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ZZn Peres
Paulo Roberto Menicucci Presidente da ACGB
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A nossa Raça é poderosa e não há quem a conheça que não fique tentado a utilizá-la para melhorar o seu trabalho...
“
Prezados Guzeratistas, Quero ocupar este espaço com uma reflexão. Desde os tempos do Brasil colonial os méritos da nossa Raça são reconhecidos. A visão pioneira dos primeiros criadores de Guzerá abriu caminhos, gerando e fazendo circular riquezas, encurtando distâncias na rota do desenvolvimento. Determinação e ousadia foram passos decisivos na transformação dos rebanhos e no processo de sua expansão para várias regiões do Brasil. Mas, sobretudo a consciência de que o mundo se transformava numa rede global de negócios, fez com que os criadores de Guzerá rompessem fronteiras em busca de tecnologias. Parcerias bem sucedidas com universidades, órgãos de governo e empresas especializadas vêm mostrando, na teoria e na prática, os valores da nossa Raça. Chegamos a um patamar qualitativo invejável. Nosso Programa de Melhoramento Genético está desenhado nos moldes mais avançados da Tecnologia e da Ciência, e é respeitado internacionalmente. A perspectiva de mercado, que apresenta uma simples análise do momento nacional, no nosso segmento, mostra-nos a conveniência de conquistarmos novos pecuaristas, e nos identifica com a atual configuração do mercado. Devemos demonstrar que nossa produção vai ao encontro dos desejos e necessidades dos clientes. E recursos para tal não nos faltam. A nossa Raça é poderosa e não há quem a conheça que não fique tentado a utilizá-la para melhorar o seu trabalho, seja para constituir rebanho puro ou mestiço. Temos, entretanto, uma questão fundamental para que possamos usufruir de todos os benefícios que criar Guzerá nos traz: o fortalecimento dos nossos vínculos em nossa Associação. A ACGB, fórum natural dos criadores, tem a missão de manter a atividade atualizada, estimular propostas criativas para o aprimoramento e desenvolvimento dos nossos produtos, sempre com a preocupação de ter os pés no futuro. Mas este caminho não possui apenas uma via. É o comprometimento dos associados que fará com que o aperfeiçoamento e o crescimento da nossa Associação sejam uma realidade e que esta se expresse nos direitos inalienáveis de todos e de cada um. Numa palavra, seremos mais fortes se juntos. Em nome da atual Diretoria, quero convidá-los a compartilhar conosco a gestão da nossa Associação. Contamos com vocês!
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O
s números apontam para um crescimento da raça Guzerá no último ano. O volume de genética ofertada atualmente é maior, com as centrais de inseminação revelando projetos de ampliação da quantidade de touros em coleta. As vendas anuais de sêmen também ficaram acima dos anos anteriores. Essa alta vem impulsionada pelos programas de melhoramento genético. A cada dia, mais zebuínos provados, seja para dupla aptidão, seja para leite, entram no mercado. A presença da raça nas provas zootécnicas é bastante significativa. Só o programa de melhoramento genético da ABCZ teve, em 2010, mais de 12 mil animais inscritos. A eficiência produtiva e reprodutiva do Guzerá ainda faz dela uma boa alternativa para os cruzamentos, tanto com zebuínos (guzonel), quanto com taurinos (guzolando, entre outros). Isso tem refletido nos preços médios dos animais e nas vendas de reprodutores, que estão crescendo de maneira exponencial, com médias acima das demais raças. Todos esses fatos fazem dessa edição da revista Guzerá uma publicação repleta de boas notícias. Trazemos as recordistas da raça, os números do mercado nas vendas de animais e de material genético, as pesquisas na área de genética, os novos criadores, um pouco de história. O destaque desta edição não poderia ser outro assunto: a entrada de novas linhagens do puro Guzerá indiano. Os primeiros animais, fruto dos embriões importados do berço do zebu, já nasceram e a expectativa dos criadores é que essa genética traga ainda mais vigor e pureza à raça. Como a beleza do Guzerá é inconfundível, a quantidade de imagens espetaculares de animais é grande. São momentos registrados pelas lentes de grandes profissionais: os fotógrafos Zezinho Peres, Marcelo Cordeiro, Jadir Bison e Maurício Farias. Parabéns a todos os criadores por serem perpetuadores de tanto potencial e beleza. Larissa Vieira Editora
ACGB Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil Praça Vicentino Rodrigues da Cunha, 110, São Benedito CEP 38022-330 Bloco 1, 2º andar. Uberaba - MG e-mail: guzerabr@terra.com.br ou sede@guzera.org.br www.guzera.org.br Fone e FAX: (34) 3336 1995 Diretoria: Presidente: Paulo Roberto Menicucci 1º Vice Presidente: Renato Egídio Olivé Esteves 2º Vice Presidente: Otávio Alberto Canto Álvares Corrêa 3º Vice Presidente: Gustavo Pitangui de Salvo Diretor Tesoureiro: Luciano Marques do Bomfim Diretor de Marketing: João de lima Géo Filho Diretor Técnico: Rodrigo Diniz de Mello Diretor de Guzolando: Rodrigo Pinto Canabrava Conselho Fiscal Efetivos: Dante Emílio Ramenzoni José Transfiguração Figueiredo Mário de Almeida Franco Júnior Suplentes: Sinval Martins de Melo Antônio Plácido Peixoto do Amarante Neto Roberto Neszlinger Editora e jornalista responsável Larissa Vieira - MG 09513P Departamento Comercial Mundo Rural - guzera@mundorural.org Capa: Foto: JM Matos Diagramação e projeto gráfico Jamilton Souza - dep.artes@mundorural.org Impressão - CTP Gráfica 3 Pinti - (34) 3326-8000 As opiniões expressas nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.
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Guzerá: Produtividade, Precocidade e Fertilidade
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Índice
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Mercado - Genética Cobiçada
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Criadores - Paixão pelo Zebu Leiteiro
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Criadores - Investimento Garantido
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Guzerá - Pureza Milenar
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Matéria de Capa - Novas Linhagens para o Guzerá
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Cruzamentos - Origem Conhecida
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Raça - Recordistas de Produção
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ACGB em Foco
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Artigo Técnico - O olhar indispensável para a
eficiência reprodutiva
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Artigo Técnico - Bom de Leite e Bom de Carne é
possível?
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Entrevista - Investigação Genética
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Parceiros - CBMG, um pouco de história
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Exposições - Os Melhores do Ranking 2009/2010
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Eventos - As Estrelas das Pistas
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Agenda
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Sócios
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Roberto Pimenta
Mercado
Genética S cobiçada Raça registra crescimento na venda de sêmen e nas médias dos leilões
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eguindo a tendência de alta do mercado nacional de genética zebuína, a raça Guzerá apresentou crescimento significativo no ano passado, dentro e fora do país. As vendas de dose de sêmen superaram em 22,65% os números de 2009, segundo o relatório da Associação Brasileira de Inseminação Artificial. Foram comercializadas 166.686 doses, contra 135.900 do ano anterior. Esse desempenho coloca a raça entre as quatro zebuínas com melhor desempenho. A genética de animais Guzerá leiteiros gerou a comercialização de 35.305 doses. “Pelo quarto ano consecutivo tivemos um incremento nas vendas da raça Guzerá, além de aumentar nossa participação em Marketing Share. Desde o início de nossa gestão (frente à gerência de produto Zebu Corte da ABS), estamos tentando formatar uma bateria de touros Guzerá que atenda todos os criadores e selecionadores, desde pecuaristas que utilizam a raça nos cruzamentos industriais até os mais exigentes e selecionadores. A raça tem várias características que devem ser exploradas. Habilidade materna, fertilidade e, principalmente, a rusticida-
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de são as principais vantagens dessa raça, que ainda tem muito a contribuir para a pecuária nacional”, garante Gustavo Morales Brito, gerente de Produto Corte Zebu da ABS Pecplan. As vendas para o exterior atingiram países como Canadá, Equador, Paraguai e Colômbia. Na central de inseminação Alta Genetics a raça apresentou alta de 80% no volume de doses comercializadas. “Isso fez com que a empresa passasse a deter 48% do market share brasileiro. Em crescimento contínuo, a bateria de reprodutores Guzerá da Alta vem se firmando quando o assunto é qualidade genética, prova disso, são os resultados conquistados nos estados que apresentaram maior aumento no consumo de sêmen. Somados, os dez estados que mais adquiriram sêmen em 2010 apresentam um crescimento 25,33%, enquanto nesses estados a Alta cresceu 91% no volume de vendas, isso nos garante um market share de 50% nesses estados” avalia Rafael Oliveira, gerente de produtos da Alta Genetics. Para conquistar novos mercados para a raça, a central enviou à sua matriz no Canadá embriões (oriundos de acasalamentos entre machos e fêmeas de alta qualidade genética da Fazenda Taboquinha). “O Canadá é um país que tem protocolo sanitário com quase todos os países, o que vai permitir a comercialização do material genético desses animais para localidades onde o Brasil não consegue exportar por falta de um protocolo sanitário”, explica Heverardo Rezende de Carvalho, diretor da Alta. Segundo ele, a medida também é uma forma de fazer com que outros mercados conheçam a raça. “Para ter o interesse desses países, será preciso mostrar a eles as potencialidades da raça para a produção de leite. Os principais alvos serão aqueles localizados nas regiões de clima tropical ou subtropi-
Animal zebuíno no Canadá: frio fez com que os pelos crescessem
cal”, informa. Hoje, os animais nascidos naquele país estão com cerca de dois anos e têm apresentado bom desenvolvimento. A única diferença entre os “canadenses” e os animais criados no Brasil é a pelagem, que, como forma de proteção às baixas temperaturas do norte da América, está maior. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento já autorizou a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) a registrar os animais nascidos no Canadá. Assim que forem registrados, a Alta iniciará a coleta de material genético dos bovinos.
Leilões A batida do martelo foi mais forte para o Guzerá no ano passado. Segundo o Anuário da DBO, a raça registrou alta de 6%, em relação a 2009, na média dos reprodutores. Mais de mil animais ofertados foram comercializados a uma média de R$5.389. Esse valor foi similar ao registrado nos pregões virtuais, onde a média de touros ficou em R$5.250,00. As principais praças para touros foram São Paulo e Mato Grosso do Sul. Entre as fêmeas, a média ficou em R$12.556,00, contra R$10.870,00 de 2009. No total, os leilões movimentam R$18,5 milhões, sendo que 40% desse montante foi gerado pelos eventos virtuais.
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Criadores
Paixão pelo zebu leiteiro
Depois de alcançar sucesso com a raça Gir Leiteiro, o criador Léo Machado investe em animais Guzerá PO para fortalecer os negócios da Fazenda Mutum do, que iniciou no ano passado sua seleção de Guzerá leiteiro. Ele conta, em seu plantel, com animais de eficiência produtiva comprovada, como a recordista mundial em produção da raça Guzerá em Torneio Leiteiro, Bárbara TE JF. A fêmea registrou média diária de 43,653 kg de leite, chegando a atingir produção de 46 quilos em um dia da prova. Nas pistas, Bárbara também tem alcançado êxito. Ela foi Grande Campeã da exposição de Governador Valadares e Campeã Vaca Jovem e Melhor Úbere na Feileite de 2007. “Tenho procurado adquirir animais diferenciados para produção de leite, como fizemos no Gir leiteiro. Queremos, dentro do Guzerá, animais leiteiros e bonitos. Para isso, procuramos adquirir animais de criatórios voltados para produção de leite, que é o nosso principal objetivo”, declara o pecuarista. Com enfoque na formação de um rebanho de Guzerá PO, a Fazenda Mutum tem nas avaliações genéticas a principal ferramenta para promover o melhoramento do rebanho. “Eu só acredito em melhoramento com dados zootécnicos”, atesta Léo Machado, que já conta com um rebanho da raça, de 30 animais. Futuramente, o criador pretende alcançar nas exposições de Guzerá o mesmo sucesso que vem obtendo nas de Gir Leiteiro, tanto nos julgamentos quanto nos torneiros leiteiros. Zzn Peres
Na família Machado Ferreira o trabalho de seleção de raças zebuínas leiteiras tem atravessado gerações. Os primeiros passos pelo mundo do leite foram dados pelo patriarca Leonídio Ferreira, na década de 70. O mineiro de São Roque importou, na época, vacas holandesas do Uruguai, para cruzar com Gir Leiteiro e, assim, iniciar um rebanho de Girolando. De olho no potencial de produção da raça zebuína, Leonídio decidiu investir na formação de um plantel PO de Gir Leiteiro, adquirindo animais de criatórios tradicionais no final da década de 90. A paixão pelo zebu leiteiro acabou contagiando o filho, Léo Machado Ferreira, e o neto Bruno. Em Alexânia, no interior de Goiás, eles mantêm um rebanho premiado de Gir Leiteiro na Fazenda Mutum. O trabalho de seleção vem mostrando resultados nas pistas. Léo é líder do ranking 2009/2010 da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) em todas as categorias (Criador, Melhor Expositor, Melhor Macho, Melhor Fêmea, Fêmea com Maior Produção em Concurso Leiteiro). Agora, o criador está ampliando os investimentos nas raças zebuínas. “Acredito no zebu leiteiro. Tenho acompanhado o resultado do Guzerá nos torneios leiteiros e nas lactações alcançadas e isso me chamou muita atenção”, diz Léo Macha-
“Queremos, dentro do Guzerá, animais leiteiros e bonitos. Para isso, procuramos adquirir animais de criatórios voltados para produção de leite, que é o nosso principal objetivo.”
Léo Machado e o filho Bruno apostam na raça Guzerá
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Criadores
Fotos: Ney Braga
Investimento garantido Aposta no Guzerá PO tem proporcionado a novos criadores resultados econômicos positivos
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bom momento vivido pelo mercado de genética tem atraído novos investidores para a pecuária de elite. O cenário atual é de boas médias nos leilões e de alta nas vendas de sêmen, o que garante retorno do investimento. “O momento atual é excelente! Iniciamos nossas aquisições de animais de genética de ponta no ano de 2008. Em pouco mais de três anos já começamos a colher os frutos dos bons investimentos que fizemos nos principais leilões da raça”, atesta a criadora Ana Claudia Mendes Souza. Junto com o marido, Marcelo Mendo Gomes de Souza, a pecuarista implantou um projeto de seleção da raça na Fazenda Santa Cecília, em Uberaba (MG). O casal buscava uma forma de aproveitar melhor suas terras na capital do zebu. Pureza racial, beleza, rusticidade, habilidade materna, ganho de peso, fácil adaptação e melhores resultados em cruzamentos levaram o casal a optar pelo Guzerá. “A pecuária está no meu sangue. Herdei de meu avô, La-
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Ney Braga
martine Mendes, o gosto pela atividade, e do meu pai, Edilson Lamartine Mendes, a paixão de selecionar gado zebu de pura origem para melhoramento genético”, destaca Ana Claudia. Os primeiros investimentos foram feitos em 2008, com a aquisição de animais de ponta nos principais leilões da raça, orientados por tradicionais criadores de Guzerá. Atualmente, o criatório Guzerá AMAR tem um plantel de 140 animais. Entre os exemplares adquiridos, alguns em condomínio, estão: Tajuba S, Olinda AE, Cigarra da VIC, Nauta S, Nagoia S e Diana Guzeratti e Dayse GEO, Alvorada DHMF, Gruta FP, Mahadevi e Ngaô S e Estudante GEO. Animais de pista, como Leucena DHMF e Dali Villefort, integram o plantel da Guzerá AMAR. Segundo Ana Claudia, embriões de alta qualidade genética também contribuíram para a formação da base da seleção do criatório. As linhagens adquiridas de tradicionais e destacados criadores permitiram ao Guzerá Amar produzir animais de alta qualidade genética, capazes de promover o aprimoramento do gado PO ou de serem utilizados em cruzamentos para corte ou leite, gerando resultados econômicos positivos. Para chegar a esse tipo de animal, os criadores desenvolvem a seleção com base nas avaliações genéticas e informações zootécnicas. “A análise destas informações permite a seleção dos animais com as características que desejamos para a formação do nosso plantel”, atesta a criadora. De acordo com ela, a fazenda tem estabelecidas rotinas diárias e também procedimentos mensais. Os animais são acompanhados desde o nascimento, quando é feita a avaliação da habilidade materna, e os melhores bezerros são selecionados para o creep feeding coberto. “A disciplina e mansidão do gado começam já nesta etapa. Logo cedo saem para os piquetes das mães para mamar e voltam para receber alimentação especial. A seleção dos animais que irão para a baia é feita com três meses e a desmama com seis meses”, diz Ana Claudia. Os animais escolhidos irão formar o time de pista do
Casal de criadores Ana Cláudia e Marcelo
Guzerá AMAR. A estreia do time foi neste ano, na Exposição de Avaré, em São Paulo. Em maio, os animais participarão da maior feira de zebuínos do mundo, a Expozebu. Já estão programadas participações em outras grandes feiras da raça Guzerá. Os animais do Guzerá AMAR estão sendo convidados à participar dos principais leilões desde no ano passado. Para maio de 2011, o casal Ana Cláudia e Marcelo Mendo prepara, em conjunto com os tradicionais criadores Dulce Franco e Paulo Emílio de Almeida Carneiro, o SHOPPING GUZERÁ. O evento ocorrerá durante a Expozebu 2011, na Leilopec, e disponibilizará ao mercado os animais dos promotores e de destacados criadores da raça.
