico e secundário e escolas de artes, o que pode estimular o contato de jovens com diversos tipos de atividades culturais desde muito cedo e impulsionar o choque destas diversas atividades. 19


S 105

120 GE IDA AVEN

60

20

A VARG O I L Ú T

IS

ÓPOL

AN FLORI A U R

I 125 AZELL M O T ES ACHIL RUA

A frente do terreno ocupa toda a extensão entre as ruas Florianópolis (mais ao norte) e Achiles Tomazelli (mais ao sul), transversais à avenida, e possui uma área total igual 13.800 metros quadros, no entanto, boa parte é coberto por vegetação. A frente com a Avenida Getúlio Vargas possui cento e vinte metros de extensão, cento e cinco metros na rua Florianópolis e cento e vinte e cinco metros na rua Achiles Tomazelli e conta com um recorte no interior da quadra, como indicado. No interior do terreno encontram-se duas construções: um galpão desocupado com acesso pela rua Florianópolis e uma pequena ótica com frente para a Avenida Getúlio Vargas. 20

Área coberta por vegetação

Sol

Ventos Predominantes


685m 690m 695m

700m

705m

710m 715m

Cota mais baixa

Cota mais alta

Chapecó é uma cidade com uma topografia muito irregular. Não diferente disso, o terreno e o entorno estão localizados num local bastante acidentado. Entre a cota mais baixa do terreno, localizada no cruzamento da Avenida General Osório com a Rua Florianópolis, até a mais alta no interior da quadra, há uma diferença de treze metros. 21


LEVANTAMENTO FOGRÁFICO Para uma melhor visualização e entendimento do local, fora realizado um levantamento fotográfico das faces do terreno e das faces das quadras que o cercam. Também foram feitos registros de áreas próximas do local escolhido para o projeto. Desta forma espera-se ilustrar e tornar mais claro aquilo que já foi citado até o momento.

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img 14: Face da quadra em frente ao terreno pela Avenida Getúlio Vargas

img 15: Frente do Terreno pela Avenida Getúlio Vargas

img 16: Frente do Terreno pela Rua Florianópolis

img 17: Face da quadra ao lado do terreno pela Rua Florianópolis

img 18: Frente do Terreno pela Rua Achiles Tomazelli

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img 19: Quadra ao lado pela rua Achiles Tomazelli . (Fonte: Autor)

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img 20: Vista do Terreno. (Fonte: Autor)


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imagem 22: Av. GetĂşlio Vargas. (Fonte: Autor)

imagem 21: Av. GetĂşlio Vargas. (Fonte: Autor)


img 23: Terreno pela R. Florianรณpolis. (Fonte: Autor)

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img 24: Av. GetĂşlio Vargas. (Fonte: Autor)


Residencial

Comercial

Misto

Instit.

ANÁLISE DE USOS Ao analisar os usos dos lotes no entorno imediato ao terreno, é possível observar a pluralidade de funções que são desempenhadas nesta área. Edifícios residenciais, salas comerciais, bares, restaurantes, hotéis e edifícios institucionais aparecem nas adjacências. Esta combinação de diferentes usos é de extrema importância para o projeto, pois confere à área uma certa vitalidade, um dinamismo que dialoga diretamente com o tema proposto.

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Vazio


Térreo

2 Pav.

3 Pav.

> 3 Pav.

Vazio

ANÁLISE DE ALTURAS A heterogeneidade se mantém ao compararmos as alturas das edifificações nos lotes dos arredores do terreno escolhido. É importante que se tenha claro que boa parte dos edifícios com mais de 3 pavimentos não passam do sétimo andar e, em comparação com os prédios mais novos nesta área, o contraste é gritante. Devido ao novo plano diretor, a zona central da cidade tem se verticalizado de maneira intensa e vertiginosa. Tomando como base outras áreas do centro e os grandes edifícios que já se instalaram nesta região, e levando em conta o crescimento acelerado da cidade, é razoável deduzir que em pouco tempo a verticalidade tomará conta do entorno. 29


LEGISLAÇÃO De acordo com as subdivisões da Macrozona Urbana do Plano Diretor da cidade, o terreno escolhido está situado na AUC – Área Urbana Central. Segundo o Artigo 57 do projeto de lei complementar de 14 de Abril de 2014, a AUC é caracterizada da seguinte forma:

ÍNDICES E PARÂMETROS URBANÍSTICOS MACROZONA URBANA - MU

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Art. 57. A Área Urbana Central- AUC, é formada pelas áreas urbanas centrais melhor atendidas pela infraestrutura, pelos serviços públicos e pelas oportunidades geradas a partir da urbanização do Município, apresentando alta densidade de edificações e maior concentração de atividades econômicas. Parágrafo único. A Área Urbana Central tem por objetivo promover o equilíbrio entre a promoção das atividades econômicas e o uso residencial, priorizando a qualificação físico-espacial e o melhor aproveitamento da infraestrutura instalada. (CHAPECÓ, 2014, p. 28)


