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COM FOCO NOS JOVENS
| M ERKAZ : E MPREENDEDORISMO
ANO LVII
| Nยบ 652 | JUNHO 2016 | SIVAN 5776
Empreendedorismo com foco nos jovens
HEBRAICA
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palavra do presidente
Momentos de esperança A festa de Shavuot, comemorada na Diáspora no sexto e sétimo dias do mês hebraico de Sivan, é a data na qual celebramos Matan Torá – a Entrega da Torá, o livro com as regras que o povo judeu terá de seguir. Antes, a comemoração da entrega dos Dez Mandamentos era uma festa agrícola, mantida mesmo depois da destruição do Templo. São símbolos da celebração as sete espécies com as quais a Terra de Israel é abençoada: trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras. De volta à realidade, estamos passando por uma mudança de governo, ainda interino, no Brasil. Não discuto questões políticas, pois, como entidade, somos apolíticos, mas tocar em alguns pontos dessa mudança. É motivo de orgulho o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ser sócio da Hebraica. Como eu, também nasceu em Haifa, e, sem dúvida, é uma esperança nesse novo governo. Aliás, há poucas semanas Ilan participou do nosso programa HEADTalks e explicou, de forma brilhante, a situação econômica do país e os caminhos para a retomada e a melhora na economia. Ele nos tranquilizou e sabemos que temos uma pessoa altamente capacitada numa posição chave e que vai nos trazer muitas alegrias. Esse novo governo também se mostrou com outra atitude em relação ao Estado de Israel, pela nomeação do chanceler José Serra, e de Marcos Pereira, para ministro da Indústria e Comércio, que participou da comemoração de Iom Haatzmaut, na Hebraica, aliás maravilhosa, com a presença de 21 entidades judaicas numa união desejada por todos. O ministro Marcos Pereira declarou a prioridade de Israel e além de relações diplomáticas quer parcerias tecnológicas e comerciais. Mudanças e esperanças na e fora da Hebraica. Na Hebraica com o projeto da expansão da Escola Alef que se juntou com a I. L. Peretz, e agora se chama Alef/Peretz. Estamos trabalhando diuturnamente, conversando com os conselheiros e os sócios para fazer o que há de melhor para todos os nossos associados e para o futuro dos nossos jovens. Jovens que, no último final de semana de maio, lotaram o clube, participaram dos Jogos Macabeus Escolares em que foi homenageado Dani Fridman Assayag, com alunos de escolas judaicas de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e da Argentina, Colômbia, Bolívia e Paraguai que praticaram o judaísmo por meio do esporte e mostraram a continuidade judaica. Desta forma, e por tudo que acontece, ao nosso redor, podemos concluir: fazer não é fácil mas é necessário, não podemos nos omitir mas trabalhar juntos, procurando o bem e olhando sempre com esperança para um futuro melhor. https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif Chag Shavuot Sameach Shalom Avi Gelberg
ESTAMOS TRABALHANDO DIUTURNAMENTE, CONVERSANDO COM OS CONSELHEIROS E OS SÓCIOS PARA FAZER O QUE HÁ DE MELHOR PARA TODOS OS NOSSOS ASSOCIADOS E PARA O FUTURO DOS NOSSOS JOVENS. JOVENS QUE, NO ÚLTIMO FINAL DE SEMANA DE MAIO, LOTARAM O CLUBE, PARTICIPARAM DOS JOGOS
MACABEUS ESCOLARES
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sumário
HEBRAICA
HEBRAICA
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juventude
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capa / empreendedorismo Os projetos da vice-presidência de Juventude para engajar mais associados
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teatro Como foi a apresentação do grupo Questão no festival do Colégio Santa Cruz?
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carta da redação
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7 dias na hebraica Acompanhe a programação de junho
13
cultural + social
16
meio-dia Confira a programação criada pela parceria com a Santa Marcelina
18
curtas Os melhores momentos da vida social e cultural da Hebraica
20
comunidade Os eventos comunitários mais significativos da cidade
26
fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade
danças Vem aí mais um espetáculo produzido pelo Centro de Danças
38
bat-mitzvá Mães e filhas se encontraram para um fim de semana no Sítio Rio Selvagem
CORAIS MANTIDOS POR ENTIDADES COMUNITÁRIAS SE APRESENTARAM JUNTOS
40
fotos e fatos Os momentos mais marcantes do último mês
47
esportes
48
futsal Liga de Campeões homenageou times europeus
49
14
basquete Garotos do sub12 enfrentaram equipes convidadas para festival da Escola de Esportes
cinema Novo projetor digital garantirá melhor qualidade das sessões
48
50
vôlei Veteranas treinam duas vezes por semana e defendem as cores da Hebraica
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natação Dois torneios trazem mais conquistas para a modalidade
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curtas Os destaques do xadrez, tênis, e handebol
54
fotos e fatos Os momentos mais marcantes do último mês
NO ENCERRAMENTO DAS COMEMORAÇÕES DE IOM
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magazine
58
tecnologia Apple abre em Israel a primeira fábrica de hardware fora dos EUA
60
12 notícias As notícias mais quentes do universo israelense
64
a palavra O curioso trajeto de uma canção ídiche através dos tempos
66
costumes & tradições Qual o significado do shaliach para as comunidades judaicas?
68
viagem Um tour pela região de Trás-osMontes, nordeste de Portugal
72
leituras A quantas anda o mercado das ideias?
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música Cinco dicas imperdíveis para relaxar e curtir em casa
HAATZMAUT
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82
80
84
ensaio A gênese e as repercussões de um romance sobre o genocídio armênio
curta cultura Dicas para o leitor ficar ainda mais antenado
memória O mundo literário perdeu a figura ímpar de Boris Schnaiderman
lista Saiba quem é quem no Executivo da Hebraica
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HEBRAICA
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carta da redação
Muita Hebraica, e mais
ANO LVII | Nº 652 | JUNHO 2016 | SIVAN 5776
DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l)
A capa desta edição e o respectivo texto de Magali Boguchwal dizem respeito a um novo programa que será desenvolvido na Hebraica com o sugestivo nome de Merkaz, isto é, “centro”, em hebraico, remetendo àquilo que a Hebraica realmente é, o maior e mais importante centro comunitário judaico do Brasil. É mais uma forma de atrair parcelas da comunidade às atividades do clube. A leitura desta edição revela o que a Hebraica realiza com e para os associados em todos os setores e departamentos e para as mais variadas idades. Acompanhe e vai constatar que só fica em casa quem quer. Até um novo e moderníssimo projetor digital foi instalado no Teatro Arthur Rubinstein para melhorara ainda mais a qualidade da projeção de filmes. No “Magazine”, na seção “A Palavra”, seu responsável Philologos desvenda o que se esconde nas tatuagens nas pernas de uma moça fotografada em Nova York, nas quais foram inscritas algumas palavras do “Hino dos Partisans” composto em 1943 enaltecendo a resistência judaica nos guetos. A viagem do publisher da revista Flávio Bitelman trata da região de Trás-osMontes, norte de Portugal, e a referência às famosas alheiras de Mirandela cuja origem se atribui aos judeus do tempo da Inquisição. E, no “Ensaio”, a história de como um romance a respeito do genocídio armênio, no início do século 20, inspirou e deu mais consistência à resistência judaica durante a Segunda Guerra. Boa leitura Chag Shavuot Sameach Bernardo Lerer – Diretor de Redação
PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE
SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE
CORRESPONDENTES ARIEL FINGUERMAN, ISRAEL FOTOGRAFIA FLÁVIO M. SANTOS GUSTAVO WALDMAN
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FOTO CAPA LEALMENTE MARKETING DIGITAL/ DIVULGAÇÃO DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES
ALEX SANDRO M. LOPES
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JULHO 2016 Tamuz 5776
dom seg ter qua qui sex sáb
dom seg ter qua qui sex sáb
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A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO
“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800
BRASILEIRA
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Shavuot
SÃO PAULO RUA HUNGRIA,
EX-PRESIDENTES LEON FEFFER (Z’l) - 1953 - 1959 | ISAAC FISCHER
(Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTENBERG 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 1975 | HENRIQUE BOBROW (Z’l) - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | ABRAMO DOUEK 2012-2014 | PRESIDENTE AVI GELBERG
VEJA NA PÁGINA 98 O CALENDÁRIO ANUAL 5776
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cul tu ral +social
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cultural + social > cinema
Chegou uma nova era A HEBRAICA ATENDEU
AOS PEDIDOS DOS SÓCIOS E ADQUIRIU UM NOVO
PROJETOR PARA O TEATRO
ARTHUR RUBINSTEIN. EM JUNHO, A PROGRAMAÇÃO TRAZ
ALGUNS CLÁSSICOS DE MEL BROOKS E
MONTY PYTHON
“A
O PROJETOR DPL - BARCO TRAZ QUALIDADE ÀS SESSÕES DE CINEMA
o ser convidada para colaborar com o cinema da Hebraica, faz poucos meses, fiquei superfeliz com a nova tarefa. Não imaginava, no entanto, que estaria vivendo a chegada de uma nova era”, diz a diretora do Cinema, Sylvia Lohn. Roteirista, contadora de histórias e audiodescritora, Sylvia frequenta as sessões no clube. O cinema, na Hebraica, tem espectadores cativos, nos fins de semana e nas estreias, às quartas-feiras e, por isso, a diretoria incluiu a troca de equipamento na relação das urgências da agenda de compras. As novas diretrizes do DCI – Digital Cinema Initiatives – lançadas em Hollywood, determinaram a padronização dos equipamentos para projeções de alto desempenho e, a partir daí, os estúdios não precisaram mais oferecer lançamentos em película 35 mm. As distribuidoras exigem a Projeção DCP – Digital Cinema Package - e as salas que não se adaptam não têm o que exibir. “O que fazer então, com nosso projetor 35 mm? Nosso Blue Ray? A Hebraica fez o que tinha de fazer. Não foi fá-
cil, nem rápido, mas uma epopeia que daria um filme, com suspense, às vezes comédia, e final feliz. Foi adquirido um equipamento de última geração, o projetor DPL BARCO – Modelo DP2K-23B. Trata-se de máquina digital ultrabrilhante para salas com telas de até 23 metros de largura, alto desempenho e garantia de experiência cinematográfica de primeira qualidade”, explica a diretora. Para instalar esse equipamento sofisticado, são necessários procedimentos
técnicos que duram semanas para executar. A tão aguardada inauguração será durante o 20º. Festival de Cinema Judaico, na semana de 1o a 7 de agosto. “Por enquanto, podemos contar aos amantes da sétima arte que estamos em contato com diversas distribuidoras com as quais faremos parcerias para trazer o que há de melhor no setor. Para as sessões de quarta-feira, traremos experts para comentar os filmes e falar a respeito desse fascinante mundo cinematográfico”, avisa Sylvia. (T. P. T.)
Programação Festival “Venha Rir com Mel Brooks e Monty Python” 1o/6 – Quarta-feira, 20h30, O Sentido da Vida, Monty Python 4/6 – Sábado, 20h30, e domingo, 5/6, às 16h e 19h, Os Produtores, de Mel Brooks 8/6 – Quarta-feira, 20h30, A Vida de Brian, com Monty Python 11/6 – Sábado, 20h30, e domingo, 12/6, às 16h e 19h, Ser ou Não Ser, de Mel Brooks 15/6 – Quarta-feira, 20h30, Em Busca do Cálice Sagrado, com Monty Python 18/6 – Sábado, 20h30, O Jovem Frankenstein, de Mel Brooks 19/6 – Domingo, não haverá sessão 29/6 – Quarta-feira, 20h30, Banzé no Oeste, de Mel Brooks
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cultural + social > meio-dia
JOVENS DO PROJETO GURI TOCAM EM DIFERENTES ESPAÇOS E TAMBÉM NA HEBRAICA
Parceria musical e cidadã A HEBRAICA ABRE AS PORTAS PARA RECEBER O PROJETO GURI, EM UMA PARCERIA MUSICAL E INCLUSIVA A PARTIR DESTE MÊS. ACOMPANHE A PROGRAMAÇÃO DOS PRÓXIMOS MESES
O
s jovens do Programa Guri são o testemunho de que através da música é possível conquistar degraus diversos na sociedade. De junho a dezembro, diferentes grupos musicais infanto-juvenis do Guri Santa Marcelina mostrarão que tocam como gente grande. Será uma surpresa assistir a oito concertos programados ao longo do ano para o Show do Meio-Dia, fruto de uma parceria entre a Hebraica e a organização social (OS) Santa Marcelina, gestora do Programa Guri, qualificada pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. O Guri foi lançado em 2008 para tornar a música mais próxima de treze mil crianças e adolescentes, entre 6 e 18 anos, em 46 polos da capital e região metropolitana, tendo como missão proporcionar edu-
cação musical de qualidade ao mesmo tempo em que dá condições para a busca de autonomia e oportunidades. São três níveis de cursos oferecidos – iniciação, sequencial e modular – e os alunos contam com uma rede de apoio e ferramentas para projetarem o caminho futuro. Ao abrir espaço para essas apresentações, a Hebraica segue os passos de outros parceiros do Projeto Guri como a Fundação Ema Klabin, Pinacoteca, o Museu de Arte de São Paulo (Masp), Museu da Casa Brasileira, Fábrica de Cultura, Centro de Educação Unificado (CEU) e a Fundação Maria Luísa e Oscar Americano. Locais onde os jovens tocam frequentemente e são aplaudidos pela qualidade do seu repertório musical. (T. P. T.)
Programação do Show do Meio-Dia 12/6 – Banda Sinfônica Juvenil do Guri 3/7 – Banda Sinfônica Infantojuvenil do Guri 17/7 – Coral Juvenil do Guri 31/7 – Orquestra Sinfônica Infantojuvenil do Guri, com o maestro Diego Guzmán 11/9 – Camerata de Violões Infantojuvenil do Guri 6/11 – Orquestra de Cordas Infantojuvenil do Guri 27/11 – Big Band Infantojuvenil com o grupo Regional de Choro do Guri 4/12 – Coral Juvenil do Guri, com a soprano Marília Vargas
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| JUN | 2016
cultural + social > curtas
Gente paulistana pela lente de Ifrah
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omer Ifrah é um premiado profissional israelense que se dedica à fotografia documental. “A cidade na construção visual de Ifrah surge em outras perspectivas, que se conectam com as formas de percepção do homem no espaço contemporâneo”, segundo o curador e mestre pela Unesp Cildo Oliveira. Esse trabalho estará exposto este mês, na Galeria de Arte da Hebraica.
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A beleza das Cataratas do Iguaçu
A
Hebraica programou mais uma viagem, agora para Foz do Iguaçu. Programação completa, passeios ao Parque das Aves, Parque Nacional do Iguaçu, Bar de Gelo, as três fronteiras e a visão impressionante da catarata. Um espetáculo fora de série, mais a visita ao Duty Free, com compras e mais compras. Entre em contato com a Central de Atendimento (3818-8888) para aproveitar as vantagens de pagamento. A viagem será de 13 a 17 de setembro, com hospedagem no Hotel Best Western Tarobá.
É costume estudar durante Shavuot para conhecer algo novo. Para seguir esse costume milenar, dia 11, sábado, às 16 horas, na sinagoga, Debora Goldzveig falará a respeito dos “Desafios da Família Judia – Tradições e Continuidade”. Formada em propaganda e marketing e pós-graduada em gestão de mercados, Débora atuou em diferentes setores de agências publicitárias, fundou o Projeto Irmãos, que trata da troca de experiências entre irmãos de pessoas com Síndrome de Down. Tem um currículo de várias ações e, hoje, participa do Iozma, grupo de jovens líderes comunitários da América Latina, que trata de conexão social comunitária.
Fundap canta a “Ópera do Malandro” O Coral Fundap, da Associação dos Funcionários da Fundação do Desenvolvimento Administrativo, órgão ligado à Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo, se apresentará no clube, quinta-feira, dia 30, e vai interpretar o musical Ópera do Malandro, de Chico Buarque, e arranjos preparados para esse coro, que existe há 22 anos. (T. P. T.)
Mais um “Aonde Vamos?”
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A cultura faz parte de Shavuot
A
onde Vamos? é o encontro dos leitores com escritores e seus livros. Vivian Schlesinger convidou os escritores cariocas Ronaldo Wrobel, de Traduzindo Hannah, e Heliete Vaitsman, autora de O Cisne e o Aviador, para falarem acerca dos seus personagens. Na ocasião, Wrobel lançará seu novo livro O Romance Inacabado de Sofia Stern. Será dia 18, sábado, às 16h30.
Festival Anos 80
A
Mega Balada dos Anos 80 ocupará dia 18 o Centro Cívico com as bandas Rádio Taxi, Biquini Cavadão e os deejays Iraí Campos e Henri Schipper. A pista será VIP com open bar, exclusiva para sócios e convidados. Uma semana antes, o clube entrará no clima da época com uma exposição temática gratuita. Confira o que vai acontecer no https://www.facebook.com/exposicaoanos80/, comece a se divertir desde já e reserve a noite da festa para voltar no tempo. Entre em contato com a Central de Atendimento (3818-8888) para ter seu ingresso.
C 20 HEBRAICA
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HEBRAICA
COLUNA 1
coluna comunidade
Biblioteca Popular Judaica em formato digital
Oitenta e três anos depois de os nazistas queimarem cerca de vinte mil livros na Praça da Ópera de Berlim, considerados impróprios pelo regime, o Congresso Judaico Latino-Americano (CJL) coloca à disposição on line a Biblioteca Popular Judaica, com a republicação, em espanhol, de livros de bolso lançados nas décadas de 1960 a 1980. As edições reúnem estudos temáticos sob o título “Hechos de la historia judía” e ensaios biográficos, as “Grandes Figuras del Judaísmo”. Aos interessados os livros estão disponíveis no endereço www. congresojudio.org/bpj.php.
Kabalat Shabat e palestra A Sinagoga Mishcan Menachem recebeu André Lajst, neto de um sobrevivente do campo nazista de Sobibor, para falar a respeito de “Heróis de Israel”, após o Kabalat Shabat. Lajst nasceu em São Paulo, com 17 anos foi passar uma temporada de dez meses em Israel e voltou com a ideia da aliá na cabeça. Em 2006, deixou a publicidade e a fábrica de camisetas para trás para estudar diplomacia e contraterrorismo no Centro Interdisciplinar de Herzlya, em Israel.
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por Tania Plapler Tarandach | imprensa@taran.com.br
Israel no Theatro Municipal
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Consulado de Israel recebeu o convite para que parte do grande coral, que se apresentaria à tarde na Hebraica durante o ato de Iom Haatzmaut, cantasse pela manhã no Theatro Municipal. Hall do teatro lotado, escadarias tomadas pelos mais de cem coralistas, entre eles trinta italianos do Cantosospeso (Canto Suspenso) de Milão, do Coral Luther King de São Paulo, Hebraica e Wizo. À frente, cantores mirins da Unibes, o chazan Gerson Herszkowicz, as cantoras Margot Lohn Kullock e Regis Karlik. O maestro Leon Halegua, idealizador do megacoral, inicia o programa regendo músicas judaicas e,
para finalizar, a Aquarela do Brasil. O público vibra. No interior do teatro, a Orquestra Sinfônica da USP, o Coral Paulistano Mário de Andrade e a Camerata Paulistana tomavam lugar no palco para a segunda parte do programa, com “Israel no Egito”, oratório de Handel. O maestro Martinho Lutero anuncia que “esta apresentação é em homenagem aos 68 anos de Independência de Israel”, ergue a batuta e o imponente espetáculo retorna os ouvintes ao tempo da escravidão no Egito, por meio de imagens no telão e a tradução da obra composta em 1739. Uma homenagem de São Paulo ao Estado de Israel.
Guelman retrata a Bahia
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ubem Guelman viaja e capta imagens do povo e dos lugares. Assim foi em Salvador, fotografada décadas atrás. Inaugurado mês passado, o Museu Santa Maria Espaço Pierre Verger exibe 31 dessas imagens de Guelman, que passam a fazer parte do acervo permanente, entre outros artistas selecionados. O Museu ocupa o espaço onde, em 1617, funcionou o Forte Santa Maria, construído para proteger a cidade dos invasores da época do ciclo do açúcar.
O jornalista e diretor de TV haitiano Berhman Garçon foi o convidado de David Reichardt, ambos colegas de mestrado na Unicamp. O visitante falou para os alunos do ensino médio do Colégio I. L. Peretz. Contou sobre a vida no Brasil e como era em seu país. “Refugiados são aqueles que, por um fator ou outro, saem da terra de origem por perseguições religiosas, falta de condições de vida, entre outros motivos; os imigrantes estão por vontade própria”, explicou à platéia de estudantes. Aconteceu, na Galeria Tato, a palestra “Mercado de Arte: Brasil e Internacional”, promoção da Coordenadoria de Cultura e Diversidade da Fundação Getúlio Vargas. André Millan, Jochen Schmidt e Lina Wurzmann estavam entre os palestrantes. O presidente Mundial da Chandon, Davide Marcovitch, estendeu o sucesso paulistano da sua Promenade Chandon para as alamedas do Shopping Village Mall, no Rio de Janeiro.
Negócios com caipirinhas Membros do grupo Novas Gerações do Congresso Judaico Latino-Americano e da World Union for Progressive Judaism atenderam ao convite do bispo Miguel Peres para conhecer o Templo de Salomão, no Brás.
∂ Em reunião presidida por Pierre Cochat, secretário geral da IPNA (International Pediatric Nephrology Association), em Nova York, o pediatra Júlio Toporovski ganhou o “Lifelong Achievement Award”, prêmio que será entregue durante o 17º. Congresso da Associação em Foz do Iguaçu. Hoje, especialistas que passaram pelo Serviço de Nefrologia Pediátrica da Faculdade de Medicina da USP, dirigido por Toporovski, atuam em vários estados brasileiros e em países da América Latina.
Cine Caixa Belas Artes recebeu a abertura do III Festival de Finos Filmes, realização do roteirista e diretor de curtas e curador da mostra, Felipe A. Poroger, com inscrições de setecentos realizadores. O certame ocupou as salas do Museu da Imagem e do Som (MIS) e Faap. Há mais de doze anos no mercado como personal party planner, Renato Muszkat reúne uma equipe de profissionais dedicada à realização de eventos sociais e corporativos. Ilan Goldfajn preside o Banco Central, do qual já foi diretor de Política Econômica durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso e início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O economista Goldfajn tem doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston, EUA. Nasceu em Haifa e antes ocupou cargos no Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Nações Unidas.
∂ “Onde Moram os Monstros” foi o título de mais um encontro com a psicóloga, arte terapeuta e escritora Mônica Guttmann no Palas Athena. Cláudio Len, médico do Departamento Materno-Infantil do Hospital Israelita Albert Einstein, participou de uma roda de conversa com o título “Carregar no Pano”, no Cadê, espaço de brincadeira, arte e contato com a natureza, cujo projeto arquitetônico é de José Ricardo Basiches. Lúcia e Marcos Vogel criaram a Premium Bread, que trabalha com pães artesanais de origem europeia, pré-assados e congelados, setor forte na Europa, com perspectivas de expansão no Brasil.
“Fazendo Caipirinhas de Limões: Negócios no Brasil” é o título do encontro realizado no início deste mês em Tel Aviv. Herzog Fox & Neeman, Israel-Brasil Câmara de Comércio e Indústria e a Missão de Israel no Rio de Janeiro, em colaboração com Hogan Lovells, promoveram o seminário, a partir de duas questões: como as companhias estrangeiras podem sobreviver à crise atual e usá-la como oportunidade; e como posso fazer negócios no Brasil hoje.
Jewish IN recebe o casal Barnea Lúcia e o cônsul Yoel Barnea foram os convidados do Jewish IN para um bate-papo acerca dos três anos no Consulado de Israel em São Paulo e seu retorno ao país. A Galeria Jô Slaviero & Guedes recebeu os jovens, que ouviram um relato das várias atividades sociais, culturais e econômicas desenvolvidas nesse período e um panorama da atual relação Brasil e Israel.
Apresentações dinâmicas O 5º. Encontro da World Union for Progressive Judaism/América Latina tratará de “A Continuidade Democrática como Valor Judaico” em seu encontro anual, em São Paulo, de 23 a 25 deste mês na CIP, Residencial Israelita Albert Einstein, Unibes Cultural e Hebraica. No programa, uma rodada de “Apresentações Dinâmicas”, pelo jornalista Eurípedes Alcântara, Sally Gansievich, da Escola Comunitária Arlene Fern, Romina Charur, noiva do primeiro casamento igualitário religioso na América Latina, Rogério Chequer, líder do movimento Vem Pra Rua, Andreas Heinecke, fundador da Dialogue Social Enterprise Ltd., idealizador da mostra “Diálogos no Escuro”, Denis Plapler, criador do Portal do Educador e consultor da Unesco para o Ministério da Educação, entre outros. Cada um terá quinze minutos para falar de temas da atualidade. Será dia 24 de junho, na Unibes Cultural. Informações, www.wupj-latinamerica.org/sp2016.
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cultural + social > comunidade+coluna1 Mais uma Feira da Comunidade Esta foi a 35ª Feira da Comunidade que, mais uma vez, levou o público ao Salão Marc Chagall, realizada pelo Departamento de Geração de Renda da Na’amat Pioneiras São Paulo. O evento fez parte das comemorações de Iom Haatzmaut e recebeu quase cem expositores. Além das bancas tradicionais, essa edição contou com novos participantes que ofereceram, o Gelato Kosher da Le Botteghe di Leonardo, com selo da BDK, embalagens artesanais da Tania’s Craft e um serviço de babás atendido por jovens da comunidade, por exemplo. A coordenadora do Departamento de Geração de Renda, Miriam Doris Lilienfeld, destacou o interesse despertado pela Feira: “Além de fator de integração comunitária, a Feira cumpre o novo slogan da Fisesp: ‘Juntos Fazemos Mais’”.
COLUNA 1
∂ Na Sinagoga Ohel Yaacov, o público pediu bis para a primeira palestra e Sérgio Grinberg fez novo encontro para falar sobre “A Força do Amén”, tema de que trata no livro A Arte de Dizer Amén.
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Eleição na Cambici A Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria elegeu a diretoria e o conselho para o biênio 2016/2018. Jayme Blay foi reeleito para mais um mandato, e são vice-presidentes Mário Fleck, Paulo Feldmann, Renato Ochman e Sérgio Herz. Completam a diretoria executiva: Israel Grytz, secretário geral; Abram Berland e Leo Rosenbaum, tesoureiros. Para o Conselho Deliberativo: Israel Vainboim, presidente; Dora Sílvia Cunha Bueno e Cláudio Luiz Lottenberg, vice-presidentes. Mariano DeBeer é o representante para a América Latina. Foram eleitos também diretores, conselheiros e os membros do Conselho Consultivo, formado pelos ex-presidentes.
Acreditação máxima ao Einstein É de Hélio Ziskind a trilha sonora da série “O Porco e o Magro”, programa desenvolvido pela BM&FBovespa, exibido pela TV Cultura. “A Modernidade e suas Ambivalências” é o titulo da conferência inaugural da Cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência, a cargo do primeiro titular, Sérgio Paulo Rouanet, com comentários dos ex-ministros Celso Lafer, das Relações Exteriores, Renato Janine Ribeiro, da Educação, e da socióloga Barbara Freitag, mulher dele.
No Anfiteatro do Teatro Sodré, em Montevidéu, Uruguai, Gilbert cantou na comemoração do Dia Internacional da Francofonia. “História Contada por Trás de Grandes Personalidades” é um projeto da Unibes Cultural, e Mona Dorf a entrevistadora. Crítico de teatro, ensaísta, professor de dramaturgia e diretor-presidente da Editora Perspectiva, Jacó Guinsburg contou fatos da vida e da carreira de sucesso.
∂ Consultor em gestão pública, ex-superintendente do Poupatempo e diretor do Detran, Daniel Annenberg foi a Israel conhecer o funcionamento das cidades inteligentes e digitais, pensando em implantar futuramente na prefeitura de São Paulo.
“Criar e Inovar: Não Pare”, é a chamada do Congresso Internacional ABIT 2016, reunindo o mundo têxtil. Ricardo Steinbruch, presidente da Vicunha, é um dos palestrantes. Na Sinagoga Mishcan Menachem, Breno Lerner estendeu por três encontros a sua volta ao mundo da cozinha judaica com muitas das receitas, ainda inéditas, para os bons gourmands. Prefeitura de Santo André e Associação Religiosa Israelita de Santo André (Arisa) promoveram, no auditório anexo ao Teatro da Prefeitura, a palestra “Mistérios da Cabala” com o rabino Shamai Ende. Pedro Della Rolle, do naipe de primeiros violinos da Orquestra Sinfônica da USP, e o pianista Daniel Szafran deram o tom durante o chá-musical em tarde preparada pela B’nai B’rith. No auditório do Instituto Sedes Sapientiae, Paulina Ghertman e Sílvia Lobo foram as apresentadoras do projeto “Interlocuções Espaço
Potencial Winnicott”, falando sobre “O Filho Diferente – Uma Humanidade não Reconhecida”. Sobrevivente do Holocausto, Nanette Konig discorreu sobre o tema em duas palestras, nas sinagogas Bait e Beth El. Raquel Davidowicz criou um novo espaço, o + UMA, para oferecer objetos e presentes identificados com o conceito explorado por ela na marca que a identifica no mundo da moda. A curadoria é da designer de interiores Lia Strauss.
Centro de Idosos em festa
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rimeiro espaço da cidade dedicado ao atendimento de idosos em situação de vulnerabilidade social, há um ano o Centro Dia da Unibes atende a pessoas que passam o dia em atividades em oficinas educativas, de autocuidado e segurança alimentar, rodas de conversa, palestras e outras mais. Sílvia, 77 anos, se diz feliz por estar com muita gente: “Aprendi muita coisa e tenho gratidão por estar aqui”. O acolhi-
Burle Marx no Jewish Museum
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he Jewish Museum de Nova York apresenta até 8 de setembro, a primeira exibição nos Estados Unidos dedicada a Roberto Burle Marx, artista que nos anos 1930 adotou o modernismo e revolucionou o desenho de paisagem usando a abstração e incorporando plantas nativas. Em sessenta anos de carreira, desenhou mais de dois mil jardins pelo mundo e descobriu quase cinquenta espécies de plantas. A mostra tem mais de cem trabalhos, entre projetos de jardins, pinturas, esculturas, desenhos para teatro, joalheria e uma tapeçaria.
Em breve será possível ler a edição da NVersos de A Garota de Boston. Conta como Addie, filha de imigrantes judeus, hoje com 85 anos, cresceu em meio à pobreza. Escrito pela neta, Anita Diamant. Sócio-fundador do grupo Ráscal e com vasta experiência familiar, Roberto Bielawski faz palestra durante o II Curso Paladar de Alta Performance a respeito de “Gestão a Longo Prazo: Conduzindo o Negócio de Alimentação Através dos Anos”.
mento inclui avaliar as necessidades dos usuários e planejar ações de informação, orientação e de escuta, de modo a criar espaços de identidade e restaurar laços familiares. Uma das instituições mais respeitadas do terceiro setor em São Paulo, a Unibes atende a mais de quinze mil todo ano, entre crianças, jovens, adultos e idosos. Parte dos recursos da instituição vem de cinco lojas, com a venda de produtos doados.
Tecnologia israelense na LAAD 2016
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ais uma vez, o Estado de Israel participou da LAAD Security – Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa, no RioCentro, Rio de Janeiro, que expôs produtos de empresas nacionais e internacionais fornecedoras de tecnologias, equipamen-
tos e serviços para forças armadas, policiais, especiais e outros. O Israel Export Institute e as empresas Carmor Integrated Vehicle Solutions, Cellebrite, Phantom Technologies e Rafael apresentaram as novidades israelenses em seus setores.
O Hospital Israelita Albert Einstein recebeu a acreditação máxima para os serviços de ressonância magnética, conferido pelo American College of Radiology, uma das mais importantes instituições mundiais em medicina de imagem. Anteriormente, a entidade norte-americana certificou os serviços de tomografia, ultrassonografia e mamografia do Einstein, a primeira instituição na América Latina a ter esse selo de qualidade.
“Mazal tov” à família Chacra O jornalista Gustavo (Guga) Chacra, comentarista de política internacional, neto de imigrantes italianos e libaneses, é pai da recém-nascida Júlia, em Nova York. Seu comentário a respeito do feliz evento: “Júlia, ao crescer no Upper West Side de Manhattan, terá enorme influência da cultura judaica. Se fosse menino, acho que meus amigos já teriam marcado o brit. A expressão que mais escutei nos últimos dias foi mazal tov”.
Sepulturas fazem história Diretor voluntário na Chevra Kadisha, o administrador de empresas Guilherme Faiguenboim fez uma pesquisa no Cemitério Israelita da Vila Mariana e com Paulo Valadares e Niels Andreas escreveu o Dicionário de Sobrenomes Sefaradim e Os Primeiros Judeus de São Paulo. Daí veio o conhecimento da missão da entidade, interesse que se volta, agora, para as histórias que as inscrições nos túmulos do Cemitério do Butantã contam e que serão divulgadas por um site. Ali estão sepultados, entre muitos outros famosos, Leon Feffer, Jacob e Moïse Safra, Bernardo Goldfarb, Arthur Eberhard e Hans Rothschild, empresários; Marcos Lázaro, Abrão Farc, Stelinha Epstein, da área cultural; Salomão Malina e Yara Iavelberg, da história e política; os jornalistas Júlio Lerner e Francisco Gotthilf; os intelectuais Walter Rehfeld e Jorge Willheim. E Ismael Nelson Grinszpan, conhecido como “Nelsinho da 45”, rei da Boca do Lixo na década de 1950.
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PERSONAGEM
Lobel e a maternidade no século 21
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lexandre Lobel viveu a infância e juventude no clube. Os avôs, André Lobel (z’l) e Jacob Steinberg (z’l), e o pai, Flávio Lobel, têm uma história de décadas de atuação comunitária. O jovem médico escolheu os estudos da fertilidade da mulher e a maternidade como consequência. Formado pela Faculdade de Medicina da USP, fez residência e especialização em reprodução assistida no Hospital das Clínicas da FMUSP, fellowship na Weill Cornell Medicine, em Nova York. Em 2015, acrescentou a preservação da fertilidade ao currículo. Também é médico voluntário no Centro de Reprodução Humana Mário Covas, no Hospital das Clínicas. Hoje, por vários fatores, as mulheres decidem adiar os planos de engravidar
sem saberem o real status da sua fertilidade, o que pode trazer problemas futuros. Outras, com diagnóstico de câncer, passam por tratamentos oncológicos prejudiciais aos ovários. Nesse universo, existem várias técnicas disponíveis, que permitem à mulher planejar a gravidez: o congelamento de óvulos, de embriões e de tecido ovariano. Lobel escolheu atuar, além do tratamento de casais inférteis, com o congelamento de óvulos, uma técnica segura, com boas taxas de sucesso. Nesse caso, os embriões são congelados logo após a aspiração e transferidos só quando a paciente estiver apta a carregar uma gravidez. Desde 2013, esse procedimento deixou de ser “experimental”, por decisão da Sociedade Americana de Reprodução
Assistida, porém sempre será conduzido por um especialista, seja no caso de casais ou mulheres que desejam adiar a gravidez ou no trato de pacientes que estão prestes a iniciar tratamentos oncológicos. Para Lobel, a medicina está à disposição para tornar o sonho da maternidade uma conquista da mulher moderna.
Homenagem da Wizo ao Estado de Israel
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s tardes das terças-feiras na Wizo sempre trazem palestrantes interessantes e comemoram datas importantes. Iom Haatzmaut teve um programa iniciado com a lembrança dos soldados israelenses que deram a vida pela soberania do país e o Coral Sharsheret e Theo Holtz, da CIP, continuaram a parte festiva. Com Frida Kier Weingarten, Rebeca Rosemberg e Genha Migdal lendo textos e poemas alusivos à data. Alberto Milkewitz, diretor institucional da Fisesp, contou o que é Hassefá Ba’Haretz, um programa que leva líderes comunitários a Israel anualmente, para que conheçam a realidade do país.
AGENDA 17 a 19/6 – Viagem com a Na’amat para conhecer Inhotim (MG) e seu acervo de arte. Informações, Shilton (turismo@shilton.com.br) ou Na’amat (naamat@naamat.org.br)
29/6, 20h30 – Show BroadWish – “Do Shtetl à Broadway”, com Daniel Boaventura e convidados, roteiro e direção de Cláudio Erlichman e Rubens Ewald Filho, marcando os oitenta anos da CIP
20/6, 19h – Livraria Cultura/Shopping Iguatemi, lançamento do livro Marcos Arbaitman, Nada Resiste ao Trabalho, escrito por Márcio Pitliuk e prefácio de Boni
3 a 19/7 – Marcha da Vida para jovens de 20 a 30 anos, à Polônia, Alemanha e Israel. Condições especiais e vagas limitadas. Realização Hebraica e Fundo Comunitário. Informações, fundocomunitario.org.br/marcha ou pelo fone 3081-7244
23 a 25/6. 5º – Encontro WUPJ América Latina, na CIP, Unibes Cultural, Residencial Albert Einstein e Hebraica
8 a 19/9 – Wizo e AD Turismo convidam para uma inesquecível viagem a Israel. Informações, 3257-0100 e 5087-3455, com Carla
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1. Mona Dorf entrevista Jacó Guinsburg na Unibes Cultural; 2. Camila Tuchlinski entrevista o psicoterapeuta Luiz Cuschnir, em “Mentalistas”, programa da Rádio Estadão; 3 e 4. Hora de pôr a mão na massa. Mais de quatrocentas mulheres, muitas jovens, prepararam sua Shlissel Chalá, a “Chalá da Chave”, no Beit Chabad Itaim; 5. No Anfiteatro Boris Casoy,
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Walter Albertoni, ex-reitor da Unifesp, Lea Chuster Albertoni, presidente da Abrapets, e Carlos Dorlass no 1º. Congresso do Estado de São Paulo no Apoio ao Escolar em Tratamento de
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Saúde; 6. Mário Fleck e Regina Markus acompanham os jovens que participarão do 48º. International Summer
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Science Institue, em julho, no Insti-
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tuto Weizmann; 7. No Círculo de Leitura, Vivian Schlesinger fala sobre a obra de Ronaldo Wrobel; 8, 9 e 10. Senadora Marta Suplicy visitou o clube. Recebida pela Diretoria, almoçou no Casual Mil e atendeu aos pedidos de autógrafos dos sócios mirins
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1. Sheila e Leonor Szymonowicz e Fernando Lottenberg em momento família; 2. Na Feira da Comunidade, Le Botteghe Di Leonardo fez sucesso com sorvete kasher; 3. Na Praça Carmel, quem experimentou aprovou churros preparados pela equipe de Ariel Legmann; 4. Grupo Chaverim presente no Dia das Boas Ações no Ibirapuera; 5,7,8 e 9. Shopping JK Iguatemi, no evento CASAR, Ciccy e Rafael Halpern, Leo Schechtman, Paula Proushan e Samuel Cirnanski; 6. Tarde produtiva na Oficina de Iom Haatzmaut da Feliz Idade
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Iom Haatzmaut preparado por vinte entidades. 1. Elisa Nigri, Nancy Starobinas, presidente da Conib Fernando Lottenberg, cônsul Yoel Barnea e secretário Floriano Pesaro; 2. Regis Karlik encerrou o show; 3. Bruno Laskowsky fala em nome da Fisesp; 4. De geração em geração, o amor a Israel; 5. Allan Berkiensztat conduziu o ato oficial, no Teatro Arthur Rubinstein; 6. Vereador Gilberto Natali-
Iom Haatzmaut preparado por vinte enti-
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ni recebido pelo cônsul Barnea; 7. Dueto de Margot Kullock e Gerson Herszkowicz; 8. “Shalom AL
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Israel”, na sinagoga do Colégio Renascença, abriu a série de eventos com um espetáculo musical impecável; 9. Maurício Mindrisz e os meninos tocadores de shofar; 10. Ministro do Desenvolvim-
dades. 1. e 3. Exposições do Concurso Brasil-
ento, Indústria e Comércio Marcos Pereira saudou o Estado de Israel; 11. Leon Halegua regeu e Sima
Israel de Pintura e Desenho da Wizo, do Residencial Israelita Albert Einstein, do Museu
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Judaico de São Paulo/Arquivo Histórico JuPaulista; 2. Na Hebraica, o painel de fotos da campanha “Eu me Amarro em Israel”, do Fun-
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voz de Sônia Goussinsky; 5, 8 e 10. Roberta Sundfeld falou sobre a fusão MJSP/AHJB; a mesa que conduziu a tarde de homenagem a Anita Novinsky; as flores da Hebraica para Novinsky; 6, 7, 9 e 11. Jantar Azul e Branco B’nai B’rith, Pioneiras e show de Regis Karlik e Cláudio Goldman; Renata Cohen, Ciro Kirchenchtejn, Mônica e Heitor Hutzler
Hebraica, Tradição, da Casa do Povo, Infantojuvenil e Centro de Convivência da Unibes, Kadosh, CIP, tro Cultural Israelita Brasileiro de Santos
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do Comunitário; 4. No Show do Meio-Dia, a
teve mesas do Keren Kayemet LeIsrael (KKL),
Halpern acompanhou o Mega Coral que reuniu duzentas vozes dos corais Gil Hazahav e Zemer, da Mizmor, da Comunidade Shalom, De Boca em Boca, Sharsheret, da Wizo, Arisa de Santo André, Cen-
daico Brasileiro e da Congregação Israelita
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capa | empreendedorismo | por Magali Boguchwal
A arte da sedução AÇÕES SOCIAIS E NÚCLEOS VOLTADOS AO EMPREENDEDORISMO SE SOMAM AO ESPORTE NA TAREFA DE CULTIVAR O
INTERESSE DO JOVEM PELA HEBRAICA. A MAIS RECENTE INICIATIVA É A
CRIAÇÃO DO MERKAZ, PROJETO DE EMPREENDEDORISMO INOVADOR DESTINADO A CRIAR PARA OS JOVENS UM SUPORTE DE GERAÇÃO
DE CONHECIMENTO, NETWORKING, CRESCIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL.