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Criadores
De olho nas novas tecnologias Seleção criteriosa da raça tem permitido aos criadores formar rebanhos de genética melhoradora
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busca pelo animal perfeito tem levado, ao longo da história, os criadores brasileiros a investir constantemente em genética. Tudo começou com os pioneiros do zebu, que desbravaram a Índia do século 19 atrás dos melhores exemplares das raças zebuínas. Desde então, o Brasil vem investindo em tecnologias capazes de melhorar e multiplicar essa genética que se adaptou perfeitamente às terras tupiniquins. Hoje, essa busca pelo zebu perfeito ainda continua, mas acelerada pelas biotecnologias de reprodução e pelos programas de melhoramento genético. “O processo de evolução é algo contínuo. A cada geração buscamos um gado mais precoce, mais pesado, com maior taxa de conversão alimentar, com boa conformação de carcaça, com melhor índole”, explica o médico e criador de Guzerá, Marcos Sampaio, que atua na área de reprodução humana. Há cinco anos, ele começou a selecionar a raça na Fazenda Guanabara, localizada na cidade de Cordisburgo (MG), a 108 quilômetros da capital mineira Belo Horizonte. O primeiro passo foi formar um plantel de boa base genética. O rebanho tem 450 animais PO. Os acasalamentos são direcionados para obtenção de zebuínos com as características necessárias para a produção de carne. “Quando decidi investi em pecuária, procurei uma raça que me proporcionasse um melhor custo/benefício. E o Guzerá tem a vantagem de produzir tourinho a um custo menor que outras raças. Além disso, a taxa de conversão alimentar do Guzerá é maior”, explica Sampaio, que pretende investir também nos cruzamen-
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tos de Guzerá com outras raças. O criador prepara-se para futuramente entrar em uma segunda fase do projeto: a seleção genômica. Pesquisadores de várias instituições têm trabalhado para encontrar genes que influenciam características de interesse da seleção, capazes de acelerar a melhoria genética dos rebanhos. O número de marcadores moleculares ainda é limitado nas raças zebuínas, mas já existem alguns para maciez da carne e produção de leite, entre outros. Na opinião de Sampaio, um passo mais adiante na seleção bovina será a transgenia, técnica que modifica geneticamente o DNA do animal para permitir a expressão da característica desejada. A maior parte dos estudos com transgênicos tem ênfase nas biofábricas, ou seja, na produção de biomoléculas de elevado valor agregado. Nos Estados Unidos, os cientistas conseguiram produzir anticorpos humanos em bovinos usando a clonagem associada à transgenia. A tecnologia tem alto custo, mas é considerada promissora. Enquanto a transgenia e a seleção genômica não se popularizam, a melhor alternativa para os produtores, na visão de Sampaio, é investir no uso de touros registrados. Segundo ele, os criadores da pecuária de corte deveriam utilizar mais touros melhoradores para aumentar a produtividade e conseguir animais com melhor qualidade de carcaça. “Os frigoríficos deveriam pagar mais para quem fornece bovinos com melhor acabamento de carcaça, porém isso não vem acontecendo na região de Cordisburgo”, alerta Sampaio.
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Pureza milenar M
a i or rebanho da Índia, a raça Guzerá tem acompanhado a evolução da humanidade. Selos com a imagem do kankrej, como é chamado pelos indianos, impressos em cerâmica e em terracota, foram encontradas nos sítios arqueológicos de Mohenjo-Daro, cidade indiana destruída há cerca de 5.000 anos, e Harappa, na Índia e Paquistão. O Guzerá também estampou peças da antiga Assíria e Mesopotâmia. Historiadores acreditam que a raça estava presente no vale do Indo, 1.500 a.C., período em que as últimas tribos de arianos invadiram a Índia. Na Índia, o hábitat da raça é a região pré-desértica de kutch, em Gujarat, formada por terras baixas, de solos arenosos, sem árvores e com precipitação pluvial entre 500 e 700 mm/ano, variando a temperatura entre 5 e 50 graus centígrados. Por lá, as chuvas concentram-se entre julho e outubro. Mesmo com toda essa condição adversa, o Guzerá consegue sobreviver, graças à sua rusticidade, mantendo boa produção de leite e fertilidade. A raça diferencia-se de outros zebuínos pela pelagem variando do cinza-claro ao cinza-escuro, chifres em forma de lira, pelos curtos e pele escura. Apesar de no Brasil ser considerada de duplo propósito (produção de carne e leite), na Índia é utilizada para produção de leite e tração já que a população de maioria Hindu não consome
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carne. Mas o uso de animais nos trabalhos de tração acabou promovendo uma seleção de zebuínos de grande porte e musculatura desenvolvida. O potencial de produção da raça foi confirmado no Brasil. Os primeiros exemplares chegaram por aqui, junto com outras raças zebuínas, por volta de 1870. Trazidos pelo Barão de Duas Barras, os animais eram utilizados para puxar carroções e vagões abarrotados de café pelas montanhas fluminenses. Também eram usados para produção de carne e leite. A decadência dos cafezais por causa da abolição da escravatura fez com que os fazendeiros aproveitassem o gado, que antes era para tração, como animais de duplo propósito. A rusticidade e a boa adaptação do Guzerá fizeram com que a raça dominasse os pastos brasileiros até os anos 30. O presidente Getúlio Vargas ficou impressionado com o potencial produtivo da raça, quando uma fêmea Guzerá venceu as campeãs das raças holandesa, Jersey e Guernsey durante as disputas da Exposição Nacional de 1936. O governo acabou escolhendo a raça para diversos projetos de exportações e ainda para implantação nos núcleos de desbravamento governamental, como o “Projeto Radambrasil”, escolas agrícolas, postos indígenas, entre outros. Nas décadas seguintes, grande parte dos animais
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puros foi utilizada para a formação do Indubrasil, restando, na época, poucos rebanhos puros no Brasil. Por imprimir grande rusticidade e vigor aos cruzamentos, o Guzerá entrou na formação de outras raças, entre elas: Tabapuã, Brahman, Pitangueiras e Simbrasil. Até hoje, o Guzerá é bastante usado em cruzamentos, seja de corte ou de leite, como Guzonel e Guzolando. No Brasil, há rebanhos de Guzerá em vários Estados, com forte predominância no Nordeste. A rusticidade dos animais teve algumas provas de fogo. Entre 1978 e 1983, uma grande seca dizimou grande parte do rebanho nordestino. A raça que mais resistiu à seca foi a Guzerá, chegando a ser maioria nas exposições do Nordeste naquele período. A importação de 1962, última em que foi possível trazer animais vivos, deu novo impulso à raça. O rebanho voltou a crescer desde então, saindo da média de 2,5 mil registros genealógicos definitivos anuais na década de 90, para quase 10 mil em 2010. Os primeiros animais inscritos no Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas foram o touro Gaúcho e a fêmea Umbria, ambos pertencente ao governo federal. O Guzerá tem sido bastante exportado para diversos
“A raça diferencia-se de outros zebuínos pela pelagem variando do cinzaclaro ao cinza-escuro, chifres em forma de lira, pelos curtos e pele escura.”
países, como Estados Unidos, Costa Rica, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Venezuela, Colômbia, Equador, Paraguai, Costa do Marfim, Senegal, Angola, etc.
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Matéria de Capa
Novas linhagens para o Guzerá Entrada de embriões, importados recentemente da Índia, vai permitir refrescamento de sangue da raça, possibilitando a formação de um rebanho mais precoce, fértil e de boa habilidade materna
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epois de mais de uma década de negociação entre os governos do Brasil e da Índia, a retomada das importações de embriões zebuínos por parte dos criadores brasileiros já apresenta resultados concretos, que podem ser vistos pelos pastos da Fazenda Canoas, em Curvelo (MG). São quatro animais da raça Guzerá de pouco mais de cinco meses, frutos da primeira leva de embriões produzidos na Índia com a genética do mais puro Kankrej e que puderam entrar no Brasil no final de 2008. Essa foi a primeira importação planejada de genética Guzerá de toda a história. Nas outras ocasiões em que criadores brasileiros trouxeram zebuínos daquele país para o Brasil, não houve uma busca exclusivamente do Kankrej. Eles estavam interessados, a princípio, em outras raças, mas acabaram trazendo também alguns exemplares de Guzerá. “Fomos a regiões indianas onde os pioneiros do zebu nunca tinham ido. Como o zebu está bem polarizado por lá, as localidades com rebanhos puros da raça estão em desertos do norte e do noroeste da Índia, como o Rajastan, na divisa com o Paquistão. Em alguns lugares não tín-
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hamos onde dormir e nem transporte fácil para chegar até as regiões com exemplares de qualidade”, conta o criador Antônio Pitangui de Salvo, que viajou algumas vezes para a Índia em busca de animais puros. A primeira incursão do pecuarista pelos desertos indianos aconteceu em 2003, quando, junto com um grupo de criadores, decidiu que era hora de encontrar novas linhagens para garantir o refrescamento de sangue do rebanho brasileiro. “Foram quatro viagens, cerca de cinco mil quilômetros de estrada, conhecendo os principais locais onde a raça existe na Índia”, lembra Geraldo Melo Filho, criador que viajou junto com Antônio de Salvo para aquele país. Os dois fazem parte do grupo formado por nove pecuaristas que possibilitaram essa primeira importação planejada. Ainda integram o grupo, Leiser Valadão, Paulo Emílio de Almeida Carneiro, Rodrigo Canabrava, Amilcar Farid Yamin, Maria Vitória Bolivar Gomes, Murilo Kammer e Carlos Pontual. Quem não pôde viajar à Índia, acompanhou de perto a procura pelo Kankrej. “Pela internet via as fotos dos ani-
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mais selecionados pelo grupo que estava na Índia e, assim, podia participar da escolha dos zebuínos”, lembra Pontual. Todas as informações e fotos trocadas por e-mail pelo grupo foram parar nas páginas do livro “Guzerá no Brasil e na Índia”, escrito por Pontual. Segundo ele, a decisão de importar Guzerá exigiu dos brasileiros um conhecimento mais aprofundado do sistema de negociação dos indianos, principalmente porque por lá a vaca é considerada sagrada. No total, o grupo conseguiu comprar 20 animais, entre machos e fêmeas, que foram levados para a única central de embriões credenciada pelo governo indiano para exportar o material genético para o Brasil. A unidade pertence ao criador de nelore Jonas Barcellos. Todos os animais contam com registro genealógico e estão inseridos no Livro Especial de Importação, que contém dados de zebuínos registrados na Índia por um representante da ABCZ entre os anos de 1999 e 2008. A partir de 2008, somente os descendentes desses zebuínos já registrados podem receber o registro. Os embriões coletados na Índia passaram por testes para detectar possíveis enfermidades, o que eliminou qualquer risco sanitário para o Brasil. Eles foram submetidos à lavagem com substância química para eliminar qualquer risco de doença. Como o Brasil exporta carne bovina para importantes mercados, o governo brasileiro via com reservas a importação de material genético e animais vivos de países que possuem enfermidades que não existem por aqui. Após o processo sanitário, os embriões foram congelados e enviados ao Brasil. A etapa seguinte foi a transferência desses embriões para as fêmeas receptoras. Todas as novilhas passaram por testes, para detectar possíveis doenças, e por um período de quarentena na ilha de Cananeia, local onde fica o quarentenário oficial do Ministério da Agricultura. Comprovada a prenhez, as novilhas foram acompanhas até o parto. Somente depois de novos testes sanitários é que houve a liberação para os bezerros serem transferidos para a Fazenda Canoas. “O índice de prenhez positiva foi acima do esperado, chegando a 50%, o que comprova a qualidade do material genético e do trabalho realizado na Índia e no Brasil”, atesta Pontual. Os animais que estão na central são de porte médio, dóceis, rústicos e com boa produção leiteira. “Algumas das vacas que pariram na central chegaram a produzir acima de 20 kg de leite/dia, só com a melhora da condição nutricional, mas mesmo assim ainda na Índia. Essa rusticidade, que na Índia significa capacidade de suportar condições extremas, no Brasil se reverterá em uma capacidade de converter alimentos em produção muito forte. Ou seja, rápida terminação de carcaça e produção leiteira”, diz Geraldo. Para ele, as novas linhagens que estão sendo introduzidas no Brasil vão contribuir sensivelmente para o
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melhoramento genético da raça. “Quem já viu os primeiros bezerros, entenderá facilmente a contribuição que será dada. Ela será muito significativa, pois vem lastreada por uma pureza racial impressionante. Buscamos os animais diretamente dos desertos indianos, e achamos a essência da pureza e da rusticidade da nossa raça”, acredita. Na visão do criador Antônio Pitangui, os ganhos serão tanto na parte racial quanto na produção. “A introdução de novos genes possibilitará uma melhoria genética, com animais de porte maior e mais adaptados para o campo, de boa habilidade materna, de grande pureza racial, ou seja, mais parecidos com o Kankrej, e de maior desempenho funcional”, garante. Como na Índia os animais vivem em situações adversas, tendo que caminhar longas distâncias em busca de comida e enfrentar grandes oscilações de temperatura, a seleção natural existente por lá tem resultado em zebuínos rústicos, de melhores aprumos e de boa produção de leite. “A docilidade dos animais é impressionante. Eles andam no
Geraldo Melo Filho e Antônio Pitangui de Salvo na Índia
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meio do povo tranquilamente”, conta Carlos Pontual. Segundo ele, apesar de não serem selecionados para corte, os animais utilizados para o trabalho de tração apresentam boa musculatura, bom rendimento de carcaça e maior área de olho de lombo. A Índia conta com sistemas de criação bem diferentes do Brasil. Há a criação de animais (doados ou recolhidos das ruas) nos templos para a distribuição de leite para a população. Os institutos de pesquisa do governo também criam animais, porém fazem bastante cruzamento, o que tem reduzido o número de rebanhos puros. Outra parte do rebanho indiano vive solto na rua, sem dono. Os zebuínos mais puros estão nos plantéis dos Rabaris, criadores nômades que migram com o rebanho em busca das sobras de alimentos nas lavouras. Com o leite dos animais, eles fazem queijo e outros produtos caseiros. Há ainda um outro tipo de criador, autorizado pelo governo a ter um rebanho maior, no máximo 60 cabeças. “É preciso considerar que nós, Brasil e Índia, temos objetivos distintos de criação, e que houve um distanciamento nos modelos de animal criados nos dois países ao longo das últimas décadas, com ganhos e perdas
em alguns aspectos, pelas características de manejo e de destinação do rebanho brasileiro. Mas podemos dizer que, em especial nos últimos anos, o zebu nacional passou a focar nos reais aspectos relevantes de sua produção, como a sua capacidade de produzir bem a pasto, terminar precocemente sua carcaça e produzir leite barato, a pasto ou com suplementação mínima. Essas características - todas elas encontradas no puro Guzerá/Kankrej indiano, são o pilar do modelo de produção pecuária brasileiro e, uma vez intensificadas, são a certeza de estarmos no caminho certo da seleção”, ressalta Geraldo Melo Filho. Neste ano deve chegar ao Brasil uma grande quantidade de embriões. Serão 126 até setembro. Os quatro animais que já nasceram estão apresentando bom desenvolvimento e boa adaptabilidade. Eles serão avaliados geneticamente para verificar se poderão realmente contribuir para o avanço da raça no Brasil. A importação de novas linhagens deve beneficiar indiretamente outros países, já que o Brasil exporta a genética zebuína. “Esse interesse já vem inclusive sendo explicitado por alguns de nossos vizinhos, e vislumbramos um potencial de expansão de mercado significativo”, afirma Geraldo. Guzerá no deserto indiano
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Cruzamentos
Origem conhecida Registro é considerado um caminho importante para a consolidação do Guzolando como raça.
