Hebraica jul 16pp

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ANO LVII

| N º 653 | JULHO 2016 | TAMUZ 5776

A

BEM-VIN

DO

SEJ

20º Festival de Cinema Judaico da Hebraica de SP

A Olimpíada chegou à Hebraica COM ORGULHO, RECEBEMOS OS ATLETAS DE ISRAEL, BRASIL E JAPÃO


CONSTRUINDO UM FUTURO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E NETOS, DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO • A união das instituições proporciona sinergia, escala e fortalece a comunidade judaica. • A escola traz vida e receitas adicionais ao clube e incrementará as atividades extracurriculares. • Ampliação dos investimentos pedagógicos, melhorando continuamente a qualidade. • O crescimento da escola é fundamental para gerar massa crítica, trazer reconhecimento educacional, sustentabilidade financeira e permitir a filantropia. • Hebraica modernizada com melhor infraestrutura para os sócios, novas instalações e atraindo novas famílias.


HEBRAICA

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palavra do presidente

Atividades, diversidade, Olimpíada, projetos. Sim, isso é a Hebraica Chegamos exatamente à metade da nossa gestão à frente desse clube maravilhoso e sentimos que o tempo voou. Temos um clube forte cheio de atividades, muitos eventos para todos e equilibrado economicamente. Não é fácil conduzir essa cidade chamada Hebraica e estamos trabalhando muito para atender aos anseios de todo mundo e assim vamos seguir agindo em todas as áreas. Buscamos uma melhora o tempo todo. Vamos trabalhar fortemente na questão de alimentação no clube, com mais opções, qualidade e serviço. Trabalhar a questão da melhoria do estacionamento e o serviço. Buscar melhor atendimento para o associado. Trabalhar nas instituições do clube e buscar modernizá-lo. Com a ampliação da escola, são estas as nossas premissas para o próximo ano e meio, mantendo o clube equilibrado, vibrante e atraente. Sempre com transparência, ouvindo todos e com a participação de todos, afinal o clube é de todos nós e é um patrimônio imensurável para coletividade judaica de São Paulo e do Brasil. Nos próximos dias, vamos trazer alguns dos projetos de melhorias em que estamos trabalhando, em diversas áreas do clube. Já estamos preparando o Festival de Cinema Judaico que será magnífico com vários filmes e documentários de altíssima qualidade inaugurando o novo projetor de cinema digital, igual às melhores salas de cinema de São Paulo. A Olimpíada está chegando e a Hebraica terá um papel importante. Todos nós vamos poder conviver com atletas olímpicos: japoneses, brasileiros (seleção de basquete) e, principalmente, nossos queridos atletas israelenses. Será uma experiência única. Levará séculos para acontecer de novo, então vamos desfrutar desse momento. O Merkaz, um dos projetos mais importantes para jovens na parte profissional e sociocultural, já tem grande participação. Esta é uma das parcerias que a Hebraica faz com o Fundo Comunitário e CIP. Tudo isso é a Hebraica, além de todas as atividades e eventos de alto nível, como o “Papo de Redação” com Caio Blinder e Guga Chacra entre muitos outros diversos assuntos tratados em palestras para todos os gostos. Temos orgulho de fazer parte disso e tenho certeza de que todos estão compartilhando desse sentimento. Shalom Avi Gelberg

A OLIMPÍADA ESTÁ CHEGANDO EA

HEBRAICA

TERÁ UM PAPEL IMPORTANTE.

TODOS NÓS VAMOS PODER CONVIVER COM ATLETAS OLÍMPICOS: JAPONESES, BRASILEIROS

(SELEÇÃO DE BASQUETE) E, PRINCIPALMENTE, NOSSOS QUERIDOS ATLETAS ISRAELENSES


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sumário

HEBRAICA

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seminário kadmon Três dias de muitos encontros de brasileiros, uruguaios e argentinos

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ATLETAS DE SEIS PAÍSES PARTICIPARAM DOS II JOGOS MACABEUS ESCOLARES PAN-AMERICANOS

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carta da redação

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7 dias na hebraica Acompanhe a programação de julho

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capa / festival de cinema Em sua vigésima edição, evento será aberto com filme sobre diplomata japonês Chiune Sujihara

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férias São várias opções para programar o dia-a-dia da garotada em julho

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novidade Conheça a nova opção kasher oferecida pela Hebraica na Praça Carmel

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cultural + social

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espaço gourmet Teve aula de churrasco ministrada por uma gaúcha “da gema”

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curtas Os melhores momentos da vida social e cultural da Hebraica

fotos e fatos Os momentos mais marcantes do último mês

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comunidade Os eventos comunitários mais significativos da cidade

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fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade

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juventude

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merkaz Projeto inicia atividades a todo vapor com eventos em julho e agosto

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esportes

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olimpíada A Hebraica se prepara para receber atletas brasileiros, israelenses e japoneses

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jogos macabeus Estudantes de cinco países se reuniram na Hebraica para evento pan-americano

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homem de ferro Gilberto Bucholtz fala do desafio enfrentado em Florianópolis

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50 RUBEN MAGNANO (C) DIVULGOU O NOME DOS ATLETAS DA SELEÇÃO OLÍMPICA DE BASQUETE NA SALA PLENÁRIA

curtas Na pauta, xadrez, tenis de mesa e ginástica artística


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LANÇAMENTO DO PROJETO MERKAZ NO TEATRO ANNE FRANK

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magazine

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olimpíada Exemplos de superação e perseverança da delegação israelense

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12 notícias As notícias mais interessantes do universo israelense

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comportamento As relações entre homossexualidade e religião, segundo o judaísmo

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a palavra Os vários nomes do Estado Islâmico e porque ele cobiça essa região do Oriente

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viagem Um pequeno país do norte da Europa que soube proteger os judeus na Segunda Guerra

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lançamento A segunda incursão de Bernardo Kucinski pelo país da memória

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leituras A quantas anda o mercado das ideias?

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música Cinco dicas imperdíveis para relaxar e curtir em casa

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CARTAS DO SÓCIO Prezado Philologos, Não sei quem você é, e nem mesmo se está no Brasil. Mas leio com muita atenção todos os seus artigos e cumprimento-o pela excelência deles. Entretanto, para este último (edição de junho), “A garota com a tatuagem ídiche”, eu gostaria de fazer uma observação. Em ídiche, a palavra blay ou blai, não se traduz somente como “chumbo”, mas também como “grafite”. Provavelmente na Idade Média, quando a química moderna ainda engatinhava, não se identificava o grafite como uma forma de carbono, mas como algo semelhante ao chumbo. Vejamos em outras línguas. No inglês, black lead, literalmente, “chumbo negro”, traduz-se como “grafite”. No alemão, com schwarz führen, acontece exatamente a mesma coisa. Ainda no ídiche, blaier e blaifeder, não significam nada mais que o prosaico e simples “lápis”. No Gueto de Vilna, não houve levante. Não havia armas nem balas. Parece-me que Hirsh Glick nem podia imaginar isso. Estava se referindo simplesmente ao material para escrita. Já não devia haver tinta. Até os lápis podiam estar rareando. Só havia sangue, as últimas gotas de sangue dos mártires. Não seria exatamente este o material apropriado para se escrever o imortal “Hino dos Partisans”? Cordialmente Abrahão Gitelman, sócio nº 3212 Nota da Redação – Philologos é o pseudônimo de Hillel Halkin (1939-), vive em Jerusalém.

curta cultura Dicas para o leitor ficar ainda mais antenado

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FALTAM POUCAS SEMANAS PARA O INÍCIO DO XX FESTIVAL DE CINEMA JUDAICO

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Ao Diretor de Redação, Adorei a reportagem da revista Hebraica nº 65. Finalmente alguém escreve sobre “O Nazismo, conflito no Oriente Medio e o mufti de Jerusalém”, e esclareceu alguns assuntos que eu não sabia e após ler verifiquei que outros assuntos estão faltando. Que escreverei a seguir: O mufti de Jerusalem Hajj Amin Al-Husseini, em 1941 se refugiou no Iraque e por ter um governo pró nazista lhe foi dado um microfone de uma rádio onde fazia propaganda contra os ingleses e contra os judeus pedindo a sua morte. Em Shavuot de 1941 teve desgoverno no Iraque e uma turba de muçulmanos atacou destruindo, matando e estuprando em torno de duzentos judeus. Isto foi chamado de FARHUD (poderá encontrar mais informações na internet). Os ingleses chegaram e passaram a policiar, esgotando a revolta. Na Bósnia formou-se a 13ª Divisão Islâmica Handschar SS, formada com 26.000 soldados voluntários muçulmanos croatas/ bósnios que se uniu à principal força nazista SS Waffen, que participaram da matança de judeus na Croácia e na Hungria. Suas tropas exterminaram 90% dos judeus da Bósnia, e também visitando campos de concentração. E isto que eu tenho para o momento e se poder complementar seria ótimo. Obrigado, Aryeh Sheery


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carta da redação

ANO LVII | Nº 653 | JULHO 2016 | TAMUZ 5776

DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l) PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN

Arte da capa

DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER

A criatividade da capa desta edição é prova de que também em revistas de clube existe vida inteligente. Os colegas que trabalham bem ao nosso lado aqui, na sede da Hebraica, conseguiram fazer do celuloide e de mãos anônimas a imagem da essência do Festival de Cinema Judaico (FCJ) que se repete há vinte anos como sucesso de público e de crítica. O FCJ, aliás, divide as honras da capa com os Jogos Olímpicos e o papel da Hebraica como local de treinamento de seleções, entre elas, claro, a de Israel. E é de alguns dos atletas de Israel que o correspondente Ariel Finguerman conta histórias de tenacidade e objetivos, como a de Asael Shabo, um vencedor com uma perna só, e da maratonista queniana Lonah Chemtai, que venceu provas e preconceitos ao se casar com o seu técnico Dan Salpeter. Mas há muito mais nas inúmeras atividades desenvolvidas pelas vice-presidências e seus departamentos que movimentam o clube e de que dão conta os relatos das repórteres Tania Plapler Tarandach e Magali Boguchwal. Shalom Boa leitura Bernardo Lerer – Diretor de Redação

EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE

SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE

CORRESPONDENTES ARIEL FINGUERMAN, ISRAEL FOTOGRAFIA FLÁVIO M. SANTOS GUSTAVO WALDMAN

GERCHMANN (COLABORAÇÃO) CAPA DIVULGAÇÃO

DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES

ALEX SANDRO M. LOPES

EDITORA DUVALE RUA JERICÓ, 255, 9º - CONJ. 95

E-MAIL DUVALE@TERRA.COM.BR CEP: 05435-040

- SÃO PAULO - SP

DIRETOR PAULO SOARES DO VALLE ADMINISTRAÇÃO CARMELA SORRENTINO ARTE PUBLICITÁRIA RODRIGO SOARES DO VALLE

DEPTO. COMERCIAL SÔNIA LÉA SHNAIDER PRODUÇÃO PREVAL PRODUÇÕES

IMPRESSÃO E ACABAMENTO GRASS INDÚSTRIA GRÁFICA PUBLICIDADE TEL./FAX: 3814.4629

3815.9159

E-MAIL DUVALE@TERRA.COM.BR JORNALISTA RESPONSÁVEL BERNARDO LERER MTB 7700

calendário judaico ::

OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-

PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.

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AGOSTO 2016 Av 5776

dom seg ter qua qui sex sáb

dom seg ter qua qui sex sáb

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A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO

“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800

BRASILEIRA

4 5 6 11 12 13 18 19 20 25 26 27 Tishá Be Av

SÃO PAULO RUA HUNGRIA,

EX-PRESIDENTES LEON FEFFER (Z’l) - 1953 - 1959 | ISAAC FISCHER

(Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTENBERG 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 1975 | HENRIQUE BOBROW (Z’l) - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | ABRAMO DOUEK 2012-2014 | PRESIDENTE AVI GELBERG

VEJA NA PÁGINA 98 O CALENDÁRIO ANUAL 5776

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COLÔNIA de

Férias HEBRAIKEINU

Beatles

Para Crianças 2

Edição Avôs e Netos (mas a família toda esta convidada)

28 AGO DE

DOMINGO

às 17h no Teatro Arthur Rubinstein Venda de ingressos na central de atendimento


HEBRAICA

A

BEM-VIN DO

SEJ

ISRAEL

DE 31 DE JULHO A 7 DE AGOSTO WWW.FCJSP20.COM.BR

Realização:

Apoio Cultural:

Apoio:

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capa | festival de cinema | por Magali Boguchwal

Vinte anos de cenas judaicas EM SESSÃO ABERTA AO PÚBLICO, O XX FESTIVAL DE CINEMA JUDAICO (FCJ) COMEÇA NO DIA 31, NON GRATA, SOBRE CHIUNE SUGIHARA, DIPLOMATA JAPONÊS

DOMINGO, EXIBINDO A PRODUÇÃO PERSONA

QUE SALVOU MILHARES DE JUDEUS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. SERÃO 23 PRODUÇÕES ENTRE FICÇÃO E DOCUMENTÁRIOS EXIBIDOS ENTRE 31 DE JULHO E 7 DE AGOSTO

E

m suas dezenove edições anteriores, o Festival de Cinema Judaico de São Paulo sempre se iniciou às terças-feiras. Na realidade, na segunda-feira acontecia uma sessão reservada para convidados e imprensa com exibição do filme que seria destaque no evento. A vigésima edição começará na tarde de domingo, 31 de agosto, aberta a todos, sócios e não sócios que adquiram ingressos para a seção de abertura. A produção japonesa Persona Non Grata foi escolhida para a abertura segundo os critérios que sempre nortearam o festival. “É uma produção de qualidade, que reúne as caracterísiticas que marcaram a história do festival. É uma produção internacional centrada num personagem ligado diretamente ao tema judaico”, explica a curadora do Festival, Daniela Wasserstein. “Como sempre, além desses, há muitos outros títulos de alta qualidade que mereceriam estar na abertura. Então recomendo atenção ao catálogo e à grade, que será divulgada em breve”,

completa a curadora. A data da abertura é uma das alterações do FCJ para este ano, assim como o número de salas de exibição, que serão quatro: teatros Arthur Rubinstein, Anne Frank, Cinemark do Shopping Higinenópolis e o Museu da Imagem e do Som (MIS). Além dos filmes, o público que escolher a Hebraica verá na Galeria de Arte uma retrospectiva do FCJ, reunindo cartazes, troféus, catálogos e fotos de celebridades e novos talentos que participaram do evento. “A primeira edição, em 1996, tinha só os teatros do clube e mesmo assim foi um grande sucesso. Assim que Daniela apresentou o projeto, levei a idéia até o presidente Marcos Arbaitman, que estava em seu último ano de gestão e recebi autorização dele e de Gaby Milevsky para encaminhar o evento”, recorda Salomão Wahba, que atuava como diretor voluntário do Departamento de Cinema. Uma olhada nas revistas Hebraica da época mostra que o filme de abertura do primeiro FCJ foi O Judeu, dirigido por

Jom Tob Azulay e estrelado por Dina Sfat (z’l), sobre a vida do dramaturgo cristão-novo luso-brasileiro Antônio José da Silva Coutinho (1705-1739). Wahba tem algumas lembranças da época. “Contávamos só com os dois teatros como salas de exibição e deu tudo certo”, conta. Puxando pela memória, ele destaca a entrada na equipe, logo depois, da produtora Glória Manzon e do apoio do Banco Bradesco, que ajudaram a “alavancar” o festival. “Era tudo feito em grupo, desde a decisão do tema, até a escolha do ator ou diretor que seriam convidado”, conta o antigo ativista. A criação coletiva do FCJ se mantém até hoje. Ao redor dos diretores ligados à vice-presidêcia Social e Cultural gravitam profissionais e voluntários de diferentes áreas e fazem com que o evento dê origem a produtos como peças publicitárias, catálogos que se renovam não só no conteúdo, mas no formato. “A décima quinta edição foi a última edição competitiva, com jurados oficiais e votação popular e nossos troféus eram


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CENA DE PERSONA NON GRATA, FILME SOBRE O DIPLOMATA JAPONÊS QUE EMITIU PASSAPORTES PARA CENTENAS DE JUDEUS NA ALEMANHA NAZISTA

muito apreciados pelos profissionais que os recebiam”, lembra Daniela. Dos diretores internacionais que prestigiaram o Festival de Cinema Judaico estão Amos Gitai, que apresentou Kadosh – Laços Sagrados na edição de 2001. “Ele era e ainda é um dos diretores israelenses mais polêmicos da atualidade e as sessões do filme lotaram”, recorda Daniela. A edição deste ano homenageia a atriz Ronit Elkabetz (z’l), que esteve no no Brasil a convite do FCJ em 2009 e que dirigiu e estrelou Gett – O Julgamento de Viviane Amsalem (2014), exibido na edição do ano passa-

do com muito sucesso. O relações públicas Ovádia Saadia, colunista de cinema e relações públicas, acompanhava a carreira da atriz há vários anos e recepcionou a visitante nos dias que passou por São Paulo. “A despeito da origem humilde, ela adquiriu muito conhecimento na França, onde morava, e quis conhecer os melhores restaurantes da cidade, especialmente os de culinária japonesa”, destaca ele. “O filme exibido no festival era um dos mais fracos que ela fez, e me alegrou saber que, no ano passado exibiram Gett. Ficamos amigos e a notícia da morte dela este ano

chegou diretamente a mim”, conta ele. Ao longo desses vinte anos, o FCJ conquistou um público cativo, que circula de sala em sala para não perder nenhum filme da programação. “Acho que o grande trunfo do Festival de Cinema Judaico tem sido apresentar filmes que nunca seriam exibidos no Brasil. O evento também trouxe grandes nomes como o diretor Eytan Fox e Daniel Burman que, aliás, é o primeiro a dirigir uma série em espanhol para a Rede Globo”, informa Sabrina Nudeliman Wagon, que trabalha na indústria cinematográfica através da distribuidora Elo, responsável pelo lança>>


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capa | festival de cinema >> mento de O Menino e o Mundo, que concorreu ao Oscar este ano. Mendel Szlejf e a mulher bloqueiam a agenda da semana para curtir o FCJ. “Adoro cinema e sou fã do FCJ. A qualidade dos filmes melhora a cada ano. Eu me recordo quando passávamos o dia inteiro na sala de cinema. Só saíamos para almoçar. Entre os filmes de ficção, gostamos de Gloomy Sunday (1999) e adoramos o documentário sobre os aviadores, dirigido por Steven Spielberg e que foi apresentado pela irmã dele, há poucos anos”, comenta o ex-vice-presidente do clube. Uma das características do FCJ é prestigiar a produção nacional, seja exibindo documentários e filmes de ficção ou incluindo novos diretores em seleções de curtas. Há alguns anos, o diretor David Perlov (z’l), brasileiro radicado em Israel, veio ao Brasil acompanhar o Festival. (Ver o box abaixo). XX Festival Cinema Judaico A escolha do filme de abertura deste ano foi palco de algum debate entre a equipe da vice-presidência So-

DIRETOR ISRAELENSE EYTAN FOX RECEBE PRÊMIO DAS MÃOS DA CURADORA DANIELA WASSERSTEIN

cial e Cultural em face da qualidade e variedade de temas incluídos na grade. “Além de Persona Não Grata, teremos o documentário sueco Cada Rosto Tem um Nome, que inspirou parte da campanha de divulgação da vigésima edição. Também teremos vários filmes israelenses, especialmente o do-

cumentário Jerusalém Oriental\Jerusalém Ocidental, dirigido pelo jornalista Henrique Cymerman e por Erez Miller e que têm o cantor David Broza como elo principal do trabalho que uniu crianças sabras e palestinas em uma banda muito interessante. Realmente vale a pena”, conclui a curadora.

Sobre David Perlov Assistir a um filme, independente do gênero, é adentrar o mundo daquele que o concebeu. David Perlov era um mágico, no sentido mais amplo da palavra. No início da carreira deixou claro, à revelia do establishment, a que veio. O Diário, sua mais consagrada obra, exibida em vários países, retrata de modo muito próprio e beirando o lirismo, seu ponto de vista sobre vários assuntos, sobretudo si mesmo. Permitiu que os espectadores mergulhassem em suas entranhas. Em sua última visita ao Brasil, percorreu os lugares e reencontrou as pessoas que não apenas o moldaram, mas também o seu trabalho. Participar do FCJ fez com que mais gente o conhecesse e a seus filmes, imortalizasse suas raízes em um lugar onde elas foram fincadas, seu país natal, em seu solo judaico e junto daqueles que compuseram seu primeiro público. Agradecemos ao Clube o convite por ele participar do FCJ.

Isso nos permitiu que passássemos juntos seus últimos momentos. O convite não veio ao acaso! Mais e mais gente conheceu um novo mundo, a partir de um homem sensível e inteligente que cumpriu uma trajetória reversa. (Sílvia Perlov)



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férias | por Magali Boguchwal

A palavra de ordem é “brincar” NESTAS FÉRIAS, O CLUBE OFERECE ESPAÇOS PARA BRINCADEIRAS

E CINCO COLÔNIAS DE FÉRIAS ORGANIZADAS PELA ESCOLA MATERNAL

E INFANTIL, ATELIÊ HEBRAICA, ESPAÇO GOURMET,

ESCOLA DE ESPORTES E HEBRAIKEINU

A

té o dia 30 deste julho, a Brinquedoteca funcionará em horário especial, das 9h30 às 13 horas, e das 13h30 às 17 horas. A informação interessa aos pais com crianças entre 2 e 6 anos que incluem o clube no roteiro de férias da garotada. Pelas paredes de vidro do local vê-se que a decoração e os brinquedos ao alcance da mão estimulam também os adultos a entrar nas brincadeiras. “Acreditamos no brincar livre e em ga-

rantir a cada criança autonomia na manipulação dos brinquedos e jogos. Ela pode passar horas no cantinho fixo que simula uma casinha ou brincar de montar estruturas ou simplesmente arrastar um pufe. É comum as crianças mais velhas se fantasiarem e encenarem histórias para os menores”, comenta Lígia Kohan, coordenadora do espaço. “Embora tenhamos uma equipe de profissionais que oferecem atividades, é indispensá-

UM DOS CANTINHOS TEMÁTICOS PREFERIDOS É O QUE SIMULA UMA CASA

vel a permanência de um adulto – pai, mãe, avô ou babá – com a criança”, alerta a coordenadora. Para os pais com crianças pequenas, o Espaço Bebê, a Brinquedoteca, a área infantil da Biblioteca e os playgrounds servem como paradas obrigatórias quando trazem as crianças ao clube. Mas muitas famílias recorrem às colônias de férias, que oferecem atividades dirigidas e seguras durante o dia. É o caso das colônias de férias da Escola de Esportes e do programa de férias organizado pela Escola Maternal e Infantil, de 4 a 15 de julho. A primeira recebe crianças de 3 a 14 anos e a segunda atende ao público entre 1 ano e 5 meses e 6 anos. Já o Ateliê Hebraica realiza sua colônia de férias entre 11 e 15 deste mês. A proposta da colônia é dar à criança a oportunidade de lidar todos os dias com materiais e técnicas artísticas diferentes. “A cada tarde, construiremos um objeto que a criança poderá levar para casa como lembrança”, explica a coordenadora do Ateliê, Bety Lindenbojm. No leque de opções para o lazer das crianças, o Espaço Gourmet promove, no mesmo período, a colônia “Férias na Cozinha”, em que uma professora especializada orienta os pequenos cozinheiros na preparação de duas ou mais receitas a cada dia. A melhor opção para a segunda quinzena do mês (18 a 29) é a colônia de férias do Hebraikeinu, que atende crianças de 2 a 8 anos e oferece dois passeios externos por semana. Os monitores do Centro Juvenil Hebraikeinu organizam gincanas, atividades esportivas e desafios aproveitando todos os espaços disponíveis no clube. Para as crianças a partir dos 7 anos, o Hebraikeinu organiza a machané choref (acampamento de inverno) de 16 a 23 de julho no Sítio Ranieri, em São Lourenço da Serra, e conhecido pela completa infraestrutura de lazer que os madrichim (monitores) do Hebraikeinu aproveitam ao máximo. Mais informações e inscrições, na machané e na colônia de férias do Hebraikeinu, fone 3818-8867.



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Foto de Gustavo Gerchmann

novidade | por Tania Plapler Tarandach

SALOMÃO BERÔ DEU A HONRA A SUA MÃE PARA CORTAR A FITA DE ABERTURA DA SABABA, SOB AS VISTAS DO RABINO DAVID

WEITMAN

Comida israelense e kasher na Praça Carmel SABABA, EM HEBRAICO, SIGNIFICA “BACANA”. ESSA PALAVRA DEFINE

O NOVO ESPAÇO INAUGURADO NA PRAÇA CARMEL PARA ATENDER AOS PEDIDOS DOS SÓCIOS, QUE AGORA TÊM UM PONTO DE ENCONTRO NO

SABABA BY BERÔ, COMANDADO POR SALOMÃO BERÔ HAIFAZ

S

alomão Berô Haifaz é fornecedor das refeições para os alunos da Escola Alef. Shawarma, esfiha, kibe, humus e um delicioso falafel à moda israelense constam do cardápio da nova lanchonete com supervisão rabínica da Sinagoga Beit Yaacov. Aberto de domingo a sexta-feira, “o local faz parte de um projeto maior, que é trazer o sócio para comer no clube com toda segurança, tanto com relação à qualidade quanto ao conforto de estacionar e diferentes opções para escolher”, diz o vice-presidente Administrativo Isy Rahmani. Há uma preocupação constante em melhorar os ambientes gastronômicos do clube e acompanhar as novidades dessa área, o que levou a elaboração de um projeto em gestação que brindará todos os gostos e faixas etárias. “Como estratégia, colocaremos três ou

quatro foodbikes (bicicletas adaptadas para oferta de comida) pelo clube em sistema de rodízio temporário, complementando os atuais concessionários e a diversidade de ofertas”, explica o diretor superintendente Gaby Milevsky. Em uma segunda etapa, o projeto prevê a colocação de quiosques, com uma linguagem visual leve, de fácil acesso e variadas opções. O primeiro brindará a atual barraca do coco, que ficará colada à piscina com duas frentes, para também atender quem estiver no complexo aquático. E terá a novidade de oferecer milho cozido. Um foco da curiosidade do sócio é saber qual destino se dará ao mezzanino da Praça Carmel. O vice-presidente Administrativo Rahmani está consciente da demora, “mas isso se explica pelo nosso cuidado na escolha de um concessionário que atenda à demanda com boa comida, preço razoável e bom serviço,

como, aliás, o sócio merece”. E quando se trata de alimentação, qualidade é o item que mais preocupa e interessa Rahmani e, por isso “pedimos àqueles concessionários que estão há muito mais tempo com a gente que se adequassem à demanda da nossa clientela com tudo do melhor, a saber: qualidade, serviço, atendimento e inovação. Ao mesmo tempo, o Departamento de Concessões estruturou-se para atender a essa solicitação. Deste modo, um responsável pela área acompanha os concessionários de alimentação e serviços, e diariamente uma nutricionista visita cada um, fotografa e produz relatórios, sempre visando a qualidade e a segurança alimentar. No começo do ano, uma empresa especializada, a Controlare Segurança Alimentar, fez um diagnóstico de todos os concessionários cujo resultado contribuiu para confirmar as decisões administrativas que a Hebraica estava tomando. Além disso, o clube mantém convênio com um laboratório da área de alimentação que mensalmente colhe amostras aleatórias e realiza exames para eliminar riscos de contaminação”.




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cul tu ral +social


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cultural + social > espaço gourmet

NO FINAL DA AULA, OS NOVOS CHURRASQUEIROS FORAM DIPLOMADOS NA ARTE DE MANEJAR GRELHAS E ESPETOS

A arte de churrasquear “NÃO SÓ HOMENS PILOTAM AS CHURRASQUEIRAS. MULHERES TAMBÉM PODEM”, DISSE CLARICE CHWARTZMANN AO GRUPO QUE FOI AO ESPAÇO GOURMET APRENDER A FAZER UM VERDADEIRO CHURRASCO

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udo começou quando a publicitária gaúcha Clarice Chwartzmann resolveu mudar de vida. Depois de muitos anos, deixou a comunicação de lado e seguiu um ensinamento do pai quando a hora é colocar a cabeça no lugar. Acendeu o fogo e assou uma “carninha” para relaxar e pensar na vida. O que o pai ensinou de churrasquear tornou-se a nova profissão de Clarice. “Sempre adorei preparar tudo e me incomodava um pouco essa coisa de que churrasco é coisa só de homem. Percebi que as mulheres também gostam deste universo e estão prontas para

assumir mais este papel”, contou aos novos aprendizes ao lado da churrasqueira, ensinando o passo-a-passo aos que desejam se envolver nessa arte gastronômica. Para Clarice, “com alguma técnica, grelhas e espetos podem ser manejados por qualquer pessoa, homem ou mulher, e dá grande prazer”. A aula prática começa com o preparo do fogo e o ponto certo de cada carne. “O fogo ideal é um dos segredos para o bom churrasco”, explica Clarice. E esse momento certo é quando a labareda baixa e vira brasa. Depois, as carnes e o sal ide-

al: “Sal grosso, só na costela”. Outro detalhe: a irrigação da carne é que dá a suculência. Mais importante: churrasco não combina com pressa, é “uma gastronomia única, um momento de se alimentar compartilhando o tempo bem vivido, com alegria, prazer e sem formalidade”. Entre uma picanha, um salsichão, uma costela, Clarice respondeu às dúvidas que surgem enquanto “alunos e alunas” saboreiam as carnes saídas da grelha para o prato e elogiam o resultado, acompanhado de uma taça de vinho harmonizado, detalhe que complementa o êxito da aula. (T. P. T.)

AGENDA 11 a 15, das 14h às 17h. “Férias na Cozinha” para crianças de 7 a 10 anos. Com a chef Cris Paulo



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cultural + social > curtas

Cores em profusão na arte de Lilian Bomeny

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utodidata e multidisciplinar, voltada sempre para o futuro, Lilian Bomeny se inspira no universo feminino. Possui trabalhos em importantes coleções institucionais e particulares, além de ter escrito dois livros: Nos Jardins da Catedral e Caminhos do Sol, lançados pela Editora Cassandra Rios. “O ser humano, em especial a mulher, que considero a maior criação do mundo, é o foco do meu trabalho. Em um dado momento, senti que deveria dar vida aos meus desenhos, minhas pinturas e ganhar uma representação maior para minha proposta.” Assim, surgiram as esculturas no caminho da artista, “que estão me fascinando”, disse Lilian ao inaugurar a mostra na Galeria de Arte. As obras podem ser vistas até dia 26.

“Aonde Vamos?” reúne autores cariocas

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ivian Schlesinger convidou Heliete Vaitsman e Ronaldo Wrobel, dois autores cariocas, para mais um Aonde Vamos? Jornalista, tradutora e escritora, Heliete é autora de O Cisne e o Aviador, lançado pela Editora Rocco, livro finalista do Prêmio de Literatura 2015. Reunindo ficção e realidade, o livro conta a controversa trajetória de Herberts Cukurs, lendário piloto, herói nacional na Letônia até a ocupação nazista e, então, responsável pela morte de trinta mil judeus. Morou no Brasil em 1946, inaugurou o pedalinho da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, e foi assassinado por agentes do Mossad, o serviço

de inteligência israelense, em Montevidéu, Uruguai. Após o sucesso de Traduzindo Hannah, lançado na Hebraica em 2010 e em mais oito países, finalista como melhor livro do ano no Prêmio São Paulo de Literatura, Wrobel trouxe, em primeira mão, seu terceiro livro no gênero, O Romance Inacabado de Sofia Stern. Nele, o autor reconstitui a juventude da hoje pacata senhora, cheia de paixões, inveja, traições envolvendo dinheiro. O autor se depara com o dilema de ficar rico ou fazer justiça. Excelentes indicações de leitura, apreciadas pelos ouvintes.

Férias com o novo Spa

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partir deste mês, as sócias contarão com os serviços do Hamsa Spa, um local repleto de verde e ar puro, tranquilidade e harmonia para o corpo, mente e alma. “Promoveremos o bem-estar e a qualidade de vida através de tratamentos e terapias holísticas e estéticas, banhos de imersão e sauna terapêutica”, informa Milene Carvalho, responsável pelo novo concessionário. O Hamsa Spa funcionará de terça a sábado das 9 às 21 horas, e aos domingos e feriados das 10 às 15 horas. Reservas, fones 3031-1609 e 3818-8735.

Festival de filmes premiados As sessões de cinema deste mês, no Teatro Arthur Rubinstein, trazem uma série de filmes premiados em vários festivais, inclusive com o cobiçado Oscar. As sessões das quartas-feiras, às 20h30, trazem: Spotlights: Segredos Revelados (EUA, dia 6); Crash no Limite (EUA, dia 13); O Discurso do Rei (Reino Unido, dia 20); Onde os Fracos não Têm Vez (EUA, dia 27). Nas sessões de sábado (20h30) e domingo (16h e 19h), podem ser vistos: Os Infiltrados (EUA, dias 2 e 3): O Artista (França, dias 9 e 10); Menina de Ouro (EUA, dias 16 e 17); Chicago (EUA/Alemanha, dias 23 e 24); Gladiador (EUA/Reino Unido, dias 30 e 31).


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“Entre Amigas” com Karin Szapiro

A volta do curso de Cabala

pós o sucesso do primeiro “Entre Amigas”, que reuniu quase cinquenta mulheres, um novo papo está marcado durante o café-da-manhã, dia 30 de agosto às 7h30; e para quem preferir a happy hour, será dia 1º. de setembro, às 18h30, no Espaço Gourmet. Para que todas tenham a oportunidade de ampliar o repertório e os recursos de cada uma para lidar com o tema desafiador que é o amor nos tempos modernos. “Casamento e Relações Amorosas” foi o nome dado pela ex-executiva de marketing de multinacionais, formada pela FGV, Karin S. Szapiro. Há mais de quinze anos, ela virou a mesa e foi ao encontro dos seus desejos. Tornou-se psicanalista, mestre em psicologia clínica pela PUC/SP e é membro filiado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Com essa bagagem, Karin quer abrir uma conversa e uma reflexão sobre o novo panorama das relações conjugais e amorosas, nessa época de desafios na sociedade moderna.

ossa vida não começou há poucos anos e sim há muitas vidas atrás. Entender as leis da reencarnação é o primeiro passo para conhecer ou reconhecer vidas passadas. Conhecê-las não é algo primordial, mas entender os efeitos de outras jornadas na vida atual é a garantia de conseguir fazer da vida uma vida melhor, uma vida com propósito.” Este é o conteúdo do curso Cabala Nível 3, dado por Marcelo Steinberg, abordando “Reencarnação, as Jornadas da Alma”. Serão oito aulas, uma por semana, para que num crescendo os participantes comecem a desvendar e conhecer o verdadeiro caminho da alma. Informações na Central de Atendimento, ou pelo e-mail marcelo. steinberg13@gmail.com.

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“As mulheres estão muito mais exigentes e exigidas, competitivas e sobrecarregadas. Posto isto, a ideia é conversar sobre diversos temas como: quais os novos desejos? O que esperar de uma relação amorosa? Existe solidão a dois? Quais as maiores queixas femininas? Como aumentar a libido numa relação estável? Quais os novos desafios para os homens? Quais as mudanças de um relacionamento ao longo da vida? Como manter a intimidade do casal? Como resgatar uma relação em crise?”, explica a psicanalista.

Agenda do Show do Meio-Dia

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ste mês, os encontros domingueiros do Show do Meio-Dia serão no Teatro Arthur Rubinstein. Dia 10, Carlos Navas volta ao palco da Hebraica com interpretações românticas da música popular brasileira; dia 17, será a vez do Coral Juvenil do Guri, na série Santa Marcelina, que traz a parceria musical e inclusiva para o clube; dia 24, traz de volta a Orquestra Vozes do Violão e o Coral do Lar das Crianças da CIP, sempre muito aplaudidos; e para finalizar, dia 31, a Orquestra Sinfônica Infantojuvenil faz mais uma apresentação da série Santa Marcelina.

Dos 60 para os 60

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Espaço Bloch recebeu 180 alegres convidados para uma tarde de confraternização. A parceria Fisesp, Hebraica e Unibes organizou, como faz há alguns anos, o “Baile dos 60 para os 60”, com Luis Loy & Mara relembrando as músicas da época. Muitos dançaram, outros conversaram, fizeram novas amizades e tiveram uma tarde agradável. (T. P. T.)


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coluna comunidade

Natalini no Bazar da Wizo

Ao visitar o Bazar da Wizo SP, no Clube Piratininga, o vereador Gilberto Natalini surpreendeu-se com a quantidade e variedade de produtos oferecidos, o número de pessoas aguardando a abertura para “conseguir tudo que eu quero”, como disseram. Alunos da Escola Beit Yaacov exercitaram seu primeiro trabalho voluntário, ajudando a atender as pessoas.

por Tania Plapler Tarandach

A história de um grande ativista

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Shopping Iguatemi fechou às 22 horas e a Livraria Cultura continuou aberta, pois a fila para falar com Marcos Arbaitman e receber o autógrafo do livro de sua vida não acabava. Márcio Pitliuk é o autor de Marcos Arbaitman, Meu Nome É Trabalho. Pincelando algumas frases, o leitor é tomado por detalhes reveladores dos momentos de uma vida plena: “Ainda garoto jogava ‘bola de meia’ nas ruas do Bom Retiro, numa época em que poucos carros circulavam pelo bairro. Depois passou para os campinhos da várzea do rio Tietê, onde entre um jogo e outro, os garotos judeus quebravam o pau com os garotos lituanos” e mais adiante conta: “Foi no Macabi que iniciou sua vida de ativista comunitário”.[ Ao falar do início da vida empresarial de Marcos, ele revela: “Hélio Smidt, então diretor da Varig, e David Kopenhagen, que viam nele um grande potencial, o incentivaram a comprar uma pequena agência de turismo chamada Maringá”. Aos poucos, Pitliuk revela cada faceta das várias do biografado: “É convidado pelo governador Mário Covas a ser se-

cretário de Estado do Esporte e Turismo, cargo que depois é reconfirmado pelo governador Geraldo Alckmin”. Um dos pontos altos dessa carreira é assim relatada: “Mas a sua principal obra foi a criação da Amem, Associação de Amigos do Menor pelo Esporte Maior, criada por ele em 1998, quando era Secretário de Esporte e Turismo do Estado de São Paulo”. Uma frase do livro sintetiza a mensagem de Arbaitman: “Mas o que deslanchou sua carreira, e ele faz questão de frisar como um exemplo para os jovens, foi sua atividade comunitária”. Um livro para ser lido pelos amigos e por quem não conhece a trajetória de quem liderou a Hebraica por três mandatos e foi duas vezes presidente do Conselho.

Jornalistas na berlinda

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“Papo de Redação” com os jornalistas Caio Blinder, correspondente da Globonews e da Tribuna Judaica, e Guga Chacra, do jornal O Estado de S. Paulo e da Globonews, vindos dos Estados Unidos, levou mais de setecentas pessoas ao Espaço Adolpho Bloch, na Hebraica, realizadora do evento com a Federação Israelita do Estado de São Paulo e o Fundo Comunitário. O presidente Executivo da Fisesp Ricardo Berkiensztat, jornalista de formação, mediou o encontro que tratou de ataques terroristas, eleições norte-americanas, Israel e Oriente Médio, a crise dos refugiados na Europa, Olimpíada, a política e a economia do Brasil. “Os ataques terroristas feitos pelos chamados ‘lobos solitários’, como na

Maratona de Boston, e em Tel Aviv, cresceram a partir de 2015, e servem de propaganda para terroristas como do Estado Islâmico”, destacou Guga. “Mas o maior risco às vésperas da Olimpíada no Brasil é o zika vírus, a falta de infraestrutura e de saneamento básico que têm destaque na imprensa internacional

e grande preocupação de quem pretende vir para cá. Mas, como na Copa do Mundo, quando os jogos começarem, os problemas perderão o foco e vão valer os resultados das competições”, complementou Caio. Na noite seguinte, centenas de pessoas lotaram o salão do Buffet França para novo encontro com Caio Blinder e Guga Chacra, mais Humberto Saccomandi e Jaime Spitzcovsky, desta vez promovido pelo Grupo Shamash da Na’amat Pioneiras, com o tema “Mundo Conectado – Quatro Jornalistas, Quatro Continentes e Uma Grande Oportunidade”. Sheila Szymonowicz agradeceu a presença das autoridades, apoiadores e patrocinadores, solidários com os projetos da organização feminina e sionista, que reúne mais de trezentas mil mulheres no mundo.


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COLUNA 1 Desde que Carlos Gil aposentou-se como professor titular na Faculdade de Odontologia da USP ele atua na Fundação da Odonto-USP, onde dá cursos de especialização e aperfeiçoamento em reabilitação oral. Se os interessados na compra de livros em sebos se depararem com a indicação Alfaiate dos Livros ... Livros sob Medida no site especializado Estante Virtual, saibam que se trata de Emanuel Mordoch, um veterano no comércio de livros e revistas, cujo e-mail é alfaiatedoslivros@ hotmail.com. Se não tiver, vai conseguir.

∂ Sarita Rawet foi a homenageada de 2016 na abertura do Bazar Anual da Wizo, como modelo de dedicação ao ideal da voluntária. Filhos e netos prestigiaram o ato, além das chaverot.

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Safdié, o filantropo O chefe do Serviço de Oncologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Gilberto Schwartsman, é um dos inventores do NEO100, medicamento aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão responsável pelos remédios nos EUA, para pacientes com tumores cerebrais avançados, após tratamentos convencionais com cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

∂ Manu Lafer contou com a participação especial e arranjos de Dori Caymmi no show de lançamento de seu CD Um Lado Mau que Você não Conhece, na Unibes Cultural. Após Londres, Tel Aviv, Seul, Madri e Varsóvia, o Google inaugurou o primeiro espaço nas Américas voltado ao empreendedorismo. É o Google Campus de São Paulo, aberto a jovens para utilizarem o espaço de segunda a sexta-feira, dia e noite.

Julián Fuks é o primeiro autor brasileiro selecionado para participar do programa Rolex Mentors & Protégé Arts Initiative, junto com seu mentor, o biólogo e escritor moçambicano Mia Couto. Passarão quinze dias nos Açores, Portugal, iniciando um trabalho que se estenderá por um ano.

Rony Vainzof, da Opice Blum, Bruno, Abrusio e Vainzof Advogados Associados, abordou o tema “A importância de GRC para a transparência e sustentabilidade das organizações no Brasil”. No encontro GRC Internacional + Driday L.A, que se realizou no Hotel Renaissence.

A irmã Carolina e os pais Marina e Hilton Rejman receberam os convidados após a cerimônia na Sinagoga do clube do bar-mitzvá Felipe.

Marcin Wrona (z’l) nasceu em Tarnów, Polônia e ganhou vários prêmios na carreira de cineasta. Demon, seu último filme, premiado no Fantastic Fest na categoria melhor horror, chamou a atenção dos cinéfilos paulistanos.

Única feira dedicada exclusivamente à arte contemporânea, a PARTE reuniu escritórios de arte e público no Shopping Cidade Jardim. Lina Wurzmann e Tamara Perlman planejam a próxima edição no Salão Marc Chagall da Hebraica, de 2 a 6 de novembro. Com MBA na Universidade de Toronto, Sheila Szymonowicz e a economista pela FEA-USP Renata Taveiros de Saboia realizaram o seminário “Educação Financeira para Mulheres”, promovido pela Female Consulting.

O filme Sobrevivi ao Holocausto, com a vida de Júlio Gartner, pode ser visto no Canal Brasil (Net 150 e Sky 51) em vários horários. A nutricionista funcional Patrícia Davidson desenvolveu receitas exclusivas para a KitchenAid, para auxiliar quem busca alimentação equilibrada e saborosa. Em https://we.tl/ Qb8XMQPYj9 o arquivo do livro com fotos.

Libanês, foi no Brasil que Edmundo Safdié, falecido no mês passado, criou família e empresas. Quem conviveu com o homem de finanças sabia que era um homem gentil, atencioso e ouvinte das causas comunitárias. Fundou o Banco Cidade, em 1965, com o cunhado Isaac Harari, foi um dos pioneiros do setor no Brasil. Em 2002, vendeu o banco para o Bradesco, que levou as 24 agências e cinquenta mil clientes. Sua atuação comunitária estendeu-se do Brasil a Israel. Na Congregação Mekor Haim, Congregação e Beneficência Sefardi Paulista, entre outras, e presidiu o Conselho Deliberativo da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, na gestão do presidente executivo Mauro Salles. Seu apoio se estendeu do Centro de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém à União Mundial Macabi, em Israel. A morte de Safdié foi noticia no jornal Yediot Aharonot, em Israel, onde o nome de Edmundo Safdié está ligado ao Instituto de Pesquisa para Câncer, Aids e Imunologia da Universidade Bar Ilan, que lhe concedeu o título de Doutor Honoris Causa (na foto, ao lado do ex-primeiro ministro israelense Yitzhak Rabin (z’l).

KKL na Rússia, após cem anos O presidente mundial do Keren Kayemet LeIsrael (KKL) saiu de um encontro com o presidente russo Vladimir Putin e anunciou a volta da entidade ao país cem anos depois de ser proibida. Serão desenvolvidos trabalhos nas áreas de ambiente, florestas, desenvolvimento verde, combate à desertificação e economia de energia.


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cultural + social > comunidade+coluna 1

COLUNA 1

Instituto Olga Kos recebe prêmio

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Associação Brasileira de Críticos de Arte concede, anualmente, um prêmio dirigido a dez categorias – artistas, autores e instituições que tenham contribuído com a cultura nacional. Este ano, o Instituto Olga Kos de Inclusão Social (IOK), que desenvolve projetos artísticos e esportivos para quase 2.500 crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual, principalmente Síndrome de Down, foi premiado com o projeto “Resgatando Cultura”. Este prevê a publicação de livros ilustrados sobre a vida e obra de artistas plásticos contemporâneos que participam do “Pintou a Síndrome do Respeito”, outro programa no qual artistas compartilham técnicas com os jovens das oficinas de arte do IOK. Uma exposição das obras e o lançamento do livro do artista, muitos escritos pelo crítico de arte Jacob Klintowitz, marcam o final de cada módulo. “Este prêmio é o Oscar brasileiro da cultura. Estamos muito felizes e orgulhosos em recebê-lo”, afirmou Wolf Kos, presidente do IOK ao receber o troféu criado pela escultora e gravadora Maria Bonomi.

A LEN Comunicação e Branding, de Eduardo Len, cria estratégias exclusivas para seus clientes. Como o submarino amarelo com todos os detalhes, inspirado nas aventuras animadas dos Beatles, ancorado nos pontos de venda da franquia Chuá Chuá no Aeroporto de Cumbica e nos shoppings Eldorado, em São Paulo, e Vitória, no Espírito Santo.

Segall, o filme O Caseiro propõe explicações psicanalíticas para eventos extraordinários. É distribuído pela Europa Filmes e em cartaz na cidade.

José Efromovich e equipe da Avianca Brasil comemoram a eleição da empresa como a melhor companhia aérea brasileira no XVII Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente.

“O início do meu amor e dos meus filhos, que estudaram em Ayanot, por Israel começou na Na’amat” disse a professora e contadora de histórias Márcia Charak Blatt. Na sede da entidade, em Shavuot, ela contou a história de Ruth usando bonecos feitos de colher-de-pau.

Com roteiro escrito por Júlio Santi, Felipe Santi e João

Única família de montanhistas brasileiros, os Gribel retornaram ao país após escalar o Monte Elbrus, na Rússia, um dos sete mais altos do mundo, passando dos cinco mil metros.

Encontros de Terpins na Argentina O presidente do Congresso Judaico Latino-Americano, Jack Terpins, esteve em Buenos Aires. “Para estreitar vínculos com a Amia e a Daia, com as quais atuamos em conjunto há anos e planejar o I Foro Contra o Antissemitismo na América Latina, dias 17 e 18 de julho”, disse Terpins. Na visita à Amia, Terpins acendeu uma vela em homenagem às vítimas do atentado de 1994, ainda não solucionado pelo governo argentino.

∂ No Instituto Dante Pazzanese, Mônica Maria Cartocci defendeu tese de doutoramento com o tema “Avaliação Farmacogenética do Ácido Acetilsalicílico em Uso Isolado e Associado aos Ácidos Graxos Ômega 3 (n-3) em Pacientes com Doença Arterial Crônica”. O orientador foi Dikran Armaganijan. O vice-presidente da diretoria executiva do Colégio Renascença Jacques Griffel falou a respeito de “Educação Judaica: um Desafio Constante” após o kidush na sinagoga Mishcan Menachem. No Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, o secretário de Estado de Desenvolvimento Social Floriano Pesaro fez palestra comemorativa como parte do programa “São Paulo Amigo do Idoso”.

Na B’nai B’rith, Eduardo (Dado) Wurzmann contou sua trajetória profissional e de ativista comunitário, além de abordar o tema da noite, “Como Ter Sucesso em Épocas de Crise”. Em sua passagem por São Paulo, Marcos L. Susskind, que agora vive em Israel, falou para os convidados do Amor-Exigente, Grupo Tikvá a respeito do tema “Amenizando Conflitos para Viver Melhor”. Chega ao Brasil o curso on line Gold Standard EFT, isto é, Emotional Freedom Techniques, método terapêutico que pode ser usado em clínicas ou auto-aplicado, para eliminar as intensidades emocionais negativas, que nos impedem de viver bem. Sônia Novinsky é a representante do Official EFT no Brasil, escolhida pelo criador do método, o californiano Gary Craig.


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Pesaro e o Estado de Israel

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ara o deputado federal e secretário de Desenvolvimento Social do Estado, Floriano Pesaro, “Israel vem sendo injustamente acusado de tudo. Graças a um antissemitismo crescendo a passos rápidos, a um acirrado antissionismo e a uma mídia esquerdopata e tendenciosa, somos considerados uma nação pária, sem justiça, acusada de invasões e responsável pela completa desobediência aos direitos humanos”. Pesaro acha que os detratores do Estado de Israel devem conhecer “os valores constantes de nossa Declaração de Independência aos quais os israelenses se curvam” e ler e reler o discurso proferi-

do pelo então primeiro-ministro David Ben-Gurion “no dia do nascimento deste milagre que é Eretz Israel” no qual afirma que o “Estado de Israel irá promover o desenvolvimento do país para o benefício de todos os seus habitantes; será baseado na liberdade, justiça e paz como imaginado pelos profetas de Israel; assegurará completa igualdade de direitos sociais e políticos a todos os seus habitantes, independentemente da religião, raça ou sexo; vai garantir a liberdade de religião, consciência, língua, educação e cultura; respeitará os lugares sagrados de todas as religiões; e será fiel aos princípios da Carta das Nações Unidas”.

PERSONAGEM

Rosa Kliass, cidadã paulistana Por iniciativa do vereador José Police Neto, a Câmara Municipal de São Paulo conferiu o título de Cidadã Paulistana à arquiteta e urbanista Rosa Grena Kliass. Filha de José Alembick, nome de rua em São Roque, onde nasceu, em 1932, a homenageada se tornou reconhecida nacional e internacionalmente. Pioneira na arquitetura paisagística no Brasil, projetou a reurbanização do Vale do Anhangabaú, junto com o urbanista Jorge Wilheim (z’l), vencedor do Concurso Nacional de Projetos, promovido pelo IAB de São Paulo em 1986. Também projetou o paisagismo da avenida Paulista, o Parque do Forte, no Amapá, e Mangal das Garças, no Pará, o Parque da Juventude, onde era a penitenciária do Carandiru, e mais de quarenta praças como o Parque do Morumbi, a Benedito Calixto e a do Pôr-do- Sol. Primeira pre-

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Aluno e professora em Brasília O Concurso de Pintura e Desenho da Wizo SP é anual e, em 2015, premiou, com uma viagem de três dias a Brasília, o aluno Hendio Gabriel Ribeiro Cavalcanti e sua professora de Artes Cristiane Marques Barbo, da Escola Estadual Caem Manoel Andou. Foram recebidos na Embaixada de Israel pelo encarregado de Negócios Lior Ben Dor, cujo hobby é a pintura e, por isso, elogiou como o jovem desenvolveu o tema “Brasil-Israel: Tecnologia no Século 21”. Acompanhados da presidente da Wizo Brasília, Rachel Abitol Raschkovski, e de Desirée Suslick, de São Paulo, aluno e professora participaram do Shabat na sinagoga da Sociedade Israelita.

Depoimentos do Holocausto on line

sidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas, de 1976 a 1980, foi premiada pela Bienal de Arquitetura de Quito. As provas para o vestibular de arquitetura e física eram no mesmo dia, e escolheu a FAU/USP, “um grande mistério até hoje”. O paisagismo só era conhecido por causa de Roberto Burle Marx. “Roberto é a grande figura para mim, com quem partilhei poucos, mas significativos momentos. Foi meu mestre”, afirma a cidadã paulistana Rosa Kliass.

“O Holocausto é algo indescritível. Pelos depoimentos, conseguimos reconstituir parte da nossa memória que enriquece à razão da conscientização dos filhos e netos desses sobreviventes. A partir deles, é possível resgatar esse legado com documentos e fotografias e fazer uma somatória dos registros. A ideia é transmitir e multiplicar e, a partir daí, alertar as novas gerações para os perigos do antissemitismo e de qualquer outro pensamento racista”, explicou Maria Luísa Tucci Carneiro, no seminário “Vozes do Holocausto – Testemunho de Sobreviventes Poloneses: Ecos e Silêncios de um Genocídio”, na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, na Cidade Universitária. Nesse encontro foi comunicada a divulgação dos registros de sobreviventes, disponíveis no site do Arquivo Virtual do Holocausto (Arqshoah): http://www.arqshoah.com), registrados pelo Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação (Leer), da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP que é dirigido por Tucci Carneiro.




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1. Grupo Chana Szenes, da Wizo, entregou a Mar-

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garida Miyazaki, do Instituto de Medicina e Reabilitação do Hospital das Clínicas, aparelho para o atendimento a crianças; 2. Carolina e Leo Shehtman na apresentação de One Thousand Museum, projeto da arquiteta Zaha Hadid em Miami; 3, 4 e 5. Hebraica recebe a Acesc: reunião de trabalho e jantar: Avi Gelberg e João Doria; Mônica Hutzler, Isy Rahmani e Renata Cohen; 6. Na Plenária, os escritores cariocas Heliete Vaitsman e Ronaldo Wrobel, convidados de Vivian Shclesinger; 7 e 8. Dançar e dançar, sem idade; diretoras dos grupos de Terceira Idade no Espaço Adolpho Bloch; 9. Evento na sede de Na’amat: Márcia Charak Blatt, Leonor Szymonowicz e Rosa Helena Roizen; 10 e 11. Olívio Guedes, a artista Lilian Bomeny, Mônica Hutzler; e Sérgio Bonfim na Galeria de Arte

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1. e 2. A turma do Boteco aproveitou o domingo de sol e a música no Bar da Piscina; 3. Hebraica Meio-Dia trouxe Fábio Jorge e seu cancioneiro francês no show “C’est Si Bon”; 4. Noite do Grupo Shamash de Na’amat Pioneiras, no Buffet França, com os jornalistas Guga Chacra, Caio Blinder, Jaime Spitzcowsky, Humberto Saccomandi e mais setecentos ouvintes; 5. KKL Brasil no 6º Congresso Amlat, no Uruguai e Argentina; 6 e 7. No Espaço Gourmet, gaúcha Clarice Chwartzmann mostrou como fazer um churrasco de verdade; o churrasqueiro Marcelo Eskenazi feliz e diplomado; 8. Na Sinagoga, o lernen de Shavuot com Débora Goldzveig

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1. Mostra “Deuses do Olimpo” reuniu Konstantinos Konstantinou, mestre Juan Gaviria e Ovadia Saadia, presidente da Febracos e Apacos, na Grifes & Design, dos Sasson; 2. Jovens aplaudidos em apresen-

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tação da Banda Sinfônica Juvenil do Guri, no Teatro Arthur Rubinstein; 3. Lina Wurzman, Tamara Perlman e Carmen Schivarche fazem da PARTE Feira de Arte Contemporânea um sucesso; 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10. Livraria Cultura recebeu Gaby Milevsky; Naum Rotenberg; Ana e Salomão Schvartzman; Avi Gelberg; a anfitriã Bete Arbaitman e Chella Safra; Abram Szajman e o dono da casa Pedro Herz; Beirel Zukerman e Israel Vainboim para o autógrafo de Marcos Arbaitman no livro que relata sua vida

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1, 2 e 3. Vereador Andréa Matarazzo visitou o clube e almoçou no Casual 1.000; com Isy Rahmani, Fábio Topczewski, Avi Gelberg; e Bruno Laskowsky; 4 e 5. No clube, Sarita Sarue convidou Nanette Konig para contar como sobreviveu à Shoá para os atentos jovens do Chaverim e da Escola Alef Paraisopolis; 6, 7 e 8. Dirigentes comunitários e público lotaram o Espaço Adolpho Bloch; ouviram, perguntaram e aplaudiram os jornalistas Caio Blinder e Guga Chacra; realização do Fundo Comunitário, Fisesp e Hebraica

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juventude > merkaz

Lições de empreendedorismo COM LOTAÇÃO ESGOTADA NA PALESTRA DE

LANÇAMENTO, O MERKAZ

GARANTIU MUITAS ADESÕES À INICIATIVA INÉDITA DA

HEBRAICA SÃO PAULO, CONGREGAÇÃO ISRAELITA PAULISTA (CIP) E FUNDO COMUNITÁRIO KEREN HAYESOD

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otar um teatro de trezentos lugares para uma palestra é tarefa cada vez mais difícil, especialmente quando o público alvo tem entre 18 e 35 anos. No entanto, os idealizadores do Projeto Merkaz atingiram o objetivo na palestra inaugural, no Teatro Anne Frank, cujos convidados eram Alex Szapiro, Country Manager da Amazon Brasil; Carlos Alberto Griner, diretor executivo de RH da Suzano; e Eduardo Grytz, sócio fundador da Performa Investimentos. “Havia tantos interessados que, por pouco, não transferimos o evento para um lugar maior; mas acabou dando tudo certo”, comentou o gestor do Merkaz, Pedro Muszkat.

No caso do Merkaz, Pedro sugere ao interessado acessar www.merkaz.com. br a página do projeto. “A grade de cursos de julho, por exemplo, tem assuntos que enriquecem o currículo de futuros formandos, empreendedores novatos e jovens profissionais”, completa. Quem decidir se tornar membro, terá acesso à orientação de mentores por meio do fórum no site e presencial, quando os mentores estiverem disponíveis, além de descontos nos cursos. “O pedido de inscrição de membros passará pelo comitê, mas uma vez autorizada, o novo membro terá um desconto para utilizar o co-working na Plug (parceiro que possui rede de coworking) e, num fu>>

BENNY SPIEVAK ATUOU COMO MEDIADOR DURANTE A TROCA DE IDÉIAS ENTRE ALEX SZAPIRO, CARLOS ALBERTO GRINER E EDU GRYTZ


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juventude > merkaz >>

LANÇAMENTO DO PROJETO MERKAZ NO TEATRO ANNE FRANK

turo próximo, acesso ao coworking na Hebraica”, acrescenta Pedro. Um terceiro degrau no envolvimento com o Merkaz depende da apresentação de uma ideia ou plano de negócios que “se aprovado, receberá um subsídio para o uso do coworking e mentoria presencial mais focada em sua área de atuação”. Enquanto as empresas não são selecionadas, o estúdio localizado na Plug ficará à disposição para os membros utilizarem como coworking compartilhado. Logo na primeira semana após o lançamento, o Merkaz já oferecia uma grade com cursos para julho e agosto, todos ministrados pela empresa parceira Weeget Academy e que serão realizados na Sala Plenária, da Hebraica. Entre os eventos previstos, um curso de pitch (termo utilizado para a apresentação de ideias e produtos), a primeira edição da Fuck Up Nights em parceria com a Amani Institute e Impact Hub (encontro no qual empresários narram casos de fracassos e apontar os ensinamentos a partir deles) e, em agosto, o Pitch Night, a oportunidade para candidatos a empreendedores apresentarem suas ideias. Grandes exemplos Durante o lançamento do Merkaz, a plateia conheceu três profissionais da comunidade que atuam em grandes empresas, e também as “cabeças” por traz deste pro-

jeto. Ativistas como Sérgio Kulikowsky (presidente da CIP) e Cláudio Bobrow, presidente do Fundo Comunitário, que integram o comitê junto com Avi Gelberg e Gaby Milevsky, da Hebraica São Paulo. Para Cláudio Bobrow, a inspiração para o projeto veio depois de acompanhar cem jovens durante doze dias em uma edição da Marcha da Vida. “Eles estavam muito felizes não só por causa da viagem, mas também pelo ambiente judaico proporcionado por ela, e manifestaram a dificuldade de conseguir a mesma integração comunitária em São Paulo, depois de completar 18 anos. Com exceção dos jovens mais ortodoxos que têm a sinagoga, os outros se perdem nessa fase da vida.

Perguntei o que desejavam e responderam que seria algo relacionado à escolha da profissão, um espaço que os ajudasse na preparação para o mercado e o futuro profissional. O Merkaz vai nessa linha”, comentou o ativista. Sérgio se referiu às várias startups com as quais se se envolveu, como diretor ou como investidor. “Empreender é algo muito solitário. Creio que muitos profissionais em início de carreira gostariam de encontrar alguém que, além de críticas ao seu plano de negócios, também oferecesse orientações e apoio e isto os jovens encontrarão no Merkaz. Em minha opinião, vamos unir o hardware, que seria o ambiente para co-working com o software, ou seja, cursos bá-

Definição institucional O Merkaz é uma iniciativa que surgiu das instituições judaicas Hebraica de São Paulo, Fundo Comunitário (Keren Hayessod) e Congregação Israelita Paulista (CIP) preocupadas com o gap de engajamento da juventude entre o período pós movimento juvenil e o casamento. Para que fosse criado algo que o jovem realmente necessitasse, as três instituições se reuniram quinzenalmente por oito meses com trinta jovens para entender e decifrar suas necessidades. Com isso, chegamos à ideia de unir carreira, empreendedorismo, cursos de formação, mentoria, palestras e espaço de trabalho. Confiamos no sucesso da empreitada. (Avi Gelberg – Hebraica, Cláudio Bobrow – Fundo Comunitário Keren Hayessod e Sérgio Kulikovsky – Congregação Israelita Paulista)


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sicos e oportunidades para debater e trocar ideias”, acrescentou o presidente da CIP. E o resto da noite foi uma aula a respeito do ambiente de negócios. Alex Szapiro descreveu os ensinamentos que a atuação no Brasil proporcionou à Amazon e Carlos Alberto mostrou o quanto a mudança de paradigmas tem ajudado a Suzano a se manter no mercado. “A Suzano começou importando máquinas para produzir papel no Brasil, no início do século passado. Agora desenvolvemos tecnologia para levar o país ao futuro nesse mercado”, observou. Empresário e tesoureiro da Hebraica, Eduardo Grytz descreveu os primeiros passos como investidor e, de certa forma, desmistificou a relação entre investidor e o empreendedor que recebe o aporte financeiro. Terminada a palestra, e depois dos cumprimentos aos convidados, houve uma espécie de corrida para preencher uma relação de voluntários para serem mentores do projeto Merkaz. “Se é difícil lotar o teatro para uma palestra, também é complicado arregimentar mentores e na noite do lançamento, vinte pessoas se propuseram a trabalhar conosco. Nessa primeira fase, já temos quarenta mentores inscritos, o que nos dá uma boa chance de ajudar membros e empreendedores do Merkaz”, comemorava Pedro. Além dos eventos, haverá viagens a Israel para conhecer o polo de inovação em parceria com a Startau – centro de empreendedorismo de Tel Aviv. (M. B.)

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ELISA GRINER, VICE-PRESIDENTE DE JUVENTUDE DA HEBRAICA, CLÁUDIO BOBROW, PRESIDENTE DO FUNDO COMUNITÁRIO, E SÉRGIO KULIKOWSKY, PRESIDENTE DA CIP, UNIRAM FORÇAS PARA CRIAR O MERKAZ

NA PÁGINA DO MERKAZ, JOVENS DE 18 A 35 ANOS ENCONTRAM AS INFORMAÇÕES PARA ADERIR AO PROJETO

Agenda de cursos e eventos Curso de Pitch 14/7, às 20h30 Professor: Ruy Barros – Impact Hub Palestra “Profissões do Amanhã”. com Paulo Loeb (F.Biz), Wellington Nogueira (Doutores da Alegria) e Sandro Di Segni (O2 filmes) Cursos Empreendedorismo – 11 a 17/7 Gestão de Carreira e Negócios em Fotografia – 11 a 17/7 e 25 a 31/7 Apresentações de

Alto Impacto – 11 a 17/7 e 25 a 31/7 Básico de Matemática Financeira – 18 a 27/7 Um Show de Apresentação – 18 a 27/7 Criação de Estratégias para Alcance de Resultados e Alta Performance – 18 a 27/7 Excel Básico: Aprenda Praticando – 25 a 31/7 Mais informações, pelo site www.merkaz.com.br Fuckup Nights 28/7, às 20h30

Convidados Arthur Blaj – Livo Igor Schultz – Flow Debby Forman – Cwist André Bain – Flowsense Seguido de happy hour Agosto Pitch Night Cada inscrito terá cinco minutos para sua apresentação. Os trabalhos devem ser enviados ao Merkaz (www.merkaz.com.br) entre julho e agosto.


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juventude > seminário kadmon

Três dias em êxtase COM A PRESENÇA DO MARKID (“PROFESSOR”) ISRAELENSE DUDU BARZILAY, DUZENTOS FÃS DE DANÇA BRASILEIROS, ARGENTINOS E URUGUAIOS RESERVARAM UM FINAL DE SEMANA PARA FAZER O QUE

ADORAM: DANÇAR, COMO PARTICIPANTES DO IV SEMINÁRIO KADMON

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s duzentos inscritos no IV Seminário Kadmon desembarcaram em São Paulo vindos da Argentina, Uruguai e Paraguai para encontrar cariocas, paulistas e gaúchos para três dias de imersão na dança folclórica judaica. Além da boa companhia, o grande atrativo do Seminário Kadmon foi a presença do coreógrafo e professor (markid) Dudu Barzilay, autor de muitas das coreografias que enchem as pistas de danças durante as harkadot. E foi com uma harkadá transformada em um workshop no Centro de Danças que os participantes do Kadmon receberam o visitante.

Nos três dias seguintes o dress code para os dançarinos era roupa de malha, camisetas folgadas e sapatilhas. Quando não estavam dançando no Salão Marc Chagall, eram vistas nas lanchonetes comentando a harkadá anterior ou antecipando a próxima. Na noite de sexta, todos celebraram o Shabat, dançaram mais algumas horas e foram para o hotel para um curto descanso. No sábado, entre uma harkadá e outra, um talk show com Dudu Barzilay, na qual ele revelou que, em Israel, a demanda pelas harkadot se concentra nas danças de pares. “Até hoje não tinha visto um

DUDU BARZILAY CORRESPONDEU ÀS EXPECTATIVAS DOS DANÇARINOS

grupo tão cheio de energia e entusiasmo como este do Kadmon”, respondeu. À noite, ele teve mais uma prova da energia e da popularidade do rikudei am durante a Maratona Neon, que manteve um grupo de cinquenta dançarinos em atividade até as quatro da madrugada. No domingo, o clima era menos agitado, mas quando as participantes sentavam para tomar café ou escreviam nas redes sociais, sobravam elogios e agradecimentos ao coreógrafo Allon Idelman e aos “harkadoidos”, como são chamados os integrantes dos grupo responsável pela organização das harkadot mensais na Hebraica. “Agora que o Kadmon acabou, resta nos preprararmos para os festivais de dança do segundo semestre e começar a organizar a quinta edição”, concluiu Allon, que personifica a expressão “harkaholic”, inscrita nas camisetas de muitos dos que dançaram com ele, e aproveitaram cada minuto do IV Seminário Kadmon. (M. B.)


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1. Antigas e novas amizades foram renovadas durate o 4º Festival Kadmon; 2. Sob a coordenação de Allon Idelman, a equipe de markidim da Hebraica cuidou de todos os detalhes do Seminário Kadmon; 3 e 4. Dançarinos da comunidade judaica do Paraguai e de Porto Alegre se integraram perfeitamente; 5. Com harkadot de longa duração, o Kadmon esgotou as energias de todos os dançarinos

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1. Adriana Gordon, coreógrafa dos do grupo Ofakim, e o markid Henry Leiderfeld atuaram como entrevistadores do convidado Dudu Barzilay, durante o talk show “Siesta com Dudu”; 2. A inclusão de uma oficina aquática na programação surpreendeu os dançarinos do 4º Kadmon; 3. Allon Idelman, Dudu Barzilay e Henry Leiderfeld em um momento de humor durante o Seminário Kadmon; 4. Apresentação de uma coreografia com mães e filhos encantou os dançarinos; 5. Harkaholics uniformizados para a Maratona Neon, que terminou às quatro da madrugada


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1 e 2. As harkadot de dança folclórica e as aulas abertas de percussão aos domingos reúnem várias gerações de sócios; 3. Kabalat Shabat especial com a participação das alunas de bat-mizvá na Sinagoga; 4 e 5. Lotação completa na apresentação especial do “Circo Científico” no Teatro Anne Frank; 6. Comemoração de Lag Baômer da vice-presidência de Juventude teve participação dos atletas e torcida dos Jogos Macabeus Escolares Pan-Americanos

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1. O “Domingo com Arte”, promovido mensalmente pelo Ateliê Hebraica, atrai até quem nunca brincou com lápis e tinta; 2 e 3. Palestra sobre drogas ministrada por um técnico do Denarc atraiu pais, jovens e técnicos esportivos; 4. Pedro Muszkat está empenhado em fazer do Merkaz um sucesso; 5. Dirigentes da Hebraica, CIP e Fundo Comunitário, além dos palestrantes da noite, comemoraram o sucesso da parceria para a criação do Merkaz; 6. Palestra sobre transtornos alimentares, ministrada por Gabriela Mauziner e Patrícia Jacobson, foi muito elogiada


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esportes > olimpíada

Estamos no mapa dos atletas COM A PRESENÇA DA SELEÇÃO DE BASQUETE EM TREINAMENTO

PREPARATÓRIO PARA A OLIMPÍADA RIO 2016 E DE NADADORES DO JAPÃO E OS ATLETAS ISRAELENSES DE JUDÔ, NATAÇÃO E ATLETISMO DE ISRAEL, A

HEBRAICA VIVERÁ INTENSAMENTE O CLIMA PRÉ-OLÍMPICO

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os dias 23 e 25 de julho, as seleções olímpicas de basquete do Brasil e da Romênia farão jogos amistosos no Centro Cívico, uma oportunidade para os fãs de esporte paulistas verem de perto os jogadores escolhidos pelo técnico Ruben Magnano às vésperas do embarque para a o Rio de Janeiro. “Tenho dito sempre que é um privi-

DIEGO JELEILATE, PREPARADOR FÍSICO, O TÉCNICO RUBEN MAGNANO E O VICEPRESIDENTE DA HEBRAICA, FÁBIO TOPCZEWSKI PRONTOS PARA O ANÚNCIO DA ESCALAÇÃO DA SELEÇÃO OLÍMPICA DE BASQUETE

légio meu e dos meus colegas disputar de uma competição do porte dos Jogos Olímpicos no Brasil. Poucos dirigentes e treinadores tiveram essa oportunidade”, afirmou o treinador Ruben Magnano, em nome da comissão técnica, na coletiva de imprensa realizada na Sala Plenária da Hebraica, durante a qual informou, em primeira mão, os nomes dos inte-

grantes da seleção olímpica de basquete. “Claro que faremos novas convocações durante esse período de preparação, caso seja necessário e em face do desempenho dos atletas que seguirão para Caracas, onde disputarão o Campeonato Sul-Americano”, alertou Na coletiva, realizada em meados de junho, o técnico Magnano declarou: “Agradeço à Hebraica por ter aberto as portas novamente para o basquete nacional, assim como ao secretário de Esportes de Mogi das Cruzes, onde realizaremos um torneio amistoso contra a Argentina, Espanha e Lituânia, como parte dos preparativos para a Olimpíada”, anunciou Magnano. A exemplo do que ocorreu há quatro anos, a seleção brasileira masculina vai treinar diariamente na quadra do Centro Cívico. Questionado por um jornalista em relação às suas expectativas para a Rio 2016, Magnano foi positivo. “Tenho certeza de que teremos um time competitivo e bem


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preparado. Todos os atletas com potencial para integrar a seleção iniciaram um trabalho físico, de forma a que cheguemos à Olimpíada em totais condições de nos sairmos bem”, informou o técnico. Entre os quatorze atletas convocados por Magnano estão Marcelo Huertas, Rafael Luz e Raulzinho Neto (armadores); Larry Taylor, Leandrinho Barbosa e Vitor Benite (alas-armadores); Alex Garcia e Marquinhos de Souza (alas); Guilherme Giovannoni e Rafael Hettsheimeir (alas-pivôs); e Anderson Varejão, Augusto Lima, Nenê Hilário e Vítor Faverani (pivôs). Ao recepcionar os representantes da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) durante a coletiva, Fábio Topczewski, vice-presidente de Esportes, mencionou os quatro anos de atuação do técnico portenho à frente da seleção brasileira de basquete. “É um exemplo de continuidade e persistência de trabalho não só para os nossos atletas no clu-

be, mas para todos que praticam esportes no Brasil”, saudou o ativista. Poucas semanas antes da coletiva de imprensa e do início da série de treinos, a presença da CBB no clube já atraía atenção dos jogadores e fãs de basquete, que acompanharam os treinos de outro grupo de atletas para o 47o. Campeonato Sul-Americano de Basquete disputado no final de junho em Caracas, Venezuela, e início deste mês. Alunos da Escola de Esporte e jogadores dos times da Hebraica aproveitaram para conversar com os visitantes e obter autógrafos e fotografias, além de torcer pelos brasileiros nos dois jogos amistosos contra o Paraguai, que a CBB realizou no Centro Cívico, ambos com vitória para o Brasil por 83 x 46 e 110 x 80. Mês olímpico A seleção brasileira masculina de basquete não será a única a antecipar as emoções da Olimpíada Rio 2016 na Hebraica.

A MÍDIA ESCRITA E TELEVISIVA SERÁ PRESENÇA CONSTANTE NA HEBRAICA

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O atirador esportivo Felipe Wu treina diariamente no estande de tiro do e nos últimos meses ampliou a perspectiva de medalhas nessa modalidade, o que atraiu as equipes de TV e colocou a Hebraica em evidência na mídia nacional. Haverá também agitação internacional. Nadadores japoneses farão sua adaptação ao clima brasileiro e a última etapa de treinos no Parque Aquático. Além deles, seis nadadores israelenses também usarão as piscinas no período pré-olímpico. “É importante respeitar a sinalização quando as piscinas estiverem reservadas para os visitantes, pois eles estão se empenhando por trazer medalhas para seus países. Por outro lado, não é sempre que temos a chance de ver esses atletas de alto rendimento em ação”, comentou o vice-presidente de esportes Fábio Topczewski. “A escolha dos clubes pelas delegações olímpicas do exterior evidencia a qualidade dos equipamentos esportivos que oferecemos aos sócios”, completou. Além da natação, a Hebraica servirá de base para judocas e integrantes da equipe olímpica de atletismo de Israel. Desses, os corredores são os únicos que não conhecem o clube. A equipe olímpica israelense de judô já tem uma brasileira, Camila Minakawa, que imigrou para Israel há três anos e já acompanhou as colegas de modalidade em duas excursões ao Brasil.

DURANTE OS PREPARATIVOS PARA A

OLIMPÍADA

JOGADORES EM TREINO PARA O

CAMPEONATO SUL-AMERICANO DISTRIBUÍRAM

Prata da casa Camila é filha de Edison Minakawa, um dos coordenadores de judô na Hebraica e árbitro internacional duas vezes eleito como o melhor do mundo. Ele atuará na Olimpíada Rio 2016, aplicando todo o rigor e equilíbrio necessários à função. Além dele, dois técnicos de ginástica artística que atuam na área competitiva e de base do clube serão comentaristas durante as competições da modalidade. Fábio Zuin atuará durante a cobertura televisiva do canal Espn/Brasil e Marcelo Soufia na Band News. (M. B.)

AUTÓGRAFOS ENTRE OS SÓCIOS MIRINS

Leia sobre a delegação israelense na Olimpíada no “Magazine”, pg. 58


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esportes > jogos macabeus

DELEGAÇÕES DAS ESCOLAS PARTICIPARAM DA CERIMÔNIA DE ABERTURA NO CENTRO CÍVICO

Vôlei, judô e muita torcida A SEGUNDA EDIÇÃO DOS JOGOS MACABEUS ESCOLARES PAN-AMERICANOS HOMENAGEOU O JOVEM DANIEL ASSAYAG (Z’L) E REUNIU QUINHENTOS ATLETAS DE CINCO PAÍSES EM QUATRO DIAS DEDICADOS AO ESPORTE E À DIVERSÃO

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s colégios A. Liessin, do Rio de Janeiro, e I. L. Peretz, de São Paulo, empataram em número de medalhas na segunda edição dos Jogos Macabeus Escolares Pan-Americanos Daniel Assayag (z’l), realizados no final de maio em São Paulo. As duas escolas conquistaram cada uma 38 medalhas, sendo 25 de ouro e treze de prata para os cariocas e vinte de ouro e dezoito de prata para os paulistas. Além delas, outras quatorze entidades – escolas, centros comunitários e atletas que representaram os ishuvim da Argen-

tina, Paraguai, Uruguai e Bolívia e Colômbia – comemoraram durante quatro dias a disputa saudável em esportes coletivos e individuais, além do intercâmbio de experiências. “Nesta edição, inscrevemos 120 alunos, um pouco menos do que na primeira edição, mas todos que vieram aproveitam cada minuto. Têm sido dias de muito movimento”, comentou Ana Lúcia de Oliveira, coordenadora do Colégio A. Liessin. A delegação do Rio de Janeiro também incluiu os alunos do Bar-Ilan e do Eliézer-Max, além de um gran-

de número de pais que acompanharam os campeões entre 11 e 17 anos. Com a Hebraica como sede, os participantes dos Jogos Macabeus partilharam de muitas atividades do clube como a comemoração da festa judaica de Lag Baômer, a exibição do jogo final da Champion League e uma balada no sábado à noite. Em contrapartida, os sócios se divertiram com os jogos eletrônicos instalados na Praça Carmel, a cerimônia de abertura no Centro Cívico e também do grande Kabalat Shabat de boas-vindas aos atletas. “Esta é a primeira vez que presido um evento do Macabi e estou surpreso com a o esforço que dispendemos na organização da infraestrutura. Imagine que alugamos beliches para alojar as crianças no Salão Marc Chagall. Além disso,


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COM BELICHES ALINHADOS, O SALÃO NOBRE MARC CHAGALL SE TRANSFORMOU EM ALOJAMENTO PARA OS ATLETAS DO EXTERIOR

ATLETAS DA BOLÍVIA REPRESENTARAM A COMUNIDADE JUDAICA DE SANTA CRUZ

é a dedicação da equipe de professores, coordenadores e assistentes do Departamento Geral de Esportes é digna de elogios. Sem eles, não teríamos essa tranquilidade para realizar os jogos com tanta descontração”, afirmou Fernando Rosenthal, secretário do clube. A mesma descontração e tranquilidade se evidenciavam na forma como os atletas vindos do exterior circulavam pelo clube, ostentando os crachás, a caminho das quadras ou do Espaço Adolpho Bloch, onde ficava o refeitório. “Em Santa Cruz, não temos escola judaica, só um centro comunitário que não se compara a este. Eu, meu irmão e meus primos estudamos hebraico em casa e aproveitamos cada chance de competir, como acontece nestes Jogos Macabeus”, afirmou Samuel Hollender, de 11 anos, que competiu em atletismo e judô. Os quatro garotos de 11, 13, 14 e 15 anos integravam a delegação da Bolívia e levaram para casa duas medalhas de ouro e muitas lembranças. (M. B.)

VÔLEI FOI UM DOS ESPORTES COLETIVOS MAIS DISPUTADOS NOS JOGOS MACABEUS

Preparativos para o próximo evento

Aproveitando a presença de representantes de todas algumas comunidades judaicas em função dos Jogos, os dirigentes do Macabi Brasil organizaram a primeira reunião preparatória para a XX Macabíada Mundial. “Já sabemos que será um evento grandioso com pelo menos 9.500 atletas de todo o mundo. Pretendemos levar a maior delegação brasileira que já disputou uma Macabíada, a exemplo do que fizemos em 2013”, prometeu Avi Gelberg, presidente do Macabi Brasil e também da Hebraica.


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esportes > homem de ferro

O quarto desafio O ATLETA E SÓCIO DA HEBRAICA GILBERTO BUCHOLTZ – O GIBA, 44 ANOS – COMPLETOU O SEU QUARTO IRONMAN (PROVA DE TRIATHLON DE LONGA DISTÂNCIA), DISPUTADO EM FLORIANÓPOLIS NO FINAL DE MAIO

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Ironman é uma competição que abrange as três modalidades do triathlon nas distâncias para qualquer um considerar como loucura – são 3.800 metros de natação, 180 quilômetros de bicicleta e uma maratona, isto é, 42 quilômetros de corrida. Ele completou a prova em onze horas, 35 minutos e 57 segundos, sem parada para descanso.

ENTREVISTA Hebraica – Essa foi a sua quarta Ironman. Como foi essa nova experiência e o que destaca essa competição das outras de que participou? Giba – Além do preparo físico para competir nessa distância, o fator psicológico é muito importante e, nesse quesito, a experiência me ajudou. Em vários momentos, o corpo pede para parar e desistir, mas a cabeça segura. Fico pensando em outras coisas e foco no resultado, não no desconforto. Dessa vez havia um incentivo adicional: meus filhos esperando na linha de chegada. Quanto tempo levou para você atingir as condições físicas para competir no Ironman? Como você se preparou dessa vez?

Giba – Treinei quatro meses, alternando corrida e bicicleta nas manhãs e natação à noite. Nos finais de semana, dediquei-me aos treinos longos nas estradas, combinando pedal e corrida. Além disso, fiz um trabalho com fisioterapia e uma nutricionista que me ajudou na alimentação e suplementação. Como concilia a rotina de treinos com a vida profissional e familiar? Giba – Conciliar tudo é um grande desafio. Nesse período, procuro equilibrar meus compromissos de treinos com o trabalho, mas confesso que fico um pouco em falta com a família. Intercalo os treinos de pedal e corrida pelas manhãs, começando às cinco horas, e as noites ficam para as sessões de fisioterapia, a família e, se sobrar tempo, treinos de natação. Mas não deixo de sair quando temos algum evento com amigos. Você já participou de desafios internacionais. Como são essas experiências e no que diferem participar de uma prova e completá-la no Brasil? Giba – Já fiz três Iron’s fora do Brasil, mas contar com o apoio da família e do astral da galera daqui não tem preço.

Grande esforço Rodrigo Bobrow, 24 anos, também completou o percurso do Ironman de Florianópolis. “Treinei dezoito meses até conseguir alcançar o preparo adequado para este desafio. Foi uma experiência legal, embora muito estafante. Como estou em um ritmo frenético de trabalho, pretendo esperar alguns anos para me inscrever em outra prova como esta”, afirmou o jovem.

Mas minha maior loucura e alegria até hoje foi em 2013 quando participei do RAAM – Race Across America – prova de ciclismo que percorre os 4.800 quilômetros de costa a costa dos EUA, da Califórnia até Annapolis, perto de Washington, DC. Pedalamos sete dias em equipe de quatro pessoas, nos revezando por 24 horas sem parar. O que te leva a praticar este tipo de esporte? Giba – Primeiro, porque adoro provas de longa distância. Mas acho que o que mais me motiva são os desafios e a superação pessoal. Quais são os próximos desafios, outro Ironman? Giba – Ainda estou estudando um outro projeto a respeito do qual não quero falar no momento. Ironman agora, só em 2018. (M. B.)



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esportes > curtas ∂

Xadrez oficial

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Departamento de Xadrez promoveu em junho o I IRT Xeque Mate (International Rating Tournament), certame registrado na Fide (Federação Internacional de Xadrez), o que o torna válido para obter, movimentar e calcular de rating internacional. O evento reuniu trinta enxadristas, entre eles dois sócios, Daniel Borger e Marcelo Cukier, este último campeão paulista juvenil e finalista no Campeonato Brasileiro Absoluto em 1995. Dirigido por Davy D’Israel, o I IRT Xeque Mate teve a arbitragem de André Salama, auxiliado por Henrique Salama e cinco rodadas nas quais Damasceno Lima foi campeão invicto com cinco pontos, seguido por quatro jogadores com quatro pontos cada um. Pelos critérios de desempate, Cukier, um deles, classificou-se em quinto lugar. Já Daniel Borger ficou na décima sexta posição. “Eventos como este promovem a aproximação dos atletas e é uma ótima forma de divulgar a imagem do clube, pois a cada edição vêm novos jogadores, conhecem e se tornam fãs da Hebraica”, afirmou D’Israel, após entregar troféus e medalhas do torneio.

Troféu São Paulo de Ginástica

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Hebraica foi um dos destaques do Troféu São Paulo (primeira fase) de Ginástica, disputado em maio no Ginásio Ayrton Senna, em Osasco. O clube inscreveu 52 ginastas e conquistou o Troféu Massificação, conferido à equipe com maior número de integrantes. Além desse prêmio em equipe, as ginastas do nível A ficaram em terceiro lugar e as do nível B em segundo lugar. O Troféu São Paulo é o maior even-

to de base promovido pela Federação Paulista de Ginástica e é por intermédio dele que muitos dos atletas são promovidos para níveis mais altos, o que representa maior exigência e dificuldade dos exercícios e séries. No caso da Hebraica, quatro atletas do nível B foram promovidas e onze do nível C passaram para o B. Entre os garotos, houve uma promoção em cada um dos três níveis da competição.

Desafio na mesa

Saltos em Montevidéu

Praça Carmel foi o local escolhido para o II Desafio Tênis de Mesa, promovido pela diretoria da modalidade para dar maior visibilidade ao esporte. Nas mesas instaladas no centro da praça, professores convidaram os sócios a experimentar o manuseio da raquete, os atletas da equipe competitiva demonstraram habilidades e o evento terminou com alguns sócios desafiando os tenistas com direito a torcida e brindes. Do evento participaram cinquenta sócios e o campeão foi o editor da revista Zupi, Simon Szacher. Daniel Prando Prieto ficou em segundo lugar e Rafael Muro, em terceiro. Foram premiados com redes e raquetes de tênis de mesa. (M. B.)

eis integrantes da equipe competitiva de ginástica artística da Hebraica nas categorias infantil B e juvenil disputaram, em junho, a XVII Copa Olímpia Internacional de Ginástica Artística, realizada no Clube Atlético Olímpia, em Montevidéu. O evento reuniu ginastas de todos os níveis e que treinam em 29 clubes do Brasil, Argentina e Colômbia e Uruguai. “Esse campeonato foi uma experiência muito positiva para nossas atletas e técnicos pela oportunidade para integração e contatos internacionais”, informou a coordenadora da modalidade, Roseli Lamarca, que acompanhou as meninas junto com a técnica Débora Martins. Entre as 49 atletas inscritas no nível II do infantil B, Luíza Muller ficou em oitavo lugar e Marina Serwaqczack em décimo segundo. Já no nível I – juvenil, entre os 52, Nina Lescher, Estela Wahba, Daniela Freier e Isabela Kocinas ficaram entre o vigésimo quarto e o trigésimo lugares. “Foram boas colocações, apesar de as meninas treinarem apenas quatro horas, enquanto as adversárias têm uma carga horária maior”, concluiu a coordenadora.

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magazine > olimpíada | por Ariel Finguerman, em Tel Aviv

Histórias de atletas israelenses DRAMA E SUPERAÇÃO MARCAM A VIDA DE ALGUNS DOS ESPORTISTAS ISRAELENSES QUE PARTICIPAÇÃO DA OLIMPÍADA DO RIO DE JANEIRO. ALGUNS DELES TERÃO A HEBRAICA COMO QUARTEL-GENERAL

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srael está pronto para participar de sua XVI Olimpíada, desta vez no Brasil. Trinta e cinco atletas irão representar o Estado judeu. Cerca de metade, mulheres. Nas últimas cinco Olimpíadas, o país ganhou sete medalhas (uma de ouro). Entre os jovens da delegação, alguns exemplos de vida e de superação chamam a atenção. Eis algumas dessas histórias.

A MARATONISTA LONAH CHEMTAI E SEU MARIDO ISRAELENSE, DAN

SALPETER

A maratonista queniana que se apaixonou por Israel queniana Lonah Chemtai desembarcou em Israel há oito anos para trabalhar como babá do filho do cônsul do seu país, em Herzlyia. Nas horas vagas, praticava o que mais gostava, a corrida, treinada pelo técnico israelense Dan Salpeter. Logo os dois se apaixonaram, casaram no Quênia e daí nasceu o filho, Roy. O casal fixou-se em Israel, onde Lonah ganhou várias competições, incluindo a maratona de Tel Aviv e a partir de então começou a sonhar grande, especialmente com a Olimpíada do Rio. Mas surgiu o problema: não tinha cidadania israelense, e o ministro do Interior, o ortodoxo Arieh Dery, não quis saber de conversa. Mas aí entrou intensa cobertura da mídia israelense, simpática à naturalização da esportista e a intervenção do embaixador do Quênia que transformou o drama de Lonah em questão diplomática entre os dois países amigos. “Israel deve aproveitar esta oportunidade”, disse o embaixador em pronunciamento público. “Não podemos lhes dar uma medalha, mas podemos dar alguém que trará a medalha. Para isso servem os amigos.” Faltando um mês para as inscrições à competição no Rio, o ministro Deri pensou melhor e acabou assinando o RG azul e branco da corredora. “O sentimento de poder representar Israel me emociona”, disse a maratonista de 26 anos. “Estou com muita vontade de trazer uma medalha para este povo que me recebeu de braços abertos.”

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O sobrevivente de atentado que se encontrou no basquete m junho de 2002, durante a segunda intifada, o menino de 9 anos de idade Asael Shabo assistia TV com os irmãos, quando um terrorista palestino entrou no assentamento onde viviam, Itamar, e em seguida, em sua casa. No massacre que se seguiu, Asael perdeu a mãe e três irmãos. Ele sobreviveu ao ataque, mas teve a perna amputada. Shabo passou dois anos no hospital e, em seguida, por um longo processo de reabilitação em um centro de Ramat Gan que usa o esporte como terapia. O garoto passou a infância e juventude introvertido, não sabendo como lidar com comentários de colegas e estranhos na rua a respeito da deficiência física. O trauma do atentado foi sendo lentamente superado entre as centenas de outras crianças e jovens também se recuperando de acidentes por meio do esporte. Shabo se destacou na natação e, aos 16 anos, ficou a apenas dois segundos do tempo mínimo para ir à Olimpíada. Mas foi no basquete que, de fato, se encontrou. Foi convidado para a seleção israelense e agora, aos 22 anos, vai representar o país na Paraolimpíada do Rio. “Cada um de nós tem dificuldades na vida. É preciso entender simplesmente que cada um de nós também tem a força para enfrentar essas dificuldades”, diz Shabo.

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A lutadora que esperou para nascer em Israel lana Kratysh nasceu exatamente sessenta minutos depois de os pais colocarem os pés em Israel, vindos em aliá de São Petersburgo, há 26 anos. Cresceu em Haifa, onde o pai, antigo vice-campeão de judô na União Soviética, colocou todos os filhos para treinar no tatame. Mas após um acidente físico prestando serviço no Tzahal, Ilana mudou de foco para a luta livre. E de volta à vida civil, enquanto treinava, ganhava a vida carregando móveis e utensílios domésticos em uma empresa de mudanças.

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ASAEL SHABO, VENCEDOR COM UMA PERNA SÓ

É MELHOR NÃO ENCONTRAR

ILANA NA RUA

Quando o talento aflorou, Ilana foi treinar em lugares distantes como Ucrânia e Belarus. Em uma competição internacional, teve de enfrentar uma lutadora egípcia, Enas Mousrafa que, numa atitude antiesportiva, recusou-se a estender a mão à atleta israelense. Ilana devolveu a ofensa derrotando a adversária, que ainda foi suspensa e punida. Ilana será a primeira israelense a representar Israel numa Olimpíada na modalidade luta livre. É considerada a terceira melhor do mundo na categoria 67 quilos e, no último campeonato europeu, ficou em segundo lugar, derrotando no caminho a campeã olímpica de Londres 2012. Além de treinar intensivamente há cinco anos, Ilana revela o seu método particular para vencer. “Um dia antes da competição, eu me vejo acordando no dia seguinte, competindo e ouvindo o Hatikva já no pódio. Antes de entrar no ringue, mentalizo o que eu desejo, coloco as mãos no rosto e digo ‘Be-ezrat Ha-Shem’ (‘com a ajuda de D’us’), aí eu entro com o pé esquerdo. Descobri que isto funciona”, acredita. >>


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magazine > olimpíada

GIL COHEN SOBREVIVEU A UM ACIDENTE E VELEJA

>> Da mesa de cirurgia à Baía de Guanabara á apenas dois anos, Gil Cohen estava sendo socorrida numa rua de Haifa, sua cidade natal, após ser atropelada andando de bicicleta. “Lembro que apertei o breque o quanto pude para não colidir com o carro vindo em minha direção. Vi a morte na minha frente, depois somente me lembro de uma dor intensa na barriga e perdi a consciência. Quando acordei no hospital, entendi que estava num grande enrosco.” Na sala de cirurgia de emergência e muito ferida, parecia que ali se encerrava uma promissora trajetória como iatista da classe 470. Durante a recuperação, não conseguia caminhar mais de três minutos, nem levantar um copo de água. Tudo indicava que Gil seria mais uma vítima na lista de acidentes de trânsito que, neste país, matam e ferem muito mais que atentados e guerras. Mas para surpresa dos médicos, Gil conseguiu se recuperar e atingiu o nível que lhe garantiu o passaporte para a Olimpíada do Rio. Fundamental neste processo foi a mãe, Sima, fi-

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sioterapeuta sênior em um hospital de Haifa. A iatista de 23 anos voltou a treinar no mar, onde passou praticamente todos os dias da vida na última década. Também voltou a andar de bicicleta pelo Monte Carmel – ela é campeã israelense em maratona ciclística de sessenta quilômetros. Gil ficou em décimo quinto lugar na Olimpíada de Londres de 2012. Conseguiu o passe para a competição no Rio em eliminatórias da Espanha, nas últimas colocações. Mas para quem acha que ela não tem chance de medalha, Gil responde com a experiência de vida. “Aprendi que tudo é possível. Fiz força para acreditar em mim mesma, apesar de que no início isso não soava nada realista.”

Gil conseguiu se recuperar e atingiu o nível que lhe garantiu o passaporte para a Olimpíada do Rio. Fundamental neste processo foi a mãe, Sima, fisioterapeuta sênior em um hospital de Haifa



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por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com

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Cortando o barato A vida dos soldados do Tzahal que se voluntariam para as unidades de informações vai se tornar um pouco mais difícil. Agora, todo recruta terá de assinar um contrato de compromisso pelo qual se compromete a não usar qualquer tipo de droga, em alguns casos, até completar 40 anos de idade. O acordo inclui entorpecentes como maconha, mesmo se, por acaso, se tornarem legalizados. Também estarão proibidos de utilizar drogas em países onde é liberado. A explicação do Shin Bet (o FBI de Israel), é que militares em contato com informações ultrassigilosas poderiam colocar a segurança do país em risco se perderem, digamos, a concentração.

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Salgadinho sabra Que o israelense é viciado nesta pasta de grão-de-bico chamada humus, todos sabem. A novidade agora é que isto foi constatado numa pesquisa séria e científica. Cerca de quinhentos entrevistados revelaram: 93% dos israelenses comem a iguaria toda semana, que também está sempre presente em 70% das geladeiras do país. Também somente 9% acham que o humus, inventado pelos árabes, simboliza algum tipo de aproximação entre os dois povos em conflito. A pesquisa é do professor Avi Degani, do Instituto Geocartográfico, a pedido de um restaurante local, e marcou o dia nacional do humus, comemorado aqui em 13 de maio.

Divórcio elegante Uma nova lei proposta na Knesset e encampada pelo Ministério da Justiça vai revolucionar a maneira de lidar com divórcios em Israel. Todo casal que deseja se separar terá, obrigatoriamente, de frequentar quatro encontros com funcionários especializados, a preços irrisórios, para tentar chegar a um bom acordo para os dois lados. Com a nova lei, a ministra Ayelet Shaked quer poupar gastanças com separações conflituosas. Shaked já avisou que esses encontros não servirão para tentar reaproximar o casal. Quem não gostou da ideia e já se prepara para tentar torpedear a iniciativa, claro, são os advogados.

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12 notícias de Israel

Tira a mão! Pesquisa com as 32 deputadas da Knesset revelou que 28 delas sofreram algum tipo de assédio sexual na vida. Gila Gamliel, do Likud, foi bolinada durante uma viagem de ônibus enquanto prestava serviço militar. Sharren Haskel, também do Likud, foi vítima de assédio durante a infância, por um adulto. Rachel Azaria, do Kulanu, foi humilhada por comentários machistas enquanto trabalhava no conselho da prefeitura de Jerusalém. Duas outras deputadas disseram ter sofrido assédio já como deputadas. Uma delas, Merav Ben Ari, do Kulanu, contou que o ataque ocorreu dentro do parlamento.


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Ressurreição do mar Há alguns meses a revista Hebraica publicou que Israel, Jordânia e palestinos planejam construir uma tubulação a partir do Mar Vermelho para levar água ao Mar Morto que perde um metro de altura por ano. Falta um detalhe: a grana. Em uma conferência realizada em Akaba com potenciais investidores, os EUA prometeram cem milhões de dólares; agora, faltam trezentos milhões. O Banco Mundial deverá cobrir o restante, em nome da aproximação entre vizinhos do Oriente Médio. Noventa e quatro empresas pagaram para receber os editais da concorrência.

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Olimpíada econômica Israel ocupa o 21º lugar entre as nações mais desenvolvidas do mundo, segundo o relatório do respeitado instituto suíço IMD. Segundo o documento, o Estado judeu tem alguns dos melhores e piores índices do mundo industrializado. As boas notícias: o país é o primeiro na porcentagem de trabalhadores dedicados ao desenvolvimento tecnológico, também o número um em segurança cibernética e o segundo colocado em pesquisas científicas. Agora segure estas notícias: Israel é o segundo pior país desenvolvido em pobreza, tem o custo de vida décimo primeiro mais caro e é o décimo terceiro colocado em desempregados. Na média, a gente vai levando.

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Sefaradi, meu chapa O premiê Bibi Netaniahu bolou uma maneira criativa para enfrentar a ausência histórica de sefaradim em postos-chave do governo. Ele mesmo se declarou, para surpresa geral, um sefaradi. Durante uma aparição pública, Bibi disse que sua família é de origem lituana e como os Netaniahus seriam descendentes do famoso rabino Gaon de Vilna (hummm, vai saber...), na realidade a origem da família estaria na Espanha muçulmana. Tudo isto estaria provado num exame de DNA feito pelo irmão. O premiê brincou com o resultado, lamentando que disso só se saiba depois de trinta anos na política. “De todo modo, isto prova que em Israel somos todos irmãos”, arrebatou, bonito.

Adeus ao miluim Já vai longe o tempo em que todo israelense servia como reservista do Tzahal durante toda a fase de jovem adulto, o famoso miluim. De acordo com o exército, menos de um quarto dos israelenses que deveria se apresentar para o treinamento de reserva é realmente chamado. E somente 6% do total dos 2,1 milhões de reservistas em potencial serviram vinte dias nos últimos três anos. Ao contrário do que se pode imaginar, não se trata de desleixo da população, mas uma política cuidadosamente controlada pelo próprio exército. Com o desmembramento da Síria e o enfraquecimento do Hizbollah, o Tzahal quis mesmo cortar custos e atualmente se dedica a treinar apenas reservistas combatentes.

Não sobra um, meu irmão Israel tem um ex-presidente preso, Moshé Katsav, acusado de estupro, um ex-primeiro-ministro, Ehud Olmert, denunciado por corrupção, também na cadeia, e agora chegou a vez da classe artística. Um dos mais famosos expoentes da popular música mizrahi, o equivalente ao pagode brasileiro, Koby Peretz, está detido acusado de omitir seis milhões de shekalim (o valor é semelhante em reais) à receita federal de Israel. A casa de Peretz caiu depois que o seu empresário fez um acordo de delação, contou tudo e a polícia encontrou em sua residência um cofre secreto abarrotado de dinheiro caixa dois. O cantor, além da prisão, terá de pagar uma multa de 175 mil shekalim. Claro que toda esta gente graúda atrás das grades é um recado direto à toda a população. Se isto acontece com eles, que têm amigos nas mais altas esferas do poder, imagina o que poderá acontecer com o zé ninguém. Esta parece ser a única forma de convencer a todos numa sociedade a não roubar, estuprar ou corromper.


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É duro ser judeu

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Iron Dome dos mares A Marinha israelense anunciou o sucesso no teste da adaptação para o oceano do maquinário do Iron Dome – os foguetes de interceptação usados contra os mísseis do Hamas na última guerra em Gaza. O sistema foi instalado numa embarcação militar a 32 km da costa e, de Israel, lançados mísseis que foram todos interceptados. O objetivo é proteger as instalações de gás natural israelenses em alto mar, e estratégicas para a geração de eletricidade no país. No último conflito em Gaza, nossos vizinhos do Hamas dispararam mísseis contra as instalações, tudo sem sucesso, mas serviu para abrir os olhos dos estrategistas do Tzahal.

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Vício brabo Se você saiu de Israel com a impressão de que a população local ainda fuma muito, acertou em cheio. Um em cada cinco israelenses ainda fuma cigarro, segundo o mais novo relatório do Ministério da Saúde. Apesar deste nível assombroso, o índice de fumantes decresce ao longo dos anos – há três décadas, metade da população adulta fumava. E se também isto servir de consolo, a quantidade atual de usuários está somente um ponto percentual acima da média europeia. A cada ano, a população fumante do Estado judeu desembolsa incríveis oito bilhões de shekalim (valor semelhante em reais) na compra de cigarros. Como compação, esta mesma quantidade de gente comprou no ano passado 7,6 bilhões de shekalim em laticínios.

A vida do religioso judeu em Israel, por mais estranho que pareça, às vezes é mais difícil que na Diáspora. Pelo menos durante os finais de semana. No Brasil, o shomer shabat pode cumprir sua obrigação e ainda terá o domingo para passear com a família. Aqui no Estado judeu, o fim de semana coincide com o Shabat e o resultado é que famílias religiosas, de maneira geral, ficam em casa durante todo o descanso semanal, impossibilitados de pegar o carro e ir à praia ou a um parque distante. Falase até em casos de exagero no consumo de álcool por parte de pais bodeados com tanto tempo livre, calor e um bom número de filhos sem ter muito o que fazer. A mais nova tentativa de mudar esta situação está sendo apresentada agora na Knesset: um novo projeto de lei pretende estender, uma vez por mês, o fim de semana para juntar também o domingo. A ideia é compensar com mais horas de trabalho nos demais dias da semana por esta folguinha. Será que vai colar? Acho que não. O calendário israelense já tem uma quantidade enorme de feriados e chaguim. A economia local não irá aguentar mais este cancelamento de dia de trabalho.



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magazine > comportamento | por Elon Gilad

Homossexualidade: uma breve história O POVO JUDEU TEM UMA RELAÇÃO MUITO MAIS COMPLICADA COM A HOMOSSEXUALIDADE DO QUE IMPLICA A PROIBIÇÃO TOTAL NO LEVÍTICO. E NOVOS ESTUDOS REVELAM QUE A PRÁTICA ERA MAIS COMUM NA ANTIGUIDADE DO QUE SE IMAGINAVA

RELATADO NO LIVRO II SAMUEL, O PINTOR JULIUS SCHNORR VON

KARROLSFELD RETRATOU O RELACIONAMENTO ENTRE

DAVID E JONATHAN

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amos começar pelo início do Reino de Judá, com o rei David, que muitos suspeitam ter sido gay. Ou pelo menos bissexual. Esta visão é baseada em apenas dois versículos no Livro de Samuel que poderiam ser interpretados como exemplos de que o relacionamento de David com Jônatas era mais profundo do que mera amizade. Quando os dois se encontram pela primeira vez diz a Bíblia: “A alma de Jônatas se ligou com a alma de David, e Jônatas o amou como à sua própria alma” (1 Samuel 18: 1) e, mais tarde, quando Jônatas morre, David lamenta: “Estou angustiado por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras!: o teu amor para mim foi maravilhoso, superando o amor das mulheres” (2 Samuel 1:26). Comentaristas da Bíblia rejeitam tudo que não seja uma interpretação platônica, argumentando que seria inconcebível o rei escolhido de Judá ter amado Jônatas fisicamente, pois a lei judaica já proibia a homossexualidade. Este argumento parece que não se sustenta. Vários versículos no Livro dos Reis, e em outros da Bíblia, parecem indicar que durante o período do Primeiro Templo a homossexualidade era não apenas tolerada como um típico comportamento de culto entre os antigos israelitas naquela época. “E havia também sodomitas na terra: e agiam conforme todas as abominações das nações que o Senhor tinha expulsado diante dos filhos de Israel” (1 Reis 14:24), diz a Bíblia a respeito do reino do rei Roboão, neto do rei David. Esses “sodomitas” de ambos os sexos, como mostra a Bíblia do rei James, dedicavam-se à prostituição sagrada: homens e mulheres que residem nos templos e têm relações sexuais com os clientes como forma de adoração à deidade. Não devemos nos surpreender que o culto por intermédio da prostituição sagrada era praticado no antigo Israel há pelo menos 2.700 anos. Parece ter sido onipresente no antigo Oriente Próximo, entre as culturas cananeias e as culturas


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da Mesopotâmia. Com base nos textos desses vizinhos de Israel, podemos supor que os prostitutos do Templo de Jerusalém provavelmente estavam travestidos com roupas de mulher, e podem ter sido castrados. Se as prostitutas sagradas se curvavam em nome do Senhor ou de sua “esposa” Asherah, amplamente adorados juntos no momento, não se sabe. Enfim, um livro sagrado Então, a Bíblia nos diz que a prostituição sagrada era praticada no Primeiro Templo da era de Judá. A questão é quando a prática foi erradicada. A Bíblia também conta isso. No Livro de Reis, aprendemos que, no final do período do Primeiro Templo, início do reinado do rei Josias, foi encontrado um livro sagrado no templo, e que Josias baseou nele sua reforma do culto ao Senhor. Os estudiosos acreditam que o livro seja uma versão inicial do Deuteronômio, que proíbe explicitamente a prostituição sagrada. A sentença em 2 Deuteronômio 23:17 é tradicionalmente traduzida como: “Não haverá prostituta dentre as filhas de Israel, nem haverá sodomita entre os filhos de Israel”. No entanto, a tradução é imprecisa. As palavras apresentadas como “prostituta” e “sodomita” são respectivamente as versões feminina e masculina da palavra hebraica para prostituta sagrada (qedesha e qedosh). De todo modo, este versículo levou Josias a “desmanchar as casas dos sodomitas que estavam na casa do Senhor” (2 Reis 23: 7). Estes versículos (e alguns outros) indicam que os homens da antiga Judá não só se envolviam em sexo homossexual, mas que podiam ter feito isso até no próprio Templo. Se assim for, não parece impensável que David e Jônatas eram mais do que apenas amigos. Proibição total do sexo anal O Deuteronômio não proíbe a homossexualidade, apenas a prostituição sagrada. Então a questão é: quando foi banido o sexo entre homens? Não sabemos ao certo. A proibição só aparece em dois versículos, ambos na mesma seção do Levítico (18:22 e 20:13). A maioria dos estudiosos acredita que esses versículos foram escritos durante o Exílio babilônico ou no início do período do Segundo Templo; portanto, em algum momento entre os séculos 6 e 4 antes da Era Comum (há 2.600 a 2.400 anos) – mas quando, exatamente, nesse período, não sabemos. Também não temos como saber o que levou a esta proibição. Alguns especulam que seria uma ampliação da proibição da prostituição sagrada. Outros supõem que tenha sido um esforço para limitar o contato entre judeus e gentios. Mas, de fato, ninguém sabe. Seja qual a razão ou data do decreto, tornou-se lei judaica assim que codificado no Levítico. Mas isso significa que os antigos judeus deixaram de se envolver em homossexualismo? Provavelmente não. A partir do final do quarto século antes da Era Comum, e mais tarde, sob domínio romano, os judeus viviam em culturas e ambiente em que

era normal a homossexualidade entre homens e meninos. A questão é se e quanto os rabinos toleravam essas práticas. Esta acaba por ser uma pergunta muito difícil de responder. O livro mais importante da lei judaica, o Talmud, contém declarações no sentido de que o sexo anal entre homens causa eclipses solares (Sukkah 29a) e terremotos (Talmud de Jerusalém, Berachot 13: 3), mas também faz uma distinção entre duas formas de pederastia – o sexo anal, que merece a pena de morte por apedrejamento, e o sexo homossexual, que não envolve penetração, e a respeito do qual os rabinos eram mais brandos (Niddah 13b). Estranhamente, para dizer o mínimo, a Lei Judaica não proíbe explicitamente o sexo com meninos com idade inferior a 9 anos (Talmud, 51b Yevamot, e a Mishneh Torah de Maimônides, Biah 1:14, em que acrescenta que os homens deveriam ser açoitados). Em seu livro Carnal Israel: Reading Sex in Talmudic Culture (“Israel Carnal: A Leitura do Sexo na Cultura Talmúdica”,1993), o historiador Daniel Boyarin aplica interpretações um tanto criativas de textos rabínicos, que o levam a concluir que na Antiguidade tardia, os judeus se envolviam abertamente na homossexualidade, embora sem sexo anal. Boyarin cita, por exemplo, o relacionamento entre o rabino Johanan bar Nappaha e seu aluno Resh Lakish, recontado na Bava Metzia 84a como exemplo de homossexualidade entre os rabinos. Embora suas leituras sejam interessantes e esta página do Talmud pode ser considerada, sem dúvida, estranha, não parece plausível que a homossexualidade fosse praticada abertamente entre os rabinos, especialmente à luz do fato de que os rabinos permitiam que homens partilhassem a cama – apesar da advertência de rabi Judah que isso iria levar ao sexo ilícito – porque “os judeus não eram suspeitos de tais atos” (Tosefta Kiddushin5:10). Provavelmente, isso significa que na Antiguidade tardia, há cerca de 1.700 anos, a homossexualidade masculina era incomum entre os judeus, ou >>

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Não devemos nos surpreender que o culto por intermédio da prostituição sagrada era praticado no antigo Israel há pelo menos 2.700 anos. Parece ter sido onipresente no antigo Oriente Próximo, entre as culturas cananeias e as culturas da Mesopotâmia


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magazine > comportamento >> pelo menos praticada em segredo. Mas as coisas estavam prestes a mudar, à medida que o mundo pagão deu lugar a duas grandes religiões – o cristianismo e o islamismo – que seguiram o judaísmo e baniram a homossexualidade. Poesia homoerótica e perseguição Na Europa, a Igreja perseguia ativamente os homossexuais. Mas no mundo árabe a homossexualidade era tolerada, e se manteve a prática de homens mais velhos fazendo sexo com adolescentes e rapazes que tinha sido comum no mundo grego e romano, apesar da proibição explícita do Alcorão (por exemplo, 4:16). Esse diferencial entre as duas culturas encontrou expressão nas comunidades judaicas que viviam entre elas. Nos escritos rabínicos europeus, até os tempos modernos mal existe alguma referência à homossexualidade, enquanto os escritos de judeus que viviam no mundo árabe estão repletos de menções à prática. Os grandes poetas judeus da Espanha muçulmana, entre eles Solomon ibn Gabirol, Semuel ibn Nagrela e Judah Halevi, escreveram poesias homoeróticas. Podemos saber se essa prática era comum com o importante livro de Joseph Karo a respeito da Lei Judaica, o Shulchan Aruch (Safed, 1563), onde se lê: “Nessas gerações, que estão cheias de licenciosidade, deve-se evitar dormir com um homem.” O que o rabino Karo diz é que, enquanto os rabinos permitiam que se dormisse no mesmo leito porque “os judeus não eram suspeitos de tais atos”, em seu tempo isso já não era o caso. Segundo seus seguidores: “O escritor escreveu isso porque em seu país este pecado era comum”. Em seu artigo Sodomy in Ottoman Jewish Society (“A Sodomia na Sociedade Judaica Otomana”, Zion, 2001), Yaron Ben-Na’eh menciona várias vezes a homossexualidade entre homens judeus. Basta o exemplo de uma cidade grega perto de Salônica, no ano 1561: “David bar Nissim veio e deu testemunho como no verão passado ele andava por uma cidade... e viu Moshko com um cara com quem estava tendo sexo homossexual e, quando o viram, fugiram em direções separadas com as calças abertas”. “Homossexualidade” como artefato social Parece que a homossexualidade tem sido parte da vida ao longo da história judaica. No entanto, o hebraico não tinha uma palavra para “homossexual”, apenas palavras para descrever atos homossexuais. A razão é que a homossexualidade é um conceito social, uma ideia inventada na segunda metade do século 19 no mundo de língua alemã, como mostra o filósofo francês Michel Foucault em seu importante livro História da Sexualidade (1976). Foi na Alemanha que os primeiros ativistas gays e lésbicos apareceram, as primeiras publicações gays acadêmicas e populares surgiram, e foi criado o primeiro instituto para pesquisar a sexualidade. Isto é, foi na Alemanha, há um século e meio, que a moderna identidade gay nasceu. Não se estranha, portanto, que as

O JUDEU ORTODOXO YISHAI SCHLISSEL APUNHALOU SEIS NA PARADA GAY DE 2015.

A JOVEM SHIRA BANKI MORREU. YISHAI FOI CONDENADO À PRISÃO PERPÉTUA; À DIREITA, A PARADA GAY DE TEL AVIV É CONSIDERADA UMA DAS MAIORES DO MUNDO

palavras “homossexual” e “heterossexual” surgiram a primeira vez na Alemanha em 1868, e se espalharam pelo mundo. Na Palestina do início do século 20, este novo fenômeno social alemão de identidade homossexual bateu de frente com a prática mediterrânea comum, na região do Mediterrâneo, de sexo entre homens e meninos, e que princípios ingleses e eslavos consideravam a sodomia crime e pecado grave. Por isso, além da força, o Mandato Britânico na Palestina também implantou sua legislação antissodomia. Inspirada no direito consuetudinário inglês, a lei tecnicamente proibia o sexo anal e o oral, seja com homem ou mulher, mas, desde o início, foi tanto interpretada e aplicada como uma lei contra a homossexualidade. Jornais hebraicos daquela época publicavam relatos a respeito de homens, a maioria árabes e judeus do mundo árabe, processados sob a acusação de sodomia, quase sempre com adolescentes e meninos. Às vezes, as crianças também eram punidas. Os relatos não mencionam a “homossexualidade”, mesmo porque o termo ainda não tinha se tornado comum. Enquanto isso, na Palestina Os sexólogos treinados na Alemanha que se fixaram na Palestina e abriram clínicas conheciam a expressão. Mas parecem ter tido dificuldade para aplicá-lo às práticas sexuais que encontraram na região. Em 1940, o sexólogo dr. Abraham Matmon foi entrevistado a respeito do tema da homossexualidade por um jornal de Tel Aviv. “Há dois tipos homossexualidade na Palestina”, disse. “No Oriente, este flagelo é muito comum,


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mas é principalmente sodomia. Na minha opinião casos puros de homossexualidade são muito raros no Oriente. A maioria é de casos de sodomia de corrupção e libertinagem, especialmente com os adolescentes.” Em contrapartida, com relação à “homossexualidade pura”, afirmou: “Apenas há alguns anos este flagelo era absolutamente incomum entre os judeus. Entre os judeus ashkenazim eu só vi alguns casos raros, mas que ocorriam em famílias completamente degeneradas (famílias de psicopatas) e, em sua maioria, eram casos de homossexualidade pura... Eu acredito que neste país somente um pequeno número de casos é de homossexualidade pura. A maioria deles é claramente moralmente corrupta” (citado em A Common Scourge is the East: Descriptions of Homosexuality in the Hebrew Press during the British Mandate, Ofri Ilani, Zemanim (“Um Flagelo Comum é o Oriente: Descrições da Homossexualidade na Imprensa Hebraica durante o Mandato Britânico”, Ofri Ilani, Zemanim, 131, 2015). Já como estado independente, Israel adotou a lei de sodomia. Mas alguns anos depois, em 1953, o procurador-geral Haim Cohen (nascido e criado na Alemanha liberal do início do século 20) determinou ao Ministério Público não processar os infratores acusados de sodomia, e em 1956, também instruiu a polícia a não investigar os casos de sodomia. Em razão disso, Israel tornou-se bastante liberal na questão

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dos homossexuais comparado ao resto do mundo nos anos 1950 e início dos 1960. No entanto, a homossexualidade permaneceu tecnicamente ilegal e, portanto, clandestina. Além disso, a polícia poderia perseguir os homossexuais, mesmo que não ocorressem julgamentos. Nos anos 1960, os países ocidentais começaram a legalizar a homossexualidade. O impulso do Movimento dos Direitos Civis para abolir leis de sodomia nos Estados Unidos foi assunto dos jornais israelenses, e uma atitude liberalizante em relação à homossexualidade começava a se espalhar na sociedade israelense, por meio do cinema, televisão, literatura e outros meios de comunicação. Em 1975, foi criada em Israel a primeira associação para promover os direitos dos homossexuais e, em 1979, os ativistas dos direitos dos homossexuais realizaram a primeira manifestação em Tel Aviv. Em 1988, Israel aboliu as leis de sodomia. Durante os anos 1990, a sociedade israelense passou a encarar a homossexualidade de um ponto de vista mais positivo, especialmente após os estudos que começaram a aparecer em 1992, segundo os quais a homossexualidade não era uma opção e sim e sim uma condição. O fato de a homossexualidade agora poder ser praticada abertamente levou israelenses à percepção gradual de que os gays não eram “pervertidos” ou “criminosos”, mas membros normais da sociedade e que também tinham seu papel

Em Los Angeles, a primeira sinagoga gay do mundo O judaísmo reformista nos Estados Unidos acolheu a homossexualidade desde pelo menos 1972: aceitou a congregação Beth Chaim Chadashim de Los Angeles – a primeira sinagoga gay do mundo – como seu membro. Em 1977, a Conferência Central de Rabinos Americanos pediu ao governo do Estado para legalizar a homossexualidade, e em 1990, o Movimento da Reforma anunciou oficialmente que homossexuais eram aceitos como membros iguais. O judaísmo conservador demorou mais para aceitar a homossexualidade, e mudou a sua política em 2006. O judaísmo ortodoxo, não, e ainda considera a homossexualidade, ou pelo menos o sexo anal entre os homens como pecado grave, pois é o que a Bíblia diz explicitamente. No entanto, em referência às lésbicas, a lei judaica ignorou a homossexualidade entre mulheres, exceção para uma passagem no Talmud que a proibia, pois poderia levar as mulheres a ter relações sexuais ilícitas com os homens. Nem a lei israelense nunca proibiu o sexo entre as mulheres. E é interessante notar que ainda antes do século 19 as línguas europeias usaram expressões para lésbicas, o que pode sugerir que o lesbianismo, como fenômeno social, existia antes do termo homossexualidade.


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magazine > a palavra | por Philologos

Estado Islâmico muda nome por ambição MUDAM OS PAÍSES, MUDAM OS NOMES QUE SE DÃO AO MOVIMENTO JIHADISTA. NO BRASIL, É SIMPLESMENTE ESTADO ISLÂMICO. NOS ESTADOS UNIDOS É ISIS, ABREVIATURA DE “THE ISLAMIC STATE IN IRAQ AND SYRIA” (O ESTADO ISLÂMICO NO IRAQUE E NA SÍRIA). NO CANADÁ, É ISIL, O “ESTADO ISLÂMICO NO IRAQUE E NO LEVANTE”

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palavra árabe para ‘Síria’ ou ‘Levante’ é Sham, que designa uma área que também incluiu Líbano, Jordânia e Israel. Isto significa que se pode ter certeza de que se entendem as motivações deste grupo quando interpretam os projetos territoriais que seu nome sugere? Essa questão deve ser vista à luz do fato de que, ao longo dos anos, ISIS ou ISIL vem ajustando seu nome de acordo com a sua própria evolução. Em 2006, depois de adotar e descartar nomes anteriores, o grupo jihadista ficou com Dowlat el-Iraq el-Islamiyah, “o Estado Islâmico do Iraque”. Em abril de 2013, foi alterado para el-Dowlah el-Islamiya fi’l-Iraq wa’l-Sham (o “l” antes de Dowlah e Sham é mudo), “o Estado Islâmico no Iraque e na Síria” (ou “no Levante”). Há dois meses foi novamente alterado para el-Dowlah el-Islamiya, “o Estado Islâmico”. De forma constante o grupo tem tirado a ênfase das fronteiras nacionais de acordo com a sua ideologia pan-islâmica, que considera uma subversão dos objetivos islâmicos a divisão do mundo islâmico em estados nacionais separados. O uso de ISIS ou ISIL para a palavra Sham, em vez de Suriyya ou a Síria, está em sintonia com essa tendência, pois o termo Sham, em árabe, quando não é usado como sinônimo de Damasco, a capital tradicional da região, representa uma vasta área geográfica em vez de um país específico com fronteiras claramente definidas. Quando os árabes falam em bilad el-sham ou “as terras de sham”, ou de alguém ou algo que é shami, ou pertence a essas terras, eles têm em mente os países da costa oriental do Mediterrâneo e seu interior imediato, até o grande deserto da Arábia – isto é, Líbano, Israel ou Palestina, e grande parte da atual Síria e Jordânia. Iraque, Egito e Arábia Saudita, e muito menos o norte de África e o Golfo Pérsico, não fazem parte das terras de Sham, que dividem, além de sua proximidade física, uma cultura comum em termos de coisas como culinária, costumes e o dialeto do árabe. A expressão Sham tem algo a ver com o Shem bíblico, filho de Noé, de quem as palavras “semitas” e “semítico” se originam? Embora os estudiosos digam que não, eu tenho minhas dúvidas. É possível não existir nenhuma maneira de ligar definitivamente Sham a Shem ou Shem a Sham, mas nas genealogias do Gênesis muitos dos nomes pessoais são também lugares e nomes étnicos. O filho de Shem, Ashur, por exemplo, é o suposto pai da Assíria e dos assírios (a origem da palavra “Síria”), enquanto seu segundo filho, Aram, é o suposto pai dos arameus. Desconfio também que Shem era uma figura toponímica deste tipo. E, embora

não haja lugar ou povo chamado Shem ou Shemianos conhecido dos hebreus, o nome poderia ter sobrevivido em árabe como Sham e Shami. Em sua imprecisão, provavelmente “Levante” é uma melhor tradução de Sham do que “Síria”. A palavra é originalmente francesa, do verbo reflexivo se lever, “levantar-se”, que produz le lever du soleil ou “o nascer do sol”; le levant é, portanto, a direção do sol nascente, ou seja, leste. É um paralelo próximo de “Oriente”, que vem do verbo latino orior, “subir”, e de seus derivados, oriens, o sol nascente. De fato, até o final do século 19 ou início do século 20, o “Oriente”, que designa em inglês os mesmos países do Mediterrâneo Oriental que “o Levante”, até mesmo inclui, às vezes, Grécia e Turquia. Só mais tarde é que passou a significar sempre mais Extremo Oriente em vez de Oriente Próximo, de modo que “oriental” tornou-se uma maneira de dizer chinês e/ou japonês, mas não árabe. Quanto ao adjetivo “levantino”, embora continue a se referir-se ao Mediterrâneo oriental, assumiu um tom pejorativo e começou a sugerir uma versão adulterada de uma visão mais autêntica do Oriente, uma desfavorável mistura de traços europeus e árabes, no ponto em que as duas culturas se encontram. E também é preciso dizer que a palavra “Síria” já significou bem mais do que a entidade política pela qual ISIS ou ISIL lutam agora. No tempo dos romanos, a palavra não só também incluía Líbano, Palestina e Jordânia, mas até a criação do estado moderno da Síria, nascido das ruínas do Império Otomano após a Primeira Guerra, entre os árabes era sinônimo de Levante. Ao longo da primeira metade do século 20, o nacionalismo libanês e o palestino tiveram de lidar com a crítica pan-arabista que houve uma “Grande Síria” que deveria incluir Líbano e Palestina. Mesmo que não coincidam mais, Suriyya e Sham já significaram praticamente a mesma coisa em árabe. ISIS, ISIL ou simplesmente IS (Estado Islâmico) são a mesma organização, e como o Ocidente já percebeu deve ser levado em consideração.



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magazine > viagem | Texto e fotos de Flávio Bitelman

Um país, um sonho SE FOSSE POSSÍVEL TIRAR DA PAISAGEM DA DINAMARCA OS EDIFÍCIOS CONSTRUÍDOS NOS ÚLTIMOS ANOS, MESMO O MAIS INSENSÍVEL DOS HOMENS DIRIA QUE ESTE É “O PAÍS DOS CONTOS MÁGICOS E IMAGINÁRIOS”, COMO SE TODAS AS CASAS, RUAS, PRAÇAS E AVENIDAS, E A ZONA RURAL, DE REPENTE SE TRANSFORMASSEM EM COISAS DE BRINQUEDO

MONUMENTOS EM PARQUE DA CIDADE


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as a Dinamarca é o que muitos países gostariam de ser por tudo aquilo que, geração após geração, o chamado reino unido da Dinamarca foi sendo construído desde o século 10, no norte da Europa, na península da Jutlândia, limitado pela Noruega ao norte, a Suécia a leste e a Alemanha ao sul. É um país pequeno do qual fazem parte 443 ilhas de todos os tamanhos e das quais somente setenta habitadas. Do ponto de vista geográfico, com a colonização da Groenlândia, a Dinamarca se localiza na América do Norte, mas a maior parte da população mora na parte europeia do país e, por esta razão, é considerado europeu. A Dinamarca deu provas de bravura e de resistência aos invasores alemães, negando ao exército nazista a deportação dos cerca de oito mil judeus que lá viviam em 1943. Cerca de 7.500 deles foram evacuados por centenas de barcos de pesca que iam e vinham da neutra Suécia. Já havia muitos judeus na Dinamarca ao longo do século 18, mas eles foram fortemente discriminados até o início do século 19, quando os primeiros sinais do Iluminismo chegaram ao país. Um grande número de judeus alcançou a Dinamarca fugindo aos pogroms de Kishinev, de 1903, e à guerra russo-japonesa de 1904. A Grande Sinagoga de Copenhague e a Sinagoga Krystalgarde são testemunhos desta presença. Hoje há cerca >> de 1.800 judeus no país.

SINAGOGA KRYSTALGARDE

TORRE COM RAMPA PARA OS CAVALOS

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magazine > viagem

PARQUE EM COPENHAGUE

CORETO DE MÚSICA EM PARQUE DA CIDADE

PALÁCIO REAL

PASSEIO DE BARCO PELOS CANAIS

FLÁVIO E BIA BITELMAN

AMOSTRA DAS FLORES NOS PARQUES

MUSEU DE ARTE

ÓPERA DE COPENHAGUE

PRAÇA CENTRAL DA CIDADE


TAS ! R E AB SE JÁ S A VAG CREVA INS

OFICINA DE EMPREENDORISMO PARA JOVENS De 8 A 17 ANOS às SEGUNDAS, TERÇAS E QUARTAS Informações: Fabiana / Hebraikeinu 38188867 Coordenação: sulima@hebraica.org.br

R. Hungria, 1000 – Jd. Paulistano


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magazine > lançamento | por Bernardo Lerer

Depois de “K.”,

“Os Visitantes” COM O ÊXITO DO ROMANCE K.,

TRADUZIDO PARA VÁRIAS LÍNGUAS

– INCLUSIVE O HEBRAICO –, BERNARDO KUCINSKI VOLTA À CARGA COM OS VISITANTES, SEGUNDO ELE, UMA NOVELA “SOBRE AS VICISSITUDES DE UM ESCRITOR EM CRISE DE CRIAÇÃO”

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ernardo Kucinski é um brilhante jornalista, mas já há algum tempo não escreve mais para jornais e revistas. Ele fez parte de uma geração de profi ssionais que marcou o jornalismo brasileiro de meados da década de 1960 até quase fi nal dos anos 1980, coincidentemente os cerca de vinte anos da ditadura brasileira. Cansou do jornalismo que se pratica no Brasil, um substantivo que, para ele, carece de adjetivos. Nos últimos dez anos dedicou-se a escrever crônicas, contos e ensaios a respeito da política brasileira e do poder do qual foi espectador – e partícipe – privilegiado. Assim teve tempo – e cabeça – para escrever K., uma obra fundamental para, a partir da busca de um pai pela filha desaparecida, isto é, assassinada pela repressão, compreender a devastação que a ditadura promoveu. Agora B.K., como é chamado pelos amigos, e também colaborador da revista Hebraica, lança Os Visitantes, pela Companhia das Letras.


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E N T R E V I S TA Hebraica – Que livro é este? Bernardo Kucinski – É uma novela curta que acompanha as vicissitudes de um escritor em crise de criação. Ele é ignorado pela mídia e ao mesmo tempo importunado por personagens de sua primeira novela e assaltado por dúvidas interiores. A novela reflete os dilemas éticos de uma ficção ambientada em fatos recentes e com personagens nominados ainda vivos ou facilmente identificáveis. É continuação de K. ou não tem nada a ver com ele? Kucinski – Exceto por um único capitulo, não é uma continuação de K., no sentido estrito. Foi escrito de modo a poder ser lido e plenamente usufruído por quem não leu K. Entretanto tem tudo a ver com K. Mas também pode ser lido como um livro de acompanhamento de K. Alguns dos visitantes são personagens de K. ou amigos de personagens de K. que batem à porta do autor para protestar contra a forma como eles ou os amigos são retratados em K. Outros apontam armadilhas da memória na narrativa de K. É ficção, história ou ficção histórica? Kucinski – Exatamente como em K., a narrativa é ficcional, mas quase tudo aconteceu. Apenas um dos visitantes nunca existiu. As discussões entre os visitantes e o autor de K. são como que mergulhos em temáticas que em K. aparecem apenas superficialmente, entre as quais a dos efeitos tardios do Holocausto, a da luta armada contra a ditadura e a da memória da ditadura e da repressão. Você acha que o veio da repressão está se esgotando? Kucinski – Não acho que exista na literatura brasileira contemporânea um “veio da repressão”. As obras de ficção com referencial na ditadura e na repressão são poucas. O tema tem sido objeto principalmente da chamada “literatura de testemunho”, que não é ficcional e, no caso brasileiro, salvo uma ou outra, não tem ênfase literária. O cinema bra-

sileiro, sim, extraiu bastante desse veio, mas a literatura, não. Creio que isso ainda está para acontecer. Que veio identifica na literatura brasileira contemporânea? Kucinski – Há claramente um veio em torno do Holocausto e seria interessante se discutir por que, e por que agora. Nos últimos três anos surgiram muitas obras de ficção ou de testemunho porém com porte literário, que direta ou indiretamente tocam nesse tema, inclusive, nesse sentido Os Visitantes. Você acha que o que tem acontecido no país de uns anos para cá parece estar sufocando a ditadura como evento político em favor do tema corrupção, fazendo deste um assunto mais importante do que a ditadura? Kucinski – A obliteração da ditadura como evento político e principalmente como sistema repressivo é um processo contínuo que nasce da própria forma como a ditadura se reciclou, sem nunca perder o controle da própria narrativa. Nasce com a Lei da Anistia que perdoou os torturadores e mandantes, ao contrário do que fizeram tantas outras sociedades que passaram por tragédias semelhantes na época da Guerra Fria. Talvez como desdobramento da terceira pergunta, quando escreveu K. foram surgindo mais e novas ideias como uma espécie de subproduto de K. que, por alguma razão não podiam constar daquele texto? Mais ou menos como um repórter com muitas informações e prefere escrever duas ou mais reportagens com o volume de notas e informações que colheu? Kucinski – Não foi assim. A ideia surgiu apenas depois de K. ser publicado. Meu amigo Avraham Milgram, do Museu do Holocausto, apontou uma falha, quando K. diz a si mesmo que até os nazistas escreviam num livro os nomes de quem matavam. Milgram explicou que isso só valia para quem era escolhido para o trabalho forçado. Daí surgiu a ideia da primeira “Visitante”, que vem reclamar do erro; os demais foram surgindo nos meses seguintes. O último “Visitante” só me apareceu no final do ano passado, muitos anos depois de K. ser publicado. Você andou sumido. Isolou-se para escrevê-lo? Quem de fora já se interessou por ele? Kucinski – Não, não me isolei. Escrevi uma primeira versão de uma vez só, depois fui modificando e completando. O último “Visitante” só me apareceu no final de 2015, portanto anos depois da publicação de K. Concentrei-me apenas depois que a Cia das Letras ter decidido publicar e precisei rever e ampliar, porque era um texto curto demais para uma novela. Ainda é uma novela curta. Deve ficar com cerca de 140 páginas. Ninguém do exterior ainda se interessou porque não mostrei a ninguém. Farei isso depois da publicação aqui. De todo modo, não sei se terá interesse lá fora porque grande parte da narrativa é de interesse mais local do que universal.

Exceto por um único capitulo, não é uma continuação de K., no sentido estrito. Foi escrito de modo a poder ser lido e plenamente usufruído por quem não leu K (Bernardo Kucinski, autor de Os Visitantes)


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leituras magazine

por Bernardo Lerer

Minha Terra Prometida Ari Shavit | Três Estrelas | 493 pp. | R$ 79,90

Com o subtítulo “O Triunfo e a Tragédia de Israel” este livro, best-seller nos Estados Unidos e vencedor de vários prêmios, deve ser lido por todo judeu. É elogiado porque, além de bem escrito e traduzido, conta a história do Estado de Israel, desde o início do século 20 a partir de episódios em torno dos quais ele vai desenrolando os eventos com os quais eles têm relação e que sintetizam a história do país. “É um livro fascinante. A voz profética de Shavit traz lições que todos os lados precisam ouvir”, anotou o crítico do The Economist. E ele tem toda razão. Lê-se de uma sentada só.

Campos de Sangue Karen Armstrong | Companhia das Letras | 559 pp. | R$ 74,90

Com o subtítulo “Religião e a História da Violência”, esta ex-freira e autora de Jerusalém e Uma História de Deus, procura desmentir, e provar, que a religião tenha sido a causa de todas as grandes guerras da história, como não foram, por exemplo as duas grandes guerras do século passado. O uso da religião se explica, segundo ela, porque a imagem agressiva da fé religiosa é tão indelével na consciência secular pelo qual é comum se depositar os pecados violentos do século 20 na conta da religião, banindo-a para a política.

A Assimetria de a Vida Primo Levi | Editora Unesp | 304 pp. | R$ 54,00

O livro reúne ensaios e artigos escritos entre 1955 e 1987, ano do seu suicídio, e é dividido em duas partes, a primeira com foco na experiência do Holocausto, a respeito do qual escreveu as duas obras-primas É Isso um Homem? e A Trégua, e a segunda abre-se para temas diversos, mas sem se afastar da questão central do Holocausto que, de forma subliminar ou explicita, está presente em toda sua argumentação, e de que são exemplos as tragédias do Camboja, Uganda, Bósnia, Afeganistão e outros, infelizmente.

O Guia Definitivo do Mochileiro das Galáxias Douglas Adams | Arqueiro | 670 pp. | R$ 53,80

Num único volume foram reunidos os cinco livros da série que venderam mais quinze milhões de exemplares contando a saga do britânico esquisitão Arhur Dent e seu humor ácido e tramas surreais pela galáxia. Arthur é salvo por um E.T. que pesquisava para uma nova edição do Guia do Mochileiro das Galáxias. Arthur pega carona numa nave espacial e inicia uma alucinante viagem pelo tempo e pelo espaço.

A Casa dos Seis Tostões Paul Collins | Ateliê Editorial | 264 pp. | R$ 58,00

O subtítulo é “Perdido numa Cidade de Livros”, isto é, Hay-on-Wye, no País de Gales, para onde Paul e família se mudaram de São Francisco. Lá vivem quinhentos habitantes e existem quarenta livrarias, portanto, um santuário para os amantes dos livros e esta obra é uma meditação sincera e muitas vezes engraçada a respeito do que os livros significam para nós, transformando tudo em uma história humana, encantadora e atraente.


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De que Cor Será Sentir Marina de Oliveira Costa | Editora Manole | 335 pp. | R$ 53,10

A autora é, antes de tudo, artista plástica, mas se formou na Faculdade de Direito da USP, estudou psicologia e psicodrama e a partir daí começou a aliar a arte com foco maior na pintura como expressão artística, ao seu trabalho terapêutico com experiência de mais de dez anos em hospital da periferia com os pacientes “difíceis”. Na clínica psicanalítica articula a imagem com a palavra em busca de um lugar novo, nascente, para a fala.

Música, Matemática o Dinheiro Noênio Spínola | Civilização Brasileira | 235 pp. | R$ 54,00

Noênio é escritor, mas antes de tudo é jornalista e foi assim que se tornou conhecido, trabalhando para o extinto Jornal do Brasil, quando era o mais importante do país, e no Estadão. Aqui, ele mostra a lógica da música e como a matemática da música veio antes da matemática financeira. Ele adota um método multidisciplinar que combina música com geometria, informática, câmbio, cálculo, história financeira e pensamento lógico e analógico sobre os números e a língua falada e escrita.

O Brasil na Fita Ricardo Molina | Record | 401 pp. | R$ 42,90

Depois de longa ausência, o autor foi visto na tevê autenticando a voz de um dos supostos implicados no caso do estupro da jovem no Rio de Janeiro. No livro ele conta tudo o que viu e de que participou em casos políticos controversos nos últimos vinte anos, que delimita de Collor a Dilma. Atuando como narrador, ele repassa os eventos e acrescenta informações inéditas, detalhes que esmiúça e desfaz mal-entendidos atuando no centro dos acontecimentos ao analisar vozes e falas. Um livro necessário.

Direito LGTBI – Perguntas e Respostas Ivone Zeger | Mescla Editorial | 270 pp. | R$ 58,98

A autora é conhecida advogada especializada em direito de família e escreve o que considera a única obra do gênero para leigos em temas como casamento, união estável, união civil, regime de bens, adoção, inseminação artificial, socioafetividade, intersexo, divórcio, pensão alimentícia, guarda de filhos, direito de herança, inventário, testamento, doação, usufruto e nome social. Como se vê, nada escapou à analise dela.

O Homem que Venceu Hitler Márcio Pitliuk | Gutenberg | 250 pp. | R$ 34,90

O autor, conhecido documentarista, foi tantas vezes à Polônia para registrar personagens dos eventos da tragédia que reuniu material suficiente para escrever uma ficção histórica em torno de David, judeu paulistano que vai à Europa em busca da mulher que o salvou e protegeu, seduziu-o e entregou-o aos nazistas. Em meio ao amor e ódio, David vai descobrindo os meandros de uma história que vai mudar sua vida.

Cabo de Guerra Ivone Benedetti | Boitempo Editorial | 304 pp. | R$ 54,00

O jornalista Bernardo Kucinski, autor de K, traduzido também para o hebraico, assina a orelha deste livro e isso já o credencia na já vasta antologia a respeito da ditadura militar. A obra trata de um “cachorro”, os colaboradores infiltrados nas organizações de resistência com subserviência canina e baixeza de caráter. Mas o personagem e narrador sente o embate interior entre as forças que o levam à traição e aquela originária do impedimento moral à traição e à desonra.


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músicas magazine

por Bernardo Lerer Vivaldi – The Four Seasons Gil Shaham | Deutsche Grammophon | R$ 112,90

Este cd contém a formidável e premiada interpretação do violinista Gil Shaham para a conhecida As Quatro Estações, de Vivaldi. Gil nasceu nos Estados Unidos de pais israelenses que voltaram para Israel quando ele tinha 2 anos. Aos 7 anos, foi aluno de Samuel Bernstein na Academia Rubin, de Jerusalém, com 10 anos estreou com a Sinfônica de Jerusalém e, aos 11, com a Filarmônica de Israel, sob a regência de Zubin Mehta. Não tinha 18 anos, quando foi chamado a substituir o grande Itzhak Perlman na Sinfônica de Londres. Ele toca em um Stradivarius “Comtesse de Polignac”, de 1699, emprestado pela Stradivarius Society of Chicago.

Music for Violin and Guitar Paganini | Naxos | R$ 99,90

Em torno do virtuosismo de Paganini criaram-se as mais diversas lendas porque somente alguém que tivesse um pacto com o diabo poderia tocar violino como ele, que inspirou os Estudos para Piano, de Chopin, e os Estudos para Piano, de Liszt. O aspecto de Paganini, de ombros acentuados, nariz aquilino, queixo proeminente e o modo como se vestia sugeria que fosse mesmo o diabo em pessoa.

Hindemith Chandos | R$ 98,90

Paul Hindemith não era judeu, mas os nazistas não gostavam dele em razão da sua música, que consideravam degenerada. Ele deixou a Alemanha, em 1938, porque a mulher tinha um quarto de sangue judeu. Por uma das faixas deste cd, pode-se ver que inovou ao escrever uma peça para cordas e metais e sua famosa Metamorphoses sobre temas de Carl Maria von Weber.

Danzi James Galway – Sabine Meyer | Sony Music | R$ 60,90

O flautista Galway e a clarinetista Sabine não se juntam por pouca coisa e este cd mostra como sabem escolher repertório, no caso, as peças para instrumentos de sopro. Os críticos apontam Franz Ignaz Danzi (17631826) como exemplo da transição do romantismo para o classicismo e a sorte de ele ter convivido com Mozart, ter sido contemporâneo de Beethoven e, depois, conseguir transmitir o que aprendeu.

Sharon Isbin Warner Classics | R$ 39,90

Se fosse pouco ela começou a estudar aos 7 anos na Itália, para onde o pai, cientista nuclear, foi enviado como consultor, ela conquistou todos os prêmios possíveis para um intérprete de violão e isso a credenciou a, em meados dos anos 1980, criar o Departamento de Violão da Juilliard School. Neste cd, Sharon executa peças de Joaquín Rodrigo, Villa-Lobos e Manoel Ponce, acompanhada pela Filarmônica de Nova York.

Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena



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magazine > curta cultura | por Bernardo Lerer

Arte na sinagoga Uma sinagoga pode, sim, ser uma obra de arte. E pode ser, sim, um templo das artes. O Centro Bait, na rua Baronesa de Itu, é isso. E isso. O pé direito da sinagoga principal tem seis metros com um forro de cúpula invertida que garante boa acústica e efeito plástico ressaltado pela pintura em folha de ouro. No teto, uma abertura retrátil exatamente sobre o ponto onde são celebradas as cerimônias de casamento de modo a fazer incidir nos noivos a luz da lua, como manda a tradição. Na fachada do Centro, um mural de 119 metros quadrados formado por doze placas de resina acrílica para resistir às mudanças climáticas, concebido por Abraham Palatnik, figuras abstratas que mudam de forma de acordo com a iluminação diurna. Há vitrais, por que não, e eles estão dispostos de modo a funcionar tanto como elemento decorativo como de abertura à luz solar. Cada peça foi concebida por renomados artistas judeus, como na entrada do edifício

propriamente, de autoria de Renina Katz com um painel-vitral colorido intitulado “As Doze Tribos de Israel”, como se desse as boas-vindas. “O vitral é um interessante quebra-cabeças em que cada fragmento foi tratado como único e a composição revela harmonia de cores”, diz Renina. Alguns vitrais são de Ricardo Ribenboim, ex-curador do Instituto Cultu-

Cidadão do mundo As exéquias de Scholem Aleichem, dia 16 de maio de 1916, há cem anos e dois meses, tomou as ruas de Nova York e acredita-se que mais de cem mil pessoas se aglomeravam pelas ruas no que acabou se considerando, até então, no maior funeral da história da cidade, e nunca se viu tanta gente homenageando um escritor, chamado de “Mark Twain Judeu”, pela capacidade de dar vida às histórias dos tradicionais e, já então, em vias de desaparecimento, shtetls da Europa Oriental. E nos últimos dois meses, o autor de Tevyie der Milchiker, que inspirou o mu-

raI Itaú e curador do Centro Bait que reuniu os artistas. No interior da sinagoga, a obra “Montanhas”, de Lasar Segall, adaptada em um vitral de três metros por dois metros com sua visão do horizonte. Foi a primeira vez que a família de Segall autorizou a transformação de uma obra do artista. Há vitrais de Sérgio Fingermann e de Luise Weiss com desenhos ligados à natureza, entre eles a romãzeira, citada na Bíblia como símbolo da fertilidade e da prosperidade. E as oito pias de vidro com desenhos especiais assinados por Ester Grinspum. O paisagismo é da arquiteta Maria Cecília Barbieri Gorski e o projeto arquitetônico de Michel Gorski, seu marido. A parede lateral do jardim revestido de pastilha preta vitrificada tem uma cascata com letras de cobre que se movimentam formando em hebraico as palavras céu, água e mar. No pátio frontal, romãzeiras; nos outros espaços papiros, oliveiras, laranjeiras, limoeiros, bromélias e primaveras. Visitem, e rezem.

sical O Violinista no Telhado, foi lembrado em vários eventos realizados os Estados Unidos, quase todos com a presença de três descendentes diretos dele, a saber bisneto e tataranetos. Uma nova versão de O Violinista... foi encenada em avant-première patrocinada pelo embaixador de Israel nos Estados Unidos e assistida por cerca de 1.200 pessoas, incluindo representantes diplomáticos de setenta países, que aplaudiram demoradamente a obra de Solomon Naumovich Rabinovich, nascido em Voronko, em 1883, e criado no protetorado de Poltava, sob domínio do Império Russo. Aos 15 anos escreveu uma versão judaica de Robinson Crusoe, de Daniel Defoe. Anos depois, foi tutor de Olga Loev, filha de um grande proprietário de terras, com quem se casou e teve uma descendência de também escritores e artistas. Scholem Aleichem herdou e perdeu dinheiro em negócios e fugiu dos credores. Foi para Nova York, em 1905, fugindo aos pogroms no sul da Rússia e em Kiev, e a família para Genebra. Sem recursos para sustentar duas casas, mudou-se para a Suíça, e começou a ter dificuldades financeiras que tentou vencer fazendo palestras pela Rússia. Numa dessas turnês, em viagem de trem, passou mal, foi diagnosticado com tuberculose hemorrágica e decidiu escrever a autobiografia pois sentira que a doença era um “encontro marcado com sua majestade, o Anjo da Morte”. Inválido, ainda sobreviveu quatro anos, foi levado para os Estados Unidos e morreu naquele 1916.


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Um filme imperdível; em 2017 O Sequestro de Edgardo Mortara (foto abaixo), lançado em 1997 pelo especialista em Vaticano David Kertzer, que concorreu ao National Book Award e foi editado pela Rocco no Brasil, em 1998, vai virar filme que começa a rodar em 2017, dirigido por Steven Spielberg com roteiro de Tony Kushner. Desde então, Kertzer vinha sendo assediado para transformar o livro em filme ou musical. A história começa em 1962 quando uma mulher comprou em um antiquário uma cigarreira para presentear o marido, sem saber que ele decidira não fumar mais. Pelas mesmas cem libras da cigarreira de ouro trocou por um quadro de Moritz Daniel Oppenheim (1800-1882), O Sequestro de Edgardo Mortara, perdido há mais de um século. Há poucos anos este quadro foi leiloado por quatrocentos mil dólares na Sotheby’s. Oppenheim era um pintor que vivia em Frankfurt e celebrado pelos retratos que fez da ascendente burguesia judaica alemã e as figuras fulgurantes do Iluminismo como Moses Mendelssohn, Heinrich Heine e membros da família Rotschild. Ele também se tornou conhecido pelo ciclo de pinturas “Cenas de Vida de uma Família Judia Tradicional” e sua obra prima O Retorno de um Voluntário Judeu, exposto no Museu Judaico de Nova York. Edgardo Mortara tinha 7 anos quando foi sequestrado pela empregada da casa, em Bolonha, entregue a padres e batizado, episódio quase comum naqueles tempos dos estados papais, em que as autoridades eclesiásticas também exerciam o poder de polícia. Em 1870, doze anos depois do sequestro, Momolo, pai de Edgardo, tentou resgatá-lo, mas o jovem havia se tornado prisioneiro da Igreja e ordenado padre. Além disso, recusava-se a ver os pais, advogou pela beatificação de Pio IX e tentou insistentemente converter judeus ao catolicismo. O caso teve repercussão mundial e líderes europeus e norte-americanos tentaram, em vão, interceder pela libertação de Mortara envolvendo desde o conde de Cavour até Napoleão III e apressou o movimento pela unificação da Itália, que se iniciou em 1848 com uma revolta contra a ingerência da Igreja.

Muhammad Ali e os judeus Muhammad Ali dava um cruzado no sionismo. E Cassius Clay, um direto no queixo do antissemitismo. Este era o grande pugilista, “O Maior”, que morreu no começo de junho aos 74 anos, em consequência da doença de Parkinson. E assim era a complicada relação dele com os judeus, por acaso as pessoas com as quais ele tinha o mais estreito relacionamento a ponto de incluir alguns deles entre os que fariam as elegias nas cerimônias do funeral, em Louisville. Entre eles, Billy Kristal, que se tornou famoso pelas imitações que fazia de Muhammad Ali, e o rabino Michael Lerner, a quem o boxeador se ligou quando ambos organizavam e participavam de manifestações contra a guerra de Vietnã e Lerner, particularmente, lamentando as mortes, em vão, de jovens judeus. Cassius Clay converteu-se ao islamismo em 1960. Depois da Guerra dos Seis Dias, passou a investir contra Israel acusando-o de colonialista e de sufocar as aspirações palestinas. Ao mesmo tempo, no entanto, mantinha laços estreitos com os amigos judeus como, por exemplo, o locutor esportivo Howard Cosell (1918-1995) (foto acima), o primeiro a perceber em Ali o potencial de um futuro campeão. Em 1985, Ali foi a Israel pedir a libertação de cerca de setecentos palestinos de orientação xiita detidos em prisões israelenses. Cinco anos depois, na Índia, deu longa entrevista atacando o sionismo ao qual acusava de querer dominar o mundo. Em 2002, pediu aos dirigentes da Al Qaeda que libertassem o jornalista judeu do Wall Street Journal, Daniel Pearl. Mas de nada adiantou e Pearl foi decapitado. Ali participou do funeral. Em 2012, assistiu, na Filadélfia, à cerimônia de bar-mitzvá do neto Jacob Wertheimer, filho de Khaliah Ali-Wertheimer e Spencer Wertheimer, a quem elogiou pela livre escolha da religião que pretendia seguir.


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roteiro gastronĂ´mico


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roteiro gastronĂ´mico


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indicador profissional ADVOCACIA

ADVOCACIA

CARDIOLOGIA

CIRURGIA GERAL

ANGIOLOGIA

A D VO C AC I A

Família  Cível Trabalhista  Consumidor

Dra. Dayane Messias Lopes Dr. Eduardo Durante Rua

Tels: (11) 99944-7331 98018-0377 98507-6427 email: dayanelopes.adv@gmail.com | edurua@uol.com.br

AUDITORIA/CONTABILIDADE

AULAS PARTICULARES

CIRURGIA PLÁSTICA


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indicador profissional CIRURGIA PLÁSTICA

COLOPROCTOLOGIA

DERMATOLOGIA

DERMATOLOGIA


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indicador profissional DERMATOLOGIA

MANIPULAÇÃO

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NA

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indicador proямБssional ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ORTOPEDIA

OFTALMOLOGISTA

OTORRINOLARINGOLOGIA

ORTOPEDIA

PSICANALISTA

PILATES


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indicador proямБssional PSICANALISTA

PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

PSICOTERAPIA


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indicador profissional PSICOTERAPIA

RESIDENCIAL

REUMATOLOGIA

UROLOGIA

PSIQUIATRIA

compras e serviços


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compras e serviรงos


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vitrine > informe publicitário ACAMERÊ VIPS

Melhor opção de férias de julho para crianças O acampamento de férias Acamerê Vips é espaço da amizade, da alegria, do respeito e da cooperação, com jogos temático exclusivos, esportes, oficinas e muita natureza, dirigido pelo professor Ricardo Nastari e realizado pela equipe de monitores educadores ca-

pacitados para acolher com afeto, diversão e segurança. Para crianças de 5 a 14 anos nos dias 23 a 28. Acamerê Vips Site www.acamerevips.com.br

VIA CASTELLI

A pedida é caldos e sopas no jantar Localizado há mais de trinta anos no bairro de Higienópolis, o Via Castelli acaba de lançar seu tradicional buffet de sopas e caldos, em vigor até o fim do inverno. A cada dia da semana, incluindo sábados e domingos, são oferecidas variadas receitas das 18h30 às 23 horas. Os clientes podem

se servir à vontade de quantos sabores quiserem pelo valor fechado de R$ 34,90. Para acompanhar, croutons de pão italiano temperados com alho, queijo ralado, cheiro verde e azeite. R. Martinico Prado, 341, Higienópolis Fone 3662-2999 |Site www.viacastelli.com.br

TEMPO & ESPAÇO

Seu filho merece sonhar Um grande projeto nasce de um pequeno sonho. Tempo & Espaço é um ateliê onde meninos e meninas inventam e constroem inovadores projetos pessoais. Já estão abertas as inscrições para a Oficina de Férias Julho 2016 e as vagas são limitadas – de 11 a 15 de julho; de 18 a 22 de

julho e de 25 a 29 de julho, de segunda a sextafeira com sessões-oficinas de duas horas das 10 às 12 horas, das 14 às 16 horas e das 16 às 18 horas. Rua Girassol, 133, Vila Madalena Fones 3032-6809 e 3798-3196 www.facebook.com/atelietempoespaco.com.br

SAN RAPHAEL COUNTRY HOTEL

Conforto, lazer e festas no campo Há anos o San Raphael Country Hotel, localizado em Itu a apenas noventa quilômetros de São Paulo, mantém um cordial relacionamento com a comunidade judaica. As 84 acomodações são confortáveis e o lazer é completo. Todos os finais de semana, oferece recreação monitorada e seis

inigualáveis refeições diárias. O hotel também dispõe de um espaço amplo e elegante para festas, casamentos e cerimônias de bar-mitzvá. Informações, (11) 4813-8877 E-mail reservas@sanraphaelcountry.com.br www.sanraphaelcountry.com.br

SKINLASER

Prevenção de câncer de pele O Centro Dermatológico Skinlaser está com uma campanha de prevenção de câncer de pele e para tal conta com a dermatoscopia digital. Um exame preventivo e a precisão do diagnóstico (97% de acerto) preserva o paciente de remoções desnecessárias. O método

é simples, realizado em consultório com hora marcada. O tempo médio para realização do exame é de trinta minutos. Skinlaser Fone (11) 3155-5555 Site www.skinlaser.com.br.


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conselho deliberativo

Lições para a vida Este ano ficará marcado na história da Hebraica como um período de profundas transformações em todos os sentidos e o Conselho Deliberativo terá seu papel em cada uma delas. A Olimpíada Rio 2016 abriu para o clube a oportunidade de oferecer apoio ao atirador esportivo medalhista Felipe Wu. Ao treinar diariamente em nosso estande de tiro, ele aproximou o clube de outras agremiações também engajadas no esforço de garantir um bom desempenho esportivo do Brasil neste que é o mais importante evento no cenário mundial. A excelência do equipamento esportivo do clube nos trouxe, também, as delegações japonesa e israelense, que, depois de cuidadosa análise, elegeram nosso parque aquático e as instalações para prática de judô e atletismo como os mais adequados para o uso de seus atletas de alto rendimento, durante o período de adaptação ao clima tropical brasileiro. Mais ainda, nos enche de orgulho o fato de a Confederação Brasileira de Basquete ter feito do Centro Cívico Itzhak Rabin o principal polo para o treinamento das seleções masculinas inscritas no Campeonato Sul-Americano em Caracas, na Venezuela, e na Olimpíada Rio 2016. Todos esses medalhistas atraem a atenção da mídia escrita e audiovisual, de forma que os sócios, acostumados a utilizar cotidianamente quadras, piscinas e pista, descobrem, através do olhar alheio, o valor do que o Conselho Deliberativo e as Diretorias construíram e aperfeiçoaram ao longo da história. No segundo semestre, teremos a maior transformação dos últimos trinta anos no clube. Com a fusão das escolas Alef e I. L. Peretz, uma parte das dependências do clube serão transformadas em um complexo educacional de excelência. Em consequência, a Escola Maternal e Infantil será ampliada para receber e preparar os futuros alunos da nova escola. Esse grande passo foi dado recentemente pelo Conselho Deliberativo, que chancelou o apoio a a fusão e a consequente ampliação das áreas destinadas à escola. Para isso, foi convocada uma reunião extraordinária do Conselho, que contou com um número recorde de participantes, o que garantiu, como contrapartida, o planejamento de novas instalações, modernas e já configuradas para atender o quadro associativo nas próximas décadas. Que venha o futuro. Mauro Zaitz Presidente da Mesa

Reuniões Ordinárias do Conselho em 2016 8 DE AGOSTO APROVAÇÃO DAS CONTAS RELATIVAS A 2015 21 DE NOVEMBRO APROVAÇÃO PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 2017 12 DE DEZEMBRO APRECIAÇÃO RELATÓRIO ANUAL DA DIRETORIA

Mesa do Conselho PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE 1O SECRETÁRIO 20 SECRETÁRIO ASSESSORES

MAURO ZAITZ FÁBIO AJBESZYC SÍLVIA L. S. TABACOW HIDAL AIRTON SISTER VANESSA KOGAN ROSENBAUM ABRAMINO A. SCHINAZI CÉLIA BURD EUGEN ATIAS JAIRO HABER JAVIER SMEJOFF SAPIRO JEFFREY A. VINEYARD

CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL 2016 JULHO 24

AGOSTO 13

DOMINGO JEJUM DE 17 DE TAMUZ

14

INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER DOMINGO FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO

19

6ª FEIRA

TU BE AV

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DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA DOMINGO

* 24 * 25

2ª FEIRA 3ª FEIRA

VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR VÉSPERA DE SUCOT 1º DIA DE SUCOT 2º DIA DE SUCOT VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ 7º DIA DE SUCOT SHMINI ATZERET- IZKOR SIMCHAT TORÁ

OUTUBRO

SÁBADO

NOVEMBRO 5

SÁBADO

DEZEMBRO 24 31

SÁBADO SÁBADO

ANOITECER

DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN AO ANOITECER, 1ª VELA DE CHANUKÁ AO ANOITECER, 8ª VELA DE CHANUKÁ

2017 JANEIRO 27

FEVEREIRO 11

MARÇO 9 12 13

ABRIL 10 * 11 * 12 * 17 * 18 24

6ª FEIRA

DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO (ONU)

SÁBADO

TU B’SHVAT

5ª FEIRA JEJUM DE ESTER DOMINGO PURIM 2ª FEIRA SHUSHAN PURIM 2ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA 2ª FEIRA 3ª FEIRA 2ª FEIRA

EREV PESSACH- 1º SEDER PESSACH- 2º SEDER PESSACH-2º DIA PESSACH- 7º DIA PESSACH- 8º DIA IZKOR IOM HASHOÁ- DIA DO HOLOCAUSTO

1

2ª FEIRA

2

3ª FEIRA

14 24 30 *31

DOMINGO 4ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA

IOM HAZIKARON - DIA DE LEMBRANÇA DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 69 ANOS LAG BAÔMER IOM IERUSHALAIM VÉSPERA DE SHAVUOT 1º DIA DE SHAVUOT

5ª FEIRA

2º DIA DE SHAVUOT - IZKOR

MAIO

JUNHO *1

* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS

** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES, FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS


After School, há oito anos fazendo parte da rotina do seu Àlho. Opcionais pagos a parte: Tradição Judaica

Depois da Escola é a Hebraica

Inf.: 3818-8862 / 8859

Inglês Alumni Inf.: 5644-9711

Curso de Programação e Games Inf.: 3522-5583

TEEN

Informações: 3818-8862/8859 afterschool@hebraica.org.br


As Olimpíadas chegaram à Hebraica

Durante o mês que precede as olimpíadas no Brasil, o clube disponibilizará parte de sua estrutura para o treinamento de atletas olímpicos do Japão, Israel e Brasil.


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