Hebraica fev 16

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fevereiro de 2016

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BEM ESTAR : ESSÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO KOSHER

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Revista Hebraica

ANO LVII

| Nº 648 | FEVEREIRO 2016 | S HVAT/ADAR 5776

Bem estar: essência da alimentação Kosher


HEBRAICA

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palavra do presidente

C

reSSACA DE

ARNAVAL

14 .fev

DAS 11H ÀS 16H

em frente ao parquinho

NA HEBRAICA

PROGRAMAÇÃO : . 11h às 12h Folia em família com a Morá Lucila . 11h às 13h Ateliê de artes máscara de carnaval . 13h30 às 15h Bloco Me Lembra que eu Vou . 15h às 16h Workshop de samba e axé . Bike food durante a programação Rua Hungria, 1000 – Jd. Paulistano Informações: 3818-8888

Festejar o lado bom da vida Certo dia, um professor chegou à sala de aula e disse aos alunos para se prepararem para uma provarelâmpago. Todos aguardaram assustados o teste que viria. O professor foi entregando a folha da prova com a parte do texto virada para baixo, como de costume. Quando todos receberam, pediu que desvirassem a folha. Para surpresa geral, não havia nenhuma pergunta ou texto, apenas um ponto negro, no meio da folha. O professor, analisando a expressão de surpresa que todos faziam, disse: – Agora, vocês vão escrever um texto a respeito do que estão vendo. Confusos, os alunos começaram a difícil – e inexplicável – tarefa. Terminado o tempo, o mestre recolheu as folhas, colocou-se na frente da turma e leu as redações em voz alta. Todas, sem exceção, definiram o ponto negro, tentando explicar sua presença no centro da folha. Concluída a leitura, a sala em silêncio, o professor começou a explicar: – Esse teste não será para nota, apenas serve de lição para todos nós. Ninguém na sala falou da folha em branco. Todos focaram as atenções no ponto negro. Assim é em nossas vidas. Temos uma folha em branco inteira para observar e aproveitar, mas sempre prestamos atenção nos pontos negros. A vida é um presente da natureza dado a cada um de nós, com extremo carinho e cuidado. Temos motivos para comemorar sempre. A natureza que se renova, os amigos que se fazem presentes, o emprego que nos dá o sustento, os milagres que diariamente presenciamos. No entanto, insistimos em olhar apenas para o ponto negro. O problema de saúde que nos preocupa, falta de dinheiro, relacionamento difícil com um familiar, a decepção com um amigo. Os pontos negros são mínimos em comparação com tudo aquilo que temos diariamente, mas são eles que povoam nossa mente. Pensem nisso. Tiremos os olhos dos pontos negros da nossa vida. Vamos viver a vida intensamente com pelo menos três amores: A vida porque é curta. A família porque é única. E os amigos porque são raros. Vamos procurar os valores das nossas vidas, o que damos em contribuição para a nossa sociedade e para nossa comunidade, vamos parar de medir tudo em valores monetários, vamos valorizar a nossa união e o que pode preservá-la. E, sem dúvida, um desses valores importantes é a nossa Hebraica de que sempre precisamos nos lembrar, pois, sem a Hebraica nossa coletividade terá sérias dificuldades e isso não tem preço. Shalom Avi Gelberg

A NATUREZA QUE SE RENOVA, OS AMIGOS QUE SE FAZEM PRESENTES, O EMPREGO QUE NOS DÁ O SUSTENTO, OS MILAGRES QUE DIARIAMENTE PRESENCIAMOS. NO ENTANTO, INSISTIMOS EM OLHAR APENAS PARA O PONTO NEGRO. O PROBLEMA DE SAÚDE QUE NOS PREOCUPA, FALTA DE DINHEIRO, RELACIONAMENTO DIFÍCIL COM UM FAMILIAR, A DECEPÇÃO COM UM AMIGO


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sumário

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dança Entrevista com o coreógrafo israelense Roni Siman Tov, do Galgal Ba’Maagal

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hebraica business forum Eventos ajudam a inspirar jovens empreendedores

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carta da redação

8

7 dias na hebraica Acompanhe a programação de fevereiro

37

10

manutenção Telefones úteis para uma ação simples e imediata

12

educação Saiba tudo sobre a fusão Alef / Peretz

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14

capa / kashrut Uma incursão pelo universo das leis dietéticas do judaísmo

19

cultural + social

20

cinema Três filmes do grande cineasta para curtir ao ar livre

24

comunidade Os eventos mais significativos da cidade

28

fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade

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juventude

32

novidades A vicepresidência Social Cultural anuncia a programação

centro de música Professores e alunos comemoram a indicação ao Oscar de O Menino e o Mundo

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21

revival Festa promete retorno aos anos 80/90

adventure Departamento lança torneio interno de poker

fotos e fatos Os momentos mais marcantes do mês de janeiro

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esportes

40

jogos macabeus pan-americanos Um balanço completo do evento em Santiago do Chile

43

festa do atleta Melhores atletas e profissionais do ano são homenageados

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magazine

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tecnologia A incrível história do criador da Sandisk

50

12 notícias As notícias mais quentes do universo israelense

53

a palavra Será que o hebraico um dia unirá palestinos e israelenses?

54

costumes & tradições Nosso especialista explica algumas peculiaridades do judaísmo

14

56

viagem Uma visão da natureza intocada na Antártida

60

leituras A quantas anda o mercado das ideias?

62

música Dicas para curtir nas férias de verão

63

ensaio O cotidiano em Jerusalém sob os ataques das facas

66

curta cultural Dicas para o leitor ficar ainda mais antenado

80

lista Saiba quem é quem no Executivo da Hebraica

82

conselho Acompanhe a agenda de atividades em 2016


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HEBRAICA

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carta da redação

ANO LVII | Nº 648 | FEVEREIRO 2016 | ADAR I 5776

A Revista também é cultura

DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l) PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN

O que você queria saber a respeito de comida kosher e tinha medo – ou vergonha – de perguntar está aqui, nesta bem didática e esclarecedora reportagem de Magali Boguchwal que fez o que o bom jornalismo que não faz hoje em dia: bateu às portas das fontes, conversou, anotou, e até fotografou. Tudo isso para contar que a Hebraica tem, agora, um dos melhores restaurantes da cidade. Nesta edição também Tânia Tarandach dá informações acerca da fusão das escolas I. L. Peretz, tradicional instituição da Vila Mariana, com a Alef, para funcionar na Hebraica, a partir de 2017. E vamos torcer para que, pelo menos, a trilha sonora da animação O Menino e o Mundo, composta por Gustavo Kurlat, do nosso Centro de Música Naomi Shemer, e Ruben Feffer, conquiste o Oscar, na premiação deste dia 22. No “Magazine”, Ariel Finguerman escreve a respeito de Eli Harari, o bemsucedido empresário que inventou o Sandisk; mais um fantástico ensaio de Matti Friedman falando do cotidiano de Jerusalém a partir da chamada “intifada das facas”, mais uma saborosa crônica de Joel Faintuch contando de nossos costumes e tradições e a incursão do publisher Flávio Bitelman na solidão e na vastidão da Antártida.

DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE

SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE FOTOGRAFIA CLAUDIA MIFANO (COLABORAÇÃO) FLÁVIO M. SANTOS

DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES

ALEX SANDRO M. LOPES

EDITORA DUVALE RUA JERICÓ, 255, 9º - CONJ. 95

E-MAIL DUVALE@TERRA.COM.BR CEP: 05435-040

- SÃO PAULO - SP

DIRETOR PAULO SOARES DO VALLE ADMINISTRAÇÃO CARMELA SORRENTINO ARTE PUBLICITÁRIA RODRIGO SOARES DO VALLE

DEPTO. COMERCIAL SÔNIA LÉA SHNAIDER PRODUÇÃO PREVAL PRODUÇÕES

IMPRESSÃO E ACABAMENTO GRASS INDÚSTRIA GRÁFICA

Shalom Boa leitura Bernardo Lerer – Diretor de Redação

PUBLICIDADE TEL./FAX: 3814.4629

3815.9159

E-MAIL DUVALE@TERRA.COM.BR JORNALISTA RESPONSÁVEL BERNARDO LERER MTB 7700

OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE

calendário judaico ::

INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-

PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.

FEVEREIRO 2016 Shvat Adar I 5776

MARÇO 2016 Adar II 5776

A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO

dom seg ter qua qui sex sáb

dom seg ter qua qui sex sáb

EX-PRESIDENTES LEON FEFFER (Z’l) - 1953 - 1959 | ISAAC FISCHER

7 14 21 28

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“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800

BRASILEIRA

2 3 4 5 9 10 11 12 16 17 18 19 23 24 25 26 30 31 Purim

SÃO PAULO RUA HUNGRIA,

(Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTENBERG 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 1975 | HENRIQUE BOBROW (Z’l) - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | ABRAMO DOUEK 2012-2014 | PRESIDENTE AVI GELBERG

VEJA NA PÁGINA 82 O CALENDÁRIO ANUAL 5776

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manutenção

OS TELEFONES VERMELHOS PROMETEM UMA SOLUÇÃO RÁPIDA E SIMPLES

A melhor solução TRÊS APARELHOS DE TELEFONE

CONECTADOS A UMA CENTRAL AJUDAM O SÓCIO A COMUNICAR FALHAS NA

MANUTENÇÃO E LIMPEZA DO CLUBE.

TUDO PARA AJUDAR A HEBRAICA A

FUNCIONAR PERFEITAMENTE

A

antiga a comparação do clube a uma cidade com porte e orçamento médios ganha força quando falta um item de higiene em um dos banheiros ou se encontra uma torneira com problemas. “Quando um cidadão se depara com um vazamento, ele aciona a subprefeitura para resolver o problema. Na Hebraica, o sócio é nosso parceiro para manter o clube funcionando perfeitamente nos mínimos detalhes”, afi rma Gaby Milevsky, diretor superintendente da Hebraica. “Até recentemente, era difícil saber a quem comunicar o ocorrido e obter uma resposta rápida. Criamos o SOS Operacional, que consiste em três aparelhos telefônicos ligados a uma central de atendimento, que cuidará da triagem e encaminhamento dessas demandas mais que justas do sócio” completa. A localização dos aparelhos de cor vermelha é estratégica. Um fica em frente à agência do Banco Safra, na Sede Social, outro no lounge da Praça Carmel e o terceiro na portaria da rua Angelina Maffei Vita. “A operação é bem simples. Ao levantar o gancho do telefone, ouve-se uma gravação com duas opções de serviços, uma para manutenção e outra para limpeza. Em seguida, uma atendente anota as informações sobre o local e a natureza do problema, encaminhando imediatamente um profissional para resolver a questão”, explica Gaby (M. B.)


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educação | por Tania Plapler Tarandach

Fusão garantirá excelência APÓS O COMUNICADO DA FUSÃO DAS ESCOLAS ALEF E PERETZ, MUITO SE FALA SOBRE O ASSUNTO. A REVISTA HEBRAICA CONVERSOU COM O PRESIDENTE EDUARDO ALCALAY E O VICE-PRESIDENTE ALEXANDRE OSTROWIECKI, DIRIGENTES DA NOVA ESCOLA

A

Escola Alef e o Colégio I. L. Peretz anunciaram, no final de 2015, um acordo pelo qual as duas escolas se juntarão em uma só, e na Hebraica, com o nome de Alef Peretz. O anúncio foi feito no final do ano passado e a nova instituição começa a funcionar em 2017. Na entrevista abaixo, o presidente Eduardo Alcalay e o vice-presidente Alexandre Ostrowiecki, dirigentes da nova escola, contam como se deu esta fusão e esclarecem dúvidas de pais, alunos e do público em geral a respeito. Para Avi Gelberg, presidente da Hebraica, “o clube iniciou esse processo de portas abertas para a nova escola como fez quando da chegada do ex-Bialik, hoje Alef. A Hebraica participa como catalizadora nesse processo de fusão pois acredita que uma escola economicamente viável e de excelência educacional é de importância ímpar para o futuro da comunidade. Concorrer com os estabelecimentos de primeira linha, sem dúvida, vai garantir esse futuro. Da parte do clube, estamos viabilizando esforços para que nosso sócio não seja prejudicado e essa vinda tenha impacto positivo para todos”.

E N TR EVISTA Hebraica – Por que as duas escolas se juntaram? Alcalay e Ostrowiecki – Anseio antigo, essa união significa somar forças para oferecer mais. Escolas mais sólidas são capazes de oferecer melhores projetos a partir de ganhos operacionais e econômicos de aumento da escala e, principalmente, dentro de um espaço excepcional como é o clube. Além disso, a Escola Maternal da Hebraica receberá os alunos do Infantil do Peretz. A Hebraica tem um papel fundamental como parte importante desse acordo, como detentora do espaço e parceira em atividades extracurriculares. Mais ainda: teremos uma capacidade maior de ajudar famílias com dificuldades econômicas, garantindo a inclusão de alunos de todas as linhas religiosas e origens. Como tem sido a experiência da Escola Alef no clube?

Ostrowiecki – A implantação foi um grande sucesso. O número de alunos matriculados prova: em 2012, último ano em que a escola ainda se chamava Bialik, havia cerca de 420 alunos, contando com o ensino infantil; este ano, sem essas classes iniciais, teremos 620 alunos. Um dado que interessa aos pais: ano a ano o Alef cresce no Enem, de 595 pontos em 2014 para 642 em 2015. Quantos alunos tem o Peretz atualmente? Alcalay – O Peretz tem, hoje, 550 alunos. É importante frisar também que, assim como o Alef, o desempenho das notas do Peretz no Enem tem melhorado ao longo dos últimos anos, assim como as colocações nos vestibulares. E qual é a previsão após a fusão? Alcalay – Estimamos que a Escola Alef Peretz terá entre 1.000 e 1.200 alunos, sem contar o ensino infantil. Ou seja, serão quatro a cinco salas por série/ano. Um núme-

ro que permite garantir a continuidade da atenção individualizada aos alunos, mantendo boas condições e ambientes de ampla socialização e proporcionando o fortalecimento econômico da instituição, condição para maiores investimentos pedagógicos e em infraestrutura, resultando numa escola cada vez melhor. Lembrando experiência anterior, o que garante que, desta vez, a fusão será bem-sucedida? E como será a unificação? Ostrowiecki – Os fatos ocorridos entre 2008 e 2010 nos serviram de experiência. Hoje, nossa prioridade está voltada à satisfação das famílias e à valorização dos profissionais das duas escolas. Clareza, transparência, boa execução de cada detalhe são primordiais nas etapas a se seguirem nos próximos meses. Alcalay – Há uma equipe de assessores especializados trabalhando na parte documental e pretendemos que todas as etapas do processo sejam concluídas nesse semestre e aí teremos definitivamente uma única instituição. Qual modelo de governança será adotado pela Escola Alef Peretz? Ostrowiecki – Quando o Bialik mudou para Alef, foi feito um trabalho com a consultoria internacional Bain & Co, que resultou em um estatuto que refletisse as práticas mais modernas das principais instituições, nacionais e internacionais, como Harvard, MIT, Insper, Colégio Santa Cruz, entre outros. Esse trabalho implantado no Alef será a base do estatuto da nova escola. Todos querem saber: onde funcionarão a escola, o almoço, o recreio, as atividades esportivas? Ostrowiecki – Será mantida a estrutura atual e novos espaços serão definidos em comum acordo com a Hebraica, a partir de propostas conjuntas com a Diretoria Executiva e submetidas à Comissão de Patrimônio e Obras, assim como ao Conselho Deliberativo do clube. Podemos adiantar que temos três boas alternativas em estudo, considerando sem-

pre os aspectos operacionais e do dia-a-dia da Hebraica. Por que o Alef Peretz não vai manter o ciclo infantil? Alcalay – No nível infantil, a Escola Maternal da Hebraica é a maior escola judaica de São Paulo, com quase trezentos alunos. Decidimos, de comum acordo, que esta será a responsável pelo ciclo infantil, recebendo os colaboradores e as boas práticas consagradas e reconhecidas do Peretz. As equipes do Peretz e da Hebraica estão envolvidas em um projeto de integração, que deverá ser concluído e divulgado até junho deste ano às famílias com filhos nessa faixa de idade. O acordo garante também a preferência de vagas para o fundamental 1 de alunos oriundos do Maternal da Hebraica. Como se dará a integração dos alunos do Peretz e a equipe do Alef no Fundamental 1? Alcalay – O ciclo fundamental 1 usará como base o atual projeto pedagógico do Alef, enriquecido dos profissionais e das práticas consagradas no Peretz. Ao longo dos próximos meses, enquanto se realizam as obras, detalharemos a fundo e informaremos a todas as famílias o funcionamento e o cotidiano dos alunos na escola.

O fundamental 2 e o ensino médio não farão parte da unificação? Alcalay – Existem diferenças mais acentuadas nos projetos pedagógicos do Alef e do Peretz nos ciclos fundamental 2 e médio. Em razão da proximidade dos exames vestibulares, optamos por manter esses ciclos separados, independentes e dirigidos pelos profissionais de cada escola. A unificação total e completa será decidida de forma madura, com paciência e respeito aos alunos, profissionais e às famílias, aproveitando as melhores práticas de cada um dos métodos, da mesma forma que procedem universidades, charter schools e escolas internacionais. Quando todas as condições estiverem favoráveis, aí se dará essa unificação, e prevemos que isso aconteça num prazo entre três até cinco anos. Com relação a área judaica, como será a fusão? Ostrowiecki – As duas escolas têm uma visão inclusiva e pluralista em relação às práticas judaicas, ou seja, todas as linhas religiosas são bem recebidas e coexistirão. E serão respeitadas as práticas de cada família em seus lares e sinagogas que frequentam. Uma pergunta essencial: e o valor da mensalidade?

Alcalay – A união de forças reforçará a situação econômica e, após a estabilização da escola, a Diretoria Executiva buscará tornar as mensalidades o mais competitivas possível. Se, como se sabe, a fusão tem apoio unânime e votos de sucesso de parte de dirigentes comunitários como Jack Terpins, Fernando Lottenberg, Bruno Lascowsky, Célia Parnes, Jacques Gelman, e outros… Qual a mensagem da Escola Alef Peretz para a comunidade? Alcalay e Ostrowiecki – A Escola Alef Peretz se propõe a oferecer ensino de excelência para as crianças da nossa comunidade. Isso significa contar com uma dimensão interessante para a socialização dos alunos, infraestrutura de primeira, professores da maior qualidade, muito preparados e qualificados. Significa entregar resultados acadêmicos fortes, com boas notas no Enem, bom rendimento nos vestibulares, fluência total em inglês, além do saber judaico. Significa estimular as diversas dimensões das aptidões humanas, desde os esportes, música e artes. Tudo isso dentro de um ambiente judaico, acolhedor e que possibilite aos alunos conhecer sua tradição e cultura. É entregar o sentimento de pertencimento e de inclusão, em um mundo cada vez mais dinâmico e desafiador.

SERÁ MANTIDA A ESTRUTURA ATUAL E NOVOS ESPAÇOS SERÃO DEFINIDOS EM COMUM ACORDO COM A

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capa | kashrut | por Magali Boguchwal

Um mergulho na culinária kosher

A PROCURA POR UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL LEVA AS PESSOAS A OPTAR PELA DIETA KOSHER

SÃO INÚMERAS AS RAZÕES PARA ADOTAR A FILOSOFIA E A CULINÁRIA KOSHER. A SAÚDE É UMA DELAS. UMA BUSCA NA

INTERNET AJUDARÁ O SÓCIO A SE APROFUNDAR NOS CONCEITOS BÁSICOS, APRENDIDOS EM CASA OU DURANTE A PREPARAÇÃO PARA A

MAIORIDADE RELIGIOSA, AOS 13 ANOS, NO BAR-MITZVÁ OU AOS 12 NO BAT-MITZVÁ

O

programa do curso de bat-mitzvá da Hebraica inclui uma série de atividades ligadas à culinária. As adolescentes preparam a chalá (o pão trançado utilizado no Shabat), participam de um pré-seder de Pessach com todas as etapas do ritual e, assim, entram em contato com as leis dietéticas judaicas que compõem a kashrut. “Claro que explico para meus alunos as regras da kashrut. Elas estão na Torá e o conhecimento delas faz parte da formação básica do judeu”, comenta Daniel Grabarz, que há vinte anos leciona no clube. “O judaísmo envolve todos os aspectos da vida. Nossas atividades cotidianas mais comuns tornam-se imbuídas de santidade quando seguimos o conselho da Torá: ‘Conheça-O em todos teus caminhos.’(Mishlê 3:6). Desta forma não devemos rejeitar o físico e sim santificá-lo. A kashrut representa o encontro da matéria com o espiritual: o alimento kosher nos possibilita nutrir e refinar nossa mente, coração e alma.” Essa é a definição básica que se lê na página inicial do movimento Beit Chabad no Brasil. Mais abaixo, uma explicação mais prática: kashrut é o conjunto de leis dietéticas que nos indicam os produtos aptos, apropriados ao consumo. O site é bastante didático nesse assunto. “A kashrut pertence à categoria das mitzvot (obrigações), às quais nenhuma explicação racional é dada na Torá. Nela estão descritos os tipos de alimentos que a lei judaica declara adequados à ingestão, assim como a maneira pela qual devem ser preparados.” Segundo o Chabad, ao ser ingerida e processada, a comida é absorvida pelo corpo e passa a fazer parte de corrente sanguínea, afetando diretamente todos os aspectos do ser humano. “ D’us, através da Torá, nos forneceu dicas de como refinar a nossa alma e o nosso corpo por meio da utilização da matéria e energia.” Os dois parágrafos seguintes oferecem ao leitor interessado mais algumas pistas a respeito da complexidade da culinária kosher, confeccionada de acordo com as leis da kashrut: “Nenhuma razão é fornecida para explicar, por exemplo, por que um animal que rumina e tem cascos fendidos é kosher, enquanto um animal que apresenta apenas um destes sinais não o é. Não há nenhuma lógica aparente para fazer uma distinção entre um tipo de animal, ave ou peixe, e outro. Mas sabemos que eles exercem uma influência em nosso corpo e alma a partir do momento que passam a circular em nossas veias. O sistema digestivo extrai os nutrientes, enquanto a neshamá (alma), extrai a centelha divina que se encontra na natureza. Estas “centelhas” provêm de uma fonte de divindade mais elevada ainda que a alma do homem. A energia divina em cada molécula de alimento é o que >>


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capa | kashrut

Culinária judaica e gastronomia kosher Na diversidade gastronômica da cidade de São Paulo, restaurantes kosher que priorizam a culinária introduzida por famílias que emigraram da Europa oriental ou do Oriente Médio são muito frequentados pelo público que segue ou não a kashrut. A comunidade judaica paulista faz suas refeições em pizzarias, restaurantes de culinária japonesa e brasileira, além de realizar festas onde os cardápios são estritamente kosher. A recente instalação do Red Restaurante Kosher na Hebraica ampliou o leque de opções gastronômicas na região da Marginal Pinheiros, oferecendo um cardápio internacional kosher. “Percebemos que o público externo muitas vezes nem sabe que os pratos do bufê são kosher. Eles vêm ao Red pela qualidade da comida, pelo serviço e pelo excelente custo-benefício, um dos melhores da região, o que nos deixa muito satisfeitos, já que desde o início esse é um dos nossos objetivos: atrair clientes pela excelência, independente do fato de ser kosher”, afirmam Daniel Cohen e David Deutsch, donos do restaurante e do bufê Red Gastronomia

NOS PONTOS DE VENDA, É CADA VEZ MAIOR O LEQUE DE OPÇÕES DE PRODUTOS KOSHER À BASE DE

Quanto aos associados, eles detectam uma tendência semelhante. “Muitos sócios almoçam no Red, mesmo quando não mantêm a kashrut em casa, pois sabem que encontrarão ótimas opções para toda a família”, dizem eles.

LEITE OU CARNE

>> realmente nos dá vida. A última linha oferece a justificativa para a obediência total ao preceito da kashrut. “O alimento kosher possui uma poderosa energia que confere força espiritual, intelectual e emocional”. Tratando-se de um movimento de aproximação à ortodoxia, o Beit Chabad afirma que aqueles que seguem as leis da kashrut constituem o sonho de todo nutricionista: são acentuadamente conscientes no momento de se alimentarem; param para recitar uma bênção antes de colocar qualquer coisa na boca; aguardam períodos prescritos entre comer alimentos de carne e derivados de leite. A noção de alimento é vinculada à ideia de limitação e autodisciplina. “A tudo isso, acrescenta-se o valor que atribuído pelo judaísmo à vida e à saúde e tem-se o candidato perfeito para o incremento da saúde através da modificação dietética”, conclui a página. Após a leitura do trecho referente à kashrut na página do Beit Chabad, entende-se porque a tradução da palavra

hebraica kosher é o termo adequado. A receita, segundo o movimento mistura “acesso à informação médica e nutricional avançada, tecnologia moderna e produtores prontos a atender o consumidor kosher, consciente do valor da saúde. A cada dia que passa, novas descobertas médicas revelam a sabedoria dos conceitos que têm sido parte de nossa herança por milhares de anos” conclui o texto da página. O site da BDK (Beit Din Kashrut – literalmente “Tribunal da Kashrut”), um dos grupos certificadores de alimentos kosher traz a seguinte definição da kashrut. “Para eles, kosher é um termo usado para denominar um alimento que está de acordo com as normas da dieta milenar da Torá (Bíblia) seguida pelos judeus. Este termo é mundialmente usado por judeus e não judeus, e estes alimentos têm sido cada vez mais procurados, pois ao atenderem normas milenares de alimentação e sendo controlados e fiscalizados por supervisores rabínicos, ganham mais credibilidade

perante os consumidores.” O BDK e o similar BKA, além de grupos de rabinos que se dedicam ao estudo profundo da kashrut aplicada à modernidade são as principais referências em relação àquilo que o mercado alimentício oferece como opções para aqueles que optam pela dieta kosher. Os dois órgãos analisam e certificam produtos como biscoitos, massas, sucos e outros ingredientes que facilitam a manutenção da kashrut em meio ao ritmo frenético de uma cidade como São Paulo. A cozinha kosher preconiza locais separados para cozimento, limpeza e armazenamento de produtos à base de leite e carne. Ao casarem, a bióloga Tamara e o marido optaram por levar a vida dentro dos preceitos judaicos. Guardam o sábado e as festas e se alimentam seguindo os preceitos da kashrut mas mantendo as facilidades tecnológicas modernas. “Sigo todas as hashgahot (supervisão), menos a lista amarela do BDK. Com os produtos existentes nas lojas é possí-

vel cozinhar quase tudo o que as famílias brasileiras comem, exceto, um bife à parmegiana, que não nos faz falta”, afirma a jovem mãe. Recentemente, ela publicou em sua página no Facebook, a foto da fornada de pães de queijo. Assou cem e congelou uma boa parte para servir futuramente. “Uma idishe mame cozinha em quantidade”, escreveu. Da fábrica à mesa Há quarenta anos ou mais, manter uma casa kosher exigia dedicação, esforço, tempo e sorte. O casal Haim S. e Berta Heimlich, donos da Casa Mazal Tov, nos Jardins, abriram o bufê e a mercearia quando obter produtos era muito mais trabalhoso do que atualmente. Uma cliente da mercearia, ao perceber que Berta concedia uma entrevista para a revista Hebraica, lembrou da infância, quando a mãe levava enormes latões até a loja do casal Heimlich e comprava uma grande quantidade de leite kosher. “Então o leite era levado para minha casa e lá era, o leite era fervido e posto >>

CRIANÇAS COM ALERGIA A LACTOSE SABOREIAM CHOCOLATES E BISCOITOS KOSHER SEM PROBLEMAS


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capa | kashrut

>> de volta no latão para que um tio o transportasse, de trem, no latão, até o Rio de Janeiro, onde era mais difícil ainda obter o produto”, lembrou, afirmando estar na loja naquele dia em função de uma viagem para a Suíça. “Meus netos gostam que eu leve massa de pizza, doce de leite, brigadeiro e pão de mel comprados nesta loja, pois não estão disponíveis naquele país”, completou a cliente. Berta se orgulha de oferecer à clientela produtos importados e nacionais com pelo menos um selo de certificação kosher. “Temos uma linha própria de queijos, que fabricamos em Minas Gerais e que é submetida a duas hashgahot muito rígidas. De domingo a quinta, o Mashgiach acompanha todas as etapa das fabricação, da ordenha à embalagem”, explica a comerciante. Os variados itens nacionais e importados expostos nas gôndolas e geladeiras da mercearia deixam Berta orgulhosa. “A tecnologia foi muito benéfica para

ampliar a oferta de produtos kosher à disposição das famílias e, na mesma medida, também aumentou a necessidade de supervisão. Um pãozinho, por exemplo, era fabricado somente com água e farinha. Hoje, contém substâncias que podem ou não ser permitidas. É aí que entram o BDK e o BKA, que analisam toda as etapas da fabricação dos produtos, alteram um ou outro ingrediente e só então concedem o selo, elaboram listas, separando o que é parve (sem leite ou carne), do que é kosher e finalmente, alertam para aqueles que são treif (proibidos).” As páginas do BDK e do BKA auxiliam consumidoras e também empresas interessadas em ter seus produtos supervisionados e certificados. A página do BDK oferece uma definição bem clara do que significa kosher. Segundo o BDK, há muitas razões para isso. “Termo usado para denominar um alimento que está de acordo com as normas da dieta milenar da Torá (Bíblia) seguida pelos judeus. Este termo é mundialmente usado por judeus e não judeus, e estes alimentos têm sido cada vez mais procurados, pois ao atenderem

normas milenares de alimentação e sendo controlados e fiscalizados por supervisores rabínicos, ganham mais credibilidade perante os consumidores.” Segundo os certificadores da BDK, empresas alimentícias têm muitas razões para obter um selo de alimento kosher. “Estudos demonstram que os consumidores enxergam um alto grau de qualidade na alimentação kosher. Além do mais, a indicação parve em produtos kosher demonstra a ausência de carne ou leite no produto, o que abre o mercado para o consumidor vegetariano ou aqueles que com intolerância à lactose.” Segundo o site da BDK, “a alimentação kosher não só atende a religião judaica, como também acaba por atender preceitos da religião adventista ou mesmo é escolhida por aqueles que simplesmente buscam mais um selo de qualidade”. A argumentação do BDK explica a proliferação pontos de vendas especializados em produtos kosher nos bairros de Higienópolis e Perdizes e também a existência de seções dedicadas à comunidade judaica nos grandes supermercados, que se orgulham também de vender produtos da culinária japonesa e árabe.

cul tu ral +social

FACHADA DA MERCEARIA MAZAL TOV, QUE TRABALHA COM PRODUTOS KOSHER HÁ QUARENTA ANOS


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cultural + social > novidades

cultural + social > cinema

Woody Allen na Praça Jerusalém P

repare-se para ver ou rever sucessos do famoso diretor e comediante judeu, que assim se descreve: “As pessoas sempre se enganam em duas coisas, pensam que sou um intelectual (porque uso óculos) e que sou um artista (porque meus filmes sempre perdem dinheiro)”. Mas os três filmes selecionados para o ciclo contradizem a tese, tiveram êxito e ganharam prêmios. Manhattan, o primeiro a ser exibido, tem no elenco Meryl Streep e Diane Keaton. O segundo será Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris), comédia romântica escrita e dirigida por Allen, e indicada ao Oscar de melhor direção de arte, melhor direção e melhor filme. Venceu como melhor roteiro original. O terceiro é Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, no original Annie Hall, papel de Diane Keaton, cantora em início de carreira e de cabeça complicada. Alvy

SUCESSOS DE WOODY ALLEN PARA ASSISTIR AO AR LIVRE

A VICE-PRESIDÊNCIA SOCIAL E CULTURAL TRABALHOU DURANTE AS FÉRIAS PARA DAR AO SÓCIO UMA PROGRAMAÇÃO JÁ NESTE MÊS, EM DIVERSOS ESPAÇOS. A PRAÇA JERUSALÉM SE TRANSFORMARÁ EM UM CINEMA AO AR LIVRE PARA EXIBIR O CICLO WOODY ALLEN Singer (Woody Allen) é um humorista judeu, divorciado, que faz análise há mais de uma década. Escritor, ator e músico Woody Allen, nasceu Allan Stewart Konigsberg em dezembro de 1935, filho de um livreiro e começou a carreira como escritor aos 15 anos, escrevendo piadas e roteiros para televisão. É o precursor do stand-up, pois em 1960 trocou as piadas da época por monólogos. Comediante, roteirista, diretor e ator, Allen também toca clarineta em bares de Nova York. Intelectual, inquieto, inseguro, um nebish (coitado) são adje-

Um ano que promete

tivos usados para rotular os papéis desempenhados em seus filmes, geralmente de um judeu nova-iorquino neurótico e fracassado. Indicado 23 vezes ao Oscar, ganhou três estatuetas como melhor roteiro original e uma de melhor diretor. Em 2002, pela primeira vez concorrendo no Festival de Cannes, recebeu a Palma de Ouro pelo conjunto da obra. (T. P. T.)

PASSADO O PRIMEIRO ANO DA GESTÃO, A VICE-PRESIDENTE SOCIAL E CULTURAL MÔNICA TABACNIK HUTZLER E EQUIPE AVALIAM OS RESULTADOS DE 2015 E FAZEM PLANOS PARA 2016

CICLO WOODY ALLEN 13 e 14/2 – Manhattan 20 e 21/2 – Meia-Noite em Paris 27 e 28/2 – Noivo Neurótico, Noiva Nervosa Sábados, às 20h30, domingos a consultar

“O

ano de 2015 foi de aprendizado e desafios para a nossa gestão: conhecemos as práticas aplicadas no clube, oferecemos uma programação que desse continuidade aos trabalhos realizados anteriormente e, ao mesmo tempo, trouxemos um ar de inovação e maior pluralidade às atividades”, explica Mônica T. Hutzler. O ano começou e o departamento se preparou para dar um ar mais arrojado e o toque feminino da vice-presidente, “uma programação intensa, que irradie alegria, diversidade, cultura, sociabilidade e gere satisfação: esta é nossa meta”. No mês passado, foi encenado no Teatro Arthur Rubinstein o espetáculo “As Benevolentes”, com Thiago Fragoso e o diretor Ulysses Cruz. Várias atividades serão permanentes, como o “Boteco de Verão”, nos finais de semana na piscina e, ao longo do ano, o “Boteco Temático”, com shows e covers de artistas renomados. A pedido dos sócios, serão realizados o “Clube 1000 Revival” e “Noite de Las Vegas”, além de semanas temáticas de diferentes países, em parceria com consulados. Orquestras, duos e música judaica estão na agenda do Hebraica Meio-

-Dia, com público cativo, seja no Teatro Arthur Rubinstein ou, como foi em 2015, na Praça Carmel, aproximando público e plateia. O inovador Head Talks este ano, ganha novos títulos: HeadTalks Entre Amigas, Plantão HeadTalks e outros. As novidades vão além e Mônica destaca novas turmas dos cursos do Kabbalah Centre, a programação do Clube de Leitura e Aonde Vamos?, junto com a Biblioteca. As saídas culturais serão frequentes, como a visita ao acervo e salão de chá da Fundação Oscar Americano. “O sócio terá o privilégio de assistir o Ballet da Cidade de São Paulo e outros espetáculos diversificados, atendendo a todos os gostos”, explica. A área gastronômica será brindada com o Mercado Gourmet no primeiro semestre, os encontros e cursos no Espaço Gourmet continuam e haverá uma repetição da Mega Pizzada no final de Pessach, um sucesso em sua primeira edição. “Acertamos as viagens, e para Gramado e Canela, em março, está esgotada, e haverá outras”, conta Mônica. A Hebraica receberá, mais uma vez, todas as entidades para celebrar Iom Haatzmaut, símbolo de união da comunidade. Em

junho, está previsto um grande show para o Dia dos Namorados. Mônica destaca que trabalhar na vice-presidência é uma tarefa coletiva com “vários braços direitos e esquerdos, todos parceiros muito ativos, com liberdade de ação e sempre voltados a cruzar as áreas que se complementam, potencializando as atividades e o público. São eles: Sônia Mitelman Rochwerger, no Social; Andrea Bisker e Carlos Finkelstein, Andrea Birzstein, Karen Didio Sasson, Silvia Strum Szliosbergas, Cynthia Zaclis Rabinovitz e José Luiz Goldfarb, na Inovação; a experiência de Olívio Guedes na Galeria; Vanessa Kogan Rosenbaum, na Feliz Idade e Sylvia Lohn, passa a cuidar do Cinema. Gerson Herszkowicz na Cultura Judaica, Diego Man e Gabriela Parczew, dupla argentina, no Espaço Gourmet e Lily Simhon, no Recreativo, além da assessoria de Sandro Assayag, Javier Smejoff, Fernanda Smejoff. Por último, mas não menos importantes, os dedicados profissionais Val Menezes, Tea Zylberman, Paulina Spiewak, Lucilla Glogowski, Ana Recchia, Eunice Lopes, Mauro Mandel e Daniela Wasserstein, que compõem o time Hebraica”. (T. P. T.)


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cultural + social > revival

De volta aos anos 80/90 O CLUBE 1000 ESTÁ NA MEMÓRIA DA JUVENTUDE DA

HEBRAICA DOS ANOS 80/90. O AFETIVO É TÃO FORTE QUE UM GRUPO DE DIRETORES MARCOU UM REVIVAL PARA DIA 12 DE MARÇO, COM DIREITO A DJ, CUBA LIBRE, HI-FI E MUITO MAIS

“S

ó quem viveu essa época sabe o quanto foi bom”, dizem os quarentões de hoje, que nas décadas de 1980/90 passaram momentos inesquecíveis nas noitadas de sábado no clube. Muitos ficavam o dia na piscina e emendavam com a noite na discoteca. O clube era o local de lazer e diversão, ponto de encontro, “o quintal de casa”, como diziam os pais. “Revival Clube 1000” vai tomar conta do Espaço Adolpho Bloch dia 12 de março, a partir das 22 horas, reunindo gente dos 35 aos 50 anos. “Como faziam antes, aumentando a idade em seus documentos, agora terão de diminuir”, diz Sandro Assayag, um dos entusiastas da ideia, que guarda fotos antigas no celular e tem as músicas de então como favoritas. Na roda de lembranças surgem frases como “tomar um cuba libre no Bar do Josué”, “a segurança do Fonseca’s Gang” e a propaganda do Gel Bozzano, assim como as calças jeans semibag, camisas brancas, complementadas com as jaquetas de couro. Eram o dress code da

época, código de vestimenta na discoteca, que rivalizava com points da cidade, como Ta Matete, Gallery, Radar Tantã. Nesse túnel do tempo, lembrando cada detalhe, Javier Smejoff, Fernanda Smejoff e Assayag estão às voltas com muitas surpresas. Para quem lembra, como eles, do Clube 1000, que ocupava um espaço menor do que será o atual, a discoteca terá ambientação remetendo à antiga decoração, preparada por Eduardo Honora, recordando do ambiente e já decidido a adequá-lo à nova dimensão retangular, “diferente da anterior, que era redonda”. O cuba libre e o hi-fi (gin com tônica, para quem não viveu aquele tempo), mais a estação de caipirinhas e cervejas estarão no open bar para compor o clima. Caberá ao DJ Schipper, um dos mais requisitados nas noites paulistanas e expert nos hits da época, a trilha sonora da noite. Aos antigos/novos amantes da discoteca, será a ocasião para relembrar as paqueras, os passinhos iguais, os beijos roubados e muito mais...

AGENDA SOCIAL E CULTURAL Hebraica Meio-Dia 14/2 – Bruno de la Rosa cantando Chico Buarque e outros 21/2 – “A Linha e o Linho”, canções de Gilberto Gil com Carol Andrade Clube da Leitura Especial 13/2 – As Benevolentes, livro de Jonathan Littell, com a presença de Ulysses Cruz, diretor da peça em cartaz no Teatro Arthur Rubinstein Curso de Kabbalah 16 e 21/2 – Palestras introdutórias da nova turma nível 1 (inicio dia 23) 16/2 – Início do Curso Nivel 2 Feliz Idade 18/2 – O segredo das boas escolhas na Plenária; 20/2 – Seus direitos e o direito na Plenária; 25/2 – Cozinha Marroquina no Espaço Gourmet; 27/2 – Aula aberta de dança e ritmo na Praça Jerusalém


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coluna comunidade

Iom Kipur é feriado oficial

Desde maio de 2014, a delegação israelense na ONU fazia esforços diplomáticos para que o Iom Kipur fosse reconhecido como feriado oficial internacional. Finalmente, a data sagrada para a religião judaica foi reconhecida e, assim, já a partir deste ano, nenhum evento oficial pode ocorrer nessa data, e os funcionários judeus devem ser dispensados do serviço.

Robô Da Vinci no Einstein A partir de novos recursos do robô Da Vinci, o cirurgião Antônio Macedo, do Hospital Israelita Albert Einstein, desenvolveu uma técnica para empregar em dois tipos de cirurgia: reconstrução do intestino em casos de ablação de tumores e/ou quando uma parte do órgão é removida; e quando é necessário uma visão perfeita do contorno da vesícula biliar para retirá-la por apenas um orifício no umbigo com segurança.

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por Tania Plapler Tarandach | imprensa@taran.com.br

Jornada do Patrimônio no MJSP

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ara sensibilizar os cidadãos a conhecerem seus bens históricos, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) promoveram a I Jornada do Patrimônio, tendo como referência as Journées Européennes du Patrimoine, na França, e a Open House, em Nova York. O Museu Judaico de São Paulo aderiu à Jornada e abriu as portas do prédio em obras na rua Martinho Prado. Os visitantes percorreram os

quatro andares, verificaram o andamento das obras, o restauro do antigo Templo Beth-El e acompanharam o projeto expográfico em execução.

Chaverim adere ao cordel

O

Grupo Chaverim, representado por sua coordenadora técnica Daniela Karmeli, participou do projeto “Uma Vida Igual para Todos no Compasso do Cordel”. Iniciativa inédita no Brasil, realizada na Hebraica, ofereceu oficinas, palestras e apresentações artísticas,

incluindo os elementos lúdicos da literatura de cordel, num encontro promovido pelos ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos por meio da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

COLUNA 1 Jairo Roizen e Rony Potolski mostram seus samba-enredos no Sambódromo. Roizen, com Celsinho Mody, Guga Mercadante, Nando do Cavaco, Marcelo Zola, entre outros, são os autores carnavalescos na Pérola Negra contando a história da dança; Potolski estreia com um enredo a respeito dos cem anos do samba. Ele, Marcelo Madureira, Sukatinha, Igor Vianna, e mais parceiros, compuseram para a Unidos do Peruche.

Grupo israelense no comércio paulistano

A

organização israelense Gazit chegou ao Brasil em 2008 e, há dois anos, comprou o Top Center, shopping na Avenida Paulista, junto às ruas Augusta e Luís Coelho. De lá para cá, com novas lojas de grandes marcas e etiquetas inéditas na cidade o local se transformou. Além desse centro de compras, a Ga-

zit é dona do Mais Shopping, em Santo Amaro, e do Shopping Light, junto ao Viaduto do Chá, no centro paulistano. “Pensamos nesse local como uma nova Galeria Lafayette”, planeja Mia Stark, CEO da Gazit Brasil. Seu referencial é a famosa loja parisiense de departamentos. Até agora o grupo investiu 1,5 bilhão de reais no mercado paulistano.

AGENDA

Gesc entrega certificados

4/3, às 18h45 – Kabalat especial comemorativo aos oitenta anos da Congregação Israelita Paulista (CIP)

A segunda edição do Curso de Capacitação em Gestão (Gesc), promovido pela Fisesp, entregou os certificados a seus participantes. Entre representantes de várias instituições comunitárias Mirta Landsman e Olga Teperman Aizemberg, pela Wizo, e Isaac Waisman, pelo MJSP, concluíram o curso.

22 a 24/5 – No Netanya Academic College, Israel, Conferência Internacional Reconectado 2016: “Valorizando Raízes e Legados entre Latinos e Sefaraditas. Incluindo os Anussim, Conversos Forçados na Península Ibérica”. Informações, salomonb@netanya.ac.il

3 a 19/7 – Marcha da Vida para jovens de 20 a 30 anos. Polônia, Berlim, Israel. Condições especiais e vagas limitadas. Realização Hebraica e Fundo Comunitário. Informações, fundocomunitario.org.br/ marcha ou pelo fone 3081-7244 7/3 – Dia Internacional da Mulher. Wizo homenageia Linamara Rizzo Battistella, secretária de EStado dos Direitos da Pessoa com Deficência. Na Hebraica

∂ Suzana Teitel começou o ano em alta aprontando as malas para ir ao Txai Resort. Com tudo ganho no projeto “Itacaré eu vou”, do Grupo Lehitraot da Na’amat Pioneiras SP. Noemi Jaffe, Heni Ozi Cukier, Yudith Rosenbaum e Luiz Felipe Pondé fazem a lista de cursos da Casa do Saber neste mês. Temas interessantes na pauta.

Atuação conjunta: Weizmann e Fapesp “O Resgate da Pureza por meio da Arteterapia e da Criação Literária” é o tema do primeiro encontro com Mônica Guttmann este ano na Palas Athena. São quatro módulos em uma experiência vivencial. Dessa vez será na Arisa, em Santo André, a apresentação do filme Sobrevivi ao Holocausto. Com a presença do diretor Márcio Pitliuk e do astro principal, Júlio Gartner. O Wikipédia Ranking of World Universities classifica a Universidade Hebraica de Jerusalém entre as cinquenta melhores do mundo e a primeira em Israel. A avaliação é de José Lages e Antoine Patt, da Université de FrancheComté, e Dima L. Shepelyansky, da Université de Toulouse. Cambridge e Oxford, no Reino Unido, Harvard, Columbia e Princeton, nos Estados Unidos, lideram a classificação.

∂ No final de 2015, Golda Boruchowski, gerente-geral do Tryp Higienópolis, recebeu o título de comendadora da Associação Brasileira de Liderança. Com o apoio da Casa Stefan Zweig, o canal Arte 1 apresentou uma série com trinta exilados da Segunda Guerra Mundial. O primeiro programa foi dedicado aos músicos Eugen Szenkar, HansJoachim Koellreutter e Felícia Blumental. Coprodução da Telenews e Rio Filme. Em McCormick, Chicago, a radiologista Vivian Schivartche apresentou trabalho a respeito de câncer de mama na 101ª. Assembleia Científica e Encontro Anual da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA 2015).

No recém-aberto Museu do Amanhã, na região portuária do Rio de Janeiro, a exposição principal tem a concepção museográfica do designer especialista norte-americano Ralph Appelbaum. O paisagismo é assinado pelo escritório Burle Marx. No Sesc Pompeia, Bruce Gomlevsky é o ator e diretor que revive a tradição dos antigos contadores de histórias na encenação de Uma Ilíada. A advogada Paula Ajzen iniciou 2016 pós-graduada em Propriedade Intelectual pela Fundação Getúlio Vargas. Rudi Fischer e Primavera Editorial promoveram o lançamento do livro Em Nome de Anna.

∂ Conselheira eleita da OAB/SP, Eugênia (Guita) Zarenchanski foi recebida na primeira reunião pelo presidente Marcos da Costa.

O Instituto Weizmann de Ciências de Israel e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) viabilizaram a primeira chamada conjunta de propostas para promover e fortalecer as colaborações entre as duas instituições. Weizmann e Fapesp apoiarão os projetos dos pesquisadores Andrea Laurato Sertie, do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein/Sbibae, em parceria com Orly Reiner, do Instituto Weizmann, no projeto “Investigação do Papel do Sistema do Complemento no Desenvolvimento Cerebral e nos Transtornos do Espectro Autista”; Regina Pekelman Markus, do Instituto de Biociências/USP, e Tsvee Laídot, do Weizmann, apresentaram o projeto “Efeito do Ciclo Claro/Escuro sobre a Produção de Células Sanguíneas e Imunológicas por Células Tronco da Medula Espinhal em Condições de Homeostase e Inflamação”.

Visita aos moradores de rua Mais de trinta jovens voluntários de Novas Gerações Brasil do Congresso Judaico Latino-Americano e da World Union for Progressive Judaism Latin America se uniram ao grupo Anjos da Cidade em favor de moradores de rua. A arrecadação de alimentos, kits de higiene, roupas e brinquedos foi transformada num mutirão para montar sacolinhas individuais entregues durante jantar que reuniu moradores de rua. As boas-vindas e o diálogo entre voluntários e assistidos possibilitou a prática de preceitos judaicos como a tzedaká (justiça social) e g’milut chassadim (atos de bondade valorizando a dignidade e a diversidade).


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cultural + social > coluna1+comunidade

Papa Francisco na Sinagoga

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apa Francisco visitou o rabino-chefe Riccardo Di Segni, na Sinagoga de Roma no dia 17 de janeiro, data em que a Conferência Episcopal Italiana celebra o “Dia do Diálogo entre Católicos e Judeus”. “Ele é o terceiro após Paulo II e Bento XVI, ou melhor, o quarto papa a visitar-nos, pois o primeiro a entrar numa sinagoga foi São Pedro”, disse Di Segni. “O Concílio, com a declaração Nostra Aetate, traçou o caminho: ‘sim’ à descoberta das raízes judaicas do cristianismo; ‘não’ a toda forma de antissemitismo e condenação de toda injúria, discriminação e perseguição, que disso derivam”, afirmou o papa. Antes de finalizar com um “Shalom alechem!”, Francisco referiu-se aos sobreviventes da Shoá: “Hoje, quero recordar-lhes de modo particular: os seus sofrimentos, as suas angústias, as suas lágrimas nunca devem ser esquecidas. O passado deve servir de lição par o presente e o futuro. A Shoá ensina-nos que é preciso sempre máxima vigilância, para poder intervir, tem-

pestivamente, em defesa da dignidade humana e da paz. Quero expressar a minha solidariedade a cada testemunha da Shoá que ainda vive; saúdo, de modo particular, aqueles que hoje estão presentes aqui”. O rabino Di Segni falou da sua proximidade com o papa: “Desde sua eleição, pudemos conversar com bastante frequência, inclusive por telefone”. Quanto ao relacionamento entre cristãos e judeus, Di Segni ressaltou: “É um sinal em contraste com o daqueles que usam a religião para destruir o mundo. Nós queremos usar a religião para fazer algo de bom”.

Projeto de renovação urbana

Ensino médio em Israel

O Keren Kayemet LeIsrael (KKL) trabalha junto com o Ministério do Meio Ambiente para introduzir a energia renovável em todo o território israelense. O projeto piloto de painéis solares na cobertura da sede do KKL em Jerusalém, será replicado em cidades e aldeias distantes da região central.

A Classe Brasileira em Yemin Orde segue as exigências curriculares do Ministério de Educação do Brasil e as aulas são dadas por professores brasileiros residentes em Israel. Para informações, André Waissmann, (964-644-018) ou yemin. orde.br@gmail.com.

COLUNA 1

Éclater é o nome da linha de joias assinadas por Deborah Kamkhagi Supino e Carolina Mazuz, com criações também para a ala masculina.

Relacionamento entre credos Na Universidade Aberta de Israel, em Raanana, realizou-se a V Conferência Internacional de Religião e Governo: Judeus, Cristãos e Muçulmanos. Realização do Centro para Estudos de Relações entre Judeus, Cristãos e Muçulmanos (JCMcenter).

Coube aos artistas Ana Passos e José Terra conceberem o livro que conta a trajetória de As Joias de Reny Golcman, lançado na Livraria da Vila-Pátio Higienópolis. Evelin Sofia Rosenberg é sócia de Erlichman & Rosenberg Advocacia. Para começar o ano, Vivien e Cláudio Schlesinger driblaram o frio nova-iorquino e não perderam a vida cultural da cidade. Por iniciativa do vereador Quito Formiga, o médico ortomolecular Efrain Olszewer, israelense de nascimento com passagem pela Bolívia antes de vir ao Brasil, tornou-se Cidadão Paulistano. Sara Goldman Belz inicia a comemoração de seus quarenta anos de arte com uma exposição no Macc, em Caraguatatuba, dia 19. “Corpo e Alma” tem

PERSONAGEM curadoria do filho Cláudio Goldman. Em sua primeira viagem aos EUA, o músico recentemente falecido David Bowie foi recepcionado desde o aeroporto pela família judia ortodoxa de Michael Oberman. Em uma de suas biografias, Bowie chamou a sra. Oberman de “minha mãe adotiva americana”. A torcida é grande. O Menino e o Mundo, de Alê Abreu, está na lista do Oscar 2016, na categoria animação. A trilha sonora é dos parceiros Gustavo Kurlat e Ruben Feffer. “A Gênese do Antissemitismo na Alemanha: Século 19” é o tema da pesquisa de Miriam Betina Oelsner para sua tese de doutorado em história social na USP, orientada por Anita Novinsky. A tese foi escrita em torno do livro Lingua Tertii Imperii, de Victor Klemperer, que faz a análise da estrutura mental fascista a partir do estudo da manipulação da língua alemã pelos detentores do poder na Alemanha entre 1933 e 1945.

A visão de Meir Schneider Uma Lição de Vida é o título do primeiro livro escrito por Meir Schneider. Uma vida que começou em 1954, em Lvov, Ucrânia, quando nasceu um menino com catarata, astigmatismo e nistagmo. Os pais, surdos, imigraram para Israel quando ele tinha 4 anos. Aos 7, foi declarado cego. Quando o menino se revoltava, a avó o acalmava e dizia que as coisas podiam mudar. A mudança começou com a dona de uma biblioteca volante, semiparalítica, que lhe ensinou técnicas de relaxamento, e de Isaac, outro jovem com problemas visuais, que lhe apresentou o método de estimulação da visão do oftalmologista William Bates (1860-1931). Descrente no início, Schneider juntou aos exercícios para os olhos a ioga e a automassagem. Um ano e meio depois ele desenvolvera a visão funcional; em 1975, terminou a Bar Ilan University, em Tel Aviv e, três anos depois, seu BA em filosofia na University of San Francisco, EUA, seguido do PhD, em 1982, em artes da cura na Golden State University. Um ano antes, ele tinha a carteira de motorista sem qualquer restrição. Daí em diante, desenvolveu o método Self-Healing (autocura), criando o instituto com esse nome, destinado a ensinar técnicas, exercícios e a fundamentação científica de seu trabalho para esclerose múltipla, distrofia muscular, poliomielite, artrite reumatoide, degeneração da mácula.

O

Ao se mudar para São Francisco, EUA, atuou junto ao optometrista Ray Gottlieb. Com a permissão do Departamento de Educação do Estado da Califórnia, passou a formar alunos na sua School For Self-Healing Research Foundation. Veio ao Brasil a primeira vez em 1988, e lançou livro em português. Em 1993, reuniu mais de oitocentas pessoas na Hebraica. “Esta vez dei início às grandes classes aqui”, lembra Schneider e “agora venho a cada dois anos e dou um curso avançado com centenas de ouvintes”. Foi quatro vezes ao programa de Ana Maria Braga, tem mais de 100.000 seguidores no youtube e seu método é difundido por profissionais comprometidos com sua linha de atendimento, como Dora Tatiana Gebrael, que o conheceu no clube. Schneider vendeu milhares de livros e quer mais mudanças. Hoje, ele corre o mundo com seu método, difundido por dezenas de países e em Israel atende judeus laicos, ortodoxos, árabes. “Nas minhas aulas não tem guerra, nem interna, nem externa, todos estão preocupados com os olhos e os dos seus semelhantes”, diz Schneider, que já atendeu um bebê de dois dias de vida sem abrir os olhos e um senhor de 101 anos, deprimido com a morte da filha de 60 anos. “Cada vez, mais pessoas entendem o poder do movimento, da consciência do corpo se curar, algo que poderia começar com be-

nefícios enormes nas escolas, como algo preventivo”, explica o terapeuta. No Brasil em 2015, ele disse: “Não posso ser totalmente feliz antes que as pessoas aprendam o que tenho para ensinar”, afirmação que ele faz ao grupo de instrutores que compõem a Associação Brasileira de Self-Healing Autocura (Absh), presidida pela terapeuta Fabíola Santos, sem fins lucrativos, que visa divulgar o Método Meir Schneider – Self-Healing Autocura promovendo a troca entre profissionais, o estímulo à educação continuada, a produção de pesquisa e estudos, a promoção de cursos, eventos e a divulgação de materiais produzidos especialmente (www.absh.org.br) sempre por meio de instrutores validados pelo criador do método. “A perda da visão é normal na vida moderna, porém não é nova para os olhos. Precisamos compensar, mudar nossos hábitos visuais e prevenir os problemas, por isso quero retornar à Hebraica para levar meu trabalho a um maior número de pessoas”, afirma Schneider.

Ermínio (z’l) deixa saudade

antigo escritório funcionava em um prédio agora decadente da rua Sete de Abril onde, há uns cinquenta anos, advogados como o professor Vicente Rao e Saulo Ramos tocavam suas bem sucedidas bancas de advocacia. O escritório era do lado esquerdo de quem saia do elevador e para chegar às salas dos dois advogados que lá atuavam era preciso vencer um pequeno corredor e uma improvisada sala de espera com muitas cadeiras. Tudo muito simples. Mesmo as salas deles eram decoradas do essencial: a mesa de trabalho, duas ou três cadeiras para os clientes e os poucos papéis à mesa dividiam o espaço com os livros necessários – Constituição, códigos de processo e legislações criminais, cíveis, e etc. Lá trabalhavam, Ermínio Eisenbaum e Moisés

Wagon. Tempos depois se separaram. Havia uma explicação para as pequenas salas de trabalho e os grandes espaços destinados a espera: era preciso acolher o tanto de gente que acorria aos bons – e quase gratuitos -- ofícios de ambos, principalmente quando se tratava de eventos na esfera criminal. Para isto, os interessados pediam para falar com Ermínio que às vezes resolvia rapidamente, diante mesmo do interessado. “Quanto lhe devo” perguntavam. “Nada. Quero ver vocês felizes”, respondia. Na vida comunitária, Ermínio integrou o Conselho Deliberativo da Hebraica e fazia parte da sua Mesa, que dirigia as reuniões. Presidiu o Macabi. E cuidou, em segredo, de vários casos advocatícios. Morreu nos primeiros dias do ano.


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Feliz Ano Novo 1. As brincadeiras entretiveram os mais novos a noite toda; 2 e 4. Famílias Shargorodsky, Benzaquen, Terner e do ex-presidente Berel Zukerman; 3 e 5. Queima de fogos agradou em cheio; 6. Salgados e doces nas mesas a noite toda; 7. Drinques à beira da piscina; 8. Sônia Rochwerger e o presidente Avi Gelberg com a ajuda dos sócios mirins no sorteio dos brindes; 9. É bom começar o ano “in love”

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1. e 2. Ao redor do fogão, as aulas de culinária fizeram a alegria dos pequenos no Espaço Gourmet; 3. Amigas gostaram da linha de joias, lançamento de Deborah Kamkhagi Supino e Carolina Mazuz; 4. Holambra fez parte do roteiro da excursão da Wizo; 5. Apoio Fapesp e Weizmann na área da pesquisa: Regina Pekelmann Markus, do Instituto de Biociências/USP, e Tsvee Lapidot, do Instituto Weizmann de Israel desenvolvem projeto

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Estreia teatral no Teatro Arthur Rubinstein. 1. Silvana Melky e Perla Nahum; 2. Ala feminina mostrou que é fã do ator Thiago Fragoso; 3. Encontro dos globais Tuna Dwek e Fragoso; 4. Denise e Avi Gelberg dão as boas vindas ao ator e ao produtor executivo de As Benevolentes, Luque Daltroso; 5. Ator Leonardo Medeiros; 6. Ovadia Saadia, Eliane Munhoz e Cristina Fassina; 7. Fragoso, Anésio Fassina e Gelberg; 8. Thiago Fragoso faz o monólogo As Benevolentes

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juventude > centro de música

Com as cartas na mão

Reconhecimento internacional

EM FEVEREIRO, O HEBRAICA ADVENTURE PEGA CARONA NO CRESCENTE INTERESSE DOS JOVENS PELO JOGO DE POKER E PROMOVE UM TORNEIO INTERNO NO DIA 21, EM PARCERIA COM O SITE CASSINERA

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GUSTAVO KURLAT (FOTO) E RUBEN FEFFER COMPUSERAM A TRILHA SONORA DE O MENINO E O MUNDO, ANIMAÇÃO QUE CONCORRE AO OSCAR, DIA 22. NA TORCIDA ESTARÃO TODOS OS ALUNOS DO CENTRO DE MÚSICA, IDEALIZADO E COORDENADO POR KURLAT

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juventude > adventure

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ais e alunos do Centro de Música Naomi Shemer apostam na escolha da animação O Menino e o Mundo, dirigida por Alê Abreu, para o Oscar da categoria. “Tudo o que o Gustavo faz dá certo. Ele aplica seu talento nas composições e também na administração do Centro e é por isso que a equipe de professores é muito competente. O filme já levou outros prêmios. Claro que vai ganhar também o Oscar”, afirma Cláudia Hemsi Leventhal, aluna de canto e recentemente indicada diretora do Centro. O Menino e o Mundo foi lançado em 2014 e voltou ao circuito comercial em janeiro por conta da candidatura ao Oscar. Lançado no circuito internacional há dois anos, ele já venceu o Festival de Anecy, onde, além do prêmio de melhor animação também conquistou o prêmio dado pelo público. No ano

passado, ele venceu o Grande Prêmio Brasileiro de Cinema nas categorias de melhor filme de animação e infantil. Além desses, o filme foi muito aplaudido no Japão, Argentina, Portugal e outros países. Quem assistiu a O Menino e o Mundo entende a importância do trabalho de Ruben e Gustavo, pois o filme quase não tem diálogos. “A música fala e as imagens contam a história. Como profissional, o trabalho me agradou, mais ainda por ser o resultado de uma parceria”, afirmou Gustavo. Enquanto os jornais especulam a respeito do prêmio, Gustavo prepara o início de mais um ano letivo e encaminha novos projetos. Só quem o conhece bem sabe que seu trabalho tem chances de receber o maior prêmio do cinema. (M. B.)

21

DOMINGO

16

FEVEREIRO Espaço

ADOLPHO BLOCH

inscrições no site

www.cassinera.com/hebraicapoker

ADULTO

REALIZAÇÃO:

ORGANIZAÇÃO:

ia 21 de fevereiro, às 16 horas, no Espaço Adolpho Bloch, fãs e jogadores de poker terão a oportunidade de testar a habilidade com as cartas. O Torneio Hebraica Poker Open reproduzirá no Espaço Adolpho Bloch o clima de tensão e expectativa dos torneios internacionais transmitidos pelas emissoras de TV. “Há muito tempo, os sócios sugerem que organizemos um torneio, já que é comum os amigos se reunirem nas casas uns dos outros e muita gente utiliza os sites de internet para jogar”, informa Milton Cukierkorn, coordenador do Hebraica Adventure. O Hebraica Poker Open oferecerá uma premiação escalonada para os nove primeiros colocados. O campeão e o vice receberão, respectivamente, vales viagem do Adventure no valor de R$ 5.500,00 reais e R$ 3.000,00. Para o terceiro colocado, está reservado um final de semana no Hotel Sofitel /Jequitimar e para os jogadores classificados do quarto ao nono lugares será entregue um conjunto Johnny Walker Double Black. O Hebraica Poker Open será o terceiro evento do Hebraica Adventure em 2016. Em janeiro, quarenta famílias passaram um final de semana no Hotel Sofitel Jequitimar, aproveitando a infraestrutura do local e as atividades propostas pelas equipe de madrichim do Hebraikeinu. “O Adventure Family já é uma marca registrada do nosso trabalho. Tomara que o Poker Open tenha o mesmo sucesso”, conclui Milton. Para mais informações, ligue para 38188790/8927. (M. B.)


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juventude > danças

Ainda há tempo Já começaram os cursos e atividades do Centro de Danças, mas ainda há vagas para crianças e adolescentes nas aulas de balé e street dance, assim como nos grupos de dança folclórica. Para adultos, o projeto Meu Momento oferece opções de zumba, harkadá e ballet fitness. Mais informações, 3818-8871.

E N T R E V I S TA A Hebraica – Qual a impressão do grupo Galgal Ba’Maagal em relação ao Festival Carmel? Roni Siman Tov – Estamos adorando. Todos nos receberam com carinho e em pouco tempo deixamos de nos sentir como visitantes. Deu para ver como o festival conecta os judeus brasileiros a Israel por meio da dança e o quanto a dança folclórica é apreciada no País. Para nós, é uma honra estar aqui e somos gratos à organização do festival pelo convite e toda a organização logística para tornar possível a nossa participação.

OS INTEGRANTES DO GRUPO GALGAL BA’MAAGAL PRESTIGIRAM AS APRESENTAÇÕES DOS OUTROS GRUPOS DURANTE O 35º FESTIVAL

CARMEL

Folclore sobre rodas FORMADO POR DANÇARINOS COM E SEM DIFICULDADES DE LOCOMOÇÃO, O GRUPO DE DANÇAS ISRAELENSE GALGAL BA’MAAGAL APRESENTOU-SE DURANTE O 35º FESTIVAL CARMEL. OUTROS GRUPOS COMO O MISGAV, DE ISRAEL, NAALÉ, DA ARGENTINA, SHORASHIM, DO URUGUAI E NIRKODA, DOS ESTADOS UNIDOS, DERAM UM TOQUE INTERNACIONAL AO FESTIVAL

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ois meses após o 35º Festival Carmel Le Olam, a participação do grupo israelense de dança Galgal Ba´Maagal ainda repercute entre o público que prestigiou a apresentação. Além de participar dos shows principais do festival, os dançarinos do Galgal circularam pelo clube durante o final de semana e assistiram os pocket shows, harkadot e também a maratona, sempre liderados pelo diretor e coreógrafo Roni Siman Tov. Ele deu entrevista à reportagem da revista Hebraica, em um intervalo do ensaio do grupo.

Duas erratas Na edição anterior, a legenda da foto publicada à página 39 estava incorreta. A imagem era do grupo Carmel no show de encerramento em uma coreografia a respeito de Jerusalém de autoria de Paloma Gedankien e Nathalia Benadiba. E na pagina 40, a foto 5 mostrava a lehaká Chaverim durante sua apresentação no penúltimo show do Festival Carmel Le Olam.

Como surgiu a ideia de levar cadeirantes para o palco? Siman Tov – O Galgal reflete o jeito israelense de ser. A princípio, propus à prefeitura de Hertzlia criar um grupo tradicional de danças para pessoas com dificuldades de locomoção. Dançar é melhor do que ficar em casa ruminando os problemas. Aos poucos formamos o grupo com pessoas de diversas origens – gregos, turcos, sabras – e isso me inspirou a direcionar o trabalho

para o folclore judaico. Nos últimos quinze anos formamos um repertório grande que inclui coreografias baseadas na tradição judaica oriental, danças hassídicas e horas. Tenho certeza de que cadeiras de rodas não impedem ninguém de se expressar no palco por meio da dança. Elas são como bandeiras sinalizando a força dos israelenses e do povo judeu em geral. É muito complicado excursionar com um grupo com características especiais, como o Galgal? Siman Tov – Estamos acostumados. Já nos apresentamos em muitos países e o fato de trabalharmos e nos conhecermos há muito tempo facilita muitas das etapas das viagens como hotéis, organização do figurino, etc. Em Israel temos uma rotina apertada com ensaios e shows. Mais de uma vez nos apresentamos no Festival Karmiel, o principal evento folclórico em Israel, e também no Festival Galgal Hazahav, dirigido a grupos cujos participantes tenham algum grau de dificuldade física. Para nós, o mais importante é entrar no palco e mostrar nossa arte.


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juventude > fotos e fatos

juventude > hebraica business forum 3.

1.

2.

MICHEL PORCINO, AO CENTRO, ENCERROU A AGENDA DE CONVIDADOS DO HEBRAICA BUSINESS FORUM, COORDENADO POR BENNY SPIEWAK (À DIREITA)

Histórias inspiradoras UM

EX-CEO DE EMPRESA

QUE INICIOU UMA LOJA VIRTUAL DE ÓCULOS, UM BRASILEIRO QUE COMANDA

UMA INCUBADORA DE EMPRESAS APOIADA

PELA MICROSOFT E UM VELEJADOR FORAM

TRÊS DOS CONVIDADOS DO HEBRAICA

BUSINESS FORUM

4.

5.

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iniciativa de criar um elo com jovens profissionais é da vice-presidência de Juventude e o advogado Benny Spiewak a executou. “A proposta era reunir um máximo de vinte participantes com um ou dois empreendedores para uma troca de ideias. Dessa forma, muitos jovens que estavam afastados do clube se interessariam novamente pela nossa programação”, explicou Spiewak. Ele orientou os encontros com Arthur Blaj criador da Livo, Beny Rubinstein CEO da Cubo, incubadora apoiada pela Microsoft e o navegador Frederico Rubinstein. “Cada convidado relatou sua trajetória profissional e debateu as dúvidas dos participantes. Era justamente o que pretendíamos quando lançamos o Hebraica Business Fórum”, afirmou. Em dezembro, no último dos oito encontros realizados pelo agora chamado HBF, Benny já planejava a agenda para 2016. “A partir de março, pretendemos seguir a mesma linha de trabalho e focar especialmente nas sócias, que começam a empreender por conta própria ou se lançando em uma start up. Vale a pena esperar”, garante o advogado. (M. B.)

1. Atividade ao ar livre durante a colônia de férias do Hebraikeinu; 2, 3 e 4. A organização para a saída da machané Kaitz (acampamento de verão) foi extremamente bem feita, garantindo a segurança de todos e o embarque no horário previsto; 5. Contação de histórias foi uma das atividades especiais oferecidas pelo Espaço Bebê durante o mês de janeiro


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juventude > fotos e fatos

O primeiro Adventure Family de 2016 movimentou o hotel Sofitel Jequitimar no Guarujá. Pais e filhos partilharam a emoção do Cabalat Shabat e as crianças se divertiram com uma sessão de com os cientistas geniais do Med Science. O sol estimulou o aproveitamento da infra-estrutura do local,especialmente das piscinas, onde um instrutor ensinou os movimentos básicos do surf

es por tes


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esportes > jogos macabeus pan-americanos

Honroso quarto lugar O BRASIL FICOU EM

QUARTO LUGAR NOS

XVII JOGOS MACABEUS PAN-AMERICANOS DO CHILE,

REALIZADOS NA VIRADA DO ANO

NOS PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS DE SANTIAGO

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tletas, familiares e acompanhantes da delegação brasileira postaram milhares de fotos da cerimônia de abertura do evento e das comemorações a cada vitória das equipes brasileiras. Se Estados Unidos, Chile e Argentina ganharam os primeiros lugares no torneio, os brasileiros conquistaram o público que compareceu aos estádios e centros esportivos para assistir às partidas de vôlei feminino e masculino e as provas de natação da categoria open, nas quais o Brasil foi primeiro e trouxe muitas medalhas de ouro. Na categoria master, os brasileiros se destacaram no basquete + 45, na natação e no tênis +35. No caso do vôlei feminino, o técnico

PARTE DA DELEGAÇÃO BRASILEIRA NA CHEGADA AO CENTRO ESPORTIVO EM SANTIAGO

Pilon e o diretor da modalidade no evento, Daniel Bialski, conseguiram incutir nas atletas Clara, Rafaella, Nina, Leticia Geigner, Leticia Stefanelli, Giovana, Nicole, Júlia e Priscila um lema que também se refere às macabíadas mundiais: “Dez dias para competir e uma vida para recordar”. Segundo o relatório do coordenador de vôlei da Hebraica, Marcelo Dias, a disputa na categoria junior (1999-2000) foi um quadrangular entre Brasil, duas equipes do Chile e Cuba. O Brasil classificou-se após três partidas com duas vitórias e uma derrota contra os chilenos. “As atletas mostraram muita maturidade, pois souberam distinguir as horas

dedicadas ao envolvimento social e cultural da competição em si”, descreveu o coordenador. Saudosas, as famílias que ficaram no Brasil, diariamente recebiam notícias e fotos, acompanhando cada minuto da rotina das filhas. Marcelo aproveitou para parabenizar o técnico Pilon, as atletas e Daniel Bialski pelo excelente resultado. Ele conta que “plantamos uma semente com boa parte desse grupo que participou da Macabíada em Israel, em 2013 e, depois do êxito das atletas no Chile, pretendemos iniciar imediatamente a preparação visando a Macabíada Mundial em 2017, já com uma equipe mais amadurecida”. No tênis, o técnico Ricardo Nitta ficou satisfeito com o desempenho dos brasileiros nas quadras, durante o Pan-Americano: “Na categoria junior (até 16 anos), no simples Gabriel Frassei Newman conquistou a medalha de bronze e nas duplas mistas o mesmo Gabriel jogou em parceria com uma tenista mexicana e também ficou em terceiro lugar. Já no master +35, Carlos Altona conquistou duas medalhas de bronze, uma na simples e outra em parceria com Juliana Altona”. No futebol de campo, o técnico Ale Chinelato enfatizou o resultado da equipe sub-16 que conquistou, de forma invicta, a medalha de bronze em cinco jogos com duas vitórias e três empates. “Também comemoramos a atuação de Henrique Dryzun, artilheiro da competição com quatro gols”, acrescentou o técnico. Na ginástica artística, competiram três atletas brasileiros: na categoria pré-junior, a ginasta Thayane Santana classificou-se para as finais por aparelho e conquistou o sétimo lugar no individual geral. Na categoria junior, a ginasta Bianca Pinheiro de Sá obteve o sexto lugar e Bruna Pinheiro de Sá o oitavo nas finais por aparelho. “Foi um desempenho satisfatório, que aponta para um bom resultado futuro na XIX Macabíada Mundial em Israel, em 2017”, segundo a coordenadora de ginástica artística da Hebraica, Rose Lamarca. (M. B.)

Dezenove anos e medalhas EX-ATLETA DAS EQUIPES DE NATAÇÃO DA HEBRAICA E DO SESI, RODRIGO FELLER ESTUDA NA UNIVERSITY INDIANA OF PENSYLVANIA DESDE 2015, E

INTEGROU A DELEGAÇÃO BRASILEIRA

À XVII EDIÇÃO DOS JOGOS MACABEUS PAN-AMERICANOS

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o início do ano e retornou Robrigo Feller aos Estados unidos com dezesseis medalhas em provas de diferentes estilos de natação. Ele realizou o sonho de muitos esportistas associados da Hebraica de estudar em uma universidade nos Estados Unidos porque tem talento como, no caso, nadador. Nos feriados de final de ano, Rodrigo viajou para o Chile e representou o Brasil nos XVII Jogos Macabeus Pan-Americanos e conquistou nove medalhas de ouro: (1.500 metros livres, 800 livres, 400 livres, 200 costas, 50 peito, 100 peito, 200 peito, 200 medley e 400 medley) e sete pratas (200 borboleta, 200 livre, 4 x 100 livre misto, 4 x 50 livres masculino, 4 x 50 medley misto, 4 x 100 medley misto) e três bronzes (100 costas, 50 borboleta e 100 borboleta). Nesta entrevista, ele fala da sua experiência como aluno no exterior e da participação nos Jogos Macabeus Pan-americanos.

ENTREVISTA Hebraica – Como foi seu primeiro período no exterior? A faculdade exige muito do aluno, ou dá para ir levando? Qual é a disciplina mais desafiadora para um brasileiro como você? Rodrigo Feller – Meu primeiro semestre nos Estados Unidos foi muito proveitoso, acadêmica e esportivamente. Consegui me qualificar para os campeonatos estaduais em cinco provas, mesmo me sendo permitido só disputar quatro;

e academicamente tive media 3.8 na escala até 4. A faculdade exige muito em ambas as áreas, mas não é difícil conciliá-las. O aluno escolhe aulas e horários desde que totalizem uma carga semanal de quinze horas/aula. Não é muito, mas tem muita lição de casa e trabalhos que têm muito peso nas notas. No meu caso, como eu curso duas matérias (negócios internacionais e gestão espor>>


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esportes > jogos macabeus pan-americanos >> tiva), escolhi para o primeiro semestre a de introdução para gestão esportiva. Foi a mais desafiadora, muito em razão do vocabulário e da grande quantidade de textos para ler e escrever. No entanto, nos Estados Unidos a faculdade faz tudo para ajudar a obter notas boas. Todos os professores têm “horários de escritório” durante os quais esperam os alunos só para tirar duvidas. Além disso todos os dias, à tarde, há tutores de inglês e matemática à disposição. Hebraica – Qual a impressão que você leva do Pan-Americano do Chile? Acha que o Brasil teve bom desempenho nesta edição? Feller – É muito positiva. O que me chamou muita atenção foram os resultados da categoria master, especialmente na natação. Tivemos resultados muito expressivos e um deles entre os top dez do mundo. Já os mais novos também se saíram muito bem. Gostei da atitude dos garotos. Quanto aos outros esportes, acompanhei a luta dos garotos do futebol sub-16 e sub-18, am-

bos com uma expressiva medalha de bronze; e alguns jogos do voleibol feminino, também muito bons. Hebraica – Depois de seis meses fora do país e dois anos nadando por outra equipe, como foi representar o Brasil? Feller – Desde que saí da Hebraica, treinei com nadadores olímpicos e detentores de medalhas em mundiais. Vivi uma rotina que visava às competições internacionais e aprendi muito com meus ex-colegas de equipe a lidar com elas. Descobri que quando você representa o Brasil, está, acima de tudo, representando sua família, amigos e todos aqueles que estiveram com você desde o começo e, por isso, sempre foi e sempre será uma honra representar meu pais no exterior. Hebraica – Mesmo fora do país, você ainda mantém contato com os amigos que cursam universidade no Brasil? Feller – Tanto com os amigos de colégio quanto os da natação. Procuro sempre estar por dentro do que acontece no Brasil e sempre que possível apro-

veito para manter contato. Hebraica – Qual a sua mensagem para os atletas de natação do mirim e infantil que daqui a alguns anos estarão às vésperas de um evento macabeu? Vale a pena? O esporte é um caminho a seguir? Feller – Acredito que o esporte e o espírito macabeu têm muita coisa em comum. Ambos ensinam que a competição em si está restrita às quadras e piscinas. Fora delas, somos todos amigos e companheiros. Como nadador, durante toda a minha carreira, aprendi ser mais que um atleta, aprendi ser um cidadão; aprendi a cumprir regras, normas, horários e muito mais. Para mim, esportista completo é aquele que sabe diferenciar o tempo de estudo, treino e diversão. Por isso, sempre serei a favor do esporte. Vale muito a pena, não só pela saúde, mas pelo legado que deixa para o ser humano. Aos atletas mirins, petiz e infantil digo que continuem treinando forte, pois vale a pena. As Macabíadas são uma experiência única que agregam em todos os sentidos aos que delas participam. Mas acima de tudo, nunca deixem os estudos de lado. (M. B.)

ATLETAS DE VÁRIAS MODALIDADES RECEBERAM O PRÊMIO MÉRITO ESPORTIVO DURANTE O EVENTO QUE ENCERROU AS ATIVIDADES DA VICE-PRESIDÊNCIA DE ESPORTES EM 2015

Trabalho contínuo PREMIAÇÕES NA FESTA DO ATLETA FORAM DIVIDIDAS EM QUATRO CATEGORIAS. TRÊS PROFISSIONAIS DA HEBRAICA QUE PARTICIPARÃO NA OLIMPÍADA 2016, NO RIO DE JANEIRO,

TAMBÉM FORAM HOMENAGEADOS

ATLETAS DO VÔLEI COMEMORARAM O OURO E COMEÇAM OS TREINOS PARA A MACABÍADA 2017

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esportes > festa do atleta

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XXXV Olimpíada das Escolas de Esportes foi a primeira menção feita durante a Festa do Atleta, evento que encerrou a agenda da vice-presidência de Esportes, em 2015. Em agosto, a Olimpíada mobilizou cerca de 1.500 atletas de trinta entidades e foi considerado um caso de sucesso das atividades da vice-presidência de Esportes. A equipe de professores e coordenadores, representada por Ana Lúcia Portaro, Cláudia Barbizon e Maria Regina M. Falcade, além do diretor, Victor Lindenbojm foi aplaudida pela plateia no Teatro Anne Frank. Os prêmios de mérito esportivo e o melhor atleta destacaram os esportistas em várias faixas etárias e modalidades. Como jogadores de badminton, Manoel e Ylan Psanquevitch, pai e filho, receberam troféus respectivamente nas duas categorias. Durante a premiação, três profissionais da equipe técnica da área esportiva da Hebraica foram homenageados em ra-

zão da Olimpíada 2016, no Rio de Janeiro: Marcelo de Carvalho foi pré-convocado como árbitro de polo aquático, Diogo de Castro será assistente técnico da seleção de handebol e o sensei Edison Minakawa, árbitro de judô, função na qual é considerado o quarto melhor do mundo. Os troféus foram entregues pelo campeão de tiro esportivo, Felipe Wu. Também receberam prêmios Carlos Eduardo Finkelstein, do polo aquático, como melhor diretor de modalidade, e os atletas do futsal, Fernando Bekerman, do sub-9 e Bruno Carazzai, do sub15, premiados no Campeonato Estadual 2015. Além deles, foram mencionados os goleiros menos vazados das suas categorias, Rafael Lafer, do sub-9 e Felipe Melsohn, do sub-11. Este mês, iniciam-se as atividades na Escola de Esportes e os treinos para as modalidades recreativas e competitivas. Desse trabalho, surgirão os fatos e resultados que justificarão a Festa do Atleta 2016. (M. B.)


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Para anunciar na revista Hebraica

L i g ue: 3 8 1 5 - 91 5 9 duvale@terra.com.br

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ma ga zine


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magazine > tecnologia | por Ariel Finguerman, em Tel Aviv

ELI HARARI RECEBE DO PRESIDENTE OBAMA A MAIS IMPORTANTE MEDALHA DOS EUA CONCEDIDA A CIENTISTAS

A história da Sandisk e de quem a inventou A HISTÓRIA DO ISRAELENSE ELI HARARI,

QUE DESEMBARCOU NOS EUA COM MIL DÓLARES NO BOLSO E REVOLUCIONOU O

MUNDO DIGITAL AO CRIAR A SANDISK EM

1988, VENDIDA POR DEZENOVE BILHÕES DE DÓLARES EM 2015

N

o fi nal do ano passado, o mundo da tecnologia testemunhou uma das maiores vendas da história, quando a empresa de cartões de memória Sandisk foi vendida por dezenove bilhões de dólares. Este foi o último capítulo da vitoriosa carreira do mago da tecnologia digital, o israelense Eli Harari, responsável pela criação dos pequenos cartuchos de armazenamento de informações hoje na maioria dos celulares, tablets e laptops no mundo. Para consagrar a carreira, Harari recebeu das mãos de Barack Obama a Medalha de Ciência e Tecnologia, a maior condecoração norte-americana para cientistas. Na cerimônia, Harari deu ao presidente um diminuto cartão de memória, explicando que ali havia dois trilhões de transístores que podem arma-

zenar toda a Biblioteca do Congresso. Obama respondeu que este produto “influencia a vida de bilhões de pessoas, como minhas duas filhas, que não vivem sem isto”. E tudo começou quando o jovem Harari, então com 24 anos e apenas mil dólares no bolso, chegou aos EUA. Ele nasceu em Tel Aviv, de pais imigrantes de Varsóvia. Até o ginasial, estudou na escola pública Carmel, na rua Hanevi’im, mas o pai sonhava em lhe dar uma educação de “gentleman britânico” e, para isso, matriculou-o numa escola colegial judaica na Inglaterra. Harari voltou a Israel, pronto para servir a força aérea do Tzahal. Mas quatro meses antes de terminar o serviço militar, permitiram-lhe uma baixa especial para ingressar no curso de física da Universidade Hebraica de Jerusalém. Depois de formado, fez questão de retribuir a gentileza e retornou à força aérea, para terminar o serviço militar por completo. Nesta época ele já estava contaminado com o famoso discurso do então presidente John Kennedy no qual prometia desenvolver tecnologia suficiente para enviar um homem à lua até o final dos anos 1960. Movido por este sonho, Harari decidiu completar os estudos nos Estados Unidos aonde chegou com os tais mil dólares. “Não venho de uma família rica”, recordou em entrevista ao jornal israelense Calcalist. “Minha mãe me ajudou o tanto que pôde e lutei para sobreviver até conseguir uma bolsa de estudos. Somente depois dos 50 anos é que parei de me preocupar com dinheiro.” Conseguiu se doutorar na Universidade de Princeton e foi contratado para trabalhar em uma empresa ligada a armamentos na Califórnia. Ali reconheceram-lhe a capacidade e lhe deram uma grande liberdade de pesquisa. Harari começou a vislumbrar o que duas décadas mais tarde seriam os cartões de memória. Mas como suas ousadas propostas não foram aceitas, demitiu-se e foi trabalhar na gigante de chips, Intel. Harari permaneceu na Intel até o final dos anos 1970, diretamente com o legendário engenheiro judeu húngaro e CEO da empresa, Andrew Grove. O jovem israelense propôs que a empresa tivesse uma “unidade de elite” constituída das cabeças mais geniais, que atuaria separado até mesmo do departamento de pesquisa e desenvolvimento, para projetar e desenvolver chips ainda mais sofisticados do que se poderia imaginar na época. Outra vez, no entanto, desprezaram a visão futurista de Harari. “Eu sabia exatamente o que deveria ser feito e exigi os recursos necessários. A Intel considerou meu projeto arriscado demais e previram que seria um fracasso.” Passo do tamanho das pernas Harari então deu um passo arriscado na vida profissional: pediu demissão da Intel para montar uma start-up, sozinho. “Não tinha todas as respostas para as questões levantadas pela nova tecnologia que eu apenas vislumbrava, mas compreendi a física por detrás, e isto é o mais importante.” Foram sete anos de vacas magras, até que, em 1988, Harari apresentou ao mercado a Sandisk. Associado a um indiano e a

um chinês, Harari conseguiu ao mesmo tempo lançar um produto revolucionário – pequenos cartões de memória em substituição aos pesados equipamentos de memória rígida da época – e empurrar o gigantesco antigo patrão Intel para fora do mercado. “Éramos menos de trinta pessoas, mas tínhamos o desejo de mudar o mundo, parecíamos os 36 Justos [da lenda judaica]. Sem dúvida, tudo que fiz na Sandisk eu poderia ter feito dentro da Intel, uma empresa fenomenal, mas que por ter se tornado muito lucrativa, os investidores passaram a detestar riscos. A Intel ocupa hoje o mesmo lugar onde estava há 25 anos, não acontece muita coisa nova ali.” Isto não quer dizer que a Sandisk passou a navegar em mares calmos, ao contrário. Embora atrasada, a Intel avançou como uma feroz Moby Dick sobre a nova tecnologia dos cartões de memória, e com especial vontade de engolir a recém-criada e competidora Sandisk. Mas Harari e seus sócios navegaram bem e mostraram que vieram para ficar – e conquistar – o mercado. Harari também sofreu durante o início dos anos 1990 com o típico problema de um visionário: ele mirava um futuro em que equipamentos leves necessitariam de cartões de memória diminutos como os seus. Mas naquela época, os consumidores se contentavam com a ideia de carregar um laptop de oito quilos, sem reclamar. Dos 120 milhões de dólares de receita que Harari prometera aos investidores para 1993, a Sandisk conseguiu apenas um sexto do valor. Simplesmente porque ainda não havia mercado para sua fabulosa invenção. Viva a câmera digital A salvação surgiu por meio da empresa de tecnologia Seagate, que reconheceu a genialidade da invenção e apostou trinta milhões de dólares no seu êxito. Este investimento deu o fôlego necessário para mais seis anos, quando, enfim, surgiu no mercado a tão esperada inovação: as máquinas fotográficas digitais, que passaram a exigir diminutos cartões de memória. A Sandisk explodiu, conquistando 40% do mercado mundial de >>

A Intel avançou como uma feroz Moby Dick sobre a nova tecnologia dos cartões de memória, e com especial vontade de engolir a recém-criada e competidora Sandisk. Mas Harari e os sócios navegaram bem e mostraram que vieram para ficar


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magazine > tecnologia

PLANTA SANDISK ISRAEL

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PRODUTOS SANDISK

armazenamento de dados. Quando tudo parecia sob controle, veio a crise mundial de 2008. O valor da Sandisk despencou de mais de dez bilhões de dólares para U$ 1,1 bilhão. A concorrente Samsung aproveitou a situação desesperadora dos acionistas e ofereceu fantásticos 5,8 bilhões de dólares pela Sandisk. Altivo, o capitão Harari recusou a oferta, conseguindo levar sua empresa novamente até um porto seguro. Sete anos depois, em 2015, a Sandisk foi vendida por dezenove bilhões de dólares, valor próximo do preço estimado da Toshiba, com a diferença que a japonesa emprega 210 mil funcionários, e a Sandisk 5,5 mil. Em 2010, dois anos depois da crise, e no auge da carreira, Harari resolveu se aposentar. Ou, como ele mesmo diz, “antes que alguém me derrubasse, deixei o ringue sem ter recebido nenhum nocaute”. Fez dieta, passou a se dedicar à família e

gastar o tempo em viagens e leitura. Mas que ninguém pense que aquele jovem israelense que desembarcou na América sem dinheiro não se orgulha do que conseguiu realizar. “Sei que consegui realizar muito mais do que sonhei que poderia. Muita gente usa nossa tecnologia, todos os dias, mesmo sem saber. Por mim, tudo bem, não precisam mesmo saber, esta tem de ser uma preocupação exclusiva da empresa. Todo empreendedor quer mudar o mundo, mas isto é difícil e poucos conseguem. Eu consegui e me sinto um cara de grande sorte.”

Segredos do empreendedorismo, segundo Eli Harari “Faça uma coisa só, mas faça-a bem. A chance de você vencer em seu empreendimento é de uma em dez. Mas não pense que se começar a fazer duas coisas ao mesmo tempo sua chance aumentará para duas em dez. Na verdade, você estará diminuindo suas chances. Se você tem recursos de sobra, faça então uma só coisa, com o dobro do empenho.” “Aprendi muito com meus erros. Foram frustrantes e nada fáceis. Mas alguns deles foram erros dourados, que me ensinaram a respeito do certo e do errado. O segredo é não repeti-los, aí já seria estupidez.” “Fui demitido quando tinha 43 anos de idade. Foi duro, especialmente porque havia falhado e estava sozinho. Foi muito desafiador, mas sempre fui inspirado pela adversidade.” “Para começar uma empresa, você deve estar cercado de uma ótima equipe, principalmente de sócios. Meus sócios e eu compartilhávamos valores, tínhamos os mesmos valores éticos e quando conversávamos acerca da realidade, abríamos a conversa primeiro com as más notícias. Dezoito anos depois, ainda estávamos juntos, dirigindo o show e nos divertindo.” “Conseguimos baixar o preço de memória digital ao consumidor em cem mil vezes. Passamos de cinquenta dólares por megabyte, em 1988, para 0,50 de dólar por gigabyte atualmente. Sempre fomos movidos pela fé em aprimorar a tecnologia e levar aos nossos consumidores os benefícios do seu barateamento.”


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por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com

Direita rosada A cerimônia de posse de um novo deputado do Likud na Knesset deveria chamar pouco a atenção. Mas o caso do político Amir Ohana é diferente: gay, com um companheiro e pai de dois filhos, é considerado “o primeiro deputado da direita israelense orgulhoso”. O título não emocionou os treze representantes dos partidos ortodoxos, que deixaram a plenária na sessão de posse. Ohana substituiu Silvan Shalom, que abandonou a política após um escândalo sexual. O novo deputado, 38 anos, é advogado, ex-agente do Shin Bet e reservista do Tzahal. Bibi Netaniahu saudou-o dizendo que ele tem “uma excepcional responsabilidade”.

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Turismo tenso

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Grana paralela

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Eta nóis

Afinal, é perigoso ser turista em Israel? A organização SOS International, com sede em Londres, divulgou o relatório anual dos piores lugares para se visitar no mundo. Nada surpreendente: os destinos mais “radicais” são Iraque e Síria, seguidos de Afeganistão, Líbia e Cisjordânia palestina. Nas posições medianas, onde os visitantes devem curtir o lugar, mas ficar “ligados”, estão a maioria dos países africanos e a Rússia. Finalmente, onde o passeio pode ser feito tranquilamente estão os EUA, países europeus, Austrália e... Israel.

Do que se orgulhar

Israel ficou em primeiro lugar – relativamente – em bolsas de estudo para jovens cientistas concedidas pelo Conselho de Pesquisa Europeu. O Estado judeu recebeu 24 bolsas, enquanto a Grã-Bretanha ganhou 48 e a Alemanha, 47 – mas a população deles é várias vezes maior que a nossa. A Universidade de Tel Aviv ficou em terceiro lugar entre as academias europeias, recebendo oito bolsas. Só perdeu para as peso-pesadas Max Planck, na Alemanha, e Centro Nacional Francês. Outras instituições israelenses também despontaram: a Universidade Hebraica recebeu cinco bolsas e o Instituto Weizmann e o Technion, quatro cada uma.

Inflação negativa Pelo segundo ano consecutivo, Israel registrou deflação na economia, ou seja, inflação negativa. O Banco Central anunciou que em 2015 o índice foi de 0,9% negativo. Os itens que mais puxaram os preços para baixo foram frutas e verduras (queda de 2,4% nos preços), alimentos em geral (0,8%) e preço de transporte (0,7%). Também causaram impacto a queda internacional do preço do petróleo, a diminuição do ICMS cobrado em Israel no ano passado e a desvalorização do euro. Mas, por incrível que pareça, isto tudo não é muito bom para a economia. Os preços ficam mais baixos para o consumidor, mas pode acabar provocando recessão.

Se teu problema é crédito, em Israel isto pode não ser um problema. Os juros nos bancos estão baixos – pelo menos em comparação com a situação brasileira. Hoje um empréstimo bancário cobra cerca de 3% de juros ao ano, enquanto o cartão de crédito 13% no mesmo período. O problema mesmo começa quando o banco israelense não está disposto a te emprestar a grana. A saída, então, é recorrer ao mercado paralelo, o popular agiota que, segundo nova pesquisa, está em plena expansão no país. Mas, ali, a história é muito diferente e um pesquisa do Centro de Estudos Acadêmicos de Israel, os juros anuais podem chegar a 450%.

Quase todo mundo saudou o novo documento da Igreja Católica exigindo oficialmente dos seus representantes que não façam nenhuma ação de conversão de judeus. Digo “quase” porque, além dos malucos tradicionais, também o grupo Jews for Jesus, formado por judeus messiânicos e com sede nos EUA, emitiu uma nota de protesto. Autodenominados “a maior agência missionária aos judeus do mundo”, defendem que a evangelização seja dirigida a todos os povos, incluindo o judeu. Delírios à parte, a declaração da Igreja divulgada no final de 2015, marcou os cinquenta anos da encíclica Nostra Aetate, o documento que revolucionou a relação entre nós e eles.

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Professora sensual Ela era uma professora popular entre os alunos, na faixa dos 40 anos de idade. Ele, um dos seus alunos, de 16 anos. O relacionamento começou com aulas particulares entre os dois, dentro da escola. Mas daí nasceu um romance caliente, que continuou no carro, na escola, em casa. Talvez nada de mais teria acontecido se, por descuido, a professora não tivesse convidado o jovem namorado a ir para o seu quarto durante a tradicional viagem escolar para a Polônia e os campos de concentração – e deixando tudo registrado num torpedo eletrônico. O caso escapou ao controle do casal e foi parar na polícia, que agora investiga se a professora acabou protegendo o garoto também com notas mais altas do que merecido.

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Água para as nações Foi inaugurada a maior usina de dessalinização do mundo, na Califórnia, uma mega-obra da israelense IDE em parceria com os norte-americanos. Trezentas mil residências da costa pacífica irão se beneficiar do projeto orçado em cerca de um bilhão de dólares. A IDE participa também dos projetos de outras dez usinas na Califórnia, Texas e Flórida. A empresa israelense também foi contratada para a construção das maiores usinas de dessalinização da Índia e China, além de obras na própria Israel. A IDE é propriedade do Grupo Delek e da Israel Chemicals.

Ex-amores Mais da metade (52,5%) dos casos de divórcio em Israel resulta de traição de um dos cônjuges, segundo pesquisa de um dos principais escritórios de advocacia do país. O levantamento mostra que, do total dos casos de infidelidade, 70% são do marido e 30% das esposas. Em segundo lugar no ranking das motivações para se separar vem a falta de química entre o casal (44% dos casos), e, bem distante, violência familiar (3%). Intriga na pesquisa o fato de que, nos casos de traição, a maioria dos pedidos de separação se origina de quem pulou a cerca: em cerca de 2/3 dos casos tanto as mulheres quanto os homens infiéis pediram a separação.


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Reserva bilionária O Banco Central de Israel anunciou um aumento recorde das reservas em dólar, que fecharam o ano passado com noventa bilhões de dólares. É a maior marca na história do Estado judeu. Boa parte deste sucesso se deve à descoberta de gás natural nas águas territoriais israelenses, o que reduziu a necessidade de importar carvão para gerar eletricidade. Os economistas do governo afirmaram que usarão a grana para estabilizar o shekel e evitar excessivas valorizações. Mas como tudo na macroeconomia, há sempre um lado sombrio. Quanto mais grana no banco, mais alto o risco de não se investir bem e perder dinheiro. Por enquanto tudo em paz: o BC anunciou um retorno de 1,28% em seus investimentos.

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Mais uma na coleção

A “intifada das facadas” está terminando, parece, pelo menos até o fechamento desta edição. Por mais absurdo que pareça, o frio e chuva do inverno de Israel faz as pessoas pensarem duas vezes antes de sair para matar ou protestar. Aliás, as guerras do Oriente Médio raramente acontecem no inverno. Este conflito entrou na minha macabra coleção de pancadarias horrorosas que vivenciei. Se não me falha a memória, passei aqui a Guerra de Gaza em 2014, Guerra do Líbano em 2006, a Segunda Guerra do Golfo, ameaças de guerra contra Irã e Síria e, pior de todos, os quatro anos de terror da segunda intifada (20002004). Não à toa, vive-se estressado em Israel. Solução? Deixar de lado ideias pré-fabricadas e imediatistas como “dois Estados para dois povos”. A realidade é mais complexa. Qualquer solução deverá começar bem mais humilde, com passos lentos de ambos os lados, para construir confiança. Isto levará alguns anos a partir do tiro de largada do processo, coisa que não está no momento nem no horizonte. Os palestinos têm bastante o que fazer, mas vamos falar de nós. O israelense é um povo inventivo, criativo, inteligente – é o que o mundo diz. O problema é que toda esta energia está canalizada para softwares e nanotecnologia. As coisas somente começarão a mudar quando toda esta criatividade for direcionada para propor soluções políticas novas, inusitadas, talvez impensadas, com muita chutzpá. Tem de haver um movimento constante, de política de Estado, em direção a um acordo, mesmo que no meio do caminho se encontre pedregulhos – e eles estarão ali, com certeza. Do contrário, se continuarmos nesta letargia e inércia, terei de abrir espaço na coleção da estante para o próximo “troféu de sobrevivência”.

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magazine > a palavra | por Philologos

O hebraico como instrumento de unificação ∂

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Futuro brilhante Israel saudou a cúpula em Paris no final do ano passado, que mudou o rumo da humanidade em direção a fontes de energia alternativas ao petróleo e carvão. Não só porque vai melhorar o nível de saúde do planeta Terra, mas pela nova ordem geopolítica e econômica que vem por aí. Em algum ponto do futuro, a humanidade quer depender menos do petróleo, isto é, também dos países muçulmanos que o produzem. Para nós aqui, ótimo. Também vão ganhar mais destaque na nova ordem mundial as regiões mais banhadas pelo sol, como fonte de energia, o que temos de sobra no deserto do Negev. De repente, o mesmo sol que nos castiga no verão, será a nossa bênção, como numa dessas profecias bíblicas. Claro que para instalar placas de absorção de energia solar realmente efetivas, é necessário um espaço enorme, que Israel não tem, mas se valer o exemplo da agricultura aqui o foco foi sempre mais a experimentação e a criação de tecnologias exportáveis, e não tanto o produto final. A Goldman-Sachs calcula que o tamanho do mercado mundial para pesquisa em energias alternativas seja de cerca de U$ seiscentos bilhões de dólares. A “nação start-up”, como Israel é conhecido, tem um dos maiores investimentos públicos em tecnologia per capita no mundo. No momento, todo este capital financeiro e humano está direcionado a softwares e celulares, mas é só uma questão de tempo para universidades e empresas israelenses se voltarem para pesquisa de energia alternativa. E há investidores mundiais com recursos praticamente ilimitados aguardando mentes brilhantes para fazerem novas descobertas. É um mundo novo que vai se descortinar, e Israel será um dos primeiros a disparar na pole position da ciência. B’ezrat Hashem.

INFELIZMENTE PARA OS DEFENSORES DA “REPÚBLICA HEBRAICA”, DETERMINANTES PODEM RETARDAR FAZER DO HEBRAICO A LÍNGUA DOS ÁRABES ISRAELENSES

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nfelizmente, ainda não foi traduzido para o português, mas em apenas 200 páginas o livro Modern Hebrew: the Past and Future of a Revitalized Language, (“Hebraico Moderno: o Passado e o Futuro de uma Língua revitalizada o autor Norman Berdichevsky trata de forma sucinta, de quase todos os aspectos do renascimento do hebraico como língua falada, um feito sem precedentes na história humana. No capítulo “From Jewish State Toward a Hebrew Republic?” (“Do Estado Judeu a uma República Hebraica?”) defende que a maior esperança em uma identidade israelense comum está em que a minoria árabe de Israel adote o hebraico. Assim, os habitantes de Israel se sentirão igualmente israelenses em razão da língua hebraica. Esta “República Hebraica” não é original. Nos livros de Carlo Sigonio, de 1582, De Republica Hebraeorum (“Da República dos Hebreus”), consta um estudo das instituições israelitas antigas e sua relevância para os europeus contemporâneos. Mesmo tema- e nome - de Petrus Cunaeus, de 1617. Em 2008, o comentarista político e econômico Bernard Avishai usou a expressão para o conflito israelense-palestino, interessado principalmente na economia como fator potencialmente unificador de judeus e árabes. Berdichevsky acredita na primazia da língua. Berdichevsky é realista? Quase todos os árabes israelenses (e a maioria de palestinos da Cisjordânia) falam hebraico, que é a segunda língua; não a língua materna que os criou ou criam os filhos. É o árabe. Poderá acontecer trocar o árabe pelo hebraico? Ou é uma fantasia bem-intencionada mas sem fundamento? Historicamente, a assimilação linguística é um processo

perfeitamente normal e a história das conquistas mostra isso. Há sempre porém, influências políticas, culturais e demográficas. Se na América do Norte quase todas as tribos nativas ou as que sobreviveram, em cem anos, derrotados pelos brancos, desistiram da língua nativa e falam inglês. Em muitas partes da América do Sul, no entanto, passados mesmo séculos depois da conquista espanhola, dezenas de milhões de pessoas falam o quíchua, aimará, guarani e náuatle. Mas infelizmente para os defensores da “república hebraica”, certos aspectos podem retardar, em vez de acelerar, a eventual adoção do hebraico como primeira língua pelos árabes israelenses. Um, é o preconceito anti-árabe entre os judeus israelenses, o que dificulta a integração social e econômica dos árabes na vida israelense. Outro, é o enorme mundo de língua árabe cercando Israel, e do qual os árabes israelenses querem se sentir parte. Mais um é o Islã, e cerca de 90% dos árabes israelenses são muçulmanos (os 10% restantes são cristãos e drusos). O Alcorão e a Bíblia hebraica estão ligado ao idioma. O Novo Testamento cristão, não. Para o cristianismo, tanto faz em que língua se leia e se diz as orações do Novo Testamento, pois o Novo Testamento é considerado obra de autores humanos, e não originário de uma revelação divina. E Deus não tem idioma preferido. Mas os judeus creem que a Bíblia, e os muçulmanos o Alcorão foram entregues por Deus, isto é, o hebraico ou o árabe em que foram revelados também são sagrados. E não se abandona tão facilmente uma língua sagrada como uma que não é. Por tudo isso, a grande maioria dos árabes israelenses não deverá adotar o hebraico como língua materna. Em mais algumas gerações, cristãos e drusos, talvez. Atualmente muitos árabes israelenses incorporam palavras e expressões hebraicas na sua fala, e mais o hebraico é parte da sua vida embora nenhuma família árabe de Israel adote o hebraico em casa. Quando acontecer será o estágio inicial da assimilação.


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magazine > costumes e tradições | por Joel Faintuch

O GAON DE VILNA, FUNDADOR DO MOVIMENTO MITNAGED

Rabinos e rebes QUEM SÃO OS MITNAGDIM E OS CHASSIDIM?

NOSSO ESPECIALISTA EM TRADIÇÃO EXPLICA A DIFERENÇA ENTRE AS

DUAS CORRENTES E OUTRAS PECULIARIDADES DO JUDAÍSMO

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uase todos identificam uma pessoa hassídica pelas vestes conservadoras: chapéu preto, barba, e peiot (mechas de cabelo à frente das orelhas). Estes, na verdade, são atributos que denotam apenas respeito às tradições. A essência do hassidismo está na associação que se faz à linha e à escola de um rebe, como se designa o líder do grupo, e que, na pronúncia ídiche, significa Rabi, “meu rabino”. Trata-se da linha filosófica asquenazita, lançada por rabi Israel ben Eliezer (1698-1760), o Baal Shem Tov (“aquele que possui um bom nome”). Embora os sefaraditas reverenciem e respeitem profundamente suas grandes figuras religiosas, não desenvolveram um estilo de vida tão vinculado a um nome e a uma doutrina filosófica.

Originário da Ucrânia, o Baal Shem Tov recebeu muitos discípulos e conquistou grande renome e, de fato, diversos dos seus alunos fundaram dinastias hassídicas, algumas das quais desapareceram no Holocausto. Ainda assim, em determinados locais há rebes e chassidim de numerosas linhagens, especialmente no Brooklyn (Nova York), em Jerusalém e adeptos em outras partes do mundo. Em tempos recentes o movimento Chabad, originário da cidade de Lubavitch na Bielorrússia (Belarus), tornou-se, de longe, o maior e mais bem organizado destes, com representantes em praticamente todos os países e continentes (www. chabad. org) . Entre 1950 e 1970, São Paulo foi sede dos chassidim de Munkatch, um minúsculo mas bem representado grupo no exterior. O Munkatcher Rebe residia na rua Prates, num pequeno sobrado acinzentado e jardim na frente, e rezava na rua Newton Prado, na tradicional Groisser Shil (“grande sinagoga”). Após imigrar para Israel e lá falecer, consta que a comunidade estaria sendo conduzida desde o Brooklyn pelo filho mais velho, apontado seu sucessor. Os movimentos desta natureza têm algumas características, algumas das quais pioneiramente delineadas pelo Baal Shem Tov. A central é o caráter associativo: o rebe vive para seus seguidores e estes, por sua vez, se incumbem de atrair ainda mais pessoas, criando, deste modo, um vasto círculo de relações. Outra, é a perenização. Após a morte de um rebe, um dos seus filhos ou outra pessoa escolhida pelos chassidim assume a cadeira, de modo a não permitir interrupções nem quebras da família hassídica. Talvez o traço mais apreciado do hassidismo seja a alegria. Na austera época barroca do Baal Shem Tov, em que o judaísmo e a vida como um todo eram rígidos e severos, este mestre inovou com o versículo das Escrituras Ivdu et Hashem Besimchá (“sirvam ao Eterno com alegria”). É desta proposta que se originam as músicas, danças e festividades descontraídas, ainda que rigorosamente ortodoxas, e hoje não mais exclusivas do hassidismo,

apesar de nele encontrarem sua expressão máxima. E o que vêm a ser os mitnagdim? Não há nenhum movimento organizado mitnaged na atualidade, e raríssimas pessoas estão familiarizadas com sua essência. Na verdade, eles surgiram como uma espécie de antimovimento, uma contrarrevolução em relação ao hassidismo, e de negação aos seus princípios. O próprio nome é esclarecedor, pois mitnaged, em hebraico, significa “oponente” ou “antagonista”. Embora tão ortodoxos quanto os chassidim, não seguiam nenhum rebe nem buscavam seus conselhos. Tampouco participavam do tradicional tish, (“mesa”, em ídiche), cujo real significado eram as periódicas confraternizações religiosas e sociais organizadas pelos grandes nomes do hassidismo, em datas específicas, reunindo centenas de seguidores em volta da mesa. Em contraposição ao otimismo dos chassidim, eles defendiam o ascetismo, e o estudo estrito do Talmud e da Halachá (leis judaicas). Diferentemente portanto da ênfase em reflexões filosóficas (pilpul, ou diálogo e discussão), nas discussões e na convivência social dos adeptos dos rebes. O movimento mitnaged foi obra do Gaon de Vilna (gênio de Vilna, Lituânia), Eliahu ben Shlomo Zalman (1720-1797). Dotado de superlativa inteligência e erudição invulgar, que incluía o domínio da geometria euclidiana, escreveu a respeito de matemática, e caudalosos comentários acerca da Lei e de outros textos sagrados. Em razão da sua própria filosofia não deixou correligionários estruturados. Os admiradores se reuniam em torno da yeshivá (“academia rabínica”) de Volozhin, fundada por um discípulo. Era conhecida também como Etz Chaim (“árvore da vida”, atualmente nome de diversas sinagogas, ente as quais uma em São Paulo). A yeshivá de Volozhin, ainda que anticíclica em relação ao hassidismo prevalente, ocupou papel tão marcante na vida judaica polonesa, que é homenageada no Museu Judaico, inaugurado há pouco tempo, em Varsóvia. Um bloco da exposição procura recriar o ambiente, a espiritualidade, e o elevadíssimo nível intelectual, dos jovens e mestres que frequentavam tal academia. Portanto, antes do Holocausto, em cada shtetl (cidadezinha) havia pelo menos alguns mitnagdim, geralmente adversários ferrenhos da linha hassídica dominante. Foi este clima que inspirou o notável escritor judeu polonês Itschak Leibush Peretz (1852-1915), que é nome de colégio em São Paulo, a redigir o conto resumido mais abaixo. Vale assinalar que nem Peretz, nem seu contemporâneo ucraniano Chaim Nachman Bialik (1873-1934), seguiram vidas religiosas nem aderiram a qualquer das suas vertentes, preferindo o laicismo. Não obstante, como todas as gerações da época, receberam, na juventude, sólida formação judaica. Bialik, por exemplo, foi aluno da yeshivá de Volozhin, e a ela dedicou o poema “HaMatmid” (O estudante do Talmud). Além do já mencionado Museu de Varsóvia, há um site criado por parentes de discípulos desta yeshivá, com fotos e histórico (www.eilatgordinlevitan.com/volozhin/volozhin.html).

Um conto Em determinado shtetl residia um rebe muito respeitado pela comunidade. Às sextas-feiras este rebe costumava desaparecer, sumir por muitas horas, só surgindo na sinagoga à tardezinha, para as orações de Kabalat Shabat. Seus chassidim logo elaboraram uma teoria: semanalmente o santo rebe subia aos céus. Um mitnaged, no entanto, não comprava esta história. Como elevar-se aos céus? Isto merecia apuração mais rigorosa. Assim, numa sexta, logo após a oração da manhã (Shacharit), ele escondeu-se nas imediações da residência do reverenciado homem, de olho na casa. Em um dado momento viu uma figura saindo furtivamente pela porta dos fundos. Sim, poderia ser o rebe mas estava vestido como um camponês, o rosto encoberto por um velho e surrado chapéu, saco de mantimentos num ombro e um machado no outro. O mitnaged passou a seguir seus passos. Caminhou bastante até os limites da cidade, onde havia um humilde casebre. O rebe bateu: – Yash, gritou uma voz trêmula de mulher – Sim, sou eu. Logo apareceu uma velhinha encurvada, que abriu a porta com dificuldade. O rebe entrou e começou a preparar o fogão e a mesa. Retirou alimentos do saco, foi até a floresta, cortou bastante lenha e levou-a para dentro. Esquentou água para chá, deixou a lareira com lindas labaredas, e cuidou para a senhora não passasse fome nem frio, e tivesse refeições para celebrar dignamente o Shabat. Concluiu as tarefas e, sem perda de tempo, assim como foi, retornou incógnito para casa, trocando-se para a celebração na sinagoga. Algum tempo depois o mitnaged foi provocado por um conhecido: – E então, acredita ou não que o nosso rebe sobe aos céus? O mitnaged: oib nisht hecher (“se não mais alto”).

A yeshivá de Volozhin, ainda que anticíclica em relação ao hassidismo prevalente, ocupou papel tão marcante na vida judaica polonesa, que é homenageada no Museu Judaico, inaugurado há pouco tempo, em Varsóvia


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magazine > viagem | Texto e fotos Flávio Bitelman

Uma aventura no fim do mundo OS BRASILEIROS COMEÇAM A DESCOBRIR AS BELEZAS DA ANTÁRTIDA. O CONTINENTE GELADO FICA A POUCAS HORAS DE VIAGEM E PROMETE O DESLUMBRAMENTO DE UM TERRITÓRIO PRATICAMENTE INTOCADO PELA PRESENÇA HUMANA

– Onde você esteve que te procurei durante quinze dias e não te achei? Nem aos e-mails respondeu. Celular, nem se fala, cobrou um velho amigo que voltava de longa temporada pelo norte da África e sul da Europa, comemorando a merecida aposentadoria, e queria contar detalhes da viagem. Encontramo-nos, afinal, para um demorado café. – Fui até o fim do mundo e voltei, disse-lhe com a tranquilidade da certeza. De fato, a Antártida é outro mundo, e para nós, brasileiros, menos distante do que se pode imaginar. A viagem de avião termina em Ushuaia, na pontinha sul da Terra do Fogo, que é o extremo sul da Argentina, onde faz divisa com o Chile. De lá parte uma expedição, pois é esse mesmo o sentido da viagem, no navio Ushuaia que leva apenas oitenta passa-

geiros de modo a aproveitar da melhor maneira possível a carga de informações prestadas pelos especialistas que fazem parte da tripulação estável do navio: geólogos, ornitólogos, biólogos marinhos e da fauna que habita a vastidão de mais de dez milhões de quilômetros quadrados do continente. Só para cruzar o Canal de Drake o navio leva mais de um dia e, ancorado, transforma-se em base de onde os passageiros saem três a quatro vezes diariamente em botes especiais para conhecer as maravilhas que a natureza operou. As pessoas podem caminhar pelas geleiras sem medo de a superfície se romper, como ocorre no Ártico, pois é terra, digo, terra firme, coberta de gelo, com, em média, quatro quilômetros de espessura. As pessoas se extasiam com a bele-

za que não tem a mão do homem, icebergs das mais diversas formas e algumas das 35 espécies de aves, algumas das 37 de baleias, focas, pinguins em sua aparentemente interminável marcha pelas geleiras. Nas viagens que se realizam ente outubro e março, o verão do hemisfério sul, mas assim mesmo com temperaturas bem abaixo de zero, de cada oitenta passageiros, sempre menos de cinco são brasileiros. Os demais são europeus e asiáticos, curiosos para saber o que há bem abaixo dos trópicos. E aos estrangeiros juntou-se um novo contingente: jovens israelenses recentemente dispensados do serviço militar obrigatório que se aventuram pela Patagônia, chilena e argentina, e bem mais >> para o sul.

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magazine > viagem

Para anunciar na revista

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por Bernardo Lerer Sinatra, o Chefão James Kaplan | Companhia das Letras | 1212 pp. | R$ 99,90

Frankenstein

Este é o segundo volume da biografia do cantor, ator, figura presente em cassinos e nightclubs e começa nos anos 1950 quando se consagra nas telas, ganha Oscar como ator coadjuvante em A Um Passo da Eternidade, grava cada vez mais discos e assiste à invasão de uma nova cultura, o rock. É também o período em que também se envolve com a política e os relacionamentos sombrios com os subterrâneos da máfia. De todo modo, ele é a “voz” que marca a irrupção do american way of life, exportado para o mundo inteiro depois da guerra, e que foi se calando quando lapsos de memória no meio de uma canção prenunciaram o seu fim melancólico.

Ou “O Moderno Prometeu” foi adaptado para mais de noventa filmes e peças teatrais tentando recriar o que Mary escreveu em 1818, época em que, até por ser filha de duas grandes figuras literárias da Inglaterra, no final do século 18, ela se via cercada do melhor do pensamento radical e artístico europeu em um período crucial da história europeia e mundial. Na narrativa de Victor Frankenstein tais referências vão muito além de um fundo histórico e contextual.

Contos de Sebastopol

Mary Shelley | Hedra | 268 pp. | R$ 44,90

A Noite do Meu Bem Ruy Castro | Companhia das Letras | 510 pp. | R$ 59,90

Quando terminou de escrever Carmen, a biografia de Carmen Miranda, Ruy tinha em mãos o subproduto das muitas entrevistas e pesquisas que realizou, capazes de servir como embrião de um outro livro no qual contaria a história e as histórias do samba canção com o título exemplar desta composição de Dolores Duran, de 1959, ponto máximo da música que chamavam de “dor de cotovelo”. O autor contextualiza a história com o momento político da época falando do então presidente Juscelino Kubitschek, famoso pé-de-valsa e seus romances. Lê-se de uma sentada só.

Mundo sem Fim Ken Follet | Arqueiro | 2 volumes | R$ 55,90

Tolstói foi segundo-tenente num regimento de artilharia na Guerra da Crimeia e como testemunha do cerco de Sebastopol conta episódios do evento, faz uma crítica contundente aos horrores da guerra, mas, conhecedor atento da alma humana descreve em detalhes as reações dos soldados e oficiais diante das atrocidades e o conflito entre o desejo de escapar de situações limite e o anseio por glória e condecorações.

Primeiro, ele escreveu Os Pilares da Terra que vendeu milhões de exemplares, um épico magistral e envolvente com drama, guerra, paixão e conflitos em torno da construção de uma catedral. Neste lançamento, o autor nos leva à mesma Kingsbridge, dois séculos depois, quando homens, mulheres e crianças novamente se digladiam provocando mudanças devastadoras nos rumos da História. Apesar de fácil leitura, os críticos recomendam toda atenção para saborear o drama de profundidade e riqueza.

História Revelada da SS

Contos de Odessa

Robert Lewis Koehl | Planeta | 367 pp. | R$ 49,90

Isaac Bábel | Penguin Clássicos | 143 pp. | R$ 24,90

O autor afirma que a SS surgiu da obsessão de Hitler e Himmler em se prevenir da traição que, segundo eles, levou a Alemanha a ser derrotada na Primeira Guerra e, para tanto era necessário criar um corpo de elite, composto de soldados com boa formação política cujo objetivo era evitar ataques ao Partido Nazista. A SS desempenhou papel fundamental no assassinato em massa de judeus, comunistas, homossexuais e ciganos, e o livro mostra como estava organizada pela Europa ocupada e revela as campanhas militares do seu braço armado, as Waffen-SS.

Com uma prosa sintética que ajudou a renovar a narrativa curta e um certo olhar cinematográfico, moderno até hoje, este importante escritor ucraniano, autor de A Cavalaria Vermelha, captura a vida e as agruras principalmente da comunidade judaica que era um terço da população da cidade que, como Paris e Nova York do começo do século 20, atraía gente de todo o mundo e de toda a espécie. Ele retrata figuras violentas e burlescas de ladrões e mafiosos cômicos registradas com precisão quase jornalística e algum memorialismo.

Sobreviveu a Auschwitz

Tratado Geral sobre a Fofoca

Liliana Segre | Edições Paulinas | 229 pp. | R$ 38,50

José Ângelo Gaiarsa | Ágora | 232 pp. | R$ 62,80

Assim como Primo Levi, Liliana, judia de Milão, é um dos cerca de oitocentos judeus italianos que sobreviveram a Auschwitz. Somente em 1990 resolveu contar a história e a partir daí passou a ser convidada para falar nos mais diversos círculos italianos como, por exemplo, em uma reunião do conselho pastoral diocesano que se reuniu na Villa Sacro Cuore, de Triuggio, perto de Milão, onde foi muito aplaudida porque mostrou o alto preço psicológico que se paga para conseguir superar tantos horrores e fazer deles objeto de testemunho. Muito bom.

Nos anos 1960 e 1970, este psiquiatra, morto em 2010 aos 90 anos, era uma figura conhecidíssima na cidade e ficou ainda mais em evidência quando lançou este Tratado que é, na verdade, “Uma Análise da Desconfiança Humana”, segundo seu subtítulo, uma análise sociológica, filosófica, histórica e psicológica da fofoca um fenômeno que acompanha a humanidade desde os seus primórdios, segundo o autor, é o mais fundamental dos fatos humanos e acontece de tal forma que se esconde quando aparece.

As Batalhas de O Globo

A Hora e o Lugar

João Braga Arêas | Prismas | 401 pp. | R$ 69,00

Instituto Moreira Salles | 232 pp. | R$ 94,90

O autor levou cerca de quatro anos para analisar o grande jornal carioca durante a ditadura militar, o embate Lula x Collor em 1989, as privatizações e a vitória do PT em 2002. Ele queria entender qual o papel desempenhado pelo O Globo (mais O Estado, Folha e o extinto Jornal do Brasil) na tarefa de “convencer” a sociedade civil da necessidade das reformas pretendidas por setores do grande capital nacional e internacional, transformando este projeto particular em projeto de toda a nação. Diante da situação que o país vive, ele é bem atual.

É disso, afinal, que trata a fotografia. Os acertos nas máquinas fotográficas são apenas detalhes diante da importância da circunstância e das condições em que se aperta o obturador da câmera, seja ela uma antiga analógica ou as modernas digitais. Eis a razão desta coletânea de cinco ensaios fotográficos realizados durante meio século, entre 1919 e 1974, por fotógrafos como Guilherme Santos (1919-1932), Alice Brill (1949-1954), Luciano Carneiro (1951), Otto Stupakoff (1967-1968) e Jorge Bodansky (1964-1974).

Liev Tolstói | Hedra | 155 pp. | R$ 49,90


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músicas magazine

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por Bernardo Lerer

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magazine > ensaio | por Matti Friedman *

B El Sistema Deutsche Grammophon | R$ 29,90

É a consagração: a Deutsche Grammophon, acaba de lançar um cd pelos quarenta anos do El Sistema, exitoso projeto da Venezuela de utilizar a música como forma de bem-estar coletivo, ascensão individual e mudança social. Por onde passam, os jovens da Orquestra Sinfônica Simon Bolivar causam a melhor das impressões e o maestro Gustavo Dudamel, uma estrela em ascensão. É uma obra-prima.

Suite for Flute and Jazz Piano Trio Frémeaux & Associés | R$ 161,90

Ao compô-la, em 1976, Claude Bolling iria revolucionar a música clássica nos EUA ao juntar o jazz com o erudito. Ficou mais de dois anos no topo das paradas de sucesso e mais de 530 semanas nas edições do Billboard. Jean-Pierre Rampal é o flautista, um dos maiores de todos os tempos, morto em 2000, que deu à flauta a condição de instrumento solista que não tinha desde o século 18.

The Piano Guys Live Portrait | R$ 51,90

É a gravação ao vivo da apresentação deste conjunto no Carnegie Hall. Dos quatro, apenas um toca piano e escreve partituras, outro é um celista e autor musical, e os dois restantes produtores musicais. Tornaram-se conhecidos pela qualidade na transcrição e interpretação de clássicos populares. Nas apresentações há sempre projeções de vídeos de autoria de um deles, um videografista profissional.

Art Blakey’s Jazz Messengers Biscoito Fino | R$ 39,90

Este concerto foi realizado em Lausanne (Suíça) em 1960, pelo Jazz Messengers, de Art Blakey, um dos maiores bateristas de todos os tempos que pretendia ser reconhecido e ter o nome incluído na história do jazz. Conseguiu isso e mais porque lançou os trompetistas Winton Marsallis e Freddie Hubbard, os pianistas Horace Silver e Bobby Timmons e muitos outros. Vale a pena.

The Cranberries Universal Music | R$ 16,90

Famoso conjunto irlandês constituído em 1989 em que se destaca, desde então, a vocalista Dolores O’Riordan, cujas interpretações ajudaram a impulsionar os sucessos do quarteto desde o primeiro álbum, em 1990, que vendeu mais de 40 milhões de cópias. Ficaram períodos sem gravar, e quando voltaram à cena foi em grande estilo.

oa parte do que é importante em Jerusalém é visível em uma curta caminhada em torno da Cidade Velha. Numa terça-feira chuvosa deste inverno, dois homens e duas mulheres da Polícia de Fronteiras mantinham com o mesmo interesse um olho nos smartphones e outro nos transeuntes árabes. Mulheres muçulmanas vindas da Mesquita al-Aqsa, olham para eles. A bandeira azul e branca em uma parede revela que o apartamento onde estava hasteada era uma ilha judia no bairro muçulmano. Um sinal luminoso em árabe anunciava a nova clínica de saúde israelense para atender à clientela palestina. Em um semáforo fora dos muros, homens palestinos cruzavam a linha invisível entre leste e oeste de Jerusalém a caminho do trabalho. Esperei na parada do metrô de superfície, mais vazio do que o habitual. Desci no centro, e uma hora depois houve um esfaqueamento palestino em outro trem, e um segundo ataque na Porta de Damasco. A cidade de Jerusalém está sujeita a forças grandes e contraditórias, algumas afastam seus 830.000 habitantes e outras os unem. As forças da desintegração foram evidentes na onda de esfaqueamentos contra civis e policiais israelenses no outono. Durante seis semanas, a partir de 1º de outubro, houve duas dúzias de ataques ou tentativas de palestinos só em Jerusalém, a maioria com facas. Esses ataques persistem, em Jerusalém e em outros lugares, enquanto escrevo. Jerusalém em crise é diferente de uma cidade americana durante ou depois de uma revolta racial, por exemplo, ou de uma catástrofe natural. Não se vê bairros incendiados ou ruas saqueadas. Não há nenhum colapso em larga escala da ordem pública. Em vez disso há pequenos incidentes de violência assassina, alguns tumultos localizados e a sombra da inquietação. Quando isso acontece, o tráfego de pedestres é menor porque as pessoas preferem ficar em casa. Cai o movimento nos quiosques e cafés, e turistas can-

Caminhando em Jerusalém MAIS UMA VEZ, O JORNALISTA MATTI FRIEDMAN FAZ UMA INCURSÃO NO COTIDIANO DE JERUSALÉM ONDE, SOB A “INTIFADA DAS FACAS”, AS TENSÕES ENTRE JUDEUS E PALESTINOS ADQUIREM CURIOSAS CARACTERÍSTICAS

celam reservas. O trânsito piora porque os pais levam os filhos às escolas de carro em vez de em ônibus públicos. Os relatos são carregados de pânico, temperados com o aterrorizante ambiente do Oriente Médio e transmitidos por meio do Facebook e do WhatsApp. Eis um que surgiu no celular da minha mulher, transmitido pelo pai de uma criança aluna do mesmo jardim-de-infância da nossa filha: “Há um alerta de que, hoje, mulheres árabes começarão a aparecer em parquinhos com vestidos longos, normais, usando bolsas e óculos de sol, trajadas de forma comum para não levantar suspeitas. Tenha cuidado com homem ou mulher estranhos que se aproximem de você... as terroristas querem massacrar crianças com as facas escondidas em suas bolsas!!!” O que parece dificilmente plausível, mas, em seguida, alguém escreveu que duas estudantes tentariam matar um idoso com uma tesoura, o que efetivamente aconteceu, pouco tempo depois. Dependência mútua Judeus olham nervosamente para qualquer pessoa que possa ser árabe, isto é, muitos, se não a maioria das pessoas na cidade. As transações entre judeus e árabes em lojas e táxis são cautelosas e, às vezes, mais educadas do que o habitual, como para informar: “Eu não sou uma ameaça”. Os árabes estão mais conscientes de sua vulnerabilidade em relação às provocações de judeus arruaceiros – normal na vida de muitos motoristas de táxi árabes – além de sujeitos à humilhação dos controles e revistas policiais. Eis uma característica de nossa paisagem urbana: são palestinos, jovens, de jeans e camiseta, as refeições acondicionadas em sacos plásticos, infelizes, em pé ao lado de uma mulher armada da mesma idade, que olha as carteiras de >>

Jerusalém em crise é diferente de uma cidade americana durante ou depois de uma revolta racial, por exemplo, ou de uma catástrofe natural. Não se vê bairros incendiados ou ruas saqueadas. Não há nenhum colapso em larga escala da ordem pública


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magazine > ensaio A fértil imaginação A realidade daqui torna ainda mais impressionante a diferença de percepção entre os lados. Entre os palestinos, a resposta para os esfaqueamentos parece ter sido uma curiosa mistura de aplausos para os atacantes e negação de que eles tenham feito algo errado, pois alegou-se que a polícia os baleou sem nenhuma razão que, em seguida, plantou facas junto aos corpos. A discordância me faz lembrar uma reunião, de apoio à Al-Qaeda, em 2002, a que assisti como repórter em Trafalgar Square, em Londres. Lá um simpático britânico de origem paquistanesa da minha idade disse admirar Osama bin Laden pelos ataques de 11 de setembro, e suspeitava que o Mossad estivesse por trás disso. Os meios de comunicação palestinos, principalmente – mas não apenas –, os veículos controlados pelo Hamas em Gaza, vem conclamando com vigor novos ataques, e não se conhece qualquer condenação igualmente enérgica feita por algum líder palestino. Facções da Fatah, um movimento que os noticiários ocidentais geralmente consideram “moderado” usaram as redes sociais para um entusiasmado incentivo aos ataques. Os palestinos fazem parte do mesmo mundo islâmico fustigado por algumas das tendências ideológicas mais perturbadoras que o mundo já viu desde os anos 1940 – tendências recentemente demonstradas nas ruas de Paris – e, nesse contexto, essa violência faz sentido. Além disso, nossos novos vizinhos do Estado Islâmico contribuíram com alguns vídeos que expressam apoio e ameaçando fazer pior.

>> identidade e fala pelo rádio coisas que eles não devem ouvir. Se os árabes não puderem entrar em Jerusalém Ocidental, a economia da cidade para. Quase metade dos trabalhadores de Jerusalém Oriental ganha a vida no oeste dela. Os palestinos também dependem do sistema de saúde de Israel, que tem melhorado os serviços em Jerusalém Oriental; e o sistema em Jerusalém como um todo depende de enfermeiros, médicos e pessoal de apoio hospitalar palestinos. Exemplo: em 12 de outubro, um menino judeu de 13 anos foi esfaqueado por dois primos palestinos da mesma idade; a vítima judia foi tratada por médicos árabes e o assaltante sobrevivente, por judeus. Isso é comum. Judeus e árabes vivem separados, raramente são amigos, mas uns lidam com os outros o tempo todo e somente assim a cidade pode funcionar. Mais do que qualquer outro fator isolado, esta dependência mútua “é o que impede a cidade de rachar em uma guerra de gangues, no estilo Belfast”, segundo Marik Shtern, geógrafo que acompanha as tendências econômicas da cidade no Instituto Jerusalém para Estudos de Israel. Uma amiga dele, judia gerente de hotel, contou a Shtern: depois que começaram os ataques a faca, metade dos traba-

PALESTINO É MORTO DEPOIS DE ATAQUE A FACA PERTO DA CIDADE

VELHA

lhadores palestinos do hotel não apareceu – temerosos de vir a Jerusalém Ocidental. Assim, ela passou a temer a outra metade, que foi trabalhar, e passou o dia um frasco de spray de pimenta no bolso. Infeliz, amedrontado e lesado, de todo modo o hotel, como a cidade, continuou funcionando. No dia do esfaqueamento de dois israelenses no norte de Jerusalém, com seu assaltante atingido e ferido, esperei do lado de fora da escola primária dos meus filhos no sul de Jerusalém. Dois meninos de kipá seguravam as mãos do motorista árabe da minivan que os levava para casa, como todos os dias. Ao chegar em casa, notei trabalhadores da prefeitura, a maioria palestina, substituindo a rede de esgotos da rua. Se não tivesse ouvido a notícia do esfaqueamento, não saberia que alguma coisa estava errada.

Intolerância recíproca Guias úteis de “como executar” foram divulgados on line. Parecia não haver nenhuma consciência no lado palestino, pelo menos publicamente, da maneira como o terrorismo e a simpatia por ele paralisam os israelenses interessados na convivência, ou a forma como afetam os meios de subsistência palestinos. Os atacantes eram homens jovens e também mulheres e crianças acima de 12 anos, sugerindo, aos olhos israelenses, que qualquer palestino, independente de idade ou sexo, poderia ser um assassino. Se puderem escolher, os empregadores judeus devem preferir contratar trabalhadores judeus ou estrangeiros a palestinos. Algumas das forças que atuam para desestabilizar a cidade, como a crescente fraqueza do Oriente Médio em relação ao derramamento de sangue niilista e a aversão à política construtiva, escapam ao controle de Israel. Israel se faz de cego para não enxergar o efeito que provoca sobre os palestinos as ações israelenses, particularmente no Monte do Templo e no interior dos bairros palestinos. Desta forma, nem todos os temores palestinos são infundados ou resultantes de cínica incitação. Nada mudou na política do governo quanto à possibilidade de judeus orarem no Monte do Templo, mas, nos últimos anos, os muçulmanos palestinos veem cada vez mais judeus religiosos tentando rezar lá. Os ministros do governo em favor de uma presença judaica mais assertiva no Monte não re-

presentam a linha oficial, mas não são fruto da imaginação palestina. Da mesma forma é o pequeno grupo de piromaníacos que brinca com a fantasia de substituir os lugares santos islâmicos pelo Terceiro Templo. A maioria dos israelenses vê esses ativistas como marginais e os seus planos, loucura inofensiva. Os palestinos, não. E o fato de um grupo como o Instituto do Templo, que tem por lema “Construir é Preciso” ter recebido do governo um financiamento de centenas de milhares de shkalim torna mais sérias as suspeitas palestinas. Ao contrário da mais radical dessas suspeitas, Israel não tem nenhum plano para livrar Jerusalém da sua população árabe, cuja taxa de natalidade é, atualmente, duas vezes maior que da população judaica. Mas os palestinos veem enclaves judeus em bairros como Silwan se expandir e, com eles, mais bandeiras israelenses, atritos e guardas armados pagos pelo governo, invadindo e alterando definitivamente os espaços urbanos onde os palestinos se sentem em casa. Em poucos meses mais propriedades vão mudando de mãos. Isto compromete a alegação israelense de ser justo e ameaça desestabilizar um lugar que, afinal, não é um campo de batalha cósmica, mas uma verdadeira cidade cujo bem-estar é questão de vida ou morte para as pessoas que vivem nela. Para onde vai Jerusalém? A resposta está em algum lugar daquela caminhada de terça-feira de em um dia chuvoso: em agentes de segurança israelenses que tentam manter a paz; nas ações de alguns grupos judeus que jogam perigosamente com as suscetibilidades árabes; em um público palestino simpático à violência contra israelenses, e ao mesmo tempo atraído pelo que Israel tem a oferecer e na capacidade e desejo de Israel de dar a todos os residentes desta cidade anormal uma chance de vida normal. * Matti Friedman, jornalista, mora e escreve em Jerusalém. Seu livro The Aleppo Codex ganhou o Prêmio Sami Rohr 2014

No dia do esfaqueamento de dois israelenses no norte de Jerusalém, com seu assaltante atingido e ferido, esperei do lado de fora da escola primária dos meus filhos no sul de Jerusalém. Dois meninos de kipá seguravam as mãos do motorista árabe da minivan que os levava para casa, como todos os dias


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magazine > curta cultura | por Bernardo Lerer

Obra-prima por menos que um picolé Vinte e um anos antes de se incorporar ao Exército Vermelho que combatia os invasores nazistas, no verão de 1941, Vassily Grossman, talvez o maior correspondente de guerra de todos os tempos, teve em quem se inspirar: o escritor Isaac Bábel (foto) aceitou a sugestão do amigo Maxim Gorki para, como jornalista, se juntar às tropas do Primeiro Exército de Cavalaria Soviético, formado por cossacos e lutou na guerra polonesa-soviética (1919-1921) quando a Polônia combateu os comunistas na Ucrânia, Bielorússia e Lituânia. Virou correspondente da agência noticiosa soviética Rosta e escrevia para o jornal Cavalaria Vermelha. Nas horas vagas alfabetizava cossacos, doutrinava politicamente novos recrutas, escrevia relatórios para os comandantes, e aprendeu a cavalgar. Dado como morto, reapareceu em 1921 em Odessa, abatido e asmático. Enquanto convalescia redigiu as 34 histórias de A Cavalaria Vermelha, publicadas em 1926 reveladoras do embate entre a velha cultura humanística e o novo regime comunista. A velha cultura era corporificada na religião, principalmente quando se tratava de judeus e, como judeu, possuía uma profunda ligação com os ideais humanistas. Seu protetor Gorki desapareceu no expurgo stalinista de 1936 e Bábel ficou órfão, e a “Rússia monstruosa” que ajudou a criar agora o devorava. Preso de maio de 1939 a março de 1941, finalmente foi julgado, fuzilado logo em seguida e enterrado em local ignorado. Seu provável epitáfio seria uma frase de “O Filho do Rabino,” em A Cavalaria Vermelha: “Ele morreu, o último príncipe, em meio a poemas, filactérios e capachos. Nós o sepultamos em um algum lugar esquecido.” Comprem. Procurem em Estante Virtual, um sebo eletrônico. Custa menos que um picolé: apenas R$ 6,00.

A antiga Alemanha Oriental e Israel A manchete da edição de 13 de maio de 1965 do Neues Deutschland, o mais importante jornal da Alemanha Oriental, noticiava o estabelecimento de relações diplomáticas entre Bonn e Tel Aviv, denominados os “conspiradores do Oriente Médio”. Uma afronta para a liderança comunista: o Estado judeu aliado aos sucessores da Alemanha nazista. Este evento é parte da conturbada relação entre a antiga RDA (República Democrática Alemã) e Israel, e dividida em três fases: até 1952, quando ainda sob administração soviética, mantinha o estágio de “neutralidade positiva” segundo o jargão diplomático; a partir de 1952, os espetaculosos julgamentos dos médicos e das lideranças judaicas do Partido deflagrados por Stalin, marcam o início de uma política antissemita amplificada pelo alinhamento de Israel à Otan; e a terceira e última fase, a partir de 1985, com as reformas de Mikhail Gorbatchev. Para a historiografia oficial da Alemanha Oriental, foi a resistência comunista a principal vítima de Hitler, e os judeus apenas “vítimas passivas”. Nos anos 1950, também ocorreram os teatrais julgamentos de líderes como Paul Merker, na Alemanha Oriental, e Rudolf Slansky, na então Tchecoslováquia, condenados por serem supostos agentes do sionismo, isto é, do Estado de Israel. As guerras dos Seis Dias, de Iom Kipur e do Líbano, em 1982, pioraram esse status de “não relacionamento” a ponto de um jornal escrever: “Sejamos claros: sionismo e fascismo comungam a mesma plataforma ideológica, a ideologia do racismo”. No final dos anos 1960, já apoiava a OLP e condecorou Yasser Arafat. Para não ser acusada de antissemita fazia concessões dando publicidade a algum artista ou intelectual judeu como a cantora e atriz Lin Jaldati, presa com Anne Frank no campo de Bergen-Belsen. Em abril de 1990, a Alemanha Oriental realizou eleições livres e derramou-se em desculpas e pedidos de perdão, mas nada elimina a deliberada política de demonizar os judeus como “vítimas de segunda classe dos nazistas”.

Octogenários ilustres

Mestres da fotografia

O jornal The Hollywood Reporter homenageou as vítimas do Holocausto publicando uma relação de onze sobreviventes que se consagraram na indústria do entretenimento nos Estados Unidos. Ameaçado de extradição, Roman Polansky, gravou em vídeo uma entrevista, em Cracóvia, onde nasceu há 82 anos, e de cujo gueto escapou por baixo das cercas de arame farpado. Os outros são: Branko Lustig (foto), 83 anos, tinha 12 anos quando foi libertado de Auschwitz. Ganhou o Oscar por A Lista de Schindler e O Gladiador. Steven Spielberg beijava seu número tatuado no braço. Meyer Gottlieb, 76, presidente da Samuel Goldwin Films. Em 1940 escapou da cidade polonesa onde nasceu e para onde nunca mais voltou. Robert Clary, 89, ator de teatro e TV, estava preso em Buchenwald onde, ainda criança, cantava, dançava e tocava acordeón para os soldados alemães. Leon Prochnik, 82, roteirista e editor, nasceu em Cracóvia, conhecido pela adaptação para o cinema de peças de teatro. A psicoterapeuta Ruth Westheimer, 87, orfã aos 10 anos, tinha 17 quando foi para a Palestina e treinada pela Haganá para ser franco-atiradora. Diz: “Hitler perdeu, eu venci”. Curt Lowens, 90, sempre caracteriza personagens nazistas. Nascido Lowenstein, fugiu de Berlim, mudou de nome na Holanda, e com mais dois formou um grupo de resistentes que entregaram 123 crianças judias a famílias. Bill Harvey, 91, maquiador, foi transportado num vagão frigorífico para Auschwitz e, julgado morto, atirado a uma pilha de cadáveres destinados à incineração; alguém o descobriu e tirou-o de lá. Tinha 21 anos e trinta quilos. Ruth Posner, 82, fundadora do London Contemporary Dance Company, atriz e antiga membro da Royal Shakespeare Company. Ela sobrevivia no gueto de Varsóvia e, de repente, viu-se do lado ariano de uma rua. Ela e a tia tiraram as tarjas amarelas e assumiram novas identidades. Dario Gabbai, 93, atuou no filme de guerra The Glory Brigade, de 1953. É, provavelmente, o único membro dos Sonderkommando ainda vivo. Ele viu dois amigos de infância de Tessalônica (Grécia) na fila da câmara de gás. Celia Biniaz, 84, atua na Shoah Foundation, de Spielberg. Fazia parte da lista de Oskar Schindler.

Uma exposição de fotos e filmes dos primeiros tempos da extinta União Soviética (1910-1920), em Nova York, revelou que mais da metade dos grandes fotógrafos e cineastas de então eram judeus. Isso também explica porque eram judeus quase todos os fotógrafos que acompanhavam as tropas do Exército Vermelho, na Segunda Guerra. De todo modo, a partir dos experimentos com luz, sombra e tratamento de negativos, esses fotógrafos transformaram a fotografia em arte. Moisei Nappelbaum, por exemplo. Seus retratos surgiram quase simultaneamente com a fotografia em si. Nasceu em Minsk, em 1869, atual Belarus, e o seu talento levou-o de um pequeno estúdio naquela província para São Petersburgo, ilegalmente, porque nos anos anteriores à Revolução a cidade era proibida para os judeus. Apesar disso, consagrou-se fotógrafo de dançarinos, músicos e atores e venceu um prêmio internacional pelos estudos fotográficos do personagem Shylock, de O Mercador de Veneza. Depois da Revolução, foi o fotógrafo favorito da nova liderança soviética e da inteligentsia. Assim, vivia simultaneamente dentro e fora do sistema, comum entre os judeus daquele período. Outro, foi El Lissitzky, cujos experimentos e fotomontagens fizeram dele uma das figuras mais importantes da avant garde russa e, depois, soviética. Nasceu em Vitebsk, mesma cidade de Marc Chagall, e aos 10 anos era aluno de Yehuda Pen, o mesmo professor do pintor. Estudou arquitetura na Alemanha e em Moscou, integrou expedições etnográficas judaicas e ilustrou livros em russo e em ídiche. De 1921 e 1925 viveu entre Alemanha e Suíça, países onde se aprimorou em impressão, tipografia, desenho de livros, editor gráfico e desenvolvia novas técnicas de fotocolagem e fotomontagem. Exemplo é seu autorretrato (foto) realizado com seis diferentes exposições. Outros foram Arkady Shaikhet e Dziga Vertov, nascido David Abelevich Kaufman. Arkady documentou a industrialização da União Soviética a partir dos anos 1920, a batalha de Stalingrado e a libertação de Kiev. Dziga foi o pioneiro do cinema documentário soviético e criou o Grupo Dziga Vertov que se notabilizou pelo “cinema verdade”.


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indicador profissional ACUPUNTURA

ADVOCACIA

ANGIOLOGIA

COLOPROCTOLOGIA

CARDIOLOGIA

ADVOCACIA

CIRURGIA PLÁSTICA

CURSOS E PALESTRAS

CLÍNICA

DERMATOLOGIA

ANGIOLOGIA

A D VO C AC I A

Família  Cível Trabalhista  Consumidor

Dra. Dayane Messias Lopes Dr. Eduardo Durante Rua

Tels: (11) 99944-7331 98018-0377 98507-6427 email: dayanelopes.adv@gmail.com | edurua@uol.com.br

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indicador profissional DERMATOLOGIA

DERMATOLOGIA


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indicador profissional DERMATOLOGIA

FISIOTERAPIA

ENDOCRINOLOGIA

GINECOLOGIA

MANIPULAÇÃO

ESTÉTICA

MANIPULAÇÃO

NEUROLOGIA

ODONTOLOGIA

NEUROPEDIATRIA

NEUROCIRURGIA

FISIOTERAPIA

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indicador profissional

NEUROPSICOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA


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indicador profissional ODONTOLOGIA

PSICANALISTA

PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

PSICOTERAPIA

RESIDENCIAL

PSIQUIATRIA

RESIDENCIAL

OFTALMOLOGISTA

ORTOPEDIA

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indicador profissional

PSICOLOGIA

OTORRINOLARINGOLOGIA

PSICOTERAPIA

RPG/PILATES


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indicador profissional RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA

REUMATOLOGIA

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UROLOGIA


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vitrine > informe publicitário BAOBÁ MAIS

Um novo olhar para a geração 50+ A Baobá Mais traz uma proposta inovadora para o púbico com mais de 50 anos, que deseja aprender algo novo, aproveitar melhor o tempo livre e encontrar pessoas com quem tenha afinidade. O coração da Baobá Mais é sua programação, toda exclusiva e desen-

volvida junto a especialistas em diversos temas, como gastronomia, arte, literatura, beleza, saúde e bem-estar. Faça o cadastro no site para receber a programação. Tels. 95077-3555 / 95080-3555 www.baobamais.com.br

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Agora também no coração de Moema O Centro Dermatológico Skinlaser inaugurou uma nova unidade na Avenida Lavandisca, 777, no bairro de Moema. A Skinlaser já está presente na Zona Centro-Oeste e Leste de São Paulo e viu a necessidade de atender à demanda da Zona Sul. “Trabalhamos para dar o

máximo de comodidade aos pacientes aliando tecnologia e dermatologistas especializados”, finaliza Dra. Sílvia Kaminsky (CRM-SP 68968 / RQE 38901), diretora da Skinlaser. Tel. 3155-5555 | www.skinlaser.com.br skinlaser@skinlaser.com.br

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diretoria

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82 HEBRAICA

| FEV | 2016

conselho deliberativo

Ano novo, missões renovadas Iniciamos efetivamente o no ano de 2016 em uma numa nova gestão com motivação renovada de por parte de todos membros da Mesa em continuar a fazer o melhor por nossa instituição, naquilo que nos cabe e é de nossa responsabilidade. Estimulamos a aproximação dos novos conselheiros, que se aos ativistas eleitos para a Mesa como assessores para trazer com ideias, força de trabalho e multiplicar o movimento contínuo de contribuir em prol da nossa instituição. Estamos em contato com os conselheiros e requisitando sua colaboração nas suas áreas de conhecimento e queremos, ao exercer nossos papéis na Mesa Diretora e por meio das comissões, acompanhar mais de perto as ações do Executivo e, a partir daí, fazer jus à grande representatividade que temos e a responsabilidade que os atuais estatutos nos impõem. É necessário apoiar as atividades atualmente desenvolvidas pela presidência e vice-presidências, secretaria e tesouraria do clube e para isso é de suma importância que os conselheiros saibam e entendam a rotina, objetivos e alcance das ações realizadas por cada um dos departamentos. A partir desse conhecimento, com certeza o trabalho das comissões será facilitado e as reuniões serão muito mais proveitosas e objetivas com resultados que chegarão prontamente ao Conselho através de relatórios. Nosso objetivo é integrar cada conselheiro e envolvê-lo diretamente e verdadeiramente no trabalho, sempre apegados aos princípios que norteiam a filosofia de governança de nosso grande centro comunitário, que são o estímulo à manutenção da educação, juventude, esportes, cultura, judaísmo em toda a nossa comunidade. Através deles, comprovaremos também nossa fidelidade ao sionismo. Vamos nos unir e demonstrar para a sociedade maior quem somos e nosso empenho na missão de transmitir os mesmos sentimentos e orgulho de pertencer ao nosso povo. Ainda inspirados pela recente comemoração da festa judaica de Tu B’shvat, semeamos e vamos e colher os frutos que virão do nosso labor, para renovar e cumprir nossa missão. Mauro Zaitz Presidente

Reuniões Ordinárias do Conselho em 2016 15 DE FEVEREIRO ELEIÇÃO DAS COMISSÕES PERMANENTES DO CONSELHO 11 DE ABRIL ELEIÇÃO DO CONSELHO FISCAL 8 DE AGOSTO APROVAÇÃO DAS CONTAS RELATIVAS A 2015 21 DE NOVEMBRO APROVAÇÃO PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 2017 12 DE DEZEMBRO APRECIAÇÃO RELATÓRIO ANUAL DA DIRETORIA

Mesa do Conselho PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE 1O SECRETÁRIO 20 SECRETÁRIO ASSESSORES

MAURO ZAITZ FÁBIO AJBESZYC SÍLVIA L. S. TABACOW HIDAL AIRTON SISTER VANESSA KOGAN ROSENBAUM ABRAMINO A. SCHINAZI, CÉLIA BURD, EUGEN ATIAS, JAIRO HABER, JAVIER SMEJOFF SAPIRO JEFFREY A. VINEYARD

CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL 2016 MARÇO

23 24 25

4ª FEIRA 5ª FEIRA 6ª FEIRA

JEJUM DE ESTER PURIM SHUSHAN PURIM

6ª FEIRA SÁBADO DOMINGO 6ª FEIRA SÁBADO

EREV PESSACH - 1º SEDER PESSACH - 2º SEDER PESSACH - 2º DIA PESSACH - 7º DIA PESSACH - 8º DIA

5 11

5ª FEIRA 4ª FEIRA

12

5ª FEIRA 5ª FEIRA

IOM HASHOÁ - DIA DO HOLOCAUSTO IOM HAZIKARON - DIA DE LEMBRANÇA DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 68 ANOS LAG BAÔMER

DOMINGO SÁBADO DOMINGO 2ª FEIRA

IOM IERUSHALAIM VÉSPERA DE SHAVUOT 1º DIA DE SHAVUOT 2º DIA DE SHAVUOT

ABRIL 22 23* 24* 29* 30*

MAIO

26

JUNHO 5 11 *12 *13

JULHO 24

AGOSTO 13

DOMINGO JEJUM DE 17 DE TAMUZ

14

INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER DOMINGO FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO

19

6ª FEIRA

TU BE AV

** 2 ** 3 ** 4 ** 11 ** 14 16 * 17 * 18 23

DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA DOMINGO

* 24 * 25

2ª FEIRA 3ª FEIRA

VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR VÉSPERA DE SUCOT 1º DIA DE SUCOT 2º DIA DE SUCOT VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ 7º DIA DE SUCOT SHMINI ATZERET- IZKOR SIMCHAT TORÁ

OUTUBRO

SÁBADO

NOVEMBRO 5

SÁBADO

DEZEMBRO 24 31

SÁBADO SÁBADO

ANOITECER

DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN AO ANOITECER, 1ª VELA DE CHANUKÁ AO ANOITECER, 8ª VELA DE CHANUKÁ

2017 JANEIRO 27

6ª FEIRA

DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO (ONU)

* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS

** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES, FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS



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