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produção tanto de leite quanto de machos para corte. O registro dá credibilidade ao nosso trabalho. Ao constatar a boa produção dos animais e que se trata de exemplares registrados, de origem genealógica conhecida, os clientes voltam para comprar mais”, diz Ricardo, que registra o gado desde quando esse serviço estava sob a responsabilidade da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil. Em agosto de 2009, o registro passou a ser executado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Segundo o superintendente técnico-adjunto de Genealogia da ABCZ, Carlos Humberto Lucas, o registro de cruzados permite um acompanhamento do rebanho com base nos dados zootécnicos. Com base nessas informações, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá definir futuramente se o Guzolando será considerado uma raça. Dentro do banco de dados da ABCZ, os animais Guzolando são registrados na categoria CCG (Certificado de Controle de Genealogia). Fora isso, os procedimentos para solicitação do registro e as comunicações exigidas na escrituração zootécnica são as mesmas das raças zebuínas. A ABCZ já efetuou registros de Guzolando em Minas Gerais, Tocantins, Ceará, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Na época em que assumiu o serviço, a Associação concedeu desconto de 50% no título de associado e não cobrou pelo afixo. Hoje, essas duas promoções, implantadas para incentivar o registro, não estão mais em vigor. O valor do registro do Guzolando é o mesmo do RGN (Registro Genealógico de Nascimento). Foto: Marcelo Cordeiro
registro de animais Guzolando tem possibilitado a identificação em todo o país dos rebanhos que realmente são compostos por animais oriundos do cruzamento entre as raças Guzerá e Holandês. “Como muitas pessoas não sabem diferenciar um cruzamento do outro, o Guzolando tem sido comercializado como se fosse outro tipo de mestiço. Com o registro, essa confusão deixa de existir porque ele é uma garantia de que o animal é realmente um Guzolando”, explica o biólogo e criador Ricardo Teixeira do Rosário. Junto com o pai, Hercules Antonio do Rosário, ele implantou um projeto para produção de leite na Fazenda do Rosário, no município de Carlos Chagas (MG), somente com animais Guzolando. Antes, a fazenda produzia Guzolando com o objetivo de vender os animais para outras propriedades. Mas a boa produtividade das fêmeas, de até 20 quilos de leite/dia sob regime a pasto, levou a família a investir na produção de leite. Até mesmo nas exposições os resultados com o cruzamento têm sido animadores, com os animais conquistando o grande campeonato dos torneios leiteiros de Guzolando da região. “O Guzolando tem a vantagem de ter a rusticidade do Guzerá, produzir bem a pasto, mas sem a grande exigência alimentar do Holandês. Além disso, as fêmeas são dóceis, de fácil adaptação à ordenha mecânica e dão bezerros com bom porte para corte”, diz Ricardo. A Fazenda Rosário conta com um rebanho de Guzerá leiteiro e outro de Guzolando, sendo todos os exemplares registrados. “Sempre acreditei e defendi a importância do registro para consolidação do Guzolando, como uma ótima opção para
Mais informações ABCZ – Departamento de Genealogia Larissa Félix e-mail: abczz3@abcz.org.br Telefone: (34) 3319-3990
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Raça
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Guzerá tem mostrado seu potencial nas exposições e nas fazendas. No ano passado, a fêmea Bárbara TE JF bateu o recorde em torneios leiteiros oficiais. Ela teve média diária de 43,7 kg de leite nos três dias de concurso, sendo que, em um deles, atingiu a marca de 46 kg/leite. O feito foi registrado durante a 41º Expoagro, em Governador Valadares (MG), que aconteceu de 10 a 18 de julho de 2010. Na época, Bárbara TE JF, que pertencia à Fazenda Ygarapés, foi leiloada por R$260.000,00. O comprador foi o novo criador de Guzerá e tradicional selecionador de Gir leiteiro, Léo Machado, da Fazenda Mutum. O animal já conquistou outros prêmios, como: Grande Campeã da Expoagro, Campeã Jaca Jovem e Melhor Úbere na Feileite 2007. Fora das disputas das exposições, as fêmeas da raça também registraram bom desempenho. Em uma lactação, o recorde de produção já passou de 10 mil kg em 365 dias. Outra recordista da raça é Madre TE S. No dia 12 de dezembro de 2010, ela consagrou-se como a nova recordista de peso. A pesagem oficial realizada pela ABCZ registrou o peso de 1.120 Kg. A fêmea pertence à Agropecuária Suaçuí. Segundo o criatório, a matriz reúne diversas características, tais como: ótima produtora de embriões, excepcional caracterização e conformação, alta fertilidade, com muito peso e muita raça. As Provas de Ganho em Peso também têm mostrado a eficiência do Guzerá. Várias pesquisas estão sendo desenvolvidas com os animais da raça que acabam de participar da 2ª Prova de Ganho em Peso (PGP), realizada em Curvelo (MG). São três estudos com os zebuínos puros e um com bovinos oriundos de cruzamento entre Guzerá e outras raças. De acordo com o coordenador técnico da prova, Ricardo Costa Souza, um dos estudos está ligado à fertilidade, focando a precocidade sexual em reprodutores entre 15 e 18 meses. As outras pesquisas são sobre curva de crescimento dentro da raça e sobre crescimento alométrico (comparando dados do ultrassom com avaliação visual, realizada pelo método EPMURAS). Segundo Souza, os estudos têm demonstrado que uma avaliação visual bem feita chega aos mesmos resultados obtidos com o ultrassom. A 2ª Prova de Ganho em Peso foi concluída em abril de 2011. Participam da PGP 30 animais Guzerá PO e 60 cruzados. A prova foi realizada pela Associação Mineira de Criadores de Zebu e contou com o apoio técnico da ABCZ. Além da PGP de Curvelo, outras provas foram realiza-
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Barbara TE JF - Recordista de produção em torneio leiteiro
das no ano passado: 1º Fazenda São Judas Tadeu, 2º Fazenda São Judas Tadeu, 15º Coletiva AGCZ, 1º ABCZ/GuzeráMS e 2º ABCZ/Guzerá. O Programa Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) no ano passado teve boa participação da raça, com 12.184 animais inscritos, 55.043 pesagens efetuadas, 238 rebanhos participantes e mais de 200 mil animais com Avaliação Genética no Sumário ABCZ/EMBRAPA. Marcelo Cordeiro
Raça tem novas recordistas de peso e de produção em torneio leiteiro
Marcelo Cordeiro
Recordistas de produção
Madre TE S - Recordista de peso
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Teste de Progênie Mais um grupo de touros será avaliado pelo Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite (PNMGul). A edição deste ano do Teste de Progênie ofereceu vagas em três categorias: maximização de leite, preservação de linhagens e linhagem alternativa. No final de maio, os reprodutores selecionados seguem para coleta de sêmen nas centrais. Ranking Novas regras do Ranking 2011/2012 serão definidas durante a assembleia que a ACGB promoverá no dia 2 de maio. As mudanças serão anunciadas no site da Associação. Acesse www.guzera.org. br.
um todo. E todo mundo que esteve envolvido tem uma longa história com o Guzerá, conhece e gosta muito desta Grande Raça. Feileite 2011 Outro evento que terá uma presença maior da raça será a Feileite 2011. Neste ano, a expectativa da ACGB é realizar julgamento e torneio leiteiro. A feira ocorrerá de 31 de outubro a 4 de novembro, no Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista. No ano passado, houve julgamento e torneio leiteiro. A raça participou do 7º Concurso DPA de Sólidos no Leite. A fêmea Chácara da Boa Lembrança (LKW 94), do criador Marcelo Garcia Lack, levou o 1º prêmio do Concurso. Os tratadores Rui Murilo e Fladimir dos Santos receberam a premiação (foto).
Megaleite 2011
Uma feira que terá maior participação da raça Guzerá neste ano será a Megaleite, evento que reúne as principais raças leiteiras do país. No ano passado, tivemos pela primeira vez um torneiro leiteiro da raça, cuja grande campeã foi Galia MRN, de propriedade do criador Marcelo Palmério. A premiação (foto) contou com a presença do casal Paulo Menicucci (presidente da ACBG) e Ariane (presidente da CBMG). Para este ano, haverá também o julgamento do Guzerá leiteiro durante a feira. A Megaleite será de 26 de junho a 3 de julho, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Site O site da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil, uma criação de Zezinho Peres, está chegando às 300 mil visitas. O site entrou no ar em agosto de 1999 com uma média diária de 12 visitas. O primeiro layout levou a assinatura do webdesigner gaúcho Paulo Venegas e contou com o patrocínio de Paulo Emílio de Almeida Carneiro. O arquiteto Carlos Fernando Pontual foi o responsável pela logomarca da cabeça do Guzerá para a ACGB, que permanece como símbolo da raça no Brasil há décadas. Outras pessoas que contribuíram para o site foram Augusto Landim, que criou a atual programação visual. O site sempre promoveu a raça como
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Leilão Com o intuito de obter recursos para investir na divulgação, promoção, marketing da raça Guzerá dentro e fora do Brasil, a diretoria da entidade decidiu promover o 1º Leilão Virtual da ACGB. Associados doaram prenhezes para o pregão, que conta com lances pela internet. O resultado do leilão poderá ser acessado no site da ACGB. Exposições
Apresentadores de animais ajudam a valorizar o potencial do Guzerá nas exposições
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Maurício Farias
Artigo Técnico Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto
Pesquisador A – Genética e Melhoramento – Embrapa Gado de Leite
João Cláudio do Carmo Panetto
Pesquisador A – Genética e Melhoramento – Embrapa Gado de Leite
Frank Angelo Tomita Brunelli
Pesquisador A – Genética e Melhoramento – Embrapa Gado de Leite
Glaucyana Gouvêa dos Santos
Pesquisador A – Genética e Melhoramento – Embrapa Gado de Leite
Bruno Campos de Carvalho
Pesquisador A – Reprodução Animal – Embrapa Gado de Leite
O olhar indispensável para a eficiência reprodutiva
A
alta eficiência reprodutiva do rebanho é essencial para garantir a viabilidade econômica da produção de leite. A vaca que procria mais cedo e possui menores intervalos de parto fica menos ociosa e tem maior vida útil no rebanho, diminuindo o número de novilhas em recria necessárias à reposição (Dias et al., 2004); o que é de extrema importância para os sistemas de produção de gado de leite. Para avaliar a eficiência reprodutiva em fêmeas, geralmente são considerados dois fatores, a idade ou tempo para (re) estabelecimento da função reprodutiva, ou maturidade sexual, e a fertilidade (aparecimento do primeiro cio fértil, taxa de concepção) após a cobrição (Meirelles et al., 2009). Em novilhas enquadramse variáveis como a idade ao primeiro cio (relacionada à puberdade) e a idade à primeira cobrição, enquanto que em vacas seriam avaliadas características como intervalo parto-primeiro cio, intervalo parto-primeira cobrição ou o número de dias em aberto. Por sua vez, índices como número de serviços por concepção, taxa de concepção, taxa de prenhez, taxa de não-retorno ao cio 56 dias pós-inseminação, intervalo entre a primeira e a última cobrição são medidas indiretas da fertilidade. A consequência negativa da baixa eficiência reprodutiva, traduzida pelo desempenho nestas características, resulta na
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redução do volume de leite produzido e no número de crias produzidas no rebanho. Em raças especializadas, tem-se verificado que, além do aumento dos dias improdutivos da vaca (período seco), as falhas reprodutivas implicam em prolongamento do terço final de lactação de vacas de baixa produção, na expectativa de redução dos prejuízos com a manutenção de vacas vazias no rebanho. Em vacas da raça Holandês de alta produção, porém, observou-se declínio da fertilidade, de forma paralela ao aumento da produção individual de leite, atribuída à correlação genética negativa entre estas características (Lucy, 2001; Hare et al., 2006; Weigel, 2006). As correlações genéticas negativas entre características produtivas e algumas características reprodutivas, fazem com que a seleção com ênfase apenas em características produtivas possa acarretar diminuição do desempenho reprodutivo dos animais (Berglund, 2008). Além disso, observa-se também que as vacas de leite de alta produção, resultado do intenso e/ou prolongado processo seletivo, apresentam particularidades fisiológicas, como balanço energético negativo de maior amplitude e duração (Garnsworthy et al., 2009). Durante o balanço energético negativo são observados também efeitos diretos das concentrações de metabólitos sobre o oócito dentro do folículo em desenvolvimento.
