ANO LVII
| Nยบ 651 | MAIO 2016 | I AR 5776
Israel, caminho para o futuro
HEBRAICA
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palavra do presidente
A construção do futuro Em 29 de novembro 1947, as Nações Unidas numa votação histórica (33 a favor, treze contra e dez abstenções) aprovaram a constituição do Estado de Israel. Em 14 de maio 1948, o primeiro-ministro David Ben-Gurion declarou a formação do novo Estado, seu governo e, ao mesmo tempo, decidiu como se defender dos sete países árabes que cercaram o novo e pequeno Estado. A guerra foi muito difícil e, vencê-la, foi quase um milagre. Apesar das dificuldades e das dúvidas quanto ao futuro o país se consolidou e, hoje, passados 68 anos, Israel é a única democracia na região, forte, moderno, avançado, o país com mais startups que toda a Europa, que exporta vinho para a França, flores para Holanda, caviar para Rússia, realiza as maiores descobertas da medicina, ajuda a salvar vidas ao redor do mundo, etc. A lista de atos e fatos é inesgotável. E aí lembro do que o presidente Shimon Peres, integrante do grupo de Ben-Gurion, me disse: “Pena que, na época, pensamos pequeno! Nunca imaginávamos que chegaríamos até aqui”. Esta frase sempre me acompanha e ainda mais nos dias de hoje, guardadas as devidas proporções, estamos na fase de tomar decisões importantes para o futuro da nossa querida Hebraica, que é a instalação de uma nova escola nas dependências do clube e que vamos receber de braços abertos. Como sempre, também venceremos este desafio de conciliar a existência de uma futura maior escola judaica laica com o funcionamento daquela que é considerada a maior instituição judaica fora de Israel. Podem ter certeza que estamos trabalhando dia e noite para alcançar a mais perfeita solução, correndo atrás de recursos, de doadores, de projetos, de estudos, pensando em como minimizar o impacto para nossos queridos sócios e fazer uma transição a mais tranquila possível. Nesse momento peço pessoalmente a cada um de vocês que tentem entender a importância para a coletividade judaica de São Paulo a vinda dessa escola para o futuro. O futuro se constrói com EDUCAÇÃO. E às vezes pequenos incômodos pessoais valem um mundo melhor. E para todos que nos ajudam, além do muito obrigado, vamos PENSAR GRANDE e deixar um duplo legado, na forma da maior e melhor escola dentro do maior e o melhor clube judaico para o futuro dos nossos filhos e de nossos netos e em nome dos nossos antepassados que, com certeza, aprovariam esse magnífico projeto. Chag Sameach Shalom Avi Gelberg
HOJE, PASSADOS 68 ANOS, ISRAEL É A ÚNICA DEMOCRACIA NA REGIÃO, FORTE, MODERNO, AVANÇADO, O PAÍS COM MAIS STARTUPS QUE TODA A
EUROPA,
QUE EXPORTA VINHO PARA A
FRANÇA, FLORES HOLANDA,
PARA
CAVIAR PARA
RÚSSIA, REALIZA AS MAIORES DESCOBERTAS DA MEDICINA E AJUDA A SALVAR VIDAS AO REDOR DO MUNDO
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sumário
HEBRAICA
HEBRAICA
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52 A PEÇA ZZZZEUS TEVE CASA CHEIA NAS QUATRO SESSÕES NO
TEATRO ANNE FRANK
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EX-COMPANHEIROS
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carta da redação
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7 dias na hebraica Acompanhe a programação de maio
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capa / iom haatzmaut O que fazem, pensam e sentem os brasileiros que acabam de imigrar para Israel? Publicamos também muitas, muitas páginas sobre a fundação do Estado de Israel.
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festa O Departamento Social prepara uma volta aos anos 80 no Centro Cívico
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curtas Os melhores momentos da vida social e cultural da Hebraica
DA TURMA
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fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade
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SE ENCONTRARAM EM ISRAEL
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juventude
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teatro Montagens de 2015 voltam com toda a força em 2016
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novos projetos A vice-presidência de Juventude promove mais oficinas e ativismo social
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curtas Na pauta, bullying na adolescência, caminhada, fotografia e oficina de canto
cultural + social
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iom haatzmaut Acompanhe o calendário de celebrações na Hebraica e na comunidade
DE GINÁSIO RENASCENÇA 1965
comunidade Os eventos comunitários mais significativos da cidade
58 FÁBIO ZUIN E MARCELO SOUFIA COMENTARÃO AS PROVAS DE TRAMPOLIM ACROBÁTICO E GINÁSTICA ARTÍSTICA DURANTE A OLIMPÍADA RIO 2016
fotos e fatos Os momentos mais marcantes do último mês
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esportes
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jogos macabeus escolares A Hebraica sediará a segunda edição do evento panamericano
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judô A equipe competitiva abriu 2016 com uma linda coleção de medalhas
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curtas Os destaques do xadrez, voleibol, futsal e polo aquático
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fotos e fatos Os momentos mais marcantes do último mês
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magazine
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olimpíada A presença da Hebraica nos Jogos Olímpicos 2016
comportamento Israel também vê o surgimento de novas formas de organização das famílias
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natação As últimas conquistas da modalidade em dois torneios
12 notícias As notícias mais quentes do universo israelense
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a palavra Afinal de contas, quem é o próximo a quem devemos amar?
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viagem Um passeio por Viena, a cidade dos sonhos e berço da psicanálise
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leituras A quantas anda o mercado das ideias?
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música Cinco dicas imperdíveis para relaxar e curtir em casa
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curta cultura Dicas para o leitor ficar ainda mais antenado
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lista Saiba quem é quem no Executivo da Hebraica
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carta da redação
Liberdade e independência Feliz o povo que tem tantas efemérides a comemorar. Nesse quesito, os judeus, por exemplo, não têm do que se queixar, pois entra mês, sai mês, e lá vêm festividades, comemorações ou celebrações, todas carregadas de simbologia, memória e história. Este mês temos, dia 5, Iom Hashoá (em homenagem aos mortos na Segunda Guerra), dia 11, Iom Hazikaron (que pranteia os mortos nas guerras em Israel), e dia 12, Iom Haatzmaut, dia da independência, como a demonstrar que nada foi em vão. Interessante que pouco depois de se comemorar a liberdade dos israelitas, expressa em Pessach, celebra-se a independência do Estado dos judeus em Iom Haatzmaut. E é exatamente Iom Haatzmaut o assunto desta edição, com a reportagem derivada da excelente ideia de Magali Boguchwal de colher os depoimentos e sentimentos dos novos imigrantes brasileiros. A rigor, as reportagens seguintes deveriam estar no “Magazine”, mas por questões editoriais não convém separar textos a respeito do mesmo tema. Por isso, eis aí as novas revelações a respeito do componente racista e antissemita do nazismo como uma das fontes inspiradoras do gran mufti de Jerusalém, Mohammed Amin al Husseini, a se insurgir contra a existência do Estado de Israel e provocar a guerra que se sucedeu à declaração. E também um texto do jornalista João Paulo Moralez, editor da revista especializada Asas, a respeito de como pilotos judeus, veteranos da Segunda Guerra, canibalizavam aviões inimigos abatidos e os transformavam em peças de combate. No “Magazine”, a reportagem do nosso correspondente Ariel Finguerman a respeito das novas famílias que se constituem em Israel sob a égide de uma legislação dúbia, mas reveladora de um Estado no qual se respeitam as decisões individuais. E na seção “A Palavra”, uma análise da expressão “amarás ao teu próximo...” Boa leitura. Shalom Bernardo Lerer – Diretor de Redação
ANO LVII | Nº 651 | MAIO 2016 | IAR 5776
DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l) PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE
SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE
CORRESPONDENTES ARIEL FINGUERMAN, ISRAEL FOTOGRAFIA FLÁVIO M. SANTOS GUSTAVO WALDMAN
GERCHMANN (COLABORAÇÃO)
FOTO CAPA AZRIELI TOWERS TEL AVIV, DE DANA FRIEDLANDER DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES
ALEX SANDRO M. LOPES
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calendário judaico ::
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PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.
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dom seg ter qua qui sex sáb
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A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO
“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800
BRASILEIRA
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Iom Haatzmaut Lag Baômer
Shavuot
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(Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTENBERG 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 1975 | HENRIQUE BOBROW (Z’l) - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | ABRAMO DOUEK 2012-2014 | PRESIDENTE AVI GELBERG
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capa | iom haatzmaut | por Magali Boguchwal
ISRAEL RECEBE MILHARES DE NOVOS IMIGRANTES ANUALMENTE E, EM 2015, O NÚMERO DE BRASILEIROS RECÉM-CHEGADOS DEMANDOU MAIS ESFORÇOS POR PARTE DAS ENTIDADES ENCARREGADAS DA ABSORÇÃO DOS OLIM
Cinco histórias de brazucas em Israel AO COMPLETAR 68 ANOS DE FUNDAÇÃO,
O ESTADO DE ISRAEL RECEBE UM NÚMERO CRESCENTE DE BRASILEIROS, SEJA COMO
PARTICIPANTES DE PROGRAMAS DE INTERCÂMBIO E
ESTUDOS, SEJA COMO NOVOS CIDADÃOS
P
ara Avi Gelberg, sabra residente no Brasil e presidente da Hebraica, o movimento em direção à aliá contém um elemento preocupante. “Claro que eu acho bom. Em algum momento também vou voltar para Israel com minha família, mas são as dificuldades atuais vividas pela comunidade que têm empurrado os
brasileiros e acho que devemos fazer algo a esse respeito, investindo e melhorando ainda mais o trabalho e as instituições comunitárias de apoio aos mais necessitados. Em todo o caso, é bom ler a respeito da felicidade dos amigos brasileiros em Israel”, comentou. A seguir, depoimentos desses modernos olim chadashim (“novos imigrantes”). “Te mando até quinta. Estou estudando e correndo atrás das coisas.” A frase é do médico ortopedista Sidney Schapiro, até final de 2014 vice-presidente Social e Cultural da Hebraica. Em março, embarcou com a mulher, Mônica, para Israel. Nada de turismo, desta vez: trancou o consultório, despediu-se dos amigos e mudou-se de mala e cuia, como se diz, para Israel. Foi ao encontro do filho, matriculado em uma universidade, e da filha adolescente, que participa de um programa para alunos do ensino médio. Mas a quinta-feira passou e nada de Sidney enviar respostas sobre as suas primeiras experiências em Israel. A razão da demora fica mais clara nas contribuições de outros quatro imigrantes recentes, que ilustram um pouco dos desafios enfrentados pelos brasileiros que se decidem pela aliá (“subida”, em hebraico). Eis as histórias do piloto Jairo Lichewitz, da empreendedora Marina Fayer, do ativista Marcos Susskind e da professora Ilana Schmukler. E, surpresa. No terceiro dia de Pessach, em pleno recesso escolar israelense, Sidney enviou as respostas, e isso mudou todo o corpo da matéria. Do título ao final.
O PILOTO LICHEWITZ REALIZA VOOS ESPECIAIS E DE AMBULÂNCIA AÉREA PARA A EUROPA
Novos ares para explorar J
airo e Florência Lichewitz, 39 anos e 37 anos, e as filhas Tammy, de 10 anos, Noa, de 6 anos, e Yael, 3 anos, estão entre os 486 brasileiros que imigraram em 2015. Um recorde, desde a fundação do país, segundo o Beit Olim – ONG criada há dois anos para auxiliar brasileiros recém-chegados. No Brasil, Jairo era piloto de linha aérea. “Voei dois anos na aviação executiva, três na Transbrasil e, por último, treze anos e meio na TAM, os últimos oito como comandante e instrutor de aeronaves Airbus A320”, contou o piloto pelo whatsapp. Segundo ele, a aliá era um sonho antigo, sempre adiado, mas em junho de 2015 o casal decidiu ir para Israel. “Nossa maior motivação sempre foi o sionismo e o pensamento em um futuro bom para nossas filhas”, escreveu. A família vive em Ra’anana, a quinze quilômetros de Tel Aviv . “A adaptação foi relativamente fácil. Contamos com ajuda dos brasileiros da cidade e também
dos meus irmãos, que apesar de morarem em outras cidades, sempre dão muito apoio. Olim brasileiros são muito bem vistos e recebidos em Israel.” Ele não percebeu diferenças nas facilidades oferecidas aos novos imigrantes em relação aos olim de outras origens. “Temos muitos amigos e conhecidos na mesma situação e, com paciência, vamos nos envolvendo e nos entrosando com a sociedade. Nossas filhas estão na escola, integradas e com amigas de sala de aula. Florência e eu continuamos estudando no Ulpan e trabalho como comandante em uma companhia de táxi aéreo, onde sou encarregado de voos VIP e de ambulância aérea, atendendo Europa, Ásia e Oriente Médio. Eu me considerava totalmente habilitado para voar, mas o dono da empresa sentou-se comigo e juntos revimos toda a nomenclatura técnica necessária”, contou. Naturalmente, o casal Lichewitz utiliza a tecnologia para manter contato com amigos e se manter atualizado a respeito do Brasil. Jairo é um entusiasta da aliá. “Recomendo firmemente aos que pensam em imigrar para Israel, pois este é nosso país, onde mesmo sendo brasileiros, nos sentimos em casa como judeus, porém temos de ter paciência e força de vontade para recomeçar uma vida nova”, avalia o piloto. >>
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capa | iom haatzmaut E o que você faz hoje? Faria o mesmo se estivesse no Brasil? Marina – Hoje trabalho como designer gráfico. Não sei se faria o mesmo se estivesse no Brasil. Acredito que não, pois não é minha profissão de formação. As empresas em Israel são mais abertas a receber profissionais mesmo sem um diploma específico. Isso pode ter algumas desvantagens, mas a grande vantagem é que, se não for medicina, engenharia ou outra profissão que exija profundo conhecimento, as pessoas estão mais livres para navegar entre áreas e encontrar parnassá (“sustento”) onde houver trabalho. Como você definiria sua situação hoje em relação à aliá? Valeu? Marina – Valeu a pena cada segundo. Todos os altos e altos e baixos. Aprendi muito, me desenvolvi e amadureci com todas as minhas experiências. Hoje sou uma sionista irremediável e muito orgulhosa do meu país e da minha escolha.
ADAPTAÇÃO DE MARINA FOI FACILITADA PELAS AMIGAS ORTODOXAS
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Terra das oportunidades M
arina Fayer participou do programa Masa, em 2013, aos 23 anos. Por e-mail, esta jovem, agora com 26 anos, residente em Tel Aviv, contou a respeito de como se adaptou em Israel. Um ano após a formação em marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (Espm), tinha dificuldade em arrumar emprego. “Caí no limbo de não poder mais fazer estágio por já estar formada e não ter experiência suficiente para ocupar uma vaga de iniciante. Viajei, e passados os cinco meses do programa, fiquei mais seis meses em Israel, passei três meses em São Paulo e fiz aliá em março de 2014.” A seguir, uma rápida entrevista com Marina. Hebraica – E como foi sua adapta-
ção ao país? Marina – Adaptar-se a uma nova cultura nunca é fácil. Cada desafio parece uma batalha, por falta de conhecimento da língua, da cultura ou das leis. Tive muita ajuda: quando estava aqui no programa do Masa, fui convidada por uma amiga para participar de shiurim (“aulas”) de Torá dadas por um rabino brasileiro para um grupo de brasileiras residentes em Tel Aviv. E essas meninas foram um porto seguro, me ajudaram em qualquer coisa que eu precisasse e sempre me incentivaram a fazer aliá. Por meio delas, conheci um pouco da comunidade brasileira por aqui e até hoje tenho contato. As comunidades de brasileiros pelo Facebook (como a do Beit Brasil, por exemplo) também ajudam muito.
Como a tecnologia ajuda a manter laços com o Brasil? Marina – A tecnologia é indispensável para combater a saudade da família. Com certeza, sem ela, a angústia da separação seria muito maior. Tenho contato constante com minha família e amigos – no Brasil e no mundo – e não trocaria isso por nada. Tenho muita sorte de viver em uma era em que isso é possível. O que você diria para alguém que pretenda fazer aliá? Marina – Venha! A verdade é que nunca existe a hora certa e nós nunca vamos estar prontos para uma mudança deste tamanho, mas cada um que chega aqui é uma alegria a mais. Os desafios são grandes, mas sempre há uma mão amiga para ajudar nas dificuldades. Aqui você nunca está sozinho: até o motorista de táxi pergunta se você tem onde passar o seder de Pessach. E o que dizem a respeito dos israelenses é bem verdade: eles são duros e objetivos, mas é só alguém estar em alguma dificuldade que eles movem mundos e fundos para ajudar. Vale a pena viver em Israel.
O eterno retorno A
parentemente, Marcos L. Susskind, 67 anos, não tinha porque mudar de vida e país. Primeiro, foi executivo em uma multinacional, depois dedicou-se ao ramo de seguros. Paralelamente, atuou (e ainda atua) na prevenção ao abuso de álcool e drogas e na recuperação de dependentes químicos. É membro fundador da International Task Force on Strategic Drug Policy (Força Tarefa de Política Estratégica Antidrogas) e membro da Drug Free America. Foi diretor da ONG Amor Exigente e fundou a JACS/Brasil. “Sempre fui sionista e ativo em entidades comunitárias. O sonho da aliá sempre esteve presente e não se realizou antes apenas por razões familiares. Chegamos em junho de 2015”, explica. Diferentemente de outros olim, ele fixou-se em Holon, onde nos arredores não há um centro de absorção. “A escolha de Holon foi obra divina. Em 2014 viemos procurar onde viver, tendo como principais escolhas Natania, Bat Yam e
a região norte de Tel Aviv. Infelizmente, minha mulher Léia sofreu um grave acidente doméstico e teve de ficar em repouso cerca de vinte dias. Uma amiga brasileira, residente em Holon, sugeriu sair do hotel e ir para a casa dela. Enquanto Léia repousava, eu saía para espairecer e me apaixonei pelo local. Deixamos de procurar outros lugares e optamos por esta linda e acolhedora cidade”, conta. O depoimento de Marcos corrobora outros de que não se discriminam os brasileiros em Israel. “Nenhuma discriminação. Ao contrário, sinto que nos admiram, a mim, e todos os outros olim, de nos reinventarmos nessa etapa da vida. Claro que o domínio da língua tem uma influência básica nisto”, garante. Marcos é guia de turismo. “Formei-me na juventude, quando fui bolsista da Universidade Hebraica, onde estudei arqueologia” explica. “Fui abençoado com facilidade para línguas e – naquela época – aprendi o hebraico que sempre con-
MARCOS E A MULHER, LEIA, SE ENCANTARAM COM A RECEPTIVIDADE DE HOLON
servei, conversando ou lendo.” A fluência no idioma e o ativismo social ampliou o círculo de amizades de Susskind. “Convivo igualmente com brasileiros e israelenses, alguns dos quais colegas de universidade que reencontrei. Além disso, fazer o bem traz recompensas inesperadas. No Brasil, sempre abrimos nossa casa a jovens mochileiros de Israel estabelecendo como única condição que tivessem servido a tzavá (‘exército israelense’). Nas festas do calendário judaico vários deles mantinham algum contato por telefone ou e-mail. Os pais de dois deles se revelaram excelentes novos e tão próximos amigos como se nos conhecêssemos há décadas”, descreve. A respeito da aliá, Marcos é realista. “Não me iludo, há muitas dificuldades. Existem a tremenda burocracia, horários de atendimento ilógicos e o serviço médico é lento. Mas há coisas maravilhosas, programas para todas as idades, voluntários para ajudar em tudo – desde preencher formulário até obter uma cadeira de rodas ou indicar academia de ginástica. Acho que sem conhecer o hebraico seria bem mais difícil, mas nos sentimos em casa.” E mesmo imerso no cotidiano israelense, Marcos está atento aos acontecimentos no Brasil. “A tecnologia nos coloca onde quisermos estar. Acompanho com interesse tudo o que ocorre no Brasil, o que reforça minha decisão de permanecer em Israel. Por meio do whatsapp, e-mail e do Facebook ficamos conectados a amigos e familiares. E tem o contato instantâneo pelo Skype. Graças à tecnologia, interajo com a imprensa, mando informações e reações aos artigos de jornal e tv. Enfim, me mantenho próximo, menos daqueles que preferem estar distantes de mim”, conclui. Como recado para quem, como ele, sonha em fazer aliá, reforça: “Primeiro, preparem-se para grandes mudanças. Aqui não tem mordomia em casa, no hospital, banco, no táxi. Você vai ter de se virar – e qualquer ajuda externa custa muito caro. Esqueça o padrão de vida classe média de Terceiro Mundo, pois nem a classe alta daqui >>
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capa | iom haatzmaut >> dispõe dessas facilidades. Segundo, crie um imenso poço de paciência. O israelense é levantino – não respeita fila, é pouco cooperativo, é irritadiço e nasce com as duas mãos apertando a buzina. Terceiro, prepare-se para um custo de vida bem mais alto. Não era assim, quando preparamos a aliá, mas a desvalorização do dólar no Brasil mudou a equação”, alerta. “Por outro lado, analise as vantagens. É indescritível a sensação de andar sem medo na rua a qualquer hora do dia ou da noite, por mais escura que esteja. (E em Holon não há nenhuma rua escura). O país vive o pleno emprego, consegue-se trabalho imediatamente. A diversidade de culturas permite comer, onde for, qualquer tipo de comida – argentina, americana, italiana, marroquina, etíope, sul-africana, etc. Culturalmente não creio existir lugar melhor. Em qualquer aldeia, vila ou cidade há teatro, cinema, palestras, cursos, centros de voluntariado, clubes de bridge. Na minha idade, posso ter atividade de segunda a segunda, das 8 às 22 horas, sem interrupção. Seja uma palestra sobre a vida judaica no shtetl europeu, uma apresentação da sinfônica, um debate a respeito de arte, uma palestra sobre a fé, um curso de primeiros socorros, uma peça que discute a ruptura entre religião e secularismo... O céu é o limite. Também há muitos passeios e visitas guiadas a museus de todo tipo – arte, história, vestimenta, guerra, inovação, tecnologia.” Este mês, ele conhecerá o primeiro Iom Haatzmaut como olê chadash (“novo imigrante”). “Estou curioso. Já adorei presenciar o período que precede Pessach. Lojas abarrotadas, produtos de todo o mundo, vizinhos pintando as casas, trocando móveis, lavando cortinas, trabalhando nos jardins. Viver Pessach mostrou como os costumes da festa estão arraigados, porque essas atividades envolvem dos mais religiosos aos mais seculares; dos mais velhos aos mais jovens, todo mundo reiniciando algo. Até eu”, compara.
Busca de uma nova forma de viver N
o Brasil, Sidney Schapiro conciliava a vida profissional com o ativismo social. Na entrevista a seguir, mostra que em breve, fará o mesmo em Israel. Hebraica – Por que um médico, com carreira estabelecida no Brasil, arruma as malas e recomeça em Israel? Schapiro – Não é fácil, mas há muito venho pensando nisso. Sou brasileiro em todos os aspectos, mas a política do “ter para ser”, praticada a qualquer custo no Brasil, há muito me incomoda. Creio no ser, na cidadania, em códigos de ética adequados. Em 2000, durante dezoito horas fui refém de um sequestro, e senti que minha mulher temia a volta dos bandidos quanto a polícia. De há muito nossa segurança, baseada em “direitos humanos” falha com a sociedade cada vez mais enjau-
SCHAPIRO ENFRENTA MUITO
lada em casa. O nível da educação, tanto de berço quanto a institucional, vem caindo a níveis estarrecedores. Na saúde, um caos… Não era isso que eu vislumbrava para os meus filhos. Com o passar dos anos, o sionismo e o judaísmo arraigados desde a infância foram brotando e quando minha filha Amanda, de 16 anos, decidiu, há um ano e meio se engajar no projeto Naalé (ensino médio em Israel), teve meu apoio e o fruto desse apoio foi nossa aliá. Nos dois últimos anos fui a Israel e entendi o processo ao qual teria de me submeter para aprimorar o hebraico e legalizar o exercício da profissão. Como Israel recebe um casal de adultos como vocês? Existe algum serviço de apoio, orientação para encontrar moradia, emprego?
ESFORÇO PARA EXERCER A PROFISSÃO MÉDICA EM ISRAEL
Schapiro – Mesmo tendo iniciado o processo antes da aliá propriamente dita, é preciso alguns meses até começar a exercer a profissão. Moramos no centro de absorção de Ra’anana, com aluguel barato e pequeno apoio financeiro do governo. Muito bem recebidos, estudamos no Ulpan, enquanto vou trabalhando a burocracia da profissão. Minha mulher trabalha meio período numa loja de roupas infantis e aprimora o hebraico comum. Com o aumento da aliá de brasileiros temos apoio dos voluntários do Beit Brasil, na orientação como olim chadashim. O Beit Brasil é uma ONG que ajuda brasileiros recém-chegados a Israel e também a formar e apoiar comunidades que aqui se estabelecem. Meu plano é em breve me engajar nesse projeto. Existe alguma dificuldade por vocês virem do Brasil ou terem já família formada? Schapiro – Dificuldades sempre haverá, e foi a família que nos fez vir a Israel. Além da minha filha, meu filho, Fábio, 19 anos, também não estava feliz com a situação do Brasil, veio para o Masa. Ambos moram em kibutzim, ligados às escolas e nos encontramos nos finais de semana. A Agência Judaica em São Paulo, comandada por Revital Poleg, faz um excelente trabalho na orientação e direcionamento da família. Qual é a sua maior dificuldade como olê chadash e a sua maior alegria nessa primeira fase de adaptação? Schapiro – Não falo por mim, mas vejo que a grande dificuldade do olé chadash é entender que ao fazer aliá, ele deve deixar os padrões estabelecidos para traz e buscar uma nova forma de viver, com mais simplicidade, mas com muita qualidade. O “ter” deve ser deixado de lado e a busca do “ser” deve ser embasada em outros padrões. Aqui o “ter” tem a ver com a existência de Eretz Israel, a família e as tradições. O resto, deixa a vida te levar.
ILANA (E) EM COMPANHIA DE DUAS COLEGAS NO ENSAIO DO CORAL, EM KFAR SABA
Porque nunca é tarde... M
eu nome é Elena Schmukler, mas todo mundo, no Brasil, me conhece por “morá Ilana”. De fato, como eu digo, “uma vez morá – sempre serei morá”! E Ilana, meu nome em hebraico moderno, acompanha minha carreira pedagógica na Argentina e no Brasil por, nada menos, que quase cinquenta anos. Hoje continuo sendo morá, com muito orgulho, aqui, em Kfar Saba, Israel. Mudei de endereço, mas não de profissão, há pouco mais de três anos. Coisas da vida – de pronto, você fica sem marido, com a maior parte da família do outro lado do mundo, numa cidade na qual é quase impossível visitar a filha e netos que moram no outro extremo sem condução própria… Então senti a solidão e percebi que “meu nome era trabalho”! Meu processo de aliá começou no dia 17 de outubro de 2012 e desembarquei no aeroporto Ben-Gurion, Israel, no dia 30 de dezembro de 2012. Aos 66 anos, mudei de eixo e de estilo de vida totalmente. A minha sorte e meu capital levei comigo: sorte de ter duas filhas, genros e netos que me brindaram ao chegar com tudo o que eu precisava; sorte de ter uma filha em São Paulo me apoiando na mudança; e um capital de três línguas
completas e ativas para poder reiniciar minha carreira profissional em Israel – hebraico, espanhol e português. De fato, como minha energia era enorme e minha vontade de me adaptar e recomeçar a vida me impulsionava, ofereci-me para dar aulas particulares de hebraico a olim chadashim com dificuldades de todo tipo. Foi assim, aproximando-me das pessoas que estavam atravessando pelo mesmo que eu passei, que consegui uma carteira de alunos da qual tenho hoje muito orgulho. Hoje leciono hebraico, espanhol e português e, como bem diz uma das minhas filhas, “minha mãe está mais ocupada do que eu, que trabalho o dia todo!” A parte social foi preenchida aos poucos. Frequentadores do country club lentamente começaram a reparar em mim e a conversar, cada vez mais. Minha paixão por cantar me levou a procurar algum coral. Entrei num coral de hispano-falantes, no qual o pianista é o único israelense, mas já domina o espanhol! Apresentações mensais propiciaram-me pertinência ao grupo e há uma certa camaradagem por compartilhar a mesma cultura (argentino-brasileira) e a língua. (Depoimento de Ilana Schmukler) >>
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capa | iom haatzmaut | por Miriam Sanger * >>
Meu Brasil Raananil MIRIAM SANGER, NASCIDA EM RECIFE MAS DE SANGUE PAULISTANO,
FORMOU-SE EM JORNALISMO EM 1991 PELA FACULDADE CÁSPER LÍBERO.
CHEGOU A ISRAEL EM JULHO DE 2012 E VIVE COM A FILHA PRÉ-ADOLESCENTE EM RA’ANANA, NO CENTRO DO PAÍS
N
ão se zanguem, não se exaltem: chamo Ra’anana de subúrbio porque, aos olhos de alguém chegada de São Paulo (como eu), a cidade é um “suburb”, no sentido inglês da palavra. As ruazinhas desertas à noite, as calçadas floridas, o bando de criancinhas rodando por aí em bikes durante as manhãs, tudo isso remete a essa ideia. Agora, além de suburbana, me parece que Ra’anana está subitamente se transformando no quintal brasileiro em Israel. Eu, com meus poucos anos por aqui, senti isso claramente a partir deste último – e repare que, ao chegar, deparei com uma então pequeníssima comunidade formada por famílias que se contavam em duas mãos. Ouvi recentemente de uma brasileira que está há mais de vinte anos que nunca imaginou ver um grupo tão grande de brazucas concen-
trado aqui. Pois assim é – não estou falhando em minha impressão. Em março, pela primeira vez, alguns brasileiros coordenaram a produção do primeiro Kabalat Shabat, seguido de um jantar, 100% brazuca da história de Ra’anana. O rabino que conduziu a reza, e depois os agradecimentos e discursos, estava estupefato: “Quando me propuseram a ideia, achei que não haveria gente suficiente para isso – e faltou lugar”, disse, obviamente feliz (é o único rabino que fala português por aqui). Encerraram as inscrições para o evento com 240 participantes. Houve lista de espera, que não foi atendida. Uma das duas sinagogas do Chabad da cidade já percebeu o potencial desse público, e estão “correndo por fora”. Em Purim, houve como sempre vários horários de leitura da Megilat Esther. Um,
no entanto, foi claramente dedicado aos brasileiros (com direito a mensagem no whatsapp e tudo o mais), que por sua vez combinaram de aparecer vestidos com camisetas da seleção de futebol. Espera-se repetir o sucesso em Pessach, com um seder exclusivo para o público brasileiro. Não duvido nada que o rabino dessa sinagoga – um cara carismático e que tem tudo a ver com os brazucas – já esteja tentando imaginar como fará para aprender logo o português. Pelo menos a oferta de professor não faltará. Segundo as estatísticas da Agência Judaica, a primeira cidade escolhida dos olim brasileiros é Jerusalém e a segunda é Tel Aviv. Isso é como dizer que imigrantes recém-chegados ao Brasil preferem se instalar no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Óbvio dos óbvios. O que parece difícil de entender é que a terceira cidade mais procurada seja Ra’anana, ou seja, algo como São José dos Campos ou Santa Rita do Passa Quatro. Assim, porque será que toda essa brava gente brasileira vem parar por aqui? Será que é por causa do “verde-bandeira-brasileira” da logomarca da cidade? Ra’anana está a quinze quilômetros de Tel Aviv, o que significa pelo menos uma hora e quinze de viagem de ônibus ou de carro. Não tem praia nem montanha. O custo de vida é alto, cada vez mais. Não tem uma grande oferta de em-
A contribuição da repórter Esta matéria tem tudo a ver com o tempo. Embora Israel complete 68 anos em 2016, a proposta era apurar quem integra a nova onda de aliá do Brasil. E para isso, o fuso horário é fundamental. Enquanto se almoça no Brasil, os israelenses jantam e prontos para relaxar. E lá chega o post da jornalista brasileira pedindo depoimentos, fotos, informações. E surpreendentemente, há israelenses que dormem tarde e respondem aos comentários frutos da solidão e ansiedade. Lia Strauch, viúva do saudoso Eliézer Strauch, editor da também saudosa revista Shalom, desobedeceu as ordens médicas e respondeu à curiosidade sobre o que estariam fazendo os olim chadashim brasileiros às 15 horas de um domingo. “Muitos estão trabalhando como ajudantes de professora de jardim-da-infância (ganenet), limpadores de casas, qualquer tipo de trabalho que lhes dê a chance de aprender o hebraico e se integrar à vida de Israel. Outros estão mais estabelecidos no campo do high tech, e a maioria feliz por estar aqui.” Lia fez aliá em 1969 e saúda os novos olim com algum ceticismo. “Acho que esses novos olim trarão benefícios ao país se aceitaram os trancos e barrancos de uma aliá. Como na maioria são jovens e sedentos de vencer, acredito que terão êxito, mas existem aqueles para os quais se a situação no Brasil melhorar, não hesitarão em voltar, da mesma forma como aconteceu com a imigração de judeus do Chile. Quando Pinochet caiu, os chilenos se foram.” Só o tempo dirá. (M. B.)
pregos nem boa disponibilidade de imóveis para aluguel ou compra. Não tem vista bonita. Tem, sim, um centro de absorção com Ulpan – muito embora o valor do aluguel de um apartamento nessa espécie de “Cohab” governamental seja o mais alto do país e tenha uma longa lista de espera. Mais do que isso: a ONG Beit Brasil, que apoia os olim brasileiros, divulgou recentemente que centro de absorção (merkaz klitá) de Ra’anana está lotado até dezembro. A cidade tem boas escolas, ótima qualidade de vida, bom gerenciamento municipal, uma população que quase não parece israelense, para quem considera que isso seja uma vantagem (predominam europeus, sul-africanos e americanos). E tem brasileiros, alguns deles operando como voluntários que se esforçam em apoiar os recém-chegados, sejam coordenados pela ONG Beit Brasil (cujo diretor vive aqui em Ra’anana), seja atuando espontaneamente. Assim, fico com a hipótese de que o maior charme da suburbana Ra’anana seja esse: os brazucas daqui. A atração funciona. Um familiar traz o outro, um amigo chama o outro, a comunidade vai ganhando expressão. O chato é que essa mamata de cair em um local que te oferece uma “rede de proteção” inicial (o conforto de contar com a solidariedade de outros imigrantes, de ouvir a própria lingua, de matricular os filhos em escolas onde outras crianças brasileiras já estudam, etc.) tem um preço que, ô droga, está ficando cada vez mais alto. E no momento em que a lua-de-mel com a aliá passa e a ajuda do governo acaba, cai-se na real (ou no shekel) e fica chato, e às vezes inviável, ter de lidar com um dos custos de vida mais altos de Israel. No entanto, deixar a cidade significa quase começar tudo de novo: a readaptação dos filhos em uma nova escola, o novo descobrimento de onde fica o quê e por aí vai. Quase uma segunda aliá que, por vezes, parece mais complicada do que a volta ao Brasil. Acompanho com alguma frequência os posts em páginas de grupos de brasileiros no Facebook, e agora está meio clara a onda de incentivar o “pessuba” a
VISTA AÉREA DE RA’ANANA
se direcionar a outras cidades mais baratas e que oferecem estímulos para imigrantes, saídos dos bolsos municipais. Só vejo pontos positivos nisso. Afinal, a formação de “guetos” é natural e atende à necessidade humana de, ao chegar a um lugar estranho, encontrar seu canto e sua turma, pelo menos até que tenha forças para alçar voo solo. A questão é que esse voo solo pode nunca vir a acontecer. O que é, aliás, uma pena, já que esse deveria ser o grande barato: inserir-se na comunidade local. Uma lista de valores de imóvel em diferentes cidades de Israel foi divulgada pelo Beit Brasil e, pasmem, comprar imóvel em Ra’anana está, em ordem decrescente de valor, em segundo lugar da lista, antecedida apenas pela disputadíssima Tel Aviv. Segundo o post, um imóvel de oitenta metros quadrados no meu suburb adorado custa dois milhões de shekels, o mesmo valor de Jerusalém. Em Kfar Saba, vizinha de porta, cai para 1,5 milhões. Quem topa ir para Karmiel, onde também há um centro de absorção e, por isso, muitos imigrantes, vai pagar por um apê assim em torno de 900 mil, pouco menos do que os 995 mil de Haifa, terceira maior cidade do país. Aluguel também é uma tristeza
em Ra’anana, com o custo de 52 shekels por metro quadrado, contra 31 shekels de Karmiel ou 46 shekels de Natânia, o point da francesada. Não é mole não, ainda mais em tempos em que o real equivale ao shekel e assim, quem conta com alguma renda vinda do Brasil, sofre um bocado com a conversão. Você pode obter mais detalhes sobre esse tema no artigo que Amir Szuster escreveu nesse artigo do Conexão (http:// www.conexaoisrael.org/o-real-valor-do-shekel/2015-10-03/amir). Enfim, novos tempos em Ra’anana. Ouve-se português por todo canto. São massagistas, manicures, psicólogos, fisioterapeutas, advogados e médicos brasileiros, o que é uma incrível mão na roda em um momento inicial. No entanto, como essa aliá é bastante motivada pela crise financeira e pela insegurança do futuro da pátria tupiniquim, não se vê a expansão de negócios montados por essa comunidade (ao contrário do que está acontecendo com os imigrantes franceses, que multiplicam o número de bistrôs e lojinhas com dizeres em francês). Sem direito a beijinho no ombro e que tais. * Texto originalmente publicado no website www.conexaoisrael.org >>
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capa | iom haatzmaut | João Paulo Moralez*
Spitfires sobre Massada NA GUERRA DE INDEPENDÊNCIA DE 1948, O RECÉM-PROCLAMADO ESTADO DE ISRAEL TINHA UM PUNHADO DE CAÇAS PARA ENFRENTAR OS ATAQUES AÉREOS SÍRIOS E EGÍPCIOS. POR IRONIA DO DESTINO, ERA UMA VARIANTE TCHECA E PIORADA DO CAÇA ALEMÃO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL MESSERSCHMITT BF-109G – QUE NÃO ERA PÁREO PARA OS PODEROSOS SUPERMARINE SPITFIRE EGÍPCIOS, DE FABRICAÇÃO BRITÂNICA. QUIS O DESTINO, PORÉM, MUDAR O EQUILÍBRIO DA BALANÇA NAQUELE DECISIVO CONFLITO PARA A HISTÓRIA MODERNA DE ISRAEL
A
Segunda Guerra Mundial mal havia terminado e o mundo ainda estava em choque ao conhecer as atrocidades que a política de extermínio de Adolf Hitler havia cometido contra milhões de judeus em toda a Europa. E mal se calaram os canhões na Europa, o mundo já estava inserido na Guerra Fria, com o planeta bipolarizado entre comunismo e o capitalismo. Foi neste cenário ambíguo que a recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU) determinou, por meio da Resolução 181, em 29 de outubro de 1947, a partilha da Pa-
ACIMA, DAVID BEN-GURION SE REÚNE COM PILOTOS DA FORÇA AÉREA; (D) OS DESTROÇOS DO SPITFIRE EGÍPCIO EM UMA PRAIA DAS CERCANIAS DE TEL AVIV
lestina com a criação de um Estado árabe e um judeu. Aquela, sem dúvida, foi uma tentativa ousada para, enfim, colocar um verdadeiro ponto final na tão delicada questão do Oriente Médio. O documento sugeria também o fim do Mandato Britânico na Palestina. O Reino Unido concordou, e a data seria 15 de maio de 1948. Um dia antes, David Ben-Gurion declarou a independência do Estado de Israel, tornando-se assim o pioneiro primeiro-ministro da nova nação. Mas, já no dia seguinte, conforme alardeado aos quatro cantos do mundo pelos árabes, Egito, Iraque, Síria, Líbano e a então Transjordânia, invadiram a Palestina com a missão de varrer os judeus daquela região. O caminho, outra vez, foi a guerra. No dia 15, enquanto seguiam as invasões por terra, a Força Aérea do Egito (FAE) realizou um reide com seus Spitfire Mk.IX, atacando posições civis e militares em Tel Aviv, junto com alguns bimotores de transporte Douglas C-47 “convertidos” em bombardeiros. A FAE rumou para o aeródromo de Sde Dov, onde estavam os aviões do fraco e minúsculo Sherut Avir (Serviço Aéreo) de Israel. Muitas aeronaves foram destruídas pelos egípcios. Nesta ação, no entanto, a artilharia antiaérea de Israel derrubou um Spitfire pilotado pelo tenente aviador Mahmoud Barakat, na praia de Herzliya, próximo à Sde Dov. Forças israelenses foram imedia-
tamente para o local da queda e conseguiram capturar o caça abatido. Assim começaria a aventura do “Spit” em Israel. As Fênix de David Com o fim do mandato do Reino Unido na Palestina, a Royal Air Force (RAF, força aérea britânica) abandonou em alguns aeródromos uma grande quantidade de equipamentos indisponíveis para o uso, incluindo três seções de fuselagens de Spitfire Mk.IX. Um desses locais era a Base Aérea de Ein-Shemer, no norte da Palestina, local onde os israelenses se apossaram das sucatas dando início a um audacioso projeto. Corria o mês de junho e a recém-formada Cheil Ha’Avir (Força Aérea de Israel, FAI, antiga Sherut Avir) trabalhava arduamente na construção de um “novo” Spitfire juntando as sobras deixadas pela RAF em Ein Shemer mais o presente que literalmente caiu dos céus mandado pelos egípcios – o tal “Spit” do tenente aviador Mahmoud Barakat. Na fuselagem do Spitfire de registro EN661 (uma versão para reconhecimento fotográfico e sem os armamentos), e um daqueles abandonados pelos britânicos, os israelenses juntaram alguns elementos vitais para fazê-lo funcionar canibalizados do Spitfire do tenente aviador Mahmoud Barakat. Mas ainda faltavam alguns componentes
que chegaram em 22 de maio. Naquele dia, o Egito organizou um poderoso ataque contra a Base Aérea de Ramat David, acreditando que o local caíra em mãos dos israelenses. Entretanto, mesmo com o fim do Mandato Britânico na Palestina, a RAF manteve algumas dezenas de aviões, por mais alguns dias na região, para dar apoio às últimas tropas que se retiravam dali. Sem saber que se tratava dos britânicos, os egípcios destruíram vários aviões em solo, mas perderam cinco Spitfire nas ações. Aquela foi uma excelente oportunidade, pois aproveitando-se da distração dos britânicos, os israelenses conseguiram capturar alguns aviões e obter o restante das peças para o EN661. Retomou-se o trabalho de reconstrução do caça, o que só foi possível porque muitos dos militares de Israel serviram na RAF durante Segunda Guerra Mundial, e assim tinham larga experiência na operação com os Spitfire. Em meados de julho o D-130, o novo prefixo do então EN661 e já com matrícula israelense, estava pronto para o primeiro voo de testes. Nenhum dos pilotos do Esquadrão 101 da FAI queria pilotá-lo, por não confiarem nos trabalhos dos próprios mecânicos da força aérea, pois não dispunham nem mesmo dos manuais técnicos do fabricante. Boris Senior topou o desafio e fez com
êxito o voo de teste com o Spitfire, em 23 de julho de 1948. O avião recebeu dois canhões de 20 mm e, depois, foi novamente convertido pelos israelenses para fazer fotografias em voo. O D-130 foi rematriculado para 2001 e recebeu o código-rádio “10”. O segundo Spitfire de Israel foi obtido da mesma forma que o D-130. Usando outra fuselagem obtida em Ein-Shemer, o exemplar da RAF de registro RG-W, os israelenses aproveitaram as peças dos demais exemplares egípcios capturados em Ramat David. Primeiro recebeu a matrícula D-131 e, depois, em outubro de 1948, foi rematriculado para 2002 e o código-rádio era o “Preto 11”. O seu voo inaugural aconteceu ainda naquele mês. A chegada desses dois aviões ajudou em muito Israel nas várias missões de combate. Muitos outros exemplares foram adquiridos diretamente da antiga Tchecoslováquia, e graças a autorização dada por Stalin. Em lotes os aviões chegaram voando em Israel depois de cumprir uma rota superior a 1.600 quilômetros. Aquele foi outro ato heroico feito pelo povo de Israel. Para os jovens que tripulavam os aviões, qualquer sacrifício valeria a pena para defender o país e garantir a sobrevivência. E, felizmente, nada disso foi em vão. * Editor da revista Asas >>
(E) PILOTOS PREPARAM UM QUADRIMOTOR JÁ DEPOIS DA GUERRA DE 1948; ACIMA, LOU LENART, O PRIMEIRO À ESQUERDA, COMANDANTE DA ESQUADRILHA DE QUATRO AVIÕES
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capa | iom haatzmaut | Bernardo Lerer *
O nazismo e o conflito no Oriente Médio O TEXTO A SEGUIR MOSTRA COMO A PROPAGANDA E O FINANCIAMENTO NAZISTAS CONTAMINARAM AS JÁ TENSAS RELAÇÕES ENTRE JUDEUS E
ÁRABES NOS ANOS QUE ANTECEDERAM A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL,
EM 1948, ATRAVÉS DA INFLUÊNCIA DO CONTROVERSO MUFTI (INTÉRPRETE DAS LEIS ISLÂMICAS) DE JERUSALÉM HAJJ AMIN AL-HUSSEINI
E
m 29 de novembro de 1947, as Nações Unidas aprovaram a Resolução 181 que dividia a Palestina em Estado judeu e Estado árabe, com Jerusalém sob controle internacional. No dia seguinte, três ataques de árabes palestinos mataram oito judeus. Começava a guerra que durou um ano para impedir a aplicação da resolução da ONU. Na tarde de 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion proclamou a independência do Estado de Israel e à meia-noite o país foi invadido pela Síria, Líbano, Transjordânia e Egito. Morreram cerca de seis mil judeus e um número desconhecido de árabes até os primeiros acordos de cessar-fogo, no início de 1949, serem assinados. A dimensão e o significado da propaganda antissemita nazista dirigida ao mundo árabe e o papel do mufti de Jerusalém, Hajj Amin al-Husseini, e da Irmandade Muçulmana, sugerem que os árabes preferiram este caminho. A frase de um primo do mufti, Jamal el-Husseini, segundo a qual “os árabes não são antissemitas, mas antissionistas” não convence. Então qual a relação entre a Segunda Guerra, o nazismo e a subsequente guerra árabe contra Israel? No início de 1948, o The Middle East Journal escreveu: “Mesmo os árabes que sinceramente esperavam um eventual entendimento com os judeus da Palestina não podiam ver qualquer base razoável para concordar com um esquema de partilha”. Os árabes se consideraram traídos pelo acordo secreto Sykes-Picot de 1916, pelo qual Grã-Bretanha e França dividiram o Oriente Médio em zonas de influência, ignorando as lu-
tas de independência dos países da região. Depois da Segunda Guerra, diz o mesmo Middle East Journal que a “Palestina tornou-se o teste de independência dos árabes; render-se significaria uma repetição da derrota deles após a Primeira Guerra”. Mais controverso, no entanto, foi o uso de força militar para impedir uma solução de dois Estados. Em 1947, a maioria dos árabes vivendo sob o Mandato Britânico da Palestina era contrária à guerra. Milhares trabalhavam em empreendimentos de judeus e conheciam o poderio bélico sionista. Em fevereiro de 1948, Ben-Gurion disse que “a maioria dos árabes palestinos não quis, e não quer ser arrastada à luta”. De fato, em alguns casos os árabes até ajudaram combatentes judeus. Egito, Arábia Saudita, Transjordânia, Síria, Iêmen e Iraque não queriam guerrear. Para os egípcios só a partilha era uma solução aceitável para a questão da Palestina. Tanto que Egito e Arábia Saudita e a Liga Árabe rejeitaram a intervenção militar. A criação de centros de recrutamento para guerrilheiros voluntários na Palestina não funcionou. E em fevereiro de 1948, o secretário-geral da Liga Árabe, Abd al-Rahman Azzam, dizia que o conflito na Palestina é “uma guerra civil para a qual somente iriam enviar tropas regulares se exércitos estrangeiros se envolvessem e implementassem a partilha pela força”. O apoio internacional à partilha justificava a precaução. Alguns líderes árabes admitiam o Plano de Partilha, a saber o rei Abdullah da então Transjordânia: “Dividir a Palestina era a única solução viável para o conflito” e o secretário-geral da Liga Árabe, Abd al-Rahman Azzam, de acordo com a Agência Judaica, em agosto de 1946, “para ele só havia uma solução, e essa era a partilha... Mas como secretário da Liga Árabe ele não poderia aparecer perante os árabes apoiando uma proposta assim”. Portanto, “diante dos árabes”, a posição de Azzam era oposta. Em público, o mundo árabe estava unido contra a partilha, mas dividido quanto a uma guerra regular. Então, por
O MUFTI DE JERUSALÉM, POUCO ANTES DE ENCONTRAR OFICIAIS NAZISTAS, EM NOVEMBRO DE 1943
que aconteceu a guerra? E por que prevaleceu a proposta mais radical, a do mufti Hajj Amin el-Husseini? Preparativos para a guerra Em 28 de novembro de 1941, o mufti de Jerusalém visitou Berlim, e ouviu Hitler dizer que, com a Wehrmacht nos limites do sul do Cáucaso, “o principal objetivo da Alemanha, além dos campos de petróleo, seria a destruição do elemento judeu residente no Oriente Médio”. No entanto, em 1944, a derrota iminente fez os nazistas pensar no pós-guerra e no projeto de evitar o surgimento de um Estado judeu como se lê nas memórias do mufti: Em 1944, “a Alemanha concordou em nos fornecer armas para as tarefas que se aproximam, e, para isso, construiu um grande armazém com armas leves adequadas para ações de guerrilha... Além disso, as autoridades puseram à nossa disposição quatro aviões leves, quatro quadrimotores para transportar material de guerra para a Palestina, para ar-
mazenar em abrigos secretos, para formar combatentes palestinos e prepará-los para as batalhas que se seguiriam”. O material incluía “dezenas de milhares de rifles, metralhadoras e armas leves e grande quantidade de equipamentos e munições”. Em outubro de 1944, cinco paraquedistas em uniformes alemães desceram no Vale do Jordão para esconder armas lançadas pela Luftwaffe. Pode ter sido um evento isolado, mas indica uma ligação entre o esforço de guerra nazista e a luta pela Palestina. Um dos paraquedistas era Ali Salameh, major da Wehrmacht, que durante a guerra 1947-1948 comandou o exército da jihad do mufti (al-jihad al-muqaddas), e seu assessor era outro oficial da Wehrmacht. E o mais famoso comandante do exército da jihad e seu líder em Jerusalém, Abd al-Qadir el-Husseini, também fora colaborador nazista e integrava um agrupamento pró-nazista em Bagdá. Um força de voluntários, o Exército de Libertação Árabe patrocinado pela
Liga Árabe, era liderado por outro ex-oficial da Wehrmacht, Fawzi el-Kawkji e quadros importantes do seu quartel-general eram ocupados por membros da antiga Wehrmacht alemã principalmente ex-soldados do Afrika Corps de Rommel, fugitivos de campos de prisioneiros egípcios ou iugoslavos e albaneses muçulmanos de uma brigada do mufti pró-alemã. Esses voluntários até cantavam Die Fahne Hoch [a Canção de Horst Wessel, hino do partido nazista] em suas marchas. Em 14 de março de 1945, por exemplo, 67 albaneses, vinte iugoslavos e 21 croatas desembarcaram no porto de Beirute vindos da Itália e acompanhados de um oficial alemão, todos recebidos pelo Bureau Árabe Palestino e levados para Damasco para se juntar ao Exército de Libertação Árabe. A presença deles tinha importância política e representava a continuidade da guerra de extermínio iniciada pelos nazistas. Por isso, os judeus consideravam que na guerra 19471948 estava em jogo a repetição ou continuação do Holocausto. >>
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capa | iom haatzmaut
>> E a personificação disso foi o próprio mufti. “Nossa batalha com o judaísmo mundial... é questão de vida ou morte”, escreveu Al-Husseini. “É uma batalha entre duas crenças conflitantes, e cada uma só pode existir sobre as ruínas da outra. Os árabes devem atacar os judeus em conjunto e destruí-los assim que as forças britânicas se retirarem.” Antes do final da Segunda Guerra, o previdente mufti transferiu o dinheiro do apoio financeiro nazista da Alemanha para a Suíça e Iraque e, no pós-guerra, o ministério das Relações Exteriores alemão continuou subsidiando o mufti com cerca de doze mil marcos por mês, ou seja, “os oficiais nazistas... esperam continuar sua campanha político-ideológica conjunta ou complementar no período pós-guerra”. O mufti chegou ao Cairo no final de maio de 1946, e ficou semanas escondido de agentes da Grã-Bretanha, Estados Unidos e Iugoslávia cujos governos o acusavam de crimes de guerra. Mas, voltou a ser o líder dos árabes palestinos, embora comprometido com a causa nazista e com o lado derrotado. Em 1937, os britânicos dissolveram o Alto Comitê Árabe liderado pelo mufti e os árabes palestinos ficaram órfãos. Além disso, a revolta árabe de 1936-39 agravou a divisão dos árabes palestinos entre a ala radical dos Husseinis e a moderada, dos Nashashibis. Mas a Liga Árabe dizia que a Palestina deveria ser representada. Em novembro de 1945, foi criado um novo Alto Comitê Árabe, constituído de doze membros ligados a partidos e dois membros independentes. O primo e aliado do mufti, Jamal el-Husseini, voltou para a Palestina libertado de um campo de internamento na Rodésia e ampliou a Comissão garantindo o domínio dos Husseinis. Outros partidos reagiram e fizeram sua própria organi-
A SOLUÇÃO FINAL SERIA ANUNCIADA EM SEGUIDA.
E PASSA EM REVISTA TROPAS DE VOLUNTÁRIOS
O MUFTI COM O LÍDER BÓSNIO COLABORACIONISTA MILE BUDAK, EM SARAJEVO
zação, a “Frente Suprema Árabe”. Ao mesmo tempo, o mufti Amin al-Husseini chegou ao Cairo libertado da França, a cujo governo convenceu de que defenderia seus interesses e as autoridades francesas na região. Enquanto isso, a Liga Árabe substituiu o Comitê e a Frente por um novo Comitê Superior árabe, liderado pelo mufti, e sem direito a oposição. Embora Amin el-Husseini estivesse proibido de pôr os pés na Palestina, como novo líder dos árabes palestinos a Liga Árabe o dotara de um orçamento anual de dez mil libras esterlinas, em clara provocação aos judeus do ishuv. Era o fim da política palestina independente do mufti. Desta forma, de 1946 a 1948, os árabes da Palestina repetiam as dolorosas experiências de 1936-1939 quando o mufti e aliados não toleravam críticas nem oposição e se valiam de pressão, violência e assassinato para esmagar contestações. Quem quebrasse o consenso de não reconhecer os direitos dos judeus, ou fosse suspeito de fazê-lo, corria riscos.
Uma das vítimas foi Fawzi Darwish Husseini, primo do mufti, figura respeitada que trabalhara ao lado dos judeus por um estado binacional. Em novembro de 1946 o mufti mandou matá-lo. “Meu primo deu um mau passo e recebeu a punição adequada”, comentou Jamal al-Husseini. Também Sami Taha, líder sindical de Haifa, que lutava por conceder certos direitos aos judeus: assassinado em setembro de 1947. E o Alto Comitê Árabe ameaçava de morte quem falasse com funcionários das Nações Unidas. Quem não gostava do mufti considerava seu radicalismo tão ou mais prejudicial aos árabes que os próprios judeus. Para o primeiro-ministro egípcio Ismail Sidqi era “um conspirador que buscava o seu interesse pessoal e não daria a menor importância se todo o mundo árabe fosse destruído desde que alcançasse seus objetivos”. O rei Abdullah da Transjordânia culpava-o pela “miséria” na Palestina, e Ibn Saud dizia que o proibiria de entrar no seu país (Arábia Saudita). E, no entanto, por que
DA BÓSNIA
a Liga fez dele o mais virulento inimigo dos judeus para liderá-los? A Irmandade Muçulmana em ação A pressão das ruas obrigou a Liga Árabe a aceitá-lo como líder dos árabes palestinos por seu carisma ao desafiar a ordem de prisão britânico, em 1937, e aos pedidos de extradição de Inglaterra, Iugoslávia e Estados Unidos, em 1945. “A impunidade aumentou seu prestígio entre os árabes”, escreveu Simon Wiesenthal. “Um homem (...) inimigo número um de um poderoso império – mas que parece impotente contra ele – lhes parece um líder digno de fato.” A Irmandade Muçulmana egípcia estimulou o apoio popular ao mufti e na década de 1930, a Alemanha nazista ajudou financeiramente a Irmandade Muçulmana porque era antissemita. Um membro da Irmandade descreveu os judeus como “os parasitas do universo” e “povo descarado que usava sangue muçulmano e cristão nos serviços sagrados da Páscoa”. “Odeiem os judeus”, disse, num comício, temos de “destruí-los
como cães doentes”, e “unam-se numa jihad contra eles”. A irmandade defendia o mufti e ameaçava os inimigos dizendo estar disposta ao sacrifício “sempre que necessário”. Ao boato de que os sionistas condenaram o mufti à morte, a Irmandade respondeu que “um fio de cabelo do mufti vale mais do que os judeus de todo o mundo... Se um fio de cabelo do mufti fosse tocado, qualquer judeu no mundo seria morto sem piedade”. Tais ameaças causaram impacto pois, afinal, em 1945, a Irmandade Muçulmana ainda era a maior e mais forte organização política no Egito, com 1.500 subsedes e quinhentos mil membros, número que triplicou em 1948. O retorno do mufti ao Egito foi um sucesso para a campanha de ameaças da Irmandade Muçulmana, que o aplaudia: “Oh, Amin! Que grande, teimoso, fantástico, maravilhoso homem você é... Marche avante! Deus está com você! Estamos atrás de você! Estamos dispostos a sacrificar nossos pescoços para a causa! À morte! Marche adiante!” As cam-
panhas pelo mufti e a capacidade de desordem e tumultos que a Irmandade poderia desempenhar tiveram papel fundamental na decisão de a Liga Árabe, dominada pelo Egito, apresentar o mufti como o líder palestino. A pressão da Irmandade Muçulmana também contribuiu para o envio de tropas egípcias regulares contra o recém-fundado Estado de Israel. Em primeiro lugar, a irmandade estabeleceu uma grande rede na Palestina, com mais de 25 sedes e vinte mil membros. Depois, pressionou a Liga Árabe e se ofereceu para juntar mais dez mil combatentes para lutar na Palestina. Quando a Liga se reuniu no Cairo, em dezembro de 1947, a Irmandade levou cem mil manifestantes às ruas. No terraço do Savoy Hotel, local da reunião da Liga, “os primeiros-ministros dos estados árabes exibiam expressões dignas e graves reconhecendo, com o fez na mão, as saudações do desfile de crentes”. À demonstração de força, a Liga Árabe respondeu autorizando, pela primeira vez, treinamento de voluntários para a jihad na Palestina, comandado por oficiais egípcios e em parte por membros da Irmandade. Assim, um hesitante Egito começou a participar ativamente da luta na Palestina. Enquanto o ishuv se defendia por todos os meios dos ataques guerrilheiros, a Irmandade Muçulmana espalhava rumores de atrocidades sionistas contra árabes na Palestina, criando um ambiente no qual a guerra parecia ser o único processo lógico e natural. A Irmandade conseguiu atrair o Egito para uma iniciativa militar em larga escala na Palestina. A embaixada americana em Damasco confirmou essa avaliação, identificando “o impulso combinado de sua própria retórica e a pressão de baixo” como a causa da invasão egípcia a Israel. O “governo parece ter levado a opinião pública à beira da guerra e agora é incapaz de recuar”. O significado da unidade de guerra islâmica tem sido muito subestimado em estudos da guerra 1948-1949. Em contraste, em 1938, o governo do Egito ten>>
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>> tou suprimir a inflamada propaganda sobre a Palestina. Por que não conseguiu uma década depois? O fator antissemitismo A verdade é que a ocupação nazista deixou um rastro e um legado de antissemitismo. A mesma conclusão vale para os países árabes que não haviam sido invadidos pelos nazistas. De abril 1939 a abril de 1945, as transmissões diárias da rádio de Berlim em árabe repetiam aos ouvintes que lutassem contra o nascimento de um Estado judeu e exterminassem os judeus que viviam na Palestina. Ecos dessa propaganda ouvidos por pessoas sensíveis ao viés antijudaico do Alcorão e de outras fontes islâmicas, repercutiu mesmo após a derrota da Alemanha nazista. Embora segundo o Ministério das Relações Exteriores britânico em 1946, “o ódio dos árabes aos judeus era maior do que o dos nazistas” fosse exagerado, a propaganda nazista durante a guerra contribuiu para aumentar a hostilidade contra os judeus em países árabes. A exploração de tais sentimentos pelas organizações pan-islâmicas derivavam, em certa medida, da simpatia para com os árabes palestinos, e também da crença de que os judeus foram responsáveis pela escassez de alimentos e pelos preços elevados dos produtos essenciais. De fato, em 1946, até o ex-primeiro-ministro do Egito, Ali Mahir, pensou que a oposição árabe ao sionismo era produto tanto da propaganda nazista no Oriente árabe como da confusa política da Grã-Bretanha. Certamente havia outras razões para rejeitar a partilha além do ódio antissemita. Em 1937, o mundo árabe foi contrário à criação de um Estado judeu na Palestina, tal como previsto pela Comissão Peel. Naquela época, no entanto, o mufti e a Irmandade Muçulma-
na estavam quase sozinhos na verborragia antissemita. Dez anos depois, no entanto, o antissemitismo era parte do discurso público, mesmo entre aqueles, anteriormente, considerados moderados. Um exemplo é a declaração do primeiro-ministro jordaniano Samir Rifa’i segundo a qual “os judeus... foram responsáveis por iniciar as duas guerras mundiais” não fora ouvida em 1937. As transmissões dos nazistas em árabe repetiam sempre as mesmas acusações. As transmissões radiofônicas de Berlim também enfatizavam que o sionismo era, na essência, expansionista. Em 8 de setembro de 1943, por exemplo, a Rádio Berlim declarou que os judeus só ficariam satisfeitos se “todo território entre o Tigre e o Nilo” se tornasse judeu. Se conseguissem, “não restaria nem um único árabe muçulmano ou cristão no mundo árabe. Árabes! Imagine o Egito, o Iraque e todos os países árabes se tornarem judeus sem o cristianismo ou o islamismo”. Em outubro de 1944, um delegado sionista constatou que até mesmo respeitados professores da universidade al-Azhar citavam a propaganda da Irmandade Muçulmana, “alegando que os sionistas aspiravam destruir o Islã pela tomada da mesquita de al-Aqsa”, em Jerusalém. A iminência da derrota alemã fez surgir cada vez mais e novas insinuações a respeito das consequências para a Palestina se o “judaísmo mundial” se aproveitasse dessa oportunidade. A constante repetição provocou nova demonização do sionismo entre os árabes e, dois anos depois da libertação de Auschwitz, Ibn Saud descreveu os judeus como “pessoas agressivas”, cujas ambições “estendem-se a todos os países árabes, onde estão os lugares sagrados”. O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Hamid Frangieh, considerava “os esforços expansionistas do sionismo séria ameaça para a paz”. O príncipe iraquiano Abd al-llah considerava o sionismo “a maior tragédia do século 20”, e um membro egípcio do Parlamento o definia como “um câncer no corpo árabe”.
ABD AL QADIR MORREU EM COMBATE COM AS FORÇAS DE ISRAEL
AL HUSSEINI SE REÚNE COM HITLER EM NOVEMBRO DE 1941
É claro que uma assembleia de reis e príncipes árabes, convocada pelo rei Farouk, do Egito, em maio 1946 tocasse nesse ponto. A resolução afirma: “Nós decidimos que o sionismo é um perigo não só para a Palestina, mas também para todos os outros países árabes e para todas as nações do Islã. Portanto, é dever de todos os países árabes e países islâmicos resistirem ao perigo do sionismo”. O delírio paranoico de que alguns milhares de sionistas na Grã-Bretanha e nos EUA, mais o ishuv na Palestina, constituíam uma perigosa potência global que ameaçava o mundo islâmico era irreal, mas se relacionava ao processo cumulativo de anos de implacável propaganda nazista. Estas declarações desagradaram à Liga. Em dezembro de 1945, proibiu judeus palestinos de entrar nos países árabes e anunciou boicote total de comércio com judeus. A Irmandade Muçulmana, até recentemente colaboradora dos nazistas, foi além. Em 2 de novembro de 1945, aniversário da Declaração de Balfour, a Irmandade organizou uma manifestação no Cairo durante a qual uma multidão invadiu o bairro judeu da cidade, atacou lojas de judeus e profanou sinagogas. Os distúrbios se espalharam para Alexandria e para a comunidade europeia local e duraram dois dias. Relatórios da polícia e da imprensa contaram
seis mortos, cinco deles judeus, e 670 feridos, quinhentos só em Alexandria. Anistia ao mufti Após a derrota dos árabes em dezembro de 1948, o rei Abdullah da Jordânia destituiu Amin al-Husseini da posição de mufti, o Alto Comitê Árabe passou a existir somente no papel, o governo egípcio dissolveu os ramos da Irmandade Muçulmana na Palestina e proibiu a organização no Egito. Se as autoridades egípcias tivessem agido assim após os motins antijudaicos de novembro de 1945, a história do Oriente Médio poderia ter sido diferente. Se, por hipótese, no final de 1945 o governo egípcio tivesse banido a Irmandade Muçulmana, não teria ocorrido a campanha pelo mufti e, portanto, muito menos pressão sobre as autoridades egípcias para fazer do mufti líder dos árabes palestinos. Nem a Irmandade nem o mufti estariam em condições de estimular a febre da guerra por meio do uso de ataques antijudaicos na Palestina. O Egito teria se mantido firme na rejeição à guerra. O resultado teria sido diferente, e a partilha, implementada. Mas a história, ora, a história. O mufti se manteve próximo dos nazistas e até 1954 afirmava orgulhosamente que “Hitler admirava a luta dos árabes palestinos”. Da mesma forma, a Ir-
mandade Muçulmana sempre admitiu a aliança do mufti com Hitler exaltando-o como o herdeiro das realizações nazistas e aclamando-o como “um herói”, após retornar de Paris em 1946, que “combateu o sionismo com a ajuda de Hitler e da Alemanha. Hitler e a Alemanha se foram, mas Amin Al-Husseini vai continuar a luta”. Em 1945, os meios de comunicação egípcios detalharam relatos a respeito do Holocausto e os julgamentos de Nuremberg, aquele ano. A vitória sobre os nazistas levou ao acerto de contas com o mufti e seu antissemitismo. No entanto, as autoridades egípcias foram incapazes de contrariar a campanha islâmica pelo mufti. A última tentativa foi em junho de 1946. O chefe do governo egípcio, Isma’il Sidqi, referiu-se aos “erros políticos” do mufti durante o exílio na Alemanha e criticou o rei Farouk por dar asilo ao mufti sem pedir autorização ao governo. A Irmandade Muçulmana respondeu declarando que o mufti não cometeu nenhum erro, e ainda conduziu a jihad na Alemanha nazista. A anistia total ao mufti imposta pela Irmandade Muçulmana foi contra o espírito dos tempos ao mostrar que os árabes provaram ser as únicas pessoas em todo o mundo para quem a estreita colaboração com Hitler e Mussolini não era um
crime, nem mesmo defeito de um líder nacional. Do ponto de vista local, no entanto, a anistia geral ao antissemitismo continuou a ser condenada. Durante a Segunda Guerra, os Aliados deixaram de lutar contra a propaganda antissemita dos nazistas para não serem vistos como “amigos dos sionistas”. Depois da guerra, os Aliados preferiram não incomodar os árabes e não convocaram o mufti para explicar seus crimes. Quando o mufti retomou a atividade política no Cairo, o governo egípcio não se opôs a ele para não irritar a Irmandade Muçulmana. Quando os islamitas queriam guerra contra a Partilha, a Liga Árabe não os contrariou, para não parecer amigável para os judeus. Todos os atores seguiram o padrão de ceder à intimidação que fez de Israel e dos judeus um alvo constantemente renovado para o antissionismo antissemita de modo que desde 1945, certos países árabes foram os únicos lugares no mundo onde o antissemitismo carregado ao estilo nazista é publicamente e oficialmente endossado e propagado. * A partir de informações de Matthias Küntzel, cientista político em Hamburgo, e pesquisador associado do Centro Internacional Vidal Sassoon para o Estudo do Antissemitismo na Universidade Hebraica de Jerusalém
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Hebraica e entidades juntam-se nas comemorações O GRUPO UNIÃO EM IOM HAATZMAUT VEM PLANEJANDO HÁ MESES A SEMANA DE EVENTOS QUE COMEMORARÁ OS 68 ANOS DE INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL
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e 12 a 15 de maio, serão realizadas atividades na Hebraica para todas as idades e gostos. O ato oficial será domingo, dia 15, às 17 horas, no Teatro Arthur Rubinstein. As entidades parceiras, que preparam o calendário de atrações são Consulado Geral de Israel, Fundo Comunitário, Conib, Fisesp, Agência Judaica, Congregação Beth-El, B’nai B’rith do Brasil, CIP/Lar das Crianças, Israel Bonds, Keren Kayemet LeIsrael/KKL Brasil, Masa, Museu Judaico de São Paulo/Arquivo Histórico Judaico Brasileiro, Na’amat Pioneiras SP, Residencial Israelita Albert Einstein, Sinagoga do Colégio Renascença, Unibes, Wizo SP, Hebraica e El Al Airlines. Escolha uma ou mais atrações e comemore a festa da maneira mais alegre, com cultura, religiosidade e música. ROTEIRO “Iom Haatzmaut in Concert – Shalom Al Israel” abrirá a série, dia 12, às 20 horas, na
Sinagoga do Colégio Renascença Cerimônia de Shabat, dia 13, na Comunidade Shalom, seguida de kidush tradicional. A Hebraica reservou o dia 14 para atividades culturais e recreativas, culminando com o Jantar do Azul e Branco, a partir das 20h30, no Espaço Adolpho Bloch. Às 19 horas, na CIP, acontecerá a III Maratona de Harkadá (dança israelense). Também no sábado, às 16h30, na Plenária, será realizado um novo “Aonde Vamos?”. O Clube da Leitura, Biblioteca da Hebraica e o Museu Judaico de São Paulo (MJSP) homenagearão a historiadora Anita Novinsky, fundadora do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da USP com o lançamento do livro Os Judeus que Construíram o Brasil. O evento terá apresentação de Vivian Schlesinger e a participação de Roberta Sundfeld, diretora do MJSP. No domingo, dia 15, às 10h30, o
Theatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo, abrirá as portas para a apresentação do Mega Coral da Comunidade Judaica, com 150 vozes, que ocupará a escadaria no saguão, seguido da apresentação, no teatro, de Israel no Egito, obra composta por Handel em 1739, com o Coral Paulistano Mário de Andrade e regência do maestro Martinho Lutero. A programação na Hebraica se inicia na parte da manhã com a abertura da Feira da Comunidade, no Salão Marc Chagall, com cerca de cem expositores e a esperada Praça de Alimentação, até as 18 horas, numa realização de Na’amat Pioneiras. Às 12 horas, na Galeria de Arte, será aberta a exposição do fotógrafo israelense Tomer Ifrah, com sua visão documental sobre Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Às 17 horas, no Teatro Arthur Rubinstein, terá início o ato oficial, com a presença do cônsul Yoel Barnea e convidados. Os corais da Hebraica, Associação Religiosa Israelita de Santo André, Centro Cultural Israelita Brasileiro de Santos, CIP, ICIB – Casa do Povo, Comunidade Shalom, Unibes, Wizo e Coral de Boca em Boca, com quase duzentas vozes, dos 6 aos 86 anos, se apresentará sob a regência do maestro Leon Halegua, com Sima Halpern ao piano, chazan Gerson Herszkowicz, com participação de Margot Lohn Kullock e solo de Regis Karlik. A partir do dia 12, várias exposições serão vistas na Hebraica: fotos da campanha “Eu Me Amarro em Israel” do Fundo Comunitário, dos oitenta anos da CIP, da fusão MJSP/AHJB de quadros vencedores do Concurso Wizo de Pintura e Desenho, reunindo trabalhos de alunos das escolas públicas do Estado de São Paulo com temas que remetem a Israel e Brasil. (T. P. T.)
80’s revival no Centro Cívico
A HEBRAICA PREPARA UMA
NOITE DE RECORDAÇÕES
E DIVERSÃO, DIA 18 DE JUNHO, NO CENTRO CÍVICO, PARA A GERAÇÃO DOS ANOS 80 E TAMBÉM PARA OS JOVENS DE HOJE. UMA EXPOSIÇÃO TEMÁTICA NA PRAÇA CARMEL RELEMBRARÁ A DÉCADA
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Departamento Social da Hebraica realizará evento para os então jovens das décadas de 1980 e 1990 e os de hoje numa volta ao passado de forma bem divertida. Fãs das bandas de rock e pop da época, assim como dos passinhos moonwalk de Michael Jackson e os hits de John Lennon. O ambiente levará de volta àqueles tempos com shows ao vivo dos grupos Biquini Cavadão, Rádio Táxi e RC na Veia com Dudu Braga no palco montado no Centro Cívico. Além do som de Henri Schipper, um dos mais requisitados DJs da noite paulistana. Haverá minifood trucks e open bar (na pista) para todos os gostos. Se a música tinha seus ídolos, os anos 80 lembram o seriado “Chaves”, “TV Pirata”, “Balão Mágico”, videogame Atari e o jogo Genius. E parte desse grande encontro com o que houve de melhor nessa década será visto na “Ex-
posição Anos 80”, na Praça Carmel, de 28 de maio a 18 de junho. O que começou com uma reunião de amigos com a mesma paixão pela cultura da época levou ao surgimento do Clube Máquina Pop, que preserva enorme coleção de mais de cem itens. Brinquedos, jogos, vídeos, eletrônicos, discos, impressos, playmobil, a máquina Polaroid, Pok e Mon, Super Friends, The Wonder Years, o Atari, os Comandos em Ação e muito mais. Para conhecer o universo dessa exposição, entre em https://www.facebook.com/exposicaoanos80/ e comece a se divertir antes de vê-la ao vivo na Praça Carmel. O evento é uma realização de Mussini Produções, com o apoio promocional da rádio Alpha FM. E os convites para o show estão à venda na Central de Atendimento. (T. P. T.)
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Cozinha saudável
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Espaço Gourmet preparou uma programação que atende a todos os paladares, em datas e horários diversificados. Dias 5, 12 e 19, as panelas serão comandadas por Cecília Judkowitch, nome conhecido quando o assunto é cozinha judaica. Das 14 às 17 horas, ensinará os segredos culinários da idishe mame, com sabor especial e aromas de memória. Dia 18, no horário tradicional das 19h30, a chef Renata Braune (foto) ensinará seus truques de um “Especial Filé Mignon”, algo que sai das refeições do dia-a-dia.A vez dos adolescentes será dia 28, com a chef Cris Paulo e criações saborosas e fáceis de fazer. “Alimentação Saudável” está no módulo 1, dias 3, 10, 17 e 24, das 14 às 16h30, com receitas de café-da-manhã, sobremesas funcionais, dia-a-dia descomplicado e biomassa de banana verde. Além de muitas dicas, que Alessandra Ades acumula em aulas sempre concorridas.
Cônsules visitam o clube
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presidente Avi Gelberg e as vice-presidentes Social e Cultural Mônica Tabacnik Hutzler e de Juventude, Elisa Nigri Griner, recepcionaram os cônsules gerais Paulo Lourenço, de Portugal, Michel Pala, da Itália, Stéphane Larue, do Canadá, Cor Van Honk, da Holanda, e o chefe da Seção Política e Econômica do Consulado dos Estados Unidos, Troy Pederson. Ao passear pelo clube e conhecer cada local, eles elogiaram “este clube que tem um pouco de tudo”. Durante o almoço, saborearam as delícias kasher do Red, junto com o diretor superintendente Gaby Milevsky, o vice-Administrativo Isy Rahmani, o secretário Fernando Rosenthal e George Legmann. Lourenço confessou a “alegria de voltar e cada vez me emociono ao lembrar do busto, na Biblioteca, que homenageia Aristides de Sousa Mendes, cônsul geral de Portugal em Bordeaux, França, que salvou muitos judeus do nazismo”.
“Yentl” para ver ou rever Mais uma oportunidade para quem viu e os que não viram o filme Yentl estará na tela na quarta-feira, dia 11, às 20h30,no Teatro Arthur Rubinstein. Dias 28 e 29, sábado, às 20h30, e domingo, às 16 horas e 19h, será a vez de Homens, Mulheres e Filhos.
Conhecer Mondrian A Saída Cultural levou um grupo para conhecer Mondrian e o Movimento De Stijl e soube um pouco mais a respeito da época (19171928), do artista e da agitação motivada pela revista De Stijl (“O Estilo”) por meio das explicações de Bety Lindenbojm. O pessoal percorreu as quase sessenta obras expostas no Centro Cultural Banco do Brasil/ CCBB. Na volta ao clube, o grupo elogiou a inicitiva da visita.
Os encontros das quintas-feiras e sábados sempre surpreendem o público da Feliz Idade. Este mês, dia 12, a atividade será a “Oficina de Iom Haatzmaut”, com Ana Redinger Citron, na Esplanada; entre os vários temas avós e mães serão homenageadas, dia 19, com a presença da psicóloga Peggy Pasternak, que falará a respeito de “Mãe e Mulher”; dia 28, para fechar, um bingo bem animado.
Vinhos elaborados de acordo com as leis da kashrut, estão nas listas de conhecedores e apreciadores exigentes, ao contrário de anos atrás. Hoje a Confraria Kasher importa vinhos para Pessach dos Estados Unidos, Israel, Espanha, França e Itália. Em um domingo, uma Kombi Vintage, que se transforma em um bar com a marca Cheers, estacionou na Praça Carmel e fez a degustação de vários desses rótulos. Tintos, brancos, secos, havia para todos os gostos.
Avós, mães e filhos na passarela “Toda Mãe Merece um Oscar” é a grande comemoração do dia 7, na Praça Carmel, às 16h30, com um desfile de várias grifes, de roupas fitness, esporte, casual e festa, mostradas por três gerações porque avós, mães e filhos estarão na passarela com muito charme e alegria. A tarde promete muito mais além do desfile, com sorteio de brindes das marcas apresentadas e uma lembrança para cada convidado, cuja foto temática ficará em um porta retrato exclusivo.
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Destaques da Feliz Idade
A escolha do vinho para Pessach
Talentos na literatura
Contos, crônicas, poesias e depoimentos são entregues à comissão do Concurso Literário Ben-Gurion, lidos e classificados com critério, e a cada edição aumenta o número de escritos. Os vencedores da décima edição na categoria “Conto Adulto”, foram: “Metamorfose 2.0”, de Alexandru Solomon (primeiro lugar), “O Encaixe Perfeito”, de Paula Kahan Mandel (segundo lugar) e “Cecília, a Sensata”, de Júlia Worcman McGill (terceiro lugar). Os cronistas: “Submarinos”, de Viviane Namur Campagna (primeiro lugar), “Tic Tac”, de Cláudia Hemsi Leventhal (segundo lugar) e “Remorso”, de Nelson Bushatsky (terceiro lugar). “Saudade 3”, de Stela Costin Serban e “Reminiscências”, de Suzana Yara Guttmann, foram os melhores “Depoimentos” e na categoria “Poesia”, a vencedora foi Paula Kahan Mandel com “Nara”. A comissão julgadora escolheu o conto “A Cesta”, de Noah Hamaoui, na categoria juvenil. (T. P. T.)
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Israelense fala na PUC/SP
O consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Gadi Ezra, formado nas universidades de Tel Aviv e Nova York, falou a respeito de “Direitos Humanos em Áreas de Conflito – Dos Livros ao Campo de Batalha”, convidado pelo Consulado Geral de Israel em São Paulo e da Cátedra de Cultura Judaica da PUC-SP. Presentes o vice-cônsul de Israel, Fares Saeb, e o coordenador da cátedra, José Luiz Goldfarb. Ezra, 29 anos, é dos “trinta jovens mais promissores abaixo dos 30”, da revista Forbes de Israel.
Do Brasil para Nova York Os criadores do Kleztival – Festival de Música Judaica no Brasil, Nicole e Edy Borger foram convidados para integrar a equipe de curadoria e direção do New York Yiddish Music Festival, que tem música, dança, teatro, cinema, literatura e artes visuais e a presença de expoentes artísticos, culturais e incentivadores da língua ídiche no mundo. Este ano, o Klestival será realizado de 24 a 29 de dezembro, coincidindo com Chanuká. Aos interessados informações por meio do e-mail do Instituto da Música Judaica Brasil info@imjbrasil.com.br.
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por Tania Plapler Tarandach
Embaixador da ONU na Hebraica
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m dos cinco eventos da agenda paulistana de Ron Prosor, o embaixador de Israel na ONU de 2011 a 2015, ocorreu no Teatro Arthur Rubinstein e foi realizado pelo Fundo Comunitário – Keren Hayesod e Hebraica, e o grande público conheceu uma pessoa carismática, bem-humorada, e que enfrentou as pressões do cargo muitas vezes de maneira inusitada: em uma sessão da ONU a sirene que tocava em Sderot, sob ataque de mísseis, foi ouvida no celular dele. “Naquele momento, representantes de 193 países, incluindo os de países árabes, sentiram o que é ter apenas segundos para salvar a vida.” Nesses quatro anos, Prosor encarou “os desafios com descontração para o diálogo fluir com os outros embaixadores”. Se, antes, Israel exportava maçãs, “agora exportamos tecnologia para a Apple” e vários “países que criticavam a rígida postura de Israel quanto à segurança, como nos aeroportos, hoje agem igual para proteger os seus contra o terrorismo”. Na Hebraica e no dia seguinte na Fisesp, com a liderança comunitária, Prosor confessou ter encontrado “uma comunidade com muita energia e paixão por Israel e me senti muito conectado. Agradeço e tenho muito respeito por tudo que estão fazendo por Israel”. Ron Prosor é mestre em ciência política pela Universidade Hebraica de Jerusalém, escritor e comentarista político em publicações norte-americanas, inglesas e israelenses. Foi um dos respon-
O diretor da Fisesp, David Diesendruck, participou em Los Angeles da Conferência Anti BDS (Boicote, Desinvestimento & Sanções contra Israel), realizada pela StandWithUs, organização de diplomacia pública sobre Israel. Durante o encontro, Diesendruck conversou com o advogado e professor de Harvard Alan Dershowitz, um dos maiores estudiosos do conflito árabe-israelense.
∂ sáveis pelo estabelecimento de relações diplomáticas entre Israel e os países da antiga União Soviética, após a queda do Muro de Berlim; diretor adjunto do Ministério das Relações Exteriores para Assuntos Estratégicos, Contra Terrorismo e Desarmamento Nuclear e quando diretor geral do Ministério, supervisionou a retirada de Gaza (2005) e antes da ONU foi quatro anos embaixador no Reino Unido.
Diálogo com acadêmicos
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COLUNA 1
zi Rabi dirige o Departamento de História do Oriente Médio e África na Universidade de Tel Aviv e o Centro Moshé Dayan para Estudos do Oriente Médio e África e Danny Tirza, coronel aposentado das Forças de Defesa de Israel, um dos responsáveis pela implementação dos Acordos de Oslo, falaram para um grupo de acadêmicos brasileiros, em São Paulo. Rabi tratou do “O Panorama Cambiante da Política no Oriente Médio” e Tirza de “Os Desafios Geopolíticos de Israel – Presente e Futuro”.
Paula Sapir Febrot foi uma das homenageadas pelo Ministério da Justiça por sua atuação na área de direitos humanos. Rogério Sottili, secretário nacional de Direitos Humanos, entregou o diploma à advogada. Clarice Chwartzmann está no time de chefs e especialistas da Academia da Carne Friboi, canal pioneiro no mercado nacional com conteúdo para tornar leigos em autoridades no assunto carne bovina.
(foto crédito Eliana Assumpção)
Antes vice-presidente executivo das áreas operacional e financeira, agora Frederico Pedreira é o novo presidente da Avianca Brasil. Sócio-fundador e líder da empresa desde 2008, José Efromovich é o presidênte do Conselho de Administração. Parte do lançamento da coleção Spring Summer 2016 de Giorgio Armani reverteu para a Associação dos Amigos da Criança pelo Esporte Maior (AMEM), que atende a mais de 1.600 crianças. Foi no Shopping Iguatemi, com a presença das presidentes do Conselho e do Executivo da entidade, respectivamente Bete Arbaitman e Nídia Duek. A médica fisiatra Pérola Grinberg Plapler voltou da Europa, onde participou em Amsterdã do Congresso de Osteoartrite/Osteoartrose-OARSI e, em Genebra, de encontro que discutiu a importância do uso de colágeno na melhora das articulações, ossos e músculos.
∂ O seminário “O Fim do Triunfalismo Petroleiro e a Definição de Novos Rumos para a Energia no Brasil” no Instituto Fernando Henrique Cardoso teve a presença de David Zylbersztajn e Helder Queirós. O mediador foi Sérgio Fausto. O filme Sobrevivi ao Holocausto entrou na programação da Net Now aberto para locação. O diretor, Márcio Pitliuk continua dando palestras a respeito do tema, como na Escola Beit Yaacov e no Renascença, para alunos que viajarão à Polônia em julho. Obras de Marianna Auerbach e Hedva Megged foram adquiridas pelos visitantes do Atelier Paulista. O hematologista Nelson Hamerschlak e os Skeletons mostraram a “Música dos Anos 60” no Bar Dois Irmãos, no Campo Belo.
Mais de 250 jovens e empresários foram ao teatro do Shopping Fashion Mall, no Rio de Janeiro, ouvir o CEO da Multilaser, Alexandre Ostrowiecki. Ele falou da experiência como empreendedor no livro Carregando o Elefante – Como Transformar o Brasil no País mais Rico do Mundo, escrito com seu sócio Renato Feder, e da atuação comunitária, na Fisesp e na Escola Alef.
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Stuhlberger fala para empresários O palestrante do primeiro evento da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria em 2016 foi Luiz Stuhlberger, que tratou de “As Perspectivas para a Economia Brasileira”. Considerado o principal gestor de investimentos no Brasil, Stuhlberger respondeu aos empresários e investidores a respeito das melhores oportunidades considerando o cenário político e econômico do momento.
Na Escola Wilma Kovesi, uma aula com a chef Arlete Zbonik, do Lapinha SPA, reuniu interessados na gastronomia ovolactovegetariana. Jayme Nigri e seus alunos da Futura Code foram apresentados durante o programa “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”, da TV Globo. A diretorafinanceira da Wizo São Paulo, Ana Teresa Bouqvar, integra o Conselho de Ética da Wizo Brasil, na gestão de Silene Balassiano.
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Árvores de Israel em Brasília O encarregado de negócios e ministro da Embaixada de Israel no Brasil, Lior Ben Dor, recebeu autoridades e membros da comunidade judaica, entre eles os presidentes do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Israel, deputado Jony Marcos (PRB), e da Associação Cultural Israelita de Brasília, Hermano Wrobel. Foi o início das comemorações dos 68 anos do Estado de Israel com o plantio de mudas de árvores bíblicas – figueiras, romeiras, videiras, oliveiras e tamareiras –, nos jardins da embaixada simbolizando “os ideais da preservação da tradição e passagem de valores de uma geração a outra”.
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COLUNA 1
KKL no Dia das Boas Ações
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riado em 2007 em Israel, o Dia das Boas Ações se espalhou por 74 países, mobilizou quase dois milhões de pessoas e, este ano, pela primeira vez teve o Brasil como sede, com o apoio da Arison Foundation. O diretor do KKL Brasil, Marcelo Schapô, viajou a quatorze estados (Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Pará, Roraima, Amazonas e Distrito Federal, além de São Paulo), e, com isso, associações, clubes, escolas estaduais e municipais das 28 cidades visitadas, mais entidades e escolas judaicas, participaram de atividades no Dia das Boas Ações, com mais de duas mil pessoas e disseminou o conceito de sustentabilidade. A atividade da equipe do KKL em São Paulo foi no Parque do Ibirapuera, e distribuiu sementes de árvores e material a respeito da maior e mais antiga organização ambiental do mundo, incentivando o plantio e a melhoria da qualidade de vida nos grandes centros urbanos.
Turismo de Israel em alta
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estande do Estado de Israel no World Travel Market Latin America 2016, realizado no Expo Center Norte, foi um dos mais movimentados da mostra. Representantes de operadoras israelenses vieram ao Brasil a convite do Ministério do Turismo de Israel e receberam profissionais do trade para conhecer os roteiros na Terra Santa. A diretora do Ministério do Turismo no Brasil, Renata Cohen, revelou dados do setor: “Em 2015, Israel recebeu sessenta mil turistas brasileiros e o total de seguidores das páginas do nosso escritório no Facebook passou de 2,3 milhões, o que mostra o interesse crescente em conhecer Israel”.
“Por que Precisamos de um Museu Judaico?”, foi o nome da palestra de Sérgio Simon e Roberta Sundfeld na Congregação Beth-El. Dias depois, o Conselho Jovem do Museu Judaico de São Paulo foi apresentado em jantar na casa de Muriel Matalon, com palestra do filósofo Luiz Felipe Pondé, que falou a respeito do “Caso Dreifuss”. Rachel Brand comemorou aniversário no 28º almoço de Na’amat Pioneiras São Paulo junto às chaverot, que elogiaram o chá da tarde e o serviço do Buffet França. Nascido em Sfat, Israel, Jaime Kuperman tem uma memória fabulosa, confirmada por quem foi à Sinagoga Mishcan Menachem ouvi-lo falar a respeito de “O Passado Ensina e Ilumina o Futuro”. Ovadia Saadia esteve em Israel para conhecer o Waldorf Astoria Hotel, em Jerusalém. Voltou e convidou os amigos para o kidush após o serviço de Shabat na Sinagoga Mishcan Menachem.
∂ A Sierra SP convidou arquitetos e profissionais da decoração, entre eles Cynthia Rolnik, para visitar a exposição “Mondrian e o Movimento De Stijl”, no Centro Cultural Banco do Brasil. Pela primeira vez juntos, os três nomes de sucesso do stand up Fábio Lins, Marcela Leal e Ben Ludmer se apresentaram no Comedy Show. Uma versão do balé Coppelia, que retrata uma aldeia da Cracóvia, é a próxima atração da série Aprendiz de Maestro da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (TUCCA). Será uma apresentação para crianças e adultos, na Sala São Paulo, dia 14 de maio, às 11 horas, com a renda da bilheteria destinada aos assistidos pela parceria Hospital Santa Marcelina/ TUCCA.
Em Pessach, Ana Soares mostrou mais uma vez sua criatividade. Entre os pratos de seu cardápio, o nhoque matzá-berinjela defumada foi criado a quatro mãos com a chef Andrea Kauffmann. O grupo feminino do Bait não dorme. Depois do elogiado jantar Pasta & Vino, o próximo, surpresa, está agendado para o dia 13 de maio e, em junho, será um Shabaton das Mil e Uma Noites, com jantar árabe. Especialista em transtornos da alimentação, Elisabeth Wajnryt participou da Virada de Saúde e Sustentabilidade, coordenada pela Prefeitura e pela Associação Paulista de Medicina. Foram dois workshops: “Fazendo as Pazes com a Comida e com o Corpo”, sobre Compulsão Alimentar; e “Como Ajudar seu Paciente a Fazer as Pazes com a Comida e com o Corpo” para médicos, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas. Acompanhe pelo link http:// felizes.net/como-foi-virada-de-saude-e-o-workshop-como-fazer-as-pazes-com-comida-e-com-o-corpo/
∂ Artesã e pesquisadora de receitas tradicionais de Goiás, Adriana Lira abre a loja paulistana da marca Dona Doceira numa charmosa vila, no Itaim Bibi. Um dos doces, flor de coco, é preparado artesanalmente durante 28 minutos. Leoni Bien e Myriam Tessler acompanharam o curso Excel 2013, iniciando as atividades deste ano do Departamento de Geração de Renda da Na’amat Pioneiras SP, em parceria com o Senac/SP. Em parceria com a Casa Vogue, a Ornare participou da 12ª. edição da SP-Arte; e Esther Schattan também comemora as parcerias que fizeram os dez anos de sucesso da Ornare Miami.
O paratleta Fernando Fernandes teve um bate-papo com os alunos da nona série do fundamental II e ensino médio do Colégio I. L. Peretz, convidado pelo coordenador de educação física Pedro Amadeu, que foi professor do campeão mundial de canoagem quando ainda menino. “Na reabilitação, vi que se valiam do esporte como um método de readaptação e também como uma forma de entretenimento”, disse o visitante. Vindo do Canadá, sede da União Internacional de Cristãos e Judeus, o diretor de desenvolvimento Mark Climie-Elliott e o diretor de relacionamentos ministeriais Filipe Coelho, do Brasil, ouviram e aplaudiram o embaixador Ron Prosor no Teatro Arthur Rubinstein. Alexandre Herchcovitch foi o escolhido para vestir o grupo A’s Trinca, de rap feminino, para o show de lançamento de seu primeiro álbum. Visto no quarto episódio da série “Corre e Costura”, no canal FOX Life!
Judaísmo liberal em São Paulo
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Continuidade Democrática como Valor Judaico” é o tema do V Encontro da World Union for Progressive Judaism/América Latina, em São Paulo, de 23 a 25 de junho, na CIP, Unibes Cultural, Residencial Israelita Albert Einstein e Hebraica. Participarão líderes religiosos, profissionais, voluntários e jovens da comunidade judaica liberal da América Latina para refletir a respeito da realidade em constante transformação a partir de uma visão judaica moderna e comprometida com a sociedade. Na Hebraica, haverá um evento especial para jovens de 25 a 35 anos. Entre os palestrantes, o ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sus-
tentável da Argentina, rabino Sergio Bergman; o ex-coronel das Forças de Defesa de Israel, Yaron Shavit; a jornalista investigativa Ilana Dayan e o rabino Roberto Graetz, que atuou anos na ARI, no Rio de Janeiro e, hoje, é rabino sênior do Temple Isaiah na Califórnia. A grade de atividades, algumas exclusivas para rabinos, jovens, adultos e cantores litúrgicos, está no site www.wupj-latinamerica.org/sp2016, onde os interessados também podem se inscrever para a programação, que “promete atender a interesses de públicos diversos, assim como foi o primeiro encontro em São Paulo, em 2004”, segundo a vice-presidente da WUPJ, Miriam Vasserman,
(foto crédito Eliana Assumpção)
O humor na berlinda
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m mais um encontro do projeto “Dilemas Éticos”, a atriz Cristiane Wersom, o ilustrador e cartunista da Folha de S. Paulo João Montanaro, o psicanalista e professor titular da PUC/SP Renato Mezan, o ator e fundador da ONG Doutores da Alegria e o rabino Michel Schlesinger, da CIP, falaram a respeito de “Humor. Qual o Limite da Graça?”, no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura/ Conjunto Nacional. Esta foi uma grande oportunidade de mostrar características do humor, que, aliás, faz parte da cultura judaica e como pode influir na vida e no relacionamento das pessoas.
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Inscrições para o EAD Einstein
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s programas de Ensino à Distância (EAD) do Instituto de Ensino e Pesquisa do Einstein abrangem áreas da Saúde e Pesquisa, atraem interessados brasileiros e do Equador, Peru, Haiti, Angola, Chile e Uruguai. São 37 cursos, que chegaram a 2.229 alunos, um crescimento de 237% desde sua criação, há três anos, com vídeoaulas, webconferências, animações e podcasts. Inscrições até dia 22 deste mês http://www.einstein.br/ensino/Paginas/ListaEAD.aspx.
Exposição itinerante
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exposição “As Meninas do Quarto 28” começou no MuBE paulistano e faz um roteiro pelo país, passando por Porto Alegre, Brasília e, agora, Rio de Janeiro, no Museu Histórico Nacional, até 17 de julho. A mostra dos trabalhos de jovens que viveram confinadas no campo de Theresienstadt foi projetada por Hannelore Brenner e a curadoria é de Karen Zolko, Dodi Chanski e Roberta Sundfeld.
Alunos brasileiros no Weizmann
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uatro alunos brasileiros participarão do 48º International Summer Science Institute, o curso de verão do Instituto Weizmann, em Rehovot, Israel. Gabriel Schutz de Souza e Vitória Muller Gerst, de Novo Hamburgo, Eric Grosman Radu Halpern, de São Paulo, e Raphael Carlos Alves de Lima, de Osasco, foram escolhidos para a bolsa integral do Grupo de Amigos do Weizmann Brasil.
Motorola cresce em Israel
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CEO da Motorola Solutions, Greg Brown, anunciou a criação de um centro de inovação em Israel, para desenvolver a “Internet das Coisas”, tecnologia que objetiva conectar os itens usados no dia-a-dia à rede mundial de computadores. É um compromisso de longo prazo com a indústria israelense e o país, iniciado na década de 1970 com o primeiro centro de desenvolvimento da Motorola fora da América do Norte. “Esta é mais uma oportunidade de ligar nossa empresa com a inovação da nação de startups e alavancar o excelente talento local.”
COLUNA 1 A pequena Sophie recebeu seu nome hebraico Lea Rivka na sinagoga do clube, por escolha dos pais, Fernanda (Grinberg) e Ely Mizrahi. Na rua Mário Ferraz, Luiz Restiffe e Juliano Libman são os donos do Méz, inspirado no Meatpacking District, bairro de Nova York, onde viveram por seis meses. Para falar de turismo de luxo, Paulo Panayotis recebeu Joyce Pascowitch, Danielle Roman e Lucita Costa em evento de casa cheia na Unibes Cultural. A tecnologia norte-americana En Plug chegou ao Brasil pelas mãos de Flávio Aronis, Alfredo Egydio Arruda Villela Filho, André Laport e Victor Malzoni. Criaram a #HashtagTV. Uma TV que reúne o conteúdo de diferentes
PERSONAGEM mídias sociais por meio das hashtags. Este ano, a Casa Santa Luzia fez a padaria funcionar com receitas especiais para Pessach. Bombou! “Teatro de Sami Feder Espaço Poético de Resistência nos Tempos do Holocausto” foi o tema da tese de doutorado de Leslie Marko na Filosofia/USP. A Globo Internacional legendou “Sete Vidas” e “A Regra do Jogo” em hebraico e russo. Estarão nas telas das TV’s israelenses a partir de junho e setembro, respectivamente. O restaurante Casual 1.000 acrescentou nova marca ao seu rol gastronômico: a ifood (www.ifood. com.br). São saladas, comidinhas e sobremesas embaladas em potes de vidro e entregues nos endereços solicitados.
AGENDA 22/5 – “A Vida Secreta das Fraldas”, teatro infantil de Andi Rubinstein, no Colégio Renascença. Realização do Grupo Simchá da Wizo SP. Convites, fone 3257-0100, com Liane. 17 a 19/6 – Viagem a Inhotim, maior centro de arte ao ar livre da América Latina com tour em Belo Horizonte e Shabat na sinagoga local, com Na’amat Pioneiras. Informações, Shilton, fone 3677-7500, com Lívia, Evelyn ou Mariza; Na’amat, fone 3667-5247 ou pelo e-mail naamat@naamat.org.br
3 a 19/7 – Marcha da Vida para jovens de 20 a 30 anos na Polônia, Berlim, Israel. Condições especiais e vagas limitadas. Realização Hebraica e Fundo Comunitário. Informações, fundocomunitario.org. br/marcha ou pelo fone 3081-7244 8 a 19/9 – Israel é com a Wizo e AD Turismo. Excursão com roteiro especial e hotéis de primeira linha. Informações, fone 3257-0100 26/10 a 3/11 – 4ª. Missão de Tecnologia, Ciência e Segurança
Ping-pong com Amos Shapira
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íder no campo empresarial, em 2002, Amos Shapira foi diretor-geral e supervisionou o processo de privatização da El Al Israel Airlines; em 2005, na direção da Cellcom Israel Ltd., a operadora tomou a liderança da telefonia celular no país; foi co-presidente do Conselho Empresarial Israel-Palestina, organização apolítica patrocinada pelo Fórum Econômico Mundial e, desde 2010, é o décimo presidente da Universidade de Haifa. Em São Paulo, Shapira se encontrou com empresários, assinou acordo de cooperação internacional com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (existem acordos da Universidade com a Fapesp e a USP) e foi homenageado em jantar promovido pelo presidente da Fapesp, Celso Lafer. Na Hebraica, onde foi recebido pelo presidente Avi Gelberg, Shapira concedeu esta entrevista à revista Hebraica. Hebraica – O que significa ser a sexta geração familiar em Israel? Shapira – Meus avós chegaram a Israel no fim do século 19, quando não havia nada e o significado da palavra sionismo era “construir”. Hoje, a prioridade não é construir estradas como antes e, sim, estradas para o conhecimento. Sua trajetória empresarial pela aviação e tecnologia influencia o estágio atual da sua vida? Shapira – Quando eu estava na área empresarial e também como voluntário atuei sempre no avanço da sociedade israelense, pois considero que segurança, pesquisa e educação são prioridades, porque somos um país pequeno em território e população, metade da cidade de São Paulo. O que temos é gente, judeus e não judeus. Qual é o papel da Universidade em uma cidade onde a presença árabe é grande? Influi na formação dessa população? Shapira –Proporcionalmente, a Universidade é a que tem mais alunos não judeus. Estamos no norte, onde 50% da população são de não judeus. Na Universidade, 27% não são judeus. É a mais pluralista. Mostramos ser possível professores e alunos conviverem juntos. Estou convencido de que entre árabes e israelenses judeus a questão não é política, e a convivência é uma necessidade para o país. Não podemos nos separar, deve-
mos conviver, ao mesmo tempo, etíopes, russos, árabes muçulmanos, cristãos, drusos, circasianos. Creio que o papel da Universidade é criar pesquisa e educação de excelência para todos. Qual a importância da Universidade de Haifa no contexto acadêmico israelense? Shapira – Ela tem apenas 43 anos. Mesmo assim, há áreas de excelência principalmente seja ciência, biologia ou arqueologia marinhas. O governo nos escolheu para coordenar as atividades de todas as universidades do país nessa questão. Somos excelentes também em direito e educação, com um centro novo de pesquisa em cibernética e advocacia, e um Museu de Arqueologia e Pintura. Temos programas de mestrado em inglês para judeus e não judeus, e 22 programas master em inglês para alunos estrangeiros, e o ulpan de hebraico para todos os níveis. São dezoito mil estudantes em sete faculdades, 25.000 pessoas no total, com a administração, a maior biblioteca acadêmica do país, além de o mais lindo campus do mundo. Qual o objetivo da sua vinda ao Brasil? Shapira – A Universidade tem intercâmbio com vários países e também com o Brasil. Três pesquisadores israelenses estiveram no Instituto de Oceanografia da USP, com o qual temos estreita colaboração. Acabamos de fechar um acordo com a Escola Superior de Propaganda e Marketing. O Brasil é importante, queremos reforçar laços científicos e encontrar maior suporte junto a esta comunidade vibrante e dinâmica.
Parcerias de Pesquisa & Desenvolvimento
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Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), BNDES e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) são parceiros na 3ª. Chamada para a Apresentação de Propostas de Cooperação em P & D Industrial entre Brasil e Israel. Faz parte do acordo entre o Ministério e a Au-
toridade Nacional de Inovação de Israel e prevê financiamento conjunto aos projetos aprovados por estes órgãos. A parceria israelense-brasileira entre Fiat Chrysler do Brasil e Dor Chemicals de Israel foi beneficiada por essa chamada. Para saber mais, http:// itrade.gov.il/brazil/?p=6445#sthash.BDNyzPqu.dpuf.
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1, 2 e 4. Conhecidos de longa data se reencontram: ministro Ron Presor e cônsul Yoel Barnea; o ministro e a ala jovem, Joana Hidal no evento FC/Hebraica; Cláudio Bobrow (FC) e Fernando Lottenberg (Conib) com o anfitrião
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Bruno Laskowsky, que recebeu Ron Prosor em café-da-manhã na Fisesp; 3. Marcelo Schapô entrega luach (calendário) do KKL ao embaixador Andrzej Maria Braiter, da Polônia; 5, 6 e 7. Na Galeria de Arte, Jack Terpins e David Dalmau; Avi Gelberg, Olívio Guedes e Dalmau; o pintor e sua obra; 8 e 9. Celso Lafer recebeu o presidente da Universidade de Haifa Amos Shapira e o vice-reitor da USP Vahan Agropyan; Luciana Brajterman, Miriam Tawil e Olívio Guedes; 10 e 11. Danças típicas no mês que homenageou o balé no Teatro Arthur Rubinstein
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1. Encontro do Jewish IN na casa de Vivian Orni. Melina Knoploch, Charles Tawil receberam Daniel Annenberg; 2. Norma Grinberg realizou um sonho, foi visitar o Museu Gugenheim em Bilbao; 3. Almoço em torno da jornalista e apresentadora Mônica Waldvogel no Casual 1.000; 4. Mariza e Stephanie Aizenstein aderiram à campanha de vacinação do Einstein no clube; 5, 6, 7 e 8. Em almoço da Cambici, Abramo Douek e George Legmann; Márcia Feldon Borger e Cláudio Sonder; palestrante Octávio de Barros; Jayme Blay, Luís Stuhlberger, Sérgio Plaut, Roberto Ruhman e Bernardo Parnes; 9 e 11.. Cônsules da Itália, Portugal, Canadá, Holanda e o chefe da Seção Política e Econômica dos Estados Unidos visitaram o clube e almoçaram com vice-presidentes, diretores e o presidente Avi Gelberg; 10. Joyce Pascowitch na Unibes Cultural, em evento de Turismo de Luxo
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1. No Museu Judaico de São Paulo, Sérgio Simon recebeu Annette Walter, chefe da Divisão de Questões Básicas para a América Latina e Estados do Cone Sul, acompanhada do cônsul geral da Alemanha Axel Zeidler; 2. Ao homenageá-lo, a Wizo fez Nessim Hamaoui (revista Shalom) ficar emocionado; 3. Vine truck da Cheers estacionou na Praça Carmel para degustação de vinhos kasher; 4. Olga
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Kos disse “presente” na largada da corrida
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em prol de seu Instituto, que atende mais de duas mil crianças; 5. Energia no Brasil, tema de Sérgio Fausto, Luís Henrique Guimarães
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e David Zylbersztajn no Instituto Fernando Henrique Cardoso; 6. Na Assembleia Legislativa, Ilka Fleury foi ouvir a consulesa Lúcia Barnea, convidada de Sérgio Serber, presi-
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dente do Conscre; 7. Renata Cohen e Jayme Lozober, da Amiel, um dos operadores presentes no estande de Israel na WTM Latin America 2016; 8 e 10. Evento de Na’amat Pioneiras: Sandra Pesso, Thelma Nudelman, Edite Zajac, Pérola Berezovsky; Suely Adissi e a
1. Paratleta Fernando Fernandes teve encontro com alunos do I. L. Peretz; 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Relembrando a Jovem Guarda, a volta à época no Espaço
aniversariante Rachel Brand; 9. Mães e filhos
Adolpho Bloch: Guita e Emanoel Zveibil; Monica e Isy Rahmani, Monica e Heitor Hutzler, Cibele e Nissim Levi; Casais enturmados com o ritmo dos
assistiram ao musical Vira-Latas, contribuin-
anos 60; Berta Douek e Sônia Rochwerger; Liane e Hélio Zajdler; como é bom dançar de rosto colado; casais na pista o tempo todo; 9, 10 e 11. “As Me-
do com o Departamento da Criança/Ações
ninas do Quarto 28” chamou público para o Museu Histórico Nacional – Rio de Janeiro; Dodi Chanski e Karen Zolko são as curadoras da exposição
Comunitárias de Na’amat Pioneiras
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Na Esplanada, o Boteco fez sucesso. 1, 2, 3, 4 e 5. Simone Assayag, Juliana Malik, Letícia Pierre, Eliana Schussel se divertiram ao som do DJ; momentos de lazer e romance: Juliana e Fernando Rosenthal e Rachela e Sony Elimelek; bate-papo entre amigos, Sara e Gabriel Sejtman, Daniel e Danielle Hassan; cerveja gelada, suco, salgadinhos num ambiente familiar; 6, 7 e 8. Lançamento da coleção Giorgio Armani em prol da Amem: Bete Arbaitman, Suzana Tripoli e Nídia Duek; Renée Behar; Cecília Szajman
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“E contarás a teu filho....”, a tônica do Seder na Hebraica. 1, 2, 3, 4, 5 e 8. Pai explica ao filho os detalhes da keará; a menina segue a quebra do afikoman; diretoria presente; o som do Coral Zemer e Regis Karlik elogiado por todos; na condução do Seder, o chazan Gerson Herszkowicz; tradição na leitura da Hagadá; 6. Elaine Fridman e a decoradora Sara Peres no preparo do Shabaton do grupo Bait Women; 7. Secretário de Direitos Humanos Rogério Sottili homenageou Paula Febrot
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cultural + social > homenagem
Amor pela vida UM IMPORTANTE PRECEITO JUDAICO SUGERE QUE SE DEVE AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO. MAS ISSO LEVA À PERGUNTA: QUEM É O PRÓXIMO? SÃO TODOS, ORA, SEM RESTRIÇÃO DE RELIGIÃO, DE ORIGEM E DE VIDA
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sso norteou os passos de Jorge J. Proushan (z’l), em nome de quem sua família doou ao Hospital Israelita Albert Einstein a escultura “Amor Pela Vida”, de autoria do escultor uruguaio Pablo Atchugarry, e que foi entronizada no átrio do hospital em uma cerimônia simples com a presença de familiares de Jorge Proushan e do presidente do hospital, Cláudio Lottenberg. “Era isso mesmo o que meu pai sentia – amor pela vida – pois além de amar, viver e de forma criativa e generosa, ele pregava a humanização da vida como um bem supremo, se indignava com a inutilidade das perdas e enaltecia o otimismo da vontade. Ele fez muito mais, arriscando os passos por caminhos que ninguém percorrera e arriscando a cabeça pensando o que ninguém pensou”, diz Paulo Proushan. O escultor Atchugarry é conhecido mundialmente pelo trabalho com mármore (como a escultura doada ao Einstein), ferro, cimento e madeira e suas obras estão expostas em vários museus e galerias do mundo. Ele mesmo participou de mais de oitenta exposições e alguns dos seus trabalhos fazem parte do acervo do Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) de São Paulo, por exemplo. Além disso, mantém uma instituição sem fins lucrativos a Fundación Pablo Atchugarry, na cidade de Maldonado, no Uruguai, criada para promover as artes visuais, literatura, música e dança.
ju ven tu de
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juventude > teatro
O que é bom sempre volta ENCERRADA A TEMPORADA DE ZZZZEUS, COM UMA DAS BILHETERIAS REVERTIDA PARA ESCOLA ALEF (PARAISÓPOLIS), O DEPARTAMENTO DE TEATRO REAPRESENTA GRUPO QUESTÃO CONTA CAPITÃES DA AREIA DIAS 7 E 8 DE MAIO
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s quatro sessões da peça Zzzzeus, encenada pelos grupos Gesto e Prumo, recebeu críticas positivas e rasgados elogios nas redes sociais, e isso aumentou a procura pelos ingressos, principalmente ao ser divulgado que a renda do último espetáculo seria revertida para a Escola Alef (Unidade Paraisópolis). Baseado na obra de Woody Allen, o texto foi dirigido e adaptado por Heitor Goldflus, que incluiu números mu-
sicais contemporâneos e combinou os personagens com o potencial de cada ator. Resultado: um espetáculo fluido, engraçado e de acordo com a produção artística de Allen. A convite de Goldflus, integrantes do grupo de teatro do Clube Espéria assistiram à segunda apresentação da peça. “A Hebraica produz montagens muito boas, por isso tínhamos todos os motivos para aceitar ao convite para assistir a uma peça dirigida pelo
Arte cidadã
ATORES QUE INTEGRAVAM O GRUPO QUESTÃO EM 2015, E ENCARNARAM OS PERSONAGENS DE
DA
JORGE AMADO EM CAPITÃES AREIA, VOLTAM AO PALCO
O elenco de Zzzzeus engajou-se com entusiasmo na tarefa de angariar o máximo de renda para as alunas do ensino médio Luana Silva Andrade e Sara Alves Finamore, vencedoras da Febrace (Feira Brasileira de Ciência e Engenharia) na área de ciências humanas, viajarem para Portugal e participarem da X Mostra Nacional de Ciências de Portugal, no Museu Nacional de História Natural e Ciência, em Lisboa Outra iniciativa beneficente foi o show Improvável, estrelado pelo trio “Os Barbixas” como atração para angariar fundos para a viagem da 20ª turma do curso de líderes Meidá. Daniel Tauszig, cuja carreira artística se iniciou no clube, dirigiu o espetáculo. “Esta não é a primeira vez que ajudo os garotos do Meidá”, revelou.
Heitor”, afirmou um deles. Um olhar atento ao programa da peça revelou que a cada nome do elenco correspondia o ano em que começou a atuar no teatro do clube. Destaque para o próprio Heitor, cuja carreira de ator começou em 1983, seguido de Cyntia Zaclis Rabinovitz (1993) e do ator convidado Daniel Kronenberg (1998). Na equipe técnica, os mais novos são a assistente de direção e responsável pela preparação dos atores Andressa Ferraresi e a equipe cenotécnica formada por Rafael Fusaro, Eliane Barreto, Fábio Domingues e Sérgio Sasso.. A apresentação de Zzzzeus no primeiro semestre alterou a agenda teatral da Hebraica, pois a maioria dos espetáculos é apresentada a partir de agosto. “Vamos reapresentar Grupo Questão Conta Capitães da Areia dias 7 e 8 de maio e haverá sessão especial no Colégio Santa Cruz como parte do festival de teatro da escola. O elenco está muito animado para trazer os personagens de volta ao palco do Teatro Anne Frank e quem ficou sem ver, pode aproveitar a oportunidade”, afirma o coordenador, Henrique Schaffer, desde 1993 no Departamento de Teatro. (M. B.)
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juventude > novos projetos
Oficina de teatro
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Oficina dos Menestréis abriu inscrições para turmas em várias faixas etárias. A aula aberta realizada no palco do Teatro Anne Frank despertou o interesse de jovens mães, crianças e até estudantes de arte dramática. Por este motivo, a vice-presidência de Juventude disponibilizou o Teatro Anne Frank para a atividade às quintas-feiras, das 17h30 às 19h30, para alunos com idade acima dos 15 anos e o horário das 16h30 às 18h00 para crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos. Segundo o diretor Candé Brandão, a divisão por faíxas etárias permite que os exercícios dados em aula sejam adequados ao desenvolvimento de cada aluno. “Eu e os outros professores da Oficina estamos ansiosos para começar a trabalhar com os sócios da Hebraica”, afirmou.
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Jovens Sem Fronteiras
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m abril, o grupo Jovens Sem Fronteiras (JSF) realizou a primeira edição do Aponte, novo projeto com a proposta de promover encontros mensais para discutir temas sociais e políticos do cotidiano, que, na opinião do núcleo de coordenadores, requerem reflexão com base em mais informações e também uma atuação mais efetiva em relação às propostas. O primeiro encontro teve a participação dos alunos do curso de líderes Meidá e abordou o feminismo negro. A historiadora e mestre em estudos interdisciplinares sobre gênero Giselle dos Anjos Santos e a ativista social Priscila Fonseca expuseram questões atuais relativas ao tema e responderam as questões do público, contando com a mediação de Perla Kindi, voluntária do JSF. Em maio, o grupo pretende organizar um Aponte cujo tema será o drama dos refugiados.
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Formação de torcida
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m convite inesperado feito pela vice-presidente de Juventude, Elisa Nigri Griner, nas redes sociais revelou o mais novo projeto destinado a integrar sócios não ligados às atividades competitivas. “Convidamos o percussionista Júnior Meireles, que participou da primeira edição do programa ‘The Voice Brasil’ para ministrar um curso bem descontraído a todos os interessados para ensinar técnicas de percussão e incentivar os sócios a se juntarem à torcida quando nossos atletas competirem.” As primeiras aulas serão dadas na Praça Carmel, lugar informal e ideal para que, além de entrar no ritmo, outras pessoas se aproximem e se divirtam”, afirmou a vice-presidente. (M.B.)
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juventude > agenda
Dois em um
Para a família A equipe profissional do Espaço Bebê repete a parceria com a ONG Célula Mater e realiza oficinas para mamães e bebês como parte da programação para a Caminhada das Mães, na região de Pinheiros, dia 15 de maio, das 9 às 14 horas. Mais informações e inscrições pelo site www.celulamater.com.br.
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Curso de fotografia
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primeira turma do curso “Um Passo Além do Click”, ministrado pela fotógrafa Mara Kankczuk, completou com sucesso o treinamento dividido em quatro aulas. “Abrimos uma turma no horário noturno, na sala do Ateliê Hebraica, com aulas dias 10, 17, 24 e 31 de maio. Esperamos um grande número de adesões”, afirmou Mara. O curso de fotografia é uma dentre muitas outras iniciativas do Ateliê dirigidas ao público adulto interessado em diversificar e aprimorar conhecimentos. Desde março, um grupo de alunos desenvolve um programa de aula de história da arte. “Foto e arte são temas que têm a ver com nosso trabalho, por isso nada mais natural que as aulas aconteçam no nosso espaço”, comentou Betty Lindenbojm. As inscrições para ambos os cursos estão abertas na secretaria do Ateliê, fone 3818-8824.
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Desde o ano passado o tema bullying vem sendo tratado de diversas formas, e a peça O Alvo conquistou o público adolescente, reproduzindo no palco situações vividas pelos alunos nas escolas públicas e particulares do Brasil. Há alguns meses as cinco atrizes, Andressa Andreato, Luíza Porto, Júlia Freire, Natália Viviani e Kuka Anunciato apresentaram o espetáculo no Teatro Anne Frank com muito sucesso e voltam à Hebraica, dia 22 de maio, para atender aos pedidos do público para mais uma sessão, às 16 horas de O Alvo, e às 18 horas a pré-estréia de O Alvo 2. Comprando ingressos para os dois espetáculos, haverá um desconto especial para o sócio.
Pequenos menestréis
O
Centro de Música Naomi Shemer lançou, recentemente, o projeto Encanto, sob a batuta da professora Lucila Novaes, maestrina dos Trovadores Mirins. Nas aulas semanais, ela ajudará crianças entre 5 e 14 anos a desenvolverem voz, ritmo e repertório musical. Informações e inscrições no Centro de Música ou pelo fone 3818-8828. (M. B.)
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juventude > fotos e fatos 1.
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1.
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4.
1. Alunos do curso de líderes
5.
Meidá formavam a maior parte do público que participou do evento “Aponte para o Feminis-
5.
1. Pais de recém-nascidos participaram da ofi-
mo Negro”, promovido pelo gru-
cina “Soninho Bom” e foram orientados sobre
po Jovens Sem Fronteiras; 2. As
os sinais dados pelos bebês que, se bem obser-
pesquisadoras Giselle dos Anjos
vados, garantem horas de tranquilidade aos
Santos e Priscila Fonseca debater-
adultos; 2 e 3. Evento especial promovido pelo
am questões atuais sobre o mov-
Taglit trouxe os professores Danny Tirza e Uzi
imento negro no Brasil; 3. Edin-
Rubi, de Israel, para falar no Teatro Anne Frank
ei Zveibil, Rosane Nadanovsky e
para futuros e antigos participantes do proje-
Cyinthia Zaclis Rabinovitz deram
to sobre a situação política atual daquele país.
vida às personagens do original
Na sequência, os jovens confraternizaram e
de Woody Allen na adaptação do
saborearam falafel na Esplanada; 4 e 5. O em-
diretor Heitor Goldflus; 4. Daniel
presário Lúcio di Domenico foi o convidado
Kronenberg atuou como convida-
de mais um encontro do Hebraica Business
do na montagem do grupo Gesto;
Fórum na Sala Plenária
5. Mães e avós de alunos da Escola Maternal assistiram a uma palestra sobre os perigos e formas de prevenção do zika vírus
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juventude > fotos e fatos 1.
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1 e 2. A narração das histórias saídas dos livros Dias de Mel e de Limão e O Palhaço do Nariz Verde, escritos pelos sócios Déborah Cuperschmitd e Renato Vaisbih, foi um dos pontos altos do evento do Erê Lab, que ocupou o gramado do clube com brinquedos e estruturas de recreação durante todo o final de semana. No domingo, uma oficina de jardinagem atraiu um grande número de crianças ao gramado, completando a diversão oferecida pela Erê Lab, empresa que cedeu os brinquedos; 3. Quarenta dançarinos se inscreveram no workshop de preparação para o Seminário Kadmon, que trará o coreógrafo israelense Dudu Barzilay a São Paulo em junho. A organização é de Allon Idelman e grande equipe; 4. “Tecendo Conversas” é uma atividade idealizada pela equipe profissional do Espaço Bebê para promover a integração entre as mães. Enquanto se dedicam a trabalhos manuais, é possível trocar informações sobre questões cotidianas da maternidade; 5. A aula aberta que divulgou “Encanto”, o mais novo curso do Centro de Música Naomi Shemer, despertou o interesse de potenciais alunos
4.
1, 2, 3 e 4. Alunos do curso de líderes Meidá foram os principais beneficiários da renda obtida com os dois shows do grupo Os Barbixas, que divertiram a plateia com “Improvável”, seu mais recente show; 5. Repercutiu positivamente a primeira aula dada pelo percussionista Júnior Meirelles na Praça Carmel. Ele planeja ajudar na formação de uma animada e ruidosa torcida para incentivar os atletas da Hebraica nas quadras e piscinas
5.
5.
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juventude > fotos e fatos
Avós de alunos do Infantil II da Escola Maternal e Infantil da Hebraica lotaram o Salão Marc Chagall para partilhar com os netos as principais tradições do Pessach. Juntos fizeram a brachá das velas e do vinho, abençoaram a matzá e cantaram as cinco perguntas rituais da festa. O evento emocionou a vice-presidente de Juventude Elisa Griner e a diretora da Escola Maternal Sarita Kreimer
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es por tes
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esportes > jogos macabeus escolares pan-americanos
Vem aí a segunda edição DE 26 A 29 DE MAIO, A HEBRAICA SERÁ SEDE DOS II JOGOS MACABEUS ESCOLARES PAN-AMERICANOS DANY FRIEDMAN ASSAYAG (Z’L) COM ALUNOS DE ESCOLAS JUDAICAS DO BRASIL, ARGENTINA PARAGUAI E COLÔMBIA, NUM TOTAL DE MIL PARTICIPANTES
NONONON ONONONONOONO ONONONOONONOO ONO NON
A
A DIRETORIA DO MACABI BRASIL ESPERA MIL ATLETAS PARA A SEGUNDA EDIÇÃO DOS
JOGOS MACABEUS ESCOLARES
s passagens aéreas dos alunos das escolas da Argentina, Paraguai e Colômbia já estão confirmadas para São Paulo e, de 26 a 29 de maio, ficarão hospedados nas dependências da Hebraica, juntamente com as delegações do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. “Somente não pernoitarão no clube os alunos de São Paulo, mas eles participarão de todas as atividades esportivas e recreativas”, informa o diretor do Macabi Brasil, Fábio Fischman. Os primeiros Jogos Macabeus Escolares foram em 2011, com grande sucesso, movimentando todas as instalações esportivas da Hebraica e grande público. Além de reunir jovens macabeus de comunidades latino-americanas, o ponto central dos Jogos será as competições de polo aquático, basquete, futsal, voleibol, handebol, tênis, tênis de mesa, ginástica, xadrez, judô e natação. “A abertura oficial será logo após a comemoração da festa de Lag Baômer e então os atletas iniciarão as competições. Para o público, haverá um Kabalat Shabat especial, atividades recreativas para todas as faixas etárias no sábado e uma edição especial do Boteco Hebraica. Dessa forma, as famílias que acompanham os garotos entre 10 e 18 anos também terão um estímulo extra de integração, além de atuarem como torcidas organizadas das escolas”, explica Fischman. (M. B.)
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esportes > judô
As primeiras medalhas do ano A EQUIPE DE JUDÔ INICIOU 2016 COM MEDALHAS NA COPA SÃO PAULO, DISPUTADA NO GINÁSIO DO IBIRAPUERA, EM SÃO PAULO, COM DESTAQUE PARA BEN LIBERMAN, E NO CAMPEONATO BRASILEIRO DA V REGIÃO, EM CURITIBA
O
s judocas da Hebraica conquistaram cinco medalhas de ouro e duas de prata no Campeonato Brasileiro da Região V, em Curitiba, em abril. A cada subida ao pódio, demonstrando como a vitória individual refletia positivamente no grupo de atletas formados desde os primeiros golpes pelos senseis Miriam e Edison Minakawa, os colegas comemoravam com entusiasmo. “Agradecemos o apoio do clube, da equipe multidisciplinar e de todos aqueles que
apoiam e acreditam em nosso trabalho”, escreveu Miriam, em sua página no Facebook, ao retornar a São Paulo. Semanas antes, ela enviou ao Departamento Geral de Esportes um relatório a respeito da participação do clube na Copa São Paulo de Judô 2016, realizada em março no Ginásio do Ibirapuera. A despeito do nome, o evento mobilizou 3.100 judocas oriundos de dezoito estados inscritos nas classes sub-11, 13, 15, 18, 21 e sênior, masculino e feminino e a
Hebraica ficou em terceiro lugar na contagem geral de pontos. Das equipes que se destacaram na Copa São Paulo, a Hebraica era a única sem patrocínio comercial ou atletas contratados: os 26 judocas inscritos são sócios, militantes ou integrantes do Projeto Campeão – Judô Cidadão e somaram quatorze medalhas, sendo seis de ouro, três de prata e cinco de bronze. “Seis judocas foram convocados para a Seleção Paulista de Judô para representar o Estado no Campeonato Brasileiro da V Região”, enfatizou a sensei Miriam. Um dos destaques da equipe do clube foi Ben Liberman, que iniciou sua carreira no judô aos 8 anos e na Copa São Paulo lutou na classe sub-18, uma das mais fortes do evento. Ele venceu todas as lutas por ypon, o golpe perfeito do judô, e conquistou o título de campeão da Copa São Paulo 2016, além de uma vaga na seleção paulista que disputou o Campeonato Brasileiro da Região V em Curitiba. Com Liberman, viajaram Sarah Veras, Tauane Gonçalves, Fernanda Costa, Hudy Heis e Amanda Nayara Costa, todos atletas que treinam diariamente no clube. Esse grupo conquistou cinco medalhas de ouro e duas de prata, ajudando a seleção paulista a ficar entre as duas melhores do torneio. (M. B.)
Duas estrelas As judocas Manuela de Jesus e Jhosi Nunes foram convocadas para treinar com a seleção brasileira que disputará os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. A convocação se deveu aos resultados obtidos pelas jovens nas seletivas nacionais realizadas em Salvador, em 2015. Jhosi ficou em terceiro, o que deu-lhe a chance de partilhar de dois períodos de treinamentos no Rio de Janeiro, onde as judocas titulares se preparam. Manuela foi mais longe. Em março, ela acompanhou parte da seleção brasileira em um estágio na Alemanha.
JUDOCAS DO PROJETO CAMPEÃO – JUDÔ CIDADÃO VÊM SE DESTACANDO NAS COMPETIÇÕES
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esportes > olimpíada
Com os dois pés na competição DOIS NADADORES DA EQUIPE COMPETITIVA, ANDRÉ MARQUES DE OLIVEIRA
E JÉSSICA SANTOS FERREIRA, DISPUTARAM A ÚLTIMA SELETIVA PARA OS JOGOS
OLÍMPICOS NO PARQUE AQUÁTICO MARIA LENK NO RIO DE JANEIRO
O
vice-presidente de Esportes FábioTopczewski despediu-se pessoalmente de André e Jéssica, no parque aquático, na véspera do embarque para o Rio de Janeiro, onde disputariam a última seletiva de natação para os Jogos Olímpicos Rio 16. Era meados do mês passado, em meio à rotina movimentada da área esportiva da Hebraica. “São garotos que se dedicaram ao esporte, empregaram tempo e energia para merecer esta chance. São dignos de inspirar a geração mais nova, caren-
te de bons exemplos. Os diretores, técnicos e colegas de modalidade cruzarão os dedos para que sejam bem.sucedidos”, afirmou o coordenador de natação da Hebraica Murilo Santos, dias antes de acompanhar os dois na viagem. No ano passado, Murilo concluiu sua formação na Academia Brasileira de Treinadores, mantida pelo Instituto Olímpico do Brasil, e pelo Comitê Olímpico Brasileiro para profissionais de todo o país. Além dos dois potenciais nadadores, outros setores da Hebraica estarão indireta-
ANDRÉ MARQUES DE OLIVEIRA E JÉSSICA SANTOS FERREIRA SE DESPEDIRAM DO VICE-PRESIDENTE FÁBIO TOPCZEWSKI ANTES DE SEGUIR PARA O RIO E DISPUTAR O TROFÉU MARIA LENK
mente envolvidos na Olimpíada Rio 2016. Os professores da Escola de Esportes Fábio Zuin e Marcelo Soufia serão comentaristas de tevê durante as competições de trampolim acrobático e ginástica artística. Para Marcelo, acompanhar as provas de solo e aparelhos a partir da cabine da Bandnews será a estreia dele nessa atividade. “Comecei 2016 com muitas novidades. Em fevereiro fui incorporado à equipe de professores e técnicos da Hebraica, e agora fui convidado para comentar as competições de ginástica artística. Estou muito satisfeito. Não vejo a hora de explicar ao público a evolução de Arthur Zanetti, nosso maior ginasta na atualidade”, antecipa. Já veterano Esta será a terceira vez que Fábio Zuin será comentarista na Espn/Brasil. “Foi muito interessante transmitir informações ao telespectador durante o Pan-Americano em 2007, e na Olimpíada em 2008 e 2012, e este ano teremos o brasileiro Rafael Andrade, com muitas chances de se destacar entre os atletas da ginástica de trampolim”, comenta. Para ele, a modalidade, que tornou-se esporte olímpico em 2000, vem ganhando visibilidade e popularidade entre os praticantes das várias modalidades de ginástica. “Minha contratação na Hebraica se deve ao interesse do clube em incentivar a prática do trampolim e me orgulho de dizer que o clube já teve atletas disputando mundiais e classificados para eventos internacionais. É um esporte que atrai muitos sócios, tanto jovens quanto adultos”, completa Zuin. Os meios de comunicação divulgaram desde o início do ano os resultados do atirador esportivo Felipe Wu, presença garantida nas provas de dez e cinquenta metros como representante do Brasil. Também apareceu nos jornais a informação de que nadadores japoneses e a delegação israelense farão os treinos de adaptação nas instalações do clube. Equipes de natação, judô e atletismo estarão na Hebraica a partir de julho para embarcar para o Rio de Janeiro às vésperas das competições. (M. B.)
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esportes > natação
Dois torneios COM POUCAS SEMANAS DE INTERVALO, A EQUIPE JUVENIL
CONQUISTOU MEDALHAS EM UM TORNEIO REGIONAL EM SÃO CAETANO DO SUL E NA
SELETIVA KIM MOLLO, DISPUTADA NA PISCINA DO PAINEIRAS DO MORUMBY
ATLETAS DO JUVENIL DE NATAÇÃO SE DESTACARAM NO REGIONAL DE SÃO CAETANO DO SUL E OBTIVERAM BONS RESULTADOS NA SELETIVA KIM MOLLO
D
oze integrantes da equipe juvenil de natação (nove garotos e três meninas) foram a São Caetano do Sul participar do Torneio Regional Marcelo Biazzoto, com doze clubes, incluindo a Hebraica, e 185 atletas. Resultado de um dia de provas em diferentes distâncias e estilos, a Hebraica conquistou seis medalhas de ouro, cinco de prata e duas de bronze. André Marques Oliveira ganhou o Troféu Eficiência pelo desempenho nas provas de cinquenta, cem e duzentos metros borboleta. Carolina Alves melhorou em vinte segundos seu tempo nos oitocentos metros livres, chegando a dois segundos do índice brasileiro. Já o Troféu Kim Mollo é um torneio de âmbito regional conhecido como uma etapa de seleção para os melhores torneios do país. Segundo o coordenador da modalidade, Murilo Santos, os sete atletas inscritos se saíram bem entre os 561 atletas dos 16 clubes participantes. “O juvenil é uma categoria em fase de reestruturação e foi muito bom ver nossos atletas atingirem índices estaduais e brasileiros. O ambiente altamente competitivo acrescentou algo mais ao desempenho de alguns dos nossos nadadores que renderam mais na água do que vinham fazendo nos treinos. Enfim, estou muito otimista em relação às próximas competições deste ano”, escreveu em seu relatório à Diretoria. (M. B.)
Primeiras braçadas A Escola de Esportes abriu a temporada de grandes encontros esportivos com o VII Festival de Natação que se realizou em duas etapas: a interna, com 38 alunos nível II; na segunda etapa, as provas foram disputadas por alunos da Hebraica, Colégio São Luís, Escola Dinâmica e Stance Dual, num total de 164 crianças. O evento mobilizou as famílias, que torceram e incentivaram os pequenos. Todos os alunos receberam medalhas de participação.
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esportes > curtas
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Alunos exemplares
Sabras na quadra
ela terceira vez, a Hebraica foi o único clube (como entidade dedicada ao esporte) convidada a participar do Torneio Interescolar de Xadrez da Escola Móbile, que reuniu 160 alunos entre 8 e 14 anos da rede escolar pública e particular de São Paulo. Pela Hebraica, jogaram Jaques Papescu, Felipe e Vítor Rotenberg, Rafael Kupferman, Felipe Saruê e Rafael Lintz. Com exceção de Rafael, que é sócio e aluno do Móbile, os outros cinco frequentam os cursos do Departamento de Xadrez. O Torneio Interescolar abriu a agenda competitiva de 2016 na cidade e distribuiu medalhas aos participantes e troféus às melhores escolas. Jaques Papescu ficou em quarto lugar na categoria sub-10 entre 46 pequenos enxadristas. Felipe Rotenberg foi o quarto dos 25 alunos da categoria sub-8. Para o professor e coordenador de xadrez da Hebraica, Davy D’Israel, foi um bom resultado para este início de ano.
No início de abril, o clube recebeu as seleções masculina e feminina israelenses de vôlei (categoria infantil 15 anos) para um intercâmbio com as equipes locais). Os rapazes foram os primeiros a entrar em quadra com vitória para os brasileiros por 2 x 1, com parciais de 22 x 25, 25 x 12 e 25 x 13. No dia seguinte, foi a vez das atletas jogarem e as brasileiras venceram por um placar de 3 x 0. A turnê pelo Brasil incluiu, ainda, alguns jogos no Rio de Janeiro, contra times de clubes da comunidade judaica carioca.
P
Esporte recreativo
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Mais um título
A
equipe sub-15 de futsal conquistou o título na edição 2016 da Copa Acesc (Associação de Clubes Esportivos e Socioculturais) da modalidade, no Clube Helvetia, e jogou contra as equipes do Ipê Clube, Monte Líbano e o clube anfitrião. A Hebraica venceu o Monte Líbano por 5 x 0, empatou com o Ipê por 1 x 1 e, na final, derrotou o Helvetia por 2 x 0. Fernando Matone e Alexandre Arazi foram os goleiros menos vazados do torneio.
Fãs e ex-jogadores de polo aquático ganharam um horário para praticar o esporte: terças e quintas, das 20h30 às 22 horas. No mesmo horário, às quartas-feiras, a piscina semiolímpica 2 fica reservada para os atletas do master + 40. Um horário adicional aos domingos, das 16h30 às 19 horas, foi criado para estimular pais e filhos a se divertir juntos trocando passes na piscina. Iniciativa semelhante, para sócias que gostam de vôlei, partiu de um grupo que treina às sextas de manhã na quadra do segundo andar do Poliesportivo. As duas atividades se destinam exclusivamente ao esporte recreativo de adultos. (M. B.)
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1 e 2. Equipes infantis de handebol enfrentaram os times do Pinheiros e de Cubatão; 3, 4 e 5. Ainda repercute o sucesso do Torneio de Purim promovido pelo Departamento de Tênis que teve como vencedores Marcelo Kovesi, Leo Mamid, Celso Nestrovsky, Sérgio Mester, Isaque Rubin e Daniel Lassner. Na equipe de vices estavam Milton Rosochansky, Pérsio Coifman, Célia Burd, Cláudio Cernea e Charles Tawil
1. Aula aberta de krav magá, método isra-
4.
elense para defesa pessoal, atraiu grande número de frequentadores do Fit Center; 2. André Marques Oliveira ganhou o Troféu Eficiência no Torneio Regional de Natação, em São Caetano do Sul; 3. Festival de Natação da Escola de Esportes teve uma etapa interna e outra externa com a participação do Colégio São Luís e das escolas Dinâmica e Stance Dual; 4. Atletas sub-13 da Hebraica participam do Campeonato Paulista de Polo Aquático
4.
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O XIV Festival de Judô da Hebraica mobilizou 1.200 alunos de 33 associações, clubes e organizações não-governamentais com projetos na modalidade. Os alunos do pré-judô do clube realizaram demonstrações no tatame. Houve homenagens para a equipe com maior número de inscritos e destaque para os integrantes do Projeto Campeão – Judô Cidadão em parceria com o Lar da Criança da CIP que, pela primeira vez, se classificaram com a quinta maior e melhor equipe do torneio
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magazine > comportamento | por Ariel Finguerman, em Tel Aviv
A nova família em Israel
QUEM AINDA ACHA QUE O
CONCEITO DE FAMÍLIA NÃO ESTÁ MUDANDO EM NOSSA ÉPOCA,
É PORQUE AINDA NÃO CONHECE A HISTÓRIA DE ASAF E ERIC:
ELES SÃO UM CASAL GAY, ASAF UM JUDEU ISRAELENSE, E ERIC
UM CRISTÃO NORTE-AMERICANO CONVERTIDO AO JUDAÍSMO
O
A EXEMPLO DE OUTRAS DEMOCRACIAS OCIDENTAIS, ISRAEL TAMBÉM TEM SUAS NOVAS FORMAS DE ORGANIZAR AS FAMÍLIAS
s dois vivem na região de Tel Aviv, com os fi lhos gêmeos que nasceram da doação de óvulos e da barriga de aluguel de uma mulher cuja fi lha biológica foi também morar com eles e agora se prepara para servir o Tzahal. Asaf Rosenheim, 37 anos, já foi um judeu religioso e cresceu no bairro de Ramot, em Jerusalém. A vontade de ter filhos, ele explica, é herança familiar. “Fui filho único de um pai também filho único, então sempre quis mais Rosenheims”, disse em entrevista ao Yedioth Achronot. Mesmo tendo assumido a homossexualidade e ter se afastado da ortodoxia, ele nunca deixou este sonho se apagar. Passado o serviço militar, Asaf estudou administração de empresas em Nova York, começou a trabalhar no ramo imobiliário e em uma balada, numa discoteca, conheceu Eric Patton. “Ele não se interessou por mim, mas não desisti dele. Comportei-me como o israelense típico com chutzpah (atrevimento). Telefonei-lhe várias vezes e insisti, pois sempre achei necessário lutar por um amor. No final, ele cedeu.” Eric, 46 anos, nasceu em Ohio, em uma família cristã conservadora. Formou-se em relações internacionais em Washington, foi voluntário na Bósnia e atua em uma ONG de direitos humanos. “Até conhecer Asaf nem passava pela minha cabeça ter filhos ou formar família”, diz o norte-americano. Seis meses depois do encontro passaram a morar juntos. A religião foi um pon-
to importante na convivência do casal, e Asaf convenceu o parceiro a se aproximar do judaísmo. “Quando me convenci que gostaria de viver com Eric até o final de minha vida, disse-lhe que queria que nossos filhos fossem judeus, pois acredito na continuidade do nosso povo. Ele concordou imediatamente.” Mesmo conscientes de que o rabinato ortodoxo de Israel não reconheceria os futuros filhos como judeus, eles fizeram questão de buscar uma doadora judia de óvulos, e uma mulher judia para barriga de aluguel. Por meio de uma agência encontraram uma estudante de 25 anos, que aceitou doar os óvulos. Apesar de, pela norma, a doadora ficar anônima, os três combinaram um encontro num café-da-manhã e, dali, saiu um acordo de que se um dia, os filhos quiserem conhecê-la, ela aceitaria “com alegria”. Depois, veio a parte mais complicada: encontrar uma judia que topasse servir de barriga de aluguel. Conheceram Mary Daniels, da cidade de Milwaukee, cuja história também não é das mais simples: cresceu em um orfanato na Colômbia e, aos 8 anos de idade, foi adotada por uma mulher judia norte-americana. Aos 19 anos, Mary vivia uma vida de jovem rebelde, quando se viu grávida de um viciado em drogas que acabou preso. Um ano após Alessandra, a filha, nascer Mary casou-se outra vez mas o relacionamento durou apenas três anos. Divorciada, Mary alistou-se no exército americano, serviu no Kuait e Iraque enquanto a pequena Alessandra ficava com a avó. Enquanto no Oriente Médio, leu na internet que um casal gay procurava uma judia para barriga de aluguel. “Acredito que todo ser humano deve doar. Nunca pude dar dinheiro aos pobres, pois não tenho, mas sabia que poderia ajudar com meu útero pessoas que não têm como trazer ao mundo crianças da maneira mais simples.” Mary recebeu dois óvulos, um fecundado por Asaf, o outro por Eric e semanas depois, recebeu a notícias de gêmeos no útero. Foi uma gestação durante a qual se criou uma forte ligação entre o casal gay, a mulher da barriga de aluguel e a filha. “A partir do momento em que assinamos o contrato, Mary e Alessandra se tornaram parte da nossa familia”, diz Asaf. No final da gestação Asaf e Eric decidiram se casar em uma cerimônia judaica, em Nova York, oficializada por um rabino reformista. Sob a hupá ambos quebraram os copos. Para o brit-milá do filho recém-nascido, o casal enviou passagem aérea para Mary participar da cerimônia e durante três meses, ela enviou, pelo correio, leite materno congelado. “Existem casais que cortam toda comunicação com a mulher que serviu de barriga de aluguel, e isto é triste. No nosso caso, tenho certeza que a relação nunca terminará”, diz Mary. Hoje, Asaf trabalha na região central de Israel no ramo imobiliário, enquanto Eric estuda hebraico num ulpan. As crianças chamam o primeiro de “aba”, e o segundo de “daddy”. Alessandra vive com eles, à espera de ser chamada para servir o Tzahal. Ninguém ali se preocupou em fazer exames de DNA para saber quem é pai de quem. “Todos somos uma só grande família”, diz Asaf. >>
“Os casais gays têm direitos iguais no mercado de trabalho, direito a pensão e herança, o bituach leumi (INSS israelense) dá todos os benefícios para os filhos e redução de impostos por cada criança. O único problema é que o Ministério do Interior não aceita registrálos como um casal.” (Irit Rosenblum, da ONG Mishpachá Chadashá)
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magazine > comportamento
ENTREVISTA
Lá, uma situação ambígua CASAIS GAYS QUE DECIDEM TER FILHOS TÊM AMPLOS DIREITOS EM ISRAEL, MAS TAMBÉM ENFRENTAM MUITAS DIFICULDADES. A AVALIAÇÃO É DA VETERANA DOS DIREITOS CIVIS NO PAÍS, A ADVOGADA IRIT ROSENBLUM (FOTO). ELA FUNDOU A ONG MISHPACHÁ CHADASHÁ (NOVA FAMÍLIA), DE TEL AVIV, QUE APOIA PESSOAS FORA DO PADRÃO INTERESSADAS EM LAÇOS FAMILIARES.
H
ebraica – Que tipo de problemas enfrenta em Israel um casal como este mencionado na reportagem: gays, um dos parceiros convertido ao judaísmo e que tiveram um casal de gêmeos por meio de doação de óvulo e barriga de aluguel? Irit Rosenblum – Todos os problemas possíveis (risos). Pela lei israelense, não existe relação matrimonial entre dois homens, mas somente jurisprudência [decisões anteriores de juízes com força de lei]. Já a conversão, se não for ortodoxa, não será considerada legal em Israel e não será registrado como judeu. É ótimo que a mulher atuando como barriga de aluguel seja judia, pois, assim, os bebês serão considerados judeus. A Bíblia, claro, não conhecia toda esta tecnologia de inseminação e, portanto, a lei judaica reconhece como mãe quem dá a luz. Agora, precisa verificar se esta mulher foi convertida por ortodoxos, senão... Por que este casal gay teve de encontrar uma judia no exterior para ser barriga de aluguel, se eles vivem no Estado judeu? Rosenblum – É ilegal uma mulher ser barriga de aluguel para gays em Israel. É algo impossível aqui. Aliás, atualmente, isto é legal somente no Canadá e EUA. Mas o preço é altíssimo, inacreditável, e mais caro do que comprar um apartamento em Israel. O lado positivo é que os recém-nascidos ganham cidadania automática ali, e podem entrar em Israel com visto de turista. Há alguns anos, havia possibilidade de se fazer na Índia, mas os bebês não eram nem indianos nem israelenses, mas cidadãos de nenhum lugar. O site da sua ONG estima que existam em Israel cerca de vinte mil famílias gays. Que nível de liberdade essas pessoas têm comparado aos países desenvolvidos ocidentais? Rosenblum – Minha resposta vai te surpreender: eles têm uma vida nada mal aqui em Israel. As instituições LGBT são reconhecidas e as cortes rabínicas também reconhecem esses casais. Eles têm direitos iguais no mercado de trabalho, direito a pensão e herança, o bituach leumi (INSS israelense) dá todos os benefícios para os filhos de casais gays e redução de impostos por cada criança. O único problema é que o Ministério do
Interior não aceita registrá-los como um casal. É uma situação maluca, pois parte do governo os reconhece, parte não. Recente pesquisa revela que 75% dos judeus israelenses gostariam que o divórcio fosse resolvido em cortes civis, e não em tribunais rabínicos como acontece hoje. Você acha que isto pode acontecer em um futuro próximo? Rosenblum – Não, porque o nosso Parlamento, que faz as leis do país, não reflete a sociedade. Basta notar que metade da população é de mulheres, e não há esta quantidade de deputadas. O perfil do parlamentar é masculino, com mais de 55 anos e passado militar. Quando há eleições, a maioria liberal do país não vota ou elege os mesmos de sempre. Como você vê Israel comparado ao mundo quanto à vida familiar? Parece que somos mais liberais do que nossos vizinhos, mas mais conservadores que as sociedades ocidentais. Rosenblum – Israel é um país único, nossa religião é única, os judeus são um povo único. É uma situação meio andrógina. O judaísmo é uma religião conservadora, mas menos que muitas outras. A mulher tem algum poder. É uma religião do diálogo, do Talmud. Não estamos tão ruins quando comparados a outros. Veja o caso dos gays: o judaísmo deixa-os existirem, ninguém quer matá-los, mas também não permite que se tornem senso comum. Podem existir, mas como diferentes.
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HEBRAICA
por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com
12 notícias de Israel
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Sabra maravilha
Os vizinhos da família Sobol, em Tel Aviv, ficaram horrorizados em fevereiro ao encontrar Hili, 18 anos, morta na escadaria do prédio, assassinada com 130 facadas. E no mês passado, o país ficou perplexo com o resultado da investigação policial. Um jovem, também de 18 anos, foi acusado pelo assassinato, a mando da namorada, que é ninguém menos que... a irmã gêmea da vítima. Os autos do processo notam que as duas irmãs, Hili e Shiri, que moravam no apartamento com a mãe, cresceram se odiando mutuamente. Quando a irmã conheceu o namorado, passou a exercer sobre ele uma influência maligna, convencendo-o a executar a matança. A corte internou os dois no hospício.
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Saco vazio
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Louca violência
Apareceu nas telas do cinema a nova Mulher Maravilha, personagem dos super-heróis da DC Comics, agora interpretada pela modelo israelense Gal Gadot. Nascida em Rosh Ha’ayn e com serviço no Tzahal como instrutora de combate, Gal despontou em Hollywood há sete anos, no filme Velozes & Furiosos. A partir daí, sua estrela só cresceu, até ser convidada para interpretar este ícone da cultura pop, no filme Batman Vs Superman – A Origem da Justiça. A modelo, que participou do concurso Miss Universo quando este era apresentado por Donald Trump, continuará interpretando a heroína, também no filme solo Wonder Woman, programado para 2017.
O Knesset acaba de aprovar uma nova lei taxando em 0,10 shekalim (R$ 0,10) cada saco plástico usado pelos consumidores para empacotar as compras no supermercado. A ideia é desestimular as pessoas a usarem o invólucro e diminuir a quantidade de porcalhada jogada fora, assim que chegam em casa. Calcula-se que, todos os anos, 2,2 bilhões de sacos sejam usados em Israel nos vários tipos de mercados, representando 275 sacos por habitante. Os comerciantes aproveitam os sacos para estampar propaganda, e pagam 88 milhões de shekalim por ano na produção. A partir de 10 de janeiro de 2017, quando a lei entra em vigor, a conta será paga pelo consumidor.
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Orgulho azul-e-branco A União Europeia e a Rússia lançaram uma das mais avançadas espaçonaves de pesquisa em direção a Marte, a ExoMars e, desta vez, também Israel teve participação importante no projeto. A empresa Rafael, conhecida pela fabricação de tecnologia militar como o Iron Dome contra mísseis do Hamas, desenvolveu o compartimento de combustível que permitirá a aproximação do planeta vermelho. Desde a década de 1980, a Rafael atua na área de satélites, mas é a primeira vez que envia um projétil para outro planeta. Os europeus normalmente não convidam países fora do continente para participar dos seus projetos espaciais, mas a relação com a Rafael é antiga e já a incluíram no próximo projeto espacial, em 2018.
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Fim da festa O governo israelense anunciou aa cobrança do VAT (o Icms daqui) sobre todas as compras feitas pela internet de produtos para downloads, ou seja: e-books, filmes, games, aplicativos e por aí vai. Agora o israelense pagará o valor do produto mais 17% para o governo. O Estado judeu não está sozinho nesta mais nova mordida no bolso do consumidor. A recomendação do imposto vale para todos os países membros da Oecd, o grupinho das nações desenvolvidas, cujo mais recente relatório notou que as compras mundiais pela internet atingiram U$ 1,4 trilhão em todo o mundo. E os governos, claro, não querem ficar de fora desta gastança planetária.
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Mãe coragem O governo israelense lançou um experimento que permitirá a mil funcionários públicos trabalhar a partir de casa para que principalmente mulheres possam realizar as tarefas domésticas e trabalhar, de modo a garantir melhor equilíbrio de oportunidades para os dois sexos no mercado. Por enquanto, os participantes do projeto irão cumprir vinte horas por mês em casa, e que serão contabilizadas como horas extras. A ideia é que este adicional eleve os salários das mulheres ao mesmo nível dos homens. Na prática, segundo pesquisa do governo, já 18% das mulheres levam hoje trabalho para fazer em casa, depois de servir o jantar ou colocar os pimpolhos para dormir.
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Boa, mano Se der tudo certo, em 30 de julho o veterano roqueiro latino Carlos Santana se apresentará para milhares de israelenses no Parque Yarkon, de Tel Aviv. Como acontece com todo artista que anuncia turnê em Israel, ele também foi pressionado pelo movimento BDS, que prega o boicote ao Estado judeu, para não se apresentar no país. Mas Santana, macaco velho, postou o seguinte em sua página no Facebook, em inglês e espanhol: “Estamos inspirados a nos apresentar em Israel neste verão. Acreditamos que a música possa ser uma força de cura em qualquer lugar de nosso planeta. Santana é um cidadão do mundo e quer levar sua mensagem a todo canto do globo”.
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Holerite exemplar
Bibi Netaniahu surpreendeu os seguidores no Twitter ao postar uma foto do seu holerite de fevereiro, segundo ele, a pedido de vários interessados. O contracheque mostra que o premiê israelense ganha salário bruto de 48.815,00 shekalim (aproximadamente o mesmo valor em reais), fora os descontos do INSS local, do SUS israelense e outros. O resultado líquido dá 17.645,00 shekalim na conta. É verdade, o Estado paga as despesas do líder do governo nos itens roupas, viagens e despesas domiciliares. Recentemente, Bibi tentou incluir como despesas também a ração do cachorro, mas o pedido foi rejeitado. Políticos deveriam ganhar isto mesmo, para desestimular a carreira. Depois de quatro ou oito anos no poder, quem fez um bom trabalho, poderia se enriquecer dando palestras e consultorias, como qualquer profissional do mercado. Recentemente, o ex-premiê Ehud Olmert foi preso, acusado de tentar reforçar este tipo de holerite recebendo propina ao aprovar um condomínio em Jerusalém – por risíveis U$ 100 mil. Que isto sirva de exemplo.
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Sonho meu Pesquisa feita no Dia da Ciência, comemorado em Israel na data de nascimento de Albert Einstein (14 de março), perguntou a quinhentos papais e mamães o que desejariam para o futuro dos filhos. Em primeiro lugar, claro, médico (59%), seguido de profissional da área de high tech (52%) e engenheiro (49%). As profissões de área de humanas ficaram na lanterninha, como professor (16%) e jornalista (7%). Deputado do Knesset também não está com cartaz no país, pois apenas 8% dos pais desejam ver os filhos no Parlamento.
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Adeus ao herói Ele era baixo, careca, rechonchudo e não se tem notícia de nenhum caso amoroso seu com loiras assassinas. Mas Meir Dagan, morto aos 70 anos, de câncer, foi um James Bond da vida real, admirado por todo um povo e temido pelos vizinhos deste povo. Foi aquele tipo de cara que dedica toda sua mente privilegiada ao criar um lugar ao sol para os judeus deste planeta, arriscando a pele nas mais variadas situações e ganhando um salário limitado. Começou a carreira como paraquedista na Guerra dos Seis Dias, comandou uma unidade de assalto em Gaza nos anos 1970, lutou na Guerra do Iom Kipur e depois na primeira guerra do Líbano. Se quase perdeu as duas pernas quando seu jipe passou por cima de uma mina, acabou chegando ao generalato do Tzahal. Foi levado à chefia do Mossad pelo então premiê Ariel Sharon, que exigiu para o cargo alguém com “uma faca entre os dentes”. Colegas lembram do chefe de estilo “curto e grosso, que exigia resultados esmurrando a mesa”. Dagan focou os esforços do Mossad no projeto nuclear iraniano, no Hezbollah e no terror islâmico mundial. O resto, não o interessava. Também mudou a direção do Mossad, que historicamente preferiu sempre trabalhar isolado, para uma maior comunicação com agências secretas mundiais. Dagan insistia em que os inimigos de Israel agora também viraram inimigos do Ocidente – e valia a pena lutar junto. Ao mesmo tempo, se opôs ao suposto desejo de Bibi Netaniahu e Ehud Barak de bombardear o Irã. Dagan nasceu em um trem vindo da Sibéria, em 1945, filho de sobreviventes do Holocausto. Em seu escritório, tinha sobre a mesa o retrato de um idoso judeu, de talit, ajoelhado e com as mãos para cima, sob a mira do revólver de um nazista, que o mataria momentos depois. Era o seu avô. “Eu jurei para mim mesmo que isto não aconteceria nunca mais”, dizia aos visitantes.
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Thanks, Israel Sete empreendedores israelenses que imigraram para os EUA criaram por ali empresas de high tech que, somadas, valem hoje mais de U$ 22 bilhões. Além disso, esses sete empresários são responsáveis pela criação de 3.600 empregos. Os dados constam do novo relatório da National Foundation for American Policy, que examinou o impacto de 87 empresas de mais de um bilhão de dólares cada uma na economia do país. A ONG concluiu o relatório fazendo um pedido ao governo em Washington que facilite a imigração de mais empreendedores estrangeiros – 44 das 87 empresas examinadas na pesquisa tem um empresário estrangeiro no comando. “Eles beneficiam dezenas de milhares de americanos com empregos e criam produtos e serviços consumidos por milhões”, conclui.
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TV aos sobreviventes Esta é daquelas notícias que só acontecem no Estado judeu: as duas principais empresas de TV a cabo do país decidiram conceder aos sobreviventes do Holocausto 50% de desconto nas tarifas. Dos 190 mil sobreviventes que vivem no país, 100 mil são assinantes das empresas Yes e Hot e, segundo dados do governo, 24% deles vivem na pobreza, um terço são solitários e morrem cerca de mil por mês. Para se identificar junto às empresas, terão de exibir uma identificação emitida pelo governo especialmente a esta população.
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magazine > a palavra | por Philologos *
Falta esclarecer quem é o próximo a se amar A QUEM SE APLICA O MANDAMENTO BÍBLICO V’AHAVTA
L’REY’ACHÁ KAMOCHA, “AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI
MESMO”? QUEM É EXATAMENTE REY’ACHA? COMO VEREMOS
A SEGUIR, A TRADUÇÃO DOS ANTIGOS TEXTOS HEBRAICOS PARA O GREGO APRESENTA ALGUNS PROBLEMAS
G
eralmente traduzida como “teu próximo”, a palavra hebraica rey’achá, (Levítico, 19:18), compreende o substantivo rey’a e o sufi xo possessivo singular de segunda pessoa cha. A referência mais antiga de que se tem registro é mencionada no Evangelho de Lucas, escrito cerca de 100 da Era Comum e um dos quatro relatos da vida de Jesus do Novo Testamento. Nele, lê-se que um judeu que “aprendeu na Lei” (nomikós, em grego do Novo Testamento) se aproxima de Jesus e pergunta: “Que farei para herdar a vida eterna?” (Isto é, obviamente, uma tradução do idioma hebraico “ter uma parte no mundo por vir”). Jesus responde com a pergunta: “O que está escrito na Lei?”, e o nomikós responde: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma e com toda a tua força e teu próximo como a ti mesmo”. “Você respondeu certo”, diz Jesus. “Faça isso e você viverá.” Mas o nomikós ainda não está satisfeito. “Quem é o meu próximo?”, pergunta, e Jesus responde com a parábola conhecida como a história do bom samaritano. Um judeu, diz ele, foi assaltado, espancado e largado para morrer na estrada de Jericó a Jerusalém. Dois judeus o veem, mas não ajudam. Em seguida, um samaritano, de passagem, aproximou-se de onde ele estava; e ao vê-lo teve compaixão, foi ao seu encontro, enfaixou as feridas, colocou-o no seu próprio animal de carga, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. Jesus então pergunta: “Qual destes três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?”. “Aquele que usou de misericórdia?”, diz o nomikós, e Jesus lhe diz: “Vá, e faça o mesmo”. Nessa história há quatro pontos importantes: (1) A palavra grega plesíos, usada no Novo Testamento para traduzir rey’a, deriva de pélas, “perto” ou “próximo de”, e significa próximo;
(2) O Novo Testamento emprestou esta versão de rey’a a partir da Septuaginta, tradução da Bíblia do segundo ou terceiro século antes da Era Comum, a primeira do mundo, de autoria de judeus não rabínicos em Alexandria; (3) A escolha de um samaritano por Jesus para a sua parábola não foi acidental, porque no primeiro século da Palestina samaritanos e judeus eram inimigos; (4) Quando Jesus pede para indicar a essência da Torá, um judeu com conhecimento rabínico logo responde citando dois versículos bíblicos que devem ser valorizados acima de todos os outros. Um, cujo começo é “Amarás o Senhor, teu Deus”, é o início da passagem do Deuteronômio da qual a oração Shemá Israel, “Ouve, ó Israel”, se origina. O outro é “Ame o teu rey’á como a ti mesmo”. E, de fato, a tradição judaica confirma que um judeu educado provavelmente teria pensado no último versículo, porque o rabino Akiva, nascido não muito tempo depois da morte de Jesus, é citado pelo Talmud de Jerusalém como tendo dito “Ame o teu próximo como a ti mesmo: este é o grande princípio da Torá”. Se o cristianismo do primeiro século atribuiu tanta importância ao Levítico, 18:19, aprendeu com o judaísmo do primeiro século. E como o judaísmo de então e dos séculos seguintes entendia este versículo? O que o judaísmo achava que era um rey’a? Certamente não um próximo. Embora a palavra, aparentemente relacionada com ro’é (pastor), pode originalmente ter sugerido um colega pastor cujos rebanhos pastavam perto dele, na Bíblia isso não significa proximidade física. O que significa é uma destas duas
coisas: (a) “amigo”, “conhecido”, ou “companheiro”, como no Livro de Jó: “E três amigos de Jó [shloshet rey’ey Iyov] ouviram falar de todo o mal que se abateu sobre ele e vieram [de longe], cada um do seu lugar”; ou (b) “outro”, como quando lemos na história da Torre de Babel, “E eles disseram uns aos outros [ish el rey’eyhú, “cada um ao seu rey’á”], ‘Venha, vamos fazer tijolos!’”. Em dúvida a respeito de qual destes dois significados adotar, a Septuaginta escolheu “próximo” como solução conciliatória, pois o próximo de alguém não está psicológica e emocionalmente tão perto como amigo, nem tão distante como outro qualquer. No entanto, considere a tradução do início do século 2 do Pentateuco em aramaico conhecida como Targum Onkelos, que sempre reflete a opinião rabínica. Ao contrário da Septuaginta, esse texto não põe rey’achá como “seu próximo” (shachnach). Ao contrário, traz chaverach, “seu amigo”. Então, será que os rabinos entendiam que o Levítico, 19:18 referia-se apenas a um amigo? Não necessariamente, porque o aramaico chavra e o hebraico chaver também podem significar “companheiro”. Este, por exemplo, é o sentido de chaver na máxima atribuída a Hillel, o Velho, no primeiro século, Al tadun et chaverchá ad she’tagi’a limkomó: “Não julgueis seu companheiro até que você tenha estado em seu lugar”. Neste caso, in-
terpretar chaver como referência apenas a um amigo seria demasiado restritivo. Complicado? E fica ainda mais, porque o Levítico, 19:18 tem um raro recurso gramatical que não aparece na tradução. Normalmente, o hebraico ahav, “amor”, é um verbo transitivo que leva objeto direto, de modo que “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” seria v’ahavta et rey’achá kamocha, usando a partícula acusativa et antes de rey’achá, assim como “Amarás o Senhor teu Deus” é v’ahavta et adonay elohecha. O Levítico 19:18, no entanto, traz v’ahavta l’rey’achá kamocha, utilizando a proposição l’ em vez de et. Traduzido literalmente, isso seria “Amarás ao [ou “para”] teu rey’á como a ti mesmo”. A única razão pela qual isto não parece tão estranho é muito estranha. * Philologos é um renomado filólogo em língua hebraica
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magazine > viagem | Texto e fotos de Flávio Bitelman
Viena,
uma cidade dos sonhos VIENA É UMA CIDADE ONDE
QUALQUER UM GOSTARIA DE
MORAR, TAL A QUALIDADE DE VIDA
QUE SE RESPIRA POR LÁ E É PARADA OBRIGATÓRIA PARA OS TURISTAS QUE DEVEM PENSAR EM PELO MENOS CINCO DIAS DE ESTADIA
PARA CONHECÊ-LA E ADMIRÁ-LA
INTERIOR DA SINAGOGA DE VIENA, A STADTTEMPEL, UMA OBRA-PRIMA DE RIQUEZA E BOM GOSTO
T
odos os anos são quase quatro milhões de turistas para uma cidade de pouco mais de 1,8 milhão de habitantes. É tanto a Cidade da Música, como a Cidade dos Sonhos, numa alusão a um dos seus mais ilustres fi lhos, o psicanalista Sigmund Freud. E de pensar que em meados de abril de 1945, menos de um mês antes do fi nal da Segunda Guerra, tropas do exército nazista ainda resistiam por entre barricadas e edifícios da cidade ao assalto de forças combinadas britânicas, americanas e soviéticas que destruíram boa parte dos edifícios e infraestrutura. Mas ela ressurgiu das cinzas, linda, exuberante, criativa, inovadora, a mais requisitada para reuniões de organismos internacionais, alguns dos quais têm sede lá, como a Organização dos Estados Produtores de Petróleo (Opep), por exemplo. É uma das cidades mais prósperas do mundo e uma ponte entre o despojamento das coisas modernas e a exuberância e opulência do final do século 19. Imaginem que é a única cidade do mundo a ter uma vinícola e respectivos tonéis de vinho na própria área ur-
UM TIPO CARACTERÍSTICO DE TURISTA NA CIDADE
bana. Mas é uma cidade tão incrível que a prefeitura construiu uma grande praça, espécie de ponto de encontro, onde as pessoas descansam esperando os amigos que foram visitar um museu, e você, outro. Por isso, chama-se a Praça dos Museus. Viena parece mesmo um grande museu a céu aberto como as fantásticas construções da Ringstrasse, uma grande avenida que circunda o centro da capital austríaca, construída em meados do século 19 em substituição da grande muralha que protegia a cidade e com o mesmo traçado da construção original. Freud costumava caminhar por ela e lá se erguia a monumental residência da família Ephrussi, uma referência para os judeus desta cidade que pode se dar ao luxo de uma das três áreas em que é dividida ter o nome de Setor dos Museus. Ela também abriga o primeiro zoológico do mundo, de meados do século 18, construído pela dinastia dos Habsburgos, cujos palácios estão abertos à visitação pública. Em Leopoldplatz, o chamado sexto distrito de Viena, a história do Holocausto está nas calçadas: porque diante dos edifícios onde moravam e trabalhavam os ju-
deus e nas ruas que, em meados de 1938, os judeus tiveram que esfregar com as próprias mãos, escondem-se pequenas placas de bronze inscritas com nomes, datas de deportação e locais da morte. Naquela época, lá viviam cerca de 177.000 judeus, isto é, 10% da população da cidade, e isso dá a medida da importância que os nazistas atribuíam à tarefa de destruí-los. Poucos anos depois a guerra eram nove mil pessoas. Todos os símbolos da presença judaica na cidade foram devastados nos pogroms de 9 e 10 de novembro de 1938. Noventa e quatro das 95 sinagogas que existiam na cidade antes do advento do nazismo foram destruídas naqueles dois dias, e uma delas parcialmente, a Stadttempel, reconstruída, é um >> verdadeiro monumento.
MONUMENTO A MOZART NA PRAÇA DOS MUSEUS
Viena parece mesmo um grande museu a céu aberto como as fantásticas construções da Ringstrasse, uma grande avenida que circunda o centro da capital austríaca, construída em meados do século 19
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magazine > viagem
QUIOSQUES COMO ESTE, DE CACHORRO-QUENTE, SÃO COMUNS
A MEMÓRIA DA VIDA JUDAICA ESTÁ NESTE MUSEU
BIBLIOTECA DA CIDADE COM TODO O SEU ESPLENDOR; VIENA PODE SE DAR AO LUXO DE TER UMA VINÍCOLA DENTRO DELA
DA MESMA FORMA, CAFÉS NOS QUIOSQUES SERVEM DOCES FANTÁSTICOS
SÓ EM VIENA MESMO: UMA PRAÇA COM OS PRINCIPAIS MUSEUS DA CIDADE
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leituras magazine
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por Bernardo Lerer
O Amor de Mítia Cinema Explícito Rodrigo Gerace | Editora Perspectiva | 320 pp. R$ 72,00
Com o subtítulo de “Representações Cinematográficas do Sexo”, mais do que contar a história do sexo no cinema, o autor discute a polêmica e insistente oscilação entre o erótico e o pornográfico, “desde seus inícios ruidosamente silenciosos até a diversificada pornificação contemporânea do cinema de ficção”, como escreve na orelha do livro a professora Flávia Cesarino Costa. O livro trata de como o sexo, o corpo e o relacionamento sempre desafiaram e ampliaram os limites dos nossos valores morais.
Ivan Búnin | Editora 34 | 128 pp. | R$ 42,00
A obra de Ivan Búnin (1870-1953), Prêmio Nobel de Literatura de 1933, só redescoberta pelo Ocidente há pouco, herda a prosa realista do final do século 19, principalmente de Tolstói e reflete um autor dividido entre alguém que discordava dos rumos da revolução bolchevique e conhecia as fraturas da modernidade. O Amor de Mítia, de 1925, penetra no drama de consciência de um rapaz que descobre a dolorosa intensidade da força do desejo e do sentimento amoroso. Tradução direta do russo por Boris Schnaiderman.
História de Israel John Bright | Editora Paulus | 621 pp. | R$ 95,00
O autor é professor de teologia nos Estados Unidos e o livro foi traduzido em vários idiomas para servir de bibliografia fundamental em escolas de teologia de países, desde a primeira edição, em 1959, e o seu êxito se deve ao fato de unir escritura, arqueologia e história do Oriente Próximo facilitando o estudo e aprendizado da história antiga e a literatura do Velho Testamento. O autor participou de várias expedições arqueológicas na antiga Palestina na década de 1930. Muito interessante.
Mário Schenberg – O Cientista e o Político
Davi – A Vida Real de um Herói Bíblico
Dina Lida Kinoshita | Fundação Astrojildo Pereira | 290 pp. | R$ 32,00
Joel Baden | Rocco | 293 pp. | R$ 43,90
O simples fato de ter conseguido reunir em uma biografia política a história de um notável militante, um intelectual fiel às perspectivas socialistas desde a juventude e, ao mesmo tempo, um dos mais importantes cientistas brasileiros, já faz deste livro uma obra a ser lida. Mário era o primogênito de Salomão e Fanny, judeus imigrantes do leste europeu, que se conheceram no Recife no final da primeira década do século passado.
Se o David lendário é mais uma estátua de mármore do que uma personalidade viva, mais um símbolo do que um homem, o David histórico é um homem ambicioso, inteligente, persuasivo e ameaçador, nem sempre no poder, mas quase sempre no controle. Não é alguém a quem se gostaria de imitar, mas uma pessoa a quem devemos respeitar.
Brizola
Os Trabalhadores
Clóvis Brigagão e Trajano Ribeiro | Editora Record | 281 pp. | R$ 26,00
Eric Hobsbawm | Paz e Terra | 515 pp. | R$ 68,00
Já ouviu-se de mais de uma pessoa que falta alguém como Leonel Brizola para dar mais racionalidade a essa crise política que o Brasil vive desde há alguns anos. Mas ele morreu em 2004 deixando um rastro de estrategista, orador invejável, polemista, contestador e contestado, amado e odiado, um perigoso “incendiário comunista” que surpreendeu a todos quando, expulso do Uruguai à beira da guerra civil, pediu asilo nos Estados Unidos. E lhe concederam. Esta biografia foi escrita por dois dos seus mais próximos colaboradores.
Hobsbawm nasceu em Alexandria, no Egito, mas bem cedo foi para a Alemanha com os pais, que morreram quando ele a irmã Nancy ainda eram crianças, e adotados pelos tios. Com a ascensão do nazismo todos, pois, afinal, eram judeus, fugiram para a Inglaterra, onde ele estudou e se graduou sempre em primeiro lugar. É um historiador marxista que deu à maioria dos livros o sentido de luta de classes, como este, por exemplo, que é uma coletânea de estudos sobre a história do operariado.
Assim se Pariu o Brasil
Anna e o Homem das Andorinhas
Pedro Almeida Vieira | Sextante | 316 pp. | R$ 39,90
Gavriel Savit | Rocco | 272 pp. | R$ 29,50
É uma história bem-humorada da história do Brasil na perspectiva de um autor português, contando, em 25 capitulos, três séculos dos mais fundamentais episódios dos tempos coloniais e que compreendem invasões, guerras, rebeliões e outras calamidades do período colonial ao nascimento do Brasil. O livro talvez ajude a entender porque, ao contrário dos outros países latino-americanos, o Brasil nasceu quase sem dramas. O título alude ao rato (um minúsculo país europeu, Portugal) que “pariu” uma montanha, isto é, o Brasil.
Anna levava uma vida tranquila com o pai, professor de uma universidade em Cracóvia até ser preso pelos nazistas, no final de 1939. Sozinha, Anna conhece um misterioso homem das andorinhas e passa a segui-lo. Ela tinha 7 anos. O homem era alto, magro, vestia terno escuro e carregava maleta de médico. Ela não sabe o nome dele mas admira seu talento com os pássaros. Nas andanças conhecem o rabino Hirschl que deixou o gueto de Lublin com a clarineta e uma garrafa de vodka. Os anos passam e Anna vira moça.
Frankenstein Mary Shelley | Hedra | 268 pp. | R$ 44,90
Filha de duas grandes figuras literárias da Inglaterra do final do século 18, Mary será sempre lembrada por seu primeiro livro, Frankenstein, ou O Prometeu Moderno, revelador do que havia de melhor do pensamento radical e artístico europeu em um período crucial da história europeia e mundial. Deste livro se originaram mais de noventa adaptações teatrais e cinematográficas em que o nome se associa não ao criador, Victor, mas à criatura e se tornou sinônimo de horror associado ao uso substantivo do nome próprio.
Caçando Chê Mitch Weiss e Kevin Maurer | Editora Record | 279 pp. | R$ 35,00
É, obviamente, a história por trás da caça, captura e assassinato de Chê Guevara, em 1967, numa região inóspita da Bolívia, onde o pequeno grupo de guerrilheiros ainda com o mítico combatente argentino foi cercado, morto e exibido como um troféu. Os autores vasculharam documentos oficiais na Bolívia, Estados Unidos e Brasil, mostram como os agentes da CIA treinaram camponeses bolivianos maltrapilhos em soldados e como os países vizinhos, Brasil da ditadura incluído, colaboraram nas ações. Ajuda a entender um pouco mais a história.
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músicas magazine
por Bernardo Lerer
Fidelio Beethoven | Decca | R$ 176,00
Originalmente, se chamava “Leonore – ou o Triunfo do Amor”. É a única ópera escrita pelo genial compositor alemão e conta a história de Leonore, que se veste como guarda de uma prisão, adota o nome de Fidélio, obviamente para mostrar a fidelidade ao marido condenado à morte e que tenta resgatar. É uma obra típica daquilo que os especialistas chamam de “período intermediário” da vida de Beethoven e que revela sacrifício pessoal, heroísmo e triunfo e refletindo o momento político e social da Europa de então (final do século 18) de lutas pela liberdade e pela justiça social.
Music of the Spanish Renaissance Naxos | R$ 73,90
No período dos reis Carlos V e Felipe II, no século 16, a cultura espanhola experimentou um fantástico florescimento artístico e a música atingiu um alto nível de perfeição tanto na composição quanto na interpretação com músicos da maior qualidade, dos quais sete tocavam vihuela, instrumento parecido com o alaúde e afinado como ele e que escreveram suas composições para este instrumento entre 1536 e 1576.
Royal Philharmonic Orchestra Mops | R$ 68,90
Esta orquestra, que se apresenta no Royal Albert Hall, é uma das mais importantes do mundo e algumas vezes se dá ao prazer de gravar música popular e geralmente os maiores sucessos de todos os tempos, como se pode ver neste cd, no qual executam Unchained Melody, When I Fall in Love, The Sounds of Silence, Chariots of Fire, Moon River, Summertime, The Look of Love, Blue Velvet, e outras, totalizando 36 faixas.
Esprit des Balkans Aliavox | R$ 199,90
O grupo Hespèrion, do catalão Jordi Savall – a quem a cultura ainda vai dever muito por seu trabalho, desta vez produziu um álbum com música dos Bálcãs, aquela região exuberante em música abrangendo a Sérvia, a Grécia e um pedaço da Turquia, a Romênia, Bulgária, Trácia, o sudoeste da Macedônia, cigana, e uma faixa dedicada à música sefaradi, Cuando el rei Nimrod. Uma obra-prima.
Golden Jazz Box Jazz Classics | R$ 149,90
O subtítulo faz justiça ao que contém: os seis melhores álbuns com os melhores intérpretes e compositores de jazz. Lá estão Miles Davis, John Coltrane, Chet Baker, Duke Ellington, Bill Evans e Dave Brubeck, músicos que, cada um a seu modo, revolucionaram o jazz. Cada cd mereceu do produtor um qualificativo como, ao se referir a Miles Davis, “elegância e beleza”, ou Duke Ellington, “o embaixador”.
Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena
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magazine > curta cultura | por Bernardo Lerer
Árvore da vida Não custa nada. É grátis, acredite. Entre no site www.myandyourfamily.com, coloque seus sobrenomes (para todas as mulheres o sobrenome deve ser o de solteira, datas de nascimento, local, data de casamento e, se for o caso, data de falecimento, local e onde foi sepultado. É bem provável que os pesquisadores, todos voluntários, reunidos em torno desse projeto de construir uma frondosa árvore judaica genealógica paulistana vai descobrir suas origens. A ideia partiu de Franklin Kuperman,
que deixou de ser empresário para se dedicar à tarefa de deixar um legado e descobrir os elos que o ligam a outras famílias de judeus, de São Paulo e do mundo. Era uma tarefa difícil quando não se tinha o recurso da internet e a possibilidade de vasculhar, num verdadeiro trabalho de arqueologia, os sites de genealogia pelos quais confirmam os dados de várias pessoas, como nomes, datas, etc. Hoje já são mais de 620.000 nomes inscritos e guardados em nuvens e foi necessário trabalhar em um novo programa de genealogia de modo a atender às muitas solicitações que recebem de judeus residentes em países vizinhos e da Europa, pois o programa criado para construir árvore genealógica chamado Family Tree Maker não conseguiu dar conta tal a quantidade de nomes e sobrenomes. São pessoas interessadas em tentar descobrir o paradeiro de parentes ou aparentados que saíram dos seus países de origem e migraram para outros locais ou vieram para o Brasil principalmente no período entre guerras e depois da Segunda Guerra. Franklin e seu pessoal se dizem ferramenteiros, denominação que os diferencia dos que leem livros e mais livros, comparando x, y e z, os historiadores. Os ferramenteiros ou pesquisadores enxergam a árvore genealógica brasileira e uma floresta, mundial e, para isso, entram em sites de genealogia, pesquisam o nome e sobrenome de alguém, verificam se é mesmo filho de fulano e fulana. E, a partir daí, podem ter certeza de que será a mesma pessoa.
Perdas na literatura Na penúltima semana de março, morreram duas referências literárias de Israel: o decano dos escritores Aharon Megged, 95 anos, e o poeta, dramaturgo e tradutor Israel Eliraz, 79. Aharon escreveu 35 livros, muitos dos quais transformados em peças teatrais e seriados de tv, foi editor e alguns dos seus contos fazem parte da coletânea em português Geração da Terra, organizada por Rifka Berezin, há alguns anos. Ele foi um dos fundadores da Masa, importante revista literária semanal editada em Israel, teve livros traduzidos para o inglês, espanhol e francês e foi adido cultural da embaixada de Israel na Grã-Bretanha. Venceu o Prêmio Israel, em 2003, e o Bialik, em 1974, por sua contribuição ao renascimento da língua hebraica, a respeito do que, aliás, escreveu em 1971: “O renascimento do idioma hebraico não é como Lázaro surgindo por milagre de entre os mortos. É mais como a Bela Adormecida despertada pelo príncipe. Ela não estava morta; só estava adormecida por um longo tempo; e ela não era um saco de ossos, mas uma beleza verdadeira. Agora, quando você a desposa e a traz para casa, o problema é fazer com que esta princesa aristocrática e nobre, adornada com joias e brocados realize todo o trabalho doméstico, esfole as mãos, arrebente as
costas ao cozinhar, lavar e cuidar do jardim no quintal. Ao contrário de Eliza Doolittle, de Pigmaleão, ela se dá bem em festas elegantes mas se comporta mal na feira.”
Herói da Resistência
Imre Kertész (1930-2016)
A história abaixo é de Erich Muehsam, judeu, um dos primeiros “subversivos” mandado prender pessoalmente por Goebbels, em fevereiro de 1933, pouco depois da ascensão do nazismo. Depois, durante quase um ano e meio, Erich passou por vários campos de concentração na Alemanha até que, em julho de 1934, ao não querer se suicidar por enforcamento, como queriam seus captores, foi torturado, assassinado e pendurado na viga de um dos barracões do campo de concentração de Oranienburg. Nascido em abril de 1878, Erich foi anarquista, escritor, poeta e animador de cabarés, e expulso de todas as escolas onde estudou, em parte devido à rebeldia que acumulava ano após ano com as manifestações antissemitas na cidade de Lübeck, em cuja escola, o Katharineum Gymnasium, citado por Thomas Mann no romance Os Buddenbrooks, de 1901, Erich apanhava dos bedéis com a mesma frequência que desobedecia o rígido código disciplinar. O ponto alto foi publicar no jornal da cidade uma paródia ao discurso do diretor da escola. Não teve jeito e foi expulso, acusado de “agitador socialista”. Ele queria ser poeta, mas o pai, Siegfried, obrigou-o a trabalhar na farmácia da família. Com 22 anos, ligou-se a grupos radicais em Berlim e passou a escrever textos satíricos, juntando anarquismo com comunismo e a autodefinição: “Fui um anarquista antes de saber o que era o anarquismo. E me tornei socialista e comunista quando comecei a entender a injustiça social nas fábricas”. Por isso, e porque viveu em comunas na Suíça, a policia alemã o vigiava. Em 1911, Eric (ao lado em autoretrato de 1919), fundou um jornal que funcionou até a eclosão da Primeira Guerra. Na época, entusiasmou-se com a guerra, depois voltou-se contra e ficou preso até o final dela. Participou do gabinete da fugaz República Soviética da Bavária, em 1919, que durou apenas seis dias. Condenado a quinze anos de prisão, foi libertado pelo governo de Weimar, em 1924, na mesma leva que tirou Adolf Hitler da cadeia. Durante a detenção e depois, escrevia e gozava do partido nazista e resultou no que se leu no primeiro parágrafo.
A Língua Exilada, O Fiasco, A Bandeira Inglesa, História Policial, Eu, um Outro, Liquidação e Kadish por uma Criança Não Nascida são alguns títulos de obras traduzidas para o português do Prêmio Nobel de Literatura 2002 Imre Kertész, morto no final de março, aos 86 anos, de complicações do m al de Parkinson, e autor de outras como Dossiê K: uma Memória, espécie de autoentrevista. Ou quando relata as experiências de sobrevivente de Auschwitz e Buchenwald em Fatelessness, sem tradução, assim como The Final Inn, de 2014, no qual revela sua ligação com dois outros proeminentes judeus húngaros, o compositor György Ligeti e o pianista András Schiff, e revela antipatia por Bertolt Brecht e Milan Kundera. Imre dizia que embora tenham sido escritos em húngaro, admite que seus livros não pertencem à tradição literária húngara mas à literatura judaica do leste europeu, escritas principalmente em alemão como as obras de Franz Kafka e do romeno Paul Celan o poeta judeu e ex-detento em campos de concentração e que o surpreendia pela sobrevivência espiritual e criativa. Era crítico contumaz dos autores que escreviam a respeito do Holocausto e do qual “só se salvavam uns dois ou três” sem, no entanto, nominá-los, e elogia Jean Améry (nascido Hanns Chaim Mayer) pelo livro At the Mind’s Limits (sem tradução em português). Recentemente investiu contra judeus da Europa acusando-os de “equívoco suicida” ao se transformarem em antissemitas dissimulados sempre que atacam Israel e dizer “a estes judeus sinceros, mas estúpidos, que parecem se desconhecer, vomitam insultos contra Israel e fingem não ter nada a ver com os eventos políticos e as injustiças que ocorrem aqui, bem perto de onde vivem, na Europa. O judeu europeu é, de fato, um caráter nocivo que não admite armas defensivas nas mãos de judeus e enxerga no próprio extermínio a única solução para uma vida vivida em infeliz e confusa consciência”.
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indicador profissional ACUPUNTURA
ADVOCACIA
CIRURGIA GERAL
CIRURGIA PLÁSTICA
ADVOCACIA
ANGIOLOGIA
CARDIOLOGIA
A D VO C AC I A
Dra. Dayane Messias Lopes Dr. Eduardo Durante Rua
Tels: (11) 99944-7331 98018-0377 98507-6427 email: dayanelopes.adv@gmail.com | edurua@uol.com.br
COLOPROCTOLOGIA
DERMATOLOGIA
CIRURGIA PLÁSTICA
Família Cível Trabalhista Consumidor
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COLOPROCTOLOGIA
DERMATOLOGIA
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indicador profissional DERMATOLOGIA
GINECOLOGIA
OFTALMOLOGISTA
ORTOPEDIA
NEUROPSICOLOGIA
ORTODONTIA
OTORRINOLARINGOLOGIA
ODONTOLOGIA
ORTOPEDIA
NEUROLOGIA
ODONTOLOGIA
NEUROPEDIATRIA
MANIPULAÇÃO
ENDOCRINOLOGIA
PILATES
FISIOTERAPIA
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NEUROCIRURGIA
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indicador profissional PSICOLOGIA
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indicador profissional PSICOLOGIA
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PSIQUIATRIA
PSICOTERAPIA
REUMATOLOGIA
compras e serviços
UROLOGIA
RESIDENCIAL
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compras e serviรงos
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indicador profissional
DRA. LUCIANA MALUF
Saúde física e mental lado a lado O que pode ser visto como estética ou vaidade também influencia no equilíbrio emocional, e os tratamentos devem olhar para o indivíduo como um todo. Na prática da dermatologia somada à clínica geral, analisam-se fatores como estresse e emoções negativas nas alterações da pele, as-
sim, os tratamentos não só recuperam a saúde da pele, mas também a auto-estima. Luciana Maluf é médica dermatologista (CRM 113699) do Hospital Sírio-Libanês e membro da Soc. Bras. de Dermatologia e da Acad. Americana de Dermatologia. Site www.lucianamaluf.com.br
MAXIME ODONTOLOGIA
As vantagens da cirurgia ortognática A cirurgia ortognática é uma especialidade da odontologia que se resume em dar formato à face, colocando os dentes na posição correta (com a ortodontia) e reposicionando os maxilares (com a cirurgia corretiva). Os casos em que a cirurgia ortognática é a solução são
aqueles que os pacientes apresentam alguma deformidade dento-facial, ou seja, problemas com a mastigação. Av. Angélica, 688, cj. 507 Fone 3662-3474 Site www.maximeodontologia.com.br
ASB = AFIF SPORT BUSINESS
Marketing e gerenciamento esportivos Com muito sucesso, a ASB Holding, comandada por Marcos Farber, Antônio Afif e Eduardo Fantato, é uma consultoria que atua na área de marketing esportivo, na gestão de clubes de futebol e gerenciamento de carreiras. Outra vertente é a promoção de eventos nacionais e internacionais
de MMA com a marca FW (Fighting Winners). Os cursos de capacitação esportiva ficam a cargo da Afif Educacional, um braço da holding. Afif Sport Business Fone 979-801-818 Site www.afifsportbusiness.com.br
GUINZA SUSHI
Ótima opção de almoço nos Jardins No rodízio do Guinza, o cliente encontra opções como sushis, sashimis, temakis, niguiris sushis, makimono, uramaki e hot roll. Há também opções quentes como Udon, Lamen, Nabeyaki-Udon e Tyashú-Men entre outros. O Guinza oferece também cortes de atum, salmão e peixe branco.
Na sobremesa, não há como esquecer o exótico tempurá de sorvete. Guinza Sushi Alameda Jaú, 540 | Fone 3141-0315 www.guinzasushi.com.br / facebook.com/guinzasushi
S.O.S. PIZZAS
Massas com mil e um sabores Na hora da fome dá vontade de gritar: “Socorro!”. É neste momento que entra em ação a S.O.S. Pizzas. Basta pegar o telefone e fazer o pedido. Entre as mais pedidas estão a margherita e portuguesa. A S.O.S. Pizzas tem sabores para todos os gostos e atende de segunda a
quinta-feira, das 18 às 23 horas; sexta a domingo, das 18 às 24 horas. É só escolher o seu sabor favorito e bom apetite! Higienópolis | Tel. 3662-0006 Pinheiros | Tel. 3061-1574 Moema | Tel. 5092-3299
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roteiro gastron么mico
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roteiro gastron么mico
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diretoria
Diretoria Executiva WZ ^/ Ed ŝƌĞƚŽƌ ^ƵƉĞƌŝŶƚĞŶĚĞŶƚĞ ZĞůĂĕƁĞƐ /ŶƐƚŝƚƵĐŝŽŶĂŝƐ
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114 HEBRAICA
| MAI | 2016
conselho deliberativo
CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL 2016
Um viva para a independência Em maio, comemoramos mais um aniversário da independência do Estado de Israel. Trata-se de uma data muito importante no entender desde Conselho Deliberativo, uma vez que muitos dos primeiros conselheiros deste clube eram sionistas convictos, ferrenhos apoiadores do Estado de Israel e a geração atual mantém a mesma tradição de respeito e apoio ao país que completa 68 anos. A Hebraica é pouco mais nova do que o Estado de Israel e ambos viveram décadas de desenvolvimento, superação e defesa da democracia. Todas as propostas feitas pela Hebraica em nomear as dependências com nomes ou lugares famosos em Israel, o Conselho prontamente atendeu, o que faz dele um partícipe dessa ligação atávida do clube com o Estado de Israel. No clube, a preservação da tradição e do legado judaico é feito através dos curso de bat e bar-mitzvá, da Escola Maternal e Infantil e até da integração dos alunos da Escola Alef ao cotidiano do clube. Além da educação, estamos permanentemente conectados a Israel através do trabalho com dança folclórica, música e as visitas constantes dos representantes do Estado de Israel. No esporte, a Hebraica mantém vínculo permanente com delegações olímpicas israelenses e também é responsável por um grande número de jovens que disputam a cada quatro anos a Macabíada Internacional. É com orgulho que percorremos o clube e vemos um Centro Cívico que leva o nome do premiê Itzhak Rabin (z’l), um Centro de Juventude Shimon Peres, as praças Carmel e Jerusalém, a Biblioteca Ben-Gurion e o Centro de Música Naomi Shemer (z’l). São lembretes a todas as gerações de que valores como a democracia, a paz, a tradição, a música e a poesia devem se cultivados, assim como a eterna lembrança da obra e pensamentos dos pioneiros que construíram o Estado que hoje é um dos expoentes da inovação tecnológica e abriga as mais diferentes correntes do povo de Israel. E a atuação do Conselho Deliberativo foi, é e sempre será parte integrante da formação desse alicerce que molda a mente das crianças e jovens, predispondo muitos deles a construir um futuro em Israel, sem, no entanto, quebrar o vínculo que tem com a Hebraica. Mauro Zaiz – Presidente da Mesa
Reuniões Ordinárias do Conselho em 2016 8 DE AGOSTO APROVAÇÃO DAS CONTAS RELATIVAS A 2015 21 DE NOVEMBRO APROVAÇÃO PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 2017 12 DE DEZEMBRO APRECIAÇÃO RELATÓRIO ANUAL DA DIRETORIA
Mesa do Conselho PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE 1O SECRETÁRIO 20 SECRETÁRIO ASSESSORES
MAURO ZAITZ FÁBIO AJBESZYC SÍLVIA L. S. TABACOW HIDAL AIRTON SISTER VANESSA KOGAN ROSENBAUM ABRAMINO A. SCHINAZI CÉLIA BURD EUGEN ATIAS JAIRO HABER JAVIER SMEJOFF SAPIRO JEFFREY A. VINEYARD
MAIO 5 11
5ª FEIRA 4ª FEIRA
12
5ª FEIRA
26
JUNHO 5 11 *12 *13
JULHO 24
AGOSTO 13
5ª FEIRA
IOM HASHOÁ - DIA DO HOLOCAUSTO IOM HAZIKARON - DIA DE LEMBRANÇA DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 68 ANOS LAG BAÔMER
DOMINGO SÁBADO DOMINGO 2ª FEIRA
IOM IERUSHALAIM VÉSPERA DE SHAVUOT 1º DIA DE SHAVUOT 2º DIA DE SHAVUOT
DOMINGO JEJUM DE 17 DE TAMUZ
14
INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER DOMINGO FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO
19
6ª FEIRA
TU BE AV
** 2 ** 3 ** 4 ** 11 ** 14 16 * 17 * 18 23
DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA DOMINGO
* 24 * 25
2ª FEIRA 3ª FEIRA
VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR VÉSPERA DE SUCOT 1º DIA DE SUCOT 2º DIA DE SUCOT VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ 7º DIA DE SUCOT SHMINI ATZERET- IZKOR SIMCHAT TORÁ
OUTUBRO
SÁBADO
NOVEMBRO 5
SÁBADO
DEZEMBRO 24 31
SÁBADO SÁBADO
ANOITECER
DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN AO ANOITECER, 1ª VELA DE CHANUKÁ AO ANOITECER, 8ª VELA DE CHANUKÁ
2017 JANEIRO 27
FEVEREIRO 11
MARÇO 9 12 13
ABRIL 10 * 11 * 12 * 17 * 18 24
6ª FEIRA
DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO (ONU)
SÁBADO
TU B’SHVAT
5ª FEIRA JEJUM DE ESTER DOMINGO PURIM 2ª FEIRA SHUSHAN PURIM 2ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA 2ª FEIRA 3ª FEIRA 2ª FEIRA
EREV PESSACH- 1º SEDER PESSACH- 2º SEDER PESSACH-2º DIA PESSACH- 7º DIA PESSACH- 8º DIA IOM HASHOÁ- DIA DO HOLOCAUSTO
* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS ** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES, FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS