Revista heavy metal all night 01

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EAVY META ALL NIGHT

EDIÇÃO 01 ANO 1 JANEIRO DE 2015

Entrevistas - Resenhas - reportagens - eventos

15 Anos de Devoção ao Metal da Morte ALÉM DE UM GÊNERO MUSICAL O heavy metal como ideologia e estilo de vida

E mais: Impetus Malignum, Brutal Morticínio e In Soulitary


SUMáRIO

EDITORIAL Da web para as páginas em pdf e quiçá para o impresso. O Heavy Metal All Night, nasceu sem pretensão alguma. Apenas um blog, para saciar uma vontade, escrever sobre Heavy Metal. No inicio eram biografias de bandas, alguns links para download, até que ficou abandonado, esquecido. Alguns anos depois decidi entrar no blogger, e para a minha surpresa algumas publicações ainda tinha visualizações semanais constantes. Mergulhando em um segmento especifico e apostando em conteúdo local, o blog ganhou novo fôlego e as visualizações foram aumentando gradativamente. A cena local ainda não supria uma necessidade, a minha necessidade, de conhecimento de explorar algo além. E o Heavy Metal All Night proporcionou um contato com a cena underground brasileira, revelando assim uma rica fonte de recursos, noticiosos um tanto quanto inexplorada. Sem querer o Heavy Metal All Night passou a ser mais um, em meio a um emaranhado de blogs noticiosos. Me vi em meio a um turbilhão de sites, postando as mesmas notícias todos os dias. Perdi o foco e as rédeas do blog, no entanto a visibilidade aumentou, o que foi bom, mas éramos mais um na multidão. Esse não era o Heavy Metal All Night, repensei e a solução foi rápida: continuar com o que me agrada, as entrevistas e resenhas. Busquei novas saídas para preencher as lacunas, diminuí as publicações e ganhei em qualidade e visibilidade. De um blog que era um simples hobby, a um projeto levado a serio, com muito esforço e esmero. O Heavy Metal All Night não é mais na multidão, produzimos conteúdo com o que há de melhor na cena, para um público especifico e exigente. Se em um dia o blog tem 20 acessos, sei que esses 20 eram reais seguidores do Heavy Metal. Por isso vamos audaciosamente expandir essa franquia, com a revista Heavy Metal All Night, que deverá ser trimestral. Com conteúdo exclusivo, resenhas, artigos e com entrevistas, inéditas. Enfim, apreciem esse material sem moderação, pois deu trabalho! por Artur Azeredo

Brutal Morticinio

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Reportagem

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Holder

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Impetus Malignum

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In Soulitary

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Diabolus Fest

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Resenhas

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Criada com o intuito de executar um Black Metal na linha da velha escola, a horda Brutal Morticínio, ganhou vida em meados de 2006, na cidade de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. Tendo em sua discografia dois lançamentos, “Despertar dos Chacais... O Outono dos Povos”, originalmente lançado em 2008, e “Obsessores Espíritos das Florestas Austrais” em Agosto de 2014. Tormento, nos revelou detalhes do mais recente lançamento, e da trajetória da Brutal Morticínio. Com que ideal surgiu a Brutal Morticínio. Como surgiu a horda? A banda surgiu em 2008, formada por mim e Mielikki. Tínhamos a idéia inicial de fazer uma horda de Black Metal com uma sonoridade voltada ao old school, bem simples e ríspido e que falasse sobre temas pagãos com uma perspectiva diferenciada. A idéia era abordar estes temas com enfoque na cultura latino americana, ressaltando a importância e o protagonismo indígena frente à homogeneização cristã e não apenas isso, mas discutir as formas de luta e de resistência atuais, contra o capitalismo e o cristianismo. Entendemos que o modo de vida ocidental, de destruição dos ecossistemas e de exploração das massas é um sistema imposto a força em nosso território e por isso deve ser eliminado imediatamente das terras sul americanas. Entendemos também que a América do sul é formada por apenas uma grande nação dividida em estados artificiais que não nos permitem ampliar e manter os nossos laços históricos e culturais.

contra o Capitalismo e o Cristianismo 44

“Despertar dos Chacais... O Outono dos Povos” foi lançado em 2008 e recebeu mais dois relançamentos, você esperava por essa aceitação? O que esse disco representa para a Brutal Morticínio? “Despertar dos Chacais... O Outono dos Povos” é o resultado de pouco mais de dois anos de trabalho desde composições gravações e acertos gerais nas músicas, acredito que ele da a cara do Brutal Morticínio e que seja bem possível fazer uma análise geral da banda a partir dele. Recebemos ótimas críticas ao material e sempre que tocamos os sons do álbum é prazeroso que o pessoal comente sobre eles e cante junto nos shows. Ele foi lançado originalmente em 2008 em formato digipack e relativamente rápido foi esgotado, eram apenas 800 cópias o que consideramos um grande sucesso a época. Em 2012 o relançamos, agora de maneira um pouco mais profissional com o apoio de vários selos e embora em particularmente prefira o formato digipack, este formato em que foi lançado é importante para a maior distribuição.

No atual momento há apenas você da formação original, pretende buscar membros fixos, para a horda ou continuar como uma onemanband? Não sei se posso colocar que o Brutal Morticínio no momento seja exatamente onemanband uma vez que apesar de ser o único da formação original, tenho mantido a regularidade dos ensaios com o André Rodrigues, que apesar de ser um baterista convidado para shows tem contribuído bastante também para o arranjo final das músicas e teve um papel importante na organização musical do Obsessores Espíritos das Florestas Austrais. Assim acho muito importante a participação de outros músicos pois sempre há uma contribuição significativa quando executamos os sons e com certeza a idéia é a formação de uma banda fixa, não só para shows, como também para encarar todas as coisas relativas à banda. “Obsessores das Florestas Austrais” foi lançado em Agosto de 2014. Como foi o processo de produção para esse disco, você compôs todas as faixas sozinho? Enquanto ao lançamento você buscou novamente uma parceria entre selos e distros? O processo foi na verdade bastante contur bado uma vez que iniciamos as gravações três vezes, com diferentes formações. Nota-se isso a partir dessa grande lacuna entre o lançamento do Despertar dos Chacais... em 2008 e apenas em 2014 o segundo álbum. Tivemos de refazer os sons adaptá-los aos novos músicos e, além disso, compor novamente para que a gravação refletisse a verdade entre aqueles que estavam tocando. As músicas são uma coletânea de diferentes fases da banda. Grande parte das músicas são composições minhas, mas há também participação nas letras da Mielikki, antiga baixista e de Mefistófeles o baterista que gravou o primeiro álbum. Durante o final das gravações do álbum fomos entrando em contato com distros para avaliarmos as propostas e vermos como faríamos o lançamento do álbum. Conversamos com a Cianeto records que ficaria responsável pela unção dos selos e distros para a produção do mesmo. A Organização geral ficou por


conta da Luanegra distro, que é também de propriedade da Mielikki. Acreditamos que a união de selos representa uma grande alternativa para o underground e que só traz benefícios pois dilui os custos da produção e além disso amplia a distribuição e divulgação do álbum uma vez que é feita sobretudo no real underground e de maneira mais livre através das distros que foram parceiras nesse lançamento. Mesmo lançado recentemente você já teve um retorno com relação a “Obsessores das Florestas Austrais”? Fale um pouco mais sobre esse disco. O que podemos esperar em termos de sonoridade? O “Obsessores Espíritos das Florestas Austrais” tem elementos muito diferenciados do álbum anterior. Em termos de sonoridade ele está um pouco mais voltado para o Black metal e para o Doom, tivemos outro tipo de preocupação, que ele soasse um pouco mais fúnebre, pois desta forma ele estaria um pouco mais ligado aos temas que estão sendo abordadas no álbum. Também é importante destacar que desde o lançamento do “Despertar...” em 2008 até hoje se passaram quase seis anos, então obviamente as nossas influências mudaram um pouco, passamos a ouvir outras bandas também, diferentes músicos passaram pela horda e querendo ou não deixaram um pouco de sua marca, o que faz com que naturalmente a sonoridade modifique-se um pouco. Quanto a temática lírica, procuramos também aprofundar as nossas reflexões em relação ao domínio ibérico e cristão sobre a nossa América, e as conseqüências atuais desse evento. O Rio Grande do Sul é um berço de bandas de Metal Extremo. Principalmente de Death e Black Metal, a que se deve isso? Acredito que a cena de metal extremo do RS já esteja consolidada e já é tradicional. Depois de longos anos de batalha e de peleja intensa das bandas, zines e produtoras . Hoje em dia há uma cena que sobrevive com casas tradicionais com shows em várias regiões do estado e pelo menos uma boa celebração por mês o que da uma vitalidade para a própria cena. Temos grandes expoentes do Death e do Trhash metal por aqui, mas acredito que mais do que isso a facilidade em se adquirir materiais, as facilidades nas comunicações e o grande número de shows tem propiciado que a cena possa ter uma significativa ampliação na atualidade. Junto com o crescimento da cena, obviamente crescem também os problemas referentes a ela, as panelas ( que não são ideológicas) se fecham mais, há um crescimento também da postura maistream, sobretudo naqueles que tem a mentalidade e suas convicções mais fracas, junto com o lixo NS e o lixo White. Obviamente isso deve ser combatido e perseguido em nossa cena.

O que você teria dizer sobre essa hipocrisia religiosa que assola o Brasil? Colocaria como grande problema atual do Brasil a onda evangélica, sobretudo a onda da teologia da prosperidade produzida pelos cristãos mais fundamentalistas. Acredito que seja de sumaria importância estarmos preparados para enfrentar com propriedade de argumentos está verdadeira doença mental, que afeta as pessoas de baixa renda e, sobretudo aqueles de mais baixo nível cultural. Junto com estes fundamentalistas vem tudo o que há de pior em termos de preconceito. Bradar apenas blasfêmias e repetir jargões não nos adianta em plena batalha. Reitero que precisamos de argumentos e de ações concretas que partam de nós, a camada mais esclarecida desta podre sociedade. Este perigo não é irreal, ele é perfeitamente palpável, tivemos uma candidata a presidente desta linha ideológica retrógrada e medieval que foi a terceira mais votada das eleições, então o projeto de um fundamentalismo à brasileira pode sim se tornar concreto em pouco anos.

...blasfêmias e repetir jargões não nos adianta em plena batalha... Qual a sua opinião sobre o atual momento do underground gaúcho? A internet ajuda ou pode acabar atrapalhando? O underground do RS é bem parecido com o underground que tenho visto pelo Brasil, existem muitas bandas realmente muito boas, que fazem um som extremo com muita qualidade, uma vez que os estúdios especializados também cresceram e também ficaram mais acessíveis, e a facilidade de comunicações que faz com que você tenha um contato legal com pessoal realmente comprometido com o metal extremo, mesmo em longas distancias. O mesmo podemos falar de zines e distros extremas. Também há os grandes problemas das panelas que não são ideológicas de bandas que reproduzem o comportamento do mainstream (ou uma espécie de mini mainstream, com a sua reprodução de valores e atitudes, se comportando muito pouco como membros de uma cultura de resistência) e um sem número de aproveitadores que tentam ao máximo tentam arrancar grana das bandas do underground.

Quais os planos da Brutal Morticínio ainda para 2014? Lançamos o “Obsessores Espíritos das Florestas Austrais” em agosto deste ano, então todas as ações foram no intuito de divulgá-lo. Estamos em outubro e estamos ainda agendando shows para o final do ano e para o início do próximo ano, com a idéia de servir de suporte para o lançamento do álbum. O

projeto da banda é realmente poder trocar idéia com os reais guerreiros do underground em diferentes locais do país. Nos estados em que tivemos a oportunidade de estar a recepção sempre foi das melhores e o contato com a galera é o que há de mais massa e de fato é a maior realização pelo nosso trabalho. Ainda não conhecemos o nordeste do Brasil, mas esperamos em pouco tempo estarmos indo por lá!


ALÉM DE UM GÊNERO MUSICAL

A banda paulista Nervochaos está há 18 anos na estrada, com seis discos lançados e voltando de uma turnê pela Europa. E pela segunda vez tocou no evento, segundo Edu “Sempre fomos muito bem recebidos, o Rio Grande do sul assim como todo o Brasil, é um berço de bandas de “metal” de todos os estilos, do thrash, death, doom, heavy. A presença do publico, presença de bandas locais, comprovam a força do estilo no estado e é sempre um prazer voltar”. O Rio Grande do Sul pode não ser o berço do heavy metal, mas tem uma das cenas mais ativas do Brasil. Cristiano Lima que tem o estilo como filosofia de vida há 12 anos, afirma que o cenário “metal” do Rio Grande do Sul sempre foi considerado forte em todo Brasil, revelando há décadas grandes nomes para o gênero. Cristiano hoje trabalha como profissional da área da informática. Já teve uma banda e organizou um evento de musica pesada na cidade. Sabe que viver do heavy metal no Brasil é tarefa árdua. “Essa força se mantém a todo vapor, e hoje cada vez mais nos deparamos com uma diversidade enorme de bandas dedicadas lançando material de qualidade, além de eventos - tanto os de pequeno quanto os de grande porte - muito bem organizados. O que torna essa cena

forte é basicamente o fato de que todos são fãs do estilo: músicos, promotores de eventos, mídia especializada e público em geral. São verdadeiros Metalheads que de fato apreciam a música e a filosofia de vida forte e expressiva, e que literalmente vestem a camisa, preta... obviamente!”, comenta. Em contraponto tem gente que se arrisca, como o caso do Rodolfo Centeno, há 20 anos envolvido com a cena e há quase três anos é dono do selo e “distro” Rock Animal, no meio underground, os selos e distros fazem o papel das gravadoras e lojas de cd’s, (o selo lança o disco e a distro é uma distribuidora, que distribui e vende). “Hoje vivemos a melhor cena underground, muitos festivais, lançamentos em cd, vinil e fita tape. Antes da era digital, eram menos festivais, hoje tem quase todos os finais de semana, no interior principalmente. Muitas bandas do RS estão se firmando e criando um nome forte na cena. Aqui no RS temos uma força muito grande dentro do metal, com bandas de qualidade, selos/distros/zines, produtores, festivais bem variados. O único ponto fraco, é o acumulo de eventos no mesmo final de semana e no mesmo dia, acaba dividindo o publico, mas isso é questão de organização. No geral vivemos nosso melhor momento

O heavy metal como ideologia e estilo de vida Vivemos e convivemos com uma ascensão de gêneros e subgêneros musicais como o sertanejo universitário e o funk. O rock parece figurar em segundo plano (em meados dos anos oitenta o gênero viveu seu ápice com a primeira edição do Rock in Rio). Em meio a isso o Brasil vive um dos momentos mais favoráveis do heavy metal, e não é apenas fruto do Rock in Rio. É algo que transcende a grande mídia. Está presente em fanzines, difundido por grupos no facebook, no boca a boca em festivais, em selos e distribuidoras especializados. O heavy metal é um sub-gênero musical, derivado do blues e do rock ‘n roll, surgiu na Europa em meados dos anos 70. Chegou ao Brasil durante os anos oitenta e ganhou força após a primeira edição do Rock in Rio de 1985. O Rio Grande do Sul foi um dos estados pioneiros do estilo, apresentando nomes como Astaroth e Leviaethan. Bandas que foram influentes no final dos anos 80, chegaram a lançar discos que viraram cult. Figurando até na lista dos 60 melhores discos do “Metal” Nacional, segundo a Roadie Crew edição 172, comemorativa aos 15 anos da revista. A própria continuidade do festival Rock in Rio, a longevidade da revista Roadie Crew, são provas da força do heavy metal no Brasil. No entanto, não é um dos estilos musicais mais tocados nas rádios, e nem um dos mais cultuados no Brasil. O Rock in Rio acabou virando festival de diferentes gêneros musicais e deixou de lado as sonoridades mais pesadas dedicando

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apenas um dia do evento para o heavy metal. Musicalmente, o estilo sobrevive às sombras, no Rio Grande do Sul e no Brasil, pois não é popular, e sim restrito há um publico exigente e abrangente (reunindo simpatizantes de diferentes idades e de todas as regiões do país). Tanto que existem eventos anuais, festivais mensais, bandas tocando fora do estado e até do país. É o caso do Obscure Faith Festival, realizado na cidade de Santa Maria Rio Grande do Sul, que já está na sua 10ª edição. O que movimenta a cena heavy metal é muito mais a paixão pelo estilo do que o lucro. “O importante é fazer por que você tem amor, você tem a paixão você vive esse estilo de vida, a gente não esta nessa para ganhar dinheiro para ficar rico, para ficar milionário, para ganhar mulher, para entrar de graça em show, a gente esta nessa por que realmente vive o estilo de vida que é o “metal” seja o heavy, o thrash, o death, o verdadeiro underground é isso”, enfatiza Edu Lane, baterista da Nervochaos.

Foto CássioF. Lemos


dentro do ‘metal”/underground, muitos podem achar que não, mas é só comparar os tempos. Há 22 anos na estrada, os cariocas da Coldblood saíram pela sua primeira tour pelo Brasil. Passaram por Santa Maria, onde tocaram no Obscure Faith Festival, junto com os paulistas da Nervochaos, os Americanos da Funestu, e os gaúchos da Apophizys e Symphoni Draconis. Markus baterista da banda demonstrou estar surpreso “é novidade para o Coldblood tocar em

algumas cidades, e a receptividade tem sido acima das expectativas, não sabia que tínhamos uma legião tão grande de fãs espalhados pelo Brasil”. Só o heavy metal proporciona esse contato e interação, entre público e banda, este compartilhamento de informações e vivencias. Um gênero musical que transcende a própria música. Vira um estilo de vida, tendo a música como ideologia, e o “metal” como filosofia.

Gênero ou Estilo?

Sempre confundimos gênero musical com estilo, o que não deveria acontecer. Pois quando se fala em gênero, estamos especificando e definindo uma sonoridade; o rock and roll é um gênero, assim como a MPB e o Samba. Dentro dos gêneros existem os subgêneros; dentro do rock and roll existe o Pop Rock, o Rock Psicodélico, o Rock Progressivo, o Blues Rock entre outros. O heavy metal é um subgênero do Rock, no entanto os próprios headbangers já o consideram um gênero, devido a sua proporção e influencia. Estilo é algo próprio, individual de cada musico afinações de instrumentos, tipo de vocal, se ele é grave ou agudo. No entanto estilo não tem nenhuma ligação com gênero musical.


Surgida em 1999 na ciade Maringá, no Paraná, a Holder tem em sua discografia três discos. Sendo o mais recente, lançado em 2013, intitulado “Triumph Over Domination”. Conversamos com a banda sobre o atual momento e os 15 anos de estrada. Após 15 anos de banda, três discos lançados. Como vocês veem hoje a Holder? Para nós, sentimos que o conceito continua o mesmo do inicio, só nos aprofundamos mais em questão de garra e profissionalismo. Pois uma de nossas ideias de inicio era manter a banda viva, sempre ativa, mas sempre de uma maneira honesta e sincera. O caminho que percorremos não foi um dos mais gentis, as batalhas foram muitas e continuam sendo. Ano passado tivemos um choque muito intenso, o falecimento do Laercio “ Lord Holder”, que era um integrante desde o inicio da banda, foram 13 anos e meio de companheirismo junto ao Holder, foi com certeza o momento mais tenso que passamos. Hoje é possível notar que o Holder possui uma identidade própria, de um álbum a outro nota-se uma diferença, mas com a mesma proposta, e se percebe as mesmas raízes na qual se teve origem, mantendo nossa essência.

para o formato das musicas. Em relação a letras, todos escrevemos, desde trabalhos anteriores somos abertos a ideias uns aos outros, pois as mesmas estão engajadas e retratam nossa rebelião.

Passados 14 anos do lançamento de “Merciful Scourge”, como vocês veem esse trabalho hoje? Vemos como um trabalho honesto que não tentou esconder nada. Ele soa naturalmente ao que fazíamos naquela época, acreditamos que o álbum continua sendo atual mesmo nos dias de hoje para nós este é um dos trabalhos mais furioso que criamos, foi a iniciação ao ímpeto que ali imprimimos.

Nesses 15 anos de estrada, como vocês veem o atual momento do Underground brasileiro? A internet tem sido um facilitador qual a opinião de vocês? Estamos passando por um bom momento, com bons festivais e muitos shows acontecendo, as dificuldades ainda existem, mas não se comparam com ao do tempo em que começamos. A internet agilizou a comunicação, pois somos do tempo da cartinha, e sabe como era, a coisa demorava a se organizar e a se desenvolver, temos saudades, mas a tecnologia esta ai para ser utilizada, não podemos ignorar.

Vocês planejam algo para comemorar esses 15 anos de banda? Algum lançamento especial para esse ano? Estamos comemorando tocando, já fizemos alguns e temos outros agendados até o final do ano, em relação a lançamento, iremos ter a participação no tributo ao Headhunter DC. Para nós foi uma honra este convite, participar de uma homenagem para uma banda com uma historia magnifica. Grande honra mesmo fazer parte deste grande marco na cena não só nacional, como mundial.

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Vocês já tem algo encaminhado para o sucessor de “Triumph Over Domination”? Como funciona o processo de composição dentro da banda? Já estamos trabalhando em novas composições, temos varias musicas em processo avançado de elaboração, acreditamos que em 2015 esteja tudo concluído. Nosso processo de composição começa por Barba, que elabora as músicas e traz aos outros integrantes, Gilson elabora as baterias e fazemos juntos o ajuste final

A Holder sempre se manteve fiel a sua proposta. Como vocês veem esses subgêneros, e novas vertentes que vem surgindo? Acreditamos que é um processo natural dentro de qualquer seguimento, sempre haverá pessoas com ideias diferentes, e dentro do Metal não é diferente. Pois muitos da nova geração se identificam com essas novas vertentes, como também uma grande parte é adepta ao Death Metal, muitos começam a curtir Death Metal através de uma destas vertentes. Nós particularmente não conhecemos muito esses novos seguimentos que surgiram a um tempo atrás, pensamos que inventam muitos títulos para a coisa, o Metal é puro em sua essência.

Comparando a cena de agora com o inicio da Holder lá em meados de 1999 melhorou ou está pior, tanto para shows quanto para lançar um disco? Essa questão vemos por dois lados, que por um melhorou, e outro continua dificultoso. A cena melhorou em questão de que muitos shows e festivais estão acontecendo. As bandas internacionais também perceberam que melhorou, e o Brasil virou destino certo para elas. É onde entra a questão da dificuldade de hoje, para as bandas nacionais agendar uma tour pelo país ficou mais dificil, pois quase todo mês tem banda internacional rodando por aqui. Nada contra as bandas internacionais, eles estão certíssimos, aqui a coisa se profissionalizou. Em relação a lançamentos de discos, ficou mais apertado, tem que haver bons contatos, nós


temos uma parceria com a Mutilation Productions desde o primeiro álbum da banda, isso nos deu um pouco de tranquilidade para lançar os dicos. Deixo aqui um espaço para as considerações finais da banda! Agradecemos pelo espaço cedido, para

nossa conversa, também agradeço a Black Legion, pela parceria e a todos que conferiram essa matéria, o Holder é grato pela atenção cedida. Agradecemos a todos que nos apoiam desde o inicio e aos novos aliados que conhecemos no decorrer da nossa trajetória. Salve o Metal da morte.

Discografia “Merciful Scourge” é o primeiro disco de inéditas do Holder, e foi lançado em 2003. É o cartão de visitas da banda, apresenta um Brutal Death Metal visceral, rápido e sujo. O que virou característica na sonoridade do Holder.

“Eternal Flame” disco lançado em 2006, segue na linha de “Merciful Scourge”. Porém a maturidade em suas composições é notavel. E o lado mais cadenciado do Death Metal aparece.

“Triumph over Domination”, é o mais recente trabalho da banda. Lançado em 2013 o disco segue a receitados dos trabalhos anteriores. Vale resaltar a qualidade da gravação, que deixou as composições mais nitidas, mas não menos brutais.


Formada em 2001 por Disarmoneous, a horda gaúcha Impetus Malignum, vem consolidando seu nome na cena. “Storms of Fire” disco lançado em 2013, é a prova da competência sonora do trio formado por; Disarmoneous, Sathanya e Defterus. Em 2014 a horda completou 13 anos de estrada. Conte-nos como começou a trajetória da Impetus Malignum? Para ser sincero eu não conto o tempo, sou terrivel com datas eu apenas faço meu trabalho da melhor forma possivel, e sigo executando-o com a mesma paixão. A Impetus Malignum foi fundada 2001 por mim e outros membros da Vultus Devast, uma vez que a proposta musical era um som mais agressivo; de lá pra cá tivemos diversas alteraçoes na formação sendo eu o único remanescente da formação original. A horda lançou em 2013, seu segundo disco de inéditas, intitulado “Storms of Fire”. Como foi o processo de composição e gravação desse trabalho? E o resultado ficou satisfatório? De acordo com a resposta do público o resultado tem sido bastante satisfatório. Uma vez que nosso trabalho de divulgação é feito na raça por quem aprecia, através de divulgação nas redes socias que ajuda a espalhar o nosso som. Pela

A religião é como uma doença...

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primeira vez o processo de gravação foi feito por mim em nosso estudio caseiro, então esse é um trabalho 100% Impetus Malignum, desde a gravação Masterização e parte gráfica. Esse processo evitou qualquer tipo de opinão alheia à banda e a proposta sonora, além de reduzir os custos, uma vez que ninguém de nós vive do metal. Depois do primeiro lançamento em 2004, a horda teve um período de recesso sem lançamentos, a que se deve isso? Foi difícil manter uma formação estável. Quem tem banda sabe o quanto é complicado manter todos os membros focados. Passei mais tempo ensinando as musicas para cada um que entrava na banda do que conseguindo compor, e muita gente não permanecia muito tempo pelos mais variados motivos. Sempre foi difícil arrumar baterista que tivesse capacidade e comprometimento para estar na banda. Isso só aconteceu com a entrada da minha esposa Sathanya que hoje além de tocar bateria, auxilia na composição das letras.


Muita gente ainda prefere comprar uma cerveja a mais do que comprar uma demo. Enquanto essa for a mentalidade, o metal nunca vai ser reconhecido como merece. Quais os planos da Impetus Malignum para 2015? Tem material novo a caminho? Estamos selecionando material para um novo album em 2015, mas ainda temos mais al-

“When Darkness Devours the Light”, disco lançado em 2004 é o primeiro full-lenght da horda. Como você vê este disco? O que ele representa para a Impetus Malignum? Foi o começo de tudo; gosto desse trabalho. Algumas músicas dele ainda são tocadas em shows e pretendo agreagar mais algumas para 2015, porém sempre precisamos fazer adaptações, pois nessa época e banda possuia 2 guitarras o que impossibilita reproduzir fielmente como foi gravado. A proposta antirreligiosa é latente na temática da horda. Como você ve a proliferação de algumas religiões na sociedade atual? A religião é como uma doença que consome a mente e se prolifera das mais diversas formas, é uma muleta para gente fraca. A regra é simples: obedecer sem questionar. Nossa proposta é despertar a sabedoria e a liberdade e quem acredita nesses ideais certamente luta ao nosso lado.

Quanto ao processo de composição e levando em conta a proposta antirreligiosa. Existe uma linha ideológica a ser seguida na hora de compor? Como mencionado anteriormente,o objetivo é a vitória do conhecimento sobre a ignorância, o desejo de liberdade e revolta quanto à escravidão imposta por dogmas arbitrários. A Única regra é não seguir regras. Como você vê o atual momento do underground gaúcho? Temos ótimas bandas dos mais diversos estilos, não somente no sul como em todo o país. Hoje em dia, é muito mais fácil assistir uma banda gringa, pois o sul se tornou rota para festivais de grande porte, porém falta a consciência do público para perceber que o metal nacional não perde em nada para o que vem do exterior. É incrivel como sai gente de tudo quanto é canto, quando tem uma banda gringa tocando, e onde está todo mundo quando tem um show underground?

guns materias de divulgação, do Storms Of Fire, para serem lançados no começo de 2015. Deixo aqui um espaço para as suas considerações finais! Agradeço a oportunidade e convido a quem desejar conhecer nosso trabalho para visitar nossa pagina: http://impetusmalignum.wix.com/ impetusmalignum

Além da belíssima arte, o disco apresenta um Black Metal Brutal, ríspido e extremamente rápido. “Storm of Fire” traz 10 faixas, que somadas chegam aos quase 40 minutos de audição. Carregando aquela melodia e aura sombria, nos remetendo ao Black Metal Old School, sem falar nos vocais rasgados e nos riffs certeiros. Recomendado!


Estamos já nos 46 do segundo tempo no ano de 2014. Façam um balanço sobre o que ocorreu e o que esperam de 2015. Obrigado pelo espaço em primeiro lugar! Bom, 2014 foi o ano que o “filho” nasceu, né? O nosso álbum Confinement saiu pela Shinigami Records e foi muito bem recebido. Claro que a gente sempre quis que as pessoas curtissem e recomendassem, mas o resultado foi muito melhor do que os nossos maiores sonhos. Foi o ano de colher os frutos do trabalho duro e cultivá-los ainda mais. Para 2015, estamos planejando soltar um novo álbum, pois temos muito material fervilhando. Não podemos falar muito ainda, mas vem mais porrada por aí! Existe algum disco que vocês fizeram e hoje tem aquele sentimento que poderiam incorporar algo mais? Bom, a gente só tem dois EPs lançados (Mouth of Madness e He Who Walks...) e agora o full Confinement. Sempre fica aquela sensação de que as coisas poderiam ter sido feitas melhores, diferentes. Mas acho que mesmo os figurões da música ficam com essa sensação ao “finalizar” um trabalho. Estamos todos muito felizes com o resultado do nosso álbum, mas sempre há o que modificar e melhorar. O próximo lançamento da banda será a mesma coisa.

Sem rótulos Formada em 2002 na cidade de São Paulo, a banda surgiu com a proposta de fazer um som técnico, agressivo e melódico, livre de rótulos. Mesclando influências que vão; do Hard Rock, passando pelo Power Metal até o Death Metal, com vocais limpos e guturais, criando um estilo próprio.

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“Confinement” é um disco bastante interessante e muito inteligente, nele vocês trabalharam com a vocalista do Karkaos, Verônica O. Rodriguez. Como surgiu essa parceria? A Vee é uma querida amiga, a gente bate papo sobre tudo. Infelizmente ela não está mais no Karkaos, e deu um tempo neste final de ano para resolver alguns problemas pessoais. Em 2015 ela volta com sua nova banda, o Mahihkan, e tenho certeza que será porradaria bruta! Pra ser honesto, a amizade começou da forma mais simples do mundo. Eu ouvi Karkaos no Youtube, adorei, mandei mensagem no facebook deles dizendo isso. Ela viu, respondeu, agradeceu, e assim começamos a conversar. O resto é história. A menina canta demais! A banda não tem um estilo único, vocês mesmo criaram o estilo. Pode-se rotular como? Ou preferem se manter mesmo com um Metal mais trabalhado e instigante. A gente não sabe como rotular nosso som. Não é aquele papo que banda adora dizer que “não existem rótulos” ou “nosso som é único”, não temos essa pretensão. A gen-

te faz o que gosta, as musicas saem do jeito que achamos legais, e é isso. Umas soam mais death metal, outras mais tradicionais, outras beiram o hard rock. Sinceramente, acho que a gente prefere chamar de heavy metal só e está tudo bem. O retorno do novo disco com relação ao público e crítica está sendo agradável? Demais! Como eu disse, muito mais do que a gente esperava. Recebemos reviews positivos de revistas e sites que a gente acompanhou por muito tempo com leitores e fãs, recebemos elogios de gente importante do metal nacional, e inclusive alguns de nossos ídolos comentaram que gostaram do que fizemos. E temos cada dia mais fãs e amigos, isso é o mais importante. O disco já está sendo divulgado em outros países? Não da forma como gostaríamos. Estamos na busca de um selo ou gravadora lá fora. Temos alguns canais de distribuição, mas ainda é pouco. Eu sempre fico com a impressão que nosso som agradaria demais o público japonês e principalmente o público do norte da Europa. Estamos fazendo nosso trabalho via internet pra chegar até eles, vamos ver como a coisa anda.

... o próximo álbum está absurdamente pesado...


O Metal paulista desde sempre mostrou muita força e revela grandes bandas. Qual ou quem é o maior responsável disso? Bom, a resposta dessa pergunta é sem dúvida aquele clichê óbvio. Sepultura, Angra e Sarcófago no começo. Sem esses caras, nada disso estaria acontecendo, ou estaria acontecendo de outra forma. Max Cavalera e André Matos são os nomes mais poderosos da nossa história recente, e talvez sempre seja assim. Hoje em dia tem muito mais gente grande por aí, como o Nervosa, o Voodoopriest, o Armahda, Torture Squad, etc. Acho que os antigos abriram as portas, mas a galera atual é quem está fincando o pé com força e mostrando que o metal nacional é cada dia mais um dos melhores do mundo. Mas não é mais só em São Paulo. O país todo está pipocando de bandas absurdas. Quem viver verá uma nova era do metal brasileiro, pode ter certeza disso. A banda já teve seus altos e baixos e também

períodos de hiato, a que se deu pra chegar a esse ponto no passado? Ah, o de sempre. Mudança de formação, instabilidades, falta de grana, falta de motivação, falta de público, desrespeito de produtores e casas de show. Uma hora isso cansa. Pra perserverar no metal você tem que ter muita paixão pelo que faz. Os problemas não mudaram muito, apesar de que agora estamos mais maduros para lidar ou driblar as crises. Mas o grande diferencial é que hoje em dia somos todos muito amigos, uma formação muito sólida, e a gente passa pelos problemas sempre juntos. Obviamente, só chegamos onde chegamos porque muita gente boa passou pela banda e deixou seu legado, e somos gratos a todos eles. Mas o álbum Confinement saiu na hora certa, nem um dia antes, nem um dia depois do momento perfeito. Com a banda já bem solidificada, quais os projetos já para o futuro?

Temos já em torno de oito músicas prontas para o novo álbum, mas não podemos ainda revelar detalhes. É a mesma linha do Confinement, só que um pouco mais madura, um pouco mais sólida e mais inteligente. Vamos continuar falando de nossos autores favoritos, narrando as melhores histórias que conhecemos, e falando sobre nós mesmos. Só o que posso adiantar agora é que o próximo álbum está absurdamente pesado, uma música mais brutal que a outra. Vamos ver o que a galera vai achar disso. E aí, vamos partir pra turnês! Queremos tocar em outros estados, principalmente norte e nordeste, além de passar por alguns países da América do Sul. Desejando um grande ano de 2015 de muito sucesso e agenda cheia, deixo esse espaço livre para as considerações finais da banda. Novamente, muito obrigado pelo espaço.

Parabéns pra vocês pelo grande trabalho, honesto e firme, que vocês fazem. E para os fãs do bom e velho heavy metal, o recado é o de sempre - valorizem a sua cena local. Não existe mais aquela desculpa que é caro, que as bandas não são boas, etc e tal. Hoje em dia temos um dos melhores heavy metal do mundo bem debaixo de nossos narizes. O mundo está valorizando o Nervosa, o Voodoopriest, o Shadowside, o Almah... todo mundo sabe disso, porque a gente não? Vamos abrir os olhos e a cabeça, galera. Está nascendo uma nova cena brasileira, e as bandas que estão levantando essa bandeira não perdem em nada para as gringas, e vão levar muitas outras com elas pra cima. Valorizem. Prestigiem! Comprem material oficial, vão para os shows, curtam as páginas. Vocês são o combustível que fazem a gente ir pra frente cada vez mais forte. Esperamos vocês em nossos shows e nos show de todas as bandas boas em 2015! Sucesso pra todos!


como “Atra Mors”, a banda rapidamente ganhou o publico. Quando a Mithrubick, destilou o primeiro riff, os bangers locais ficaram estáticos, devido ao tamanho da tijolada, um Death/Grind de primeira. Assimilado o choque, os moshs voltaram e a desgraceira rolou, até a luz acabar, e um temporal literalmente varrer a cidade. Dentro do pub não dava pra se ter ideia dos estragos e o que se via era um vento forte, e muita chuva, mas os prejuízos foram enormes na cidade. Arvores foram arrancadas pela raiz, vidros estouraram, postes vieram abaixo, mas nada deteve o Diabolus Fest! No Beer House, nada aconteceu: um gerador previamente acionado sanou a falta de luz e a Mithrubick pôde encerrar a sua apresentação. Devido à oscilação

de energia um dos cubos de guitarra passou a se desligar, o que prejudicou a apresentação da Torvo. Mas se o cubo faltou, empolgação por parte de publico e banda, sobraram. Destilando com maestria, alguns covers de Pantera, para delírio dos bangers, e algumas faixas autorais, literalmente ganharam o publico. Com certeza uma grande celebração ao underground, saldo positivo, mesmo com a falta de luz, deixando claro o comprometimento e iniciativa para com a cena. Assim o Diabolus Fest vai ficar marcado, como a noite que Julio de Castilhos literalmente veio abaixo, seja pelo vendaval ou pelo evento, e quem não foi, lamento, mas perdeu um evento HISTÓRICO.

Noite memorável em Júlio de Castilhos Foto: Caroline Moro Ruis Dias

Na noite do sábado, dia 18 de outubro de 2014, Júlio de Castilhos sofreu com um dos maiores temporais já registrados na região. Coincidentemente na mesma noite o Diabolus Fest também causava “estragos”, nos tímpanos dos headbangers locais! Em sua primeira edição o festival mostrou que veio para ficar, mesmo sem luz, mas com um plano B apostos todas as bandas puderam tocar. Próximo das 22 horas, o bar Beer House veio abaixo e teve inicio o evento com a Human Plague abrindo os trabalhos, mesmo sem o seu vocalista André, que não pode se fazer presente. Devido essa ausência, Cassio, o baixista da banda, desempenhou a função dos vocais com bravura. Na sequência a Dyingbreed subiu ao palco, e mostrou toda a sua eficiência sonora. Trazendo algumas faix-

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as que estarão novo disco “Workship no one”, e da demo “Killing the image of your god” e mais dois covers, fez cabeças rolarem e rodas de mosh se abrirem em frente ao palco.

Não demorou e a Postmortem despejou seu Death Metal com muita energia. Mostrando um repertorio bem variado, mesclando musicas do mais recente trabalho “Within the Carcass”, e de trabalhos anteriores

Foto: Caroline Moro Ruis Dias


RESENHAS

In Torment - Sphere of Metaphysical Incarnations Terceiro full lenght dos gauchos da In Torment, “Sphere of Metaphysical incarnations”. Lançado este ano via Eternal Hatred Records e Rapture Records, gravado no Hurricane Studio em Porto Alegre entre janeiro e fevereiro de 2014. O disco trás 9 faixas, absurdamente rápidas e brutais. O trabalho segue um conceito já pré-determinado, que vem de trabalhos anteriores. A vinda de um novo Deus, o processo de transcendência da carne, o vortex, enfim. O próprio encarte já nos remete a outra dimensão, tornando a audição mais desafiadora. É necessário compreender a arte como um todo, ou o trabalho gráfico passa despercebido, e o conceito não será devidamente compreendido. Enquanto a sonoridade e a qualidade das gravações está em cima, as faixas audíveis, nada ficou sobre posto. As composições são intrincadas com momentos brutais e de calmaria, o vocal direto, e os riffs de guitarra ditam atmosfera caótica do disco.

Abate Macabro - Açogueiro Brutal Black Metal

“Açougueiro Brutal Black Metal” é o primeiro disco de inéditas, da horda gaucha Abate Macabro. Mais um fruto da união entre selos do underground, o disco foi produzido pela horda e pelo Ernani Savaris, gravado entre abril e junho de 2014 no Soundstorm Studio, e mixado pelo próprio Ernani. O disco trás nove hinos, incluindo um cover para a faixa “Unsilent Storms in the North Abyss” do Immortal. Não é atoa que o nome do disco é “Açougueiro Brutal Black Metal” não espere menos. O disco é rápido, sujo e bruto, tudo está no seu devido lugar, a sujeira fica por conta dos riffs cortantes e das vociferações. As faixas são carregadas de ódio e nos transportam para outa dimensão, obscura e dilacerada. Destacar uma faixa chega a ser blasfêmia, disco conciso com grandes hinos. “Porco Dio”, por exemplo, é cantada em latim.

Brutal Morticínio- Obsessores Espíritos das Florestas Austrais Segundo full-lenght da horda gaúcha Brutal Morticínio, lançado em 2014. Mais um fruto da união de selos do underground, entre eles o Interior Soul Zine & Distro. “Obsessores Espíritos das Florestas Austrais” trás oito faixas. Gravado, mixado e masterizado por Roger Fingle no Estúdio Nitro em Caxias do Sul, RS. O disco segue uma linha inicialmente proposta pela horda, um Black Metal calcado na velha escola, abordando temas latinos, com letras em português. Fazendo de “Obsessores Espíritos das Florestas Austrais” uma ode ao metal negro, com seus riffs ríspidos, ora cadenciados ora mais rápidos, e vociferações igualmente dosadas. Disco conciso com grandes hinos, “Não darei a outra face”, “Evocando os Espíritos Obsessores da Florestas Austrais”, “Vingança Ancestral” e “Estúpido e Podre Homem Branco Cristão” são dignas de varias audições. Recomendado aos que realmente apreciam o Metal Negro.

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Morfolk - ...Until Death “Until Death” é o mais recente lançamento dos paulistas do Morfolk. Uma das sobreviventes do inicio dos anos 90, a banda chega ao seu terceiro full-lenght. Fruto da união de 11 selos, entre eles a Rock Animal. O disco traz oito faixas, de um Death Metal rápido, com latentes influências do Thrash Metal dos anos 80. A banda nos brinda com um disco visceral, faixas pesadas e rápidas, mas com aquela cadencia característica do Death Metal. Deixando o trabalho certeiro sem firulas ou exibicionismos. Além da bela arte e do encarte caprichado, destaca-se as faixas “Desordem” e “Alienação” que são cantadas em português e igualmente brutais as demais. Também não da pra deixar de fora “W.W.W.”, “Shadows of Fear”, que ganhou videoclipe e a excelente “Reign of Terror”.

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Suffocation of Soul - The First Attack Debut álbum dos baianos do Suffocation of Soul, lançado em 2014, intitulado “The First Attack”. O disco saiu através da união de nove selos e distros, entre eles a Rock Animal. O trabalho traz 10 faixas de um Thrash Metal vigoroso, de muita qualidade. Com um pé nas raízes do Heavy Metal Tradicional e o outro no Thrash Metal Oitentista. O disco mostra uma banda afiada, guitarras dobradas, solos certeiros e um vocal na medida. Ainda nota-se alguns coros, como na faixa que da nome ao disco “The First Attack”, dando aquele toque de Heavy Metal Tradicional. Faixas como “Heavy Artillery” e “H.T(Unholy Invasion)” mesclam com maestria influencias do Thrash e do Metal Tradicional.

Conheçam o Heavy Metal All Night...

site dedicado ao underground brasileiro! Atropina - Malleus Maleficarum Retornando de um hiato de 10 anos, a Atropina nos brinda com o excelente “Mallevs Maleficarvm”. O disco traz o que o Death Metal dos anos 90 tem de melhor, letras ácidas, criticas ao cristianismo, riffs rápidos, bateria cheia de blast beats e o grande diferencial, letras em português. “Malevs Maleficarvm” marca o retorno da banda ao underground gaúcho. O disco trás 8 faixas de um Death Metal furioso, como manda o protocolo. A audição passa voando em seus quase 30 minutos. Citar uma faixa é um desafio, mas “Psicopatia” traduz toda a fúria que é a sonoridade da banda, refrão grudento, cadencia característica do estilo, blast beats certeiros, riff de guitarra marcante e vocal matador. “Mallevs Maleficarvm” é uma obra concisa e de uma qualidade fora de serie, impossível não apertar o play de novo após a audição.

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Expediente: Artur Azeredo, Jeremy Flores Colaboração: Caroline Moro Ruis Dias, Cristiano Lima e Alex Chagas Entrevistas, resenhas e reportagem por Artur Azeredo (Exceto entrevista com In Soulitary por Leandro Fernandes) Supervisão e orientação Prof. Diego Eduardo Dill


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