Revista Guzerá
Já para as raças zebuínas leiteiras ainda há necessidade de maior conhecimento sobre os aspectos relacionados à fisiologia reprodutiva, apesar de se saber que a deficiência nutricional é apontada como a principal causa do baixo desempenho reprodutivo nestas raças, pois compromete as funções endócrinas reprodutivas (Lôbo, 1998). Com respeito à nutrição, deve-se salientar também que o escore da condição corporal ao parto representa ainda hoje fator importante na determinação da fertilidade de vacas. Escores elevados e pouco variáveis de condição corporal ao parto reduzem o intervalo para retorno ao cio no pós-parto e a porcentagem de vacas em anestro, além de aumentar a taxa de concepção, ou seja, a eficiência reprodutiva (Butler et al., 2004, Wiltbank et al., 2006). Tudo isso revela a complexidade existente na fisiologia animal envolvendo aspectos produtivos e reprodutivos e enfatiza a necessidade de olhar mais amplo para estas características. Do ponto de vista do melhoramento, as estimativas dos parâmetros genéticos das características reprodutivas apresentam geralmente grande variação e baixa herdabilidade. Segundo Peña et al. (2008), as estimativas de herdabilidade para intervalos de partos têm sido baixas e não está claro se os genes envolvidos na fertilidade são os mesmos para fêmeas jovens e maduras. Urioste et al. (2007) observaram que os procedimentos para estimação dos méritos genéticos dos animais em características de fertilidade não são simples, e que os componentes de (co)variância podem diferir entre observações em diferentes idades. Lôbo (1998) estimou herdabilidades iguais a, respectivamente, 0,29±0,09 e 0,14±0,01 para idade ao primeiro parto (IPP) e intervalo de partos (IDP) em vacas Guzerá. As correlações ge-
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néticas e fenotípicas entre as características foram de, respectivamente, 0,10 e 0,43. O estudo indicou que a seleção para a precocidade ao primeiro parto poderia resultar em redução no IDP. Duarte e Bastos (2005) estimaram herdabilidades de 0,13 e 0,095 para, respectivamente, IPP e IDP também para fêmeas Guzerá, revelando a pequena variação genética existente no rebanho, o que, segundo os autores, tornaria a aplicação de seleção direta para estas características pouco eficiente. Santana Júnior et al. (2010), por outro lado, estimaram a herdabilidade de 0,22 para IPP na raça Gir, evidenciando a existência de variabilidade genética suficiente para promover progresso genético pela seleção. Nos Estados Unidos, por exemplo, um país pioneiro na implantação de amplos programas de melhoramento, o objetivo principal do melhoramento do rebanho leiteiro foi por longos anos a produção de leite e sólidos, em detrimento das características reprodutivas. Parte dessa ênfase foi atribuída ao fato das estimativas de herdabilidade dessas características serem baixas e, portanto, responderem pouco e, em longo prazo, à seleção. Em países europeus em que o melhoramento genético incluiu características reprodutivas houve, porém, aumento da produção de leite com manutenção do desempenho reprodutivo, demonstrando a possibilidade de melhoramento conjunto destas características (Berglund, 2008). Apesar de apresentarem baixa herdabilidade, têm-se discutido, no entanto, que a variação genética aditiva é a principal fonte de variação nessas características, o que as tornam alvos potenciais de seleção, dada sua importância econômica (Berglund, 2008, Santana Jr. et al., 2010). Da mesma forma, o objetivo principal do melhoramento de gado de leite, particularmente das raças zebuínas leiteiras,
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também tem sido aumentar o desempenho de características produtivas. Os programas de melhoramento das raças Gir e Guzerá para leite, implantados em 1985 e 1994, respectivamente, sob coordenação da Embrapa Gado de Leite em parceria com a ABCZ, ABCGIL, ACGB, CBMG, UFMG, Epamig, Emepa e Emparn, dentre outros, alcançaram sucesso traduzido pelos ganhos genéticos expressivos, com aumento de cerca de 1 a 2% na média de produção. No entanto, até o momento, apesar da grande preocupação de técnicos e criadores, as características reprodutivas têm sido pouco trabalhadas nas raças zebuínas leiteiras. Soma-se à seleção direcional para as características produtivas e ao antagonismo entre as características reprodutivas e produtivas, o efeito do estreitamento genético das populações de bovinos leiteiros, decorrentes, além do efeito fundador e dos gargalos ao longo das gerações, do uso intensificado de poucos reprodutores e seus descendentes de elevados méritos genéticos (Lucy, 2001, Berglund, 2008, Peixoto et al., 2010); fenômeno que Madalena (2008), denominou de endogamia globalizada. Como exemplo, a intensa utilização de poucos touros de alto mérito genético nas populações levou ao aumento no coeficiente médio de endogamia na população da raça Holandesa, contribuindo para a redução do desempenho reprodutivo de fêmeas em todo o mundo. Por outro lado, o grande número de variáveis para avaliação da eficiência reprodutiva torna complexa a obtenção de um índice que concilie todas as variáveis reprodutivas de importância. Como apresentado, a melhoria genética de características
reprodutivas exige conhecimento amplo a respeito da variação fenotípica, sob a ótica de suas determinantes genética, ambiente e inter-relações genética e ambiente, em cada uma das características. Além disso, esses índices não avaliam a capacidade da vaca tornar-se gestante, ou seja, sua fertilidade potencial. A pulverização dos estudos tem minimizado também a aquisição de conhecimento mais consistente sobre as características reprodutivas. Estes aspectos têm dificultado a inclusão dessas características em programas de melhoramento genético, sendo, de certa forma, responsáveis pela baixa eficiência reprodutiva dos rebanhos leiteiros brasileiros. Portanto, apesar de sua relevância, ainda há carência de informações detalhadas que possibilitem a inclusão das características reprodutivas nos objetivos de seleção, principalmente considerando as intervenções de reprodução assistida (MOET e FIV) adotadas por muitos rebanhos. Cabe ressaltar que embora as raças zebuínas leiteiras possuam programas recentes de melhoramento e não tenham alcançado ainda o grau de especialização das raças europeias, o processo de seleção com ênfase em características produtivas poderá levar às mesmas consequências. Diante disso, torna-se imprescindível o conhecimento das características reprodutivas que traduzam a eficiência reprodutiva das raças zebuínas leiteiras, bem como a avaliação de seu potencial genético para a definição de métodos, critérios e estratégias que viabilizem a inclusão das mesmas nos objetivos de seleção e, desta forma, a sustentabilidade dos programas de melhoramento.
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Jadir Bison
Artigo Técnico Vânia Maldini Penna e Maria Gabriela C. D. Peixoto
Bom de leite e bom de carne é possível?
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lguns duvidam, talvez por pouca informação atualizada. De fato, nos ensinaram que não. E nós também já ensinamos que o mais eficiente era maximizar as produções em sistemas e raças especializados. Seguindo este paradigma, enormes avanços ocorreram na produção. Nos países desenvolvidos, a produção de leite aumentou em muitas raças num ritmo constante de 50 a 100kg/ano, por cerca de 50 anos. Resultados indesejáveis das produções maximizadas Entretanto, estes avanços na produção foram acompanhados por decréscimo na robustez e adaptabilidade dos animais. As vacas ficaram cada vez mais exigentes, menos férteis, “complicadas”, “difíceis de lidar”, segundo produtores. Nas fases iniciais, por volta dos anos 1980, os produtores e técnicos lidavam com o decréscimo na rusticidade adaptando o ambiente aos animais. Isto foi ficando cada vez mais difícil e caro. Vieram os estudos que mostraram haver antagonismo genético entre nível de produção e aspectos funcionais (fertili-
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dade, saúde, longevidade, etc.). Assim, os programas de melhoramento em todo o mundo passaram a dar especial atenção às chamadas características funcionais. Estas, usualmente apresentam alta variabilidade genética e são facilmente deterioráveis. Em geral são difíceis de serem selecionadas pelos métodos convencionais devido às baixas herdabilidades. Assim, apesar dos esforços, a situação foi piorando cada vez mais nas últimas décadas. Os avanços na produção absoluta não eram acompanhados de avanços na “produção real”, ou seja, nem sempre correspondiam a aumentos de produção na vida útil, muito menos na lucratividade. Mais referências em “Versatilidade e sustentabilidade no melhoramento do Guzerá” (Revista Guzerá, 2009) e “Problemas dos rebanhos leiteiros com genética de alta produção”, no site www.fernandomadalena.com/ indice_23.html. Vários problemas passaram a ocorrer com elevada frequência. Alta mortalidade, baixa fertilidade, problemas de cascos, mamites, susceptibilidade a parasitos e outras doenças. Exigência de altos níveis de concentrados, gastos muito elevados com insumos e medicamentos. Aumentos na quantidade de leite que não correspondiam a aumentos na qualidade remunerada pelo mercado (% de proteína, gordura, sólidos totais, contagem de células somáticas, etc.). Baixos valores de bezerros e vacas de descarte devido às “perdas na musculatura” decorrentes do foco
exclusivo na seleção leiteira. E, ainda, o uso muito intenso de alguns reprodutores muito famosos reduziu a variabilidade genética, conduzindo a perigosos aumentos na consanguinidade, com efeitos drásticos na reprodução, no vigor e comprometendo o melhoramento em longo prazo. Hoje existe um sério problema de “endogamia globalizada”. Tudo isto precisava ser revertido. Atualmente, o objetivo primordial da maioria dos rebanhos e raças é a redução de custos, particularmente os decorrentes de baixa fertilidade e baixa rusticidade, fontes de descartes involuntários (por mortes, doenças, falhas reprodutivas, etc.) e custos extras. Nos EUA e na Europa muitos produtores se voltaram para a utilização de cruzamentos ou mesmo para utilização de outras raças para fazer face às perdas em saúde e rusticidade (Ducrocq, 2010). Tais perdas não ocorreram apenas no gado leiteiro, mas também no de corte e em outras espécies. Em geral, como consequência da seleção para maximização da produção com objetivos de lucro de curto prazo, sem considerar as restrições biológicas e os ganhos de longo prazo. Com os novos conhecimentos adquiridos pela ciência e com as mudanças do cenário mundial, os antigos paradigmas foram reavaliados. Muitos mudaram e até se inverteram. Muito do que aprendemos e ensinamos como “certo” agora temos que ensinar que “hoje é errado” e vice-versa. Coisas da ciência que está em constante reavaliação. E necessitamos evoluir com ela. Como estas mudanças são razoavelmente recentes, é natural que o conhecimento de muitos esteja defasado e que continuem a acreditar em conceitos já ultrapassados. Compreensível, mas não justificável, particularmente no meio científico e técnico. Cabe a estes acompanhar e divulgar as mudanças de conceitos e de “verdades”. Novos paradigmas As abordagens atuais são principalmente econômicas. O foco não está mais em “produzir muito”, mas em “produzir bem”, com lucro, qualidade e respeito ao meio ambiente e aos animais. Não apenas resultados imediatos são considerados, mas também os de médio e longo prazo. A “boa” vaca leiteira não precisa ter produções absolutas altíssimas, e sim eficientes e condizentes com o ambiente econômico de produção. Rusticidade, fertilidade, versatilidade e sustentabilidade são as novas palavras de ordem. A seleção visa hoje a obtenção de animais aptos a produzir economicamente nos sistemas em que irão lidar. Atualmente, a produção não se baseia em um único modelo. Existe uma gama muito maior de sistemas de produção do que no passado. Desde os especializados e intensivos aos não especializados, “naturais”, “orgânicos”, etc. Todos eles devidamente analisados pela pesquisa. Para se ter uma ideia, nas últimas reuniões da European Association for Animal Production, têm sido apresentados trabalhos sobre sistemas altamente tecnológicos, inimagináveis alguns anos atrás, mas também alter-
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nativas eficientes e econômicas bem mais simples. Entre estes, trabalhos sobre aspectos que em passado recente seriam considerados “atrasados e ineficientes”, como uso de apenas uma ordenha/dia em certos sistemas, produção com base em pastagens e redução de uso de concentrados, etc. Funcionalidade e lucro Nas condições mais atuais de mercado a lucratividade de uma empresa rural é altamente relacionada com redução de custos, versatilidade do sistema e qualidade dos produtos. Uma forma de reduzir os custos é melhorar características funcionais de importância econômica. Estas são principalmente relacionadas com adaptabilidade, sobrevivência e aspectos que reduzem a carga metabólica das vacas (Solkner et al 2000). Além das vantagens econômicas, a adaptabilidade ao ambiente e a rusticidade são importantes para aspectos cada vez mais demandados pelo consumidor, como segurança e qualidade alimentar (livre de pesticidas, antibióticos, hormônios, aditivos, etc.). Produtos para alimentação saudável, natural ou orgânica, que atendam aos requisitos de bem estar animal, etc., são cada vez mais exigidos ou contam com sobre preços. Muitos países já têm várias exigências neste sentido, para importação de produtos de origem animal, as atualmente importantes “barreiras não sanitárias”. Salienta-se que o Brasil tem melhores condições de atendê-las do que muitos outros países (p.ex.: animais a pasto, ordenha na presença do bezerro, etc.), sendo importante considerá-las em nossos programas de seleção e cuidar de não perder estas vantagens já existentes.
Maurício Farias
Versatilidade e lucro, “a carne do leite” A importância do aproveitamento da carne dos animais oriundos de rebanhos leiteiros tem ficado cada vez mais evidente para a sustentabilidade econômica destes sistemas e para o meio ambiente. A chamada “carne leiteira” (dairy beef) passou
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a ser “aproveitada” em todo o mundo. Tem sido recomendada como uma oportunidade de diversificar operações e aumentar a renda, principalmente quando a produção é com base em pastagens. Demonstrou-se que o “lucro secundário” da carne nos sistemas leiteiros costumava ser subestimado e que ele representa considerável aumento nos rendimentos e desempenha importante papel na cadeia alimentar. Por exemplo, 50% da carne consumida no Reino Unido é “leiteira” e a tendência é de aumento desta porcentagem. Nos EUA, Schaefer (2005) estimou que 2,35 milhões de bezerros Holstein são comercializados anualmente para carne. Estudos mais recentes indicam que 20% da carne consumida no país provêm de rebanhos leiteiros, cada vez com melhor qualidade, já que os produtores têm se preocupado mais com a qualidade da carne, da carcaça e do rendimento. Tanto na Europa quanto nos EUA existem hoje vários “programas de qualidade de carne oriunda de gado de leite” sendo conduzidos por universidades, associações e órgãos governamentais que contam com incentivos econômicos. Existe aumento no interesse de identificação de linhagens mais eficientes em velocidade de crescimento, conversão alimentar e que produzam melhor rendimento. Vale repetir para os que ainda insistem na “angulosidade” dos animais leiteiros, que ela hoje não é mais desejável; ao contrário, é punida com pesos negativos na maioria dos índices de seleção, inclusive no da Holstein Friesian Association, nos EUA. Esta mudança ocorreu após demonstração do antagonismo genético de fertilidade e saúde com a tão preconizada “forma leiteira” e com as altíssimas produções. Animais “descarnados” produziam muito em uma lactação, mas não em sua vida produtiva nem de forma mais lucrativa. Verificou-se que a seleção para animais “angulosos” diminuiu a fertilidade e o desempenho funcional e deveria ser revertida. Conforme Lee et al. (2010), particularmente em sistemas onde existem flutuações na qualidade da alimentação, a seleção para capacidade de acumular gordura nas novilhas pode ser usada para contrapor aos efeitos indesejáveis da seleção para maior produção nas reservas de energia das vacas. Estas reservas são fundamentais para manter a produtividade e fertilidade em períodos subótimos de alimentação, que ocorrem na produção a pasto devido às variações da qualidade do mesmo, no decorrer do ano. Ou seja, atualmente a vaca leiteira não precisa (nem deve!) ser descarnada. Os animais com mais músculos e capazes de armazenar gordura são capazes de compensar, com suas reservas corporais, os períodos de nutrição desbalanceada, apresentando melhor persistência, fertilidade e saúde. Estes aspectos são favoráveis à produção simultânea de carne e leite. Infelizmente, muitos não tomaram conhecimento disto e ainda se ouve por aí que a vaca leiteira deve ter “as três cunhas”! Hoje isto é mito.
Revista Guzerá
Dupla aptidão e lucro Neste novo cenário, as raças e sistemas de dupla aptidão que “andavam esquecidos” da ciência e da mídia, readquiriram importância e passaram a ser mais estudados, em particular na Europa. Diversos trabalhos demonstraram haver importante espaço a ser ocupado por eles na pecuária mundial. Popularmente é dito que permitem “aproveitar a vaca inteira”. Os altos preços dos bezerros de raças de dupla aptidão em relação aos das leiteiras são incentivo a produzir bons bezerros e menos leite (com menores custos de alimentação e manejo) por vaca, favorecendo-as (Graser e Averdunk, 1990). Enfim, hoje está bastante comprovado que não apenas é possível, mas, em muitos casos, desejável econômica e ecologicamente, produzir leite e carne de qualidade em um único sistema de produção. E que, junto da produção especializada de carne ou de leite (sempre haverá situações em que serão as mais adequadas), existe importante e crescente espaço para a dupla aptidão. Este pode ser preenchido pelo melhoramento da capacidade de produção de carne nas raças leiteiras, pelo de cruzamento destas com raças de corte ou de dupla aptidão ou pelo uso de raças melhoradas para dupla aptidão. No Brasil e em outros países tropicais Para os países tropicais, as vantagens da dupla aptidão podem ser mais acentuadas. Sua utilização é antiga e atualmen-
Revista Guzerá
te crescente. Estudos econômicos indicaram que a rentabilidade da pecuária leiteira tropical tem como base alimentos baratos (pastagens e pouco uso de concentrados), instalações simples, uso limitado de medicamentos (baixos custos), gado produtivo e rústico e maior receita com venda de animais (dupla aptidão). No Brasil, considerável parte do leite provém de rebanhos cruzados europeu-zebu, nos quais se aproveita o bezerro e as vacas de descarte para produção de carne, portanto de rebanhos de dupla aptidão. Em geral, a lucratividade destes sistemas é relacionada com menores custos de produção e maiores receitas com a venda de animais (Holanda e Madalena, 1998; Holanda e Gomes, 1999). Assim, a saúde e conformação das vacas e a qualidade dos bezerros podem ser importantes para grande parte deles. A Venezuela tem 90% do leite produzido por gado de dupla aptidão (Vaccaro, 1996). No México e em outros países da América Central, estes sistemas são altamente difundidos e sua eficiência tem sido demonstrada (Burgmeyer et al., 1998). Na Colômbia, seu uso tem sido cada vez mais difundido, acompanhando a tendência da migração da produção de leite para as terras mais quentes. Neste país, existe inclusive uma associação visando investigação, desenvolvimento, promoção e fomento deste tipo de sistema, a Asodoble (Zambrano e Arango, 2005). Produtores destes países são altamente interessados na genética brasileira de zebu melhorado, para leite e de dupla aptidão.