No que se refere aos índices urbanísticos é possível observar na tabela (ANEXO 1) retirada do Plano Diretor todas as especificações para a viabilidade nos terrenos localizados na AUC. O Coeficiente de Aproveitamento a ser respeitado deverá ser o Coeficiente de Aproveitamento básico, uma vez que o Coeficiente de Aproveitamento máximo considera a soma da máxima outorga onerosa do direito de construir nesta unidade territorial. O Projeto de Lei Complementar especifica ainda quais áreas devem ou não ser computadas em cada índice urbanístico.

tabela 01: Fonte: Plano Diretor

Em relação à necessidade e dimensionamento de estacionamentos, é informado, na seção X do Código de Obras de Chapecó (ANEXO 2), a obrigatoriedade destas áreas em edificações de qualquer uso, exceto residências unifamiliares isoladas. Em edifícios de uso recreacional deve existir uma vaga para cada cinquenta metros quadrados de área construída. 31


PROJETOS REFERENCIAIS CLYFFORD STILL MUSEUM ALLIED WORKS ARCHITECTURE | 2011

DENVER, COLORADO, E.U.A

Trata-se de um Museu para os trabalhos e vida do artista Clyfford Still. O acesso ao edifício se dá por meio de um caminho entre árvores, que possibilitam, além de um espaço de transição do movimento da rua para o prédio em si, um espaço de permanência para o público que por ali passa. O concreto é o material mais visível na fachada, no entanto, utilizou-se as fôrmas em padrões não convencionais, que concederam uma textura incomum às paredes externas, proporcionando um interessante jogo de sombras que se alteram ao longo do dia Internamente, o edifício possui nove galerias com alturas variadas para se adaptar a diferentes tipos de obras. Os materiais da fachada se repetem no interior do edifício, no entanto, de maneira mais limpa, mantendo uma leitura visual da obra como um todo, e direcionando o foco para as obras expostas. Além disso, há bastante entrada de luz natural nas galerias, que se dá através de algumas aberturas altas nas paredes, mas principalmente de forma zenital, passando por uma estrutura que funciona como um diluidor de luz, criando uma iluminação indireta nos locais de exposição.

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img 26: Fonte: Jeremy Bittermann

img 25: Fonte: Jeremy Bittermann


img 27: Fonte: Jeremy Bittermann

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img 28: Fonte: Jeremy Bittermann


É possível perceber várias estratégias interessantes que podem ser aplicadas no projeto tema deste trabalho. A utilização de materiais usuais com padrões incomuns confere ao edifício um visual bastante contemporâneo, mantendo ainda o caráter sóbrio da obra. A utilização de uma área verde como espaço de descompressão e lazer e um espaço de uso público preliminar ao edifício são intenções coerentes com o tema proposto neste trabalho. Além disso, é importante atentar às estratégias já mencionadas para iluminação das galerias.

img 29: Fonte: Jeremy Bittermann

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ARQUIVO HISTÓRICO DE OAXACA MENDARO ARQUITECTOS | 2016

SANTA LUCÍA DEL CAMINO, OAXACA, MÉXICO

O objetivo deste projeto foi dar forma a um local para preservar os documentos históricos de Oaxaca. O edifício está localizado em Santa Lucía del Camino, no parque Las Canteras, que é bastante conhecido pelos moradores da cidade, e a inserção deste projeto tende a estimular um maior fluxo de pessoas. Como a função do edifício é abrigar todo o acervo histórico de Oaxaca, tanto o existente quanto novos descobertos, foi necessário inserir no programa todas as atividades do processo de manutenção dos documentos, como por exemplo a limpeza, análise, catalogação, entre outras. Além disso, um local para consulta pública dos documentos havia de ser criado. O terreno do projeto possui uma topografia bastante irregular e alguma vegetação dispersa em certos locais, portanto a solução escolhida foi a de utilizar diversos níveis para o desenvolvimento do programa, respeitando as árvores existentes. O edifício é basicamente constituído de concreto, que é pintado em uma cor que se assemelha à cor do solo da região, algo bastante simbólico, tendo em vista a intenção do projeto (guardar a história local), pois o edifício passa a transmitir uma imagem de pertencimento ao território no qual foi inserido.

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img 30: Fonte: Élena Marini Silvestri


img 31: Fonte: Élena Marini Silvestri

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img 32: Fonte: Élena Marini Silvestri

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img 33: Fonte: Élena Marini Silvestri


img 34: Fonte: Élena Marini Silvestri

O projeto se relaciona bastante com o tema proposto neste trabalho, começando pelo programa, que busca atender às diversas funções de manutenção e armazenamento de objetos e documentos históricos, além de ser um local de pesquisa. Portanto, foi relevante analisar os fluxos e separação de espaços de acesso mais restrito dos de acesso mais livre. Ainda sobre o tema do projeto, é importante notar o caráter monumental concedido à obra, tanto externamente através dos pesados volumes, quanto internamente através de esquemas de luz e sombra. Além disso, o uso em grande quantidade de um material tradicional como o concreto, reforça a ideia de solidez do prédio.

