ANO LVII
| N ยบ 649 | MARร O 2016 | A DAR I/A DAR II 5776
Para gostar, basta frequentar
HEBRAICA
3
| MAR | 2016
palavra do presidente
Lições de um espelho Certa vez um rabi visitou um judeu rico e religioso, mas avarento. Assim que entrou, o rabi pegou o dono da casa pela mão e levou-o até a janela e disse: “Olhe para fora”. O rico olhou para a rua. “O que vê?”, perguntou o rabi. “Vejo homens, mulheres e crianças”, respondeu o rico. De novo, e amistosamente, o rabi colocou-o diante de um espelho. “E o que o amigo vê agora?” “Agora vejo a mim mesmo”, respondeu o rico. “Lembre-se: a janela é de vidro, assim como o espelho, com a diferença de que o espelho tem uma camada de prata”, ensinou o rabi. Daí se tira a lição de que assim que o homem junta prata, deixa de ver os outros para ver somente a si próprio. Trata-se de uma história judaica muito antiga, mas que pode traduzir a realidade daquelas pessoas que se fecham diante das necessidades dos semelhantes. Esse problema vem de desde o século I, com a seguinte advertência: “Se alguém possui riquezas neste mundo e vê o irmão passando necessidade, mas fecha o coração diante dele, como pode estar nele o amor de D’us?” Uma camada de prata pode nos levar ao fechamento, tornando-nos individualistas em relação às pessoas e a nós mesmos. Embora antigo, este conto judaico é bastante atual. E mais ainda em Purim quando festejamos o milagre que nos livrou de Haman que queria destruir o povo judeu, e Mordechai e a rainha Ester conseguiram nos salvar. Essa tentativa de acabar com os judeus repetiu-se muitas vezes ao longo da nossa história, e há cerca de oitenta anos com Hitler. Só vamos conseguir sobreviver se houver uma união capaz de fortalecer as instituições de nossa comunidade de modo a olhar para o próximo e não apenas para o espelho. Ajudar de verdade, pois somente assim poderemos agora festejar o milagre de Purim, e todos os outros milagres que nos trouxeram até aqui. Não podemos nos dar ao luxo de esperar o surgimento de mais um louco – o que, infelizmente, tem de sobra – para uma nova tentativa de acabar com nosso povo. De modo geral, todos estão passando por dificuldades econômicas, aí incluído o conjunto da coletividade e suas instituições. Mas as pessoas precisam entender que o futuro dos nossos filhos e netos depende do que fizermos agora, e a doação, a entrega, não é favor, mas algo que reverte em bônus coletivo e individual. Desta forma, não podemos pensar duas vezes quando tratamos de fazer uma escola forte, exemplar e moderna na Hebraica. Uma escola de excelência para nossas crianças e o futuro delas. Nesse momento pergunto: onde estão as pessoas? Mirando-se no espelho? A alegria de Purim também está na nossa capacidade de agir e atuar. Chag Purim Sameach Shalom Avi Gelberg
SÓ VAMOS CONSEGUIR SOBREVIVER SE HOUVER UMA UNIÃO CAPAZ DE FORTALECER AS INSTITUIÇÕES DE NOSSA COMUNIDADE DE MODO A OLHAR PARA O PRÓXIMO E NÃO APENAS PARA O ESPELHO. AJUDAR DE VERDADE, POIS SOMENTE ASSIM PODEREMOS AGORA FESTEJAR O MILAGRE DE PURIM, E TODOS OS OUTROS MILAGRES QUE NOS TROUXERAM ATÉ AQUI
4
| MAR | 2016
sumário
HEBRAICA
HEBRAICA
42
12
6
carta da redação
8
7 dias na hebraica Acompanhe a programação de março
12
capa / comportamento Por que a Hebraica é o centro comunitário preferido pelos judeus de São Paulo?
17
cultural + social
18
dança O Balé da Cidade é a grande atração da Hebraica em abril
19
noite da jovem guarda O Departamento Social Cultural programou uma deliciosa volta ao passado
20
curtas Os melhores momentos da vida social e cultural da Hebraica
22
comunidade Os eventos mais significativos da cidade
27
fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade
31
juventude
32
agenda O ano começa com workshop e muita atividade na área teatral
34
dança Acompanhamos os primeiros passos de um pequena dançarina no Parparim
36
fotos e fatos Os momentos mais marcantes do último mês
39
esportes
5
| MAR | 2016
44
curtas Os destaques do mês e as conquistas dos nossos atletas
46
fotos e fatos Os momentos mais marcantes do último mês
47
magazine
48
biografia Tudo o que precisávamos saber sobre Ben-Gurion e a criação de Israel
52
12 notícias As notícias mais quentes do universo israelense
56
história As ligações do judaísmo com o movimento de direitos civis nos EUA
62
triathlon Um atleta que veste – e sua – a camisa da Hebraica
a palavra Solidéu, kipá ou yarmulke? Conheça a origem e o significado dos termos
42
64
40
natação O master completa – com muito sucesso – 25 anos de atividades
viagem Fomos conferir a beleza clássica da região da Toscana
68
48
leituras A quantas anda o mercado das ideias?
70
música Dicas imperdíveis para relaxar e curtir em casa
72
ensaio Uma reflexão sobre a importância de Purim para a Diáspora
74
curta cultura Dicas para o leitor ficar ainda mais antenado
88
lista Saiba quem é quem no Executivo da Hebraica
6
HEBRAICA
| MAR | 2016
carta da redação
Porque gostamos da Hebraica e outras histórias Mais uma vez, a repórter Magali Boguchwal conta as histórias da Hebraica e explica porque o clube é sempre necessário na vida das famílias da comunidade, além de ser a mais importante instituição comunitária e centro para onde convergem todos os interesses e preocupações. No “Magazine”, o correspondente em Israel Ariel Finguerman entrevistou a professora Anita Shapira, autora de alentada biografia de David Ben-Gurion, um dos fundadores do moderno Estado de Israel. Também no “Magazine”, uma reportagem a respeito do rabino Joachim Prinz, nascido na Alemanha e que imigrou para os Estados Unidos fugindo do nazismo e lá se tornou um importante ativista dos direitos civis sempre ao lado de Martin Luther King, como mostram as imagens que ilustram o texto. E um ensaio cujo tema é a universalidade de Purim, em defesa das diferenças e contra a discriminação e a intolerância. Chag Purim Sameach Boa leitura Bernardo Lerer Diretor de Redação
ANO LVII | Nº 649 | MARÇO 2016 | ADAR II 5776
DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l) PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE
SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE FOTOGRAFIA CLAUDIA MIFANO (COLABORAÇÃO) FLÁVIO M. SANTOS
DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES
ALEX SANDRO M. LOPES
EDITORA DUVALE RUA JERICÓ, 255, 9º - CONJ. 95
E-MAIL DUVALE@TERRA.COM.BR CEP: 05435-040
- SÃO PAULO - SP
DIRETOR PAULO SOARES DO VALLE ADMINISTRAÇÃO CARMELA SORRENTINO ARTE PUBLICITÁRIA RODRIGO SOARES DO VALLE
DEPTO. COMERCIAL SÔNIA LÉA SHNAIDER PRODUÇÃO PREVAL PRODUÇÕES
IMPRESSÃO E ACABAMENTO GRASS INDÚSTRIA GRÁFICA PUBLICIDADE TEL./FAX: 3814.4629
3815.9159
E-MAIL DUVALE@TERRA.COM.BR JORNALISTA RESPONSÁVEL BERNARDO LERER MTB 7700
OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE
calendário judaico ::
INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-
PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.
MARÇO 2016 Adar II 5776
ABRIL 2016 Nissan 5776
A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO
dom seg ter qua qui sex sáb
dom seg ter qua qui sex sáb
EX-PRESIDENTES LEON FEFFER (Z’l) - 1953 - 1959 | ISAAC FISCHER
6 13 20 27
1 7 8 14 15 21 22 28 29
2 3 4 5 9 10 11 12 16 17 18 19 23 24 25 26 30 31
3 10 17 24
4 5 11 12 18 19 25 26
Purim
“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800
BRASILEIRA
1 2 6 7 8 9 13 14 15 16 20 21 22 23 27 28 29 30 Pessach – primeiro Seder Pessach – segundo Seder
SÃO PAULO RUA HUNGRIA,
(Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTENBERG 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 1975 | HENRIQUE BOBROW (Z’l) - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | ABRAMO DOUEK 2012-2014 | PRESIDENTE AVI GELBERG
VEJA NA PÁGINA 90 O CALENDÁRIO ANUAL 5776
Fale com a Hebraica PARA COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, CRÍTICAS DA REVISTA LIGUE: 3818-8855 CANALABERTO@HEBRAICA.ORG.BR
REVISTA@HEBRAICA.ORG.BR
MUDANÇA DE ENDEREÇO OU DÚVIDAS DE ENTREGA DA REVISTA LIGUE:3818-8898/99 SECRETARIA@HEBRAICA.ORG.BR
PARA FALAR COM A PRESIDÊNCIA PRESIDENCIA@HEBRAICA.ORG.BR
OUVIDORIA OUVIDORIA@HEBRAICA.ORG.BR
INTERNET WWW.HEBRAICA.ORG.BR
SUGESTÕES SUGESTOES@HEBRAICA.ORG.BR
PARA ANUNCIAR
3814.4629 / 3815.9159 DUVALE@TERRA.COM.BR
8
HEBRAICA
9
| MAR | 2016
HEBRAICA
cursos regulares hebraica > confira aqui as informações dos eventos deste mês
eventos de março
1ª SEMANA: 1º A 6 DE MAR
2ª SEMANA: 7 A 13 DE MAR
feliz idade: Dança Senior Com a prof. Berta Beraja, 3/03 – quinta, às 14h30, na Plenária
feliz idade: Primeiros passos para a vida digital Com Alexandre Goldman, 5/03 – sábado, às 14h30, na Plenária
clube de leitura: Livro: Bazar Paraná, de Luis Krausz Mediadora: Vivian Schlesinger, 5/03 – Sábado, às 16h, no Auditório
dias na hebraica centro de música: Show de Rua Banda Café Robusta
PROGRAMAÇÃO MARÇO A programação de março valoriza dois itens fundamentais para o povo judeu desde a antiguidade. O primeiro é a busca pelo conhecimento e o segundo é o aproveitamento do calendário em oportunidades para festejar e transmitir às novas gerações as histórias vividas pelos seus antepassados. O Hebraica Business Fórum retoma a agenda de encontros na primeira quinta-feira do mês e traz no dia 3, o CEO da CUBO, Flávio Pripas. Uma oportunidade para jovens interessados em conhecer mais sobre empreendedorismo conversarem com que realmente conhece o assunto. E no dia 19, os tenistas abrirão as comemorações de Purim com o tradicional torneio, que aglutina famílias inteiras na disputa pelo título de campeão ou a melhor fantasia. Já a Juventude ocupará a Praça Carmel no dia 20 com oficinas artísticas e muita música em homenagem à Rainha Ester, o Rei Hahashverosh e Mordechai numa grande festa de Purim.
5/03 – sábado, às 13h, na Praça Carmel
hebraica meio-dia: Show Upa Nigun Com Daniel Szafran, 6/03 – domingo, às 12h, na Praça Carmel
LOCALIZE SEU EVENTO ATRAVÉS DA SUA COR (FAIXA ETÁRIA)
curso: Sociedades Secretas e o Judaísmo Com Olívio Guedes, 9/03 – quarta das 15h às 17h na Galeria De Arte
espaço gourmet: Gastronomia Mediterrânea Com o chef Joël Ruiz, dias 9, 16, 23 e 30/03, às 19h30, no Espaço Gourmet
feliz idade: Passaporte Europeu Para Sefaradim Com Jaques Menaged, 10/03 – quinta, às 14h30, na Plenária
feliz idade: Reunião da Viagem a Gramado 12/03 – sábado, às 10h, na Plenária
feliz idade: Memória e Envelhecimento Com a gerontóloga Thaís Bento Lima da Silva, 12/03 – sábado, às 14h30, na Plenária
12/03 – sábado, às 21h30, no Salão Adolpho Bloch
Infantil: DE 0 A 11 ANOS
hebike: Passeio Ciclístico
O amarelo indica atividades para os nossos pequenos de 0 a 11 anos.
13/03 – domingo, às 8h30, no ponto de encontro: Hebraica
Teen: DE 12 A 17 ANOS
hebraica meio-dia: 60 anos egípcios no Brasil
O laranja é onde a galera de 12 a 17 anos pode encontrar diversão.
Com Soli Mosseri, 13/03 – domingo, às 12h, na Praça Carmel
Jovem: DE 18 A 30 ANOS No vermelho o jovem de 18 a 30 anos encontra seu espaço.
3ª SEMANA: 14 A 20 DE MAR
espaço gourmet: Gastronomia Mediterrânea
Adulto: DE 31 A 59 ANOS
Com o chef Joël Ruiz. Dias 16, 23 e 30/03,
O verde lista os eventos destinados para todos entre 31 e 59 anos.
às 19h30, no Espaço Gourmet
3ª idade: ACIMA DE 60 ANOS
2ª SEMANA: 7 A 13 DE MAR
festa: Revival Clube Mil
O azul escuro dá a cor às atividades voltadas para a melhor idade.
Família: TODAS AS IDADES Aqui é a hora de toda família desfrutar da nossa programação. A cor indica a idade em foco da atividade, isto é, se o evento não é limitado a uma única faixa etária, todos podem participar. O cine infantil, por exemplo, é indicado para crianças, mas pode ser frequentado por toda família, mas �que atento, pois pode existir uma censura que será indicada no evento. Pensando em todos a Hebraica busca uma programação diversi�cada. Con�ra nossa programação e tenha uma boa diversão!
feliz idade: Dvd- Ester e o Rei A História de Purim 17/03 – quinta, às 14h30, na Plenária
espaço gourmet: Adolescentes na cozinha Com a chef Cris Paulo, da S.O.S. Cupcakes 19/03 – sábado, às 15h, no Espaço Gourmet
feliz idade : Oficina de Máscaras Com a prof, Bety Lindenbojm. 19/03 – sábado, às 14h30, na Esplanada
esportes: Torneio Purim de Tênis 19/03 – sábado, das 8h às 14h, nas quadras de tênis
esportes: Torneio Voleibol Pais e Filhos 19/03 – sábado, das 10h às 12h, nas poli 3 e 4
| MAR | 2016
10 HEBRAICA
| MAR | 2016
cursos regulares hebraica > confira aqui as informações dos eventos deste mês
3ª SEMANA: 14 A 20 DE MAR
biblioteca: Aonde Vamos? os Judeus alemães no Brasil Com os escritores Luis Krausz e Eduardo Szklarz. Mediadora: Vivian Schlesinger, 20/03 – domingo, às 11h, na Plenária
data comemorativa: Mega Purim 2016 20/03 – domingo, das 12h ás 17h, no Centro Cívico
4ª SEMANA: 21 A 31 DE MAR
espaço gourmet: Gastronomia Mediterrânea Com o chef Joël Ruiz. Dias 23 e 30/03, às 19h30, no Espaço Gourmet
feliz idade: Mensagens de Purim Com a prof. Mariana Gottfried, 24/03 – quinta, às 14h30, na Plenária
feliz idade: Bingo 26/03 – sábado, às 14h30, na Esplanada
hebike: Passeio Ciclístico 27/03 - domingo, às 8h30, no ponto de encontro: Hebraica
feliz idade: Oficina de Máscaras Com as prof. Ana Redinger Citron e Vivian Engel Piestum 31/03 – quinta, às 14h30, na Plenária
O QUE VEM POR AÍ!
musical: Wicked 17/04 – domingo, às 15h no Teatro Renault
festa: Noite da Jovem Guarda INFORMAÇÕES: HEBRAICA 3818-8891 SHIL 3066-0999
2/04 – sábado, às 21h no Salão Adolpho Bloch
teatro: ZEUS Inspirado na obra de Woody Allen, com direção de Heitor Goldflus estreia dia 2/04 – sábado, às 20h30 no Teatro Anne Frank
12 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
13
| MAR | 2015
capa | comportamento | por Magali Boguchwal
Nós, que amamos tanto a Hebraica NO DOMINGO SEGUINTE AOS FERIADOS DO CARNAVAL, DEZENAS DE FAMÍLIAS MOVIMENTARAM A PRAÇA CARMEL NA “RESSACA DE CARNAVAL”, UM EVENTO DESTINADO AO PÚBLICO INFANTIL, QUE
AGITOU FOLIÕES DE TODAS AS IDADES. MUITOS DOS QUE SAMBARAM FANTASIADOS VOLTARAM AO CLUBE NO DIA SEGUINTE PARA IR À ESCOLA, JOGAR TÊNIS OU SIMPLESMENTE NÃO FAZER NADA
“RESSACA DE CARNAVAL” REUNIU FAMÍLIAS INTEIRAS NUM DOMINGO DE VERÃO
A
notícia de que a Hebraica promoveria um evento de Carnaval, no domingo depois da festa, correu de boca em boca. Antes de saírem de casa para o clube, as mães vestiram os pequenos com fantasias e até coloriram os rostinhos para colocá-los no clima de folia. O dia ensolarado e quente convenceu até os mais preguiçosos: a melhor opção era ir para o clube. Durante várias horas, o público cantou e dançou animado primeiro pela morá Lucila Novaes e depois pelo bloco “Me Lembra que eu Vou” e o que se viu ao lado do playground materializou o sonho de todas as diretorias em reunir centenas de sócios irmanados em alegria. Enquanto isso, em outras áreas do clube a rotina seguia seu curso. Idosos espalhados pelos bancos, aproveitando a sombra para ler ou conversar, tenistas a caminho das quadras e muitos sócios disputando cadeiras nas piscinas. Para os cariocas Valéria e Bruno Tenenbaum, a ocasião era muito especial. “É a primeira vez que levamos a Valentina à piscina”, comentaram, exibindo a menina de 5 meses. “Eu adoro a Hebraica. Nado, me exercito no Fit Center e tenho muitos planos para a Valentina. Ela praticará natação, tênis, será uma atleta”, brincou o pai. Maurício Steinfeld também expressa entusiasmo ao falar do clube. “Gosto de tudo. A Hebraica representa 50% da minha vida. Durante a semana, acordo às cinco horas da madrugada e ando pela casa até às seis e meia ou pouco mais e sigo para o clube e treino natação. Nos finais de semana, quando não viajo, depois de nadar, encontro os amigos perto das quadras de tênis. Eu joguei muito e depois que me machuquei passei a nadar, mas conservo as amizades”, contou. Enquanto falava, uma banda apresentava canções de Chico Buarque de Holanda e Vinicius de Moraes na Praça Jerusalém. “Gosto de prestigiar o Hebraica Meio-Dia e muitas outras atividades no clube. Eu e minha família somos muito assíduos”, comentava Solly Mosseri, que acompanhava a apresentação ao ar livre.
Primeiro passeio
Aos 2 meses de idade, Maurício e Nicole Goldstein (no carrinho de bebê) tomaram as vacinas e receberam autorização para um passeio externo. Os pais, Daniel e Sarah Goldstein decidiram levá-los ao clube. “Nossos amigos estão aqui e gosto de vir conversar com eles. É natural trazer os gêmeos para conhecê-los e vice-e-versa. São mais duas crianças para crescer aqui”, afirmou o pai.
Em seu segundo ano como vice-presidente de Esportes, Fábio Topczewski encontrou uma forma racional de definir seu afeto pelo clube. “As crianças vivem hoje cada vez mais isoladas em ambientes privados e vigiados. Experimentar a liberdade de ir e vir, a interação com pessoas desconhecidas, e a constante observância às regras e limites dos espaços públicos tende a colaborar de forma decisiva com o seu desenvolvimento. Isso é o que eu mais gosto na Hebraica – é um espaço coletivo (no qual regras e limites devem ser sempre respeitados), mas suficientemente protegido para que seja conferida às nossas crianças a possibilidade de escolha. Isto estimula a autonomia, o senso de responsabilidade e a capacidade de socialização, habilidades nem sempre presentes aos jovens de hoje.” Já para Fernando Gelman, vice-presidente Patrimonial, gostar da Hebraica é algo natural. “É o único clube do qual sou associado. Brinquei aqui quando pequeno, cresci e crio meus filhos frequentando o clube. Isso basta.”
Papéis diferentes “A Hebraica é um centro judaico maravilhoso. Aqui se encontram amigos, casais se unem. Há de tudo, esportes, cultura, judaísmo, atividades infantis, gastronomia. É onde a comunidade se encontra e, por isso, é preciso apoiar esse trabalho e ajudá-lo crescer. Temos uma diretoria jovem com ideias novas e vontade de trabalhar. Eis porque ficamos tão felizes quando vemos os sócios circulando pelo clube ou se divertindo como como hoje nessa ‘Ressaca de Carnaval’. É para isso que trabalhamos”, comentou o vice-presidente Administrativo Isy Rahmani. Para o ex-presidente Naum Rotenberg, a Hebraica é um pilar da comunidade judaica. “Ela é o órgão representativo do ishuv, não só no Brasil, mas no exterior também. É uma instituição judaica reconhecida mundialmente como a melhor do gênero. Ainda hoje, aos 86 anos, venho aos sábados e também ocasionalmente durante a semana. É uma forma de corresponder a tudo o que ela ofereceu à minha famí-
>>
14 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
15
| MAR | 2016
capa | comportamento
Em boa fase Sabrina Nudelman Wagon dividiu o palco com Gustavo Kurlat, coordenador do Centro de Música Naomi Shemer, para conversar com o público a respeito da animação O Menino e o Mundo, que concorreria, dias depois ao Oscar em sua categoria. Ela dirige a Elo, distribuidora do filme e credita à Hebraica parte da boa fase atual. “Sempre gostei do clube. Mais ainda depois de conhecer meu marido, de conhecer meu sócio, Ruben Feffer e agora que meu filho vai frequentar a Escola Maternal, não vou faltar nunca”, brincou. VALÉRIA E BRUNO LEVARAM VALENTINA PARA O PRIMEIRO BANHO DE PISCINA
PARA ANDRÉ, “A HEBRAICA É UM VÍNCULO COMUNITÁRIO”
>>
Amigas no handebol
Juliana Ribeiro e Luíza Saginur praticam handebol. A primeira treina há quatro anos e afirma que não trocaria o time por outro clube. “Gosto do clima. Treinamos muito a sério e as garotas são muito legais”, afirma. Já Luiza descobriu o talento ainda na Escola de Esportes e acha os técnicos ótimos. “Além do handebol, toco piano e um pouco de saxofone. Fico feliz por meus pais terem me matriculado na Escola de Esportes, porque meu lugar é aqui na Hebraica.
lia nos últimos sessenta anos”, afirma ele, que presidiu o clube nos anos de 1970 a 1972 e 1976 a 1978. Opções de vida A Hebraica tem, no momento, pouco mais de dezoito mil sócios de 0 aos 100 anos. A informação foi divulgada na primeira reunião do Conselho Deliberativo em 2016, partir de um estudo da Tesouraria. A família do médico e chazan Daniel Grabarz comemora a compra recente do título. “Aproveitamos uma campanha para novos sócios e depois de tantos anos não precisamos mais solicitar autorização de entrada, quando minhas filhas têm ensaio do coral infantil ou outra atividade. Para elas é muito bom”, afirmou Edith Grabarz, mulher dele. Daniel dá cursos de bar-mitzvá e lê a Torá semanalmente na sinagoga. O engenheiro aposentado Valdir Nudelman transferiu o título familiar para o filho e aproveita os benefícios oferecidos aos sócios da terceira idade. “Frequento a Hebraica desde 1980 e ela sempre foi uma espécie de extensão da minha casa. Quando pequeno, meu filho cursou a Escola de Esportes e depois se afastou por um tempo. Com o nascimento dos meus netos gêmeos, eu me propus a acompanhá-los no Espaço Bebê e, mais recentemente, com o início do ano letivo na Escola Maternal vou ocupar o tempo de es-
pera com um projeto antigo, voltar a nadar”, comentou. Alexandra Cukier, mãe de Nicole, de um 1 ano e 7 meses, provavelmente deve ter encontrado Valdir e os netos gêmeos no Espaço Bebê. “Venho todos os dias e quando está fechado, uso a Brinquedoteca. Posso dizer que a descoberta do Espaço Bebê foi uma salvação para mim. Quando a nenê nasceu, eu ficava em casa sozinha com ela e já nas primeiras vezes que estive no clube, a equipe me acolheu, fiz amizade com outras mães e isso me ajudou muito”, conta. Déborah Hemsi Cuperschmitdt é outra presença diária no clube. “É difícil pensar na vida das minhas crianças longe do clube. “É arborizado, agradável e seguro. Com 4 e 6 anos, Melissa e Thiago são alunos da Escola Maternal e Infantil, da Escola de Esportes e ela agora iniciou o aprendizado de ballet”, enumera. Quando crescerem, Melissa e Thiago talvez pensem como Henrique Schechman Tonello, 17 anos, madrich do Hebraikeinu. “Tudo de importante na minha vida aconteceu aqui no clube. Fiz esporte, brinquei, cresci no Hebraikeinu, a capacitação no Meidá. Venho todos os dias seja para me exercitar no Fit ou porque a condição de madrich do Hebraikeinu exige um comprometimento diário. Gostar da Hebraica foi
um legado que meus pais me transmitiram e que desejo transmitir a um filho, no futuro”, declara o jovem. Já Raphael Elefant, aos 26, completou o ciclo no Centro Juvenil Hebraikeinu e hoje coordena o curso de líderes Meidá. Além disso, é dançarino no grupo Carmel. “Conheci meus melhores amigos aqui, no clube e muitos deles estão no Carmel, e permanecer no grupo vários anos faz sentido. Somos uma turma muito unida e isso é motivação suficiente para não me afastar do Carmel, nem da Hebraica”, afirma Elefant. Ao trazer o filho Leonardo para brincar no clube, André Lehman apresentou uma teoria sobre o papel da Hebraica na vida dos sócios. “Outro dia estava pensando sobre isso. Depois de cursarmos a escola e a faculdade, perdemos o contato com esses dois ambientes. A Hebraica, no entanto, permanece como um espaço de convivência, um vínculo. Aqui encontramos a família, os amigos. Sempre há alguma coisa acontecendo.” Sendo mais específico, ele destacou as áreas verdes e as piscinas como dois pontos fortes do clube. “ Está sempre tudo limpo e bem cuidado. Este é o Léo brincando no mesmo lugar onde cresci e brinquei. Quero que ele goste tanto do clube como o pai dele gosta”.
Programação eclética Elisa Nigri Griner, vice-presidente de Juventude (foto), usa as redes sociais para convidar amigos e conhecidos para as atividades do clube. “Nós, diretores, estamos nos dedicando muito para promover atividades e eventos para todas as idades! Da ‘Ressaca de Carnaval’ aos shows infantis, peças de teatro para crianças e adolescentes até as palestras de empreendedorismo para os jovens”, detalha. “Eu sou carioca e quando entrei no clube pela primeira vez, fiquei encantada, pois no Rio de Janeiro, não há um lugar que seja ponto de encontro da nossa comunidade, um papel que a Hebraica desempenha de forma incrível. O clube está sempre repleto de crianças, jovens, alegria e vida!”, completa.
HEBRAICA
17
| MAR | 2016
cul tu ral +social
18 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
cultural + social > dança Foto Sylvia Masini
O
De volta para o passado EM ABRIL, O ESPAÇO ADOLPHO BLOCH VAI VOLTAR AOS ANOS 1960. BANDA FEELINGS, BEBIDAS, COMIDAS E ROUPAS
“CANTARES”, DE OSCAR ARAIZ, SERÁ VISTO NO PALCO DO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN
Balé da Cidade se apresenta na Hebraica EM ABRIL, É COMEMORADO O DIA MUNDIAL DA DANÇA. INSTITUÍDA EM 1982 PELO COMITÊ INTERNACIONAL DA DANÇA DA UNESCO, A DATA, 29 DE ABRIL, MARCA O NASCIMENTO DE JEANGEORGES NOVERRE (1727-1810)
A
Hebraica vai dedicar abril à dança, pois neste mês se comemora o Dia Mundial da Dança, instituído em 1982 pela Unesco. É que, neste mês, em 1727, nasceu Jean-Georges Noverre, autor de Lettres sur La Danse. Haverá workshops, filmes, shows e a apresentação do Balé da Cidade de São Paulo, que vem de quatorze espetáculos na Espanha, Alemanha e Suécia. A direção artística é de Iracity Car-
19
| MAR | 2016
cultural + social > noite da jovem guarda
doso e o programa dos espetáculos dos dias 16 e 17 de abril no Teatro Arthur Rubinstein será “Cantares”, cantata espanhola, música de Maurice Ravel, coreografada por Oscar Araiz; “bandOneón”, concerto para bandoneón e orquestra, música de Astor Piazzolla, coreografia de Luis Arrieta; e “Cantata”, canções originais e tradicionais napolitanas e do sul da Itália, preparadas pelo coreógrafo Mauro Bigon. Desde a participação na Bienal de Dança de Lyon, França, em 1996, as turnês se estenderam por dezesste países e 78 cidades na Europa, Oriente Médio, América do Sul e do Norte, consagradas no cenário da arte das sapatilhas, como escreveu a crítica alemã Sabine Rempe: “A expressão dos excelentes bailarinos e bailarinas à primeira vista é, antes de tudo, uma incrível perfeição técnica,
acompanhada por um cosmopolitismo que quase parece excluir o consciente individual”. O repertório do grupo é formado por 207 obras coreográficas que garantiram 58 premiações pelo mundo. Fundado em 1968 para ser o Corpo de Baile Municipal, o projeto original era acompanhar as óperas do Theatro Municipal e apresentar obras do repertório clássico. Seis anos depois, a companhia assumiu o perfil da dança contemporânea, mantido até hoje e, em 1981 recebeu o nome de Balé da Cidade de São Paulo. (T. P. T.) Balé da Cidade Teatro Arthur Rubinstein 16 e 17 de Abril Sábado, às 21h, e domingo, às 18h Classificação livre
TÍPICAS DA ÉPOCA GARANTEM O SUCESSO DA NOITE DA JOVEM GUARDA
mundo mudou muito nos últimos cinquenta anos e a Noite da Jovem Guarda vai ter o que lembrar. Elvis Presley, Beatles, Rolling Stones, Chuck Berry eram nomes “estrangeiros”, como se falava então, cujo som causava furor. Pais não entendiam como os filhos podiam ouvir música num volume ensurdecedor. Por aqui, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderlea, Ronnie Von, Eduardo Araújo e Sylvinha, Jerry Adriani, os Golden Boys, Renato e seus Blue Caps levavam os jovens ao delírio. Os programas de auditório lotavam e o iê-iê-iê nacional fazia companhia para o rock vindo de fora. Topo Gigio e Beto Rockfeller tinham fãs por todo lado. Para entrar no clima e acompanhar os hits da época, o cardápio incluirá hot dog, hambúrguer, batata frita, espetinhos na bolinha de isopor (quem não se lembra?), sundae com farofinha (chocolat d’amour) e muito mais. Para
beber, hi-fi e cuba libre. Na pista, as coreografias de hally gall e rock and roll levarão os dançarinos a mostrar as qualidades guardadas há tanto tempo. Quanto aos trajes, só para lembrar, a minissaia da inglesa Mary Quant surgiu nessa década e o vestido tubinho curto com estampas geométricas ou psicodélicas e os cabelos armados com laquê faziam a moda feminina. Para os homens, jaquetas de couro, calças jeans justas, camisas abertas em cores ousadas (vermelho ou rosa, entre outras), anéis e correntes grossas eram destaque. Use a imaginação (e a lembrança), remexa as gavetas, construa seu visual, chame “a turma” e entre na festa pra valer. (T. P. T.) Noite da Jovem Guarda Sábado, 2 de abril, 21h Espaço Adolpho Bloch Convites na Central de Atendimento
20 HEBRAICA
| MAR | 2016
cultural + social > curtas
∂
Leitura de “As Benevolentes”
∂
Cinema ao ar livre
∂
Em época de verão, nada mais agradável do que assistir a um bom filme ao ar livre, na Praça Jerusalém ou na Carmel. Os dois espaços foram aprovados pelos sócios, que ganharam pipoca para acompanhar, e cerveja geladinha para quem queria comprar. Mais um acerto na programação mensal.
O diretor de As Benevolentes, Ulysses Cruz, foi convidado por Vivian Schlesinger para uma das seções do Clube de Leitura. A plateia se interessou pelos comentários dos bastidores da peça e da seriedade do texto, considerado um tratado a respeito da maldade humana. Para quem assistiu, complementou as cenas; para os que ainda não tinham visto, aguçou a curiosidade em torno do excelente trabalho da equipe de produção, a começar pelo ator Thiago Fragoso.
Da caricatura ao mural Leandro Spett recebeu vários prêmios pelo mundo por suas caricaturas. “Elas tiram sarro, sejam manuais, digitais, nunca são mais do que uma caricatura. Então fui para o leque de interpretações que as artes plásticas abrem”, disse Spett na abertura da exposição com a sua produção atual na Galeria de Arte. Chamou a atenção a arte direta na parede, uma profusão de traços em transformação. “A obra nunca está pronta. O processo é esse: ir fazendo com o espectador”, explicava o artista.
Kaballah em dois planos
Na agenda, Clube 1.000 em revival Anote: 12 de março, uma noite dedicada ao Revival Club 1.000, no Espaço Adolpho Bloch, a partir das 22 horas, para a turma dos 35 aos 50 anos, que viveu o “antigo” Club 1.000 de tanto sucesso na Hebraica. Para os mais novos que quiserem conhecer e aproveitar, o pessoal vai mostrar como se divertia naquela época.
Marcelo Steinberg traz a mensagem do Kabbalah Center para quem quiser participar dos módulos em dois horários. No Módulo 1, apresenta a Cabala para quem ainda não a conhece; no Modulo 2 (para quem fez o 1 em 2015) o tema é o Tikun, o conserto, do indivíduo ou do mundo. “Cada um tem de encontrar o que é melhor para si no dia-a-dia”, explica Steinberg. Ainda é possível participar. Informações, na Central de Atendimento, fones 3818-8888 / 8889.
Boteco de Verão Ponto para o Boteco. Se já fazia furor na Praça Carmel, a transferência para o Bar da Piscina agradou em cheio. Um pessoal alegre, boa música, bebida, comes e o sol foram os ingredientes que caíram bem no Boteco de Verão.(T. P. T.)
C 22 HEBRAICA
| MAR | 2016
coluna comunidade
Prorrogada exposição na Unibes Cultural Desde a abertura, a exposição “Diálogo no Escuro” recebeu quase vinte mil pessoas. O objetivo é promover a inclusão social levando o visitante a explorar sentidos como o tato, olfato, a audição ao percorrer quatro ambientes totalmente sem luz, guiados por deficientes visuais. O êxito da mostra levou a Unibes Cultural e a Calina Projetos a prorrogarem até julho a visitação no prédio da rua Oscar Freire. Agendamento em http://bit.ly/expodialogonoescuro. “Uma experiência de inclusão fabulosa”, disse o ator Antônio Fagundes que a visitou.
Ídiche em evidência In geveb é um fórum digital de acesso aberto, um jornal on line em inglês de estudos de ídiche lançado em 2015. A editora Sarah Ellen Zarrow, postou programas com informações adicionais para ajudar aos potenciais interessados no idioma do mamelushn, falado pelos judeus da Europa Oriental. Basta acessar www. ingeveb.org para conhecer e participar desse rico material de textos, e muito mais.
HEBRAICA
23
| MAR | 2016
por Tania Plapler Tarandach | impresnsa@taran.com.br
São Paulo receberá novo cônsul
O
funcionário de carreira do Ministério das Relações Exteriores de Israel Dori Goren, 60, vai suceder ao cônsul-geral em São Paulo Yoel Barnea a partir de julho. O diplomata nasceu em Jerusalém em 1955, é formado em história e filosofia. Fluente em inglês, espanhol, francês e português, Goren recebeu o título master pela Fundação Rothschild em ciências políticas e história política da América Latina com a tese “O Processo de Redemocratização no Brasil, 1973-1985”, assunto pelo qual se interessou ao viajar como mochileiro pela América do Sul em 1982, depois de prestar o serviço militar. Em trinta anos de carreira foi segundo-secretário na Embaixada de Israel em Brasília em 1987 e 1988, embaixador no Uruguai (2009 a 2014), ministro conselheiro na
Embaixada de Israel na Argentina (2000 a 2005) e primeiro-secretário da Embaixada de Israel no Peru (1988 a 1990). O Itamaraty concedeu o reconhecimento oficial ao nome de Goren mesmo sem ter dado o agreement a Dani Dayan, cujo nome foi noticiado pelas redes sociais antes do envio diplomático ao Brasil e a liderança de Dayan no Conselho Yesha, que representa colonos israelenses moradores na Cisjordânia são os motivos alegados para não aceitá-lo para a Embaixada de Israel em Brasília.
Revelada carta de Eichmann
D
urante cerimônia no dia de Memória pelas Vítimas do Holocausto, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, revelou documentos inéditos incluindo o pedido de clemência de Adolf Eichmann ao então presidente Itzhak Ben-Tzvi. É de 29 de maio de 1962, dois dias antes da execução. “Devemos distinguir os chefes responsáveis das pessoas como eu, forçadas a servir como simples instrumentos entre suas mãos... Eu não era um chefe responsável, então não me sinto culpado”, escreveu o criminoso nazista. E: “Não posso reconhecer como justo o veredicto do tribunal e peço, senhor presidente, que exerça seu direito de conceder o perdão e ordene que a pena de morte não seja aplicada”.
Filme premiado em Utah
T
empestade de Areia, filme israelense dirigido por Ilit Zekser, foi premiado no Festival de Cinema Independente Sundance, em Utah, EUA, na categoria World Cinema Prêmio do Grande Júri: Drama. O filme conta a luta de duas beduínas contra as regras impostas às mulheres pela sociedade.
COLUNA 1 O administrador de empresas Júlio Schonenberg e o DJ Ricardo Sznajder criaram um serviço inédito: Bike na Porta (www.bikenaporta. com.br). Aluguel de bicicletas modernas, higienizadas, entregues e retiradas em residências, condomínios, hotéis, empresas e eventos, na região da Paulista, Centro e Zona Oeste da cidade. A Feirinha Gastronômica tomou conta do Piknik Faria Lima. Daniela Narciso e Maurício Schuartz, criadores da Feirinha, promoveram um reality show para premiar os melhores da gastronomia de rua. Filmado por Schuartz, também apresentador do programa “Chefs na Rua”, do canal Sony. Stefi Maerker realizou o treinamento “O Caminho do Sucesso para o Profissional de Secretariado”, no qual transmitiu seu conhecimento e suas experiências. Além do serviço de delivery, as gostosuras preparadas por Márcia Carmona Gruc estão no Super K. E ela já cuida do cardápio para Pessach.
Brasil e Israel na UHJ No Teatro Bibi Ferreira, Fábio Lins, Marcela Leal e Ben Ludmer reuniram dez anos de experiência no “Comedy Show”, em que mostraram o melhor do stand-up e revelaram novos talentos no “Open Mic – Microfone Aberto”. A partir da sua Futura Code School, onde crianças aprendem a programar de maneira lúdica, Jayme Nigri iniciou ação pioneira paralela, a Futura Code Social, de cursos para ONG’s. A Futura é apoiada pela iniciativa privada, como a Associação Santa Fé. Quando veio a primeira vez ao Brasil, o show do cantor ortodoxo Matisyahu foi na Hebraica. Dessa vez, cantando rap e reggae, apresentouse no antigo Cine Joia, na Liberdade. Como anda o turismo? Clara Davies e Roberto Bitelman (Sul Hotels) respondem durante a primeira edição do evento Remote Latin America, a bordo do Ibero Star Grand Amazon.
Criador da multinacional Totvs, Ernesto Haberkorn levou ao “Positive-se 2016”, em um talk show no Teatro Gazeta, propostas para vencer desafios. A jornalista Rosana Hermann fez a mediação na parceria Amazon.com.br e Twitter com o tema “Como a Leitura Transforma Vidas”. A Casa Guilherme de Almeida, da Secretaria da Cultura do Estado, agora tem a Sala Cinematographos, que era o título da coluna de crítica de cinema do poeta (1920-1940) no jornal O Estado de S. Paulo. O espaço foi inaugurado com a exibição de Sinfonia da Metrópole, de 1929, e trilha sonora ao vivo de Lívio Tragtenberg. Na cidade de Futaleufú, Patagônia, Daf e Gabriel Toueg estão quase chilenos. De lá, contam sua vida na página on line Hijos de Futa e, junto com o também brasileiro Henry Ajl, divulgaram um festival de cinema na cidade este mês.
Pedro Kauffman é o CEO da Fit Anywhere, aplicativo que funciona como um personal trainer digital, com promoções especiais para sócio do Fit Club. Israelense francesa, Yael Naim foi escolhida Singer of the Year na França. O prêmio é a versão francesa do Grammy Awards norte-americano. E seu novo lançamento, Older, ganhou o Album of the Year. Um curta israelensepalestino com o curioso nome de Ave Maria foi indicado ao Oscar. Comédia de Basil Khalil. Le Jazz Brasserie ganhou um irmão, o Le Jazz Petit Bar, com 25 lugares e carta de drinks marcantes de diferentes épocas do jazz. À frente dos dois locais, Chico Ferreira, Paulo Bitelman e Gil Leite. Nora de Charlie Chaplin, Patrice Chaplin envolveu-se com a sociedade privada cabalística de Girona, Espanha, e com as origens históricas do Graal. O resultado dessas experiências está em O Portal, editado pela Barany.
A quarta edição do seminário internacional “Brasil e Israel: Mudanças Sociais e Culturais Contemporâneas” mostrou aos israelenses a relevância do Brasil no cenário internacional. Foi organizado por Manuela Consonni, presidente do Departamento de Estudos Românicos e Estudos Latino-Americanos na Universidade Hebraica de Jerusalém; James Green, do mesmo departamento e professor de história do Brasil na Brown University; e Michel Gherman, coordenador do Centro Interdisciplinar de Estudos Judeus e Árabes na Universidade Federal do Rio de Janeiro, com o apoio da Embaixada do Brasil em Israel. Do Brasil participaram Renato Lessa, presidente da Biblioteca Nacional e professor de ciência política na UFF; deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ) e, on line, Guilherme Casarões, do Centro de Relações Internacionais da FGV/SP, e acadêmicos brasileiros e israelenses de diferentes áreas.
Exposição atrai público “As Meninas do Quarto 28”, exposição iniciada no Museu da Escultura (MuBE), em São Paulo, para mostrar os desenhos das jovens confinadas no campo de concentração de Theresienstadt, teve o mesmo sucesso no Rio de Janeiro e Brasília. As representantes do projeto no Brasil, Karen Zolko e Dodi Chansky, acompanham o interesse despertado pela exposição em Porto Alegre, no museu da Ufrgs.
24 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
25
| MAR | 2016
cultural + social > comunidade+coluna1
COLUNA 1 Mônica Salmaso e André Mehmari se apresentaram durante o projeto “A Dama e o Maestro”, na Caixa Cultural São Paulo, unindo vozes femininas e pianistas virtuosos.
Celebração de Tu B’shvat
C
omo é tradicional, Na’amat e KKL Brasil uniram-se à Hebraica para comemorar Tu B’shvat, o Ano Novo das Árvores. A cerimônia começou na sinagoga conduzida por José Luiz Goldfarb, teve a participação musical de Margot Kullock e do chazan Gerson Herszkowicz, e a saudação da vice-presidente Social e Cultural Mônica Hutzler Tabacnik, representando o presidente da Hebraica Avi Gelberg, e da recém-eleita presidente de Na’amat Pioneiras São
Paulo, Leonor Szymonovicz. O diretor do KKL Brasil, Marcelo Schapô, projetou um filme a respeito da atuação da entidade centenária na gestão de recursos hídricos, sustentabilidade, e do trabalho em florestas e parques em Israel. Este ano, o plantio foi no canteiro em frente à Praça Carmel. Diretores, associados e crianças se revezaram no uso das pás nos jardins da Hebraica, elogiados por visitantes pelo cuidado com o verde.
Projeto pioneiro com a Igreja Católica
O
Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (IOK) integra um grupo de doze entidades convidado a desenvolver projeto da Santa Sé para um novo conceito de educação, que servirá de modelo para o mundo. Wolf e Olga Kos, presidente e vice do IOK, estiveram no Vaticano, com o papa Francisco, idealizador do projeto, e o historiador Célio Turino, da professora Silvana Bragatto e do cineasta Sílvio Tendler para oficializar a participação no Scholas Occurrentes, uma organização internacional de direito pontifício, presente em 82 países, que vincula a tecnologia à arte e ao esporte para fomentar a in-
tegração social e a cultura para a paz. Fundado em 2007, o IOK é uma associação sem fins lucrativos que atende perto de 2.500 crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual, particularmente síndrome de Down, abrindo canais de comunicação pela arte, pelo esporte e a inclusão social e cultural dessas pessoas.
Até dia 15, Iacov Hillel dirige Intocáveis, sucesso de novo em cartaz no Teatro Renaisssance. Mais de três mil livros e periódicos digitalizados estão abertos para consulta na página on line da Biblioteca Guita e José Mindlin, da USP. Artes, ciências, cinema, arquitetura, jornalismo e muito mais em http://www. brasiliana.usp.br/.
Na sede da Wizo, Michel Rosenthal falou a respeito do seu livro Udatchi – A Árvore em que Meu Pai Catava Nozes, editado pela Sefer. É o relato da viagem que fez em busca das raízes da família. Editora Planeta, Livraria Cultura, Anita Novinsky, Daniela Levy, Eneida Ribeiro e Lina Gorenstein convidaram para o lançamento e mesa-redonda de Os Judeus que Construíram o Brasil, no Teatro Eva Herz.
Ari Freund é mestre pelo Mackenzie. Com a tese a respeito de “Aprendizagem de Técnicas Financeiras de Vendas por Meio de Serious Game”.
O polêmico filme Guet (“Divórcio”), baseado no livro O Julgamento de Viviane Amsalem, reuniu Hugo Goldemberg, Miriam Tawil e os rabinos Daniel Eskenazi e Haime Gourarie em mesa-redonda na sinagoga Mishcan Menachem, no Jardim Paulista.
Daniel Rosenfeld, Tiago Albino e Luciana Chavancini, sócios da startup marQSystems, ajudam a quem se preocupa com seus pets: criaram o Easepet, aplicativo de localização de animais, inspirado no Google Maps.
Além dos perfis com gente famosa no programa de TV “Shalom Brasil”, Ana Rosa Rojtenberg retoma atividades profissionais como mestrede-cerimônias e cerimonialista https://www. youtube.com/watch? v=5CkfsAgMfIY.
Aplausos para “As Benevolentes”
O
Programa de Lazer Cultural do Grupo Lehaim, da Wizo, escolheu a peça As Benevolentes, em cartaz no Teatro Artur Rubinstein, como primeira atividade do ano. No final da sessão, tietagem com o ator Thiago Fragoso.
Zaka tem status na ONU
Melhor câmbio para voar
econhecida em 2005 como organização internacional de ajuda humanitária, a instituição israelense Zaka levou quatro anos para ter o status de um corpo oficial na ONU. Formada por milhares de voluntários, a Zaka é a primeira a atuar no resgate e recuperação de vítimas de acidentes, desastres ambientais e ataques terroristas, seguindo o rito judaico, em Israel e outros países. “É uma vitória significativa para a diplomacia israelense. Zaka reflete os valores morais de Israel e ser aceita na ONU representa uma prova definitiva para o mundo. Zaka recebeu o lugar que merece”, disse o embaixador israelense na ONU, Danny Danon.
m tempos de crise econômica e câmbio oscilando um comparador possibilita ao usuário ver o período mais vantajoso para viajar e cadastrar um alerta para receber avisos por e-mail quando as tarifas baixarem. É o que faz o Voopter, que ajuda a encontrar passagens aéreas mais baratas em companhias e agências online, e tem um exclusivo buscador multidatas, pelo qual o usuário seleciona até quatro datas para ida e mais quatro para volta. O sistema apresenta a combinação mais econômica para o seu vôo, inclusive da El Al. “O objetivo é dar as melhores informações para comprar passagem com segurança e menor preço possível”, segundo Pettersom Paiva, CEO do Voopter. Disponível na web (https://voopter.com.br) e nos sistemas iOS, Android e Windows Phone.
R
E
PERSONAGEM
O empresário Bobrow em Nova York
“E
stamos muito felizes em participar de um evento tão grande como a NRF (National Retail Federation) e saber que a Puket é reconhecida internacionalmente como um case de sucesso”, disse Cláudio Bobrow, sócio-fundador da Puket, ao receber o Prêmio de Empresário do Ano, concedido pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). A premiação ocorreu em Nova York, durante a NRF Retail Big Show, maior feira de varejo no mundo, e destacou o projeto social “Meias do
Bem”, desenvolvido nas lojas da Puket em todo o Brasil. O projeto consiste em doar meias usadas em qualquer estado que passam por um processo de reciclagem e, com sobras de matéria-prima da empresa, transformadas em cobertores novos, embalados um a um e entregues a instituições junto com um par de meia novo da marca Puket. Com tantas adesões à campanha, a empresa ganhou milhares de doações e a soma de solidariedade e sustentabilidade criou uma corrente do bem formado de colaboradores, franqueados,
clientes e amigos. Mais informações em www.meiasdobem.com.br. Na comunidade, Cláudio Bobrow preside o Fundo Comunitário.
26 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
cultural + social > comunidade 1.
Israelenses vão a Minas Gerais
2.
3.
O
município de Linhares (ES) recebeu israelenses em busca de informações sobre os acontecimentos na barragem em Mariana, Minas Gerais. Ari Fischer, da A. R. I. Optimal Flow Solutions, e Gustavo Shneider, representante da empresa em São Paulo, foram acompanhados de dois cientistas israelenses. O secretário municipal de Meio Ambiente, Rodrigo Paneto, recebeu a comitiva que esteve no porto do rio Doce, Rio Pequeno e Regência, na foz, colhendo litros de água para pesquisas. “Esse problema tocou a todos nós, quando vimos as reportagens em jornais israelenses”, disse Fischer. “Vamos usar as técnicas, produtos, soluções e o conhecimento que Israel tem em lidar com recursos hídricos para verificar a compatibilidade de soluções com esse cenário e colaborar de alguma forma.”
27
| MAR | 2016
cultural + social > fotos e fatos
4.
5.
Seder em Tu B’Shvat
O
grupo Shirat Miriam da CIP preparou em detalhes o seder de Tu B’Shvat, tornando-o uma experiência prazerosa para as sessenta pessoas que passaram algumas horas entre frutas típicas de Israel, copos de vinho, bênçãos e as explicações do rabino Ruben Sternschein. Novidade para algumas, lembranças para outras, o evento
foi um sucesso e vai se repetir anualmente, sempre com a colaboração do KKL, que projetou um filme dessa comemoração em Israel nos anos 1950, pelos imigrantes pioneiros. “Foi uma surpresa quando uma senhora, que se reconheceu no filme, veio me dizer emocionada ‘eu estava lá’”, disse Marcelo Schapô, diretor do KKL Brasil.
6.
7.
1. Marcelo Steinberg fala para quem quer con-
9.
Prêmio Shalom vai para o Paraguai
O
presidente do Paraguai, Horacio Cartes, recebeu comitiva do Congresso Judaico Latino-Americano (CJL), liderada pelo presidente Jack Terpins, o secretário-geral Saul Gilvich e o presidente da comunidade judaica do Paraguai Jack Fleishman. Eles anunciaram o nome do mandatário para receber o Prêmio Shalom, dia 15 deste mês. Com este prêmio, o CJL homenageia pessoas e organizações que se destacam nos esforços na construção da paz, como a presidente do Chile, Michelle Bachelet, por exemplo.
hecer a Cabala; 2, 4, 5 e 9. Sessão especial de Os Dez Mandamentos: bispo Miguel Lacerda falou sobre o filme; Teatro Anne Frank lotado para a sessão especial; Mônica T. Hutzler e Avi Gelberg recebem dirigentes da TV Record; 3 e 6. Diretor
AGENDA 10/3, 20h – Na sede da Wizo, palestra com o filósofo Luiz Felipe Pondé. Confirmar presença com Gilma, fone 3257-0100 22 a 24/5 – No Netanya Academic College, Israel, Conferência Internacional Reconectado 2016: “Valorizando Raízes e Legados entre Latinos e Sefaraditas. Incluindo os Anussim, Conversos Forçados na Península Ibérica”. Informações, salomonb@netanya.ac.il
Ulysses Cruz fala dos bastidores de As Benevolentes no Clube da Leitura; Júlio Schonenberg e
3 a 19/7 – Marcha da Vida para jovens de 20 a 30 anos na Polônia, Alemanha, Israel. Condições especiais e vagas limitadas. Realização Hebraica e Fundo Comunitário. Informações, fundocomunitario.org.br/ marcha ou pelo fone 3081-7244 23 a 25/6 – Latin America Region Biennial Conference em São Paulo. Realização do World Union for Progressive Judaism (WUPJ– AL).
Ricardo Sznajder criaram serviço em domicílio, Bike na Porta; 7 e 8. Pipoca não faltou na sessão de Cinema Open Air; Praça Jerusalém também é sala de cinema
8.
28 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
29
| MAR | 2016
cultural + social > fotos e fatos 1.
1.
2.
3.
3.
4.
2.
4.
5.
5. 6.
7.
8. 8.
6.
1. Feliz Idade atenta aos temas da atualidade nas tarde de sábado; 2. Comemoração entre contistas e cronistas vencedores do 10º. Concurso Literário Ben-Gurion; 3, 4 e 5. À beira da piscina, boa música, cerveja no ponto, petiscos e bate-papo nas manhãs do Boteco de Verão; 6, 7 e 8. Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto na sede da OAB, em Brasília: re-
9.
10.
presentantes de vários credos unidos; Fernando Lottenberg e o embaixador da Autoridade Palestina, Ibrahim Alzeben; sobreviventes da Shoá disseram “estamos aqui”; 9. Trio no comando do novo Le Jazz Petit Bar: Paulo Bitelman, Chico Ferreira e Gil Leite
7. 8.
8.
9.
10.
1, 2, 3, 4 e 5. Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto em São Paulo: sinagoga Etz Chayim, da CIP, recebeu cônsules de vários países; Avi Gelberg, Maria Luíza Tucci Carneiro e o sobrevivente George Legmann; Daniel Annenberg e Boris Ber; em nome do KKL Brasil, Eduardo El Kobbi homenageia Miriam Neckricz; Religiosos e políticos irmanados na noite de recordação; 6, 7, 8 e 9. A arte de cada um, alegria das crianças; Leandro
9.
Spett capricha em mais um detalhe; Olívio Guedes, Mônica T. Hutzler e o artista; 10. Lúcia Chermont ouviu e aplaudiu o som de Lívio Trachtenberg em sessão na sala Cinematogrophos
30 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
31
| MAR | 2016
cultural + social > fotos e fatos 1.
3.
2.
4.
5.
6.
1 e 2. Sol, verde e música: um Hebraica Meio-Dia perfeito; na Praça Carmel, canções de Gilberto Gil na voz de Carol Andrade e Alex Maia; 3, 5, 6, 7, 8 e 9. Tu B’Shvat: desde pequenos, cuidando do ambiente; a seriedade de segurar a bandeirola do KKL; Mona Dorf cumpriu a mitzvá; a alegria das chaverot Na’amat Pioneiras; linda voz de Margot Kullock na sinagoga; tradição passada de geração em geração; 4. Fábio Feldmann, Sérgio Abranches e Carlos Nobre falaram sobre o clima no Instituto Fernando Henrique Cardoso, mediação de Sérgio Fausto
7.
8.
9.
ju ven tu de
32 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
33
| MAR | 2016
juventude > agenda
MONTAGEM DO GRUPO GESTO BASEADA EM OBRA DE WOODY ALLEN TEM PARTICIPAÇÃO DE UM CORO DE ATORES JOVENS
AGENDA
∂
∂
Workshop Oficina dos Menestréis – 12 de março, 11h, na Sala de Ioga Atividade gratuita, com inscrições pelo fone 3818-8841 “Linhas Cruzadas” 20 de março, 17h, no Teatro Anne Frank Ingressos, Central de Atendimento 3818-8888/8889
Nova N temporada teatral DUAS ESTREIAS E UM WORKSHOP ENRIQUECEM A PROGRAMAÇÃO
DA HEBRAICA NAS PRÓXIMAS SEMANAS E FAZEM PARTE DO
ESFORÇO PARA SOMAR DIVERSÃO E CULTURA EM TODAS AS
ATIVIDADES DA VICE-PRESIDÊNCIA DE JUVENTUDE
o final de fevereiro, a vice-presidência de Juventude importou uma ideia que dá muito certo em Israel, onde tem o nome de “Science on Tap”, e consiste em promover conversas entre cientistas que trabalham em diferentes áreas, jovens e o público em geral em bares de Tel Aviv. A vice-presidência de Juventude adotou esse modelo ao reunir no Bar da Piscina, o vice-presidente do Instituto Weizman, Israel Bar Joseph, e um grupo de jovens para um papo a respeito da revolução na computação quântica. Ali, entre uma bebida e outra, em uma tarde de domingo, o convidado respondeu às perguntas com dados e exemplos. A programação de março segue a mesma proposta de aliar cultura e diversão que podem interessar desde as famílias usuárias do Espaço Bebê até os sócios que gostam de teatro, como es-
pectadores ou como parte do elenco ou da produção. A aula aberta da Oficina dos Menestréis, dia 12 de março, às 11 horas, dirigida por Candé Brandão, a oficina divulga o teatro musical como forma de expressão, relaxamento e desenvolvimento pessoal. “Portanto, essa é a chance de os sócios se divertirem e experimentarem técnicas que poderão aplicar na rotina diária, mesmo que esta não tenha ligação com teatro”, comenta o coordenador do Teatro Henrique Schafer. Dia 20 de março, às 16 horas, o Departamento de Teatro promoverá uma única sessão da peça Linhas Cruzadas, encenada pela companhia “Ser em Cena”, que trabalha com crianças afásicas (vítimas de acidente vascular cerebral, traumatismo craniano ou aneurisma) e têm a linguagem prejudicada. A peça é de Sandra Grasso, Nicholas Wahba e alguns dos atores. O enredo destaca a busca pe-
las palavras perdidas e pela transmissão das histórias guardadas na memória. Haverá debate após o espetáculo. Uma estreia O grupo Gesto estreia a comédia Zzzzeus, o dia 2 de abril, às 20h30, no Teatro Anne Frank. O texto foi inspirado na obra literária de Woody Allen e é dirigido por Heitor Goldflus. Nessa montagem, além dos sete atores do Gesto, atua um coro formado por atores que, no ano passado, encenaram Grupo Questão Conta Capitães da Areia. Segundo o diretor, a peça está ambientada na Grécia antiga e trata de uma das obsessões de Allen. “Um ator e um escritor enfrentam o dilema de como finalizar uma peça e a partir do diálogo entre eles a peça se desenvolve de forma bem interessante”, comenta Goldflus. Além da sessão de estreia, Zzzzeuss será apresentada dias 3, 7, 9 e 10 de abril. (M. B.)
Só brincadeiras Uma parceria entre o Espaço Bebê, a Brinquedoteca e a Erelab, empresa especializada em montar parques e áreas para recreação o infantil, vai render um final de semana de diversão e aventuras para crianças. “Dias 2 e 3 de abril, serão instalados vários brinquedos na Praça Jerusalém e as crianças poderão explorá-los, participar de atividades como contação de histórias e saborear os produtos de várias bikefood (bicicletas adaptadas para a venda de produtos alimentícios como doces, salgados ou sorvetes), como se estivessem em um piquenique dentro do clube”, descreve a coordenadora do Espaço Bebê, Talita Pryngler. E dias 9 e 10 de abril , o Espaço Bebê promove a oficina “Soninho Bom”, destinada a orientar pais, a partir de uma abordagem orgânica, em como lidar com o sono dos filhos pequenos.
34 HEBRAICA
| MAR | 2016
juventude > dança
ESTIMULADA PELA MÃE E A AVÓ, JÚLIA (AO CENTRO) INICIA SUA TRAJETÓRIA EM UM GRUPO DE DANÇA FOLCLÓRICA PARPARIM
Primeiros passos CRIADO HÁ 30 ANOS, O GRUPO PARPARIM (“BORBOLETAS” EM HEBRAICO) JÁ FOI A PORTA DE ENTRADA PARA O MUNDO DA DANÇA FOLCLÓRICA. COM A INCLUSÃO DA ATIVIDADE NO CURRÍCULO DAS ESCOLAS JUDAICAS, A PARTICIPAÇÃO NA LEHAKÁ É UMA CHANCE ADICIONAL DE A CRIANÇA FAZER O QUE GOSTA
J
úlia Breslauer, de 7 anos, estuda na Escola Beit Yaacov. A exemplo de outras meninas da sua idade, ela acordou cedo no domingo posterior ao Carnaval e acompanhou a mãe até a Hebraica. As duas ignoraram os preparativos para a “Ressaca do Carnaval” e seguiram para o Exotiquário e o Aquário, duas salas que ficam no subsolo do Centro de Juventude. Júlia foi apresentada para a coreógrafa Aline Black. Antes de se encaminhar para a outra sala, Keren, a mãe de Júlia, esclareceu para Aline que a menina é a terceira geração a dançar na Hebraica. A avó, Rosita, integrou a primeira formação do grupo Carmel e Keren e a irmã gêmea, Tammy, começaram a dançar na-
quele mesmo Exotiquário, no Grupo Parparim. “A Júlia queria muito vir a este ensaio. E enquanto ela dança, eu me junto a outras mães e ex-dançarinas no grupo Gam Ani”, informou Keren. No Exotiquário, Júlia sentou-se no chão, juntamente com as outras meninas e as três coreógrafas que trabalharão este ano com o Parparim Ktanim (5 a 7 anos). Aline fez cada uma dizer o nome e o prato preferido. Em seguida, ensinou as meninas a prenderem os cabelos em rabos. “É importante uma dançarina saber pentear os cabelos sozinha”, comentou. Em seguida, cada uma pegou um colchonete e começaram uma rotina de exercícios de alongamento.
Em seguida, ao som de músicas folclóricas, as meninas se aventuraram nos primeiros passos para depois dançar coreografias fáceis. No intervalo do ensaio, Júlia pediu para ficar com uma amiguinha no ensaio do Paparim Gdolim (8 a 10 anos) e foi atendida. “Gostei muito do ensaio e quero voltar na próxima semana. Adoro dançar”, afirmou a menina. Ela tem aulas de dança com Alon Idelman e Tamara Harpaz, ambos formados nos grupos do clube. “Minha avó e minha mãe dançaram. Eu também vou dançar e minha filha, quando eu tiver, vai fazer o mesmo”, garantiu a menina. Indagada sobre a entrada da neta para o grupo Parparim, Rosita Klar Blau, avó de Júlia e mãe de Keren, recordou-se de uma época em que o grupo Carmel era o único no clube. “Considero a dedicação à dança folclórica um investimento e me orgulho dele. No ano passado, eu, a Keren e a Júlia dançamos numa festa da escola e naquele momento, no palco, senti que meu investimento deu muitos lucros. Adoro dançar e vou adorar partilhar esse prazer com minha neta”, concluiu a avó. (M. B.)
36 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
37
| MAR | 2016
juventude > fotos e fatos 1.
2.
3.
4.
5.
6.