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Jadir Bison
e leite de seus animais.
Raças de dupla aptidão As raças de dupla aptidão atendem bem às novas tendências. Trata-se de “genética multiuso” (ou “vaca total flex”, como definiu um pesquisador da Epamig). Com produção equilibrada e robusta de carne e leite, em geral apresentam menores riscos de mercado, adaptabilidade superior, vantagens éticas e ecológicas. São, geralmente, raças versáteis que podem atender bem fazendas grandes ou pequenas, de alto ou médio nível de manejo, apresentando ótimas perspectivas para cruzamentos tanto para produção de carne quanto de leite. Por tudo isto estas raças têm apresentado recentemente grande incremento em número e despertado muito interesse em todo o mundo, em particular na Europa e países tropicais. Conforme informou o cientista Johann Sölkner, no recente 1º Workshop Internacional: Genômica aplicada à pecuária (Araçatuba, março de 2011), 80% do gado na Áustria é atualmente de dupla aptidão, e na Alemanha esta porcentagem é ainda maior. Nestas raças, que contam com avaliações genéticas para ampla gama de características, os animais podem ser selecionados em função de critérios específicos, considerando objetivos econômicos particulares ou regionais. Mais para carne ou para leite, maior ou menor peso para rusticidade, etc., conforme o interesse do mercado. Por exemplo, na Suíça, que requeria produção de leite maior que a do Fleckvieh original, foi formado o Fleckvieh Suíço, com alguma infusão de sangue Holstein e maior intensidade seletiva para esta função do que na Alemanha. Salienta-se que a moderna genética considera de dupla aptidão raças com melhoramento simultâneo e integrado para características de leite e de corte, simultaneamente. Não as que apenas se intitulam como tal e não apresentam avaliação genética (DEPs, PTAs) integrada para características de corte
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O Guzerá no contexto atual A raça Guzerá é “naturalmente rústica”, devido à seleção natural, por milênios, no seu ambiente de origem: semi-árido e pré-deserto indiano. Uma das melhores produtoras de leite da Índia é também das mais bem quistas para tração, devido a seu porte e musculatura avantajados. Ou seja, “naturalmente de dupla aptidão”. No Brasil, desde sua importação nos finais do século XIX, tem sido usada tanto para produção especializada de carne quanto para a de carne e leite, simultaneamente. Em 1994, quando foram implantados os programas em moldes modernos do melhoramento, as peculiaridades da raça que estavam em acordo com as novas tendências que surgiam na época foram consideradas. As avaliações são conduzidas em ambiente comercial “realista”, de modo a preservar a rusticidade milenar da raça. Busca-se melhorar aspectos de qualidade e funcionalidade junto com a capacidade produtiva, de modo sustentável e equilibrado. No Guzerá, além dos rebanhos de dupla aptidão existem os especializados na produção de carne e outros na de leite. Não havendo diferenças de “tipo racial” entre as diferentes “correntes de seleção funcional”, as diferenças de objetivos econômicos regionais e mercadológicos são compreendidas e respeitadas. Existe apenas uma associação de raça (ACGB) que abriga todas as opções de seleção funcional. Os programas de melhoramento foram delineados de forma a atender a todos sem dividir a raça em subgrupos. Estes são conectados geneticamente e permitem a participação apenas nas avaliações para leite ou carne, mas também em ambas simultaneamente. Assim, apesar da existência de rebanhos especializados na produção de carne ou de leite, a Guzerá, como um todo, é uma raça de dupla aptidão conforme os modernos conceitos da genética. Isto se deve à existência dos rebanhos de dupla aptidão. Os “duplo-provados”, avaliados e selecionados tanto para leite quanto para carne, permitem conectar geneticamente e comparar animais dos demais segmentos em um único conjunto. Tornam possível o fluxo gênico entre os subgrupos da raça (Fig.1). Hoje existem muitos descendentes de antigos “touros leiteiros” nos “rebanhos de corte” e vice-versa. No zebu brasileiro a Guzerá é a única raça que possui avaliação genética carne-leite integrada e conectada geneticamente, publicando DEPs para carne e leite em um único sumário de touros. Mas, por ser a Guzerá uma raça de dupla aptidão, isto não significa que todos os animais sejam “bons de carne e
Revista Guzerá
Revista Guzerรก
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Divulgação
bons de leite”. Os rebanhos/linhagens/animais selecionados apenas para carne são usualmente superiores na produção de carne, mas não necessariamente na produção de leite. Vale ressaltar que em geral contam com grande habilidade materna decorrente da capacidade leiteira de suas matrizes. Os selecionados apenas para produção de leite desenvolvem principalmente esta aptidão. É nos selecionados para ambas as aptidões simultaneamente que estão os animais de real dupla aptidão: “bons de carne e bons de leite”. E “bons” não apenas em quantidade de leite, mas principalmente em qualidade: altos teores de proteína, gordura e sólidos totais, baixa contagem de células somáticas, alta frequência do alelo B da kappa caseína (“leite queijeiro”), etc., aspectos avaliados geneticamente e passíveis de serem conFigura 1 - Conexão dos rebanhos aferidos apenas para carne ou para leite através dos “duplo-provados”, permitindo siderados na seleção. fluxo gênico entre os distintos grupos: descendentes de touros dos rebanhos de corte acabam chegando nos rebaEsclarecendo: a Guzerá é uma nhos leiteiros e vice-versa através da utilização/seleção nos rebanhos dupla aptidão. raça só. Possui apenas uma Associação de Criadores e apenas um padrão racial. Todo Guzerá deve técnicas e produtivas. ser rústico, fértil, saudável e longevo. Ser “bom” produtor de Então, respondendo à pergunta do título: Bom de carleite ou de carne é apenas uma questão de comprovar a cane e bom de leite é possível? pacidade para exercer (e transmitir) esta função produtiva. – Para o Guzerá, sim! E com muita rusticidade e beA aptidão deve ser comprovada com números. Na raça, “de leza. corte” são considerados os animais com DEPs superiores Talvez por isso esta raça esteja crescendo tanto. para as características de corte, “leiteiro” para as leiteiras, Exemplos de animais “bons de carne e bons de leite” e “dupla aptidão” os superiores em ambos os conjuntos de comprovados com números: características. Existe um grande número de animais com sua dupla aptidão comprovada por DEPs confiáveis, chanceladas pela Embrapa, ANCP, ABCZ e CBMG. Não que “o maior” produtor de leite seja “o maior” produtor de carne, mas são animais “comprovadamente bons de carne e bons de leite”, simultaneamente. São superiores à média da raça e “melhoradores” em ambos os quesitos. Uns se destacam mais no leite, outros se destacam mais na carne. Talvez, para muitas situações de criação e mercado, mesmo que não sejam “os maiores”, estes animais podem ser “os melhores” do ponto de vista econômico e em acordo com as novas tendências mundiais descritas neste artigo. Com o Guzerá é possível produzir vacas rústicas, férteis, sadias, com boa produção leiteira e, ao mesmo tempo, bezerros valiosos para produção de carne. Animais produtivos, mas também funcionais e adaptados, produzindo alimentos de alta qualidade e demandando poucos recursos. Gado fácil de manejar com desempenho eficiente, fazendo Touro com DEP leite +242 e “top” 13% no IQG-ABCZ. face aos aumentos de custos e pressão de racionalização. Irmão completo (MOET) da atual recordista mundial da raça em produção de leite (43,7 kg/dia), DEP leite +344. Uma raça que atende as modernas tendências científicas,
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Revista Guzerá
Divulgação
Divulgação
Vaca com DEP leite + 297 e “top” 50% em MGT-ANCP Ex-recordista mundial da raça em produção de leite (42,12 kg/dia)
Touro com DEP leite +136 e “top” 1% no MGT-ANCP e 0,1% no IQGABCZ.
Algumas vantagens da dupla aptidão:
1- A venda do leite proporciona ingresso contínuo de recursos em curto prazo 2- Permite minimizar os riscos ao oferecer maior flexibilidade de acordo com as mudanças no preço do leite e da carne 3- Os animais de dupla aptidão podem ser mais resistentes às condições rústicas de criação e doenças regionais 4- Maior eficiência fisiológica e econômica 5- Pode ser mais correto do ponto de vista ecológico e do bem-estar animal
(Fonte: Nicholson et al., 1995; Holanda et al., 1998; Burgmaier et al.,1998; Holanda et al., 1999; Torres et al., 2001; Guimarães et al., 2003 Krauslich, 2003, etc.)
Revista Guzerá
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Investigação genética
Entrevista
A
Marcelo Cordeiro
vanços nas pesquisas com marcadores moleculares, diversidade genética e características comportamentais prometem dar uma nova cara à seleção animal e acelerar o melhoramento genético do rebanho brasileiro. A professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Maria Raquel Santos Carvalho, está desenvolvendo pesquisas com a raça Guzerá para detectar marcadores moleculares específicos para os zebuínos. Em entrevista à revista Guzerá, ela fala sobre várias pesquisas na área genética, os resultados alcançados até agora e como os produtores podem usar essas informações no processo de seleção.
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Guzerá - Quais pesquisas na área genética estão sendo desenvolvidas com a raça Guzerá? Maria Raquel - Temos trabalhado com o desenvolvimento de marcadores moleculares para o estudo da diversidade genética, para características da produção leiteira e, mais recentemente, para a investigação de características comportamentais, como habilidade materna e temperamento. Em termos de diversidade genética, foi desenvolvido um estudo que cobriu indivíduos de toda a área de distruibuição da raça no Brasil. Este estudo, coordenado pela Dr. Maria Gabriela Peixoto, teve por objetivo averiguar como está a diversidade genética do Guzerá e como ela se encontra distribuída pelos rebanhos do país. Este dado é muito importante, pois é necessário manter reservas de diversidade genética, para impedir perdas causadas pela consanguinidade. Além disto, estamos desenvolvendo um painel de marcadores moleculares para o cromossoma Y de zebuínos. O primeiro teste do painel foi realizado este ano, como parte de um projeto de mestrado de uma aluna minha. O painel consegue identificar duas linhagens de Guzerá e duas de Gir. Nós acreditamos que o número de linhagens seja maior, e, portanto, vamos associar maior número de marcadores genéticos a este painel. Uma boa ferramenta para identificar os diferentes cromssomas Y é importante, pois permitirá conservação das diferentes linhagens paternas. Em termos de marcadores moleculares para a produção leiteira, iniciamos trabalhando com genes já bem caracterizados em taurinos. Estes genes foram a kappa-caseína, beta-lactoglobulina, BoLA, prolactina e DGAT1, entre outros. Este projeto está em de-
Revista Guzerá
senvolvimento juntamente com o Dr. Marco Antônio Machado, da EMBRAPA Gado de Leite de Juiz de Fora. Revista Guzerá – Grande parte dos marcadores moleculares já divulgados por empresas ou centros de estudo têm como base as raças taurinas. Nos zebuínos, quais são os genes que vocês estão buscando? Maria Raquel - Como nem todas as variantes associadas à produção leiteira descobertas em taurinos estão presentes em zebuínos, partimos para a busca de variantes próprias do Guzerá. Para tanto, estamos investigando (e já descobrimos variantes) os genes da ocitocina e em genes reguladores do metabolismo de lipídios (DGAT1, INSIG1, PPARG, PPARGC1A e SREBF1). Atualmente, estamos padronizando os métodos para detecção destas variantes, de modo a podermos investigar quais estariam associadas a características de produção e/ou composição do leite do Guzerá. Revista Guzerá - Os estudos sobre características comportamentais, como habilidade materna e temperamento, também vão gerar marcadores moleculares? Maria Raquel - A investigação do comportamento animal está sendo desenvolvida em dois projetos. Nestes estudos, estão sendo estudados o comportamento materno e temperamento. Ambos estão em fase de avaliação dos animais. O primeiro é coordenado pela Dra. Maria de Fátima Ávila Pires, da EMBRAPA Gado de Leite de Juiz de Fora, e o segundo pelo Prof. Dr. José Aurélio Garcia Bergmann, da Escola de Veterinária da UFMG. Este, entretanto, é um trabalho de formiguinha. Para gerar-se um maior número de marcadores moleculares, é necessário um projeto genoma. Portanto, simultameamente a este trabalho, está sendo desenvolvido no Instituto de Pesquisas René Rachou, e em colaboração com a EMBRAPA Gado de Leite e o Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, com apoio da SECTES/MG, Fapemig, Polos de Excelência em Genética e do Leite, o projeto de sequenciamento completo das raças zebuinas Gir e Guzerá. As sequências geradas precisam ser reunidas (montagem) para permitir a identificação de variantes genéticas, que possam ser usadas nos estudos de associação. A nossa estimativa é que para o próximo ano já tenhamos marcadores moleculares específicos para o Guzerá e o para o Gir, para iniciarmos os estudos de associação. Revista Guzerá - Quais os resultados alcançados até agora e de que forma eles estão sendo aplicados pelos produtores? Maria Raquel - No futuro, com certeza a seleção usará informações de paineis de marcadores moleculares. Até que se chegue a painéis eficientes, é necessário entender-se o papel de cada gene e de cada variante, em cada raça. Com este objetivo, fizemos e disponibilizamos a genotipagem dos marcadores moleculares mais importantes no Guzerá. Neste contexto, dois marcadores são mais importantes. Um deles é a kappa-caseína e o outro é o DGAT1. Se o rebanho visar a produção de leite para queijo, o alelo B no locus da kappa-caseina confere coagulabilidade bem melhor do que o A. Estes alelos não se correlacionam entretanto a maior produção de leite. Acredito que esta informação está sendo usada. Já o locus DGAT1 tem um polimorfismo muito bem caracterizado,
Revista Guzerá
onde o alelo A (DGAT1 232A) se correlaciona à maior quantidade de leite, com menos gordura. Este leite é, portanto, mais saudável para consumo humano. Como leite e derivados estão entre as principais fontes de gordura da dieta, uma composição mais saudável está sendo buscada em diversos paises. O alelo A foi identificado em animais Guzerá, mas é muito raro. Seria interessante incluir estes animas em sistemas de cruzamento para evitar a perda deste alelo. Desde que, é claro, sejam animais com avaliação genética de produtividade positiva. Por outro lado, há a informação gerada sobre a diversidade genética da raça. Os resultados deste projeto, assim como os resultados dos testes de paternidade baseados em DNA, já podem ser usados com o intuito de preservar/aumentar a diversidade genética. Uma raça deve ser vista como um manancial. Quanto maior a riqueza em diversidade, maior a chance de se adaptar às mudanças de ambiente, que virão. Além disto, em um sentido mais amplo, o ambiente inclui o próprio mercado. Um exemplo disto é a questão do leite saudável para consumo humano. Há alguns anos nem se falava. Daqui a mais alguns anos, será exigência! Os demais estudos estão em andamento e deverão gerar resultados mais diretamente aplicáveis nos próximos anos. Métodos de custo mais baixo estão surgindo. Com os dados do genoma, será possível desenvolver painéis de marcadores moleculares específicos para a raça Guzerá. Outro desenvolvimento importante é a redução do custo do sequenciamento. Associado a métodos que permitem a investigação direta das regiões funcionais do genoma (a maior parte não é funcional!), teremos informações específicas, sobre as variantes que realmente fazem diferença. Esta nova técnica se chama exoma. Já está disponível para humanos e em breve estará disponível para bovinos. É importante ressaltar, entretanto, que antes de usar o exoma (assim como antes de usar SNPs) será necessário desenvolver os estudos de associação, descoberta de variantes genéticas específicas de cada raça. Portanto, há muito caminho pela frente. O desenvolvimeto mais importante destes últimos anos foi na verdade o aumento do número de animais participando dos programas de avaliação oficiais. A raça Guzerá está atingindo a massa crítica de dados necessária para se poder descobrir a contribuição das variantes genéticas ou de regiões do genoma, para as diferentes características. Isto é uma grande notícia! Revista Guzerá - Há alguns anos, a seleção genômica utilizava painéis de SNPs desenvolvidos com base nas variações genéticas descobertas em Bos taurus. Como está a situação hoje? Qual tem sido a contribuição da seleção genômica e qual a expectativa para os próximos anos em relação a essa tecnologia? O custo ainda é caro? Maria Raquel - A aplicação de métodos como seleção genômica não depende apenas das ferramentas e dos custos. Depende da genotipagem de grande número de animais participantes de sistemas de avaliação, para identificação de que conjunto de variantes genéticas (haplótipos) marcam cada região associada a uma determinada característica. Estes dados ainda não estão disponíveis para raças zebuínas brasileiras.
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Parceiros
CBMG, um pouco de história Ariane Maria Figueiredo Menicucci Presidente do CBMG
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Seminários-vitrine promovidos pelo CBMG contam com a participação de dezenas de criadores
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o cê sabe como surgiu o Centro Brasileiro de Melhoramento do Guzerá (CBMG)?
É uma história interessante de se conhecer. Em maio de 1992, alguns criadores de Guzerá estavam reunidos na Fazenda da Barra, em Além Paraíba, Minas Gerais, com o objetivo de discutir sobre as ações que seriam necessárias para o crescimento desta raça. Resolveram, unanimemente, fundar uma organização para colocar a prova os múltiplos méritos da mesma, por meio de procedimentos científicos. Na liderança deste grupo estava Bernhard Karl Georg Winkler, um homem idealista e com incrível visão de futuro, que veio a ser o 1º Presidente do recém fundado CBMG, e nunca mediu esforços para tornar realidade o que fora definido pelos pioneiros naquele encontro. Ao longo destes anos, o CBMG vem congregando os criadores interessados em participar de programas de avaliação genética e seleção para todas as características produtivas, de provas zootécnicas e pesquisas; vem mantendo relações de cooperação e solidariedade com outras entidades afins, somando esforços para produzir o melhor conhecimento, organizando-os, divulgando-os e difundindo-os, em todo território nacional, para que sirvam de subsídios para boas práticas no campo. Há 17 anos o CBMG implantou um teste de progênie para avaliação de características leiteiras, em parceria com a Embrapa – Gado de Leite e um Núcleo Moet de seleção para dupla aptidão, em parceria com a UFMG. Estes projetos, hoje estão integrados dentro do Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite
Revista Guzerá
(PNMGuL) e contam, também, Para aprimorar ainda com a parceria do PMGZ-ABmais e tornar mais completo “A raça Guzerá é completa. CZ, produzindo avaliação geo nosso trabalho, estamos nética unificada. Desde 2000 atentos e buscando aprofunSeus indivíduos têm múltiplas qualivem realizando avaliação damento em estudos econôpara características de cormicos e a socialização dos dades: são rústicos, férteis, longevos, te, em parceria com a ANCP, resultados. Nos últimos dois dóceis, possuem ótima capacidade de tanto nos rebanhos especialianos realizamos alguns semizados para carne quanto nos nários, que denominamos Seconversão alimentar e ganho de peso, de dupla aptidão, conectando minário-Vitrine: Melhoramento geneticamente os rebanhos Animal Sustentável, e, através possuem ótima habilidade maternal selecionados para os distintos deles temos encurtado a disobjetivos econômicos. Mais tância entre a produção de coe produção leiteira, possuem grande recentemente vem realizando nhecimentos e as atividades o Projeto Genoma, em parceÉ nossa meta intensipureza racial capaz de produzir hetero- rurais. ria com o ICB/UFMG/Embraficar estas ações educativas pa, entre outros. modo a assegurar que os se em qualquer cruzamento e, além de de Como produto destas conhecimentos produzidos parcerias foi publicada no Supossam ser transpostos para tudo isto, têm muita beleza.” mário do PNMGuL de 2010 a práticas nas atividades rurais, avaliação de 354 touros, dos melhorando tanto o trabalho quais 325 são positivos para a produção de leite. Destes, do selecionador quanto daquele que se beneficia da se180 touros têm publicado no mesmo sumário as avalialeção. ções para 12 características de corte e reprodução feitas A raça Guzerá é completa. Seus indivíduos têm pela ANCP, e 26 deles possuem avaliações para medimúltiplas qualidades: são rústicos, férteis, longevos, dódas lineares e comportamentais feitas pela EMBRAPA ceis, possuem ótima capacidade de conversão alimentar – Gado de Leite/CBMG/ACGB. Também são apresene ganho de peso, possuem ótima habilidade maternal e tados os genótipos para Kappa-caseína (KCS), Betaprodução leiteira, possuem grande pureza racial capaz lactoglobulina (LGB), DGAT1 (K232A) e Prolactina (PRL) de produzir heterose em qualquer cruzamento e, além de de 71 touros e, em publicação a parte, o genótipo de 129 tudo isto, têm muita beleza. Com todas estas qualidades vacas. No referido Sumário foram publicadas avaliações o Guzerá permite diferentes trabalhos de melhoramento de 489 vacas geneticamente superiores para produção genético e seleção. E é o que vemos hoje. Temos rede leite, com idade inferior a 12 anos, para subsidiar esbanhos que trabalham selecionando seus animais para colhas de quais merecem ser multiplicadas através de aumentar a capacidade de conversão alimentar, ganho modernas tecnologias reprodutivas (TE e FIV). de peso e terminação de carcaça, visando à produção Muitas são as conquistas alcançadas por meio de carne. Outros trabalham selecionando seus animais dos procedimentos científicos realizados. Dentre elas visando aumentar a produção de leite. Outros, ainda, destacamos: avanços na produção de leite, respeitando selecionam seus animais para a dupla aptidão. Não se as exigências modernas de sustentabilidade da produocupam com a maximização de produção nem para o ção e do próprio melhoramento; aumento do número de corte, nem para leite, mas sim com o desenvolvimenadesões de criadores ao Programa e, consequentemento simultâneo e equilibrado economicamente de ambas te, aumento no volume de animais participantes das avaas habilidades. Há também aqueles que se ocupam em liações; e aumento do número de trabalhos científicos buscar a perfeição racial de seus animais. Enfim, muitos que vem sendo conduzidos na raça. são os trabalhos desenvolvidos, mas a raça é uma só, Entretanto, há um resultado, fundamental, que indivisa. sintetiza todos os outros: a raça Guzerá reassumiu o Os avanços apoiados nos trabalhos científicos, a importante papel que historicamente desempenhou na despeito dos muitos percalços do caminho, estão conformação do rebanho nacional e na economia rural. Presolidando boas práticas tanto nas fazendas de rebanho dominante até a década de 30, amplamente utilizada na puro quanto nas fazendas de rebanho mestiço. Sabendo formação de outras raças e cruzamentos, ela ressurge e que nada fica pronto, que qualquer resultado que alcanreconquista seu espaço por seus múltiplos méritos, agoçamos hoje, pode e deve ser superado amanhã, seguira cientificamente comprovados. mos almejando sempre chegar a um patamar superior.
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Exposições
Os melhores do Ranking 2009/2010 Melhor Expositor Zzn Peres
Melhor Criador
Zzn Peres
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s criadores que foram destaque nas pistas das exposições ranqueadas pela Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil participaram da entrega de prêmio dos melhores do Ranking 2009/2010. A solenidade aconteceu no dia 26 de fevereiro, no Rio de Janeiro, durante o II Leilão Princesas da Raça. Confira os premiados:
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2º Lugar - João Natal Cerqueira João Natal Cerqueira e Paulo Menicucci
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1º Lugar - Geo Participações Ltda João de Lima Geo Filho, Alberto Marques S. Maia e Rogério B. Araujo
1º Lugar - Geo Participações Ltda João de Lima Geo Filho, Paulo Menicucci e Rogério B. Araujo
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Zzn Peres
2º Lugar - Antônio P. Salvo Outros Gustavo Salvo e Alberto Marques S. Maia
3º Lugar - Antônio P. Salvo Outros Gustavo Salvo, Paulo Menicucci e Antônio Salvo
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3º Lugar - Guzerá Suaçuí Marcelino de Lima e Alberto Marques S. Maia
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Zzn Peres
Melhor Matriz Zzn Peres
Melhor Reprodutor
1º Lugar - Signo AM / Prop.: João Natal João Natal Cerqueira e Leizer Valadão
Zzn Peres
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1º Lugar - Alice da Morumbi / Prop.: Guzerá Suaçuí/ Guz. 3 Irmãos Washington Dias, Luiz Guilherme Soares, Silvely Janota Antunes, Marcelino de Lima e Lincoln Dias
2º Lugar - Beleza GCR / Prop.: G. Ramenzoni/G. Perfeita União/G. Tiatã/G. Rosalito e G. HE Luiz Guilherme Soares e Antônio Paiva
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2º Lugar - Mabrouk da Vic / Prop. Maria Victoria Leizer Valadão representando Maria Victoria Bolivar
3º Lugar - Embaixador TE FP / Prop.: Carlos Pontual Carlos Pontual e Leizer Valadão
Revista Guzerá
3º Lugar - Carrera EB da Ipe / Prop.: Agropec. São Marcos Paulo de Faria Luiz Guilherme Soares e Antônio Caetano Pinto
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Zzn Peres
Melhor Fêmea Jovem Zzn Peres
Melhor Macho Jovem
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1º Lugar - Irlo EB da Ipe / Prop.: Agropec. São Marcos Paulo de Faria Luciano Bomfim e Antônio Caetano Pinto
Gisele Müller
1º Lugar - Fogosa FIV Geo / Prop.: Geo Participações Ltda João de Lima Geo Filho, Ariane Menicucci e Rogério B. Araujo
Zzn Peres
Zzn Peres
2º Lugar - Camboja II S / Prop.: Antônio P. Salvo Outros Gustavo Salvo e Ariane Menicucci
2º Lugar - Juacir da Suaçuí / Prop.: Guzerá Suaçui Marcelino de Lima e Luciano Bomfim
3º Lugar - Figo FIV TIR / Prop.: Guzerá 3 Irmãos Lincoln Dias Janota Antunes & filhos e Luciano Bomfim
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3º Lugar - Jambu VII FP / Prop.: Carlos Pontual Carlos Pontual e Ariane Menicucci
Revista Guzerá
Zzn Peres
Melhor Fêmea Adulta Zzn Peres
Melhor Macho Adulto
Zzn Peres
1º Lugar - Imigrante da Suaçuí / Prop.: Guzerá Suaçuí Marcelino de Lima e Paulo Emílio Almeida Carneiro
Zzn Peres
1º Lugar - Inflação da J. Natal / Prop.: G. Origem/G. Capital/G. Morada Nova/G. 3 Irmãos Lincoln Dias, Alberto Marques Jr, Adriano Varela, Rogério Sampaio, Brilhante Neto e Washington Dias
2º Lugar - Hitita EB da IPE / Prop.: Agropec. São Marcos Paulo de Faria Alberto Marques Jr e Antônio Caetano Pinto
3º Lugar - Beijim S / Prop.: Antônio P. Salvo Outros Gustavo Salvo, Pedro Oliveira de Salvo e Paulo Emílio Almeida Carneiro
Revista Guzerá
Zzn Peres
Zzn Peres
2º Lugar - Kalindri FIV FP / Prop.: Carlos Pontual Carlos Pontual e Paulo Emílio Almeida Carneiro
3º Lugar - Mantua EG / Prop.: Adriano Varela e Geraldo Melo Filho Adriano Varela, Geraldo Melo Filho e Alberto Marques Jr
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Foto: Maurício Farias
Eventos
As estrelas das pistas
Feiras em diversos Estados contarão com a participação da raça Guzerá
P
resença confirmada em 25 exposições brasileiras, a raça Guzerá terá um ano de pistas cheias. A 46ª Municipal Agropecuária de Avaré (Emapa), realizada de 11 a 27 de março, em Avaré (SP), teve a participação de 23 expositores. Sob a batuta dos jurados Gilmar Siqueira de Miranda, Russel Rocha Paiva e Rodrigo Madruga, os julgamentos contaram com 187 animais na pista do Parque Fernando Cruz Pimentel. Entre as fêmeas, a vitória ficou com Joia EB da Ipê, da Agropecuária S. Marcos. O título de Reservada Grande Campeã ficou com Latiffa da Suaçuí, da Fazenda Suaçuí. Entre os machos, quem venceu foi Irlo EB da Ipê, da Agropecuária S. Marcos. Guzerá da Barra Jango FIV, da Fazenda da Barra, ficou com o troféu de Reservado Grande Campeão. Na classificação dos expositores, a Agropecuária S. Marcos – Paulo de Faria Ltda. ficou em primeiro lugar, seguida de Mario Ermírio de Moraes – Espólio. Os dois melhores criadores classificados em Avaré foram Agroville Agric. e Empreend. Ltda. e Mario Ermírio de Moraes – Espólio, primeiro e segundo lugares, respectivamente. A segunda feira do ano com a presença da raça Guzerá, a 73ª Exposição Agropecuária e Industrial de Campo Grande (Expogrande) teve julgamento da raça no dia 16 de abril. A disputa na pista do Parque de Exposições Laucídio Coelho foi conduzida pelo jurado Carlos Alberto Celestino (Betão). Outras duas feiras marcadas para abril contaram com a presença do Guzerá. A 42ª Expo Agro de Itapetininga, em São Paulo, realizada de 18 a 23 de abril, no Parque de Exposições Acácio de Moraes Terra e a Expoleilão 2011, de 28 de abril a 1º de maio, acontece no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim (RN). Os resultados serão divulgados no site das
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entidades organizadoras. A raça ainda marcará presença na maior feira de zebuínos do mundo, a ExpoZebu. Neste ano estão inscritos 396 animais, número pouco acima dos 384 de 2010. Os jurados serão: Célio Arantes Heim, João Eudes Lafetá Queiroz e Roberto Vilhena Vieira. A raça estará na pista do Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), entre os dias 4 e 7 de maio. O Concurso Leiteiro será disputado por 26 fêmeas, entre os dias 3 e 6 de maio. A genética apurada de animais de plantéis renomados da raça Guzerá estará à venda no 1º Leilão Virtual ACGB, via internet, no site canaldapecuaria.com.br, cujo encerramento será no dia 1º de maio, às 19h, no recinto da Leilopec, durante um coquetel. Serão ofertados aproximadamente 30 lotes no leilão. Vários outros leilões de Guzerá estão programados para a ExpoZebu 2011: 3º Guzerá Duplo Provado de Uberaba, na Chácara Nelore Nacional, no dia 2 de maio, às 20h; 5º Majestades da Raça / 18º Guzerá Brasil, na Chácara Nelore Nacional, às 20h, no dia 3; Leilão Herdeiras da Raça, na Fazenda Índia, às 13h, no dia 4. Haverá ainda o Shopping Guzerá, que será aberto no dia 1º, às 10 horas, na Leilopec, e funcionará até o dia 10 de maio. No dia 2 de maio, a ACGB e o Centro Brasileiro de Melhoramento Genético (CBMG) realizarão assembleia a partir das 10h, no Dan Inn Hotel, localizado ao lado do Parque. No dia 4, os criadores poderão participar da apresentação técnica do Sumário da Raça Guzerá, a partir das 11h, no Salão Nobre da ABCZ. O lançamento da publicação será no dia 6 de maio, às 17h, no Espaço Zebu Leiteiro. Presença marcada em todo o Brasil – Veja, a seguir, a lista completa das feiras onde ocorrerão julgamentos de Guzerá.
Revista Guzerá
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DATA EVENTO MAIO - 77ª EXPOZEBU 01/05/2011 10:00 às 20:00 h - Shopping Guzerá (até o dia 10 de maio) 18:00 h - Coquetel de lançamento do Shopping Guzerá e encerramento presencial do 1º Leilão Virtual ACGB 2/5/2011 10:00 h - Assembleia ACGB 11:00 h - Assembleia CBMG 20:00 h - 3º Guzerá Duplo Provado de Uberaba 3/5/2011 08:00 h - Início do Shopping Guzerá Uniube 14:00 h - Início do Concurso Leiteiro - ESGOTA 20:00 h - 5º Majestades da Raça / 18º Guzerá Brasil 4/5/2011 07:30 às 12:30 h - Julgamento 11:00 h - Apresentação Técnica do Sumário da Raça Guzerá 13:00 h - Leilão Herdeiras da Raça 5/5/2011 07:30 às 12:30 h - Julgamento 13:00 h - Brasil Agro (ABCZ) Todas as Raças 6/5/2011 07:30 às 12:30 h - Julgamento 15:00 h - Encerramento do Concurso Leiteiro 17:00 h - Lançamento do Sumário da Raça Guzerá 7/5/2011 07:30 às 12:30 h - Julgamento 14:00 às 18:00 h - Julgamento MAIO 13 a 29/05/2011 66ª EXPOGOIANIA Parque Agropecuário Dr. Pedro Ludovico Informações: (62)9979-4489 16 a 22/05/2011 68ª EXPOSIÇÃO AGROPECUARIA DE CURVELO Parque de Exposições Antônio Ernesto de Salvo Informações: (38) 3721-5222 17º LEILÃO GUZERÁ CURVELO - ANTÔNIO P. SALVO E OUTROS & CONVIDADOS 21/05/2011 Parque de Exposições Antônio Ernesto de Salvo Informações: (38) 3722-1133 51ª EXPOSIÇÃO ESTADUAL AGROPECUÁRIA – SUPERAGRO 23 a 29/05/2011 Parque de Exposições Gameleira Informações: (31) 3313- 6624 / eros@guzeramg.org.br JUNHO 34ª EXPOSIÇÃO AGROPEC. E IND. DE TRES LAGOAS 06 a 15/06/2011 Parque de Exposições Joaquim Marques de Souza Informações: srtreslagoas@terra.com.br FEICORTE – 17ª Feira Intern. Da Cadeia Produtiva da Carne 13 a 17/06/2011 Centro de Exposições Imigrantes Informações: www.feicorte.com.br MEGALEITE 26/06 a 13/07/2011 Parque de Exposições Fernando Costa Informações: guzerabr@terra.com.br ou (34)3336-1995 JULHO 37ª EXPOMONTES 01 a 10/07/2011 Parque de Exposições João Alencar Athayde Informações: (38) 3215-1399
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LOCAL Leilopec Leilopec Dan Inn Hotel Dan Inn Hotel Faz. Índia Faz. Uniube - BR 050 ABCZ Chácara Nelore Nacional ABCZ Salão Nobre ABCZ Fazenda Índia ABCZ Centro de Eventos RKC ABCZ Espaço Zebu Leiteiro Espaço Zebu Leiteiro ABCZ ABCZ Goiânia – GO
Curvelo – MG
Curvelo – MG
Belo Horizonte – MG
Três Lagoas – MS
São Paulo – SP
Uberaba – MG
Montes Claros – MG
Revista Guzerá
03 a 11/07/2011
07 a 12/07/2011
08 a 17/07/2011
AGOSTO 01/08/2011
10 a 14/08/2011
14 a 21/08/2011
27/08 a 04/09/2011
SETEMBRO 02 a 11/09/2011
03 a 11/09/2011
OUTUBRO 09 a 16/10/2011
31/10 a 04/11/2011
NOVEMBRO 01/11/2011
01/11/2011
26/11 a 04/12/2011
Revista Guzerá
EXPOAMA 2011 Parque de Exposições Agropecuários de Marabá Informações: (94) 3323-4646 29 ª FAPIJA Parque Fapija Informações: (12) 3953-5100 ou fapija@fapija.com.br 42ª EXPOAGRO GV Parque de Exposições José Tavares Pereira Informações: (33)3275-6500 / comercial@expoagrogv.com.br
Marabá - PA
GRAND EXPOBAURU 2011 Recinto Mello Moraes Informações: (14) 3572-3629 ou associacao@guzeracentrosul.com.br 35ª GRANEXPO ES Centro de Eventos Floriano Varejão Informações: (27) 3281-8006 ou www.granexpoes.com.br 4ª EXPOGENÉTICA Parque de Exposições Fernando Costa Informações: (34) 3319-3935 34ª EXPOINTER Parque Assis Brasil Informações: (51 3288.6379) ou expointer@agricultura.rs.gov.br
Bauru - SP
XX EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE BRASÍLIA Parque de Exposições da Granja do Torto Informações: (61) 3386-0025 EXPOFEIRA 2011 Parque de Exposições João Martins da Silva Informações: nucleocriadoresguzera@hotmail.com
Brasília - DF
49ª FESTA DO BOI Parque de Exposições Aristófanes Fernandes Informações: (84) 3272-2430 ou anorc@anorc.com.br FEILEITE – 5ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite Centro de Exposições Imigrantes Informações: www.feicorte.com.br
Parnamirim - RN
FAEPIRA 2011 Informações: (14) 3572-3629 associacao@guzeracentrosul.com.br EXPOSIÇÃO AGROPECUARIA DE GO Parque Agropecuário Dr. Pedro Ludovico Informações: (62)9979-4489 FENAGRO 2011 Parque de Exposições de Salvador Informações: nucleocriadoresguzera@hotmail.com
Pirajuí - SP
Jacareí - SP
Governador Valadares - MG
Serra - ES
Uberaba - MG
Esteio - RS
Feira de Santana - BA
São Paulo - SP
Goiânia - GO
Salvador - BA
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Opinião
Associação Unida, Raça Forte! Não basta ter raça e qualidade genética, temos que ser unidos.
O
que faria um criador a milhares de quilômetros do Brasil, investir na raça Guzerá? Por que investir nesta raça? A resposta é simples e sem segredos: Mesmo morando fora do Brasil eu sempre me mantive conectado com o mundo da pecuária. Esta é uma das minhas paixões na vida, a pecuária. E, neste contexto, nenhum outro país oferece as condições para ser um pecuarista de sucesso como o Brasil. Clima tropical, solo fértil, vegetação propícia, genética bovina de qualidade e, talvez ainda mais importante do que todas estas qualidades mencionadas, temos criadores apaixonados e comprometidos pelo que fazem. Acredito que esta última qualidade é a “pitada de sal” dentre todos os ingredientes que nos tornaram o maior exportador de carne bovina no mundo – aproximadamente 26% das exportações mundiais. No entanto, não basta ter raça e qualidade genética, temos que ser unidos e determinados no que fazemos. No mundo corporativo atual a competitividade nos obriga a implementar outras variáveis que nos distingam dos competidores. Isso também é válido para a pecuária. Para ter sucesso como produtores de carne, os empresários-pecuaristas precisam de outras vertentes que os tornarão distintos dos demais. No caso da nossa raça, a Guzerá, uma associação de criadores forte e unida é de fundamental importância. Três anos atrás eu passei de ser um pecuarista sem raça definida para também incorporar em minha propriedade um rebanho de Guzerá PO. Por que isto? Simplesmente por ter compreendido a significância de ter que elevar a minha produção bovina com animais de genética mais produtiva e que, consequentemente, me posicionaria num nível mais propício à rentabilidade financeira. Daí, então, surgiu o encontro da demanda (eu) com a oferta (Associação dos Criadores da Raça Guzerá do Centro Sul - ACRGCS), oriundo de um oportunismo sábio desta entidade. Mesmo com a distância eu tive a oportunidade de ver os benefícios e as vantagens da raça Guzerá através de comerciais da ACRGCS no Canal do Boi. Neste quesito, tira-se
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Mateus Ferraz Proprietário do criatório Guzerá Makady
o chapéu para a ACRGCS - a sua administração, liderada pelos Guzeratistas e amigos Dante Ramezoni e o Grupo Guzerá IT, foi determinante nesta minha investida na raça Guzerá. Mais recentemente, a Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB) – na gestão do Renato Estéves, também teve esta visão empreendedora e juntos galgaram novas posições de sucesso para a raça. Simplesmente façam uma retrospectiva dos últimos leilões de touros e seus recordes de preço e de número de animais vendidos. A demanda por touros Guzerá aumentou significativamente. Esta conquista de adquirir novos investidores na raça, como eu, tem nos últimos anos transformado a Guzerá na nova “coqueluche” da pecuária. O investimento financeiro, o tempo investido pelos associados e o compromisso com a raça acabaram elevando a Guzerá a um patamar nunca antes alcançado pela raça, na pecuária brasileira. Hoje temos muitos novos criadores de animais PO, como também pecuaristas investindo em touros da raça para incrementar funcionalidade em seus plantéis Brasil afora. Está aqui, aquela “pitada de sal” que mencionei acima, e que faltava para alavancar esta raça maravilhosa. O que faltava era união entre os criadores. Isto está mudando. Este sucesso da Guzerá que hoje vivenciamos, mesmo regionalmente oriundo, já posicionou esta raça num outro patamar dentro da nossa pecuária. A qualidade dos criatórios sempre foi muito boa. Faltavam empreendedorismo e o compromisso necessário para o sucesso. Espero que continuemos a conquistar novos associados e que os mesmos sejam participativos. Nos tempos atuais é de fundamental relevância a existência de uma associação unida e efetiva para que possamos realmente ter uma raça forte. Para isto, é preciso que se tenha o maior número de associados possível e que os mesmos sejam atuantes e participantes deste processo de sucesso da raça. Quem ganha com esta união e força? Ganham a raça, o produtor pecuário e, no geral, ganha o Brasil exportador de carne bovina.
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ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE GUZERÁ DO BRASIL Sócios Contribuintes ADRIANO VARELA GALVÃO SCS Q 03 BL A-Nº210 ED. PARANOA 2º ANDAR - SL 201/204 70303-912 - BRASILIA - DF (61) 3346-1689 / (61) 3321-3570 FAX: (61) 3342-3003 ENTRE RIOS - PADEFI - DF planaltina - DF adriano.galvao@uol.com.br AGOSTINHO ALCÂNTARA AGUIAR Av Prefeito Americo Giannetti, 3614, Bairro Canaa 31610-000 BELO HORIZONTE - MG (31) 3455 6111 / (31) 9952 2934 FAZENDA ILHA FUNDA - ALPERCATA - MG agostinhanaves@uol.com.br AGROPECUÁRIA NAVIRAÍ LTDA R. MAJOR EUSTAQUIO, 76 - S 607 38010-270 UBERABA - MG (34) 3333-1622 / (34) 9194 1381 (34) 3333 1634 CHÁCARA NAVIRAÍ - UBERABA - MG navirai@chacaranavirai.com.br AGROPECUÁRIA PONTE NOVA RUA GENERAL VENÂNCIO FLORES, 305 G. 1002 22441-090 RIO DE JANEIRO - RJ (21) 3206-5820 / (32) 3278 1362 (21) 3206-5828 AGROPEC. PONTE NOVA - PEQUERI - MG ajcarneiro@multiplic.com.br / apnlpontenova@ gmail.com / flaviarial@multiplic.com.br AGROPECUARIA SÃO MARCOS PAULO DE FARIA LTDA RUA JULIO DE MESQUITA, 1200 VILA PAULICÉIA 09693-100 SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP (11) 4360 6120 / (11) 4361 4950 / (11) 2122-4007 caetano@otnacer.com.br AGROVILLE AGRICULTURA E EMPR. LTDA ROD BR 040 KM 515 , Nº 750 BAIRRO VEREDA 33805-470 RIBEIRÃO DAS NEVES - MG (31)2191-7800 / (31)9242-0849 / (31)3627-1054 CURRALINHO - GUZERA VILLEFORT RIBEIRÃO DAS NEVES leonardo@villefort.com.br virgilio@villefort.com.br
Revista Guzerá
ALBERTO FRANCISCO GONÇALVES DE FREITAS AV. SOARES DOS SANTOS, 124 35790-000 CURVELO - MG (38) 3721-7722 / (38) 9987 0360 / (38) 3721 7722 FAZ. POÇO AZUL - CURVELO - MG casadofazendeirocvo@veloxmail.com.br guzeraclaramar@gmail.com ALBERTO MARQUES DA SILVA MAIA R. Inhô Luiz, 250 35790-000 CURVELO - MG (38) 3721-1823 / (38) 3721-5558 / (38) 3721 1823 RANCHO MAIA - INIMUTABA - MG ranchomaia@rznet.com.br ALCEBIADES PAES GARCIA - ESTRADA DE MORSING, 1570 27175-000 PIRAÍ - RJ (24) 2431-1060 / (24) 2431-1727 SÃO LUIZ PIRAI - RJ fazendasaoluiz.bid@gmail.com ALEXANDRE AUGUSTO DE SOUZA SMPW QD 18 CJ 01 LT 02 CASA A 71741-801 - BRASILIA - DF (61)3879-6612 / (62)9971-6612 GUZERÁ ARRAIA - DF alexandrearraia@bol.com.br ALTEVIR MENDONÇA SILVA AV. LEONARDO F. M. SILVA, 1973 - CX.P.2 65218-000 - MATINHA - MA (98) 3232 3311 / (98) 3357 1133 FAX: (98) 3357 1202 FAZENDA SANTO ANTÔNIO - MATINHA - MA gmagropecuaria@terra.com.br ALVARO DE ARAUJO (MANO) RUA 18 QUADRA 58 LOTE 17 - CENTRO 72920-000 ALEXANIA - GO (62) 9974-7431 / (62) 8184 9346 FAZ COTIA fernaobotelho@hotmail.com brunosanchesmenezes@gmail.com AMERICO CARDOSO DOS SANTOS JUNIOR CAIXA POSTAL 119 06730-970 VARGEM GRANDE PAULISTA - SP (11) 4158-3457 / (63) 9996-1518 / (11) 3131-1313 FAZENDA MORRO ALTO