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CENTRO CULTURAL PORTO SEGURO SÃO PAULO ARQUITETURA | 2016

SÃO PAULO, SÃO PAULO, BRASIL

O Espaço Cultural Porto Seguro foi concebido para abrigar diversos tipos de atividade, desde a exposição e produção artística, até a realização de cursos e workshops. Portanto, o programa é dividido basicamente em Área de Exposição e Áreas de Apoio, como por exemplo curadoria, salas de aula, entre outras. O edifício é um grande bloco irregular de concreto, que se apresenta, apesar de sua robustez, de maneira sutil. Não existem barreiras entre a rua e ponto de acesso ao edifício, e o próprio formato da fachada se encarrega de direcionar o público para o interior da obra, através de planos oblíquos que se afunilam em direção a entrada. Além disso, estes planos, que se repetem no interior do projeto, ainda servem como elemento de remanejo da luz, produzindo surpresa no usuário, que adentra uma caixa de concreto para então, inesperadamente, perceber a existência de luz. Outro ponto bastante interessante do projeto é uma praça que se acessa através de uma passarela, e tem um papel bastante importante de articular o espaço de exposição com o prédio ao lado, onde há uma loja e restaurante, além de possibilitar a manifestação e exposição de arte na parte externa ao edifício.

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img 35: Fonte: Fabio Hargesheimer


img 36: Fonte: Fabio Hargesheimer

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img 37: Fonte: Fabio Hargesheimer

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img 38: Fonte: Fabio Hargesheimer


O programa do Espaço Cultural Porto Seguro, de certa forma se assemelha com a do projeto deste trabalho, uma vez que nele constam espaços de exposição e também áreas para produção e ensino de arte. Outros pontos também são considerados relevantes para o estudo desta referência. A forma como o edifício se mostra convidativo e oferece um espaço de permanência para o público corresponde com intenções já mencionadas para o projeto do trabalho em questão. Além disso, o trabalho com luz e sombra e a possibilidade de os visitantes descobrirem o inesperado são estratégias bastante interessantes para aprimorar a experiência do usuário.

img 39: Fonte: Fabio Hargesheimer

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ORGANIZAÇÃO ESPACIAL O PROGRAMA Para a definição do programa¹ para o projeto foi necessário entrar em contato com o Centro de Memória do Oeste e com a Escola de Artes de Chapecó, instituições compreendidas na proposta deste Trabalho Final de Graduação. Existindo a informação de que a procura por cursos na Escola de Artes não pode ser completamente atendida, havia a necessidade de se precisar um número de alunos que não conseguem vaga. Atualmente é difícil especificar um número exato, uma vez que a escola não trabalha mais com sistema de lista de espera. No entanto, a própria Escola de Artes informou que, em 2015, a lista de espera que ainda existia, contava com um total de oitenta alunos para os cursos de artes visuais. Desta forma, tomou-se como objetivo suprir, dentro do projeto, pelo menos esta demanda. Além disso, para uma escola de educação artística cuja maioria dos estudantes são crianças e adolescentes, é importante se pensar em alguma área de lazer e integração que possa ser utilizada de maneira mais livre pelos alunos. Já para a elaboração do programa necessário para abranger todas as funções e atividade dos Centro de Memória do Oeste, foi necessário realizar uma visita à sede atual da instituição, onde foi realizada uma entrevista com André Onghero, historiador da instituição, que mostrou todas as salas de trabalho, salas de apoio, biblioteca, etc, bem como os problemas do prédio.

44 ¹ O programa de forma melhor discriminada aparecerá no trabalho junto com o pré-dimensionamento.


Foi disponibilizado, ainda, um arquivo digital com o levantamento de todos os espaços do prédio, ou seja, um levantamento com descrição, materiais e funções de cada ambiente. Também foi disponibilizada as informações a respeito das áreas de cada sala em uma tabela, que já havia sido feita pois existe a real previsão de elaboração de um projeto para um novo núcleo da instituição. Para as áreas de exposição foi necessário o estudo de materiais relacionados e de projetos com temáticas semelhantes, para um melhor entendimento das funções a serem executadas para manter este tipo de espaço. Após isso, foram feitas as adaptações julgadas adequadas para que o programa se mostrasse coerente em relação ao tema e local propostos. Além disso, desde esta etapa já se percebeu a oportunidade de se criar uma área aberta para um uso mais livre do público em geral, que foi incluída no programa e será abordada mais adiante. Por fim, julgou-se relevante ainda, propor um espaço como um café/bar que pudesse reforçar o movimento no local e servir de apoio para possíveis eventos. Além disso, espaços como este podem ser alugados e desta forma auxiliar nos custos de manutenção do complexo, uma vez que todas as outras atividades devem ser mantidas pela secretaria de cultura municipal.

