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DOENÇAS CRÓNICAS: Glaucoma

DOENÇAS CRÓNICAS GLAUCOMA

Por ser diagnosticado tardiamente, é uma das principais causas de cegueira a nível mundial. Em Portugal, o glaucoma atinge cerca de 100 mil pessoas.

Glaucoma é a designação médica para um grupo de doenças do olho que danificam o nervo ótico, responsável pela transmissão da informação do olho até ao cérebro. Se este nervo for danificado, a perda de visão pode ser uma das consequências. O glaucoma está muito associado - mas nem sempreà elevada pressão intraocular, que acaba por provocar danos na visão. Este tipo de doença pode prejudicar a visão sem que haja qualquer sintoma, até atingir um estado muito avançado.

Quais são as causas?

A causa do glaucoma é desconhecida: embora seja associada a elevados níveis de pressão intraocular, existem casos de pessoas que desenvolvem glaucoma e que não apresentam alterações da pressão intraocular. Existe ainda uma tendência para desenvolver esta doença depois de um ferimento no olho ou cirurgia ocular e alguns medicamentos (corticoides) podem também provocar glaucoma. De um modo geral, a idade é importante no seu aparecimento, uma vez que se trata de uma doença com um importante componente degenerativo vascular.

Sabe quais são os fatores de risco?

Pressão intraocular elevada

Idade: acima dos 35 anos

Diabetes, doenças cardíacas, elevada pressão sanguínea e hipotiroidismo

Antecedentes de glaucoma na família

Elevado grau de miopia

Utilização prolongada de corticoides

TIPOS DE GLAUCOMA:

Glaucoma de ângulo aberto: esta é a forma mais frequente de glaucoma e costuma surgir depois dos 35 anos. Além disso, esta doença tem tendência para surgir em vários elementos da mesma família. Os diabéticos ou míopes têm mais probabilidade de contrair este tipo de glaucoma, embora também surja com maior frequência (e com sintomas mais graves) em pessoas de raça negra

Sintomas: Este glaucoma pode não produzir qualquer sintoma - exceto perda de visão progressiva - até provocar uma lesão irreversível. Por norma, o diagnóstico é feito aquando da verificação da pressão intraocular. Assim, o exame ocular de rotina deve incluir esta medição.

Glaucoma de ângulo fechado: este tipo de glaucoma provoca ataques repentinos de aumento de pressão, normalmente em apenas um dos olhos. Nestes casos, os doentes têm o espaço entre a córnea e a íris mais estreito do que o habitual, fazendo com que qualquer fator que provoque a dilatação da pupila possa significar que a íris bloqueia a drenagem de fluido.

Sintomas: Além de um ligeiro agravamento da visão, os sintomas podem incluir também dores no olho e na cabeça que podem durar algumas horas antes de um ataque mais grave Este pode provocar perda rápida da visão e uma dor aguda e repentina no olho.

Glaucoma congénito: tal como o próprio nome indica, é o tipo de glaucoma em que a criança nasce com a doença, já presente durante a gravidez. É considerado raro e, quando descoberto, deve ser tratado de forma imediata.

Existem duas formas principais de glaucoma, a aguda e a crónica A forma aguda manifesta-se subitamente causando visão enevoada, vermelhidão e dores intensas nos olhos e à volta deles. A crónica, mais comum, progride mais lentamente e não é dolorosa. As pessoas afetadas são apenas vagamente incomodadas pelos sintomas, que são transitórios, e por isso adiam a consulta com o médico oftalmologista.

Uma pressão intraocular acima do normal determina uma destruição das finas e delicadas fibras nervosas que formam o nervo ótico. Uma vez que é este nervo que transmite as mensagens visuais dos olhos para o cérebro, a sua saúde é essencial para uma boa visão. Sob uma pressão intraocular elevada e prolongada, o nervo ótico deteriora-se e o campo visual do doente vai-se tornando gradualmente mais reduzido.

Surpreendentemente a maioria das pessoas não se apercebe destas alterações até ao momento em que ocorre uma extensa perda da visão periférica. Se a lesão do nervo ótico não é interrompida, o glaucoma determina uma visão em túnel e cegueira permanente que já não pode ser recuperada pelo tratamento. Este processo pode ocorrer em poucos anos.

Diagnóstico

Numa consulta de Oftalmologia, onde a visão é avaliada, a pressão intraocular medida e os olhos devidamente observados. Sempre que o médico suspeitar de glaucoma são pedidos exames adicionais, simples e não invasivos, que permitem um diagnóstico preciso e rápido.

Esta avaliação oftalmológica deve ser realizada regularmente, pelo menos uma vez por ano

Tratamento

Para que o tratamento seja plenamente eficaz, deve ser iniciado antes que ocorram lesões graves do nervo ótico. Daí que um diagnóstico precoce seja fundamental O médico pode detetar aquilo que o doente com glaucoma não pode: anomalias do nervo ótico e alterações subtis do campo visual. São esses sinais, mais do que a elevação da pressão intraocular, que indicam a presença de glaucoma. Existem, atualmente, diversos tratamentos para o glaucoma. Na maioria dos casos aplica-se um ou mais colírios que permitem controlar a pressão intraocular. Trata-se de uma terapêutica simples e muito eficaz desde que mantida regularmente. Como alternativas, o laser ou a cirurgia podem ser utilizados. A opção pelo tratamento mais adequado deve ser sempre decidida individualmente, com base na avaliação realizada pelo médico

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