O MERKAZ É UMA PARCERIA ENTRE HEBRAICA, CONGREGAÇÃO ISRAELITA PAULISTA (CIP) E FUNDO COMUNITÁRIO
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ual é o melhor lugar para debater ou obter informações confiáveis a respeito de temas como preconceito, a situação dos refugiados africanos que chegam à cidade ou homofobia? Para muitos jovens, a superficialidade das redes sociais é insuficiente, e é aí que entra o Aponte, iniciativa do grupo Jovens Sem Fronteiras (JSF), na qual a presença de pessoas que vivem a questão em pauta faz das rodas de conversa algo mais do que um papo de bar. Em abril, o JSF organizou um Aponte com o tema do feminismo negro. A proposta pareceu tão inusitada que a coordenação do curso de líderes Meidá incorporou o evento ao programa de aulas para os futuros madrichim (monitores) do Centro Juvenil Hebraikeinu. “O madrich é essencialmente um líder e é comum que ele debata casos de preconceito com os chanichim. O evento do grupo Jovens Sem Fronteiras proporcionou uma abordagem original, que mostrou aos futuros madrichim a existência de diversidade também no preconceito e é preciso estar preparado para lidar com ela”, explicou o coordenador do Meidá, Rafael Elefant. Criado há cinco anos, o núcleo do grupo Jovens Sem Fronteiras é uma entre muitas iniciativas da Hebraica voltadas para o público universitário e pós-universitário. Supervisionada pelo JSF, uma rede formada por voluntários atua com recreação em abrigos infantis, auxilia comunidades carentes ou arrecada alimentos para ajudar vítimas de desastres naturais.
Uma das mais recentes ações do grupo envolveu os adolescentes do grupo de escoteiros Avanhandava, da CIP, em um trabalho na Vila Gomes, região do Butantã, onde construíram um banco de bambu para o Centro Cultural Novo Rumo. Ao mesmo tempo, o Jovens Sem Fronteiras procuram outras formas de aglutinar os jovens, seja nas festas temáticas ou agora com a organização do Aponte, que em maio debateu a situação dos refugiados africanos que vivem em São Paulo. O próximo encontro pretende debater a homofobia. Assim como o JSF, a vice-presidência de Juventude aposta na inovação para ampliar o número de jovens que frequentam o clube. É nesse contexto que surge o Merkaz (“centro”, em hebraico), lançado no início deste mês de junho. Um dos idealizadores do JSF, Pedro Muszkat assumiu a tarefa de concretizar o mais novo projeto da vice-presidência de Juventude, resultado da parceria entre Hebraica, Congregação Israelita Paulista (CIP) e Fundo Comunitário. De acordo com a definição, publicada na página “Família Hebraica” da rede social Facebook, o Merkaz “é um projeto de empreendedorismo inovador destinado a criar atratividade para jovens, dando a eles suporte para geração de conhecimento, networking, crescimento pessoal e profissional”. Segundo Pedro Muszkat, o papel da parceria entre as três entidades é responder positivamente às preocupações dos jovens em relação ao futuro profissional. “Para o evento de apresentação do Merkaz foram convidados os executivos Alex Szapiro, country manager da Amazon Brasil, Carlos Alberto Griner, responsável pela área de Recursos Humanos da Suzano, e Eduardo Grytz, sócio fundador da Performa Investimentos e tesoureiro da Hebraica. Eles conhecem profundamente o mercado e têm muito a falar acerca das tendências para o futuro”, afirmou. Na condição de gestor do Merkaz, Pedro imagina trabalhar com o público alvo na faixa dos 18 e 35 anos. “Uma
ALUNOS DO CURSO DE LÍDERES MEIDÁ APRECIARAM A QUALIDADE DO DEBATE SOBRE O FEMINISMO NEGRO PROMOVIDO PELO GRUPO JOVENS SEM FRONTEIRAS
vez encerrada a fase de apresentação do Merkaz, um conselho da qual participarão também as três entidades parceiras, fará uma chamada para projetos a serem selecionados e apoiados pela incubadora que, em princípio, funcionará em um estúdio reservado para esse fim. Em breve, o Merkaz oferecerá oportunidades de coworking, mentorship e outros benefícios ligados ao mercado de trabalho”, descreve o jovem.
CHANICHIM DO HEBRAIKEINU CONHECERAM EM PRIMEIRA MÃO AS PROPOSTAS DA INCUBADORA DE IDEIAS
Acompanhar mudanças A vice-presidente de Juventude, Elisa Griner, acredita no potencial do Merkaz “para levar os jovens a fazer da Hebraica local de frequência diária. Se os interesses dos jovens mudaram, vamos acompanhar essa mudança e acrescentar ao que já oferecemos algo que faça sentido >>
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capa | empreendedorismo >> a essa nova geração”, comenta ela. Em 2015, vice-presidência de Juventude lançou o Hebraica Business Forum (HBF), cuja proposta era colocar CEO’s e empreendedores responsáveis por empresas inovadoras em contato com sócios interessados em iniciar novos negócios. “O HBF está indo bem sob a coordenação de Benny Spiewak, mas é hora de envolver os jovens em algo maior e dirigido aos interesses imediatos deles”, completa Elisa. Ainda na área de empreendedorismo, a vice-presidência de Juventude lançou a Incubadora de Ideias, um espaço para crianças e adolescentes esboçarem e concretizarem projetos orientados por monitores. A equipe da Incubadora realizou uma demonstração durante uma atividade do Hebraikeinu I. “A Incubadora se aplica a quase todos os projetos, desde a confecção de uma camiseta, montagem de bijuterias até um brinquedo. No momento, uma menina está elaborando um aplicativo para intercâmbio de ajuda entre pessoas necessitadas. Essa experiência dará a ela e aos outros que participarem da Incubadora, noções de comprometimento, autonomia e tolerância às frustrações, por exemplo, instrumentos que usarão no futuro, profissionalmente e também em outros momentos da vida”, afirma a responsável pelo projeto Sulima. A diretora da Arymax, Ruth Goldberg, entidade que em parceria com o grupo Jovens Sem Fronteiras promoveu o Festival Social A Ponte, em 2015, acredita que o empreendedorismo deve ser um dos componentes da educação para o presente e o futuro. “As escolas e famílias devem trabalhar esse conteúdo, e talvez essa Incubadora dê certo no clube, mas sou cautelosa em relação ao Merkaz. Tenho filhos e lido profissionalmente com esse público e creio que um projeto como esse será um desafio, pois a atual geração demanda autonomia. Eles querem fazer tudo por si mesmos, o que será um desafio enorme para as três entidades, pois o que geralmente se faz é entregar um espaço e em seguida sugerir nomes, decoração ou
Ambições juvenis
A DANÇA FOLCLÓRICA É A ATIVIDADE COM MAIOR NÚMERO DE JOVENS
ELENCO DO GRUPO QUESTÃO CONTA CAPITÃES DA AREIA ESPERAM A DEFINIÇÃO DO PRÓXIMO PROJETO DE MONTAGEM
caminhos a serem seguidos. O jovem de hoje quer administrar os recursos com independência. Ao menor sinal de que está sendo monitorado, ele cai fora”, argumenta. Outro ponto que destaca é a aversão que ele tem a uma estrutura hierarquizada. “Hoje, a liderança é feita de forma horizontal com divisão de responsabilidades e alternância de papéis, e esse conceito ainda é muito estranho para os dirigentes comunitários.” Aos que se interessam em conhecer mais e melhor o perfil dos jovens hoje, Ruth recomenda o vídeo produzido pela empresa Box 1824 (www.box1824.com. br) que retrata as tendências de consumo e comportamento da geração que a Hebraica quer ver circulando pelo clube.
Moran e o diretor e ator premiado Marcelo Klabin, que assina O Grande Circo Científico, espetáculo infantil que será apresentado no Teatro Arthur Rubinstein, dia 16 de junho. Em tempo: os atores integram a equipe da empresa Mad Science, idealizada por Dany Artel, que também fez teatro na Hebraica. No momento, o Departamento de Teatro comemora o êxito dos atores da peça Grupo Questão Conta Capitães da Areia, recentemente reapresentada no Teatro Anne Frank e no festival de teatro do Colégio Santa Cruz. Uma parte do elenco foi convidada a se reunir num espaço do clube com o advogado Marcelo Feller, que depois de assistir a peça interessou-se, em algum momento, por conhecer e conversar com os atores. Infelizmente, Feller não pode comparecer, mas a ocasião deu chance para que os jovens cobrassem do diretor Heitor Goldflus e do coordenador Henrique Schafer uma posição a respeito das próximas montagens. “Sei que é difícil mas temos de esperar até a Diretoria definir os projetos para este ano. Afinal, já estamos em junho e estamos an-
Seleta minoria Atrair a juventude em grandes grupos é um objetivo antigo da Hebraica, já incorporado ao DNA do clube, assim como o lançamento de iniciativas avançadas para cada época. Sócios que eram jovens nos anos 70 se preparam para organizar uma reunião dos participantes da Jovem Hebraica.
Na década de 1990, o Hebraica Adventure divulgou o ecoturismo e muitos dos que estrearam na descoberta de locais de potencial turístico inexplorados ainda se mantém fiéis à escolha de destinos inusitados para viagens. Alguns casais se formaram nessas viagens. “Eu e a Tati começamos a namorar durante uma viagem para a praia de Baraqueçaba, em 2007. Hoje, levamos nossos filhos nas viagens do Family”, informa Adrian Extract. O Adventure organiza viagens para famílias, muitas delas formadas pelos viajantes originais. Outra estratégia da Hebraica para atrair as sucessivas gerações de jovens, nesses 65 anos de existência, é manter atividades artísticas. No início dos anos 1960 um grupo jovem foi responsável pela apresentação de Sonho de Uma Noite de Verão, sob a direção de Sérgio Cardoso, já falecido. A partir desse sucesso, sempre existiu um grupo de teatral no clube pelo menos e a partir dessa experiência de palco, muitos definiram seu futuro profissional. Entre os mais recentes, o diretor global Allan Fiterman, o jovem Thiago Sak
siosos para recomeçar”, insistem. A dança folclórica judaica é hoje um dos núcleos que mais aglutina jovens, pois os grupos Carmel e Hakotzrim, assim como as sessões de harkadá (dança de roda) são atividades que universitários e profissionais recém-formados mantêm em suas agendas. O Centro Juvenil Hebraikeinu e o curso de líderes Meidá têm, em duas décadas de existência, uma longa lista de ativistas que já foram chanichim, madrichim e militaram no movimento até depois de formados na faculdade. Formado em comércio exterior, Rafael Elefant foi coordenador do Hebraikeinu e hoje responde pelo Curso de Líderes e Meidá. Recentemente, ele e um amigo iniciaram uma empresa que entrega fraldas em domicílio. “A ideia surgiu quando fui a um chá de fraldas do filho de um primo. Dali por diante, muitas amigas minhas, algumas ex-dançarinas do Carmel tiveram filhos e a Fraldary está florescendo. O lançamento do Merkaz vem bem a calhar, pois vou precisar de algumas orientações. Será mais uma razão para vir à Hebraica”, avalia.
Para a maioria dos sócios, a Hebraica deveria ter permanentemente o movimento de um domingo de verão, durante as férias, quando o número de jovens aumenta em função do sol e da piscina. Sobram teorias e sugestões para estimular a frequência de jovens, especialmente na faixa a partir dos 17 anos. Uma rápida enquete entre sócios de 12 a 24 anos revelou reivindicações que vão desde a instalação da franquia Starbucks até a cobrança de uma taxa para quem quiser frequentar o clube por apenas um ou dois dias. Para Denise Mandelman, mãe de uma menina de 12 e um adolescente de 17 anos, faltam atividades esportivas monitoradas nas quadras. “Meu filho não frequenta o clube por que não quer, mas talvez, se em alguns horários no final de semana houvesse uma atividade recreativa de futebol com assessoria de um profissional, ele talvez viesse. Já minha filha, adora dançar no grupo Kalanit e eu estou animada com as festas e outras atividades que o clube promove para os adultos”, afirmou. Rodrigo Rozenberg, que recentemente celebrou bar-mitzvá na Sinagoga da Hebraica, estuda na Escola Alef e pratica futebol. “Estudei seis meses no Bialik e a mudança para o clube fez toda a diferença. Depois da aula, vou direto para o futebol e só não fico mais tempo, porque gosto de jogar em casa, no micro”, explicou. Gustavo Bergher, de 15 anos, fez alguns esportes no clube, mas depois de mudar de endereço, passou a frequentar só nos finais de semana. “Não sou muito de competir, então preferi praticar esportes só para recreação, o que é difícil encontrar na Hebraica”, explica. Já o amigo, Felipe Algranti, ficaria feliz se a Hebraica oferecesse mais locais para refeição e uma loja só de sorvetes”, sonha.
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PLATEIA LOTADA NO TEATRO ANNE FRANK NAS DUAS ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES DE GRUPO QUESTÃO CONTA CAPITÃES DA AREIA
Segunda temporada nota 10 EM MAIO, GRUPO QUESTÃO CONTA CAPITÃES DA AREIA REPRESENTOU A HEBRAICA NA XI MOSTRA DE TEATRO DO COLÉGIO SANTA CRUZ. PUBLICAMOS A SEGUIR O RELATO DO
DIRETOR DA MONTAGEM,
HEITOR GOLDFLUS
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juventude > danças
juventude > teatro
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oordenado pelo ator e educador Vicente Latorre, o evento tornou-se uma mostra teatral relevante assumindo um espaço pouco explorado por esse tipo de evento: grupos teatrais de jovens do ensino médio de escolas, clubes e outras instituições. Foi a segunda participação do grupo Questão na Mostra – a primeira foi em 2006 com o espetáculo Tipo..., dirigido por Marcelo Klabin. Após um final de semana de Teatro Anne Frank praticamente lotado em duas sessões, a apresentação na Mostra coroou o êxito da segunda temporada desta montagem, que estreou em novembro do ano passado, superlotando os quinhentos lugares do enorme Teatro Santa Cruz. Algo só possível graças ao empenho de todo o grupo e dos profissionais de criação e execução: o diretor musical José Eduardo Rennó, a assistente de direção e preparadora corporal Camila Cohen, a iluminadora Paula Hemsi e o operador de luz Marcelo Junior. Ansioso diante da possibilidade de adaptar o espetáculo ao novo palco, o grupo Questão (formado por jovens de 15 a 18 anos) deu um verdadeiro exemplo de profissionalismo e comprometimento com seus pares e com a arte que desenvolvem.
Após a apresentação, houve debate coordenado pela professora e atriz Gabriela Rabelo e grande participação da plateia. Além dos elogios aos quais o grupo já se acostumou a receber (foi o grande vencedor da XVII Maratona Cultural da Acesc), os jovens espectadores tiveram muita curiosidade respeito do teatro que se faz na Hebraica e se identificaram com as provocações propostas pela peça. Entre perguntas acerca de como dar vida a personagens tão diferentes de suas realidades pessoais, e outras, tratando de elementos de outras religiões nesta obra, as respostas do elenco durante o debate provocaram manifestações de identificação – como a do advogado criminalista e espectador Marcelo Feller, após o espetáculo: “Espero, realmente, que vestir os sapatos desses jovens no teatro faça vocês repensarem o mundo ao redor. Que repensem em conceitos como bem e mal, certo e errado, vagabundagem e meritocracia. Que, sem culpa, encarem os privilégios que vocês possuem, e que eu possuo. Mas que os enxerguem, e possam ter a consciência de ser privilégios. (..) E espero, mesmo, que vocês levem a beleza de cada um dos Capitães para dentro de vocês”, escreveu Feller. (Heitor Goldflus, diretor de teatro na Hebraica)
á estão à venda os ingressos para “Milim”, o tradicional show das lehakot que fecha a agenda de eventos do Centro de Danças no primeiro semestre. As sessões erão dia 25 de junho, às 19 horas, e dia 26, às 16 horas. Para os fãs de folclore judaico, a dica é prestigiar ambos, já que a sessão de domingo trará uma outra versão do espetáculo apresentado no sábado. “São dois shows com a mesma base e com coreografias diferentes”, comenta a coordenadora do Centro de Danças, Nathalia Benadiba. As coreografias, textos e números especiais do show “Milim” consolidam o resultado do esforço de duzentos jovens, crianças e adultos. “No Centro de Danças fazemos muito mais do que simplesmente ensaiar. Cada coreografia surge a partir das pesquisas em relação a vestuário, gestos e conteúdo referentes às etnias e tradições que formam o povo judeu. Enquanto aprendem os passos, os dançarinos absorvem a história e costumes do nosso povo”, explica Nathalia. “O show se baseia na força das palavras e o quanto o significado das letras das canções inspira os movimentos da dança e a somatória de ambos se traduz em mensagens para o público”, acrescenta. A rotina de cada grupo de danças vai muito além do simples aprendizado dos passos, ensaios, broncas de coreógrafos e provas de figurinos. Para as dançarinas do Parparim (5 a 10 anos), eventos como o acantonamento, que consiste em passar um final de semana inteiro no clube, aumenta a integração e reforça a noção de que dançar é tão divertido quanto brincar. “As maratonas de dança são muito importantes, porque entre uma seleção de músicas e outra, os grupos se apresentam e não há plateia mais exigente do que aquela formada por dançarinos. E há os eventos externos. Há algumas semanas, o Ofakim ficou em terceiro lugar no Jotisa (Jogos da Terceira Idade de Santo André, que incluem a dança entre as modalidades). Tudo isso colabora para termos um show ainda melhor ”, descreve a coreógrafa.
O melhor do show é esperar por ele DIA 25 DE JUNHO, ESTREIA “MILIM” (“PALAVRAS”),
O NOVO SHOW COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS SETE GRUPOS DE DANÇAS
EM ATIVIDADE NA HEBRAICA. PARPARIM KTANIM E GDOLIM, KALANIT, SHALOM, HAKOTZRIM, OFAKIM E CARMEL PROTAGONIZAM MAIS UM SHOW PRODUZIDO PELO CENTRO DE DANÇAS A medida em que se aproxima a data da estreia, o clima de ansiedade e expectativa aumenta entre os dançarinos. “No início deste mês, muitos integrantes dos grupos participaram do Seminário Kadmon, com a presença do coreógrafo is-
raelense Dudu Barzilay, o que não reduziu em nada o número de ensaios previstos. Então, com tanto esforço, todos anseiam pelo momento em que as cortinas se abrirão e o novo show se tornará realidade”, conclui Nathalia. (M. B.)
O ENTUSIASMO PELA ATIVIDADE FAZ COM QUE AS INTEGRANTES DO GRUPO SHALOM SEJAM ASSÍDUAS NOS ENSAIOS E PARTICIPEM DAS HARKADOT E MARATONAS PROMOVIDAS PELO DEPARTAMENTO DE DANÇAS
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juventude > bat-mitzvá
“A
Tradição renovada UM FIM DE SEMANA PARA MÃES
E FILHAS PARTILHAREM O PRAZER
DE SEREM JUDIAS. HÁ DEZ ANOS, A VIAGEM INTEGRA O PROGRAMA
DO CURSO DE BAT-MITZVÁ
COM OS RESULTADOS SEMPRE
POSITIVOS COMO REGISTRADOS NAS MENSAGENS ENVIADAS À
COORDENADORA JOYCE SZLAK
marás o próximo como a ti mesmo – O outro sou eu” foi o tema central das atividades propostas durante o final de semana no Sítio Rio Selvagem. Do Kabalat Shabat de abertura à dinâmica final em que mães e filhas se postaram frente à frente e trocaram expectativas e experiências em relação aos valores trocados entre ambas, o final de semana foi considerado um sucesso. Assim que chegou em casa, no domingo, a mãe de uma das alunas do curso de bat-mitzvá escreveu sobre sua emoção. “Não só por um contato diferente com minha filha, mas por perceber que somos todas tão diferentes e, ao mesmo tempo, me reconhecer em cada uma e na centelha divida que temos dentro de nós”. Em outra mensagem recebidas pela equipe formada pela coordenadora Joyce Szlak, Simone Benzinsky e Tânia Frankel, o teor foi: “Finalmente enten-
GRUPO DE MÃES E FILHAS QUE PARTICIPARAM DO FINAL DE SEMANA NO SÍTIO RIO SELVAGEM
di a nossa missão no bat e, de repente, tudo passou a fazer sentido. Obrigada de todo o coração”. Entre as muitas mensagens recebidas, Joyce ainda destaca mais uma que descreve o impacto do passeio entre as adultas e adolescentes. “Só tenho a agradecer a oportunidade do contato que tivemos com as mães, filhas, natureza, judaísmo, culura, responsabilidades, valores, respeito e etc. Este final de semana ficará para sempre guardado como uma das coisas muito boas que a vida me apresentou. Em cada uma de vocês, enxerguei qualidades e exemplos a seguir.” Na terça-feira seguinte ao final de semana, Joyce, Simone e Tânia retomaram as aulas com as futuras b’not mitzvá. O próximo item especial do programa será a cerimônia de kaparot que as alunas dividirão com os pais e, é claro, a cerimônia de bat-mitzvá, em novembro. (M. B.)
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juventude > fotos e fatos 1.
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Durante o final de semana no
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sítio Rio Selvagem, dedicado à convivência entre mães e filhas, a coordenadora Joyce Szlak e as professoras Simone
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Benzinsky e Tânia Frenkel
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propuseram dinâmicas e organizaram passeios que solidificaram os conceitos ensinados até o momento nas aulas de bat-mitzvá
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5. Beleza, charme e profissionalismo marcaram o Desfile do Dia da Mães, realizado na Praça Carmel, com a participação de sócias com mães e filhas vestidas com as peças cedidas por grifes parceiras como Monenapo e Kosh, entre outras. Profissionais da Gama Italy cuidaram da maquiagem e cabelos das modelos que mostraram talento e simpatia na passarela. Avós, mães e filhas exibiram roupas para uso diário e para ocasiões especiais. O destaque ficou para o vestido de noiva desenhado pelas estilistas Karin Jardinovsky e Clarice Kuperchmit. A apresentação do desfile e do sorteio de brindes ficou a cargo cantora Evelyn Elman
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1. Um grupo de sócias, em sua maio-
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ria mães de alunos do Alef ou da Escola Maternal e Infantil, treina vôley no Poliesportivo nas manhãs de sexta-feira. A atividade é recreativa e está aberta a novas adesões; 2 e 4. Mães do Hebraikeinu Jr. participaram de uma atividade conjunta em sua homenagem, com direito a sessões de “embelezamento” com tinta spray e outros recursos de maquiagem; 3. Crianças do Hebraikeinu 1 experimentaram a pro-
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Grupos de dança se apresentaram ao ar livre
posta inovadora oferecida pela vice-
em dois momentos na
presidência de Juventude, a Incu-
programação dominical
badora de Ideias; 5. Alunos e pais da
em homenagem a Iom
Escola Maternal e Infantil se divertiram
Haatzmaut. Para as crianças,
nas salas de aulas em uma atividade
o Ateliê preparou chamsas
dominical idealizada para que os adul-
e disponibilizou materiais
tos conhecessem melhor a rotina dos
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pequenos durante as aulas; 6. Apresentação mensal dos professores do Cen-
Rubinstein, o coral da
de percussão serão dadas nas manhãs
Hebraica se uniu a vinte
de domingo, em frente à Praça Carmel
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artistas adoraram. Ao cair da noite, no Teatro Arthur
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tro de Música Naomi Shemer; 7. Aulas
para enfeitá-las. Os pequenos
outros da comunidade para um ato de encerramento que
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comoveu a plateia
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A vice-presidência de Juventude recebeu comprimentos pelas apresentações no Teatro Anne Frank da peça O Alvo 1 e da
O ato de Iom Hazikaron foi
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pré-estréia especial de O Alvo 2. Ao final da sessão dupla, as
realizado pelos diferentes
atrizes conversaram com o
núcleos da vice-presidência
público e posaram para fotos
de Juventude, com destaque
com os espectadores
para o curso de líderes Meidá, Hebraikeinu, Centro de Danças e Teatro
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esportes > escola de esportes
Um esporte de multidões O BASQUETE GANHA VISIBILIDADE NO CENÁRIO ESPORTIVO DA HEBRAICA E PAIS E ALUNOS DA ESCOLA DE ESPORTES AGUARDARAM ANSIOSOS O FESTIVAL QUE DEU AOS GAROTOS DO SUB-12 A
OPORTUNIDADE DE MOSTRAR TALENTO JOGANDO CONTRA AS EQUIPES DAS ESCOLAS CONVIDADAS
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s intercâmbios e partidas em escolas e clubes parceiros ajudaram na preparação dos garotos para esse desafio. Já as equipes competitivas que disputam a primeira fase do campeonato da Federação Paulista de Basquete ocupam as primeiras posições na tabela.
Os atletas do sub-15 estão em terceiro lugar em seu grupo, “brigando” pela classificação na chave Ouro. Entre os adversários, estão a Associação Atlética São Caetano, Santo André\Apaba, Club Athlético Paulistano, Espéria, Clube Círculo Militar de São Paulo, Banespa, Espor-
TIMES DO BARCELONA E REAL MADRID INICIARAM A LIGA DOS CAMPEÕES DA HEBRAICA
Com a camisa dos ídolos ALUNOS DE 8 A 12
ANOS ENTRARAM EM
CAMPO PARA DISPUTAR
A LIGA INTERNA DOS CAMPEÕES DA HEBRAICA E REALIZARAM O SONHO
DE VESTIR A CAMISA
DOS MELHORES TIMES
EUROPEUS
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esportes > basquete
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elipe Len, 9 anos, fez o primeiro gol na I Liga Interna dos Campeões da Hebraica, torneio de futsal promovido pela Escola de Esportes, com meninos de 8 a 12 anos. “Os garotos foram divididos em duas categorias: para menores de 9 e 10 anos e para craques de 11 e 12 anos. Os pequenos defendem o Bayern de Munique, Barcelona, Real Madrid e Borussia Dortmund e os maiores o Manchester City, Manchester United, Juventus e PSG. “Além dos uniformes, a cada jogo atletas e árbitro entram e saem de quadra ao som da trilha musical da Champions League”, contou Regina Falcade, uma das coordenadoras do projeto. Um professor da Escola de Esportes é o técnico de cada time e o juiz, um profissional. “Como todos da equipe técnica estão envolvidos com o projeto, não é possível confiar a um professor a difícil missão de arbitrar os jogos, diante da ansiedade dos garotos e da torcida”, afirmou a coordenadora. A Liga começou no segundo sábado de maio e deve terminar dia 11 de junho com as partidas finais e a divulgação
dos times vencedores. Bayern de Munique e Barcelona, na categoria 9 e 10, e Manchester City e Manchester United, 11 e 12, fizeram as partidas de abertura, com direito a torcida formada por pais, irmãos e avós dos atletas. Carlos Rochman, 9 anos, também comemorava a vitória do Bayern na abertura do torneio. “Ainda restam mais três jogos, então tudo pode acontecer”, filosofou. Segundo o pai dele, Ricardo, desde a semana antes do jogo o menino só falava nisso e contagiou a família com o entusiasmo. “Ele estava muito ansioso para chegar ao clube e jogar e pela animação dos pais que vemos aqui na arquibancada. Em outras casas aconteceu o mesmo”, afirmou. Já Felipe Len saiu da quadra direto para os braços dos pais e declarou: “Meu time jogou bem e consegui marcar um gol.” No fechamento desta edição, a tabela da categoria 11 e 12 ainda estava indefinida quando aos finalistas, mas os jogadores do Bayern de Munique e Barcelona estavam garantidos na final. (M. B.)
EQUIPE SUB-16 VAI DISPUTAR A SEGUNDA ETAPA DOCAMPEONATO PAULISTA DA MODALIDADE
te Clube Pinheiros, Instituto Gotas Cidadania de Taubaté, Club Internacional de Regatas de Santos, Projeto Bis do Colégio Mackenzie de Tamboré, Corinthians Paulista, Palmeiras e as equipes mantidas pela Universidade Metodista de São Bernardo e pelas prefeituras de Mauá e São José dos Campos. Já no sub-16, a Hebraica garantiu vaga na segunda fase do torneio ao se classificar em segundo lugar na sua chave. A competição é acirrada entre os times da A. A. São Caetano, ALB-Nosso Clube de Limeira, Santo André\Apaba, C. A. Cravinhos, Paulistano, Campinas Basquete Clube, Pinheiros, Club Internacional de Regadas de Santos, Sesi de Franca e Tênis Clube de Presidente Prudente e equipes apoiadas pelas prefeituras de São José dos Campos e Mauá. “Temos expectativas muito boas para este ano”, prevê o coordenador da modalidade e técnico Wilson Correa Neto. (M. B.)
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esportes > vôlei
TIME MASTER TREINA DUAS VEZES POR SEMANA PARA DISPUTAR JOGOS AMISTOSOS
Gente grande na quadra COMPOSTAS POR SÓCIAS COM LONGA
EXPERIÊNCIA NA PRÁTICA DA MODALIDADE, AS
EQUIPES SÊNIOR E OPEN DE VÔLEI TREINAM DUAS VEZES POR SEMANA E ENFRENTAM EM PÉ DE IGUALDADE TIMES NESSAS CATEGORIAS
JOGADORAS DE MASTER PARTICIPARÃO DA COPA ALTO DOS PINHEIROS
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ara o coordenador de vôlei, Marcelo Dias, “o início do ano foi muito bom para modalidade, que hoje conta com duas categorias, master e sênior, e a participação de atletas experientes e orientados pelo técnico Danilo. Os dois times disputam amistosos e torneios oficiais”, comenta. Entre as atletas que integram o vôlei adulto, estão Cláudia Fiszman, Vera Fingerhut, Daniella Ghertman, Shelly Blecher Rabinovic, Vanessa Brunchport Guazzelli, Daniela Bulka Gianconi, Renata Holender Arazi, entre outras. Os treinos acontecem às segundas e quartas feiras e as atletas se dispõem a dar o máximo jogando nas diversas posições, na ponta, como atacantes de meio ou saída de rede e, principalmente, as levantadoras que deixam a bola perfeita para o ataque. Neste semestre estão programados amistosos contra as equipes do Pinheiros, Ypiranga, Fênix e Círculo Militar. A categoria master disputa a Copa Alto dos Pinheiros com duas vitórias importantíssimas em dois jogos. “Trata-se de um grupo dedicado e entusiasmado”, reforça o coordenador de voleibol Marcelo, que acompanha a evolução das atletas dos dois times. (M. B.)
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esportes > curtas
esportes > natação
Ginástica da mente
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Departamento de Xadrez está em campanha para divulgar a modalidade, principalmente cursos para crianças. Segundo o coordenador Davy D’Israel, o xadrez é um complemento para outras atividades. “Podemos afirmar que esse esporte corresponde à ginástica da mente”, enfatiza. Na sala junto à Central de Atendimento, as crianças descobrem a lógica por trás dos movimentos das peças e assimilam as regras do jogo, com a utilização de programas especialmente desenhados para fazer o aprendizado proporcionar prazer e diversão. Inscrições e mais informações, no Departamento Geral de Esportes, fones 3818-8911/8912.
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Patriotas em quadra
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o último domingo de abril as atenções se voltaram para a piscina olímpica, onde atletas de quinze clubes e entidades esportivas se revezaram nas raias em busca de conquistas e vitórias. Como havia muita gente para assistir ao Torneio Regional Infantil foi montada uma arquibancada extra e o reforço no fornecimento de alimentos integrais e açaí. A Hebraica inscreveu 26 dos 206 nadadores participantes e ficou em quarto lugar no quadro geral de medalhas, com três medalhas de ouro e cinco de bronze. Leonardo Castilho conquistou duas medalhas de ouro nas provas de duzentos e quatrocentos metros nado livre e uma de bronze na prova de cem metros nado livre. André Marques de Oliveira levou ouro nos cem metros nado borboleta, além de um bronze na de duzentos metros borboleta. Jéssica Santos Ferreira ficou em terceiro lugar nas provas de cem e duzentos metros nado peito e duzentos
Medalhas em casa e no vizinho DOIS TORNEIOS, UM REALIZADO NO PARQUE AQUÁTICO DA HEBRAICA E OUTRO NAS PISCINAS DO ESPORTE CLUBE PINHEIROS, AUMENTARAM O NÚMERO DE MEDALHAS E RENOVARAM O ÂNIMO DOS NADADORES metros medley. “Alcançamos excelentes resultados individuais com melhora de tempo e aprimoramento dos nossos atletas”, afirmou o coordenador e técnico de natação competitiva Murilo Santos. Já em meados de maio, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos promoveu o Campeonato Paulista Master, na piscina do Esporte Clube Pinheiros. A equipe da Hebraica competiu com Flávio Samis, Rafael Holzhacker, Simone Ciobotariu, Danielle Fuhrman Dangot, Lilia Ti-
merman, Janine Sachs e Fortunee Shayo conquistando cinco medalhas de ouro, três de prata e três de bronze. “O mais importante, é que tivemos a volta de alguns nadadores às competições, como Janine, que saiu da água diretamente para o alto do pódio. Um retorno vitorioso somente se obtém depois de muito esforço nos treinos, como acontece todos os dias quando o master ocupa a piscina”, afirmou a técnica Adriana Silva. (M. B.)
Handebol de resultados
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REGIONAL DISPUTADO NA HEBRAICA DESTACOU-SE PELO ALTO NÍVEL DAS EQUIPES
Hebraica e o Círculo Militar de São Paulo se enfrentaram outra vez no Torneio Descobrimento do Brasil, nas quadras de tênis do Círculo Militar com 98 participantes. Os tenistas da Hebraica venceram pelo placar de 14 a 11, ganharam o troféu transitório e cumprimentos dos adversários. Em setembro, será realizada a segunda fase do desafio, durante o Torneio Independência, no qual a Hebraica é a anfitriã e os atletas do Círculo levam todo o patriotismo para as quadras com o objetivo de conquistar um placar favorável. Encerradas as partidas, jogadores dos dois clubes almoçam, confraternizam e trocam homenagens prevendo novos embates para o próximo ano.
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onhecidas pelo apelido de Fúria Amarela, as equipes de handebol da Hebraica disputam o Superpaulistão, torneio estadual com os melhores da modalidade. Em recente partida contra a A.D.C. Metodista, os cadetes foram derrotados, mas o goleiro Alan foi eleito o melhor da partida por causa das grandes defesas que fez. Na semana seguinte, a Hebraica venceu o time da FEAC Franca, por 33 x 24. E na terceira semana de maio, a Fúria Amarela recebeu a equipe de Guarulhos. Os pequenos da categoria infantil também tiveram bom desempenho e jogando contra a equipe do Itapevi, os craques chegaram à liderança do torneio. (M. B.)
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1. A Hebraica sediou o 2º Festival de Ginástica
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Artística da Acesc, em maio; 2. Alunos da Es-
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cola de Esportes participaram do Festival de Handebol; 3. Atletas mirins disputaram o Festival de Ginástica do Clube Alto dos Pinheiros 4. Alunos da Escola de Esportes estiveram no Clube Paineiras do Morumbi para um intercâmbio com a turma kids; 5. Festsal mobilizou alunos de 6 a 8 anos da Escola de Esportes em partidas disputadas na quadra do Poliesportivo horas antes que as turmas de 9 e 10 e 11 e 12 iniciassem a I Liga dos Campeões, na quadra do Centro Cívico
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1. Passeio Hebike no mês de maio teve grande adesão de sócios; 2. Simone Lebensztat (ABH) recebeu a premiação de melhor tenista na categoria 45 anos em cerimônia realizada na sede do Círculo Militar pela Associação Paulista de Tênis; 3 e 4. Equipes sub-11 e sub-15 de basquete com bons resultados no primeiro semestre de 2016; 5. Departamento Geral de Esportes convidou mães atletas e sedentárias para uma master class em homenagem ao Dia das Mães; 6. Nadadores master da Hebraica brilharam no Campeonato Paulista realizado no Esporte Clube Pinheiros
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ma ga zine
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magazine > tecnologia | por Ariel Finguerman, em Herzliya
Apple
abre fábrica em Israel
A APPLE ABRE A PRIMEIRA FÁBRICA PARA HARDWARES FORA DOS EUA, EM HERZLIYA, E O CHEFE, JOHNY SROUJI, UM CRISTÃO ÁRABE-ISRAELENSE, É O PAI DA IDEIA
O PROJETO DA FÁBRICA DA APPLE FOI CONCEBIDO PARA SE DESTACAR
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teve Jobs ainda dirigia a Apple quando, pelos corredores da maior empresa de tecnologia do mundo, circulou a ideia de abrir o primeiro centro de pesquisa de hardware fora dos EUA. O árabe-israelense Johny Srouji, na época um supertécnico em ascensão na empresa, sugeriu erguer este novo centro em Israel, onde nasceu. Formado no Technion de Haifa, o hoje vice-presidente de tecnologia de hardware da Apple defendeu a proposta até vê-la concretizada. “Quando ainda era o CEO da Apple, Steve apoiou muito a ideia de abrir um centro de pesquisa em Israel. Depois de assumir o posto, Tim Cook também deu todo o suporte para o centro de tecnologia que desenvolvemos aqui”, disse Srouji ao Yedioth Achronot, agora que, enfim, a Apple abriu ao público o novo edifício em Herzliya. Nascido em família cristã de Haifa, Srouji é hoje um dos mais destacados israelenses no circuito mundial high-tech e integra o seleto grupo dos dez mais importantes homens da Apple, além de trabalhar bem próximo do atual CEO da empresa, Tim Cook. A Bloomberg News recentemente publicou um longo perfil de Srouji, classificando-o de “o mais importante executivo da Apple e de quem nunca se ouviu falar”.