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O PRÉ DIMENSIONAMENTO Para realizar o pré-dimensionamento do projeto, foi levado em consideração todas as áreas já fornecidas, como por exemplo as do Centro de Memória do Oeste. Portanto, as áreas existentes passaram por um breve aumento. Algumas salas, como as de acervo, por exemplo, tiveram um aumento significativo, uma vez que um dos principais problemas no prédio atual é que estas salas estão completamente lotadas. Já para o setor de educação artística e salas de apoio e manutenção aos espaços de exposição, utilizou-se de bibliografia relacionada para dar início ao pré-dimensionamento nas tabelas a seguir.

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ÁREA TOTAL = 5.824 M² 47


O ORGANOGRAMA Com a finalidade de entender de que forma os espaços podem melhor se relacionar no projeto, foi realizado um organograma. Para tal, foi necessário analisar plantas-baixas e cortes de projetos com temática semelhante e transcrevê-los em forma de organograma. Desta forma foi possível visualizar fluxos e conexões de maneira mais clara, para então analisar e selecionar aquilo que se julgou como mais adequado ao projeto. No organograma a seguir, é possível observar desde já a definição do projeto em três partes fundamentais: o Centro de Memória do Oeste, o setor de Educação Artística e os Espaços de Exposição de Artes Visuais. Todos eles articulados por um elemento central: um espaço de uso livre.

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C. GERAL

RECEBIMENTO

LIMPEZA

LIMPEZA

RECEBIMENTO

ANÁLISE

P. TÉCNICO

ACERVO

ANÁLISE

P. TÉCNICO

ACERVO

COPA S. EDU.

EXP. CEOM

S. HIST.DA ARTE

DESPENSA

COZINHA

CAFÉ

EXP. LIVRE

HALL

EXP. ARTES VISUAIS

S. PINTURA

RECEPÇÃO

SANITÁRIOS

COPA

C. GERAL

C. ARQ.

S. FUNCIONÁRIOS

SANITÁRIOS

R. TÉCNICA

S. DESENHO

P. MEM. ORAL

BIBLIOTECA

S. EQUIPE ADM.

S. REUNIÕES

P. TÉCNICO

CURADORIA

LIMPEZA

RECEBIMENTO

ORGANOGRAMA

SERVIÇO

VESTIÁRIOS

SANITÁRIOS

CEOM

ED. ARTÍSTICA

EXP. ARTES VISUAIS

QGDT

NOBREAK

SANITÁRIOS

S. MULTIUSO

S. APOIO

LAB. ARTES VISUAIS

ESTAR ALUNOS

MANUTENÇÃO

CAFÉ

C. D’ÁGUA/BOMBA

AR. COND.

SEGURANÇA

D.M.L

SANITÁRIOS

ESTACIONAMENTO

S. PROFESSORES

SANITÁRIOS

COPA


O PROJETO

IDEIAS INICIAIS Para esta etapa é importante que se retome algumas ideias e intenções de estudos anteriores que darão início ao projeto. O problema a ser resolvido é dar forma para o programa definido no terreno já mencionado. Desta forma, no terreno escolhido, é preciso desenvolver um projeto para o Centro Cultural de Chapecó que atenda às atividades de Educação Artística, Exposição de Artes Visuais e nova sede do CEOM (Centro de Memória do Oeste). Logo no início foi exposta a preocupação em se produzir um espaço que seja convidativo e que desperte o interesse do público, tendo em vista a baixa no número de visitantes dos espaços culturais existentes na cidade. Ou seja, desde o princípio, uma das intenções, talvez a maior delas, é a da ocupação do local. Até porque, naturalmente, sem esta premissa sendo cumprida, não haveria sentido em se projetar. Portanto, começa-se a pensar em transmitir ao projeto o conceito de permeabilidade entre a rua e o interior do terreno, uma conexão de fácil assimilação por parte do público, que dilua um pouco a barreira entre o dentro e o fora.

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Conexão, aliás, é uma ideia que aparece de diferentes formas na concepção do projeto, não só na mais perceptível a partir da experiência de um futuro usuário do edifício (conexão entre dentro e fora), mas também na forma de que o programa abrange ensino e exposição de arte e acervo histórico local. A produção artística é fruto de diversos fatores, mas obviamente o contexto histórico é fundamental. Além disso, pode-se entender a história, da forma como é lida hoje, como a união de fragmentos para que se visualize o todo. A conexão existente entre as partes do projeto (CEOM, Educação Artística e Exposição) faz com que o Centro Cultural de Chapecó possa ser lido de maneira semelhante: a união de fragmentos que seja visualizada em sua completude.


As ideias já mencionadas para atender à algumas demandas do projeto e outras ainda não apresentadas, podem ser vistas a seguir de maneira mais direta e objetiva:

PROBLEMA

POUCO USO / VISITAÇÃO DE ESPAÇOS CULTURAIS

PROBLEMA

PROBLEMA

POUCA LIBERDADE PARA EX- ENTORNO EM PROCESSO INPOR E EXPERIMENTAR TENSO DE VERTICALIZAÇÃO

COMO RESOLVER?