1. A coordenadora do curso de bat-mitzvá, Joyce Szlak esclareceu os detalhes para as novas alunas e os pais; 2. A vice-presidência de Juventude convidou voluntários da Hatzalá (serviço de resgate médico comunitário) para promoverem, no clube, um treinamento para formação de novos ativistas 3, 4 e 5. Crianças e adolescentes retomaram com energia e animação as atividades do Centro Juvenil Hebraikeinu; 6. Banda Triii se apresentou com casa cheia no palco do Teatro Anne Frank como parte do Projeto Taiguarinha, para angariação de fundos para a Casa Taiguara
Com uma sequência de shows de música infantil, apresentação do bloco carnavalesco “Me Lembra Que eu Vou”, oficina de máscaras a cargo do Ateliê Hebraica e aula de axé e samba, a vice-presidência de Juventude entreteve sócios de todas as idades no segundo domingo de fevereiro, numa folia que recebeu o nome de “Ressaca de Carnaval”
HEBRAICA
39
| MAR | 2016
es por tes
40 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
41
| MAR | 2016
esportes > triathlon
Carreira turbinada EM SEIS MESES
REPRESENTANDO A HEBRAICA,
O TRIATLETA DAVID NIZENHOLZ CONQUISTOU DOIS PRÊMIOS E EQUIPAROU SEUS TEMPOS AOS DO CAMPEÃO
MUNDIAL DA MODALIDADE, O AUSTRALIANO
CRAIG ALEXANDER
DAVID NIZENHOLZ TREINA EXAUSTIVAMENTE PARA O IRON MAN EM JUNHO, NO RIO DE JANEIRO
D
avid Nizenholz persegue o sucesso em todos os setores da vida. Empresário da área de cosméticos, investe igualmente na atividade esportiva como triatleta profissional. “Tive uma evidente melhora nos meus resultados depois de aceitar o convite do presidente da Hebraica, Avi Gelberg, para utilizar a estrutura do clube nos meus treinos. Em 2015, venci o biathlon brasileiro, com provas dificílimas de natação e corrida disputadas por apenas quatrocentos atletas”, conta David para quem, além do desafio em si, a motivação adicional era o fato de ter sido convidado a participar do evento pelos integrantes do Bope – Batalhão de Operações Policiais Especiais, no Rio de Janeiro Nizenholz segue uma planilha rígida de treinos alternados entre bicicleta e corrida realizados na USP e natação na
piscina olímpica da mesma instituição. “Minha preparação é um processo bastante solitário. Quase não tenho contato com os nadadores do master do clube, porque fico focado nas instruções do meu técnico”, comenta o triatleta, cujas braçadas podem ser vistas pela manhã ou no final da tarde, na piscina olímpica. Ele comemora o fato de seu tempo ter se igualado ao recordista mundial Craig Alexander e procura patrocinadores para reforçar sua campanha na Run Cities Iron Man, prova que será realizada em junho no Rio de Janeiro e nessa modalidade se iguala em importância aos Jogos Olímpicos. “Trabalho para conseguir uma boa colocação o que será um excelente resultado para um atleta de 42 anos, além de garantir boa visibilidade para a Hebraica e meus apoiadores”, avalia. (M. B.)
42 HEBRAICA
| MAR | 2016
esportes > natação
RAIAS OCUPADAS POR ATLETAS, INDEPENDENTE DA TEMPERATURA OU DA DIFICULDADE DO DESAFIO
Segunda idade EM 25 ANOS, O MASTER DE NATAÇÃO EVOLUIU DE UMA EQUIPE DESTINADA A REPRESENTAR O CLUBE EM COMPETIÇÕES PARA UMA ATIVIDADE QUE ESTIMULA DESDE OS CAMPEÕES ATÉ OS NADADORES QUE BUSCAM APENAS SE APERFEIÇOAR NA MODALIDADE
O
master de Natação encerrou 2015 com 86 inscritos, e iniciou 2016 com 125. O crescimento numérico se deve à reestruturação no Departamento Geral de Esportes, que entregou à coordenadora Adriana Silva a tarefa de lidar com as turmas de aperfeiçoamento em natação para adultos.
“Estamos com todos os horários completos desde fevereiro, o que revela a importância do nado para muitos que escolhem melhorar o condicionamento físico”, comentou Adriana em meio a um treino. Apito na boca, parecia gritar instruções para si mesma, pois todos os eventuais interlocutores estavam ocupados na piscina.
“Apesar de a minha carga de trabalho ter aumentado, creio que a proposta de juntar os cursos de aperfeiçoamento – que antes tinham grade de horários e professores independentes – será positiva, pois a partir do momento em que melhor conhecer a todos terei mais condições de saber quem gostaria de tentar, digamos, disputar algum torneio”, completa. Adriana comemorou, recentemente, 25 anos como funcionária e idealizadora do master, com direito a bolo e cumprimentos reais e virtuais. “Vários dos nadadores e diretores do clube que começaram comigo ainda gravitam em torno das atividades do master, seja nos treinos diários, seja em jantares ou outras ocasiões sociais em que nos reunimos”, destaca a técnica, sempre que alguém puxa uma conversa a respeito de trabalho. Na piscina, além do apito e da prancheta, ela frequentemente aciona a câmera do celular, de modo a que os nadadores do master estão sempre em evidência nas redes sociais, ora porque compareceram em massa a um treino em plena madrugada gelada no inverno, ora por terem completado um desafio como o 60 x 100 (isto é, sessenta “tiros” consecutivos de cem metros) que encerrou a agenda de treinamentos em 2015, ou simplesmente por estarem juntos. “Fora da piscina, comemoramos as festas judaicas, os bar-mitzvás, nascimentos e até a entrada na faculdade dos filhos ou netos. E somos solidários nos momentos difíceis também”, descreve a técnica. Ao mencionar o aniversário do grupo, Adriana destaca o fato de os atletas do master terem participado de todas as Macabíadas que incluíram essa faixa etária (a partir dos 25 anos) e também de outros torneios internacionais. “Bom mesmo é saber que, se alguém quiser fazer parte do master ou se um atleta já integrado deixar os treinos por um motivo ou outro e algum dia retomar os treinos será sempre bem-vindo”, garante Adriana. (M. B.)
44 HEBRAICA
| MAR | 2016
∂
esportes > curtas
Treino aquático O Fit Center promoveu uma demonstração do aqua cross training, que é uma aula com dinâmica própria e grande variedade de exercícios. Para o evento, foi montado um circuito formado por quatro “estações” fora e dentro d´água pelas quais todos os alunos inscritos passaram, realizando uma série de exercícios que exigiam excelente preparo físico.
O Departamento de Xadrez realizou no início do ano o XXIII IRT (International Rating Tournament) com 83 inscritos. Os árbitros foram André Salama (árbitro internacional habilitado), André Bariotto e Henrique Salama. André Salama é árbitro e ajuda bastante para manter o nome da Hebraica no topo do ranking enxadrístico paulista. Recentemente, ficou em terceiro lugar no XX Torneio Relâmpago “Cidade de São Paulo”, realizado no Esporte Clube Pinheiros. No IRT, Rodrigo Jacó, enxadrista que representou a Hebraica, ficou invicto até a quinta das seis rodadas do torneio. Na etapa final, perdeu para Davy D’Israel, com a mesma pontuação de outro jogador, Bruce Shannon. Nos critérios de desempate Davy D’Israel ficou com o título. Ele, Rodrigo e os jovens Daniel Farah e Daniel Borger representaram o clube no torneio.
Projeto Ukemi
∂
Medalhas no xadrez
∂
Os resultados das equipes sub-11, sub-13 e sub-15 de futsal masculino no Campeonato do Sindi-Clube foram amplamente divulgados pelo Departamento Geral de Esportes, mas a entrega do troféu transitório de campeão para a Hebraica na cerimônia de encerramento do torneio reacendeu o entusiasmo dos atletas e da equipe técnica. Além da boa atuação dos times, o título para a Hebraica se deveu aos destaques Felipe Melsohn e Raphael Lafer (respectivamente os goleiros menos vazados das categorias sub-11 e sub-9), Raphael Lafer, Fernando Bekerman e Bruno Carazzai (melhores atletas das categorias sub-9 e sub-15)
∂
Troféu transitório
Neste início de ano, o Projeto Ukemi está com inscrições abertas às terças e quintas-feiras, às 10h30. Trata-se de um conjunto de técnicas reunidas pelo sensei Edison Minakawa para prevenir as quedas tão comuns em pessoas da terceira idade. Além de melhorar o equilíbrio, as aulas ajudam a melhorar a concentração e promovem o bem-estar geral dos alunos. Mais informações, no Departamento Geral de Esportes ou pelo telefone 3818-8812. (M. B.)
46 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
47
| MAR | 2016
esportes > fotos e fatos 1.
2.
3.
1, 2, 3 e 5. Na volta às aulas, crianças experimentaram modalidades como natação, futsal e judô, que são as mais procuradas na grade oferecida pela Escola de Esportes; 4. Tem grande repercussão a iniciativa do Departamento Geral de Esportes em promover aulas de hidroginástica aos finais de semana
4.
5.
ma ga zine
48
HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
49
| MAR | 2016
magazine > biografia | por Ariel Finguerman, em Tel Aviv
E N T R E V I S TA DE FATO,
Hebraica – A senhora descreve Ben-Gurion em seu livro como uma pessoa com “problemas de comunicação pessoal, não era bonito, de baixa estatura e magricela. Qual então o segredo de seu carisma? Anita Shapira – Ele não era carismático, especialmente quando comparado com outros líderes do ishuv daquela época. Ele obteve seu carisma somente após ter declarado a independência e vencer a Guerra de 1948. O apelo dele não vinha da sua personalidade, mas das suas conquistas, foi algo que cresceu aos poucos.
POUCAS VEZES SE VIU BEN-GURION NUMA POSE DESSAS, COMO SE FOSSE MARKETING PESSOAL
Um Ben-Gurion como você nunca viu ENTREVISTA EXCLUSIVA COM ANITA SHAPIRA, PROFESSORA DA UNIVERSIDADE DE TEL AVIV E UMA DAS PRINCIPAIS INTELECTUAIS DE ISRAEL, SOBRE A SUA NOVA BIOGRAFIA DE DAVID BEN-GURION
D
a janela do seu apartamento, no 30º andar da Torre Alrov, um dos edifícios mais elegantes de Israel, Anita Shapira ( foto ao lado) pode ver a Universidade de Tel Aviv, onde é professora emérita de história judaica. Ali de cima, também consegue observar boa parte do seu país, com a objetividade de uma das principais intelectuais israelenses. Shapira acaba de publicar a versão em hebraico de sua biografia de David Ben-Gurion (Editora Am Oved), o mais recente livro de uma extensa produção que sempre agita o meio intelectual do país. Originalmente, Shapira publicou a biografia Ben-Gurion pela editora da prestigiada Yale University, como parte de uma série a respeito da vida das grandes personalidades judias da história, de Jesus a Bob Dylan, que, aliás, ela própria coordena. Agora, a publicação em hebraico provoca debates nos cadernos culturais
e políticos dos jornais israelenses, especialmente acerca da questão da liderança (ou falta dela) na atualidade do país. A historiadora nasceu em Varsóvia durante a Segunda Guerra e chegou à então Palestina em 1947. Nos primeiros tempos em Tel Aviv, os Shapira repartiam cozinha e banheiro com outras famílias. Mas depois de uma bem-sucedida carreira acadêmica, ela recebeu o Prêmio Israel, o mais importante do país, na categoria história. Shapira recebeu o correspondente da revista Hebraica em seu apartamento para falar de Ben-Gurion, dos desafios da liderança israelense em nossos dias e também da generalizada dificuldade de os judeus aceitarem ser governados. “O povo judeu tem uma inclinação à anarquia”, constata.
Ben-Gurion também foi fruto de uma época de grandes líderes, como Churchill, De Gaulle e Vargas. Hoje vivemos em uma época sem grandes personalidades políticas no mundo. A senhora acredita em ciclos históricos de grandes e pequenos líderes? Shapira – Sim, há ciclos. Os historiadores se perguntam se o período faz surgir grandes líderes ou se são estes que fazem um grande período. Os anos 1930, 1940 e mesmo os 1950, foram épocas de mudanças revolucionárias. Houve levantes, mudanças perigosas, coisas que a imaginação não previu. Isto fez das lideranças algo necessário, até exigido. Nesta situação, as pessoas se tornam mais abertas a aceitar líderes mais autoritários, se comparada com uma época mais pacífica e quieta. Israel vive hoje uma época destas? O país precisa de um grande líder? Shapira – Claro, mas o problema é se as pessoas realmente têm a sensação de viverem numa grande crise. Enquanto isto não acontece, não há chance de um grande líder aparecer. Não
vejo candidatos hoje a esta posição. Isto me leva a pensar como se perdem oportunidades históricas quando não há os líderes certos. Eu não acho que as massas estejam sempre certas, às vezes as escolhas populares são desastrosas. Infelizmente, sinto que, em Israel, fazemos escolhas de políticos muito questionáveis. Nós, judeus, temos características próprias, um povo formado por pessoas individualistas, inteligentes, críticas. Até a Bíblia nos descreve como tendo “pescoço duro”, ou seja, difíceis de se curvar perante autoridades. Mesmo assim, precisamos de líderes fortes? Shapira – Gostaria de adicionar mais uma característica. Diria que o povo judeu tem uma inclinação à anarquia. Somos ruins para aceitar autoridade, cada um de nós pensa que sabe mais que o outro, e sabemos mais até mesmo que nossos líderes. Isto está presente em todo o mundo judeu, mais particularmente em Israel. Como então os judeus aceitaram a liderança forte de Ben-Gurion? Shapira – Isto esteve ligado ao período >>
“Diria que o povo judeu tem uma inclinação à anarquia. Somos ruins para aceitar autoridade, cada um de nós pensa que sabe mais que o outro, e sabemos mais até mesmo que nossos líderes. Isto está presente em todo o mundo judeu, mais particularmente em Israel” (Anita Shapira, biógrafa de Ben-Gurion)
50
HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
51
| MAR | 2016
magazine > biografia
As cartas de Ben-Gurion
LÊ A DECLARAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL; O TERCEIRO À DIREITA É
MOSHÉ SHARRET, QUE VIRIA A SER CHANCELER E DESAFETO POLÍTICO POR DIVERGIREM QUANTO À QUESTÃO ÁRABE
>> de crise em que viviam, o nazismo, a guerra com os árabes, imigração em massa, tudo isto gerou um sentimento de desastre no horizonte. Sentiam-se perdidos e sem rumo, então precisavam de um líder forte, uma iluminação para aonde ir. Não à toa, quando este sentimento se dissipou, no início dos anos 1960, tiraram Ben-Gurion do poder. Biniamin Netaniahu vai ultrapassar Ben-Gurion em anos no poder. Qual será o legado de Bibi? Shapira – Sem dúvida, ele é um líder. Mas ele não toma iniciativa, é passivo. Tem medo de fazer aquilo que notabilizou Ben-Gurion, que era aceitar riscos calculados. E como resultado, Netaniahu permite que partidos menores, especialmente os da direita, assumam a liderança. No final das contas, não sei se os resultados de sua atuação como político são produtos de suas crenças ou de sua falta de vontade em assumir riscos. Recentemente marcamos vinte anos do assassinato de Itzhak Rabin. O criminoso, Ygal Amir, conseguiu mudar o rumo da história ao eliminar um grande líder? Shapira – Acho que sim, mas menos do que se pensa. Primeiro, ninguém pode garantir que Rabin daria os passos seguintes que o processo de paz exigiria. Toda a situação política estava muito frágil e não sei até aonde ele estava disposto a chegar. Segundo, após o assassinato, Ehud Barak foi ainda mais longe que Rabin, e não funcionou. O que destruiu a esquerda em Israel não foi Ygal Amir, mas a segunda intifada. Aquele conflito mostrou que os palestinos, apesar de propostas de paz avançadas, não fizeram contrapropostas e se decidiram pela violência. Foi algo inaceitável, que arruinou o estado de espírito daqueles que estariam prontos a apoiar Barak.
Recentemente, o jornal Haaretz publicou uma longa reportagem sobre os muitos casos extraconjugais de Ben-Gurion. Por outro lado, como a senhora mostra em seu livro, ele também tinha uma profunda ligação com a mulher, Pola. Como entender esta faceta de sua personalidade? Shapira – Este tipo de relacionamento era o padrão da época, tanto aqui, quanto no resto do mundo. Veja os casos de Roosevelt e Kennedy. Não era algo que saía nos jornais, mas era aceito. Inclusive as esposas dos líderes aceitavam, não era um drama. Ao mesmo tempo, Pola sabia que Ben-Gurion não a deixaria. Era uma época em que família, filhos e estabilidade do casamento eram apreciados por todos, e divórcios raramente aconteciam. Ben-Gurion era muito ligado à mulher pela amizade, a comida, e o cuidado que recebia. Mas isto não o impedia de escrever a uma amante pedindo que o visitasse, já na velhice, mesmo enquanto Pola estava viva. A senhora cita uma frase a respeito de Ben-Gurion: “Ele foi um presente da história para o povo judeu”. A senhora concorda? Shapira – Sim, e quanto mais eu penso nele, mais excepcional me parece. Ava-
lio as personalidades que existiam naquela época, e ninguém tinha a coragem de declarar a independência. Dois dias antes, em 12 de maio de 1948, Golda Meir reportou ao governo provisório sua visita ao rei da Jordânia, dizendo que ele atacaria o país, se fosse criado. Ao mesmo tempo, Gush Etzion [bloco de assentamentos perto de Jerusalém] havia sido conquistado pelos árabes, e os judeus, massacrados. Moshé Sharett também havia voltado dos EUA trazendo a avaliação do general Marshall de que perderíamos a guerra e os americanos não viriam em nosso socorro. Naquele dia, Ben-Gurion não deixou ninguém sair da sala antes que apoiassem seu desejo de, apesar de tudo isto, declarar a independência. Ele foi realmente um presente. Mas poderia ter dado tudo errado? Shapira – Sim, foi um grande mergulho na incerteza. Haviam se passado apenas três anos do Holocausto, com um risco real de um novo aniquilamento. Em momentos como este, ele não dormia à noite. Mas acabava assumindo um risco calculado. Golda Meir dizia que Ben-Gurion tomava decisões não porque não tinha medo, mas apesar de ter medo.
Há anos todos sabem dos casos extraconjugais de David Ben-Gurion, com pelo menos cinco mulheres diferentes. A própria família do fundador do Estado de Israel cedeu as cartas de amor ao historiador Michael Bar-Zohar, autor da biografia oficial do político. “Pedi permissão da família para publicar e eles deram o sinal verde, para mostrar o lado mais humano de um líder”, recordou Bar-Zohar ao jornal Haaretz. Mas em dezembro passado, as “puladas de cerca” do político voltaram a ocupar as manchetes dos jornais israelenses, com a realização de um leilão, em Jerusalém, de cinquenta cartas de amor de Ben-Gurion a Regina Klapholz, na época uma estudante de medicina em Viena. Quando os dois se conheceram, Ben-Gurion tinha 43 anos, já casado com Pola e três filhos. Regina tinha 22 anos de idade. A relação entre Ben-Gurion e Regina continuou durante toda a década de 1930. Em 1935, ela fez aliá, trabalhou como médica no novo país e, finalmente, formou a própria família, quando os dois cortaram a relação. Faleceu em 2007, aos 99 anos de idade. Foi quando a família abriu o arquivo pessoal de Regina e encontrou as cartas enfim leiloadas. O neto de Ben-Gurion, Yariv Ben-Eliezer, criticou o leilão, argumentando que “esta história não interessa a ninguém, meu avô tem direito à privacidade, apesar de sua grandeza pessoal”. Já o biógrafo Bar-Zohar tem explicações na ponta da língua para as aventuras extraconjugais do líder. “Ben-Gurion era uma pessoa muito solitária e muito romântica. Apreciava uma companhia feminina com quem discutisse assuntos ideológicos e que tivesse opinião própria.” Segundo o biógrafo, Ben-Gurion não encontrava nada disso na esposa Pola. “Ela não era bonita nem sionista. Uma burguesa que sempre amou muito o marido e a família. Quando Ben-Gurion escrevia para ela acerca de assuntos do Congresso Sionista, ela respondia que as crianças estavam doentes e que iria chover. Ele então começou a olhar para os lados.” E como ficava a esposa Pola nesta saia justa? Segundo Bar-Zohar, ela sabia o que estava acontecendo e chegou até ameaçá-lo com suicídio. Mas numa carta dos anos 1930, ela parece fazer graça com as peraltices do marido, que estava em viagem para tratar de assuntos políticos. “Querido David, suas cartas estão cada vez mais raras. O que aconteceu, achou alguma nova diversão por aí?”
12 52
| MAR | 2016
HEBRAICA
por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com
1
Coisa fina Israel tem apenas um hotel considerado luxuoso, e exatamente este filho único foi eleito o sétimo melhor do mundo. Trata-se do Waldorf Astoria Jerusalem, escolhido pela elegante revista de turismo Condé Nast Traveler, concorrendo com outros 128 mil hotéis mundo afora. Esta ilha de luxo extremo, inspirada no Waldorf Astoria de Nova York, teve de se virar para arrumar os itens sofisticados que oferece aos seus fregueses na Cidade Santa, importando boa parte deles. Mas há também as marcas únicas da filial de Jerusalém: os quartos tem timer para apagar as luzes automaticamente no Shabat e o teto do lobby se abre em Sucot para cumprir a halachá da cabana estar a céu aberto.