SANTA RITA DO TOCANTINS - TO clamvg@sti.com.br AMILCAR FARID YAMIM ROD. PRES. DUTRA, KM 209 TREVO BOM SUCESSO 07210-900 GUARULHOS - SP (11) 2131-7755 / (15) 3262-6050 / (11) 2131-7778 AGROPECUÁRIA CORONA PORTO FELIZ - SP nair@corona.com.br agrocorona@splicenet.com.br ANDRÉ DE MATTOS COUTO JUVENAL MELO SENRA - 175/201 BELVEDERE 30320-660 BELO HORIZONTE - MG (31) 3264-0708 / (31) 3344-0279 FAZENDA BREJAUBA ALTO RIO DOCE - MG guzeradased@yahoo.com.br ANDRÉ NUNES LAMOUNIER AV. ALVARES CABRAL, 982 11º ANDAR - LOURDES 30170-001 BELO HORIZONTE - MG (31) 2126 8007 / (31) 9167 7000 / (31) 2126 8007 FAZENDA ZOO - CORINTO - MG zoo@fazendazoo.com.br adriana@fazendazoo.com.br ANTONIO PITANGUI DE SALVO CAIXA POSTAL N.º 13 35790-000 CURVELO - MG (38) 3722-1133 / (38) 9968-1134 / (38) 9987-3999 FAZ. CANOAS/MUNDO NOVO CURVELO - MG fazcanoas@uol.com.br fazendacanoas@fazendacanoas.com.br ANTONIO BALBINO DE CARVALHO NETO RUA BARÃO DO COTEGIPE, 17 47805-020 BARREIRAS - BA (77) 3611-1455 / (77) 3611-2141 / (77) 3611-4055 FAZ. REUNIDAS ANTONIO BALBINO JOÃO PINHEIRO - MG antoniobalbino@terra.com.br ANTONIO PLACIDO PEIXOTO DO AMARANTE NETO RUA JOSE MONTEIRO DE MELLO , 205
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APTO 2201 - GLEBA PALHANO 86061-580 LONDRINA - PR (43) 3323-8130 / (43) 9994-0051 ESTÂNCIA NOVA RECREIO ORTIGUEIRO - PR estancianovarecreio@zipmail.com.br amarante.neto@hotmail.com ANTONIO RANNIELLHE DO Ó AV. CARLOS CRUZ, 1270 63020-181 JUAZEIRO DO NORTE - CE (88) 9961-4338 LAGOA DA CAIÇARA - CAMPOS SALES - CE rannielhe@yahoo.com.br ARTHUR SOUTO MAIOR FILIZZOLA R. FERNANDO TOURINHO, 487 - S/901 30112-000 BELO HORIZONTE - MG (31) 3281-1800 / (31) 3281-1800 / (31) 3227-4868 FAZ. DOS POÇÕES/BHAVNAGAR JEQUITIBÁ - MG souto@acesso.com.br BENÍCIO CUNHA CAVALCANTI R. JURACI MAGALHÃES, 406 - APT.º 203 44052-010 FEIRA DE SANTANA - BA (75) 3625-9243 / (75) 9132-7887 / (75) 3223-0609 FAZENDA LUA NOVA - LAJEDINHO - BA benicioccavalcanti@ig.com.br CAMILLO COLLIER NETO RUA AÇU, 678 TIROL 59020-110 NATAL - RN (84) 3611-3200 / (84) 9905-0225 / (84) 3611-3200 FAZ. VALE FELIZ - MACAÍBA - RN camillo@colliergalvao.com.br CARLITO DE LIMA FELISBERTO CAIXA POSTAL 44 16670-000 PRESIDENTE ALVES - SP (14) 3587-1283 / (11) 4066-1709 / (14)3587-1283 FAZENDA CONQUISTA SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP guzeradaconquista@uol.com.br carlito.felisberto@blisfarma.com.br CARLOS ALBERTO DE ANDRADE SILVA AV. MAL. CASTELO BRANCO, 298 45995-000 TEIXEIRA DE FREITAS - BA (73) 3291 -3112 FAZ. SANTA MARIA - TEIXEIRA DE FREITA - BA labclin-clin@uol.com.br CARLOS FERNANDO FALCÃO PONTUAL AV. MARQUES DE OLINDA, 302 - 6º ANDAR 50030-000 RECIFE - PE (81) 3224-6189 / (84)9952-9645 - (81) 3341-1643 FAZ. DA ROSILHA - RECIFE - PE pontual@pontualarquitetos.com.br tereza@pontualarquitetos.com.br CARLOS FERNANDO FONTENELLE DUMANS RUA GENERAL TASSO FRAGOSO 24/804 LAGOA
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22470-170 - RIO DE JANEIRO - RJ (21) 2535-4545 / (21) 9804 0352 FAZENDA FONTENELLE - BAIXO GUANDU - ES contato@guzeranf.com.br CARLOS HENRIQUE ALVES RODRIGUES QE 32 CONJ Q CASA 05 GUARA II 71065-171 - BRASILIA - DF (61) 3568-1037 / (61) 8524-0318 FAZ. ANDALUZ - ALEXANIA - GO carlosrick.andaluz@hotmail.com CARLOS MAGALHAES DA SILVEIRA SQS 302 - BLOCO B APTO 304 70338-020 - BRASILIA - DF (61) 9986-3431 CANDEIAS - CARAVELAS - BA carlos.magalhaes@terra.com.br CARLOS MAGNO CHAVES BRANDÃO AV DO CONTORNO , 8000 - SALA 511 SANTO AGOSTINHO 30110-932 BELO HORIZONTE - MG (31) 3292-5153 / (31) 9129-8013 / (31) 3292 8311 SERRA NEGRA - SANTANA DO RIACHO - MG guzeracipo@terra.com.br
DANIEL FONSECA DE ARAÚJO RUA DOS MODURUCUS, 2904 APTO 902 ED. TAMASIA 66025660 - BELÉM - PA (91) 255-2113 / (91) 230-2798 / (91) 255 0382 FAZ. ABARÉ - SÃO MIGUEL DO GUAMÁ - PA dfadandan@hotmail.com DANTE EMÍLIO RAMENZONI CAIXA POSTAL, 12 16600-000 - PIRAJUÍ - SP (11) 2125-3900 / (14) 3583-1332 / (14) 3572-3342 ALVORADA - PIRAJUÍ - SP alvorada@guzeraramenzoni.com.br camila@guzeraramenzoni.com.br dante@papirus.com DENISE DE ABREU RIBEIRO E OUTRAS COND. Av. Guilherme Ferreira, 867 - Apto 1003 38022-200 - UBERABA - MG (34) 3333-9788 / (34) 9174-0724 FAZ. CANAÃ - UBERABA - MG zebus@zebus.com.br deniseabreuribeiro@hotmail.com
CARLOS OSCAR NIEMEYER MAGALHÃES AV ATAULFO DE PAIVA , 458/201 - LEBLON 22440-033 - RIO DE JANEIRO - RJ (21)2523-4890 / (21)8245-0077 carlos.o.niemeyer@terra.com.br
DIOMARIO SOARES TEIXEIRA RUA OSWALDO CRUZ, 283/Apto 401 ESPLANADA 35010-210 - GOVERNADOR VALADARES - MG (33) 3271-3547 / (33) 3271-3547 / (33) 8804-4735 BARRA DO PEIXE BRANCO guzerapeixebranco@bol.com.br
CÉLIO MARCOS MURTA LIMA RUA BARÃO DO RIO BRANCO, 149/1201 35010-030 - GOVERNADOR VALADARES CENTRO - MG (33)3277-8641 / (33)9989-8060 FAZENDA SANTA TEREZINHA celiomml@hotmail.com
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Revista Guzerá
ORGANIZAÇÃO MARIO DE ALMEIDA FRANCO LTDA AV. LEOPOLDINO DE OLIVEIRA, 3.490 - CJ. 103 38010-000 - UBERABA - MG (34) 3336-1833 / (34) 3312-1832 / (34) 3333-3654 FAZ. SÃO GERALDO - UBERABA - MG mariofranco@mednet.com.br OTAVIO ALBERTO CANTO ALVARES CORRÊA Av. Indianópolis, 3356 – Planalto Paulista 04062-003 - SÃO PAULO - SP (11) 5593-5300 / (15) 3457-8849 / (11) 4351-2032 FAZ. E HARAS SANTA CELINA PORANGABA - SP presidencia@hospitalarsc.com.br secretaria@hospitalarsc.com.br
OTAVIO DE AVELAR ESTEVES RUA LUZ, 220/601 30220-080 - BELO HORIZONTE - MG (31) 3284-0499 / (31) 3319-4119 RECANTO DO JABURU ENCANTADO RITÁPOLIS - MG otavio@pucminas.br PAULO EMILIO DE ALMEIDA CARNEIRO R. MIGUEL COUTO, 53 - 2º ANDAR 01008-010 - SÃO PAULO - SP (11) 3117-3600 / (38) 3505-6091 / (11) 3117-3677 FAZ. PALESTINA - UNAÍ - MG contato@fazendapalestina.com.br PAULO ROBERTO BRASILEIRO DE MIRANDA AV. DOMINGOS FERREIRA, 2200 BOA VIAGEM 51111-020 - RECIFE - PE (81) 2125-3666 / (81)9609-9982 / (81) 2125-3666 FAZ. BERRA BOI - GLÓRIA DO GOITA - PE paulo@paulomiranda.com.br PAULO ROBERTO DOS SANTOS RUA JOAQUIM MURTINHO, 50 - BAIRRO PARÁ 35900-037 - ITABIRA - MG (31) 3831-2098 / (31) 3831-2098 FAZENDA BOM SUCESSO - ITABIRA - MG pauloroberto@fazendabomsucesso.com.br PAULO ROBERTO MENICUCCI E OUTROS COND. SANTA MARIA DO ITABIRA, 211 APT.400 30310-600 - BELO HORIZONTE - MG (31) 3506-2343 / (35) 3844-1184 / (31) 3227-8761 PINHEIRO IBITURUNA - MG contato@guzeranf.com.br guzeraibituruna@yahoo.com.br PEDRAS DO REINO COMERCIO AGROPEC. LTDA AV. MARECHAL FLORIANO, Nº 96 8º ANDAR - CENTRO 20080-002 - RIO DE JANEIRO - RJ (38) 3621-1535 / (38) 3621-1535 / (21) 2101-2348 EUGENIO IOLANDA PEDRAS DE MARIA DA CRUZ - MG janaina.pinheiro@pedrasdoreino.com.br PEDRO BAGGIO NETO CAIXA POSTAL 50 86300-000 - CORNELIO PROCOPIO - PR (43) 3524-2061 - (43) 3524-2413 FLÓRIDA - CORNELIO PROCOPIO - PR wbaggio@onda.com.br/hbojr@uol.com.br RENATO EGIDIO OLIVÉ ESTEVES RUA ALVARO BOSCO, 95 - APTO 151-A RES. VILA BELA 13087-723 - CAMPINAS - SP (19) 9604 4796 HARAS HABI - JAGUARIUNA - SP renato.esteves@uol.com.br
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RENATO FRANCO CAIXA POSTAL 41 14660-000 - SALES OLIVEIRA - SP (16) 3852-1012 / (16) 3852-1322 FAZENDA SANTO ANTONIO SALES OLIVEIRA - SP renato@lageado.com.br RENATO JOSE PINTO DA ROCHA RUA TEOTONIO MACIEL, 37 - ALTO CAIÇARA 30770-440 - BELO HORIZONTE - MG (31) 3462-7365 / (31) 9999-5422 / (31) 3441-0212 LAGOA - SÃO PEDRO DO SUAÇUÍ fazenda.lagoa@gmail.com ROBERTO MARTINS FRANCO CAIXA POSTAL 41 14660-000 - SALES OLIVEIRA - SP (16) 3852-1499 / (16) 9995-9282 FAZENDA LAGEADO - SALES OLIVEIRA - SP lageado@lageado.com.br ROBERTO NESZLINGER RUA JOÃO DA SILVA NOGUEIRA, 2700 17340-000 - BARRA BONITA - SP (14) 3642-1456 / (14) 3604-1400 / (14) 3604 1421 SITIO ESQUINA - SÃO MANUEL - SP beto@barrabonita.com.br beto@guzeradabarra.com.br RODRIGO DINIZ DE MELLO R. ALDO RAMALHO PEREIRA, 1005/1001 TIROL 59014-600 - NATAL - RN (84) 9406-7230 rdinmello@terra.com.br RODRIGO PINTO CANABRAVA RUA DAS CANÁRIAS, 667 -SANTA AMÉLIA 31560-050 - BELO HORIZONTE - MG (31) 3491-6002 / (38) 3799-8342 / (31) 3491-6002 FAZENDA PEQUIZEIROS - CURVELO - MG rc@rcagropecuaria.com.br RODRIGO SILVEIRA DINIZ MACHADO AV. CORONEL JOSE DIAS BICALHO, 559 B. SÃO JOSE 31275-050 - BELO HORIZONTE - MG (31) 2102 3711 - (31) 3261 3711 PONTAL DO BURITI - FELIZLÂNDIA - MG rodrigo@adpmnet.com.br RONALDO FRANCO CAIXA POSTAL, 41 14660-000 - SALES OLIVEIRA - SP (16) 3852-1499 / (16) 3726-4829 / (16) 3852-1322 FAZENDA SANTIAGO NUPORANGA - SP ronaldo@lageado.com.br ROSARIO PEGORER CAIXA POSTAL 134 18900-000 - SANTA CRUZ DO RIO PARDO - SP (14) 3332-1615 / (14) 9741-5377
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ESTANCIA ROSALITO SANTA CRUZ DO RIO PARDO - SP guzera@rosalito.com.br SÃO MIGUEL AGROPECUÁRIA LTDA AV. LEOPOLDINO DE OLIVEIRA, 3.490 CONJ.103 38010-000 - UBERABA - MG (34) 3316-7005 / (34) 3336-1833 / (34) 3336 7005 SÃO GERALDO - UBERABA - MG dulcehelenaf@terra.com.br SAVIO COSTA GONÇALVES RUA RIO DE JANEIRO, 2535/101 LOURDES 30160-042 - BELO HORIZONTE - MG (31) 3275-1716 / (31) 8887-1716 / (31) 3337-2398 SÍTIO SANTA HELENA - BELO HORIZONTE MG sadere@seven.com.br SEVERO DE ARAUJO DIAS CSE 06 LOTE 30 LOTE 03 - TAGUATINGA 72025-065 - BRASILIA - DF (61)3356-1212 / (61)9654-2055 FAX: (61)3356-5399 AROEIRA – DF SIARA AGROPECUARIA LTDA RUA DOS TUPIS, 38 - CENTRO 30190-060 - BELO HORIZONTE - MG (31) 3422-9395 / (37) 3353-2272 FAZ. LAGOA PRETA - BH midisa@uai.com.br SILVELY MARIA JANOTA ANTUNES AV. PAULICÉIA, 1893 - BAIRRO LARANJEIRA 07700-000 - CAIEIRAS - SP (11) 4441- 1444 - (11) 3644- 7503 FAZENDA TRÊS IRMÃOS - BRASILÂNDIA - MS samara@polyplasticsa.com.br
WALTER FRANCISCO DE MOURA FAZENDA SUCURIÚ 35628-000 - MORADA NOVA DE MINAS - MG (38) 9941-5349 / (38) 9921-6620 / (31) 3332-5349 FAZ. CIRNE - MORADA NOVA DE MINAS - MG BELO HORIZONTE - MG helena_walter@hotmail.com WALTER ROCHA PEREIRA RUA GABI ANDRADE, 20 MORADA DAS GARÇAS 27920-410 - MACAÉ - RJ (22) 2773-4705 / (22) 2762-1553 Fazenda Cinco Barras - Guzerá 5B Lage do Muriaé - RJ WALLACE RENATO ALMEIDA DA SILVA AV MARQUES DE HERVAL 507 APTO 803 66000-000 - BELEM - PA (91) 3266-6217 / (91) 3230-2547 Fazenda Jejuí - Bragança - PA wallace-almeida@hotmail.com WALTER SANTANA ARANTES Av Contorno, 6888 - sala 201 - Santo Antonio 30110-044 - BELO HORIZONTE - MG (31) 3225-4030 / (31) 2127-3444 Guzerá Mineirão - BELO HORIZONTE - MG walter.arantes@terra.com.br lucianacribeiro@hotmail.com WEMERSON AMARO COURA RUA SÃO PEDRO, 231 APTO 101 36880-000 - MURIAE - MG (32) 8886-9366 / (32) 3331 6069 / (32) 3721-0713 GUZERA DE BOA FAMILIA - MURIAÉ - MG wacoura@uai.com.br
SINVAL MARTINS DE MELO CAIXA POSTAL 95 35001-970 - GOVERNADOR VALADARES - MG (31) 3324-4679 / (33) 3799-3023 / (33) 3225-1180 FAZ. TABOQUINHA - ITAMBACURI - MG guzerataboquinha@terra.com.br SOC. EDUCACIONAL UBERABENSE - UNIUBE AV. NENÊ SABINO, 1801- BLOCO R B. UNIVERSITÁRIO 38055-500 - UBERABA - MG (34) 3319-8818 / (34)3319-8810 ESC. ALEXANDRE BARBOSA - UBERABA - MG zebu@uniube.br VIVALDO AFFONSO DO REGO CAIXA POSTAL, 01 45850-000 - ITAGIMIRIM - BA (73) 3289-2171 / (73) 9985-4710 FAZENDA ESMERALDA - ITAGIMIRIM - BA fazesmeralda@guzeravar.com.br
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