COMO RESOLVER?

COMO RESOLVER?

ATRAIR / CONVIDAR

ESPAÇO LIVRE PARA USO DO PÚBLICO

CRIAR UMA ÁREA DE “RESPIRO”

COMO?

COMO?

INDUZIR PELA FORMA AUSÊNCIA DE BARREIRAS CONEXÃO

PRESERVAR VEGETAÇÃO POUCA ALTURA PERMEABILIDADE 51


ZONEAMENTO

img 40: Fonte : Autor

Tendo em vista as três partes fundamentais que definem o projeto, mencionadas no organograma, partiu-se para um lançamento inicial da disposição das funções do projeto de forma centralizada, onde o espaço central é o articulador entre as partes. Foi feita, então, uma maquete do terreno e entorno, para que fosse possível visualizar de maneira mais tátil as diferenças de alturas das edificações circundantes e a topografia local. Em seguida, utilizou-se blocos que simulassem as áreas do programa para organizar as funções no terreno.

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img 41: Fonte : Autor img 42: Fonte : Autor

O primeiro lançamento foi na forma tradicional de “U” e com um grande recuo em relação à rua. O formato inicial acabou passando por diversas alterações, até que as formas ficassem afastadas entre si, apenas conectadas pelo espaço central. Desta forma já na implantação é possível atender um pouco à ideia de permeabilidade, e com uma leve inclinação em um dos blocos, dar um direcionamento para quem chega pela avenida.

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Vegetação Existente

Fluxos / Permeabilidade


img 43: Fonte : Autor

Centro de Memória do Oeste

Exposição Artes Visuais

img 44: Fonte : Autor

Houve o cuidado de se considerar o bloco dos fundos sendo o do CEOM, conferindo-lhe um certo resguardo. O bloco mais próximo à vegetação destina-se ao setor de Educação Artística, com a intenção de unir ambiente de aprendizado à natureza e aproveitar do potencial de difusão da iluminação direta através das árvores. Por fim, o bloco de Exposição de Artes Visuais no ponto da esquina mais alta, expondo-se para as duas faces em contato mais direto com a rua.

Educação Artística

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INTENÇÕES FUNCIONAIS As ideias iniciais para repreentar os esquemas funcionais em planta baixa foram desenvolvidos através de croquis, o que possibilitou um maior número de estudos de propostas que eram, aos poucos, refinadas. Após estes estudos realizados, escolheu-se as alternativas mais interessantes do ponto de vista da utilização dos espaços para que fossem desenvolvidas mais cuidadosamente. Desta forma, deu-se inicio aos estudos das plantas do prédio de exposições, com a ideia de manter um espaço aberto antes da entrada para o hall, como um vão livre que serviria como um ponto de encontro e agrupamento. Já os setores administrativos ficariam alocados mais para as laterais.

TÉRREO

SUBSOLO

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2o PAV.

Para o subsolo ficaram reservadas as funções de acervo e depósito e algumas salas como as de processamento técnico para os materiais recebidos e sala de funcionários. Já para o pavimento superior, houve a intenção de se trabalhar com três espaços diferentes para as exposições, sendo o espaço de chegada mais conectado com o exterior, com mais transparência e maior entrada de luz natural, que pode servir como um espaço de transição entre as duas salas de exposições mais fechadas e proporcionar um contraste entre os espaços. Mais à esquerda, ficariam salas de manutenção e apoio às exposições e a sala de curadoria. Houve então, a intenção de abrir ainda mais o térreo, tornando o hall mais amplo e realocando todo o setor administrativo para os três pavimentos à esquerda na imagem, liberando a esquina para atividades que possibilitem o uso de um espaço mais conectado com o exterior. TÉRREO_2

57


Para o prédio da Escola de Artes, optou-se por elevar todas as funções para o segundo pavimento, de forma a deixar um espaço livre em praticamente toda a projeção do edifício, aliado a isso, o Café/Bar que aparecia no programa de necessidades, é o único elemento no térreo, alocado na face mais próxima à rua, tendo em vista a atividade comercial. Desta forma, o Café/Bar serve ainda como um elemento de apoio a possíveis eventos que este espaço livre pode abrigar. Já para o segundo pavimento, que foi pensado para ser acessado através de uma rampa ao final deste vão, houve a intenção de deixar boa parte das salas de aula voltadas para o lado da grande massa de vegetação existente no terreno, possibilitando uma integração entre as salas de desenho e pintura com a natureza. Além disso, as árvores podem atuar também na diminuição da incidencia direta da luz do sol, algo proveitoso para salas de aula. TÉRREO

2o PAV.

58


TÉRREO

2o PAV.

Em outros estudos o Café/Bar se manteve no mesmo local, no entanto percebeu-se a necessidade de um acesso vertical alternativo, não apenas pela rampa. Portando foi pensado em um elevador no centro do vão, interno à uma caixa de vidro, que pode servir como um ambiente de recepção e informações. Os usuários acessando o segundo pavimento tanto pela rampa quanto pelo elevador, chegam no mesmo local, uma grande área aberta conectada com o espaço livre entre os prédios de Exposição e Escola de Artes. Além disso, houve a experimentação de se trabalhar com uma rampa que proporcionasse um passeio mais interessante, saindo dos limites do prédio e retornando ao seu interior depois de passar perto da grande massa verde aos fundos do prédio. 59


Para o prédio do Centro de Memória do Oeste, o organograma apontava para uma setorização no sentido de acesso do público e trabalho de funcionários. Portanto, o recebimento de materiais a serem analisados e arquivados foi alocado em um lado oposto ao acesso do público para a exposição e biblioteca. No térreo ficaram a maior parte das funções técnicas e administrativas do prédio, como a análise e limpeza de materiais e as coordenações dos diversos setores da instituição. No pavimento superior ficaram as funções de acervo e consulta e a área de processamento técnico de documentos históricos. Além disso, a biblioteca também foi alocada no andar superior, em um espaço proximo à área verde do terreno e pensada com uma certa transparencia para possiblitar esta conexão com o exterior.

TÉRREO

2o PAV.

60


61


Com base nos estudos anteriores, as plantas baixas para o prédio de exposições atingiram o resultado a seguir. O acervo foi mantido no subsolo, por questões de manutenção do espaço, e a ala administrativa ficou localizada de maneira vertical em uma das extremidades do prédio, permitindo que a área mais proxima à esquina fosse ocupada por funções como alimentação e loja. Além disso, buscou-se uma maior integração do vão de acesso com o interior do hall. Desta maneira, o hall se torna um espaço mais claro que, por meio de uma caixa fechada e escura, dá acesso ao segundo pavimento em uma outra área clara, interposta a duas salas de exposição mais escuras.

2 3

1. exposições

62

2. escola de artes

4

3. ceom

1

4. chegada subsolo


A

SUBSOLO

2

3

1. copa

1

4

2. sanitários

5

3. processamento técnico

paredes

5. acervo

acessos / transparências

4. depósito

A`

escala: 1:250

63


A

TÉRREO

2

10

6. hall / recepção

9

11

2. sanitários

7. café

8. loja

6

paredes

2

10. recebimento

7

8

acessos / transparências

9. sala de funcionários

A`

escala: 1:250

11. equipe adm.

64


A

2o PAVIMENTO

12

13

14

15

12. sala de reuniões

16

13. curadoria

16

14. sala de apoio

paredes

16

16. exposição

acessos / transparências

15. sala depoio 2

A`

escala: 1:250

65


CORTE AA`

escala: 1:250

66


67


No prédio da Escola de Artes, optou-se por manter o bar/café na parte mais frontal do terreno, no entanto, a cozinha e áreas de serviço foram transferidas para o subsolo, possibilitando um interior mais amplo no térreo. A cozinha, ainda que no subsolo, tem sua ventilação garantida, devido à sua posição proximo a um declive no terreno. Optou-se também por manter uma rampa com um trajeto mais interessante, ideia ja apresentada nos estudos, e o pavimento superior sofreu pequenas alterações para que se adequasse à esta decisão.

2 3

1. exposições

68

2. escola de artes

4

3. ceom

1

4. chegada subsolo


B

SUBSOLO

1. cozinha

2. sanitários

3. vestiário

paredes

1

2

acessos / transparências

4. despensa

3

4

B`

escala: 1:250

69


B

TÉRREO

2. sanitários

7

5. bar / café

6. salão bar

paredes

5

acessos / transparências

7. recepção / informações

2

6

2

escala: 1:250

B`

70


B

2. sanitários

14. almoxarifado

8. sala desenho

2o PAVIMENTO

13. copa

15

9. sala pintura 15. depósito

8

9

11

10. sala expressão visual

paredes

2

2

14

13

12

B`

escala: 1:250

12. sala professores

acessos / transparências

10

8

11. história da arte

71


CORTE BB`

escala: 1:250

72


73


Para o prédio do Centro de Memoria do Oeste, a divisão entre área de acesso do público e de trabalho de funcionários foi reforçada. No térreo, todas as funções de trabalho estão alocadas em um dos lados do prédio. Algumas atividades de trabalho devem ser finalizadas no pavimento superior, no entanto, com a inserção de uma nova circulação vertical, não há a necessidade de que se cruze para o lado de acesso público, o que torna os fluxos mais racionais. No pavimento superior, a divisão se mantém: de um lado os acervos e salas de trabalho, e do outro, sem conexão pelo pavimento em questão, sala multiuso e uma biblioteca que pode ser visualizada desde a chegada no térreo, devido ao pé direito duplo.

2 3

1. exposições

74

2. escola de artes

4

3. ceom

1

4. chegada subsolo


TÉRREO

5

6

7

8

10

16

9

15

4. exposição

12

14

3. depósito

11

2. sanitários

11. coord. arq.

13

10. copa

1. recepção 9. depósito arq.