O plano inicial de Srouji era implantar o centro da Apple em Haifa, onde nasceu, mas como Herzliya, a quinze minutos de Tel Aviv, é sede de algumas das empresas de ponta mundial, acabou recebendo a honraria. O prédio da Apple é austero por fora, todo branco e de vidro. Por dentro, o equipamento é ecológico: a energia consumida é gerada por placas solares e as luzes das salas se desligam automaticamente quando sensores indicam que estão vazias. No parte interna, os funcionários podem almoçar no Caffe Mac, a rede de cafeterias presente em todos os escritórios da Apple mundo afora. Um chef prepara seiscentas refeições diárias para os funcionários, de comida japonesa a espetinhos de carne ao estilo israelense. Comparados a outros setores da economia do país, os salários são altos mas a Apple é também conhecida como “mão-de-vaca” em relação a Google e Facebook. Aliás, o almoço não é de graça, e custa trinta shekalim. Mas o mais importante do prédio de Herzliya são os segredos muito bem guardados, especialmente no primeiro andar do prédio. É ali que são desenvolvidos os smartphones, tablets e outras engenhocas que os mortais comuns somente conhecerão em dois ou três anos. O centro de pesquisa de Herzliya é o segundo maior da Apple no mundo. E pensar que todo este investimento em Israel começou há apenas quatro anos. O primeiro passo da Apple no Estado judeu foi comprar a Anobit, uma start-up, por U$ 400 milhões. Atualmente, os investimentos da gigante da tecnologia no país já somam U$ 1,2 bilhão. O número de empregados israelenses passam de oitocentos, a maioria engenheiros e técnicos. Além deste grande investimento, a presença da Apple também teve como efeito elevar o nome do setor tecnológico israelense no mundo. Filho pródigo Johny Srouji seria o candidato natural a liderar o centro da Apple em Israel, mas como mora na Califórnia, ao lado do Vale do Silício, escolheu para melhor representá-lo seu ex-professor do Technion, Aharon Aharon. E se é econômico ao falar o que sabe a respeito dos produtos sob seu controle, é pródigo em revelar seu orgulho: “Abra quase qualquer produto da Apple e encontrará alguma coisa que desenvolvemos aqui em Israel”, diz Aharon. A confiança da Apple no potencial do israelense ficou clara no ano passado, quando o próprio CEO da empresa, Tim Cook, visitou o país. “Temos uma enorme admiração por Israel, não apenas como um importante aliado dos Estados Unidos, mas como um lugar para se fazer business”, disse então. Cook foi recebido pelo presidente Reuven Rivlin, que chamou a atenção para a origem árabe-israelense do vice-presi-
dente Srouji. “Temos orgulho dele e de tudo o que alcançou. Imagine o que seria o mundo com mais cinco Sroujis”, disse o presidente. E Cook arrebatou: “Quando você encontrar esses outros cinco Sroujis, avise onde eles estão”. Srouji, hoje responsável pela divisão da Apple que desenvolve os chips “cerebrais” dos iphones e tablets, nasceu em Haifa, terceiro filho de quatro irmãos. “Haifa é uma das cidades mais integradas de Israel”, diz ele. “Ali vivem cristãos, muçulmanos, judeus, bahais, a religião que você queira, e todos juntos numa paz harmônica. Esta integração funcionou no meu caso.” Srouji começou a trabalhar aos 10 anos de vez em quando ajudando o pai no negócio de molduras de metal, no subúrbio de Haifa. Mas sempre soube que não podia se acomodar no pequeno negócio da família e, sim, estudar e sonhar grande. No colegial, recebeu notas altas em ciências exatas, o que lhe abriu o caminho para estudar no Technion, a mais importante faculdade da cidade, e orgulhosa de ter produzido alguns prêmios Nobel, e agora o próprio Srouji consta desta lista de gênios de Haifa. Srouji diplomou-se no Technion em ciência da computação, o que lhe abriu as portas do centro de pesquisa da IBM de Haifa, a maior da empresa fora dos Estados Unidos. Depois, pulou para a Intel, na mesma cidade. Em uma visita aos EUA, enquanto passeava de carro com o chefe israelense Uri Weiser, foi convidado a trabalhar no Texas, e isso mudou sua vida. Em 2008, entrou para a Apple, ainda comandada por Steve Jobs. O conflito árabe-israelense parece não ter interferido em nada na exitosa carreira de Srouji. O filho pródigo agradeceu a formação que teve no país natal, atraindo a maior empresa de tecnologia do mundo para cá. Apesar de todo este sentimentalismo não o levou a pressionar a Apple no sentido de dar melhor tratamento ao consumidor israelense. Tachless – até hoje a Apple não tem loja própria no país e os novíssimos produtos lançados nos Estados Unidos chegam aqui sempre com um bom atraso.
Srouji começou a trabalhar aos 10 anos de vez em quando ajudando o pai no negócio de molduras de metal, no subúrbio de Haifa. Mas sempre soube que não podia se acomodar no pequeno negócio da família e, sim, estudar e sonhar grande
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HEBRAICA
por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com
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Balanço geral
Pesquisa do governo em Iom Haatzmaut, comemorado mês passado: em Israel somos hoje 8,52 milhões e, no ano 2035, viverão aqui mais de onze milhões de habitantes. São 74,8% de judeus e 20,8% de árabes (1,77 milhão). No último ano, fizeram aliá (apenas) 36.000 judeus. Comparando como se vivia no Estado judeu nos anos 1950 e atualmente: 10% tinham ar-condicionado, hoje são 87%; havia 34.000 carros e hoje são 2,9 milhões; 1.600 estudantes estavam registrados nas escolas, hoje, 310.000.
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Rei de Hollywood O bilionário israelense Arnon Milchan, hoje um dos produtores mais poderosos de Hollywood, recebeu o “Legend of Cinema”, prestigiado prêmio da indústria cinematográfica, numa cerimônia em Las Vegas comandada por Warren Beatty. Na plateia, o ator Leonardo DiCaprio, que deve a Milchan a produção do filme O Regresso, e lhe deu o primeiro Oscar da carreira. Milchan, considerado um dos homens mais ricos do mundo, por meio da sua produtora New Regency financiou muitos outros grandes campeões de bilheteria de Hollywood, como Pretty Woman, Era uma Vez na América e Doze Anos de Escravidão.
A continha, por favor Uma nova pesquisa nas contas do governo revelou o espantoso preço da influência da religião no cotidiano israelense. Oficialmente, o investimento do país em instituições religiosas parece modesto, mas na prática 2,3% do orçamento são gastos nesta área. Este ano, por exemplo, o Ministério da Justiça irá financiar U$ 250 mil em pesquisas da lei judaica (Halachá). Já o Ministério da Educação tem comprometidos 7,1% do orçamento para assuntos religiosos. Ou seja, o país gasta por ano 8,7 bilhões de shekels (valor semelhante em reais) nos mais variados campos ligados à religião, treze vezes mais do que aparece oficialmente nas contas públicas.
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12 notícias de Israel
Orgulho azul-e-branco Tudo começou há apenas dois anos, quando uma dupla de israelenses bolou o Fanzone, um aplicativo curioso que ajuda as pessoas a encontrar o melhor transporte para se chegar a um grande evento, como um show de rock, por exemplo. Agora a Uefa, órgão que organiza o campeonato europeu de futebol, escolheu o Fanzone como plataforma oficial para os jogos da Euro Copa deste ano. O aplicativo, que começou em Israel auxiliando torcedores a encontrar caronas compartilhadas aos estádios, já conseguiu atrair U$ 6,2 milhões de investimentos. O app vai dar informações aos torcedores de cada uma das 24 equipes que disputarão o torneio de futebol este ano na França.
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Êta nóis Ninguém mais vive em nosso mundo sem telefone celular. Em Israel até se fez uma festa para a engenhoca, que comemorou trinta anos de existência por aqui. “Festa” quer dizer uma pesquisa inédita a respeito desta preferência do israelense segundo a qual a marca predileta é Samsung (39% do mercado), deixando os iphones para trás (24%). Já 6% da população adere ao “celular kasher”, o telefone indicado pelos rabinos-chefe, sem internet nem torpedos. Setenta por cento dos israelenses não conseguem passar duas horas sem dar uma olhada no aparelho e 17% afirmaram que deixam de dar atenção aos filhos para consultar o telefone.
Jornalismo preguiçoso Este ano o feriado de Pessach caiu no entardecer da quinta-feira. Assim, no dia seguinte, sexta-feira, nenhum jornal circulou em Israel. E porque sábado também é feriado, não houve entrega de diário nenhum. Isto é, dois dias sem jornal. Suspeito que em poucos países ocidentais isto aconteça. Claro, há a desculpa que nenhum serviço funciona, inclusive o de entrega. Mas isto não cola. Em Israel, há poucos jornais e em algum momento os chefões da comunicação devem ter marcado um café e combinado que nenhum deles iria fazer circular jornal em feriado e assim obrigar a concorrência a fazê-lo também. Quem viver verá se a nova era de jornalismo digital irá acabar com a (des)culpa colocada nos ombros do pobre entregador de jornais.
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Êta vida boa
Schleper sexy
Você tem seiscntos milhões de shekalim (o mesmo valor em reais) sobrando? Uma boa opção para torrá-los é comprar o mais caro apartamento à venda hoje em Israel. Trata-se de uma cobertura de mil metros quadrados, em estilo barroco, com piscina, colunas de mármore e teto coberto de ouro. É no último andar do Hotel Royal Beach, em Tel Aviv, cujos andares superiores serão de apartamentos de hiperluxo. O top de todos vem sendo decorado por arquitetos israelenses e italianos há alguns anos com o que há de mais extravagante no mundo. Um investidor comprou-o por cem milhões de shekalim e pretende revendê-lo a algum milionário estrangeiro.
Para quem vê o jeito de se vestir do israelense, baseado em bermuda-camiseta-sandália, saber que a moda agora em Nova York no quesito noiva é ditado por sabras, parece brincadeira. Mas deu no The New York Times que designers israelenses – como Inbal Dror, Alon Livné e Mira Zwillinger – estão bombando na ilha. Segundo o mais importante jornal do mundo, os modelitos atraem pelo caráter exótico mediterrâneo, além da sensualidade. Mas os preços são salgados, começando por oito mil dólares. Uma designer entrevistada justificou o alto preço explicando que, em Israel, festas de casamento são superproduções e as pessoas gastam mesmo. De todo modo, de acordo com o mesmo NYT, os vestidos israelenses são sucesso também na China, Rússia e Austrália.
Alerta vermelho Vai mal a situação social da criançada mais pobre em Israel. O Estado judeu está entre os lanterninhas do mundo desenvolvido, quando se compara a diferença de oportunidades para as crianças das classes mais baixas com as classes média e rica. Segundo o mais novo relatório da Unicef, Israel está em último lugar quando se considera os resultados escolares dos mais pobres comparados aos mais ricos. Quando os pesquisadores questionaram as crianças sobre a satisfação de viver, a diferença nas respostas entre pobres e ricos coloca o país no 31º lugar, entre 35 nações. O relatório também apontou que cerca de um terço das crianças israelenses dizem sentir algum tipo de dor física no dia-a-dia.
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Maníaco de Haifa A polícia israelense prendeu Fedor Benjanri, 26 anos, acusado de ser um serial killer responsável pela morte de quatro mulheres, algumas também violentadas, em várias partes do país. Nascido na Moldávia, casou-se com uma israelense há alguns anos, recebeu a cidadania e se divorciou. A polícia prendeu-o na casa de outra mulher, mãe de duas crianças, em Haifa. Enquanto os detalhes dos crimes vão sendo esclarecidos, é hora de lembrar outros serial killers da história do Estado judeu. O primeiro registro de um criminoso do tipo foi em 1989: Muhamad Halabi, palestino nascido num campo de refugiados em Gaza, instalou-se num apartamento de Tel Aviv para onde atraía as vítimas – cinco mulheres e dois homens. Foi condenado a sete penas perpétuas. Em 2005, Nikolai Boner, também da Moldávia (nada contra este país, minha família veio de lá), vivia como homeless após a morte da mulher. Alcoólatra, matou três companheiros de rua e uma mulher que lhe dera abrigo. Em 2010, foi a vez do chocante ato de Damian Karlik, que vingou-se da demissão matando a facadas seis membros da família do ex-patrão, incluindo duas crianças, de 3 anos e 4 meses. Recebeu seis vezes perpétua e mais onze anos de lambuja.
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Taglit cubano Esta deu no The New York Times: inspirados no programa Birthright (conhecido no Brasil como Taglit), cubanos que vivem nos EUA querem promover viagens gratuitas de jovens ao país dos irmãos Castro, para que a nova geração reate as ligações familiares com a ilha. O Taglit, cujo objetivo é solidificar os laços entre a Diáspora e Israel, é um sucesso que já levou centenas de milhares de jovens ao Estado judeu, mas a um custo astronômico. Os cubanos começaram mais modestos arrecadando por enquanto apenas cem mil dólares, suficientes para quatro excursões.
Rei do coco
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Esta é mais uma incrível história do nosso povo no mundo do business. Tudo começou quando dois amigos de infância, Ira Liran, um nova-iorquino nascido em Israel, e Mike Kirban, também judeu de NY, entraram num bar e viram duas jovens brasileiras tomando água de coco. O que aconteceu logo depois, não interessa aqui. Mas algum tempo mais tarde, a dupla já estava levando para os EUA um líquido turvo, mas saboroso, desconhecido por lá, a nossa famosa água de coco. Sozinhos no mercado e trabalhando duro, constituíram a empresa Vita Coco, que hoje fatura 421 milhões de dólares por ano. A competição agora é cruel, pois 250 empresas disputam o mercado norte-americano, embora a Vita Coco domine 45% da preferência, a tal ponto que a Pepsi quis comprá-la e eles recusaram. A dupla recebeu investimentos de 166 milhões de dólares da Red Bull chinesa, dois milhões de dólares da popstar Madonna (que jura tomar água de coco após cada show) e de outras celebridades como Rihanna e Demi Moore. A Vita Coco quebra 2,5 milhões de frutos por dia, em oito fábricas espalhadas pelo mundo, incluindo o Brasil. Está presente em 31 países, entre eles Kuait e Qatar, e este ano, finalmente, começou a ser distribuída em Israel. Liran vive no Brasil, com a mulher brasileira e dois filhos. Ele e o chapa Mike ainda controlam a empresa. E mais importante, tomam a água de coco diretamente da fruta verde, aberta a golpes de faca, e não dessas terríveis caixinhas longa-vida.
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magazine > a palavra | por Philologos em eventos de lembrança do Holocausto. Na versão reconhecida, eis a quarta de suas cinco estrofes: Dos lid geshribn iz mit blut un nit mit blay, S’iz nit keyn lidl fun a foygl af der fray, Dos hot a folk tzvishn falndike vent Dos lid gezungn mit naganes in di hent. Cuja tradução mais ou menos literal, além as várias outras, poéticas, é:
AS TATUAGENS CONTÊM UMA MENSAGEM QUE POUCOS CONSEGUEM DECIFRAR
A garota com a tatuagem ídiche UMA TATUAGEM QUASE INDECIFRÁVEL NA PERNA DE UMA MULHER AJUDA A DESVENDAR UM MISTÉRIO A RESPEITO DO HINO DE 1943 DA RESISTÊNCIA JUDAICA QUE TERIA, A EXEMPLO DE TANTAS CANÇÕES POPULARES, SOFRIDO ALGUMAS TRANSFORMAÇÕES COM O PASSAR DO TEMPO
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fotografia de pernas femininas tatuadas nesta página circula no Google e, aparentemente, as pernas pertencem a uma patriota judia de tendências feministas. Nelas há três inscrições: na panturrilha esquerda “Never Again” (“Nunca de Novo”) e uma Estrela de David de arame farpado; no tornozelo esquerdo (não ilustrado) duas palavras em hebraico ou ídiche que não se consegue entender. Na panturrilha, direita os rostos de duas jovens com boinas em estilo militar e letras que, embora um pouco difíceis de decifrar, trazem as palavras em ídiche dos “lid geshribn iz mit blut”, (“a música é escrita com sangue”), acima dos rostos, e “un nit blay, “and not lead/e não levar”, abaixo deles. Ou é, ao contrário, “un mit blay “, (“e com chumbo”)? É difícil dizer, e a novela continua. As palavras dessa tatuagem têm origem na conhecida canção Zog nit keynmol az du geyst dem letztn veg, (“Nunca diga que a estrada onde você está será a última”), também conhecida como “Canção dos Partisans”, escrita no Gueto de Vilna em maio 1943, e logo se tornou o hino das unidades de guerrilheiros judeus antinazistas da Europa Oriental. Depois da guerra, essa música foi muito executada, gravada e continua sendo cantada até hoje em várias línguas, principalmente
“Esta canção é escrita com sangue e não com chumbo, Não é uma canção cantada por um pássaro que voa livre, As pessoas que a cantam estão cercadas por paredes que caem, E a cantam com uma pistola nas mãos.” Inadvertidamente talvez, ou por ter recebido uma versão errada para reproduzir, o tatuador cometeu um erro na primeira linha da estrofe, omitindo qualquer mit, (com), ou nit, (não), antes de blay (chumbo). No primeiro caso, o significado do verso continuaria o mesmo, mas a métrica seria prejudicada por perder uma sílaba, estropiando assim o último dos seus cinco movimentos. No segundo caso, a métrica sofreria novamente, e o significado do verso também seria invertido. Ainda assim não haveria lógica em tal reversão, porque na versão reconhecida o verso não chega a fazer sentido. Se você canta com uma pistola na mão, por que dizer então que a sua música é cantada apenas com sangue, e não também com o chumbo de balas? Ou é possível que o chumbo a que a canção se refere não seja o de balas, mas da palavra escrita? A prensa móvel, afinal, era tradicionalmente moldada em chumbo, e lápis, em ídiche, é blayshtift, literalmente, “pino de chumbo”. Guetos e guetos, de Varsóvia e de Vilna O letrista da música, Hirsh Glik, não sobreviveu para se lhe perguntar a respeito. Poeta de Vilna, 21 anos quando es-
creveu a canção, Glik aparentemente – porque não se tem testemunhas – foi morto pelos alemães um ano depois, no verão de 1944. Tomando a música da canção composta pelos irmãos judeus Dmitry e Daniel Pokrass para o filme soviético de 1937 Sons of Working People (“Filhos dos Trabalhadores”), Glik escreveu as palavras de Zog nit keynmol sob o impacto da revolta do Gueto de Varsóvia, no final de abril de 1943. Revolta semelhante estava sendo planejada no Gueto de Vilna, e segundo o poeta ídiche companheiro em Vilna, Shmerke Kaczerginski, que fugiu para se juntar a uma unidade partisan judia, à época Glik “respirava uma atmosfera de granadas e armas de fogo”. Certamente isso sugere que “lead” na estrofe quatro refere-se a balas. Na verdade, sempre houve razões para suspeitar que o verso mit blut un nit mit blay pode não ter sido as palavras originais de Glik, porque quando Zog nit keymol foi traduzido para a sua versão clássica do hebraico, em 1946, pelo poeta Avraham Shlonsky, a primeira linha da estrofe foi proferida “Bi-chtav ha-dam ve-ha-oferet hu nichtav” (“Está escrito no roteiro de sangue e chumbo”). Foi isso o que Glik realmente escreveu, e depois alterado? Ou foi Shlonsky quem mudou as palavras de Glik por razões próprias? A resposta é de Ruth Wisse, estudiosa ídiche e crítica literária, que dispensa apresentações. Até o grande poeta ídiche Avraham Sutzkever morrer, há cinco anos, Ruth era muito amiga dele. Embora não fosse nativo de Vilna, Sutzkever estava neste gueto quando Zog nit keynmol foi escrito, e escapou com o mesmo grupo de Shmerke Kazcerginski e lutaram juntos nas florestas. Ruth: “Segundo Sutzkever, o verso foi originalmente escrito como Geshribn iz dos lid mit blut un blay, ‘sangue e chumbo’, e não como veio a ser cantado. Ele insistia muito nisso”. Portanto, a tradução de Shlonsky era precisa. Mas é mais complicado do que isso, pois após fugir do gueto, Sutzkever escreveu o maravilhoso poema “Di blayene plate fun Roms drukeray”, (“As placas de chumbo no Rom Press”), no qual descreve sua participação na preparação de um levante derretendo as letras de chumbo de uma impressora de Vilna conhecida pelas bonitas edições do Talmud e por refundir os tipos móveis na forma de balas. Parte do poema – em ídiche os versos têm métrica e rimam – pode ser lido assim: Letra por letra fundida em chumbo, balas liquefeitas, brilhavam com pensamentos; Um verso da Babilônia, um verso da Polônia, Fervendo, fluindo para o molde. Agora deve a coragem judia, há muito escondida nas palavras, Detonar o mundo em um tiro! Para Sutzkever, a canção de Glik falava de sangue e chumbo, e o chumbo vinha de balas e de palavras impressas ou, mais precisamente, de palavras transformadas em balas. Se Glik escreveu Zog nit keynmol quando as letras de chumbo estavam sendo refundidas, ele também deve ter pensa-
do nisso dessa forma, mas, aqui, a coisa complica outra vez. Embora no poema de Sutzkever apareça “Gueto de Vilna, 12 de setembro de 1943”, dia de sua fuga para a floresta, o livro do historiador literário e cultural ídiche David Roskies, Against the Apocalypse (“Contra o Apocalipse”), indica que o poema foi composto, na gráfica, em 1944, e as letras (em chumbo) nunca foram derretidas, e tudo é fruto da imaginação de Sutzkever. Ora, desta forma, Glik poderia ter pensado apenas em balas. Então, por que, quando e onde a letra da canção foi alterada para o que é hoje? Possivelmente, o instrumento e o meio pelo qual isso se deu tenha sido Paul Robeson, o cantor afro-americano e comunista idolatrado na década de 1940 e 1950 pela esquerda americana e internacional. Robeson cantou Zog nit keynmol em ídiche e em russo para um grande público em Moscou, em 1949, possivelmente a última vez em que o regime de Stálin permitiu qualquer expressão pública de sentimento pró-judeu, e a versão em ídiche que interpretou, como se pode ouvir claramente na gravação feita na ocasião, trazia “blut un nit mit blay”, (com sangue e não com chumbo). Será que ele (ou outra pessoa) mudou o verso para torná-lo mais palatável às autoridades soviéticas ao enfraquecer sua militância judaica, ou sua versão, devido à sua popularidade, tenha suplantado a anterior? Talvez. No entanto, dispensem-se as teorias de conspiração. As palavras de canções populares – e de fato é isso que Zog nit keynmol se tornou – mudam o tempo todo à medida que são cantadas e transmitidas. Aliás, basta qualquer um de nós olhar a letra de uma canção popular que se cantava quando jovem para descobrir que as palavras eram consideravelmente diferentes das que a gente se lembrava. Também Zog nit keynmol poderia ter mudado espontaneamente desse modo. E mudou de novo nas pernas da mulher tatuada, possivelmente retornando à versão original, embora não de forma que possa ser facilmente cantada com sua melodia.
Por que, quando e onde a letra da canção foi alterada para o que é hoje? Possivelmente, o instrumento e o meio pelo qual isso se deu tenha sido Paul Robeson, o cantor afroamericano e comunista idolatrado na década de 1940 e 1950 pela esquerda
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magazine > costumes & tradições | por Joel Faintuch
O emissário (“Shaliach”) OS JUDEUS QUE VIVEM EM COMUNIDADE ESTÃO HABITUADOS À FIGURA DO
SHALIACH, EMBORA NO SHTETL ELES FOSSEM MENOS COMUNS. AS ALDEIAS
EUROPEIAS ERAM AUTOSSUFICIENTES E NÃO MANTINHAM CONTATOS
AMPLOS COM ENTIDADES DE OUTRAS REGIÕES OU PAÍSES. MUITAS ERAM
POBRES, E COLETAS PARA FINS EXTERNOS ERAM RARAS
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epresentantes ou emissários de organizações judaicas, laicas ou religiosas, cresceram em importância após a Segunda Guerra, e principalmente com o advento do Estado de Israel. O novo país carecia de tudo: pessoas, infraestrutura, cérebros e, claro, recursos fi nanceiros. Poucos sabem que durante anos, imediatamente após a fundação do país, em 1948, dezenas de milhares de imigrantes recém-chegados não tinham alojamento nem emprego, e viviam em “favelas” de lona ou de lata, as maabarot, recebendo ajuda social. A última delas foi oficialmente fechada em 1963. Tanto o governo israelense como entidades privadas apelavam aos correligionários do resto do mundo. Eram enviados shelichim, geralmente pessoas cultas e que sabiam falar em público, que recolhiam ideias, apoios políticos e, principalmente, doações para contribuir para a estabilização e crescimento da nova pátria. Uma “helichá famosa, que depois chegou a primeiro ministro, foi Golda Meir (1898-1978), a ponto de o fundador de Israel David Ben-Gurion (1996-1973), afirmar que ela era o ministro mais ativo, aquele que usava as calças. Outra leva de shelichim, estes mais jovens e menos sisudos pertenciam a grupos juvenis, como Dror, Bnei Akiva, Hashomer Hatzair e outros. Esses movimentos de jovens remontam a muito antes de 1948 e já existiam na Polônia, Romênia, Lituânia e outras partes, no entreguerras, bem antes do Holocausto. Passada a tragédia, a importância deles cresceu muito em direção à fundação dos kibutzim e levas de adolescentes de todos
os continentes imigraram e principalmente para estes kibutzim, incentivados pelos shelichim e os dirigentes locais. A partir da criação de universidades e instituições de pesquisa em Israel, surgiram novos shelichim, naturalmente eruditos e cientistas com o objetivo de construir pontes com o exterior para fortalecer as bases acadêmicas e estabelecer parcerias com congêneres internacionais. No plano religioso, os seminários rabínicos (yeshivot) sempre sobreviveram de contribuições, e o rabino coletor de auxílios, há séculos é uma figura clássica na comunidade. Todavia há outros shelichim, e estes não são despachados para terras longínquas. O cantor de sinagoga (chazan) é também chamado de shaliach tzibur, aquele que fala em nome da coletividade. Para que não ficasse muito empolgado com a função, em todas as sinagogas da Europa era afixado na parede bem diante do chazan uma placa com o versículo Shiviti (“Situei o Eterno à minha frente para sempre”, Salmo 16) de modo a deixar bem claro sua real condição de apenas mensageiro. Na véspera de Pessach, os judeus ortodoxos vendem todo o pão (e outros alimentos fermentados), que por acaso ainda têm, a um não judeu, (mechirat chametz), e o recompram no final da festividade. Para facilitar é uma tarefa do rabino, e as pessoas lhe dão uma procuração nomeando-o shaliach. Até mesmo na circuncisão do recém-nascido e no casamento, o rabino que conduz o ato é efetivamente o shaliach. Segundo a Torá, é papel do próprio interessado, no caso o pai da criança ou o noivo, mas ele nomeia alguém mais experiente para desempenhá-lo, participando também. De acordo com a Gemará Tratado Pessachim, capítulo 8, “Sheluchei mitzvá einan nizakin” (“Os enviados para uma boa ação nunca são prejudicados”, isto é, também são autores da boa ação, e dela se beneficiam). Também no Tratado Shabat da mesma Gemará, lê-se que apesar das restrições a respeito de em qual dia da semana alguém pode embarcar num navio para viajar para não transgredir o Shabat,
para os enviados a uma mitzvá (Sheluchei Mitzvá) estas limitações são desimportantes. Desde há dois mil anos, os textos destas e de outras fontes sugerem que todo judeu, impossibilitado ou despreparado para executar um mandamento, pode solicitar a outrem que o realize em seu nome, e ambos dividirão o mérito, um princípio que acabou sendo acatado na legislação universal. Preocupados com os ilícitos penais, os códigos de direito não se ocupam de Shabat ou comida de Pessach. Apesar disso, é sabido que o mandante de uma ação (criminosa ou caridosa), é tão responsável perante a lei quanto aquele que a executou, exatamente, aliás, como preconizavam os sábios da Gemará. Conta-se que um shaliach conduzia um grupo de jovens para conhecer um kibutz. Observaram lindos gramados, vacas saudáveis, hortas e pomares em plena produção. Os alojamentos eram limpíssimos, dançava-se todas as noites, e a comida parecia um manjar dos céus. Vários deles prontamente se comprometeram a passar um ano e, de fato, algum tempo depois desembarcavam em Israel, de mala e cuia. Assim que chegavam eram despejados em beliches estreitos e submetidos a um regime de trabalho puxado. Precisavam alimentar as vacas, limpar os estábulos, arar os campos, colher laranjas, cuidar da limpeza geral, e cum-
prir todo o trabalho pesado. À noite não tinham forças para se mexer, que dirá para dançar. Sentindo-se enganados e deprimidos, foram ter com menahel, o superintendente do kibutz, um israelense nascido em Nova York, que os atendeu. – Meus queridos, há cem anos meu falecido pai alav hashalom (que a paz esteja com ele), saiu da Lituânia e foi para a América. As cartas que recebia sugeriam que, lá, as ruas eram revestidas de ouro. Desembarcou em Manhattan e foi submetido à triagem e à burocracia da imigração na famosa Ellis Island. Para alguns havia a quarentena junto com tuberculosos e portadores de toda sorte de doenças contagiosas. Foi quando descobriu que 1) As ruas não eram cobertas de ouro 2) Muitas nem sequer eram pavimentadas e 3) Seria tarefa dele colocar as pedras nessas vias.
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magazine > viagem | Texto e fotos de Flávio Bitelman
Rumo ao Portugal profundo DAS LEVAS DE IMIGRANTES PORTUGUESES PARA O
BRASIL NO INÍCIO DO SÉCULO
PASSADO, GRANDE
MAIORIA VEIO DE UMA REGIÃO CHAMADA
TRÁS-OS-MONTES, NO NORDESTE DE PORTUGAL. ERAM TANTOS QUE EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO EXISTIAM OS CENTROS TRANSMONTANOS, QUE REUNIAM OS ORIGINÁRIOS E DESCENDENTES DESSES IMIGRANTES
VINICOLAS DO RIO DOURO VILARELHO DA RAIA
PRESUNTO
PORTUGUÊS: COMPETE COM
PATA NEGRA
CAMPONESES VENDENDO SEU PRESUNTO
M
as por que Trás-os-Montes? Ou detrás dos montes? Esses montes são três pequenas cordilheiras chamadas de Marão, Alvês e Gerês que ladeiam o vale do rio Douro e separam a costa do Atlântico dos confi ns da fronteira da Espanha, onde se localiza a região da Galícia. A geografia manteve as populações de vilarejos naquela região praticamente isoladas do resto de Portugal e, por isso, pobres, de pouca educação, exploradas politicamente e esvaziadas dos jovens que não viam futuro lá. Isso explica as imigrações para o resto da Europa e o Brasil. Mesmo agora, pouco mudou além de melhor acesso com estradas pavimentadas e a construção de pequenos hotéis para atender o número crescente de turistas interessados em conhecer o que o etnógrafo português Padre Fontes chamou de “a esquina da esquina da Europa” e para a qual a capital, Lisboa, isto é, o governo central, não dava atenção, mas queria os votos. Esta região é formada por pequenas aldeias de vinte casas em média, agrupadas em 31 pequenas cidades que fazem parte dos distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda, e onde se fala a segunda língua oficial de Portugal, o mirandês. Muitas das antigas tradições, principalmente na culinária, na produção de vinhos e azeites se mantêm, e de que é um exemplo típico a alheira de Mirandela, um embutido que se diz ter sido inventado pelos judeus perseguidos na Inquisição e que não levava carne de porco. Mas lá também se produzem alguns dos melhores presuntos do mundo como o Porco Preto e o Chaves, que rivalizam com o conhecido Pata Negra da Espanha, e os da Itália. É nos bons restaurantes e pequenas tascas que se comem boas carnes de caça de perdiz e javali e uns pasteizinhos folhados recheados de carne. Acompanhe esta viagem por uma região incrustada naquela Europa que conhecemos como formadora de civilizações, mas que parece ter sobrevivido a tudo. Da Segunda Guerra, por exemplo, seus habitantes, na época, sabiam de ouvir falar. Só lamentavam que, depois, os filhos eram recrutados para as tropas portuguesas em Ultramar, isto é, Angola, Moçambique e Guiné, colônias de Portugal. E as famílias se sentiram aliviadas quando Portugal perdeu todas as colônias. >>
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magazine > viagem
A alheira é judaica?
CHAVES
GRANDE FOTÓGRAFO PORTUGUÊS
ADRIANO CAMPOS
CASA EM VILAREJO DA RAIA
Diz-se que a origem da alheira remonta aos fins do século 15 e princípios do século 16 e está associada à presença dos judeus em Trás-os-Montes. Por não comerem carne de porco, os judeus não faziam nem defumavam os habituais embutidos, que seriam facilmente identificáveis pela Inquisição. Decidiram assim pegar outros tipos de carnes e envolvê-las numa massa de pão para criar a alheira. A receita acabou por se popularizar entre os cristãos, que, enfim, lhe acrescentaram a carne de porco. Esta ideia de associar o aparecimento da alheira aos judeus fixados próximo da zona raiana, para facilmente fugirem para Espanha, parece querer justificar a prática da alheira mais ajustada à terra fria transmontana. A suposta ligação da alheira com os cristãos-novos talvez não passe de uma ideia romântica popular, e não há fatos concludentes que a suportem. Parece mais certo que o seu aparecimento esteja ligado ao próprio ciclo de produção de defumadores caseiros, ou simplesmente à necessidade de conservar as carnes dos diversos animais criados, e para consumo próprio. Segundo Francisco Manuel Alves, o abade de Baçal, a necessidade ajuda ao engenho, e fruto da perseguição de que eram permanentemente alvo pela Inquisição, os judeus, “...não podendo estes comer carne de porco por imposição da sua fé, imaginaram um enchido, que, embora semelhante aos enchidos que por essa época eram o prato forte das gentes, não levasse a carne proibida”. O abade de Baçal chegou a designar a alheira como o “chouriço judeu”. Manuel Mendes, chamando-lhe “chouriça da resistência”, também se refere à origem da alheira no século 15, para judeus e cristãos novos fingirem consumir um enchido, mas sem carne de porco. A alheira conteria, então, várias carnes incluindo muita caça. José Leite de Vasconcelos, na sua Etnografia Portuguesa, faz referência à alheira no capítulo dos alimentos de origem animal e como enchido de porco. Para Leite de Vasconcelos, as alheiras também eram chamadas de “tabafeiras”. O termo “alheira” ficou associado, em todo o país, à tecnologia de fabricação das “toucinheiras” mirandelenses [“chouriço de pão levedado em pouco fermento, carnes de capoeira e de cortelho, às vezes abonadas de um chichado de caça miúda, com um bom aviamento de banha do reco, azeite bastante, cebola e salsa esfarrapada nem sempre, alhos bem esmagados, raramente pimenta branca, sal e colorau doce ou picante”]. O espírito empreendedor das gentes de Mirandela levou a que a fabricação e a comercialização da alheira se desenvolvesse em torno da sua cidade, tendo atingidos níveis de qualidade muito apreciados até hoje. Talvez tenha sido esse o motivo pelo qual a alheira ficasse historicamente ligada à cidade de Mirandela.
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leituras magazine
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por Bernardo Lerer
Terra Negra
Primeiros Contos de Truman Capote
Timothy Snyder | Companhia das Letras | 484 pp. R$ 61,42
Truman Capote | José Olímpio | 155 pp. | R$ 25,90
Este professor de história em Yale, autor de dois clássicos a respeito do entreguerras, trata do Holocausto como história e advertência e se vale da terrível desumanidade do passado recente para defender a urgente necessidade de repensar o futuro. Ele conta que nas zonas sem Estado só não morreram todos os judeus porque pessoas admiráveis os ajudaram mesmo sem o apoio de ninguém. Hitler queria destruir os judeus para restaurar o equilíbrio do planeta e permitir o acesso dos alemães aos recursos de que necessitavam para fazer de toda a Europa uma colônia alemã. Admirável.
Os Afogados e os Sobreviventes
Estes primeiros contos já atestam como Capote sempre esteve em sintonia com o marginal, o outro, não importa quem, à margem da sociedade e das suas expectativas, aquelas pessoas que não vivem ou não podem viver no centro dos seus respectivos mundos. Essas histórias – que, depois, parecem se resumir na sua obra mais conhecida A Sangue Frio, a respeito de dois jovens que assassinam uma família – revelam a capacidade que ele desenvolveu de imaginar a vida de muitos tipos.
Para Poder Viver Yeonmi Park | Companhia das Letras | 308 pp. | R$ 39,90
O subtítulo é “A Jornada de uma Garota Norte-Coreana para a Liberdade” e, por ele, se acompanha a vida dela, que nasceu em 1993, desde a infância na Coreia do Norte e a fuga aos 13 anos para a China, onde passa a viver no submundo de traficantes de pessoas, proxenetas e contrabandistas. Conta a passagem pelo deserto de Gobi até a Mongólia guiada pelas estrelas e aos 21 anos se orgulha de poder transmitir aos leitores a experiência vivida e o ativismo pelos direitos humanos. Vive entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
Primo Levi | Paz e Terra | 167 pp. | R$ 36,00
Traidor
Quem leu uma primeira lê mais uma vez esta obra-prima a respeito da barbárie nazista. O autor suicidou-se em 1987, um ano depois da publicação livro, uma releitura do primeiro, É Isto um Homem?. Levi faz uma obra em que cada palavra, recordação e ponto de vista. Seu objetivo é esclarecer às futuras gerações, suficientemente afastadas do horror, o que foi a guerra. Faz pouco mais de meio século e não é possível que isso se repita, seja de que forma for.
Bernard Cornwell | Editora Record | 395 pp. | R$ 28,00
Os Buddenbrook
Este é o segundo volume das Crônicas de Starbuck, uma ficção histórica cujo pano de fundo é a Guerra da Secessão nos Estados Unidos, nos anos 1860, durante a qual o capitão dos confederados Nathaniel Starbuck é confundido e acusado de ser um espião nortista e, por esta razão, perseguido, denunciado, capturado e brutalmente interrogado. Para limpar o nome, tem de encontrar o verdadeiro traidor, mas em território inimigo.
Thomas Mann | Companhia das Letras | 706 pp. | R$ 79,90
Os Dez Alimentos Permitidos
Considerado um dos principais romances do século 20, é o primeiro de Mann, publicado em 1901, e acompanha a saga dos Buddenbrook, uma família de ricos comerciantes do norte da Alemanha, numa cidade com todas as características de Lübeck, por acaso a terra natal dos Mann. O livro traça um quadro preciso da burguesia alemã ao longo de quatro gerações da família com seus nascimentos e funerais, casamentos e separações, desentendimentos, rivalidades, êxitos e fracassos. Um monumento da literatura.
Pierre Dukan | Editora Best Seller | 255 pp. | R$ 34,90
Anatomias – Uma História Cultural do Corpo Humano Hugh Aldersey-Williams | Editora Record | 360 pp. | R$ 44,90
Mesclando história, ciência arte, literatura e questões do cotidiano, este livro investiga essa que é a mais maravilhosa e misteriosa das criações. Para quem o ler, vai descobrir um tesouro de fatos surpreendentes, histórias extraordinárias e informações espantosas, ao longo de uma jornada reveladora pelos segredos do corpo humano, uma coleção extraordinariamente complexa de carne, ossos e fluidos.
Corpos Divinos Guillermo Cabrera Infante | Companhia das Letras | 619 pp. | R$ 74,90
Modesto, o autor cubano conta que queria escrever apenas um romance e acabou saindo uma biografia velada que reconstitui em forma literária uma fase conturbada da vida dele e da história de Cuba, entre a agonia do governo do ditador Fulgêncio Batista e a ascensão do regime de Fidel Castro. Cabrera Infante mantém um certo distanciamento emocional e fala do ambiente fervilhante na Havana revolucionária com a sua rica fauna de artistas, musas, guerrilheiros, prostitutas e, claro, jornalistas, porque afinal, alguém teria de contar essa história.
Em alguns poucos supermercados do país estão à venda produtos da linha Dukan, do médico francês Pierre Dukan, e cujo principal ingrediente é a aveia. Neste livro, ele selecionou cem alimentos naturais que podem ser consumidos ao longo da dieta – ao todo 66 proteínas e 34 vegetais que, alternados ou combinados, podem ser integrados ao cardápio principalmente na fase de estabilização e manutenção do peso.
Maharal Maayanot | 259 pp. | R$ 36,90
É a história de rabi Yehuda Loew, cujo acrônimo é MaHaraL isto é, Moreinu Harav Loew, ou, “nosso mestre o rabi Loew”, que viveu entre 1512 (1526?) e 1609, primeiro na Morávia, e morreu em Praga, na então Boêmia. Conhecido como o Maharal de Praga, seu túmulo pode ser visitado no velho cemitério de Praga, ao lado da antiga sinagoga, no centro da cidade, onde, diz a lenda, povoa o espírito do Golem, criação do Maharal que foi um importante estudioso do Talmud, filósofo, místico e autor dos comentários aos comentários de Rashi à Torá. Integra a coleção Faróis da Sabedoria, criada pelo rabino David Weitman.
Vamos Juntos! Abelardo Gomes de Abreu | Scortecci Editora | 170 pp. | R$ 40,00
Para comemorar 83 anos, este premiado arquiteto recolhido ao ócio de uma casa no litoral norte de São Paulo, presenteou-se com uma moto e quatro viagens de São Sebastião, portanto, do Atlântico ao Pacífico; a Ushuaia, na Terra do Fogo; às praias do sul do Brasil e, finalmente, de São Sebastião a Bariloche, num total de trinta mil quilômetros. São diários de viagem escritos de forma simples, sem literatice, como se contasse quatro histórias para um grupo de pessoas e relatasse a respeito de gentes, coisas e lugares. E, no final, as recomendações para quem quiser fazer as mesmas viagens.
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músicas magazine
por Bernardo Lerer
Gian Francesco Malipiero Naxos | R$ 74,90
Malipiero (1883-1973) era musicólogo e compositor, isto é, levava duas vidas diferentes: de um lado dedicou-se organizar a obra completa de Monteverdi e Vivaldi e, ao mesmo tempo, escreveu um vasto repertório musical com traços bastante pessoais. Ele compôs dezessete peças às quais deu o nome genérico de sinfonia e, deste cd, constam duas obras típicas dos séculos 17 e 18 com moderna orquestração.
Rachmaninov The Bells Warner Classics | R$ 39,90
Este cd é a gravação do espetáculo de encerramento do primeiro Festival Internacional Rostropovich (Mstislav Rostropovich 1927-2007), homenagem ao notável cellista, e que qualquer um gostaria de ter assistido. Ele foi realizado na grande e principal entrada do Conservatório Tchaikovsky, em Moscou, durante o qual foram executadas peças de Glazunov, Mussorgsky, Rachmaninov e Shostakovich. Fantástico.
Elvis – Live Sony | BMG | R$ 76,90
Tal como os Beatles, Elvis Presley parece inesgotável e disso se aproveitam as gravadores, junto com o legado do cantor e compositor para lançarem novos cd’s com a obra dele. Neste caso, espetáculos de 1969 para plateias em Las Vegas e no Havaí com um repertório de canções que remontam às suas raízes e, principalmente, sucessos de música gospel, além de My Way e a monumental An American Trilogy.
Al di Meola Original Album Classics | Sony Music – R$ 75,90
Este notável guitarrista tinha 17 anos quando se graduou em uma das mais exigentes escolas norte-americanas, a Berklee College of Music de Boston, e aos 20 já tocava com Chick Corea. O êxito de sua trajetória se deve entre à soma de uma técnica invejável, com a capacidade de tocar passagens extremamente rápidas o que o credenciou a grandes espetáculos em que se destaca a apresentação com Paco de Lucía.
Country Love Songs Music Brokers | R$ 50,90
É um álbum com três cd’s e o que de melhor se escreveu e interpretou em música country que influenciou outros gêneros da música popular norte-americana e em outros países como o Brasil. O gênero surgiu nos anos 1920 e tem origem entre os brancos, trabalhadores, principalmente irlandeses que trouxeram a música celta. Nos cd’s, gravações dos grandes do gênero como Willie Nelson e Dolly Parton.
Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena
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magazine > ensaio | por Stefan Ihrig *
De Musa Dagh O a Massada COMO O ROMANCE DE FRANZ WERFEL A RESPEITO DO GENOCÍDIO
ARMÊNIO INSPIROU OS COMBATENTES DO GUETO DE VARSÓVIA E A
RESISTÊNCIA SIONISTA? PUBLICAMOS, ABAIXO,
A GÊNESE E REPERCUSSÃO DE QUARENTA
DIAS DE MUSA DAGH
FRANZ WERFEL EM 1927. ELE MORREU EM 1945, AOS 54 ANOS, NA CALIFÓRNIA
saguão do hotel, em Breslau, estava lotado no final de 1932. As pessoas queriam ver Adolf Hitler, “o homem do momento”, em turnê pela Alemanha em um dos seus lances finais para tomar o poder. Franz Werfel era uma das pessoas no lobby do Breslau Hotel, e ficou desconcertado ao ver Hitler em pessoa. Quando a mulher dele perguntou qual foi a primeira impressão pessoal do líder nazista, Werfel hesitou e admitiu: “Infelizmente, não é tão ruim”. E isso aumentou a emergência do seu projeto: alertar a Alemanha contra Hitler. Werfel era um escritor alemão nascido em Praga de uma família judia. Seu romance de maior sucesso é Os Quarenta Dias de Musa Dagh, monumento literário que trata do genocídio armênio, durante a Primeira Guerra. O livro acompanha a saga das comunidades armênias no sul da Turquia, que fugiram para as montanhas em torno da Montanha de Moisés (Musa Dagh), a partir de onde lutaram contra o avanço do exército otomano, embora soubessem que estavam condenados ao genocídio. Werfel escreve que resistiram quarenta dias, mas, na realidade, foram 53 dias, quando, afinal, navios de guerra franceses e britânicos resgataram os poucos sobreviventes já sem armas, munições e mantimentos, e os evacuaram para Port Saïd, no Egito. Esta longa novela, às vezes publicada em dois volumes, é uma história de assassinato, desolação, sofrimento e de esperança. Pode parecer quase absurdo apontar um elo deste romance com o Terceiro Reich e o advento do Holocausto, em parte porque, até agora, muito pouco se sabia a respeito da interligação da história judaica e da armênia na história alemã, e acerca do papel do genocídio armênio na pré-história da Shoá. Os horrores da Shoá combinados com a negação da Turquia no assassinato de centenas de milhares de armênios sugeriam uma imensa distância no espaço e no tempo entre os dois genocídios. Mas para pessoas como Werfel, isso parecia próximo demais. O autor tinha pressa em terminar seu romance armênio, pois queria alertar a Alemanha a respeito das pretensões de Hitler. Era final de 1932. No livro de Werfel os armênios eram os “atores substitutos dos judeus”. Ele que-
ria que os leitores entendessem o que havia de comum entre a ditadura dos Jovens Turcos e a ditadura nazista, e entre o “antiarmenismo” dos turcos e o antissemitismo dos nazistas, de modo que sentissem o genocídio dos armênios como algo que poderia acontecer aos judeus alemães. Embora, segundo o senso comum, os alemães não soubessem e não podiam saber, em 1932/1933, que a ascensão de Hitler pudesse significar genocídio, Werfel e outros contemporâneos alemães pensavam de modo diferente. Werfel começou a escrever em 1932, mesmo ano em que fez as primeiras leituras do seu manuscrito inacabado e, era por esta razão que estava em Breslau, quando viu Hitler no saguão do hotel. Hitler foi lá conseguir o apoio da Alemanha às suas ideias, e Werfel estava no mesmo local mas para, por meio da leitura do seu livro, alertar a Alemanha contra Hitler e o que propagava. O capítulo lido naquela noite, conta que, no meio do genocídio, o pastor Johannes Lepsius, campeão alemão dos armênios, encontra o ministro da Guerra otomano, Enver Pasha, para, em nome dos armênios, intervir e fazer parar o genocídio em andamento. Werfel escrevia contra Hitler e contra o tempo, e perdeu as duas lutas: no início de 1933, apenas algumas semanas após os dois homens se cruzarem em Breslau, Hitler foi nomeado chanceler. Em maio de 1933, estudantes, membros de tropas de assalto, bibliotecários e outros nazistas impacientes, fizeram uma pilha de livros de autores “não-alemães” e puseram fogo para comemorar a vitória de um “novo espírito”. Isso sinalizou muitas coisas, e, entre elas, claro, que as ideias representadas pelos autores e por esses livros não eram bem-vindas na Alemanha. Os livros de Werfel estavam entre os queimados. E Quarenta Dias, sua grande advertência contra Hitler, não estava concluída, nem publicada. Diante disso, parecia improvável, se não impossível, que seu romance armênio chegasse ao público-alvo alemão. Quarenta Dias, de Franz Werfel, é um poderoso alerta contra o genocídio, políticas raciais radicais e estereótipos, e especialmente uma advertência em relação a Hitler e aos nazistas. Mas por que um autor em língua alemã usa o genocídio armênio para um alerta quanto à Alemanha de Hitler e os nazistas? Como poderia imaginar que seria uma narrativa útil? Há muito esquecido pela história, após a derrota da Alemanha na Primeira Guerra debateu-se no país o tema “genocídio”. Durante quatro anos, os meios de comunicação e a opinião pública alemã discutiam acaloradamente a respeito do que tinha acontecido com os armênios durante aquela guerra, em que a Alemanha fora leal aliada do Império Otomano. Muitos oficiais militares alemães serviram em posições de comando no território otomano durante a guerra e, desde os anos 1890, vinham facilitando a violência otomana contra os armênios. Em 1919, o Ministério do Exterior alemão publicou uma coletânea de documentos com detalhes do genocídio armênio e o objetivo desta seleta de documentos era inocentar a Alemanha aos olhos do mundo contra alegações dos tempos de guer-
ra capazes de sugerir que teria instigado a morte de armênios. A expressão “genocídio” ainda não existia, mas o documento proporcionou um debate público acerca da gravidade, intenção, ramificações e motivações deste “assassinato” ou “aniquilação de um povo”. O assassinato de Talat Pasha – grão-vizir e ex-ministro otomano do Interior – em Berlim, em 1921, potencializou ainda mais esse debate, que continuou até a assinatura do Tratado de Lausanne, em 1923, que criou a Turquia moderna. Armênios? Ou judeus? Mas esse debate esquecido a respeito do genocídio era apenas um fragmento do pano de fundo histórico para o grande alerta de Werfel. Ele também imaginava que os armênios serviriam como “atores substitutos dos judeus”, pois era tradição alemã perceber os armênios como os (verdadeiros) “judeus do Oriente”. A partir da década de 1890, época dos massacres de Abdul Hamid II, o público alemão se acostumara a desculpar a violência e nunca via os armênios como outros cristãos, mas uma raça sediciosa, traiçoeira e parasita. O sentimento alemão contra a Armênia tomou forma na década de 1890 e pode ser entendido como cópia carbono do antissemitismo moderno baseado em raça, também importante naqueles anos. Naqueles tempos, quarenta anos antes de escrever este romance acerca do genocídio armênio, jornalistas, diplomatas e autores de manuais raciais populares consideravam os armênios tão ou piores que os judeus. Diante deste cenário, Werfel supunha que os alemães entenderiam a advertência. E, de fato em uma crítica a uma das palestras de Werfel, no inverno de 1932, seu autor entendeu que o personagem Lepsius falava com o personagem Enver Pasha, mas para o público alemão ouvir. No entanto, para avisar os alemães do risco Hitler e nazismo, a novela armênia de Werfel foi ineficaz. Lançado no final de 1933, poucos alemães compraram o livro antes de ser proibido e apreendido. Um dos poucos que o leu >>
Os Quarenta Dias de Musa Dagh é um poderoso alerta contra o genocídio, políticas raciais radicais e estereótipos, e uma advertência em relação a Hitler e aos nazistas. Mas por que um autor em língua alemã usa o genocídio armênio para um alerta quanto à Alemanha de Hitler e os nazistas? Como poderia imaginar que seria uma narrativa útil?
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magazine > ensaio brou do nosso destino. Os armênios foram mortos pela fome, à bala, afogados, torturados até a exaustão, e deixados no deserto para morrer de insolação e desidratação. Comparamos o seu destino ao nosso, a indiferença do mundo com a situação e o completo abandono de pobres nas mãos de um regime bárbaro, tirânico. A análise do livro indicou que se o mundo não acorreu para resgatar os armênios, que, afinal, eram cristãos, como poderíamos nós, os judeus, esperar ajuda? Sem dúvida, Hitler sabia tudo a respeito desses massacres e a criminosa negligência do mundo livre, e estava convencido de que poderia prosseguir impunemente contra os judeus indefesos.”
ACIMA, VESTÍGIOS DE UMA ANTIGA FORTALEZA EM
MUSA DAHG; À DIREITA, YOSSI HAREL, COMANDANTE DO
EXODUS, INSPIROU-SE NO LIVRO DE WERFEL
>> foi Karl H. Schlesier, um jovem alemão, recrutado para a defesa de Berlim. Karl ganhou o livro dos pais no aniversário de 17 anos, e o fornecedor o dono de uma livraria que escondeu alguns exemplares. A maioria dos leitores de Werfel não era formada por alemães, mas por judeus, e o livro teria papel significativo na vida e identidade judaicas na Europa e na Palestina nos anos 1930 e 1940, rivalizando até com relatos da Shoá. Segundo o historiador israelense Yair Auron, especialista nos estudos do romance, “quem ler esta obra extraordinária duvida que tenha sido escrito antes do Holocausto”. O livro de Werfel foi traduzido para o hebraico em 1934. Para Dov Kimchi, membro da comunidade judaica na Palestina, “nós, os leitores hebreus... lemos nesse livro a respeito dos armênios a nossa própria tragédia”. Pouco depois, ainda em 1934, R. Seligmann autor de O Jovem Trabalhador (HaPoel HaTzair), observou que se “o livro é muito interessante para o leitor em geral, para o leitor judeu será ainda mais. Em vários detalhes o destino desta tribo armênia recorda o destino do povo de Israel, e o leitor judeu descobrirá temas familiares, bem conhecidos a partir da vida e da história de seu povo”. Moshé Beilinson, em 1936, era mais crítico, porque um judeu erguia um monumento ao sofrimento de outro povo, embora compreendesse as intenções de Werfel, “pois na verdade é um livro judaico, escrito por um judeu e em um sentido menos abstrato, mais simples e mais concreto, o autor fala de nós, do nosso destino, da nossa luta”. Durante a Segunda Guerra o livro repercutiu na Palestina. O Afrika Corps de Erwin Rommel parecia invencível, o ishuv temia uma possível invasão nazista e discutiu-se concentrar a resistência judaica na Palestina no Monte Carmel com os nomes “Programa do Norte”, “Plano Carmel”, “Plano Massada” – e também “Plano Musa Dagh”. Isto é, serviu de inspiração defender-se numa montanha como os armênios resistindo em outra monta-
nha. À época, perguntaram a Meir Batz, um dos fundadores da Haganá, se ele havia lido os Quarenta Dias e, ao responder, “sim”, disseram: ‘Queremos transformar o Monte Carmel na Musa Dagh dos judeus da Palestina’.” E Batz “imaginava uma Musa Dagh judaica garantindo o futuro da nossa comunidade e a sua honra”. Leitura no guetos O romance Os Quarenta Dias de Musa Dagh passou a integrar a história da Shoá, à medida que os judeus internos nos guetos da Europa Oriental liam este épico de resistência, esperança e salvação. Antes da guerra, o livro já fora traduzido para o polonês e o ídiche – e testemunhos de guetos mostram que sua influência só fez crescer com a guerra. Quando o mais importante crítico literário alemão Marcel Reich-Ranicki esteve internado no Gueto de Varsóvia, escreveu que o livro “teve um sucesso inesperado, e era passado de mão em mão”. William Mishell descreveu a vida no Gueto de Kovno, na Lituânia, em 1942: “Assistíamos à maioria dos concertos e leitura de livros no gueto. Um dos livros era Os Quarenta Dias de Musa Dagh, de Franz Werfel, e causou forte impressão. O massacre sangrento e cruel de mais de um milhão de armênios pelos turcos em 1915, à vista de todo mundo, nos lem-
Inka Wajsbort e outros adolescentes do Hashomer Hatzair do Gueto de Sosnowiec (Alta Silésia, liquidado em 1943 depois de um levante e 35.000 judeus levados para Auschwitz), leram o livro “que passou de mão em mão... me cativou completamente. Durante quatro dias estava absorta no livro e não podia me afastar dele... Eu mesma estava em Musa Dagh; sitiada. Eu era um dos armênios condenados à morte. Se levantasse meus olhos do livro, era apenas para ouvir o grito: ‘Mamãe, como pode ser isso?’ O mundo sabia e se manteve em silêncio. É impossível que crianças de outros países, na mesma época, fossem à escola, as mulheres se adornassem, homens cuidasem da vida, como se nada tivesse acontecido”. No Gueto de Vilna, Lituânia, o livro teve o mesmo impacto. Segundo a bibliotecária Dina Abramowicz: era um dos livros mais populares na biblioteca do gueto porque a “ideia de aniquilação total de um grupo racial, o método de destruição, a impotência das vítimas e a futilidade dos esforços diplomáticos de resgate apresentava semelhança tão surpreendente com a nossa situação que lemos o livro com tremor, quase como uma visão profética, e nos revelando o nosso destino inevitável”. Nem todos, no entanto, entendiam o romance de Werfel de maneira tão pessimista. Ao contrário, para muitos judeus era uma poderosa história de esperança
e resistência contra probabilidades aparentemente impossíveis. Rachel Margolis, outra bibliotecária, depois guerrilheira: “As obras mais requisitadas descreviam algo semelhante à nossa vida no momento, como Os Quarenta Dias de Musa Dagh, que trata da perseguição e massacre dos armênios na Turquia em 1915. Havia lista de espera para o livro”. O movimento clandestino do Gueto de Białystok considerava três opções: revolta, salvamento, ou fugir e resistir nas florestas. Herschel Rosenthal: “Nosso destino está selado. Portanto, ficamos com apenas uma possibilidade: a organização de resistência coletiva no gueto a qualquer preço; ver o gueto como a nossa ‘Musa Dagh’, e somar um capítulo de honra à história da Białystok judaica e do nosso movimento”. Da mesma forma, o historiador Yair Auron cita Itzhak Zuckerman, um dos líderes do Levante de Varsóvia, segundo um dos seus companheiros: “Quando queria nos esclarecer alguma coisa, ele dizia ser impossível entender a revolta do Gueto de Varsóvia sem ler Os Quarenta Dias de Musa Dagh”. Mesmo após a guerra, o livro continuou a incutir um senso de urgência, heroísmo e esperança. Yossi Harel, o homem que furaria o bloqueio britânico da Palestina com o navio Exodus com sobreviventes da Segunda Guerra, também foi cativado pela narrativa de Werfel, segundo o biógrafo Yoram Kaniuk: “Como homens muito jovens, Yossi e amigos leram Os Quarenta Dias de Musa Dagh, o livro de Franz Werfel a respeito da revolta armênia nas montanhas da Anatólia. Eles encontraram neste livro um código moral. Escondido no interior havia dor, bravura, lealdade e isolamento, e conquistou os corações dos jovens judeus da Palestina”. Nas viagens para resgatar os sobreviventes levava algo para comer e “três itens para ‘fortificação’ ideológica – um exemplar da Bíblia, poemas de Hannah Senesh e Nathan Alterman e Os Quarenta Dias de Musa Dagh”. Ao viajar ao longo da costa da Palestina, Harel ficava no convés e olhava para os picos de Musa Dagh pensando no seu papel na saga da sobrevivência judaica. Passado o Holocausto, o romance de Werfel voltou para o fundo do baú da consciência mundial, talvez, novamente, como apenas mais uma história armênia. Mas foi também um livro judaico. O seu papel como um aviso acerca de Hitler e como inspiração para os judeus que lutaram contra ele foi esquecido e isso se deve, em parte, à forma como o Holocausto é lembrado e contextualizado e ao êxito da campanha de negação turca. Juntos, reforçam a impressão não histórica de uma grande distância no tempo e no espaço entre o genocídio armênio e a Shoá. Cem anos depois, é tempo de uma leitura mais integrada das duas grandes tragédias do século 20. * Stefan Ihrig escreveu Justifying Genocide: Germany and the Armenians from Bismarck to Hitler (“Justificando Genocídio: a Alemanha e os Armênios de Bismarck a Hitler”) e Atatürk in the Nazi Imagination (“Atatürk na Imaginação Nazista”)
A maioria dos leitores de Werfel não era formada por alemães, mas por judeus, e o livro teria papel significativo na vida e identidade judaicas na Europa e na Palestina nos anos 1930 e 1940, rivalizando até com relatos da Shoá
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magazine > curta cultura | por Bernardo Lerer
Livro como monumento Em uma noite de maio, entre as cerca de quarenta pessoas reunidas na antiga sinagoga da rua da Graça, agora transformada em Memorial da Imigração Judaica, havia um homem solitário, todo de preto, boné, o rosto vincado de rugas e amarguras, e que somente se soube ser o desenhista, pintor, gravador, muralista e escultor Gershon Knispel quando o rabino David Weitman o anunciou solenemente. Era a noite de autógrafos do livro Knispel – Retrospectiva 1950-2015 descrevendo toda sua obra em português, hebraico e inglês (R$ 70,00 – Editora Maayanot). E pela leitura da Retrospectiva se vai descobrindo que ilustrou o poema Cruzada das Crianças, de Bertolt Brecht a pedido do poeta pouco antes de morrer e, por isso, ganhou o prêmio de livro ilustrado na VII Bienal de São Paulo. Que o mural no edifício da extinta TV Tupi, no Sumaré, é dele, e mural e prédio fo-
ram tombados pelo Patrimônio Artístico e Histórico de São Paulo. Knispel vive entre Israel e o Brasil, e divide seu tempo político com os dois países enfatizando que foi dirigente comunista, mas sempre humanista e pacifista, razões suficientes para juntar ao mesmo tempo desafetos e admiradores. A denúncia da Inquisição e do Holocausto são temas permanentes para que as gerações se lembrem destes eventos. Afinal, esqueceu-se da Inquisição e sobreveio o Holocausto. A estes dois somou a questão social e a todos “impressiona com a linguagem vigorosa de sua expressão plástica, a contundência no tratamento dos temas e a sólida construção do espaço compositivo que estrutura a representação dramática da figura”, segundo o curador do livro, Fábio Magalhães. Recentemente, o rabino Weitman deu mais uma prova de que é um homem do
Dez filmes imperdíveis Eis uma última relação de filmes a respeito do Holocausto preparada por especialistas; em inglês, para facilitar a busca. A Lista de Schindler, por seu aspecto didático; Son of Saul, do qual falamos há duas edições; Europa, Europa, a história de Solomon Perel, que fingiu ser da Juventude Hitlerista, escondeu a circuncisão amarrando com arame o que lhe restava de pele no pênis, foi detido pelas tropas soviéticas, escapou de fuzilamento, sobreviveu e foi para Israel; The Lady in Number 6, documentário que trata de Alice, até há pouco a mais antiga sobrevivente (morreu em fevereiro aos 110 anos), internada em Theresienstadt; Ida, filme polonês de 2015, vencedor do
mundo e convidou-o para executar um grande painel no Ten Yad na forma de quatro grandes relevos escultóricos tendo como temas Inquisição, Assentamento em Tiberíades, Holocausto e Rebelião, sendo que neste realça a resistência e a coragem de enfrentar um inimigo feroz e armado, numa clara referência ao Levante do Gueto de Varsóvia, expressão da rebeldia e da insurreição, espécie de canto que anuncia um novo tempo para os judeus, em que não serão mais subjugados. É um livro fantástico.
Oscar de melhor filme estrangeiro, acerca de uma freira que se descobre judia; Secret Lives: Hidden Children and their Rescuers during WWII, histórias de crianças, salvas por cristãos; The Pawnbroker, de 1964, com o Holocausto de pano de fundo é a história do sobrevivente dono de casa de penhores no Harlem; Enemies: A Love Story, baseado em romance de Isaac Bashevis Singer, o quadrilátero amoroso de sobreviventes do Holocausto tentando reconstruir a vida em Nova York, em 1949; Life is Beautiful, história de um garçon judeu italiano que com o filho vivia a vida e não via por que interrompê-la mesmo no campo de concentração; Numbered, documentário que faz dos “números” tatuados nas pessoas, sua história, dos familiares e das comunidades onde viveram; Inglourious Basterds, oscila na fina linha da fantasia e do horror do que pode ter sido a Segunda Guerra; Fugitive Pieces, história de Jakob Beer, órfão na Polônia, salvo por um arqueólogo grego; The Devil Arithmetic, a história de Hannah Stern que, na noite de Pessach, abre a porta para o profeta Eliahu mas se vê na Polônia de 1942, deportada para o campo e sobrevive; Amen, história de Kurt Gerstein, oficial da SS, horrorizado porque o Ziklon B, que desenvolveu contra pestes, passou a ser usado nas câmaras de gás. Pede a um jovem padre que apele ao papa Pio XII para parar o genocídio, mas só ouve o silêncio; Valentina’s Mother, a complicada relação entre uma sobrevivente sozinha em Israel e uma operária imigrante polonesa, e Fiddler on the Roof (foto), cujos créditos finais, com a canção Sunrise, Sunset, sugere os tempos que estão por vir.
Freud x Einstein
Marcos Arbaitman em livro
Maio fez 160 anos do nascimento de Sigmund Freud e poucos dias antes de completar 80 anos, em maio de 1936, ele disse ao seu mais leal biógrafo Ernest Jones, que isso não era motivo de comemoração, mas, no fundo, ele se sentia gratificado pelo reconhecimento mundial ao seu trabalho e as cartas de congratulações de Thomas Mann, Romain Rolland, H. G. Wells, Virginia Woolf, Stefan Zweig, mais 191 escritores e artistas. E Albert Einstein, a quem respondeu com humor e ironia. Esta carta faz parte da vasta correspondência entre estes dois gigantes do século 20 que se caracteriza, de um lado, pelo profundo respeito mútuo e, de outro, pela absoluta falta de compreensão e conhecimento recíproco nos respectivos campos de pesquisa e, de parte de Einstein, ampliado pelas dúvidas a respeito do valor científico das descobertas de Freud. A combinação disso levou os dois a discutir os princípios que definiriam a visão que tinham de mundo e o sentimento de identidade e de identificação com o judaísmo. Em 1928, já laureado com o Prêmio Nobel de Física, Einstein recusou-se a endossar a candidatura de Freud ao Prêmio Nobel de Medicina. Segundo Peter Gay, também biógrafo de Freud, porque “não podia dar nenhuma opinião digna de confiança a respeito do que há de verdadeiro no que Freud ensina” e, além disso, “me parece duvidoso que um psicólogo como Freud seja elegível para o Prêmio Nobel de Medicina, o único, suponho, que pode ser considerado”. De todo modo, Einstein procurou – e iniciou – uma numerosa troca de cartas com Freud para entender as razões da guerra moderna e como prevenir uma nova guerra na Europa. Ao final do apelo a Freud para se engajar numa campanha pacifista, Einstein diz saber que “nos teus textos podemos encontrar as respostas, explícitas ou implícitas, para todos os eventos deste problema urgente e importante. Mas, para nós, a maior tarefa será apresentar a questão da paz mundial à luz das tuas mais recentes descobertas capazes de iluminar o caminho para novos e frutíferos modos de ação”. Embora concordassem em alguns aspectos da violência das massas, divergiam completamente a respeito da guerra. Enquanto Freud relacionava as fontes da violência a impulsos psicológicos das pessoas, Einstein focava os aspectos políticos das origens da violência. É, como se lê, polêmica e divergência sem fim entre dois gênios.
O documentarista Márcio Pitliuk vai autografar este mês o livro Marcos Arbaitman nada resiste ao trabalho (foto), a biografia do ex-presidente da Hebraica por três vezes e empresário, dono da Maringá, uma das maiores agências de turismo de São Paulo. Mário entrevistou-o durante meses, juntou documentos, pesquisou números antigos da revista Hebraica, conversou com amigos de Arbaitman e, a partir deste material, montou um painel que é, de certa forma, retrato da comunidade judaica de São Paulo nos últimos setenta anos. Vai desde quando Arbaitman jogava bola de meia nas ruas do Bom Retiro com amigos de infância, como Abram Szajman e Luiz Mester, entre outros e, aos domingos, a partir das 6h30, se encontravam para jogar futebol no campo do clube Macabi, na rua da Coroa, onde hoje é o Terminal Rodoviário do Tietê, a Marginal não existia e o rio quase lambia os limites da área do Macabi. Numa das brincadeiras, fraturou a perna e de jogador virou técnico, mas foi uma temporada efêmera. Tornou-se cartola. Os donos do clube, Samuel Back, que tinha fábrica de capas de chuva, e David Kopenhagen, de chocolate, decidiram que o Brasil enviaria uma delegação aos Jogos Macabeus, em Israel. Para tanto, teriam de vender passagens aéreas de modo a que, a cada dez correspondia um atleta. Marcos vendeu oitenta, isto é, oito atletas, ganhou uma de cortesia, e mais o bilhete para virar dono de uma pequena agência de turismo, a Maringá, com o incentivo de Kopenhagen e de um diretor da Varig, Hélio Smidt, da qual viria a ser presidente. Casou-se com Bete, irmã de Sérgio Epstein, amigo de infância, cujo pai, Manoel, o incentivou a ficar sócio da Hebraica. Compra um título, torna-se diretor de Esportes e presidente por três mandatos não consecutivos. Nas suas gestões construiu o estacionamento, os dois teatros, o edifício onde funciona a escola Alef, criou o Hebraikeinu, festivais de música erudita e o Carmel, foi eleito o primeiro presidente mundial não europeu nem americano do Macabi e conseguiu uma verdadeira proeza: os judeus da antiga União Soviética participaram da Macabíada Mundial em Israel. De fato, vale uma biografia cujo título leva a palavra trabalho, isto é, arbaitman. Trabalhador.
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HEBRAICA
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magazine > memória | por Bernardo Lerer
AGRÔNOMO DE FORMAÇÃO, BORIS FOI PIONEIRO NA TRADUÇÃO DO RUSSO
A morte do intelectual PRIMEIRO PROFESSOR DE RUSSO DA USP, TRADUTOR, ESCRITOR, ENSAÍSTA,
PRACINHA DA FEB NA ITÁLIA, BORIS SCHNAIDERMAN FOI UM VERDADEIRO DIVISOR DE ÁGUAS NA DIVULGAÇÃO DA GRANDE LITERATURA RUSSA NO
BRASIL. ELE MORREU AOS 99 ANOS EM SÃO PAULO
– Professor, o que o senhor pode me dizer a respeito de Vassili Grossman? O senhor o conhece, não é? – pergunto só para ter a certeza de que Boris Solomonovitch Schnaiderman vai se derramar numa longa explicação a respeito do jornalista e escritor nascido em 1909, Berdichev, norte da Ucrânia, então pertencente ao Império Russo, e possivelmente o primeiro e mais importante repórter de guerra de todos os tempos. – Sim, claro, responde Boris, 98 anos, enquanto se movimenta pela sala do apartamento à procura de uma das muitas enciclopédias, em russo. – Ah, está aqui. Não lhe dedica os muitos parágrafos que merece, pois, afinal, o regime não gostava dele – analisa.
E Boris lê o que a enciclopédia escreveu a respeito de Grossman. Levanta os óculos na testa, quase encosta o rosto na página, lê e traduz ao mesmo tempo, e confere se fiz as anotações corretamente. Os parágrafos acima servem para demonstrar que o professor, tradutor do russo, ex-combatente artilheiro da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra, na Itália, não negociava com a verdade nem com a exatidão dos atos e dos fatos. Este intelectual morreu o mês passado aos 99 anos na casa onde morava, um apartamento à rua Bahia, atrás da praça Buenos Aires, em que as paredes dos cômodos são cobertas de livros, centenas deles, principalmente em russo. Ele foi o primeiro a traduzir diretamente do russo no Brasil principalmente da obras de Tolstói, Dostoievski e Maiakovski. Apesar de admirar o talento literário de Dostoievski, Boris o considerava racista, chauvinista e sexista. Schnaiderman nasceu em 1917 em Uman, na Ucrânia, onde a maior parte da população era de judeus. Eles sofriam perseguições e por isso os pais dele imigraram para o Brasil em 1926 quando ele tinha apenas 9 anos, isto é, pouco depois do triunfo da revolução bolchevique. Antes, eles se mudaram de Uman para Odessa, onde ficou até os 8 anos e testemunhou as filmagens da marcante cena da escadaria no filme O Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein, fato de que se deu conta somente muitos anos mais tarde, já no Brasil, ao ver o filme e exclamar no meio da plateia: “Eu assisti, estava lá, na hora da filmagem”. Embora formado em agronomia, interessou-se pela literatura russa e foi admitido como professor de russo na USP. Ele tinha um passaporte emitido pelo governo soviético e, por isso, durante a ditadura foi preso por agentes da repressão enquanto dava aula. A Academia Brasileira de Letras lhe deu o Prêmio de Tradução e, em 2007, ganhou a Medalha Pushkin do governo russo. O corpo de Boris foi cremado no Crematório de Vila Alpina.
84 HEBRAICA
| JUN | 2016
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86 HEBRAICA
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indicador profissional ADVOCACIA
ADVOCACIA
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indicador profissional CIRURGIA PLÁSTICA
CIRURGIA PLÁSTICA
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MANIPULAÇÃO
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indicador profissional PSICOLOGIA
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indicador profissional PSICOLOGIA
PSICOLOGIA
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UROLOGIA
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compras e serviรงos
HEBRAICA
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compras e serviรงos
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| JUN | 2016
roteiro gastronômico
HEBRAICA
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roteiro gastronômico
98 HEBRAICA
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conselho deliberativo
Desafio do futuro Assumir um lugar no Conselho não é uma tarefa simples, mas quem o faz em nome do quadro associativo se torna um espectador ativo do desenvolvimento do clube, já que acompanha em primeira mão as transformações pelas quais ele passa. É o que ocorre hoje, já que a Hebraica cresce como polo educacional da comunidade. A vinda da Escola Alef produziu alterações na rotina que implicaram mudanças na forma como o sócio se relaciona com o clube. Na média, as consequências do funcionamento da Escola Alef foram benéficas e hoje muitos clubes irmãos estudam incorporar centros educacionais que, a longo prazo, levarão ao crescimento do quadro associativo . E eis que o Conselho Deliberativo se vê diante de mais um desafio, com a fusão das escolas Alef e I. L. Peretz, com a consequente elevação no número de estudantes e a demanda de espaços para atendê-los. A Mesa do Conselho e as comissões permanentes e especiais se uniram à diretoria executiva para estudar a fundo o assunto e deve apresentar a melhor solução para que o clube e a escola ampliada se beneficiem da melhor forma possível da convivência lado a lado. Trata-se de uma oportunidade para a modernização das instalações do clube e a garantia que essa atualização se torne permanente, uma vez que os alunos - como sócios reais e potenciais - começarão seu ciclo de formação na pré-escola e utilizarão as dependências do clube até o final da adolescência ou por mais anos ainda. Eis porque os conselheiros devem se debruçar cuidadosamente na análise das propostas feitas pelas comissões permanentes de Obras, Jurídica, de Administração e Finanças e pelas comissões especiais Educação e Esportes.Trata-se de um estudo cuidadoso que tomou por base os interesses dos sócios e o potencial físico da Hebraica em oferecer a esportistas, famílias em busca de lazer e aos estudantes um ambiente seguro, estimulante e que se mantenha sempre à frente do seu tempo quando for hora de atender às próximas gerações. Nós, da Mesa Diretora do Conselho, nos orgulhamos de testemunhar, juntamente com todo os os conselheiros e diretores, este momento tão repleto de perspectivas às quais está em nossas mãos torná-las realidade. Nossa função é garantir que a evolução do clube marche em benefício do sócio, tanto no que se refere às instalações sociais, quanto aos equipamentos esportivos. Mauro Zaitz - Presidente da Mesa
CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL 2016 JUNHO 5 11 *12 *13
JULHO 24
AGOSTO 13
8 DE AGOSTO APROVAÇÃO DAS CONTAS RELATIVAS A 2015 21 DE NOVEMBRO APROVAÇÃO PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 2017 12 DE DEZEMBRO APRECIAÇÃO RELATÓRIO ANUAL DA DIRETORIA
Mesa do Conselho PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE 1O SECRETÁRIO 20 SECRETÁRIO ASSESSORES
MAURO ZAITZ FÁBIO AJBESZYC SÍLVIA L. S. TABACOW HIDAL AIRTON SISTER VANESSA KOGAN ROSENBAUM ABRAMINO A. SCHINAZI CÉLIA BURD EUGEN ATIAS JAIRO HABER JAVIER SMEJOFF SAPIRO JEFFREY A. VINEYARD
IOM IERUSHALAIM VÉSPERA DE SHAVUOT 1º DIA DE SHAVUOT 2º DIA DE SHAVUOT IZKOR
DOMINGO JEJUM DE 17 DE TAMUZ
14
INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER DOMINGO FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO
19
6ª FEIRA
TU BE AV
** 2 ** 3 ** 4 ** 11 ** 14 16 * 17 * 18 23
DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA DOMINGO
* 24 * 25
2ª FEIRA 3ª FEIRA
VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR VÉSPERA DE SUCOT 1º DIA DE SUCOT 2º DIA DE SUCOT VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ 7º DIA DE SUCOT SHMINI ATZERET- IZKOR SIMCHAT TORÁ
OUTUBRO
SÁBADO
NOVEMBRO 5
SÁBADO
DEZEMBRO 24 31
SÁBADO SÁBADO
ANOITECER
DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN AO ANOITECER, 1ª VELA DE CHANUKÁ AO ANOITECER, 8ª VELA DE CHANUKÁ
2017 JANEIRO 27
FEVEREIRO 11
MARÇO 9 12 13
ABRIL
Reuniões Ordinárias do Conselho em 2016
DOMINGO SÁBADO DOMINGO 2ª FEIRA
10 * 11 * 12 * 17 * 18 24
6ª FEIRA
DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO (ONU)
SÁBADO
TU B’SHVAT
5ª FEIRA JEJUM DE ESTER DOMINGO PURIM 2ª FEIRA SHUSHAN PURIM 2ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA 2ª FEIRA 3ª FEIRA 2ª FEIRA
EREV PESSACH- 1º SEDER PESSACH- 2º SEDER PESSACH-2º DIA PESSACH- 7º DIA PESSACH- 8º DIA IZKOR IOM HASHOÁ- DIA DO HOLOCAUSTO
1
2ª FEIRA
2
3ª FEIRA
14 24 30 *31
DOMINGO 4ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA
IOM HAZIKARON - DIA DE LEMBRANÇA DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 69 ANOS LAG BAÔMER IOM IERUSHALAIM VÉSPERA DE SHAVUOT 1º DIA DE SHAVUOT
MAIO
* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS ** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES, FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS