ANTONIO VALIENTE
1º/2 JUN 19. Nº 859
Vida no
circo
Para além de acrobacias e gargalhadas, conheça as histórias de quem trocou a cidade pelo picadeiro
LÚ RUZZARIN BASSO, DIVULGAÇÃO
70’S SHOW
Música
Domingo tem evento que vai reunir músicos veteranos da cena caxiense, no palco do Teatro Pedro Parenti. O rock dos anos 1970 é o responsável por unir Beto Vianna (vocal), Sasha Z (guitarra), Mauro Caldart (baixo), Mateus Bicca (bateria) e Graziano Anzolin (teclado). O grupo foi formatado especialmente para espetáculo 70’s Show, que terá no repertório os maiores nomes do rock daquela década. Entre os gêneros que ganharão espaço por lá estão desde o rock progressivo até o heavy metal, com clássicos de bandas como Queen, Led Zeppelin, Black Sabbath, Pink Floyd e Deep Purple. Domingo, às 19h30min, no Teatro Pedro Parenti (Casa da Cultura), em Caxias. Ingressos custam R$ 30, à venda no local da apresentação.
CONCERTO
CORAIS
BLACKBIRDS ACÚSTICO
O espetáculo que enaltece a música e as tradições presentes na Serra ganha sua terceira apresentação neste sábado. Bento Gonçalves, recebe o pianista Rodrigo Soltton e o Coral do Vale dos Vinhedos para mais um concerto do projeto EnCantos. O espetáculo reúne clássicos da música gaúcha e canções deixadas como legado pelos imigrantes italianos. No repertório, os artistas entoam músicas como Hino ao Rio Grande e Guri.
Garibaldi recebe neste sábado a segunda edição do Encontro de Coros de Marcorama. O evento ocorre reunirá diversos grupos da região. Além do grupo anfitrião, o Imagina Coro, se apresentam também o Coro Cultural Seja (de Garibaldi), Coro de Coronel Pilar, Coro Encanta (de Caxias do Sul), Coro AABB (de Garibaldi), Coro Sons e Acordes (Marcorama) e Coro Stella D’Itália (de Garibaldi).
Com o DVD de 21 anos recém-saído do forno, a Blackbirds volta a Caxias para revisar a trajetória roqueira no palco do Mississippi Delta Blues Bar. A apresentação será especial porque terá versões acústicas dos clássicos do grupo veranense.
Sábado, às 15h, na Via del Vino, em Bento Gonçalves. Entrada franca.
Sábado, às 18h, na Igreja Matriz São Marcos, em Garibaldi. Entrada franca.
Sábado, às 22h30min, no Mississippi Delta Blues Bar (Rua Coronel Flores, 810), em Caxias. Ingressos custam R$ 20, à venda no local.
Lazer ANSELMO CUNHA
MOSTRA DE CINEMA JUVENIL
Sábado rola nova exibição do Mostra de Cinema Juvenil, projeto que apresenta filmes destinados ao público juvenil e adulto, em Forqueta. A sessão será do filme Hugo Cabret, de Martin Scorcese. A trama leva os espectadores a Paris dos anos 1930, em que vive órfão Hugo Cabret. Escondido nas paredes da estação de trem, ele guarda consigo um robô quebrado, deixado por seu pai. Após aproximar-se de uma jovem, ele consegue trazer o robô de volta a vida e a dupla tenta resolver o mistério envolvendo a máquina. As ações da Mostra de Cinema Juvenil seguem até julho e integram a programação do Forqueta Cultural.
NOVO LIVRO
A 23ª terceira obra da escritora caxiense Helô Bacichette será lançada neste sábado, em Caxias. Depois do Começo é uma coletânea de contos que levam ao encontro de pessoas e lugares, ao mesmo tempo em que buscam refletir sobre o estar no mundo e o não desistir de acreditar nas mudanças. Dedicada ao público juvenil, o livro conta com ilustrações de Fredy Varela. Sábado, das 17h às 20h, no Zarabatana Café, no Centro de Cultura Ordovás, em Caxias O livro estará à venda no local por R$ 25.
Sábado, às 15h, no Ponto de Cultura Costurando Sonhos, em Forqueta. Entrada franca.
LEIA MULHERES
Quem faz
Equipe: Andrei Editora: Andressa Oestreich Andrade, andressa.oestreich@pioneiro.com Andressa Paulino, Cíntia Colombo, Guilherme Ferrari, João Pulita, Juliana Rech, Manuela Balzan, Marcelo Mugnol, Ronaldo Bueno, Sarah Carvalho e Siliane Vieira. Fale com o Almanaque ☎ (54) 3218-1250
Tem novo encontro do clube de leitura Leia Mulheres, que tem como objetivo ler obras escritar por mulheres, rolando neste mês. Neste sábado, o tema do bate-papo será o conto O papel de parede amarelo, de Charlotte Perkins Gilman. Publicada em 1892, a obra é considerada um conto de terror psicológico. O livro é narrado em primeira pessoa e revela 2
a história de uma personagem forçada ao confinamento por seu marido e médico, que pretende curá-la de uma depressão nervosa. Proibida de fazer qualquer esforço físico e mental, ela fica obcecada pela estampa do papel de parede de seu quarto. Roberta Regina Saldanha é quem vai mediar o encontro.
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1º/2 JUN 19
Sábado, às 14h, no Zarabatana Café, no Instituto Cultural Taru (Rua La Salle, 933). Entrada franca.
HUGO ARAÚJO, DIVULGAÇÃO
Teatro PEÇA INFANTIL
O Ecoa - Espaço Coletivo das Artes, em Garibaldi, recebe nova apresentação teatral neste domingo. A atração é a montagem Os Saltimbancos, dos alunos da turma de Teatro Juvenil da Cia Acto. Com autoria de Chico Buarque e direção de Guilherme Carniell, a peça narra a trajetória de quatro animais cantantes: um jumento, um cachorro, uma galinha e uma gata, que sonham em serem grandes artistas. O espetáculo foi adaptado para o universo infantil e traz reflexões a partir de uma configuração lúdica e cheia de cores e poesia. Domingo, a partir das 16h, no Ecoa - Espaço Coletivo das Artes (Buarque de Macedo, 3384), em Garibaldi. Ingressos custam R$ 10, à venda no local.
Cinema ALADDIN Um jovem humilde descobre uma lâmpada mágica, com um gênio que pode lhe conceder desejos. Agora o rapaz quer conquistar a moça por quem se apaixonou. Com a ajuda do gênio, ele tenta se passar por um príncipe para conquistar o amor da moça e a confiança de seu pai. De Guy Ritchie. Com Will Smith. Aventura, 129 min, Livre. GNC 4 (Dub - 13h30, 19h) GNC 4 (16h10) GNC 4 (3D - 21h50) Cinépolis 6 (3D - 21h) Cinépolis 6 (3D, Dub - 12h15, 15h, 18h) Movie Arte Shopping L’América 1 (Dub 13h40, 18h30)
ty. Com Vera Farmiga e Millie Bobby Brown. Ação, 132 min, 12 Anos. GNC 2 (Dub - 13h40) GNC 2 (16h20) GNC 5 (Dub - 16h) GNC 5 (18h50) GNC 5 (3D, Dub - 21h40) GNC 5 (3D - 13h15) Cinépolis 1 (3D, Dub - 13h30, 16h15, 19h, 22h) Cinépolis 5 (3D, Dub -12h30, 15h20, 18h15) Cinépolis 5 (3D - 21h15) Movie Arte Shopping Bento 1 (3D, Dub 16h10, 21h10) Movie Arte Shopping Bento 1 (3D - 13h40, 18h40)
BRIGHTBURN - FILHO DAS TREVAS Quando uma criança alienígena cai no terreno de um casal da parte rural dos Estados Unidos, eles decidem criar o menino como seu filho. Porém, ao começar a descobrir seus poderes, ao invés de se tornar um herói para a humanidade, ele passa a aterrorizar a pequena cidade onde vive. De David Yarovesky. Com Elizabeth Banks. Terror, 90 min, 16 Anos. GNC 3 (21h55) Movie Arte Shopping Bento 2 (Dub - 18h30)
POKÉMON DETETIVE PIKACHU Um jovem une forças com o detetive Pikachu para desvendar o mistério por trás do desaparecimento de seu pai. Perseguindo pistas pelas ruas de Ryme City, a dupla logo descobre uma trama desonesta que representa uma ameaça ao universo Pokémon. De Rob Letterman. Ação, 104 min. GNC 3 (Dub - 15h30) Cinépolis 2 (Dub - 13h45) Movie Arte Shopping Bento 2 (Dub - 13h40) Movie Arte Shopping 1 (Dub - 16h20)
JOHN WICK 3 - PARABELLUM O lendário John Wick luta para sair de Nova York quando um contrato de 14 milhões de dólares faz dele o alvo dos maiores assassinos do mundo. De Chas Stahelski. Com Keanu Reeves e Halle Berry. Ação, 132 min, 16 Anos. GNC 1 (19h20 apenas no sábado) GNC 2 (19h20 apenas no domingo) Cinépolis 2 (16h30) Movie Arte Shopping Bento 2 (21h)
PALCO DO BEM
O projeto Palco do Bem é uma iniciativa criada pelo grupo Ueba Produtos Notáveis e tem como objetivo utilizar a arte para praticar a solidariedade. Isso porque o valor arrecadado com a apresentação das peças Circo ZeZ e Fábulas do Sul será destinado para o projeto Mão Amiga, para o custeio das ações do É Nozes, alegria voluntária e realização do projeto Criadores do Futuro. Sábado, às 16h, 18h e 20h, no auditório do Colégio São José (Rua Os Dezoito do Forte, 1870), em Caxias do Sul. Ingressos antecipados custam R$ 20 e na hora R$ 40. NELI ALVANOZ, DIVULGAÇÃO
FINAL DA UEFA CHAMPIONS LEAGUE 2019 Transmissão da partida entre Liverpool e Tottenham Hotspur. GNC 1 (15h15 apenas no sábado) HELLBOY Nimue, a Rainha de Sangue, foi uma bruxa tão poderosa que nenhum mortal jamais conseguiu derrotá-la. Durante uma batalha, seu corpo foi dividido em seis partes e espalhado pelos lugares mais distantes da Terra. Séculos depois, um massacre num mosteiro próximo à Londres levanta a suspeita de que alguém pode estar querendo ressuscitá-la e Hellboy recebe a missão de conter essa terrível ameaça. De Neil Marshall. Com David Harbour e Milla Jovovich. Ação, 121 min, 14 Anos. GNC 1 (22h apenas no sábado) GNC 2 (22h apenas no domingo) Cinépolis 2 (21h45) KARDEC A biografia do educador francês Hypolite Leon Denizard Rivail, reconhecido mais tarde como Allan Kardec. Além de tradutor e escritor, Kardec é conhecido por ter codificado o espiritismo, uma das doutrinas mais praticadas no Brasil. De Wagner de Assis. Drama, 110 min, 10 Anos. GNC 3 (13h20, 17h35, 19h45) Cinépolis 2 (Com legenda descritiva - 19h15) Movie Arte Shopping Bento 2 (16h) GODZILLA 2: O REI DOS MONSTROS Sequência do longa-metragem lançado em 2014, que trouxe de volta o famoso monstro japonês para as telonas. De Michael Dougher-
“PASSAGEM PARA DOIS”
A apresentação da peça Passagem para dois marca o encerramento da programação do projeto Teatro Para Todos. A montagem, dirigida por Tiche Vianna, do prestigiado Barracão Teatro, de Campinas (SP), apresenta a divertida relação entre três pessoas, que se vê abalada por um acontecimento inesperado: o sorteio de passagens aéreas. No elenco estão os atores Aline Tanaã Tavares, Fábio Cuelli e Odelta Simonetti. 3
Os horários são fornecidos exclusivamente pelos cinemas e estão sujeitos a alterações sem aviso prévio.
Sábado e domingo, às 20h, na sede da Tem Gente Teatrando (Rua Regente Feijó, 37), em Caxias. Ingressos para a peça custam R$ 20, à venda no local da apresentação.
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ROCKETMAN Cinebiografia do cantor e compositor Elton John, acompanhando desde quando era uma criança prodígio até se tornar um astro da música. De Dexter Fletcher. Com Taron Egerton e Bryce Dallas Howard. Drama, 121 min, 16 Anos. GNC 6 (Dub - 14h, 19h10) GNC 6 (16h30, 21h45) Cinépolis 3 (Dub - 14h, 16h45, 19h30) Cinépolis 3 (22h10) VINGADORES: ULTIMATO Após Thanos eliminar metade das criaturas vivas, os Vingadores precisam lidar com a dor da perda de amigos e seus entes queridos. Com Tony Stark vagando perdido no espaço, Steve Rogers e Natasha Romanoff precisam liderar a resistência contra o titã. De Anthony Russo e Joe Russo. Com Chris Evans, Robert Downey jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo e Scarlett Johansson. Ação, 183 min, 12 Anos. GNC 1 (Dub - 13h50, 17h20 apenas no sábado) GNC 1 (21h apenas no domingo) GNC 2 (Dub - 13h50, 17h20 apenas no sábado) GNC 2 (21h apenas no domingo) Cinépolis 4 (Dub - 14h15, 17h50) Cinépolis 4 (21h30) Movie Arte Shopping L’América 1 (Dub 21h) GAROTA NA NÉVOA Uma garota de 16 anos de uma pequena aldeia nas montanhas dos Alpes italianos, desaparece de repente. Chamado para investigar o mistério, o enigmático detetive Vogel logo percebe que este caso está longe de ser simples. Trabalhando contra o relógio e em meio a um frenesi de mídia, Vogel faz uso de seus métodos não convencionais para descobrir a verdade, em uma cidade onde os motivos são obscuros, os fatos são distorcidos - e todos podem ser suspeitos. De Donato Carrisi. Com Toni Servillo. Suspense, 127 min, 14 anos. Sala de Cinema Ulysses Geremia (19h30)
ENDEREÇOS E PREÇOS Cinépolis (Bourbon San Pellegrino. Caxias / 3029-6160). R$ 27 e R$ 33 (3D). Estudantes e idosos pagam meia. GNC (Shopping Iguatemi. Caxias / 3214-9031). R$ 28 e R$ 34 (3D). Menores de 18 anos, idosos a partir de 60 anos, estudantes, Movie Club Preferencial e Clube do Assinante RBS pagam meia. Movie Arte Shopping Bento (Bento Gonçalves / 54 3055-2400). R$ 26 e R$ 30 (3D). Crianças de até 12 anos e idosos acima de 60 anos pagam meia. Movie Arte Shopping L’América (Bento Gonçalves / 54 3454-1334. R$ 26 e R$ 30 (3D). Crianças de até 12 anos e idosos acima de 60 anos pagam meia. Sala de Cinema Ulysses Geremia (Luiz Antunes, 312. Caxias / 3901-1316). R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).
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ANTONIO VALIENTE
Habilidade em ser POR RÓGER RUFFATO
Aos nove anos, estudante de Caxias pronuncia palavras e frases inteiras de trás para frente
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tnerf arp sàrt ed olaf ue e oivàtO è emon uem. Se você não entendeu a primeira frase dessa reportagem é porque não tem a mesma habilidade do estudante caxiense Otávio Cardoso Dal Pizzol, de 9 anos. A partir de uma brincadeira com a família, o garoto começou a pronunciar palavras de trás para frente. Com o passar dos dias, conseguiu formar frases e até decorar letras de músicas ao contrário. Um talento registrado em vários vídeos que os pais gravaram, postaram e que fizeram sucesso nas redes sociais. – Ele começou imitando o Tadeu Schmidt, que invertia o nome dos jogadores quando faziam gol contra, no Fantástico. O Otávio sempre queria falar antes e mais rápido do que ele. Aí, o irmão, de 10 anos, começou a instigar, pedindo outras palavras. Nos impressionou muito quando ele começou a cantar e inverter palavras mais difíceis. Então, o incentivamos a continuar essa brincadeira – comenta o pai do Otávio, o diretor comercial Thiago Dal Pizzol, 33. Mas, o que impressiona é a agilidade com que o garoto responde aos desafiantes. Na maioria das vezes, tios, amigos da família e colegas. Em segundos, ele põe em sentido contrário palavras grandes como “inconstitucionalissimamente” e faz parecer fácil a inversão da lógica.
– As pessoas já chegam me falando: “Otávio, fala isso, fala aquilo que eu quero ver se tu sabe”. Aí, eu respondo para elas verem que eu tenho esse talento – brinca o estudante do 4º ano. Segundo o neurocientista da Universidade de Caxias do Sul (UCS) Lucas Fürstenau de Oliveira, Otávio integra um grupo de pessoas que têm a habilidade natural de explorar a programação motora que produz as palavras. Ele explica que a fala é composta por uma sequência de palavras que, quando pronunciadas, emitem seus sons característicos, os chamados fonemas. A maior parte das pessoas automatiza certas sequências de fonemas, aquelas palavras que são utilizadas corriqueiramente, e trava naquelas que não são utilizadas com frequência ou que são mais difíceis. No caso do Otávio, essa dificuldade não existe ou é inexpressiva. – Esse menino apresenta duas características que facilitam a habilidade dele. Uma delas é o que a gente chama de “memória de trabalho”, que é a capacidade de guardar informação ativamente na cabeça. Ele tem a memória grande o suficiente para guardar todas as palavras que estão sendo ditas em uma frase. A outra é que ele criou o hábito de conseguir inverter a sequência de movimentos que geram os fonemas. Essa programação é automatizada para ser executada sempre de um determinado jeito. Esse menino parece conseguir inverter essa programação – 46
A LL M MA AN NA AQ QU U EE .. .. A
constata o especialista. Para testar a habilidade de Otávio, a reportagem visitou alguns vizinhos na companhia do garoto, que mora no bairro Rio Branco. E, alguns, se impressionaram. A professora Raquel Bortoluz pediu para que ele invertesse a frase “eu sou uma vizinha muito legal e que tu gosta muito”. Otávio fez inversão em segundos e o resultado surpreendeu até quem já está acostumado às brincadeiras da oralidade. – Ele está de parabéns porque não é fácil inverter uma frase inteira, sem erro e com essa velocidade – elogiou Raquel . Não satisfeitos, desafiamos Otávio para uma atividade fora da zona de conforto dele: escrever seu nome ao contrário. Essa tarefa demorou um pouquinho mais... mas também foi cumprida! Outra habilidade de quem, desde cedo, vê o mundo de uma perspectiva bem diferente. – É engraçado porque, desde muito pequeno, ele sempre teve a mania de colocar as coisas ao contrário. Ele põe cueca ao contrário, calça ao contrário, camiseta ao contrário. Toda a hora a gente tá dizendo: “Otávio, tá com a camiseta ao contrário” e ele não percebe isso – recorda o pai. Segundo o neurocientista, o ato de inverter palavras não é exclusivo de quem traz essa facilidade que Otávio tem na verbalização das palavras e pode ser desenvolvido por meio de treinos, mas, ainda assim, dentro da limitação de cada um. roger.ruffato@rbstv.com.br 11ºº//22 JJUUNN 1199
Na TV Confira a reportagem com o estudante Otávio na íntegra, neste sábado, a partir das 11h45min, no Jornal do Almoço da RBS TV.