17. equipe patrimônio história e comunidade

17

3

4

2

paredes

acessos / transparências

2

1

escala: 1:250

8. proc. técnico arq

15. setor educação

7. análise

14. limpeza hist

6. limpeza arq. 13. recebimento hist

5. recebimento arq. 12. depósito hist.

16. coord. geral

75


76


25

23

21

20. multiuso

22

19

20

18

21. proc. ténico hist. 25. acervo material arqueológico

19. pesquisa em mória oral

24

2o PAVIMENTO

18. biblioteca

24. acervo documentos históricos

paredes

acessos / transparências

22. documentalista

escala: 1:250

23. consulta acervo

77


Por fim, uma planta inteira do subsolo, onde também serão localizadas todas as vagas de estacionamento e salas de áreas técnicas para climatização controlada das salas, nobreak, quadros gerais, etc. Nesta planta é possível notar conexões dos subsolos dos prédios já apresentados com o estacionamento, o que significa que o acesso às salas inferiores pode também ser feito diretamente através do estacionamento.

1. estacionamento

2. área técnica

3. área técnica

4. área técnica

3 4 1

2

78


79


INTENÇÕES FORMAIS De maneira conjunta ao desenvolvimento dos estudos em planta foram realizados alguns croquis que representassem de maneira objetiva as intenções volumétricas para o projeto. Nas imagens a seguir estão ilustradas estas intenções, com volumes mais robustos que entonam uma certa monumentalidade. Também está representada a intenção de permeabilidade já mencionada, através de um espaço aberto central e o desprendimento do solo em parte da estrutura.

transparência/leveza concreto: peso/força

80


transparência/leveza concreto: peso/força transparência/leveza concreto: peso/força

transparência/leveza

transparência/leveza

81


REFERÊNCIAS E ANEXOS

REFERÊNCIAS BITTERMANN, Jeremy.[sem título]. 2012. 5 fotografias, color. Disponível em <https://www.archdaily.com/203388/clyfford-still-museum-allied-works-architecture-2> Acesso em: 3 jan. 2018. HARGESHEIMER, Fabio.[sem título]. 2016. 5 fotografias, color. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/786322/porto-seguro-cultural-center-sao-paulo-arquitetura> Acesso em: 3 jan. 2018. SILVESTRI, Élena Marini.[sem título]. 2017. 5 fotografias, color. Disponível em <https://www. archdaily.com.br/br/879331/arquivo-historico-de-oaxaca-mendaro-arquitectos> Acesso em: 3 jan. 2018. PAIM, Elison Antonio. Aspectos da constituição histórica da região oeste de Santa Catarina. Saeculum – Revista de História, João Pessoa, n. 14, p. 121-138, jan./jun. 2006. PREFEITURA DE CHAPECÓ. Lei complementar nº 541, de 26 de novembro de 2014. Aprova o plano diretor de Chapecó. 2014. Disponível em <https://leismunicipais.com.br/a/sc/c/chapeco/ lei-complementar/2014/54/541/lei-complementar-n-541-2014-aprova-o-plano-diretor-de-chapeco-pdc.html> Acesso em: 1 nov. 2017. PREFEITURA DE CHAPECÓ. Lei complementar nº 546, de 22 de dezembro de 2014Dispõe sobre o código de obras do município de Chapecó e dá outras providências. 2014. Disponível em <https://leismunicipais.com.br/codigo-de-obras-chapeco-sc> Acesso em: 1 nov. 2017. PREFEITURA DE CHAPECÓ. Secretaria da Cultura. Escola de Artes de Chapecó. A Escola. Disponível em: <https://www.chapeco.sc.gov.br/cultura/index.php?r=conteudo&idconteudo=12> Acesso em: 14 dez. 2017. 82


REFERÊNCIAS CONSULTADAS CÂNDIDO, Manuelina Maria Duarte. Espaços do museu. In: CÂNDIDO, Manuelina Maria Duarte. Orientações para Gestão e Planejamento de Museus. Florianópolis: FCC, 2014. Coleção Estudos Museológicos, v.3. p. 41-45. CHING, Francis D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. JANTZEN, Sylvio Arnoldo Dick; SILVEIRA JUNIOR, Antonio Carlos Porto; FERNANDES, Gabriel Silva. É possível (aprender e ensinar a) projetar: projeto arquitetônico e urbanístico: orientações para o trabalho de curso. Pelotas: Editora Universitária / UFPEL, 2009. NEUFERT, Ernst. Arte de projetar em arquitetura. 18.ed. São Paulo: Gustavo Gilli, 2013.

83


ANEXO 1 ÍNDICES E PARÂMETROS URBANÍSTICOS MACROZONA URBANA

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ANEXO 2 CÓDIGO DE OBRAS DE CHAPECÓ p. 28-29

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23/11/2017

Código de Obras de Chapecó - SC

IV - ter rampas com inclinação máxima de 8,33% ou 1:12, largura mínima de 1,50 m, proteção lateral e piso anderrapante. Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e ulização de todos os seus ambientes ou comparmentos para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações desporvas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários. Art. 101

SEÇÃO IX DOS DEPÓSITOS DE INFLAMÁVEIS E EXPLOSIVOS Art. 102 As edificações para depósito de explosivos e munições obedecerão as normas estabelecidas em regulamentação própria do Ministério do Exército, e aquelas desnadas ao depósito de inflamáveis, as normas dos órgãos Federais e Estaduais competentes.

SEÇÃO X DOS LOCAIS E ÁREAS DE ESTACIONAMENTO Art. 103 É obrigatória, nas edificações de qualquer uso, exceto as unifamiliares isoladas, a desnação de área para estacionamento de veículos, interna ao lote, em proporção compavel com o porte e uso da edificação, sendo que o número mínimo de vagas desnadas ao estacionamento são as seguintes:

I - residencial mulfiamiliar vercal: 01 vaga para cada 150 m² (cento e cinqüenta metros quadrados) de área construída, computados no índice de aproveitamento, ou 01 (uma) vaga para cada unidade autônoma com área superior a 40,00 m² (quarenta metros quadrados), prevalecendo o maior número de vagas, não sendo necessários acesso e circulação independentes para vagas de uma mesma unidade autônoma; II - serviços de alojamento (hotéis e similares): com até 16 unidades de alojamento, 01 vaga para cada 04 unidades; com mais de 16 unidades, 01 vaga para cada 04 unidades para as primeiras 16 unidades, após 01 vaga para cada 03 unidades, não sendo necessários acesso e circulação exclusivos; III - comerciais, varejistas, atacadistas e de serviços: uma vaga para cada 150 m² ou fração; IV - supermercados, restaurantes e similares - 01 vaga para cada 50 m² de área construída; V - edicios de uso recreacional - 01 vaga para cada 50 m² de área construída. § 1º Deverão ser contempladas vagas para estacionamento de bicicletas, de acordo com a necessidade do empreendimento, exceto nas edificações residenciais unifamiliares; § 2º Os casos não tratados neste argo serão considerados por analogia aos usos especificados. Art. 104

A composição das áreas para estacionamento deverá obedecer os seguintes padrões:

I - os espaços desnados a manobra ou circulação de veículos deverão assegurar acesso independente a cada vaga e terão largura mínima de: a) 3,00 metros, quando os locais de estacionamento formarem em relação à circulação, ângulos de até trinta

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23/11/2017

Código de Obras de Chapecó - SC

graus; b) 3,50 metros, quando os locais de estacionamento formarem em relação à circulação, ângulos de trinta e quarenta e cinco graus; c) 4,70 metros, quando os locais de estacionamento forem perpendiculares à circulação. II - cada vaga deverá ter as dimensões mínimas de 2,40 metros de largura e 4,60 metros de comprimento, com exceção das vagas que ficarem junto às paredes, as quais deverão ter largura de 2,60 metros. III - na largura admite-se o avanço de pilares em até 20 cm. Deverão ser reservadas vagas de estacionamento para pessoas com deficiência sica, idenficadas para esse fim, próximas da entrada da edificação nos edicios de uso público, com largura mínima de 3,50 metros, em conformidade com NBR 9050. Art. 105

Parágrafo Único - As vagas de uso exclusivo para pessoas com deficiência sica serão na proporção de para cada 11 a 100 vagas comuns, uma vaga exclusiva e, 1% ou fração acima de 100 vagas de estacionamento, com arredondamento do cálculo para o número inteiro imediatamente superior. Art. 106

É vedada a ulização do recuo obrigatório do alinhamento predial para estacionamento coberto.

Garagens ou estacionamentos para veículos de grande porte estarão sujeitos a regulamentação específica. Art. 107

Art. 108

Os locais de estacionamento ou guarda de veículos deverão atender as seguintes exigências:

I - quando houver mais de um pavimento será obrigatória uma interligação para pedestres, isolada dos veículos; II - a área do vão de entrada poderá ser computada como parte da área de venlação, desde que seja equipada com venezianas. Art. 109 Será admida a ulização de equipamento mecânico ou eletromecânico para estacionamento de veículos, observadas as seguintes condições:

I - a adoção do equipamento não acarretará alteração dos índices mínimos relavos ao número de vagas para estacionamento, nem das exigências para acesso e circulação de veículos entre o logradouro público e o imóvel; II - observadas as demais exigências e o comprimento mínimo de 4,60m, as dimensões e indicações das vagas através da adoção do sistema mecânico ou eletromecânico poderão ser feitas levando-se em consideração as reais dimensões dos veículos; III - quando instalados equipamentos mecânicos ou eletromecânicos para estacionamento de veículos, deverá ser também instalado sistema de emergência para fornecimento de energia para os equipamentos referidos. Art. 110 Os locais para estacionamento ou guarda de veículos para fins comerciais, além de atender as demais exigências desta Lei Complementar, deverão possuir comparmento desnado à administração.

88 https://leismunicipais.com.br/codigo-de-obras-chapeco-sc

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