F E R N A N D O T Á V O R A e o espaço público português.
F E R N A N D O T Á V O R A e o espaço público português.
Trabalho referente a disciplina Teoria III ministrada pela Professora Doutora Teresa Fonseca, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto durante o ano lectivo 2009/2010. Realizado pelos alunos: •Amanda Maria Sobral Marques: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba – Brasil. •Éric Harada: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas – Brasil. •Manuela Oddo: Università degli Studi di Palermo, Palermo – Italia. •Marco Morini: Università degli Studi di Palermo, Palermo - Italia. •érgio Luis R. Faria: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitba – Brasil. •Susana: Faculdade de Arquitectura da Univercidade do Porto, Porto – Portugal.
‘As imagens utilizadas na capa e na contra-capa são desenhos assinados por Fernando Távora. Realização gráfica por Marco Morini e Amanda Marques .
Mercado Municipal de Santa Maria da Feira, 1953-59. Casa dos 24, Porto, 1995-2003. Auditórium da Faculdade de Direito, Coimbra, 1994-2000. Praça 8 de Maio, Coimbra, 1992-97. Quinta da Conceição, Matosinhos, 1956-93. Praça da Libertade, Viana do Castelo, 2001.
Amanda
Éric
Manuela
Marco
Sérgio
Susana
F E R N A N D O T Á V O R A e o espaço público português.
Fernando Luís Cardoso Meneses de Tavares e Távora, arquitecto português nascido na cidade do Porto em 25 de Agosto de 1923. Diplomado em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1952. Arquitecto Moderno sempre buscou inovações em suas obras mas sem ignorar ou esquecer o passado. Isto torna-se claro em seus trabalhos que, dê forma explicita ou inplicita, sempre o evocam, deixando claro que defendia o movimento ao qual pertencia -o Modernismo – mas sem deixar seus ideias sobre a importância do já existente para trás. Seu trabalho é enquadrado na chamada “tradição arquitectónica portuguesa”. Com seus trabalhos sempre em evolução e a tornarem-se grandes exemplos arquitectónicos
MERCADO MUNICIPAL DE SANTA MARIA DA FEIRA
Amanda
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“...o Mercado da Feira que é, em meu entender, a obra mais tensa e por isso mesmo com mais significado da nossa arquitectura moderna em transição para o racionalismo crítico. Tensão que vem da dialética entre integração e ruptura, entre espaço interno ( que é exterior e semi-exterior) e sítio; entre percurso e pausa; entre tecnologia nova e construção comum; estando sempre estes termos – e outrosassumidos como opostos mais resolvidos em forma simples. Obra que transcende o panorama português para se classificar entre as obras primas da arquitectura européia dos anos 50.” Nuno Portas
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5.4
O primeiro olhar, olhar Encantamento... Encantamento A minha primeira impressĂŁo sobre a obra de Fernando TĂĄvora.
LOCALIZAÇÃO Este edifício localiza-se no Município de Santa Maria da Feira, Feira em Portugal. Portugal Município este situado no cruzamento dos eixos Norte e Sul do país, por onde antigamente passava uma rota romana de ligação entre as cidades de Lisboa e Braga - a qual perdurou por toda a Idade Média e por grande período do século passado. A existência desta rota de origem a um Feira que, devido a grande concentração de pessoas e ao muitos e diferentes encontros de diversos povos povos, futuramente vira originar o Município que ainda leva o nome do evento. Neste mesmo local está presente o Castelo de Santa Maria, medieval e antigo local de arrecadação de impostos e moradia da realeza hoje é tido como elemento protetor do Município devido sua localização imponente. Santa Maria da Feria é um município inerte à um terreno muito acidentado. Com a presença de muitos morros, aclives e declives tem como um de seus pontos mais altos o sítio onde encontrase o Castelo de Santa Maria; assim é possível visualizá-lo de quase todo o território municipal. O Mercado Municipal de Santa Maria da Feira é de autoria do Arquitecto Fernando Távora e data de 1953-1959. Localizado no município acima descrito, especificadamente na Rua dos Descobrimentos. Esta, como tantas outras ruas locais, possui declive considerável proporcionando –inicialmente- um terreno acidentado ao projecto,
Mercado
C t l Castelo
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Fernando Távora defendia a idéia de que para fazer um bom projecto deve deve-se se conhecer muito bem o sítio onde irá projectar, assim como a história que o envolve. es e caso o mercado e cado Neste está localizado em uma rua com grande declive e, devido a isto, o terreno era bastante acidentado. Távora leva isso em conta e tira proveito desta inclinação para realização de sua obra. 10
“Num quadrado de 50x50 metros implantar um mercado. Um módulo, também quadrado, de 1x1 metros comanda a composição e introduz-lhe a sua geometria. Corpos vários, com sentido protector, distribuem-se formando páteo. Não apenas um lugar de troca de coisas mas de troca de idéias, um convite para que os homens se reúnam. ú Uma linguagem austera, sob a proteção tutelar do Castelo. A propósito deste edifício ifí i Aldo Van Eyck, no Congresso de Otterlo, sugeriu que a noção corrente de espaço e t tempo d deveria i ser substituída pelo conceito mais vital de lugar e ocasião.” 5.9
F Fernando d Távora Tá
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Todo projecto possue um programa base de determinações a serem seguidas, com este mercado não seria diferente. Um mercado municipal abriga diferentes funções em um único local e Távora dividiu todas as funções em três diferentes corpos edificados, sendo dois deles com caves. A distribuição se deu tão bem que as funções do mercado continuam a funcionar –em em sua grande parte parte- da mesma maneira desde a sua fundação em 1959. Foi esta a subdivisão: 1- Veterinário 2- Fiscalização 3- Estabelecimento ç 4- Arrecadação 5- Talho 6- Flores e frutos 7- Hortaliças 8- Animais de pena e pelo 9- Peixe 10- Garagem 11- Câmara Frigorífica 5.10
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Neste projecto destacam-se alguns aspectos que acabam por traduzi-lo de forma muito expressiva, sendo eles: a modulação, a fonte, a utilização de uma plataforma, o telhado marcante, e a utilização do mesmo espaço por diferentes escalas. Para um melhor entender especificarei em seguida cada um destes.
“Da boa ou da má qualidade do espaço depende, em parte, o bem ou o mal-estar dos homens; a desarmonia da organização do espaço gera a infelicidade humana.
Fernando Távorra
É pensando na função de sua obra que Távora toma sua melhor decisão. Sendo o mercado um local de passagem de pessoas, onde seus usuários se dirigem com intuitos certos e já programados para realizarem a sua tarefa de comprar em um curto t espaço de d tempo, t Tá Távora inova e dispõe os edifícios no terreno de forma a criar um pátio interno. Ao centro do pátio criado existe uma fonte que nos remete aos pátios internos das casas tradicionais espanholas e dos feudos. feudos É criada uma “praça” interna ao mercado convidando o usuário do local a deleitar a edificação e seu entorno. Essa realização foi possível devido ao emprego do módulo de 1x1 metro adotado em todo o projeto.
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Fernando Távora insere um espaço público – a praça – dentro de outro – o mercado- e assim transforma sabiamente, transforma, sabiamente seu projecto de um sítio que seria apenas de passagem em um sítio de PASSAGEM E PERMANÊNCIA. 13
“Plataforma: piso elevado ou terraço, aberto ou coberto. Base (com ou sem porções do programa no interior) que destaca parte do conjunto arquitetônico. Elemento arquitetônico tratado desde a Antigüidade Clássica.” Irã Taborda Dudeque¹
Ao projectar o mercado sobre uma plataforma o arquitecto passa a valorizar seu trabalho de forma muito sutil. Isso se dá pois ao elevar o edifício do nível original da rua, transforma-o t f em um corpo imponente i t que chama atenção e impões respeito a todos que o vêem. Esta elevação e destaque cabem a este projeto por se tratar de um espaço público de grande interesse a vida dos público, cidadãos locais , podendo destacar-se dos demais edifícios que o cercam e não possuem tamanho significado.
5.14
Junto a isto, isto com a elevação do edifício por intermédio da plataforma, resolvem-se as três entradas ao local, de forma simples: sendo as duas direcionadas aos usuários destacadas naturalmente pela plataforma tornando necessário o uso de plataforma, escadarias para adentrar ao local. E, a dos funcionários e de carga e descarga de mercadorias “apagada” por estar em um nível mais baixo das demais e recuada junto ao passeio.
No corte ao lado é possível identificar com clareza o desnível existente entre o interior e o exterior do projecto Assim como a plataforma criada seguindo o projecto. nível mais alto do terreno, que serve de apoio a estética do projecto e como área útil projectada. 5.15 14
Cabe ainda ressaltar que a plataforma nesta obra empregada não serviu apenas para o destaque da obra em questão, neste caso o arquitecto utiliza a plataforma para inserir alguns dos ambientes necessários dentro do mercado.
Ao lado o corte apresentado mostra um pormenor da cave. As duas caves deste projecto servem para áreas de apoio fundamentais ao bom uso do local, no caso: arrecadação de mercadorias, frigoríficos e depósitos. 5.15
Aliando o pátio interno presente,, criado,, a fonte nele p a disposição dos corpos edificados no terreno, a utilização da plataforma e as diferentes entradas existentes passa a funcionar o edifício p como um todo.
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O local agora convidativo ao uso mais alongado, que passa a ser um espaço público de passagem e
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permanência simultaneamente
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pode ter destacada ainda mais uma característica: o senso de proteção que passa ao seu usuário. 15
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Um elemento que merece atenção nesta obra é o telhado
“borboleta” borboleta
desenhado por Távora. Elemento de destaque da obra está presente em todos os edifícios e encanta por sua beleza e originalidade.
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5 24 5.24
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Relembrando a época deste projecto, projecto anos 50, 50 não pode-se esquecer que Fernando Távora estava com os pensamentos no Movimento Moderno. Ou seja, os arquitectos e demais artistas da época buscavam a inovação e a ruptura com o passado. Como já citado anteriormente neste trabalho Távora era contra este rompimento com passado. passado Ao contrário disso sempre julgou de extrema importância o conhecimento e domínio plenos sobre a história, sobre o passado. Somente assim os seus projetos se realizaram com sucesso. No caso das coberturas dos edifícios do Mercado Municipal de Santa Maria da Feira F. Távora exaltou esta busca pelo novo. Projectou as coberturas no estilo do denominado “Telhado tipo Borboleta”. O formado destes telhados remetem à um aumento da área aberta devido ao seu ângulo de abertura. Esta cobertura trouxe ao arquitecto grande reconhecimento e foi muito pelo Movimento Moderno Local e Internacional. É tido como marca difundida p registrada deste projecto. 5.26 17
Foram utilizados: pedras graníticas e betão armado na estrutura, remetendo a arquitectura loca. A arquitectura tradicional portuguesa. Além destes foram usadas cerâmicas para revestimento de áreas molhadas.
5.27
O projecto fecha um ciclo harmonioso quando que a escala não é apenas p a Távora mostra q humana e nem somente a do automóvel, mas sim as duas juntas; convivendo em harmonia perfeita. projeto j é, sem dúvidas, um dos belos Este p exemplos da Arquitectura Moderna Portuguesa. Nele Fernando Távora soube resolver as questões relacionadas ao Mercado de forma simples e lógica, o que torna a obra ainda mais admirável.
5.28
5.29
“Está, em grande parte, nas mãos da Arquitectura e do Urbanismo a organização do meio em que o homem vive, dos edifícios em que habita ou trabalha, das cidades, das regiões ou dos países em que se encontra integrado.”
Fernando Távorra
17
5. Mercado Municipal de Santa Maria da Feira, Amanda Marques. 5.1 Fotografia retirada do livro: Trigueiros L., Fernando Távora, Blau, Lisboa 1993. 5.2 Fotografia retirada do livro: Trigueiros L., Fernando Távora, Blau, Lisboa 1993. 5.3 Fotografia retirada do livro: Trigueiros L., Fernando Távora, Blau, Lisboa 1993. 5.4 Desenho da Autora. 5.5 Google Maps, Maio 2010. 5.6 Google Maps, Maio 2010. 5.7 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.8 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5 9 FFotografia 5.9 t fi retirada ti d d do lilivro: TTrigueiros i i LL., Fernando F d Távora, Tá Bl Blau, Li Lisboa b 1993. 1993 5.10 Fotografia retirada do livro: Trigueiros L., Fernando Távora, Blau, Lisboa 1993. 5.11 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.12 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5 13 Imagem arquivo pessoal, 5.13 pessoal Novembro 2009. 2009 5.14 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.15 Fotografia retirada do livro: Trigueiros L., Fernando Távora, Blau, Lisboa 1993. 5.16 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009.
MERCADO MUNICIPAL DE SANTA MARIA DA FEIRA
5.17 5. 7 Imagem age a arquivo qu o pessoa pessoal,, Novembro o e b o 2009. 009. 5.18 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009.
5.19 Fotografia retirada do livro: Trigueiros L., Fernando Távora, Blau, Lisboa 1993. 5.20 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.21 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.22 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.23 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.24 Fotografia retirada do livro: Trigueiros L., Fernando Távora, Blau, Lisboa 1993. 5.25 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.26 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.27 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.28 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009. 5.29 Imagem arquivo pessoal, Novembro 2009.
Amanda
bibliografia.
(1952) Escrito de Fernando Távora para Lusíadas, Revista Ilustrada de Cultura. Volume 1, número 2. Novembro 1952. (1993) Trigueiros L., L Fernando Távora, Távora Blau, Blau Lisboa 1993 1993. (1996) Távora F., Da organização do espaço, FAUP Publicações, Porto 1996. (2005) Esposito A., Leoni G., Fernando Távora, Opera Completa, Electa, Milano 2005. (2006) Jorge F., Coordenação e Fotografia de, Coimbra vista do céu, Argumentum, Lisboa 2006. (2008) Aula Ministrada pelo Professor Doutor Irã Taborda Dudeque, PUC-PR, Curitiba 2008. (2010)Arquivo Histórico Santa Maria da Feira, formato digital. (2010) Consulta ao site: www.faup.up em Abril 2010.
ANTIGA CASA DA CÂMARA (CASA DOS 24). 24)
Eric H
2.01
SĂŠ do Porto - Catedral
2 02 2.02
Introdução Histórica Muralha Românica
2.03
Porto – Fim da Idade Média
Na Imagem da muralha Românica podemos observar o Terreiro da Sé já sem as casa que foram demolidas na década de 40. Já na imagem de porto do fim da idade média podemos notar a diferença, na frete da igreja existia um conjunto de casas. 2.04
Porto – Séc. XVI e XVII
Porto – 1813
Em meados do século XVI, as sessões da câmara, mudaram se para as Rua das Flores, mudaram-se Flores em virtude da precariedade em que se encontrava o edifício. Em 1784, estava num estado de degradação extrema que ameaçava ruir. 2.05
2.06
Porto – 1824
Porto – 1833
2.07
2.08
Porto – 1839
Em 1875, E 1875 já em estado t d de d abandono, b d o edifício difí i seria completamente destruído por um incêndio, restando só algumas paredes. Em 1819, os Paços do Concelho conseguiram mudar para um prédio construído para o efeito, efeito na antiga Praça das Hortas, atual Praça da Liberdade, onde permaneceram até 1916.
Historia . Durante D t o séc. é XIX com a industrialização i d t i li ã e a construção do tabuleiro superior da ponte D. Luiz foi estabelecendo uma nova ligação norte sul, q qual no séc. XX iria romper definitivamente o tecido urbano da sé. Estudos procuravam estabelecer uma ligação entre a Acrópole da Sé e a avenida dos aliados. Na segunda metade do séc. XX seriam desenvolvidas algumas dessas propostas. propostas Os antigos paços do conselho da cidade do porto, até o séc. XVII estavam instalados na casa Rolaçom ou casa dos 24 nome dado pelo fato de se reunirem lá 24 dos mestres de oficio da cidade.
2.09
Abertura da Rua de Mousinho da Silveira, Porto, Portugal
2.10
2.11
Porto – Em vermelho o que foi demolido
2.12
Porto – Ates das Demolições
Porto – Acrópole
2.13
Demolições de 1940
2.14
Depois p de vários séculos em mudanças ç sucessivas de lugar, g , a Câmara Municipal p do Porto iria ser instalada no novo edifício da Avenida dos Aliados, cujas obras se iniciaram em 1920. Em 1940, a Câmara Municipal do Porto encontrava-se instalada provisoriamente desde 1915 no edifício do Paço Episcopal.
Antes das demolições
2 15 2.15
Depois das demolições 2.16
Porto – Área do atual Terreiro as Sé
Porto – Antes das Demolições
2.18
2.17
Porto – Área do SAAL - Serviço de Apoio Ambulatório Local 2.19
Historia Durantes a segunda metade da década de 90, Dr. Fernando Gomes, como presidente da Câmara M i i l do Municipal d Porto, P t encomendou d a Fernando F d Távora, Tá Alcino Soutinho e Álvaro Siza três projetos públicos para a zona histórica do Porto. Fernando Távora teve a tarefa de desenhar um edifício para a Antiga Casa da Rolaçom ou Casa dos 24, 24 um presente sem programa concreto. Fernando Távora enfrentou o desafio e sentiu um grande entusiasmo pelo projeto. Em Setembro de 1996 tinha concluído o anteprojeto, no qual apresentou uma solução que iria desenvolver no projeto de execução. 2 20 2.20
2.21
Localização A posição descentralizada do conjunto da sé proporcionava uma grande proximidade com duas das quatro portas medievais localizadas no norte da muralha primitiva. primitiva A Antiga casa da câmara encontra-se entre as duas portas onde existia um espaça aberto isento de casario e desnivelado que era vencido por duas escadas que ligavam a rua escura com o lado norte da igreja da sé.
2.22
2.24
2.23 2.25
2.26
Localização
2.27
Localização
2.28
Catedral da sé:
Construída no sec. XXII em estilo românico, sofreu varias alterações ao longo dos séculos. O projecto inicial contava com um deambulatório, que foi demolido para construção da atual t l capela l mor. A planta do templo é de três naves com cinco tramos cada uma, estando separados do coro por um transepto simples. Já a fachada possui duas torres, destacando-se entre elas uma
rosácea do séc. XIV.
O portal t l foi f i transformado t f d em 1722 e pela l mesma altura, lt precedeu-se a uma modificação no coroamento das torres. Na torre do lado norte existe um baixo relevo representando uma “coca”. (barco da época) Do lado setentrional (norte) existe uma galilé, em estilo barroco.
O interior: i t i
As naves são inteiramente abobadadas, com berços quebrados. Ao fundo da nave central encontra-se o coro alto, iluminado pela rosácea gótica.
Claustro velho :
Construção medieval situada no ângulo sudeste, que serviu de cemitério.
Claustro Gótico:
Construído entre os séc. XIV XIV-XV XV na parte Sul do templo, é todo abobadado com nervuras em colunas fasciculares. Paredes forradas de azulejos do séc. XVIII com temas inspirados nos cântico dos cânticos. Conta também com uma notável escadaria que o liga com a j dos cônegos) g ) casa do Cabido. ((conjunto
Sacristia:
Construída em um estilo gótico. Onde o pavimento era anteriormente de pedra e cerâmica, mas no séc. XVIII foi substituído por mármore. Possui uma abobada de berço quebrado que assenta em grossos arcos torais e consolas de granito, embutidas nos muros. Interior luxuoso com pinturas na abobada e nas paredes, lavatórios em mármore raro, um grande arcaz barroco e um quadro representando a sagrada família.
2.29
2.30 Ruína medieval da casa da câmara
Primitivamente
o senado municipal funcionava em uma modesta casa de madeira encostada as paredes da sé, em 1350 os homens-bons do conselho, com autorização prévia do conselho da comarca, resolveram erguer um novo
edifício.
No ano de 1443 a câmara fecha contrato com o mestre carpinteiro Gonçalo Domingues, para que este execute a obra de madeiramento da sua nova casa, a casa torre, situada no largo g fronteiro a sé, da q qual só restam atualmente ruínas. No interior pretendia-se que o teto fosse semelhante ao teto da sala do castelo de Lisboa tal como havia sido mandado decorar pelo rei. O andar de baixo destinava-se destinava se a casa da audiência, audiência onde era administrada a justiça Com entrada pela rua de S. Sebastião existia ainda uma loja, arredondada desde 1485 , por se encontrar desocupada, e não ser necessária aos serviços da câmara. A
câmara
conservou-se nesse edifício até meados do século XVI, altura em que as paredes começaram a abris brechas e a ameaçarem ruína. No entanto sé em 1784 foi celebrado um acordo entre a vereação e os padres grilos para que se transferisse o senado portuense para uma parte do seu convento. O andar superior da velha torre começou a ser demolida
entre 1795 e 1796. O que dela fico sofreu um violento madrugada de 25 de abril de 1875.
incêndio
na
Medidas / Ă rea
Cotas / Topografia
2.31
Dimensões 2.33
2.34 2.32
Fernando Távora teve muita liberdade o que lhe permitiu concentrar-se na relação da arquitetura com o lugar l e nos problemas bl e dificuldades difi ld d que o processo de demolição e a construção da ponte causaram. Esta problemática está presente do projeto da Casa dos 24, e constitui uma das questões centrais. Fernando Távora conhece a fundo as circunstâncias que determinam a abertura da Avenida da Ponte e a abertura do Terreiro da Sé.
Dimens천es
2.35
2.37
2.38
2.36
O Projecto Fernando Távora valoriza a integridade da cidade histórica. Pensa a regeneração urbana como sinal de confiança perante os vazios que resultam das dinâmicas de transformação da cidade. O objetivo não era efetuar um restauro da ruína, mas sim evitar o vazio. vazio Fernando Távora parece estar interessado em implementar uma metodologia de preparação dos instrumentos de um processo de restauração urbana, capaz de sensibilizar Álvaro Siza quando este propõe, em 2001, o Projeto de Requalificação da Avenida D. Afonso Henriques. Fernando Távora rejeita a "A simulação do processo criativo original, refundindo o velho e novo numa nova unidade e que não p permite mais distinguir g numa nova forma q fisicamente os dois momentos, do que resulta um falso histórico eticamente inaceitável.", preferindo pelo contrário, um edifício construído inequivocamente no tempo atual, mas que se orienta pela história e evoca o edifício p desaparecido. As informações eram a altura igual a 100 palmos e a sala do senado com teto em ouro. Fernando Távora opta por manter a ruína e sobre esta sobrepõe uma estrutura em betão armado. Os pavimentos em madeira, são apoiados em perfis de aço. Uma viga (horizontal) de betão fortemente armado e reforçado no interior com perfis metálicos recebe todas as cargas do novo edifício; esta viga não descarrega nas paredes existentes, mas transmite i diretamente i o peso da nova estrutura ao solo através de micro-estacas que atravessam as paredes de pedra existentes de grande espessura, mas sem capacidade de carga para o novo edifício.
2.39
2.40
2.41
As paredes em "U" forradas no interior e exterior a placagem de granito serrado e grampeado, idêntico na cor ao da Sé, erguem-se deixando d i d sinais i i inequívocos i í d justaposição da j i ã de d um novo momento sobre b os restos da d alvenaria l i de d pedra. d O Os envidraçados desenhados com folgas para absorverem os ligeiros movimentos que a estrutura produz, não são pequenos vãos recortados na nova superfície opaca, mas assumem-se como grandes elementos preponderantes, transparentes e autônomos. Assim A i o novo emerge das d ruínas, í respeitando it d a altura lt original i i l de d 100 palmos, l com recursos e matérias té i que aceitam it o envelhecimento, acentuando intencionalmente a ligação entre o plano elevado do terreiro da Sé e a rua S. Sebastião em um nível inferior. A escada que liga os dois níveis enquadra a estatua de São Nepomuceno. No interior Fernando Távora preferiu em espaço vertical unitário e liberto pelos planos de vidro, rejeitado os pavimentos em betão que dividem o espaço e marcariam uma descontinuidade entre o novo e o velho.
2.42
Proporções 2.44
2.43
2.45
2 47 2.47
2.46 CaracterĂsticas A casa assobradada continha em seu interior vĂĄrios elementos artĂsticos de grande qualidade, por exemplo, o teto da sala forrado de ouro.
2.48
2.50
2.49
Novo
Materiais O edifício foi construído em granito com aproximadamente 100 palmos de altura ou 22 m a apenas 7 metros da igreja da Sé com que desafiando o poder episcopal na base da muralha primitiva, junto à porta S. Sebastião.
Antigo
2.51
2.52
Material / Pavimentação
2.55
2.53
2 57 2.57
2.54
2.56
Material utilizado Foram Utilizados materiais que aceitam o envelhecimento como pedra, vidro, aço, latão, cobre e madeira). Fernando Távora acentua intencionalmente a ligação entre o plano elevado do Terreiro da Sé e a Rua de S. Sebastião a uma nível inferior. No exterior, encostada ao lado sul do edifício é construída uma escada que liga os dois níveis No interior, i i Fernando Távora á preferiu f i um espaço vertical i libertado i pelos planos de vidro, i rejeitando j i os pavimentos i em betão que seccionariam o espaço. Uso / Função SSua função f ã era de d representação t ã do d senado d (assembléia ( bléi da d Câmara), Câ ) primeira i i sede d do d poder d municipal, i i l lá se realização li ã reuniões, mas como pequeno as grandes assembléias tinham de ser efetuadas em recinto mais amplo. Elementos marcantes Sé do Porto Sé do Porto
Antiga Casa da Câmara
2.59 2.58
Área Publica / Turística - Funcional 2.60
2.61
O Entorno Torre da rua D. Pedro Pitões
Antiga casa da Câmara
Sé do proto Claustros da Sé do porto
Terreira da Sé (Catedral)
Casa museu Guerra Junqueira
IIgreja j e colégio lé i dos Grilos
2.62 Paço Episcopal
Elementos Marcantes
2 64 2.64 2.65 2.66
2.63
2.67
2.71
2.70
2.69
2.68
Paço Episcopal A primeira construção data do séculos XII e XIII. Tornou-se um dos principais palácio da cidades, com um projeto atribuída ao arquiteto Nicolau Nasoni. Com uma fachada trabalhada em cantarias e um interior escadas barrocas e janelas originais do antigo paço medieval.
Igreja dos Grilos( Igreja do Colégio é de São Lourenço ) Construída no séc. XVI no estilo maneirista. Pertencia ao colégio da companhia de Jesus, mas foi vendido aos Agostinhos Descalços ou mais conhecidos como frades grilos. N interior No i t i encontramos t b l retábulos belos táb l e painéis i éi no estilo til neoclássico lá i
Torre da Rua de D. Pedro Pitões Casa-torre medieval descoberta na época das demolições do Terreiro da Sé. F i então Foi tã completamente l t t reconstruída, t íd porem deslocada d l d do d sítio íti original. i i l Na parede norte pode ver-se um balcão em pedra de feição gótica, elemento de construção recente.
Oratório da Capela de São Sebastião Construída pela Ordem dos Agostinhos Descalços, sediados no Convento dos Grilos e as suas armas figuram na fachada. Fazia parte de um conjunto de oratórios incluídos no percurso da procissão do Senhor dos Passos, que a Ordem organizou até 1832.
Muralha Primitiva A primeira muralha medieval ergueu-se no entorno da acrópole da sé, datada dos séculos XI e XII, sobre um antigo alinhamento defensivo. As portas que se abriam eram conhecidas como “portas de Vandona”, Vandona” de S. S Sebastião e de Santana. Desta construção hoje restam apenas trechos escondidos no tecido urbano, entre os casarios.
Alçados
Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana – Q 14008 – Caracterização Parcelar
2.72
2.73
2.74 2.75
Crédito das Ilustrações
2.01 2.02 2.03 2.04 2.05 2.06 2.07 2.08 2.09 2.1O 2.11 2.12 2.13 2.14 2.15 2.16 2.17 2.18 2.19 2.2O 2.21 2.22 2.23 2.24 2.25 2.26 2.27 2.28 2.29 2.3O 2.31 2.32 2.33 2.34 2.35 2.36 2.37 2.38
Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Bairros Da Sé Do Porto, T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Arquivo pessoal , 07 Outubro de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Bing ‐ Mapas ‐ Microsoft 2010 Bing ‐ Mapas ‐ Microsoft 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 CAD, montagem Arq. Pessoal CAD, montagem Arq. Pessoal Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 q p Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 CAD, montagem Arq. Pessoal Restauro e reabilitação na obra de Fernando Távora. O Exemplo da Casa dos 24. ‐ F. P. e Gomes Restauro e reabilitação na obra de Fernando Távora. O Exemplo da Casa dos 24. ‐ F. P. e Gomes Restauro e reabilitação na obra de Fernando Távora. O Exemplo da Casa dos 24. ‐ ç p F. P. e Gomes Restauro e reabilitação na obra de Fernando Távora. O Exemplo da Casa dos 24. ‐ F. P. e Gomes Restauro e reabilitação na obra de Fernando Távora. O Exemplo da Casa dos 24. ‐ F. P. e Gomes Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010
Crédito das Ilustrações
2.39 2.4O 2.41 2.42 2.43 2.44 2.45 2.46 2.47 2.48 2.49 2.5O 2.51 2.52 2.53 2.54 2.55 2.56 2.57 2.58 2.59 2.6O 2.61 2.62 2.63 2.64 2.65 2.66 2.67 2.68 2.69 2.7O 2.71 2.72 2.73 2.74 2.75 2..76
Fernando Távora Opera Completa, Antonio Esposito e Giovanni Leon Fernando Távora Opera Completa, Antonio Esposito e Giovanni Leon Fernando Távora Opera Completa, Antonio Esposito e Giovanni Leon CAD, montagem Arq. Pessoal Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 CAD, montagem Arq. Pessoal Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 CAD, montagem Arq. Pessoal g q Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 http://cct.portodigital.pt p // p g p Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo pessoal , 05 de Maio de 2010 Arquivo de Sandra Cerqueira 2005‐07‐15 Porto Vivo ‐ Sociedade de Reabilitação Urbana ‐ ç quarteirão 14008 ‐ Porto Vivo q Porto Vivo ‐ Sociedade de Reabilitação Urbana ‐ quarteirão 14008 ‐ Porto Vivo Porto Vivo ‐ Sociedade de Reabilitação Urbana ‐ quarteirão 14008 ‐ Porto Vivo Porto Vivo ‐ Sociedade de Reabilitação Urbana ‐ quarteirão 14008 ‐ Porto Vivo Arquivo pessoal , 27 de janeiro de 2010
Bibliografia: BAIRRO DA SÉ DO PORTO – Contributo para a sua caracterização histórica. ó T. P. Carvalho, C. Guimarães e M. J. Barroca Restauro e reabilitação na obra de Fernando Távora. O exemplo da casa dos 24. Francisco Portugal e Gomes A Arquivo i Hi tó i Histórico M i i l do Municipal d Porto. P t Amélia A éli Vieira Vi i de d Oliveira, Oli i Maria Helena Gil Braga A Sé do Porto no Séc. XX. Maria Leonor Botelho Arquivo Porto Patrimônio Mundial (municipal) Fernando Távora Opera Completa, Antonio Esposito e Giovanni Leon. Imagens Google Earth Imagens Bing Maps Arquivo Digital do Porto -
2.76
ANFITEATRO DA FACULDADE DE DIREITO, COIMBRA. manuela
LOCALIZAÇÃO O Anfiteatro da Faculdade de Direito instala-se na Alta de Coimbra, Acrópole da cidadela Portuguesa, lugar emblemático e cheio de historia, marcado pela evolução da cidade e da sua Universidade. Não é muito comum a inserção de uma construção no “núcleo duro” de Coimbra Alta, pois intervir nesta parte da cidade significa intervir num contexto de múltiplas e diferentes referências históricas e formais, formais num lugar com uma identidade própria, onde a historia é presente. A dificuldade, de facto, não está tão presente no projecto, quanto no contexto envolvente. Grande é o peso da historia cristalizada nos edifícios e pode inibir quem tem uma absoluta submissão ao passado, ao seu aparecimento, consequência de transformações continuas: <<O projecto nasce do conhecimento do lugar mas, ao mesmo tempo, a minha arquitectura define o lugar. Assim, a arquitectura é o processo de redefinição do lugar>>. E ainda Távora sabe que a tarefa do arquitecto se diferencia da do histórico: no interpretar um lugar a fim de perceber todas as possíveis transformações. transformações
A descrição do Auditório da Faculdade de Direito de Coimbra só pode começar do lugar em que ele se encontra, do que existia antes da sua construção, pela estrutura e pelo contexto que define o lugar: o Paço das Escolas. Inicialmente assento de uma Medina árabe do sec. VIII, tornou-se a residência real do Rei Afonso Henriques depois da reconquista Cristã. Cristã Em seguida, seguida tornou-se tornou se a sede para a Universidade de Coimbra, Coimbra por mãos de D.João D João no 1537. 1537 A preparação que o Tavora tem do território português, é cultivada e profunda, a um nível raro; ele era certamente consciente de tudo o que um lugar tão cheio de simbólico continha, com a mesma força com que defendia o ensino de história como instrumento que ajuda a construção do presente, por salvaguardar a identidade do lugar. História como método e não como objectivo, porque o objectivo é que a arquitectura obedece a realidade e ao homem, num esforço de síntese e de clarificação, clarificação num "acto acto de criação criação". << È preciso tirar a máscara e seres tu mesmo; eu só faço edifícios de que tenho compreensão. Um edifício deve ser sempre totalmente integrado com o lugar, as pessoas devem senti-lo como seu próprio; uma arquitectura que permanece no local de origem de uma forma natural, não espectacular>>.
No 1962, Távora publica um ensaio desactualizado e, fundamentalmente anti-moderno: “Da organização do espaço”, em que fixa os princípios que estão na base espaço da sua arquitectura, que se encontram em cada uma das suas obras, numa análise atenta, e que, por fim, influenciaram bastante a arquitectura portuguesa contemporânea e posterior. Conceitos como a aceitação do tempo, tempo a experiência como matéria de um projecto, vazio e cheio, forma, mas o mais importante, como o título, a organização do espaço formam a base deste ensaio. No Auditório, Fernando Távora conseguiu a conciliar passado e presente, cidade e sitio, memória, continuidade e evolução. Interrogado sobre o que ele acreditava que fosse fundamental na arquitectura, respondia: U ed edifício c o de deve e se ser co concentrado ce ado num u terreno e e o e <<Um servir as pessoas. Claro que as situações mudam, enfim, não são eternas, mas o edifício, em certo sentido, procura uma certa eternidade. É isso que tenho procurado – dar ao edifício uma certa eternidade. Essa quê? Da forma? Da função? ç Claro. eternidade vem de q Dos materiais? Claro. Do enquadramento? Da oposição com o vizinho? Claro. Mas pode vir pela simpatia com que esse edifício se desfaz e passa a fazer parte daquele ambiente. No fundo, é isso que procuro>>. A partir daí compreende-se a relação "catártica" e purificadora que Távora tem contra o lugar: o arquitecto deve ser capaz de compreender o que é certo, aceitar e perceber o que é bom a mudar. Deve ser capaz de se relacionar, de forma crítica, com o local, e, chamado a intervir, deve saber o que tem de esquecer, para se poder concentrar em pontos-chave e palavras que dão vida a esse sitio.
Trata-se de uma arquitectura definida num tempo e num lugar, preocupada em explorar as suas qualidades, também potenciais, do lugar e do tempo, por projectarse para além das limitações, limitações que impõem as circunstâncias em que o projecto é gerado. Para isso, requer-se o conhecimento do lugar e do tempo, factor por vezes ausente, na realidade frenética dos dias actuais. O morro da Alta de Coimbra foi ocupado, ocupado ao longo do tempo, de modo orgânico: os edifícios foram construídos num terreno inclinado, para não construírem grandes terraços ou plataformas. São edifícios contraforte, que estão enraizados no solo à procura do seu apoio e que dão vida, com os seus contornos, a uma sucessão de ruelas, becos e praças, que lidos em conjunto são cheios alternados com vazios. Foi então, segundo estes princípios que o Auditório foi construído.
<<Só através do tempo o projecto pode tomar a sua própria personalidade. No Porto cozinha-se um prato chamado Tripas: pode-se cozinhar ao meio-dia para consumir à uma, ou fazê-lo às sete horas da manhã para consumir também à uma, e este será certamente mais agradável, mas é melhor preparar no dia antes. Como na arquitectura, a melhoria da qualidade depende apenas do tempo>>.
Observando os numerosos esquiços que o Távora realiza nas suas visitas ao lugar, compreende-se que ele tinha decidido inserir o novo edifício como um contraforte, encaixando-o no chão e fazendo tabula rasa da parede existente. A sua construção aceita as regras do complexo em que se encosta, inserindo-se no intervalo entre a Capela Joanina e a Faculdade de Direito. Direito A vista lateral reforça a ideia de que tal exigência nasce do declive, que conduz à cota do projecto.
<<É claro l que as minhas i h mãos ã são ã estas, t completamente l t t diferentes dif t daqueles do Siza, e os nossos edifícios reflectem as nossas mãos. Eu tenho uma teoria infalível nas mãos dos homens, [...] garanto-vos que não há duas mãos iguais. A nossa arquitectura reflecte as nossas mãos>>.
No 1993, um concurso público que vai ver vencedores por unanimidade Fernando Távora em colaboração com José Bernardo Távora, lança o regulamento para a construção do Anfiteatro. Anfiteatro O programa em si é simples: construir uma Aula Magna com 450 lugares; e prevê dois requisitos: o novo edifício será ligado e tangente à biblioteca Joanina, do século XVIII, como a Faculdade de Direito, e deve também preservar e qualificar a arcada antiga de Marco Pires. Pires Há um lugar, no entanto, extremamente complexo: no terreno encontram-se os restos de um edifício manuelino, cinco arcadas paralelas com a parte frontal dos edifícios históricos, fechadas por dois arcadas perpendiculares. perpendiculares
A sequência de esquiços parece contar com absoluta natureza o making of do projecto. Eles contam a lucidez com que o lugar é observado e compreendido pelo arquitecto Português em cada um dos seus elementos: - Uma ligeira inclinação do terreno, - as ruínas do edifício manuelino, - um complexo monumental resultado de uma intensa revisão histórico – temporal, temporal - a vista sobre o Rio Mondego e a Baixa. Parece quase que o arquitecto Português queria concentrar-se nos pontos-chave do local, "esquecendose" do resto. As suas palavras esclarecem melhor o seu significado: <<Esquecer é tão importante quanto observar, são funções fundamentais e complementares. Esquecer é uma maneira de seleccionar uma forma de memória. aac criar a ép preciso ec so esquece esquecer,, na aa arquitectura qu ec u a co como o na a Para vida>>. Távora afirma que "todos os edifícios devem ser capaz de manter o seu lugar", subordinar-se sem sujeição ao monumento, mas também assumir-se a p de transformar a imagem g da responsabilidade universidade, falar ou calar quando for caso disso, inclui "a arte de sentar-se.” <<Existem diferentes formas de se sentar que caracterizam as diversas civilizações. Os japoneses sentam-se de uma forma, os índios de outra, os animais tem, cada um, a sua própria maneira. É importante compreender a forma como se assenta um edifício no terreno e, portanto, é adequado se colocado estavelmente. No projecto para o Anfiteatro de Coimbra tentei mostrar a delicadeza com que o edifício está enraizado no chão, para projectar-se depois no exterior com planos horizontais e para cima, com pequenos volumes>>.
Mas é no estúdio dos percursos que o projecto vai além do simples gesto do "fazer sentar” um novo actor deste palco: Távora sabe a importância da sua empresa sabe a atenção que ela requer em cada empresa, processo, razão pela qual a ligação com a preexistência faz-se íntima, quase um pedido cortês do novo na abordagem com o antigo. Cortês, no entanto, quanto decidido e determinado na vontade do arquitecto de falar a esse lugar sagrado, sagrado mas sem se submeter a ele, impondo-se pela sua independência como novo actor no palco do tempo. Daí, a escolha de voltar o Anfiteatro não para a vista panorâmica sobre a cidade baixa e o rio, mas para o centro académico, não foi ao acaso, mas sim para enfatizar a exigência de que o alçado principal deve continuar a ser a arcada principal, ou seja, a parte atrás da Aula Magna.
A cavea foi projectada de tal modo, que da cattedra seja impossível apreciar, tanto a paisagem exterior, como também o céu, acentuando assim a intimidade deste espaço. A introspecção da sala no complexo universitário é, então, corrigida pela presença de uma galeria na parte superior do anfiteatro, junta a uma grande janela, por trás dos que estão na cavea. O percurso da galeria começa com dois vestíbulos simétricos, que cortam o edifício segundo o eixo nascente - poente, na qual se articulam duas entradas a partir do exterior, que se inserem nas preexistências históricas, relacionando funcionalmente o novo edifício com a biblioteca Joanina dum lado e a Faculdade de Direito, Capela e Pátio da Universidade do outro.
A nascente, entre as galerias, localiza-se o bar, inteiramente envolto pela arcada antiga. Do átrio, átrio entre o bar e o Anfiteatro, Anfiteatro há uma escada simétrica que liga o Auditório ao Pátio das Escolas, e dá acesso ao piso superior, onde se situa a sala de leitura, a qual se prolonga para o pátio exterior, localizado na cobertura e que se abre sobre um terraço. O Edificio é perfeitamente ortogonal e simetrico no interior e no exterior, anulando a irregularidade dos limites do terreno. Na determinação de como o edifício se implanta no terreno, tiveram um papel decisivo as preexistências, a arcada manuelina, o muro gótico e os vestígios de um caminho e de um muro romano. romano A descida do terreno permite que o volume ganhe altura, encaixando-se no terreno, apesar de se implantar à cota da arcada antiga.
A cena da comparação mais directa entre o novo e o antigo, é, porém, o grande hall inserida entre o anfiteatro e à frente dos edifícios históricos: uma grande parede envidraçada que permite ver as ruínas do edifício manuelino, incorporadas através de uma pavimentação que liga as ruínas ao solo. A ligação entre novo e antigo não é formal ou neutral, conservadora ou destrutiva, destrutiva é simplesmente essencial. essencial A relação com a arcada antiga não é materializada fisicamente: então, o edificio não precisa de estar ligado a preexistência para estar intensamente amarrado a esta. A modelação de todos o espaços, feita a partir do estudo métrico da arcada antiga, define o módulo que está na base de todo o projecto e intensifica a importância do conhecimento da preexistência na definição integral do anfiteatro. A arcada torna-se assim indissociável ass d ssoc á e do ed edifício, c o, e a sua e existência s ê ca é essencial para a composição ter significado. A cota base de implantação do edifício è também a cota correspondente à da arcada (cota 93). Távora define o edifício segundo um modulo de 0.55m x que se repete p seja j nos vãos, q quer p pela dimensão 0.55m q das cadeiras (0,55m), quer também pela dimensão transversal dos degraus (1,10m). A largura de um vão da arcada corresponde a 5,50m, múltiplo do modulo base utilizado, sendo assim também a largura de cada arco 1,10m. O arquitecto trabalha com formas simples e geométricas que remetem quer a quadrados e a rectângulos, quer ao cubo e ao paralelepípedo, como a tradição e também a modernidade.
De facto o edifício desenvolve-se num quadrado de aproximadamente 40x40m. O anfiteatro ocupa a parte poente do edifício com uma área de 606,12m, aproximadamente 2/3 da área total do edifício (946,02m). A sala tem como base o rectângulo de 30,80m 30 80m x 15,40m, 15 40m formado por um duplo quadrado; se se acrescentar a terceira dimensão, verificamos que a altura máxima do edifício é de 7,70m, exactamente metade da largura. As três dimensões da sala estão entre si segundo a proporção de 4a x 2a x a. Subdividindo estas medidas constata-se que são múltiplos do módulo base de 0,55m. O arquitecto português não se limita a conjugar módulos que dão forma ao edifício, pois para ele “é impossível projectar repetindo simplesmente módulos, módulos fazer arquitectura requer tempo tempo”.
O,55m
15 5,40m 30,80m
A precisão do método construtivo monstra a conhecimento profundo do estado das coisas por Távora. Távora A resolução do projecto requer a procura continua, do arquitecto, pela ordem e harmonia na definição da arquitectura, tendo não o domínio, mas sim o controlo e a organização do espaço. Muitos são os recursos ao antigo, antigo tanto na escolha dos materiais, quanto na tripartição da fachada do Auditório; símbolos estes, da importância que a historia tem para Távora. A construção do edifício apoia-se numa estrutura porticada de betão armado, a excepção do átrio, o bar, e a sala de leitura, que se apoiam sobre uma estrutura de ferro. Placas de pedra calcaria, que revestem os exteriores e interiores, dão continuidade entre edifício e percursos e representam um claro tributo do a arquitecto qu ec o po português uguês as o origens ge s de Co Coimbra, b a, antigamente construída sobre uma colina de pedra calcária.
As paredes interiores são revestidas em madeira de Afizelia, marcadas com estreitas ripas horizontais de madeira mais clara; a cobertura, cobertura em cobre ou tijolo, tijolo quando acessível. A criação de um único volume, concentrado entre estes dois edifícios, é uma manifesta intenção de construir em paralelo com o existente, mantendo o carácter individual de cada edifício, edifício mas intensamente e intimamente interligado ao conjunto. Távora desenvolveu o projecto como uma visão clássica de arquitectura, evidenciada pela maneira como ele tem articulado e inserido o novo edifício, chegando a abranger o actual fragmento da arcada manuelina, ou através da adopção de articulação vertical tripartida da fachada, visível também na Biblioteca e nos Gerais. É evidente o recurso aos Romanos, que conquistaram a cidade e fizeram sua própria p óp a essa á área, ea, ass assim co como o o recurso ecu so à imagem age dos templos da Acrópole: base, corpo e cobertura, são bem legíveis no Auditório do Távora, como se ele quisesse criar ali o novo símbolo da Acrópole de Coimbra. parte da Távora teve em conta a visibilidade desta p colina desde a baixa da cidade, e da importância do antigo Paço das Escolas como caracterizador da fachada urbana da Acrópole.
Apesar de tudo, o seu edifício, mesmo incluindo a sala de leitura, era o mais baixo entre as propostas, a ligação com a faculdade está no rés-do-chão rés do chão e o anfiteatro desenvolve-se a uma cota inferior. Isto permite ao “templo” adquirir uma escala mais humanizada, marcada nas zonas de entrada e nas aberturas. A parede do interior, interior tratada como se fosse um exterior faz lembrar cenografias dos teatros romanos. Assim, cria um grande terraço, tal como uma praça, voltada para a cidade, representando simbolicamente o fórum implantado pelos romanos, em Coimbra. Alexandre Alves Costa, membro do júri do concurso afirmou que: <<Este edifício podia ser construído em qualquer lugar, mas seria insubstituível neste lugar>>, isto significa que, é o modo como o edifício se encaixa na preexistência, em termos de forma e composição, que completa co p e a o co conjunto. ju o. O resultado é uma obra moderna e aparentemente simples, mas carregada de referências, com carácter e identidade, capaz de acrescentar qualidade ao lugar: no Anfiteatro, Fernando Távora, implanta o novo perspectiva p de continuidade com o edifício numa p existente. A construção do Anfiteatro redefiniu este espaço, que ficou equilibrado em relação ás massas construídas. A actual permeabilidade visual entre a cota baixa e a Faculdade de Direito deve-se ao redesenhar da inclinação do terreno e da posição central do Anfiteatro. Os edifícios da Faculdade de Direito aparecem em segundo plano. É de notar que, alem disso, como o espaço exterior não define uma praça nem constitui uma paisagem, é um elemento arquitectónico de valor histórico a preservar a arcada manuelina.
A responsabilidade de partilhar as suas escolhas com a comunidade é enaltecedora por Távora. Se olharmos a sua a e a de se relacionar e ac o a co com do doiss p projectos, ojec os, p precisamente, ec sa e e, o maneira Anfiteatro de Coimbra e a Casa dos Vinte e Quatro, no Porto, notamos semelhanças e diferenças na resposta do arquitecto as duas intervenções. Ambos os edifícios estão localizados em lugares altamente papel p institucional de identificável e estão destinados a realizar um p auto reconhecimento pela comunidade, da cidade no primeiro caso, académicas no segundo. Para ambos a natureza extraordinária do local torna particularmente complexa a “razão das coisas” e de ambos os lugares Távora tem um conhecimento arqueológico antigo. Um e outro projecto começam, não da uma invenção da forma que melhor pode representar a comunidade, de referência ou das intenções individuais do projectista, mas de uma pergunta a si mesmo sobre a melhor maneira de um novo edifício se localizar nas características do lugar, acrescentando, sem estragar, para responder ao programa. Dito isto, analisadas essas semelhanças, é claro que os dois projectos são diferentes, pois há diferentes circunstâncias.
O Anfiteatro, no fundo, é basicamente um espaço com características incomuns: é publico, mas interior, porque o acesso é possível do Pátio das Escolas, Escolas que é, é por sua vez, um pátio interior. Assim, parece quase um tesouro escondido a ser encontrado, mas ainda é um espaço público, que não surge marcante pela sua grandeza, mas pela surpresa que nasce da procura do Auditório e culmina na descoberta de uma jóia "escondida" da paisagem Portuguesa, que parece escapar aos olhos dos "observadores casuais" daqueles que olham apenas porque um edifício se destaca, porque se encontra ao longo da estrada que estão a percorrer. percorrer No entanto, ele está ali, diante dos olhos de todos, ao olhar-se para Coimbra do Rio Mondego admira-se a Alta em todas a sua totalidade. Notamos que, como quase todos os seus projectos, c u do aque aqueles es e em que a p preexistência ee s ê c a não ão assu assume e incluindo grande importância histórica ou está ausente, são actos de “modificação” da realidade, nunca de “imposição”; partem da qualidade do que lá estava anteriormente, para reconstruí-lo, corrigi-lo, nunca contradizê-lo. p de p produzir uma arquitectura q Távora é capaz enraizada no presente e projectada no futuro, capaz de manter a história como a efígie do tempo presente, com uma visão progressista e fluida das história das artes e da arquitectura quanto aos respectivos instrumentos expressivos, as técnicas, as referências culturais. O Anfiteatro da Faculdade de Direito de Coimbra é, portanto, um edifício mais moderno que contemporâneo, porque contém em si, todas as experiências de uma arquitectura e dum lugar: Coimbra e a sua Universidade.
<< Passaram os anos, anos eu percebi que um edifício não é apenas uma planta bonita e uma bela fotografia num dia ensolarado, do melhor ângulo. Verifiquei, enfim, que todos os arquitectos eram homens, com sua qualidade, maior ou menor, com as suas falhas, maiores ou menores. Tornei-me convencido de que a arquitectura é essencialmente um evento, evento entre muitos, muitos na vida dos homens, homens também, contudo, sujeita às contingências da vida. A virgem intocável, assim, tornou-se uma manifestação de vida. Encontrei a arquitectura como algo que eu, ou outros, podemos realizar; melhor ou pior, terrivelmente ligada a circunstância tanto quanto uma árvore está enraizado à terra>>. terra>>
Anfiteatro da Faculdade de Direito de Coimbra, Fernando Tavora L’Anfiteatro della Faculdade di Direito si inserisce nell’Alta di Coimbra, acropoli della cittadella portoghese luogo emblematico e carico di storia, portoghese, storia marcato dall dall’evoluzione evoluzione della Città e della sua Università. Non accade tutti i giorni di inserire una costruzione nel “nucleo duro” di Coimbra Alta, intervenire in questa parte della città significa intervenire in un contesto di multiple e differenti referenze storiche e formali, in un luogo con un’identità propria, dove la storia è una realtà presente, marcata nei suoi edifici. edifici La difficoltà, infatti, non sta tanto nel progetto, quanto nel trovare il giusto modo per rapportarsi con il contesto circostante. Grande è il peso della storia cristallizzata negli edifici e può inibire chi possiede un’assoluta sottomissione al passato, al suo formarsi in seguito a continue trasformazioni: <<Il progetto nasce dal conoscimento del luogo, ma, al tempo stesso, la mia architettura definisce il luogo. Così un’architettura è un processo di ridefinizione di un luogo>>. Eppure Tavora sa che il compito dell’architetto proprio in questo si differenzia da quello di uno sstorico: o co: nell’interpretare e epe aeu un luogo uogo e cap capirne e le e poss possibili b trasformazioni. as o a o . La descrizione dell’Auditorium della Facoltà di Diritto di Coimbra non può che iniziare, quindi, dal luogo in cui esso si trova, da ciò che già esisteva anteriormente alla sua costruzione, dal contorno e dal contesto che definiva quel sito: o Paço das Escolas. g di Re Afonso Henriques q Inizialmente sede di una medina araba del sec.VIII, divenne la residenza regia in seguito alla riconquista cristiana, per poi trasformarsi in sede dell’Università di Coimbra per mano di D.João nel 1537. La preparazione che ha Tavora del territorio portoghese, è colta e profonda a un livello raro; era sicuramente a conoscenza, quindi, di tutto ciò che pregnava un luogo così emblematico, per la stessa forza con cui difendeva l’apprendimento della storia come strumento che aiuta la costruzione del presente, salvaguardando l’identità del luogo. Storia come metodo e non come obiettivo, in quanto l’obiettivo è che l’architettura si adegui alla realtà del luogo e all’uomo, in uno sforzo di sintesi e chiarificazione, in un “atto di creazione”. <<Bisogna togliersi la maschera ed essere se stessi; io so fare solo edifici di cui ho “comprensione”>> – diceva – <<Un edificio deve sempre essere perfettamente integrato con il luogo, la gente lo deve sentire proprio; un’architettura che permane nel luogo di origine in modo naturale, non spettacolare>>.
Nel 1962, Tavora pubblica un saggio radicalmente inattuale e antimoderno: “Da organização do espaço”, in cui fissa i principi che sono alla base della sua architettura, che si riscontrano in ciascuna delle sue opere ad un’attenta analisi, e che, infine, hanno influenzato enormemente l’architettura Portoghese contemporanea e successiva. successiva Concetti quali l’accettazione del tempo, l’esperienza come materia del progetto, vuoto e pieno, forma, ma soprattutto, come dice il titolo appunto, l’organizzazione dello spazio, sono alla base di questo saggio. Nell’Auditorium, Fernando Tavora è riuscito a conciliare passato e presente, città e sito, memoria, continuità e evoluzione. evoluzione Interrogato su ciò che riteneva fondamentale nell’architettura, egli risponde: <<Un edificio deve essere inquadrato in un terreno e servire alle persone. È ovvio che gli scenari cambiano, non sono eterni, ma l’edificio, in un certo modo, ricerca una certa identità. È questo ciò che cerco, dare all’edificio una certa identità. LL’eternità eternità viene da cosa? Dalla forma? Dalla funzione? Dai materiali? Dall Dall’inquadramento? inquadramento? Chiaro! Da tutto questo, ma ci sono una serie di cose che diluiscono l’edificio, in modo da disfarsi per cominciare a far parte di quell’ambiente. È questo ciò che cerco>>. Da ciò si intuisce il rapporto “catartico” e purificatore che ha Tavora nei confronti del luogo: l’architetto deve saper capire cosa è giusto, accettare e capire cosa è bene modificare, deve sapersi sape s po porre e in relazione ea o e c critica ca a al luogo, uogo, e, c chiamato a a o ad intervenire, e e e, de deve e sape sapere e cosa b bisogna sog a dimenticare, per potersi concentrare sui punti fondamentali che danno parola e vita a quel sito. Si tratta di un’architettura definita in un tempo e in un luogo, impegnata a sfruttare le qualità, anche potenziali, del luogo p g e del tempo, p p per p proiettarsi, nei casi migliori, g al di là dei limiti immanenti che impone la circostanza stessa entro cui il progetto si genera. Per far ciò occorre la conoscenza del luogo, e, di conseguenza, il tempo, fattore spesso mancante nella realtà frenetica dei giorni d’oggi. La collina dell’Alta di Coimbra venne occupata, col tempo, in maniera organica: gli edifici vennero costruiti sul terreno inclinato evitando di costruire grandi terrazzamenti o piattaforme; sono edifici contrafforte, che si radicano nel terreno cercando sostegno da esso, e dando vita, con i loro contorni, ad un susseguirsi di viuzze, stretti vicoli e piazze che, letti nell’insieme sono un’alternanza di pieni e vuoti. È proprio questo il modo in cui l’Auditorium è stato costruito. <<Solo grazie al tempo il progetto può assumere una sua personalità. A Porto si cucina un piatto chiamato tripas: lo si può cucinare a mezzogiorno per consumarlo all’una, oppure alle sette di mattina per consumarlo sempre all’una, e nel secondo caso sarà certamente più saporito; ma la cosa migliore è prepararlo il giorno prima. Come accade in architettura, il miglioramento della qualità dipende solo dal tempo>>.
Osservando gli innumerevoli schizzi che Tavora esegue nelle sue visite al luogo, si comprende come egli abbia deciso di inserire anche il nuovo edificio come un contrafforte, appoggiandolo direttamente al terreno e facendo tabula rasa del muro esistente. La sua costruzione accetta la regola del complesso cui si accosta, accosta inserendosi in corrispondenza dell’intervallo tra la cappella Joanina e la Facoltà di Legge. Una vista laterale rafforza l’idea che si tratti di un’esigenza data dal declivio che porta alla quota del progetto. <<Certo le mie mani sono queste, completamente differenti da quelle di Siza, e i nostri edifici rispecchiano le nostre mani. mani Io ho una teoria infallibile sulle mani degli uomini, uomini […]vi [ ]vi assicuro che non esistono due mani identiche. Le nostre architetture rispecchiano le nostre mani>>. In data 1993, un concorso pubblico che vedrà vincitori all’unanimità Fernando Tavora in collaborazione con Josè Bernando Tavora, lancia il bando per la costruzione dell’Anfiteatro. Il programma è in sé semplice: la costruzione di un’aula Magna con 450 posti, e prevede due esigenze: la nuova costruzione dovrà essere tangente e collegarsi alla settecentesca biblioteca Joanina quanto alla Facoltà di legge ad essa collegata e dovrà inoltre preservare e qualificare l’arcata antica. C’è un luogo, invece, estremamente complesso: sul terreno si trovano i resti di un edificio manuelino, cinque arcate con andamento parallelo al fronte degli edifici storici, chiuse da due arcate o ogo a . ortogonali. La sequenza di schizzi sembra raccontare con assoluta naturalezza il farsi del progetto. Essi raccontano la lucidità con cui il sito viene osservato e compreso dall’architetto portoghese in ogni suo elemento: Un leggero declivio del terreno, i resti dell’edificio manuelino, un complesso monumentale frutto di un’intensa rivisitazione storico-temporale, la vista sul Rio Mondego e sulla Baixa. Sembra quasi che l’architetto portoghese abbia voluto focalizzare l’attenzione sui punti chiave del sito, “dimenticandosi” del resto, e sono le sue stesse parole che ce ne chiariscono ancor meglio il senso: <<Dimenticare è tanto importante quanto ricordare, sono funzioni fondamentali e complementari. Dimenticare è un modo per selezionare dunque una forma del ricordo. Per progettare è necessario dimenticare, così nell’architettura come nella vita>>. Tavora sostiene che “ogni edificio deve saper stare al suo posto”, subordinarsi senza soggezione al complesso monumentale ma anche assumersi la responsabilità di trasformare l’immagine della cittadella universitaria, parlare o tacere al momento opportuno, comprendere “l’arte del sedersi”. <<Esistono maniere diverse di sedersi che connotano le diverse civiltà. I giapponesi siedono in un modo, gli indiani in un altro, gli animali i li hanno h ognuno la l propria i maniera. i È importante capire come un edificio siede al suolo e, in tal modo, se ne appropria, vi si colloca stabilmente. Nel progetto per l’Anfiteatro di Coimbra ho cercato di mostrare la delicatezza con cui l’edificio si radica al suolo, per proiettarsi poi verso l’esterno con piani orizzontali e verso l’alto con piccoli volumi>>.
Ma è nello studio dei percorsi che il progetto va oltre il semplice gesto del “far accomodare” un nuovo attore di questo palcoscenico: Tavora sa il carico della sua impresa, sa l’attenzione che essa richiede in ogni suo processo, processo è per questo che il legame con la preesistenza si fa intimo, intimo quasi una cortese richiesta del nuovo nell’accostarsi con l’antico. Cortese però, quanto decisa e determinata nella volontà dell’architetto di dialogare con quel luogo sacro, ma senza assoggettarsi ad esso, imponendosi per la sua indipendenza in qualità di nuovo attore nel palco del tempo.
Da qui la scelta, non certo casuale, di rivolgere l’Anfiteatro non verso l’affaccio panoramico sulla città bassa e sul fiume, ma verso il nucleo universitario, quasi a sottolineare ll’esigenza esigenza che il prospetto principale debba essere comunque l’arcata, di fatto il retro dell’Aula Magna. La cavea è studiata in modo tale, che dalla cattedra sia impossibile godere non solo del paesaggio esterno, ma anche del cielo, fatto che accentua il carattere intimista di questo spazio. L’introiezione dell’aula nel complesso universitario è poi corretta dalla presenza di una galleria sulla sommità so à de dell’anfiteatro a ea o e a affiancata a ca a da u una a lunga u ga finestra, es a, a alle e spa spalle ed di c chi ssiede ede nell’aula. e au a. Il percorso della galleria parte con due vestiboli simmetrici che tagliano l’edificio secondo l’asse estovest, in corrispondenza dei quali si innestano due accessi alla cavea dell’Anfiteatro, che si inseriscono nelle preesistenze storiche collegando funzionalmente la nuova aula con la biblioteca da un lato e con la Facoltà, la Cappella e il Patio dell’Università dall’altro.
Ad est delle gallerie si trova il bar, completamente avvolto dall’arcata antica. Dall’atrio, tra il bar e l’anfiteatro, si localizza una scala simmetrica che lega l’Auditorium al Patio das Escolas, e porta al piano superiore, dove si situa la sala di lettura che si apre su un terrazzo. L’edificio è perfettamente ortogonale e simmetrico nell’interiore quanto nell’esteriore, annullando l’irregolarità date dai limiti imposti dal terreno. Nella determinazione di come l’edificio si dovesse impiantare, ebbero un ruolo fondamentale la preesistenza, l’arcata manuelina, il muro gotico e i resti di un cammino e di un muro romano. Il declivio naturale del terreno permette al volume di acquisire altezza, incassandosi nel terreno.
La scena del più diretto confronto tra nuovo e antico è però la vasta hall inserita tra l’anfiteatro e il fronte degli edifici storici: una grande parete vetrata che lascia vedere i resti dell’edificio manuelino, incorporati ad essa tramite una pavimentazione ad elementi basamentali che inglobano l’attacco a terra dei ruderi. ruderi Il legame tra nuovo e antico non è formale, né neutrale, conservativo o distruttivo; è piuttosto, semplicemente sostanziale. La relazione con l’arcata non è materializzata fiscamente: ciò consente all’edificio di non avere bisogno di un legame diretto alla preesistenza per essere profondamente integrato in essa. La modellazione di tutto lo spazio, spazio fatta a partire dallo studio metrico dell dell’arcata arcata antica, antica definisce il modulo che sta alla base dell’intero progetto dell’Auditorium e intensifica l’importanza della preesistenza nella definizione integrale dell’anfiteatro. È così che l’arcata diventa una componente fondamentale e indissociabile dall’edificio, e la sua esistenza si fa essenziale per dare un senso alla composizione. Persino la quota base dell’impiantazione dell’edificio corrisponde a quella dell’arcata (quota 93). 93) Tavora definisce l’edificio secondo un modulo di 0.55 x 0.55, che si ripete nelle porte, nella dimensione delle sedie (0,55m) e persino nella dimensione trasversale dei gradini (1,10m). La grandezza di un vano dell’arcata è di metri 5,50, multiplo del modulo di base utilizzato, come anche la larghezza di ogni arco, di metri 1,10. a c e o lavora a o a co con forme o e se semplici p c e geo geometriche e c ec che e ssi rifanno a oa al quad quadrato aoea al rettangolo, e a go o, a al L’architetto cubo e al parallelepipedo, come nella tradizione ma anche nella modernità. Di fatto l’edificio si sviluppa in un quadrato di circa 40 x 40m. L’anfiteatro occupa la parte ovest dell’edificio con un’area di 606,12m, approssimativamente i 2/3 dell’area totale dell’edificio (946,02m). g di 30,80m x 15,40m, formato da un doppio pp q quadrato: se La sala ha come base un rettangolo aggiungessimo adesso la terza dimensione, verificheremmo che l’altezza massima dell’edificio è di 7,70m, esattamente metà della larghezza. Le tre dimensioni della sala stanno nello spazio secondo un rapporto di 4a x 2a x a. Suddividendo queste misure si constata che sono multipli del modulo di base di 0,55m. L’architetto portoghese, quindi, non si limita soltanto a coniugare moduli che danno forma all’edificio, dal momento che, per lui, “è impossibile progettare solo tramite associazioni di moduli, l’architettura richiede tempo”. La precisione del metodo costruttivo mostra la conoscenza profonda dello stato delle cose da parte di Tavora. La risposta al progetto richiede la ricerca continua, da parte dell’architetto, dell’ordine e dell’armonia nella definizione dell’architettura, mirando non al dominio ma al controllo e all’organizzazione dello spazio. Molti sono i richiami all’antico, tanto nella scelta dei materiali quanto nella tripartizione classicista della facciata dell’Auditorium; simboli i b li questi, ti dell’importanza d ll’i t che h la l storia t i riveste i t per Tavora. T La costruzione dell’edificio è prevista in cemento armato, ad eccezione di una struttura in ferro per l’atrio, il bar e la sala di lettura. Placche di pietra calcarea, che rivestono l’esterno come l’interno, danno continuità ai due ambienti e rappresentano un chiaro omaggio dell’architetto portoghese alle origini di Coimbra, anticamente sorta su una collina calcarea appunto.
Le pareti interiori sono rivestite di legno di Afizelia, marcate con strette assicelle orizzontali di legno più chiaro; il rivestimento della copertura, in rame, o mattoni, se accessibile. La creazione di un unico volume, concentrato tra questi due edifici, è una manifestazione della volontà di costruire in parallelo con ll’esistente esistente, mantenendo il carattere individuale di ciascun edificio, edificio ma collegandoli intimamente e intensamente al contesto. Tavora ha elaborato il progetto secondo una visione architettonica classica, come evidenzia il modo in cui ha inserito e articolato il nuovo edificio, giungendo ad inglobarvi il frammento esistente di un’arcata manuelina, oppure adottando un’articolazione verticale tripartita della facciata, visibile anche nella biblioteca e negli Studi Generali. Generali È chiaro il richiamo ai Romani, Romani che conquistarono la città e fecero propria quella zona, nonché il ricorso all’immagine dei templi di un’acropoli: basamento, corpo, e coronamento, chiaramente leggibili nell’Auditorium di Tavora, quasi egli volesse fare di quest’ultimo il nuovo simbolo dell’acropoli coimbrese. Tavora tenne in conto la visibilità di questa parte della collina dalla baixa della città, e dell’importanza dell importanza dell dell’antico antico Paço das Escolas come fattore caratterizzante della facciata urbana dell’acropoli.
Nonostante tutto, il suo edificio, anche includendo la sala di lettura, era il più basso tra quelli che furono proposti al bando, ciò consente al “tempio” di acquisire una scala più umanizzata, marcata nella zona delle entrate e nelle aperture. La parete interna, trattata come se fosse un esterno, ci ricorda la scenografia dei teatri romani, grande terrazzo, q quasi come una p piazza, rivolta verso la città, rappresenta pp mentre la creazione di un g simbolicamente come i Romani impiantarono il forum a Coimbra. Alexandre Alves Costa, membro del giurì del concorso affermò che: <<Questo edificio potrebbe essere costruito ovunque, ma è in questo luogo che è insostituibile>>, ciò significa che è il modo in cui l’edificio si incastra nella preesistenza, in termini di forma e composizione che completa il contesto. Il risultato è un’opera moderna e apparentemente semplice, ma caricata di referenze, apparenti o nascoste, con carattere e identità, capace di aumentare qualità al luogo. La costruzione dell’anfiteatro ha ridefinito questo spazio, che appare adesso equilibrato in relazione alle masse costruite. L’attuale permeabilità visuale tra la quota della baixa e la facoltà di Diritto è dovuta alla ridisegnazione dell’inclinazione del terreno nonché alla posizione centrale dell’anfiteatro: l’edificio della facoltà di Diritto appare in secondo piano. È singolare notare, inoltre, come lo spazio esterno, non definisce una piazza, né costituisce un paesaggio, ma è un elemento architettonico di valore storico che preserva l’arcata manuelina.
L’Anfiteatro, in fondo, è uno spazio dalle caratteristiche singolari: è pubblico ma interiore, perché vi si accede dal Patio das Escolas, che è, a sua volta, un cortile interno. Sembrerebbe quindi quasi un luogo nascosto, nascosto un tesoro da ricercare; eppure è uno spazio pubblico, pubblico che si afferma non per la sua imponenza eclatante, ma per lo stupore che nasce dalla ricerca dell’Auditorium e che culmina nella scoperta di un “gioiello nascosto” del panorama portoghese, che pare sfuggire agli occhi degli “osservatori casuali”, di coloro i quali, cioè, che osservano giusto perché un edificio salta loro agli occhi solo perché si trova lungo la strada che stanno percorrendo. Eppure lui è lì, lì davanti gli occhi di tutti, tutti se si guarda Coimbra dal rio Mondego e si ammira la Alta in tutta la sua totalità. Fernando Tavora fa di ogni suo edificio un corpo vivo, un organismo con corpo e linguaggio proprio, che gli conferisce uniformità. La responsabilità di condividere le sue scelte con una comunità circostante è per Tavora schiacciante Se osserviamo il suo modo di relazionarsi in due progetti quali appunto ll’Anfiteatro schiacciante. Anfiteatro di Coimbra e la Casa dei Ventiquattro, a Porto, potremmo notare somiglianze e differenze nella risposta dell’architetto ai due interventi. Entrambi gli edifici sorgono in luoghi fortemente identificativi e sono destinati a svolgere una funzione istituzionale di auto riconoscimento da parte della comunità, cittadina nel primo caso, accademica nel secondo. Per entrambi la straordinarietà del sito rende la “ragione ragione delle cose cose” particolarmente complessa e di entrambi i luoghi Tavora ha antica e archeologica conoscenza. L’uno e l’altro progetto prendono avvio, non da un’invenzione della forma che meglio può rappresentare la comunità di riferimento o le intenzioni individuali del progettista, ma da un interrogarsi sul miglior modo in cui un nuovo edificio può venir collocato nello stato delle cose, aggiungendo senza cancellare per rispondere al programma. Detto ciò, analizzate queste affinità, è chiaro che i due progetti siano differenti come diverse sono le circostanze. questo,, come q quasi tutti i suoi p progetti, g , anche q quelli in cui le p preesistenze storiche non assumono carattere Si nota da q preminente oppure sono del tutto assenti, sono atti “modificativi” della realtà, mai “impositivi”; partono dalle qualità di ciò che c’era prima di loro per ricostruirlo, correggerlo, mai contraddirlo. Tavora è capace di produrre un’architettura ancorata nel presente e proiettata verso il futuro, in grado di permanere nella storia come effige del tempo presente, utilizzando una visione progressiva e fluida della storia delle arti e dell’architettura per g i propri strumenti espressivi, le tecniche, i riferimenti culturali. quel che riguarda L’Anfiteatro della Facoltà di Diritto di Coimbra è quindi un edificio più Moderno che contemporaneo, perché contiene in sé tutte le esperienze di un’architettura e di un luogo: Coimbra e la sua Università. <<Passarono gli anni, compresi che un edificio non è solo una bella pianta o una bella fotografia scattata in un giorno di sole dalla migliore angolatura. Verificai che, infine, tutti gli architetti erano uomini, con le loro qualità, maggiori o minori, con i loro difetti, maggiori o minori. Mi convinsi che l’architettura è soprattutto un accadimento tra i tanti nella vita degli uomini, anch’essa, come ogni cosa, soggetta alle contingenze proprie della vita. La vergine intoccabile si trasformò così in una manifestazione di vita. Incontrai l’architettura come una cosa che io, o altri, possiamo realizzare; migliore o peggiore, terribilmente contingente, legata alla circostanza tanto quanto un albero si ancora alla terra con le sue radici>>.
Cidade de Coimbra: Geografia.
Situada no centro do território português, entre os rios do Douro e do Tejo, Coimbra tem uma posição única, que desfruta ao melhor as vantagens do sítio. A cidade, que se desenvolve sobre um morro calcário, é banhada pelo rio Mondego e tem a configuração de um ovo, deformado por um lado, que Fernando Martins chamou a cutilada. O seu eixo maior orienta-se de nascente para poente, e é no Pátio das Artes, no lado oriental, que se encontra à cota mais alta (108 m), em relação aos 19 m da cota da Baixa, que desenvolve-se praticamente em plano. A Alta está estrategicamente posicionada num ponto de estreitamento do rio, onde se encontrava uma travessia mais fácil. Foi nessa elevação que a cidade teve origem, principalmente por causa do seu potencial defensivo. No centro da Alta, localiza-se a Sé Nova. A nascente, a colina tem um declive menos pronunciado, que permite uma chegada mais fácil à Alta e que, em termos de defesa, permitia uma rápida fuga caso a cidade fosse invadida. A norte, o morro desce com declive acentuado até a rua Sá da Bandeira e a sul è desenhado pelo rio Mondego, descendo abruptamente até às suas margens. È neste ponto que se encontram os edifícios universitários, de carácter monumental. A sudoeste está localizado o antigo Paço das Escolas (hoje Faculdade de Direito e Reitoria), lugar que foi provavelmente escolhido como ponto defensivo, tendo em conta a sua boa exposição solar, o domínio sobre a cidade e o Rio do Mondego. Abaixo deste, no morro da Almedina, as construções adaptam-se à topografia difícil, as ruas são inclinadas e estreitas e a circulação viária é difícil, se não, as vezes, impraticável.
PRAÇA OITO DE MAIO, COIMBRA.
marco
LOCALIZAÇÃO A Praça 8 de Maio situa-se na zona Baixa do centro histórico da cidade de Coimbra. Insere-se num tecido urbano tipicamente medieval, caracterizado prevalentemente por uma malha irregular de pequenas ruas antigas. A praça tem uma posição central no sistema de espaços públicos que a envolve. Como em todas as praças maiores medievais, na praça há importantes símbolos e monumentos da cidade (o Mosteiro de Santa Cruz do XII século, a Câmara Municipal de Coimbra, a antiga igreja de São João das Donas – hoje Café Santa Cruz) e a hierarquia das ruas percebe-se neste sentido. Os pontos de acesso principais a Norte e a Sul são a Rua da Sofia e a Rua Visconde da Luz. Os pontos de acesso secundários são as ruas medievais Direita, da Moeda, da Louça e do Corvo, de cerca de 3 m de largura cada, que afluem de poente neste amplo espaço público pedonal. A mais recente intervenção de requalificação foi realizada para um projecto do arquitecto Fernando Távora, na altura 1992-97.
Rua Visconde da Luz
a Ru
da
f ia o S
4.1
O tecido urbano da Baixa de Coimbra, especificadamente nas proximidades da Praça 8 de Maio, monstra claros sinais das diferentes épocas da historia da cidade. A actual Rua de Visconde da Luz (localmente chamada a calçada, nome da toponímia portuguesa para designar antigas vias) que corresponde ao antigo eixo romano, que desenvolvia-se desde a rua Direita até o Rio Mondego, mantém-se, ainda hoje, numa orientação quase rectilínea, apenas com aquelas irregularidades ou desvios que são normais quando um eixo viário romano sobrevive, através da Idade Média, até o nosso tempo. Este eixo poderá ter perdido importância quando, na Idade Média, a área entre o Mosteiro de Santa Cruz e o rio Mondego foi urbanizada. Esta urbanização, por muitos, deve ter sido iniciativa do Mosteiro de Santa Cruz, pela maneira em que se desenvolveu em relação a esse: a rectilinearidade das ruas Direita, da Moeda, da Louça e do Corvo e o traçado paralelo das três últimas sugerem uma urbanização planeada, enquanto os percursos muito irregulares da área a sul da Rua do Corvo testemunham um desenvolvimento urbano mais espontâneo e menos dirigido. Um outro importante facto urbano, pelas suas dimensões e pelo seu programa, é a Rua da Sofia, eixo de 440 m, criado com o sentido de ordenar o desenvolvimento moderno da cidade, no ano em que a Universidade foi transferida de Lisboa para Coimbra (1537). È aqui, nas imediatas proximidades da Praça 8 de Maio, que desenvolveram-se o urbanismo e a arquitectura renascentista dos colégios universitários.
4.2
4.3
MOSTEIRO DE SANTA CRUZ
Fundado em 1131, no exterior das muralhas de Coimbra, foi a mais importante casa monástica nos primeiros séculos da monarquia portuguesa. Somou benefícios papais e doações régias, o que permitiu a acumulação dum grande património e, ao mesmo tempo, uma posição de grande importância ao nível institucional e cultural. Pouco resta do primitivo mosteiro românico, com torre-nartex defensiva sobre o espaço de entrada, porque a Igreja de Santa Cruz foi objecto de numerosas reformulações, a mais importante das quais, querida por D. Manuel na primeira metade do século XVI, conferiu ao edifício o seu aspecto actual. Os melhores artistas do reino participaram às obras. A esta altura corresponde o Claustro do Silêncio, totalmente reconstruído em estilo manuelino, abobadado e com galeria superior, o emblemático portal de kjDiogo de Castilho, os torreões com contrafortes em quilha da cenográfica fachada. A única nave da igreja tem uma abóbada de estrutura claramente gótica, de nervuras direitas, com uma série de capelas laterais. Aqui já se pode ver uma certa influência da nova corrente do Renascentismo.
4.4
CAFÉ SANTA CRUZ
4.5
Instalado na antiga igreja São João das Donas, o café Santa Cruz é um dos espaços mais característicos da cidade de Coimbra e remonta à primeira metade do século XVI. Este templo renascentista deve a sua fundação a Frei Brás de Braga (1530), o reformador e prior dos frades de Santa Cruz, e à necessidade de libertar a Igreja do Mosteiro de um excesso de fiéis, devolvendo-a exclusivamente aos monges. Esta intervenção insere-se na reforma integral do Mosteiro, ordenada por D. Manuel, que incluiu o complexo monástico, a igreja, os túmulos de D. Afonso Henriques e seu sucessor, D. Sancho I, a Sala do Capítulo, a capela de São Miguel e o Claustro do Silêncio. O interior mantém a primitiva estrutura atribuída a Diogo de Castilho, cujo espaço de planta rectangular corresponde à nave da igreja. Ao fundo pode-se distinguir aquela que foi uma capela-mor. Ambos os espaços são cobertos por abobadas de nervuras. Nas paredes rasga-se uma capela de cada lado, com arcos semi-circulares renascentistas.
4.6
A Praça 8 de Maio tem uma planta de forma irregular, caracterizada por uma largura máxima no sentido nascente/poente de cerca de 40 metros e um cumprimento máximo de 80 metros no sentido Norte/Sul. O lado maior, a nascente, é mais rectilíneo e é definido pelas fachadas da Igreja de Santa Cruz, da Câmara Municipal de Coimbra e do Café Santa Cruz. Os restantes lados desenvolvem-se semi-radialmente, definidos por uma serie de construções de uso prevalentemente residencial de 3-4 pisos, com comércio ao piso térreo, que formam pequenas ruas medievais, que afluem no grande espaço público pedonal da praça, que se abre no sentido do céu. Os edifícios da Câmara Municipal de Coimbra e do Mosteiro de Santa Cruz impõem-se com as suas proporções como elementos dominantes no espaço da praça, ganhando protagonismo sobre os espaços mais fechados da outra frente.
4.7
4.8
4.9
4.10
4.11
As soluções urbanísticas planeadas ou já em fase de execução na baixa de Coimbra conduziram a um diferente tratamento qualitativo dos espaços públicos para elas afectados. Uma destas foi a proposta de utilização pedonal da Rua de Visconde da Luz, que véu provocar novas soluções de arranjo da Praça 8 de Maio. A solução de Fernando Távora, que corresponde à altura do 1992, insere-se neste quadro geral e nasce de um profundo estudo e conhecimento do existente e da sua historia e é, como outros projectos de reorganização de praças (por exemplo, em Guimarães), baseada sobre uma forte relação com o lugar, sobre um atento estúdio dos percursos e dos seus cruzamentos e sobre uma magistral obra de estereotomia. A praça, por efeito da ligação do tráfico mecânico entre Rua da Sofia e Rua de Visconde da Luz, ficava a uma cota de um metro e trinta acima da soleira da Igreja de Santa Cruz. Desaparecendo aquele tráfico, pude ser recuperada a cota inicial da praça e, com esta, a leitura original da Igreja referenciada as ruas medievais que aí afluíam frontalmente a fachada do monumento (Rua Direita, da Moeda, da Louça e do Corvo). À leitura tangencial que o eixo do tráfico tinha criado, foi substituída uma leitura ortogonal daquele conjunto de ruas de estrutura medieval, mais perto da ideia e do significado originais. A Praça foi rebaixada para a cota primitiva do século XII e isso determinou a exigência de um sistema de rampas, inclinações de passeio, degraus, muros baixos, que permitisse a articulação com as ruas actuais do envolvente, dando uma ideia de continuidade espacial.
4.12
1834
HOJE
4.13
1934
4.14
1990
4.15
1840
HOJE
4.16
1900
4.19
4.17
1900
4.18
4.20
4.21
antes
depois
4.22
4.23
RUA DIREITA
RUA DA MOEDA
RUA DA LOUÇA
RUA DO CORVO
RUA VISCONDE DA LUZ
‘’O desenho de detalhes é importante mas a qualidade da execução, os sistemas e materiais empregues, a perfeição, é essencial para o resultado...’’ (Ruskin, 1885)1.
4.24
O tratamento do espaço da praça foi estudado com grande cuidado, nem só nas fases de desenho e projecto, mas também em fase de execução. Desta atenção, típica da maneira de fazer arquitectura de Fernando Távora, feita de gestos subtis e variados, pode-se encontrar um exemplo muito evidente no tratamento do pavimento da Praça 8 de Maio. Isto, que, a um primeiro olhar, pode parecer um detalhe, torna-se um tema fundamental do desenvolvimento do projecto. Já os esquiços preliminares testemunhavam a sua importância, ao nível do desenho e da definição/delimitação do espaço; os sucessivos pormenores a escala maior demonstram, além disso, um grande cuidado na integração dos elementos funcionais e infraestruturais no projecto e a relevância que a qualidade dos materiais, as exactas medidas das várias peças e a sua correcta aposta em obra têm por Távora, sempre atento e presente para acompanhar a execução das suas obras.
4.25 1
Fonseca, 2010. Da Resistência da obra, FAUP, Aula de Teoria 3.
4.26
O pavimento da Praça 8 de Maio é constituído prevalentemente por blocos de pedra calcária: as duas diferentes cores e as várias disposições destes contribuem a modular o espaço da praça, a definir os limites, sem dividir em maneira forte, a delinear momentos diferentes, a sublinhar percursos, a sugerir uma leitura mais do que uma outra.
Nada é deixado ao caso. 4.27
A um olhar mais atento, nota-se que o espaço trapezoidal em frente da Igreja de Santa Cruz é claramente definido pelas linhas cinzentas das pedras do chão distribuídas semi-radialmente a partir da fachada do edifício. Esta escolha, presente desde as primeiras fases do projecto, cria uma forte relação deste espaço com a fachada da igreja, e é em perfeita continuidade com a decisão de recuperar a primitiva cota da praça, valorizando a leitura frontal, que era a leitura medieval e originária: em particular, as duas linhas que estão em posição tangencial em relação ao círculo da fonte enquadram o portal da igreja e a linha que passa pelo seu centro chega exactamente no meio do portal, criando uma forte tensão com a entrada do Mosteiro de Santa Cruz.
4.28
4.29
Discursos semelhantes podem valer pelos espaços em frente das fachadas da Câmara Municipal de Coimbra - em que a simples rotação das pedras do pavimento permite de definir ao nível do chão os espaços de entrada – e do Café Santa Cruz. Nas rampas de acesso aos arruamentos de cotas superiores é utilizado granito em placas, o que permite uma maior segurança graças à sua rugosidade natural. Esta diferença de material contribui a sublinhar o percurso tangencial, que de Rua da Sofia chega até o Rio Mondego.
4.30
A fonte circular situa-se numa posição baricéntrica no espaço fortemente hierarquizado da praça: o posicionamento e a definição da sua cota foi a decisão fundamental do projecto de modelação do espaço, sobretudo pelas relações que instaura com a frente do Mosteiro de Santa Cruz ou, mais ainda, com o seu portal escultório. Alem de ser um elemento qualificante do espaço público da praça, a fonte sublinha a centralidade que esta tem no esquema do Bairro em que se coloca e contribui a definir a sua identidade. Formada por blocos de pedra calcária, a fonte pode ser dividida em dois elementos elementos de forma circular concêntricos: a base, que realiza a junção das diferenças de cotas, tem uma altura de 11 cm no lado a poente, e chega até 38 cm no lado a nascente e aquela que podese definir a moldura da bacia da fonte, que desenvolve-se horizontalmente.
4.31
4.32
A Praça 8 de Maio é um espaço público que é capaz de articular todos os espaços que o envolvem e todos os percursos que daqui passam e de reunir momentos urbanos de diferentes qualidades espaciais (as pequenas ruinhas medievais, o grande adro em frente do Mosteiro de Santa Cruz, a rua pedonal de Visconde da Luz e a rua com tráfego mecânico da Sofia), sem perder a sua
unidade.
A intervenção do Távora conseguiu manter sempre o espaço público da Praça como elemento de união e continuidade. Este seu tratamento como elemento de continuidade e articulação espacial, a sua posição central no sistema de espaços que a envolve, a sua utilização pedonal, fazem da Praça 8 de Maio um nó significativo da cidade de Coimbra, um
ponto
de encontro e de passagem de pessoas, de cruzamento de percursos, de (re)união, um espaço de estar e de convívio
uma praça no verdadeiro e originário sentido do termo, feita para as ao
ar
4.33
livre:
pessoas que aqui passam e param. E é neste sentido que esta intervenção deve ser lida:
restituição significado original, como
uma
do
uma reapropriação do valor espacial, uma releitura moderna em continuidade com o passado.
4.34
4.35
‘’ Progettando ‹‹a partire da un profondo e vitale radicamento nella realtá che gli impedisce, per sua natura, di tradirla con l’imposizione di elementi alienanti, la sua architettura non fa riferimento a questo o a quell’architetto, a questa o a quella scuola, cinge tutta la dimensione della memoria››, come constata Alves Costa; aggiungendo poi che l’opera di Távora costituisce ‹‹nella sua apparente semplicitá, la piú originale e erudita ricerca linguística di questi anni in Portogallo››.’’ Bernardo Ferrão, L’antico e il moderno nell’Architettura di Fernando Távora. p. 342-343, Esposito A., Leoni G., Fernando Távora, Opera Completa, Electa 2005.
PIAZZA OITO DE MAIO, COIMBRA. 1992-97.. LOCALIZZAZIONE. Piazza 8 de Maio sorge nella zona bassa (Baixa) del centro storico della Città di Coimbra. Si inserisce in un tessuto urbano tipicamente medievale, prevalentemente caratterizzato da una maglia irregolare di stradine antiche. La piazza occupa una posizione centrale all’interno del sistema di spazi pubblici che la circonda. Come in tutte le piazze maggiori medievali, nella piazza si trovano importanti simboli e monumenti della città (il Monastero di Santa Cruz del secolo XII, la Camera Municipale di Coimbra, l’antica chiesa cinquecentesca di São João das Donas – oggi Café Santa Cruz) e in questo senso si interpreta la gerarchia delle varie strade. I punti di accesso principali, a norde e a sud, sono rispettivamente Rua da Sofia e Rua Visconde da Luz. I punti di accesso secondari sono, invece, le piccole vie medievali Direita, da Moeda, da Louça e do Corvo, larghe circa tre metri ciascuna, che affluiscono da ovest in questo ampio spazio pubblico pedonale. Il più recente intervento di riqualificazione é stato realizzato su progetto dell’architetto Fernando Távora tra il 1992 e il 1997. Il tessuto urbano della Baixa di Coimbra, specificatamente nelle vicinanze della piazza 8 de Maio, mostra chiari segni delle differenti epoche storiche attraversate dalla città. L’attuale Rua Visconde da Luz (localmente chiamata calçada, nome che nella toponimia portoghese é utilizzato per designare vie antiche), che corrisponde all’antico asse romano che si sviluppava dalla Rua Direita fino al fiume Mondego, si mantiene, ancora oggi, in un orientamento quasi rettilineo, appena con quelle irregolarità che sono normali quando un asse viario sopravvive, attraverso il Medioevo, fino ai nostri gironi. Questo asse deve aver perso importanza quando, nel Medioevo, l’area trai l Monastero di Santa Cruz e il fiume Mondego fu urbanizzata. Questa urbanizzazione, per molti, é probabilmente risultato di un’iniziativa del monastero stesso, per il modo in cui si é sviluppata in relazione a esso: la rettilinearitá delle vie Direita, da Moeda, da Louça e do Corvo e il tracciato parallelo delle ultime tre suggeriscono una urbanizzazione pianificata, mentre i percorsi molto irregolari che si incontrano nell’area a sud della Rua do Corvo testimoniano uno sviluppo urbano più spontaneo e meno controllato. Un altro importante fatto urbano, per le sue dimensioni e per il suo programma, é la Rua da Sofia, asse viario di 440 m, creato allo scopo di ordinare lo sviluppo moderno della città, nell’anno in cui l’Università veniva trasferita da Lisbona a Coimbra (1537). É qui, nelle immediate vicinanze di Piazza 8 de Maio, che si svilupparono l’urbanismo e l’architettura rinascimentali dei collegi universitari.
MONASTERO DI SANTA CRUZ. Fondato nel 1131, all’esterno delle mura di Coimbra, fu la più importante casa monastica durante i primi secoli della monarchia portoghese. Ottenne benefici papali e donazioni regie, cosa che permise l’accumulazione di un grande patrimonio e, al tempo stesso, una posizione di grande prestigio a livello istituzionale e culturale. Poco rimane del primitivo monastero românico, con la torre-nartece difensiva sopra lo spazio di entrata, perché la Chiesa di Santa Cruz fu oggetto di numerose riformulazioni, la piú importante delle quali, voluta da D. Manuel nella prima meta del XVI secolo, conferì all’edificio il suo aspetto attuale. I migliori artisti del regno parteciparono alle opere. A questo periodo corrisponde il Claustro del Silenzio, ricostruito completamente in stile manuelino, con copertura a volte e doppio ordine di galleria, l’emblematico portale di Diogo de Castilho, i torrioni con contrafforti em quilha della scenografica facciata. L’unica navata della Chiesa presenta una volta di struttura chiaramente gotica, con nervature, con una serie di cappelle laterali. Già qui si può rilevare una certa influenza della nuova corrente del Rinascimento, che si stava diffondendo nel paese. CAFÈ SANTA CRUZ. Installato nella antica chiesa di São João das Donas, il café Santa Cruz è uno degli spazi più caratteristici della Città di Coimbra e risale alla prima metà del XVi secolo. Questo tempio del Rinascimento deve la sua fondazione a Frate Bràs di Braga (1530), riformatore e priore dell’Ordine dei Frati di Santa Cruz, e alla necessità di liberare la Chiesa da un eccesso di fedeli, restituendola esclusivamente ai monaci. Questo intervento si inserisce nella riforma integrale del Monastero, ordinata da D. Manuel, che incluì il complesso monastico, la chiesa, i tumuli di Afonso Henriques e del suo successore, D. Sancho I, la Sala del Capitolo, la cappella di São Miguel e il Chiostro del Silenzio. L’interno mantiene la struttura originale, attribuita a Diogo de Castilho, il cui spazio di pianta rettangolare corrisponde alla navata della Chiesa. Sul fondo si può distinguere quella che fu la cappella maggiore. Entrambi gli spazi sono coperti da volte a nervatura. Sulle pareti si ritaglia una cappella per ogni lato, con archi semi-circolari rinascimentali. Le soluzioni urbanistiche pianificate o già in fase di esecuzione nella Baixa di Coimbra hanno condotto a un differente trattamento qualitativo degli spazi pubblici interessati da esse. Una di questa è stata la proposta di uso pedonale della via Visconde da Luz, che ha visto provocare nuove soluzioni di organizzazione della Piazza 8 de Maio. La proposta di Fernando Tàvora, che risale al 1992, si inserisce in questo quadro generale, nasce da uno studio profondo e una grande conoscenza dell’esistente e della sua storia e è, come altri progetti di riorganizzazione di piazze (per esempio, a Guimarães), basata su una forte relazione con il luogo, su un attento studio dei percorsi e dei loro incroci e su una magistrale opera di stereonomia. La piazza, per effetto del collegamento del traffico meccanico tra Via da Sofia e Via Visconde da Luz, si trovava a una quota superiore di un metro e trenta rispetto alla soglia della Chiesa di Santa Cruz. Scomparendo quel traffico, si è potuto recuperare la quota iniziale della piazza e, con questa, la lettura originale della Chiesa legata alle strade medievali che affluivano in direzione frontale rispetto alla facciata del monumento (Rua Direita, da Moeda, da Louça e do Corvo). Alla lettura tangenziale che l’asse di transito carrabile aveva creato fu sostituita una lettura ortogonale di quell’insieme di stradine di struttura medievale, probabilmente più vicino all’idea e al significato originali. Il livello della piazza è stato abbassato alla quota primitiva del XII secolo e questo ha determinato l’esigenza di un sistema di rampe, inclinazioni di pavimento, gradini, muri bassi, che permettesse l’articolazione con le vie attuali circostanti, dando un’idea di continuità spaziale.
Il disegno dei dettagli è importante ma la qualità di esecuzione, i sistemi e i materiali impiegati, la perfezione sono essenziali per il risultato... (Ruskin, 1885)1. Il trattamento dello spazio della piazza è stato studiato con grande cura, non solo nelle fasi di disegno e progetto, ma anche in fase di esecuzione. Di questa attenzione,tipica della maniera di fare architettura di Fernando Tàvora, fatta di gesti sottili e variati, si può trovare un esempio molto evidente nel trattamento del pavimento della Piazza 8 de Maio. Questo, che a un primo sguardo, può sembrare un dettaglio, diventa un tema fondamentale di sviluppo del progetto. Già gli schizzi preliminari testimoniavano la sua importanza, a livello del disegno e della definizione/delimitazione spaziale; i particolari costruttivi successivi dimostrano, inoltre, una grande attenzione verso l’integrazione degli elementi funzionali e infra-strutturali nel progetto e la rilevanza che la qualità dei materiali, le misure esatte dei vari elementi e la loro corretta messa in opera hanno per Tàvora, sempre attento e presente per accompagnare l’esecuzione delle sue opere. Nulla è lasciato al caso. Il pavimento di Piazza 8 de Maio é costituito prevalentemente da blocchi di pietra calcarea: i due differenti colori e le varie disposizioni di questi hanno contribuito a modulare lo spazio della piazza, a definirne i limiti, senza dividere in maniera netta, a delineare momenti differenti, a sottolineare percorsi, a suggerire una lettura piuttosto che un’altra. A uno sguardo piú attento, si nota che lo spazio trapezoidale di fronte la Chiesa di Santa Cruz risulta chiaramente definito dalle linee grige delle pietre pavimentali, distribuite semi-radialmente a partire dalla facciata dell’edificio. Questa scelta, presente sin dalle primissime fasi del progetto, crea una forte relazione di questo spazio con il fronte della Chiesa e si trova in perfetta continuitá con la decisione di recuperare la quota iniziale della piazza, valorizzandone la lettura frontale, che era la lettura medievale e originaria: in particolare, le due linee che stanno in posizione tangenziale in relazione al cerchio della fontana inquadrano il portale della chiesa e quella che passa per il suo punto centrale raggiunge esattamente il punto centrale del portale scultoreo, creando una forte tensione con l’entrata del Monatero di Santa Cruz. Discorsi affini possono valere per gli spazi di fronte alle facciate della Camera Municipale di Coimbra – in cui la semplice rotazione delle pietre della pavimentazione permette di definire gli spazi di entrata - e del Café Santa Cruz. Nelle rampe di accesso al vie che stanno a quota superiore sono utilizzate granito in piccoli blocchi: ció permette una maggiore sicurezza grazie alla sua naturale rugositá. Questa differenza di material inoltre contribuisce a sottolineare il percorso tangenziale, che dalla Rua da Sofia giunge sino al fiume Mondego. La fontana di forma circolare si trova in una posizione baricentrica nello spazio fortemente gerarchizzato della piazza: il posizionamento e la definizione della sua quota é stata la decisione fondamentale del progetto di modellazione dello spazio, soprattutto per le relazioni che instaura con la facciata del monastero, o, ancora di piú, con il suo portale scultoreo. Oltre a essere un elemento qualificante dello spazio pubblico dello spazio pubblico della piazza, la fontana sottolinea la centralitá che questa ha nello schema del quartiere e collabora alla definizione della sua identitá. Costituita di blocchi di pietra calcarea, la fontana puó essere divisa in due elementi concentrici: la base, che realizza il raccordo delle quote, é alta 11 cm nel lato orientale e arriva fino a 38 cm nel lato a ovest e quella puó essere definita la cornice della vasca della fontana, che ha uno sviluppo orizzontale.
1
Fonseca, 2010. Da Resistência da obra, FAUP, Aula de Teoria 3.
Piazza 8 de Maio é uno spazio pubblico che ha la capacitá di articolare tutti gli spazi che lo circondano e tutti i percorsi che da qui passano e di riunire momenti urbani con differenti qualitá spaziali (le stradine medievali, il grande sagrato del Monastero di Santa Cruz, la via pedonale Visconde da Luz e la rua carrabile di Santa Sofia), senza perdere la sua unitá. L’intervento di Távora é riuscita a mantenere lo spazio pubblico della piazza come elemento di unione e continuitá. Questo suo trattamento come elemento di continuitá e articolazione spaziale, la sua posizione centrale nel sistema di spazi che la circonda, la sua utilizzazione pedonale, fanno di Piazza 8 de Maio un nodo significativo della cittá di Coimbra, un punto di incontro e di passaggio di persone, di incrocio di percorsi, di (ri)unione, uno spazio di convivio all’aria aperta: una piazza nel vero e originario senso del termine, fatta per le persone che di qua passano e che qui sostano. E é in questo senso che questo intervento va letto: come una restituzione del significato originale, una riappropriazione del valore spaziale, una rilettura moderna in continuitá con il passato. Progettando ‹‹a partire da un profondo e vitale radicamento nella realtá che gli impedisce, per sua natura, di tradirla con l’imposizione di elementi alienanti, la sua architettura non fa riferimento a questo o a quell’architetto, a questa o a quella scuola, cinge tutta la dimensione della memoria››, come constata Alves Costa; aggiungendo poi che l’opera di Távora costituisce ‹‹nella sua apparente semplicitá, la piú originale e erudita ricerca linguística di questi anni in Portogallo››.2 L’antico e il moderno nell’Architettura di Fernando Távora. Bernardo Ferrão p. 342-343, Esposito A., Leoni G., Fernando Távora, Opera Completa, Electa 2005.
4) Praรงa 8 de Maio, Coimbra. Marco Morini.
bibliografia. (1993) Trigueiros L., Fernando Távora, Blau, Lisboa 1993. (1996) Távora F., Da organização do espaço, FAUP Publicações, Porto 1996. (1996) GAAC, Alta de Coimbra, História-Arte-Tradição, GAAC, Coimbra 1998. (2000) G. Leoni, servizio a cura di, Profilo: Fernando Távora - I , “CASABELLA” , pp. 6-25, Maggio 2000. (2001) Amaral R., Neves V., Projectos – Fernando Távora, “arq./a”, pp.34-39, Julho/Agosto 2001, Sintra. (2001) G. Leoni, servizio a cura di, Fernando Távora, “CASABELLA” , pp. 46-57, Ottobre 2001. (2005) Esposito A., Leoni G., Fernando Távora, Opera Completa, Electa, Milano 2005. (2006) Jorge F., Coordenação e Fotografia de, Coimbra vista do céu, Argumentum, Lisboa 2006. (2008) De Alcarão J., Coimbra, a montagem do cenário urbano, Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra 2008. (2006) Lobo R., Santa Cruz e a Rua da Sofia, Arquitectura e urbanismo no século XVI, e|d|arq, Coimbra 2006. (2009) Enes Afonso E. M., Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Dissertação de MIARQ, Porto 2009.
QUINTA DA CONCEIÇÃO CONCEIÇÃO, MATOSINHOS MATOSINHOS. sérgio
5.4 Quinta da Conceição
LOCALIZAÇÃO Quinta da Conceição é um parque público localizado na freguesia de Leça da Palmeira, conselho de Matosinhos, distrito do Porto, em Portugal. Inicialmente o local era as instalações do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Ordem de São Francisco que lá chegou em 1481. 1481 Algumas década depois o clima agreste fez com que o convento deixasse o local. local Durante mais de três séculos o local ficou abandonado sendo vendido em hasta pública apenas em 1834. A intervenção de requalificação foi realizada pelo arquitecto Fernando Távora, nos anos de 1956-93.
”O Parque foi um convento de frades que ali se instalaram no século XV e, depois, uma propriedade particular. Existiam a avenida, a capela, o claustro, os tanques e, portanto, havia já elementos que garantiam uma estrutura a manter. A sua realização durou anos. O município pagava-me ao fim de cada ano segundo a obra feita. Eu funcionei ali como o padre prior do convento. Caminhava com os pedreiros e jardineiros, indicando-lhes o que deviam fazer (…) Tudo isto se passava numa situação muito familiar, quase doméstica”. (Excertos retirados do livro «Fernando Távora. Desenhos de Viagens, Projectos», Macrom, 2002) 5.4
5.4
O ponto de acesso principal a Leste é a Av. Dr. Antunes Guimarães. Os pontos de acesso secundários são na Rua de Vila Franca. Franca
5.3.1
Abertura dos arruamentos tangente á Quinta da Conceição, que hoje ligam Leça á A28, antes E.N. 107. Com a abertura da doca n.º 2 iniciaram-se também as obras de construção da ponte e respectivos acessos. O local é junto á Quinta da Conceição, onde já estava sendo construído as quadras de tênis.
5.3.2
O Porto foi construído em 1884, segundo o plano do engenheiro Nogueira Soares. Em 1932 começou-se a construir a doca nº 1. Já o quebra-mar foi terminado em 1940 e a construção da doca nº2 foi finalizada em 1962.
5.3.3
5.1
Porto de Leix천es de 1930 a 1990 531 5.3.1
531 5.3.1
5.3.1
5.3.1
O mercado municipal de Matosinhos também se encontra próximo ao parque, ele tem sua fachada principal voltada para Leça da Palmeira, é disposto em dois pavimentos, aproveitando o declive do terreno, sendo o inferior para a zona do peixe e o superior mercado geral. A cobertura constituída por uma abóbada parabólica delgada, em betão, dividida por vidro sobre peças pré-fabricadas. Tem 38m de corda, corda 11m de fachada e 7cm de espessura, espessura apoiando-se apoiando se em vigas com a forma de arcos parabólicos que constituem a estrutura resistente de todo o edifício. O mercado foi inaugurado em 1952, pelo então Presidente da República General Craveiro Lopes.
534 5.3.4
51 5.1
5.3.4
5.1
PLANO GERAL DO PARQUE QUINTA DA CONCEIÇÃO E QUINTA DE SANTIAGO
3 Legenda: 1 - entrada principal da Quinta da Conceição
32
2 - acesso ao pátio vermelha
6
5
3 - entrada de automóveis
1
4 - entrada principal da Quinta de Santiago
3
5 - Ruínas do claustro do mosteiro franciscano
6 - Capela
4
PLANO GERAL DO PARQUE QUINTA DA CONCEIÇÃO E QUINTA DE SANTIAGO
9
Legenda: 7 - Pavilhão de Tênis
8
8 - Piscina desenhado por Álvaro Siza
7 9 - Esplanada
10 - parque infantil
11- ponte que liga as Quintas 11
11
12 - Casa da Quinta de Santiago
12
10
5.1 PAVILHÃO DE TÊNIS (1956-1960) “Devo dizer que há muitas obras que fiz e de que não gosto porque foram realizadas com pressa (o tempo é bom conselheiro) ou porque o meu momento ou as condições não eram favoráveis, mas vejo-as sempre com muita saudade como acontece com as mulheres outrora amadas. O Pavilhão de Ténis é uma das obras de que ainda gosto (…) O problema que se colocava era o de marcar o parque com um edifício, criando ali um objecto dotado de presença, que afirmasse o eixo dos campos de ténis e que servisse como ponto de referênci referênci”. (Excertos retirados do livro «Fernando Távora. Desenhos de Viagens, Projectos», Macrom, 2002)
5.1
5.1
PLANTAS,CORTES E ALÇADOS DO PAVILÃO DE TÉNIS
5.2
DETALHES CONSTRUTIVOS, encaixe das estruturas, material utilizado no forro, desenho das tesouras, calha e guarda corpo.
5.1
5.1
5.1
5.1
5.1
5.1
DETALHES, pilares salientes na parede, alçada posterior, varanda para o público 5.1
5.1
5.1
5.1
5.1
DETALHES, executivo da iluminรกria, alรงada lateral, marca no betรฃo armado da forma utilizada para fazer a estrutura.
5.1
5.1
5.1
5.1
Corte, alรงados e detalhes construtivos das portas e janelas.
5.2 5.1
5.1
5.1
5.1
5.1
5.1
5.1
5.1
5.1 Planta, corte e alรงado da รกrea octogonal de acesso ao pรกtio vermelho.
5.2
5.1
5.1
PĂĄtio vermelho visto do caminho rente a quadra de tĂŞnis
5.1
Planta e corte do adro da capela de S찾o Francisco, onde se encontra sepultado Frei Jo찾o da P처voa.
5.2
5.1
5.1
5.1
5.1
5.1
Relação bem resolvida dos elementos naturais t i e elementos arquitetonicos.
5.1
5.1
5.1
5.1 Fonte ao centro do ret창ngulo com o entorno com pavimento de cascalho forjado. forjado
5.1
5.1
Piscina projetada por Siza Vieira (1958 a
5.1
5.3.5
1965)
51 5.1
51 5.1
5.1
5.1
5.1
Esplanada e tanque.
Atualmente é visível o antigo claustro do convento, Távora confronta os vestígios da ruína que não informam sobre a 5.1 totalidade do corpo que constituía a obra antes do estado de ruína.
5.1
5.1
5.1
Portal de estilo manuelino que pertenceu à igreja do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Ordem de S. Francisco
5.1 5.1
5.1
5.1
5.1
Estatua desenhada pelo Arquitecto Siza
5.1 5.1
5.1
5.1
Mobiliario urbano existentes no local 5.1
5.1
5.1
5.1
Tipologia do piso adotado 5.1
5.1
5.1
Bibliografia: Fernando Távora. Desenhos de Viagens, Projectos, Macrom, 2002 Fernando Távora Opera Completa, Antonio Esposito e Giovanni Leon. 2005
Fonte Ilustrações: 5.1Arquivo pessoal 2009/2010 5.2 Fernando Távora Opera Completa, Antonio Esposito e Giovanni Leon g imagens g 5.3 Google 5.3.1 Matosinhos antigo História de Matosinhos contada aos jovens 5.3.2 Retratos de Portugal 5.3.3 Navios e navegadores 5.3.4 A voz da Leça 5.3.5 Panoramio 5.4 Google earth
PRAÇA DA LIBERDADE, VIANA DO CASTELO.
SUSANA
PRAÇA DA LIBERDADE, VIANA DO CASTELO
“As As cidades com uma história antiga são diferentes umas das outras não apenas pelas peripécias porque passou a sua evolução evolução, pelas características pessoais, económicas e sociológicas dos seus habitantes, pela planta e disposição das suas ruas e praças, pelo aspecto dos edifícios, mas essencialmente por algo que engloba tudo isto e não é a mera soma de tudo isto: as cidades têm um carácter. “
João Vieira Cadas/ Paulo Varela Gomes in Viana do Castelo Colecção Cidades e Vilas de Portugal Editorial Presença- 1990.
susana
PRAÇA DA LIBERDADE, VIANA DO CASTELO
“As As cidades com uma história antiga são diferentes umas das outras não apenas pelas peripécias porque passou a sua evolução evolução, pelas características pessoais, económicas e sociológicas dos seus habitantes, pela planta e disposição das suas ruas e praças, pelo aspecto dos edifícios, mas essencialmente por algo que engloba tudo isto e não é a mera soma de tudo isto: as cidades têm um carácter. “
João Vieira Cadas/ Paulo Varela Gomes in Viana do Castelo Colecção Cidades e Vilas de Portugal Editorial Presença- 1990.
susana
LOCALIZAÇÃO Localizada na Foz do Lima, Viana ficou secularmente identificada com o mar e o rio e o comércio de longa distância , já que estas valências naturais foram de crucial importância para a história do seu desenvolvimento com as actividades mar. ORIGENS, SÍTIO E LOCALIZAÇÃO. Viana foi fundada por D. Afonso III em 18 de Junho de 1258, aquando recebe o foral, que se inseria na política líti d criação de i ã e povoamento t de d burgos no Alto Minho, para defesa da região. D. Afonso III via estes novos burgos como uma forma de retirar poder às ordens monásticas e aos nobres terraterra tenentes da região, o que explica a grande autonomia que este foral concede aos moradores e habitantes de forma a promover a sua fixação intramuros Além disso, intramuros. disso a excelente localização do burgo, em pleno Caminho de Santiago, no coração de uma região de grandes potenciais agrícolas e comerciais, numa embocadura de um rio muito navegável como o Lima, justificou a criação de uma estrutura administrativa. Desta forma o burgo é implantado no local mais conveniente, conveniente seguindo o modelo típico dos novos burgos europeus, neste caso o francês. .
63 6.3
Geograficamente, foi escolhida a margem direita do rio Lima, uma área com um certo declive, que precavia a ocorrência de inundações, além de possibilitar uma excelente exposição solar. Paralelamente, o solo firme da margem junto a águas relativamente profundas, proporcionava um bom ancoradouro e auspiciava uma vocação marítima que o próprio foral já previra.
A estrutura urbana medieval desenvolveu-se a partir de dois eixos ortogonais: um paralelo e outro perpendicular ao rio, rio correspondendo a dois caminhos principais – um na continuação da estrada proveniente de Ponte de Lima , que atravessava o perímetro amuralhado a poente, seguindo para norte, pelo litoral; o outro perpendicular ao rio, rio tinha um carácter local, local ligando a zona do porto ao Campo do Forno (actual Praça da República), local fora da muralha onde se realizavam as feiras quinzenais, seguindo em direcção a Norte.. O traçado deste último eixo está ligado à pequena colina onde, segundo alguns autores, se terá edificado a torre de menagem, demolida quando da construção da actual matriz (Sé). a a peque pequena a p praça, aça, ju junto o a es esta a torre, o e, Era conhecida por Praça Velha, que se assumia como centro cívico da vila, sendo nesse local que se reunia o Concelho. São estes dois eixos estruturantes e a própria perímetro muralha, de forma ovalóide,com um p de 700 metros, 10 metros de altura e aproximadamente 2 metros de espessura , que condicionaram e determinaram o desenho urbano da vila de Viana até ao século XVI, encontrando-se ocupada por quarteirões rectangulares de dimensões semelhantes , divididos em parcelas estreitas e compridas, demonstrando uma preocupação na organização das ruas. Assiste-se a uma fase de grande prosperidade económica de uma burguesia mercantil cada vez mais influente no tecido económico e social do país, ao mesmo tempo um considerável aumento demográfico.
6.4
6.3
Viana não fugiu à regra, como se pode considerar um paradigma desta realidade. C Com a falta f lt de d espaço, decorrente d t do d aumento t demográfico, d áfi o burgo b tem de ultrapassar a cerca muralhada, dando início a um processo de ocupação urbana no espaço exterior, assim como de todos os espaços ainda livres no interior da muralha. O crescimento do burgo e o consequente esgotamento dos espaços vagos/ desocupados dentro do perímetro muralhado, muralhado agudizado pela construção da Matriz (Sé), na Praça Velha, e do Hospital Velho (antiga hospedaria de apoio e recolhimento dos peregrinos de Santiago), na Praça da Erva, fez com que houvesse necessidade de transferir o centro cívico para o exterior da muralha, muralha permitindo a uma vila como Viana, Viana que no séc. XVI era das mais prósperas do país, ostentar uma praça com as dimensões e a dignidade que a sua importância reclamava e a estética urbanística da época exigia. Deste modo, o centro cívico da vila desloca-se da Praça Velha para o Campo do Forno, Forno (actual Praça da República), República) onde são construídos os Paços de Concelho e o Chafariz da vila , obras de João Lopes “o Velho”, o que originou uma alteração dos eixos estruturantes e a abertura de novas vias, condicionadas em grande parte pela fundação de vários conventos e pela construção de diversos palácios em áreas suburbanas. A cada vez maior importância urbana e social do Campo do Forno, é ainda mais monumentalizada com a construção da “casa das Varandas” da Santa Casa da Misericórdia, o que leva inclusivamente à transferência da feira quinzenal para um p ç extramuros, entre a p parte ocidental da muralha e o rio, espaço onde se manteve até finais do séc. XIX.
Além do novo eixo, formado pela rua da Bandeira, Picota, Manjovos e Altamira, que estrutura a ligação Nascente/Poente, assiste-se ao aparecimento e a uma cada vez maior importância da Rua Cândido Reis (actual Rua das Mordomas) que sendo uma continuação do eixo perpendicular ao rio que estruturava o burgo afonsino, estabelece a ligação a Norte.
Praça da República
6.4
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Praça da República
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Viana do Castelo: hoje
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Posicionamento da Praça no plano urbano Acessibilidade e centralidade A Praça é por excelência o espaço privilegiado como acesso quase obrigatório ao fluxo de bens e serviços da vida urbana, em quase todas as direcções e sentidos... Desta forma, vemos como este espaço público é determinante para a organização da cidade e do bem estar dos seus utentes. Numa primeira fase, é-nos revelado como centro cívico de Viana do Castelo, a Praça V lh Velha, espaço intramuros, i t sendo d substituído b tit íd pelo Campo do Forno ( depois denominado Praça da Rainha e desde 1910 a actual Praça da República). É um local importante da cidade devido ao predomínio de eixos paralelos ao rio – a Praça é entrecruzada entrecr ada pelos arruamentos mais significativos de Viana, como ponto de passagem. Contudo, ao longo do tempo, após a introdução da larga e longa Avenida dos Combatentes vemos que ambos lutam pela Combatentes, primazia quanto à centralidade. A Avenida dos Combatentes da Grande Guerra é um símbolo da modernidade vianense. Este espaço articula-se com a estação ferroviária, ferroviária rede de camionagem, camionagem doca comercial e beira-rio (jardim público). É um projecto que teve início em 1917 e foi concluída em 1924, dotando-se sucessivamente de edifícios amplos e funcionais, como a Cruz Vermelha e a Escola Primária Dr. Alfredo de Magalhães, ao qual se juntou o melhoramento do espaço beira-rio.
Praça da República
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Implantação A Praça da Liberdade situa-se num espaço ribeirinho, acompanhado pela Alameda Cerqueira Alves e Avenida 5 de Outubro, que se localizam no topo Sul da Avenida dos Combatentes. Em tempos, o espaço da praça foi ocupado como parque de estacionamento a céu aberto, o que se tornava um problema a reflectir. A Praça liga a Avenida dos Combatentes ao rio, requalificando todo o espaço ganho ao rio e que nunca antes havia sido aproveitado. Deste modo, nasce em torno do Monumento ao 25 de Abril e constituí-se como um novo centro t de d Viana, Vi acentuando t d a relação l ã da d avenida id e do d rio. i A conformar este espaço estão os edifícios administrativos, que irão albergar as Finanças, o Centro de Emprego e o Tribunal do Trabalho. São dois pisos, onde comércio e restauração se situam ao nível do solo.
Novo centro___ centro histórico
O tecido urbano de Viana do Castelo, nomeadamente contíguo à Praça da Liberdade revela-nos diferentes épocas da história da cidade. A actual Alameda Cerqueira Alves demonstra claramente este processo evolutivo na cidade, os edifícios oitocentistas contrastam com a nova intervenção produzida pelo Programa Polis desde 2001, cujo Plano de Pormenor é do Arquitecto Adalberto Dias. De um lado os edifícios com vista sobre o rio, e no chão a nova intervenção – o alargamento da rua, dos passeios i agora em lajeado l j d de d granito, it a introdução de mobiliário urbano e a zona arborizada que confere a continuidade a todo este espaço ribeirinho. A presença do barco Gil Eanes no porto realça a ligação da pop lação vianense população ianense com o mar. mar A Alameda prolonga-se desde o Campo da Agonia até à Avenida dos combatentes, um grande eixo marcante na estrutura urbana de Viana,também intervencionado pelo Arquitecto Fernando Távora nesta fase. fase O perfil da Avenida é de 20metros de largura por 420metros de comprimento, Na intersecção destes dois eixos, encontra-se o novo posto de turismo – Viana Welcome Center. Center Por sua vez, a Avenida é rematada no topo superior pela Estação de Combóios e a Sul pela Praça da Liberdade. Continuando pela marginal, percorremos a Alameda 5 de Outubro, ladeada pelo Jardim Público até à Ponte Eiffel, passando pela Biblioteca Municipal, da autoria do Arquitecto Siza Vieira. Como se pode constatar, Viana do Castelo serve de palco à arquitectura de vários
MONUMENTO AO 25 ABRIL
A primeira das obras públicas erguidas em memória de um grandioso feito histórico é o Monumento ao 25 de Abril na Praça da Liberdade, inaugurado na noite de 24 de Abril de 1999 . É uma imponente estrutura metálica, em aço corten”A” da autoria do arquitecto José Rodrigues. É uma obra que corresponde pela grandiosidade à vastidão do cenário onde se implanta, com os seus 16metros de altura e 7,5 metros de largura, onde se agiganta à contemplação do observador em toda a zona ribeirinha da cidade, desde a entrada na barra, a qualquer ponto da Avenida dos Combatentes desde a Estação dos Caminhos de Ferro. È configurado por um pórtico com duas folhas de quatro metros de largura e um de espessura, abertas para as águas do rio Lima, de onde pende da padieira uma grossa corrente de elos, simbolicamente cortada, cortada ficando quase toda a sua extensão amontoada no chão. Representa a porta que se abriu, com o corte da corrente em Abril, numa manifesta glorificação da liberdade conquistada com a Revolução dos Cravos. Desta forma, procurou-se prestar tributo a todos os homens e mulheres que se distinguiram na luta contra a injustiça e a opressão
BIBLIOTECA MUNICIPAL, 2006
Instalada no espaço ganho ao rio,a biblioteca projectada por Siza Vieira, permite preservar a vista sobre o rio, elevando-se grande parte da sua superfície com apoios nos extremos poente e nascente, com um vazio central. O volume prolonga-se no rés-do-chão por um piso em planta em forma de “L” e por uns muretes que enquadram o jardim marginal. O primeiro andar é destinado a salas de leitura para adultos e crianças, onde as salas são inundadas de luz natural graças às grandes janelas panorâmicas sobre o Rio Lima e centro histórico ó e às à claraboias projectadas pelo autor.
A Praça da Liberdade tem uma forma regular, caracterizada por uma largura máxima no sentido nascente/poente de cerca de 45 metros e um cumprimento máximo de 65 metros no sentido Norte/Sul. O lado maior, a nascente, é rectilíneo e é definido pelas fachadas do edificio nasceste, o mais largo com 35metros de largura por 55metros de comprimento. Estão definidos por um uso prevalentemente residencial de 3-4 pisos, com comércio ao piso térreo,com térreo com passagem a meio do edifícoo que faz com que os utentes afluam no grande espaço público pedonal da praça, que se abre para o rio Lima. Os edifícios administrativos impõem-se com as suas proporções como elementos dominantes no espaço da praça, ganhando protagonismo sobre os espaços mais fechados da outra frente a norte, conformados pela Alameda 5 de Outubro.. Outubro A sul a praça é definida pelo encontro com o rio, rio com o natural. natural Vemos assim esta natureza construída, num dialogo ora de imposição ora de simbiose.
O Detalhe.
O pavimento é constituído sobretudo por lajeado de granito, microcubo e caleiras em aluminio. As diferentes cores e as várias disposições contribuem para modular o espaço da praça, definir os limites, delinear momentos diferentes,identificar percursos.
A Praça da Liberdade é um espaço público articulador todos os espaços que o envolvem e todos os percursos que daqui passam. Reunir momentos de diferentes qualidades espaciais desde a relação com o rio, a vista sobre a foz, a relação com a outra margem, a vista para o monte de Santa Luzia. . A intervenção do Távora conseguiu fazer um novo espaço público na cidade de Viana, a Praça como elemento de união e continuidade. Este seu tratamento como elemento de continuidade e articulação espacial, a sua posição no sistema de espaços que a envolve, l a sua utilização tili ã
ponto
pedonal, fazem da Praça um de encontro e de passagem de pessoas, de percursos, um espaço polivalente, amplo, com significado, significado com memória. memória um espaço de estar e de convívio ao ar livre:
praça ,
uma
feita para as pessoas que aqui passam e param. E é neste sentido que esta i t intervenção ã d deve ser lida: lid como uma
restituição do significado original, uma reapropriação do valor
p uma releitura moderna espacial, continuidade com o passado.
em