CADERNO CADERNO DE DE CARACTERIZAÇÃO CARACTERIZAÇÃO NACIONAL NACIONAL O POTENCIAL PORTUGUÊS NO O POTENCIAL PORTUGUÊS NO MERCADO DO TURISMO MÉDICO MERCADO DO TURISMO MÉDICO
FICHA TÉCNICA Título do Estudo Caderno de Caracterização Nacional | O potencial português no mercado do turismo médico
Projeto Healthy’n Portugal
Promotor AEP – Associação Empresarial de Portugal
Parceiro HCP – Health Cluster Portugal
Equipa do estudo José Armindo Ricardo Coelho Rui Pedro Freitas Sara Neves Sérgio Ribeiro
Design gráfico Olga Ribeiro
Data Junho de 2014
Website www.healthyn.pt
Projeto cofinanciado pelo Estado Português e pela União Europeia
ÍNDICE
NOTA INTRODUTÓRIA
9
SUMÁRIO EXECUTIVO
13
O TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR E O TURISMO MÉDICO
17
DIMENSÃO DO MERCADO DO TURISMO MÉDICO
21
DRIVERS DE MERCADO DO TURISMO MÉDICO
23
CONCEITO DE PRODUTO ALARGADO
23
STAKEHOLDERS
24
CADEIA DE VALOR
26
CONDICIONANTES À ENTRADA NO MERCADO
27
A SAÚDE EM PORTUGAL VISÃO GLOBAL O SISTEMA DE SAÚDE PORTUGUÊS
39 41 42
RECURSOS
48
PRINCIPAIS ATORES
51
O TURISMO EM PORTUGAL
69
VISÃO GLOBAL
63
RECURSOS
70
PRINCIPAIS ATORES
73
ESTADO DA ARTE DO TURISMO MÉDICO EM PORTUGAL
79
VISÃO GLOBAL
81
PRINCIPAIS ATORES
83
BENCHMARKING – A EXPERIÊNCIA DOS ATORES NACIONAIS
84
PORTUGAL VISTO DE FORA
94
INQUÉRITO DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL NACIONAL AMOSTRA
97 99
RESULTADOS GLOBAIS E PRINCIPAIS CONCLUSÕES
103
RESULTADOS DESAGREGADOS
105
QUADRO RESUMO - PONTOS FORTES E PRINCIPAIS DESAFIOS
115
ANEXOS
119
ANEXO 1 - DESTINOS EUROPEUS - TOP 10
121
ANEXO 2 - ESTÂNCIAS TERMAIS
121
ANEXO 3 - HOTÉIS ASSOCIADOS A ESTÂNCIAS TERMAIS
122
ANEXO 4 - LISTA DE ENTIDADES PARTICIPANTES NO INQUÉRITO
123
ANEXO 5 – INQUÉRITO DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL NACIONAL
125
BIBLIOGRAFIA
137
HEALTHY’N PORTUGAL | O POTENCIAL PORTUGUÊS NO MERCADO DO “TURISMO MÉDICO”
03
Figura 1: Segmentos do TSBE
19
Figura 2: Distribuição da dimensão do mercado por segmentos
19
Figura 3: Viagens de Turismo de Saúde no espaço europeu, 2000-2011 e previsões (milhões)
22
Figura 4: Mercados emissores de turistas de saúde, 2010 (quota)
22
Figura 5: Produto alargado
24
Figura 6: Stakeholders no Turismo Médico
24
Figura 7: Principais destinos médicos e de bem-estar
27
Figura 8: Países sensíveis à rapidez ou com listas de espera altas 2012
32
Figura 9: Posicionamento dos sistemas de saúde dos países europeus face às listas de espera
33
Figura 10: Mapa dos tempos de distância a partir do Reino Unido
35
Figura 11: Binómio tempo / preço das deslocações a partir do Reino Unido (horas/euros)
35
Figura 12: Impacto da tecnologia no TM
36
Figura 13: Número de equipamentos MRI e TAC por milhão de habitantes, discriminado por país (2010), 2013
38
Figura 14: Despesas de saúde em Portugal em % do PIB (2000-2012)
42
Figura 15: Prestadores de Cuidados de Saúde em Portugal
42
Figura 16: Avaliação dos Portugueses do Modelo do SNS
43
Figura 17: Natureza do Financiamento na Saúde
43
Figura 18: Financiamento das despesas de saúde nos países da OCDE
44
Figura 19: Listas de espera para operação às cataratas (2006 a 2012)
45
Figura 20: Listas de espera para artroplastias da anca (2006 a 2012)
46
Figura 21: Listas de espera para artroplastias do joelho (2006 a 2012)
46
Figura 22: Instituições hospitalares com mais despesa intramuros em atividades de I&D em 2011
48
Figura 23: Número de médicos por 1000 habitantes (2000 e 2011)
48
Figura 24: Evolução do número de médicos (2000 – 2011)
49
Figura 25: Distribuição do número de médicos por especialidades (2000 e 2011)
49
Figura 26: Número de enfermeiros por 1000 habitantes (2011)
50
Figura 27: Número de camas por habitante (2000 e 2011)
51
Figura 28: Entidades do Health Cluster Portugal
52
Figura 29: Rede de Hospitais EPE
53
Figura 30: Contribuição do Turismo para o PIB (2013)
65
Figura 31: Contribuição do Turismo para o emprego (2013)
66
Figura 32: 10 principais mercados emissores de turistas para Portugal
66
Figura 33: RECEITAS TURÍSTICAS da rubrica “Viagens e Turismo” da Balança de Pagamentos (créditos), 2014
67
Figura 34: 10 produtos turísticos estratégicos
69
Figura 35: Número de empreendimentos turísticos por tipologia e representa- 71 tividade face ao total Figura 36- Número de unidades de alojamento por tipologia
04
HEALTHY’N PORTUGAL | O POTENCIAL PORTUGUÊS NO MERCADO DO “TURISMO MÉDICO”
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 37: Distribuição das unidades de alojamento por tipologia
72
Figura 38: Distribuição das unidades de alojamento categoria
72
Figura 39: Distribuição das unidades de alojamento por NUT II
73
Figura 40: Distribuição da amostra entre Prestadores e Outras entidades
100
Figura 41: Distribuição da amostra dos Prestadores (%)
100
Figura 42: Personalidade jurídica dos “prestadores de cuidados de saúde”
101
Figura 43: Distribuição da amostra dos “Outras entidades” (%)
101
Figura 44: Classificação das unidades hoteleiras participantes
102
Figura 45: Distribuição geográfica da amostra (%)
102
Figura 46: Número total de colaboradores das entidades (%)
103
Figura 47: Resultados globais do inquérito por grupo de questões e tipo de entidade
104
Figura 48: Resultados globais do inquérito por grupo de questões e tipo de entidade
105
Figura 49: Entidades com acreditações internacionais (%)
105
Figura 50: Acreditações internacionais mais referidas entre os prestadores de cuidados de saúde (%)
106
Figura 51: Caraterística diferenciadoras referenciadas
106
Figura 52: % de clientes estrangeiros servidos face ao total de clientes
107
Figura 53: % de turistas de saúde e bem-estar estrangeiros servidos face ao 108 total de clientes
ÍNDICE DE TABELAS
Figura 54: Países de origem dos clientes estrangeiros
109
Figura 55: Países de origem dos turistas de saúde e bem-estar
110
Figura 56: Política e serviços para clientes estrangeiros
111
Figura 57: Acordos formais ou informais
111
Figura 58: Domínio de línguas estrangeiras
112
Figura 59: Instrumentos de marketing e comunicação internacionais
113
Figura 60: Utilização das redes sociais
113
Figura 61: Proximidade ao tema do TM
114
Tabela 1: Diferenças entre Turismo Médico e Turismo de Bem-Estar
20
Tabela 2: Fatores de crescimento do setor do Turismo Médico
21
Tabela 3: Cadeia de valor de um produto de Turismo Médico
26
Tabela 4: Lista internacional de acreditações médicas
28
Tabela 5: Ranking da OMS dos sistemas nacionais de saúde
30
Tabela 6: Ranking Reputation Institute da reputação em 50 países, 2013
31
Tabela 7: Destaques no sistema de saúde em Portugal
41
Tabela 8: Número de pessoas abrangidas por contratos de seguros de saúde
45
Tabela 9: Rede de Hospitais EPE
54
Tabela 10: Destaques do setor do turismo em Portugal
65
Tabela 11: Ranking dos principais grupos hoteleiros em Portugal (2013)
75
Tabela 12: Principais atores conhecidos do TM em Portugal
83
Tabela 13: Ponderação dos vários grupos de questões para cada tipo de entidade
103
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AABB - Associação Americana de Bancos de Sangue em Portugal ADM - Assistência na Doença aos Militares da Forças Armadas ADSE - Direcção Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública. AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal ANF – Associação Nacional de Farmácias APAVT - Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo APCER - Associação Portuguesa de Certificação APECATE - Associação Portuguesa de Empresas de Congressos Animação Turística e Eventos APHP - Associação Portuguesa de Hospitalização Privada APIFARMA – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica APS – Associação Portuguesa de Seguradores BdP – Banco de Portugal CHLN - Centro Hospitalar Lisboa Norte CHSJ - Centro Hospitalar de São João CHUC - Centro Hospitalar Universitário de Coimbra CTP – Confederação do Turismo Português DGEEC - Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência EHCI - Euro Health Consumer Index EPE - Entidades Públicas Empresariais ERS – Entidade Reguladora da Saúde ERT – Entidade Regional de Turismo ETI - Equivalente a Tempo Integral EUA – Estados Unidos da América EUR – Euros EUROSTAT – Gabinete de Estatísticas da União Europeia FNAM - Federação Nacional dos Médicos G8 - Group of Eight GEE - Gabinete de Estratégia e Estudos HCP - Health Cluster Portugal - Polo de Competitividade da Saúde HOPE - European Hospital and Healthcare Federation HPP Saúde – Hospitais Privados de Portugal I&D – Investigação e desenvolvimento IMTJ - International Medical Tourism Journal Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I. P IPATIMUP - Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto IPDT – Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo; IPN - Instituto Pedro Nunes IQ Net - The International Certification Network ISO - International Organization for Standardization
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SIGLAS E ACRÓNIMOS
ISQua - International Society for Quality in Health Care JCI – Joint Commission International M - Milhões MRI - Ressonância Magnética NP EN – Normas Portuguesas NUT - Nomenclatura das Unidades Territoriais OCDE – Organização para a Cooperação e desenvolvimento económico OMC – Organização Mundial de Saúde PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa PENT- Plano Estratégico Nacional do Turismo PIB – Produto Interno Bruto QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional SAD-GNR - Serviços de Assistência na Doença - Guarda Nacional Republicana SAD-PSP - Serviços de Assistência na Doença - Polícia de Segurança Pública SGPS - Sociedade Gestora de Participações Sociais SIM - Sindicato Independente dos Médicos SINAS - Sistema Nacional de Avaliação em Saúde SNS – Serviço Nacional de Saúde SPA - Salute Per Aquam SSMJ - Serviços Sociais do Ministério da Justiça TAC - Tomografia Axial Computorizada TM – Turismo Médico TSBE - Turismo de Saúde e Bem-Estar UE - União Europeia UNWTO – World Tourism Organization USD – Dólares americanos WTTC - World Travel and Tourism Council
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NOTA INTRODUTÓRIA
NOTA INTRODUTÓRIA
O Caderno de Caraterização do Potencial Nacional irá concentrar-se no Turismo Médico, de acordo com as orientações da Comissão Permanente e do Conselho Superior Estratégico do projeto Healthy’n Portugal. No entanto, sempre que necessário ou pertinente, serão mencionadas as valências e recursos relativos ao Turismo de Saúde e Bem-Estar (TSBE) Este documento procura dar uma visão resumida do ponto de partida de Portugal na abordagem ao mercado global do Turismo Médico. Centra-se nas condições de partida existentes que poderão ser aproveitadas para a criação de produtos competitivos à escala global. Numa primeira parte são abordadas algumas questões relativas ao mercado do Turismo Médico (segmentos, dimensão, drivers), explicando o conceito de produto alargado, as suas duas principais componentes - saúde e turismo - e identificando os vários stakeholders que gravitam neste setor. Interessa, igualmente, fazer refletir sobre as principais condicionantes à entrada, sempre que possível, relacionando-as com a posição de Portugal. A segunda parte aborda a componente Saúde. Procura-se dar uma visão global da Saúde em Portugal e identificar e caraterizar, sucintamente, os recursos e principais atores deste setor de atividade. A terceira parte, seguindo a mesma estrutura da segunda, retrata o Turismo em Portugal. A quarta parte faz uma incursão sobre o Estado da Arte do Turismo Médico em Portugal, procurando descrever a atual situação, recorrendo ao testemunho direto de uma série de entidades, dos setores que compõem a fileira do Turismo Médico. A quinta parte descreve, pormenorizadamente, os resultados obtidos com o Inquérito de Caraterização do Potencial Nacional, que procurou avaliar o potencial de um vasto conjunto de organizações nacionais. Este documento termina com um quadro resumo onde são enunciados os principais pontos fortes e desafios que se colocam a Portugal.
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SUMÁRIO EXECUTIVO
SUMÁRIO EXECUTIVO
De acordo com um trabalho realizado, em 2008, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Turismo Médico acontece sempre que um paciente escolhe viajar para além das fronteiras internacionais para receber algum tipo de procedimento médico. Nos últimos anos, vários países desenvolveram estratégias de promoção dos seus territórios enquanto destino do Turismo Médico, sendo que, normalmente, os programas de maior visibilidade estão associados às economias emergentes como a India, o Brasil e a Turquia, e a alguns países da América Latina e do Sudoeste Asiático. No entanto, deve-se atentar que se a maioria das estatísticas aponta os países com maior protagonismo económico mundial como os principais emissores, tal como seria de esperar, também os indica como os maiores recetores, com particular destaque para os EUA, a Alemanha e o Reino Unido. A frieza dos números e os fluxos observáveis aponta para que o Turismo Médico seja um fenómeno de caráter - maioritariamente - regional, onde a proximidade linguística, geográfica e cultural desempenha um papel fundamental. De um modo global, o grande móbil para o Turismo Médico é a possibilidade de acesso a cuidados médicos, o que pode ter origem tanto, na inexistência dos meios ou das competências específicas no território de origem, como em questões puramente económicas onde as constrições financeiras se fazem sentir em determinadas franjas da sociedade. Convém, porém, realçar que tal como a OMS refere haver “uma deslocação para além das fronteiras nacionais”, o Turismo Médico compreende, para além da prestação de um cuidado de saúde, pelo menos uma viagem e uma estadia, atividades da esfera do setor do Turismo. Nos estudos realizados no âmbito do Healthy’n Portugal é, mesmo, possível concluir que as atividades de lazer desempenham um papel tão mais preponderante quanto menor for o grau de diferenciação do procedimento médico adstrito e o risco envolvido. Durante as sessões de trabalho que foram acontecendo ao longo do projeto Healthy’n Portugal, amadureceu a ideia de que o Turismo Médico não se trata exclusivamente de um negócio do Setor da Saúde ou do Setor do Turismo. Tal como noutros negócios que surgem em zonas de sobreposição de setores de atividade, o Turismo Médico é, em si mesmo, um novo Setor de Atividade, por integração de atividades de outros setores. Esta convicção está, também, alicerçada no facto de não poder ser apresentado do mesmo modo como se de um produto turístico tradicional se tratasse - devido à sua complexidade técnica, ética e legal -, tal como não pode ser abordado restritamente como um serviço de saúde, uma vez que as motivações secundárias são dissemelhantes e o público-alvo tem um perfil de comportamento e de decisão de compra particulares. Neste novo setor de atividade ou indústria, no sentido economicista do termo, pretende-se atrair clientes que não se consideram nem comportam como utilizadores ou utentes de um Sistema de Saúde. De facto, tal como exposto em vários documentos e eventos do Healthy’n Portugal, os clientes têm um comportamento de compra com um elevado nível de envolvimento, em que o grau de exigência na qualidade de todos os serviços adquiridos e a experiência de consumo, como um todo, são as pedras basilares na construção de uma reputação indelével e imperiosa. Os estudos desenvolvidos no âmbito do Healthy’n Portugal destacam a reputação do país como o critério de decisão mais valorado. Portugal parece começar, agora, a dar os seus primeiros passos, mas subsistem ainda muitas dúvidas e alguns equívocos nas abordagens ao tema, inclusive sobre o ponto de partida nacional, as is. Ainda que Portugal já apresente alguma oferta do lado do Turismo Médico, a informação existente é praticamente nula – conhecem-se, mormente, iniciativas de
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reduzida dimensão e isoladas, algumas ainda embrionárias, outras em que dificilmente se vislumbra uma estratégia de atuação consolidada - e a frequência informacional e promocional do país precária. A informação do lado da Saúde é, também, muito insipiente e atomizada, notando-se uma fragilidade marcante na disponibilização de dados objetivos como, por exemplo, os resultados obtidos pelas entidades prestadoras de cuidados de saúde ou o preço. Esta lacuna, que ainda não se pode considerar como crítica na era do utilizador-utente, poderá inviabilizar a entrada num mercado competitivo em que o cliente avalia e escolhe com base na informação disponível. Alternando perspetivas, o estado da Saúde nacional não é conhecido o suficiente além-fronteiras, podendo o evidente défice reputacional existente face a potenciais países concorrentes com larga experiência ser visto como uma oportunidade. Do lado do Turismo, tanto pela essência como pelo histórico, Portugal tem angariado uma crescente notoriedade e reputação, com um reconhecimento internacional persistente, traduzido em vários prémios, distinções e número de turistas. Mas o Turismo Médico ainda não é referenciado nas atividades promocionais. Este documento procura demonstrar o potencial do Turismo Médico nacional consubstanciado nas valências de cada um dos componentes que o compõem - Saúde e Turismo –, na sua disposição e ambição, deixando a ressalva de que uma atuação desarticulada e orientada para o protagonismo de um qualquer setor poderá inviabilizar a construção do capital reputacional desejado, que de momento não existe e sem o qual será difícil desenvolver e sustentabilizar este novo negócio. Tomando-se como certo o facto da maior fonte de informação para os potenciais turistas médicos ser a internet, procurou-se verter os conteúdos aqui disponibilizados, principalmente no que respeita às informações sobre a Saúde, sobre o Turismo e sobre o Turismo Médico e a sua oferta, ainda que estas informações estejam dispersas em vários sítios e sejam difíceis e morosas de colher e relacionar. Significa - isto - que a informação que o documento, em si, disponibiliza é um retrato da informação atualmente existente online.
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HEALTHY’N PORTUGAL | O POTENCIAL PORTUGUÊS NO MERCADO DO “TURISMO MÉDICO”
O TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR E O TURISMO MÉDICO DIMENSÃO DO MERCADO DO TURISMO MÉDICO DRIVERS DE MERCADO DO TURISMO MÉDICO CONCEITO DE PRODUTO ALARGADO STAKEHOLDERS CADEIA DE VALOR CONDICIONANTES À ENTRADA NO MERCADO
O TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR E O TURISMO MÉDICO O QUE É O TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR E O TURISMO MÉDICO
Numa das definições mais recentes, o Turismo de Saúde e Bem-Estar (TSBE) é descrito como o ato de viajar para lá das fronteiras nacionais à procura de cuidados médicos, de bem-estar ou de recuperação. Convém, portanto, ressalvar que o TSBE associa o Turismo de Bem-Estar e o Turismo Médico, pelo que o setor se apresenta normalmente subdividido em três segmentos:
Figura 1- Segmentos do TSBE
Estima-se a seguinte distribuição, em termos do volume de negócios, pelos segmentos deste mercado.
Figura 2 - Distribuição da dimensão do mercado por segmentos
A diferença entre Turismo Médico e Turismo de Bem-Estar é facilmente explicada pelas motivações do turista e pelas atividades e experiências que procura.
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QUEM VIAJA?
Pessoa com problemas de saúde
QUEM VIAJA?
Qualquer pessoa, eventualmente saudável
MOTIVAÇÕES PARA VIAJAR
• Tratar uma doença ou de um condicionalismo clínico através de um tratamento específico.
MOTIVAÇÕES PARA VIAJAR
• Proatividade na manutenção de uma boa condição física e/ou mental; • Descoberta de novos territórios com recursos endógenos e caraterísticas naturais irrepetíveis;
Drivers: Custo, qualidade, acesso, rapidez
• Vontade em alterar rotinas e comportamentos.
» Pode existir uma prescrição médica
» Por norma, a participação é voluntária
CARACTERÍSTICAS DO TURISTA
TURISMO MÉDICO
TURISMO DE BEM-ESTAR CARACTERÍSTICAS DO DESTINO
PARA ONDE VIAJA?
País estrangeiro
PARA ONDE VIAJA?
Próprio país ou país estrangeiro
QUE TIPO DE ESPAÇOS VAI VISITAR OU FREQUENTAR?
• Hospitais
QUE TIPO DE ESPAÇOS VAI VISITAR OU FREQUENTAR?
• SPA
• Clínicas • Medical SPA • Médico especialista específico
• Resort • Centro de Bem-Estar • Termas • Retiros • Cruzeiro
EM QUE TIPO DE ATIVIDADES, EXPERIÊNCIAS, SERVIÇOS OU PRODUTOS ESTARÁ INTERESSADO?
• Cirurgia ou procedimento médico • Cirurgia ou tratamento eletivo • Cirurgia cosmética • Dentária • Tratamento de fertilização medicamente assistida
EM QUE TIPO DE ATIVIDADES, EXPERIÊNCIAS, SERVIÇOS OU PRODUTOS ESTARÁ INTERESSADO?
• Mudança de género • Reabilitação
• Tratamentos de Bem-Estar (ex.: massagens) • Cuidados preventivos • Exercício físico • Relaxamento, retiro, rejuvenescimento • Beleza • Meditação, yoga ou outras práticas espirituais • Produtos e terapias locais e tradicionais • Terapias à base de água e lamas
Tabela 1: Diferenças entre Turismo Médico e Turismo de Bem-Estar
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DIMENSÃO DO MERCADO DO TURISMO MÉDICO
As alterações nas sociedades modernas traduzem numa nova forma de viver. Na era da Globalização constatam-se implicações profundas no desenvolvimento e interação dos povos. Com efeito, assiste-se a uma aproximação de culturas, a avanços tecnológicos sem precedentes, à democratização dos transportes e à facilitada mobilidade de pessoas, ao crescente e rápido acesso à informação através de um simples computador ou telemóvel, que se pode utilizar em qualquer lugar ou momento. Os produtos fabricados numa parte do mundo rapidamente podem ser descobertos e comprados em qualquer outro ponto do planeta. Portais de vendas on-line de livros, produtos novos e usados, música, medicamentos, entre outros, permitem a divulgação, comparam preços automaticamente, admitem a leitura de opiniões e classificações segundo os interesses e perfis individuais, e facilitam a compra e venda de uma forma fácil e segura. Mas não foi só o acesso a produtos que se tornou global: também a oferta de serviços se globalizou, inclusivamente na saúde. Coexiste um mais variado número de fatores que convergem para o crescimento do setor do Turismo Médico: A população está a envelhecer, a esperança média de vida aumentou, o número de doenças crónicas acompanha a subida e torna-se difícil ao Estado suportar tais custos; Vários países em desenvolvimento têm investido na área da saúde, tanto na formação de profissionais como em infraestruturas e equipamentos, podendo oferecer cuidados de saúde com qualidade e assente em tecnologias de ponta; O aumento da mobilidade dos profissionais de saúde que se tornaram mais flexíveis, aceitando emigrar para outros países; O desenvolvimento de acreditações e certificações de infraestruturas hospitalares uniformizam procedimentos e credibilizam as unidades; A proliferação da internet permite um acesso rápido e fácil à informação e constitui-se como um canal de distribuição privilegiado; A proliferação do setor da saúde privado como forma de colmatar as lacunas e oportunidades que os sistemas nacionais de saúde não conseguem absorver; Novos produtos financeiros, tais como Contas Poupança Saúde, estão a desenvolver-se em grande parte do mercado global para fazer face à necessidade de assegurar aos cidadãos o acesso a cuidados de saúde, particularmente no setor privado; A procura por seguros de saúde que compreendem tratamentos no estrangeiro está a aumentar, devido aos custos nos países de origem; Entre outros. Tabela 2: Fatores de crescimento do setor do Turismo Médico
“O Turismo Médico teria um valor atual estimado em USD 20.000 milhões”
Segundo o artigo “Medical Tourism - Health Care in the Global Economy”, em 2005, o TSBE representava a circulação de cerca de 19 milhões de turistas, que significavam um consumo de USD 20.000 milhões. Estima-se, ainda, que tenha duplicado entre 2005 e 2010, passando a valer cerca de USD 40.000 milhões e representando 4% do total de turistas anuais. Para 2012 apontava-se para um mercado com um valor próximo dos USD 100.000 milhões, segundo um estudo da Deloitte sobre o setor do TM. De acordo com a desagregação do setor nas suas diferentes valias, o Turismo Médico teria um valor atual estimado em USD 20.000 milhões (20% do total).
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Segundo um outro estudo desenvolvido pela “Medical Tourism – Consumers in Search of Value”, em 2004, 1,2 milhões de turistas oriundos dos EUA, o principal exportador de turistas de saúde, viajaram para a Índia e 1,1 milhões para a Tailândia, acreditando-se que em 2010 seriam cerca de 6 milhões a procurar a prestação de cuidados de saúde no estrangeiro. Outros dados apontam para que cerca de 1,4 milhões de turistas de saúde tenham procurado a Tailândia em 2006, produzindo 630 milhões de USD, que passaram a 740 milhões em 2007, com 1,54 milhões de visitantes. Em suma, existem fortes indicadores que apontam para que a taxa anual de crescimento do Turismo Médico se possa situar entre os 10% e os 20%, conforme as fontes, o que indicia grandes oportunidades para o setor. Contudo, outras fontes dão conta de números diferentes, ainda que relativas ao TSBE, o que representa, portanto, uma dimensão mais ampla. Segundo dados da UNWTO – World Tourism Organization divulgados pelo Turismo de Portugal, o número de viagens de TSBE na Europa tem vindo a crescer a um ritmo de cerca de 7% a 8% por ano, entre 2000 e 2011 (Figura 3), prevendo-se que se mantenha constante.
Figura 3 - Viagens de Turismo de Saúde no espaço europeu, 2000-2011 e previsões (milhões) Fonte: Turismo de Portugal 2012
A Alemanha é o principal mercado emissor de turistas de saúde e bem-estar, representando 44% do mercado, seguido da Bélgica, da Itália e da Áustria, como demonstra a figura seguinte.
Figura 4: Mercados emissores de turistas de saúde, 2010 (quota) Fonte: Turismo de Portugal 2012
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HEALTHY’N PORTUGAL | O POTENCIAL PORTUGUÊS NO MERCADO DO “TURISMO MÉDICO”
“O número de viagens de TSBE na Europa tem vindo a crescer a um ritmo de cerca de 7% a 8% por ano”
Considerando os diferentes segmentos que perfazem o setor do Turismo de Saúde e Bem-estar, pode-se inferir que para o Turismo Médico, e de acordo com as conclusões retiradas do Atlas de Oportunidade elaborado no âmbito do projeto Healthy’n Portugal, o mercado europeu emissor de turistas médicos ainda se encontra numa fase de crescimento embrionária, sendo maioritariamente regional, com a Alemanha e o Reino Unido a representarem 82% deste mercado. O valor de mercado nos países da OCDE deverá estar próximo aos 3.000 milhões €.
DRIVERS DE MERCADO DO TURISMO MÉDICO
“A decisão de compra considera uma análise de valor mais complexa”
Os critérios de decisão de compra - ou motivações - mais referenciados dentro do setor do turismo médico resumem-se: • À rapidez no acesso; • À disponibilidade do tratamento; • A uma melhor qualidade percebida; • À procura de um especialista em particular; • À procura de um preço competitivo, mais baixo. Contudo, nem todos os países avaliam da mesma forma estes critérios, ainda que lhes sejam comuns. É comum verificar que o preço é o critério mais comentado mas é, igualmente, referenciado, por diversos autores e fontes distintas, que a decisão de compra considera uma análise de valor mais complexa que considera a facilidade na concretização de todo o processo de compra, na distância física e psicológica percecionada, que se mede considerando a afinidade cultural e linguística existente e a heurística que o país apresenta, tanto do lado do turismo como da saúde, aliás, as duas dimensões que compõem verdadeiramente um produto de Turismo Médico, na sua componente mais alargada.
CONCEITO DE PRODUTO ALARGADO
Os produtos de Turismo Médico são produtos compostos. Esta característica implica a necessidade de agregar várias valências particulares entre parceiros de áreas de negócio diversas, desde o turismo à saúde e a um conjunto de serviços complementares, com objetivos e preocupações empresariais distintas mas que se obrigam a cooperar e colaborar. Ainda que a dimensão central (core) de um produto de Turismo Médico seja a motivação principal do consumidor, ou seja, o procedimento ou tratamento médico, acrescentam-se outras dimensões tais como a viagem, os transfers, o alojamento, os serviços complementares e os produtos turísticos tais como a atividade cultural, desportiva e de lazer e a gastronomia. Saliente-se que o TM está focado na saúde mas considera todas as atividades que se constituem como valências adicionais e complementares, que se encontram em unidades hoteleiras, SPA’s, Centros de Wellness e balneários termais, usufruindo das condições naturais. O conjunto destas componentes forma o chamado produto alargado.
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Figura 5 - Produto alargado
A composição de um produto alargado compreende um conjunto de distintos atores sobre os quais interessa tecer algumas considerações. PRESTADORES DE CUIDADOS DE SAÚDE
STAKEHOLDERS TURISMO MÉDICO
UNIDADES HOTELEIRAS TRANSPORTE RESTAURAÇÃO TRADUTORES ESTADO ANIMAÇÃO TURSÍTICA FACILITADORES DE TURISMO MÉDICO SEGURADORAS OUTROS Figura 6- Stakeholders no Turismo Médico
PRESTADORES DE CUIDADOS DE SAÚDE São o núcleo central de todo o processo. A resolução de um problema ou a melhoria do estado de saúde são o ponto de partida para uma viagem de TM e o “pretexto” para a oferta de um serviço mais alargado. Os prestadores de cuidados de saúde (doravante prestadores) englobam estabelecimentos como hospitais, clínicas, centros e serviços complementares de reabilitação e profissionais de saúde como médicos ou enfermeiros. Dentro deste contexto podemos ainda identificar e destacar as entidades relacionadas com esses atores, como as associações de hospitais e as ordens profissionais, entre outras. O reconhecimento - internacional - dos prestadores de cuidados de saúde é a pedra basilar na formação de qualquer produto para este sector, pois é o que determina a confiança necessária para o cliente considerar realizar o procedimento num determinado país ou instituição de saúde. Neste sentido, a qualidade da formação médica, o prestígio e a projeção internacional, a qualidade e a atualidade tecnológica das instalações, as acreditações internas mas sobretudo internacionais, são fatores
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STAKEHOLDERS
críticos de sucesso, particularmente no turismo médico em que os procedimentos podem comportar um maior grau de risco. HOTELARIA A hotelaria funciona como a primeira linha de suporte ao produto central. A existência de uma oferta diversificada e de qualidade tanto de alojamento como de restauração é um fator fundamental para cativar este tipo de turistas de saúde. É importante considerar, sobretudo, a oferta proporcionada por estabelecimentos de 4 e 5 estrelas: hotéis, SPA, hotéis com SPA, casas de turismo rural, entre outros. SERVIÇOS COMPLEMENTARES Os serviços complementares englobam um conjunto alargado e heterogéneo de entidades que prestam diversos serviços integrantes no produto alargado. Podemos destacar as empresas de animação turística, empresas de transporte com condutor, tradutores, entre outros. A experiência em lidar com clientes internacionais, particularmente o domínio de aspetos culturais e linguísticos são fatores críticos de sucesso para os prestadores de serviços complementares.
“O Estado, desde o seu papel de legislador e de regulador, até á promoção e apoio do TM, é um dos atores de destaque no sector. ”
ESTADO Compreendendo a importância que têm para o desenvolvimento económico, os governos de vários países asiáticos e europeus têm vido a apoiar a atividade do TM. O Estado, desde o seu papel de legislador e de regulador, até á promoção e apoio do TM, é um dos atores de destaque no sector. De uma forma mais indireta, o estado poderá ser um agente impulsionador do TM no seu papel de garante da qualidade, através do desenvolvimento de sistemas de certificação de qualidade (como o caso do SINAS) ou da promoção de uma formação de base de elevada qualidade dos profissionais envolvidos. Enquanto legislador e regulador cabe, também, ao Estado, assumir a responsabilidade em reduzir as barreiras ao exercício das atividades centrais e complementares das instituições nacionais bem como facilitar a entrada e permanência dos turistas de saúde, nomeadamente no que diz respeito à emissão de vistos. Este tema foi aprofundado num estudo específico realizado no âmbito do Healthy’n Portugal: Memorandum de Enquadramento Legal. Por fim, e com igual caráter de importância, o Estado poderá ser chamado a promover o setor do TM português no mercado internacional, através das suas agências de promoção – Turismo de Portugal – e de atividades de diplomacia económica. SEGURADORAS As seguradoras são, frequentemente, elementos financiadores do TM. A proliferação de produtos de seguros de saúde, em alguns casos, com cláusulas que compreendem a possibilidade de viajar para o estrangeiro fazem antever maiores oportunidades de negócio para as instituições nacionais, como reflexo eventual de preços mais competitivos que permitam uma maior rentabilidade às seguradoras. As seguradoras estarão naturalmente interessadas em adquirir uma maior disponibilidade de serviço e rapidez assente numa boa relação qualidade / preço. Não obstante, coexistem duas outras possibilidades de negócio para as seguradoras: por um lado, a criação de seguros de saúde específicos para turistas de saúde, eventualmente através de add-ons (complementos opcionais) e, por outro lado, a criação de seguros de viagem para estes indivíduos. Estes dois produtos de seguros já existem no mercado internacional, principalmente no Reino Unido, ainda que se desconheça o seu sucesso.
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FACILITADORES DE TURISMO MÉDICO OU DE TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR Entre os aspetos e tendências mais relevantes que afetam a comercialização e a negociação no sector das viagens de Saúde e Bem-Estar e TM está a forte presença de agências de viagens e operadores turísticos especializados. Tal como na programação de uma viagem de lazer, os operadores turísticos têm o poder de influenciar a decisão dos turistas de saúde porque não só participam na construção dos pacotes de oferta, como assumem a figura de intermediários, vendendo e coordenando a entrega dos vários serviços necessários, retirando do processo de venda os seus rendimentos. O seu papel é, basicamente, o de operacionalizar toda a logística necessária, desde as marcações das passagens aéreas, às estadias nas unidades hoteleiras e nas unidades hospitalares podendo, inclusive, colocar os pacientes em contato com os médicos. O peso negocial que os operadores assumem no mercado do TM é, aparentemente, elevado. Existem alguns operadores com elevada notoriedade e reputação tais como a norte americana “Medsolution” e a inglesa “Globe Health Tours”, entre outras.
Cada um dos stakeholders descritos anteriormente tem um papel determinante e dá um contributo particular no reforço da cadeia de valor de um produto de TM. Na figura seguinte, adaptando o modelo proposto por Michael Porter, é apresentada uma síntese da cadeia de valor de um produto de TM, evidenciando o contributo de cada entidade.
(TES e Estado)
(PCS) (PCS)
Tabela 3: Cadeia de valor de um produto de Turismo Médico
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CADEIA DE VALOR
CONDICIONANTES À ENTRADA NO MERCADO
Na avaliação da atratividade de um sector, as condicionantes à entrada desempenham um papel determinante. Por um lado correspondem a um conjunto de exigências e desafios fundamentais que é necessário desenvolver e ultrapassar para poder abordar o mercado. Por outro lado, a sua existência poderá ser um fator de proteção para quem já está no mercado. Neste sentido, destacamos um conjunto de condicionantes observáveis no setor do TM que é necessário ter em conta na análise do potencial nacional: a concorrência, os fatores reputacionais, a regulação e a legislação, as listas de espera, o preço e a tecnologia.
CONCORRÊNCIA Considerando o Turismo e a Saúde como produtos de sectores independentes, poderia ser desenvolvida uma análise simplificada e considerar que a concorrência internacional no sector do TM seria de alguma forma herdeira da atual concorrência ao sector turístico. Ou da saúde, numa perspetiva global. De facto, qualquer uma destas perspetivas, podendo-se considerar como um ponto de partida, revela-se insuficiente face às caraterísticas diferenciadoras que o TM apresenta face aos produtos turísticos mais tradicionais ou à forma como os cuidados de saúde são acedidos. Desta forma, a concorrência no sector do TM terá de ser identificada, pelo menos no curto prazo, entre os países que operam já no sector oferecendo produtos estruturados. A “IMTJ - International Medical Tourism Journal”, identificou os 10 principais destinos europeus em 2012, que perfazem um mercado de aproximadamente 1.293.000 indivíduos (ver anexo 1). Os principais destinos atuais identificados situam-se no leste da Europa, destacando-se a Hungria, a Polónia e a Turquia. Estes países desenvolveram uma estratégia nacional de promoção do turismo médico, com uma forte visibilidade na internet, através de portais vocacionados para este mercado, traduzidos em várias línguas como o Inglês, o Alemão ou o Russo. De notar que a Alemanha e o Reino Unido, considerados como os principais países emissores, encontram-se também entre os principais destinos de turismo médico.
Reino Unido Alemanha República Checa Polónia Hungria Turquia Espanha
PRINCIPAIS DESTINOS DE SAÚDE / BEM-ESTAR:
Esta é, no entanto, uma análise aglutinadora, não fazendo distinção entre os diversos tipos de produtos que são transacionados no mercado do TSBE europeu. Na Figura 7 são apresentados os principais destinos de TSBE, fazendo a distinção entre destinos médicos e destinos de saúde e bem-estar.
PRINCIPAIS DESTINOS MÉDICOS:
“A IMTJ identificou os 10 principais destinos europeus em 2012, que perfazem um mercado de aproximadamente 1.293.000 indivíduos.”
Espanha Itália Áustria Hungria Turquia
Figura 7 - Principais destinos médicos e de bem-estar
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CERTIFICAÇÕES A certificação é comummente aceite como um garante da qualidade da prestação do serviço. No que respeita aos prestadores de cuidados de saúde, são avaliadas várias dimensões desde o atendimento e a assistência médica, à gestão ambiental, aos procedimentos e cultura de segurança e privacidade dos pacientes. A certificação reforça a credibilidade da unidade junto do mercado. Existem várias entidades certificadoras tais como a “JCI – Joint Commission International” ou a “ISQua- International Society for Quality in Health Care”, entre muitas outras. A JCI é o líder reconhecido na acreditação internacional de unidades de saúde. Identifica, mede e partilha as melhores práticas de qualidade e segurança do paciente em todo o mundo. Em Portugal, a JCI acreditou 15 instituições. A ISQua é uma organização internacional que assume como missão inspirar, promover e apoiar a melhoria contínua da segurança e qualidade dos cuidados de saúde mundiais. Coordena uma rede que alcança 100 países, nos diversos continentes. Uma das suas atividades mais representativas é o seu programa internacional de acreditação de entidades de saúde nacionais e regionais. Tendo como parceiro a Organização Mundial de Saúde (OMS), é responsável por avaliar os padrões das organizações de acreditação na área da saúde, como a própria JCI. Com diferentes âmbitos territoriais, funcionais ou organizativos na Tabela 4 - Lista internacional de acreditações médicas encontra-se uma lista de algumas das principais acreditações na área da saúde.
Tabela 4: Lista internacional de acreditações médicas
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Internamente, a Entidade Reguladora da Saúde criou o SINAS - Sistema Nacional de Avaliação em Saúde definido como um sistema de avaliação da qualidade global dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde. “Sendo consensual a necessidade de uma abordagem multidimensional ao tema da qualidade na prestação de cuidados de saúde, o modelo do SINAS visa avaliar as instituições ao nível de diferentes dimensões da qualidade.” De acordo com a tipologia de cuidados prestados, as instituições são inseridas em diferentes módulos. Atualmente estão implementados os módulos relativos a estabelecimentos com internamento (SINAS@Hospitais) e a estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde oral (SINAS@Saúde.Oral).” fonte: ERS O SINAS foi desenvolvido tendo em conta os modelos de avaliação da JCI. No caso dos hospitais são medidas várias dimensões: Excelência clínica, Segurança do doente, Adequação e conforto das instalações, Focalização no utente e Satisfação do utente. Contudo, é frequente reduzir-se a importância da informação disponibilizada pela descredibilização aparente do método de recolha de informação, já que supõe uma autoavaliação. Como nota de relevo, convém ainda salientar que uma parte considerável dos estabelecimentos de saúde nacionais não possui um dos requisitos fundamentais que a lei obriga – licenciamento da atividade – sendo renegado para planos secundários, sucessivamente. Não obstante, são igualmente públicas as críticas à forma como é permitida a abertura de atividades ligadas à saúde, pois o próprio de Decreto-Lei n.º 279/2009 de 6 de Outubro, na alínea 2 do artigo 3º diz ser apenas necessário o preenchimento eletrónico da declaração disponível no portal da ERS e da ARS, responsabilizando-se as proponentes pelo cumprimento integral dos requisitos de funcionamento exigíveis para a atividade que se propõem exercer. Certamente que o licenciamento da atividade pode ser considerado como um fator crítico a resolver para um país que pretende estar na linha da frente da saúde e do mercado do TM.
REPUTAÇÃO COMO FATOR CRÍTICO DE SUCESSO Segundo a Mckinsey, 32% dos turistas de saúde dizem procurar melhores serviços, o que pressupõe o acesso a infraestruturas hospitalares funcionais, cómodas e confortáveis, algumas delas com o máximo luxo, e acesso a profissionais médicos de renome mundial. Neste sentido, a reputação é um fator crítico de sucesso. No entanto o primeiro nível de reputação internacional está relacionado com a heurística do próprio país ou da região em que o prestador se insere. Ele vai beneficiar, ou ser prejudicado, pela imagem que o país tem no exterior. Uma das formas de atestar a heurística de um país é a avaliação da sua posição em rankings internacionais. A pertença ao espaço europeu poderá, neste particular, trazer mais-valias aos países, pela projeção internacional que tem e pelo trabalho de harmonização legislativo, consolidado através das diretivas e regulamentos comunitários com um efeito sinérgico na confiança que cada um dos estados membros, por si, apresenta. Também a estabilidade do sistema político, do sistema jurídico, dos índices de segurança e de criminalidade e dos investimentos em I&D são fatores reconhecidos internacionalmente que contribuem, positivamente, para o reforço de reputação individual dos países.
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No relatório de 2000, a OMS publicou um ranking global dos sistemas de saúde mundiais que abrangeu 191 estados membros (Tabela 5). Foram usados indicadores como o nível global de saúde, as desigualdades sociais, o nível global de resposta do sistema de saúde, a divisão do esforço financeiro e a distribuição da capacidade de resposta às necessidades da população. No entanto, muitas foram as críticas que surgiram sobre os resultados apresentados, nomeadamente sobre o tipo de dados utilizados e as metodologias de comparação, reduzindo a importância e a credibilidade do próprio estudo e das suas conclusões. A própria OMS decidiu não proceder à elaboração de um novo ranking nos seus relatórios de 2010 (World Health Reports) ainda que o apetite para medir o desempenho nacional em contextos mais amplos seja maior e mais relevante. Ainda assim, a França aparecia na primeira posição, seguida da Itália e de um conjunto de pequenos países como São Marino, Andorra, Malta, e Singapura. Portugal surgia na 12ª posição, bastante à frente da grande maioria dos países identificados como concorrentes, incluindo os principais emissores como a Alemanha e o Reino Unido.
Tabela 5: Ranking da OMS dos sistemas nacionais de saúde Fonte: OMS
Sobre uma outra perspetiva, a nível europeu, uma das maiores referências a considerar é o Índice de Assistência Médica Europeu (Euro Health Consumer Index - EHCI). O EHCI tornou-se numa medida padrão sobre a prestação de assistência médica europeia. A edição de 2012 classifica 34 sistemas nacionais de saúde na Europa, de acordo com 42 indicadores, cobrindo cinco áreas chave para o utente de saúde: Direitos e informação aos utentes, Listas de espera para tratamento, Resultados, Prevenção/Âmbito e alcance dos serviços prestados e Cobertura farmacêutica. É compilado a partir de uma combinação de estatísticas públicas, sondagens aos utentes e pesquisa independente levada a cabo pelo fundador: o grupo de pesquisa Health Consumer Powerhouse, radicado na Suécia. O índice é liderado pela Holanda seguido da Dinamarca e da Islândia. Portugal surge apenas na 25ª posição, entre Espanha e Malta. É certo que a reputação surge como um cartão-de-visita para os cidadãos de outros países, construindo confiança juntos dos possíveis visitantes. Descentrando do contexto da saúde, há publicações que também ajudam a construir a reputação dos países. O Reputation Institute publica, anualmente, um ranking de países recorrendo a um inquérito distribuído por mais de 27 mil cidadãos de países do G8.
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“32% dos turistas de saúde dizem procurar melhores serviços e o acesso a profissionais médicos de renome mundial”
Abrangendo 50 países, mede a sua reputação com base na perceção do valor de 16 atributos que incluem a segurança para visitantes, a beleza do país, a simpatia e a capacidade de acolhimento dos habitantes, as políticas sociais e económicas progressivas, a eficácia dos governos, entre outros. Portugal surge um pouco acima do meio desta tabela, ocupando o 19º lugar, à frente dos países do leste europeu.
“Portugal ocupa a 19ª posição no Ranking Reputation Institute.”
Tabela 6: Ranking Reputation Institute da reputação em 50 países, 2013
Em suma, os protocolos de formação no exterior, por exemplo com alguns países dos PALOP, efetuados por diversos centos hospitalares do país, o crescimento do número de médicos e enfermeiros portugueses a trabalhar no estrangeiro, o domínio de línguas, a quantidade e qualidade das publicações em revistas científicas são fatores que têm contribuído – positivamente - para a reputação internacional dos profissionais de saúde portugueses. Mas apesar de surgir em posições cimeiras em alguns dos rankings referidos, um dos grandes problemas de Portugal é não ter reconhecimento no mercado internacional relativamente à qualidade da saúde, sendo o incremento da notoriedade e o reforço da sua reputação um dos maiores desafios do país.
REGULAÇÃO E LEGISLAÇÃO O trabalho sobre a regulação e a legislação poderão ter um impacto significativo no sucesso de desenvolvimento deste sector. Questões como a proteção de dados (acesso a registos médicos eletrónicos) ou a facilidade de obtenção de vistos para o turista de saúde têm vindo a ser colocadas, tendo presente a necessidade de facilitar a operacionalização de todas as atividades do setor do TM. Por outro lado, a União Europeia aprovou recentemente a diretiva Cross-Border Healthcare que determina a facilidade de mobilidade de pacientes no espaço europeu, desde 2013, permitindo aos cidadãos europeus a livre escolha das equipas médicas e dos hospitais onde querem ser tratados sendo posteriormente reembolsados das despesas médicas, pelo serviço nacional de saúde do seu país de origem. No “Memorandum – Enquadramento legal” – já referido - elaborado pelo Healthy’n Portugal é identificado um conjunto de fatores legais sobre questões essenciais à implementação do Turismo de Saúde (e TM) em Portugal, no sentido de nortear uma intervenção legislativa que propicie o desenvolvimento do sector, nomeadamente sobre:
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• O papel e atividade das agências de turismo de saúde; • Questões fiscais; • Proteção de dados; • Liberdade de Circulação dos Turistas de Saúde: regime de concessão de vistos; • Certificação; • Liberdade de Exercício da Medicina por Médicos Estrangeiros; • Cobertura de riscos; • Gestão de Conflitos.
LISTAS DE ESPERA O relatório da Mckinsey (2005) aponta no sentido de haver fatores com grande importância no momento de escolha de um determinado país, tal como a rapidez na prestação de cuidados médicos, provocada pelas longas listas de espera locais, que se torna no fator com mais importância para 15% dos inquiridos no estudo realizado. Por outro lado, os seguros de saúde assumem, de uma forma geral, compromissos de prestação do serviço num curto espaço de tempo. Desta forma, a existência de listas de espera nos países emissores num conjunto determinado de procedimentos, poderá representar uma oportunidade de mercado. A figura seguinte, adaptada do Eurohealth Index 2012, apresenta os países onde este potencial poderá ser mais aproveitado, por terem mais sensibilidade à rapidez ou listas de espera mais elevadas.
Figura 8: Países sensíveis à rapidez ou com listas de espera altas 2012 Fonte: Exertus Consulting, Adaptado do Eurohealth Index 2012
Uma questão social que se levanta relativamente a este assunto prende-se com o conflito ético que poderá haver na promoção de TM em tratamentos onde existam listas de espera em Portugal, em particular nas unidades de saúde públicas.
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O EHCI 2012 analisa um conjunto de indicadores para avaliação da questão adstrita às listas de espera que fazem de Portugal um país deficientemente classificado (ver Figura 10).
Territórios de listas de espera
Territórios sem listas de espera
Figura 9: Posicionamento dos sistemas de saúde dos países europeus face às listas de espera Fonte: Eurohealth Index 2012
PREÇO Como já referido, outra das motivações para a procura de cuidados de saúde no estrangeiro é o preço. Para o consumidor final, um preço baixo significará a capacidade de acesso ao tratamento médico, muitas das vezes inacessível no seu país de origem, seja pelo tempo de espera, pela falta de cobertura do seu sistema nacional de saúde ou da sua apólice de seguro de saúde, se a tiver contratado, ou pelo elevado preço praticado pelos prestadores de cuidados de saúde privados. A título de exemplo, e segundo o relatório da Mckinsey (2005), uma intervenção no domínio da cosmética dentária no Panamá custa menos entre 40 a 70% que nos EUA. Se for feito na Hungria a poupança pode variar ente 40 a 50%, tal como no Brasil. A mesma intervenção no México permite poupanças na ordem dos 30%, tal como na Costa Rica. Um Bypass na Malásia custa 7% do preço praticado nos EUA; se for na Índia 6%; e 8% na Tailândia. Em suma, os preços na Europa são substancialmente mais baixos do que nos EUA mas mais elevados do que nos países atrás referidos. Contudo, deve ser desenvolvida uma análise cuidadosa sobre os preços apresentados no mercado, principalmente quando apresentados por facilitadores de turismo médico, já que inflacionam o preço no país de origem para reforçar a ideia do potencial de poupança do consumidor.
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Por outro lado, o preço é uma forma clara e direta de alavancar uma determinada imagem e contribui decididamente para o posicionamento da oferta de uma qualquer organização ou país. Países como a Hungria, a Turquia e outros eventuais concorrentes de Portugal, anunciam preços que podem não corresponder ao preço praticado pelos prestadores, estando inflacionados por não refletir eventuais negociações entre prestadores de saúde e seguradoras ou sistemas nacionais de saúde. O Eurobarometer 2007, conduzido pela Gallup Organization (da Hungria), divulgou o resultado do inquérito que pretendeu medir a atitude dos europeus relativamente à chamada de Cross-Border Healthcare Services na Europa. Uma das respostas prende-se com o critério Preço. Entre os países mais sensíveis a este fator, em primeiro lugar aparece Portugal com 68%, seguido do Reino Unido (66%). Nos últimos lugares estão a Hungria (22%) e a Letónia (21%). Contudo, se o risco envolvido no tratamento procurado for elevado, o preço poderá não ser considerado como o fator de decisão de compra mais importante, como já referido. No entanto, a valoração dos critérios parece estar a alterar-se, muito devido à crise instalada e a uma nova forma de avaliar o serviço recebido, tendo em conta o triângulo Preço, Qualidade e Serviço. Para que os potenciais turistas de saúde possam comparar alternativas, tem de lhes ser permitida informação suficiente sobre os diferentes preços, onde se incluem, obviamente os preços dos procedimentos. O Relatório de Preços desenvolvido no âmbito do Healthy’n Portugal introduz uma reflexão sobre a forma como este critério é avaliado pelo consumidor e expõe o resultado de uma profunda análise ao mercado europeu, para uma série de procedimentos médicos alvo das ações piloto que se realizaram durante o projeto Healthy’n Portugal.
DISTÂNCIA E CUSTO DE TRANSPORTE Nesse mesmo relatório, são igualmente tecidas algumas considerações sobre a distância e o custo de transporte, já que a distância tem sido utilizada como um argumento importante para a tomada de decisão do turista sobre o país de destino. É frequentemente referido que uma viagem não deverá demorar mais do que 3 horas entre aeroportos, e os voos deverão ser diretos, sem escalas. No entanto, ainda que as horas de voo possam ter algum peso na decisão do turista de saúde, a familiaridade com o país de destino, a finidade cultural e linguística tem um papel bastante mais significativo. Mesmo assim, a título de exemplo, na figura seguinte é apresentado um mapa ilustrando os tempos médios de viagem a partir do Reino Unido para um conjunto de países concorrentes de Portugal. Como se pode verificar Portugal encontra-se no lote de destinos que se situam de 2 a 3 horas de voo de distância do Reino Unido, em conjunto com países do leste europeu. O mesmo acontece com a Alemanha. A Turquia surge já mais afastada, com um tempo de duração superior a 3 horas de voo.
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País de origem destino com tempo de viagem inferior a 2 horas destino com tempo de viagem entre 2 e 3 horas destino com tempo de viagem superior a 3 horas
Figura 10: Mapa dos tempos de distância a partir do Reino Unido Fonte: Relatório de Preços Healthy’n Portugal Exertus Consulting
Esta análise pode ser complementada com o preço da viagem em si, como ilustra a Figura 12
Figura 11: Binómio tempo / preço das deslocações a partir do Reino Unido (horas/euros) Fonte: Relatório de Preços Healthy’n Portugal, Exertus Consulting
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TECNOLOGIA A rápida evolução tecnológica que se vive nos dias de hoje marca profundamente as formas de atuação das entidades de todos os setores de atividade. O turismo e a saúde não são exceção. “A revolução das tecnologias de informação e comunicação, onde se destacam fenómenos como as redes sociais ou a proliferação de aplicações móveis, está a transformar a atividade turística ao nível do relacionamento entre os atores do negócio: produtores de serviços, distribuição e clientes. A capacidade de escrutínio e o poder negocial do turista obrigam ao domínio das tecnologias de informação no sentido do seu conhecimento, sob risco da perda de visibilidade e relacionamento com o mercado”. (fonte: PENT- Plano Estratégico Nacional do Turismo) O impacto da tecnologia no TM faz-se sentir em várias dimensões.
Figura 12 - Impacto da tecnologia no TM
Informação e comunicação A internet permite promover os serviços de um prestador em todo o mundo, de uma forma simples e interativa. Antes de contactar um determinado operador turístico ou um prestador de saúde, o turista de saúde, pode consultar, em vários países do mundo, as diversas alternativas existentes para o procedimento que pretende, fazer uma visita virtual às instalações do hospital, consultar o currículo da equipa médica e programar a sua estadia no país de destino. É do senso comum a noção de que as pessoas passam mais tempo online. Segundo a GlobalWebIndex 2013, são consumidas 10,7 de Media por dia. 5,6 horas são passadas online. Nos dias de hoje, 83% das pessoas utilizam a internet para aceder a informação e para planear as suas viagens, para além do facto de aí construírem e estabelecerem a sua rede social. Por semana, são consumidas 5,2 horas em redes sociais, com um crescimento médio diário de 143% entre 2010 e 2013 (ComScore 2013). A influência dos grupos de referência (família e amigos em destaque) alterou-se significativamente, estando agora muito mais alargada. 40% das pessoas que
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viajam são influenciadas pelo que leem nas redes sociais e 50% baseiam a sua escolha através da experiência de outros. Portugal está na linha da frente da tecnologia de informação e comunicação, com mais de 5 M de pessoas a utilizar a internet de forma regular sendo, o 12º país com maior penetração de tecnologias de fibra ótica por subscritores de serviços de banda larga de acordo com o relatório “Communications Outlook 2013” da OCDE. Portugal continua no topo da prestação de serviços públicos online na União Europeia (UE) de acordo com os resultados do” European eGovernment Benchmark 2013” . A avaliação do desempenho dos países europeus conduzida pela Comissão Europeia (CE) continua a colocar Portugal entre os países líderes no atendimento online a cidadãos e empresas. O relatório analisa 32 países, na sua maioria europeus, mas também asiáticos e americanos. O ranking é liderado pelo Japão seguido da Coreia do Sul. Entre os países europeus, a liderança cabe à Suécia e Portugal surge na 10ª posição. O novo Programa-Quadro de Investigação e Inovação da UE prevê 77 mil milhões de EUR para as TIC. A disponibilização de um sítio na internet, em várias línguas de expressão internacional (inglês, alemão, entre outras) por parte dos prestadores ou dos operadores de TM é, pois, um requisito fundamental para abordar o mercado.
“A internet e as redes socias são fundamentais no acesso à informação e na validação da reputação e do grau de confiabilidade.”
A internet e as redes socias são fundamentais não só no acesso à informação como para validação da reputação e do grau de confiabilidade que se pode atribuir a uma unidade hospitalar, a uma equipa médica ou à experiência como um todo. As pessoas partilham cada vez mais as suas experiências e investem-se da sua capacidade de avaliar e recomendar um determinado produto ou serviço que, ainda que possa assumir um peso relativo, é de primordial importância na tomada de decisão. Por outro lado, as possibilidades qualitativas que se abriram, por exemplo, com a videoconferência possibilitam um contacto entre o cliente / paciente, o prestador e todos os outros intervenientes no processo, muito mais flexível e cómodo.
Monitorização e Acompanhamento do Turista A monitorização e o acompanhamento do paciente no pós-operatório ou período de recuperação, particularmente se este for longo e realizado já no seu país de origem, pode ser um dos constrangimentos do TM. No entanto, um conjunto de soluções tecnológicas tem vindo a ser desenvolvidas para facilitar esse processo e trazer mais confiança ao paciente quando este preferir realizar os tratamentos fora do país. De facto, a telemedicina (através de aplicações smartphone, ferramentas de monitorização do estado clínico das pessoas como o registo cardíaco) é uma das tendências no mercado da saúde. Por outro lado a tecnologia permite a partilha / gestão do registo clínico dos pacientes através dos registos médicos eletrónicos.
Equipamentos médicos Por fim, importa referir o papel da tecnologia nos equipamentos médicos no TM. Um dos principais motivos que poderá levar à procura de um determinado tratamento noutro país é a disponibilidade de equipamentos com tecnologia de ponta, que proporcione um índice de confiança mais elevado. As unidades hospitalares que pretendem abordar este mercado procuram destacar os seus equipamentos médicos tecnologicamente mais avançados como forma
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de diferenciação face à concorrência, tais como os equipamentos de ressonância magnética (MRI) ou os equipamentos de Tomografia Axial Computorizada (TAC). Também o número destes equipamentos por milhão de habitantes é frequentemente utilizado como forma de realizar comparações entre países. Conforme se pode constatar na Figura 14, o Japão e os EUA encontram-se nos lugares cimeiros quanto à disponibilidade deste tipo de meios de diagnóstico, seguidos da Itália e da Grécia. Portugal encontra-se na parte inferior da tabela com 6 equipamentos por milhão de habitantes, abaixo da média dos países OCDE28 (13,3), não obstante o facto de não estarem considerados os equipamentos fora do hospital. Relativamente aos equipamentos TAC, Portugal aproxima-se da média da OCDE29, com 19,2 e 23,6 por milhão de habitantes, respetivamente.
Figura 13 – Número de equipamentos MRI e TAC por milhão de habitantes, discriminado por país (2011 ou mais próximo) Fonte: OCDE 1 Não inclui os equipamentos fora dos hospitais 2 Não inclui equipamentos do sector privado
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A SAÚDE EM PORTUGAL VISÃO GLOBAL RECURSOS PRINCIPAIS ATORES
A SAÚDE EM PORTUGAL VISÃO GLOBAL
Para além da heurística e familiaridade com o país, os aspetos relativos à saúde são sempre os primeiros e mais importantes aspetos a considerar pelo turista de saúde ouVisão por um eventual comprador empresarial, como são exemplo as seguradoras. De global uma forma geral, a qualidade traduzida na diferenciação clínica, na competência dos seus recursos humanos, nas infraestruturas modernas e confortáveis e nas tecnologias é, a par da rapidez, um dos principais critérios de decisão O sistemadisponíveis, de saúde português dePara compra. além da heurística e familiaridade com o país, os aspetos relativos à saúde são sempre aspetos a considerar pelo turista de saúde ou por um eventual comprador empresarial, como Cada país apresenta um conjunto de caraterísticas próprias e um conjunto de reuma forma geral, a qualidade traduzida na diferenciação clínica, na competência dos seus re cursos dos quais poderá tirar partido para a construção de produtos competitivos modernas e confortáveis e nas tecnologias disponíveis, é, a par da rapidez, um dos principai no mercado internacional.
Cada país apresenta um conjunto de caraterísticas próprias e um conjunto de recursos dos qu Na tabela seguinte é apresentado um conjunto de destaques que ajudam a fazer construção de produtos competitivos no mercado internacional. uma resumida caraterização do sistema de saúde em Portugal.
Na tabela seguinte é apresentado um conjunto de destaques que ajudam a fazer uma resum saúde em Portugal. % de financiamento público
69,7%
Financiamento público
Baseado no modelo Beveridge. Maioritariamente financiado através de impostos; a segurança social financia apenas uma pequena parte da despesa total em saúde
Cobertura Público/Privado
Coexistência de hospitais públicos, privados sem fins lucrativos e privados com fins lucrativos
Nº de hospitais
209 hospitais
Nº de camas
32.400 camas (74,8% público; 25,2% privado)
Duração média de estadia
7 dias
Administração e gestão dos hospitais públicos
Os hospitais públicos são propriedade dos Estado. Dispõem de relativa autonomia financeira e administrativa. A sua gestão pode ser delegada ao sector privado.
Entidades financiadoras
Os orçamentos dos hospitais são estabelecidos e alocados pelo Ministério da Saúde. Os hospitais recebem ainda taxas moderadoras liquidadas pelos doentes.
TAC: 27,4 Scanners: 12,8
RDT: MRI: 3,3 9,2
Profissionais de saúde e Ação social Médicos hospitalares Nº de equipamentos por milhão de habitantes
142.300, dos quais 112.500 no sector hospitalar 26.000 médicos hospitalares MRI: 9,2; Radioterapia: 3,3; Scanners: 12,8 TAC: 27,4
Tabela 7: Destaques no sistema de saúde em Portugal Fonte: HOPE - European Hospital and Healthcare Federation
Tabela 7: Destaques no sistema de saúde em Portugal
Fonte: HOPE - European Hospital and Healthcare Federation Como se pode verificar na Figura 15, as despesas de saúde em Portugal relativamente ao PIB registaram uma tendência de crescimento até 2009, altura em que representaram 10,2% do PIB, registando uma inversão desde então, estimandoComo se pode verificar na Figura 165, as despesas de saúde em Portugal relativamente ao P -se ter atingido os 9,6%, em 2012. A este facto não serão alheias as restrições crescimento até 2009, altura em que representaram 10,2% do PIB, registando uma inversão causadas pela crise económica, que veio limitar o orçamento disponível para a atingido os 9,6% em 2012. A este facto não serão alheias as restrições causadas pela crise e saúde, quer no sector público quer no sector privado. Esta inversão vem reforçar a orçamento disponível para a saúde, quer no sector público quer no sector privado. Esta inver importância do desenvolvimento de estratégias de internacionalização, tanto dos desenvolvimento de estratégias de internacionalização, tanto dos hospitais públicos como do hospitais públicos como dos privados, onde a lógica subjacente ao TM está inserida. subjacente ao TM está inserida. HEALTHY’N PORTUGAL | O POTENCIAL PORTUGUÊS NO MERCADO DO “TURISMO MÉDICO”
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Figura 14 – Despesas de saúde em Portugal em % do PIB (2000-2012) Fonte: Pordata Legenda: * Valor estimado
O SISTEMA DE SAÚDE PORTUGUÊS O artigo 64º da Constituição da República Portuguesa define “um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito”. A organização do sistema de saúde de um país é um fator determinante do estado de saúde da sua população, já que é simultaneamente responsável pelas funções de financiamento, de regulação e de prestação. Em Portugal, o sistema de saúde inclui prestadores públicos, privados e sociais, tal como a figura seguinte demonstra.
Figura 15 - Prestadores de Cuidados de Saúde em Portugal Fonte: Deloitte, 2011
A título de curiosidade, um estudo desenvolvido pela consultora Deloitte em 2011, demonstrava que cerca de 82% dos portugueses estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com o funcionamento do SNS e apenas 4% se mostraram nada satisfeitos.
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Figura 16 - Avaliação dos Portugueses do Modelo do SNS Fonte: Deloitte, 2011
Financiamento O financiamento da saúde em Portugal é, na sua grande maioria, de origem pública. Em 2011, o mesmo estudo apresentado pela Deloitte, dava conta de que 71% do total da despesa em saúde era financiada com dinheiro público, sendo que menos de 30% dos cuidados de saúde prestados são financiados por entidades privadas e diretamente pelos cidadãos.
Figura 17 - Natureza do Financiamento na Saúde Fonte: Deloitte, 2011
Em 2013, a despesa pública em Portugal alterou-se ligeiramente, tendo o financiamento publico representado 65% do total das despesas em saúde: um valor inferior ao da média da OCDE, que foi de 72%. Dos restantes 35%, a grande maioria foi suportada diretamente pelos pacientes (29%) e o restante foi financiado através de seguros de saúde. A figura seguinte demonstra as fontes de financiamento para vários países da OCDE, incluindo Portugal.
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Figura 18: Financiamento das despesas de saúde nos países da OCDE
Serviço Nacional de Saúde A Constituição da República Portuguesa estabelece que todos os cidadãos têm direito à prestação de cuidados globais de saúde. O sistema público de saúde está a cargo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que depende do Ministério da Saúde. Tal como na maioria dos países da OCDE, Portugal possui um acesso universal, tendencialmente gratuito, a um conjunto de serviços centrais de Saúde, onde se incluem consultas, exames e procedimentos cirúrgicos e terapêuticos. O SNS é formado por um conjunto organizado e hierarquizado de instituições e de serviços oficiais prestadores de cuidados de saúde, funcionando sob a superintendência ou tutela do Ministro da Saúde” (artigo 1.º Estatuto do SNS, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 11/93, de 15 de Janeiro). Subsistemas de saúde Aquando da sua criação, o SNS não absorveu os sistemas de proteção na doença de base ocupacional – os chamados subsistemas - previamente existentes. Atualmente, estes garantem, a cerca de 20% da população, mecanismos de proteção para situações de doença, para além do SNS. O principal subsistema de saúde é o da ADSE (Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública), que abrange 1,2 milhões de indivíduos. Adicionalmente existem, ainda, os seguintes subsistemas: - Assistência na Doença aos Militares da Forças Armadas (ADM); - Serviços de Assistência na Doença - Polícia de Segurança Pública (SAD-PSP); - Serviços de Assistência na Doença - Guarda Nacional Republicana (SAD-GNR); - Serviços Sociais do Ministério da Justiça (SSMJ).
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Adicionalmente existem, ainda, os seguintes subsistemas: - Assistência na Doença Militares da Forças Armadas (ADM); Adicionalmente existem,aos ainda, os seguintes subsistemas: - Assistência na Doença aos Militares da Forças Armadas (ADM); Serviços de na Assistência na Doença Polícia de Armadas Segurança Pública (SAD-PSP); -- Assistência Doença aos Militares- da Forças (ADM); - Serviços de Assistência na Doença - Polícia de Segurança Pública (SAD-PSP); -- Serviços Nacional Republicana (SAD-GNR); Serviços de de Assistência Assistência na na Doença Doença -- Guarda Polícia de Segurança Pública (SAD-PSP); - Serviços de Assistência na Doença - Guarda Nacional Republicana (SAD-GNR); -- Serviços do Ministério da Justiça (SSMJ). Serviços Sociais de Assistência na Doença - Guarda Nacional Republicana (SAD-GNR); - Serviços Sociais do Ministério da Justiça (SSMJ). - Serviços Sociais do Ministério da Justiça (SSMJ).
Seguros privados Seguros de de saúde saúde privados Seguros de saúde privados OSeguros seguros de saúde saúdeprivados privadosinclui incluitodos todososos contratos cujos prémios Omercado mercado de seguros de contratos cujos prémios são calculados em de de saúde privados O mercado de em seguros de do saúde privados todos os contratos cujos sãoestá calculados são calculados função risco, e para inclui osfunciona quais a adesão é voluntária. Este segquais a adesão é voluntária. Este segmento num regime de livreprémios mercado, sujeito em à le quais a adesão é voluntária. Este segmento funciona num regime de livre mercado, está sujeito em à le segurador, e é dominado por um grupo reduzido de seguradoras. O mercado de seguros de saúde inclui todos contratos cujos prémios são calculados mento funciona num regime de privados livre mercado, está os sujeito à legislação geral do segurador, e é dominado por um grupo reduzido de seguradoras. quais a adesão é voluntária. Este segmento funciona num regime de livre mercado, está sujeito à le sector segurador, e é dominado por um grupo reduzido de seguradoras. De referir ainda que o número degrupo pessoas segurasdecom contratos de grupo tem vindo a ganhar vant segurador, e é dominado por um reduzido seguradoras. Dereferir referir ainda ainda que seguras com contratos grupo temtem vindo a ganhar vant contratos individuais seguro,de como se pode verificar na Tabela de seguinte. De que ode o número número depessoas pessoas seguras com contratos de grupo contratos individuais de seguro, como se pode verificar na Tabela seguinte. De referir aindavantagem que o número de pessoasaos seguras comindividuais contratos de tem vindo a ganhar vant vindo a ganhar relativamente contratos degrupo seguro, como contratos individuais de seguro, como se pode verificar na Tabela seguinte. se pode verificar na tabela seguinte. 2001 2003 2005 2006 2007 2008 2001 2003 2005 2006 2007 2008 Número de 2001 1.712.654 2003 1.843.000 2005 1.725.000 2006 1.996.160 2007 2.178.149 2008 pessoas seguras 1.424.690 Número de pessoas seguras 1.424.690 1.712.654 1.843.000 1.725.000 1.996.160 2.178.149 Número de pessoas seguras 1.424.690 1.712.654 1.843.000 1.725.000 1.996.160 2.178.149 Número de contratosseguras pessoas Número de 939.930 879.750 871.448 930.243 individuais 710.018 906.849 contratos pessoas seguras individuais 710.018 906.849 939.930 879.750 871.448 930.243 Número contratosde pessoas seguras individuais 710.018 906.849 939.930 879.750 871.448 930.243 Número de 805.805 contratosseguras de grupo 714.672 903.070 845.250 1.124.712 1.247.906 pessoas Número de contratos de grupo 714.672 805.805 903.070 845.250 1.124.712 1.247.906 pessoas seguras contratos de grupo 714.672 805.805 903.070 845.250 1.124.712 1.247.906 Tabela 8: 8Número de pessoas abrangidas por contratos de seguros de de saúde Tabela - Número de pessoas abrangidas por contratos seguros de saúde
Tabela - Número de pessoas abrangidas por contratos de seguros de saúde Fonte: APS8 (2009) Fonte: APS (2009) Tabela 8 - Número de pessoas abrangidas por contratos de seguros de saúde Fonte: APS (2009) Fonte: APS (2009) Listas de espera
A duração das listas de espera para os serviços de saúde é uma questão importante para a maioria dos países da OCDE. A existência de longas listas de espera para cirurgias eletivas (não emergências) como as cataratas, artroplastia da anca ou joelho, geram insatisfação nos pacientes e obrigam, normalmente, a optarem por prestadores privados. A título de exemplo, Portugal registou uma descida muito significativa da duração das suas listas de espera para as operações às cataratas, com um valor médio de 205 dias, no ano de 2006, para 83 dias no ano de 2012. Este valor é, mesmo assim, superior ao de países como o Reino Unido ou a Holanda, mas ligeiramente inferior ao da Espanha. Dias
ou
Figura 19: Listas de espera para operação às cataratas (2006 a 2012) Fonte: OECD, 2013
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Também em relação às listas de espera para uma prótese da anca, Portugal vinha registando uma diminuição importante desde 2006, passando de 170 dias para 102, em 2010. No entanto, registou um retrocesso em 2012, tendo subido para 139 dias. Dias
ou
Figura 20: Listas de espera para artroplastias da anca (2006 a 2012) Fonte: OECD, 2013
À semelhança dos procedimentos médicos anteriores, os tempos de espera para a realização de artroplastias do joelho registaram, em 2011, uma inversão da tendência de diminuição que vinha sendo observada. Estes valores são, no entanto, superiores aos das artroplastias da anca (211 dias contra 139, em 2011). Dias
ou
Figura 21: Listas de espera para artroplastias do joelho (2006 a 2012) Fonte: OECD, 2013
Através do Portal da Saúde os pacientes pode-se conhecer a posição que ocupam na lista de espera bem como o tempo dentro do qual será realizada a intervenção cirúrgica.
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“As 25 instituições hospitalares com mais investimento em I&D representaram 93% do total de investimento em I&D no subsetor hospitalar.”
Investigação e desenvolvimento (I&D) Portugal detém uma reputação e reconhecimento internacional no domínio da capacidade de I&D nas áreas da saúde e das ciências da vida. Para este posicionamento concorrem um conjunto de fatores e atividades, de entre os quais se podem destacar: • Portugal possui unidades de prestação de cuidados de saúde com padrões de qualidade e desempenho que se equivalem às melhores referências internacionais, dispostas numa rede nacional bem articulada onde operam os setores público, privado e social; • A existência de alguns grupos de saúde - Grupo Mello Saúde, Espírito Santo Saúde, HPP Saúde (Lusíadas Saúde) e Trofa Saúde - que apostam fortemente no setor da saúde e que representam 80% do mercado da saúde privada, tendo faturado em 2009, no seu conjunto, cerca de 700 milhões de Euros. Estes grupos mantêm uma componente de investimento em tecnologia, inovação tecnológica e formação muito elevada; • A crescente colaboração entre Universidades, Institutos de Investigação, Hospitais e Empresas, onde ganha peso a orientação estratégica para modelos de Investigação de Translação, i.e., a interação entre indústria, investigação e cuidados de saúde . A título de exemplo, o projecto BIONC ( Plataforma de I&D na área da oncologia), é apresentado como um case-study de investigação de translação. Este projeto envolve o IPATIMUP, a Eurotrials, o Hospital de São João e o IPO. Outra entidade de relevo nesta área é a Fundação Champalimaud. As estatísticas oficiais sobre I&D em Portugal são produzidas a partir do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN) às Empresas, ao Estado, ao Ensino Superior e às IPSFL. O IPCTN é o instrumento oficial (integra o Sistema Estatístico Nacional) de contabilização dos recursos humanos e da despesa em I&D, seguindo critérios acordados a nível europeu pelo EUROSTAT e em articulação com a OCDE. Os resultados provisórios publicados sobre o inquérito demonstram que em Portugal e relativamente a 2012: • A despesa total em I&D atinge, globalmente, 2.469 milhões de euros e representa 1,50% do PIB nacional. • O setor Empresas executa 47% da despesa total em I&D e o setor Ensino Superior 39%. • O número total de investigadores, medido em “equivalente a tempo integral” (ETI), é 50.694. • Os investigadores concentram-se essencialmente no setor Ensino Superior, com 30.185 (ETI), seguindo-se o setor das Empresas, com 12.117 (ETI). • O número de investigadores (ETI) na população ativa é de 9,3‰. Em primeiro lugar da lista de “Empresas/Grupos com mais despesa intramuros em atividades de I&D em 2011” surge o Grupo Portugal Telecom, com uma despesa em I&D de cerca de 208 M €, seguida da BIAL – Portela & Cª, S.A., com aproximadamente 55M. As 25 instituições hospitalares com mais investimento em I&D representaram 93% do total de investimento em I&D no subsetor hospitalar que, em 2011, atingiu os 64 milhões de euros, e 91% do total do número de investigadores do subsetor. O Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, o Centro Hospitalar de São João, EPE e o Centro Hospitalar do Porto, EPE, possuem um número de investigadores superior a 50, considerando o valor de referência ETI (Equivalente a Tempo Integral). Juntos representaram um montante em I&D de cerca de 27 milhões de euros, mais de um terço do total nacional.
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Posição
Despesa em I&D (Euros)
Designação
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
11.146.885 € 8.051.033 € 7.801.801 € 4.097.330 € 4.093.037 € 3.206.972 € 3.114.234 € 2.991.874 € 2.064.541 € 1.832.223 € 1.692.684 € 1.520.572 € 1.500.429 € 1.490.383 € 1.373.469 € 1.348.970 € 1.126.541 € 919.273 € 804.534 € 702.777 € 702.117 € 634.158 € 581.500 € 537.592 € 487.262 €
Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. Centro Hospitalar de São João, E.P.E. Centro Hospitalar do Porto, E.P.E. Hospitais da Universidade de Coimbra, E.P.E. Centro Hospitalar de Lisboa Norte, E.P.E. Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. Centro Hospitalar de Coimbra, E.P.E. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E. Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, E.P.E. Centro Hospitalar do Alto Ave, E.P.E. Hospital Curry Cabral, E.P.E. Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, E.P.E. Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E. Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, E.P.E. Unidade Local de Saúde de Matosinhos, E.P.E. Hospital Infante D. Pedro, E.P.E. Hospital Garcia da Orta, E.P.E. Grupo José de Mello Saúde, SGPS, S.A. Hospital de Faro, E.P.E. Unidade Local de Saúde do Alto Minho, E.P.E. Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E. Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E. Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, E.P.E. Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, E.P.E Maternidade Dr. Alfredo da Costa
Pessoal total (ETI)1
Investiga dores (ETI)1
Doutor ados (ETI)1
76,6 81,8 72,8 49,4 43,8 61,2 31,5 31,5 26,2 18,8 10,0 43,0 12,6 19,7 19,9 14,5 11,3 5,6 10,1 10,4 5,6 7,8 7,7 5,0 5,5
2,6 17,0 5,9 8,0 8,6 19,9 1,2 2,8 1,4 0,8 0,1 9,5 0,1 4,8 0,0 0,4 0,4 1,1 0,2 0,2 0,2 0,1 2,5 0,3 0,1
76,6 82,0 73,7 50,0 44,8 61,2 31,5 31,5 27,2 18,8 10,0 43,0 12,7 19,9 17,9 14,5 11,3 5,6 10,1 10,4 5,6 7,8 7,7 5,0 5,7
Figura 22 - Instituições hospitalares com mais despesa intramuros em atividades de I&D em 2011 Fonte: DGEEC Figura 23 - Instituições hospitalares com mais despesa intramuros em atividades Nota: 1Equivalente a Tempo Integral
de I&D em 2011
Fonte: DGEEC Recursos1 Nota: Equivalente a Tempo Integral Per 1 000 population
2011
2000
Médicos M7 édicos RECURSOS Portugal encontra-se nos lugares da frente em termos de número de médicos por Recursos 6,1 1000 habitantes (4,0),nos como se pode verificar Figura de seguinte, apenas ultrapasPortugal encontra-se lugares da frente emnatermos número de médicos por 1000 habitantes (4,0), como se pode verificar 6 na Figura apenas ultrapassado pela Grécia, Rússia, Áustria e Itália, sado pelaseguinte, Grécia, Rússia, Áustria e Itália, sendo a média da OCDE 34 de 3,2. sendo a média da OCDE 34 de 3,2. 5
4
5,0 Médicos 4,8
7
2
4,1 encontra-se nos lugares da frente em termos de número de médicos por 1000 habitantes (4,0), como se pode verificar 4,0 3,9 3,8 3,8 3,8 3,7 3,6 na Figura seguinte, apenas ultrapassado pela Grécia, Rússia, Áustria e Itália, sendo a média da OCDE 34 de 3,2. 5,0 3,5 3,5
4,8
4 7 3 6 2
1
2000
6Portugal 5
3
2011
6,1
1
00
5 4
3,3 3,3 3,3 3,3 3,3
4,1 4,0 3,9 3,8 3,8 3,8 3,7 3,6 3,5 3,5
6,1 5,0
3,3 3,3 3,3 3,3 3,3
3,3
3,2
3,3
3,0 3,0 2,9
2011
3,2
2,8 2,8
2000
2,5 2,5 2,4
3,0 3,0 2,9 2,8 2,8 2,7 2,6 2,5 2,5 2,4
4,8 4,1 4,0 3,9 3,8 3,8 3,8 3,7 3,6 3,5 3,5
2,7 2,6
2,2 2,2 2,2
2,0
2,2 2,2 2,2 2,0
1,8
1,7
1,6
1,5 1,8 1,7 1,6 1,5 0,8 0,7 0,8 0,7
3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,2
3
0,2 0,2
3,0 3,0 2,9 2,8 2,8 2,7 2,6 2,5 2,5 2,4
2
2,2 2,2 2,2 2,0
1,8 1,7 1,6 1,5
1
1. Os dados incluem médicos, gestores, educadores e investigadores (incremento de entre 5 a 10%) 2. Dados referem-se a todos os médicos com licença para a prática de medicina (resultando numa larga sobreestimação do
0 24: Figura 24: Número de médicos por 1000 habitantes (2000 e 2011) número de médicos em Portugal)
Figura 23: Número Fonte: OECD, 2013de médicos por 1000 habitantes (2000 e 2011) | Fonte: OECD, 2013
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HEALTHY’N O POTENCIAL NO MERCADO “TURISMO Desde 2000,PORTUGAL o número| de médicos PORTUGUÊS cresceu cerca de 33% DO (Figura 25), MÉDICO” à semelhança do que se verifica na maioria dos países da OCDE. Comparando com outros países europeus, esta evolução foi mais expressiva em Portugal do que na Alemanha (17%),
0,8 0,7 0,2
Desde 2000, o número de médicos cresceu cerca de 33% (Figura 25), à semelhança do que se verifica na maioria dos países da OCDE. Comparando com outros países europeus, esta evolução foi mais expressiva em Portugal do que na Alemanha (17%), mas inferior ao aumento verificado no Reino Unido (50%). A Polónia, à semelhança de outros países do leste Europeu, decresceu ligeiramente o seu número de médicos (-1%).
Figura 24: Evolução do número de médicos (2000 – 2011) Fonte: OECD, 2013
Na Figura 26 é apresentado o número de médicos em Portugal distribuídos por especialidades. À exceção da especialidade de estomatologia, todas as restantes especialidades viram aumentar o número de efetivos. A especialidade de medicina geral e familiar é a que conta com mais médicos, registando mais de 5 mil, em 2011. No entanto são os médicos não especialistas que registaram um crescimento mais significativo no período identificado, com um aumento de cerca de 47%.
Figura 25: Distribuição do número de médicos por especialidades (2000 e 2011) Fonte: Pordata
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Enfermeiros Os enfermeiros desempenham um papel fundamental na prestação de cuidados de saúde não apenas em ambientes tradicionais, como hospitais ou lares, mas, cada vez mais, nos cuidados primários. Portugal possui um número de enfermeiros por 1000 habitantes inferior à média da OCDE34, como se pode constatar na Figura 27, sendo, respetivamente de 6,1 e 8,8. Suíça Dinamarca Bélgica Islândia Noruega Irlanda Holanda Alemanha Luxemburgo EUA Suécia Finlândia Austrália Japão Nova Zelândia Canadá OECD34 França Reino Unido Eslovénia República Checa Federeação Russa (2006) Áustria Itália Hungria Estónia Portugal¹ República Eslovaca Espanha Polónia Israel Coreia Chile² Grécia México Turquia China Brasil África do Sul India Indonésia
Figura 26: Número de enfermeiros por 1000 habitantes (2011) Fonte: OECD, 2013
Número de Camas Em Portugal o número de camas por 1000 habitantes era de 3,38 em 2011. Este valor está abaixo da média da OCDE25, que era, em 2011, de 4,96. Também os países - ditos - concorrentes de Portugal possuem um valor superior a Portugal, como é o caso da Hungria (7,17 em 2011), a República Checa (6,06) ou a Polónia (6,55). Relativamente aos principais mercados alvo, Portugal apresenta um valor superior ao do Reino Unido (2,95) mas inferior ao da Alemanha (8,27), que tem um dos maiores valores verificados.
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Figura 27: Número de camas por habitante (2000 e 2011) Fonte: OECD, 2013
PRINCIPAIS ATORES
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e o Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS) Entre as atribuições institucionais da ERS está a de “Promover um sistema de classificação de saúde quanto à sua qualidade global, de acordo com os critérios objetivos e verificáveis, incluindo os índices de satisfação dos utentes” (alínea b) do artigo 36º do Decreto - Lei 127/2009, de 27 de Maio). Para dar cumprimento a esta obrigação, a ERS desenvolveu o SINAS, um sistema que permite avaliar diversas dimensões da qualidade dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde de Portugal. O SINAS analisa assim um conjunto de indicadores da qualidade que demonstram se a organização tem instituídas a Cultura, as Condições físicas e humanas e os Procedimentos que contribuam para a garantia de um elevado grau de qualidade (indicadores de estrutura), se atua de acordo com as Melhores práticas (indicadores de processo), se obtém bons Resultados (indicadores de resultado) e se vai ao encontro do que os clientes desejam (indicadores de satisfação). Os seus principais resultados são publicados permitindo a todos os interessados o acesso a informação adequada e inteligível promovendo a tomada de decisões mais informadas e a melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados.
Cluster da Saúde “O Health Cluster Portugal - Polo de Competitividade da Saúde (HCP) tem como objeto principal a promoção e o exercício de iniciativas e atividades tendentes à consolidação de um polo nacional de competitividade, inovação e tecnologia, de vocação internacional”. Tem como missão a promoção e o incentivo das formas de cooperação entre as empresas, as organizações, as universidades e as entidades públicas, que signifique um aumento do respetivo volume de negócios, das exportações e do emprego qualificado nas áreas económicas associadas à área da saúde, bem como à melhoria da prestação de cuidados de saúde.
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O Cluster é composto por mais de 130 entidades ligadas à saúde, com os mais variados perfis: • Hospitais, centros hospitalares e outros prestadores; • Indústria farmacêutica; • Universidades e outros estabelecimentos de ensino; • Entidades de investigação; • Empresas tecnológicas; • Empresas de consultoria; • Financiadores; • Fornecedores de equipamento; • Entidades institucionais. •…
Figura 28: Entidades do Health Cluster Portugal
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Associação Portuguesa de Hospitalização Privada A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) é um organismo sem fins lucrativos, apolítico e secularizado, que representa, desde 1974, os interesses e valores das unidades de saúde portuguesas de natureza privada.
Regista - publicamente - como principais indicadores para o ano de 2010: • 105 hospitais / clínicas; • 1000 milhões de euros de faturação; • 50% das consultas; • 25% dos internamentos; • 25% da capacidade cirúrgica nacional; • 15% da camas; • 15% dos episódios de urgência; • 40% dos cuidados de saúde assegurados em Portugal;
Rede de Hospitais EPE A rede de hospitais EPE proporciona um potencial de garantia de qualidade e de abrangência de todas as valências na rede hospitalar. Cobrindo todo o país, é composta, atualmente, por 33 hospitais / centros hospitalares com a seguinte distribuição: • Região Norte:11 • Região Centro: 8 • Região de Lisboa e Vale do Tejo: 10 • Região Alentejo: 3 • Região Algarve: 1
Figura 29: Rede de Hospitais EPE
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Tabela 9: Rede de Hospitais EPE Fonte: http://www.hospitaisepe.min-saude.pt/
O processo de empresarialização hospitalar insere-se numa política de modernização e revitalização do Serviço Nacional de Saúde, que pressupõe a adoção de uma gestão inovadora com carácter empresarial orientada para a satisfação das necessidades do utente. O estudo “Avaliação de desempenho dos hospitais públicos”, desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública apresenta os resultados da avaliação do desempenho dos hospitais públicos de Portugal Continental. Em 2013, os três centros hospitalares com melhor classificação foram: 1. CH de São João, EPE 2. CH e Universitário de Coimbra, EPE 3. CH de Lisboa Norte, EPE
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Centro Hospitalar de São João (CHSJ) O Centro Hospitalar de São João (CHSJ) assume como missão prestar os melhores cuidados de saúde com elevados níveis de competência, excelência e rigor, fomentando a formação pré e pós-graduada e a investigação, respeitando sempre o princípio da humanização e promovendo o orgulho e sentimento de pertença de todos os profissionais.
Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) O CHUC tem como missão a prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade e diferenciação, num contexto de formação, ensino, investigação, conhecimento científico e inovação, constituindo-se como uma referência nacional e internacional em áreas consideradas como polos de excelência.
Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) O Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), integra dois importantes estabelecimentos universitários de referência do Serviço Nacional de Saúde português: o Hospital de Santa Maria e o Hospital de Pulido Valente. Na sua missão estão consagradas importantes funções integradas de prestação de cuidados de saúde, de formação pré, pós-graduada e continuada, e de inovação e investigação, constituindo-se como uma unidade essencial dentro do sistema de saúde português.
Principais grupos de saúde portugueses privados Espírito Santo Saúde A Espírito Santo Saúde - SGPS, SA, Sociedade Aberta, é responsável pela definição e implementação da estratégia de desenvolvimento do Grupo Espírito Santo nas áreas de prestação de cuidados de saúde e de oferta residencial vocacionada para a população sénior. Assume como missão diagnosticar e tratar de forma rápida e eficaz, no respeito absoluto pela individualidade do doente, e construir uma organização capaz de atrair, desenvolver e reter pessoas excecionais. O grupo envolve 18 unidades prestadoras de cuidados de saúde: • Casas da Cidade - Residências Sénior; • Clipóvoa - Clínica de Amarante; • Clipóvoa - Clínica de Cerveira; • Clipóvoa - Clínica do Porto; • Clipóvoa - Hospital Privado; • Cliria - Centro Médico de Águeda; • Cliria - Clínica de Oiã; • Cliria - Hospital Privado; • Clube de Repouso Casa dos Leões; • Hospital Beatriz Ângelo; • Hospital da Arrábida; • Hospital da Luz; • Hospital da Luz - Centro Clínico da Amadora; • Hospital da Luz - Clínica de Oeiras;
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• Hospital da Misericórdia de Évora; • Hospital do Mar; • Hospital de Santiago; • IRIO - Instituto de Radioterapia;
Lusíadas Saúde (HPP Saúde) Fundada em 1998, a Lusíadas Saúde (então designada HPP Saúde) sempre se distinguiu por uma visão inovadora, aliada a um forte espírito de melhoria contínua, excelência e rigor, bem como pelo crescimento sustentado e alargamento da rede assistencial a todo o país. Em 2013, essa exigência e essa aposta na excelência e qualidade dos serviços de saúde ganharam um novo fôlego com a aquisição da empresa pelo grupo Amil (que integra o UnitedHealth Group). A Amil é a maior empresa do setor privado de saúde do Brasil, de acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Há 36 anos que comercializa planos que garantem cobertura de custos de assistência médica, hospitalar e odontológica, em todo o território nacional. A sua rede credenciada conta com cerca de 2,1 mil hospitais, 27 mil consultórios e clínicas médicas e 7,8 laboratórios e centros de diagnóstico por imagem. O UnitedHealth Group é uma empresa diversificada do setor de saúde e bem-estar cuja missão é ajudar as pessoas a viver de forma mais saudável e contribuir para que o sistema de saúde funcione melhor. O UnitedHealth Group oferece uma ampla variedade de produtos e serviços através de duas empresas distintas: UnitedHealthcare, que fornece cobertura e serviços de benefícios de saúde; e Optum, que oferece serviços de saúde com base em dados e tecnologia. O UnitedHealth Group atende mais de 85 milhões de pessoas no mundo todo. A Lusíadas Saúde é um grupo de referência no sector da saúde em Portugal. Fundado em 1998, distingue-se por uma visão inovadora, aliada a um forte espírito de melhoria contínua, excelência e rigor. A Lusíadas Saúde proporciona uma oferta de serviços baseada numa rede que cobre todo o território nacional, contando com mais de 4.000 profissionais de saúde: Hospital Lusíadas Porto, Hospital Lusíadas Lisboa, Clínica Lusíadas Parque das Nações, Hospital Lusíadas Albufeira, Hospital Lusíadas Faro, Clínica Lusíadas Forum Algarve, Hospital Lusíadas Lagos e o Hospital de Cascais (em regime de Parceria Público-Privada).
Lusíadas Saúde no Turismo Médico A aposta no Turismo Médico seguiu uma tradição que os Hospitais do Grupo Lusíadas Saúde já tinham no Algarve, em que o tratamento de cerca de 10% do total da sua procura são pessoas oriundas de outros países, mas também permitiu acompanhar uma tendência, em forte crescimento, de procura de cuidados de saúde fora do país natal. O Gabinete de Apoio ao Cliente Internacional é inovador por quebrar as barreiras da distância física, interligando a oferta de cuidados do grupo Lusiadas Saúde com a elevada personalização requerida pelos clientes internacionais. O grupo Lusíadas Saúde conta atualmente com 6 hospitais que garantem uma prestação de elevada qualidade nos serviços clínicos na área médica e cirúrgica, tanto em regime de internamento como de ambulatório.
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A qualidade do seu corpo clínico, aliada à experiência e cobertura do território nacional, aos meios técnicos disponibilizados, à arquitetura dos espaços e às localizações privilegiadas, tornam estas Unidades Hospitalares instituições únicas e diferenciadas para a prática de Turismo Médico. A Lusíadas Saúde obteve a Acreditação pela Joint Commission International – primeiro grupo privado em Portugal acreditado por esta organização - processo que envolveu toda a equipa de profissionais do Hospital Lusíadas Porto, do Hospital Lusíadas Lagos e do Hospital de Cascais e a avaliação, por peritos internacionais, foi realizada a cerca de 1200 requisitos que abrangem as Metas Internacionais de Segurança do Doente bem como padrões clínicos e não clínicos, nomeadamente as funções orientadas para a gestão e organização da unidade hospitalar. O Hospital Lusíadas Lisboa está em processo de Acreditação, tendo entretanto recebido o prémio “Escolha do Consumidor 2014”. O grupo Lusíadas Saúde, com o Gabinete de Apoio ao Cliente Internacional, pela nova oferta que acrescenta ao mercado, pela experiência clínica baseada no conhecimento, na segurança e na credibilidade dos seus profissionais e ainda, sendo o Grupo privado de saúde pioneiro e com o maior número de acreditações concedidas pela JCI – Joint Comission International, faz com que assuma o segmento do Turismo Médico de forma natural.
José de Mello Saúde A José de Mello Saúde assume-se como uma empresa de referência na prestação de cuidados de saúde, em Portugal, e um parceiro para o desenvolvimento do País. Assume como missão promover a prestação de serviços de saúde com os mais elevados níveis de conhecimento, respeitando o primado da vida e o ambiente, através do desenvolvimento do capital intelectual das organizações, numa busca permanente do melhor. A José de Mello Saúde, enquanto líder de mercado na prestação de cuidados de saúde, assume o compromisso com os princípios orientadores do desenvolvimento sustentável. O respeito por estes princípios traduz-se no imperativo de assegurar, em cada momento, a criação de valor e, com isso, a satisfação dos Clientes, Colaboradores, Acionistas e Entidades terceiras com quem colaboram no exercício da sua atividade. CUF A José de Mello Saúde opera no mercado nacional através da marca CUF e associam mais de 60 anos de experiência e inovação num modelo de cuidados de saúde que tem por base a qualidade do corpo clínico, o acesso à mais moderna tecnologia médica e a humanização dos cuidados prestados. A rede Saúde CUF tem vindo a crescer e dispõe de unidades hospitalares e unidades de ambulatório localizadas em Lisboa, Cascais, Torres Vedras, Matosinhos e no Porto. Contando com 5000 colaboradores, a José de Mello Saúde gere atualmente 5 hospitais (2 deles em parceria público-privada), 5 clínicas e 14 unidades de imagiologia. As suas unidades, construídas de raiz, dispõem dos mais avançados equipamentos e de excelentes condições de conforto.
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Unidades CUF:
Clínicas:
• Hospitais
• CUF Alvalade
• CUF Mafra
• CUF Torres Vedras
• CUF S. Domingos de Rana
• CUF Cascais
• CUF Sintra
CUF Infante Santo • CUF Descobertas • CUF Porto • CUF Porto – Instituto
As unidades da rede Saúde CUF complementam entre si a sua oferta de serviços, permitindo obter uma vasta gama de cuidados de saúde de acordo com os mais exigentes padrões clínicos e de conforto. Desenvolve com as principais instituições universitárias e científicas programas de ensino, formação e investigação, com o objetivo de permanente atualização e inovação dos seus profissionais e da comunidade científica e médica.
Trofa Saúde O Grupo Trofa Saúde assume-se como um projeto global de saúde, integrando uma vasta rede de Unidades Hospitalares. O seu principal objetivo é melhorar a forma de cuidar dos seus clientes, proporcionando-lhes cuidados de proximidade. Detém uma rede integrada de hospitais privados, já servindo uma população superior a 2,5 milhões de habitantes, com particular enfoque no Norte do País, pretendendo reforçar igualmente o objetivo de se tornar uma referência no sector. Tem todos os seus Hospitais certificados pela APCER (ISO 9001-2008) e procura ter um corpo clínico e de enfermagem próprio e exclusivo. É composto pelas seguintes unidades hospitalares: • Hospital Privado de Braga;
• Hospital de dia da Maia;
• Hospital Privado da Trofa;
• Hospital Privado de Alfena;
• Hospital de Dia de Famalicão;
• Instituto de Radiologia Dr. Pinto Leite.
• Hospital Privado da Boa Nova;
Outras entidades de relevo Sindicatos e ordens Existem três grandes organizações representativas da comunidade médica: a Ordem dos Médicos e os dois principais sindicatos: a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM). A inscrição na Ordem dos Médicos é obrigatória para o exercício da medicina. Entre as suas funções estão: • Acreditação e atribuição de licenças de prática; • Acreditação e certificação de formação especializada; • Aplicação do código disciplinar. Existem organismos equivalentes para os dentistas (Ordem dos Médicos Dentistas), enfermeiros (Ordem dos Enfermeiros) e psicólogos (Ordem dos Psicólogos). A Ordem dos Médicos Dentistas conta atualmente com cerca de 7544 associados, entre os quais se encontram profissionais oriundos de 36 países, representativos dos continentes Europeu, Americano, Africano e Asiático. Como curiosidade refira-se que existem 784 clínicas dentárias registadas no SINAS.
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Farmacologia/medicamentos Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I. P: tem por missão regular e supervisionar os sectores dos medicamentos, dispositivos médicos e produtos cosméticos e de higiene corporal, segundo elevados padrões de proteção da saúde pública, e garantir o acesso dos profissionais da saúde e dos cidadãos a medicamentos, dispositivos médicos, produtos cosméticos e de higiene corporal, com qualidade, eficazes e seguros.
APIFARMA – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica: a APIFARMA foi fundada em 1975, representando, atualmente, mais de 120 empresas responsáveis pela Produção e Importação de Medicamentos para Uso Humano e Veterinário, Vacinas, e Diagnósticos In Vitro. O mercado português de medicamentos vale 3,2 mil milhões de euros, dois terços dos quais em ambulatório. O sector da indústria farmacêutica é uma das maiores fontes de investimento na investigação em saúde. Por exemplo, a Bial é o segundo maior investidor em I&D em Portugal (em termos absolutos), investiu em 2011 mais de 55 milhões de euros em I&D e envolveu o equivalente (ETI) a cerca de 69,9 investigadores.
ANF – Associação Nacional de Farmácias: representa 97% das farmácias portuguesas e tem por missão a defesa dos interesses morais, profissionais e económicos dos proprietários de farmácia.
Ordem dos farmacêuticos: estabelecida em 1835, a Ordem dos Farmacêuticos é a instituição pública que representa os profissionais que exercem a profissão farmacêutica, exercendo a sua ação a nível nacional e regional, nos domínios social, científico, cultural, deontológico, profissional e económico.
Empresas tecnológicas Segundo a McKinsey, 40% dos turistas de saúde procuram tecnologia avançada, principalmente para procedimentos mais complexos, que carecem de técnicos capacitados, profissionais com formação e experiência superiores. Tanto a tecnologia avançada como a qualidade de serviço só se consegue encontrar em unidades hospitalares de elevada reputação internacional. Portugal possui um conjunto de empresas de base tecnológica com prestígio internacional que têm vindo a marcar o desenvolvimento tecnológico no sector da saúde. Entre as mais representativas podemos destacar, a título de exemplo:
Critical Health: a Critical Health é uma spin-off da Critical Software e engloba as atividades ligadas aos cuidados de saúde que vinham sendo desenvolvidas desde 2006. A Critical Software é uma empresa de serviços de tecnologias de informação especializada em sistemas de defesa, indústria aeroespacial e telecomunicações, com reputação internacional no desenvolvimento de software. A Critical Health foi criada com a visão de melhorar a qualidade de vida e reduzir os custos da saúde e bem-estar, fornecendo produtos tecnológicos de informação na saúde.
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Crioestaminal: fundada em 2003, foi o primeiro banco familiar de criopreservação privada de células estaminais da Península Ibérica. A Crioestaminal é pioneira e líder em Portugal no isolamento e criopreservação de células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical. É o único banco a ser acreditado pela AABB - Associação Americana de Bancos de Sangue em Portugal, e uma das cinco empresas acreditadas na Europa. Glintt Healthcare Solutions: é uma das maiores empresas tecnológicas portuguesas, cotada na NYSE Euronext Lisbon, a operar na Europa, África e América Latina, e com forte presença nos setores da Banca, das Telecomunicações, da Saúde, do Comércio, da Indústria e da Administração Pública. Está estabelecida em quatro pilares fundamentais: Glintt Farma, Glintt Engineering, Glintt Consulting e Glintt Energy. Instituto Pedro Nunes:: Trata-se de uma associação para a Inovação e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia, criado em 1991 por iniciativa da Universidade de Coimbra. O Instituto Pedro Nunes (IPN) é uma instituição de direito privado, de utilidade pública, sem fins lucrativos. Tem como missão contribuir para transformar o tecido empresarial e as organizações em geral promovendo uma cultura de inovação, qualidade, rigor e empreendedorismo, assente no relacionamento universidade/empresa. Dispõe de infraestruturas tecnológicas próprias (6 Laboratórios de Desenvolvimento Tecnológico) e dinamiza uma Incubadora de Empresas, promovendo a criação de empresas spin-offs, apoiando ideias inovadoras e de base tecnológica vindas dos seus próprios laboratórios, de instituições do ensino superior, do sector privado e de projetos de I&D em consórcio com a indústria. BlueWorks: é mais uma spin-off empresarial, desta feita, do curso de Engenharia Biomédica da Universidade de Coimbra. Surge de uma iniciativa conjunta de recém-licenciados, médicos, professores da Universidade de Coimbra e empresas de áreas complementares – ISA – Intelligent Sensing Anywhere (engenharia), Centro Cirúrgico de Coimbra (prestadores de cuidados de saúde) e NeuroEye (electrofisiologia). Tem desenvolvido diversos sistemas inovadores de apoio ao diagnóstico e terapêutica, atualmente, com um especial foco na área de Oftalmologia. Coimbra health: como nota final, convém destacar o desenvolvimento e dinamismo do cluster da saúde em Coimbra, conhecido por “Coimbra Health” e reconhecido como um exemplo catalisador da marca Portugal. Situado na região centro, engloba um conjunto de parceiros de várias áreas complementares na saúde: - Hospital de Coimbra e Centro Universitário; - Prestadores privados: Idealmed; Sanfil; Centro cirúrgico de Coimbra; - Universidade: Universidade de Coimbra, Faculdade de Medicina; Faculdade de Farmácia; Escola Superior de Enfermagem de Coimbra; Centro de Neurociências e Biologia Celular; Centro de Simulação Biomédica; ICNAS; - Tecnologia: CHUC – Coimbra Research; GlamHealth; IPN; Biocant; Critical Software; MedicineOne; BlueWorks; ISA (Intelligent Sensing Anywhere; Bluepharma; Take The WindO Turismo em Portugal.
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O TURISMO EM PORTUGAL VISテグ GLOBAL RECURSOS PRINCIPAIS ATORES
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O TURISMO EM PORTUGAL VISÃO GLOBAL
PROMOÇÃO ONLINE TURISMO DE PORTUGAL 2013/14
O Turismo nacional vive tempos áureos, fruto de uma estratégia de investimento na promoção de várias cidades portuguesas e de Portugal. Como resultado, Portugal tem ganho uma forte notoriedade no panorama internacional, sendo referenciado, cada vez mais, como um destino de excelência e granjeado com sucessivos prémios. Em vigor desde 2013, o novo plano de promoção do turismo em Portugal está a colher resultados positivos. Até 2013, as campanhas de promoção do Destino Portugal eram, essencialmente, offline: 65% concentrada na imprensa, 28% em comunicação exterior, 3% na Televisão, 2% em rádio e 2% em internet. O investimento orientado para as campanhas online foi de 0,2 M em 2011. A estratégia do Turismo de Portugal assenta numa aposta, clara, na comunicação online e em campanhas específicas e segmentadas. Tanto em 2013 como em 2014, o investimento no online atingiu os 5M de euros. Disso é o caso da criação de 5713 anúncios em 11 idiomas, para 13 mercados alvo: Alemanha, Brasil, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Irlanda, Itália, Polónia, Reino Unido, Rússia, Suécia e EUA. Segundo o Google Analytics, o portal do Turismo de Portugal teve 6 M de visitas entre abril de 2013 e abril de 2014, um aumento de 92,5%, significando mais de 15.000 visitas diárias. O número de visualizações de vídeos no Youtube passou dos 721.000 em 2013, para 9,9 M em 2014, representando um aumento das visualizações diárias de 1.825 para 24.980, em 2014. O Facebook registou, igualmente, um efeito exponencial no número de impressões diárias, passando das 0,8 M em 2013 para as 8 M em 2014, o que significa um total anual de 3.264 M. O alcance médio diário da página do Turismo de Portugal foi de 5,5 M em março de 2014, fruto de 560.000 fãs, dos quais 81% são estrangeiros. Em 2012, apenas 25% dos fãs da página eram estrangeiros.
PORTAL
O número de referências ao Destino Portugal na imprensa internacional também tem vindo a aumentar progressivamente, obtendo, em 2014, praticamente o dobro das referências observadas em 2011. Em 2013, o turismo de Portugal conquistou mais do triplo dos prémios do que em 2012. Em apenas nove meses, o país tinha somado cerca de 50 distinções, comparativamente com os 15 prémios arrecadados nos dozes do ano de 2012. Portugal tem vindo a ser premiado por todo o tipo de entidades: jornais (The Guardian, o The New York Times e o El País); televisões (CNN), revistas (Forbes), blogues (Huffington Post), empresas e associações internacionais de turismo, sites e imprensa especializada no setor. O primeiro prémio do ano de 2013 foi atribuído a três praias portuguesas, eleitas pelo The Guardian “entre Destinos Mais Baratos para 2013”. Mais tarde, a TripAdvisor concentrava a sua atenção na cidade algarvia de Lagos, onde considera situar-se “uma das Dez Praias Maravilhosamente Únicas do Mundo”. A CNN colocava o Guincho no “Top 10 das Melhores Praias de Cidade da Europa” e o The Huffington Post considerava a Comporta como o “Destino de Eleição para os Verdadeiros Europeus”. A Caparica também consta no “Top 10 das melhores praias citadinas do mundo”, segundo a Cheapflights. Lisboa e o seu pastel de nata também afirmaram presença nas lista dos melhores, com o El Pais a colocar esta iguaria entre “A Melhor Doçaria da Europa”. A capital do país, aliás, foi uma das principais distinguidas por ser “O Destino Mais Barato
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Para 2013”, segundo a Forbes, um dos “Destinos Best-Value da Europa” de acordo com a Lonely Planet, o “2º Melhor Destino Europeu” pela European Best Destinations, ou a “4ª Cidade Mais Bonita do Mundo” pela UCityGuides. Lisboa alcançou, ainda, a categoria dos “Dez Destinos Favoritos de Turistas de Cruzeiros”, de acordo com o inquérito a passageiros internacionais de cruzeiros em 2012, e a liderança do top “Melhores Hostels em 2013”, segundo a Publituris/ HostelWorld. Lisboa conseguiu, ainda, arrecadar o “ Amadeus&WWTM - City Break On A Budget”. Destaque também para o Algarve, que a TravelSupermarket coloca nos dez melhores “Destinos de Férias de Famílias em 2013” o Alentejo, considerado pela Condé Nast Traveler como “Destino Obrigatório” e o Douro, eleito o “Melhor Itinerário Turístico Fluvial da Europa” pelo The Huffington Post. A Ecopista do Dão foi, ainda distinguida, pelos “Excellent Greenways Awarded at 6th European Greenways Award”. A Invicta junta-se à lista dos prémios, sendo o Porto classificado pela Lonely Planet como “O Melhor Destino Europeu de 2013”, situando-se na 28ª posição entre os 46 locais a visitar este ano, de acordo com o The New York Times. Como país, Portugal é ainda escolhido pela Worlwide Holiday Costs como o “7º Destino de Férias Mais Barato Para Britânicos”, sendo ainda considerado na Índia como “O Melhor Destino de Arte e Cultura”, segundo a Today’s Traveller Awards 2013/Publituris, e está no “Top 10” da “Preferência dos Brasileiros Para Viagens de Incentivo”, de acordo com o Turisver. Só da World Travel Awards/Público, Portugal contou com nove prémios europeus, dois no Mediterrâneo e dez nacionais. A Condé Nast Traveler atribuiu ao país lusitano o prémio de “Melhor País para Viajar em 2013”.” Só até Junho de 2014: • Portugal foi eleito o melhor país europeu pelos leitores do USA Today e 10Best Readers’Choice 2014; • Portugal foi eleito o melhor país para visitar em 2014 pela revista Condé Nast Traveler España; • O Algarve considerado o melhor destino europeu de golfe pela IAGTO 2014; • Lisboa, um dos top 25 destinos do mundo, escolha dos viajantes do TripAdvisor; • Porto: “Best European Destination 2014” pela European Consumers Choice; • Lisboa é a cidade com maior valor da zona Euro, Post Office 2014; • Alentejo: Destino obrigatório para visitar em 2014, National Geographic; • Cascais foi distinguida com o prémio “ Vistas - VISION Innovation for Sustainable Tourism Awards 2014”; • A Madeira, por seu lado, foi considerada, pelo segundo ano consecutivo, o “Melhor Destino Insular da Europa”; • entre muitos outros prémios que distinguiram a oferta da hotelaria e da restauração nacional.
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Estatísticas Na tabela seguinte são apresentados um conjunto de indicadores que ajudam a fazer uma caraterização macro do turismo em Portugal.
Peso no PIB
15,6%
Peso no emprego
18,2%
Peso do turismo nas exportações Peso no investimento
19,6% (2013) 12,5% (2013)
Turistas
14,4 milhões (2013)
Dormidas
41,7 milhões
Dormidas de não residentes Receitas do turismo
28,1 milhões 515,8 milhões de euros (janeiro 2014)
Despesas do turismo
239,1 milhões de euros (janeiro 2014)
Principais países de origem dos turistas portugueses Chefes galardoados com estrela Michelin Campos de golf entre os 100 melhores da Europa Outros pontos fortes do turismo em Portugal
Reino Unido, Alemanha, Espanha 11 16 O clima temperado de Portugal; Uma oferta cultural em crescendo, quer em qualidade, quer em diversidade; Dieta mediterrânea; Hospitalidade do povo português
Tabela 10: Destaques do setor do turismo em Portugal Fonte: BdP;10: Turismo de Portugal, WTTC do turismo em Portugal Tabela : Destaques do setor 10
Fonte: BdP; Turismo de Portugal, WTTC
Em 2013, a contribuição total do turismo para o PIB nacional foi de 25,6 mil milhões de euros, representando 15,6% do PIB (Figura 33: valor que se tem mantido com Em 2013, a contribuição do turismo para o PIB nacional foi de 25,6 mil milhões de euros, r alguma estabilidade desdetotal 2010. (Figura Figura 33: 33: Contribuição do Turismo para o PIB (2013) Figura 33), 33 valor que se tem mantido 2010.
Figura 30: 33: Contribuição do Turismo para o PIBpara (2013) | Fonte: WTTC Figura 33 : Contribuição do Turismo o PIB (2013)
Fonte: WTTC HEALTHY’N PORTUGAL | O POTENCIAL PORTUGUÊS NO MERCADO DO “TURISMO MÉDICO”
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Em 2013, o sector do turismo foi responsável por 818 mil empregos, representando 18,2% do total nacional, como se indica na Figura 34.
Figura 31: Contribuição do Turismo para o emprego (2013) Fonte: WTTC
Em 2013, os destinos França e Estados Unidos mantiveram as duas posições cimeiras entre os países com maior número de turistas, tendo Espanha regressado ao Top 3, estatuto que havia perdido em 2010, por troca com a China. Em 2013, Portugal posicionou-se no 43º lugar deste ranking (45º em 2012). O número total de hóspedes em 2013, foi de 14,4 M, compreendendo uma variação positiva de hóspedes estrangeiros de 8,3% face a 2012. O número total de dormidas foi de 41,7M, das quais as dormidas de não residentes atingiram os 28,1 milhões (+8,5%), valor que representou 71,7% das dormidas totais e um aumento de 8% das dormidas de estrangeiros. Os 10 principais mercados emissores contribuíram com 79,6% das dormidas de não residentes. Os 3 principais mercados emissores foram o Reino Unido (24,2%), seguido da Alemanha (13,8%) e da Espanha (10,5%). A lista dos principais mercados emissores completa-se com os turistas oriundos da França, da Holanda, do Brasil, dos Estados Unidos da América, da Itália, da Irlanda e da Bélgica.
Figura 32 - 10 principais mercados emissores de turistas para Portugal
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6,1 SALDO DA BALANÇA TURÍSTICA
MIL MILHÕES DE EUROS
De acordo com os dados do Banco de Portugal relativos à rubrica “Viagens e Turismo da Balança de Pagamentos em 2013”, e pelo quarto ano consecutivo, as receitas continuaram a aumentar relativamente ao ano anterior (+7,5%), totalizando Demilhões acordode com os dados do Banco foi de superior Portugalem relativos Viagens 9.250 euros. Este crescimento 1,9 p.p.àaorubrica verificado em e Turismo da pelo quarto ano consecutivo, as receitas continuaram a aumentar relativamente ao ano 2012.
milhões de euros. Este crescimento foi superior em 1,9 p.p. ao verificado em 2012.
De acordo com os dados provisórios divulgados pelo EUROSTAT, em 2013, Portugal alcançou um saldo da balança turística de 6,1 mil milhões de euros (+8,3% que no De acordo com os dados provisórios divulgados pelo EUROSTAT, em 2013, Portugal alca ano anterior), o 6º mais elevado no conjunto dos países em análise.
6,1 mil milhões de euros (+8,3% que no ano anterior), o 6º mais elevado no conjunto d
Em 2013, o conjunto dos quatro principais mercados emissores de receitas (FranEm 2013, o conjunto quatro principais receitas (França, Rei ça, Reino Unido, Espanha edos Alemanha) continuoumercados a perder emissores importânciaderelativa, agregando 57,0% das receitas, face aos 57,6%agregando em 2012, 57,0% aos 59,5% em 2011face aos 57,6% continuou a perder importância relativa, das receitas, e aos 60,6% 2010. Reino Unidocontinua continuaa asersero opaís paísque quemais maisreceitas receitasno turismo gera 60,6% emem 2010. OO Reino Unido no turismo gera, representando 24% do total, logo seguido da França (21%), da seguido da França (21%), da Espanha (16%) e da Alemanha (15%), conforme apresen Espanha (16%) e da Alemanha (15%), conforme apresentado na figura seguinte. Suíça 3% Angola ND Bélgica 4%
Alemanha 15% Reino Unido 24%
Brasil 5%
Holanda 6%
Espanha 16% França 21%
EUA 6%
Figura 33- RECEITAS TURÍSTICAS da rubrica “Viagens e Turismo” da Balança de Pagamentos (créditos), 2013 Figura 3636- RECEITAS TURÍSTICAS da rubrica "Viagens e Turismo" da Balança Fonte: Turismo de Portugal
de Paga
Fonte: Turismo de Portugal
O gasto médio diário de cada visitante, não residente, que se deslocou a Portugal em 2013 foi médio de 100,22 euros, anunciou esta quinta-feira o Instituto O gasto diário de cada visitante, não residente, que seNacional deslocoudea Portugal em 2 Estatística.
quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística.
Este valor inclui turistas (visitantes com dormida), que gastaram em média 104,23 eurosEste por valor dia, e inclui excursionistas queque gastaram 77,17 turistas (visitantes (visitantessem comdormida), dormida), gastaram emeuros. média 104,23 euro Os visitantes que se deslocaram a Portugal por motivos “profissionais oudeslocaram de negó- a Portugal p sem dormida), que gastaram 77,17 euros. Os visitantes que se cios”negócios" gastaram, gastaram, por dia, cerca 166,56 porde dia, cercade deEUROS. 166,56 euros.
Não existem dados sobre os turistas de saúde, tanto no que respeita ao número, existem dados sobre os turistas de saúde, tanto no que respeita ao número, como comoNão proveniência e gastos médios.
Plano Estratégico Nacional de Turismo - PENT
Um dos documentos fundamentais para perceber a forma como o Turismo tem sido est 67 Estratégico Nacional do Turismo – PENT.
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Em Portugal, o setor do Turismo recolhe 10,5% do total de investimentos em 2011, com 3,3 mil milhões de EUROS. Estima-se que, com uma taxa de crescimento anual de 3,8%, o total de investimentos no setor do turismo atinja os 4,8 mil milhões de EUROS em 2021, o que significaria 12,7% do total de investimentos no país. Contudo, Portugal perdeu alguma quota de mercado ao nível internacional, ainda que pareça estar em recuperação, e está ainda bastante dependente de quatro mercados emissores e do desempenho de três regiões (Algarve, Madeira e Lisboa). Pontos como a sazonalidade elevada e limitações das ligações aéreas afetam também atividade turística. A oportunidade para Portugal está ativa e presente considerando as perspetivas de crescimento do mercado mundial, no entanto há necessidade de implementar uma estratégia de atuação que crie respostas para a sofisticação da procura e para um número crescente de ofertas concorrenciais. A visão estratégica para o Turismo em Portugal é ambiciosa, exequível e encontrase assente sobre 3 pilares: • Tornar Portugal num dos destinos de maior crescimento na Europa, apresentando uma Proposta de Valor fundamentada em características distintivas e inovadoras do país; • Desenvolver o Turismo através da qualificação e competitividade da oferta, primando pela excelência ambiental e urbanística, pela formação dos recursos humanos e pela modernização empresarial e das entidades públicas; • Atribuir ao Turismo uma importância crescente na economia, constituindo-o como um dos motores do desenvolvimento social, económico e ambiental a nível regional e nacional. É púbica a importância estratégica do turismo para a economia nacional. Em Portugal, a estratégia desenvolvida para o turismo está consagrada num documento com a denominação de PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo). O PENT procura definir um caminho estável de acção com metas e objetivos claros, que permita contribuir para o bem-estar da população portuguesa, através da geração de riqueza, criação de postos de trabalho, promovendo a coesão territorial. O PENT considera que Portugal reúne condições e recursos potenciadores do desenvolvimento e consolidação de dez produtos estratégicos – Gastronomia e Vinho, Cultural, Saúde e Bem-Estar, City Breaks, Golfe, Náutico, Residencial, Natureza, Sol e Mar e MICE -, cujo potencial de crescimento (com exceção do Sol e Mar), no mercado do turismo europeu, se situa acima dos 5% ao ano. A ambição, a exigência e a inovação integram uma frente que aliada às condições climatéricas, recursos naturais e culturas são tidas como fundamentais para a consolidação e desenvolvimento de produtos turísticos estratégicos. Plano Estratégico Nacional de Turismo - PENT O PENT tem como motivação central desenvolver o turismo português e posicionar Portugal como um dos mais competitivos e atrativos destinos do mapa turístico europeu, afirmando o sector como um dos mais dinâmicos e propulsores da economia nacional. Neste âmbito, apresenta uma abordagem integrada de ação, definindo cinco eixos de implementação que cobrem os aspetos da valorização da cadeia de valor e da experiência de consumo turístico, da diversificação de mercados emissores e da consolidação e desenvolvimento de destinos turísticos (marcas-região) competitivos. O PENT apresenta os 10 produtos turísticos onde Portugal apresenta maiores vantagens competitivas e que se constituem como as prioridades nacionais, entre os quais se compreende o Turismo de Saúde e Bem-Estar (Figura 37). Contudo, não existe qualquer tipo de informações relevantes acerca do segmento do Turismo Médico. O objeto de análise são exclusivamente os produtos turísticos que integram a componente de Bem-Estar: Termalismo, SPA e Wellness.
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TURISMO DE NEGÓCIOS
SOL E MAR
TURISMO NÁUTICO
ESTADIAS DE CURTA DURAÇÃO EM CIDADE
SAÚDE E BEM-ESTAR
TURISMO DE NATUREZA
GOLF
TURISMO RELIGIOSO E CULTURAL
GASTRONOMIA E VINHOS
TURISMO RESIDENCIAL
Figura 34: 10 produtos turísticos estratégicos | Fonte: Turismo de Portugal
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Ainda assim, e dadas estas condicionantes, no que respeita a este produto turístico estratégico em particular, o PENT estabelece como prioridades “Qualificar e classificar a oferta de Turismo de Saúde, com vista ao desenvolvimento e crescimento deste produto de relevância estratégica para Portugal, nas componentes médicas, termalismo, spa e talassoterapia, estimulando a estruturação e a promoção conjunta das valências médica e turística”. Para os restantes produtos turísticos, o PENT procura: • Valorizar o sol e mar, melhorando as condições dos recursos, equipamentos, serviços e envolvente paisagística dos principais clusters, e assegurar a integração com outras ofertas complementares que enriqueçam a proposta de valor; • Dinamizar as estadias de curta duração em cidade (City-Break), integrando recursos culturais, propostas de itinerários e oferta de experiências, incluindo eventos, que promovam a atratividade das cidades e zonas envolventes; • Estruturar a oferta de turismo de natureza, nomeadamente através da contemplação e fruição do meio rural (turismo rural) e também de segmentos mais ativos, como passeios (a pé, de bicicleta ou a cavalo), de observação de aves ou do turismo equestre, melhorando as condições de visitação e a formação dos recursos humanos; • Reforçar os circuitos turísticos religiosos e culturais, segmentando-os para as vertentes generalista e temática, assim como individualizar os primeiros (Turismo Religioso); • Desenvolver o turismo de negócios qualificando infraestruturas e estruturas de suporte, no reforço da captação proativa de eventos e no desenvolvimento criativo de ofertas que contribuam para proporcionar experiências memoráveis aos participantes; • Desenvolver o turismo náutico nos segmentos da náutica de recreio e do surf, qualificando as infraestruturas para responder a uma procura crescente e dinamizando as atividades conexas; • Incentivar a promoção do Algarve como destino de golfe de classe mundial e dar maior visibilidade à área de influência de Lisboa; • Promover a riqueza e qualidade da gastronomia e vinhos como complemento da experiência turística, estimulando a aplicação da marca/ conceito «Prove Portugal» em produtos, equipamentos e serviços. • Consolidar os investimentos e garantir elevados padrões de qualidade em novos projetos de turismo residencial, produto de relevância estratégica acrescida, clarificando incentivos e procedimentos para a instalação em Portugal de indivíduos de nacionalidade estrangeira;
Além dos recursos naturais e culturais que estão patentes nos produtos estratégicos referidos anteriormente, Portugal possui um conjunto de recursos hoteleiros que representa uma significativa capacidade instalada. De acordo com o documento “Estatísticas do Turismo 2013” divulgado pelo INE, teria havido um acréscimo de 2,0% face a julho de 2012, relativamente ao número de estabelecimentos de hotelaria e capacidade de camas. A Deloitte no ATLAS DA HOTELARIA aponta para a existência de 286.087 camas, distribuídas por 1.723 empreendimentos turísticos. Como se pode verificar na Figura 38 a grande maioria destas unidades (71%) estavam concentradas em hotéis, representando 94.999 unidades de alojamento. A segunda tipologia com maior número de unidades eram os Apartamentos turísticos (12%), seguida dos Hotéis apartamento (8%), dos Hotéis rurais (4%), dos Aldeamentos turísticos (3%) e das Pousadas (2%).
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RECURSOS
Figura 35: Número de empreendimentos turísticos por tipologia e representatividade face ao total | Fonte: Deloitte
O número total de unidades de alojamento contabilizadas era de 128.746, distribuídas da seguinte forma:
Figura 36: Número de unidades de alojamento por tipologia
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Figura 37: Distribuição das unidades de alojamento por tipologia
A categoria de 3 estrelas representa 37% da oferta de empreendimentos turísticos, significando 29% do total das unidades de alojamento. Os empreendimentos turísticos de 4 estrelas são igualmente representativos, já que expressam 46% do total das unidades de alojamento e 35% do total de empreendimentos. A categoria de 5 estrelas, com 133 empreendimentos, significava 8% do total dos empreendimentos e 15% do total das unidades de alojamento, conforme representado na Figura 41.
Figura 38: Distribuição das unidades de alojamento categoria
Na figura seguinte pode ser observada a distribuição das unidades de alojamento por NUT II. As regiões do Algarve e de Lisboa representam mais de 50% do total, totalizando quase 70.000 unidades de alojamento: o Algarve representa 32% do total das unidades de alojamento e Lisboa 21%. Em terceiro lugar surge, ex-aequo a região Norte e a Região Centro, representando 15% do total cada uma.
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Figura 39: Distribuição das unidades de alojamento por NUT II
PRINCIPAIS ATORES
Turismo de Portugal Integrado no Ministério da Economia, o Turismo de Portugal é a Autoridade Turística Nacional responsável pela promoção, valorização e sustentabilidade da atividade turística, agregando, numa única entidade, todas as competências institucionais relativas à dinamização do turismo, desde a oferta à procura. O Turismo de Portugal foi eleito como o melhor organismo oficial de turismo europeu na 21.ª edição dos World Travel Awards, como resultado de uma votação em que participaram milhares de profissionais do sector, oriundos de todos os países do mundo. A missão do Turismo de Portugal consiste em: - Qualificar e desenvolver as infraestruturas turísticas; - Desenvolver a formação de recursos humanos; - Apoiar o investimento no sector; - Coordenar a promoção interna e externa de Portugal como destino turístico; - Regular e fiscalizar os jogos de fortuna e azar. Com uma relação privilegiada com as outras entidades públicas e agentes económicos no país e no estrangeiro, o Turismo de Portugal está empenhado em cumprir o desígnio de reforçar o turismo como um dos motores de crescimento da economia portuguesa. Dentro do Turismo de Portugal, podem ser encontradas, como subestruturas, as Entidades Regionais de Turismo: - Turismo do Porto e Norte de Portugal; - Turismo do Centro de Portugal; - Entidade Regional de Turismo da região de Lisboa; - Turismo do Alentejo ERT; - Região de Turismo do Algarve.
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Turismo 2015 O “Polo de Competitividade e Tecnologia Turismo 2015” tem como objetivo primordial direcionar as oportunidades criadas pelos Fundos Estruturais para o desenvolvimento do setor do Turismo, funcionando como alavanca para a melhoria da sua competitividade e para o cumprimento dos objetivos consagrados no Plano Estratégico Nacional de Turismo. Assim, o “Polo de Turismo 2015” tem como ambição obter ganhos de eficiência e de eficácia na utilização dos Fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), estimulando parcerias entre os agentes do setor e conduzindo o Turismo a um novo patamar de excelência.
Confederação do Turismo Português A “CTP – Confederação do Turismo Português” é o organismo de cúpula do associativismo empresarial do Turismo, tendo adquirido personalidade jurídica em 1995, aglutinando a totalidade das associações empresariais da atividade turística. A CTP tem âmbito nacional e abrange as federações, uniões e associações do sector empresarial do Turismo, “podendo ainda nela filiarem-se as empresas que, atentas à diversidade e heterogeneidade da sua atividade, não sejam diretamente enquadráveis em qualquer associação do sector”. A CTP tem assento, como Parceiro Social, na Comissão Permanente da Concertação Social desde Maio de 2003. Tem como objetivos: • Assegurar a coesão e unidade interna dos agentes económicos do Turismo e pugnar pelo desenvolvimento da atividade económica do Turismo; • Contribuir para a definição da política de Turismo; • Reservar a sua intervenção para o tratamento de matérias globais e intersectoriais, atuando sempre com uma postura supletiva das iniciativas dos seus associados; • Contribuir para o melhor conhecimento científico do Turismo como forma de preparação e implementação das medidas de política; • Desenvolver uma organização flexível, credível, eficiente e com capacidade de intervenção.
APAVT - Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo A APAVT - Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo representa as agências de viagem nacionais, mas conta, entre os seus mais de 800 associados, com outras empresas relacionadas com o sector turístico tais como Agências de Viagem estrangeiras, companhias de aviação, hotéis, restaurantes, rent-a-car, organismos oficiais de turismo, parques de campismo e transportes rodoviários, entre outros. A APAVT foi fundada em 30 de Maio de 1950 por um conjunto de Agentes de Viagens que consideraram que, sob a forma de Associação, poderiam, em conjunto, melhor defender os direitos e interesses do seu sector de atividade. A APAVT tem tido um papel fundamental no desenvolvimento do turismo nacional, promovendo o debate de ideias entre os seus associados, apresentando propostas a todos os níveis, antecipando as mudanças do mercado e preparando o sector para os desafios que lhe são colocados. Atendendo ao posicionamento das agências de viagem, que constituem o principal elo de ligação entre a oferta turística e os consumidores, a ação da APAVT ultrapassa muitas vezes o âmbito desta classe, contribuindo decisivamente para a atividade turística no seu todo.
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Outros organismos • IPDT – Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo; • APECATE (Associação Portuguesa de Empresas de Congressos Animação Turística e Eventos); • AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal).
Principais grupos hoteleiros portugueses Uma das características do mercado português é a sua forte segmentação, com 42,7% das unidades de alojamento integradas em grupos hoteleiros e 57,3% a pertencerem a empresários independentes. No ranking dos grupos hoteleiros com mais unidades de alojamento, o grupo Pestana Hotels & Resorts / Pestana Pousadas continua a liderar, seguido do grupo Vila Galé Hotéis.
Tabela 11: Ranking dos principais grupos hoteleiros em Portugal (2013)
Grupo Pestana Criado em 1972, o Grupo Pestana é hoje o maior grupo português no sector hoteleiro: • Em 1987, com o Madeira Beach Club, o Grupo Pestana iniciou a comercialização de timeshare; • A cadeia conta hoje com 47 unidades hoteleiras (6.588 unidades de alojamento), distribuídos por 13 países; • Desde 2003 que o grupo gere as Pousadas de Portugal (45 unidades); • Em 2010 obteve uma faturação global de 191,4 milhões € e empregava mais de 6 000 colaboradores.
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Vila Galé O Grupo Vila Galé Hotéis foi constituído em 1986, e é atualmente responsável pela gestão de 23 unidades hoteleiras (17 em Portugal e 6 no Brasil); • É o 2º maior grupo hoteleiro em Portugal em capacidade (11.918 camas); • O Grupo é composto por diversas sociedades, das quais se destaca a Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos Turísticos, S.A.; • Em 2010 a empresa contava com cerca de 2.400 colaboradores e obteve um volume de negócios próximo dos 57,6 milhões €; • Possui parcerias com várias outras empresas, entre as quais, o grupo hoteleiro espanhol Fuerte Hoteles; • Algumas das unidades hoteleiras do grupo Vila Galé integram a componente timeshare.
Accor hotels O Accor Hotels é um grupo internacional francês de serviços presente nos ramos de hotelaria, agências de viagens e restauração e gestão de casinos. Em Portugal possui 28 unidades hoteleiras, englobando 2880 unidades de alojamento, o que representa 2,4% do total da oferta nacional. Algumas das suas cadeias mais conhecidas são os hotéis Ibis, a rede Novotel ou os hotéis Sofitel.
Tivoli Hotels & Resorts O grupo Tivoli Hotels & Resorts é uma das principais redes hoteleiras em Portugal, oferecendo 2.433 quartos; • O grupo é hoje propriedade do Rio Forte Investments do Grupo Espírito Santo, presente na área de hotelaria desde 1991; • A primeira unidade hoteleira da cadeia, ainda que com acionistas distintos, foi criada em 1933; • O grupo Tivoli conta com 12 unidades em Portugal e 2 unidades no Brasil; • Em 2006, o grupo iniciou o processo de internacionalização no Brasil, onde possui 2 unidades; • O volume de negócios da cadeia Tivoli, em 2011, foi de 93,1 milhões € (+27% face a 2010), e o número de colaboradores diminuiu cerca de 3,7%, contando com cerca de 2.400.
ECS CApital Fundada em 2006, a ECS é uma sociedade gestora de fundos de capital de risco e de restruturação, líder no mercado de private equity em Portugal. Atualmente, a ECS tem três fundos sob gestão direta em Portugal. A ECS Capital tem adquirido hotéis com dificuldades financeiras. Do seu portefólio fazem parte 4 unidades: o CS Hotels, o Colombo’s Resort (em Porto Santo), o Conrad Algarve, o Hilton Vilamoura As Cascatas Golf Resort & Spa, entre outros.
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SANA Hotels A cadeia hoteleira SANA Hotels está integrada no grupo AZINOR e iniciou a sua atividade em 2009: • Neste momento o grupo possui 11 unidades em Portugal (Lisboa, Estoril, Sesimbra e Caldas da Rainha), e 1 na Alemanha e outra em Angola; • Em 2012 inaugurou uma nova unidade em Lisboa, Myriad by SANA HOTELS; • Os vários hotéis, em Portugal, representam uma oferta de 1.541 quartos, maioritariamente vocacionados para o segmento business em ambiente urbano; • De forma a distinguir as diferentes classificações dos seus hotéis, o grupo apresenta marcas diferenciadas para cada segmento de mercado: SANA Epic, Excellence, Style, para os hotéis de 5*, 4* e 3*, respetivamente, e ainda Evolution, com uma forte componente tecnológica, totalmente orientado para o futuro e o SANA Residence que são apartamentos residenciais.
VIP Hotels O grupo VIP Hotels foi fundado em 1978: • Opera as marcas Vip Grand, Vip Executive, Vip Executive Suites e Vip Inn, que cobrem todos os segmentos de categorias, do económico ao superior; • Em 2005 o grupo adquiriu os 3 hotéis do 3K Hotel Group, todos localizados na cidade de Lisboa (grupo com componente turística e imobiliária); • O grupo VIP Hotels está presente em 2 países e tem 20 unidades hoteleiras – 14 em Portugal continental, 1 nos Açores, 1 em Angola e 3 em Moçambique; • O grupo tem uma oferta de cerca de 3.000 quartos, dos quais mais de 2.000 em Portugal.
Hoti-Hotéis A cadeia Hoti-Hotéis é uma joint-venture entre a espanhola Sol Meliá (grupo hoteleiro com mais de 50 anos de existência, e mais de 300 hotéis em 30 países) e o Grupo Hoti Portugal Hotéis: • O grupo hoteleiro Hoti Hoteis iniciou em 1980, a sua atividade de prestação de serviços hoteleiros, sob a forma de propriedade, exploração, gestão ou franquia; • Atualmente conta com a exploração de 14 unidades das marcas Meliá Hotels International: Meliá Hotels & Resorts (5 unidades) e Tryp Hotels (7 hotéis), e marcas próprias Star Inn (1 unidade no Porto), Soleil Hotels (1 unidade em Peniche); • O Meliá Madeira Mare Resort & Spa foi a primeira unidade de 5* do Grupo HotiHotéis em Portugal; • Em 2011, englobava um universo de 14 unidades que representam uma oferta de 1.840 unidades de alojamento.
Dom Pedro Hotels O grupo Dom Pedro Hotels foi criado em 1968, e abriu a primeira unidade na Madeira, em 1972: • Em 1975 iniciou a sua expansão no Algarve, onde possui 4 unidades, Dom Pedro Golf, Hotel Apartamento Portobelo, Dom Pedro Marina e Meia Praia;
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• Internacionalização do grupo com a abertura, em 2010, do Hotel Dom Pedro Laguna, em Fortaleza no Brasil; • O grupo possui 8 unidades de 4 e 5* em ambiente urbano ou resort, em Portugal e no Brasil.
Explorer Investments - Discovery Portugal Real Estate Fund O Discovery Portugal Real Estate Fund é um fundo que gere ativos imobiliários turísticos em Portugal desde Setembro de 2012. O Discovery, no decorrer da sua atividade, é assessorado pela Explorer Investments SCR, S.A., sociedade gestora de private equity.
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ESTADO DA ARTE DO TURISMO MÉDICO EM PORTUGAL VISÃO GLOBAL PRINCIPAIS ATORES BENCHMARKING | A EXPERIÊNCIA DOS ATORES NACIONAIS PORTUGAL VISTO DE FORA
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ESTADO DA ARTE DO TURISMO MÉDICO EM PORTUGAL VISÃO GLOBAL
O Turismo Médico em Portugal é, ainda, incipiente. O setor está ainda desestruturado, cada entidade opera de forma individual e não existe uma política de promoção do Destino devidamente concertada. É certo que o tema do Turismo Médico tem vindo a ser colocado na agenda pública desde há uns 4 anos. Desde então, proliferam os fóruns de debate, estudos e teses académicas, seminários e eventos sobre o tema. O Healthy’n Portugal conseguiu trazer um programa de ação para a estruturação e dinamização do Turismo Médico e a articulação com o grupo interministerial, criado pelos ministérios da Saúde e da Economia (este último através do Turismo de Portugal), conseguiu dar passos fundamentais para a criação de uma oferta nacional congruente e coerente. A vasta informação produzida no âmbito do Healthy’n Portugal, bem como as diversas atividades e documentos desenvolvidos serviram de base para um debate público mais capaz e concretizador. Mas o ponto de partida é manifestamente pouco dotado e a informação sobre a atividade do Turismo Médico é ainda pouco sistematizada, desorganizada e insuficiente, o que esvazia, de alguma forma, este capítulo. Não existem ainda estudos estatísticos suficientes que demonstrem a atitude ou preferência dos europeus sobre Portugal enquanto país recetor de turistas médicos. Para ajudar a definir um mapa de fluxos, tem de se observar a experiência das entidades de saúde com atividade comercial a este nível. Como se verá mais à frente, no capítulo dos resultados do Inquérito Nacional de Caraterização do Potencial Nacional, os países emissores de turistas médicos para Portugal mais referenciados são Angola, o Reino Unido, Espanha, França, Alemanha Brasil e Holanda, por esta ordem. O próprio conceito de Turismo Médico é, muitas vezes, confundido com Internacionalização da Saúde, não se conseguindo explanar as várias dimensões de um produto deste género para além da prestação de cuidados de saúde. A atuação dos prestadores de cuidados de saúde continua muito centrada na venda dos seus serviços, acoplando apenas duas componentes: os transferes dos aeroportos e a hotelaria, muitas vezes desagregadas de uma oferta conjunta e apenas referenciada aos seus clientes. Ainda assim, é público que um conjunto de hospitais e grupos hospitalares tem recebido pacientes de vários países e vêm adquirindo experiência nesta área.
“124.959 doentes estrangeiros tratados em Portugal, no ano de 2013”
Notícias vindas a público apontam para um total de 124.959 doentes estrangeiros tratados em Portugal, no ano de 2013. Contudo, não se sabe se dizem respeito a urgências, se estes doentes estão a residir em Portugal ou se são, efetivamente, turistas médicos. Outras informações divulgadas por alguns dos principais grupos de saúde privados nacionais mostram, acima de tudo, uma crescente atividade com clientes estrangeiros. (No capítulo Benchmarking são vertidas mais informações sobre a experiência de outras entidades). • O Grupo Espirito Santo Saúde dizia ter atendido cerca de 18000 turistas médicos, gerando uma receita de 13 M €; cerca de 6000 turistas seriam oriundos de Angola, 6000 de outros PALOP; • O Grupo José de Mello Saúde apontava para 1500 turistas médicos atendidos em 2013, principalmente de origem Angolana (2/3) e Brasileira (1/3), e para uma taxa de crescimento anual próxima dos 50%.
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• Os HPP Saúde, entretanto redenominados de Lusíadas Saúde, afirmavam ter servido 19500 turistas médicos e terem uma taxa de crescimento anual de 15%. Estes turistas eram de várias nacionalidades mas destacavam o Reino Unido, a Irlanda, os EUA, a Rússia, a Turquia, a África do Sul, a Bélgica, Malta e Angola. Para além destas 3 entidades já mencionadas, destacam-se, ainda, outras entidades com experiência no Turismo Médico: • Centro Hospitalar Cova da Beira; • Centro Hospitalar Lisboa Norte; • Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra; • Centro Hospitalar São João; • Clínica Maló; • Clínica do Tempo; • IdealMed – Unidade Hospitalar de Coimbra.
Pela complementaridade que as atividades enquadradas no TSBE assumem na construção de um produto de Turismo Médico, principalmente para a fase de convalescença, interessará tecer algumas, breves, considerações. Neste aspeto, Portugal apresenta uma razoável perceção como destino adequado à realização de viagens de Saúde e Bem-estar junto dos seus vizinhos europeus. Portugal tem recursos termais adequados para competir no mercado internacional: conta com uma grande variedade de estâncias termais, localizadas junto a nascentes de águas medicinais, sobretudo no norte e centro do país (anexo 2) e dispõe de um conjunto de hotéis associado às várias estâncias termais (anexo 3). Mas considerando a opinião dos europeus, só os espanhóis colocam Portugal numa posição privilegiada de escolha, devido, certamente, à proximidade geográfica e à associação de miniférias com a vertente wellness. Dentro do PENT, o Turismo de Portugal aponta um conjunto de ações para desenvolver o TSBE, na sua perspetiva mais lata: • Requalificação das estâncias termais orientada para a oferta de Saúde e Bem-Estar com vista ao seu posicionamento internacional; • Desenvolvimento de SPAS numa lógica de qualificação da oferta no segmento de Bem-estar; • Desenvolvimento da talassoterapia enquanto oferta distintiva dos empreendimentos turísticos localizados no litoral; • Definição de standards de qualidade / certificação; • Implementação de estratégias de promoção e distribuição orientadas para os diferentes segmentos; • Desenvolvimento de parcerias entre alojamento e a oferta termal numa ótica de produto global e de desenvolvimento de programas personalizados; • Desenvolvimento de ações transversais - formação de recursos humanos; qualificação da envolvente das unidades; valorização da oferta complementar; rede de informação / benchmarking.
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PRINCIPAIS ATORES
De acordo com a cadeia de valor do Turismo Médico, são vários os tipos de atores pertencentes a este ecossistema: Prestadores de cuidados de saúde, Hoteis, empresas de tradução, de transporte, de animação turística, facilitadores, entre outros. Sobre os prestadores de cuidados de saúde, já foram referidos os principais grupos de saúde privados e algumas outras entidades. No capítulo Benchmarking, mais à frente, cada uma das entidades teve a oportunidade de se descrever sumariamente. Retirando o esforço de identificar e caraterizar entidades pertencentes ao setor da hotelaria e restauração e serviços complementares do TM, interessa, por agora, sinalizar alguns dos principais prestadores de cuidados de saúde e facilitadores de TM, porque desenvolvem a sua atividade -especificamente – focados no turista de saúde, o que não acontece com outro tipo de entidades.
PRESTADORES DE CUIDADOS DE SAÚDE
FACILITADORES DE TURISMO MÉDICO Tabela 12: Principais atores conhecidos do TM em Portugal
Outros atores a destacar na área do turismo de bem-estar Termas de Portugal A Termas de Portugal é uma associação tem por fim o estudo e desenvolvimento dos interesses relativos ao termalismo e às estâncias termais, competindo-lhe para tanto, promover e praticar tudo quanto possa contribuir para o respetivo progresso técnico, económico ou social e nomeadamente. Representa atualmente um universo de 38 associados.
Associação de turismo de saúde e bem-estar A Associação Portuguesa de Turismo de Saúde e Bem-Estar engloba todos os subprodutos de Turismo de Saúde e Bem-Estar, em Portugal. Abrange todas as regiões turísticas portuguesas e visa contribuir para a valorização do posicionamento do destino turístico Portugal. Visa a persecução da excelência, da segurança, da ética e da sustentabilidade, da oferta deste produto turístico compósito, em Portugal.
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No âmbito deste Caderno de Caraterização do Potencial Nacional foram convidados a dar um testemunho direto muitos dos principais atores nacionais já referenciados, na tabela 12.
BENCHMARKING – A EXPERIÊNCIA DOS ATORES NACIONAIS
De seguida, são transcritos os testemunhos das entidades que aceitaram o desafio, pela seguinte ordem alfabética: • Centro Hospitalar de São João (CHSJ)
• Maló Clinics
• Clínica do Tempo
• Travel Health Experience
• Hospital da Prelada
• Widetravel
CARATERIZAÇÃO “O Centro Hospitalar de São João (CHSJ) é o maior hospital central e universitário da região norte, sendo referência nacional para algumas especialidades clínicas, que resultou da fusão, em Abril de 2011, do HSJ e do Hospital de Nossa Senhora da Conceição de Valongo. Tem como atividade principal a prestação de cuidados hospitalares a doentes agudos à população de mais de 3 milhões de pessoas. Associa a sua função assistencial, à formação pré e pós graduada de profissionais de saúde e à realização de projectos de investigação nos domínios das ciências da vida. Encontra-se ligado à Faculdade de Medicina da UP, beneficiando os processos educativos e resultados de investigação, aí desenvolvidos, para disponibilizar aos seus clientes cuidados de saúde com cada vez maior qualidade e humanização. Iniciou, em 2005, um processo de reorganização interna que alia uma vanguardista forma de organização hospitalar à disponibilização de tecnologia topo de gama, para assegurar as mais elevadas garantias de qualidade e de segurança das suas ofertas de saúde. Atualmente tem disponíveis cerca de 40 especialidades médicas e cirúrgicas e diversos serviços de apoio à produção clínica. EXPERIÊNCIA NO MERCADO INTERNACIONAL DO TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR (TSBE) Nos últimos 7 anos foi estabelecida uma rede progressiva de colaboração internacional com países e instituições na América do Norte, América do Sul / Brasil, África e Europa. Daqui resultaram múltiplos protocolos bilaterais de colaboração nas áreas da prestação de cuidados de saúde, educação na área médica em diferentes categorias profissionais, formação em serviços de suporte e organização / gestão de serviços de saúde e ainda protocolos de investigação clínica. Esta rede tem permitido aumentar a notoriedade da instituição, estimular a procura de estágios diferenciados no CHSJ por profissionais de instituições parceiras nos diversos continentes e ainda promover a referenciação médica em áreas específicas de particular interesse e diferenciação do CHSJ. Salientam-se neste domínio as áreas da ventilação não invasiva, as evacuações de doentes politraumatizados de urgência, a evacuação de situações neuro-cirúrgicas de alta complexidade, a evacuação de situações oncológicas graves ou os casos de cirurgia torácica de correcção valvular na população pediátrica de diferentes países africanos. Saliente-se que o financiamento específico destas cirurgias cardíacas vem resultando do patrocínio de instituições não governamentais internacionais que encontram no Centro Hospitalar de São João um parceiro seguro, eficiente e
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DENOMINAÇÃO Centro Hospitalar de São João (CHSJ) CONTACTOS Alameda Professor Hernâni Monteiro 4200-319 Porto T: 22 551 2100 http://portal-chsj.min-saude.pt/ TIPO DE ENTIDADE Prestador de cuidados de saúde
confiável. Esta parceria estabelece-se em todo o processo de selecção, evacuação, tratamento e follow-up de doentes com patologia cardíaca pediátrica, mas também na formação de pessoal no local de forma a optimizar os processos de rastreioe seguimento após a alta. O crescimento do número de procedimentos tem sido limitado por dificuldades logísticas que estão ainda em resolução (nomeadamente o atraso nos processos de renovação das instalações) e por dificuldades de enquadramento ético e normativo ao nível da organização e financiamento do sistema de saúde português, situações que não estão ainda completamente solucionadas. A estratégia seguida fundamenta-se no estabelecimento de parcerias estratégias que permitam alavancar a estruturação de um perfil de credibilidade, notoriedade e consistência que alarguem o potencial de negócio a áreas clínicas não assistenciais. A vantagem desta extensão prende-se com o facto de estas poderem ser desenvolvidas sem alguns dos espartilhos referidos para os processos assistenciais. Encontram-se neste domínio a formação medica / não médica para diferentes categorias profissionais; a assistência em áreas não clínicas, áreas de gestão e áreas de suporte clínico / gestão; e os trabalhos de investigação entre múltiplas instituições parceiras. Os esforços realizados pelo CHSJ poderiam em muito ser potenciados pelo alinhamento de alguns dos esforços de diplomacia económica nacional em curso com as mais-valias institucionais únicas presentes na instituição, o que por certo poderia condicionar uma maior eficiência aos processos e esforços em curso. INFORMAÇÕES DE RELEVO QUE DEMONSTREM OS PONTOS FORTES DA ENTIDADE Principais áreas de destaque da atividade do CHSJ: • Traumatologia, urgência e cuidados intensivos Evacuações de emergência Hemodinâmica; • Medicina da Reprodução; • Oxigenação por Membrana Extracorporal (ECMO); • Acompanhamento Médico da Infeção por HIV; • Cirurgia Vascular; • Cirurgia Hepática; • Estimulação Cerebral Profunda; • Cirurgia Cardiotorácica; • Cirurgia da Obesidade; • Transplantação Renal; • Tratamento da Dor Crónica; • Neurorradiologia de Intervenção. Entre 2010 e 2012o CHSJ foi considerado o Melhor Hospital Português e nesse último ano conquistou, ainda, o Prémio de Saúde Sustentável. No ano de 2013foi distinguido pelo Ministério da Saúde com a Medalha de Ouro de Mérito. Está em curso o processo de implementação de um Gabinete de atendimento a clientes estrangeiros com quadro próprio, formação adequada e disponibilização da informação 24/7 aos potenciais clientes na língua escolhida pelo cliente. Este gabinete garantirá, em parceria com outras instituições, todo o apoio e suporte logístico ao cliente desde o ponto de origem até às instalações do CHSJ e o seu regresso.
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Serão disponibilizados os meios de telemedicina que sejam necessários a uma adequada articulação de cuidados, desde a triagem até aos cuidados pós alta, envolvendo a família e a respectiva equipa de profissionais de saúde. O CHSJ utiliza hoje um processo clínico electrónico, ainda que com restrições ao seu acesso exterior. POSIÇÃO SOBRE A REDE COLABORATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR PORTUGUÊS O CHSJ está disponível para participar em todos os projetos que gerem valor para as atividades que realiza e teria interesse em participar nesta rede como prestador de cuidados, como instituição formadora à generalidade das categorias profissionais envolvidas nos processos de prestação de cuidados e como instituição consultora em todos os processos de desenvolvimento e organização de serviços de saúde. A criação de uma rede de TSBE será útil para partilhar informações e criar mecanismos de parceria entre os participantes na mesma (entidades públicas, privadas e do terceiro sector). OPINIÃO/SUGESTÃO A criação de uma rede que consiga apresentar internacionalmente as ofertas em que cada parceiro acrescenta mais valor em temos de TSBE, trará para Portugal reconhecimento sobre a qualidade e disponibilidade dos cuidados de Saúde que prestamos, desenvolvendo o interesse e o mercado da procura por parte de instituições e cidadãos estrangeiros.”
CARACTERIZAÇÃO “A Clínica do Tempo é um novo conceito do Dr. Humberto Barbosa, com 31 anos de experiência na área do controlo de peso e da longevidade, combatendo a obesidade e atrasando o envelhecimento precoce. Como se poderá observar visitando o nosso site www.clinicadotempo.com, a Clínica do Tempo introduziu em Portugal tratamentos únicos e exclusivos, totalmente não-invasivos tais como o Liposhaper - a primeira “lipoaspiração” realmente não-invasiva, isto é, sem cortes, dores, anestesia, internamento ou recuperação. EXPERIÊNCIA NO MERCADO INTERNACIONAL DO TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR (TSBE) Temos 3 clínicas em Portugal (Parede, Lisboa e Porto) e uma em Angola (Talatona), estando em processo de conclusão a abertura de uma 2ª unidade em Angola (Benguela) e a 1ª Clínica do Tempo em Moçambique (Maputo). Ainda em 2015 contamos abrir novas clínicas um pouco por todo o mundo. INFORMAÇÕES DE RELEVO QUE DEMONSTREM OS PONTOS FORTES DA ENTIDADE Temos muitos clientes estrangeiros que nos procuram pela qualidade dos nossos tratamentos e resultados alcançáveis, mas também pelo método “entrar e sair” que lhes permite aproveitar uma breve escala em Portugal para realizar o tratamento, pois não exige qualquer preparação nem tempo de recuperação: o cliente pode fazer a sua vida normal até à hora do tratamento e retomá-la logo a seguir. No entanto, para quem tenha tempo para estar em Portugal por mais dias, a Clínica do Tempo estabeleceu com várias unidades hoteleiras um protocolo de serviços, proporcionando aos nossos clientes condições muito favoráveis de alojamento e acomodação, o que lhes permite continuar o tratamento com sessões de manutenção que podem ajudar a obter os resultados esperados em menos tempo, pelo acompanhamento clínico que podemos garantir.”
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DENOMINAÇÃO Clínica do Tempo® Dr. Humberto Barbosa CONTACTOS Av. Marginal 3710 | 2775-239 PAREDE T: 21 458 97 00 www.clinicadotempo.com TIPO DE ENTIDADE Prestador de cuidados de saúde
CARACTERIZAÇÃO A Santa Casa da Misericórdia do Porto é uma instituição secular de caridade e assistência social, com fins filantrópicos e de utilidade pública. A sua intervenção na comunidade é abrangente, apoiando diariamente 1300 pessoas em áreas como Saúde, Juventude, Educação e Ensino Especial, Intervenção Social e Gerontológica, Cultura e Ambiente. DENOMINAÇÃO Hospital da Prelada CONTACTOS Rua Sarmento de Beires nº 153 4250-449 Porto centro.atendimento@hospitaldaprelada.pt http://www.scmp.pt/ TIPO DE ENTIDADE Prestador de cuidados de saúde
Com 500 anos de experiência, a Santa Casa da Misericórdia do Porto é um player indiscutível na prestação de cuidados de saúde e no ensino da Medicina no norte de Portugal, detendo a propriedade de unidades de referência como o Hospital de Santo António, o Centro Hospitalar Conde de Ferreira e o Hospital da Prelada. Este último, inaugurado em 1988, assumiu desde logo a posição de unidade de saúde de referência nacional e internacional, com resultados de excelência devido a padrões de elevada eficiência e qualidade, norteados pela segurança em ambiente hospitalar. EXPERIÊNCIA NO MERCADO INTERNACIONAL DO TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR O Turismo de Saúde tem um papel de relevo na estratégia da Santa Casa da Misericórdia do Porto. A instituição pretende estabelecer parcerias internacionais na procura de novos mercados e potenciar relações que se venham a traduzir em benefícios comuns e num reforço de competitividade. Assumindo a internacionalização e a colaboração empresarial como peças fundamentais para o desenvolvimento da organização, a abordagem rigorosa da Santa Casa da Misericórdia do Porto visa sustentar com o máximo de informação as decisões e permitir que a internacionalização seja uma oportunidade e não um risco. A experiência do Hospital da Prelada na prestação de cuidados de saúde a clientes internacionais, sejam portugueses residentes no estrangeiro ou cidadãos estrangeiros ao abrigo de protocolos, tem vindo a consolidar-se. A internacionalização dos serviços tem incidido, sobretudo, em áreas core do hospital, acreditadas e com resultados de excelência. Para além disso, a instituição tem colaborado na organização de eventos e reuniões de trabalho relacionados com o mercado internacional do Turismo de Saúde, firmando o seu posicionamento nesta área. INFORMAÇÕES DE RELEVO QUE DEMONSTREM OS PONTOS FORTES DA ENTIDADE O Hospital da Prelada oferece um produto médico diferenciado em Ortopedia, Medicina Física e Reabilitação, Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, com recursos técnicos e corpo clínico especializados. Foi o primeiro hospital de Instituição Particular de Solidariedade Social com Acreditação em Qualidade, pelo Caspe Healthcare Knowledge Systems, referente a todas as áreas. Está, ainda, certificado pela norma ISO 9001:2008. A unidade dispõe de uma localização de excelência, com fáceis e rápidos acessos rodoviários, facilitando o acesso ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, ao Porto de Leixões e às marinas do rio Douro. Posição sobre a Rede colaborativa para o desenvolvimento do Turismo de Saúde e Bem-Estar português O estabelecimento de parcerias é fundamental para o sucesso da internacionalização de produtos de Turismo de Saúde e Bem-Estar. A partilha de informações potencia a oferta integrada do produto, reforçando a competitividade nacional.
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CARACTERIZAÇÃO “Fundada em 1995 por Paulo Malo, a MALO CLINIC é atualmente líder mundial em Implantologia e Estética Dentária, tendo em conta, entre outros factores, a dispersão geográfica alcançada. A Inovação tem constituído o principal fator de diferenciação, com o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, protocolos clínicos e vários produtos patenteados, destacando-se o MALO CLINIC Protocol (All-on-4®), reconhecido mundialmente como um dos maiores avanços na medicina dentária nos últimos 40 anos, o qual permite a reabilitação de desdentados totais, com prótese fixa, num só dia. A formação continuada para médicos dentistas, tem sido outro importante fator de referência a nível mundial. O centro de formação, fundado no ano 2000, recebe regularmente em Portugal médicos dentistas de todo o mundo para formação especializada. Iniciou o seu processo de expansão em 2008, contando já com 8 clínicas em Portugal, que asseguram a cobertura de norte a sul do país e também na Madeira. Um ambicioso processo de internacionalização, levou a marca MALO CLINIC a 14 países, nos 5 continentes com clínicas próprias e parcerias, tornando-se assim um dos Grupos mais internacionalizados no sector da saúde. EXPERIÊNCIA NO MERCADO INTERNACIONAL DO TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR (TSBE) Sendo a inovação o principal fator de diferenciação e tendo desenvolvido competências numa área que afeta uma franja muito significativa da população mundial, os desdentados totais, a presença no mercado internacional foi uma natural consequência que se iniciou muito cedo, com tendência crescente. Não obstante uma oferta generalizada de serviços de medicina dentária, houve um grande foco na reabilitação oral total. Foram desenvolvidas competências e criadas condições técnicas que permitissem a colocação de uma prótese fixa num só dia, após uma consulta prévia para diagnóstico e planificação do tratamento. Um paciente, fora da sua área de residência, necessita apenas de uma curta estadia para ter uma solução, sendo por isso uma oferta muito formatada para o turismo médico. A maioria das clínicas em Portugal dispõe de laboratório de prótese fixa, salas de recobro individuais e blocos cirúrgicos, que permitem responder a cerca de 95% dos casos de reabilitação oral total, sendo os casos mais extremos, com anestesia geral, encaminhados para a clinica de Lisboa. A localização das clínicas junto a unidades hoteleiras, ou mesmo inserida no próprio hotel, como é o caso da clínica do Funchal, constitui também um fator relevante na construção de uma oferta compósita, essencial na abordagem ao TSBE. A procura internacional tem sido crescente. Em 2013, contámos com 878 pacientes internacionais, mais 26% vs 2012, sendo a proveniência bastante variada. Nos últimos 3 anos temos registos de 57 países, dos quais 28 europeus. A difusão da inovação junto da comunidade médica ao longo dos anos, diretamente e pela Nobel Biocare, principal parceiro industrial e líder mundial do mercado de implantes dentários, tem contribuído para o desenvolvimento da notoriedade da marca e reputação internacional. Outro importante contributo resultou também do processo de internacionalização e da pegada geográfica alcançada. Fruto desta reputação, muitos casos clínicos recebidos são referenciados por outros médicos dentistas, que, não tendo o nível de competência e meios exigidos para
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DENOMINAÇÃO MALO CLINIC S.A. CONTACTOS Avenida dos Combatentes, Nº 43 1600-042 Lisboa lisbon@maloclinics.com www.maloclinics.com TIPO DE ENTIDADE Prestador de cuidados de saúde
este tipo de reabilitação, indicam a MALO CLINIC como uma solução credível para o paciente. A limitação do mercado português face à dimensão das nossas principais clínicas (Lisboa e Porto), obriga a uma abordagem ao mercado internacional mais reativa, que não tem sido desenvolvida. INFORMAÇÕES DE RELEVO QUE DEMONSTREM OS PONTOS FORTES DA ENTIDADE As condições físicas das clínicas (localização, decoração, amplos espaços, recobros individuais, blocos cirúrgicos, meios complementares de diagnóstico e laboratório), os níveis de competência técnica (médicos especialistas, técnicos de laboratório e protocolos clínicos) e os serviços de Customer Care (atendimento personalizado com apoio específico a pacientes internacionais, como seja transfer, reserva de hotel com tarifas protocoladas, tradução quando o paciente não é bilingue, programa cultural quando solicitado), constituem os principais factores de relevo. POSIÇÃO SOBRE A REDE COLABORATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR PORTUGUÊS Determinante no desenvolvimento do TSBE, destacando-se: • Apoio na interacção com os Organismos Governamentais; • Orientação na definição de mercados alvo e sua abordagem mais eficiente; • Orientação no desenvolvimento de ofertas compósitas; • Apoio na criação de sub-clusters; • Sinergias entre players. OPINIÃO/SUGESTÃO É uma oportunidade para o país e setores envolvidos, tendo em conta os níveis de competência e qualidade de infra-estruturas. É fundamental estruturar ofertas, trabalhar de forma coordenada debaixo de uma “marca país” e desenvolver um plano de abordagem aos mercados para melhorar a reputação do país.”
CARACTERIZAÇÃO “Criada em Fevereiro de 2012, a Travel Health Experience-T.H.E. (denomina-se por H.Corp. Travel Health Experience) é uma empresa que pretende aliar a saúde e o turismo. Foi a pensar nas pessoas que se vêem impedidas de viajar por motivos de saúde, ou que procuram realizar procedimentos médicos em Portugal, que criamos a Travel Health Experience. O receio e o desconhecimento, sobre a possibilidade da prestação de cuidados de saúde, e a dependência de um familiar para as deslocações, impedia-os muitas vezes de viajar. A T.H.E. cria um plano de assistência paralelo ao seu plano de viagem e a medida do seu estado de saúde e dos cuidados de saúde necessários. O receio e o desconhecimento, sobre a possibilidade da prestação de cuidados de saúde, e a dependência de um familiar para as deslocações, impedia-os muitas vezes de viajar. A T.H.E. delinía um plano de assistência paralelo ao seu plano de viagem e a medida do seu estado de saúde e dos cuidados de saúde necessários. Em 2013, a Travel Health Experience iniciou a atividade de facilitação de Turismo Médico ao desenvolver um projecto pioneiro em Portugal, o Porto Medical Tourism, que permite que turistas estrangeiros se desloquem ao Porto para realizar proce-
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dimentos médicos, como cirurgias e check-up, com toda a qualidade, segurança e comodidade. EXPERIÊNCIA NO MERCADO INTERNACIONAL DO TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR Até ao momento a experiencia da T.H.E. no que concerne ao Turismo de Saúde e Bem Estar, resume-se a algumas solicitações de assistência em Portugal, quando já decorriam as suas férias a turistas de várias nacionalidades (Austrália , EUA., Canadá, Brasil, Suíça , Portugal), e a dezenas de solicitações no nosso site, por forma a perceberam como funciona o serviço e por forma a caso optassem por viajar até Portugal, terem assistência de saúde personalizada. Relativamente à criação de uma rede de intervenientes no produto turismo de saúde e bem-estar, pensamos que esta é fundamental, sendo mesmo uma premissa basilar, pois permitirá estabelecer critérios de qualidade que os intervenientes terão de cumprir, por forma a qualificar a oferta face aos demais destinos internacionais concorrentes. Na criação desta rede, pensamos que tanto poderemos desempenhar o papel de prestador de cuidados de saúde como de facilitador da rede. Pensamos que a elaboração desta rede deverá ser feita, por forma a todos os intervenientes desempenhem um papel, maior ou menor de acordo com a sua estrutura e oferta especifica, por forma que todos os usufruam da mesma. Desde o inicio da nossa actividade e o nosso principal “Core Bussiness” temos vindo a contactar várias associações de doentes nacionais e internacionais , assim como várias entidades hoteleiras e operadores turísticos por forma a apresentar a T.H.E., para divulgar que Portugal atualmente è um dos poucos destinos turísticos globais a possuir este tipo de serviços e oferta de forma integrada. Desde o ano de 2012, temos seguido uma estratégia de contacto directo com as mais variadas instituições tanto públicas a titulo de exemplo à Câmara Municipal do Porto , Secretaria de Estado do turismo , Turismo de Portugal, AICEP, etc. Somos associados de várias associações nacionais e internacionais, sendo as mais relevantes, a AEP, a Associação de Turismo do Porto, o Health Cluster Portugal, Medical Tourism Association, etc. Atualmente já estabelecemos uma parceria com um representante no Qatar, estando neste momento a ultimar outras parcerias, presença em feiras internacionais de Turismo e de Saúde. Por forma a possuirmos suporte de diferenciado de retaguarda para os nossos clientes, estabelecemos desde o inicio um protocolo com o Hospital Lusíadas Porto, o qual dará assistência adequada e diferenciada, no caso de alguma alteração do estado de saúde do cliente. Ao nível da nossa experiencia internacional esta estende-se à prestação de assistência a clientes oriundos dos mais variados países, sendo o nosso core business é directamente direccionado para este género de clientes .Desde a criação da T.H.E., à cerca de 2 anos, temos tido anualmente taxas de crescimento de cerca de 30% ao ano. Quanto à abordagem junto do cliente final, passa por ambas as abordagens, tanto B2B, através da tentativa da encontrar um parceiro no pais de origem, assim como pela abordagem do B2C, através do nosso site institucional, de entrevistas e reportagens sobre a T.H.E., tanto a pedido dos meios de comunicação como pagas para as revistas da especialidade, inclusão de informação relativa à Travel Health
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DENOMINAÇÃO Travel Health Experience-T.H.E. CONTACTOS Rua Paulo da Gama 629 | 4150–589 Porto mail@travelhealthexperience.com www.travelhealthexperience.com www.portomedicaltourism.com TIPO DE ENTIDADE Facilitador de Turismo Médico
Experience em sites da especialidade tanto de turismo como de saúde, presença em Feiras e Congressos de Turismo e Saúde e ainda campanhas nas redes socias. Ambos os canais são fundamentais para o desenvolvimento deste produto, sendo que na nossa opinião, nos devemos focar no B2C, pois além da maioria das viagens atualmente serem feitas através da internet, apesar de ser um público mais idoso. Desde o inicio que temos sentido várias dificuldades na divulgação da nossa actividade, sendo que as principais dificuldades sentidas passam por demonstrar junto dos principais intervenientes no sector do turismo, que o Produto de TSBE tem enorme potencial e terá de ser trabalhado, pois ao contrário dos demais produtos turísticos ,estes tem a suas particularidades que demoram algum tempo a credibilizar e solidificar como destino de eleição INFORMAÇÕES DE RELEVO QUE DEMONSTREM OS PONTOS FORTES DA ENTIDADE A T.H.E. apresenta-se como um serviço inovador, diferenciador e socialmente agregador, pois tal como afirmado anteriormente permite criar um plano de assistência de saúde personalizada, a turistas nacionais e estrangeiros, com necessidades específicas de cuidados contínuos e prolongados, durante a sua estadia em Portugal. A nossa rede de trabalho foi constituída através do estabelecimento de parcerias com os diferentes empresas do sector, que estejas fora do raio de acção do nosso core. Em Portugal possuímos uma base de dados de colaboradores para todo o país, que são activados mediante as necessidades dos clientes. No estrangeiro a nossa rede de trabalho passa por parceiros locais. A seleção dos mesmos faz-se através da relevância da atividade que desenvolvem no país emissor, o seu know how no sector da saúde ou do turismo, assim como as condições da parceria. A divulgação da T.H.E. é feita através do seu site, dos vários projetos que vem desenvolvendo, das associações onde se inscreve, através da rede de parcerias que estabelece, da presença em feiras da especialidade, presença em Congressos do sector do Turismo, apresentações locais em destinos de eleição junto dos parceiros locais, assim como junto de embaixadas de Portugal, entrevistas na televisão e jornais e campanhas de divulgação nas redes sociais e sites do sector A T.H.E. assegura toda a responsabilidade civil, relacionada com a sua atividade, ou seja com a com a implementação do plano de assistência de saúde contratualizados com o turista. Além disso, a T.H.E. possuí todos os seguros de saúde inerentes à sua atividade, por forma a salvaguardar a condição de saúde do turista. POSIÇÃO SOBRE A REDE COLABORATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR PORTUGUÊS Tal como já foi elencado anteriormente, a partilha de informação é fundamental para que a rede funcione convenientemente sendo fundamental para que o produto se possa estruturar e ser oferecido com qualidade. Esta deve ser partilhada de forma agregadora, devidamente coordenada e com uma eficiente divulgação. OPINIÃO/SUGESTÃO Segundo a nossa opinião, as entidades que pretendam ingressar na rede devem obedecer a critérios de qualidade previamente estabelecidos pela rede, querem trabalhar em parceria de rede, tanto de custos, responsabilidades como e benefícios, e partilhar informação de forma eficiente. Desta forma estamos totalmente disponíveis para ingressar nesta rede.”
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CARACTERIZAÇÃO “A Wide Healthcare Services é uma D.M.C. (Destination Management Company) especializada no Turismo de Saúde em Portugal. Temos um catálogo de programas de tratamento agregados à componente de férias e lazer que permitem aos nossos clientes o usufruto de cuidados de saúde especializados e de alta qualidade. TRAGA A SUA FAMÍLIA! Os nossos programas são totalmente personalizáveis e passíveis de serem adaptados às necessidades do doente e da sua família. O nosso objectivo é minimizar o impacto que os tratamentos terão no seu tempo e permitir o alojamento em Hotéis e Resorts onde as opções de lazer são os principais atrativos. Seja na cidade, no campo ou na praia, a Wide Healthcare Services permite uma ocupação de tempo com satisfação garantida. A WHS dedica-se à promoção do Turismo de Saúde em Portugal, agregando de uma ampla rede de infraestruturas e parceiros dedicados no sentido de desenvolver Produtos/ Programas de viagem e Tratamentos de Saúde. Um dos nossos objectivos é contribuir para o aumento da visibilidade de Portugal no estrangeiro, especificamente na área da saúde e onde é possível encontrar um enorme potencial e onde os casos de sucessos são crescentes. Estamos apostados em divulgar Portugal como destino de Saúde, um País com um património natural tão diversificado e com uma oferta cultural e turística tão significativa que não deixará ninguém indiferente! EXPERIÊNCIA NO MERCADO INTERNACIONAL DO TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR Trabalhamos com um vasto número de parceiros, incluindo os melhores Hospitais e Clínicas com certificação de qualidade. Entre estes encontram-se o Idelamed em Coimbra (Cidade universitária), a nova clínica de Torres Vedras CNS, especialista em diagnóstico e tratamentos neurológicos, o Hospital de Faro e também o Instituto de Implantologia para tratamentos dentários. O nosso leque de parceiros estende-se de acordo com a necessidade do cliente e especialidades disponíveis, mas também está relacionado com a qualidade de serviços prestados, incluindo equipas médicas e técnicos multilingues e com os mais atualizados recursos e equipamentos em unidades de saúde com multi-especialidade, tratamentos de beleza e de índole dentária. Dispomos de tratamentos adequados e inovadores para um público-alvo internacional com altos requisitos e expectativas, sendo o nosso papel identificar o melhor médico, clínica, hospital ou centro de reabilitação para as necessidades específicas do paciente, assim como organizar todo os processos relacionados com serviços técnicos, a viagem e respetiva documentação, estadia, transporte e entretenimento. Apresentamos portanto uma grande mais-valia na área dos serviços complementares, para o doente e também para o/os acompanhantes. INFORMAÇÕES DE RELEVO QUE DEMONSTREM OS PONTOS FORTES DA ENTIDADE A nossa Sede encontra-se no Areeiro próximo ao aeroporto, no entanto temos mais duas lojas abertas ao público, uma em Entrecampos e outra no Parque das Nações, todas elas em zonas estratégicas, centrais e de grande proximidade em relação a pontos de interesse.
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DENOMINAÇÃO WIDE HEALTHCARE SERVICES CONTACTOS Av. Almirante Gago Coutinho, 28-C 1000-017 Lisbon, Portugal T: (+351) 210 436 970 F: (+351) 210 436 979 www.widehealthcareservices.com www.widetravel.pt info@widehealthcareservices.com TIPO DE ENTIDADE Facilitador de Turismo Médico
A nossa recepção encaminha todos os contactos efectuados em horário de expediente e em paralelo disponibilizamos um número de contacto ao cliente com funcionamento de 24 horas por dia. Para pacientes estrangeiros organizamos: • Check-ups médicos e exames • Consultas e tratamentos • Reabilitação médica assistida • Segundas opiniões, se solicitado • Telediagnósticos e teleconsultas (em caso de viabilidade técnica), feitos diretamente a partir do Hospital, clínica, etc. • Serviços complementares
Programas de base institucional Oferecemos os seguintes serviços complementares: • Marcação e coordenação de consultas • Recepção no aeroporto (Meet & Greet) • Entrega no aeroporto • Transferes do aeroporto para o hospital e do hospital para o aeroporto • Transporte em ambulância / veículos especiais • Reservas de estadia (Hospital, hotel, apartamento, etc) • Serviços de visto e outros serviços administrativos • Organização de excursões/ visitas a locais e eventos culturais, shopping, Sightseeing, etc. (todos eles com a componente de acessibilidade para pessoas com dificuldades motoras) • Programas e estadias desenvolvidas com base acessibilidade • Serviços de intérprete e/ ou guia • Informação médica e legal • Serviços VIP • Serviços de segurança.”
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Os operadores e outros promotores internacionais TSBE e TM divulgam, atualmente, pacotes de produto (alargado) para Portugal. Neste processo promovem as principais vantagens competitivas de Portugal como destino para o seu público-alvo. Conhecer os argumentos usados pelos operadores atuais para promover o país é uma forma de identificar que atributos são valorizados e reconhecidos. A seguir, transcrevem-se os textos traduzidos dos websites da Treatment Abroad e da Medical Tourism. O Treatment Abroad é um portal pertencente e operacionalizado pelo editor online de cuidados de saúde - Intuition Communication. Foi criado há 10 anos e pretende fornecer, a quem esteja a considerar optar pelo turismo médico, a informação de que necessita para realizar as melhores escolhas de hospitais, clínicas ou médicos no estrangeiro. Está particularmente focado nos potenciais turistas médicos britânicos. O website MedicalTourism.com apresenta-se como um recurso gratuito, confidencial e independente para os pacientes e fornecedores da indústria do TM. A sua missão é fornecer um portal central onde os pacientes, fornecedores de turismo médico, hospitais, clínicas, empregadores e companhias de seguros se possam reunir e, de forma simples, independente e com confidencialidade, possam obter informação na área do turismo médico, turismo dentário e turismo de saúde. É propriedade da Medical Tourism Association, uma entidade privada tida como a principal dinamizadora do Turismo Médico nos EUA e no resto do Mundo.
TREATMENT ABROAD “Porquê considerar Portugal? Para a maioria das pessoas o atrativo de Portugal é o Sol ao longo do ano, no sul, em particular na região do Algarve; temperaturas médias de 18ºc, com invernos amenos e secos e verões longos e quentes, com temperaturas que raramente descem dos vinte e tal graus. Muitos quilómetros de praias de areias brancas, locais antigos fascinantes e marisco delicioso fazem de Portugal o destino perfeito para uma tradicional pausa de férias. Portugal é próximo para outros países na Europa e acessível para turistas médicos de locais mais distantes, por via aérea ou marítima. Portugal oferece um estilo de vida moderno e ocidental, com excelentes infraestruturas e clínicas limpas e bem equipadas, com pessoal especializado. Portugal apresenta também um valor excelente em termos de custo de vida e despesas de tratamento. Mesmo nas cidades maiores, Portugal é um dos países europeus com preços mais acessíveis, com um jantar a custar menos de 15€ e uma viagem de metro por apenas 0,85€. Estes níveis de preços estendem-se aos cuidados médicos privados, cosmética dentária, e cirurgia cosmética. As clínicas privadas portuguesas oferecem uma gama de serviços mais alargada do que outros destinos turísticos, estendendo-se para além dos procedimentos cosméticos, incluindo cirurgias de rotina. Escolha Portugal como destino de turismo médico e pode definir a sua viagem na perfeição; quer pretenda simplesmente relaxar e aproveitar o sol ou apreciar uma ou duas partida em alguns dos melhores campos de golfe da Europa. Se tem mais tempo e apreciar, pode fazer da sua visita uma verdadeira viagem de estrada, visitando as idílicas aldeias rurais do interior de Portugal. Planeie a sua viagem correta-
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PORTUGAL VISTO DE FORA
mente e, pelo caminho, poderá apreciar alguns dos melhores vinhos das inúmeras quintas vinícolas assim como visitar a origem do vinho do Porto - o Vale do Douro. Razões para escolher Portugal: • Padrões de topo nos cuidados de saúde a preços baixos; • Sol ao longo do ano, com verões quentes e longos; • Maior amplitude de serviços do que outros destinos; • Destino turístico conhecido, com excelentes instalações; • Longas linhas de costa e praias bem conservadas; • Internacionalmente conhecido por seus campos de golfe.” http://www.treatmentabroad.com/
Medical Tourism Association “Fama de Portugal no turismo médico As suas instalações médicas oferecem tecnologia de ponta e médicos altamente qualificados, assim como dentistas, cirurgiões plásticos e outro pessoal de saúde. Pode obter tratamento com padrões da Europa ocidental, a custos inferiores aos da maioria dos outros destinos médicos europeus. Este país pacífico e globalizado é uma fantástica opção para cuidados médicos. O estado da arte das instalações e a sua fama mundial como um destino obrigatório são combinações perfeitas para as suas necessidades de saúde”. As informações relativas a Portugal continuam, abordando o clima, a língua, as companhias aéreas que operam em Portugal e alguns número de telefone úteis. http://medicaltourism.com/ No sítio da Health Tourism Magazine, pertencente à MTA, apenas existe uma referência a Portugal, centrada na oferta de um produto do “Longevity Wellness Resort Monchique”, datado de 2010. http://www.healthtourismmagazine.com/ Existe, ainda, uma notícia veiculada em Agosto de 2013, acompanhando um evento realizado pela MTA em Lisboa. http://medicaltourismassociation.com/blog/medical-tourism-clusters-to-energize-weary-portugal-economy/ As referências da MTA a Portugal são, portanto, escassas e pouco profundas.
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INQUÉRITO DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL NACIONAL AMOSTRA RESULTADOS GLOBAIS E PRINCIPAIS CONCLUSÕES RESULTADOS DESAGREGADOS
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INQUÉRITO DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL NACIONAL
Descritas sumariamente as principais valências de Portugal nos setores da Saúde e do Turismo e caraterizada a atuação de algumas entidades com comprovada experiência no setor do TSBE, em particular do TM, interessa caraterizar e avaliar estas entidades num conjunto de dimensões críticas. Para tal, foi construído e distribuído um inquérito de avaliação do potencial nacional por um conjunto de entidades ligadas às atividades que formam um produto alargado de TM (Anexo 4). O inquérito foi dividido em 4 grandes grupos de informação:
ORGANIZAÇÃO
EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL
COMUNICAÇÃO E PROMOÇÃO
PROXIMIDADE AO TEMA DO TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR.
Para permitir a sua aplicabilidade ao vasto leque de tipologias consideradas acomodando as particularidades de cada uma, foram elaboradas duas versões de inquérito, estando as principais diferenças concentradas na Organização, mantendo comuns os restantes grupos de informação (anexo 5): • Inquérito A -“prestadores de cuidados de saúde” - clínicas, hospitais, termas, wellness - e • Inquérito B - “outras entidades” - ligadas ao turismo (unidades hoteleiras, agências de viagens, facilitadores de turismo médico, empresas de animação turística) e - entidades que prestam serviços complementares (tradutores e empresas de transporte). Foram convidadas a participar no inquérito aproximadamente 600 entidades e o link do inquérito esteve disponível online no website do projeto Healthy’n Portugal. Foi obtido um nível de respostas próximo dos 16% No final foi elaborado um relatório flash demonstrador da classificação obtida por cada entidade participante no inquérito e enviado para cada uma destas (anexo 6).
AMOSTRA
Composição e caraterização A distribuição das respostas entre os dois inquéritos foi sensivelmente idêntica, com uma - ligeira - maior incidência nos prestadores de cuidados de saúde (53%), tendo as “outras entidades” significado os remanescentes 47%, como ilustrado na Figura 44.
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Figura 40: Distribuição da amostra entre Prestadores e Outras entidades
No que respeita aos “prestadores de cuidados de saúde”, os Hospitais e as Clínicas foram os mais participativos, representando 47% e 44% da amostra, respetivamente. Foram ainda registadas respostas para “Balneários / termas”, “Apoio médico / enfermagem domiciliar” e outras tipologias, expressando, aproximadamente, 3% cada (Figura 45).
Figura 41: Distribuição da amostra dos Prestadores de cuidados de saúde (%)
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Saliente-se que a composição da amostra dos “prestadores de cuidados de saúde” demonstra total hegemonia das entidades com personalidade jurídica privada (82%), seguida do setor social (11%). As entidades públicas representaram apenas 7%, conforme demonstra a figura abaixo.
Figura 42 - Personalidade jurídica dos “prestadores de cuidados de saúde” (%)
Dentro da tipologia “outras entidades”, as respostas obtidas centraram-se sobretudo nas “Unidades hoteleiras” (39%) e nas “Empresas de animação turística” (32%), conforme traduz a Figura 47. Os “Transportes” representaram 11% e os “Tradutores” 4%. Cerca de 14% da composição da amostra desta tipologia ficaram dispersos por outro tipo de entidades.
Figura 43: Distribuição da amostra dos “Outras entidades” (%)
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De entre as unidades hoteleiras as de 4 estrelas são as mais representativas, significando 53% do total das unidades hoteleiras participantes, sendo o remanescente dividido entre as unidades hoteleiras de 5 estrelas (27%) e as de 3 estrelas ou outra classificação (20%).
Figura 44: Classificação das unidades hoteleiras participantes
Globalmente, como seria de esperar, houve uma prevalência de respostas de entidades oriundas ou com unidades nos distritos correspondentes aos grandes centros urbanos de Lisboa e do Porto, seguidos dos distritos de Coimbra, de Braga e de Faro (Figura 49).
Figura 45: Distribuição geográfica da amostra (%)
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Para procurar perceber a dimensão das entidades participantes auscultou-se o número de colaboradores que fazem parte do quadro de cada uma das tipologias de entidades (Figura 50), de onde facilmente se conclui que enquanto entre os “prestadores de cuidados de saúde” prevalecem as grandes empresas, com mais de 250 colaboradores, entre as “Outras entidades” prevalecem as microempresas.
Figura 46: Número total de colaboradores das entidades participantes (%)
RESULTADOS GLOBAIS E PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Como já referido, o inquérito foi estruturado em 4 grandes grupos de questões, sendo atribuído, a cada grupo, uma determinada ordem de importância, refletida numa ponderação específica por cada tipologia de entidade. Assim, por exemplo, no inquérito relativo aos “prestadores de cuidados de saúde”, o grupo Organização assumiu uma ponderação de 50%, refletindo a importância da acreditação para o potencial de entrada no sector; por outro lado, no inquérito a “outras entidades”, na parte exclusiva reservada às “unidades hoteleiras” este grupo de questões teve uma ponderação de 40%. Na tabela seguinte é apresentada a ponderação utilizada para os três tipos de entidades. Saliente-se que os resultados globais são apresentados tendo em conta a decomposição das “Outras entidades” em dois tipos: “unidades hoteleiras” e “Outros”. Os resultados desagregados, apresentados mais á frente, neste documento, apenas consideram dois tipos de entidades: “prestadores de cuidados de saúde” e “outras entidades”, estando as “unidades hoteleiras” integradas nesta última.
Tabela 13: Ponderação dos vários grupos de questões para cada tipo de entidade
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Os resultados globais ponderados pela classificação de cada grupo de questões estão expressos na figura seguinte. Os resultados globais ponderados pela classificação de cada grupo de questões estão expressos na tabela seguinte. De uma forma geral, as entidades que responderam ao inquérito apresentaram resultados positivos nas várias dimensões analisadas. As “unidades hoteleiras” foram De uma forma geral, as entidades que responderam ao inquérito apresentaram resultados positivos nas várias dimensões as entidades com pontuação global, tendo atingido oscom 70%, o quepontuação expressa global, tendo atingido os 70%, o que expressa analisadas. Asmelhor “unidades hoteleiras” foram as entidades melhor a suaa natural convivência comcom clientes internacionais. sua natural convivência clientes internacionais. Global 100% 80% 60% 40% Proximidade ao tema TSBE
Organização 20% 0%
Comunicação e promoção
Experiência internacional
Prestadores
Hotelaria
Outros
Figura 47: Resultados globais do inquérito por grupo de questões e tipo de entidade
Ainda assim, os “prestadores de cuidados de saúde” obtiveram uma pontuação de 56%, muito devido aos aspetos relativos à Proximidade ao tema do TM e à Comunicação e Promoção. Notem-se os valores mais modestos obtidos para as dimensões Organização e Experiência Internacional, o que pode traduzir, para a Figura 5151- Resultados globais do inquérito por grupo de questões e tipo de entidade primeira, uma necessidade de adequação da organização às novas exigências do setorAinda e, para a segunda, uma natural posiçãodedesaúde” arranque das estratégias de in- de 56%, muito devido aos aspetos relativos à assim, os “prestadores de cuidados obtiveram uma pontuação ternacionalização datema saúdedoe,TM ainda, os pequenos epassos dadosNotem-se neste mercado. Proximidade ao e à Comunicação Promoção. os valores mais modestos obtidos para as dimensões Organização e Experiência Internacional, o que pode traduzir, para a primeira, uma necessidade de adequação da organização às novas exigências do setor e, para a segunda, uma natural posição de arranque das estratégias de internacionalização da saúde e, ainda, os pequenos passos dados neste mercado.
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Figura 48: Resultados globais do inquérito por grupo de questões e tipo de entidade
RESULTADOS DESAGREGADOS
As respostas obtidas no inquérito são agora analisadas de forma desagregada, de acordo com a estrutura apresentada e procurando fazer refletir os resultados de cada uma das dimensões avaliadas. Organização Acreditações internacionais e certificações Uma das conclusões da análise Benchmarking efetuada no âmbito do projeto Healthy’n Portugal foi a elevada importância que as Acreditações e Certificações, particularmente as mais reconhecidas internacionalmente, têm no processo de decisão do turista médico. Neste âmbito devem-se destacar os 34% assumidos pelos “prestadores de cuidados de saúde” e os 32% das “Outras entidades”, conforme ilustra a Figura 53.
Figura 49: Entidades com acreditações internacionais (%)
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Dos “prestadores de cuidados de saúde” que referem possuir acreditações internacionais, as mais referidas são a Joint Commission International (JCI), com 43%, seguida da IQ Net, com 29% (Figura 54).
Figura 50: Acreditações internacionais mais referidas entre os prestadores de cuidados de saúde (%)
Cerca de 50% dos “prestadores de cuidados de saúde” mencionam cumprir com os standards internacionais de referência certificados pela norma NP EN ISO 9001. Quando foram apresentadas 5 caraterísticas diferenciadoras às entidades “prestadoras de cuidados de saúde” para que se pronunciassem, selecionando aquelas que consideravam como pontos fortes da sua organização, os resultados foram muito positivos. Destacam-se a Reputação do Corpo Clínico com praticamente a totalidade das respostas (97%), seguida da Diferenciação dos Procedimentos Técnicos, com 78%. A Atualidade Tecnológica obteve 72% das repostas e as Instalações e o Preço foram assumidos como pontos fortes por 63% das entidades participantes.
Figura 51: Caraterística diferenciadoras referenciadas pelos prestadores de cuidados de saúde
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Experiência internacional O segundo grupo de questões procurava fazer refletir a experiência internacional das entidades e identificar os países de origem dos seus clientes - se possível ou aplicável, dos turistas médicos-, aprofundando a forma como desenvolvem a sua atividade nesta área.
Clientes estrangeiros Entre os “prestadores de cuidados de saúde”, a grande maioria (85%) indicou que o número de clientes estrangeiros corresponde a uma percentagem de entre 1 e 10% do total de clientes. Já entre as “Outras entidades”, fruto de uma maior diversidade, houve uma maior distribuição das respostas, correspondendo a uma grande variedade de situações, tal como refletido na figura seguinte.
Figura 52: % de clientes estrangeiros servidos face ao total de clientes
No que respeita à percentagem de turistas - especificamente - de saúde e bem-estar ou turistas médicos, verificou-se uma subida para ambas as tipologias nas respostas com opção “zero”, indicando que este mercado ainda está a ser pouco explorado pelas entidades. O intervalo de entre 1 a 10% compreendeu a maior parte das respostas sendo de realçar que os “prestadores de cuidados de saúde “obtiveram 42%, contra os 32% das “outras entidades”, invertendo-se esta realidade no intervalo imediatamente a seguir (entre os 11% e os 25%, com os primeiros a registarem 3% das respostas e os segundos 14%).
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Figura 53: % de turistas de saúde e bem-estar estrangeiros servidos face ao total de clientes
Entre os “prestadores de cuidados de saúde”, os principais mercados de origem dos clientes estrangeiros são Angola e Brasil, com 73% e 55%, respetivamente, surgindo a Espanha na terceira posição, como o primeiro mercado europeu, com 48%, conforme se pode constatar na figura seguinte. Já entre as “outras entidades”, surgem primeiramente os mercados europeus como a Espanha (86%), seguida da França e da Alemanha (ambos com 71%), resultado que não surpreende dada a composição da amostra contemplar as unidades hoteleiras.
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Figura 54: Países de origem dos clientes estrangeiros
No que concerne aos países de origem dos clientes – especificamente - de saúde e bem-estar, entre os “prestadores de cuidados de saúde”, surge - destacada - Angola (41%), seguida do Reno Unido e da Espanha, como traduz a figura seguinte. Entre as “outras entidades” surgem novamente os mercados europeus em destaque: Espanha (25%), seguindo-se Reino Unido, França e Alemanha, todos com 21%.
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Figura 55: Países de origem dos turistas de saúde e bem-estar
Sobre a forma como é desenvolvida a atividade comercial, cerca de metade dos “prestadores de cuidados de saúde” indicou ter uma política ativa de captação de clientes estrangeiros, valor que sobe para 71% no caso das “outras entidades”. 38% dos “prestadores de cuidados de saúde” diziam ter um gabinete de atendimento especificamente vocacionado para clientes estrangeiros, tendo as “outras entidades” obtido um resultado inferior (29%). No entanto, é ligeiramente mais comum, entre estes, a criação de serviços exclusivos para clientes estrangeiros.
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Figura 56: Política e serviços para clientes estrangeiros
Quando questionados sobre a existência de acordos de cooperação formais ou informais com outras organizações, deve-se destacar, entre “os prestadores de cuidados de saúde”, a existência de acordos com outras unidades hospitalares (56%) e Clínicas (44%), não sendo de estranhar os acordos que possuem com Companhias Seguradoras (56%), ainda que no panorama nacional, e com Unidades Hoteleiras e Agências de Viagem (ambas com 25%). Entre as “outras entidades”, os relacionamentos dentro da mesma esfera de atividade, principalmente turística, explica facilmente os elevados valores obtidos para os relacionamentos com Operadores de Turismo, Agências de Viagem e Unidades Hoteleiras. Destacam-se, ainda, os acordos com Companhias Seguradoras (42%) e, mais importante para a análise do TM, com Unidades Hospitalares e com Clínicas, representando, ambas, 21% das respostas.
Figura 57: Acordos formais ou informais
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O domínio de línguas estrangeiras é considerado como um requisito fundamental para o exercício de uma atividade neste mercado. Todas as entidades que responderam ao inquérito assumiram um domínio da língua inglesa na prestação do serviço: 97% dos “prestadores de cuidados de saúde” e 100% das “outras entidades”. Convém realçar o baixo índice de domínio da língua alemã entre os “prestadores de cuidados de saúde”, com apenas 9% das respostas, e mesmo do Espanhol (Castelhano), com 15%. Entre as “outras entidades”, o domínio do alemão e do inglês é significativamente mais alto, com 32% e 43%, respetivamente.
Figura 58: Domínio de línguas estrangeiras
Comunicação e Promoção Sendo a promoção um dos veículos mais importantes para a divulgação dos serviços e ativação de marca, procurou-se saber que ferramentas de comunicação são usualmente utilizadas pelas entidades que participaram no inquérito. A dinamização de um website comercial é tida, também, como um dos requisitos fundamentais para abordar o mercado do TM. Neste aspeto, a totalidade das “outras Entidades” e 94% dos “prestadores de cuidados de saúde” indicaram possuir um website comercial. A utilização de outros instrumentos como as redes sociais, a publicidade em meios internacionais e a participação em eventos internacionais é também mais utilizada pelas “outras Entidades”, quando comparado com os “prestadores de cuidados de saúde”, como demonstra a figura seguinte. Destaca-se, no entanto, uma utilização significativa das redes sociais (61%;93%) e da publicidade em meios internacionais (36%;54%), tendo a participação em eventos internacionais significado 27% e 50% das respostas dos “prestadores de cuidados de saúde” e das “outras entidades”, respetivamente. A utilização de chat online obteve valores muito reduzidos, indiciando que não é uma ferramenta muito disponível ou utilizada.
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Figura 59: Instrumentos de marketing e comunicação internacionais
De entre as redes sociais utilizadas pela generalidade das entidades, destaque para o Facebook. A segunda rede mais utilizada é o Twiter para os “prestadores de cuidados de saúde” e o LinkedIn para as “Outras entidades”. De referir que enquanto apenas 7% das “outras entidades” não utiliza redes sociais, esta percentagem sobe para os 41% no caso dos “prestadores de cuidados de saúde”, como a seguir se demonstra.
Figura 60: Utilização das redes sociais
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Familiaridade com o tema Por fim, simulando um barómetro, procurou-se perceber qual é a posição global das entidades participantes no inquérito relativamente ao tema, tanto no que respeita ao conhecimento adquirido e à participação em atividades do setor, como ao interesse e vontade em integrar a rede nacional. As entidades dizem possuir alguma informação sobre o tema e, apesar de apenas 40% ter participado, com alguma assiduidade, em eventos sobre o TM, 78% respondeu que o tema lhe é familiar e 93% que lhe desperta interesse. Por outro lado, todos os inquiridos acreditam no sucesso do TM em Portugal e 92% manifestou “algum ou muito interesse” em integrar uma rede nacional, ainda que 21% das entidades não se sinta minimamente preparadas mas 57% tenha afirmado que, com pequenos ajustes, poderiam integrar o setor do TSBE nacional.
Figura 61: Proximidade ao tema do TSBE
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QUADRO RESUMO PONTOS FORTES E PRINCIPAIS DESAFIOS
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QUADRO RESUMO - PONTOS FORTES E PRINCIPAIS DESAFIOS
Como forma de sistematizar um conjunto de informações que ajudam a sinalizar a posição de Portugal no mercado internacional do Turismo Médico, resumem-se, de seguida, os principais pontos fortes e desafios que se colocam a Portugal para a abordagem ao mercado do Turismo Médico.
PONTOS FORTES • Existência de unidades de prestação de cuidados de saúde com padrões de qualidade e desempenho que comparam bem com as melhores referências internacionais, dispostas numa rede nacional bem articulada onde operam os setores público, privado e social; • Boa reputação e reconhecimento internacional no domínio da capacidade de I&D nas áreas da saúde e das ciências da vida, assente num ecossistema onde é crescente a colaboração entre Universidades, Institutos de Investigação, Hospitais e Empresas e onde ganha peso a orientação estratégica para modelos de Investigação de Translação. • Portugal está posicionado na 12ª posição no índice elaborado pela Organização Mundial de Saúde • Existência de unidades hospitalares acreditadas por sistemas internacionais, designadamente pela Joint Commission International; • Domínio de técnicas diferenciadas, tais como transplantes, intervenções ao coração, oftalmologia, odontologia, entre outras, que possuem elevada reputação; • Aumento de profissionais estrangeiros nas unidades prestadoras de serviços de saúde em Portugal e a crescente emigração de profissionais portugueses; • O Plano Estratégico Nacional de Turismo aponta a Saúde e Bem estar como um vetor de desenvolvimento estratégico e a existência de plataformas de promoção internacional do Turismo de Portugal, podem ser facilmente adaptadas para este novo segmento de mercado - o Turismo Médico; • Elevado interesse e vontade das entidades nacionais em integrar uma rede nacional; • Existência de uma oferta hoteleira de elevada qualidade com Spas & Wellness com marcas mundialmente reconhecidas, e uma rede de termas com pouco reconhecida qualidade das suas águas; • Excelente hospitalidade do povo português reconhecida mundialmente; • Gastronomia portuguesa equilibrada e variada (dieta mediterrânica); • Oferta de equipamentos de lazer de elevada qualidade, onde merece referência o Wellness e o Golf; • Oferta cultural em crescendo, quer em qualidade, quer em diversidade; • Condições climáticas favoráveis; • Extensa linha de costa com águas do oceano atlântico que são das mais ricas para a prática de talassoterapia; • Crescente número de companhias aéreas, inclusivamente low-cost, a operar em Portugal; • Rede rodoviária consolidada permite viagens em segurança e conforto mais rápidas entre várias regiões do país aproximando o interior das grandes cidades; • Facilidade de obtenção de vistos para Portugal para doentes estrangeiros.
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PRINCIPAIS DESAFIOS • O ainda reduzido envolvimento das autoridades nacionais na dinamização do Turismo de Saúde nos mercados internacionais, ao contrário de outros países onde é o governo o principal motivador da mensagem de qualidade da saúde no seu país ou região (ex: Índia, Costa Rica, Tailândia, Catalunha); • A reduzida cultura de cooperação e estabelecimento de estratégias coletivas entre unidades hospitalares, empresas hoteleiras e demais organismos, reflete a inexistência de uma estratégia definida no sector da saúde privada, que seja comum a todas as unidades hospitalares. Assim, constatam-se apenas casos isolados de alguns “players”, que atuam como imaginam ser a melhor forma de penetração no mercado. Ora, isoladamente diminuem o alcance da sua divulgação e consequentemente as perspetivas de sucesso. Atuar isoladamente, além de exigir suportar individualmente os custos de divulgação, reduz as probabilidades de retorno económico do investimento; • Pouca ou nenhuma coordenação entre os vários intervenientes necessários no processo de criação de um programa de Turismo de Saúde em Portugal (companhias aéreas, hotéis, agencias de viagens, hospitais); • Elevado gap temporal entre a oferta nacional e estrangeira coloca Portugal numa situação de urgência de ação; • Reduzida experiência internacional, principalmente por parte dos “prestadores de cuidados de saúde”, com reduzido enfoque no cliente internacional e na criação de produtos e serviços específicos; • Reduzida participação em eventos sobre o tema, principalmente de âmbito internacional. • Custo dos procedimentos médicos em Portugal ainda são demasiadamente altos em relação à concorrência que opera neste mercado, em grande parte devido aos excessivos honorários médicos que são cobrados o nosso país; • Falta de cobertura de seguros internacionais para procedimentos médicos realizados em Portugal; • Profissionais com experiência internacional mas com barreiras de comunicação nos idiomas dos potenciais mercados emissores para Portugal; • Pessoal das unidades de terapia complementares com limitações ao nível do domínio da língua e das suas competências de gestão; • Reduzida adequação das ferramentas de comunicação ao mercado, principalmente por parte dos prestadores de cuidados de saúde.
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ANEXOS
ANEXOS ANEXO 1 - DESTINOS EUROPEUS TOP 10 - IMTJ, 2012
ANEXO 2 - ESTÂNCIAS TERMAIS
Caldas da Felgueira
Termas de Entre-os-Rios
Caldas da Saúde
Termas de Ladeira de Envendos
Caldas de Aregos
Termas Luso
Caldas de Chaves
Termas de Melgaço
Caldas das Taipas
Termas de Monchique
Caldas de Vizela
Termas de Monfortinho
Caldas Gerês
Termas de Monte Real
Caldas e Fonte Santa de Manteigas
Termas de Nisa
Caldas Santas de Carvalhelhos
Termas de Pedras Salgadas
Hospital Termal Raínha d.. Leonor
Fazer de termas de S. Pedro do Sul
Termas de Alcafache
Termas de São Jorge
Trmas de Cabaço de Vide
Termas de Vidago
Termas de Caldeiras
Termas de Carvalhal
Termas da Curia
Termas fazer Vimierio
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ANEXO 3 HOTÉIS ASSOCIADOS A ESTÂNCIAS TERMAIS
Fonte: Termas de Portugal
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ANEXO 4 – LISTA DE ENTIDADES PARTICIPANTES NO INQUÉRITO
ÁGUA MONTANHA LAZER Alto do Pinhal II S.A. AP PORTUGAL ( ApoioXXI) Aquatécnica Sociedade de Construções Ltd Associação Nacional de Cruzeiros Coimbra Jardim Hotel S.A. Conhecer Unipessoal Lda. CULTURFRIENDS WAVCOMFORT, LDA Empreendimentos Turísticos Montebelo SA/ Grupo VIsabeira EnfermeirosPT Estalagem do Paço IHCT EVA - Sociedade Hoteleira, S.A. GlamHealth, Lda. Gracentur, Lda Grande Real Villaitália HOtel & Spa H.Corp. Travel Health Experience HAPPYCALENDER-TURISMO E LAZER, LDA. Hoteis Beta Lda Hotel Solverde Spa & Wellness Center Hotel Tiara Park Atlantic Porto Hotel Tryp Coimbra Hotelinv,lda Lda live out life, lda MedSUPPORT Lda Nicolau Domicilios - Enfermeiros ao Domicilio Oporto & Douro Moments PATRIHOTEL, SA Quinta da Teixeira Velha Lda ROTA DA SEREIA - Transportes, L.da Sabor Douro e Aventura, Entretenimento e Lazer, Lda. Sky Garden Lda SOATRES E NETO LDA Sociedade Agrícola Quinta da Teixeira velha Lda sociedade turistica vasco da gama sa Táxis Invicta Central Rádio Táxi do Porto - ACE Tobogã - Desporto Aventura e Lazer Lda TourismForAll, Lda Traversões - Serviços Linguísticos, Lda Vila Galé SA Virgílio Mendes Porto Vivamarinha SA waterlily - turismo especializado Wide Travel
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British Hospital Lisbon XXI, S.A. Casa de Saúde de Amares, Lda Casa de Saúde de São Mateus, SA. Casa de Saúde Senhor da Serra Centro Hospitalar da Cova da Beira, E.P.E. Centro Hospitalar de São Francisco SA Centro Hospitalar de São Francisco SA Centro Hospitalar de São João, EPE Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra CERCITOP, Crl Clínica da Varzea, Lda (clinic4you) Clínica de Todos-Os-Santos Clinica Médica do Loreto, S.A. Clínica Médica e Dentária Dr. Pedro Brito Lda Clinica Médico Cirúrgica de Santa Tecla,Lda Clipóvoa - Hospital Privado Companhia das Águas da Fonte Santa de Monfortinho, S.A. Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição DIRECLIN LDA. EM FORMA LDA Ferro e Ventura Lda GSD Dental Clinics H.Corp. Travel Health Experience Hospital Cuf Descobertas Hospital Cuf Infante Santo, SA Hospital da Arrábida - Gaia, SA Hospital da Luz S:A: Hospital da Ordem Terceira de São Francisco da Cidade Hospital de Santa Maria- Porto HPP Hospitais Privados de Portugal, SGPS, S.A. Humanize, Cuidados de Saúde, Lda Instituto Cuf Porto SA IPO do Porto MALO CLINIC SA Nurse24,Lda SOCIÉTÉ FRANÇAISE DE BIENFAISANCE EN PORTUGAL - HOSPITAL ST. LOUIS Tecsam, Tecnologia e Serviços Médicos, SA TourismForAll, lda Trofa Saúde
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ANEXO 5 – INQUÉRITO DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL NACIONAL
INQUÉRITO PARA “PRESTADORES DE CUIDADOS DE SAÚDE” Identificação do responsável pelo preenchimento do inquérito
Nome ________________________________________________________________ Função ________________________________________________________________ Telemóvel ______________________
E-mail ________________________________
Organização Denominação social da organização ________________________________________________________________ NIF ______________________
Tipo de organização Hospital Clínica Centro de Reabilitação Balneários / termas Apoio médico / enfermagem ao domicílio Outro:
Personalidade jurídica Público Privado Social
Morada ________________________________________________________________ Código Postal ______________________
Localidade ________________________________
Telefone ______________________
E-mail ________________________________
Ano de criação/fundação ______________________
Website ________________________________
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Tipo de organização Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Regiões autónomas
Número total de colaboradores menos de 10 de 10 a 49 de 50 a 249 250 ou mais
Número de colaboradores do corpo clínico: __________________________________
Faturação anual Até 2.000.000 euros de 2.000.001 a 10.000.000 euros de 10.000.001 a 50.000.000 euros mais de 50.000.000 euros
Especialidades médicas Ortopedia Medicina física e reabilitação Oftalmologia Estomatologia Cardiologia Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética Transplantação renal / Nefrologia Cirurgia obesidade / Endocrinologia Ginecologia/Obstetrícia
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Neurologia Medicina da reprodução Medicinas complementares Termalismo clássico Outras:
Acreditações internacionais JCI (Joint Commission International) QHA Trent King’s Fund HA CHKS Accreditation Outras:
Avaliação pelo SINAS Não Sim
Certificações ISO 9001 ISO 14001 ERS 3004 Outras:
Caraterísticas diferenciadoras Quais considera serem os pontos fortes da sua organização relativamente à concorrência internacional? Diferenciação dos procedimentos técnicos Reputação do corpo clínico Atualidade tecnológica / equipamentos Instalações Preço Outra:
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Experiência internacional (Tenha como referência os últimos 12 meses) Percentagem de clientes estrangeiros servidos face ao total de clientes zero de 1 a 10% de 11% a 25% de 26% a 50% de 50% a 75% mais do que 75% sem informação
Percentagem de turistas de saúde e bem-estar estrangeiros servidos face ao total de clientes estrangeiros zero de 1 a 10% de 11% a 25% de 26% a 50% de 50% a 75% mais do que 75% sem informação
Países de origem dos clientes estrangeiros Alemanha Angola Brasil Espanha França Holanda Reino Unido Não aplicável
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Países de origem dos turistas de saúde e bem-estar Alemanha Angola Brasil Espanha França Holanda Reino Unido Não aplicável Outra:
A sua organização possui um Gabinete de atendimento de clientes estrangeiros Não Sim Se respondeu “Sim” na questão anterior diga qual/quais/de que género ______________________________________________________________
Tem implementada uma política ativa de prospeção e captação de clientes estrangeiros? Não Sim
A sua organização tem acordos de cooperação formais ou informais com Unidades hospitalares Clínicas Facilitadores/agências de TSBE Agências de Viagem Operadores de turismo Unidades hoteleiras Companhias aéreas Companhias seguradoras Não/Não aplicável Outros:
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A sua organização integra redes internacionais? Não Sim
Domínio de línguas na organização dos colaboradores em contato direto com o fornecimento do serviço Inglês Alemão Holandês Russo Árabe Outras:
Comunicação e promoção Possui website comercial? Não Sim, o mesmo website institucional Outro:
Possui um chat online? Não Sim
Utiliza as redes sociais para a comunicação da sua organização? Não Facebook Linkedin Twitter Outro:
No último ano fez publicidade em meios internacionais? Não Sim
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Proximidade ao tema do Turismo de Saúde e Bem-Estar (TSBE) O tema do turismo de saúde e bem-estar é-lhe familiar? Nada familiar Sim, pouco Sim, alguma coisa Sim, muito familiar
Qual o grau de interesse que o tema lhe desperta? Nenhum interesse Reduzido Algum interesse Muito interesse
Possui alguma informação sobre o tema? Não, nenhuma Sim, mas pouca Sim, muita
A sua organização já participou em algum evento sobre a temática? Não Sim, poucos Sim, muitos
Acredita que o setor do TSBE português pode ter sucesso no mercado internacional? Não Sim, poucos Sim, muitos
Qual o interesse da sua organização integrar uma rede nacional de oferta de serviços de TSBE? Reduzido Médio Elevado
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Sente que a sua organização está preparada para integrar esta rede? Não, nada preparada Sim, com os devidos ajustes Sim, plenamente preparada Não sei avaliar
Conhece o projeto Healthy’n Portugal promovido pela AEP com a colaboração do HCP - Health Cluster Portugal? Não Sim
Gostaria de ser contactado para receber mais informações? Não Sim Por favor, coloque aqui os seus comentários/sugestões ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________
ALTERAÇÕES DO INQUÉRITO PARA OUTRAS ENTIDADES Organização Denominação social da organização ______________________________________________________________ NIF ______________________________________________________________ Tipo de organização Facilitador de TSBE Agência de viagem Unidade hoteleira Hotel SPA SPA Animação turística Transporte Tradutores Outro:
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Classificação do empreendimento turístico (se aplicável) 1 estrela 2 estrelas 3 estrelas 4 estrelas 5 estrelas Morada ______________________________________________________________
Regiões em que dispõe de instalações Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Regiões autónomas
Número total de colaboradores menos de 10 de 10 a 49 de 50 a 249 250 ou mais
Faturação anual até 2.000.000 euros de 2.000.001 a 10.000.000 euros de 10.000.001 a 50.000.000 euros mais de 50.000.000 euros
Acreditações internacionais Não Sim Se sim, quais?
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ANEXO 6 – EXEMPLO DE RELATÓRIO FLASH
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BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
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www.accorhotels.com www.algarvemedicaltourism.com www.algarvemedicaltourism.com www.aphh.pt www.blueworks.pt www.continentalhotels.eu www.dgeec.mec.pt www.dompedro.com www.ers.pt www.euro.who.int www.fly2doc.com www.gee.min-economia.pt www.h2otel.com.pt www.healthpowerhouse.com/ehci2012 www.hotihoteis.com www.lunahoteis.com www.medicalport.org www.medicalport.org www.medicaltourism.com www.medicaltourism.pt www.oecd.org www.omd.pt www.ordemdosmedicos.pt www.pestana.com www.pordata.pt www.realhotelsgroup.com www.sanahotels.com www.termasdeportugal.pt www.tivolihotels.com www.treatmentabroad.com www.trofasaude.com www.turismo2015.pt www.turismodeportugal.pt www.vilagale.com www.viphotels.com www.who.int www.widetravel.pt www.wttc.org
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