Estacionados em Caxias do Sul, artistas do Circo Fantástico falam das alegrias e dificuldades da vida itinerante
Retratos do
picadeiro TEXTO RONALDO BUENO | FOTOS ANTONIO VALIENTE
“C
ada um deve fazer o que sabe fazer. O gato bebe leite, o rato come queijo e eu… Sou o palhaço”. No premiado longa brasileiro O Palhaço, de 2011, Selton Mello soube traduzir com maestria os altos e baixos da vida circense: a adrenalina do picadeiro, a rotina itinerante, o carinho do público e a dificuldade em deixar os problemas de lado na hora de entrar em cena. Indiscutivelmente, essa vida mambembe, meio sem rumo, entre metrópoles e vilarejos do interior, provoca curiosidade de quem mora “na cidade”, recorrendo à expressão utilizada pelos trabalhadores circenses para se referir àqueles que têm moradia fixa. Como é a vida de quem passa mais de 350 dias por ano na estra-
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da? Como é a educação dos filhos? O que fazem nos momentos de lazer? Foi com a intenção de jogar luz sobre essas perguntas que a equipe do Almanaque aproveitou a passagem do Circo Fantástico por Caxias do Sul para conhecer as histórias de quem ganha a vida embaixo da lona – seja no picadeiro ou nos bastidores. Fundado há 24 anos por Mário Ferreira Casção, o Circo Fantástico já surpreende logo de chegada. Os trailers que servem de residência para os quase 50 estradeiros que levam alegria aos quatro cantos do Brasil ficam estacionados ao redor da grande lona. E não pense em desconforto ou situação precária, como nos circos de antigamente. Os veículos-casa são climatizados e equipados com cozinha, banheiro, dormitório e televisores.
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Nessa incursão jornalística, realizada enquanto os artistas se preparavam para o espetáculo da última quarta (29), ouvimos quatro histórias: da bailarina Larah Braunig, que nasceu no circo e não pretende largar os palcos, da pipoqueira Valkiria Ferreira da Silva, que está na estrada há 30 anos e não cansa de conhecer novas cidades, da administradora Mônica Ribas Casção Guerreiro, uma das filhas do fundador, e do irreverente palhaço Maxaxinho, nome artístico do potiguar Carlos Antônio Rodrigues. Para os leitores, um recado: a partir de agora, saem de cena repórter e fotógrafo e pisam no picadeiro os verdadeiros protagonistas do circo. Bom espetáculo. ronaldo.bueno@pioneiro.com antonio.samalea@pioneiro.com
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Larah B
✭ Bailarina e acrób ✭ 20 anos. Nascida ✭ Natural de São C
Ofício de ber
Meu pai é de fam mãe era da cidade. minha mãe decidiu circo. Então posso circo desde que na quenininho a gent acaba aprendendo. treino, tanto na dan cia.
Estudar na es
Eu terminei o en fiz faculdade. Na v porque para fazer distância, é muito c a gente está num lu faz faculdade à dis o circo para estuda Não tem como con Quando eu era cr cada escola. Todos o a minha document cava com uma pess co.
Mônica Ribas Casção Guerreiro ✭ Administração do Circo Fantástico ✭ 45 anos. Nascida no circo ✭ Natural de Rancharia (SP)
Vício pela estrada
tem que dar muito público pra coisa girar. Em Caxias, o movimento está muito bom. Inclusive estamos analisando estender nossa estadia.
Eu me casei com um advogado de cidade e consegui ficar só três anos fora do circo. Moramos em Alvorada do Oeste, em Rondônia, mas quase enlouqueci. Essa vida vicia, sabe? Hoje estou em Caxias, daqui a pouco estou em outro lugar. É sempre diferente. Na cidade, tudo era muito maçante, repetitivo. Parecia sempre a mesma coisa. Pra você ter uma ideia, o meu irmão é casado com uma gaúcha. E cada um dos três filhos nasceu num lugar diferente. O mais novo em Recife, a do meio em Manaus e a mais velha em Santa Catarina. Isso mostra o quanto a gente anda pelo Brasil.
Criação dos filhos É algo muito natural, porque é como se fôssemos uma pequena cidade. No início, as professoras sempre ficam preocupadas se eles vão conseguir acompanhar o conteúdo, se vão ter dificuldade. Mas com o passar do tempo, elas ficam maravilhadas com a espontaneidade, porque para eles é tão natural trocar de escola, que acaba dando certo.
Lazer dos artistas
Circo além da arte Nós somos uma empresa. Itinerante, mas ainda uma empresa. Por isso precisamos pensar no melhor itinerário, no pagamento dos artistas, em conseguir sobreviver. Se o movimento não for bom, a gente pode baixar a lona e ir embora antes, porque a despesa é muito grande. E como trabalhamos com preços populares,
Eu vejo pelos meus filhos. Não tem esse negócio de balada. Nossos horários não batem com os da cidade. Nossa única noite de folga é na segunda-feira, quando muito lugar não abre. Temos dificuldade até em encontrar restaurantes abertos. A diversão dos nossos filhos é video game, andar de moto aqui no pátio… É diferente.
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Braunig
bata a no circo Carlos (SC)
rço
mília circense e minha Eles se conheceram e u seguir junto com o dizer que trabalho no asci (risos). Desde pete tem esse contato e Claro que tem muito nça, quanto na acroba-
strada
nsino médio, mas não verdade eu não quis, faculdade, sem ser à complicado. Cada mês ugar diferente. Ou você stância, ou você larga ar em alguma cidade. nciliar. riança, era um mês em os meus boletins, toda tação escolar, tudo fisoa responsável do cir-
Amizades passageiras
A vida no circo faz com que a gente conheça muita gente. A cada mês você conhece uma cultura diferente, uma cidade diferente, e muitas pessoas. Claro que o tempo passa e a gente precisa ir embora, mas você se acostuma com o tempo, se acostuma a não se apegar tanto às pessoas. E agora, com as redes sociais, é mais fácil manter contato com os novos amigos.
Preconceito Querendo ou não, ainda existe essa divisão entre ser da cidade e ser do circo. As pessoas veem a gente (de forma) diferente. Algumas não têm preconceito, mas outras têm. É como se a gente fosse de outro mundo, algo sujo ou algo errado. Mas nossa vida não é assim. O circo é uma empresa como outra qualquer. Nós, artistas, somos funcionários como os trabalhadores de qualquer outra empresa. A diferença é que trabalhamos num evento que é itinerante, assim como um cantor.
Valkiria Ferreira da Silva ✭ Vendedora de pipoca ✭ 59 anos. Há 30 no circo ✭ Natural de Belo Horizonte (MG)
Adeus, cidade
Eu conheci o circo quando ele passou pela minha cidade natal, que é Belo Horizonte. Foi aí que conheci meu ex-marido. Ele era o dono do circo. A gente se casou e eu fui embora. Me adaptei muito bem. É uma rotina diferente de quem vive na cidade, porque você conhece muitos lugares, pessoas diferentes. Aqui, somos todos uma família, mesmo não tendo o laço de sangue.
Vida itinerante Estamos sempre rodando por aí, sem aquela obrigação de acordar, ir pro trabalho e voltar pra casa. Já rodei muito pelos
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estados do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais. Esses lados do Sul que eu ainda não conhecia, então está sendo ótimo. Como os espetáculos são à noite, temos o dia livre para conhecer as cidades.
Pipoca, alegria da criançada Já fiz muita coisa nesse tempo. Comecei trabalhando na divulgação dos espetáculos no circo do meu ex-marido. Esse aqui já é meu quarto circo. Aqui eu trabalho só na lanchonete, o que é muito divertido, um movimento que não para. Não tem quem venha no circo e não queira uma pipoquinha. Sempre digo, a pipoca é a alegria da criançada.
Carlos Antônio Rodrigues ✭ Palhaço Maxaxinho ✭ 49 anos. Há 29 no circo ✭ Natural de Mossoró (RN)
Sangue circense
palhaço / namoro sem abraço / sou eu assim sem você”? É quase isso. No mundo de hoje, a gente precisa ser carismático, brincalhão. E palhaço é sinônimo de alegria. Na minha profissão, não tem como ir trabalhar aborrecido. Pra brincar com criança, até pra brincar com os adultos, você não pode estar mal humorado, se não você suja a imagem do palhaço. Claro que temos dias difíceis, mas no momento em que você entra no picadeiro, tem que entrar em cena o coração de palhaço.
Eu não nasci no circo, mas sempre fui fascinado por esse mundo. Quando era criança, toda vez que o circo ia embora da cidade, eu juntava uns colegas e brincava de fazer um circo no quintal de casa. Acho que a arte de ser palhaço veio no sangue. Sempre fui brincalhão, mesmo antes de conhecer meu pai, que também era palhaço. Quando eu conheci ele, com 20 anos, foi quando eu caí de vez na vida circense. E estou aí até hoje.
Aposentadoria
Vida na estrada
Às vezes eu fico pensando como vai ser quando não puder mais pisar no picadeiro. Eu vou ficar só na saudade. A idade é uma coisa que chega pra todo mundo. Vai ter uma hora que vou precisar parar, quando o corpo não obedecer. Isso não é só na minha profissão, acontece pra todo mundo. É a vida.
Gosto muito dessa vida de estradeiro, de artista circense. E no circo não tem a inconveniência de conviver com vizinhos que a gente não gosta (risos). Aqui é como se fosse uma cidade sobre rodas. O dono do circo é o prefeito, os artistas são os moradores. A diferença é que os vizinhos sempre mudam, porque os nossos trailers nunca ficam na mesma posição. Tem vezes que sou vizinho das bailarinas, outras vezes do pessoal do globo da morte. Isso é muito bom.
Futuro do circo Desde criança que ouço falar que o circo está morrendo, que o circo vai acabar. Mas eu acredito que enquanto houver o sorriso de uma criança, o circo e o palhaço não vão deixar de existir. Ele vai se modernizando, mas não vai acabar.
Ser palhaço em tempos sisudos Sabe aquela música que diz “circo sem
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UN N 11 99 11 ºº // 22 JJ U
Guitarreira POR MARCELO MUGNOL
Egisto Dal Santo e Bardos Da Pangeiadão o tom e provam que o rock também se preocupa com o cidadão de bem HAOS BG, DIVULGAÇÃO
ADROALDO CASTRO, DIVULGAÇÃO
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u estou extremamente emocionada com essa mobilização. Embora eu precise muito do dinheiro, toda essa corrente de amor, das muitas pessoas que se dispuseram a ajudar, já é uma grande honra. Isso tudo me deixa até melhor de saúde – revela Daisy Fortes, 48 anos, portadora da Síndrome Látex Alimentos (SLA). Quando Daisy se refere a “estar melhor de saúde”, quer dizer que a alma está em êxtase porque artistas do Estado têm se mobilizado com a sua causa. Os artistas plásticos Vinícius Guerra, Marinês Busetti e o tatuador Ale Godoy, doaram trabalhos seus para a rifa online, que teve os vencedores sorteados na sexta-feira, dia 31. E neste sábado e domingo, shows de rock com Egisto Dal Santo e Bardos da Pangeia complementam a ação de guerrilha artística em favor de Daisy. A meta é arrecadar R$ 7.350,00, recurso necessário para que Daisy possa entrar na Justiça, com uma defesa particular, a fim de exigir que o plano de saúde possa cobrir os custos com o tratamento da SLA. Daisy tem enfrentado as barreiras através dessa ação entre amigos, movidos por amor e solidariedade para que ela tenha uma vida melhor e mais feliz. A renda dos shows do final de semana será integralmente revertida à causa de Daisy. Agora, de que jeito entra o Egisto, uma espécie de baluarte do rock gaúcho, nessa história? – Conheci o Egisto há muito tempo, temos amigos em comum e sempre fui muito fã dele. Mas era só uma relação de conhecido, amigo de amigos. Não tínhamos intimidade até alguns meses atrás – explica Daisy. Mas, eis que o marido de Daisy, Gustavo Trubian, é luthier e também desenvolve amplificadores valvulados e pedais
retrôs. – Cara, eu conheci a Daisy na internet porque me interessei pelos amplificadores que o marido dela faz. Aí ela me disse que o marido ia ficar muito orgulhoso em fazer um equipamento pra mim. O equipamento é classe A, acabamento afudê, tudo valvulado – conta Egisto. Daí em diante estreitaram laços de amizade até culminar com os dois shows que Egisto faz em prol de Daisy. No sábado, Bardos da Pangeia e Egisto Dal Santo tocam no 77 Rock Bar. No set list, Egisto promete Vacilo, Aquela música, Na minha (parceiria com Charles Master), Cão vagabundo (gravada também por Cowboys Espirituais) e Sorte no amor (em parceria com Bebeco Garcia). Além é claro, de outros clássicos do rock gaúcho com a sua assinatura. Já a banda Bardos da Pangeia toca músicas do LP A Máquina está Grávida, gravado com financiamento do Fundo de Apoio à Cultura, de Bento Gonçalves. Formada por Ernani Cousandier (voz), Rafael Teclas (teclado), Marcos Trubian (guitarra), Will Monteiro (baixo), Bruno Neves (bateria) e Marcelo Donini (percussão e voz), os caras trazem referências da geleia geral do Tropicalismo em canções como Reverdecer. No set list há ainda o samba psicodelia de Só no mundo e o manifesto político Putz, que mundo insano! E no domingo, no São Patrício, Egisto Dal Santo faz uma espécie de show para os amigos. – Eu vou tocar o que a plateia pedir – brinca. Em cena, rock autoral, independente, empunhando suas guitarras por uma excelente causa. Quem diria, hein, o rock alinhado com a melhora da qualidade de vida dos cidadãos de bem. Essa notícia com certeza vai reverberar nos quartéis. marcelo.mugnol@pioneiro.com 94
.. A A LL M MA AN NA AQ QU U EE ..
Por causa da síndrome de Daisy Fortes, o 77 Rock Bar orienta que os frequentadores não usem perfume, desodorantes ou loções hidratantes e avisa que não irão vender bebidas com limão, nem vinho, porque podem causar anafilaxia com risco de morte para ela. Tudo isso para que Daisy possa curtir o evento, mesmo que seja por pouco tempo e com máscara.
11ºº//22 JJUUNN 1199
Agende-se Sábado
Domingo
❚ O quê: Show beneficente com Egisto Dal Santo e Bardos da Pangeia ❚ Quando: sábado, a partir das 18h ❚ Onde: 77 Rock Bar (Rua do Guia Lopes, 567 - Caxias) ❚ Quanto: ingressos a R$ 15, com renda revertida para a Daisy Forte
❚ O quê: Pocket Show com Egisto Dal Santo ❚ Quando: domingo, a partir das 21h ❚ Onde: São Patrício Bar (Rua Tronca, 1.504 - Caxias) ❚ Quanto: contribuição voluntária revertida integralmente para a Daisy Fortes
FOTOS CRISTIANO BAUCE, DIVULGAÇÃO
Para a integrar da cozinha e da sala, uma bancada mais larga foi projetada. O piso foi mantido no padrão da construtora para reduzir os custos da obra final
Lembrança POR ALESSANDRA RECH
de Paris
Jovem casal quis levar para seu apê de 60 metros quadrados um pouco da sofisticação delicada de sua cidade favorita. Veja uma série de ideias
Os painéis da parede estão entre os pontos fortes do estilo inspirado no francês: os boiseries. No piso, o modelo laminado Chamonix, da Durafloor, traz a aparência do Chevron (também conhecido como espinha de peixe)
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A marcenaria em laca branca tem doses de contraste com prateleiras em metalon. Também fogem do contemporâneo e dialogam com um jeitinho mais sofisticado os puxadores metálicos em formato de concha
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1º/2 JUN 19
O tapete, as banquetas e os pés das mesas laterais somam o efeito P&B à decoração, deixando a proposta a la Chanel, ícone da moda. Na foto ao lado, é possível perceber como a largura da bancada permitiu um acabamento charmoso
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etit amour. Essa foi a sugestão de título para esta reportagem e a melhor definição do projeto do apartamento de 60 metros quadrados para a arquiteta Carolina Rocca, do escritório CR Arquitetura&paisagismo. Com medidas enxutas e romantismo sem excessos, o imóvel de um jovem casal traz algumas lembranças de Paris, cidade favorita de ambos. Pelo living, é possível ver o desenho es-
O recanto de jantar teve atenção da arquiteta, para que houvesse conforto sentado e ao mexer as cadeiras ao levantar. A mesa tem tampo de laca e pé metálico, e as cadeiras são modelos tradicionais
pinha de peixe em referência ao clássico contemporâneo. E painéis de estilo boiserie, símbolo de elegância que teve uma volta triunfal nas últimas temporadas de tendências em arquitetura de interiores. Mas, diga-se, tudo foi desenhado e pensado de forma bastante light. Na cozinha, no lugar dos armários horizontais e cleans, um leve classiquinho aparece, nos desenhos das portas e também na escolha de complementos, como visto nos puxadores em formato de concha. Outra
solicitação do casal foi a predominância da versão fosca dos materiais, como visto no revestimento Liverpool, da parede atrás da pia. No quarto, outra mescla bem dosada de linhas com um refinamento discreto e design limpo: a cabeceira abraça a cama e os criados-mudos para, logo em frente, o armário ser quase neutralizado pela proposta de painel branco em vidro pintado. palavrear@gmail.com
A cabeceira da cama segue uma proposta semelhante a da parede do estar, porém em um desenho e um tom diferentes. É esse volume que une cama e criados-mudos, segundo Carolina Rocca. Mais neutro e com design reto, o armário tem portas de vidro branco
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1º/2 JUN 19
Perca-se em
Nova Petrópolis POR CRISTIANE BAZILIO
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ANELIZE SANTOS PIMENTEL, DIVULGAÇÃO
á quem pense duas vezes antes de visitar os principais pontos turísticos e gastronômicos da Serra no inverno por conta do movimento intenso que costuma resultar em filas e superlotação. Que tal antecipar o passeio para este final de outono, tendo como destino Nova Petrópolis, uma alternativa às duas maiores cidades da região? O que não falta são atrativos na florida cidade a 37 quilômetros de Caxias do Sul e a meia hora de Gramado e Canela, famosa pelo Labirinto Verde que é parada obrigatória na Praça das Flores (na Avenida 15 de Novembro). O jardim tem 26 metros de diâmetro, com 1,7 mil mudas de cipreste plantadas – a diversão é encontrar o centro. Quem chega depara com um pódio em cimento para o visitante subir e registrar o momento. Nesse município de colonização alemã, com 20 mil habitantes, há programação para toda a família, de parques temáticos a atrações a céu aberto, passando pelo comércio de vestuário para aquecer o corpo. Até 9 de junho, aliás, dá para conferir o principal evento do município, o Festimalha, que em 2019 completa 30 anos, com lançamentos e tendências da moda outono-inverno. A expectativa é de receber, no total, 80 mil pessoas. O ingresso para o Festimalha, a R$ 7, dá direito a um bloco com 36 vouchers de descontos em estabelecimentos da cidade, do comércio à rede hoteleria. O tíquete também libera acesso ao Ninho das Águias e reduz o valor do ingresso no Parque Pedras do Silêncio (de R$ 30 para R$ 15) e na Aldeia do Imigrante (de R$ 12 para R$ 8). O estacionamento é gratuito.
Florido município serrano tem atrações que incluem aventuras ao ar livre, feira de malhas e cervejarias artesanais mulheres, crianças e até para pets, além de artigos de decoração. O tricô está por todos os lados: é comum ver peças diferenciadas por valores mais em conta do que em lojas de departamentos, por exemplo. Acessórios como toucas e golas de lã são os queridinhos dos visitantes. E, se nem todos da família estão dispostos a bater perna olhando roupa, o pavilhão conta com restaurante (bufê de comida típica alemã, a R$ 25 por pessoa), uma área chamada de “maridódromo”, com barbearia e cervejaria, e espaço kids com recreacionistas e pedagogos (a R$ 50 a hora). Em todo o complexo, o wi-fi
“MARIDÓDROMO” E CLIMATIZADORES Os 66 expositores – sendo 47 malharias locais – garantem opções para homens,
é liberado (quando estive lá, funcionava a pleno vapor). Entre as novidades deste ano, está um inédito investimento: R$ 40 mil em climatizadores para potencializar a experiência da compra, segundo a organização, e para ninguém ficar menos entusiasmado se o calor surpreender. A 30º Festimalha vai até 9 de junho no Centro de Eventos de Nova Petrópolis. Funciona de quintas a domingos, das 10h às 19h. Ingresso a R$ 7 (idosos estão isentos nas sextas-feiras e pagam meia nos demais dias). cristiane.bazilio@zerohora.com.br *A JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DO FESTIMALHA
DR. ORLANDO RIGHESSO NETO Mestre e Doutor
CIRURGIA DA COLUNA
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Cremers 17.312
Convênios: Particular/Unimed/Ipê Rua Moreira Cezar, 2650 sala 909 | Pio X | Caxias do Sul
Cirurgia menos invasiva, menor tempo de hospitalização e recuperação.
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O ingresso do Festimalha custa R$ 7 e dá direito a 36 vouchers de descontos para estabelecimentos da cidade.
Fone: 54 3014.0080 1º/2 JUN 19
POR JOÃO PULITA joao.pulita@pioneiro.com
Glamour atemporal FOTOS GUILHERME JORDANI, DIVULGAÇÃO
A caxiense que desfila réplicas fiéis de vestidos usados por Jackie Kennedy Onassis e confeccionados pela estilista Izabel Pettefi Basso
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acqueline Bouvier Kennedy Onassis, uma personalidade mundial. Flora Júlia Magnabosco, uma personalidade local. O que a primeira dama dos Estados Unidos na década de 1960 e a princesa da Festa de Uva de 1991 têm em comum ultrapassa a barreira da distância e da trajetória de vida. Jackie representou muito mais que um título no cenário político americano. A esposa de John F. Kennedy – e posteriormente do armador grego Aristóteles Onassis – tornou-se ícone de moda e referência de comportamento, motivo pelo qual a psicóloga e organizadora de eventos Flora Júlia Magnabosco nutre admiração por ela desde a adolescência. É nela que a sagitariana se inspira na hora de compor um visual elegante, discreto e, ao mesmo tempo, marcante. Entre recortes e lembranças, Flora compartilha com a coluna alguns de seus trajes preferidos. São réplicas fiéis de vestidos usados por Jackie e confeccionados especialmente para ela pela estilista e amiga da família Izabel Pettefi Basso. O acervo de Flora inclui ainda réplicas de joias adquiridas em Nova York. Entre elas, o famoso relógio Cartier em linhas retas e o broche com cinco pontas, usado por Jackie em diversos compromissos ofi ciais. Pergunta: O que mais lhe fascina em Jacqueline Kennedy Onassis?
Ela é um enigma que intriga e continua provocando fascínio, quase duas décadas após sua morte, até mesmo em quem acompanhou, muito à distância, a emocionante história de sua vida. Uma mescla de vivências glamurosas e de experiências extremas e trágicas, sempre conduzidas com diplomacia e elegância, comportando-se de forma graciosa, mesmo nos momentos de maior sofrimento. Estas são as constatações que acompanho desde minha adolescência sobre o mito Jackie O. Pergunta: Quais características você acredita que a transformaram em mito? Uma mulher de voz frágil e gestos suaves, porém de atitudes fortes e determinadas. Seus atributos intelectuais também são lembrados, assim como sua devoção pelas artes, literatura, poesia e história e pelo amor aos cavalos, seu hobby até o fi m da vida. Onde e porque você busca as referências de Jackie O.? O que realmente pensava Jackie O. continuará a ser desvendado em conta-gotas, mostrando que ela mantém um controle sobre sua imagem mesmo após sua morte. Admiro seu estilo sóbrio e original. As amostras de meu fascínio traduzem-se em inúmeros livros de fotografias e biografias ou por meio de réplicas de diferentes vestidos. Eles são atemporais exatamente por sua simplicidade.
Glamour elegante da personalidade mundial inspira Flora Magnabosco
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Horóscopo
Terra e Céu
por Nivaldo pereira
por oscar Quiroga
nivaldope@uol.com.br
quiroga@astrologiareal.com.br
ÁRIES (21/3 a 20/4)
Acerte tudo o que estiver disponível e dentro do seu alcance. Faça isso, porque, o que for consertado agora, se consolidará nas próximas semanas e criará uma plataforma consistente sobre a qual progredir.
O valor das
mães
TOURO (21/4 a 20/5)
Assuma a responsabilidade pelas ideias que você expressa. Isso evitará que você se precipite com expressões que, apesar de parecerem ser feitas de boas intenções, teriam efeitos contraproducentes e negativos.
GÊMEOS (21/5 a 20/6)
Reserve o melhor para você, sem compartilhar. Este é um momento no qual, apesar de tudo estar bastante certo, o cenário deixa sua alma em um estado de isolamento, como se não pertencesse a ele. Isso passa.
CÂNCER (21/6 a 21/7)
Só vale a pena estabelecer vínculos com as pessoas certas. Eis o dilema. Como discernir as pessoas certas das erradas? Tome todo o tempo que necessitar para resolver essa questão. Seus projetos dependem disso.
com intervenções médicas mínimas e respeito máximo pelas escolhas da gestante, procedimento tem sido cada vez mais procurado
Faz sentido o Dia das Mães ser celebrado em maio, na vigência do signo de Touro, como ocorre em muitos países. Embora a escolha do mês não tenha seguido nenhuma tradição de fundo astrológico, há uma conexão forte entre Touro e a Lua. Este astro indicador de nossa matriz nutridora rege o signo de Câncer, onde encontra sua melhor expressão na criação de vínculos emocionais duradouros. Mas, se há outro signo em que a Lua se sente como que “em casa”, este signo é Touro. A firmeza e a segurança taurinas amparam a busca lunar por estabilidade emocional. Por isso, na linguagem astrológica, quando a Lua se encontra em Touro, ela é dita “exaltada”. Lua taurina é o colo provedor e receptivo da Mãe Terra. É a imagem cultural de todas as mães! O signo solar, esse que todo mundo conhece, indica nosso processo de expressão consciente, nosso “lugar ao Sol”. Portanto, o Sol é a imagem paterna, de afirmação masculina, e também soa perfeita a celebração do Dia dos Pais na vigência do criativo signo de Leão, em agosto. Já o signo onde estava a Lua em nosso nascimento vai colorir nossas necessidades femininas e instintivas. Ou seja, a Lua é a âncora do mapa, onde nos sentimos confortáveis e acolhidos, onde descansamos das labutas solares. E que figura nos reporta a isso? Mamãe, mamãe, mamãe! Os versos de uma célebre canção de Herivelto Martins e David Nasser destacam o valor das mães em nossa cultura: “Ela é a dona de tudo”, “ela vale mais para mim que o céu, que a terra, que o mar” e “ela é o tesouro que o pobre das mãos do Senhor recebeu”. A homenagem às mães no signo dos valores, Touro, talvez justifique o alto faturamento econômico ligado 14 5
LEÃO (22/7 a 22/8)
Faça bastante hoje. O clima é produtivo e você pode adiantar vários assuntos que, no passado, foram empurrados para frente. O futuro é aqui e agora. Esta atmosfera produtiva deixará tudo muito mais fácil.
VIRGEM (23/8 a 22/9)
à data. Vitrines exibem corações sobre sofás, panelas e batedeiras, como se toda mãe ainda fosse somente “a rainha do lar” e vivesse com “o avental todo sujo de ovo”, como na canção lançada há 50 anos pela taurina Angela Maria. O signo solar, esse que todo mundo conhece, indica nosso processo de expressão consciente, nosso “lugar ao Sol”. Portanto, o Sol é a imagem paterna, de afirmação masculina, e também soa perfeita a celebração do Dia dos Pais na vigência do criativo signo de Leão, em agosto. Já o signo onde estava a Lua em nosso nascimento vai colorir nossas necessidades femininas e instintivas. Ou seja, a Lua é a âncora do mapa, onde nos sentimos confortáveis e acolhidos, onde descansamos das labutas solares. E que figura nos reporta a isso? Mamãe, mamãe, mamãe! Os versos de uma célebre canção de Herivelto Martins e David Nasser destacam o valor das mães em nossa cultura: “Ela é a dona de tudo”, “ela vale mais para mim que o céu, que a terra, que o mar” e “ela é o tesouro que o pobre das mãos do Senhor recebeu”. A homenagem às mães no signo dos valores, Touro, talvez justifique o alto faturamento econômico ligado à data. Vitrines exibem corações sobre sofás, panelas e batedeiras, como se toda mãe ainda fosse somente “a rainha do lar” e vivesse com “o avental todo sujo de ovo”, como na canção lançada há 50 anos pela taurina Angela Maria. Mas nem toda mãe se encaixa nesse padrão. Quem tem a Lua em signos como Aquário, Sagitário e Gêmeos, por exemplo, jamais vai associar a mãe à cozinha. Com o inovador Urano passando agora em Touro, está na hora de mudar de presentes, não?
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1 º1 // 21 2J UMNA I1 91 9
Essencial mesmo é que tudo seja belo e útil. O resto fica nas mãos das complicações e dos problemas que você vai ter de continuar administrando. Oriente-se pela necessidade de acrescentar beleza à sua vida.
LIBRA (23/9 a 22/10)
Aproveite este momento em que tudo parece ficar no devido lugar. Será um descanso das semanas anteriores de desacerto e, também, uma preparação para o que virá depois. Ainda não há estabilidade, mas ela virá.
ESCORPIÃO (23/10 a 21/11)
Fazer o bem sem olhar a quem. Essa é uma orientação de duvidosa reputação, porque é ingênua. Faça o bem reconhecendo a quem se destina. Assim, você monitora a si mesmo para não prejudicar ninguém intencionalmente.
SAGITÁRIO (22/11 a 21/12)
Há coisas simples que você pode fazer para arrumar sua vida e deixar os assuntos mais importantes em ordem. Aproveite o dia para tomar uma atitude nesse sentido. Isso beneficiará você e as pessoas próximas.
CAPRICÓRNIO (22/12 a 20/1)
O fato de que tudo o que você deseja esteja dando certo significa que você precisa olhar ao seu redor para verificar se os benefícios que tem recebido da vida podem ser compartilhados com outras pessoas.
AQUÁRIO (21/1 a 19/2)
Alguns chamam de intuição, outros de sensibilidade. Há também os que chamam de mediunidade. O nome é irrelevante. O que importa é você começar a usar essas informações para se orientar.
PEIXES (20/2 a 20/3)
Antes de se lançar ao descanso, procure concluir as tarefas e obrigações que você assumiu. Evite a procrastinação, pois, apesar dessa atitude parecer evitar o estresse no começo, no fim, ela acaba o aumentando.
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1ยบ/2 JUN 19
POR TRÍSSIA ORDOVÁS SARTORI trissia.ordovas@pioneiro.com
com urgência O Facebook sinalizou que fazia cinco anos desde que uma das capas mais especiais que fiz para o Almanaque foi publicada, em maio de 2014. Ela trazia cinco mulheres de diferentes perfis e idades, que haviam vencido o câncer de mama, sorridentes e envoltas apenas por um cetim rosa. Algumas tinham cabelos muito curtinhos, sinalizando o recente fim da quimioterapia, e todas estavam radiantes. A capa fazia referência a um ensaio de moda, produzido com a ajuda de profissionais queridos, em que as mulheres escolheram a personagem que gostariam de ser. A ideia era falar de plenitude, mostrar pessoas além da sua doença, dar a chance para que se vissem – e mostrassem para todo mundo – como gostariam de ser vistas desde então.
A gratidão pelo ordinário aparecia o tempo todo, antes mesmo de a palavra virar moda
A sessão durou um dia inteiro e foi muito divertida. Relatos das participantes, na época e agora, mostraram que elas passaram a se sentir mais inspiradoras. Isso é emblemático: elas já tinham uma história de superação fantástica, como não seriam vistas assim? O assunto é recorrente por aqui, mas não é raro que a gente demore para reconhecer isso em nós mesmas. Bom é que sempre aparece alguém para nos fazer lembrar. O viver do quinteto era pleno, elas não deixavam o que era realmente importante para amanhã. Celebravam a vida, a companhia das pessoas amadas, sem precisar de datas especiais para fazer isso. Pequenos problemas não lhe tiravam mais o sono. E a gratidão pelo ordinário aparecia o tempo todo, antes mesmo de a palavra virar moda.
Passados esses poucos anos, duas delas não estão mais aqui: deixaram um legado de luta e inspiração para várias gerações. Permanecem nos outros – não é isso que faz nossas histórias durarem? Para mim, a foto também trouxe um sentido de urgência. O tempo passa rápido demais e, se a gente só deixá-lo passar, perde o essencial: os encontros, as celebrações, as conversas e a vida compartilhada. Os amigos que a gente diz que vai encontrar, os abraços que a gente promete trocar, as visitas que a gente planeja em fazer, não servem para nada se não deixarem de ser promessas. Angelica, Claudete, Doris, Isabel e Tatiana, obrigada por reforçarem o que é importante e não deixaram esquecer a urgência de aproveitar a vida.
A colunista escreve quinzenalmente. 16
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