6
∂
2 ∂
3
Caminhada virtual A mais longa trilha de caminhada turística do país, a Shvil Israel, que vai da ponta norte (kibutz Dan) até o extremo sul (Eilat), agora pode ser feita do sofá do seu apartamento. É que a popular trilha foi toda fotografada e entrou para o Google Maps, passando a ser o mais longo trecho catalogado no site em todo o mundo. O trabalho é de autoria dos membros da Sociedade de Proteção da Natureza de Israel, que durante dez semanas fotografaram os 1.100 km, daquela que a National Geographic considera uma das vinte melhores trilhas para se caminhar no mundo. É também o único trajeto que corta todo um país segundo o banco de dados do Google Map, que já soma nove milhões de quilômetros em todo o planeta.
Mosquito zikado Era só o que faltava: o Ministério da Saúde de Israel fez reunião de emergência para debater a atual epidemia de zika no Brasil e países vizinhos. O motivo é que em Israel também existe um inseto amaldiçoado, chamado tigre asiático, com potencial de carregar o vírus da doença. Bastaria uma pessoa doente desembarcar por aqui e ser picada pelo malfeitor para o pesadelo também começar por estas bandas. Por enquanto, estamos no inverno e há tempo de as autoridades planejarem algo. O problema é o calor que começará a bater à porta já no final deste mês e cria um ambiente ideal para o inseto.
4
∂
12 notícias de Israel
5
Mulheres no comando Pela primeira vez na história da El Al um voo foi pilotado exclusivamente por mulheres. A pilota Smadar Schechter e a oficial Merav Schwartz levaram dezenas de turistas para a ilha vizinha, Chipre. A dupla anunciou aos passageiros o feito inédito pelo alto-falante do avião, antes da decolagem, e foi aplaudida. Apesar da alegria, a dupla realmente foi unida por um acaso, por causa de um imprevisto na escala de pilotos. Desde os anos 1990, quando as mulheres exigiram o ingresso na aeronáutica do Tzahal, o país já formou mais de quarenta pilotas de guerra.
7
53
| MAR | 2016
Fuga cerebral Já dá os primeiros resultados o programa do governo israelense de trazer de volta ao país cientistas trabalhando no exterior. No ano passado o Estado judeu conseguiu atrair 293 acadêmicos com nível de doutorado, empregando-os em universidades e empresas high-tech. Atualmente, 4,5% do total de cientistas israelenses estão há três anos no exterior, um índice considerado razoável se comparado a países similares, como Irlanda (15%), Dinamarca e Finlândia (ambos com 7,5%). O alarme a respeito da fuga de cérebros de Israel soou há três anos e o Ministério da Economia formou um departamento de “contra-ataque”.
Beijinho no ombro A gigante israelense de armamentos, Elbit, ganhou uma concorrência de quinhentos milhões de libras esterlinas (U$ 719 milhões) para “preparar a força aérea da Inglaterra para o século 21”. É o ponto final de um trabalho de cinco anos, quando a Elbit se associou à empresa norte-americana KBR para participar da concorrência aberta pelo governo britânico. O projeto se estenderá por dezoito anos. A Elbit emprega hoje doze mil funcionários, em plantas espalhadas pelo mundo, a maior parte envolvida em desenvolvimento tecnológico. Entre os produtos-chave da empresa estão os drones não pilotados. No Brasil, a Elbit trabalha junto com a Embraer.
Até tu, Rafaeli? Como o leitor já deve saber, a super-modelo sabra Bar Rafaeli está há meses enroscada com o fisco israelense, suspeita de não pagar dívida milionária à receita federal de Israel. O primeiro indício surgiu quando o imposto de renda da beldade nos anos 2009-2010 tinha ... zero de receita. O “detalhe”, no entanto, é que, no mesmo período, a modelo faturou quinze milhões de shekalim (cerca de quatro milhões de dólares) em campanhas publicitárias no exterior. Os advogados da princesa tentaram convencer o leão israelense de que nesta época ela namorava o ator Leonardo DiCaprio, portanto residindo no exterior. Mas a mídia deu tanta cobertura ao casal, que todos puderam acompanhar que o relacionamento não era lá tão sério.
8
Adeus ao advogado Morreu Myron Beldock, o advogado judeu de Nova York, conhecido por defender condenados pobres e esquecidos, e inocentando a vários. O mais célebre dos clientes foi o pugilista Rubin “Hurricane” Carter, acusado de matar três pessoas em um bar de Nova Jersey, em 1966. Apesar de não corresponder às descrições do assassino, Carter passou dezenove anos preso, num caso marcado por racismo e celebrizado por uma das mais belas canções de Bob Dylan, Hurricane. Beldock conseguiu a liberdade de cinco jovens negros e latinos, acusados erroneamente pelo estupro violento de uma corredora no Central Park, num caso famoso dos anos 1980.
9
∂
HEBRAICA
Jóia rara A joalheria israelense Belleto, que disputa o mercado on line com milhares de concorrentes, chamou a atenção para seus produtos de uma maneira inusitada. Para promover a nova coleção, chamada de “A Mais Bonita do Mundo”, contratou três modelos com síndrome de Down. A seleção das meninas foi feita por uma ONG local especializada em apoiar adultos com a deficiência, escolhendo garotas de fato bonitas. “Foi legal, fizemos moda”, diz Sheri Maayan, uma delas. A empresa admite que foi uma jogada de marketing mas também chamar a atenção para as pessoas com Down que vivem em nossa sociedade.
54
HEBRAICA
| MAR | 2016
11
10
Israel à venda
E-mail a Ban Ki-Moon “Prezado Secretário-Geral da ONU: boa esta oportunidade de me comunicar com o senhor – embora eu nem me dê o trabalho de tentar te enviar esta mensagem. Só queria mesmo fazer uma reflexão junto aos meus leitores, a respeito de seus comentários acerca da mais recente onda de violência entre Israel e os palestinos. O senhor pretendeu resumir um conflito centenário em apenas 10 palavras: ‘a violência contra os israelenses é fruto de uma ocupação’. Veja, eu até simpatizo com o senhor e com suas ideias liberais, e também acho que os líderes e povos em conflito deveriam conversar mais, arriscar mais passos com base no diálogo e evitar o mais possível confrontos violentos. Mas a atual intifada das facadas, que já dura cinco meses, traz um elemento novo e que talvez daí, de Nova York, lhe tenha passado despercebido. Alguns dos atos mais violentos foram protagonizados por árabes de cidadania israelense, contra membros de seu próprio país. Um morador de Wadi Ara disparou contra frequentadores de um bar de Tel Aviv; duas meninas de 13 anos tentaram invadir um shopping para ‘matar judeus’, como disseram mais tarde; um morador de Um El-Fahm atropelou gente que aguardava num ponto de ônibus e depois sacou uma faca para acabar o serviço; uma recém-formada apareceu com uma faca na estação de ônibus de Afula em busca de alguma presa, entre outros casos. Nenhuma dessas pessoas vive sob ocupação. Por isso, refletindo a respeito de suas dez palavras, que não nego de forma absoluta, gostaria de propor outras dez, complementares: ‘a violência centenária contra os judeus acabou gerando uma ocupação’. Dá uma pensada aí, nem precisa responder. Atenciosamente.”
A Osem produz alguns dos produtos mais sabras que existem, como pó de sopa de galinha e biscoitos pretzel, mas há tempos a empresa não é mais majoritariamente israelense. Agora, a Nestlé suíça, realmente por trás destes produtos, apresentou uma oferta irrecusável para comprar os últimos 36% da companhia ainda em mãos locais: ofereceu U$ 840 milhões. Se aceita, mais uma marca tradicional do país passa para mãos estrangeiras, depois da Tnuva e da Telma, hoje pertencentes a chineses e europeus. A oferta achocolatada da Nestlé fez as ações da Osem subirem 22%.
12
É a educação, estúpido Todo judeu, se ainda não foi questionado por um não judeu a respeito do milagre da criatividade de nosso povo, será um dia. Há décadas tenho interesse no tema e para mim, sinceramente, ainda não existe uma resposta pronta e acabada para este grande mistério. Mas, sem dúvida, tem algo a ver com educação. Duas notícias recentes mostram como o Estado judeu investe pesado neste quesito, de forma consciente para garantir nossa sobrevivência por aqui, mas também, acredito, inconscientemente como parte de uma longa tradição. A Oecd, grupinho dos países mais desenvolvidos do mundo, apontou que Israel perde somente para a Coreia do Sul em investimento do PIB na pesquisa tecnológica, em todo o mundo. Em Israel, são 4,1% do PIB, a Coreia 4,3%, Japão (3,6%) e Suécia (3,2%). A China investe 2%. Outra notícia na área de educação foi um treinamento meio macabro realizado em todas as escolas do país, no mês passado. Foi simulado um estado de guerra que obrigou as crianças a ficar em casa por um longo período. Quatro mil jovens que participaram do exercício, do primário ao colegial, em bairros seculares, ortodoxos e árabes do país, estiveram em contato ao vivo com os professores por meio do computador e enviaram a lição de casa on line, por um software educacional. Pode haver guerra, mas nossa tradição continuará.
56
HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
57
| MAR | 2016
magazine > história | por por Allan Nadler *
Martin Luther King e os judeus SE VIVO FOSSE, MARTIN LUTHER KING ESTARIA HOJE COM 87 ANOS, COMPLETADOS EM JANEIRO. A DATA FOI CELEBRADA NOS ESTADOS UNIDOS, PRINCIPALMENTE EM MUITAS SINAGOGAS, PELA ESTREITA LIGAÇÃO QUE ELE TEVE COM FIGURAS PROEMINENTES DO JUDAÍSMO NAS DÉCADAS DE 1950 E 1960, PRINCIPALMENTE OS RABINOS JOACHIM PRINZ E ABRAHAM JOSHUA HESCHEL
N
o entardecer de 26 de junho de 1937 milhares de pessoas lotavam o Brüdervereinshaus para se despedir do rabino Joachim Prinz, obrigado pela Gestapo a deixar a Alemanha ou ser sentenciado à morte por subversão. Prinz era o mais popular e campeão dos direitos nacionais judeus e do sionismo desde a ascensão dos nazistas ao poder, e clamava pelos templos de Berlim para os judeus imigrarem para a Palestina. No verão de 1937 foi preso várias vezes pela Gestapo e conseguiu a deportação. O Obersturmbanführer Kuchman, informante na Gestapo, alertou-o de que seus dias estavam contados, mas hesitava em imigrar para os Estados Unidos. Entre os não convidados para a despedida de Prinz estava Adolf Eichmann. Aliás, mais de duas décadas depois, a presença de Eichmann naquele evento viria a ser importante para identificá-lo, antes do julgamento, em Jerusalém, em 1961, quando Benno Cohen, um líder sionista de Berlim de antes da guerra, testemunhou contra Eichmann: “Naquela festa de despedida fui informado de que ‘o senhor Eichmann está aqui’. Pela primeira vez eu vi aquele mesmo homem, e aqui em trajes civis, gritando para mim: ‘Quem é o responsável por manter a ordem aqui? Pois isto é desordem em primeiro grau”. Jovem rabino nos anos 1920, Prinz já proferia prédicas para milhares de pessoas na magnífica Neue Synagogue na Oranienburger Strasse. Dois anos depois de chegar aos Estados Unidos, foi indicado rabino da maior sinagoga de Nova Jersey, a Greek Revival Temple B’nai Abraham, onde principalmente centenas de jovens se reuniam para o Kabalat Shabat, sextas à noite, onde, certamente, mais do que encontrar o divino, os jovens vinham encontrar o rabino. A combinação da personalidade carismática de Prinz com a
compreensão não teológica e nacionalista que tinha do judaísmo atraía os irritadiços judeus americanizados de meados do século 20 da mesma forma que o fez com os judeus profundamente assimilados e em perigo nos primórdios da Alemanha nazista. A teologia nacionalista de Prinz foi expressa pela primeira vez no já clássico e provocativo texto Wir Juden (Nós, Judeus, Berlim, 1934). Em Nova Jersey usou as experiências liderando os judeus da Berlim nazista para desenvolver a noção metafísica de uma identidade nacional judaica à qual se referia como “a doutrina da inevitabilidade judaica”. Na visita exploratória aos Estados Unidos de março de 1937, seis meses antes da imigração definitiva, Prinz ficou indignado com a complacência americana em relação à ameaça que o nazismo representava. E também com a discriminação e o racismo e bem claros contra os negros e, ao mesmo tempo, penetrante e difuso em relação a outras pessoas como os judeus, por exemplo. Racismo por todo canto Já então ficou impressionado com o Harlem e escreveu o texto “Sionismo em Negro”. Em junho de 1937, ainda na Ale-
DEPOIS DA MARCHA SOBRE WASHINGTON, KENNEDY RECEBE OS LÍDERES: O SINDICALISTA PHILLIP RANDOLPH, JOACHIM PRINZ E MARTIN LUTHER KING
manha, em um artigo para o jornal judaico liberal Der Morgen apontou o dedo para o racismo americano: “Quando gente de Nova York diz que determinado lugar é agradável ou bonito, não se refere a parques, árvores ou amplos bulevares. Eles querem dizer que não têm pretos, italianos ou judeus”. A ousadia como desafiou os nazistas e a compreensão a respeito da identidade judaica quando se tratava de questões nacionalistas e racistas ensinou-o a administrar o discurso diante das diversas formas de racismo com que se deparou nos Estados Unidos, onde desembarcou, em agosto de 1937. Em Atlanta, na Geórgia, num encontro com organizações judaicas, deu de cara com o racismo sulista judaico. Numa manhã reuniu-se com Willis Jefferson King, acadêmico estudioso da Bíblia, bispo metodista e professor de Velho Testamento em um seminário teológico e depois, com os três grupos sionistas, ouviu um grito: “Soube que você visitou aquele negro no Seminário negro e ainda o convidou para jantar”. Prinz engasgou e respondeu, “sim, estive com um grande acadêmico e a conversa foi muito interessante. De todo modo, fiquei chocado porque ouvi palavras assim dando as boas-vindas a um refugiado de Hitler e o que se dá com os negros dos Estados Unidos é o mesmo que acontecia para os judeus da Europa”. Prinz nunca imaginara que 25 anos depois compartilharia os mesmos sentimentos com aquela que viria a ser a maior audiência à qual ele, ou qualquer outro rabino americano, poderia se dirigir: as quase 250.000 pessoas que terminaram a “Marcha sobre Washington por empregos” da qual foi um dos principais organizadores, no National Mall, em Washington, em agosto de 1963. Este evento, foi a “mais memorável experiência religiosa da minha vida”. Último orador antes de Martin Luther King e seu famoso discurso “I Have a Dream”,
Prinz hipnotizou os manifestantes com um pronunciamento tão denso quanto breve e tão inspirador quanto passional, ao falar como um judeu americano a quem cabia denunciar o silêncio em relação a esta era de violento racismo no sul do país, apatia somente comparável ao silêncio dos alemães nos primeiros anos do Terceiro Reich. Prinz, o agitador No final dos anos 1950, Prinz foi o primeiro rabino a se aproximar do pastor Martin Luther King Jr. Ao assumir a presidência do Congresso Judaico Americano (CJA) em maio de 1958, Prinz insistiu que King fosse o principal palestrante. Esta foi a primeira vez que o líder dos direitos civis falou para uma audiência branca abaixo da linha Mason-Dixon (fronteira cultural imaginária entre o norte e o sul dos Estados Unidos). Menos de dois anos mais tarde, King dirigiu-se a uma multidão no púlpito de Prinz na congregação B’nai Abraham, em Newark, a sinagoga de maior prestígio em Nova Jersey. No entanto, intelectuais neoconservadores judeus, como Milton Himmelfarb e Norman Podhoretz, e muitos membros conservadores da própria congrega>>
A ousadia com que o rabino Joachim Prinz desafiou os nazistas e a compreensão a respeito da identidade judaica quando se tratava de questões nacionalistas e racistas ensinou-o a administrar o discurso diante das diversas formas de racismo com que se deparou nos Estados Unidos, onde desembarcou, em 1937
58
HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
59
| MAR | 2016
magazine > história nós estávamos casados.” Prinz, como muitos outros intelectuais judeus famosos da Europa Central do entre guerras – de Franz Kafka a Gershom Scholem – se rebelaram contra a assimilação dos pais e avós. Durante a era nazista a experiência de pregar a respeito do retorno (a Israel) para os judeus alemães profundamente assimilados e alienados de suas raízes judaicas aprofundou as convicções sionistas de Prinz e também formou o seu pensamento acerca de uma crença inabalável que permeou sua pregação e seus escritos para o resto da vida – a ideia da natureza “inevitável” da identidade judaica. Embora pudessem esconder fisicamente sua identidade nacional de um modo que os negros da América não poderiam, todos os judeus, não importa quão determinados ou desesperados estão para escapar disso – estavam unidos por um destino inescapável.
NA MARCHA SOBRE WASHINGTON, JOAQUIM PRINZ É, ALÉM DE LUTHER KING, À ESQUERDA, O ÚNICO QUE USA GRAVATA
>> ção criticavam o ativismo de Prinz, especialmente preocupados pelo que chamavam ironicamente das “proezas” públicas de Prinz em relação aos direitos civis, organizando e liderando manifestações contra discriminações a negros em lanchonetes de lojas de Nova York. Enquanto o interesse da grande maioria dos líderes judeus americanos esfriava em relação à causa dos direitos civis porque os negros radicalizavam, insuflados por um antissemitismo em alto grau, o compromisso e a afinidade de Prinz com a experiência negra na América nunca diminuíram. Ele ficou amargurado porque colegas rabinos abandonaram a causa dos direitos civis e na convenção nacional de 1970 da Assembleia Rabínica do Movimento Conservador censurou os mais de 250 rabinos presentes e os judeus americanos em geral por terem “recuado de volta ao seu próprio gueto judeu”, abandonando o que ele continuava a insistir ser uma causa moral essencialmente judaica: “Cada vez menos nomes judeus estão incluídos nas listas dos movimentos pela paz, pela reforma urbana e pelos que clamam contra a injustiça e a desigualdade para a comunidade negra. A maioria das pessoas, especialmente vocês, rabinos, voltou aos seus guetos confortáveis. Em vez de liderar o povo, vocês o seguem. Os judeus estão entre as pessoas mais intolerantes do mundo. A liderança judaica, em vez de repreendê-los por isso e amaldiçoá-los com veemência como fizeram os profetas antigos, segue suas fileiras.” Sempre sionista A identificação de Prinz com a situação dos afro-americanos estava ligada ao seu próprio, apaixonado e permanente com-
promisso com o sionismo. Os primeiros movimentos de orgulho negro na América tocaram em um ponto sensível de Prinz, cujo caminho para a religião judaica e o sionismo foi dificultado pela resistência do pai, avô e o rabino de sua cidade natal. Afinal, para muitos dos jovens negros pioneiros do movimento, os direitos civis foram uma rebelião contra a longa complacência dos mais velhos. Prinz: “Meu vazio judeu, causado pela atitude judaica superficial e assimilacionista da minha comunidade (na Alemanha), incluindo o meu próprio pai, deixou um vácuo em mim que me fez procurar algo para preenchê-lo. Nessa época comecei a descobrir que havia algo na vida judaica, novo, mas rejeitado pela grande maioria do povo judeu. Era o movimento sionista. Encomendei O Estado Judeu, de Theodor Herzl, na livraria local, pois a biblioteca da comunidade não tinha a obra. Eu o li com ardor, principalmente a última frase: ‘Se você quiser, não será um conto de fadas’... Ao falar com meu rabino a respeito, ele me advertiu para esta ideia tão tola que só poderia levar a um desastre judeu e criar... uma traição ao patriotismo alemão com o qual todos
Enquanto o interesse da grande maioria dos líderes judeus americanos esfriava em relação à causa dos direitos civis porque os negros radicalizavam, insuflados por um antissemitismo em alto grau, o compromisso e a afinidade de Prinz com a experiência negra na América nunca diminuíram
Personagem de Philip Roth Somente ele entre os principais rabinos dos Estados Unidos foi um admirador precoce do judeu mais ilustre de Newark, Philip Roth. Enquanto as obras de estreia de Roth, Adeus Colombus, em 1959, e Complexo de Portnoy, em 1969, lhe granjearam o imediato desprezo dos rabinos de maior prestígio dos Estados Unidos, e o nome de Roth se tornou sinônimo de uma forma particularmente shmutzig (“imunda”, em ídiche) de auto-aversão judaica, Prinz o promovia com vigor. Patrocinou a primeira viagem de Roth para Israel, em 1963, como parte das conferências dos “Encontros” que organizou como presidente do Congresso Judaico Americano. A história tem sido pouco gentil para com Joachim Prinz praticamente esquecido, e sem um único estudo acadêmico ou biográfico. Mas o apoio a Philip Roth no início da carreira literária, fato único entre os contemporâneos religiosos, foi recompensado pela exposição a um público popular imenso, muito maior do que qualquer outro rabino. No romance Complô contra a América, de Roth, o rabino Joachim Prinz é o >>
A mística dos profetas Entre outubro passado e fevereiro último o Musée d’Art et du Judaïsme expôs “Moisés: Pinturas de um Profeta” (Moïse: figures d’un prophète) que destacou dois homens reverenciados pelos judeus liberais da América: o rabino Abraham Joshua Heschel e Martin Luther King. Na exposição foi exibido o documentário de quinze minutos Praying with my Legs: the Spiritual Witness of Abraham Joshua Heschel (“Rezando com as Pernas: o Testemunho Espiritual de Abraham Joshua Heschel”), a respeito da luta dele pelos direitos civis nos Estados Unidos e contra a guerra do Vietnã. No começo, os profetas bíblicos ligaram King a Heschel. King era atraído pelo conhecimento de Heschel cuja obra-prima é o livro Os Profetas; e Heschel admirava o interesse de King pela história do Êxodo, adaptada à narrativa da luta pelos direitos civis nos anos 1950 e 1960. King, como Moisés, não atingiu a Terra Prometida da igualdade de direitos para os negros americanos. Foi assassinado antes disso. Como se sabe, a principal tarefa dos profetas é pressionar e influenciar o povo. Moisés criticou os fracos e tolos israelitas que se desviaram do caminho no momento em que subiu ao topo da montanha para comungar com Deus. King atirou contra a guerra no Vietnã e a injustiça da cultura americana branca em relação aos que havia escravizado durante séculos. Heschel apoiava ambas as causas, foi desaprovado por alguns líderes judeus ao denunciar o envolvimento dos Estados Unidos no sudeste asiático. Heschel, como King, tinha o carisma de um profeta. Era impossível ignorá-lo mesmo quando a sua mensagem feria. Implicante consumado e provocador definitivo, denunciava, em meados do século 20 os males da sociedade americana e os do judaísmo americano que considerava embrutecedor, sem ar, sem alma, moribundo. Já naquela época pregava que o judaísmo fosse, mais do que atraente, indispensável para os judeus das gerações futuras. As palavras de Heschel eram estimulantes e as exortações, poderosas, apresentadas em uma linguagem impressionantemente poética que soavam como expressão de amor de um ancião benevolente, e não uma repreensão. Ele até advertia, mas o fazia com calor humano. Era um judeu que sofreu e viu muito sofrimento, e ao contrário da maioria das pessoas, e a sua visão tinha dimensão profética. Heschel sabia do que estava falando e, como King, acreditava que as pessoas podiam se elevar, ser melhores e se comportar com justiça e até mesmo com santidade. Heschel morreu em 1972, quatro anos depois do amigo King ser assassinado a tiros. Segundo Allan Nadler, “foi há muito tempo. Talvez tenhamos assassinado ou perseguido até a morte aqueles com a capacidade de fazer os nossos corações se elevarem com palavras de justiça e compaixão; ficamos muito cínicos, talvez demasiado cínicos para essas vozes. Agora, nossos profetas terão de ser mais descolados (embora certamente não isolados), mais aguçados, mais ágeis, menos grandiosos, menos comoventes. Mas, dada a extensão e a resiliência da nossa tradição judaica, não é demais esperar que ainda possamos ouvir e responder à antiga mensagem de justiça, fluindo ao longo das eras, segundo o profeta Amós, como um rio caudaloso”.
60
HEBRAICA
| MAR | 2016
magazine > história
O RABINO ABRAHAM JOSHUA HESCHEL DIZIA QUE NAS MARCHAS ELE REZAVA COM OS PÉS
>> grande herói judeu e principal opositor ao nefasto traidor, o rabino Lionel Bengelsdorf, que apoiava o presidente fascista Charles Lindbergh. Enquanto Bengelsdorf é um personagem fictício, todos os outros rabinos que aparecem no romance são figuras históricas, aí incluídos proeminentes colegas de Prinz no rabinato de Newark. Mas, como sempre acontece nos textos de Roth, o retrato que traça desses rabinos é mais do que um pouco miserável – exceto no caso de Joachim Prinz, o único do grupo que enfrenta tanto o governo Lindbergh como o rabino Bengelsdorf, e só Prinz, dos rabinos de Newark, boicotou o casamento da filha dele. Roth escreve: “A autoridade do rabino Prinz entre os judeus na cidade, na comunidade judaica mais ampla e entre os teólogos e estudiosos de todas as religiões, tinha superado seus colegas mais velhos, e ele é o único entre os rabinos das três congregações mais ricas da cidade que nunca vacilou em sua oposição a Lindbergh”. Quando, no romance, os judeus de Newark temem um pogrom semelhante aos que se espalham como fogo por toda a América, é Prinz quem se levanta em defesa das comunidades judaicas, ao instituir o Comitê dos Cidadãos Judeus Preocupados aprovado pelo governo – mas ligado não oficialmente a uma milícia judaica ilegal criada pelo amigo Longy Zwillman, membro da congregação B’nai Abraham. Prinz oficializou o funeral de Zwillman e os casamentos dos seus companheiros da máfia. O romance imagina o dilúvio assassino de violência antissemita que teria envolvido os judeus
de Newark, não fosse por Prinz: “Uma visão de pesadelo da fúria antissemita da América rugindo do leste e subindo para a Avenida da Liberdade em linha reta sobre nosso beco e nossas escadas dos fundos como a água de uma inundação, se não fosse pela barreira resistente representada pelas reluzentes ancas dos cavalos baios da força policial de Newark, cuja força e velocidade e beleza o proeminente rabino Newark, o nobremente chamado Prinz, levou a se materializar no final da nossa rua.” Embora aparentemente fictícia, a projeção do papel de Prinz feita por Roth corresponde à denúncia feroz do fascismo americano tema dos primeiros sermões de Prinz na B’nai Abraham, atacando Charles Lindbergh, Henry Ford e acólitos racistas. * Allan Nadler é professor de estudos religiosos e diretor do programa de estudos judaicos da Universidade Drew, e professor visitante de estudos judaicos da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá
Embora pudessem esconder fisicamente sua identidade nacional de um modo que os negros da América não poderiam, todos os judeus, não importa quão determinados ou desesperados estão para escapar disso – estavam unidos por um destino inescapável
62
HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
63
| MAR | 2016
magazine > palavra | por Philologos
U Solidéu, kipá ou yarmulke? TRÊS PALAVRAS DIFERENTES PARA COBRIR A MESMA CABEÇA JUDIA. ELAS SÃO INTERCAMBIÁVEIS? ENTENDA AS DIFERENÇAS E ASPECTOS ETIMOLÓGICOS DOS TRÊS TERMOS
ma campanha na França pediu a todos os cidadãos que usassem o solidéu judeu na sexta-feira, 16 de janeiro. Ela se contrapunha à proposta do rabino-chefe de Marselha de os moradores da cidade não colocassem kipot, temerosos de terror antissemita. A campanha convidava os cidadãos a colocar yarmulkes às 10 horas daquela sexta-feira. Em um parágrafo curto três palavras diferentes – solidéu, kipá, yarmulke – significando a mesma cobertura para cabeça judia. Elas são intercambiáveis? Não é bem assim. Para começo de conversa, no texto somente a palavra kipá está em itálico, pois não aparece como palavra reconhecida em quaisquer dicionários. Mais importante, apesar de todos kipot e yarmulkes serem solidéus, e todo yarmulke ser um kipá, nem todo kipá é um yarmulke. Isso porque a palavra hebraica kipá, como usada em Israel e cada vez mais na Diáspora, significa qualquer solidéu usado por um judeu por motivos religiosos, enquanto “yarmulke”, que vem do ídiche, geralmente se refere apenas a um barrete de cetim ou feltro, geralmente com forro de algodão, dos ashkenazim da Europa Oriental. Embora atualmente não deva ser necessariamente preto, como todos os yarmulkes já foram e ainda são em sua maioria, ele não pode ser de tricô, crochê ou bordado como muitas kipot. Se fosse, não seria um yarmulke, mas uma kipá, na linguagem contemporânea da maioria dos judeus. As duas palavras têm idades diferentes. Em hebraico do início do período rabínico, kipá significa uma abóbada ou cúpula, seja de um edifício ou dos céus; derivada do verbo bíblico kafaf, que quer dizer dobrar ou forçar de cima para baixo, o termo também passou a significar um boné masculino ou feminino em forma de domo – a menos que kipá derive de cappa, palavra latina para cobrir a cabeça que deu origem a capelo e chapéu. Mas antes do século 6 ou 7 não há comprovação escrita para cappa, que provavelmente vem
de caput, “cabeça”, e é até mesmo possível, se não provável, que cappa descenda de kipá. Por sua vez, a etimologia medieval de yarmulke durante muito tempo foi ainda menos clara. A palavra foi atribuída ao polonês, em que pode ser encontrada já no início dos idos de 1600, embora a sua presença em línguas eslavas seja quase certamente um empréstimo do ídiche, em vez de vice-versa; ao yarmuluk turco, “cobertura para chuva”, que, independentemente da improbabilidade de uma capa de chuva se transformar em um solidéu, tornaria praticamente a única palavra turca a entrar no ídiche; ao termo alemão Jahrmarkt, “feira [literalmente ‘anual’] do campo”, porque os judeus supostamente usavam a cobertura de cabeça nessas ocasiões; e à palavra híbrida de hebraico-aramaico ainda mais rebuscada y’rey malka, “um temente do rei”, o “temente” sendo supostamente um judeu com solidéu e “o rei”, Deus. No final, o mistério pode ter sido resolvido pelo estudioso e rabino reformista W. Gunther Plaut, que, em um artigo de 1955, argumentou que a verdadeira fonte de yarmulke era o latim medieval. Segundo Plaut, a amice ou almuce (com seu “c” pronunciado como “k”), vestimenta da igreja em forma de capa curta que cobre cabeça e ombros, era semelhante às coberturas de cabeça usadas pelos judeus na Idade Média; ele também salientou que o seu diminutivo – almucella ou armucella – deu alemão e escocês, respectivamente, as palavras Mütze e mutch, um boné, que se refere apenas à parte superior da almuce; e concluiu que a palavra também entrou no ídiche como yarmulke. Esta é uma teoria muito mais razoável do que qualquer outra. O yarmulke foi uma inovação medieval? Ou era, de fato, o velho kipá do período talmúdico com um nome diferente? Sem evidência visual de como os judeus se vestiam na rua ou na sinagoga antes da Idade Média, as duas possibilidades são defensáveis. Em favor da primeira hipótese existe o fato de que a palavra kipá, no sentido de um solidéu, raramente aparece no hebraico medieval, e a primeira menção explícita de yarmulke como forma característica do vestir judeu remonta ao século 17. Coberturas de cabeça medievais aparecem na literatura judaica em outras palavras, e nas primeiras ilustrações de judeus medievais vestem uma variedade de chapéus e capuzes. E o solidéu não se inclui. Mas há também dois contra-argumentos. De acordo com um deles, o significado religioso que pode ter institucionalizado a kipá na vida judaica já se encontrava no Talmud, onde consta a opinião de que um dos itens de vestuário do sumo sacerdote, colocado no centro de sua mitznefet ou turbante, era uma “kipá de lã”. O segundo contra-argumento é o uso difundido do solidéu de lã ou de algodão por todo o mundo muçulmano como sinal de piedade religiosa. O caráter devocional deste solidéu, chamado de taqiyaá na maioria dos países de língua árabe, é atribuído pela tradição islâmica de que Maomé tinha um. Se Ma-
omé tinha, ou não, o costume deve ter sido adotado de algum lugar – e como é o caso de muitas características do início do islamismo, o judaísmo é fonte provável (como também pode ser a do solidéu usado por prelados católicos). Se os judeus do Oriente Médio no tempo de Maomé – isso é, no início da Idade Média – usavam kipot por motivos religiosos, este era, bem provável, um costume que vem da antiga Palestina e que chegou à nossa época. Hoje, é claro, há toda uma semiótica a respeito da cobertura da cabeça judia, que vai do yarmulke ashkenazi preto tradicional, agora usado por ultra ou semi-ultra-ortodoxos não-ashkenazim também, à pequena kipá, muitas vezes multicolorida e tricotada, que começou como insígnia da ortodoxia moderna em Israel e se propagou de lá para o resto do mundo. Entre esses dois são cada vez mais populares as kipot tricotadas de tamanhos médio e grande, por vezes, indicativos de um nível mais estrito de observância religiosa, embora também favorecido por mulheres que começaram a usar kipot em serviços religiosos; a kipá com bordados intrincados ao estilo de Bucara, muitas vezes com lados levantados, parcialmente quadrados, pode declarar a adesão do portador a alguma forma mais extravagante ou anti-establishment do judaísmo; a kipá branca de malha, com ou sem um pompom, usado pelos chassidim Bratslaver, etc. Como quem diz: olhe o que está sobre a minha cabeça e você vai saber o tipo de judeu que sou. Mais abrangente do que “yarmulke” e soando mais judaica que solidéu, kipá é uma palavra que se enraizou entre os judeus por todo o mundo e pode perder o itálico em que ainda é impressa. Apenas certifique-se de dizer “Ki-PÁ”, com acento tônico na segunda sílaba, que é a pronúncia israelense. Em Israel, ouve-se às vezes a pronúncia do Leste Europeu “KI-pa”, mas isto carrega um tom pejorativo e é uma forma de os israelenses seculares zombarem da kipá ao implicitamente igualá-lo ao yarmulke do Exílio.
Mais abrangente do que “yarmulke” e soando mais judaica que solidéu, kipá é uma palavra que se enraizou entre os judeus por todo o mundo e pode perder o itálico em que ainda é impressa
64
HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
magazine > viagem | Texto e fotos Flávio Bitelman
As glórias da Toscana É UMA INJUSTIÇA QUE FLORENÇA, A CAPITAL DA TOSCANA, SEJA APENAS A 89A CIDADE MAIS VISITADA DO MUNDO. ELA MERECE MUITO MAIS ATENÇÃO DOS TURISTAS POR TUDO AQUILO QUE REPRESENTA, JUNTO COM AS DEMAIS LOCALIDADES DAQUELE TRIÂNGULO NO NOROESTE DA ITÁLIA, PARA A CULTURA, A HISTÓRIA, A TRADIÇÃO, A HISTÓRIA DA ARTE E O FATO DE SER O BERÇO DA RENASCENÇA ITALIANA
A
arquitetura de Florença, assim como a de Luca, Arezzo, Pisa, Prato, Siena, Grosseto e San Gimigniano, cidades que formam a região, parece se reproduzir também em outros monumentos como a Grande Sinagoga de Florença, verdadeira obra-prima da arte sinagogal, cuja cúpula azul pode ser vista de vários pontos. A região e sua principal cidade se diferenciam tanto do resto da Itália que, por isso, muitos a consideram uma nação dentro da nação. O italiano falado lá foi considerado a língua da cultura e se tornou válida para toda a Itália. O governo criou 120 reservas naturais protegidas e que fazem parte da celebrada paisagem tema de pinturas e fotografias, e registrada nessa reportagem. Com toda razão, sete locais foram incluídos como Patrimônio da Humanidade.
PONTE VECCHIO
Em todos os cantos há vestígios e sinais da opulência cultural da região e citações das figuras representativas. Dante Alighieri, por exemplo. Permanecem verdadeiras instituições como pequenos grupos de idosos, sentados um ao lado do outro, em praças ou extremos de ruas, aparentemente em silêncio, apenas observando, o olhar perdido no vazio do tempo passar. É que a Toscana é um lugar bucólico, onde a maioria dos aposentados sonha viver: é quente, calmo, e as pequenas cidades, verdadeiros vilarejos como Foiano della Chiana e Pozzo della Chiana, entre outras, dão a tranquilidade com a qual todos nós sonhamos. Para aumentar ainda mais o fluxo turístico para a região de culinária riquíssima, organizam-se cursos de gastronomia em que se aprende a cozinhar e, depois, degustar as delícias fruto da experiência vivida pelos alunos, e visitas guiadas aos vinhedos onde se produzem o Chianti, Vino Nobile di Montepulciano, Morellino di Scansano e Brunello di Montalcino. A região da Toscana fica de frente para um pedaço do Mediterrâneo ao qual os italianos deram o nome de mar Tirreno, e bem próxima da ilha de Córsega, que pertence à França, cuja capital é Ajaccio, e local de nascimento de Napoleão.
GRANDE SINAGOGA DE FLORENÇA
PAULO BITELMAN DESTRINCHA UM CORDEIRO E ALUNOS DO CURSO DE GASTRONOMIA
65
| MAR | 2016
66
HEBRAICA
| MAR | 2016
magazine > viagem
APOSENTADOS VENDO A VIDA PASSAR NA TOSCANA
CASAS BUCOLICAS NA TOSCANA
GRANDE PRAÇA DE SIENA
FATTORIA SANTA VITTORIA - AGRITURISMO TOSCANA
FOIANA DELLA CHIANA (TOSCANA)
L 68 HEBRAICA
| MAR | 2016
leituras magazine
HEBRAICA
69
| MAR | 2016
por Bernardo Lerer Lugares da Memória Joseph Rykwert | Editora Perspectiva | 262 pp. | R$ 55,00
A Estrada Vassili Grossman | Alfaguara | 335 pp. | R$ 54,90
Há cerca de um ano apareceu Vida e Destino, sucesso de crítica e de público. Agora, é lançado esse com contos esclarecedores, cartas comoventes e reportagens intensas como relato inesquecível do campo de concentração de Treblinka, liberado pelo Exército Vermelho e que Grossman acompanhava. Esta coletânea de textos é um tesouro que dá uma ideia de como era viver no período soviético e ao mesmo tempo revela o misto de admiração e terror que o autor sentia pela humanidade. Obra-prima. Imperdível.
O autor é professor emérito de arquitetura da Universidade da Pennsylvania e um dos mais importantes historiadores e críticos de arquitetura do seu tempo. É também um grande contador de histórias de que dá conta esse livro de memórias desde quando nasceu, em 1929, em Varsóvia, filho de influente família judaica. A descrição da opulência de sua casa é forte e ingênua ao mesmo tempo. A família fugiu pouco depois da invasão da Polônia pelas tropas nazistas. Abrigaram-se em Kaunas, na Lituânia e, de lá, foram para Londres, onde ele criou o primeiro programa mundial de teoria e história da arquitetura. Uma obra-prima.
A Teoria que não Morreria Sharon Bertsch McGrayne | Editora Perspectiva | 478 pp. | R$ 88,00
Este livro conta a história do reverendo, estatístico e matemático Thomas Bayes, autor da Lei de Bayes que surgiu a partir de uma inflamada controvérsia religiosa na Inglaterra, em 1740: podemos tornar racional conclusões sobre Deus baseadas em evidências a respeito do mundo que nos rodeia? Matemático amador, Bayes acabou se transformando no pai da matemática para a tomada de decisões.
Como Curar um Fanático
Revolucionários, Mártires e Terroristas
Amós Oz | Companhia das Letras | 103 pp. | R$ 29,90
Jacques A. Wainberg | Paulus | 390 pp. | R$ 42,00
As críticas internacionais se derramam em elogios a este livro, na verdade um grande ensaio, e a estes especialistas devem se somar aqueles interessados no conflito Israel-Palestina. Escrito em 2012, contém um texto inédito acerca dos atentados praticados pelo Estado Islâmico em Paris, em novembro de 2015. Trata-se de uma vitória pacífica sobre o fanatismo com seu raro sopro de sanidade e inteligência, emergindo “da confusão, da mentira e do balbucio histérico da retórica mundial a respeito dos conflitos atuais”, segundo a Prêmio Nobel Nadine Gordimer.
O autor, professor de comunicação social na PUC do Rio Grande do Sul, descreve os movimentos rebeldes e as histórias de jovens que os integraram e como, depois de saírem das prisões ou retornarem do exílio integraram-se à vida dos respectivos países e numa avaliação admitem que o que os movia aparece como uma espécie de ideal mobilizador, uma utopia interpretada ora como mágica, ora como inacabada, ora como perdida e ora ainda como equivocada. O autor quer, enfim, induzir o leitor a acreditar que a luta dos que aparecem no título não valeu a pena.
O Cérebro Autista
Os Porões da Contravenção
Temple Grandin e Richard Panek | Record / 251 pp. | R$ 28,00
Aloy Jupiara e Chico Otávio | Record | 265 pp. | R$ 35,90
A autora é autista, portadora da síndrome de Asperger, estudou zootecnia e revolucionou as práticas de tratamento dos animais em fazendas e abatedouros. Este livro é importante instrumento de ajuda a pais de autistas sugerindo pensar nos pontos fortes das crianças. O autismo deve considerar cérebro por cérebro, filamento por filamento de DNA, característica por característica, ponto forte por ponto forte e, principalmente, indivíduo por indivíduo.
Ambos são dois dos mais importantes repórteres investigativos do Brasil e contam a respeito do “jogo do bicho e ditadura militar: a história da aliança que profissionalizou o crime organizado”. Pois é disso mesmo que se trata, isto é, mostra como os principais nomes do crime, do jogo do bicho, das escolas de samba e da contravenção se ligaram a militares e policiais que torturaram e mataram presos políticos nos porões da ditadura, e depois, numa boa, migraram para os subterrâneos do crime organizado.
Uma História de Solidão
Como Conversar com um Fascista
John Boyne | Companhia das Letras | 413 pp. | R$ 44,90
Márcia Tiburi | Record | 193 pp. | R$ 42,00
Este autor, irlandês de nascimento, que escreveu o laureado O Menino do Pijama Listrado, descreve uma Irlanda repleta de contradições e ódio por trás de um projeto social baseado nos bons costumes. O fio condutor é o padre Odran Yates. Filho de uma família disfuncional, inscreve-se em um seminário e é indicado para servir o café-da-manhã e o leite noturno do papa, durante um ano, todos os dias. Conhece os segredos da Igreja e vive a decadência do oficio sacerdotal diante das denúncias de abuso sexual.
A autora, filósofa, decidiu escrever a respeito dessa palavra que a prática política no Brasil banalizou, mas a maioria das pessoas não sabe do que se trata a ponto de até árbitro de futebol virar fascista. O livro é fascinante e mostra que a ideologia do fascismo é o da negação em que se nega tudo: as diferenças, as qualidades dos opositores, as conquistas históricas, as lutas de classes, mas, principalmente, o conhecimento e, portanto, o diálogo capaz de superar e suprir a ausência de saber.
Quem É o Verus Israel? Juan Pablo Sena Pera | Prismas | 178 pp. | R$ 48,00
A Capital da Solidão
Justino Mártir foi um apologista e filósofo cristão, autor do Diálogo com Trifão, que a partir da transição do século 1 para o 2, foi determinante para considerar o cristianismo um credo apartado do judaísmo, e superior, pelo qual aos cristãos é permitido espoliar simbolicamente os judeus, serem privados do seu patriarca Abraão, dos seus textos sagrados, da sua divindade excelsa e onipotente, convertidos em emblemas de uma ecllesia que, logo vai aspirar à condição de catholica, isto é, de assembleia universal. Isso também explica porque as coisas são do jeito que são.
Roberto Pompeu de Toledo | Companhia das Letras | 557 pp. | R$ 72,90
São Paulo antes de ser, na maior parte de sua existência São Paulo, já foi uma cidadezinha insignificante, que nasceu distante, fora do alcance dos navios da metrópole, isto é, de Portugal, esteve ameaçada de terríveis retrocessos, quase de extinção por causa de abandono de moradores, da precariedade de recursos e de uma aparente e irremediável falta de futuro. Nos três primeiros séculos de vida, era só isolamento e solidão. E o autor conta como e por quê.
70
| MAR | 2016
M HEBRAICA
músicas magazine
por Bernardo Lerer
A Date with the Devil Samuel Ramey | Naxos | R$ 104,90
Este baixo barítono nascido em 1942 chegou a fazer cerca de setenta apresentações ao ano interpretando personagens operísticos que combinam com a sua voz e que remetem às situações nas quais pontuam o medo do desconhecido, o diabo, enfim. Daí o título deste cd em peças como a Danação de Fausto, de Berlioz e de Gounod, em Robert le Diable, de Giacomo Meyerbeer, em Mefistófele, de Arrigo Boito, nos Contos de Hoffman, de Offenbach e em obras de outros compositores.
Invito al Valzer Fabula Clássica | R$ 29,90
É uma coletânea de quatorze obras escritas pelos mais renomados compositores no andamento ¾ como Convite à Dança, de Carl Maria von Weber; a Valsa Capricho, da Noite de Viena, de Schubert/Liszt; a Valsa de Mefisto, de Liszt; e outras, todas interpretadas ao piano por Arthur Rubinstein, Alfred Cortot, Claudio Arrau, Arthur Schnabel, Moriz Rosenthal, Wilhelm Backhaus e Mischa Levitzki.
Kodály Naxos | R$ 113,90
Este cd reúne três das mais importantes e conhecidas obras de Zoltán Kodály (1882-1967), autor de Danças de Galanta, cidade entre Budapeste e Bratislava, atual capital da moderna Eslováquia. Danças de Marroszék, outra faixa, se baseia em peças para piano do próprio Kodály. E Variações sobre uma Música Popular Húngara foi escrita por encomenda da Concertgebouw Orchestra, de Amsterdâ.
Elvis Sony Music | R$ 17,90
A maior parte destas composições é de meados de 1950, 1960 e algumas de 1970, remasterizadas de gravações originais feitas naqueles anos e todas atestando a importância musical e o impacto cultural de Elvis. Quando fez as primeiras gravações, aos 18 anos, declarou: “Eu não canto como ninguém. Canto como eu mesmo e canto todos os gêneros”. A história e as trinta faixas mostram que tinha razão.
My Way Frank Sinatra | Universal | R$ 29,90
Em dezembro passado fez cem anos do nascimento deste cantor que foi também ator, compositor, produtor e diretor que mais influenciou a vida artística do século passado o que explica o lançamento de filmes e álbuns de suas coletâneas nas mais diversas formas, como este cd com doze faixas, para comemorar os quarenta anos da composição que lhe dá o título ao álbum.
Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena
72
HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
73
| MAR | 2016
magazine > ensaio | por Elihu Katz e Menachem Blondheim *
QUADRO DO HOLANDÊS AERT DE GELDER (1645-1727) RETRATA ESTHER E MORDECHAI ESCREVENDO UMA CARTA DE PURIM
Lar longe do lar AS CRÔNICAS DA HISTÓRIA DO PURIM NO LIVRO DE ESTER TÊM UMA RESSONÂNCIA TODA ESPECIAL NAS COMUNIDADES JUDAICAS DA DIÁSPORA. CURIOSAMENTE FORA DOS PADRÕES NARRATIVOS DA BÍBLIA, ESTE LIVRO FAZ PARTE DO CONJUNTO DE OBRAS CONHECIDAS COMO OS “CINCO PERGAMINHOS”
A
té mesmo para os estudiosos sérios do Velho Testamento, o Livro de Ester parece fora de lugar na Bíblia. Embora trate de uma quase tragédia, está escrito em tom melodramático, quase como uma farsa, e é muito difícil de ler levando a sério. Afi nal, a história e seu estilo estão totalmente em desacordo com outros textos glorificados na Bíblia. De fato, o Livro de Ester – que conta como a rainha Ester salvou os judeus persas de um complô genocida concebido por um ministro do mal chamado Haman – não menciona Deus. No entanto, apesar de história e tom únicos, o Livro de Ester, também conhecido como a Megilá, cantado em voz alta em cada Purim (este ano, na noite de 23 de março) – ocupa um lugar na Bíblia, e
faz parte de uma seção das escrituras conhecidas como os “Cinco Pergaminhos”, junto com o Livro de Rute, Cântico dos Cânticos, Eclesiastes e Lamentações. Um denominador comum parece ligar esses pequenos livros: o interesse especial na Diáspora. E a perspectiva do Livro de Ester é única a respeito do tema. O dilema das Diásporas está em como se relacionar com uma sociedade “anfitriã” muitas vezes hostil e, ao mesmo tempo, manter a memória coletiva de uma pátria. Separadamente ou em conjunto os Cinco Pergaminhos sugerem um delicado equilíbrio e oferecem quatro grandes respostas: Retorno, Vingança, Tomada e Permanência aos quais se pode dar o nome de Sonhos da Diáspora. O Retorno é o desejo de voltar à terra natal. A Torá contém muitas advertências de Deus para não deixar a Terra Prometida, e a liturgia está cheia de histórias nas quais aqueles que saíram an-
seiam pelo retorno. É no Livro de Rute que o sonho do Retorno é mais pungente e explicitamente ilustrado: os dois filhos e o marido de Naomi morrem como punição por terem ido a Moab para escapar da fome em Canaã, enquanto a esfarrapada e enlutada Naomi e sua nora leal, Rute, são depois recompensadas por voltar para casa. (Rute, a moabita, tornar-se-ia a bisavó do rei Davi.) Também o Livro das Lamentações se concentra na figura do retorno, descrevendo quando a glória de Jerusalém era povoada por judeus e, depois, a desonra da cidade e a humilhação do seu povo no exílio; “renovar os nossos dias como dantes”, a prescrição em Lamentações é “Retorna-nos para Vós, Senhor” – não apenas espiritualmente, mas geograficamente – um retorno a “Monte de Sião, que está desbaratado”. O Retorno é o sonho mais óbvio daqueles na Diáspora: acabar com a própria Diáspora. A Vingança é outro tema recorrente nos Cinco Pergaminhos, e o alvo não é necessariamente o país de acolhimento, mas o saqueador que forçou os judeus a sair da terra natal, ou que travou guerras injustas contra eles. Em Lamentações, por exemplo, os exilados na Babilônia suplicam a Deus para atacar os opressores: “Faze-lhes como Vós fizestes a mim... persegui-os com paixão, e destrua-os”. A Tomada está relacionada, de forma diferente, à Vingança, em que o objetivo final é tomar, ou governar, o lugar em que se encontra. O arquétipo do sonho da Tomada pode ser encontrado fora dos Cinco Pergaminhos, em Gênesis, na história de José, que ocupa uma posição de poder no Egito. As comunidades judaicas da Diáspora apelam a histórias de Vingança e Tomada porque elas representam uma fantasia de libertação, sem – ou talvez com – o auxílio de um milagre. O mais surpreendente é que algumas histórias a respeito da vida na Diáspora não tratam do retorno à pátria ou de luta contra os opressores, mas de permanecer no exílio e aproveitar ao máximo essa situação – o sonho da Permanência. O Cântico dos Cânticos contém sutis alusões ao sonho da Permanência; a leitura tradicional deste livro a respeito do caso de amor de esconde-esconde entre Deus e o povo judeu sugerindo que ficar imóvel (em vez de perseguindo um ao outro) é o curso de ação preferido. De fato, essa ordem se repete três vezes: o Midrash interpreta o versículo “Não desperte o amor até que ele assim o desejar” como um aviso para adiar o sonho de retorno até o momento certo; ou seja, não se antecipe ao Messias. Também o Eclesiastes em versos como “Não diga, ‘Como os dias passados eram melhores do que estes’”, pode ser lido como contendo uma mensagem implícita de “fazer o melhor onde quer que esteja”. Mas, de todos os pergaminhos, o de Ester é a mais explícita ilustração do sonho da Permanência. A síntese em Ester O Livro de Ester contém elementos de três dos quatro Sonhos da Diáspora, a saber: Haman é o foco de uma fantasia de Vingança, quando finalmente é enforcado no cadafalso que man-
dou construir para os judeus da Pérsia; a Tomada, neste caso a ascensão de uma rainha judia e a posterior nomeação de Mordechai como vice-rei, é parte fundamental da história e ambos estão firmemente baseados na Permanência, tema que permeia o Livro de Ester e o coloca em oposição direta ao de Rute. Mordechai e sua bela tutelada Ester estão aparentemente bem de vida, vivendo no exílio na capital persa de Susa. É verdade que vivem ameaçados por Haman, mas conseguem frustrar seu plano genocida e, em seguida, até ascendem ao poder. Depois, os judeus parecem continuar prosperando e não dão qualquer indício de outro sonho que não o da Permanência. O Livro de Ester não faz menção nenhuma ao sonho mais óbvio da Diáspora, que é o Retorno: não há qualquer referência a Ester fugir, ou voltar à Terra Prometida – mas a preocupação única com a vida em segurança na Pérsia. Viver aberta e livremente como judeus em uma terra estrangeira é o sonho, e no Livro de Ester, este sonho é realizado. Durante séculos, o padrão da Diáspora judaica tem sido viver sob a proteção de um rei, ou de outro governante estrangeiro. Desta forma, a história de Ester vem existindo embora, ao longo dos anos, em tempos mais recentes uma longa lista de tiranos tenha se revezado no papel de Haman. A mensagem de Ester transmite a mensagem de que a Permanência – ficar imóvel, mas em segurança – é um sonho digno. Isto vale para comunidades da Diáspora judaica em todo o mundo: enquanto saboreiam a opção de Retorno, muitas vezes fazem a opção pela Permanência. Talvez esse seja o motivo pelo qual o Livro de Ester continua atual, mesmo depois de tanto tempo. * Elihu Katz é professor de comunicação na Universidade da Pensilvânia e professor emérito da Universidade Hebraica de Jerusalém e Menahem Blondheim é chefe do Departamento de Comunicação da Universidade Hebraica de Jerusalém
O dilema das Diásporas está em como se relacionar com uma sociedade “anfitriã” muitas vezes hostil e, ao mesmo tempo, manter a memória coletiva de uma pátria. Separadamente ou em conjunto os Cinco Pergaminhos sugerem um delicado equilíbrio
74
HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
75
| MAR | 2016
magazine > curta cultura | por Bernardo Lerer
Persona non grata
A vida nos shtetls
Emprestado ao jargão diplomático, este é o título do filme que conta a história do cônsul japonês Chiune Sugihara (1900-1986) e exibido a primeira vez no começo do mês passado no Festival de Cinema Judaico de Atlanta, nos Estados Unidos, e que esperamos seja apresentado no Festival de Cinema Judaico de São Paulo, em meados deste ano. O filme é dirigido pelo nipo-americano Cellin Gluck, filmado na Polônia e estrelado por Toshiaki Karasawa, no papel de Chiune, que foi inscrito como Justo Entre as Nações, do Yad Vashem, porque entre os dias 18 de julho e 18 de agosto de 1940 passava cerca de vinte horas por dia emitindo e carimbando vistos para o Japão para cerca de seis mil judeus de Kaunas (Kovno), uma das grandes cidades da Lituânia, ocupada a leste pela União Soviética e a oeste pela Alemanha nazista. Na época, cerca de um terço do total da população urbana e metade dos habitantes de cada cidade era judaica. Chiune foi descoberto em 1968 pelo assessor econômico da embaixada de Israel no Japão, Iehoshua Nisri, que tinha 10 anos quando, com os pais, integrou a leva de judeus que conseguiu escapar da Lituânia e vagou por vários países asiáticos, para finalmente se fixar em Israel. Na mesma Kaunas, o cônsul holandês Jan Zwartendijk cumpriu a sua parte e emitiu centenas de vistos para judeus interessados em se instalar em antigas possessões holandesas no Caribe, como Curaçao, e na então Guiana Holandesa, no norte da América do Sul, o que explica, por exemplo, a existência de vestígios de judeus no Suriname. A atividade diplomática de Chiune na Europa foi facilitada porque seu primeiro trabalho como funcionário do ministério das Relações Exteriores do Império do Japão, foi na província de Harbin, na China, onde aprendeu o russo e alemão e, lá, teve os primeiros contatos com a comunidade judaica foragida dos pogroms.
Roman Vishniac (1897-1990) pesquisou muito como microbiologista e sua tese de mestrado foi a respeito da metamorfose da salamandra, mas se tornou mais conhecido, primeiro pela atividade pioneira em fotografia microscópica e, depois, por documentar a vida nas comunidades judaicas do leste e do centro da Europa. Roman nasceu em Pavlovsk, nas cercanias de São Petersburgo, na Russia czarista. Como era filho de uma família rica, lhe foi permitido estudar em boas escolas e viver fora das áreas destinadas a judeus. Por isso, a família mudou-se para Moscou. Ele começou a fotografar figuras microscópicas já aos 7 anos, acoplando a câmera ao microscópio. Serviu aos exércitos do czar, do governo provisório de Kerensky e bolchevique. Em 1920 foi para Berlim com os pais e, a partir de 1933, já casado e com filhos, dedicou-se a fotografar os sinais crescentes de antissemitismo e autoritarismo. Para isso, ele usava sua filha Mara como figurante colocando sempre algum símbolo nazista como fundo. São dele também as fotografias de militarização das ruas de Berlim e dos serviços de resgate de famílias judias em perigo. Em 1935, o Joint contratou-o para documentar a vida dos judeus nas pequenas cidades do leste do e do centro da Euro-
Rabin, o último dia Em cartaz em alguns cinemas dos Estados Unidos, este documentário dirigido pelo cineasta Amos Gitai (foto acima) já provoca polêmicas e controvérsias. Um crítico escreveu que o diretor preferiu sacrificar fatos em favor do sensacionalismo. A fita, de duas horas e meia de duração, conta como foram as 24 horas que antecederam o assassinato do então primeiro-ministro Itzhak Rabin, em 4 de novembro de 1995, por um fanático religioso de extrema direita que materializou com tiros de revólver a oposição de radicais e de políticos do Likud aos Acordos de Oslo pelos quais Israel trocava terras conquistadas na guerra de 1967 pela paz. O filme começa com uma entrevista de arquivo de Shimon Peres na época, assim como Rabin, demonizado pela assinatura dos Acordos. O filme não sugere que houvesse uma conspiração para matar Rabin, embora não afaste essa possibilidade e até admite que se não fosse Yigal Amir a apertar o gatilho teria sido algum outro. Alguns acham que Gitai adotou dois pesos e duas medidas, pois se menciona o massacre perpetrado por Baruch Goldstein que, em 1994, irrompeu em uma mesquita em Hebron, matou 29 pessoas, feriu outras 125 e virou uma espécie de herói, não faz referências aos atentados contra ônibus no verão de 1995 e que podem ter acirrado ainda mais os ânimos contra os palestinos e os Acordos. Segundo o filme, Gitai coloca sob suspeita um segmento da sociedade israelense, a saber: fanáticos religiosos, colonos e, claro, a liderança do Likud e, para isso, se baseia no que foi publicado e divulgado nos meios de comunicação.
pa, principalmente Polônia, Lituânia e na então Tchecoslováquia, para angariar fundos entre os judeus das Américas. As fotos revelam um quadro de tristeza, pobreza e perseguição que fizeram as modernas sociedades formar uma imagem da Europa pré-Holocausto. Foi preso, internado com a mulher e filhos num campo destinado a apátridas, na França, e escapou para os Estados Unidos com a ajuda da mesma Joint para a qual trabalhara, levando apenas uma parte dos dezesseis mil negativos que, copiados, contribuíram para a compreensão da real situação dos judeus na Europa.
Mais e novos arquivos O acesso a novos arquivos e a outras fontes primárias de pesquisa e investigação tem possibilitado aos historiadores se convencer de que os homens não foram os únicos responsáveis e perpetradores do Holocausto. Os até há pouco subgrupos que viviam numa espécie de limbo da obscuridade começam a surgir das sombras na forma de guardas femininas da SS, muçulmanos nazistas e caçadores de recompensas holandeses. As pesquisas agora evoluíram do “Holocausto como uma história universal” para descobertas nos locais onde ocorreram os eventos, construindo uma história de antes e de depois da guerra. Exemplo disso é a pesquisa a respeito do campo de concentração feminino de Ravensbruck que aprisionou 132.000 mulheres e crianças e serviu de campo de treinamento para mulheres da SS, submetidas aos mesmos rigores de prepa-
ração que os homens, menos a tatuagem que os identificava como tal. Ali surgiu Irma Grese, conhecida como a “besta loira de Birkenau e Belsen” e paradigma das cerca de 500.000 mulheres comuns da chamada “geração perdida” da Alemanha que incluía secretarias, enfermeiras, professoras, auxiliares, etc. e que trabalhavam como sim-
ples assistentes e assassinas cujas histórias revelam o lado negro do ativismo feminino em determinadas situações e profissões, mobilizadas para a guerra e cúmplices do genocídio. O jornalista holandês Ad van Liempt (foto) pesquisou nos arquivos policiais e no livro Caça aos Judeus mostra que pelo menos quinze mil judeus foram capturados por caçadores de recompensas colaboracionistas, 250 deles policiais, que o faziam por dinheiro, diversão ou simpatia pelo nazismo. As Waffen-SS recrutaram mais de 42.000 muçulmanos na antiga Iugoslávia, que assassinaram milhares de judeus na Bósnia e cristãos ortodoxos na Sérvia. Os pesquisadores também usam depoimentos de descendentes dos assassinos, como o de Jennifer Teege, que se descobriu neta de Amon Goeth, o comandante do campo de concentração de Plaszów, famoso pelo filme A Lista de Schindler e que devastou o Gueto de Cracóvia. “Se meu avô tivesse me conhecido, me mataria”, conta Jennifer. Ela é negra.
76 HEBRAICA
HEBRAICA
| MAR | 2016
indicador profissional ACUPUNTURA
ADVOCACIA
ANGIOLOGIA
CARDIOLOGIA
ADVOCACIA
CIRURGIA PLÁSTICA
CIRURGIA PLÁSTICA
COLOPROCTOLOGIA
CLÍNICA
DERMATOLOGIA
CIRURGIA PLÁSTICA
ANGIOLOGIA
CURSOS E PALESTRAS
COLOPROCTOLOGIA
A D VO C AC I A
Família Cível Trabalhista Consumidor
Dra. Dayane Messias Lopes Dr. Eduardo Durante Rua
Tels: (11) 99944-7331 98018-0377 98507-6427 email: dayanelopes.adv@gmail.com | edurua@uol.com.br
77
| MAR | 2016
indicador profissional
78 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
indicador profissional DERMATOLOGIA
79
| MAR | 2016
indicador profissional DERMATOLOGIA
ENDOCRINOLOGIA
GINECOLOGIA
NEUROCIRURGIA
MANIPULAÇÃO
NEUROLOGIA
FISIOTERAPIA
NEUROPEDIATRIA
GINECOLOGIA
ESTÉTICA
NEUROCIRURGIA
NEUROPSICOLOGIA
ODONTOLOGIA
80 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
indicador profissional PSICOLOGIA
ODONTOLOGIA
OFTALMOLOGISTA
OTORRINOLARINGOLOGIA
PSICOLOGIA
PSICOTERAPIA
PSICOLOGIA
ORTOPEDIA
PSICANALISTA
ORTODONTIA
81
| MAR | 2016
indicador profissional
PSIQUIATRIA
82 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
indicador profissional RESIDENCIAL
RESIDENCIAL
REUMATOLOGIA
UROLOGIA
RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA
compras e serviços
83
| MAR | 2016
compras e serviços
84 HEBRAICA
| MAR | 2016
HEBRAICA
85
| MAR | 2016
vitrine > informe publicitário
compras e serviços PASSAPORTE EUROPEU PARA SEFARADIM
Lei portuguesa beneficia judeus sefaraditas Recentemente o governo de Portugal promulgou lei que concede nacionalidade europeia a descendentes de judeus expulsos de Portugal e Espanha no século XV. Não é necessário provar origem portuguesa; basta ser judeu sefaradita ou ter um avô ou avó sefara-
dita. O beneficiado poderá residir e/ou trabalhar em qualquer um dos 28 países da União Europeia. Fones (11) 3661-4399 / 983-131-118 Site www.sefaradim.com.br
DR. SÍLVIO BORAKS
Escovo e minha gengiva piora, é possível isso? Existem doenças que simulam uma gengivite por higiene inadequada, mas são de origem sistêmica como o pênfigo vulgar, cujas manifestações iniciais ocorrem na gengiva, que quando esfregada surge vermelhão, seguido de bolha que se rompe deixando úlcera exten-
sa. São necessários cuidados bucais para detectar doenças aparentemente simples, mas que demandam tratamento especializado. Rua Mato Grosso, 306, conj 1412, Higienópolis E-mail silvio@boraks.com.br Fone: 3255-3200
SAN RAPHAEL COUNTRY HOTEL
Conforto, lazer e festas no campo Há anos o San Raphael Country Hotel mantém um cordial relacionamento com a comunidade judaica. As 84 acomodações são confortáveis e o lazer é completo. Todos os finais de semana o San Raphael Country Hotel oferece recreação monitorada e seis inigualáveis refei-
ções diárias. O hotel também dispõe de um espaço amplo e elegante para festas, casamentos e cerimônias de bar-mitzvá. Informações: 4813-8877 Reservas@sanraphaelcountry.com.br Site www.santraphaelcountry.com.br
BARONESA CHURRASCARIA E PIZZARIA
Agora reformada e modernizada A tradicional Baronesa Churrascaria e Pizzaria – uma das preferidas da comunidade judaica, pois além do seu delicioso cardápio, não utiliza gordura animal em suas pizzas – foi totalmente reformada e modernizada oferecendo agora mais conforto aos clientes. Vale a pena conferir
e saborear suas porções e aperitivos, saladas, massas, carnes, frangos, peixes e muito mais... Rua Baronesa de Itu, 281, Santa Cecília Fones 3667-8229 / 3825-6270 E-mail contato@baronesa.com.br Site www.baronesarestaurante.com.br
VIA CASTELLI
Preços honestos e acessíveis para todos Localizado em Higienópolis, o restaurante Via Castelli está oferecendo o menu econômico. De segunda a sexta-feira no almoço, os clientes podem escolher entre duas opções de pratos que, incluindo salada de entrada, saem por R$32,90. Entre as opções, filé à parmegiana com arroz e
fritas, espaguete com camarão e polpa de tomate, estrogonofe de frango com arroz e batata palha e pescada grelhada com arroz e batata. Via Castelli Rua Martinico Prado, 341, Higienópolis Fone 3662-2999 | Site www.viacastelli.com.br
86 HEBRAICA
| MAR | 2016
roteiro gastron么mico
HEBRAICA
87
| MAR | 2016
roteiro gastron么mico
88 HEBRAICA
| MAR | 2016
diretoria
Diretoria Executiva WZ ^/ Ed ŝƌĞƚŽƌ ^ƵƉĞƌŝŶƚĞŶĚĞŶƚĞ ZĞůĂĕƁĞƐ /ŶƐƚŝƚƵĐŝŽŶĂŝƐ ZĞůĂĕƁĞƐ ƐƚƌĂƚĠŐŝĐĂƐ
ƐƐĞƐƐŽƌ ĚŽ WƌĞƐŝĚĞŶƚĞ DĂƌŬĞƚŝŶŐ DşĚŝĂƐ ŝŐŝƚĂŝƐ ͬ ^ŽĐŝĂŝƐ
sZ , D ' > Z' 'ĂďLJ DŝůĞǀƐŬLJ ^ĞƌŐŝŽ ZŽƐĞŶďĞƌŐ ZĂŵLJ DŽƐĐŽǀŝĐ ^ŝĚŶĞLJ ^ĐŚĂƉŝƌŽ DĂƌĐŝŽ <Žƚƚ 'ŽůĚĞŶƐƚĞŝŶ ĞŶũĂŵŝŶ ĂĐŬ >ƵĐŝĂ &͘ ŬĞƌŵĂŶ DĂƌŝnjĂ ĚĞ ŝnjĞŶƐƚĞŝŶ :ŽƐĠ >Ƶŝnj 'ŽůĚĨĂƌď ^ĂƵů ŶƵƐŝĞǁŝĐnj ďƌĂŚĂŵ 'ŽůĚďĞƌŐ 'ůŽƌŝŶŚĂ ŽŚĞŶ DŽLJƐĞƐ 'ƌŽƐƐ DŽŝƐĞƐ ^ĐŚŶĂŝĚĞƌ ZĞŶĂƚĂ ŽŚĞŶ DĂƌĐŝĂ ĂůĚĞƌŽŶ ^ŝƐƚĞƌ
s/ ͲWZ ^/ Ed D/E/^dZ d/sK dĞĐŶŽůŽŐŝĂ ĚĂ /ŶĨŽƌŵĂĕĆŽ ĞƉĂƌƚĂŵĞŶƚŽ DĠĚŝĐŽ
/^z Z ,D E/ Žǀ ŝŐŝŽ ZŝĐĂƌĚŽ 'ŽůĚƐƚĞŝŶ
s/ ͲWZ ^/ Ed ^WKZd ^ 'ĞƌĂů ĚĞ ƐƉŽƌƚĞƐ ƐĐŽůĂ ĚĞ ƐƉŽƌƚĞƐ 'ĞƌĂů ĚĞ dġŶŝƐ ĚũƵŶƚĂ ĚĞ dġŶŝƐ /ŶĨĂŶƚŽ :ƵǀĞŶŝů ĚũƵŶƚŽ ĚĞ dġŶŝƐ ĚƵůƚŽ dġŶŝƐ ĚĞ DĞƐĂ ĂƐƋƵĞƚĞ ĂƐƋƵĞƚĞ ,,, DĂƐƚĞƌ ĂƐƋƵĞƚĞ KƉĞŶ
,ĂŶĚĞďŽů sŽůĞŝďŽů &ƵƚĞďŽů ĂŵƉŽͬ^ŽĐŝĞƚLJ &ƵƚƐĂů ĂĚŵŝŶƚŽŶ ŽƌƌŝĚĂ ^ƋƵĂƐŚ ŝĐůŝƐŵŽ dŚŝĂƚŚůŽŶ 'ŝŶĄƐƚŝĐĂ ƌƚşƐƚŝĐĂ Ğ 'ŝŶĄƐƚŝĐĂ ĚĞ dƌĂŵƉŽůŝŵ :ƵĚƀ :ŝƵ :ŝƚƐƵ ^ŝŶƵĐĂ yĂĚƌĞnj dŝƌŽ ĂŽ ůǀŽ &ŝƚͲ ĞŶƚĞƌ
& /K dKW t^</ ŚĂƌůĞƐ ů <ĂůĂLJ sŝĐƚŽƌ >ŝŶĚĞŶďŽũŵ &ĂƵƐƚŽ ƌŝŐŝĚŽ >ŝĂ <͘ ,ĞƌƐnjŬŽǁŝĐnj ^ĞƌŐŝŽ DĞƐƚĞƌ 'ĞƌƐŽŶ ĂŶĞƌ DĂƌĐŝĂ DĞůƐŽŚŶ >Ƶŝnj ZŽƐĞŶďůƵŵ ĂǀŝĚ &ĞůĚŽŶ tĂůƚĞƌ ŶƚŽŶŝŽ E͘ ĚĞ ^ŽƵnjĂ ZŽďĞƌƚŽ ^Ăŵŝ ĐŚĞƌďŽŝŵ ĂƌůŽƐ ĚƵĂƌĚŽ &ŝŶŬĞůƐƚĞŝŶ ĚƵĂƌĚŽ dƌĂũďĞƌ tĂŝƐďŝĐŚ :ŽƐĠ ĚƵĂƌĚŽ 'Žďďŝ ^ŝůǀŝŽ >Ğǀŝ &ĂďŝŽ ^ƚĞŝŶĞĐŬĞ DĂƵƌŝĐŝŽ ZĞŝĐŚŵĂŶŶ ^ŚŝƌůLJ 'ĂďĂLJ ƌŝ ,ŝŵŵĞůƐƚĞŝŶ ƌŝĞů zĂŶŝƚĐŚŬŝƐ ŽƵƚŽ ĞŶŽ DĂƵƌŽ ^ŚĞŚƚŵĂŶ :ƵůůŝĂŶ dŽůĞĚŽ ^ĂůŐƵĞŝƌŽ ,ĞůĞŶĂ ƵŬĞƌŵĂŶ ĚƵĂƌĚŽ ůƵĐŚĞƌ &ĂďŝŽ &ĂĞƌŵĂŶ &ĂďŝŽ <ĂƌĂǀĞƌ ,ĞŶƌŝƋƵĞ ƌŝĐ ^ĂůĂŵĂ DĂƵƌŽ ZĂďŝŶŽǀŝƚĐŚ DĂŶŽĞů <͘ WƐĂŶƋƵĞǀŝĐŚ
s/ ͲWZ ^/ Ed W dZ/DKE/ > ŝƌĞƚŽƌ ĚĞ WĂƚƌŝŵƀŶŝŽ Ğ KďƌĂƐ ŝƌĞƚŽƌ ĚĞ DĂŶƵƚĞŶĕĆŽ
& ZE E K ' >D E ^ĞƌŐŝŽ ^ĐŚƌĞŝĞƌ ƌŝĞ DŝůŶĞƌ
WůĂŶĞũĂŵĞŶƚŽ ZĞůĂĕƁĞƐ WƷďůŝĐĂƐ ƐƐĞƐƐŽƌĂ ĚĂ WƌĞƐŝĚġŶĐŝĂ ƐƐĞƐƐŽƌ ĚĂ WƌĞƐŝĚġŶĐŝĂ ƐƐĞƐƐŽƌ :ƵƌşĚŝĐŽ ĚĂ WƌĞƐŝĚġŶĐŝĂ ƐƐĞƐƐŽƌ ƉĂƌĂ ĂƐƐƵŶƚŽƐ ĚĂ ^ĞĚĞ ƐƐĞƐƐŽƌĂ ƉĂƌĂ ĂƐƐƵŶƚŽƐ &ĞŵŝŶŝŶŽƐ ƐƐĞƐƐŽƌ ĚĂ WƌĞƐŝĚġŶĐŝĂ ƉĂƌĂ ĂƐƐƵŶƚŽƐ ĚĂ ^
EĂƚĂĕĆŽ WŽůŽ ƋƵĄƚŝĐŽ
Gestão 2015/2017 s/ ͲWZ ^/ Ed d/s/ ^ ^K / /^ h>dhZ /^ ƐƐĞƐƐŽƌĞƐ
^ŽĐŝĂů ƌƚĞ Ğ ƵůƚƵƌĂ &Ğůŝnj /ĚĂĚĞ ƵůƚƵƌĂ :ƵĚĂŝĐĂ ƐƐĞƐƐŽƌĞƐ ĚĂ ^ŝŶĂŐŽŐĂ 'ŽƵƌŵĞƚ ZĞĐƌĞĂƚŝǀŽ /ŶŽǀĂĕĆŽ
s/ ͲWZ ^/ Ed :hs Edh ƐƐĞƐƐŽƌĞƐ
ĂŶĕĂƐ ,ĞďƌĂŝĐĂ ĚǀĞŶƚƵƌĞ ƐƉĂĕŽ Ğďġ ,ĞďƌĂŝŬĞŝŶƵ ͬ DĞŝĚĄ ĞŶƚƌŽ ĚĞ DƷƐŝĐĂ WĞĚĂŐſŐŝĐĂ ƐĐŽůĂ DĂƚĞƌŶĂů ^ŽĐŝĂů
^ Z d Z/K ' Z > ^ Z d Z/K ŝƌĞƚŽƌĞƐ ŽůĂďŽƌĂĚŽƌĞƐ ^ĂƵŶĂ ^ĞŐƵƌĂŶĕĂ :ƵƌşĚŝĐŽ ^ŝŶĚŝĐąŶĐŝĂ Ğ ŝƐĐŝƉůŝŶĂ
d ^KhZ /ZK ' Z > d ^KhZ /ZK ŝƌĞƚŽƌĞƐ dĞƐŽƵƌĞŝƌŽƐ
DKE/ d E/< ,hd > Z LJŶƚŚŝĂ ĂĐůŝƐ ZĂďŝŶŽǀŝƚnj ^ĂŶĚƌŽ ƐƐĂLJĂŐ :ĂǀŝĞƌ ^ŵĞũŽĨĨ &ĞƌŶĂŶĚĂ ^ŵĞũŽĨĨ ^ƀŶŝĂ DŝƚĞůŵĂŶ ZŽĐŚǁĞƌŐĞƌ KůŝǀŝŽ 'ƵĞĚĞƐ sĂŶĞƐƐĂ <ŽŐĂŶ ZŽƐĞŶďĂƵŵ 'ĞƌƐŽŶ ,ĞƌƐnjŬŽǁŝĐnj :ĂƋƵĞƐ DĞŶĚĞů ZĞĐŚƚĞƌ DĂƵƌŝĐŝŽ DĂƌĐŽƐ DŝŶĚƌŝƐnj ŝĞŐŽ ůĞũĂŶĚƌŽ DĂŶ ůŝĂŶĞ ƐƚŚĞƌ ^ŝŵŚŽŶ &Žƌƚŝ ŶĚƌĞĂ ŝƐŬĞƌ ĂƌůŽƐ &ŝŶŬĞůƐƚĞŝŶ >/^ Z Yh > E/'Z/ 'Z/E Z DĂƌŝnjĂ ĚĞ ŝnjĞŶƐƚĞŝŶ ^ĂŶĚƌŽ ƐƐĂLJĂŐ WĂƚƌŝĐŝĂ >ŝƐďŽŶĂ &ƵĐŚƐ WĂƚƌŝĐŝĂ /ĚĞƐŝƐ &ĞƌŶĂŶĚĂ ^ŵĞũŽĨĨ >ƵĐŝĂŶĂ <ůĂƌ &ŝƐĐŚŵĂŶ >ŽƌĞŶĂ YƵŝƌŽŐĂ ůůŽŶ /ĚĞůŵĂŶ >ƵĐŝĂŶĂ EĂƚĞŶnjŽŶ ZĞŶĂƚĂ ,ĂŵĞƌ >ĞŶ >ƵĐŝĂŶĂ <ůĂƌ &ŝƐĐŚŵĂŶ ůĂƵĚŝĂ ,ĞŵƐŝ >ĞǀĞŶƚŚĂů ^ĂƌŝƚĂ <ƌĞŝŵĞƌ ĂŶŝĞůĂ DĞƚnjŐĞƌ ZŽĐŚŵĂŶ &ĞƌŶĂŶĚĂ t͘ ĂƵƐŶĞƌ LJůďĞƌƐƚĂũŶ :ƵůŝĂŶĂ ^ƚĞŝŶďĞƌŐ <ĂŶĂƐ
E/ > > KE / >^</ & ZE E K ZK^ Ed, > ŶŝƚĂ ZĂƉŽƉŽƌƚ ^Ăŵŝ ^njƚŽŬĨŝƐnj :ŽĞů ZĞĐŚƚŵĂŶ ůĂƵĚŝŽ &ƌŝƐĐŚĞƌ ;^ŚĂĐŚŽƌͿ ůĄƵĚŝŽ tĞŝŶƐĐŚĞŶŬĞƌ ůĞdžĂŶĚƌĞ &ƵĐƐ ƌƵŶŽ ,ĞůŝƐnjŬŽǁƐŬŝ ĂƌůŽƐ ^ŚĞŚƚŵĂŶ 'ĂďƌŝĞů dLJůĞƐ >ŝŐŝĂ ^ŚĞŚƚŵĂŶ dŽďŝĂƐ ƌůŝĐŚ E/ : ^ z h Z K 'Zzd DŽLJƐĞƐ ĞƌǀŝĐŚĞ ZĂĨĂĞů ,ŽůnjŚĂĐŬĞƌ
90 HEBRAICA
| MAR | 2016
conselho deliberativo
Energia multiplicada A primeira reunião ordinária em 2016 distinguiu-se completamente do perfil de encontros do Conselho Deliberativo no passado. Um alto índice de comparecimento, tanto dos conselheiros veteranos como dos novatos, tornou mais relevantes as mensagens iniciais das presidências do Conselho e do Executivo, uma vez que pareceram ser absorvidas pelo público atento que as ouvia. Também foi estimulante a inscrição de candidaturas às comissões permanentes de forma que a comissão Jurídica e tiveram sua configuração aprovada por aclamação, enquanto as de Administração e Finanças e Obras e Patrimônio exigiram eleição formal em face do número de interessados em atuar nela. Lembrando, as comissões permanentes são formadas por cinco conselheiros indicados e cinco eleitos pelo plenário. Outra demonstração do entusiasmo dos conselheiros na participação da construção do futuro da Hebraica foi o interesse no preenchimento de vagas nas comissões especiais de Judaísmo, Juventude, Esporte e Reforma Estatutária. Durante a reunião, muitos conselheiros manifestaram interesse em trabalhar junto a comissões específicas. Sendo comissões especiais, elas têm limite no número de participantes, então espera-se alterações em sua configuração ao longo do ano, o que é bastante natural. As comissões permanentes ficaram assim configuradas com vistas ao período 2016/2017. Comissão de Obras e Patrimônio Aaron Bernardo Sondermann, Alberto Michel Mucinic, Bruno José Szlak, Fábrio Ezra Setton, Gilberto Lerner, Jacques Steinberg, Moysés Gross, Nelson Zlotnik, Paulo Bronstein e Pedro Mahler. Comissão Jurídica Anita Rapoport, Dave Lafer, Eugênio Vago, Eva Zimerman, Glorinha Cohen, Iara Márcia de Aizenstein, Isabel R. A. Cohn, Maurício Joseph Abadi, Moacyr Luiz Largman, Symcha B. Berenholc. Comissão de Administração e Finanças André Grunebaum, Jairo Pekelman, Keren Didio Sasson, Leo Roberto Mamid, Marcelo Ariel Rosenhek, Marcelo Schapochnik, Nissim Levi, Rafael Holzhacker, Rui Gelehreter da Costa Lopes e Stefanie Stern Divulgaremos a composição das comissões especiais na próxima edição.. Mauro Zaitz – Presidente
Reuniões Ordinárias do Conselho em 2016 11 DE ABRIL ELEIÇÃO DO CONSELHO FISCAL 8 DE AGOSTO APROVAÇÃO DAS CONTAS RELATIVAS A 2015 21 DE NOVEMBRO APROVAÇÃO PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 2017 12 DE DEZEMBRO APRECIAÇÃO RELATÓRIO ANUAL DA DIRETORIA
Mesa do Conselho PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE 1O SECRETÁRIO 20 SECRETÁRIO ASSESSORES
MAURO ZAITZ FÁBIO AJBESZYC SÍLVIA L. S. TABACOW HIDAL AIRTON SISTER VANESSA KOGAN ROSENBAUM ABRAMINO A. SCHINAZI, CÉLIA BURD, EUGEN ATIAS, JAIRO HABER, JAVIER SMEJOFF SAPIRO JEFFREY A. VINEYARD
CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL 2016 MARÇO
23 24 25
4ª FEIRA 5ª FEIRA 6ª FEIRA
JEJUM DE ESTER PURIM SHUSHAN PURIM
6ª FEIRA SÁBADO DOMINGO 6ª FEIRA SÁBADO
EREV PESSACH - 1º SEDER PESSACH - 2º SEDER PESSACH - 2º DIA PESSACH - 7º DIA PESSACH - 8º DIA
5 11
5ª FEIRA 4ª FEIRA
12
5ª FEIRA 5ª FEIRA
IOM HASHOÁ - DIA DO HOLOCAUSTO IOM HAZIKARON - DIA DE LEMBRANÇA DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 68 ANOS LAG BAÔMER
DOMINGO SÁBADO DOMINGO 2ª FEIRA
IOM IERUSHALAIM VÉSPERA DE SHAVUOT 1º DIA DE SHAVUOT 2º DIA DE SHAVUOT
ABRIL 22 23* 24* 29* 30*
MAIO
26
JUNHO 5 11 *12 *13
JULHO 24
AGOSTO 13
DOMINGO JEJUM DE 17 DE TAMUZ
14
INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER DOMINGO FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO
19
6ª FEIRA
TU BE AV
** 2 ** 3 ** 4 ** 11 ** 14 16 * 17 * 18 23
DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA DOMINGO
* 24 * 25
2ª FEIRA 3ª FEIRA
VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR VÉSPERA DE SUCOT 1º DIA DE SUCOT 2º DIA DE SUCOT VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ 7º DIA DE SUCOT SHMINI ATZERET- IZKOR SIMCHAT TORÁ
OUTUBRO
SÁBADO
NOVEMBRO 5
SÁBADO
DEZEMBRO 24 31
SÁBADO SÁBADO
ANOITECER
DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN AO ANOITECER, 1ª VELA DE CHANUKÁ AO ANOITECER, 8ª VELA DE CHANUKÁ
2017 JANEIRO 27
6ª FEIRA
DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO (ONU)
* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS
** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES, FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS